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Educação Superior
a distância:
potencialidades,
desafios e
perspectivas
Profa. Dra. Daniela da Costa Britto Pereira Lima
Universidade Federal de Goiás
EaD e Eu
• Pesquisadora da área da EaD desde 2003
• Planejamento institucional e de cursos na modalidade
• Práticas com EaD – Universidade Estadual (2005) e na Universidade
Federal (2006) – processo de implementação do CIAR e UAB na
UFG
• Elaboração do Produto 1 e 2 para o CNE
• Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em EaD – GEaD na
UFG
• Coordenadora da Pesquisa Interinstitucional na Região Centro-
Oeste sobre a Institucionalização da EaD pelas UF – UFG, UNB,
UFMT, UFMS e UFGD.
Objetivo da Conversa
• Problematizar e relacionar o
movimento de expansão da
educação superior a distância
com suas virtudes, limites e
perspectivas de
institucionalização.
Qual EaD?
-Organização flexível que supera a necessidade de instalações físicas ampliadas
nos municípios
-Flexibilidade para atender diversas condições de vida, trabalho e estudo,
superando barreiras de lugar, espaço e tempo, bem como proporciona acesso à
educação superior a diferentes grupos etários
-Possibilidade de formação especializada
-Agrega uma dimensão internacional à experiência educacional
Contexto social, político e
econômico atual
Possibilidades que a modalidade oferece
para formação continuada e
democratização do acesso ao ensino
superior
Qual EaD? ♯Qualidade
A EaD é uma prática social-educativa-dialógica de um
trabalho coletivo, de autoria e colaborativo, articulada para o
desenvolvimento de uma arquitetura pedagógica e de
gestão, integrada ao uso significativo das tecnologias de
informação e comunicação, voltada para a formação crítica,
autônoma e emancipadora (LIMA, 2014, p. 60).
Art. 1º [...] como modalidade educacional na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com
estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares
ou tempos diversos (Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005).
Ações x Regulamentação
• A EaD aparece pela primeira vez na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional n. 9.394/1996, Artigo 80.
Por meio da alteração da Lei n. 12.014/2009, Artigo 62,
estabelece que a formação inicial deve ser
preferencialmente presencial e a formação continuada
poderá utilizar recursos tecnológicos e EaD –
Consonância com o PNE (2014-2024).
• Decretos n. 5.622/2005, 5.773/2006, 6.303/2007;
RQEAD (2007); Portaria n. 4.059/2004; Resolução CNE
n. 1/2001.
• Regulamentações possuem papel importante na
trajetória histórica da modalidade.
Ano
Presencial Distância
Categoria Administrativa Categoria Administrativa
Total
Pública
Privada Total
Pública
PrivadaFederal Estadual Municipal Federal Estadual Municipal
2002 1.636 195 73 65 57 1.441 25 16 9 7 - 9
2003 1.858 207 83 65 59 1.651 37 21 13 8 - 16
2004 2.010 224 87 75 62 1.786 45 24 13 10 1 21
2005 2.162 231 97 75 59 1.931 61 24 14 9 1 37
2006 2.266 248 105 83 60 2.018 77 33 22 10 1 44
2007 2.276 249 106 82 61 2.027 97 48 34 13 1 49
2008 2.248 236 93 82 61 2.012 115 59 42 16 1 56
2009 2.310 245 94 84 67 2.065 129 69 48 19 2 60
2010 2.373 278 99 108 71 2.095 135 67 48 18 1 68
2011 2.361 284 103 110 71 2.077 142 73 53 18 2 69
2012 2.412 304 103 116 85 2.108 150 80 58 18 4 70
Fonte: MEC/Inep
Número de Instituições de Educação Superior de Graduação Presencial e a Distância por Categoria Administrativa - Brasil 2002-2012
Total Geral
Total Geral
Existe uma concentração do maior número de matrículas em
poucas IES privadas e as IES públicas em sua maioria dependem
de fomento externo
97%
3%
IES Privadas credenciadas
IES Privadas credenciadas para cursos EaD
74%
26%
IES Públicas credenciadas
IES Públicas credenciadas para cursos EaD
Questiona-se o grau de
institucionalização da
EaD pelas IES públicas,
pois, em 2013 o número
de matrículas em IES
privadas foi de 973.858 e
nas públicas de 179.714.
Ano Título Descrição
1999 Proformação Formação em nível médio com habilitação em magistério,
para atingir prioritariamente as Regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste.
2000 TV Escola e os
Desafios de Hoje
Curso de extensão (primeiro em nível nacional),
coordenado pela UNB e oferecido pelas universidades
integrantes da UniRede, com apoio do MEC.
2004 Pró-Licenciatura Licenciaturas a distancia criadas por meio de consórcios
entre IES públicas e/ou confessionais.
2005 Universidade Aberta
do Brasil (UAB)
Licenciaturas, bacharelados, cursos tecnológicos, de
especialização, extensão e formação continuada.
2007 Sistema Rede e-Tec
Brasil
Visa a oferta de educação profissional e tecnológica a
distância.
2009 Parfor a distância Plano Nacional de Formação de Professores da Educação
Básica. Preferência – formação inicial presencial e
formação continuada a distância.
2010/
2015
Programas de
Mestrado Profissional
em Rede Nacional
Início dos programas de mestrado profissional a distância
ofertados pelas universidades, com coordenação da
Capes, em Matemática, Ensino de Física, Letras,
Administração Pública, Ensino de História e Artes.
Índices E-MEC - 2014
• 1.718 cursos cadastrados na modalidade EaD
• 185 extintos; 107 em extinção e 1426 em
atividade
• 637 licenciatura; 518 tecnológicos; 267
bacharelado e 4 sequenciais.
CPC – Conceito Preliminar de
Curso: 72,6% índices 3 e 4
Seis (6) IES que possuem IGC e Conceito Institucional (IC) com índice 5, três (3)
possuem cursos EaD.
Expansão – Concentração de IES na Região Sudeste, porém maior taxa de
crescimento foi na Sul e Nordeste. Ao somar a taxa percentual de crescimento
do número de IES que atuam na EaD, 2012, as duas regiões, Norte e Centro-
Oeste, totalizam 18%, ou seja, índice inferior aos 23,7% da região Nordeste, que
é a terceira colocada.
Expansão – o Censo de 2013 registrou a oferta de um total de
1.258 cursos, dos quais 476 (37,8%) em IES públicas e 782
(62,2%) em IES privadas. A maior parte foi oferecida na
Sudeste (569), Sul (294). Norte e Nordeste foi maior nas IES
públicas. Sul e Sudeste privadas mais expressivas.
Desafios
a) A regulamentação do pagamento por meio de bolsas nos
cursos a distância aos professores participantes
apresenta dois viéses: demonstrou capacidade do Estado
para dar continuidade à política de EaD pública na
formação de professores, mas se mostra incapaz da sua
continuidade pois não prevê a institucionalização pelas
IES e nem provimento de verbas para tal.
b) Consideramos problema para a institucionalização da
EaD a extinção da SEED no Governo Dilma.
c) Falta de avaliação; modelo top-down de implementação;
expansão com regulamentação desatualizada e
desarticulada.
Desafios
d) Existe um movimento de expansão da EaD pública e privada. A
expansão, todavia, aponta para um amplo processo de privatização,
mais intenso do que na graduação presencial, com grande concentração
nas regiões Sul e Sudeste, o que tem acarretado o aprofundamento das
assimetrias regionais.
e) A lógica da expansão privada tem se baseado mais na procura de novos
nichos econômicos do que na democratização do acesso, uma das
promessas de institucionalização e expansão dessa modalidade nas IES
públicas. O setor público, embora registre crescimento, não consegue
acompanhar a intensiva expansão da EaD no setor privado, que já
responde por mais de 84% das matrículas.
f) A tendência à definição de um modelo de EaD e de fomento dos cursos
para as IES públicas baseada em atendimento a editais e não como
ação institucional.
Desafios
g) A dicotomia estabelecida entre tutor e professor na EaD.
h) A necessidade de acompanhamento constante dos polos e
a redefinição de sua função. Superar avaliação por
amostragem.
i) Estabelecimento de uma adequada relação professor-aluno
j) Necessidade de fortalecer a autoavaliação das IES no
processo de avaliação institucional com maior
acompanhamento dos resultados.
k) Falta de acompanhamento na oferta das disciplinas
ofertadas a distância em cursos presenciais de acordo com
a Portaria n. 4.059/2004.
Perspectivas
PARA O ESTADO PARA AS IES
i – Utilização de mecanismos de
autonomia inserida, a partir das
expectativas da sociedade,
instituições e estudantes na
elaboração de regulamentação e
políticas públicas para a área.
ii – Estabelecimento de um sistema
de avaliação, supervisão e de
regulação que atenda às
características da modalidade de
EaD.
iii – Formulação de políticas públicas
para o desenvolvimento da
modalidade.
iv – Política de financiamento para a
EaD previsto no orçamento global da
instituição.
i – Clareza, compreensão da concepção e dos
objetivos e institucionalização da EaD.
ii – Interação e transitabilidade permanentes dos
atores envolvidos na modalidade: elementos
fundamentais e peculiares, que permeiam as
relações pedagógicas e de gestão.
iii – Arquitetura pedagógica própria da
modalidade.
iv – Equipe profissional efetiva, com
estabilidade, capacitação e plano de carreira.
v – Infraestrutura, parque tecnológico estável e
seguro com amplo acesso às informações e ao
conhecimento.
vi - Espaço para utilizar e desenvolver diferentes
atividades em ambientes físico e virtual.
vii – Mecanismos de avaliação e
acompanhamento próprio para a modalidade.
Perspectivas
Obrigada!
Professora Daniela da Costa B. P. Lima
(62) 8408-1473