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Este iivro é parte tia Teologia  Bíblica e da Teologia Histórica. É o estudo de assuntos introdu-tórios da Bíblia.

0 livro apresenta uma orien-tação sumária sobre a leitura e 

estudo das Sagradas Escrituras e mostra pontos fascinantes co-mo:

• A Estrutura da Bíblia;

• A Formação e a Trans-missão do Cânon Sagrado;

• Os Manuscritos e as Tra-duções;

• 0 Período inttrtesta

mentário;• Fatos Sobre as Nações 

contemporâneas.

Tambem são apresentadosnos para a com

Bíbiia, como: usosePovos e Geogra

 M k  A

.

IgKyl?:

W Êr 

Escola de Educação Teológica 

das Assembleias de DeusCaixa Postal 1031 • Campinas - SP • 13012-970www.eetad.com.br

ISBN 85-87860-36-4

9   7 8 8 5 8 7   8 6 0 3 6 1

Printed in Brazil

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BIBLIOLOGIAintrodução ao Estudo da Bíblia

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BIBLIOLOGIAintrodução ao Estudo da Bíblia

 Autoria de

nton io Gilberto da silva

 Adaptado para curso pela equ ipe redatoria l da EETAD

Escola de Educação Teológica das Assembléias de DeusCampinas • SP • Brasil

III

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Livro autodidático do Curso de Teologia da EETADNível Básico

Consultor TeológicoPastor Antonio Gilberto, M. Teol.

Equipe Editorial

Diagramação: Matheus SantosRevisão de textos: Martha Jalkauskas

Revisão Geral: Miriam Estevan

Supervisão de ProduçãoMárcio Matta

Coordenação GeralPr. Josué de Campos

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (C1P)

(Câmara Brasileira do Livro, SP Brasil)

Silva, Antonio Gilberto da

Blbliologia: introdução ao estudo da Bíblia: adaptado para curso pela equiperedatorial da EETAD / Antonio Gilberto da Silva. 1a edição.

Campinas, SP: Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus, 2006.

Bibliografia.

ISBN 85-87860-36-4

1. Bíblia - Crítica e interpretação 2. Bíblia - Estudo e ensino 3. Bíblia - LeituraI. Título.

06-5149

índices para catálogo sistemático

1. Bíblia: Estudo 2 20 .07

Filiação:ão Evangélica de Educação Teológica na América Latina

[ ASEC - Associação de Editores Cristãos

© Copyright 2008 • 1 -   Edição 200 6 • Edição revisada 201 0

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial.

Impresso no Brasil • Printed in Brazil • Impreso en Brasil

AETAL - Associaç

editores j cris tão s

CDD 220.07

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I COMO ESTUDAR ESTE LIVRO

As vezes, estudamos muito e aprendemos ou retemos pouco ou nada. Isto, emparte, acontece pelo fato de estudarmos sem ordem nem método. Embora sucintas, as

orientações a seguir lhe serão muito úteis.

1. Busque ajuda divina

Ore a Deus dando-Lhe graças e suplicando direção e iluminação do alto. Deuspode vitalizar e capacitar nossas faculdades mentais quanto ao estudo da Sua santaPalavra, bem como assuntos afins e legítimos. Nunca execute qualquer tarefa de estudoe trabalhos desta matéria, sem primeiro orar.

2. Tenha à mão materiais auxiliares

Além da matéria a ser estudada neste livro-texto, tenha à mão as seguintes fontesde consulta e referência:

a) Bíblia. Tenha mais de uma versão para leitura e meditação para quefundamente sua fé na Palavra de Deus; A EETAD utiliza a versão ARA (AlmeidaRevista e Atualizada), publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil. Na eventualidadede alguns versículos citados serem de outra versão, esta é citada entre parênteses.

b) Dicionários Bíblico e Teológico. Para a devida compreensão de termosinerentes;

c) Dicionário da Língua Portuguesa. Para a compreensão do significado dealgumas palavras utilizadas esporadicamente;

d) Atlas Bíblico. Para situar os fatos bíblicos no espaço geográfico.

e) Concordância Bíblica. Para a rápida localização de referências bíblicas;

f) Livros de apoio. Faça uso de bons livros de referência, publicados pelasprincipais editoras evangélicas. Veja, na Bibliografia Indicada, no final deste livro, ostítulos mais indicados para lhe auxiliarem no estudo desta matéria.

g) Livro ou caderno de apontamentos individuais. Habitue-se a sempretomar notas durante suas aulas, estudos e meditações, a partir da Bíblia, de tudo quevenha a ser útil no avanço do seu conhecimento teológico e no desempenho do seuministério.

V

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3. Seja organizado ao estudar

a) Ao primeiro contato com a matéria, procure obter uma visão global da mesma,isto é, como um todo. Nessa fase do estudo, não sublinhe nada. Não faça apontamentos.Não procure referências na Bíblia. Procure, sim, descobrir o propósito da matéria emestudo, isto é, o que ela visa comunicar-lhe.

b) Passe então ao estudo minucioso de cada Lição, observando a seqüência dosTextos que a compõem. Agora, sim, à medida que for estudando, sublinhe palavras,frases e trechos-chaves. Faça anotações no caderno a isso destinado. Se essas anotaçõesforem desorganizadas, nenhum benefício você terá.

c) Ao final de cada Texto, feche o livro e procure recompor de memória suasdivisões principais. Caso tenha alguma dificuldade, volte ao Texto. O aprendizado éum processo metódico e gradual. Não é algo automático como apertar um botão damáquina para funcionar. Pergunte aos que sabem, como foi que aprenderam.

d) Ao término de cada Lição, responda os exercícios do Questionário da Liçãosem consultar os Textos correspondentes. Em seguida volte aos Textos, comparandosuas respostas. Tanto as perguntas que ficaram em branco como aquelas com respostaserradas, só deverão ser completadas ou corrigidas após sanadas as dúvidas pelo estudopaciente e completo dos Textos correspondentes.

e) Reexamine a Lição estudada, bem como seus exercícios.

f) Passe para a Lição seguinte.

g) Ao final do livro, reexamine toda a matéria estudada; detenha-se nos pontosque lhe foram mais difíceis, ou que falaram mais profundo ao seu coração.

Observando sempre todas estas orientações, você chegará a um resultadosatisfatório em seu estudo, tanto no aprendizado quanto no crescimento espiritual.

VI

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1INTRODUÇÃO

Bibliologia é parte da Teologia Bíblica e da Teologia Histórica. É também chamada

Isagoge, termo grego que significa conduzir para dentro, uma vez que conduz ao interiordo infinito campo das Santas Escrituras. Destarte, Bibliologia é o estudo dos assuntosintrodutórios à Bíblia. Ela auxilia poderosamente o estudante na compreensão da Bíblia,e é indispensável a qualquer área da Teologia por auxiliar na elucidação dos inumeráveis fatos bíblicos.

Um dos pontos altos da Bibliologia é a exposição da milagrosa história da Bíblia:como ela é formada e como chegou até nós.

Sendo um livro divino mas produzido por canais humanos e para o ser humano,é natural que a Bíblia faça referência a tudo o que é humano e terreno, como países,povos, raças, línguas, usos, costumes, culturas, montanhas, rios, desertos, mares, climas,solos, estradas, plantas, produtos, minérios, animais, comércio e as mazelas humanas,inclusive.

Esse é o imenso palco da revelação divina que temos na Bíblia. Daí a necessidadede termos pelo menos uma noção dos fatos registrados, para compreendermos o queDeus quer nos dizer.

Apresentamos inicialmente uma orientação sumária sobre a leitura e o estudodas Santas Escrituras, e daí prosseguimos numa sequência lógica, tratando de:

a) Sua estrutura. Divisão e classificação dos livros; detalhes sobre capítulos,versículos, tema central e especificidades do texto. A Bibliologia não esgota osparticulares de cada livro, por ser este o domínio da Síntese Bíblica.

b) O Cânon Sagrado. Sua formação e transmissão até nós.

c) Preservação e tradução. Isto abrange as línguas originais, os manuscritos,as versões e as traduções do Santo Livro.

d) História geral do povo da Bíblia - Israel. Isto inclui o período inter-testamentário (entre Malaquias e Mateus) e fatos sobre as nações contemporâneas. ABíblia foi tecida no tear da História, e se o estudante ignorar esta última, terá sempredificuldades na compreensão dos fatos da Bíblia.

e) Auxílios externos para a compreensão da Bíblia. Integram esta parte do

estudo a geografia bíblica, a cronologia geral, e os usos e costumes dos povos bíblicos.VII

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Tem sido privilégio do autor deste livro estudar a santa Palavra de Deus porcinco décadas e, nesse tempo, ter reconhecido, mais e mais, a necessidade de cadaestudante (não apenas leitor) da fííblia de aprofundar-se nos assuntos que constituema Bibliologia.

Memorizemos os 66 livros da Bíblia e suas respectivas abreviaturas:

Na

Hc

Sf 

Ag ____ Zc

Ml _

Mt

M c _ 

Lc _ 

Jo_  __ 

 A t __ 

Rm ____ 

1 C o __ 

2Co

GL -

 _________________________________________ 

  Ef Ester  ______________________  Et __________ Filipenses ____________    Fp

Jó Jó Colossenses Cl

Salmos SI 1 Tessalonicenses   1Ts

Provérbios Pv 2 Tessalonicenses 2Ts

Eclesiastes Ec 1 Timóteo 1Tm

Cantares Ct 2 Timóteo 2Tm

1saías Is Tito Tt

Jeremias Jr   Filemom Fm

Lamentações de Jeremias Lm Hebreus HbEzequiel Ez Tiago TgDaniel Dn 1 Pedro 1Pe

Oséias Os 2 Pedro 2Pe

Joel Jl 1 João 1Jo

 Amós  Am 2 João 2Jo

Obadias Ob 3 João 3Jo

Jonas Jn Judas Jd

Miquéias Mq  Apocalipse Ap

Lovilico

■’Números-,

D('ulPionomio 

Josué

Juizes

Rute

ISamue l  ____ 

2^Samuel_ _ 

 _1 R e is  ____ 

2 Reis_ _ _

^ Crônicas^ _

 _2 Crônic_as_

JEsdras _ _

Neemias

Marcos- r-

Lucas

João . -

 Atos dos Apóstolos

Romanos ________ 

\  C orínt ios  _______ 

2 Coríntios  _____ 

Gálatas  __________ 

Efésios

VIII

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 LIÇÃO TEXTO PÁG.

1. A IMPORT ÂN CIA DAS ESCR ITUR AS 01

A Razão da Necessidade das Escrituras.......................................   1 03A Razão da Necessidade das Escrituras (Cont.) .........................  2 05Como Estudar a Bíblia .....................................................................  3 07

2. A BÍBLIA COMO LIVRO 11

Os Livros Antigos.............................................................................  1 13A Estrutura da Bíblia.......................................................................   2 16A Estrutura da Bíblia (Cont.)........................................................   3 19O Tema Central da Bíblia ...............................................................   4 21Observações Úteis e Práticas.........................................................   5 25

3. A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 29

A Inspiração Divina da Bíblia ........................................................   1 31A Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)..........................................  2 33Harmonia e Unidade da Bíblia......................................................   3 35

Provas da Inspiração Divina da Bíblia..........................................

  4 37Provas da Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)...........................   5 39'Provas da Inspiração Divina da Bíblia (Cont.) ...........................   6 41

4. O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓR ICA 45

O Cânon do Antigo Testamento...................................................  1 47A Formação do Cânon do Antigo Testamento...........................   2 49O Cânon do Novo Testamento......................................................   3 52

Datas e Períodos Sobre o Cânon em Geral ..................................  4 55

5. PRESERVAÇÃO E TRA DU ÇÃ O DA BÍBLIA 61

As Línguas Originais da Bíblia.......................................................   1 63Os Manuscritos da Bíblia ...............................................................   2 66Os Manuscritos da Bíblia (Cont.)..................................................  3 68Os Manuscritos da Bíblia (Cont.)..................................................  4 70

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6. PRESERVAÇÃO E TRA DU ÇÃ O DA BÍBLIA (Cont.) 75

A Tradução da Bíblia..........................................................................   1 77A Tradução da Bíblia (Cont.)............................................................  2 79Outras Versões Orientais e Ocidentais............................................   3 82Versões em Português.........................................................................   4 84Peculiaridades Sobre o Texto Bíblico e Sua Tradução .................   5 87

7. A SEQUÊNCIA DA H ISTÓR IA BÍBLICA 91 a

A Epoca Pré-Abraâmica....................................................................  1 93A Época de Israel................................................................................   2 96Da Conquista de Canaã à Monarquia............................................   3 99O Reino Dividido................................................................................  4 102Profetas do Reino Dividido................................................................  5 104O Cativeiro do Reino de Judá...........................................................  6 105Restauração Pós-Cativeiro................................................................  7 107

8. A SEQUÊN CIA DA H ISTÓ RIA BÍBLIC A (Cont.) 113

O Período Interbíblico........................................................................  1 115O Período Interbíblico (Cont.)........................................................   2 117A Palestina Independente Sob os Macabeus .................................  3 119A Palestina Sob o Domínio Rom ano..............................................   4 121A Palestina Sob o Domínio Romano (Cont.) ................................  5 123Até os Nossos Dias..............................................................................  6 125

9. CRO NO LOGIA BÍBLICA 131

Considerarações Acerca do Estudo da Cronologia Bíblica 1 133Cronologia da Bíblia e da História Contemporânea.....................   2 137Cronologia da Bíblia e da História Contemporânea (C ont.) 3 139Cronologia Diversa ............................................................................   4 142Cronologia dos Impérios Mundiais.................................................. 5 145Cronologia dos Impérios Mundiais (C ont.)...................................   6 148

10. GEO GR AFIA BÍBL ICA 153

O Mundo Bíblico................................................................................   1 155O Mundo Bíblico (C on t.)..................................................................   2 158O Mundo Bíblico (Cont.).................................................................   3 161Mares, Montanhas, Rios e Cidades da Bíblia .................................  4 165Vida e Costumes dos Povos Bíblicos ...............................................   5 170

Gabarito - Questionários das Liç õe s ........................................................   173Bibliografia Indicada......................................................................................   174Referências Bibliográficas.............................................................................  176Currículo do Curso de Teologia - Nível Básico ....................................   177Currículo do Curso de Teologia - Nível Médio.........................................   178

X

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^ ^ lo n fo r m e registra, por exemplo, o salmo 19.1-6, é através da Criação que Deus1 tem Se revelado ao homem. Deus revela-Se também através da Palavra Escrita,

Bíblia Sagrada (Rm 15.4), e da Palavra Viva, Jesus Cristo (Jo 1.1).

Essa dupla revelação, como veremos, tornou-se necessária devido à queda dohomem. E uma providência divina como o principal meio do homem natural conhecer

a Deus e Sua vontade, e do cristão conhecer o propósito santificador de Deus para sie para todos os salvos.

Esta Lição apresenta porque é importante estudarmos as Escrituras e seu propósitoem quatro aspectos:

1. Prepara-nos como crentes para respondermos àqueles que pedem a razãoda esperança que há em nós, conforme 1 Pedro 3.15;

2. Faz obreiro aprovado no correto manejo da Palavra da Verdade, conforme2 Timóteo 2.15;

3. Desenvolve a fé do crente, quanto ao fato de que a Bíblia é a infalívelPalavra de Deus, como declara Isaías 34.16;

4. Mostra a luz e proporciona entendimento aos simples, de acordo com osalmo 119.130.

A considerar que a Bíblia é não somente um livro para ser lido, mas estudado e

seus ensinos aplicados à nossa vida cristã, esta Lição apresenta também a maneiracomo devemos estudá-la: o relacionamento com Seu autor, a frequência recomendávelpara a lermos e com que atitude, de ordem mental e espiritual.

Portanto, que Deus nos acompanhe passo a passo ao longo desta Lição e nosfaça mais habilitados para realizarmos Sua obra na terra.

1

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2 BIBLIOLOGIA

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. A Razão da Necessidade das Escrituras2. A Razão da Necessidade das Escrituras (Cont.)3. Como Devemos Estudar a Bíblia

OBJETIVO S DA LIÇÃO

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:

1. Citar três razões porque devemos estudar a Bíblia;

2. Discorrer sobre as razões pelas quais devemos ler, crer e praticar a Bíblia;

3. Explicar as maneiras de se estudar a Bíblia de forma proveitosa.

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LIÇÂO 1: A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 3

T E X T O 1

A RAZAO DA NECESSIDADE DAS ESCRITURAS

Deus tem Se revelado através dos tempos por meio de Suas obras, isto é, a Cria-ção (Rm 1.20; SI 19.1-6). Porém, na Palavra de Deus temos uma revelação especial emaior. Temo-la de duas maneiras:

a) Na Bíblia - a Palavra Escrita (Rm 15.4);b) Em Cristo - a Palavra Viva (Jo 1.1).

Esta revelação é dupla e tornou-se necessária devido à queda do homem.

O estudo das Escrituras

A necessidade do estudo das Escrituras está explícita nos seguintes textos:

"... santificai a risio, com> Senhor, em vosso coração, estando sempre  preparados para responder a todo aquele que ves pedir razão da 

esperança que há em vás."  (1IV >. 15)

“Procura apresentar-ie a Deus aprnvadn, armo ohreirn que tiàm teju de  que se eiiver m/uir, que num ja hem n palavra dit venLulc.”

"Buscai no livro do Si-.\ii< '!<, c lede: Xenlntma destas criaturas jalluira. nem uma nem outra  / aliará;  /’tnque a hoca do Si:\it< w o ordenou, e n seu Espirito mesmn as ajuntará."  (Is H. 16)

“A revelação das luas palavras esclarece e da entendimento aos simples."  (SI I 19.1 30)

O preparo e o entendimento das Escrituras ocorre por meio de seu estudo organizado e sistemático. A análise dos versículos a acima nos conduz a dois pontos desuma importância: porque e como devemos estudar a Bíblia.

Estudar é mais do que ler: é aplicar a mente a um assunto, de modo sistemático,

e constante e compenetrado, por meio do raciocínio, da percepção e da memória.

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4 BIBLIOLOGIA

Porque estudar a Bíblia

Destacamos abaixo quatro razões pelas quais devemos estudar a Bíblia

1. É o único manual de vida. O crente é salvo para servir ao Senhor (IPe

2.9; Ef 2.10). Sendo a Bíblia o livro'texto do cristão, é imperioso que este a manejebem para o desempenho eficiente de sua missão (2Tm 2.15). O profissional eficientesabe empregar as ferramentas de seu ofício. Essa eficiência não é automática: ela pro-vém do estudo e da prática.

Assim deve ser o crente na vida cristã e no trabalho dedicado ao Senhorem relação ao seu manual - a Bíblia. Entre as promessas de Deus àquele que conhecedevidamente a Sua Palavra, encontramos a registrada em Isaías 55.11: “assim será a 

 palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e 

 prosperará naquilo para que a designei.”.

2. Alimenta nossa alma. Não há dúvida de que o estudo da Palavra desDeus proporciona nutrição e crescimento espiritual. E tão indispensável à alma quan-to o pão ao corpo. Nas passagens a seguir, ela é comparada ao alimento, porém este sónutre o corpo quando é absorvido pelo organismo.

“Jesus, porém, respondeu: Está escrito: \:ãn só de pão viverá o korncni,

mas de toda palavra que proccde da boca de Deus.”   (Mt 4.4)“Achadas as tuas palavras, logo as comi: as (uas palavras me foram  gozo e alegria para o coração, pois. pela icu nome sou chamado, 

ó Senhor, Deus dos hxcrciios.”  (Jr 15.16)

“desejai ardentemente, como crianças rcccm-nasddas, o genuíno Iciw espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação"

(IPe 2.2)

O texto de 1 Pedro 2.2 fala do intenso apetite dos recém-nascidos; assimdeve ser o nosso apetite pela Palavra divina. Bom apetite pela Bíblia é sinal de saúdeespiritual.

3. É o instrumento que o Espírito Santo usa (Ef 6.17). Se em nós houverabundância da Palavra de Deus, o Espírito Santo terá o instrumento com que operar. / s  

E preciso, pois, meditar nela (SI 1.2; Js 1.8). E preciso deixar que ela domine todas asesferas da nossa vida, dos nossos pensamentos e do nosso coração e, assim, molde todoo nosso viver diário. Em suma: precisamos ficar saturados da Palavra de Deus.

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LIÇÁO 1: A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 5

Um requisito primordial para Deus responder nossas orações é estarmosimbuídos da Sua Palavra. Aqui está, em parte, a razão de muitas orações não seremrespondidas: o desinteresse pela Palavra de Deus.

O texto de João 15.7 diz: “Se  permanecerdes em mim, e as minhas palavras  permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.  Pelo menos três fatosestão implícitos aqui:

1. Na oração precisamos apoiar nossa fé nas promessas de Deus, queestão na Bíblia;

2. A Palavra de Deus produz fé em nós (Rm 10.17);

3. Nossas petições devem ser feitas segundo a vontade de Deus (ljo

5.14), e um dos meios de sabermos a vontade de Deus é a Sua Palavra.

T E X T O 2

A RAZÃO DA NECESSIDADE DAS ESCRITURAS(Cont.)

Porque estudar a Bíblia (Cont.)

A última das razões destacadas pelas quais devemos estudar a Bíblia diz respeitoa que:

4. Enriquece espiritualmente nossa vida (Sl 119.72). Essa riquezada revelação do Espírito primeiramente “para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele.  ”(Ef 1.17). A pessoa que procurar entender a Bíblia somente através da capacidadeintelectual muito cedo desistirá da leitura. Só o Espírito de Deus conhece as coisas deDeus (ICo 2.10).

Um renomado expositor cristão informa que há 32.000 promessas na Bíblia toda! Pensemos que fonte de riqueza há aí! Entre as riquezas derivadas da Bíblia

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6 BIBLIOLOGIA

está a formação do caráter ideal, bem como a formação da vida cristã. A Bíblia é amelhor diretriz de conduta humana; a melhor formadora de caráter. Os princípios quemodelam nossa vida devem dela proceder.

A falta de orientação espiritual correta e pronta segundo a Palavra de Deus,especialmente quanto a novos convertidos, tem resultado em inúmeras vidas desequilibradas e doentias pelo resto da existência, as quais só um milagre de Deus podereajustar. Pessoas assim ferem a si mesmas e aos demais a seu redor.

A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Tudo que Deus tem para o homem e dele requer, e tudo que o homem precisa saber espiritualmente da parte deDeus, quanto à sua redenção, conduta cristã e felicidade eterna, está revelado naBíblia. Tudo o que o homem tem a fazer é tomar o Livro e apropriar-se dele pela fé. O

autor da Bíblia é Deus, seu real intérprete é o Espírito Santo e seu tema central é oSenhor Jesus Cristo.

O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia para ser salvo e praticara Bíblia para ser santo.

Na vida cristã e no trabalho do Senhor em geral, o Espírito Santo só nos poderálembrar o texto bíblico preciso se este tiver sido lido ou estudado Qo 14.26). E possívelalguém ser lembrado de algo que não sabe ou, no caso específico da Bíblia, não tenha

lido? E evidente que não. Portanto, o Espírito Santo quer não somente encher o crente, mas também encontrar nele o instrumento com que operar a Palavra de Deus.

Ter o Espírito Santo e não conhecer a Palavra de Deus conduz ao fanatismo,visto que há pessoas assim querem usar o Espírito Santo, em vez de permitir que Ele asuse. Conhecer a Palavra e não ter o Espírito conduz ao formalismo. Estes dois extremos são igualmente perigosos.

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LIÇÁO 1: A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 7

T E X T O 3

COMO ESTUDAR A BÍBLIA

 Já mostramos que a Bíblia é um livro para sernão apenas lido, mas estudado. Como divina e inspirada Palavra de Deus, a Bíblia é um livro singular,do qual maior proveito tira quem sabe estudá-lo. Eé exatamente com o propósito de tirarmos o máximo de proveito do estudo da Bíblia que apresenta

mos cinco passos para seguirmos.1. Ler a Bíblia conhecendo seu Autor.

Isto é de suprema importância e é a melhor maneira de se estudar a Bíblia. Ela é oúnico livro cujo Autor está presente quando se lê. O autor de um livro pode explicá--lo como ninguém.

A Bíblia é um livro fácil e ao mesmo tempo difícil; simples e ao mesmotempo complexo. Não basta apenas lermos suas palavras e analisarmos detidamente

suas declarações. Tudo isso é indispensável, mas não basta.É preciso conhecer e amar seu Autor. Desta forma, a compreensão será

mais fácil. Façamos como Maria, que aprendia aos pés do Mestre (Lc 10.39); aos pésdEle ainda é o melhor lugar!

2. Ler a Bíblia diariamente (Dt 17.19). Estima-se que 90% dos crentes nãoleiam a Bíblia diariamente; portanto, não é de admirar haver tantos deles frios e infrutíferos nas igrejas. Mais do que isto, espiritualmente são anões, raquíticos, mundanos,carnais, indiferentes, nervosos e iracundos. Sem crescimento espiritual, Deus não revela Suas verdades profundas Qo 16.12; Hb 5.12; Mc 4.33).

É de admirar haver pessoas que acham tempo para ler, ouvir e ver de tudo,menos a Palavra de Deus. Resultado: “comem” tanto outras coisas que perdem o apetite para as coisas de Deus. E justo e próprio ler outras coisas, mas devemos tomar maistempo com as Escrituras.

Estarrece o fato de que muitos líderes de igrejas não levem seu povo a ler aBíblia. Não basta assistir aos cultos, ouvir sermões e testemunhos, acompanhar estudos bíblicos e ler boas obras de literatura cristã. E preciso a leitura bíblica individual,

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8 BIBLIOLOGIA

pessoal. Há crentes que só se alimentam “espiritualmente” quando lhe dão comida naboca, isto é, pela colher do pastor, do professor da Escola Bíblica Dominical, etc. Seninguém lhe der “comida”, morrerá de inanição espiritual.

3. Ler a Bíblia com a melhor atitude mental e espiritual. Isto é de capitalimportância para o êxito no estudo bíblico. A atitude correta é a seguinte:

a) Estudar a Bíblia como a Palavra de Deus e não como uma obra literária qualquer;

b) Estudar a Bíblia com o coração e em atitude devocional, e não apenas com o intelecto.

As riquezas da Bíblia são para os humildes que temem ao Senhor (Tg1.21). Quanto maior for nossa comunhão com Deus, mais humilde seremos. Os galhos mais carregados de frutos são os que mais se abaixam. E preciso lermos a Bíbliasem duvidarmos do seu ensino. A dúvida e a descrença cegam o leitor (Lc 24.25).

4. Ler a Bíblia em oração, devagar, meditando. Assim fizeram os servos deDeus no passado, a exemplo de Davi (SI 119.12,18) e Daniel (Dn 9.21-23). O caminho ainda é o mesmo. Na presença do Senhor em oração, as coisas incompreensíveissão esclarecidas (SI 73.16,17). A meditação aprofunda o sentido. Muitos leem a Bíblia

apenas, para estabelecerem recorde de leitura. Ao lermos a Bíblia, devemos aplicá-laprimeiro a nós próprios, senão, não haverá virtude alguma.

5. Ler a Bíblia toda. Há uma riqueza insondável nisso! É a única maneirade conhecermos a verdade completa dos assuntos tratados na Bíblia, visto que a revelação de Deus é progressiva. Sendo a Palavra de Deus, ela é infinita. Mesmo as mentesmais férteis do mundo não podem abarcá-la completamente. Não há no mundo quemesgote a Bíblia.

Todos somos sempre alunos (Rm 11.33,34; ICo 13.12; Dt 29.29) e quem nosajuda no esclarecimento das Escrituras é o Espírito Santo, concomitantemente comoração e estudo. Ele, que conhece as profundezas de Deus, pode ir revelando o conhecimento da verdade, à medida que buscamos a Sua face e andamos mais perto dEle.

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LIÇÁO 1: A IMPORTÂNCIA DAS ESCRITURAS 9

QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO

I. Assinale com “X ” a alternativa correta.

1.01 E dever do crente, em relação às Escrituras, estudá-la e aplicá-la à menteX a) de modo sistemático, constante e compenetrado.

  b) para ganhar mais pontos nos concursos bíblicos.  c) para recitar de cor os livros da Bíblia.  d) Nenhuma das alternativas está correta.

1.02 A Bíblia é o instrumento que o Espírito Santo usa para agir em nós. É preciso,pois, que ela domine todas as esferas

  a) da nossa vida.  b) dos nossos pensamentos.  c) do nosso coração.

d) Todas as alternativas estão corretas.

1.03 Para que Deus responda às nossas orações devemos estar imbuídos da Sua Palavra. Então,  a) saberemos apoiar nossa fé nas promessas de Deus.  b) a Palavra de Deus produzirá fé em nós.  c) saberemos submeter nossos pedidos à vontade de Deus.

d) Todas as alternativas estão corretas.

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10 BIBLIOLOGIA

II. Marque “C ” para certo e “E” para errado.

|^1.04 Importa saber que o Espírito Santo só nos lembra o texto bíblico preciso se oconhecermos.

 j£ V l.05 A Bíblia é a melhor diretriz de conduta humana e a melhor formadora de ca

ráter.

^ 1.06 De acordo com a Lição estudada, o autor da Bíblia é o Espírito Santo, seureal intérprete é Jesus Cristo e o seu tema central é Deus.

C   1.07 Maria foi um exemplo de quem aprendia as Escrituras aos pés do Mestre.

/=■ 1.08 Sem crescimento espiritual, que provém da leitura diária da Bíblia, Deus nãonos revela Suas verdades profundas.

Ç_  1.09 Ler a Bíblia duvidando do seu ensino cega o leitor.

 f    1.10 A revelação de Deus mediante a leitura da Bíblia é progressiva.

ANOTAÇÕES

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HÜSsSSBB

A BÍBLIA COMO LIVRO

Esta Lição apresenta como os livros eram formados, desde o maierial utilizadoaté a maneira como eram feitos c conservados os registros escritos. Sendo umlivro antigo, a Bíblia nasceu de um processo totalmente diferenciado de como a

conhecemos hoje, na forma impressa ou mesmo na forma virtual e online, utilizando--se o mais alto padrão tecnológico.

Sem alterar jamais o teor da mensagem divina, a composição da Bíblia tambémsofreu alterações, a considerar que os livros sagrados não estavam no princípio todosreunidos como os temos agora. As invenções e descobertas feitas ao longo da Históriapelo homem, como o papel e o prelo de tipos móveis, propiciou a difusão progressivada Palavra de Deus por todo o globo.

Diversas são as designações que a Bíblia emprega a si mesma, o que veremosdurante o estudo desta lição, assim como o significado e a origem deste termo - Bíblia.

A estrutura da Bíblia é também objeto de estudo desta Lição, como sua divisãoem dois Testamentos, em capítulos e em versículos. Os autores dos livros bíblicos sãotambém aqui abordados, levando-se em conta que foram escritos por cerca de quarentapessoas, no decorrer de aproximadamente dezesseis séculos, o que não impediu jamaiso milagre da perfeita harmonia e da unidade do texto bíblico.

Sendo Jesus Cristo o tema central dos 66 livros que compõem as SagradasEscrituras, é possível sintetizá-los em (a) preparação, (b) manifestação, (c) explanaçãoe (d) consumação, para efeito de entendimento.

Além da composição, da estrutura e do tema central, esta Lição apresenta algumasparticularidades sobre a Bíblia, que seguramente nos serão úteis e práticas para o estudo.

Acompanhemos, então, as páginas que se seguem.

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12 BIBLIOLOGIA

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. Os Livros Antigos2. A Estrutura da Bíblia3. A Estrutura da Bíblia (Cont.)

4. O Tema Central da Bíblia5. Algumas Observações Úteis e Práticas

OB JETIVO S DA LIÇÃO

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:

1. Descrever a forma primitiva da Bíblia;

2. Definir a palavra testamento no contexto do estudo da Bíblia;

3. Dar a estrutura da Bíblia no que concerne ao Novo Testamento;

4. Dizer qual o tema central da Bíblia;

5. Mencionar três observações úteis e práticas no estudo das Escrituras.

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LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 13

T E X T O 1

OS LIVROS ANTIGOS

Como todo livro antigo, a Bíblia, em sua composição original, também tinha aforma de rolo (Jr 36.2). Os rolos eram feitos de papiro e de pergaminho.

Papiro

O papiro era uma folha para escrever e/ou pintar, feita de tiras cortadas dessas hastes, umedecidas, justapostas e/ou  

entrecruzadas, batidas para se obter sua unificação e geralmente polida após a secagem. Criado pelos egípcios, foi o principal suporte da escrita na Antiguidade, especialmente naregião do Mar Mediterrâneo, onde a maior parte dos livrose registros diversos era constituída por rolos de papiro.

O papiro era uma planta aquática que crescia juntoaos rios, lagos e banhados do Oriente, cuja entrecasca servia para escrita. Essa planta existe ainda hoje no Sudão, naGalileia Superior e no vale de Sarom. As tiras extraídas dopapiro eram coladas umas às outras até formarem um rolode qualquer extensão. Este material gráfico primitivo é mencionado muitas vezes naBíblia, por exemplo em, Êxodo 2.3, Jó 8.11 e Isaías 18.2. Em certas versões da Bíblia opapiro é mencionado como junco;  de fato, o papiro é um tipo de junco de grandesproporções. De papiro deriva-se a palavra papel Seu uso nas Escrituras remonta ao ano3000 a.C.

Pergaminho

O pergaminho consistia em peles, principalmente de carneiro ou ovelha, submetidas a um banho de cal e depoisraspadas e polidas com pedra-pomes. Feito isso, eram lavadas, novamente raspadas e colocadas para secar em molduras de madeira, para evitar a formação de pregas ou rugas.Por fim, recebiam uma ou mais demãos de alvaiade (pigmento branco, constituído de carbonato de chumbo, usadoem pintura de exteriores).

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14 BIBLIOLOGIA

Melhor e mais durável que o  papiro,  o nome  pergaminho  deriva da cidade dePérgamo, onde, provavelmente no século II a.C., o processo foi desenvolvido. Seu usoé mais recente do que o do papiro; provém dos primórdios da Era Cristã, apesar de já

 /

ser conhecido antes. E também mencionado na Bíblia, como em 2 Timóteo 4.13.

O formato primitivo da Bíblia

A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo,sendo cada livro um rolo. Assim, vemos que, a princípio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aosoutros como os temos agora em um volume único, aBíblia. O que tornou isso possível foi a invenção do papel no século II pelos chineses, bem como a do prelo detipos móveis em 1450 d.C., por Gutenberg, tipógrafoalemão. Até então era tudo manuscrito pelos escribas,de modo laborioso, lento e oneroso.

Quanto ao aspecto da difusão da Sua Palavra, Deustem abençoado maravilhosamente. Através dos milhõesde exemplares impressos, com rapidez e facilidade emmuitos pontos do globo, a distribuição e a disseminaçãoda Bíblia, ou apenas o Novo Testamento, maior número

de pessoas vem sendo alcançadas.Graças também ao progresso alcançado no campo das invenções e da tecnologia,

hoje podemos transportar, com toda a comodidade, um exemplar da Bíblia, coisa impossível nos tempos primitivos. Ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das escrituras hebraicas continuam em uso nas sinagogas judaicas.

O vocábulo Bíblia

O termo Bíblia não se encontra no texto das Sagradas Escrituras. Consta apenasda capa, mas não no texto. Donde, pois, provém este vocábulo? Do grego, a línguaoriginal do Novo Testamento.

A palavra Bíblia, que é uma forma plural, deriva do grego bíblos  ou bíblion,  quesignifica rolo ou livro. Bíblion, no caso nominativo plural, assume a forma bíblia,  significando livros. No latim medieval, é usado como uma palavra singular - uma coleçãode livros ou “a Bíblia” (fonte: www.google.com.br) .

Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado biblion  e vários destes

formavam uma bíblia.  Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer coleção de li

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LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 15

vros pequenos. Com a invenção do papel, desapareceram os rolos e a palavra biblos deuorigem a livro, como se vê em biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc. E consenso entre osdoutos no assunto que o nome Bíblia  foi primeiramente aplicado às Sagradas Escritu-ras por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no século IV da nossa era.

Devido as Escrituras constituírem uma unidade perfeita, a palavra Bíblia, sendouma forma plural, como acabamos de ver, passou a ser singular, significando O Livro,isto é, O Livro dos Livros, O Livro por Excelência. Como Livro Divino, a definiçãocanônica da Bíblia é “A Revelação de Deus à Humanidade”.

Entre inúmeros outros, os nomes mais comuns que a Bíblia emprega a si mesma,isto é, nomes canônicos, são:

Escrituras: “Perguntou-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os 

construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular ; isto procede do Senhor e é  maravilhoso aos nossos olhos?”  (Mt 21.42).

Sagradas Escrituras: “o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras.”  (Rm 1.2).

Livro do Senhor: “Buscai no livro do S e n h o r  e lede: Nenhuma destas criaturas  falhará ...”  (Is 34.16).

A Palavra de Deus: “invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição ...”  (Mc 7.13); “... a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer  espada de dois gumes...”  (Hb 4.12).

Os oráculos de Deus: “... aos judeus foram confiados os oráculos de Deus.”  (Rm3.2).

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16 BIBLIOLOGIA

T E X T O 2

A ESTRUTURA DA BÍBLIA

Estudaremos neste Texto a estrutura ou composição da Bíblia, isto é, sua divisãoem partes principais e seus livros quanto à classificação por assuntos, divisão em capítulos e versículos e certas particularidades indispensáveis.

Os Dois Testamentos

A Bíblia divide-se em duas partes principais: o Antigo e o Novo Testamento,tendo ao todo 66 livros: 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Estes 66livros foram escritos num período, aproximadamente, de 16 séculos por cerca de 40autores.

Aqui está um dos milagres da Bíblia. Esses escritores pertenciam às mais variadasprofissões e atividades, viveram e escreveram em países, regiões e continentes diferentes, distantes uns dos outros, em épocas e condições diversas. Entretanto, seus escritosformam uma harmonia perfeita. Isto prova que Um só os dirigia no registro da revelação divina.

A palavra testamento provém do termo grego diatheke e significa:

a) aliança ou concerto, no Antigo Testamento a palavra usada é berith,  quesignifica concerto.

b) testamento,  isto é, um documento contendo a última vontade de alguém quanto à distribuição de seus bens após a morte.  Esta é a palavra empregada no NovoTestamento, como, por exemplo, em Lucas 22.20. O duplo sentido do termo gregomostra duas coisas: que a morte do testador (Cristo) ratificou ou selou a Nova Aliança

e, portanto, nos garante toda a herança (Hb 9.15-17).

O título “Antigo Testamento” foi primeiramente aplicado aos primeiros 39 livrosda Bíblia por Tertuliano e Orígenes, que integram a era patrística da Igreja.

Na primeira divisão principal da Bíblia temos o Antigo Concerto (também chamado pacto, aliança), vindo pela Lei, feito no Sinai e selado com sangue de animais(Ex 24.3-8; Hb 9.19,20). Na segunda divisão principal, o Novo Testamento, temos oNovo Concerto, advindo pelo Senhor Jesus Cristo, feito no Calvário e selado com o

Seu próprio sangue (Lc 22.20; Hb 9.11-15). E, pois, um concerto superior ao anterior.

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LIÇÂO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 17

O Antigo Testamento

Como dissemos, o Antigo Testamento contém 39 livros e foi escrito originalmente em hebraico, com exceção de pequenos trechos escritos em aramaico, línguaque Israel contraiu no exílio babilónico. Há também algumas palavras persas. Seus 39livros estão classificados em 4 grupos, .conforme o assunto a que pertencem: Lei, História. Poesia e Profecia.

1. Lei. São 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.Esta seção do Antigo Testamento também é chamada de “Pentateuco”. Esses livrostratam da origem de todas as coisas, da Lei e do estabelecimento da nação israelita.

2. História. São 12 livros: de Josué a Ester. Ocupam-se da história de Israelnos seus vários períodos:

a) Teocracia, sob o comando dos juizes;

b) Monarquia, sob o reino de Saul, Davi e Salomão;

c) Divisão do reino e cativeiro, contendo o relato dos reinos de Judáe Israel, este levado sob cativeiro para a Assíria e aquele para a Babilônia.

d) Pós-Cativeiro. sob a liderança de Zorobabel, Esdras e Neemias emconjunto com os profetas, seus contemporâneos.

3. Poesia. São 5 livros: de Jó a Cantares de Salomão. São chamados“Poéticos”, não porque sejam cheios de imaginação e fantasia, mas devido ao gênerode seu conteúdo. São também chamados “Devocionais”.

4. Profecia. São 17 livros: de Isaías a Malaquias. Subdividem-se em:

a) Profetas Maiores: Isaías a Daniel (5 livros);b) Profetas Menores: Oséias a Malaquias (12 livros).

' Os nomes “Maiores” e “Menores” não se referem ao mérito ou à notoriedade doprofeta, mas ao tamanho dos livros e à dimensão do ministério profético.

Apresentamos a seguir um quadro com todos os livros do Antigo Testamentoseparados por assunto, de acordo com a versão Septuaginta das Sagradas Escrituras.

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18 BIBLIOLOGIA

ANTIGO TESTAMENTO

HISTÓRICOSLIVROS

POÉTICOSLIVROS PROFÉTICOS

- Gcnos-ã - Josué Os Profetas Maiores

- Èxodo - Juizes - Salmos - Isaías- Levítico - Rute - Provérbios - Jeremias

- Números -1 Samuel - Eclosiastes - Lamentações de

- Deuteronômio - 2 Samuel

-1 Reis

- Cantares de

Salomão

Jeremias

- Ezequiel

- 2 Reis— -------------- - Daniel

-1 Crônicas

- 2 Crônicas

- Esdras

- Neemias- Ester 

Os Profetas Menores

- Oséias

- Joel

- Amós- Obadias

- Jonas

- Miquéias

- Naum

- Habacuque

- Sofonias

- Ageu

- Zacarias

- Malaquias

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LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 19

TEXTO 3

A ESTRUTURA DA BÍBLIA 

(Cont.)

A classificação dos livros do Antigo Testamento por assunto advém da versãoSeptuaginta, através da Vulgata, e não leva em conta a ordem cronológica dos acontecimentos relatados em cada livro, o que, para o leitor menos avisado, dá lugar a nãopoucas confusões, procurar agrupar a narrativa cronologicamente. Estudaremos a cronologia bíblica mais adiante em Lição específica. Na Bíblia hebraica (que é o nossoAntigo Testamento), a divisão dos livros é bem diferente, como veremos posteriormente.

O Novo Testamento

Composto por 27 livros, o Novo Testamento, foi escrito em grego, não o gregoclássico dos eruditos, mas o do povo comum, chamado “Koiné”. Seus livros tambémestão classificados em 4 grupos conforme o assunto a que pertencem: Biografia, História, Epístolas e Profecia.

1. Biografia. São os 4 Evangelhos. Descrevem a vida do Senhor Jesus Cristo e Seu glorioso ministério terreno. Os três primeiros Evangelhos são chamados“Sinópticos” devido ao paralelismo das informações que há entre eles. Os Evangelhossão os livros mais importantes da Bíblia. Todos os livros que os precedem tratam dapreparação para a manifestação de Jesus Cristo e os que lhes seguem são explicaçõesda doutrina de Cristo.

2. História. É o Livro de Atos dos Apóstolos. Registra a história da Igreja

primitiva, seu viver, a propagação do Evangelho; tudo através do Espírito Santo, conforme Jesus prometera (At 1.8).

3. Epístolas. São 21 epístolas (ou cartas), e abrangem de Romanos a Judas.Elas contêm a doutrina da Igreja e os destinatários são diversos, também conforme oassunto:

a) 9 são dirigidas a igrejas (de Romanos a 2 Tessalonicenses);b) 4 são dirigidas a indivíduos (duas a Timóteo, uma a Tito e uma a Filemom);c) 1 é dirigida aos hebreus cristãos;

d) 7 são dirigidas a todos, indistintamente (Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, e 3

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20 BIBLIOLOGIA

 João e Judas). Estas são também chamadas “Universais”, “Católicas” ou “Gerais”, apesar de duas delas (2 e 3 João) serem dirigidas a pessoas.

4. Profecia. É o Livro de Apocalipse (ou Revelação). Trata da volta pdo Senhor Jesus Cristo à terra e das coisas que precederão esse glorioso evento. Nesse

livro bíblico vemos o Senhor Jesus vindo com Seus santos para:

a) destruir o poder gentílico mundial, então sob o reinado da Besta;b) livrar Israel, que estará no centro da Grande Tribulação;c) julgar as nações;d) estabelecer Seu reino milenar.

Assim como o Antigo Testamento, livros do Novo Testamento não estão situados em ordem cronológica.

NO\ f 0  TESTAMENTO

BIOGRAFIA■:ç rSIStíi

HISTÓRIAp a u u n I H

>ÍSTOLASíGe r Ais

1 PROFECIA

■Mnlciis

■Marcos

■Lucas

■João

'!-i - O Livro' de Atos - Romanos

-1 Corintios

- 2 Coríntios ' ' ' *    v

- Gálatas

- Efésios- Filipenses

- Colossenses

-1 Tessalonicenses

- 2 Tessalonicenses

-1 Timóteo

- 2 Timóteo

- Tito

- Filemom

-Hebreus

Tiaqi)

l 1 Pedro

- 2 Pedro

 j -1 Joãoi - 2 João

i - 3 João

! - Judas

- Apocalipse

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LICÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 21

Particularidades da versão católica da Bíblia

Nas bíblias de edição católico-romana, os Livros de 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis sãochamados 1, 2, 3 e 4 Reis, respectivamente. Os livros de 1 e 2 Crônicas são chamados1 e 2 Paralipômenos. Esdras e Neemias são chamados 1 e 2 Esdras.

Também nas edições católicas de Matos Soares e Antonio Pereira de Figueiredo,o salmo 9 corresponde, na versão de João Ferreira de Almeida, aos Salmos 9 e 1 0.0 denúmero 10, ao de número 11. Isto assim se sucede até aos Salmos 146 e 147, que naBíblia é o de número 147. Deste modo, os três salmos finais são idênticos em qualquerdas versões acima mencionadas. Essas diferenças de numeração em nada afetam otexto em si; nem poderia ser doutra forma, sendo a Bíblia o Livro do Senhor.

T E X T Õ 4

O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA

 Jesus é o tema central da Bíblia. Ele mesmo o declara em Lucas 24-44 e João5.39:

‘A seguir, Jesus lhes disse: São esias as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse nulo o que de mim está 

escrito na Lei de Moisés, nos Projetas e nos Salmos."

“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. ”

Leia também Atos 3.18; 10.43 e Apocalipse 22.16.

Se olharmos com cuidado, veremos que em tipos, figuras, símbolos e profecias, Jesus ocupa o lugar central das Escrituras; isto além da Sua manifestação como está

registrada em todo o Novo Testamento.

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22 BIBLIOLOGIA

Cristo - De Gênesis a Apocalipse

Destacamos abaixo o tratamento dado a Jesus Cristo por cada um dos livrosbíblicos, segundo seus contextos, autores e propósitos divino.s

Em Gênesis, Cristo é a Semente de Mulher;Em Exodo, é o nosso Cordeiro Pascal;Em Levítico, é o nosso Sumo Sacerdote;Em Números, é a Coluna de Fogo e a Nuvem de Dia;Em Deuteronômio, é o Profeta no Meio do Povo;Em Josué, é o Capitão do Exército do Senhor;Em Juizes, é o nosso Juiz e Libertador;Em Rute, é o nosso Parente Remidor;Em 1 Samuel, é o nosso Profeta;

Em 2 Samuel, é o nosso Sacerdote;Em 1 Reis, é o Rei Sábio;Em 2 Reis, é o Rei Fiel;Em 1 Crônicas, é o Grande Monarca;Em 2 Crônicas, é o Monarca que Permanece;Em Esdras, é o Grande Escriba;Em Neemias, é o nosso Restaurador;Em Ester, é o nosso Escape da Morte;

Em Jó, é o nosso Redentor que Vive;Em Salmos, é o nosso Pastor;Em Provérbios, é a Sabedoria de Deus;Em Eclesiastes, é a nossa Vida Completa;Em Cantares de Salomão, é o Amado de nossa Alma;Em Isaías, é o Messias Prometido;Em Jeremias, é o Renovo da Justiça;Em Lamentações, é Aquele que Chora por Nós;

Em Ezequiel, é o Renovo Principal;Em Daniel, é o Quarto Homem na Fornalha;Em Oséias, é o Marido Fiel;Em Joel, é o nosso Batizador;Em Amós, é o Divino Lavrador;Em Obadias, é o nosso Salvador;Em Jonas, é o Grande Missionário;Em Miquéias, é o Libertador Divino;Em Naum, é o Juiz das Nações;Em Habacuque, é o Deus da nossa Salvação;

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LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 23

Em Sofonias, é o Senhor Zeloso;Em Ageu, é o Desejado das Nações;Em Zacarias, é o Renovo da Justiça;Em Malaquias, é o Sol da Justiça;Em Mateus, é o Rei dos Judeus;

Em Marcos, é o Servo de Deus;Em Lucas, é o Filho do Homem;Em João, é o Filho de Deus;Em Atos, é o Senhor Ressurreto;Em Romanos, é Aquele que nos Faz Mais do que Vencedores,Em 1 Coríntios, é o Senhor das nossas Vidas;Em 2 Coríntios, é o nosso Conforto;Em Gálatas, é o Libertador do Jugo da Lei;

Em Efésios, é Aquele que Cumpre Tudo em Todos;Em Filipenses, é o Modelo de Humildade;Em Colossenses, é a Plenitude de Deus;Em 1 Tessalonicenses, é Aquele que Virá Arrebatar a Igreja;Em 2 Tessalonicenses, é Aquele que Virá para Julgar os ímpios;Em 1 Timóteo, é o Único Mediador Entre Deus e os Homens;Em 2 Timóteo, é o nosso Modelo;Em Tito, é o nosso Exemplo;

Em Filemom, é o nosso Senhor e Mestre;Em Hebreus, é o nosso Intercessor Junto ao Pai;Em Tiago, é o nosso Modelo Singular;Em 1 Pedro, é a Pedra Angular da nossa Fé;Em 2 Pedro, é a nossa Força;Em 1 João, é o nosso Advogado Junto ao Pai;Em 2 João, é a Verdade;Em 3 João, é o Caminho;

Em Judas, é o nosso Protetor;Em Apocalipse, Jesus Cristo é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Aleluia!

Considerando o Senhor Jesus Cristo como o centro da Bíblia, o Dr. C. I. Scofieldresume os 66 livros em 4 palavras a Ele referentes, da seguinte forma:

1. Preparação: Todo o Antigo Testamento, ao tratar da preparação parao advento de Jesus Cristo.

2. Manifestação: Os Evangelhos, ao tratar da encarnação, manifestação e

vida de Jesus Cristo.

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2 4 BIBLIOLOGIA

3. Explanação: São as Epístolas, que fornecem o esclarecimento sobre adoutrina de Cristo.

4. Consumação: O Livro de Apocalipse, ao tratar da consumação de todasas coisas preditas, através de Cristo.

Portanto, as Escrituras sem Jesus seriam como a Física sem a matéria ou a Mate-mática sem os números.

Alguns fatos e particularidades da Bíblia

A Bíblia, originalmente, não era dividida em livros, capítulos e versículos. Adivisão em capítulos foi feita em 1250 d.C. pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abadedominicano e estudioso das Escrituras.

A divisão em versículos se deu em duas etapas: o Antigo Testamento em 1445pelo rabi Nathan e o Novo Testamento em 1551 por Robert Stevens, um impressor deParis. Stevens publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos e versículos em 1555,sendo esta a Vulgata Latina. Quanto às imperfeições destas divisões, trataremos noutro texto.

O Antigo Testamento tem 929 capítulos e 23.214 versículos, enquanto que oNovo Testamento tem 260 capítulos e 7.959 versículos. Assim, a Bíblia toda possui

1.189 capítulos e 31.173 versículos.A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo; isso

deu-se em 1452 em Mainz, Alemanha. Embora o quadro a seguir contenha dados de2005, até a data da publicação desta edição não constam consideráveis alteraçõesnestes números.

Até o ano 2005, a Bíblia toda e partes achavam-se traduzidas em 2.377 das maisde 6.500 línguas existentes no mundo (vejamos quadro a seguir). Deste modo, aspalavras de Jesus, em Marcos 16.15, podem ter seu fiel cumprimento: “E disse-lhes: Ide 

 por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.

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LIÇÂO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 25

CONTINENTE OU REGIÃO PORÇÕES SÓTESTAMENTOS

BÍBLIATODA

TOTAL

 África 223 158 673

 Asia 223 236 13U 589

 Austrália, Nova Zelândia e 155 224 38 417

Ilhas do Pacífico

Europa 112 35 61 208

 América do Norte 41 28 07 76

Ilhas do Caribe, México, •. '

 América Central e América do 120 264 27 411

Sul

Línguas Construídas 02 0   I 01 031Totais 876 1.079 422 2.377

Fonte: Scripture Language Report das Sociedades Bíblicas Unidas.

http://www.biblesocietv.org/latestnews/latest301-slr2004stats.html

T E X T O 5

OBSERVAÇÕES ÚTEIS E PRÁTICAS

Este Texto visa a ajudar-nos no manuseio e estudo da Bíblia. Portanto, tenha

mos sempre em mente o fato de que melhor proveito terá do estudo das Escriturasquem melhor souber manuseá-la.

Os pontos abordados a seguir ajudar-nos-ão a ter o aproveitamento que tantodesejamos no estudo das Escrituras, uma vez observados atentamente.

1. Apontamentos individuais. Habitue-se a tomar notas de suas mções na Palavra de Deus. A memória falha. Distribua seus apontamentos por assuntospreviamente escolhidos e destacados uns dos outros. Use um caderno de anotações,

pois, se não houver organização nos seus apontamentos, eles não lhe serão úteis.

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26 BIBLIOLOGIA

2. Referências Bíblicas. O sistema mais simples e rápido para escrever refe-rências bíblicas é o adotado pela Sociedade Bíblica do Brasil: duas letras, sem ponto,para cada livro da Bíblia (ver p. VIII). Entre o capítulo e o versículo põe-se apenas umponto. No índice das bíblias editadas pela Sociedade Bíblica do Brasil, há uma lista doslivros abreviados, como vemos, a seguir, alguns exemplos de referências por esse sistema.

a) 1 João 2.4 (Primeira Epístola de João, capítulo dois, versículo quatro);

b) Jó 3.7,8 (Livro de Jó, capítulo três, versículos sete e oito);

c) 1 Crônicas 6-10 (Primeiro Livro das Crônicas, capítulos seis a dez);

d) 1 Pedro 5.2-9 (Primeira Epístola de Pedro, capítulo cinco, versículos2 a 9);

e) Filipenses 1.23 (Epístola de Paulo aos Filipenses, capítulo um, versículovinte e três);

f) Filemom v. 14 (Epístola de Paulo a Filemom, versículo quatorze);

g) Apocalipse 9 (Apocalipse de João, capítulo nove).

3. Texto, contexto, referência e inferência.

A diferença entre os quatro aspectos bíblicos acima assinalados é fundamental

para a compreensão do estudo das Escrituras:

a) Texto. Conjunto de palavras contidas numa passagem;

b) Contexto. É a parte anterior e posterior do texto em relevo. O contexto pode ser geral, imediato ou remoto. Pode ser um versículo, um capítulo ou umlivro inteiro.

c) Referência. E a conexão direta sobre determinado assunto. Além deindicar o livro, capítulo e versículo, a referência pode levar a outras indicações como:

“a” - indica a parte inicial do versículo; exemplo: Rm 11.17a;

“b” - indica a parte final do versículo; exemplo: Rm 11.16b;

“ss” - indica os versículos que se seguem até o fim ou não do capítulo; exemplo: Rm 11.17ss;

“qv” - significa que veja; recomendações para não se deixar de ler otexto indicado; provém da expressão latina quod vide  = que veja;

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LIÇÁO 2: A BÍBLIA COMO LIVRO 27

“cf” - significacompare, confirme, confronte; provém do latim confere;

“i.e.” - significa isto é; provém do latim id est.

As referências também podem ser verbais e reais. A primeira é um

paralelismo de palavras; a segunda, de assuntos ou ideias.d) Inferência. É uma conexão indireta entre assuntos. É uma ilação ou

dedução.

4. Siglas das diferentes versões em vernáculo. O uso dessas siglas poupatempo e trabalho.

- ARC = Almeida Revista e Corrigida. É a Bíblia de Almeida antiga,impressa inicialmente pela Imprensa Bíblica Brasileira;

- ARA = Almeida Revista e Atualizada. É a Bíblia de Almeida, revisada e publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil, completa, a partir de 1958;

- FIG = Antonio Pereira de Figueiredo. Atualmente é impressa pelaSociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, Londres;

- SOARES = Matos Soares. Versão popular dos católicos brasileiros;

- RHODEN = Hubert Rhoden. Versão particular desse ex-padre brasileiro;

- CBSP = Centro Bíblico de São Paulo. Edição católica popular da Bíblia;

-TRAD. BRAS. = Tradução Brasileira. 1917;

5. O tempo antes e depois de Cristo. A ordem cronológica dos fatos ocorridos antes e depois de Cristo é feito da seguinte maneira:

- a.C. = Antes de Cristo, isto é, antes do nascimento de Cristo.

- d.C. = Depois de Cristo, isto é, o tempo depois do nascimento deCristo. Também aparece em algumas obras como “a.D.”, proveniente da expressãolatina Anno Domini,  isto é, ano do Senhor, em alusão ao nascimento de Cristo.

6. Manuseio do volume sagrado. Obtenha completo domínio do manuseioda Bíblia, a fim de encontrar com rapidez qualquer referência bíblica. Jesus fazia assim.Em Lucas 4-17 diz que Ele achou o lugar onde estava escrito:”. Ora, naquele tempo,isso era muito mais difícil do que hoje com o avanço da indústria gráfica e dos recursostecnológicos.

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28 BIBLIOLOGIA

QUESTIONÁRIO DA LIÇAO

I. Associe a Coluna “A” de acordo com a Coluna “B ”.

Coluna “A”

 j ) 2.01 Material que consistia em peles,  principal-mente de carneiro ou ovelha, sobre o qualera feito o registro bíblico.

 j[^2.02 Definição canônica da Bíblia, como livrodivino.

2.03 Provém do termo grego diatheke  e signifi

ca aliança ou concerto.

Ç   2.04 Escrito por Moisés, é composto pelos cincoprimeiros livros da Bíblia.

Coluna “B ”

A. Apalavra testamento.

B. “A Revelação de Deus àHumanidade”.

C. Pentateuco.

D. Pergaminho.

II. Marque “C” para certo e “E” para errado.

"fc 2.05 No Antigo Testamento, a classificação dos livros por assuntos provém da Vul-

gata e leva em conta a ordem cronológica dos fatos relatados em cada livro.

Q   2.06 O Novo Testamento foi escrito em grego, mas não no grego clássico dos eruditos e sim no do povo comum, chamado “Koiné”.

Ç jLSòl  De acordo com a classificação do Dr. Scofield, os Evangelhos tratam da encarnação, manifestação e vida de Jesus Cristo.

^ 2.08 Desde a sua origem, os livros da Bíblia já eram divididos em capítulos e versículos.

2.09 Enquanto a referência é a conexão direta sobre determinado assunto, a inferência é uma conexão indireta entre os assuntos.

2.10 A indicação de tempo antes e depois de Cristo é indicado pelas letras a.C. e d.C.

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A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS

Nota-se na Bíblia duas coisas: O Livro e a Mensagem. Na Lição anterior, estudamos a Bíblia como Livro: agora a estudaremos como Palavra ou Mensagemde Deus. O estudo da Bíblia tem por finalidade precípua o conhecimento de

Deus. Isso é visto desde o seu primeiro versículo, no qual vemos que tudo tem o seucentro em Deus.

Portanto, a causa motivante de ensinar a Bíblia aos outros deve ser a de levá-losa conhecer a Deus. Se chegarmos a conhecer o Livro e falharmos em conhecer a Deus,erramos no nosso propósito, e também o propósito de Deus por meio do seu Livro seriabaldado.

Que as Escrituras são de origem divina é assunto resolvido. Deus, na Sua Palavra é testemunha concernente a Si mesmo. Quem tem o Espírito de Deus depositatoda confiança nela como a Palavra de Deus, sem exigir provas, nem argumentar.Portanto, sob o ponto de vista legal, a Bíblia não está sujeita a provas e argumentos.

Ao longo desta Lição, apresentaremos algumas comprovações da Bíblia como aPalavra de Deus, não para crermos que ela é divina, mas porque cremos que ela édivina. E satisfação para nós, crentes na Bíblia, podermos apresentar evidências externas daquilo que cremos internamente - no coração.

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. A Inspiração Divina da Bíblia2. A Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)3. Harmonia e Unidade da Bíblia4. Provas da Inspiração Divina da Bíblia5. Provas da Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)

6. Provas da Inspiração Divina da Bíblia (Cont.)

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3 0 BIBLIOLOGIA

OBJETIVO S DA LIÇÃO

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:

1. Explicar o que se entende por inspiração divina quanto à autoria da Bíblia;

2. Identificar a teoria correta sobre a inspiração da Bíblia;

3. Discorrer sobre a harmonia e a unidade da Bíblia;

4. Destacar provas da inspiração divina da Bíblia;

5. Mencionar a influência exercida pela Bíblia sobre as pessoas e as nações;

6. Reconhecer os aspectos que tornam a Bíblia sempre atual, familiar, superior e imparcial em comparação a qualquer outro livro.

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LICÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 31

T E X T O 1

A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA

O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiraçãodivina (Jó 32.8; 2 Tm 3.16; 2Pe 1.21). E devido à inspiração divina que ela é chamada“A Palavra de Deus” (ver 2 Timóteo 3.16, se possível, no original).

O que é inspiração divina?

Que vem a ser inspiração divina?E a influência sobrenatural do Espírito Santo, como um sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e a transmitir a mensagem divina, sem mistura ou erro.

A própria Bíblia reivindica a si ainspiração de Deus, pois a expressão“Assim diz o S enhor”,  qual carimbo deautenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66 livros, além doutras ex-pressões equivalentes. Foi o Espírito de Deus quem falou através dos escritores daBíblia (ver Ezequiel 11.5; 2 Crônicas 20.14,15 e 24.20).

Teorias falsas da inspiração da Bíblia

Quanto à inspiração da Bíblia há várias teorias falsas, as quais não devemos

ignorar. Dentre elas se destacam as seguintes:1. A Teoria da Inspiração Natural Humana. Essa teoria ensina que a Bíblia

foi escrita por homens dotados de gênio e força intelectual especiais, como Camões,Rui Barbosa e inúmeros outros. Isto nega o sobrenatural. E um erro fatal, deconsequências imprevisíveis para a fé. Os escritores da Bíblia reivindicam que eraDeus quem falava através deles (exemplos: 2 Samuel 23.2 com Atos 1.16; Jeremias 1.9com Esdras 1.1; Ezequiel 3.16,17; Atos 28.25).

2. A Teoria da Inspiração Divina Comum. Ensina que a inspiração dosescritores da Bíblia é a mesma que hoje nos sobrevêm quando oramos, pregamos,

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32 BIBLIOLOGIA

cantamos, ensinamos e andamos em comunhão com Deus. Isto é um equívoco, porque a inspiração comum que o Espírito nos concede:

a) admite gradação, isto é, o Espírito Santo pode conceder maior conhecimento e percepção espiritual ao crente, à medida que este ora, consagra-se e

santifica-se e, ao passo que a inspiração dos escritores da Bíblia não admite graus. Oescritor era ou não era inspirado;b) a inspiração comum pode ser permanente (ljo 2.27), enquanto que

a dos escritores da Bíblia era temporária. Centenas de vezes encontramos esta expressão dos profetas: “E veio a mim a palavra do Senhor”,  indicando o momento em queDeus os tomava para transmitir Sua mensagem.

3. A Teoria da Inspiração Parcial. Ensina que partes da Bíblia são inspiradas, outras não. Ensina que a Bíblia não é a Palavra de Deus; apenas contém a Palavra

de Deus. Se essa teoria fosse verdadeira, estaríamos em grande confusão, porque quempoderia dizer quais partes são inspiradas ou não? A própria Bíblia refuta isso em 2Timóteo 3.16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para repreensão, 

 para a correção, para a educação na justiça”.  Também em Marcos 7.13 o Senhor Jesusaplicou o termo “a palavra de Deus”  a todo o Antigo Testamento. Quanto ao NovoTestamento, Apocalipse 22.18,19 utiliza a expressão “livro desta profecia”.

4. A Teoria do Ditado Verbal. Ensina a inspiração da Bíblia só quanto àspalavras, não deixando lugar para a atividade e o estilo do escritor, o que é patente em

cada livro. Lucas, por exemplo, fez cuidadosa investigação de fatos conhecidos (Lc1.3,4). Esta falsa teoria faz dos escritores verdadeiras máquinas, escrevendo sem qualquer noção de mente e raciocínio. Deus não falou pelos escritores como quem falaatravés dum alto-falante, mas usou as faculdades mentais de cada um.

5. A Teoria da Inspiração das Ideias. Ensina que Deus inspirou as ideias daBíblia, mas não as suas palavras; estas ficaram a cargo dos escritores. Ora, o que é a

 palavra na definição mais sumária? Não é a expressão do pensamento? Tentemos agoramesmo elaborar uma ideia sem palavras... impossível! Uma ideia ou pensamento inspirado só pode ser expresso por palavras inspiradas. Ninguém há que possa separar apalavra da ideia. A inspiração da Bíblia não foi somente “pensada”, mas também “falada” (veja a palavra “falar” em 2 Pedro 1.21; Hebreus 1.1; 1 Gdxgssesães 2.13). Isto é,as palavras foram também inspiradas (Ap 22.19). J^//gyv?ci jâ n i  £0

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LIÇÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 33

TEXTO 2

A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA 

(Cont.)

A teoria correta sobre a inspiração da Bíblia

A teoria correta da inspiração da Bíblia é chamada Teoria da Inspiração Plenáriaou Verbal, que ensina que todas as partes da Bíblia foram igualmente inspiradas; queos escritores não funcionaram quais máquinas inconscientes; que houve cooperaçãovital e contínua entre eles e o Espírito de Deus, que os capacitava. Essa teoria afirmaque homens santos escreveram a Bíblia com palavras de seu vocabulário, porém sobuma influência tão poderosa do Espírito Santo, que o que escreveram foi a Palavra deDeus.

Explicar como Deus agiu no homem, isso é difícil! Se no ser humano, oentrosamento do espírito com o corpo é um mistério inexplicável para os mais sábios,imagine-se o entrosamento do Espírito de Deus com o espírito do homem! O quesabemos é que, quando aceitamos a Jesus como Salvador, isso ocorre através da acei

tação da Sua Palavra.A Inspiração Plenária cessou ao ser escrito o último livro do Novo Testamento.

Depois disso, nem os mesmos escritores, nem qualquer outro servo de Deus pode serchamado inspirado no mesmo sentido, com a mesma finalidade.

Diferença entre “Revelação” e “Inspiração” divinas

Revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer ao escritor coisas desconheci-

das e que o homem por si só não podia jamais saber.   Exemplos disso encontram-se emDaniel 12.8 e 1 Pedro 1.10-12.

Quanto à inspiração, já vimos a sua definição no Texto anterior. A inspiraçãonem sempre implica em revelação. Toda a Bíblia foi inspirada por Deus, mas nem todaela foi dada por revelação. Lucas, por exemplo, foi inspirado a examinar trabalhos jáconhecidos ao escrever o Evangelho que traz o seu nome (Lc 1.1-4). O mesmo ocorreu com Moisés, que foi inspirado a registrar o que presenciara, como relata oPentateuco. Exemplos de partes da Bíblia que foram concedidas aos seus escritores por

meio de revelação incluem:

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3 4

BIBLIOLOGIA

a) Os primeiros capítulos de Gênesis. Como escreveria Moisés sobre umassunto anterior a si? Se não foi revelação, ele deve ter lançado mão de escritos existentes. Há uma antiga tradição hebraica que declara isto;

b) José ao interpretar os sonhos de Faraó (Gn 40.8; 41.15,16,38,39);

c) Daniel declarando ao rei Nabucodonosor o sonho que este havia esquecido e, em seguida, interpretando-o (Dn 2.2-7,19,28-30);

d) Os escritos do apóstolo Paulo. Ora, Paulo não andou com o Senhor Jesus, pois nEle creu por volta do ano 35 d.C. Porém, em suas epístolas, ele nos conduzàs profundezas do ensino doutrinário sobre a Igreja, inclusive no que tange à escatologia.Assuntos de primeira grandeza sobre a regeneração, justificação, paracletologia, ressurreição e glorificação são por ele abordados.

Como teve o apóstolo conhecimento de tudo isso? Ele mesmo no-lo diz em Gálatas1.11,12 e Efésios 3.3-7: por revelação! Em seus escritos há passagens onde esta revelação é bem patente, como em 1 Coríntios 11.23-26: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei  Por sua vez, o capítulo 15 de 1 Coríntios, também por eleescrito, é a passagem mais profunda e mais completa da Bíblia a respeito da ressurreição de Cristo.

Diferença entre declaração da Bíblia e registro de declaração

A Bíblia não mente, mas registra mentiras que outros proferiram. Nesse caso,não é a mentira do registro bíblico que foi inspirada, e sim o registro da mentira. Elaregistra que o insensato diz no seu coração “Não há Deus”  (SI 14.1). Esta declaração,“Não há Deus”, não foi inspirada, e sim seu registro pelo escritor.

Outro exemplo marcante é o do caso da morte do rei Saul. Este morreu lançando-se sobre sua própria espada (ISm 31.4); no entanto, o amalequita que trouxe anotícia de sua morte mentiu, dizendo que fora ele quem matara Saul (2Sm 1.6-10).

Ora, o que se deu aí foi apenas o registro da declaração do amalequita, o que nãosignifica que a Bíblia minta. Há muitos desses casos que os inimigos da Bíblia registram, inclusive de Satanás. Suas declarações não foram inspiradas por Deus, mas simo registro delas. Sansão mentiu mais de uma vez a Dalila; a Bíblia não é mentirosa porisso, apenas registra o fato (Jz 16).

Durante a leitura bíblica é preciso verificar quem, para quem, para que tempo e /

em que sentido está falando. E preciso conferir a fonte e suas intenções, antes deabsorver a informação.

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LIÇÃO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 35

TEXTO 3

HARMONIA E UNIDADE DA BÍBLIA

A existência da Bíblia até os nossos dias só pode ser explicada como um milagre.Há, nela, 66 livros, escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um período, aproxi-madamente, de 16 séculos. Esses homens, na maior parte dos casos, não se conheceram. Viveram em lugares distantes, em três continentes, escrevendo em duas línguasprincipais.

Devido a essas distâncias, em muitos casos, os autores nada sabiam sobre o que já havia sido escrito. Muitas vezes um escritor iniciava um assunto e, séculos depois, umoutro completava-o com tanta riqueza de detalhes, que somente um livro advindo deDeus poderia ser assim. Uma obra humana em tais circunstâncias seria uma babelindecifrável!

Alguns pormenores dessa harmonia

A Bíblia é inspirada por Deus e, portanto, dotada de autoridade, no que diz

respeito aos escritores, às condições, às circunstâncias e à razão da harmonia e da unidade dos seus escritos. A ação do Espírito Santo de Deus em tudo isso é incontestável.Confiramos a seguir.

a) Os escritores. Foram homens de todas as atividades da vida humana; daí a diversidade de estilos encontrada na Bíblia. Moisés foi príncipe e legislador, além de grande general. Josué foi um

grande comandante. Davi e Salomão, reise poetas. Daniel, ministro de estado. Pedro,Tiago e João, pescadores. Zacarias e

 Jeremias, sacerdotes e profetas. Amós erahomem do campo; cuidava de gado. Mateus, funcionário público. Paulo, teólogo eerudito. E assim por diante. Apesar de toda essa diversidade, quando examinamos osescritos desses homens, sob tantos estilos diferentes, verificamos que os mesmos secompletam, ainda que tratando de um só assunto! O produto de suas penas não são

muitos livros, mas um só livro, poderoso e coerente.

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36 BIBLIOLOGIA

b) As condições- Também não houve uniformidade de condições na composição dos livros da Bíblia. Moisés escreveu o Pentateuco nas solitárias paragens dodeserto. Jeremias, nas trevas e sujidade duma masmorra. Davi, nas verdes colinas doscampos. Paulo escreveu parte de suas epístolas nas prisões. João, no exílio, na ilha dePatmos. Apesar de tantas e diferentes condições, a mensagem da Bíblia é uniforme. Opensamento de Deus flui de maneira uniforme e progressiva através dela, como um rioque, brotando de sua nascente, vai avolumando suas águas até tornar-se caudaloso. Amensagem da Bíblia tem essa continuidade maravilhosa!

c) Circunstâncias. As circunstâncias em que os 66 livros da Bíblia foramescritos também foram as mais diversas. Davi, por exemplo, escreveu parte de seustrabalhos no calor das batalhas; Salomão, na calma da paz. Há profetas que escreveram em meio a profundas tristezas, ao passo que Josué escreveu durante a alegria da

vitória. Apesar da pluralidade de circunstâncias, a Bíblia apresenta um só sistema dedoutrinas, uma só mensagem de amor, um só meio de salvação. De Gênesis a Apocalipse,há uma só revelação, um só pensamento, um só propósito.

d) A razão da harmonia e unidade. Se a Bíblia fosse um livro puramentehumano, sua composição seria inexplicável. Suponhamos que 40 dos melhores escritores atuais do mundo, providos de todos os meios necessários, fossem isolados unsdos outros, em situações diferentes, cada um com a missão de escrever uma obra sua.Se no final reuníssemos todas as obras, jamais teríamos um conjunto uniforme. Seria

uma grande miscelânea! Pois bem, imaginemos isto acontecendo nos tempos antigosem que a Bíblia foi escrita! A confusão seria muito maior! Não havia meios de comunicação, mas dificuldades de toda sorte. O que seria da Bíblia se não fosse a mão deDeus?

Se alguma falha for encontrada na Bíblia, será sempre do lado humano, como:tradução mal feita, grafia inexata, interpretação forçada, má compreensão de quemestuda, falsa aplicação do sentido do texto, etc.

Portanto, quando encontrarmos na Bíblia um trecho discrepante, não pensemoslogo que é erro. Saibamos refletir como Agostinho, um dos “Pais da Igreja”, que disse:“Num caso desse, deve haver erro do copista, tradução mal feita do original, ou então - sou

eu mesmo que não cons igo entender...”.

Suponhamos que na cidade onde moramos um edifício viesse a ser construídocom pedras a serem preparadas em várias partes do Brasil. Ao serem colocadas, encaixavam-se perfeitamente na construção, satisfazendo todos os detalhes e requisitos daplanta. Que diria o aluno se tal de fato acontecesse? Que apenas um arquiteto dirigira

os operários nas diversas pedreiras, dando minuciosas instruções a cada um. E o caso

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da Bíblia - O Templo da Verdade de Deus. As “pedras” foram preparadas em tempos elugares os mais remotos, mas, ao serem justapostas, combinaram-se perfeitamenteporque, atrás de cada elemento humano, estava em operação a mente infinita deDeus.

LIÇÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS __________________________________ 37

TEXTO 4

PROVAS DA INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA

Ainda que aceitemos a harmonia e a unidade da Bíblia como uma das maiscontundentes provas ter sido divinamente inspirada, achamos necessário darmos outras provas dessa natureza, o que faremos no decorrer deste e dos dois Textos seguintes.

A aprovação da Bíblia por Jesus

Inúmeras pessoas sabem quem é Jesus; creem que Ele fez milagres; creem em Suaressurreição e ascensão, mas não creem na Bíblia! Tais pessoas precisam saber a posição de Jesus quanto à Bíblia. Devem saber que Ele:

a) leu-a (Lc 4.16-20);b) ensinou-a (Lc 24.27);c) chamou-a “a palavra de Deus”  (Mc 7.13);d) cumpriu-a (Lc 24.44).

A última referência (Lc 24.44) é maravilhosa porque é onde Jesus apresenta Suaaprovação em todas as Escrituras do Antigo Testamento, pois “Lei, Salmos e Profetas”eram as três divisões da Bíblia nos dias em que o Novo Testamento ainda estava sendoformado.

 Jesus também afirmou que as Escrituras são a verdade (Jo 17.17). Ele viveu eprocedeu de acordo com elas (Lc 18.31). Declarou que o escritor Davi falou peloEspírito Santo (Mc 12.35,36). No deserto, sendo tentado pelo inimigo, Jesus derro

tou-o com a Palavra de Deus (Mt 4.7,10 referindo-se a Dt 6.13,16).

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3 8 BIBLIOLOGIA

Quanto ao Novo Testamento, em João 14.26, o Senhor antecipadamente o se-lou com sua aprovação divina, ao declarar: “O Espírito Santo... vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.”. Assim sendo, o que os apóstolosensinaram e escreveram não foi a recordação advinda de si mesmos, mas do EspíritoSanto. Também no Evangelho de João, capítulo 16 versículos 13 e 14, Jesus disseainda que o Espírito Santo os guiaria a “toda a verdade”. Portanto, no Novo Testamento temos a essência da revelação divina.

O testemunho do Espírito Santo na vida do crente

Toda pessoa que aceita Jesus como Salvador, o Espírito Santo põe em sua alma acerteza quanto à autoria da Bíblia. Não é preciso ninguém ensinar isso. Quem de fatoaceita Jesus, aceita também a Bíblia como a Palavra de Deus.

Em João 7.17, o Senhor Jesus mostra como podemos ter em nós o testemunhodo Espírito Santo quanto à autoria divina da Bíblia: “Se alguém quiser fazer a vontade dele...”. Assim como o Espírito Santo testifica no crente que este é filho de Deus (Rm8.16), testifica também que a Bíblia é a mensagem de Deus para este mesmo filho.

O cumprimento fiel das profecias da Bíblia

O Antigo Testamento é um livro de profecias (Mt 11.13). O Novo Testamento

em grande parte também o é. Referimo-nos aqui, evidentemente, às profecias no sentido preditivo; divididas em duas classes conforme se acha no Antigo Testamento: asliterais e as expressas por tipos e símbolos, como há inúmeras no Tabernáculo (Hb10.1).

Inúmeras profecias da Bíblia se cumpriram no passado em sentido parcial outotal; inúmeras outras se cumprem em nossos dias; e muitas outras cumprir-se-ãodaqui para frente. As profecias sobre o Messias, por exemplo, proferidas séculos antesde Seu nascimento, cumpriram-se literalmente com toda precisão quanto ao tempo,

local e outros detalhes por exemplo: Gênesis 49.10; Isaías 7.14; 53; Daniel 9.24-26;Miquéias 5.2; Zacarias 9.9; Salmos 22.

Outro ponto saliente nas profecias é o caso da nação israelita. A Bíblia predizsua dispersão, restauração e progresso material e espiritual. Leiamos: Levítico26.14,32,33; Deuteronômio 4.25-27; 28.15,64; Jeremias 23.3; 30.3; Ezequiel 11.17;36; 37; Isaías 60.9; 61.6).

Os últimos quatro impérios mundiais - Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma; são

admiravelmente descritos séculos antes de surgirem no horizonte do cenário mundial

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 _:C ÀO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 39

Dn capítulos 2-7). O cumprimento contínuo das profecias da Bíblia é uma prova desua origem divina. O que Deus disse sucederá (Jr 1.12). Graças a Deus por tão sublimee glorioso livro!

TEXTO 5

PROVAS DA INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA 

(Cont.)

A influência da Bíblia nas pessoas e nas nações

O mundo hoje é melhor devido à influência da Bíblia. Mesmo os próprios inimigos da Bíblia admitem que nenhum livro em toda a história da humanidade teve influência tão benéfica; eles reconhecem o seu efeito sadio na civilização. Nenhum outrolivro tem poder de influenciar e transformar beneficamente não apenas os indivíduos,

mas nações inteiras, conduzindo-os a Deus.Disse o Dr. F. B. Meyer, famoso comentador devocional da Bíblia: “O melhor

argumento em favor da Bíblia é o caráter que ela forma” .

Vejamos um pouco da condição moral de alguns povos sem a Bíblia:

1. Os gregos. Dentre os povos antigos, os gregos foram os mais cdoutos nas letras. Seus filósofos e literatos foram os mais célebres e influentes de todosos tempos. No entanto, a grandiosa cultura grega e seus livros sem conta nunca deti

veram a onda de licenciosidade, impureza e idolatria que sempre prevaleceu no mundo grego.

Em Corinto, por exemplo, havia um templo a Vênus com mil mulheresdevotas que levavam ao tesouro os lucros obtidos por meio de sua impureza. Sócratesfazia da moral o assunto único da sua filosofia e ainda assim recomendava a adivinhação. Ele próprio era entregue à fornicação. Platão, o grande discípulo de Sócrates,ensinava que mentir era coisa honrosa. A sabedoria deles e seus milhares de livros nãoos conduziram à salvação, tampouco os seguidores de suas filosofias. Estes dois, Platãoe Sócrates, eram homossexuais ativos, como relata o historiador romano Suetônio.

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40 BIBLIOLOGIA

2. Os romanos. Foram os mais famosos como legisladores, guerredores e poetas. No entanto, quanto ao padrão dos costumes e da moral, foi dos maispromíscuos em Roma, como bem registra a História. Mesmo entre as famílias abastadase regularmente constituídas, as descobertas arqueológicas, gravuras e descrições revelam

fatos que o recato proíbe de relatar e enumerar. Cícero, o maior orador romano, defende a fornicação e recomenda a prática do suicídio. Catão, o Censor, tido como o maisperfeito modelo de virtude, foi réu da prostituição e da embriaguez; advogou e maistarde praticou o suicídio.

De acordo com registros do historiador romano Suetônio, Julio César tinha encontros “amorosos” com o rei Nicomedes, da Bitínia. O imperador Calígula(37-41 d.C.) viveu amasiado com sua própria irmã Drusilla. Nero viveu maritalmentecom sua própria mãe Agripina; viveu depois amasiado com dois eunucos: o primeiro

chamado Sporus, e o segundo chamado Doríphorus. Segundo o historiador Juvenal,Messalina, a imperatriz, esposa de Cláudio, imperador de 41-54 d.C., foi extremamente depravada. Se era assim entre os membros da classe alta, como não teria sido nasclasses baixas?

A Bíblia nos faz diferentes

Somente a Bíblia faz-nos diferentes desses povos. Sem ela, nos tornar-nos-íamossemelhantes a eles. O nosso mundo orgulha-se hoje de ter atingido os píncaros do

saber e de ter produzido os mais importantes e melhores livros, entretanto a onda depecado e mal avassala a humanidade como um rolo compressor. Comparemos tudoisso com o caráter, a formação e a personalidade ideal verdadeiros seguidores da Bíblia.

Quanto à educação, não há filosofia educacional segura se não for alicerçadasobre os ensinos fundamentais da Bíblia. A educação atual reconhece que a formaçãodo caráter é a suprema finalidade do seu trabalho, mas isto não vai muito longe, a

menos que se reconheça que a única base do verdadeiro caráter é a Bíblia.Fé na Bíblia é a maior força de qualquer jovem na prossecução da vida e da

carreira educacional. A juventude precisa saber disso. A tragédia é que professores aosmilhares em todo o mundo, saturados e narcotizados por falsa dialética e filosofias vis,desencaminham os jovens desde a mais tenra idade. Saiba-se, portanto que a Bíblia éo livro mais maravilhoso do mundo. Seus ensinos, tão simples e ao mesmo tempo tãoprofundos, servirem de guia para uma vida feliz e bem sucedida, sendo sempre a basesegura e única para encontrarmos o Criador na eternidade.

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LIÇÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 41

TEXTO 6

PROVAS DA INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA 

(Cont.)

A Bíblia é sempre nova e inesgotável /

O tempo não afeta a Bíblia. E o livro mais antigo do mundo e, ao mesmo tempoo mais atual. Em mais de 20 séculos o homem não pôde melhorá-lo. Se a Bíblia fossede origem humana, é claro que em 20 séculos ela há muito estaria desatualizada. Uma

vez que o homem moderno se jacta de tanto saber, seria de se esperar que já tivesseproduzido uma Bíblia melhor! Para o salvo, isto é uma evidência da Bíblia como aPalavra imutável de Deus!

Na sua utilidade, a Bíblia nunca torna-se um livro antigo, apesar de repleto deantiguidades. Ela é tão atual como o dia de amanhã. Sua mensagem milenar tantosatisfaz a criança, como o encanecido idoso. A Bíblia pode ser lida várias vezes, sem sepoder sondar suas profundezas e sem que o leitor perca o interesse. Acontece isso comos demais livros? Quem já se cansou de ler João 3.16; salmo 23; Romanos 12 e 1

Coríntios 12? Ocorre que cada vez que lemos tais passagens (sem falar das demais)descobrimos coisas que nunca tínhamos visto antes. Depois de mais de 2.000 anos deescrito o último livro da Bíblia, a impressão que se tem é que a tinta do original aindaestá secando.

A Bíblia é familiar a cada povo ou indivíduo, em qualquer lugar

Através do mundo inteiro, todo crente, ao ler a Bíblia, recebe sua mensagemcomo se esta fora escrita diretamente para si. Nenhum crente tem a Bíblia como livroalheio, estrangeiro, como acontece com os demais livros traduzidos. Todas as raçasconsideram a Bíblia como possessão sua. Nós a recebemos como “nossa”. Isso acontece em qualquer país aonde ela chega. Isto prova que ela procede de Deus - o Pai detodos!

Qual pessoa que, ao ler o salmo 23, acha que tenha sido escrito para os judeus?Quanto a nós, por exemplo, que vivemos no Brasil, a impressão que temos é que ele foiescrito diretamente para nós. A mesma coisa dirão os irmãos dos demais países. A

mensagem da Bíblia é a mesma em todas as línguas. Nisto vemos que a Bíblia é diferente de todos os demais livros do mundo. Se fosse produto humano, não se ajustaria

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4 2 BIBLIOLOGIA

às línguas de todas as nações. Nenhum outro livro pode igualar-se à Bíblia nesse par-ticular. E mais uma prova da sua origem divina.

A superioridade da Bíblia em relação aos demais livros quanto à composição

É muito interessante compararmos alguns pontos dos ensinos da Bíblia com osde Zoroastro, Buda, Confúcio, Sócrates, Sólon, Marco Aurélio e outros autores pagãos. Os ensinos da Bíblia superam os desses homens em todos os pontos imagináveis.Vamos destacar somente dois pontos em toda essa superioridade.

1. A Bíblia contém apenas verdade. Isto que não acontece com os demaislivros. Se pudéssemos reunir todos os grandes pensadores de toda a literatura, antiga emoderna, retirássemos o imprestável e colocássemos toda a verdade selecionada emum único volume, ainda assim este jamais substituiria a Bíblia. Ela pode ser conduzida

num bolso de paletó, todavia há apenas verdade neste pequeno livro, o que não ocorre com os outros que o homem produziu em todos os séculos. Como se pode explicarisso? Há somente uma resposta racional e judiciosa: Este Livro não veio do homem;veio de Deus.

2. A Bíblia contém só verdade. Se há mentiras na Bíblia, não são dela;apenas foram registradas. Os demais livros contêm verdades misturadas com mentirasou erros. Reconhecemos que há joias preciosas nos livros dos homens, mas, é como

disse certa vez Joseph Cook:“São jóias retiradas da lama!...”.

Toda verdade encontradaem trabalhos humanos, seja do ponto de vista moral ou espiritual, acha-se, em essência, nas Sagradas Escrituras.

A imparcialidade da Bíblia

Se fosse um livro originado pelo homem, a Bíblia não poria a descoberto as faltase falhas dele. O homem jamais teria produzido um livro como a Bíblia, que dá toda aglória a Deus enquanto mostra a fraqueza do homem (Jó 17.1-14;27; SI 50.21,22;

51.5; ICo 1.19-25).A Bíblia tanto diz que Davi era um homem segundo o coração de Deus (At

13.22), como também revela seus pecados, como vemos nos Livros de Reis, Crônicase Salmos. E também o caso da embriaguez de Noé, a dissimulação de Abraão, o casode Ló, a idolatria e a luxúria de Salomão. Nada disto está escrito para que os imitemos,mas para nossa admoestação e para provar a imparcialidade da Bíblia. E ela o únicoLivro assim.

O homem jamais escreveria um livro como a Bíblia, que põe em relevo as fraquezas e defeitos humanos.

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LIÇÁO 3: A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 4 3

QUESTIONÁRIO DA LIÇÁO

Marque “C” para certo e “E” para errado.

€-  3.01 Dentre as falsas teorias quanto à inspiração das Escrituras, a Teoria da Ins

piração Natural Humana ensina que tenham sido escritas por homens dotados de gênio e força intelectual especiais.

T. 3.02 A Teoria da Inspiração Plenária ou Verbal ensina que todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas.

(^3 .03 Referente aos escritos bíblicos, revelação é a ação de Deus pela qual Ele deu a conhecer ao escritor coisas desconhecidas e que o homem por si só não poderia saber.

3.04 Quanto às condições em que os escritores da Bíblia escreveram seus livros,elas são coincidentes, pois todos tiveram experiências similares.

Ç_  3.05 A perfeita harmonia da Bíblia é, uma prova incontestável da sua origem divina.

C 3.06 Lei, Salmos e Profetas eram as divisões da Bíblia nos dias em que o NovoTestamento ainda estava sendo formado.

-T* S

l. 3.07 E o Espírito Santo quem testifica no crente que este é filho de Deus.

Ç 3 .08 De acordo com a Lição estudada, não há filosofia educacional segura se amesma não for alicerçada sobre os ensinos fundamentais da Bíblia.

3.09 Depois de mais de 2.000 mil anos em que foi escrito o último livro da Bíblia,precisa-se que seja escrito algo mais atual.

3.10 O salmo 23 foi escrito especificamente para o judeu; não se adapta à nossaépoca.

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ANOTAÇÕES

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Cânon ou Escrituras Canônicas é  a coleção completa dos livros diihumicnic inspirados,  constituindo a Bíblia. Cânon,  palavra grega que significa literalmentevara reta de medir, assim como uma régua de carpinteiro.

No Antigo Testamento, o termo aparece no original em passagens como Ezequiel40.5: “Vi um muro exterior que rodeava toda a casa e, na mão do homem, uma cana de medir, de seis côvados, cada um dos quais tinha um côvado e quatro dedos. Ele mediu a  largura do edifício, uma cana; e a altura, uma cana. ”.

No sentido religioso, cânon não significa aquilo que mede, mas aquilo que serve de norma, regra. Com este sentido, a palavra cânon aparece no original em vários lugaresdo Novo Testamento, como por exemplo nos versículos mencionados a seguir:

“E, a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e 

misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus.”  (G1 6.16)

“Nós, porém, não nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos o limite da esfera de ação que Deus nos demarcou e que se  

estende até vós.”  (2Co 10.13)

“não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios e tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos sobremaneira 

engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação.”

' (2Co 10.15)

“Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos.”  (Fp 3.16)

A Bíblia, como cânon sagrado, é a nossa norma ou regra de fé e prática. Diz-sedos livros da Bíblia que são canônicos para diferenciá-los dos apócrifos. O emprego dotermo cânon  foi primeiramente aplicado aos livros da Bíblia por Orígenes (185-254d.C.).

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46 BIBLIOLOGIA

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. O Cânon do Antigo Testamento2. A Formação do Cânon do Antigo Testamento3. O Cânon do Novo Testamento4. Datas e Períodos Sobre o Cânon em Geral

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:

1. Mencionar a disposição ou ordem dos livros do cânon hebraico seguindo sua tríplice divisão;

2. Descrever como se deu a formação do cânon do Antigo Testamento;

3. Mostrar a ordem da formação do cânon do Novo Testamento;

4. Relatar quantos anos levou para se concluir a composição de todos os livros da Bíblia.

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LIÇÁO 4: O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÁO HISTÓRICA 47

TEXTO 1

O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

Na época patriarcal, a revelação divina era transmitida por meio da escrita eoralmente. A escrita já era conhecida na Palestina séculos antes de Moisés; a arqueologia tem provado isto, inclusive por encontrar inúmeras inscrições, placas, sinetes edocumentos antediluvianos.

O cânon do Antigo Testamento, como temos atualmente, ficou completo desdeo tempo de Esdras, após o ano 445 a.C. Entre os judeus, o Antigo Testamento tem trêsdivisões, as quais Jesus citou em Lucas 24-44 - Leis. Profetas e Escritos (Salmos). A

divisão dos livros do cânon hebraico é diferente da nossa, proveniente da Septuaginta.Soma 24 livros em vez de 39, porque são considerados um só livro cada grupo dosseguintes:

a) Os dois de Samuel................................................................   1b) Os dois de Reis ......................................................................   1c) Os dois de Crônicas................................................................1d) Os de Esdras e Neemias.........................................................1e) Os doze Profetas Menores..................................................... 1

f) Os demais livros...................................................................

  19Total 24

A disposição ou ordem dos livros no cânon hebraico é também diferente danossa. Apresentamos a seguir essa disposição, dentro da tríplice divisão do cânon jámencionada (Lei, Profetas, Escritos).

1. Lei: 5 livros Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

2. Profetas: 8 livros .... Primeiros Profetas: Josué, Juizes, Samüel e Reis.Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze(um só livro, contendo os doze Profetas Menores).

3. Escritos: 11 livros .. Divididos em:Livros Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó.Os Cinco Rolos: Cantares de Salomão, Rute,Lamentações de Jeremias, Eclesiastes e Ester.Livros Históricos: Daniel, Esdras-Neemias (um úni

co livro) e Crônicas.

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4 8 BIBLIOLOGIA

No caso dos Cinco Rolos, eles eram assim chamados porque eram rolos separados, lidos anualmente em festas distintas, assim:

1. Cantares, na Páscoa, em alusão ao Êxodo do povo judeu do Egito;

2. Rute, no Pentecostes, na celebração da colheita, em seu início (primícia);

3. Lamentações de Jeremias, no mês de Abibe, relembrando a destruiçãode Jerusalém pelos babilônios;

4. Eclesiastes, na Festa dos Tabernáculos, representando gratidão após acolheita;

5. Ester, na Festa do Purim, comemorando o livramento de Israel da mãodo mau Hamã.

No cânon hebraico os livros não estão em ordem cronológica. Os judeus não sepreocupavam com um sistema cronológico e pode haver nisto um plano divino.

A nossa divisão do Antigo Testamento em 39 livros provém da Septuaginta,através da Vulgata Latina. A Septuaginta foi a primeira tradução das Escrituras, feitado hebraico para o grego, em cerca do ano 285 a.C. Também a ordem dos livros porassunto nas nossas bíblias, provém dessa famosa tradução, sobre a qual trataremosmais detalhadamente na próxima Lição.

Em Lucas 24.44, Jesus chamou “Salmos” (“Escritos”) a última divisão do cânonhebraico certamente porque esse livro era o primeiro dessa divisão. Segundo a nossadivisão, o Antigo Testamento começa com Gênesis e termina em Malaquias, porém,segundo a divisão do cânon hebraico o primeiro livro é Gênesis e o último é Crônicas.Isto é evidente nas palavras de Jesus em Mateus 23.35 - o caso de Abel está emGênesis e o do filho de Baraquias está em Crônicas.

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■IÇÁO 4: O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 49

TEXTO 2

A FORMAÇÃO DO CÂNON DO 

ANTIGO TESTAMENTO

O cânon do Antigo Testamento foi formado num espaço de mais de 1.000 anos(mais ou menos 1.046 anos), de Moisés a Esdras. Moisés escreveu as primeiras palavrasdo Pentateuco por volta de 1491 a.C., ao passo que Esdras entrou em cena em 445 a.C.

Evidentemente, Esdras não foi o último escritor na formação do cânon do Anti

go Testamento; os últimos foram Neemias e Malaquias, porém, de acordo com osescritos históricos judaicos, foi ele que, na qualidade de escriba e sacerdote, reuniu osrolos canônicos, fixando também o cânon do Antigo Testamento, encerrado em seu tempo.

A formação do Cânon foi gradual

Apresentamos a seguir a sequência da formação gradual do Antigo Testamento.Convém termos em mente aqui que toda a cronologia bíblica é apenas aproximada. Já

no Novo Testamento, há precisão em muitos casos. Essa cronologia vai sendo atualizada à medida que os estudos avançam e a arqueologia fornece informes oficiais, segundo a permissão de Deus.

1. Moisés começou a escrever o Pentateuco cerca do ano de 1491 a.C.,concluindo-o por volta de 1451 a.C. (Nm 33.2; Jo 5.46,47). As partes do Pentateucoanteriores, como o relato da Criação, todo o Livro de Gênesis e parte de Êxodo, Moisésescreveu lançando mão de fontes existentes (Gn 2.4; 5.1), ou por revelação divina.Gênesis 26.5 dá a entender que nesse tempo já havia “mandamentos, preceitos e esta

tutos” escritos. É certo que existem passagens do Pentateuco que foram acrescentadasposteriormente;

2. Josué, sucessor de Moisés (1445 a.C.), escreveu uma obra e a colocouperante o Senhor (Js 24.26);

3. Samuel (1095 a.C.), o último juiz e também profeta do Senhor, escreveue colocou seus escritos perante o Senhor (ISm 10.25). Certamente, “perante o  Sen h o r ” significa que seus escritos eram depositados na arca do concerto com os demais

escritos sagrados lá depositados (Êx 25.21; Hb 9.4);

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5 0 BIBLIOLOGIA

4- Isaías (770 a.C.) fala do “livro do S enhor”   (Is 34.16), e “palavras do livro”(Is 29.18);

5. Em 726 a.C., os salmos já eram cantados (2Cr 29.30). O fato aí registrado teve lugar nesse tempo;

6. Jeremias, cuja chamada deu-se em 626 a.C., registrou a revelação divina(Jr 30.1,2). Tal livro foi queimado pelo rei Jeoaquim em 607 a.C., porém Deus ordenou que Jeremias preparasse novo rolo, o que foi feito mediante seu secretário Baruque(Jr 36.1,2,23,28,32; 45.1);

7. No tempo do rei Josias (621 a.C.), Hilquias achou o “Livro da Lei”  (2Rs22.8 - 10);

8. Daniel (553 a.C.) refere-se aos “livros”  (Dn 9.2). Eram os rolos sagradosdas Escrituras até então;

9. Zacarias (520 a.C.) declara que os profetas que o precederam falaram daparte do Espírito Santo (7.12). Não há aqui referência direta a escritos, mas háinferência. Zacarias foi o penúltimo profeta do Antigo Testamento, isto é profeta literário;

10. Neemias, em seus dias (445 a.C.), achou o livro das genealogias dos judeus que já haviam regressado do exílio (7.5). Certamente havia outros livros;

11. Nos dias de Ester, o Livro estava sendo escrito (Et 9.32);

12. Contemporâneo de Neemias, Esdras foi hábil escriba da lei de Moisés eleu o livro do Senhor para os judeus já estabelecidos na Palestina, de regresso docativeiro babilónico (Ne 8.1-5). Conforme 2 Macabeus e outros escritos judaicos, Esdraspresidiu a chamada “Grande Sinagoga”, que selecionou e preservou os rolos sagrados,determinando dessa maneira o cânon das Escrituras do Antigo Testamento (Ed 7.10,14).Essa “Grande-Sinagoga” era um conselho composto de 120 membros que, diz-se, ter

sido organizada por Neemias, cerca de 410 a.C., sob a presidência de Esdras. Foi essaentidade que reorganizou a vida religiosa dos repatriados e, mais tarde, deu origem aoSinédrio, cerca de 275 a.C. A Esdras é atribuída a tríplice divisão do cânon já estudado. Foi em seu tempo que os samaritanos foram expulsos da comunidade judaica (Ne13), levando consigo o Pentateuco, que é até hoje a Bíblia dos samaritanos. Isto provaque o Pentateuco era escrito canônico;

13. Encontramos profeta citando profeta, o que infere haver mensagemescrita. Por exemplo, comparemos Miquéias 4.1-3 com Isaías 2.2-4;

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LIÇÁO 4: O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 51

14. Filo, escritor de Alexandria (30 a.C. - 50 d.C.), possuía todo o cânondo Antigo Testamento. Em seus escritos ele cita quase o Antigo Testamento todo;

15. Flávio Josefo, historiador judeu (37-100 d.C.), contemporâneo do após

tolo Paulo, diz, escrevendo aos judeus no livroC o n t r a  A p p i o n : “Nó s   temos apenas 22

livros, contando a história de todo 0  tempo; livros em que nós cremos, ou segundo geralmente se diz, livros aceitos como divinos. Desde os dias de Artaxerxes ninguém se aventurou acrescentar, tirar ou alterar uma única sílaba. Faz parte de cada judeu desde que nasce,

a considerar estas Escrituras como ensinos de Deus”.  Josefo foi homem culto e judeuortodoxo de linhagem sacerdotal. Foi governador da Galileia e comandante militarnas guerras contra Roma. Presenciou a queda de Jerusalém. Foi levado para Roma,onde se dedicou a escritos literários;

16. Nos dias do Senhor Jesus, esse livro chamava-se “Escrituras” (Lc24-27,45; Mt 26.54; Jo 5.39) com as três já conhecidas divisões: Lei, Salmos e Profetas(Lc 24.44). Era também chamado “a palavra de Deus”  (Jo 10.34,35; Mc 7.13). Notemos bem este título aplicado pelo próprio Senhor Jesus! Note ainda a citação de Mateus23.35, onde Jesus autentica todo o Antigo Testamento;

17. Os escritores do Novo Testamento reconhecem como canônicos oslivros do Antigo Testamento, pois, este é, amiúde, citado naquele, havendo cerca de300 referências diretas e indiretas. Os escritores do Novo Testamento referem-se ao

cânon do Antigo Testamento como oráculos divinos (comparemos Rm 3.2; Hb 5.12 e2Tm 3.16.)

Cremos que, começando por Moisés, à proporção que os livros iam sendo escritos, eram postos no tabernáculo junto ao grupo de livros sagrados. Esdras, como jádissemos, após a volta do cativeiro, reuniu os livros diversos e colocou-os em ordem,como coleção completa. Destes originais eram feitas cópias para as sinagogas e amplamente disseminadas no Oriente Médio e regiões circunvizinhas.

Data do reconhecimento e fixação do Cânon do Antigo Testamento

Em 90 d.C., em Jâmnia, perto da atual Jafa, na Palestina, os rabinos, num concílio sob a presidência de Johanan ben Zakai, reconheceram e fixaram o cânon do Antigo Testamento. Houve muitos debates acerca da aprovação de alguns livros. Notemos, porém, que o trabalho desse concílio foi apenas o de ratificar aquilo que já eraaceito por todos os judeus através dos séculos. Jâmnia, após a destruição de Jerusalémno ano 70 d.C., tornou-se a sede do Sinédrio - o supremo tribunal dos judeus.

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52 BIBLIOLOGIA

Livros desaparecidos, citados no texto do Antigo Testamento

E digno de nota que a Bíblia faz referência a livros até agora desconhecidos(leiamos Nm 21.14; Js 10.13 com 2Sm 1.18; lRs 11.41; lCr 27.24; 29.29; 2Cr 9.29;

12.15; 13.22; 26.22; 33.19). São casos que só Deus conhece o segredo. Talvez um dia,querendo Deus, eles venham à luz, como os manuscritos achados nas grutas deQúmram, Mar Morto, em 1947.

TEXTO 3

X  o CÂNON DO NOVO TESTAMENTO V

Assim como no Antigo Testamento, homens inspirados por Deus escreveramaos poucos os livros que compõem o cânon do Novo Testamento. Sua formação levouapenas duas gerações: aproximadamente 100 anos. No ano 100 d.C., todos os livrosdo Novo Testamento já estavam escritos. O que demorou foi o reconhecimento

canônico dos livros, isto motivado pelo cuidado e escrúpulo das igrejas de então, queexigiam provas concludentes de sua inspiração divina.

Outra coisa que motivou a demora na canonização dos livros do Novo Testamento foi o surgimento de escritos heréticos e espúrios, com pretensão de autoridadeapostólica. Trata-se dos livros apócrifos do Novo Testamento, fato idêntico ao acontecido à época nos tempos do encerramento do cânon do Antigo Testamento.

A formação do Cânon do Novo Testamento

A ordem dos 27 livros do Novo Testamento, como temos atualmente em nossasbíblias, provém da Vulgata, e não leva em conta a sequência cronológica dos acontecimentos, como os dispomos a seguir.

1. As epístolas de Paulo. Foram os primeiros escritos do Novo TestaAs epístolas (13), de Romanos a Filemom, foram escritas entre 52 e 67 d.C. Pelaordem cronológica, o primeiro livro do Novo Testamento é 1 Tessalonicenses, escritoem 52 d.C.; a segunda epístola a Timóteo foi escrita em 67 d.C., pouco antes domartírio do apóstolo Paulo em Roma. Esses livros foram também os primeiros a serem

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LIÇÂO 4: O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÁO HISTÓRICA 53

aceitos como canônicos. Pedro chama os escritos do apóstolo Paulo de “Escrituras”,rítulo aplicado somente à Palavra inspirada por Deus! (2Pe 3.15 ,16).

2. Os Atos dos Apóstolos. Este livro foi escrito por Lucas no ano 63 d.C.,no fim dos dois anos da primeira prisão de Paulo em Roma (At 28.30).

3. Os Evangelhos. Estes, a princípio, foram propagados oralmente. Nãohavia perigo de engano e esquecimento porque era o Espírito Santo quem lembravatudo e Ele é infalível (Jo 14.26).

Os Sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) foram escritos entre 60 e 65 d.C.Marcos, em 65. Em 1 Timóteo 5.18, Paulo, escrevendo em 65 d.C., cita Mateus 10.10.O Evangelho de João foi escrito em 85. Entre os escritos dos Evangelhos de Lucas e

 João, foram escritas quase todas as epístolas. Notemos que Paulo chama os Evangelhos de Mateus e de Lucas de “Escrituras” ao citá-los em 1 Timóteo 5.18; o originaldessa citação está em Mateus 10.10 e Lucas 10.7.

4- As Epístolas de Hebreus à de Tudas. As epístolas que se estendem deHebreus até Judas foram escritas entre os anos 45 a 95 d.C. Quanto à autoria daEpístola aos Hebreus, só Deus a sabe de fato.

5. O Apocalipse. Foi escrito pelo apóstolo João no ano 96 d.C., durreinado do imperador romano Domiciano.

Muitos livros, antes de serem finalmente reconhecidos como canônicos, foramduramente debatidos. Houve muita relutância quanto às epístolas de Pedro, João e

 Judas, bem como ao Livro de Apocalipse. Tudo isto não somente revela o cuidado daIgreja, mas também a responsabilidade que envolvia a canonização. Antes do ano 400d.C., todos os livros estavam aceitos. Em 367, Atanásio, patriarca de Alexandria, publicou uma lista dos 27 livros canônicos idênticos à dos que hoje possuímos; essa listafoi aceita pelo Concílio de Hipona (África), em 393 d.C.

Livros desaparecidos, citados no Novo Testamento. Há também livros mencionados no Novo Testamento até agora desaparecidos. Isto é o que sugerem passagenstais como: 1 Coríntios 5.9 e Colossenses 4.16.

Reconhecimento e fixação do Cânon do Novo Testamento

O reconhecimento e fixação do cânon do Novo Testamento ocorreu no III Concílio de Cartago, no ano 397 d.C. Nessa ocasião, os 27 livros que compõem o NovoTestamento foram reconhecidos e aceitos como canônicos. Como se vê, houve umamadurecimento de 400 anos.

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5 4 BIBLIOLOGIA

A necessidade da mensagem escrita do Novo Testamento

A mensagem da Nova Aliança precisava ter forma escrita, assim como a Antiga.Após a ascensão do Senhor Jesus aos céus, os apóstolos pregaram por toda parte semhaver nada escrito. Sua Bíblia era o Antigo Testamento. Com o correr do tempo, o

grupo de apóstolos diminuiu. O Evangelho disseminou-se. Surgiu a necessidade deconduzi-lo à forma escrita para ser transmitido às gerações futuras. Era o plano deDeus em marcha. Muitas igrejas e indivíduos pediam explicações acerca de casos difíceis surgidos por perturbações, falsas doutrinas, problemas internos na igreja, etc. (ICo1.11; 7.1; 5.1). Assim, surgiu a necessidade de revelação divina escrita como recursopara solucionar esses e outros problemas.

Os judeus cumpriram sua missão de transmitir ao mundo os oráculos divinos(Rm 3.2). A Igreja também cumpriu sua parte, transmitindo as palavras e ensinos doSenhor Jesus, bem como as que Ele, pelo Espírito Santo, inspirou aos escritores sacros.Ele mesmo disse: “Tenho ainda muito que  vos dizer, mas ... o Espírito da verdade... dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as cousas que hão de vir.”  (Jo 16.12,13).

Testemunhos importantes

Apresentam testemunhos da existência de livros do Novo Testamento, em seutempo, os seguintes cristãos primitivos, cujo tempo de vida coincidiu com a dos apósto

los ou discípulos destes.Clemente de Roma, na sua carta aos Coríntios, em 95 d.C., cita vários

livros do Novo Testamento.

Policarpo, na sua carta aos Filipenses, cerca do ano 110 d.C., cita diversasepístolas do apóstolo Paulo.

Inácio, por volta do ano 110 d.C., cita grande número de livros do NovoTestamento em seus escritos.

lustino, o mártir, nascido no ano da morte de João, escrevendo em 140d.C., cita diversos livros do Novo Testamento.

Irineu (130-200 d.C.) cita a maioria dos livros do Novo Testamento, chamando-os de “Escrituras”.

Orígenes (185-254 d.C.), homem erudito, piedoso e viajado, dedicou suavida aos estudos das Escrituras. Em seu tempo, os 27 livros do Novo Testamento jáestavam completados; ele os citou, embora tendo dúvida sobre alguns (Hebreus, Tiago,2 Pedro, 2 e 3 João).

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 _IÇÁO 4: O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 55

TEXTO 4

DATAS E PERÍODOS SOBRE O CÂNON EM GERAL

O Antigo Testamento foi escrito no espaço de mais ou menos 1.046 anos; de1491 a 445 a.C., isto é, de Moisés a Esdras. A data 445 a.C. é apenas um ponto dereferência cronológica quanto ao encerramento do cânon do Antigo Testamento. Seentrarmos em detalhes quanto ao último livro do Antigo Testamento em ordem cronológica, Malaquias, teremos uma variação de tempo, como veremos a seguir.

O Pentateuco, como já vimos, foi iniciado cerca do ano 1491 a.C. Malaquias, o

último livro do Antigo Testamento por ordem cronológica, foi escrito após 445, nofinal do governo de Neemias e sacerdócio de Esdras. Ora, isto foi a partir de 432,quando Neemias regressou a Jerusalém procedente da Pérsia, para onde tinha ido em434 a fim de renovar sua licença (Ne 13.6).

É a partir desse ano que Malaquias entra em cena. Quando Malaquias escreveu,talvez Neemias não estivesse mais na Palestina, pelo que não o menciona em seu livro,como fazem Ageu e Zacarias, os profetas seus antecessores, os quais mencionamZorobabel e Josué, respectivamente governador e sacerdote dos repatriados (Zc 3-4 eAg 1.1).

O Novo Testamento foi escrito em menos de 100 anos, pois o seu último livro,Apocalipse, foi escrito cerca de 96 d.C. Isto dá um total de 1.142 anos para a formaçãode ambos os Testamentos (1.046 + 96). Lembremos sempre que a cronologia bíblica éaproximada.

Os livros apócrifos

Na Bíblia de edição católico-romana, o total de livros é 73 porque, desde oConcílio de Trento em 1546 a Igreja Romana, inclui no cânon do Antigo Testamento7 livros apócrifos, além de 4 acréscimos ou apêndices a livros canônicos, perfazendoassim um total de 11 escritos apócrifos.

A palavra apócrifo significa, literalmente, escondido, oculto, em referência a livrosde então que tratavam de coisas secretas, misteriosas, ocultas. No sentido religioso, otermo significa não genuíno, espúrio, desde sua aplicação por Jerônimo. Os livros apócrifos

nunca foram reconhecidos pelos judeus como parte do cânon hebraico. Jamais foramcitados por Jesus, nem foram reconhecidos pela Igreja Primitiva.

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56 BIBLIOLOGIA

 Jerônimo, Agostinho, Atanásio e outros homens de valor dentre os primitivoscristãos se opuseram aos apócrifos como livros inspirados, que aparecem pela primeiravez na Septuaginta, a tradução do Antigo Testamento do hebraico para o grego.

Quando traduziu a Vulgata no início do século V (405 d.C.), Jerônimo incluiu

os apócrifos oriundos da Septuaginta, através da Antiga Versão Latina de 170, porquelhe foi ordenado, mas indicou que tais livros não poderiam ser base de doutrinas.

São 14 os escritos apócrifos, sendo 10 livros e 4 acréscimos a livros canônicos.Antes do Concílio de Trento, a Igreja Romana aceitava todos, mas depois passou aaceitar apenas 11, sendo 7 livros e os 4 acréscimos já mencionados. A Igreja OrtodoxaGrega mantém os 14 até hoje.

Os 7 livros apócrifos constantes da Bíblia de edição católico-romana são:

1. Tobias (após o livro canônico de Esdras);2. ludite (após o Livro de Tobias);3. Sabedoria de Salomão (após o livro canônico de Cantares);4. Eclesiástico (após o Livro da Sabedoria);5. Baruque (após o livro canônico de Jeremias);6. 1 Macabeus;7. 2 Macabeus.

Os 4 acréscimos ou apêndices aos livros canônicos, são:

a) Ester (a Ester, 10.4-16.24);b) Cântico dos três santos filhos (a Daniel, 3.24-90);c) História de Suzana (a Daniel, 13);d) Bei e o dragão (a Daniel, 14).

Como já foi dito, dos 14 apócrifos, a Igreja Romana aceita 11 e rejeita 3, istoapós 1546 d.C. Os livros rejeitados são: 3 Esdras. 4 Esdras e A Oração de Manassés.

Os livros apócrifos de 3 e 4 Esdras são assim chamados porque, na Bíblia deedição católico-romana, o Livro de Esdras é chamado 1 Esdras e o de Neemias échamado 2 Esdras.

Aprovação dos apócrifos

A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 18 de Abril de 1546 como meio decombater a Reforma Protestante, então recente. Nessa época, os protestantes combatiam violentamente as novas doutrinas romanistas do Purgatório, da Oração pelos

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LIÇÀO 4 :0 CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÁO HISTÓRICA 57

Mortos e da Salvação Mediante Obras. Os romanistas viam nos apócrifos base paratais doutrinas e apelaram para eles, aprovando-os como canônicos.

Houve prós e contras dentro dessa própria igreja, como houve também depois.Nesse tempo, os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre osapócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O cardealPallavacini, em sua H i s t ó r i a   E c l e s i á s t i c a   declara que, em pleno concílio, 40 bisposdos 49 presentes travaram luta corporal agarrados às barbas e batinas uns dos outros.Foi nesse ambiente “espiritual” que os apócrifos foram aprovados. A primeira ediçãoda Bíblia católico-romana incluindo os apócrifos deu-se em 1592, com autorização doPapa Clemente VIII.

Os reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, colocando-

os entre o Antigo e Novo Testamento; não como livros inspirados, mas bons para aleitura e de valor literário e histórico. Isto continuou até 1629.

A famosa versão inglesa “King James” (“Rei Tiago”) de 1611 ainda os incluía.Porém, após 1629, os evangélicos os omitiram de vez na Bíblia, para evitar confusãoentre o povo simples, que nem sempre sabe discernir entre um livro canônico e umapócrifo.

Outros livros apócrifos

Há ainda outros escritos espúrios relacionados tanto com o Antigo como com oNovo Testamento. São chamados “Pseudoepigráficos”. Os principais do Antigo Testamento chegam a 26 e nunca foram reconhecidos por igreja alguma.

Os escritos pseudoepigráficos referentes ao Novo Testamento, tendo um totalde 24, tal como os principais, também nunca foram reconhecidos por ninguém comotendo canonicidade. São cheios de histórias ridículas e até indignas de Cristo e Seusapóstolos.

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58 BIBLIOLOGIA

QUESTIONÁRIO DA LIÇÁO

I. Associe a Coluna “A” de acordo com a Coluna “B”.

Coluna “A” Coluna “B”

 jp) 4.01 Ficou completo em 445 a.C., desde o A. Cantares de Salom ão, Rute,tempo de Esdras.

 /X,  4.02 Eram rolos separados, lidos anualmen-te em festas distintas.

Eclesiastes e Lamentações de Jeremias.

B. Antigo Testamento.

;Ç 4-03 A nossa divisão do Antigo Testamento C. Vulgata Latinaem 39 livros provém da Septuaginta,por seu intermédio. D. Cânon do Antigo Testamento.

 j > 4.04 Com eça com Gênesis e termina emCrônicas, segundo a divisão do cânonhebraico.

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LIÇÃO 4: O CÂNON DA BÍBLIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 59

ü. Assinale com “X” a alternativa correta.

4.05 Os últimos escritores do cânon do Antigo Testamento foram  a) Esdras e Moisés.

% b) Neemias e Malaquias.

  c) Isaías e Zacarias.  d) Joel e Amós.

4.06 Os escritores do Novo Testamento referem-se ao cânon do Antigo Testamentocomo sendo

X a ) oráculos divinos.  b) orações proféticas.  c) leis antigas.

  d) mandamentos santos.

4.07 Os primeiros livros escritos do Novo Testamento foram:  a) Os Evangelhos.  b) Os Atos dos Apóstolos.

X c) As Epístolas de Paulo.  d) As Epístolas aos Hebreus e a Judas.

4.08 Os 27 livros que compreendem o cânon do Novo Testamento foram reconhecidos em 397 d.C. pelo  a) III Concílio de Jerusalém.

y b) III Concílio de Cartago.  c) III Concílio de Niceia.

d) III Concílio de Trento.

4.09 A palavra apócrifo, no sentido religioso, significa  a) não ligado, distante.

  b) não peculiar, impróprio.>( c) não genuíno, espúrio.

  d) não simétrico, irregular.

4.10 De acordo com a Lição estudada, os livros apócrifos  a) nunca foram reconhecidos pelos judeus como parte do cânon hebraico.  b) jamais foram citados por Jesus.  c) não foram reconhecidos pela Igreja Primitiva.

 _^_d) Todas as alternativas estão corretas.

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6 0 BIBLIOLOGIA

ANOTAÇÕES

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PRESERVAÇÃO E :i i

Esta Lição aborda os seguintes pontos: línguas originais da Bíblia, seus manuscritosmais importantes, primeiras e principais versões e traduções, e certas peculiari-dades do texto bíblico.

A Bíblia foi escrita originalmente em hebraico (o Antigo Testamento) e em grego

(o Novo Testamento), como mostraremos no primeiro Texto. O hebraico, idioma oficialda nação judaica, é chamado no Antigo Testamento de “... língua de Canaã ...”  (Is19.18) e “língua judaica” ou “...judaico ...”  (2Rs 18.26,28; Is 36.13).

Como a maior parte das línguas do ramo semítico, o hebraico lê-se da direitapara a esquerda. O seu alfabeto compõe-se de 22 letras, constando somente deconsoantes. Há sinais vocálicos, sim, mas não podemos chamá-los de letras.

Além do hebraico como língua original, o Antigo Testamento tem alguns textosos quais foram escritos originalmente em aramaico, exemplos: Ed 4.8 - 6.18; 7.12-26;Dn 2.4-7.28.

Enquanto isto, o Novo Testamento foi escrito originalmente em grego; não ogrego clássico dos filósofos, mas o dialeto popular do homem da rua, comerciantes,estudantes que todos podiam entender, denominado “koiné”.

Nos Textos seguintes abordaremos os manuscritos, versões e traduções da Bíbliamais antigos e mais importantes.

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. As Línguas Originais da Bíblia2. Os Manuscritos da Bíblia3. Os Manuscritos da Bíblia (Cont.)

4. Os Manuscritos da Bíblia (Cont.)

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6 2 BIBLIOLOGIA

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:

1. Dizer quais as duas principais línguas originais da Bíblia, tanto do Antigocomo do Novo Testamento;

2. Descrever o formato dos manuscritos primitivos da Bíblia;

3. Citar três manuscritos do Antigo Testamento em hebraico;

4. Mencionar 2 das bíblias impressas mais antigas, tanto do Antigo comodo Novo Testamentos.

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LIÇÁO 5: PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA 63

TEXTO 1

AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA

As línguas originais da Bíblia são o hebraico  e o aramaico para o Antigo Testamento, e o grego para o Novo Testamento.

O hebraico

Todo o Antigo Testamento foi

escrito em hebraico, o idioma oficialda nação judaica, exceto algumaspassagens de Esdras, Jeremias eDaniel, escritas em aramaico. Amaior destas é a de Daniel, queabrange de 2.4 a 7.28 de seu livro.

Como a maior parte das línguasdo ramo semítico, o hebraico lê-se da

direita para a esquerda. O alfabeto compõe-se de 22 letras, todas consoantes. Hásinais vocálicos, sim, mas as vogais não são consideradas letras.

A escrita hebraica dos tempos antigos só empregava consoantes, sem qualquersinal de vocalização. Os sons vocálicos eram suprimidos pelo leitor durante a leitura,o que dava origem a consoante mas com acepções diferentes. Quer dizer, a pronúnciaexata dependia da habilidade do leitor, levando em conta o contexto e a tradição. Foipor causa disso que perdeu-se a pronúncia de muitas palavras bíblicas.

Após o século VI, os eruditos judaicos residentes em Tiberíades passaram a colocarna escrita sinais vocálicos, perpetuando assim a pronúncia tradicional. Esses sinais sãopontos colocados em cima, em baixo e dentro das consoantes. Os autores desse sistemade vocalização chamavam-se “massoretas”, palavra derivada de massorah  que querdizer tradição.

Os massoretas, por meio desse sistema, fixaram a pronúncia tradicional dohebraico. Todo texto bíblico posterior ao século VI é chamado “massorético”, porquecontém sinais vocálicos. Os mais famosos eruditos massoretas foram os judeus Moses

ben Asher e seus filhos Aaron e Naftali, que viveram e trabalharam em Tiberíades, naGalileia.

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6 4 BIBLIOLOGIA

Esta forma primitiva do hebraico passou por modificações com o decorrer dotempo. Após o exílio, teve início a chamada “escrita quadrada”, que foi convertidapelos massoretas para a atual forma do alfabeto hebraico - uma forma quadradamodificada.

Além do texto massorético, há outro texto hebraico das Escrituras: o doPentateuco Samaritano, que emprega os antigos caracteres hebraicos.

O aramaico

O aramaico é um idioma semítico falado jáhá 2.000 anos antes de Cristo, em Arã ou Síria,que é a mesma região. Era um idioma falado também em grande área da Arábia Pétrea. Os trechos

do Antigo Testamento escritos em aramaico são:Esdras 4.8-6.18; 7.12 a 26 e Daniel 2.4 a 7.28.

A influência do aramaico foi profunda sobreo hebraico, começando no cativeiro do reino deIsrael em 722 a.C., na Assíria, e continuandoatravés do cativeiro do reino de Judá em 587 a.C.,em Babilônia. Tão grande foi a influência dessalíngua sobre os judeus cativos que, em 536 a.C., quando Israel começou a regressar do

exílio, falava o aramaico como língua vernácula ou oficial. Por essa razão, no tempo deEsdras, as Escrituras, ao serem lidas em hebraico, em público, era preciso explicar oseu significado (Ne 8.5,8).

No tempo de Cristo, o aramaico já era muito popular; de fato, foi a língua usadapelo Senhor, Seus discípulos e pela Igreja Primitiva em Jerusalém. Jesus falava tambémo hebraico, o que se depreende de Lucas 4.16 a 20, a considerar que os rolos sagradoseram escritos em hebraico.

O hebraico foi de fato absorvido pelo aramaico, mas continuou sendo a línguaoficial do culto divino no templo, nas sinagogas, nos rolos sagrados, dos rabinos eeruditos. Havia escolas de rabinos, inicialmente em Jerusalém, e depois da queda desta,em Tiberíades. Havia escolas semelhantes noutros centros judaicos.

As conquistas árabes e a propagação do islamismo em largas áreas da Ásia, Áfricae Europa reduziram e, por fim, destruíram a influência do aramaico. Por sua vez, ohebraico, sendo língua morta, começou a ressurgir. Para que se cumprissem as profeciasreferentes a Israel, era necessário que essa língua revivesse e assumisse a posição que

hoje desfruta na família das nações modernas.

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-IÇÀO 5: PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA 6 5

O aramaico ainda sobrevive numa remota e pequena vila da Síria, chamadaMalloula, com a população de poucos milhares de habitantes.

O grego

O Novo Testamento foi originalmente escrito em grego. A únicadúvida paira sobre o Livro deMateus, que muitos eruditos afirmam ter sido escrito em aramaico.

O grego é de expressão muitoprecisa e, das línguas bíblicas, é a que

mais se conhece, devido ser maispróxima da língua portuguesa.

O grego do Novo Testamento não é o grego clássico dos filósofos, mas o dialetopopular do homem comum, comerciantes, estudantes, o que todos podiam entender,denominado “koiné”. Este dialeto formou-se a partir das conquistas de Alexandre, em336 a.C., ano em que este monarca subiu ao trono e, no curto espaço de 13 anos,alterou o curso da história do mundo.

A Grécia tornou-se império mundial e toda a terra conhecida recebeu influência da língua grega. Deus preparou deste modo um veículo para disseminar as novasdo Evangelho até os confins do mundo no tempo oportuno.

Nos primórdios do Cristianismo, o Evangelho pregado ou escrito em grego podiaser compreendido pelo mundo todo.

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6 6 BIBLIOLOGIA

TEXTO 2

OS MANUSCRITOS DA BÍBLIA

A história da Bíblia, como chegou até nós, é encontrada em seus manuscritos. Manuscritos  são rolos  ou livros da antiga literatura, escritos à mão. O texto da Bíblia foipreservado e transmitido mediante os seus manuscritos. Nos tratados sobre a Bíblia, apalavra manuscrito é sempre indicada pela abreviatura MS, no singular, e Mss ou MSSno plural. Há em nossos dias cerca de 4.000 manuscritos da Bíblia, preparados entreos séculos II e XV d.C.

O formato dos manuscritosQuanto ao formato, os manuscri

tos (MSS) podem ser códices ou rolos.Códice é um manuscrito em formato de livro, feito de pergaminho. As folhas têmnormalmente 65 centímetros de altura por 55 de largura. Este tipo de manuscrito começou a ser usado no sé

culo II. O rolo tanto podia ser depapiro como de pergaminho. Era preso

a dois cabos de madeira para facilitar o manuseio durante a leitura. Era enrolado dadireita para a esquerda e suas extensão dependia da escrita a ser feita. Portanto,antigamente não era fácil conduzir pessoalmente os 66 livros da Bíblia como fazemoshoje.

 A caligrafia dos manuscritos

Há dois tipos de caligrafia ou forma gráfica nos manuscritos bíblicos, o que osdivide em Uncial e Cursivo:

1. Uncial é o manuscrito de letras maiúsculas e sem separação entre as palavras.

2. Cursivo é o manuscrito de letras minúsculas, com espaço entre as palavras.

Tal diferença na forma gráfica deu-se no século X. Palimpsesto é um manuscrito reescrito, isto é, a escrita primitiva foi raspada e novo texto foi escrito por cima. Isso ocorria

devido ao alto preço do pergaminho. Inutilizava-se assim uma escrita para se usar o

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AO 5: PRESERVAÇÃO E TRADUÇÁQ DA BÍBLIA 67

-esmo material. Os manuscritos originais também não tinham sinais de pontuação.Estes foram introduzidos na arte de escrever em época recente. E claro, pois, que arontuação moderna não é divinamente inspirada e pode até dar sentido diferente aooriginal.

Manuscritos originais da Bíblia

Não há nenhum manuscrito original saído das mãos dos escritores bíblicos, queseja conhecido. E provável que, se houvesse algum, os homens o adorassem mais doque ao divino Autor. Vejamos, por exemplo, a adoração da serpente de metal pelosisraelitas (2Rs 18.4); da cruz de Cristo e da “virgem” Maria, pelos católicos; e o caso de

 João querer adorar o mensageiro celestial (Ap 22.8,9).

A falta de manuscritos originais provém do seguinte:

1. O costume dos judeus de enterrar todos os manuscritos arruinados pelouso ou por outra coisa; isto para evitar mutilação ou interpolação espúria.

2. Os reis idólatras e ímpios deIsrael podem ter destruído muitos manuscritos ou ter contribuído para isso (leiamoso episódio registrado em Jeremias 36.20-

26).3. O monstruoso imperador

Antíoco Epífanes, rei da Síria (175-164a.C.), dominou a Palestina durante seu reinado. Foi extremamente cruel e sádico; tinha prazer em aplicar torturas. Decidiu exterminar a religião judaica. Assolou Jerusalém em 168, profanou o templo e destruiutodas as cópias que achou das Sagradas Escrituras. E considerado por muitos estudiososcomo o Anticristo do Antigo Testamento.

4. Nos dias de Diocleciano, feroz imperador romano (284-305 d.C.), osperseguidores dos cristãos destruíram todas as cópias acharam das Escrituras. Durantedez anos Diocleciano mandou vasculhar o império para destruir os escritos sagrados.Chegou a julgar que tivesse destruído tudo, pelo o que mandou cunhar uma moedacomemorando tal vitória.

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6 8 BIBLIOLQGIA

TEXTO 3

OS MANUSCRITOS DA BÍBLIA 

(Cont.)

Manuscritos do Antigo Testamento, em hebraico

Até a descoberta dos manuscritos do Mar Morto em 1947, os mais antigos e maisimportantes manuscritos do Antigo Testamento em hebraico eram:

 a

a) Códice dos Primeiros e Últimos Profetas. Está atualmente na Sinagoga

Caraíta do Cairo, Egito. Foi reescrito em Tiberíades em 895 d.C. por Moses ben Asher,erudito judeu e massoreta de renome. Caraítas  são judeus que rejeitam a doutrina ortodoxa dos rabinos e reclamam liberdade de interpretação da Bíblia.  Contém os PrimeirosProfetas, segundo a organização do cânon hebraico do Antigo Testamento: Josué,

 Juizes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. Contém também os Últimos Profetas: Isaías, Jeremias,Ezequiel e Os Doze;

b) Códice do Pentateuco. Reescrito em cerca de 950 d.C., talvez por Mosesben Asher. Encontra-se hoje no Museu Britânico, sob o número 4445;

c) Códice Petropolitano. Reescrito em 916 d.C., procedente da Crimeia. /

Contém apenas os Últimos Profetas e está na biblioteca de São Petersburgo (antigaPetrogrado), Rússia, donde deriva o nome Petropolitano;

d) Códice Aleppo. Contém todo o texto do Antigo Testamento. Seus sinais vocálicos foram colocados por Aaron ben Asher, filho de Moses ben Asher. Em1948, cerca de 25% desse códice foram queimados num incêndio ateado por umaturba em uma invasão feita ao mosteiro onde ele se encontrava em Aleppo, Síria.

Encontra-se, hoje, em Israel, onde está sendo utilizado no preparo de nova Bíbliahebraica, por uma universidade de Jerusalém;

e) Códice 19 “A”. Está na Biblioteca de São Petersburgo, Rússia. Foi reescrito por Moses ben Asher e copiado no ano 1008 d.C., no Cairo, por Samuel ben

 Jacob. Este é o manuscrito mais antigo, completo e datado do Antigo Testamento, emhebraico;

f) O Rolo de Isaías (Mar Morto, 1947). Nos rolos descobertos próximo ao

Mar Morto em 1947, foi encontrado um manuscrito do profeta Isaías, em hebraico, do

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LICÁO 5: PRESERVAÇÃO E TRADUÇÁO DA BÍBLIA 69

ano 100 a.C., isto é, 1.000 anos mais antigo que os mais antigos manuscritos até entãoexistentes! Uma vez que o texto de tal rolo concorda com os das nossas bíblias atuais,temos assim uma prova singular da autenticidade das Escrituras, considerando queesse rolo de Isaías tem agora mais de 2.000 anos de existência. Mais detalhes sobre orolo de Isaías, no Texto 4.

Manuscritos do Antigo e Novo Testamentos em grego/  _ 

E digno de nota que os manuscritos mais antigos da Bíblia estão em grego. Taismanuscritos não são originais, mas cópias. Os originais saídos das mãos dos escritoresse perderam. Pela ordem cronológica vamos citar os mais antigos:

a) O Códice Vaticano ou “B”. Pertence hoje à Biblioteca do Vaticano edata de 325 d.C.; o Antigo Testamento é cópia da Septuaginta e contém os apócrifos

em separado. Essa biblioteca foi fundada em 1488 e, em seu primeiro catálogo publicadoem 1495 aparece esse manuscrito. E um manuscrito uncial.

b) O Códice Sinaítico ou “Álefe”. Pertence atualmente ao Museu Britânico.Data de 340 d.C. e foi descoberto pelo erudito cristão Tischendorf, em 1844, no Mosteiro de Santa Catarina, ao sopé do Monte Sinai. A história de sua aquisição é muitoimpressionante: Tischendorf, não conseguindo comprá-lo, convenceu os monges apresenteá-lo ao Czar que, em reconhecimento a esta oferta, doou 9.000 rublos aomosteiro. Em 1862, o Czar custeou as despesas de publicação do texto impresso em

Leipzig, em quatro volumes.

Este extraordinário tesouro permaneceu na Biblioteca de São Petersburgoaté 1933, quando o governo russo, desinteressado da Bíblia, vendeu-o ao MuseuBritânico por 100.000 libras esterlinas, arrecadadas por subscrição pública e contribuiçãodo governo (mais ou menos 500.000 dólares). Esta história desperta no visitante deLondres um incontido desejo de visitar o Museu Britânico para contemplar o preciosomanuscrito, famoso tanto pelo valor intrínseco como extrínseco.

c) O Códice Alexandrino ou “A”. Pertence hoje ao Museu Britânico e datade 425 d.C. Tem este nome porque foi escrito em Alexandria e também pertenceu àsua biblioteca. Em 1621, foi levado a Constantinopla por Cirilo Lúcar, patriarca deAlexandria. Em 1624, Cirilo presenteou-o ao rei Tiago I da Inglaterra, o mesmo queautorizou a famosa versão inglesa de 1611, a versão King James ou Rei Tiago. Em1757, o rei Jorge II doou a biblioteca da família real à nação e assim o famoso manuscrito chegou ao Museu Britânico. E um manuscrito uncial.

d) O Códice Efraimita ou “C”. Encontra-se atualmente na Biblioteca

Nacional de Paris e data de 345 d.C. E um palimpsesto. Ao ser restaurada a primeira

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70 BIBLIOLOGIA

escrita, constatou-se serem ambos os Testamentos incompletos. Tischendorf publicou-oem 1845. É bilíngue, editado grego e latim, e é também um manuscrito uncial.

e) Q Códice Bezae ou “D”. Pertence hoje à Biblioteca da Universidade deCambridge, Inglaterra e data do século VI. Contém os Evangelhos, Atos dos Apóstolose parte das Epístolas. E um manuscrito uncial.

f) O Códice Claromontano ou “D2”. Encontra-se hoje na Biblioteca Nacional de Paris e data do século VI. Contém as epístolas paulinas e é também ummanuscrito uncial.

TEXTO 4

OS MANUSCRITOS DA BÍBLIA (Cont.)

 As bíblias impressas mais antigas

1. O Antigo Testamento impresso em hebraico:

a) O primeiro texto do Antigo Testamento impresso em hebraico foipublicado em 1488 em Soncino, na Itália, com os sinais vocálicos.

b) O segundo texto mais antigo do Antigo Testamento impresso em hebraicoé o constante da Bíblia chamada “Complutensiana Poliglota”, preparada pelo CardealXimenes de Cisneros, na Universidade de Alcalá, próximo a Madri, na Espanha. Foi

impresso em 1514-1517, mas distribuído somente em 1522. A Poliglota inclui, alémdo Antigo Testamento em hebraico, o Novo Testamento em grego, a Septuaginta e aVulgata, ambas em latim. O texto todo abrange seis volumes.

c) A Primeira Bíblia Rabínica. Preparada por Félix Pratensis e publicadapor Daniel Bomberg, em Veneza, em 1516-1517.

d) O texto preparado por Jacob ben Chayim e impresso por Daniel Bombergem Veneza, em 1524-1525 tornou-se um texto padrão para estudo. Foi a segunda

Bíblia Rabínica impressa.

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LIÇÀO 5: PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA 71

e) O texto de Amsterdã, publicado entre 1661-1667, é uma combinaçãodos textos de Chayim e de Ximenes.

f) O texto de Van der Hooght, publicado em 1705, é uma revisão do textode Amsterdã.

g) O texto de Kennicott, editado em 1776-1780, que segue o de Van derHooght, de 1705.

h) O texto de Letteris, publicado em 1852, é uma revisão do texto de Vander Hooght. Este é o texto padrão adotado em nossos dias pelas Sociedades Bíblicasem todo o mundo.

i) O texto de Rudolph Kittel (1906) foi originado do texto de Chayim. A

terceira edição de Kittel, em 1937, abandonou o texto de Chayim, publicando o domanuscrito Códice 19 “A”, citado no Texto anterior.

2. O Novo Testamento impresso em grego

a) O primeiro texto impresso em grego do Novo Testamento é o da“Complutensiana Poliglota” de que já falamos quando nos ocupamos do texto impressoem hebraico.

b) 0'texto de Erasmo (teólogo holandês), publicado e distribuído em 1516.

Este foi o primeiro texto impresso e distribuído do Novo Testamento. A Poliglota doCardeal Ximenes só veio a público em 1522, ainda que tenha sido impressa em 1514-1517.

c) O texto de Robert Stephanus, publicado em 1546 em Paris, é baseadono texto de Erasmo e na Poliglota.

d) O texto de Teodoro Beza, publicado em 1565 e 1664, que teve o textode Stephanus como base.

e) O texto dos irmãos Elzevirs, holandeses, publicado no período de 1624a 1678. Teve como base os textos de Stephanus e Beza. E conhecido como o “TextusReceptus” devido a uma expressão existente no prefácio.

f) O texto de Westcott e Hort, dois eminentes eruditos ingleses. Data de1881-1882 e suplantou o “Textus Receptus”.

g) Há, por fim, os mais recentes textos impressos do Novo Testamento emgrego, que são os de Herman von Soden, Screivener e Eberhard Nestle. Este último émuito utilizado no preparo das versões modernas.

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72 BIBLIOLOGIA

Os manuscritos do Mar Morto

Num dia de verão de 1947, o pastor beduíno árabe Muhammad ad Did, da tribodos Taa’miré, que acampava entre Belém e o Mar Morto, saiu à procura de uma cabradesgarrada nas ravinas rochosas da costa noroeste do referido mar e encontrou um

inestimável tesouro bíblico. Estava o pastor junto à encosta rochosa do Wádi Qúnram.Ao atirar uma pedra numa das cavernas, ouviu um barulho de cacos se quebrando.Entrou na caverna e encontrou uma preciosa coleção de manuscritos bíblicos: 12rolos de pergaminhos e centenas de fragmentos. Um dos rolos era um dos manuscritosde Isaías do ano 100 a.C., isto é, mil anos mais antigo que os exemplares de livros atéestão conhecidos. Os rolos estão escritos em papiro e pergaminho e envolvidos empanos de linho. Outras cavernas foram vasculhadas e novos manuscritos foramencontrados.

Pesquisas revelam que os manuscritos do Mar Morto foram escondidos pelosessênios, seita ascética judaica, que ali viviam durante a segunda revolução dos judeuscontra os romanos em 132-135 d.C. Os responsáveis por um grande mosteiro agoradescoberto, ao verem aproximar-se as tropas romanas, esconderam ali uma biblioteca!Nas 267 cavernas examinadas foram encontrados fragmentos de 332 obras ao todo.Encontraram, inclusive, cartas do líder dessa revolta, Bar Kochba, em perfeito estado,estando sua assinatura bem nítida. Nos manuscritos encontrados, há trechos de todosos livros do Antigo Testamento, exceto o de Ester.

Cálculo da data de um manuscrito

Alguns critérios e mecanismos são empregados para se calcular a data de ummanuscrito, conforme segue:

1. Pela forma das letras. Cada forma representa uma época, tanto no gregocomo no hebraico.

2. Pelo modo como estão escritas as palavras no texto, se ligadas ou separadas.Isto também indica o tempo.

3. Pelas letras iniciais de títulos e parágrafos. Se adornadas ou singelas. Istotambém indica o tempo.

4. Pelo Carbono-14. Este é um método científico revolucionário. Trado seguinte: todo ser vivo absorve C-14- A cada 5.600 anos, o C-14 perde metade desua radioatividade primitiva. Assim sendo, se for medida a radioatividade da substânciaorgânica morta, ver-se-á quando deixou de absorver C-14, ao morrer. Basta queimar

uma pequena parte da substância a ser testada e medir a radioatividade do C-14. Este

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LIÇÁO 5: PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA 73

método apresenta uma precisão assombrosa, porque a natureza tem leis fixasestabelecidas pelo Criador. Um exemplo: o pano de linho que envolvia os manuscritosda Caverna 1 de Qúnram, ao ser testado, provou ser do ano 33 d.C. Isto é, a plantadeixara de existir naquele ano.

5. Pelos Raios “X”. Este método também ajuda a determinar a idade de oantigos, por meio de fotografia e algumas reações de ordem química.

QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO

Marque “C” para certo e “E” para errado.

^ 5.01 As línguas originais da Bíblia são o hebraico e o aramaico para o Antigo Tes-tamento e o grego para o Novo Testamento.

L! 5.02 No século VI, os eruditos judaicos residentes em Tiberíades, passaram a colocar na escrita sinais vocálicos. Esses eruditos eram chamados “Anabatistas”.

f. 5.03  Manuscritos são rolos ou livros da antiga literatura, escritos à mão.

5.04 Códice é um manuscrito em formato de livro, feito de pergaminho.

f 5.05 A caligrafia dos manuscritos é classificada em Uncial e Cursiva.ç   5.06 Relacionado aos manuscritos do Antigo Testamento em hebraico, o Códice

dos primeiros e últimos profetas está na Sinagoga Caraíta do Cairo (Egito).

P- 5.07 Os manuscritos do Antigo Testamento e Novo Testamento em grego, o Códice Sinaítico ou “Alefe”, contém os apócrifos em separado.

 _ÇJ5.08 O primeiro texto do Antigo Testamento escrito em hebraico foi publicadocom os sinais vocálicos em 1488, em Soncino, na Itália.

C-,5.09 A Bíblia chamada “Complutensiana Poliglota” inclui, além do Antigo Testamento em hebraico e do Novo Testamento em grego, a Septuaginta e a Vul-gata, ambas em latim.

lX  5 .10 Os manuscritos do Mar Morto foram encontrados por um arqueólogo inglês

em 1967.

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BIBLIOLOGIA

 ANOTAÇÕES

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PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA 

(Cont.)

Com o propósito de tornar a Sua Palavra conhecida por todos os povos, Deuslançou mão do talento de homens doutos e submissos à Sua vontade, no sen

tido de contribuir com a tradução da Bíblia, a qual já está traduzida no seutodo ou em parte, em mais de 2.300 línguas, atualmente.

De fato, Deus possui um grande exército de homens e mulheres trabalhando dedia e de noite na tradução do texto sagrado em muitas novas línguas, como forma dedar pleno cumprimento à palavra de Jesus: "... Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.”  (Mc 16.15).

Nesta Lição em particular, trataremos das principais traduções das Escrituras.

Nos Textos 1 e 2, trataremos de:

• Versões Semíticas: O Pentateuco Samaritano e Os Targuns;

• Versões Gregas: destacando-se as Versões da Septuaginta, de Áquila, deTeodocião, de Símaco e a Héxapla de Orígenes;

• Versões Siríacas: a Peshito e a Filoxênia;

•Versões Latinas, dentre as quais: a Antiga Versão Latina, a ítala, a Revisãode Jerônimo e a Vulgata.

No Texto 3, trataremos de outras Versões Orientais e Ocidentais, dentre as quaisse destacam as Versões Egípcias ou Cópticas, e as Versões Europeias.

No Texto 4, trataremos das versões em português, melhor conhecidas por nós. E,finalmente no Texto 5, trataremos de algumas peculiaridades sobre o texto bíblico emgeral e a sua tradução.

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76 BIBLIOLOGIA

ESBOÇO DA LIÇÁO

1. A Tradução da Bíblia2. A Tradução da Bíblia (Cont.)

3. Outras Versões Orientais e Ocidentais4- Versões em Português5. Peculiaridades Sobre o Texto Bíblico e Sua Tradução

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:

1. Citar duas das principais versões ou traduções da Bíblia, uma semítica eoutra grega;

2. Mencionar duas versões siríacas e duas latinas da Bíblia;

3. Expor em linhas gerais duas versões da Bíblia, uma oriental e outra europeia;

4. Discorrer sobre duas das principais versões da Bíblia em português;

5. Descrever duas peculiaridades sobre o texto bíblico em geral e a sua tradução.

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LIÇÁO 6: PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA (CONT.) 77

TEXTO 1

A TRADUÇÃO DA BÍBLIA

A tradução da Bíblia era necessária para que se cumprissem as palavras do Senhor Jesus, após ressuscitar: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16.15). Ora, o mundo está dividido em nações, tribos e povos, cada qual comsua língua. Hoje, quando vemos as Escrituras (totalmente e partes) traduzidas para2.377 línguas, sabemos que Aquele que comissionara os discípulos para tão grandeobra proveria os meios para a sua realização.

 Versões semíticas

1. O Pentateuco Samaritano. Esta não é propriamente uma versão. É o textohebraico do Pentateuco, escrito nos velhos caracteres hebraicos ou em samaritano,um dialeto oriundo do hebraico antigo, surgido com a mescla do povo assírio trazidopara Samaria por Sargão II, por ocasião do cativeiro das 10 tribos (2Re 17.1-41). Euma mistura do hebraico antigo com o assírio. Dele existem muitas cópias. E a Bíblia

da seita dos samaritanos, que teve início com a expulsão de Manassés, de Jerusalém(Ne 13.23-30), e a consequente construção de um templo rival no monte Gerizim (Jo4.20). Isso marcou o início da contínua separação pela qual os judeus não se comunicavam com os samaritanos (Jo 4.9). Em 1616, Pietro delia Valle levou para a Europa oprimeiro exemplar do Pentateuco samaritano.

Os manuscritos existentes estão escritos no dialeto samaritano. Em Nablus (aantiga Siquém), os samaritanos exibem antigos manuscritos do Pentateuco Samaritanona sinagoga que lá se encontram. Eles afirmam que desses manuscritos foi escrito por

um bisneto de Moisés, no 13Qano após a conquista de Canaã, por Josué, o que sabemos ser mera conjectura, sem fundamento algum.

2. Os Targuns. Os Targuns são paráfrases ou explicações em aramaico a respeito doAntigo Testamento. A palavra significa interpretações. Quando os judeus regressaramdo exílio, o uso do hebraico havia se perdido. Era preciso que tivessem as Escriturasem hebraico, e também que alguém lhes provesse o real significado do texto. Nessetempo, a leitura em público das Escrituras era seguida de explicação pelo leitor, paraque o povo pudesse entender (Ne 8.8). Os Targuns eram a princípio resumidos e simples, mas, pouco a pouco, foram aperfeiçoados e, finalmente, reduzidos às escritas. Osprincipais Targuns são:

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78 BIBLIOLOGIA

a) O da Lei, feito por Ónquelos, amigo de Gamaliel, do século II d.C.;

b) O dos Profetas e Livros Históricos.feitos por Jonathan ben Uziel, que diz ter sidodiscípulo de Hilel, de época posterior. Não confundamos os Targuns com o Talmude, que é oconjunto de tradições judaicas e explicações oraisdo Antigo Testamento, reduzidas a escrita no século II d.C.

Versões gregas

1. A Sep tuag inta. Comum ente

identificada por LXX, seu nome em latimquer dizer setenta. Conta Aristeas, escritorda corte de Ptolomeu Filadelfo, que reinoude 285-246 a.C., escrevendo a seu irmãoFilócrates (cerca de 100 a.C.), que o monarca egípcio, por proposta de seu bibliotecário, Demétrio de Falero, solicitou aosumo sacerdote judaico Eleazar que lheenviasse doutores versados nas SagradasEscrituras para preparar-lhe uma versão emgrego. Filadelfo muito ouvia falar das Es- Fragmentos da Septuaginta (séc. II d.C.)

crituras e queria a referida versão para enriquecer sua vasta biblioteca em Alexandria.O sumo sacerdote escolheu 72 eruditos (6 de cada tribo) e enviou-os a Alexandria, osquais completaram a versão em 72 dias. Josefo registra o fato com detalhes tais que oespaço não nos permite registrar. De 72 derivou-se o nome “Septuaginta”.

A tradução foi feita na ilha de Faros, situada no porto da cidade. Essa Bíblia teve

a mais ampla difusão entre as nações, especialmente naquelas onde estavam os judeusda dispersão, oriundos do cativeiro. Os magos que visitaram o menino Jesus, sem dúvida conheciam esta Bíblia no Oriente. Foi a Septuaginta um dos meios que Deususou para a preparação dos povos e nações para o advento do Evangelho que em breveseria proclamado por Jesus e Seus discípulos, ao chegar a “plenitude do tempo”  (G14.4).Por onde quer que fosse, a Septuaginta disseminava as profecias que apontavam parao Messias. A língua grega foi outro veículo usado por Deus e que em breve serviriapara levar o Evangelho ao mundo então conhecido.

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LIÇÁO 6: PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA (CONT.) 79

TEXTO 2

A TRADUÇÃO DA BÍBLIA 

(Cont.)

A Septuaginta foi a primeira tradução completa do Antigo Testamento a partirdo original hebraico. Foi também essa tradução que situou e dividiu os livros por assunto, como os temos hoje: Lei, História, Poesia e Profecia.

Não há um só exemplar original da versão dos Setenta, somente cópias, datando

a mais antiga de 325 d.C., o manuscrito Vaticano, estudado no Texto 3 da Lição 5.A carta de Aristeas é tida por espúria por estudiosos modernos, que sustentam

que a versão Septuaginta fora preparada aos poucos; que o Pentateuco fora traduzidoem 250 a.C. Seja como for, esta é a mais antiga tradução da Bíblia hebraica. Os outrosgrandes manuscritos da Septuaginta são os já estudados códices Vaticano, Sinaítico eAlexandrino.

A Septuaginta é usada ainda hoje na igreja grega. Sua primeira aparição impres

sa é a constante da Complutensiana Poliglota, publicada em Alcalá, província de Madriem 1514-1517, e distribuída em 1522 pelo Cardeal Ximenes de Cisneros.

2. A Versão de Áquila. Este era natural de Sínope, cidade do Ponto. Suatradução era puramente literal e continha apenas o Antigo Testamento. Foi feita em138 d.C., no reinado de Adriano. Existe em fragmentos somente.

3. A Versão de Teodocião. Este foi contemporâneo de Justino Mártir, que os

menciona em seus escritos. Era natural de Efeso. Sua versão foi feita em 160 d.C., notempo do Imperador Cômodo. Era mais uma revisão dos LXX, contendo apenas oAntigo Testamento. Teodocião era ebionita.

4. A Versão de Símaco. Feita em 218 d.C. Apenas do Antigo Testamento,visto que Símaco era também ebionita. Existe em fragmentos.

5. A Héxapla de Orígenes. Não é propriamente uma versão, mas uma obracompendiada. Devido a falhas na tradução da Septuaginta, Orígenes, grande eruditoda Igreja primitiva, compôs em Cesareia a sua Héxapla, ou versão de 6 colunas, em228 d.C. As seis colunas estão dispostas da direita para a esquerda, da seguinte forma:

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8 0 BIBLIOLOGIA

a) O texto hebraico;b) O texto grego traduzido do hebraico;c) A versão de Áquila;d) A versão de Símaco;e) A Septuaginta;

f) A versão de Teodocião.

 Jerônimo consultou essa obra no século IV. É também citada por Euzébio, quecopiou o texto dos LXX e também correções e adições de outros tradutores que Orígenesincluíra. Admite-se que a famosa Héxapla perdeu-se no saque dos sarracenos a Cesareiaem 653 d.C. Se esta obra tivesse chegado até nós, teríamos hoje três traduções gregaspara comparar com a dos Setenta. Dela só se conhecem citações. O texto dos Setentada Héxapla foi publicado em 1714 por Montfaucon. Euzébio, bispo de Cesareia (263-340) o copiara.

 Versões siríacas

A partir de agora adentramos nas versões do Novo Testamento. Poucos anosapós a fundação da Igreja, havia igrejas espalhadas em regiões remotas, como ÁsiaMenor, Síria, Roma, Antioquia etc., devido ao zelo inflamado pelo Espírito Santo doscrentes de então. Eles percorriam as estradas acima e abaixo contando a história de

 Jesus. A disseminação das Escrituras ocorria por meio de cópias manuscritas. Os após

tolos de Jesus ainda viviam quando as primeiras versões siríacas foram feitas.1. A Peshito. Peshito  significa simples.  Foi feita diretamente do hebraico

pela igreja siríaca de Edessa, ao nordeste da Mesopotâmia, no século II. Abrange, pelaprimeira vez, o Novo Testamento, com exceção de poucos livros. E ainda hoje a Bíbliado remanescente da igreja siríaca. Foi feita entre 150 e 200 d.C. Deu origem a outrasversões, como a árabe, a pérsica e a armênia. Esta versão serviu às igrejas do Oriente.

2. A Versão Filoxênia. Traduzida por Filoxeno em 508 d. C., bispo de

Hierápolis, na Asia Menor. Compreende só o Novo Testamento.

 Versões latinas

O latim era a língua falada pelos romanos e importantíssima, especialmente considerando-se que o último império mundial foi o romano. O latim foi implantado àmedida que esse império realizava suas conquistas. João, em seu Evangelho, diz que otítulo posto sobre a cruz de Jesus ( J e s u s   N a z a r e n o , R e i  d o s   J u d e u s ) estava escritotambém em latim (Jo 19.19, 20).

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LIÇAO 6: PRESERVAÇAO E TRADUÇAO DA BÍBLIA (CONT.) 81

Foram as seguintes as versões latinas:

1. A Antiga Versão Latina. É também chamada “Versão Africana do Norte”, feita possivelmente em Cartago. Abrange ambos os Testamentos e serviu às igrejasdo Ocidente. Seu Antigo Testamento foi traduzido não do texto hebraico e sim do

texto grego da Septuaginta. Foi concluída em 170 d.C. e era bem conhecida porTertuliano, falecido no ano 220, e de Agostinho. Teve várias revisões. Dela restamcerca de 40 manuscritos.

2. A ítala. Também conhecida por Vetus ítala  (em latim), é mais propriamente uma revisão da Antiga Versão Latina. Foi preparada na Itália, na segunda metade do século II. Abrange ambos os Testamentos.

3. A Revisão de lerônimo. É uma revisão da Antiga Versão Latina feita por

 Jerônimo, em 382-387 d.C., que foi encarregado disso por Dâmaso, bispo de Roma.Nesse trabalho, Jerônimo utilizou a Héxapla de Orígenes. Foi nesse tempo que aSeptuaginta começou a cair em desuso.

4. A Vulgata. É uma nova versão da Bíblia, elaborada por Jerônimo em387-405 d.C. O Antigo Testamento foi traduzido diretamente do hebraico, e o NovoTestamento, revisto, considerando as várias versões existentes em latim. Em assuntosbíblicos, Jerônimo foi o homem mais sábio de seu tempo. Era também dotado de grande piedade e valor moral. Para realizar esta obra, instalou-se num mosteiro de Belém,baseando-se na Héxapla de Orígenes. Tinha Jerônimo 60 anos quando iniciou a tarefa. Já antes, em Belém, fizera a revisão da Antiga Versão Latina. Nasceu no ano de 342e faleceu em 420 d. C.

A Vulgata foi a Bíblia da igreja do Ocidente na Idade Média. Foi tambémela o primeiro livro impresso após a invenção do prelo, saindo à luz em 1452 emMainz, Alemanha. Devido à popularidade e difusão que alcançou, foi no tempo deGregório o Grande (604 d.C.) denominada “Vulgata”, do latim vulgos = povo, isto é, a

versão do povo, popular, corrente.Por mil anos a Vulgata foi a Bíblia de quase toda a Europa e também a base

de inúmeras traduções para outras línguas. Foi decretada como a Bíblia oficial daIgreja Romana no Concílio de Trento, 4- Sessão, em 8 de Abril de 1546, decreto estesomente cumprido em 1592, com a publicação de nova edição da Vulgata pelo PapaClemente VIII.

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82 BIBLIOLOGIA

TEXTO 3

OUTRAS VERSÕES ORIENTAIS E OCIDENTAIS

Entre as mais famosas versões orientais da Bíblia, destacamos:

!• As Versões Egípcias ou Cópticas. São 3 as de primeira ordem. Foramfeitas até ao ano 500 d.C.;

2. A Etíope. Feita no ano 330 d. C., abrangendo ambos os Testamentos,com base nos LXX;

3. A Gótica. Feita no ano 350 d. C., de ambos os Testamentos, tambémcom base nos LXX;

4. A_Armênia. Feita no século V tendo como base os LXX;

5. A Georgiana. Feita no século V e preparada por meio de cópias daArmênia;

6. A Eslavônica. Feita no século IX com base nos LXX. É ainda hoje usadapelos eslavos orientais e meridionais e compreende ambos os Testamentos. Foi preparada por dois irmãos tessalonicenses em missão à Bulgária e á Morávia: Círio e Metódico.

Além destas versões orientais, há ainda outras versões árabes, mas de poucaimportância para a crítica textual.

 Versões europeias

Após um intervalo de 300 anos, começaram, no século XII, as traduções naslínguas da Europa, tais como o italiano (1432), o francês (1487), o alemão (1534), o

sueco (1541), o dinamarquês (1550), o holandês (1560), o espanhol (1602), o finlandês (1642) e o português (1681), etc. Hoje em dia, a Bíblia está traduzida não só emtodas as línguas da Europa, como também em todas as principais línguas do mundo.

Em muitos países anteriormente mencionados houve tradução das Escriturasem datas bem anteriores, mas em porções e com diminuta circulação. A base para amaioria das traduções que acabamos de mencionar foi a Vulgata.

Das versões europeias vamos destacar apenas duas, devido à sua penetração e

influência, que são:

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LIÇÁO 6: PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA (CONT.) 83

1. Versões Inglesas. Foi a Bíblia que formou a mentalidade do povofirmou a seriedade nacional. O povo inglês tem alta veneração pela Bíblia. Ela é tida econsiderada como o sustentáculo de seu povo. Quando certo imperador chinês perguntou à rainha Vitória: - O que fez a vossa nação tornar-se tão importante em todos

os sentidos? Tomando uma Bíblia em suas mãos, respondeu a rainha: - Este livro, senhor.A Inglaterra foi a primeira nação a ter a Bíblia em linguagem popular.

Houve 13 principais versões em inglês, abrangendo a Inglaterra e os Estados Unidos, feitas entre 1380 e 1978. A primeira, de 1380, foi feita por John Wycliffe,um grande erudito e estudioso das Escrituras. Decidiu traduzir toda a Bíblia para alíngua inglesa.

">Tela ordem, o segundo tradutor inglês foi Tyndale. Estudou em Cambridge

e Oxford. Conhecia a fundo o grego e demais línguas bíblicas. A Bíblia de Tyndale foia primeira impressa, em inglês. Tyndale enfrentou tal perseguição na Inglaterra que foiobrigado a seguir para a Europa continental para poder continuar seu trabalho. Publicou ele o Novo Testamento em Worms, Alemanha, em 1525. Devido à perseguição,os exemplares tiveram que entrar na Inglaterra como contrabando; quando descobertos, eram queimados. Tyndale foi morto antes de concluir a tradução do Antigo Testamento. Foi estrangulado e depois queimado em outubro de 1536 pelos católicos romanos da Antuérpia. A influência do seu monumental trabalho continua até hoje, por

que a famosa Versão Autorizada hoje em uso é praticamente uma revisão de Tyndale.

As quatro principais versões inglesas são:

a) A Versão autorizada ou Versão do “Rei Tiago” (King James Version).Seis meses após Tiago ascender ao trono da Inglaterra em 1603, presidiu uma conferência religiosa em Hampton, já em 1604. A conferência tinha por fim considerar asqueixas dos puritanos contra os anglicanos. Dessa conferência resultou a nomeaçãode 54 teólogos para prepararem uma nova versão da Bíblia (mas só 41 tomaram parte

na obra). Foi publicada em 1611. Continua até hoje sendo a Bíblia favorita dos povosde língua inglesa e há 3 séculos vem mantendo o primeiro lugar entre as demais versões em inglês.

b) A Versão Revisada (English Revised Version). Feita por um grupo desábios ingleses e norte-americanos, teve o Novo Testamento publicado em 1881 e oAntigo, em 1885. Tem grande vantagem sobre as bíblias anteriores. E revisão da versão Autorizada. No seu preparo foram utilizados manuscritos que os teólogos da versão Autorizada não tiveram acesso. De sua elaboração tomaram parte homens famo

sos como Sayce, Driver, Angus, Lightfoot, Westcott e outros doutores da Bíblia.

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8 4 BIBLIOLOGIA

c) A Versão Revisada Americana (American Standard Version). Esta versão é o texto preferido pelos membros norte-americanos do Comitê que preparou aversão Revisada de 1881-1885. Foi publicada em 1900 (Novo Testamento) e em 1901(Antigo Testamento).

d) A Versão Padrão Revisada (Revised Standard Version). E mais umanova versão do que uma revisão. Preparada nos Estados Unidos, os primeiros passospara essa grande obra foram dados em 1929, quando foi nomeado o corpo de teólogostradutores e mestres de reconhecida competência. Alguns deles foram Goodspeed,Moffat, Millar Burrows, Albright. Novos textos originais foram consultados. O NovoTestamento foi publicado em 1946 e o Antigo Testamento, em 1952. Há prós e con-tras quanto a esta versão. Não obteve a popularidade esperada.

As quatro versões mais recentes produzidas em língua inglesa são: NewEnglish Bible (1970); Good News Bible (1976); Jerusalem Bible (1966) e NewInternational Version (1978).

2. Versão Alemã. Lutero preparou-a traduzindo dos originais. Cem 1534. Houve antes outra versão derivada da Vulgata, de tradução literal, no século XIV Lutero executou o trabalho em plena Reforma, publicando a versão em 1522.Esta Bíblia de inestimável valor para o Movimento da Reforma, foi tão bem confeccionada que serviu de base para o alemão literário. Na Alemanha, a Bíblia é considera

da como o começo da literatura alemã.

TEXTO 4

VERSÕES EM PORTUGUÊS

Como aconteceu em relação a outros idiomas, a Bíblia não foi inicialmente  

traduzida por inteiro em português. D. Diniz, rei de Portugal (1279-1375) traduziu da 

Vulgata uma parte do Livro de Gênesis. O rei D. João I (1385-1433) ordenou a tradu

ção dos Evangelhos. Esse mesmo rei traduziu os Salmos. Frei Bernardo traduziu o Evangelho de Mateus no século XV. Em 1495, a rainha Leonor, casada com D. João II,mandou publicar o livro Vida DE Cristo, uma espécie de harmonia dos Evangelhos. 

Em 1505, a mesma rainha mandou imprimir Atos e Epístolas Universais.

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LIÇAO 6: PRESERVACAO E TRADUÇAO DA BÍBLIA (CONT.) 85

a) A Versão de Almeida. João Ferreira de Almeida foi ministro do Evangelho da Igreja Reformada Holandesa, em Batávia, então capital da ilha de Java, naOceania. Batávia é agora a moderna Jakarta, capital da Indonésia. Java era então dedomínio holandês, conquistada pelos portugueses. Almeida traduziu primeiro o Novo

Testamento, terminando-o em 1670; em 1681 foi ele impresso em Amsterdam, naHolanda, isto é, 100 anos antes da primeira edição católica da Bíblia, a de Figueiredo,em 1781!

Almeida traduziu o Antigo Testamento até Ezequiel 48.21, quando entãofaleceu, em 1691. Missionários amigos seus completaram a tradução, especialmente

 Jacob Opden Akker. Almeida fez sua tradução do grego e hebraico, línguas que estudou após abraçar o Evangelho; utilizou também as versões holandesa (de 1637) e aespanhola (de Valera, 1602). Seu Antigo Testamento foi publicado em 1753, em

Amsterdam, na Holanda.

A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira começou a publicar o texto deAlmeida em 1809, publicando a Bíblia completa pela primeira vez em 1819. O textode Almeida não era muito bom por ele ter deixado Portugal muito cedo e não tercultura profunda.

O texto de Almeida foi revisado em 1894 e em 1925. Em 1951, a ImprensaBíblica Brasileira (organização batista independente) publicou a “Edição Revista e

Corrigida”, abreviadamente, ARC.

Uma comissão de especialistas brasileiros, trabalhando sob os auspícios e acoordenação da Sociedade Bíblica do Brasil de 1945 a 1955, produziu a “Edição Revista e Atualizada” de Almeida (ARA). E uma tradução magnífica, com melhor linguagem e maior clareza. O Novo Testamento foi publicado em 1951 e o Antigo Testamento em 1958.

A comissão revisora compôs-se de 30 colaboradores dos mais abalizados e

de várias denominações, como Sinésio Lira, A. C. Gonçalves, A. R. Crabtree, R. G.Bratcher e W. C. Taylor. Foi usado o texto grego de Nestle para o Novo Testamento, eo hebraico de Letteris, para o Antigo Testamento. Fez-se o melhor que podia. Há umacomissão permanente de revisão acompanhando os avanços da crítica textual. A 2-edição da ARA, com a necessária atualização da linguagem e outros retoques pertinentes ao original, foi lançada em 1995.

b) A Versão de Figueiredo. O padre Antonio Pereira de Figueiredo, português, levou 17 anos no preparo de sua versão. Publicou o Novo Testamento em 1781

e o Antigo Testamento, em 1790. E tradução da Vulgata. Foi um dos maiores latinistas

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8 6 BIBLIOLOGIA

do seu tempo. Desde 1821, a SBBE publica o texto de Figueiredo. O texto atualmentepublicado pela SBBE é superior ao primitivo.

c) A Tradução Brasileira. Começou em 1904 por uma comissão de notáveis do evangelismo brasileiro, nomeada pela SBA e SBBE, entre os quais: Antonio

Trajano, Eduardo Carlos Pereira e Hipólito de Oliveira Campos. O Novo Testamentofoi publicado em 1910 e o Antigo Testamento, em 1917. É tradução rigorosamente fielao original. Falta-lhe a beleza de estilo e a segurança vernacular, porque a tradução éliteral, e não à base da equivalência dinâmica, como se diz em linguística.

d) A Versão de Rhoden. Compreende apenas o Novo Testamento. Rhoden,um padre brasileiro de Santa Catarina (quando da tradução), começou o trabalhocomo estudante na Alemanha em 1924-1927, concluindo-o no Brasil. Foi publicada

em 1935. Este padre deixou a Igreja Romana e a versão que elaborou vem sendomuito usada para estudo comparativo e crítico textual. O texto grego usado foi o deN estie.

e) A Versão de Matos Soares. Também padre brasileiro, traduziu a partirda Vulgata. Concluiu a tradução em 1932, mas só em 1946 foi publicada. E a Bíbliapopular dos católicos romanos brasileiros. E uma versão que carece de fidelidade.Como todo tradutor católico, nota-se em Matos Soares preconceitos e tendências,especialmente nos destaques em itálico,  que às vezes tem texto maior que o próprio

original. O papa é conivente com isto, conforme sua carta do Vaticano, de 1932.

Outras particularidades sobre a Bíblia em português

Algumas particularidades são dignas de nota no que tange as versões publicadasem português das Sagradas Escrituras, a saber:

a) A Bíblia foi impressa a primeira vez no Brasil em 1944, pela ImprensaBíblica Brasileira.

b) Entre as bíblias mais populares do mundo está a impressa em português.As demais são: a Vulgata, a versão de Lutero e a versão Autorizada (inglesa).

c) Há, no Brasil, três entidades evangélicas publicadoras e distribuidorasde bíblias. A primeira é a Imprensa Bíblica Brasileira, fundada em 1940. A segunda éa Sociedade Bíblica do Brasil fundada em 1948, resultante da fusão das agências daSBA e SBBE, no Brasil, respectivamente, Sociedade Bíblica Americana e SociedadeBíblica Britânia e Estrangeira. A terceira é a Sociedade Bíblica Trinitariana, com sede

em São Paulo.

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LIÇÀO 6: PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA (CONT.) 87

d) A primeira agência distribuidora de bíblias no Brasil foi a da SB1856; a segunda foi a da SBA, em 1876, ambas na cidade do Rio de Janeiro. Antesdisso, vinham bíblias para o Brasil através de comandantes de navios, que as entrega-vam a casas comerciais para revenda. A mais antiga Sociedade Bíblica do mundo é a

SBBE fundada em 1804; a segunda é a SBA, fundada em 1816.

T E X T O 5

PECULIARIDADES SOBRE O TEXTO BÍBLICO E SUA TRADUÇÃO

Este Texto tem por objetivo ajudar a identificarmos peculiaridades, isto é, características que se distinguem por traços particulares nos textos em geral, visando afacilitar a identificação e a compreensão dos textos das Escrituras, quando da sua

organização, como temos hoje disponível, para nosso deleite.

Comentaremos na sequência apenas algumas das muitas peculiaridades da Bíblia que se referem às palavras destacadas em itálico  (ocorre em algumas traduções),ao uso da margem, datas, sumário dos capítulos, divisão do texto em capítulos eversículos, divisão do texto em parágrafos e traduções da Bíblia.

1. Palavras ou expressões destacadas em itálico  (em certas edições). Nãoconstam do original. Foram introduzidas na tradução para completar o sentido do

texto. Em português, a única versão protestante com itálicos é a ARC.2. O uso da margem. Muitas bíblias têm em suas margens, em determina

dos trechos, a tradução literal do hebraico ou do grego. Ás vezes há uma traduçãodiferente quando o caso é duvidoso. Essas notas marginais são muito úteis para acompreensão do texto.

3. Datas impressas no texto. Muitas bíblias antigas, tanto em portuguêscomo noutras línguas, apresentam datas impressas no texto. São datas da chamada

“Cronologia Aceita”, elaborada pelo arcebispo Ussher (anglicano) e inseridas pelaprimeira vez no texto bíblico em 1701. Depois de Ussher, surgiram outras cronologias,

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8 8 BIBLIOLOGIA

como a de Calmet e de Hales. As investigações modernas e as descobertas arqueológicas têm alterado em muitos pontos a cronologia tradicional. A cronologia é um terreno movediço, especialmente quanto aos primeiros milênios da História.

4. O Sumário dos capítulos. Preparados pelos editores, nada têm a ver com

a inspiração e o texto original. As exceções são algumas frases introdutórias de certossalmos, como o 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 22, 30, 32, 45, 46, 53, 56, 60, 69, 75. Tais sumáriosnem sempre correspondem aos capítulos aos quais se referem. Há casos até negativos,como a parábola dos “Dez Talentos”, quando não são dez: a “Parábola do Rico e Lázaro”,quando não se trata de parábola, e assim por diante.

5. A divisão do texto Bíblico em capítulos e versículos. Nada disso procededo original. A primeira Bíblia que apresentou tal divisão foi a Vulgata, em 1555. Emmuitos casos, a divisão, tanto em capítulos como em versículos, quebra o sentido,

biparte o texto e altera toda a linha do pensamento. Exemplos de falhas quanto acapítulos: Isaías 53, que deveria começar em 52.13; João capítulo 8, deveria começarem 7.53; 2 Reis 7 deveria começar em 2 Reis 6.24; o capítulo 3 de Colossenses deveriaterminar em 4-1; o capítulo 10 de Mateus deveria começar em 9.35; Atos 5 deviacomeçar em 4.36.

Com a divisão em versículos acontece a mesma coisa. Por exemplo: Efésios1.5 deveria começar com as duas últimas palavras de 1.4; 1 Coríntios 2.9,10 deveriaser um só versículo; o mesmo deveria ocorrer com João 5.39,40. Na Epístola aos Ro

manos, bem como em Efésios, há diversos casos como esses. Também a divisão emversículos não é a mesma em todas as versões; por exemplo, Daniel 3.24-30 da ARCcorresponde a 3.91-97 em Matos Soares; Lucas 20.30 na ARC corresponde a Lucas20.30,31 na “Tradução Brasileira”. Marcos 9.49 deve ficar ligado ao versículo 48, masnão está na ARA, tendo a epígrafe entre os dois versículos.

6. A divisão do texto em parágrafos. Isso é muito útil para a compreensãodo texto. O salmo 2, por exemplo, contém 5 parágrafos, tendo cada um deles uma

aplicação diferente (vv. 1-3, 4-6, 7-9, 10- 12a; 12b). A única versão em português queindica os parágrafos é a Almeida Revista e Atualizada (ARA), através de negrito, todavez que isso ocorre. Há versões em determinadas línguas que dão tanta importânciapara essa divisão paragráfica que, para maior comodidade do leitor, imprimem o próprio sinal gráfico para parágrafo, “§”.

7. Traduções da Bíblia até 2005. A Bíblia toda e em parte achava-setraduzida em 2.377 das mais de 6.500 línguas existentes no mundo. Até 2005 a Bíbliatoda tinha sido traduzida em 422 línguas. Só o Novo Testamento, em 1.079 línguas.

Somente porções da Bíblia em mais 876 línguas. Ainda restam mais de 4.000 línguas

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LIÇÁO 6: PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA (CONT.) 89

para as quais precisa ainda ser traduzida. Até a data da publicação desta edição nãoconstam consideráveis alterações nestes números. (Fonte: Scripture Language Reportdas Sociedades Bíblicas Unidas, http://www.biblesocietv.org/latestnews/latest301- slr2004stats.html)

QUESTIONÁRIO DA LIÇÁO

L Associe a coluna “A” de acordo com a coluna “B”. 

Coluna “A”

1 ) 6.01 Versão semítica da Bíblia escrita em

um dialeto que mescla o hebraico antigo e o assírio.

t r   6.02 Paráfrase   ou explicação em aramaico  do Antigo Testamento.

 j j 6.03 A mais antiga tradução da Bíblia hebraica.

, fk   6.04 Versão latina da Bíblia elaborada por Jerônimo.

Coluna “B”

A. Vulgata.

B. Septuaginta.

C. Targum.

D. Pentateuco Samaritano.

II. Assinále com “X ” a alternativa correta.

6.05 Versão feita no século IX com base nos LXX. Contém ambos os Testamentos efoi preparada por dois missionários.  a) Versão Georgiana.

  b) Versão Gótica.Y c) Versão Eslavônica.

  d) Versão Etíope.

6.06 A primeira nação a ter a Bíblia em língua popular foi aa) Alemanha.

X b) Inglaterra.  c) Dinamarca.

  d) Suécia.

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6.07 Em 1819, foi publicada a Bíblia completa de Almeida pelaa) Imprensa Bíblica Brasileira.

  b) Sociedade Bíblica Trinitariana.c) Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira.

  d) Nenhuma das alternativas está correta.

6.08 A “Edição Revista e Atualizada” de Almeida é uma publicação daa) Sociedade Bíblica Trinitariana.

yj  b) Sociedade Bíblica do Brasil.  c) Imprensa Bíblica Brasileira.  d) Imprensa Bíblica Britânica e Estrangeira.

6.09 Relacionadas à peculiaridades da Bíblia, as palavras em itálico 

a) constam do original.y b) foram introduzidas em certas edições, na tradução para completar o sen-

tido do texto.  c) estão em todas as versões da língua portuguesa.  d) Nenhuma das alternativas está correta.

6.10 A divisão do texto em parágrafos é muito útil para a compreensão do texto e aúnica versão em português que indica os parágrafos é

  a) Almeida Revista e Corrigida.  b) Nova Versão Internacional.  c) Imprensa Bíblica Brasileira.y d) Almeida Revista e Atualizada.

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T emos, nesta Lição, um resumo da marcha da história bíblica, de conformidadecom o Antigo e Novo Testamento, tendo em vista apenas o povo de Deus. Ahistória dos  demais povos bíblicos e outros afins pertence a outro estudo. Por

 povo de Deus queremos dizer: os fiéis de Deus em todos os tempos, compreendendo judeus e gentios.

A necessidade de estudo como este é que os 66 livros do cânon sagrado nãoaparecem na Bíblia em ordem cronológica, mas agrupados por assuntos. O conhecimento da sequência histórica da Bíblia é como um fio atravessando um todo, situandoem seus lugares as coisas, pessoas e fatos registrados; no nosso caso, nas Escrituras.

O fim principal aqui em vista não é suprir o aluno de dados cronológicos. Acronologia apresentada aqui é apenas o indispensável. E oportuno afirmar aqui quetoda cronologia antiga é terreno movediço.

Pesquisas e descobertas arqueológicas levadas a efeito nos últimos anos demonstram que é preciso uma revisão total nas datas até agora aceitas, especialmente as dosprimeiros milênios da história humana, abarcando as principais e primitivas civilizações, como a babilónica, acadiana, egípcia, etc.

As evidências arqueológicas recentes conduzem a uma redução nas atuais datas.^ As mais.credenciadas autoridades nesse campo declaram, por exemplo, que a primiti

va civilização babilónica deve recuar para 2500 a.C. em vez de 3500 a.C., como vem

sendo divulgado até agora. Uma tão importante revisão de datas não pode, nem deve,ser feita às pressas!

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92 BIBLIOLOGIA

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. A Época Pré-Abraâmica2. A Época de Israel3. Da Conquista de Canaã à Monarquia

4. O Reino Dividido5. Profetas do Reino Dividido6. O Cativeiro Babilónico do Reino de Judá7. Restauração Pós-Cativeiro

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:

1. Mencionar os dois períodos da história pré-abraâmica;

2. Destacar os eventos relevantes da história na época relativa a Israel,mais precisamente o período patriarcal;

3. Descrever o processo de conquista de Canaã, os períodos dos juizes e damonarquia em Israel;

4. Citar a causa principal da divisão de Israel em dois reinos;

5. Reconhecer a importância do ministério profético, tanto dos não literários, como dos literários;

6. Dizer a razão porque Deus permitiu que Israel fosse levado cativo para aBabilônia;

7. Citar os nomes de dois expoentes, judeus ilustres, usados por Deus narestauração de Israel após o cativeiro babilónico.

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LIÇÁO 7: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA 93

TEXTO 1

A ÉPOCA PRÉ-ABRAÂMICA

A época pré-abraâmica abrange dois períodos da História:

1. Período Antediluviano;2. Do Dilúvio a Abraão.

O Período Antediluviano

O período em destaque compreende de Adão ao Dilúvio; de 4004-2348 a.C.,isto é, 1.656 anos. Encontra-se descrito no Livro de Gênesis até ao capítulo 6 e contém o relato da origem de todas as coisas.

O Período Antediluviano ocorreu no Éden e em suas proximidades, no Oriente.Trata-se da região primitivamente chamada Sinar, depois Suméria e Babilônia. Essaregião situa-se exatamente na confluência de três grandes continentes: Europa, Ásia eÁfrica. (Veja isto num mapa-múndi ou planisfério).

O vale do Eufrates é, pois, o berço da raça humana. Nessa região, Deus pôs ohomem na terra. Daí surgiram e partiram as primitivas civilizações. O jardim do Éden,de acordo com eminentes autoridades e inferências arqueológicas, ficava em Eridu, 19km ao sul de Ur, na antiga Sinar.

O Éden foi o cenário do começo da história bíblica. Lá perto viveram tambémNoé e Abraão. As primeiras civilizações da região sumeriana como as de Cis, Lagás,Ereque, Ur, Acade (o mesmo que Sipar), Calné (o mesmo que Nipur), Larsa, Fara,ficavam todas em torno de Eridu (veja isso num mapa das terras bíblicas primitivas).

Eram cidades-reino, habitadas por povos altamente adiantados. Algumas constam deGênesis 10.10-12. Todo o capítulo 10 de Gênesis é deveras importante para o estudodessas civilizações primitivas.

Salientam-se nesse período histórico como homens de Deus: Abel, Sete, Noé eEnoque. A longevidade extraordinária registrada nesse tempo encontra explicaçãoem diversos fatores, a saber:

a) as consequências físicas e espirituais do pecado, que redundam

fermidade e morte para a raça humana, tinham apenas começado o seu curso;

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9 4 BIBLIOLOGIA

b) a maldição lançada sobre a terra devido à queda do homem tambémtinha apenas iniciado seus efeitos;

c) as condições climáticas eram outras;d) a capacidade da terra de produzir alimentos era superior;

e) a longevidade também se fazia necessária para o povoamento da terra;f) a misericórdia de Deus para com a raça humana incipiente. (^uJL f\ < 3   :V ;V< ->■ } ^

No Milênio, quando as condições de vida e meio ambiente serão maravilhosasdevido à influência pessoal de Cristo, a vida humana será outra vez prolongada.

Do Dilúvio a Abraão (Gn 6-11)

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De 2348-1921 a.C., 427

anos. O dilúvio ocorreu, provavelmente, em 2348 a.C. Apóseste fato, muitas cidades antedi-luvianas foram reconstruídascomo a arqueologia tem provado. A arca de Noé repousou numdos montes da Cordilheira deArarate, perto das cabeceiras doEufirates (veja isso num mapa),mas, Noé, após o dilúvio, retornou à sua primitiva terra - Sinar, mais tarde chamada Babilônia (Gn 11.2).

Cerca de 100 anos após o dilúvio, deu-se a dispersão das raças, mediante o juízodivino da confusão das línguas (Gn 11), para obrigar os povos a cumprirem o queDeus determinara sobre o povoamento da terra (Gn 9.1-7). Ninrode, contrariando oplano divino, constituiu uma federação de cidades-reino, tornando-se assim o fundador do imperialismo. Isso era um plano de Satanás para neutralizar a ordem divina.

Coisa idêntica acontecerá durante a Grande Tribulação, quando o mesmo Inimigounificará as nações contra o Senhor Jesus Cristo (Ap 16.14; 19.19).

O capítulo 10 de Gênesis apresenta uma distribuição pormenorizada das raçasapós o dilúvio. Ninrode, camita, encabeçou a primeira civilização pósdiluviana. Fundou a cidade-reino de Babel, e em seguida outras mais, mencionadas em Gênesis 10.9-12. Uma dessas cidades, Acade, tornou-se importantíssima, de onde procedeu o famoso guerreiro Sargão I, de admiração universal.

Os sumérios e os acádios foram os povos mais importantes logo após o dilúvio.Depois os acádios suplantaram os sumérios e imperaram em Ur.

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LIÇÁO 7: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA 9 5

A família de Abraão, apesar de semita vivia em Ur que,nesse tempo, conquistara a liderança do mundo como capitalda Suméria. Abraão deve ter nascido em Ur em 1996 a.C. Essereino dominava do Golfo Pérsico ao Mar Mediterrâneo. Era rei

nessa época o famoso Hamurabi, da dinastia acadiana, identificado como o Anrafel de Gênesis 14.1. Seu célebre código deleis, gravado numa esteia (placa de pedra - foto), foi encontrado em 1902, em Susã.

Ur foi grande centro literário e, depois que Abraão partiudali, Babilônia assumiu a dianteira.

Como Abraão veio conhecer a Deus em meio a tanta ido

latria (Js 24-2)? Está confirmado pela História e pela Arqueologia que a religião dos povos primitivos era monoteísta (Rm 1.20).Além disso, Sem foi contemporâneo de Abraão durante 150anos, conforme os capítulos 5 e 11 de Gênesis, e pode ter transmitido diretamente arevelação divina. Deus também podia revelar-Se diretamente a ele, pois é soberano,inclusive na chamada (Mc 3.13).

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96 BIBLIOLOGIA

TEXTO 2

A ÉPOCA DE ISRAEL

Período Patriarcal

Este período estende-se de Abraão a José. De Canaã ao Egito. Tempo: 1921-1635a.C., ano da morte de José. E descrito emGênesis capítulos 12 a 50.

É com Abraão que começa a históriade Israel como povo eleito. E ele o pai daraça hebreia (SI 105.6; Jo 8.56). Em Ur,Deus o chama para fundar uma nação escolhida para, por meio desta, executar Seuplano de redenção para a raça humana. Abraão segue para Canaã, parando em Harã.Ali encontra os mitânios, povo influente na época, identificado com os arameus.

Abraão era homem de grandes recursos, um estadista bem relacionado com reis

e demais pessoas de grande projeção e influência. Devemos conhecer mais de pertoeste grande herói da fé.

Quando Abraão chegou a Canaã, a terra estava ocupada por nações excessivamente ímpias, corrompidas e idólatras. Teria que ser conquistada. Em Gênesiscapítulo 15, Deus revela o plano de tudo a Abraão e, depois, por meio de José enviadoao Egito, fá-lo cumprir. O faraó que elevou José deve ser Apepi II, da 16- dinastia. Joséchega a ser primeiro-ministro e chama todos os descendentes de Abraão ao Egito,onde iniciam uma fase de grande desenvolvimento às custas desse país. Os caminhos

de Deus são maravilhosos!

Israel no Egito

Este período compreende da morte de José ao advento do Êxodo, isto é, de1635-1491 a.C. Abrange o tempo da escravidão do povo hebreu no Egito. Estritamente falando, a estada de Israel no Egito se inicia com a ida dos irmãos de José paracomprarem mantimento (Gn 42). O período encontra-se descrito nos primeiros 12capítulos do Livro de Êxodo.

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LIÇÁO 7: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA 97

Após a morte de José, os israelitas ainda tiveram aproximadamente 60 anos debonança antes de começar a escravidão. Este tempo jaz entre os versículos 7 e 8 docapítulo 1 do Livro de Êxodo. O rei que não conhecia José (Ex 1.8) é apontado portodos os orientalistas como sendo Amosis I, da 18- dinastia, príncipe tebano. Daí ao

Êxodo (1491 a.C.) há decorridos quase 100 anos, tempo que durou a escravidão, otempo de aflição para o povo hebreu.

No momento preciso, Deus tirou Seu povo do Egito por meio de Moisés, homemque Ele mesmo preparara no deserto, nos 40 anos que antecederam o êxodo. Dos seus120 anos, 40 foram vividos no palácio de faraó (exceto os anos que viveu com seuspais antes de ser entregue à filha de faraó). Durante estes primeiros 40 anos, Moisésrecebeu instrução universitária (At 7.22). Os outros 40 anos foram passados no deserto, onde Deus se revelou e o preparou para os 40 anos finais, nos quais conduziria o

Seu povo. Foi um dos maiores homens da História. Um israelita preparado na cortemais adiantada do mundo de então. Ele tanto soube viver no palácio, como no deserto, o que muito nos ensina.

Israel no deserto

Este período se estende do êxodo ao último acampamento de Israel em Sitim,nas planícies de Moabe (Nm 22.1; 33.48,49; Js 2.1). Tempo: 1491-1451 a.C., 40 anos.

X A

E descrito nos Livros de Exodo a Deuteronômio.

Este terceiro período da época de Israel tem lugar no deserto, entre a terra deGósen, no Baixo Egito e o país de Canaã. A rota foi através do sul e leste da penínsulado Sinai e os reinos de Edom, Moabe e de Seom, situados ao sul e ao leste de Canaã.

Neste período, a nação de Israel foi fundada e a Lei, promulgada, expressando ocaráter santo de Deus, regulamentando o culto religioso e o governo da nação. Ossacrifícios de animais, já observados desde o princípio da História, são cerimonialmenteinstituídos, apontando sempre para Cristo como a perfeita expiação do pecado.

O tabernáculo é levantado econsagrado, assim como seus oficiais- os sacerdotes.

O tabernáculo gravitava em torno da arca santa que representava a

A

presença de Jeová (Ex 25.22). A Leiveio 430 anos após Abraão em 1921

a.C. (G13.17).

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98 BIBLIOLOGIA

A Lei como pacto com Israel foi abolida (2Co 3.14). Dela permanecem os princípios morais que são eternos; estes são repetidos no Novo Testamento.

Não fazia parte do plano de Deus que Israel peregrinasse quarenta anos no deserto. Todo este tempo decorrido foi para que morressem os murmuradores que tenta

ram o Senhor (Nm 13; 14; 26.63-65). Por ocasião das passagens acima, Deus declarouque todos os judeus de 20 anos para cima morreriam no deserto; não entrariam naTerra da Promessa (Nm 32.8-15). Trinta e oito anos estiveram dando voltas, em vez decaminhar para Canaã, o povo de Israel estava caminhando para a morte (Nm 14.26-35; 32.11-15).

Os grandes líderes espirituais nacionais desse período são, no âmbito civil, Moisése Josué; no âmbito religioso, Arão e Eleazar. O período terminou com a morte de

Moisés e com Israel acampado nas campinas de Moabe, ao leste do Jordão e ao nortedo Mar Morto (Nm 33.49).

Moisés, pouco antes de morrer, conquistou a região ao leste do Jordão, do MarMorto ao Monte Hermom (Dt 3.8), distribuindo-a da seguinte maneira: o reino amonitagovernado por Seom e com capital em Hesbom, Moisés deu a parte sul a Rúben e aparte norte a Gade, a região chamada Gileade. O reino de Basã, ao norte, governadopor Ogue, com a capital em Astarote, Moisés deu à metade da tribo de Manassés, bemperto de Gileade.

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LICÁO 7: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA 99

TEXTO 3

DA CONQUISTA DE CANAÃ À MONARQUIA

A conquista de Canaã  / 

Tempo: 1451-1444 a.C., isto é, 7 anos, descrito no Livro de Josué. Este foi oprimeiro período de Israel em sua própria terra.

Agora, já sob o comando de Josué, Israel cruzou o Jordão e acampou em Gilgal, junto ao referido rio. Gilgal ficou sendo a base de operações de Israel durante toda a

conquista. Esta teve três fases: Sul, Centro e Norte.Mais ou menos na metade da conquista, o tabernáculo foi armado em Siló (Js

18.1), onde ficou a arca até o tempo de Juizes. A conquista não foi bem sucedidaporque os israelitas não destruíram totalmente os povos vizinhos, como se lhes tinhasido ordenado. Por causa desta fraqueza e complacência, os israelitas tornaram-se impotentes para conquistar toda a terra prometida.

A terra tinha sido prometida, mas era preciso conquistá-la palmo a palmo. O

mesmo acontece hoje. A “terra prometida” é a obra a ser feita, bem como as bênçãosprometidas. Temos conquistado toda a “terra prometida”? (Dt 3.18; ICo 3.22).

Deus, reiteradas vezes avisara os israelitas acerca de povos pagãos, que deveriamser destruídos. Ao lermos Deuteronômio 7.1-5; 18.9-14; Números 33.50-55; Levítico18; 20.1-23, descobrimos o porquê da ordem divina, tão aparentemente estranha etão criticada pelos inimigos da verdade: a prostituição, a idolatria e o espiritismo erampecados nacionais.

Enquanto Israel obedeceu a Deus, conquistou; mas quando virou-lhe as costas,tornou-se impotente.

Ora, por meio de Israel, Deus estava estabelecendo uma nação Sua, preparandoassim o caminho para a vinda de Cristo, O qual milênios depois procedeu dessa nação.A destruição dos cananeus visava a preservar Israel da idolatria e de práticas vergonhosas que trariam sua ruína. Também Deus queria implantar o princípio bíblico deque há um só Deus, santo, justo e poderoso. O politeísmo predominava entre oscananeus.

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1 0 0 BIBLIOLOGIA

A tragédia é que a conquista não foi total, o que resultou em severos castigos esofrimentos para Israel (Jz 1.27-36; 2Sm 1-5). Uma síntese do resultado desta falha deIsrael está em Juizes 3.1-6. Muita terra ficou para ser conquistada (Js 13.1). Muitoscrentes sabem que há “território” em si que não está em poder do Senhor e isto lhesacarreta sérios embaraços, empecilhos e problemas, (capítulo 23 de Josué).

O Livro de Josué se estende até o ano de sua morte, em 1425 a.C., cobrindoassim o período de 23 anos. Os profetas deste período eram: dois anônimo (Jz 6.8-10;ISm 2.27-36); e Débora (Jz 4.4).

Os juizes

Tempo: 1425-1095 a.C., ou seja, mais de 300 anos (Jz 11.26). Este período compreende da morte de Josué ao fim do governo de Samuel. Livros do período: Juizes,Rute e 1 Samuel 1-9. A biografia divina do povo está em Juizes 2.10. Tempo de apostasiade Israel que não resistiu aos influxos do culto e dos costumes cananeus. Por toda aparte havia um novo deus e um novo culto.

Os hebreus precisavam manter estreito contato com Deus para se manteremacima das influências nocivas ao seu redor. Isto deve preocupar nossa atenção hoje emdia, pois o mesmo fato procura ter lugar na Igreja em nossos dias. Enquanto andoucom Deus, Israel sujeitou seus inimigos. Quando misturou-se com eles, perdeu a for

ça; ficou estacionário e impotente.O centro religioso nacional ficou nesse tempo em Siló. Temos então o governo

dos juizes. Essa forma de governo, diz-se, era teocrática, isto é, Deus era o governantedireto da nação, porém, o povo não O levava muito a sério. Era obstinado e ingrato(salmo 106, todo).

O período dos Juizes foi marcado por anarquia, guerra civil, idolatria, invasõesestrangeiras e opressão. O Livro de Juizes termina afirmando laconicamente que

“... cada um fazia o que achava mais reto.”  (Jz 21.25). O maior líder espiritual do períodofoi Samuel, como juiz, sacerdote e profeta (ISm 3.20; 7.9,15; At 3.24). Samuel foi oúltimo juiz.

Monarquia

Tempo: 1095-975 a.C., totalizando 120 anos. Esteperíodo abrange os reinados de Saul, Davi e Salomão e oslivros do período são: 1 Samuel 9 a 1 Reis 12; 1 Crônicas

10 a 2 Crônicas 10.

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LICÁO 7: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA 1 0 1

Este foi o período áureo e esplendoroso da nação. Saul teve como capital a cidade de Gibeá (ISm 10.26). Davi, em seu reinado, conquistou Jerusalém das mãos dos

 jebuseus e fê-la sua capital (2Sm 5.6-10). Sua primeira capital foi Hebrom (2Sm 5.4,5).Deus fez aliança com Davi, declarando-lhe que jamais lhe faltaria descendente sobreo trono da nação (2Sm 7.16), o que se cumpriu em Jesus Cristo, descendente de Davi(Mt 1.1).

O templo de Deus foi construído no reinado de Salomão. Edifício imponente emagnificente. Sua planta Deus mesmo a revelou a Davi (lCr 28.19), tal qual acontecera com o tabernáculo no tempo de Moisés (Ex 25.9). Conforme a descrição bíblica,o valor do templo foi calculado atualmente pelos estudiosos da Bíblia em mais de 20milhões de dólares. Era voltado para o oriente e foi construído por 30 mil israelitas e150 mil cananeus - estrangeiros que habitavam na Palestina (lRs 5.13; 2Cr 2.17,18;

8.7,8). Sua construção levou 7 anos (lRs 6.38). O material era preparado distante dolocal da construção e colocado na obra sem se ouvir qualquer barulho de ferramenta(lRs 6.7). Tudo isso tem profunda aplicação espiritual. A inauguração do templo ocorreu em 1044 a.C.

Foi no período do reinado de Salomão que Israel teve sua maior área geográficadevido às conquistas de Davi e Salomão. Salomão chegou a dominar do Eufrates aGaza (lRs 4.24). Mesmo assim, isso não abrangeu a área total prometida por Deus aAbraão, a qual ainda terá cumprimento pleno (Gn 15.18). Do êxodo dos israelitas

(sua saída do Egito) a Salomão há 480 anos (lRs 6.1).

Os profetas nesse período foram todos não-literários, isto é, suas profecias nãoforam escritas:

1. Um grupo, inclusive Saul (ISm 10.10);2. Gade (ISm 22.5);3. Natã (2Sm 7.2), juntamente com Gade, era capelão da corte;4. Aias (lRs 11.29).

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1 0 2 BIBLIOLOGIA

TEXTO 4

O REINO DIVIDIDO

O Reino dividido compreende de 975 a 606 a.C., um período de tempo de maisde 300 anos, que abrange da divisão do reino entre Israel e Judá aos cativeiros dosreinos do Norte e do Sul. Os livros de 1 Reis 12-22; 2 Reis (todo) e 2 Crônicas 10-36cobrem esse tempo.

Salomão governou bem, no princípio, com humildade e piedade. Ao envelhecer,tornou-se idólatra e teve inúmeras mulheres provenientes de povos pagãos. Por isso

Deus trouxe a divisão do reino. O profeta Aias proferiu isso em 1 Reis 11.29-31. Em935 morreu Salomão. O novo rei passou a ser Roboão, seu filho, o qual provocou adivisão j á predita por Aias e retardada por Deus em consideração a Davi (lRs 11.11,12).

O reino do Norte (Israel)

A divisão do Norte passou a chamar-se Israel. Nas profecias também é chamadode Efraim e Samaria, teve 10 tribos. Seu primeiro rei foi Jeroboão I. A religião oficialadotada foi o culto ao bezerro. Jeroboão importou tal religião do Egito, onde estivera

homiziado por razões políticas. Afundou no Baalismo, um culto indecente e desumano a Baal e sua consorte, Astarote. Os profetas Elias e Eliseu, auxiliados pelo rei Jeú,comandaram a batalha contra esse culto idólatra.

A capital do reino foi Samaria, isto a partir do rei Onri. Antes disso, serviramcomo capital: Siquém, Penuel e Tirza. Em 734 a. C. o reino começou a ser levado emcativeiro para a Assíria (2Rs 15.29). Nessa ocasião, o rei assírio Tiglate-Pileser III(conhecido também como Pul) levou em cativeiro a parte norte e leste do referidoreino. E chamado cativeiro galileu.

Em 721 a.C., outro imperador assírio, Sargão II, completou o cativeiro do reinode Israel, levando o restante dos seus habitantes para a Assíria (2Rs 17.6). Sargão é orei citado em Isaías 20.1. A Assíria enviou povos de seus domínios, inclusive deBabilônia, para repovoar as cidades de Samaria (2Rs 17.24; Ed 4.2,10). Isso deu origem à religião mista dos samaritanos (2Rs 17.29-41) que se prolonga até aos temposdo Novo Testamento (Jo 4.9), como vimos no Texto 1 da Lição 6.

O reino de Israel durou cerca de 250 anos. Teve 19 reis, sendo Oséias o último.

Todos adoraram o bezerro. O pior dos monarcas foi Acabe e o melhor foi Jorão, que

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LICÂO 7: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA 103

quebrou a estátua de Baal, porém adorou o bezerro levantado por Jeroboão. Nenhumdos 19 reis procurou levar o povo ao encontro de Deus. Esses foram considerados reis

maus.

A partir desta época, a cronologia bíblica torna-se mais precisa. As Olimpíadas

Gregas iniciadas em 776 a.C. e realizadas a cada quatro anos são um guia razoávelpara o cálculo de datas. Outra fonte de valor de que lançam mão os doutos no assuntosão os anais de Roma, cidade-estado fundada em 753 a.C.

O reino do Sul (Judá)

Além de destruir o Reino do Norte, a Assíria invadiu Judá em 713 a.C. (2Rs18.14-16) e capturou todo Judá exceto Jerusalém em 701 (2Rs 19). Nessa ocasião, oanjo do Senhor feriu 185 mil assírios (2Rs 19.35). Em ambos os casos, o rei envolvidofoi Senaqueribe.

A Assíria foi vencida por Babilônia em 607 a.C.

O Reino do Sul chamou-se Judá e compunha-se de duas tribos: Judá e Benjamim.Muitos de Efraim, Manassés e Simeão também uniram-se a Judá (2Cr 15.9; 34.1,3,6).Simeão, que ficava ao sul de Judá, não tinha meios de comunicação com as tribos donorte. A capital continuou sendo Jerusalém. Durou pouco mais de 100 anos após ocativeiro do Reino do Norte. A religião oficial era o culto a Deus, entretanto, a naçãoafundou tanto na impiedade, inclusive no Baalismo e práticas cananeias, que nãohouve remédio senão ir parar no cativeiro babilónico. Procedeu de maneira ainda piorque o Reino do Norte (Ez 16.46-48).

 Judá (Reino do Sul) teve 20 reis, sendo o último Zedequias. Os reis bons foramtrês: Ezequias, Josias e Joás. A satânica Atalia, filha do rei Acabe, foi a pior entre todoseles. A mensagem principal dos profetas era contra a idolatria, embora tenham bradado em vão.

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1 04 BIBLIOLOGIA

TEXTO 5

PROFETAS DO REINO DIVIDIDO

O ministério dos profetas, no seu geral, durou cerca de 400 anos: de 800-400a.C. Havia escolas de profetas em Betei (ISm 10.5), em Ramá (ISm 19.19,20), Jericó(2Rs 2.5) eGilgal (2Rs 4.38).

Profetas do Reino do Norte

Pela ordem cronológica dos acontecimentos, o exercício da profecia durante oreino dividido ocorreu da seguinte forma:

Profetas não literários:a) Os dois anônimos mencionados em 1 Reis 13;b) Elias (lRs 18.1,22);c) Um outro anônimo (lRs 20.13);d) Micaías (lRs 22.8);e) Eliseu (2Rs 2-7);

f) Obede (2Cr 28.9).Profetas literários:

1. Jonas, com mensagem especial para Nínive, capital da Assíria;2. Oséias;3. Amós, profeta de Judá, mas com mensagem para o Reino do Norte;4. Miquéias, caso idêntico ao de Amós.

Profetas do Reino do Sul antes do Exílio

Profetas não literários:1. Semaías (2Cr 12.5);2. Ido (2Cr 12.15);3. Azarias (2Cr 15.1);4. Jeú (2Cr 19.2);5. Eliézer (2Cr 20.37);6. Um anônimo (2Cr 25.15);7. Hulda (profetisa - 2Rs 22.14);8. Urias Qr 26.20-23);

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LIÇÃO 7: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA 105

9. Hanani (2Cr 16.7-10);10. Jaaziel (2Cr 20.14-18).

Profetas literários:a) Joel;

b) Amós, com mensagens também para o Reino do Norte;c) Isaías e Miquéias que foram contemporâneos e ministraram logo após

o cativeiro do Reino do Norte. Isaías profetizou também para o Reino do Norte poucoantes de sua deportação;

d) Sofonias, de família real;e) Naum que dirigiu mensagens também para Nínive;f) Habacuque e Obadias. Estes tiveram mensagens para Edom. Estes

quatro últimos foram contemporâneos.

g) Jeremias profetizou antes e durante o cativeiro, em Jerusalém. Suasmensagens não estão registradas em ordem cronológica. Foi contemporâneo do grupode profetas que o precedem. Habacuque o ajudava em Jerusalém.

TEXTO 6

O CATIVEIRO DO REINO DE JUDÁ

O Reino de Judá foi levado em cativeiro para Babilônia em três principais levassucessivas de cativos, da seguinte forma:

1. Em 606 a.C.. Nabucodonosor, um dos maiores monarcas de todos ostempos, segundo rei do novo império babilónico, subjugou e prendeu Jeoaquim, rei de

 Judá. Levou cativos os membros da família real, inclusive Daniel (Dn 1.1-3,6). Acontagem dos setenta anos de exílio começou nessa data. Três anos após, Jeoaquimrebelou-se contra Babilônia (2Rs 24.1).

2. Em 597 a.C. Nabucodonosor voltou e saqueou o templo, levou em cativeiro o rei Joaquim (filho de Jeoaquim) além de 10.000 outros judeus, entre príncipes,oficiais e líderes, constituintes da aristocracia judaica. Pôs Zedequias, irmão de Joa

quim, como rei, em lugar deste. Nesta leva de cativos foi também o profeta Ezequiel,fato descrito em 2 Reis 24.10-17; 2 Crônicas 36.9,10.

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106 BIBLIOLOGIA

3. Em 587 a.C., as tropas de Nabucodonosor voltaram a atacar a Jerusalém. Após 18 meses de cerco, romperam os muros da cidade e a incendiaram,inclusive o Templo e os edifícios públicos. Massacraram a população, vazaram os olhosde Zedequias, o rei vassalo que ocupava o trono, e levaram-no algemado com numerosos outros cativos, para Babilônia, juntamente com os utensílios do Templo. Deixaram somente a população pobre da terra para cuidar da lavoura (2Rs 25.8-12; 2Cr36.17-20; Jr 39; 52). Nabucodonosor levou quase 20 anos para consumar a destruiçãode Jerusalém. Cinco anos depois (582 a.C.), as mesmas tropas voltaram, pela terceiravez, para novo castigo: levaram mais cativos (Jr 52.30), porque o povo deixado naterra fugia para o Egito.

Isaías e Miquéias, profetas precedentes do então Reino de Judá predisseram estecativeiro 100 anos antes de seu acontecimento (Is 39.6; Mq 4.10). Jeremias predissera

que a sua duração seria de 70 anos (Jr 25.11,12). Assim findou, aparentemente, oreino de Davi. Como organização centralizada, o reino deixou de existir temporariamente, mas, como organismo, isto é, como povo, sobreviveu, tanto no exílio babilónicoquanto na sua dispersão através do mundo nos séculos seguintes. Com o advento deCristo, este reino começou a reviver e, no milênio, terá a sua plenitude (Lc 1.32,33).

O cativeiro de Judá, em parte, foi fruto da desobediência dos judeus quanto àspalavras do S e n h o r   em Levítico 25.1-7, referentes ao Ano Sabático ou Ano de Descanso, quando a terra descansava durante um ano. O Ano Sabático ocorria a cada 7

anos. Ora, durante os quase 500 anos que vão da monarquia ao cativeiro, os judeusnão cumpriram o preceito do Senhor. Resultado: Deus mesmo fez a terra repousar,mantendo fora seus maus “inquilinos” por 70 anos. Ora, 70 anos é o total de anossabáticos ocorridos no espaço de 490 anos (Lv 26 .14,33-36,43 ; 2Cr 36.21). Deus sabelidar muito bem com as pessoas e nações que quebram suas leis, mesmo as civis, comoesta que acabamos de mencionar.

As leis divinas, quando obedecidas, trazem bênçãos; quando quebradas, punição. Se esta não vem logo, é pela misericórdia de Deus, visto que, "... suas misericórdias não têm fim .”  (Lm 3.22).

Outras causas do desterro já foram mencionadas em parágrafos precedentes:impiedade, idolatria e desafio atrevido a Deus (2 Cr 7.19,20). Ninguém buscava aDeus entre pequenos e grandes (Jr 5.1,4,5). Até os sacerdotes e levitas que deviamverberar contra o pecado, afundavam também na iniqüidade (2Cr 36.14; Jr 23.11; Ez34; Lm 4.13; J11, 2; Os). O histórico do, ponto de vista divino, dos pecados de Israelestá em Ezequiel 20 e Jeremias 5; 7.30. Reinava em Roma, quando Jerusalém foi

destruída, Tarquínio Prisco.

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LIÇÁO 7: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA 107

TEXTO 7

RESTAURAÇÃO PÓS^CATIVEIRO

O cativeiro durou 70 anos, de 606-536 a.C. Livros escritos durante este períodoforam: Jeremias (especialmente caps. 39ss), Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel,Esdras, Neemias, Ester, Ageu, Zacarias, Malaquias.

Algumas particularidades caracterizam o ministério dos profetas Daniel, Ezequiele Jeremias:

1. Daniel permaneceu na corte do Império Babilónico. Era proveniente defamília hebreia real.

2. Ezequiel foi mantido no campo entre os cativos. Sua mensagem eradirigida a todo o Israel. Era sacerdote.

3. Jeremias permaneceu entre o remanescente deixado na Palestina.

O cativeiro curou Israel da idolatria de vez por todas, até os dias de hoje. Desde

então, os judeus podem ser acusados de outros pecados, mas não o de idolatria. Ocativeiro trouxe ainda outras bênçãos, como: as Escrituras começaram a ser estudadas, copiadas e ensinadas; surgiram nesse tempo as sinagogas.

Os imperadores babilónicos durante o exílio de Israel (isto é, durante todo oImpério Babilónico) foram:

a) Nabopolassar (625-605 a.C.). Sacudiu o jugo assírio em 625 e fundou oNovo Império Babilônio. Em 606, com o auxílio dos medos, conquistou e destruiuNínive, a capital do Império Assírio. Em 605 venceu o Egito na famosa batalha deCarquêmis;

b) Nabucodonosor (606-561 a.C.) foi o maior governante babilónico. Levou os judeus para o cativeiro e destruiu Jerusalém. Levou 20 anos para consumar ocativeiro, embora pudesse ter feito isso de uma só vez. E possível que Daniel, que eraseu conselheiro, tenha contribuído para retardar a destruição do reino de Judá. Epatente que Daniel influiu na personalidade desse monarca, conforme registrado nolivro do referido profeta;

c) Evil-Merodaque (561-560 a.C.);

d) Neriglissar (559-556 a.C.);e) Labás-Marduque (555-536 a.C.).

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108 BIBLIOLOGIA

O profeta Daniel conviveu com todos estes imperadores, destacando, é claro,Nabucodonosor (Dn 1.21).

Em 536 a.C., a Pérsia subjugou Babilônia e dominou o mundo até a elevação dosgregos, em 330 a.C. Antes disso, a Pérsia vencera a Média, formando deste então um

só domínio.Ao terminar os 70 anos de exílio, Ciro, o primeiro governador persa, proclamou

o retorno dos judeus, bem como a restauração da nação de Israel, a qual, durante odomínio persa, chamou-se “Província de Judá” (Ed 5.8). Nos documentos era tambémmencionado como uma das terras de “Além do Rio” (Ne 2.7,9).

A restauração de Judá levou pouco mais de 100 anos, de 536 a 432 a.C. Nesseperíodo, o templo foi reconstruído e o Antigo Testamento concluído. Esse segundo

templo, conforme Josefo, o historiador judeu, tinha apenas a metade do tamanho dode Salomão, e não era rico em ouro e prata como este.

Nos anos de reconstrução, aumentou também o ódio entre judeus e samaritanos,iniciado em 2 Reis 17.24ss. Ocorreu, então, o cisma (separação dé um grupo de pessoas de uma coletividade) definitivo entre judeus e samaritanos (2Rs 17.34-41).

Ester, uma formosa judia dentre os cativos de Israel, veio a ser rainha da Pérsiaem 478 a.C., ou seja, 58 anos após o retorno dos judeus. O Livro de Ester situa-seentre os capítulos 7 e 8 do Livro de Esdras. Essa jovem judia, sem saber, cooperou paraa vinda do Salvador à terra. Seu marido, rei Assuero, é o Xerxes da História, quedispunha de uma Marinha com 4.000 navios, com os quais atacou os gregos.

Liderança judaica durante a Restauração

Entre os líderes que obtiveram grande notoriedade, destacam-se: no âmbito religioso: Josué e Esdras; e no âmbito civil: Zorobabel e Neemias, sendo que ambosatuaram como governadores nomeados pela Pérsia.

Profetas do Período Pós-Cativeiro e Restauração

Durante o período posterior ao cativeiro de Judá e seu restabelecimento comonação, exerciam o ministério profético:

1. Ageu e Zacarias, a partir de 520 a.C. quando foi reiniciada a reconstrução do templo, a qual estivera paralisada desde seu início, em 535 a.C.;

2. Malaquias, que ministrou ao findar o tempo de Esdras e Neemias;

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LIÇÁO 7: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA 109

Assim como houve três levas de cativos enviados ao exílio, houve também trêslevas de repatriados:

Primeira: em 536 a.C., sob a liderança de Zorobabel e Josué; o primeirocomo governador e o segundo como sacerdote. Esta leva deu início à reconstrução do

Templo no ano seguinte, 535 a.C.;

Segunda: em 457 a.C., sob o comando de Esdras, que deslocou-se da Pérsiacom a missão principal de embelezar o Templo, conforme se lê em Esdras 7. Foi ofundador do grêmio dos escribas, que atuavam desde tempos imemoriais; a partir deEsdras os escribas se organizaram como um corpo de copistas da Lei. Mais tarde tornaram-se intérpretes (Mt 23.2). O Talmude começou a se formar nesse tempo. Entre aprimeira e segunda leva situa-se o Livro de Ester (478 a.C.), como dissemos,

Terceira: em 445 a.C., sob a liderança de Neemias, homem piedoso e patriota, que reconstruiu os muros de Jerusalém. Era copeiro do rei da Pérsia, que nessetempo era Artaxerxes Longímano (Ne 2.1). A função de copeiro naqueles tempos erade extrema confiança, equivalente hoje à função de ministro.

Entre os repatriados encontravam-se muitos hebreus do extinto Reino doNorte. Lembremo-nos que parte dos exilados desse reino foi conduzida para as cidades da Média (2Rs 17.6). Ora, a Média e a Pérsia, que formavam agora um só reino,tornando praticável a volta de elementos das tribos do Norte.

A passagem de 1 Crônicas 9.3 alusiva aos repatriados declara que filhos deEfraim e Manassés (tribos do Norte) habitaram em Jerusalém. Em Esdras 10.25, quando da solução do problema de casamento de judeus com mulheres heteias, o Reino doNorte é mencionado como “Israel”. Também em Esdras 6.17; 8.35, é mencionado“todo o Israel”,  uma referência a povos dos dois reinos. Ana, no Novo Testamento,integrava da tribo de Aser, do antigo Reino do Norte (Lc 2.36).

Nos dias de Paulo e Tiago, existiam núcleos de todas as tribos (At 26.7; Tg

1.1). É importante sabermos que, mesmo antes da deportação de Judá para a Babilônia,o Reino do Sul já tinha cidadãos de várias tribos do Norte lá (2Cr 15.9 e 30.11).Certamente os exilados de Judá quando voltaram à pátria passaram pelo alto Eufrates(sendo esse o caminho habitual), onde estavam seus irmãos do Norte e conduziram osque desejavam voltar para a Palestina.

O Senhor faz menção das 12 tribos reunidas no futuro em Lucas 22.30.Profecias do Antigo Testamento sobre a futura reunião das doze tribos incluem: Jeremias3.18; 50.4; Isaías 8.14; 49.6; Ezequiel 37.21,22; Oséias 1.11; Zc 8.3.

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1 1 0 BIBLIOLOGIA

Benefícios derivados do cativeiro

O cativeiro babilónico proporcionou grandes benefícios a Israel, dentre os quaisse destacam:

1. A idolatria foi abolida de vez do meio de Israel, como já dissemos;

2. A Lei de Moisés passou a ser respeitada e levada a sério.

3. O estudo da Lei foi difundido e intensificado mediante as sinagogassurgidas;

4. Renovação da esperança messiânica pelo estudo da Palavra de Deus eavivamento espiritual;

5. Projeção do sentimento nacionalista. (Ler o salmo 137.)

Concluímos, portanto, que Israel foi formado no Egito, destruído pela Assíria eBabilônia, e restaurado pela Pérsia.

QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO

I. Associe a coluna “A” de acordo com a coluna “B”.

Coluna “A” Coluna “B”

C   7.01 Compreende de Adão ao Dilúvio e ocorreu A. Davi.no Eden e em suas proximidades, no Oriente.

B. José.7.02 Conduzido ao Egito, veio a ser ali o primei'

ro ministro. C. Período Antediluviano.

7.03 No tempo dos juizes, ficou em Siló. D. Reino do Israel.

1   7.04 No seu reinado, conquistou Jerusalém das E. Centro religioso nacional,mãos dos jebuseus.

p 7.05 Durou cerca de 250 anos e seu último rei foiOséias.

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LIÇÁO 7: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA 1 1 1

II. Assinale com “X ” a alternativa correta.

7.06 Os profetas que predisseram o cativeiro babilónico 100 anos antes do seu acontecimento foram  a) Joel e Isaías.  b) Miquéias e Ageu. jç   c) Isaías e Miquéias.

  d) Isaías e Jeremias.

7.07 O cativeiro de Judá foi devido, em parte, à desobediência dos judeus quanto àspalavras do S e n h o r , em Levítico 25.1-7, referentes

% a) ao Ano Sabático.7 ; b) ao casamento misto.

  c) à idolatria.  d) à feitiçaria.

7.08 O ministério dos profetas durou cerca dea) 200 anos.

X  b) 400 anos.  c) 500 anos.  d) 1.000 anos.

7.09 Alguns dos profetas não literários são:  a) Semaías, Azarias e Sofonias.  b) Urias, Hanani e Obadias.  c) Azarias, Sofonias e Urias.

 _j _d) Semaías, Azarias e Eliézer.

7.10 Benefício que Israel adquiriu em função do cativeiro:

  a) A Lei de Moisés passou a ser respeitada e levada a sério.  b) O estudo da Lei foi difundido e intensificado mediante as sinagogas surgidas.

  c) Renovação da esperança messiânica pelo estudo da Palavra de Deus eavivamento espiritual.

y d) Todas as alternativas estão corretas.

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ANOTAÇÕES

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Exatamente como a anterior, esta Lição também trata da sequência da históriada Bíblia, mais precisamente do período que chamamos de interbíblico, até osnossos dias.

Esse período, interbíblico ou intertestamentário (entre os dois Testamentos),compreende de Malaquias ao advento de Cristo, um período de mais de 400 anos,profeticamente descrito em Daniel 11a 12.4. Durante essa época, Israel esteve sobtrês impérios mundiais: o Persa, o Grego e o Romano.

Durante o período interbíblico, muitos fatos importantes aconteceram no mun-do envolvendo o povo de Israel, dentre os quais se destaca a revolta dos Macabeus,que culminou com a independência da Palestina, entre 167 e 63 a.C.

De forma pormenorizada, este assunto é tratado ao longo desta Lição. Adentremossuas páginas com rigorosa atenção.

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. O Período Interbíblico2. O Período Interbíblico (Cont.)3. A Palestina Independente Sob os Macabeus4. A Palestina Sob o Domínio Romano5. A Palestina Sob o Domínio Romano (Cont.)

6. Até os Nossos Dias113

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1 1 4 BIBLIOLOGIA

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:

1. Dizer o que significa “período interbíblico”;

2. Descrever quem foram os essênios, os fariseus e os saduceus;

3. Relatar a causa da revolta dos macabeus e dar o nome do líder dessa re-volta;

4. Destacar dois fatos relevantes acontecidos na Palestina durante o período em que esta esteve sob o domínio romano;

5. Mencionar o principal evento ocorrido no ano 5 d.C. enquanto a Palestina se encontrava sob o domínio romano;

6. Citar fatos que envolveram a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.

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LICÁO 8: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA (CONT.) 115

TEXTO 1

O PERÍODO INTERBÍBLICO

O período interbíblico contempla de Malaquias ao advento de Cristo, que compreende mais de 400 anos; cerca de 430 a.C., ao início da Era Cristã. Malaquias deveter ministrado de 432 a 430 a.C., quando possivelmente se encerrou o Antigo Testamento. Este período está profeticamente descrito em Daniel 11a 12.4.

O período inicia com Israel sob o domínio persa. Interbíblico  quer dizer entre a Bíblia; isto porque diz respeito a um período em branco, em que não houve revelação

divina escrita. Nenhum profeta se levantou nesse período. O domínio persa prosseguiu por mais quase 100 anos. Os persas foram brandos e tolerantes com os judeus,que gozavam de considerável liberdade.

Durante o período interbíblico, Israel esteve sempre sob o domínio estrangeiro,exceto entre 167-63 a.C., quando os irmãos Macabeus conseguiram uma heróica esangrenta independência. Disso falaremos logo adiante. Nessa época continuou emformação o que mais tarde chamar-se-ia Talmude. Nesse período, surgiram também aGrande Sinagoga, a versão grega das Escrituras hebraicas, chamada Septuaginta, os

livros apócrifos do Antigo Testamento e o Sinédrio, que era o supremo tribunal civil ereligioso dos judeus.

Durante o período interbíblico, vamos encontrar a Palestina sob o domínio detrês impérios mundiais - o Persa, o Grego e o Romano, além do intervalo de poucomais de 100 anos em que ela esteve independente.

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1 1 6 BIBLIOLOGIA

A Palestina sob o Império Persa

Após Neemias e Malaquias, a Palestina continuou sob o governo persas por maisquase 100, até 330 a.C./quando a Grécia venceu a Pérsia. Israel esteve sob domíniopersa entre 536 e 330 a?C. O centro do Império Persa ficava onde hoje se localiza o Irã.

Suas capitais foram primeiramente Babilônia e logo depois Susã, construída pelo monarca Cambises especialmente para esse fim. Susã é mencionada em Neemias 1.1;Ester 1.2 e Daniel 8.2.

A Bíblia menciona o fim do período persa em Neemias 12.22. Dario, o persa, aímencionado é o Dario Codómano, da História, o último rei persa. Reinou em 336-330a.C. e foi derrotado por Alexandre Magno, da Grécia, em 330 a.C. na famosa batalhade Arbela, perto de Nínive. O “Jádua” aí mencionado foi o sumo sacerdote que recebeu Alexandre em Jerusalém quando o mesmo submeteu a Palestina em 332 a.C., na

sua marcha de conquista do Oriente.

Como império mundial, os persas dominaram durante 200 anos. Nessa ocasião, já despontava no horizonte a sombra ameaçadora do que mais tarde viria a ser o maiorimpério do mundo: o Romano.

A Palestina sob o domínio grego

Entre 330 a 167 a.C., a Grécia sustentou sua hegemonia por mais de 150 anos.

Em 330 a.C., Alexandre, o monarca grego, tinha o mundo todo a seus pés, após6 anos de conquistas e 12 de reinado. Em 332 a.C., como já dissemos, na sua investidapara o Oriente, subjugou a Palestina, sendo tolerante e benevolente para com os judeus.

Com a ampliação do domínio grego, começou a disseminar-se e a predominar alíngua grega e sua imensa cultura, preparando assim o caminho para o surgimento daBíblia em grego (a Septuaginta) e para a vinda do Salvador.

Em seu ministério terreno, Cristo encontrou o grego predominando em todos oscontornos do Mar Mediterrâneo e outras regiões. Tempos após a morte de Alexandre,cada país, além de sua própria língua, conhecia também o grego. Isso fazia parte dopreparo divino para a vinda do Salvador.

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LIÇÃO 8: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA (CONT.) 117

TEXTO 2

O PERÍODO INTERBÍBLICO

(Cont.)

Em 323 a.C., morreu Alexandre na Babilônia aos 33 anos de idade. O governodo império ficou nas mãos de um homem por pouco tempo. Houve lutas entre diversos pretendentes e, em decorrência, as divisões. Finalmente, o vasto império grego foidividido entre quatro famosos generais, da seguinte forma:

1. Selêuco I. Nicátor ficou com a Síria, a Ásia Menor e a Babilônia, tendo

como capital: Antioquia da Síria. A dinastia de reis gregos da qual foi fundador teve18 reis até o ano 65 a.C., quando a Síria foi convertida em província romana.

2. Ptolomeu I. Sóter I. Ptolomeu Lagos aparece na História com esses nomes. Ficou com o Egito, tendo como a capital a Alexandria, a qual fora fundada porAlexandre em 332 a.C. Estabeleceu a dinastia dos Ptolomeus, reis gregos do Egito.Houve 15 Ptolomeus até o ano 30 a.C., quando o Egito foi convertido em provínciaromana. Cleópatra VII (famosa na História) foi rainha corregente em 52-30 a.C.

3. Cassandro. Ficou com a Macedônia e a Grécia, cujas capitais eram respectivamente Pela e Atenas. Não teve ascendência como os anteriormente mencionados.

4. Lisímaco. Ficou com a Trácia. Não teve ascendência.

Resumo histórico da Palestina sob o domínio grego

Apresentamos a seguir a sequência cronológica e o período de duração em que a

Palestina esteve sob o domínio grego:

a) Sob a Grécia propriamente dita, isto é, sob o governo de Alexandre: 332-323a.C., totalizando 9 anos;

b) Sob a Síria e Egito alternadamente: 323-301 a.C. Na divisão do império deAlexandre, a Palestin^ficou inicialmente sob a Síria, entre 323 e 32u a.C. Em seguidasob o Egito (320-314 a.C.), e assim passou de uma mão para outra várias vezes até oano 301 a.C., quando o Egito e a Síria fizeram de seu território o campo de batalha

onde mediam suas forças;

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118 BIBLIOLOGIA

c) Sob o Egito, a Palestina permaneceu no período de 301-L9 8 a.C. Um dos reisdeste período foi Ptolomeu II, Filadelfo, que reinou de 285-247 ciVC. se que providenciou a tradução em grego das Escrituras Sagradas. Construiu também o célebre farolde Alexandria, uma das sete maravilhas do mundo antigo, na Ilha de Faros, dondeprovém a nossa palavra farol. Esta fase foi de progresso para os judeus, tendo estes boa

recepção no Egito. Os apócrifos do Antigo Testamento começaram a surgir nesse tempo, considerando que todos eles foram escritos entre 270-50 a^T'

3 id) Sob a Síria somente, a Palestina esteve entre 198-167 a.C. Um dos reis deste

período foi o monstruoso Antíoco Epífanes, que reinou em 175-167%.C. Este monarca decidiu exterminar o povo judeu e sua religião. E comparável a Herodes, Nero,Hitler e outros mais da mesma estirpe. E considerado o Anticristo do Antigo Testamento por diversos estudiosos. Proibiu o culto a Deus e recorreu a todo tipo de tortura

para forçar os judeus a renunciarem à sua crença em Deus. Isto deu lugar à Revoltados Irmãos Macabeus.

Durante a época dos Ptolomeus e Selêucidas, a língua grega foi implantada naPalestina. O poder civil passou a ser exercido pelo sumo sacerdote, em concomitânciaao religioso. A divisão política na Palestina nesse tempo constava de 5 províncias oudistritos: Judeia, Samaria, Galileia, Traconites, Pereia.

Surgiram também, na fase em que a Palestina se encontrava subjugada pelodomínio sírio as seguintes seitas religiosas:

1. Os fariseus. Em hebraico, “separados”. Inicialmente, primavam pela pureza religiosa. Seu objetivo era conservar viva e ativa a fé em Jeová. Depois, tornaram-se secos, ritualistas e hipócritas, como Jesus os classificou. Eram nacionalistas.

2. Os saduceus. Em hebraico, “justos”. Eram os aristocratas da época, adeptos do que chamamos hoje “Racionalismo” (At 5.17; 23.8). Eram helenistas, isto é,partidários dos gregos e de seus sistemas.

3. Os Essênios. Eram uma ordem monástica, verdadeira irmandade. Praticavam o ascetismo e viviam nas vizinhanças do Mar Morto. A raiz da qual deriva apalavra essênio  significa piedoso. Pareciam uma seita oriental como conhecemos hojecom mistura de Judaísmo. Até hoje não está plenamente esclarecida a origem dosessênios.

 J0'3

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LIÇÁO 8: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA (CONT.) 119

TEXTO 3

A PALESTINA INDEPENDENTE SOB OS MACABEUS

A revolta dos macabeus, que culminou com a independência da Palestina, aconteceu no período 167-63%IC. O nome “Macabeu” provém de Judas, que tinha estesobrenome. Como já declaramos, a partir de 198, a Palestina passou ao controle daSíria. Os primeiros 30 anos foram toleráveis, mas em 175 a.C., subiu ao trono da Síriaum homem excessivamente mau, Antíoco Epífanes, também conhecido como AntíocoIV.

Antíoco foi violentamente rancoroso para com os judeus. Resolveu exterminareste povo e sua religião. Em 168 a.C., ele arrasou Jerusalém, profanou o templo, erigiunele um altar a Júpiter e imolou uma porca no altar dos holocaustos. Decretou pena demorte para quem praticasse a circuncisão e adorasse a Deus. Destruiu quantas cópiasencontrou das Escrituras. Quem fosse encontrado lendo a Bíblia era morto. Cumpri-ram-se as profecias de Daniel 8.13 mas, de modo parcial, pois o pleno cumprimentoocorrerá ainda futuro (Mt 24.15).

O início da revolta dos macabeusA revolta dos Macabeus teve início no ano 167 a.C. A perseguição religiosa

atingia agora todo o país e o sentimento patriótico tomava conta dos judeus. Faltavaapenas um líder para dar o grito de revolta, pois todos estavam em tomo de um mesmoideal: a independência.

Um velho sacerdote de nome Matatias, que vivia em Modin (entre Jope e Jerusalém) , foi o herói que deu o brado de guerra e desfraldou a bandeira da revolta. Tinha

ele cinco filhos, todos valorosos: João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. Eram fariseusverdadeiros. O sacerdote dirigiu a luta com muita bravura, obtendo sempre vitórias.Morreu no mesmo ano da revolta: 167 a.C.

Sob o comando dos filhos de Matatias, o movimento desdobrou-se da seguinteforma:

aa) ludas (166-161^.C.). Ao falecer o pai, Judas assumiu a direção

A vitória continuou com os judeus. Ainda em 167 a.C., Judas retomou Jerusalém e

começou a reparar o templo. As batalhas continuaram, os judeus saindo sempre vitoriosos. Em 25 do mês de Quisleu (nosso dezembro) de 165 a.C., Judas rededicou o

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1 2 0 BIBLIOLOGIA

templo com uma grande festa denominada “Festa da Dedicação”, a qual continuousendo comemorada pelas gerações através dos tempos.

O Senhor Jesus esteve presente em uma dessas festas Qo 10.22,23). Judas fezaliança com Roma, o que mais tarde foi muito útil para os judeus. Antíoco morreu em

164 a.C., mas a Síria continuou lutando. Judas, que prosseguiu combatendo os sírios,foi um guerreiro de admirável gênio militar. Morreu em combate em 161 a.C.;

b) Eleazar. Morreu em combate antes de 161 a.C.;

c) lônatas (161-142 a.C.). Foi também guerreiro notável, conduzindo oexército de vitória em vitória. Morreu numa emboscada urdida por um pretenso amigo, um general sírio, em 142 a.C. Foi o primeiro judeu a exercer as funções de rei esacerdote a um só tempo;

d) João. Morreu antes de Jônatas;

e) Simão (142-134^.0.). Foi o último dos macabeus a sobreviver. Morreunuma emboscada em 134 a.C. Consolidou a vitória e foi feito governador e sumosacerdote por seus compatriotas. A Síria continuava atacando.

Os governantes que se seguem são também descendentes dos macabeus:

1. João Hircano (134-104 a.C.). Filho de Simão, cercou e destruiu Samaria,

arrasando o templo dos samaritanos, construído sobre o Monte Gerizim, por permissão de Alexandre, o Grande, quando imperador. Isso ocorreu no ano 128 a.C.

Os idumeus que habitavam ao sul da Palestina também atormentavamconstantemente os judeus. Hircano os conquistou e fê-los aceitar a religião judaica.Isto não os transformou em verdadeiros judeus, como veremos mais adiante. No ano109 a.C. o Sinédrio é mencionado. Hircano morreu em 104 a.C., tempo em que adivisão política da Palestina era: Judeia, Samaria, Galileia, Idumeia, Pereia.

2. Aristóbulo I (104-103 a.C.). Era filho de João Hircano e morreu em 103de enfermidade. Durante seu breve governo, conquistou a Itureia e outras regiões aoleste do Jordão. Ele usurpou o trono à sua mãe, a quem Hircano deixara no governo.

3,?"'3. Alexandre laneu (103-76 a.C.). Era irmão de Aristóbulo I e obteve vá

rias conquistas visando a alargar as fronteiras da Palestina. Cometeu vários desmandos,que levaram a tumultos internos e uma verdadeira guerra civil.

94. Alexandra (76-67 a.C.). Esposa de Aristóbulo I, após a morte deste,

casou com Alexandre Janeu. Morto Alexandre, ela ascendeu ao trono. Seu reinadofoi pacífico e próspero.

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LIÇÁO 8: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA (CONT.) 1 2 1

M5. Aristóbulo II (67-63 a.C.). Foi o último rei do período indepen

Era filho de Alexandre Janeu e tinha um irmão mais velho chamado Hircano II aquem Alexandra, ao morrer, deixou a coroa. Todavia, Aristóbulo II, sendo mais novo,usurpou o poder pelas armas. Hircano deixou o governo pacificamente.

A esta altura, entrou em cena um aventureiro de nome Antípater, governador militar da Idumeia, constituído por Alexandre Janeu. Antípater não era judeu,e sim idumeu. Lembremo-nos que a Idumeia fora subjugada por João Hircano. Antípaterinstigou Hircano II a vingar-se de seu irmão Aristóbulo II. Resultado: Hircano foi aNabateia, na Arábia, e junto ao rei Aretas obteve um exército para lutar contraAristóbulo. Irrompeu a guerra civil.

O exército romano encontrava-se em operações em Damasco, conquistando nações. Tanto Aristóbulo como Hircano enviaram emissários ao exército roma

no. Pompeu o general interveio. Corria o ano 63 a.C. Pompeu capturou a cidade de Jerusalém e entregou o poder a Hircano II. (Recordemo-nos que Judas Macabeu fizeraaliança com Roma). Mesmo assim, Antípater continuou instigando ou orientandoHircano II para prosseguir a luta.

TEXTO 4

A PALESTINA SOB O DOMÍNIO ROMANO

A partir de 63 a.C., a Palestina passou ao domínio romano, fazendo parte da

província romana da Síria, onde ficava a sede da província. Nesse ano, Pompeu arrebatara o poder das mãos de Aristóbulo II, entregando a Hircano II, que fora despojadopor Aristóbulo. Este e seus dois filhos (Alexandre I e Antígono II) foram levadoscativos a Roma. Tempos depois, pai e filho (Aristóbulo II e Alexandre I) foram mortosem circunstâncias e ocasiões diferentes, sobrevivendo apenas Antígono II. AlexandreI deixara dois filhos: Aristóbulo III e Mariana, que mais tarde foi esposa de um homemferoz chamado Herodes, o Grande, filho de Antípater, o idumeu perturbador.

Vejamos agora a lista dos governantes da Palestina durante o período romano,partindo do ano 63 a.C. até o início da Era Cristã:

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1 2 2 BIBLIOLOGIA

1. Hircano II (63-40 cTC.) começou a governar a Palestina por delegaçãode Pompeu, o general romano, como dissemos. Em 47 a.C., César nomeou-o tetrarcada Judeia. Todavia, Hircano era rei apenas no título, pois quem de fato dirigia tudo erao idumeu Antípater. Ainda em 47 a.C., César nomeou Antípater como Procurador

Geral da Judeia, isto é, encarregando-o do fisco, como reconhecimento dos seus serviços, pois, auxiliara César na campanha contra o Egito, fornecendo tropas a Pompeu, ogeneral. César nomeou também Herodes, filho de Antípater, governador da Galileia.Após a morte de César em 44 a.C., Antípater morreu envenenado por um cortesão deHircano II.

Herodes, que governava nominalmente a Galileia interferia na vida dopaís todo, urdindo intrigas e perfídias, com a conivência do próprio pai quando eraprocurador-geral da Judeia. Vendo Herodes o antagonismo dos judeus em compara

ção ao seu modo de proceder arbitrário, abusivo e ditatorial, procurou abrandá-los,noivando com Mariana, neta de Hircano II. (Era filha de Alexandre I; irmã deAristóbulo III). Herodes, que já era casado com uma filha do rei Aretas, de Nabateia,visava com isso galgar, a todo custo, o trono de toda a Palestina.

32. Antígono II (40-37 a.C.). Por volta do ano 40, a Síria rebelou-se contra

o domínio romano, auxiliada pelos poderosos partos. Em seguida, partos e sírios atacaram e saquearam a Palestina enquanto Antígono buscava meios para vingar a mortede seu pai Aristóbulo II e seu irmão Alexandre II. Com a ajuda agora dos partos e

sírios, ele marchou sobre Jerusalém.

Herodes, o governador da Galileia, que interferia na vida de todo o país,fugiu para Roma. Antígono apoderou-se de Jerusalém e destronou Hircano II e governou de 40-3? l.C . Hircano foi levado cativo pelos partos, voltando tempos depois.Herodes chegou a Roma e perante o senado e os triúnviros, conseguiu ser nomeado reida Judeia no mesmo ano, 40 a.C. O exército romano atacou os invasores de Jerusalém, os partos e os sírios. Herodes regressou à Palestina, procurando ganhar o favordos judeus, casou-se com Mariana, como já fizemos menção. Auxiliado pelas tropasromanas que acabavam de vencer os partos, Herodes sitiou Jerusalém. Os soldadosromanos tomaram a cidade de assalto e fizeram grande matança. Antígono foi destronado e enviado a Roma, onde foi morto por instigação de Herodes, que assim, apode-rou-se do trono da Palestina.

3. Herodes, o Grande (37-34<'a.C.). Filho de Antípater, como já vimos,governava a Galileia, mas sua ambição era o trono do país todo, o que conseguiumediante esperteza e astúcia. Diz Watson sabiamente: “Herodes era idumeu por nasci

mento, judeu por profissão, romano por necessidade, e grego por cultura. Praticou 0 paganismo grego. Uma vez no trono, mandou matar todos os partidários de Antígono e os mem-

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LIÇÁO 8: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA (CONT.) 123

bros do sinédrio. Em certos detalhes, foi um segundoEpífanes. De seu casamento com Mariana nasceramdois filhos: Alexandre II e Aristóbulo IV.Temendo conspiração do remanescente hasmoneano, Herodes, tendo já ocasionado a morte de Antígono, mandou mataro sumo sacerdote Aristóbulo III, irmão de Mariana.Matou também o velho Hircano II, tio de Mariana.”.

A esta altura, Herodes ganhou o favorde Otávio, que é o César mencionado em Lucas2.1, que reinou de 31 a.C. a 14 d.C. Otávio dirigia--se para a campanha do Egito, quando Herodes foiencontrá-lo em Ptolemaida, levando suprimentospara suas tropas. Otávio derrotara Antonio em

Acio (31 a.C.) e este fugira para o Egito com a rainha Cleópatra VII, sua amante.

TEXTO 5

X A PALESTINA SOB O DOMÍNIO ROMANO(Cont.)

A Palestina estava agora dividida em 6 distritos: Judeia, Samaria, Idumeia,Galileia, Pereia, Itureia. Herodes continuava a ultrajar os judeus. Dando ouvido a

denúncias falsas, mandou matar sua esposa favorita, Mariana, em 20 a.C., um crimeaterrador. Teve ao todo 10 esposas. Também mandou matar a mãe de Mariana, Alexandra. Matou certa vez 10 zelotes. Outra vez mandou matar 45 judeus que quebraram a asa de uma águia de prata do seu palácio. Matou muitos outros. Foi grandeadministrador. Reconstruiu Jerusalém, seus muros e edifícios. Construiu palácios, inclusive o Forte Antônia, na área noroeste do templo.

O ódio dos judeus aumentava contra Herodes. Para evitar que apelassem paraCésar, prometeu aos judeus um novo templo, o qual foi iniciado em 19 a.C. e conclu

ído em 27 d.C. Foi o templo conhecido pelo Senhor Jesus.

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1 2 4 BIBLIOLOGIA

Toda a Palestina beneficiou-se com a administração herodiana, que reconstruiua cidade de Samaria com o nome de “Sabasta” (palavra grega equivalente a “Augusta”,em alusão a César). Temendo sempre conspiração contra o trono, Herodes mantinhauma prisão para a prática de torturas. Era desconfiado de todos e extremamente ciumento. Não se sabe quantos morreram nessa prisão. Seus dois filhos, Alexandre II e

Aristóbulo IV, estudaram em Roma. Temendo conspiração dos dois, mandou matá-los. Morreram assim, os últimos descendentes dos Macabeus. Tinha Herodes impostoa paz pela força. Agora muito velho, o remorso o perseguia.

O nascimento de Jesus Cristo

Chegou o ano 5 a.C., o ano donascimento do Senhor Jesus. Há dezanos já reinava paz na Palestina. Nesse mesmo ano, Herodes descobriu umaconspiração por parte de seu irmãoFéroras e de seu filho Antípater, filhode Dóris, outra esposa. Féroras foimorto e enquanto corria o processopara a morte de Antípater, chegarama Jerusalém alguns magos vindo doOriente, perguntado: “Onde está o recém-nascido Rei dos judeus?”  (Mt 2.1,2).

Herodes, que, como já vimos, vivia atormentado pelo fantasma da conspiração,sofreu grande perturbação (Mt 2.3). Fingiu desejar adorar o recém-nascido, que era oMessias prometido nas profecias do Antigo Testamento. Deus viu o seu plano malignoe guiou os magos a regressarem por outro caminho. Vendo seus planos desfeitos, Herodesordenou a matança dos inocentes de Belém. Matar já era coisa natural para ele. Deusentão conduz José, Maria e Jesus ao Egito, cumprindo-se assim as profecias (Os 11.1).

No ano seguinte (4 a.C.), morreu Herodes da terrível enfermidade hidropisia 

(derramamento de líquido seroso em tecidos ou em cavidade do corpo) e câncer nos intestinos, em Jericó. Havia determinado grande massacre para o dia da sua morte, paraque assim houvesse muito pranto. Felizmente tal plano não foi cumprido.

Apesar de suas crueldades, Herodes contribuiu para o bem noutros sentidos.Todos o reconhecem como grande administrador. Possuía muita tenacidade. Liquidoucom o banditismo no país, desde quando governou a Galileia. Nesse particular, eleentrava em choque com o Sinédrio, porque não dependia de processo formal daquelacorte exterminar bandidos. Prescreveu os hasmoneus. Estes, após o último Macabeu

(Simão), enveredaram pelo caminho das intrigas, vinganças, lutas políticas, deixando

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em segundo plano o ideal de liberdade e independência do jugo estrangeiro. Se taiscoisas prevalecessem, seriam um estorvo à vinda e ministério do Senhor Jesus Cristo.

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TEXTO 6

0  ATÉ OS NOSSOS DIAS

Após a morte de Herodes, o Grande, no ano 4 a.C., seu reino foi dividido entretrês de seus filhos, assim:

1. Herodes Arquelau. Governou a Judeia, Samaria e Idumeia. É citado emMateus 2.3. Arquelau foi deposto no ano 6 e daí, até o ano 4,1 sua região (Judeia,Samaria e Idumeia) passou a ser governada por oficiais romanos chamados “procura-dores”, nomeados diretamente pelo imperador romano. Durante o ministério e paixãodo Senhor Jesus, Pôncio Pilatos era procurador da região que fora governada por

Arquelau, do ano 2 ao ano 36.2. Herodes Antipas. Governou a Pereia e Galileia. A Pereia desse tempo

não era todo o território ao leste do Jordão. E citado em Lucas 3.1. Antipas mandoudecapitar João Batista. Escarneceu de Jesus na Sua paixão (Lc 23.6-12). Herodes Antipasgovernou a Galileia e Pereia até o ano 39. Depois, seu território passou ao governo deHerodes Agripa I, mencionado em Atos 12. Era neto de Herodes, o Grande.

3. Herodes Filipe II. Governou a Itureia, a qual incluía os territórios de

Traconites, Gaulanites e Auranites. E citado em Lucas 3.1. Filipe I não teve reino. Ecitado em Mateus 14.3. Foi o primeiro marido de Herodias, a qual o abandonara parase casar com seu cunhado, Herodes Antipas (Mt 14.2). Herodes Filipe II governou aItureia até o ano 34. Depois, seu território passou para Herodes Agripa I.

De 41a 44, toda a Palestina teve Herodes Agripa I como rei. Sua morte horrívelestá registrada em Atos 12.

De 44 a 46, os distritos de Judeia, Samaria e Idumeia passavam a ter novamenteprocuradores romanos. A má administração destes e o espírito de revolta dos judeus,notadamente dos zelotes, foram conduzindo a nação a uma revolta generalizada. Os

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12 6 BIBLIOLOGIA

outros distritos foram governados por Herodes Agripa II, filho do anterior. Agripa II émencionado em Atos 25.

A destruição de Jerusalém

De 66-70 d.C., teve lugar a revolta dos judeus contra os romanos e a guerra quese seguiu. O César de então era Nero, o qual escolheu seu mais hábil general parasufocar a rebelião. Em 66, quando começou a insurreição, o legado romano da Síria,Céstio Galo, atacou Jerusalém com 40.000 soldados. O ataque foi tão violentamenterepelido que Galo teve que retirar-se para Cesareia, perdendo 6.000 homens.

No dia da Páscoa do ano 70, Tito surgiu com seu exército de 50 mil homensdiante dos muros de Jerusalém. Após cinco meses de assédio, os muros foram derriba

dos, o templo, incendiado, e a cidade, assolada. Mais de um milhão de pessoas forammortas, além de 95 mil levadas cativas. Foi a queda final do Judaísmo. O exércitoromano recolheu-se em Cesareia.

Nos anos de 132 a 135 d.C., outra revolta dos judeus insurgiu-se contra os romanos. Desta vez, o Estado Judaico foi destruído pela raiz. O líder da revolta foi Bar--Kochba, homem de grande coragem e capacidade militar. Na revolta, ele apoderou-se da cidade e tentou reconstruir o templo. A revolta foi sufocada pelo exército romano e o número de judeus mortos subiu para 580 mil. O país ficou arrasado. Os judeus

foram expulsos da Palestina e proibidos de entrar em Jerusalém, sob pena de morte. Acidade teve seu nome mudado. Erigiu-se um templo a Júpiter no local do antigo dos

 judeus.

A rebelião sob o comando de Bar-Kochba foi a última tentativa heróica dos judeus, até os tempos recentes, para reconquistarem a independência nacional. Desdeessa época (ano 135) até 1948, os judeus não tiveram pátria. Andaram errantes portoda parte da terra. Todos podiam mandar na Palestina, menos os judeus. Em 14 de

maio de 1948, renasceu o Estado de Israel, segundo as promessas das Escrituras e pelaiminência da volta de Jesus, e o retorno dos judeus começou e prosseguiu em escalasempre crescente.

Assim, o passado de Israel é assunto extremamente impressionante. Seu futuro,no entanto, é mais comovente! As ruínas de Jerusalém não permanecerão para sempre. Israel restaurado, com seu templo e a cidade de Jerusalém com suas roupagensformosas (Is 52.1), devem ser a nossa meditação constante.

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LIÇÁO 8: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA (CONT.) 127

Nosso maior anelo deve ser o dia em que Cristo colocará seus pés reluzentessobre o Monte das Oliveiras (Zc 14.4), quando todo o Israel dirá “Bendito o que vem em nome do Senhor!"  (Mt 23.39).

É oportuno acrescentar que três civilizações que integravam a Palestina nos tem

pos do Novo Testamento:

a) a grega, representando a cultura e o saber;b) a romana, representando a lei e o poder;c) a Tudaica. representando a religião e a justiça.

A época do Cristianismo

A época do Cristianismo, que é a história da Igreja propriamente dita, começa

com o nascimento do Senhor Jesus no ano 5 a.C. e estende-se paralelamente ao textobíblico até os últimos dias de João o apóstolo, cerca do ano 100 e, fora do texto bíblico,até aos tempos atuais.

Nenhum crente deveria ignorar os fatos impressionantes e portentosos desta /

maravilhosa história. E impossível entender as condições atuais de toda a cristandadesem se conhecer a história da Igreja. (O aluno terá oportunidade de estudar sobre estefascinante assunto em disciplina específica no nível Médio da EETAD.)

A época do Cristianismo nos dias do Novo Testamento tem três períodos:

1. O período da Vida de Cristo, apresentado nos Evangelhos;

2. O período da Igreja em Jerusalém, visto em Atos até o capítulo 12;

3. O período da Igreja Missionária, que se encontra em Atos, capítulos 13em diante, e nas Epístolas.

Após os dias do Novo Testamento, a época do Cristianismo pode ser estudada

dentro de quatro períodos, segundo a história secular:

a) O Período Romano, até a queda de Roma, no ano 476 d.C.;

b) O Período Medieval, da queda de Roma ao fim do Império Romano doOriente, entre os anos de 476 a 1453 d.C.;

c) O Período Moderno, que contempla do fim do Império Romano doOriente à Revolução Francesa, dos anos 1453 a 1789;

d) O Período Contemporâneo, a partir de 1789 até os nossos dias.

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128 BIBLIOLOGIA

QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO

I. Marque “C ” para certo e “E” para errado.

^   8.01 O período interbíblico estende-se de Malaquias ao advento de Cristo, duroumais de 400 anos e está profeticamente descrito em Daniel 11a 12.4.

/j? 8.02 Durante o período interbíblico, a Palestina esteve apenas sob o governo doImpério Grego.

^ 8.03 Os fariseus eram helenistas e adeptos do hoje chamado “Racionalismo”.

i 8.04 Os essênios eram uma ordem monástica que praticava o ascetismo e pareciauma seita oriental como conhecemos hoje com mistura de Judaísmo.

Ç   8.05 A revolta dos macabeus ocorreu no período 167-63 a.C., culminando coma independência da Palestina.

, ' 8.06 Herodes governava nominalmente a Galileia, mas interferia na vida de todoo país, com a conivência do pai, Antípater.

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LICÁO 8: A SEQUÊNCIA DA HISTÓRIA BÍBLICA (CONT) 129

II. Assinale com “X ” a alternativa correta.

8.07 Para evitar que os judeus apelassem para César devido às suas crueldades, Hero-des prometeu aos israelitas

a) um novo templo.  b) deixá-los em paz.  c) deixar de lado suas maldades.  d) Todas as alternativas estão corretas.

8.08 Toda a Palestina beneficiou-se com a administração herodiana, que reconstruiu a cidade de S amaria com o nome de  a) Idumeia.

  b) Pereia.V c) Sabasta.d) Itureia.

8.09 No ano 70, Tito surgiu com seu exército de 50 mil homens diante dos muros de Jerusalém. Isso ocorreu no dia  a) de Pentecostes.  b) do Purim.  c) do Ano Novo Judaico.X   d) da Páscoa.

8.10 A época do Cristianismo nos dias do Novo Testamento abrange oa) período da Vida de Cristo.

  b) período da Igreja em Jerusalém.  c) período da Igreja Missionária.

X d) Todas as alternativas estão corretas.

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130 BIBLIOLOGIA

ANOTAÇÕES

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NOLOG

Acronologia bíblica é quase toda incerta, aliás, toda cronologia antiga o é. Asdatas eram contadas tomando-se por base eventos importantes dentrode cada povo. Não havia, é óbvio, uma base geral.

Quanto à Bíblia, seus escritores não tinham preocupação com datas; apenas

registravam os fatos. As datas, quando mencionadas, têm base, como dito, em eventosparticulares.

As descobertas arqueológicas e o estudo incansável de dedicados eruditos noassunto vêm melhorando e esclarecendo a cronologia em geral, inclusive a bíblica.

As datas que aparecem às margens de certas edições da Bíblia não pertencem aotexto original. Foram calculadas principalmente pelo arcebispo anglicano Ussher (1580-1656), em 1650. E conhecida por “Cronologia Aceita”. Essas datas foram inseridas na

Bíblia pela primeira vez em 1701. De alguns tempos para cá a cronologia de Usshervem enfrentando severa crítica. Há divergências e opiniões contrárias a muitas desuas datas, em virtude do progresso do estudo de assuntos orientais através das pesquisase descobertas arqueológicas.

É preciso considerar que o registro de números, datas e tempos constantes daEscritura foi inserido de acordo com as necessidades e a praxe de então. A Bíblia nãoé um tratado de História, Geografia, Astronomia ou outro ramo qualquer de ciência,apesar de haver nela alusões a tudo isso. Ela é, acima de tudo, a revelação de Deus aohomem para que este possa ir a Ele.

Adentraremos as próximas páginas certos de que, ao terminarmos de estudá-las,teremos uma visão mais clara a respeito da cronologia bíblica e histórica.

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1 32 BIBLIOLOGIA

ESBOÇO D A LIÇÃO

1. Considerações Acerca do Estudo da Cronologia Bíblica2. Cronologia da Bíblia e da História Contemporânea3. Cronologia da Bíblia e da História Contemporânea (Cont.)4. Cronologia Diversa5. Cronologia dos Impérios Mundiais6 . Cronologia dos Impérios Mundiais (Cont.)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:

1. Citar exemplos de dois casos a considerar quanto ao estudo da cronologiabíblica;

2. Apresentar dois dados cronológicos abordados na cronologia da Bíblia eda história universal e contemporânea;

3. Fazer um resumo da cronologia do Antigo Testamento;

4. Dar a cronologia, ou seja, as datas em que foram escritos dois livros da

Bíblia, um do Antigo e outro do Novo Testamentos;5. Relacionar na ordem certa os primeiros quatro impérios mundiais;

6 . Mencionar o nome dos dois últimos impérios mundiais.

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LIÇÁO 9: CRONOLOGIA BÍBLICA 133

TEXTO 1

CONSIDERAÇÕES ACERCA DO ESTUDO DA CRONOLOGIA BÍBLICA

A relação entre séculos e anos

Aqui, muitos se enganam no cálculo de anos. Por exemplo, no século I de umaera estão os anos 1  a 100  e não os anos 1 0 1 a 200 , como pode parecer à primeira vista.O início do século XXI se deu somente em 1Qde janeiro de 2001. Veja o quadro abaixopara melhor compreensão:

Século 1 .....

 ....

anos 1 a 100Século II ..... .... anos 101 a 200Século II I ...... .... anos 201 a 300Século X X ..... .... anos 1901 a 2000Século X X I.... .... anos 2001 a 2100

A era antes de Cristo (Era a.C.)

A contagem do tempo antes de Cristo é regressiva, isto é, parte de Cristo para aCriação (4004 a.C.), e não o contrário. Partindo da criação para Cristo, os anosdiminuem até chegarmos ao ano 1 a.C.; porém, partindo de Cristo para a Criaçãoadâmica, os anos aumentam até chegarmos ao ano 4000 a.C., ano esse consideradocomo o da Criação, ou melhor, Recriação.

O erro do nosso calendário - o calendário atual

O uso do calendário é tão antigo

quanto a própria humanidade. Há calendários diversos. Nestas concisas e incompletas notas, reportamo-nos unicamente aocalendário cristão, do qual, o calendárioatual é continuação.

No ano 526 d.C, o imperador romano do Oriente, Justiniano I, decidiuorganizar um calendário original, entregando a tarefa ao abade Dionysius Exiguus, oqual, em seus cálculos, cometeu um erro, fixando o ano 1 a.C. com um atraso de 5

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134 BIBLIOLOGIA

anos. Daí dizer-se que Cristo nasceu 5 anos antes da Era Cristã será um absurdo, senão houver explicação. Nossos livros apenas declaram o fato do erro, mas não oexplicam.

As datas atuais estão, portanto, atrasadas 5 anos. Para termos datas mais ou

menos exatas é preciso acrescentar-lhes 5 anos.

É também oportuno dizer que o calendário atual chama-se Gregoriano, porqueem 1582 o papa Gregório XIII alterou o calendário de Dionysius, subtraindo 10 dias(determinou que o dia 5 de outubro passasse a ser 15 do mesmo mês), a fim de corrigira diferença advinda do acúmulo de alguns minutos a partir de 46 a.C., quando Césarreformou o calendário então vigente.

O tempo e suas divisões

1. O dia natural. Isto é, o período em que há luz. Entre os judeus e os romanoo dia era dividido em 12 horas (Jo 11.9) nos dias do Novo Testamento.

a) A hora primeira era às 6 horas da manhã;

b) A terceira hora correspondia às 9 horas de hoje; a sexta hora, às 12horas de hoje (Jo 4.6; At 10.3,9; Mt 20.6); e a nona hora, às 15 horas de hoje. Todaestas horas em ponto eram dedicadas à oração e à adoração (At 3.1; 10.3,9);

c) Antes da hora terceira os judeus não comiam nem bebiam (At 2.15).Nos tempos do Antigo Testamento o dia era simplesmente dividido em 3 períodos:

- manhã, das 6 às 10 horas;- calor do dia, das 10 às 14 horas; e- frescor do dia, das 14 às 18 horas.

O dia civil era contado de um pôr do sol a outro (Lv 23.32). Entre os romanos,o dia compreendia de uma meia-noite a outra, isto é, o dia civil.

No Evangelho Segundo João, o evangelista emprega o calendário romano; osdemais evangelistas usam o judaico. João escreveu de Efeso que, sendo território romano, empregava o citado calendário. Por isso ele cita as horas de modo diferente.Marcos, por exemplo, usando o calendário judaico, declara (Mc 15.33) que, estando

 Jesus na cruz, vieram trevas sobre a terra na hora sexta (meio-dia). João por sua vez,afirma que o julgamento de Jesus terminou na hora sexta, o que é uma discrepância!Porém, no calendário romano usado por João, a hora primeira do dia era a meia-noite,sendo a hora sexta. 6 horas da manhã - a hora em que terminou o julgamento de

 Jesus!

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LIÇÁO 9: CRONOLOGIA BÍBLICA 135

A noite, nos tempos do Antigo Testamento, estava dividida em três vigílias, dequatro horas cada.

- primeira, das 18 às 22  horas;- meia-noite, das 2 2   às 2 horas;

- manhã, das 2 às 6 horas (Lm 2.19; Jz 7.19; Êx 14.24).

No Novo Testamento, a noite tinha 4 vigílias de 3 horas cada, conforme o sistemados romanos. Chamavam-se:

1. Primeira: tarde e se estendia das 18 às 21 horas;2. Segunda: meia-noite, das 21 às 24 horas;3. Terceira: cantar do galo, das 0 às 3 horas;4. Quarta: manhã, das 3 às 6  horas (Mc 6.48; 13.35; Lc 12.38).

Nosso sistema sexagesimal de horas divididas em 60 minutos, e estes em 60segundos provém dos sumérios e não era seguido entre os israelitas.

2. A semana. Em hebraico, o termo traduzido semana  significa simplesmentesete, sem indicar dias ou anos. Nossa palavra semana provém do latim septimana,  queliteralmente significa setenário,  isto é, que contém sete.  Os dias da semana entre oshebreus não tinham nomes e sim números, exceto o sexto que chamava-se parasceve eosétimo (Lc 23.54) que chamava-se sábado  (em hebraico shabbath = cessação, descanso).

3. Os meses. Eram lunares, devido à observação das fases da lua. Tinham 29 a 30dias alternadamente. Antes do cativeiro babilónico, os meses eram designados pornúmeros, exceto o primeiro, que chamava-se Abibe (espiga de trigo). Após o retorno

A

do exílio passou a chamar-se “Nisã”, palavra assíria para “Princípio”, “Abertura” (Ex12.2; 13.4). Após o cativeiro, todos os meses passaram a ter nomes de origem babilónicae cananeia, conforme podemos ver no quadro a seguir.

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136 BIBLIOLOGIA

ORDEM EQUIVALÊNCIA MÊS

 Abril■ ■■ Abibe ou Nisã

2o Maio Zifc- ou fiar 

3“ 1 Junho Siva

4" Julho Tamuz

5o  Agosto  Abe

6o Setembro Eiui

T  Outubro Etanim ou Tisri

8o Novembro Bul ou Marquesvã

9o Dezembro Quisleu

10° Janeiro Tebete

11° Fevereiro Sebate12° Março  Adar 

Sendo o ano lunar, retrocedia em dias, causando desencontro nas estações agrícolas, determinadas pelo ciclo solar. Para harmonizar isto, a cada três anos intercalava-se um mês adicional, chamado Ve-Adar (isto é, segundo Adar), ficando esse anocom 13 meses. Isto forçou os israelitas a adotarem o ano do ciclo solar.

4. Os anos. Tinham 12 meses de 29 e 30 dias alternadamente, perf354 dias. Os judeus tinham dois anos diferentes: o sagrado e o civil. O sagrado iniciavano mês de abibe, que corresponde ao fim de março ou princípio de abril, na lua cheia,após o equinócio da primavera. O ano civil iniciava no sétimo mês do ano sagrado(Tisri ou Etanim), correspondendo ao final de setembro ou princípio de outubro. Oinício do ano civil era comemorado com a Festa das Trombetas (Lv 23.24,25). Haviatambém o Ano Sabático a cada sete anos, para descanso do solo; e o Ano do Jubileu,a cada 49 anos, para a libertação humana em geral. Assim, Deus proveu o controle dasriquezas e da escravidão.

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LIÇÁO 9: CRONOLOGIA BÍBLICA 137

TEXTO 2

CRONOLOGIA DA BÍBLIA E DA 

HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA

Período Antediluviano: 1.656 anos (Gênesis 2-5)

Tempo: de Adão (4004 a.C.) ao Dilúvio (2348 a.C.).Adão criado em 4004 a.C.O dilúvio ocorreu em 2348 a.C.

Nesse período, a Babilônia - berço da raça humana - atinge elevado grau decivilização. Primeira dinastia de Ur: 2800-2400 a.C., sendo Ur uma cidade-reino, predominante na época no mundo então conhecido. Era a cidade de Abraão. Foi depoisesquecida com a ascensão da cidade de Babilônia. Era composta pelos reinos do Altoe Baixo Egito. Menes unificou o Egito em 2900 a.C. Eram cidades-estados sumerianas.

Período do Dilúvio à dispersão das raças: 100 anos (Gênesis 6-11)

Tempo: 2348-2248 a.C.

Nascimento de Abraão: 1996 a.C.De Adão a Abraão: 2008 anos.

Sem, filho de Noé, viveu 98 anos antes do dilúvio e 502 após. Foi um traço deunião entre as gerações posteriores ao dilúvio.

Período dos Patriarcas: 430 anos (Gênesis 12 a Êxodo 12) A

Tempo: da chamada de Abraão ao Exodo do Egito (1921-1491 a.C.).

Chamada de Abraão: 1921 a.C.Do dilúvio à chamada de Abraão: 427 anos (2348-1921 a.C.).As provações de Jó: cerca de 1845 a.C.Nascimento de José: 1800 a.C.Emigração de Jacó e sua família para o Egito: cerca de 1706 a.C.Nascimento de Moisés: 1571 a.C.Permanência de Israel no Egito: cerca de 400 anos.Período da escravidão no Egito: cerca de 100 anos.Egito - l 9 império mundial: 1600-1200, compreendida a 18- e 19- dinastia.Exodo dos Israelitas: 1491 a.C. um outro cômputo chega em 1450 a.C.

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138 BIBLIOLOGIA

Período da jornada no deserto e conquista de Canaã: 46 anos (Êxodo 13 a Josué 24)

Tempo: do Êxodo do Egito à conquista de Canaã (1491-1445 a.C.).Peregrinação no deserto: 40 anos (Nm 10.11 com Dt 2.14).Passagem pelo Jordão: 1451 a.C.

Conquista da terra: 6  anos (1451-1445 a.C.).Apogeu do Império Hitita: 1400 a.C.Projeção e colonização da Ásia Menor pelos gregos.

Período da Teocracia: 345 anos (juizes 1 a 1 Samuel 10). (Ver Juizes 11.26)

Tempo: época dos Juizes até Samuel (1445-1100 a.C.).Ministério de Samuel: 1100-1053 a.C. - cerca de 47 anos.Egito: centro de cultura geral.

Projeção da Grécia. Destruição de Troia: 1184 a.C.Os navegantes exploradores fenícios chegam a Gibraltar: 1100 a.C.

Até aqui, a cronologia é demasiadamente incerta. A época dos Juizes é uma daspiores. A partir do período seguinte, a História já fornece dados mais seguros paracálculos.

Período do Reino Unido ou monarquia: 120 anos (ISm 11 a 2Cr 9)

Tempo: de Saul (1053 a.C.) a Salomão (933 a.C.).Saul: 1053-1013 a.C. (reino de 40 anos, At 13.21).Davi: 1013-973 a.C. (reino de 40 anos, 2Sm 5.4).Salomão: 973-933 a.C. (reino de 40 anos, lRs 11.42).Assíria como império mundial: 900-607 a.C.

Período do Reino dividido: 347 anos (lRs 12 a 2Cr 36)

Tempo: de Roboão (933 a.C.) a Zedequias (586 a.C.).

Reino do Norte (Israel) durou mais de 200 anos (933-721 a.C.).Reino do Sul (Judá) durou mais de 300 anos (933-586 a.C.).Roma é fundada em 753 a.C.Início do cativeiro do Reino do Norte (Galileia): 734 a.C.Cativeiro total do Reino do Norte: 721 a.C.

Início do cativeiro de Judá: 606 a.C. (1- leva de cativos, inclusive Daniel. Ver 2Crônicas 36.6,7 com Daniel 1.1-3). Templo saqueado. Jeoaquim subjugado.

Os fenícios contornam a África em 600 a.C.

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LIÇÁO 9: CRONOLOGIA BÍBLICA 139

Segunda leva de cativos de Judá: 597 a.C., incluindo o profeta Ezequiel, o rei Jeoaquim e 10.000 homens escolhidos (2Rs 24.14-16).

Mais tesouros do templo foram levados.

Terceira leva de cativos: 586 a.C.; desta vez, Nabucodonosor destruiu Jerusaléme incendiou o templo, levando entre os cativos o rei Zedequias (2Rs 25.8-12; Jr 52.28 -30).

Faraó Neco II tentou construir um canal ligando o Mar Vermelho ao MarMediterrâneo, com 120.000 homens, fato concretizado no canal de Suez, no séculoXX.

Pérsia aniquilou o Egito: 525 a.C.

Projeção dos estados gregos de Atenas e Esparta.

TEXTO 3

CRONOLOGIA DA BÍBLIA E DA 

HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA(Cont.)

Período do Cativeiro e Restauração: 174 anos (2Cr 36 a Ne 13)

Tempo: da primeira leva de cativos de Judá por Babilônia (606 a.C.), ao final doregistro da história bíblica (cerca de 430 a.C.).

Cativeiro: 70 anos.Restauração: 104 anos.Decreto de Ciro para a volta dos judeus do cativeiro da Babilônia para Jerusalém:

536 a.C.Reconstrução do templo: 536-516 a.C. (20 anos).Deposição de Vasti: 482 a.C.Ester, rainha da Pérsia: 478 a.C.Ageu e Zacarias, profetas da restauração: 520 a.C. em diante.

Esdras chega como sacerdote: 457 a.C.

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140 BIBLIOLOGIA

Neemias é nomeado governador: 445 a.C.; reedificou os muros e a cidade em444- Voltou à Pérsia em 434 e retornou a Jerusalém em 432 a.C. (Ne 13.6).

Período interbíblico: Cerca de 400 anos

O período Interbíblico, como vimos na Lição 8, compreende de Neemias/Malaquias ao início da Era Cristã.

Impérios dominantes: Persa: 536 a 330 a.C.; Grego: 330 a 146 a.C.; Romano:146 a.C. a 476 d.C.

Resumo geral da cronologia do Antigo Testamento

4002-2400 a.C.

2400-2000 a.C.2000-1800 a.C.1800-1400 a.C.1400-1100 a.C.1053-933 a.C.933-586 a.C.606-536 a.C.536-432 a.C.

Do Dilúvio a Abraão............................

Patriarcas Abraão, Isaque e Jacó ........

Israel no Egito .........................................

Período dos Juizes..................................

Monarquia Israelita (Saul/Davi/Salomão).O Reino Dividido..................................

O Cativeiro.............................................

Restauração da nação israelita...........

cerca de 1.602 anos1! II

400 anosII II 200 anos1» 11 400 anostl II 300 anosII 1! 120 anos11 II 350 anosII II 70 anos»1 II 100 anos

Período do Novo Testamento

Nascimento de Jesus: ano 5 antes do início da atual Era Cristã.Tibério associado com Augusto no governo do Império Romano: anos 11 a 14.Tibério, imperador: ano 14-Ministério de João Batista: ano 26 ou 27.

Evidências:

a) Em Lucas 3.1, o 15g ano de Tibério é contado a partir de seu governoassociado com Augusto no 11. Logo: 11 + 15 = 26;

b) Em João 2.20 diz-se que o templo fora construído em 46 anos. De acordocom a História, a construção teve início em 19 a.C. Logo: 19 a.C. + 27 d.C. = 46anos.

Batismo de Jesus: ano 26 ou 27; descartado o erro no calendário: anos 30 a 33.

Ministério de Jesus: anos 26 a 29; Sua idade: 29 + 4 (erro do calendário) = 33anos.

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LIÇÁO 9: CRONOLOGIA BÍBLICA 141

Fundação da Igre j a: ano 2 9; um absurdo muito comum é considerar como ano 37).

Conversão de Saulo: ano 32 ou 35.

Fundação da igreja gentílica de Antioquia: ano 42 (At 11.19-26). Antioquia era

a terceira cidade do império, além de Roma e Alexandria.

Primeira viagem missionária de Paulo: ano 47 (At 13.4 - 15.4).

Concílio de Jerusalém: ano 50 (At 15).

Segunda viagem missionária de Paulo: ano 50 (At 15.36 a 18.22).

Terceira viagem missionária de Paulo: anos 54 a 57 (At 18.23 a 21.20).

Fundação das igrejas da Ásia Menor e Europa por Paulo: anos 50 a 63.

Fim do Livro de Atos: ano 62.

Viagem de Paulo a Roma, ocasião em que é preso: ano 60.

Incêndio de Roma, atribuído aos cristãos por Nero: ano 64.

Começa a perseguição aos cristãos. Concluída a construção do templo: ano 64.

Morte de Pedro: anos 64/65.

Destruição de Jerusalém e seu templo pelos romanos: ano 70.

Destruição de Pompeia e Herculano por erupção do vulcão Vesúvio na Itália:ano 79.

Perseguições contínuas aos cristãos e vitória do Evangelho. Esvaziamento dostemplos pagãos do Império Romano: ano 80 até o fim do século I.

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142 BIBLIOLOGIA

TEXTO 4

CRONOLOGIA DIVERSA

Cronologia dos livros da Bíblia

Conforme os mais abalizados mestres, apresentamos a seguir a ordem cronológica dos livros da Bíblia.

Quanto aos profetas, o ano mencionado é o do início de seus ministérios.

 ANTIGO TESTAMENTO

LIVRO DATA LIVRO DATA

• J ó .........................  ...........1521 a.C. • Amós .................................... ..780 a.C.• Gênesis.............. .. 1521-1500 a.C. • Oséias.................................. ...760 a.C.• Exodo.................   .......... 1490 a.C. • Isaías........................................745 a.C.• Levítico...............   ........... 1489 a.C. • Miquéias............................... ...740 a.C.• Números............. ...........1451 a.C. • Sofonias............................... .. 639 a.C.• Deuteronômio ....   ...........1451 a.C. • Naum ........................................630 a.C.•Josué ..................   ........... 1424 a.C. •Jeremias ............................... ...626 a.C.

• Juize s.................   ...........

1126 a.C. • Lamentações de Jeremias ..... 626 a.C.• Rute ....................   ...........1050 a.C. • Daniel................................... ..606 a.C.• 1 Samuel............   ..........  1050 a.C. • Habacuque........................... ...606 a.C.• 2 Sam uel............ ..........1018 a.C. • Ezequiel............................... ...592 a.C.• 1 e 2 Reis ........... ..........1015 a.C. • Obadias................................ ...586 a.C.• Salmos............... ... 1050-975 a.C. • A g e u .........................................520 a.C.• Cantares de Salomão.... 1013 a.C. • Zacarias............................... .. 520 a.C.• 1 e 2 Crônicas .... ........... 1004 a.C. • Ester .........................................460 a.C.• Provérbios.......... ..........  1000 a.C. • Esdras.................................. .. 457 a.C.• Eclesiastes......... ............. 975 a.C. • Neemias............................... ...434 a.C.• Joel...................... .............840 a.C. • Malaquias............................. ...432 a.C.

• Jonas ..................   .............790 a.C.

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LICÁO 9: CRONOLOGIA BÍBLICA 143

NOVO TESTAMENTO

LIVRO DATA LIVRO DATA

• 1 Tessalonicenses........   .........51 d.C. • Atos dos Apóstolos .  ....64 d.C.• 2 Tessalomcenses ......... .........52 d.C. • 1Timóteo................   .... 64 d.C.

• 1 Cornt ios.................... .........

56 d.C. • 1 Pedro....................

 ....

64 d.C.• 2 Corín tios....................   .........57 d.C. • 2 Pedro................... ..64/5 d.C.• Gá latas..........................   .........57 d.C. • Marcos....................   .... 65 d.C.• Romanos.......................   ......... 58 d.C. • T ito ...........................  .... 65 d.C.• Mateus...........................   .........60 d.C. • 2 Timóteo ................   .... 67 d.C.• Efésios...........................   .........61 d.C. •Judas .......................  ....70 d.C.•Tiago ..............................   ........ 61 d.C. • João (Evangelho)......... 85 d.C.• Filipenses.....................   .........62 d.C. • 1 João .....................   .... 90 d.C.• Colossenses.................   .........62 d.C. • 2 Joã o .....................   .... 90 d.C.• Filemom ......................... .........62 d.C. • 3 Joã o .....................   .... 90 d.C.• Lucas.............................   .........63 d.C. • Apocalipse..............   ....96 d.C.• Hebreus......................... 63 d.C.

Patriarcas

Os principais patriarcas já foram mencionados nos períodos estudados. Os líderesdas doze tribos estão entre os patriarcas (At 7.9). José morreu no Egito. Não houvetribo com esse nome. Seus dois filhos, Efraim e Manassés, deram nomes às duas tribos

e ocuparam os territórios que seriam de Levi (que não teve território contínuo, mas,cidades) e José.

Sacerdotes

Os textos bíblicos de 1 Crônicas 6.1-15 e Neemias 12.11,22 apresentam a listade sacerdotes.

Reis

Os três principais reis de Israel já mencionados anteriormente foram Saul, Davie Salomão. O Reino do Norte (Israel) teve 19 reis, sendo o primeiro Jeroboão (933-911 a.C.), e o último, Oséias (732-723 a.C.).

Profetas

Os profetas literários já foram citados por ordem cronológica em Lição 7. Devemos banir do nosso pensamento a ideia popular de que o principal serviço do profetaera predizer. No original, profeta, não significa aquele que prediz, mas aquele que fala em lugar de outro.  Infelizmente, a ordem dos profetas em nossas bíblias não é a ordem

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1 44 BIBLIOLOGIA

cronológica do exercício de seus ministérios, o que origina não poucas confusões; mas,por certo, isto também tem sua vantagem.

Profetas antes do cativeiro (pela ordem)

Reino de Israel

- Jonas (enviado à Assíria);- Oséias;- Amós (natural de Judá);- Miquéias (natural de Judá).

Reino de Tudá

- Joel;- Isaías;- Miquéias (ministrou aos dois reinos);- Sofonias;- Naum (profetizou contra a Assíria);-Jeremias (parte do seu ministério);- Habacuque;- Obadias (profetizou contra Edom).

Profetas durante o cativeiro de Judá

- Jeremias, na Palestina, entre os judeus remanescentes;- Ezequiel, em Babilônia, entre os cativos, no campo;- Daniel, em Babilônia, no palácio do rei.

Profetas do Pós-Cativeiro

- Ageu;

- Zacarias;- Malaquias.

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LIÇAO 9: CRONOLOGIA BÍBLICA 145

TEXTO 5

CRONOLOGIA DOS IMPÉRIOS MUNDIAIS

Podemos considerar até hoje a existência de seis impérios de âmbito mundial.Expomos neste e no próximo Texto um resumo de cada um desses impérios queexerceram.

1. Egito: 1600-1200 a.C. Este império mundial compreendia da Etiópia aoRio Eufrates. Durante as dinastias 18- e 19- Israel se encontrava cativo no Egito.Canaã era província egípcia. O Egito foi fundado por Mizraim, filho de Cam, logo após

o Dilúvio (Gn 10.6,13). Houve 31 dinastias de reis egípcios, de 3500 a 322 a.C., quandoo país foi conquistado por Alexandre, da Grécia. De 332 a 30 a.C., o Egito foi governado pelos reis Ptolomeus (I a XIV), sendo seu último governante a Rainha CleópatraVII (ano 30 a.C.). Daí em diante, foi província romana até 640 d.C.

Algumas dinastias de maior interesse para o estudante da Bíblia:

4~ Dinastia: Construção das famosas pirâmides em Gizé (2900-2750 a.C.).

12- Dinastia: Abraão vai ao Egito, conforme Gênesis 12. (Cerca de 2000a.C.);

15- - 17- Dinastias: Os Hicsos dominam. José pertence à 16- dinastia;

18a - 19- Dinastias: Egito reina como império mundial. O nascimentode Moisés deu-se na 18- dinastia. O Êxodo, na 19- (1600-1200 a.C.);

21- Dinastia: Época de Davi (1100-950 a.C.).

27- - 3 1 - Dinastias: Chamadas dinastias pérsicas (525-332 a.C.).

2. Assíria: 900-607 a.C. Levou o Reino do Norte (Israel) em cativeiro(734-721 a.C.). Os assírios eram muito cruéis. Não poupavam ninguém. Nínive era acapital. O nome deriva de Nina, um dos nomes da deusa-lua de Ur, (mais conhecidacomo Istar). A Assíria fez-se à custa de pirataria. Para inspirar terror aos povos vizinhos,de os assírios costumavam fazer montes de caveiras de seus prisioneiros . Foi fundadapor Assur (Gn 10). Teve reis famosos como Tiglate-Pileser I (1120-1100 a.C.), maisou menos contemporâneo de Samuel. Como império mundial, a Assíria tem mais

relação com o Reino do Norte (Israel). Alguns reis da Assíria enquanto império mundial

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146 BIBLIOLOGIA

a) Salmaneser II (885-860 a.C.). Primeiro rei assírio a hostilizar Israel.Acabe fez-lhe frente. Jeú pagou-lhe pesado tributo;

b) Tiglate-Pileser III (747-727 a.C.). Também chamado Pul, na Bíblia.Levou para o cativeiro a parte norte de Israel, em 734;

c) Salmaneser IV (727-722 a.C.). Sitiou Samaria, vindo a morrer nosítio (2Rs 17.5);

d) Sargão II (722-705 a.C.). Consumou o cativeiro do Reino de Israel(2Rs 17.6);

e) Senaqueribe (705-681 a.C.). O mais famoso rei assírio, invadiu Judá,sendo derrotado por um anjo diante de Jerusalém (2Rs 19.35);

Em 607 a.C., assediado pelos citas, medos e babilônios, o feroz e brutal impérioassírio caiu!

 Jonas, profeta do reino de Israel, foi enviado como missionário a Nínive, capitalda Assíria, provavelmente durante o reinado de Adabe-Nirári (808-783 a.C.).

3. Babilônia (606-536 a.C.). Destruiu Jerusalém e o templo de SaLevou Judá em cativeiro. Foi império mundial durante o tempo em que Israel estevecativo: 70 anos!

Babilônia, na Mesopotâmia, é o berço da raça humana. Aí ficava o Éden.Adão, Noé e Abraão viveram nessa localidade. Cerca de 2000 a.C., Babilônia foipotência dominadora mundial. Houve em seguida um longo período de declínio, ficandoa supremacia com os assírios. Depois de quase dois mil anos, Babilônia ressurgiu comoimpério mundial (606-536 a.C.). Nesta condição, teve 6  reis sendo, Nabucodonosor,o segundo rei, o maior deles em matéria de poderio, influência e dominação.

Nabucodonosor levou os judeus ao cativeiro. Daniel foi um dos cativos. Aele afeiçoou-se o rei e fê-lo um de seus conselheiros. A influência de Daniel sobre esserei, sem dúvida, minorou a condição dos cativos judeus. O último rei foi Belsazar, cujoreinado ele iniciou associado ao pai, Nabonido. Em Daniel 8.1, o “... ano terceiro do reinado de Belsazar ...” é uma referência a partir de seu reino. Em 5.7,29, o “terceiro no meu reino" era: 1Q) Nabonido; 2Q) Belsazar; 32) Daniel. Em 5.2,11 Belsazar é chamadofilho de Nabucodonosor, porém, no sentido de descendente (Jr 27.7). Ver tambémRomanos 9.10 e 2 Reis 14.3, onde “pai” está no sentido de ancestral. Daniel serviu nopalácio com todos os reis babilónicos a partir de Nabucodonosor - uma testemunhafiel de Deus, no palácio do império que dominou o mundo! Daniel viveu em Babilônia

da elevação à queda do império.

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LIÇÁO 9: CRONOLOGIA BÍBLICA 147

4. Pérsia: 536-331 a.C. Em 536 a.C. Ciro o Grande, venceu Babidecretou a volta dos judeus à sua terra, os quais novamente organizaram-se comonação. Listamos dos reis persas, dos quais, vários estão mencionados nos Livros deEsdras, Neemias e Ester:

a) Ciro: 538-529 a.C. (Is 45.1; Ed 1.1; Dn 1.21). Deus chamou-opelo nome 150 anos antes de seu nascimento (Is 45.1). Só Deus pode fazer isto! Ciroconquistou Babilônia em 536 a.C.;

b) Dario, o Medo. Também chamado Dario I e Dario filho de Assuero(Dn 5.31; 6.1,28; 9.1). Este monarca, foi por Ciro constituído rei interinamente sobrea Caldeia, enquanto aquele completava suas conquistas (Dn 9.1). Ciro, ao terminarsua missão, ocupou o trono do império (Dn 6.28). Vale lembrar que o Assuero, pai deDario, não é o mesmo Assuero que integra Et 1.1;

c) Assuero: 529-522 a.C. (Ed 4.6). É chamado na História porCambises II, filho de Ciro. E ainda conhecido por Xerxes I.

d) Artaxerxes I: 522-521 a.C. (Ed 4.7-11). Determinou a suspensãodas obras do templo, conforme Esdras 4.21-24. A História chama-o Smerédis.

e) Dario II: 521-485 a.C. (Ed 4.5; 5.6; 6.1). É filho de Smerédis.Conhecido na História por Histaspes. E o Dario da Pedra de Behistum, perto de

Hamadã. Ordenou a conclusão do templo. E o famoso Dario da Batalha de Maratona,Grécia, onde foi vencido pelos gregos (490 a.C.). E o pai de Assuero, marido de Ester.

f) Assuero: 485-465 a.C. (Et 1.1). Foi esposo de Ester. A Históriachama-o Xerxes II. Foi derrotado pela esquadra grega em Salamina, Chipre, em 480a.C. “Assuero” corresponde à palavra grega “Xerxes”. Não confundir este rei com oAssuero de Esdras 4.6. Foi o mais poderoso e o mais rico rei persa.

g) Artaxerxes II. 465-424 a.C. (Ed 7.1; Ne 2.1; 13.6). Filho do rei

anterior, Xerxes ou Assuero. A História chama-o Longímano. Foi enteado da rainhaEster. Isto explica sua magnanimidade para com os judeus. Certamente a rainha influiumuito na formação de seu caráter. Foi o monarca que autorizou seu ministro Neemiasa reedificar Jerusalém;

h) Dario III. o Notus: 424-404 a.C. Não é mencionado na Bíblia;

i) Artaxerxes III, o Mnémon: 404-359 a.C. Não é mencionado naBíblia;

 j) Artaxerxes IV. o Ocus: 359-338 a.C. Não é mencionado na Bíblia;

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148 BIBLIOLOGIA

k) Arses. 338-335 a.C. Não é mencionado na Bíblia;

1) Dario IV. 335-331 a.C. Mencionado na Bíblia em Neemias 12.22.A História chama-o Codómano. Vencido por Alexandre, o Grande, na Batalha deArbela, Assíria, em 331 a.C.

Cai então o grande império persa!

TEXTO 6

CRONOLOGIA DOS IMPÉRIOS MUNDIAIS(Cont.)

5. Grécia: 331-146 a.C. Em 330 a.C., Alexandre, o Grande, tinha o mundo aseus pés, após seis anos de conquistas. Em 332 invadiu a Palestina, sendo tolerante e

benevolente para com os judeus. Levou a cultura grega para toda parte. Morreu emBabilônia em 323 a.C., aos 33 anos de idade. Seu vasto império foi pouco tempodepois dividido entre quatro de seus generais, como vimos no Texto 2 da Lição 8. AGrécia foi o centro da Filosofia, Literatura, Ciências e Arte. Lugar de encontro dasclasses cultas do mundo. Quanto à religião, os gregos eram idólatras por excelência.

6 . Roma. 146 a.C. - 476 d..C. Em 146 a.C., Roma venceu a Grécia na Batalhade Leucópetra, no istmo de Corinto. A cidade-reino de Roma foi fundada em 753a.C., na região do Lácio, donde provém o latim, e, após conquistar toda a Itália, veio a

ser senhora do mundo. Passou a república em 509 a.C., conquistou a Espanha e Portugalem 201 a.C., tornando-os províncias em 27 a.C. Conquistou a dimensão e a influênciade império em 31 a.C. Jesus nasceu quando esse poderoso império dominava todo omundo então conhecido. A Palestina foi por Roma conquistada em 63 a.C. Em seusdias também a Igreja foi fundada.

E de grande valor para o estudante da Bíblia o conhecimento da história doImpério Romano sob vários aspectos. Nos dias do Novo Testamento, Roma, a capitaltinha 1.500.000 habitantes, sendo a metade constituída por escravos. Os limites doimpério compreendiam 4.800 km de leste a oeste, e 3 .200 km de norte a sul. A população

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LIÇÁO 9: CRONOLOGIA BÍBLICA 1 49

total era de: 120 milhões de habitantes. Suas fronteiras se estendiam do Oceano Atlântico ao Rio Eufrates e do Mar do Norte ao Deserto Africano.

Dentre os imperadores romanos, mencionaremos apenas os doze césares, títuloconcedido aos onze primeiros imperadores romanos que sucederam o grande general

Caio Júlio César. O nome César  significa senhor. E o mesmo que kurios  (grego), kaiser  (alemão), czar  (russo). César integrou o primeiro triunvirato romano, em 59 a.C., comPompeu e Crasso. Depois governou sozinho como ditador. Foi assassinado em 44 a.C.por Bruto, seu filho adotivo.

Os doze Césares

1. Augusto (Caio Júlio César Otávio Augusto): de 31 a.C. - 14 d.C. (Lc 2.1).“Augusto” foi título conferido pelo Senado em 27 a.C. significando “Sublime”,

“Venerando”. Durante seu reinado, houve o advento do nascimento de Jesus;

2. Tibério (Tibério Cláudio Nero): 14-37 d.C. (Lc 3.1). O ministério de Jesus e ocomeço da Igreja ocorreram durante seu reinado. Governou com Augusto de 11 a 14d.C. Seu “ano 15” de Lucas 3.1 é contado a partir de 11 d.C;

3. Calígula (Caio Júlio César Germânico Calígula): 37-41 d.C. Não é mencionadona Bíblia. Cometeu desvarios de torpeza extrema;

4. Cláudio (Tibério Cláudio Druso Nero): 41 a 54 d.C. (At 11.28). No ano 43venceu os britânicos;

5. Nero (Nero Cláudio César Augusto Germânico): 54 a 68 d.C (At 25.11; 26.32;Fp 4.22; 2Tm4.17; lPe2.17). Incendiou Roma no ano 64, lançando a culpa sobre oscristãos, milhares dos quais foram queimados vivos ou jogados na arena para seremdevorados por animais famintos. Foi um dos maiores tiranos da História. Seu prazerera assistir a agonia de morte de suas vítimas. Executou o apóstolo Paulo no ano 67;

6 . Galba (Sérvio Sulpício Galba): 68 a 69 d.C. Não é citado na Bíblia;

7. Oto (Marcos Sálvio Oto): 69 d.C. Não é mencionado na Bíblia;

8 . Vitélio (Auto Vitélio): 69 d.C Não é mencionado na Bíblia;

9. Vespasiano (Tito Flávio Vespasiano): 69 a 79 d.C. Não é citado na Bíblia.Durante seu reinado, Jerusalém foi destruída no ano 70 por Tito, seu filho, generalque comandava os exércitos romanos no Oriente, então;

10. Tito (Tito Flávio Sabino Vespasiano): 79 a 81. Filho de Vespasiano. Não émencionado na Bíblia;

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150 BIBLIOLOGIA

11. Domiciano (Tito Flávio Domiciano): 81 a 96 d.C. Filho de Vespasiano, foitemível perseguidor dos cristãos. Foi durante o seu reinado, que o apóstolo João foibanido para a ilha de Patmos, donde escreveu o Apocalipse.

12. Nerva (Marcos Cócio Nerva): 96 a 98 d.C., não é mencionado na Bíblia.

QUESTIONÁRIO DA LIÇAO

I. Assinale com “X ” a alternativa correta.

9.01 A contagem do tempo antes de Cristo é regressiva, isto é,  a) parte da Criação para Cristo.  b) parte da Anunciação para a Ascensão.

V c) parte de Cristo para a Criação.  d) parte da Ascensão para Criação.

9.02 No Evangelho Segundo João, o evangelista emprega o calendárioa) judaico.

y   b) romano.  c) gregoriano.  d) dionisiano.

9.03 A cidade de Abraão e também cidade-reino, predominante, no mundo conhecido de então era a  a) Babilônia. b)Cades.  c) Egito. x d) Ur.

A

9.04 Gênesis 12 a Exodo 12 narram 430 anos referentes ao períodoy   a) do Dilúvio à Dispersão das Raças.

  b) da Teocracia.  c) da Jornada no Deserto e Conquista de Canaã.  d) dos Patriarcas.

9.05 Na cronologia do Antigo Testamento, o período entre o dilúvio e Abraão foi dea) 300 anos.

ZX b) 400 anos.  c) 120   anos

  d) 250 anos.

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LIÇÁO 9: CRONOLOGIA BÍBLICA 151

9.06 Segundo a cronologia bíblica, o primeiro Livro do Novo Testamento a ser escrito foi

X a) 1 Tessalonicenses.  b) 1 Coríntios.

  c) Filipenses.  d) Mateus.

9.07 Antes do cativeiro, o reino de Israel teve por profetas, além de Jonas,  a) Oséias.  b) Amós.  c) Miquéias.  d) Todas as alternativas estão corretas.

II. Associe a Coluna “A” de acordo com a Coluna “B”.

Coluna “A”

9.08 Babilônia, na Mesopotâmia, foi o berço daço da raça humana, onde ficava:

A 9.09 Jesus nasceu quando este poderoso Impériodominava o mundo então conhecido.

Coluna “B”

A. Roma.

B. Nero.

C. Éden.

 j?)  9.10 Um dos césares que, depois de incendiarRoma, lançou culpa nos cristãos.

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ANOTAÇÕES

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a líllinm Lição de.Me livro, estaremos abordando um assunto de vital importância no estudo da> Escrituras Sagradas. Uma abordagem mais ampla nesteassunto o aluno terá na matéria Geografia Bíblica, no Nível Médio.

O cuidadoso estudo da Geografia Bíblica se faz necessário para que possamosentender melhor o contexto das narrativas bíblicas que estivermos estudando. Sua

importância consiste em:1. Ela é o palco terreno e humano da revelação divina;

2. Ela dá cor, localiza, situa, fixa e documenta os relatos sagrados. Torna osacontecimentos históricos mais vívidos e as profecias, mais expressivas. O ensino bíblico e a pregação tornam-se objetivos e introspectivos quando podemos apontar emostrar os locais onde os fatos se desenrolaram;

3. Sob todos aspectos, a geografia das nações circunvizinhas da Palestinafornece muitos esclarecimentos a respeito das Santas Escrituras e suas doutrinas. Geografia, História e Arqueologia Bíblicas são assuntos interligados. Sua compreensãomuito auxilia o estudante da Bíblia;

4. As nações provém de Deus, logo, o estudo do assunto à luz da Bíblia éprofícuo sob todo o ponto de vista (Ler Deuteronômio 32.8; Atos 17.26). QuandoCristo aqui reinar, as nações continuarão, sendo que muitas serão desarraigadas. Porém, o certo é que Cristo reinará sobre as nações (Ler salmo 2.8; Daniel 7.14; Miquéias

4.3; salmo 72.11; 138.4).

Fontes da matéria

a) A Bíblia. Ela faz menção de inúmeros lugares, acidentes geográficos, povonações, cidades. E evidente que isto merece um cuidadoso estudo. Há capítulos inteiros da Bíblia ocupados quase inteiramente com o assunto. Exemplos: Gênesis 10;Números 33; Josué 15-21; Ezequiel 45-48; Apocalipse 21,22. Somente em relação acidades, há menção de cerca de 600, na Bíblia;

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154 BIBLIOLOGIA

b) A História Geral;c) A Arqueologia;d) A Cartografia.

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. O Mundo Bíblico2. O Mundo Bíblico (Cont.)3. O Mundo Bíblico (Cont.)4. Mares, Montanhas, Rios e Cidades da Bíblia5. Vida e Costumes dos Povos Bíblicos

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Concluído o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:

1. Citar os limites do mundo bíblico;

2. Situar a cidade de Jerusalém no contexto geográfico da Palestina;

3. Listar três pontos históricos da Palestina até o presente;

4. Mencionar os nomes de um mar, uma montanha, um rio e uma cidadeda Bíblia;

5. Discorrer sobre dois aspectos da vida e costumes dos povos bíblicos.

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LIÇÃO 10: GEOGRAFIA BÍBLICA 155

TEXTO 1

O MUNDO BÍBLICO

O mundo bíblico situa-se no atual Oriente Médio e nas terras do entomo doMar Mediterrâneo. O berço da raça humana é a Mesopotâmia, isto é, as planíciesentre os rios Tigre e Eufrates. Daí partiram as primitivas civilizações, após a dispersãodas raças (Gn 10.31-11.2), que se distribuíram da seguinte forma:

- Sem povoou o sudoeste da Ásia;- Cam povoou a África, Canaã e a península arábica;

- íafé povoou a Europa e parte da Ásia.

Limites do mundo bíblico

A dimensão do mundo então conhecido, onde ocorreram os fatos registrados naBíblia, dividem-se em:

a) Norte: Da Espanha ao Mar Cáspio;b) Leste: Do Mar Cáspio ao Mar Arábico (Oceano Índico);

c) Sul: Do Mar Arábico à Líbia;d) Oeste: Da Líbia à Espanha.

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156 BIBLIOLOGIA

Regiões, Áreas, países

Citaremos 18 países, neste e nos dois Textos seguintes, que tiveram maior expressão no desenrolar dos acontecimentos bíblicos:

a) Mesopotâmia. Berço da humanidade, onde se localizava o Éden adâmico.- Babilônia, país e capital — Caldeia, Sinear, Súmer. É o sul da Meso

potâmia.

- Assíria. E o Norte da Mesopotâmia. Capital: Nínive.

b) Arábia. Capital: Petra. Estende-se da foz do Nilo ao Golfo Pérsico. Peregrinação de Israel. Ofir, a terra do ouro.

c) Pérsia (hoje Irã). Capitais: Susã, Persépolis, Pasáugada. Tratadas no Livro de Ester e parte do Livro de Daniel.

d) Elão. (Hoje incorporado ao Irã). Capital: Susã. Gênesis 14; Atos 2.9.

e) Média. Norte de Elão. Capital: Hamadã. Entre os gregos Ecbátana.

f) Armênia ou Arar ate. Gênesis 8.4.

g) Síria ou Arã. Capital: Damasco. Seu território não é o mesmo da Síria

atual. Atos 11.26.

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LIÇÁO 10: GEOGRAFIA BÍBLICA 157

h) Fenícia. (Hoje Líbano, em parte). Cidades: Tiro e Sidom. De onde vieram navegantes famosos e exploradores primitivos. Fundaram Cartago, na África.

i) Palestina ou Canaã. Sua relevância diz respeito a fatos como:

- Foi prometida por Deus aos hebreus (Gn 15.18; Êx 23.31);

- Centro geográfico do mundo, sob o ponto de vista divino (Ez 5.5);- Melhor terra do mundo (Ez 20.6).

Nomes pelos quais é conhecida a Palestina:

1. Canaã;2. Terra dos Amorreus;3. Terra dos Hebreus;4. Terra de Judá ou Judeia;

5. Terra da Promessa;6 . Palestina;7. Terra Santa;8 . Terra de Israel (no AT) e Israel, atualmente.

Limites

- Sul: Arábia (Cades-Barneia e ribeiro el-Arish); O “rio do Egito”  (Gn15.18);

- Norte: Síria e Fenícia;- Oeste: Mar Mediterrâneo. Na Bíblia: Mar Grande;- Leste: Síria e Arábia.

Superfície

Comparável à do nosso Estado de Alagoas. Comprimento: cerca de 250km. Maior largura: 88 km. Capital: Teve várias capitais, a saber:

a) Gilgal. no tempo de Josué;b) Siló, no tempo dos Juizes;c) Gibeá, no tempo de Saul;d) lerusalém, da época de Davi em diante. Seu primeiro nome foi Salém,

depois Jebus e, mais tarde, Jerusalém;e) Mispá, durante o cativeiro babilónico e por pouco tempo (Jr 40.8);f) Tiberíades, após a revolta de Bar-Kochba no ano 135.g) Cesareia. capital ocupada por Roma.

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LICÁO 10: GEOGRAFIA BÍBLICA 159

Um vale interno chamado Tiropeom corre de norte a sul. Muitas de suas portassão mencionadas na Bíblia, mormente no Livro de Neemias. Outras são citadas noNovo Testamento, como em João 5.2 e Atos 3.2.

Na distribuição da terra de Canaã, Jerusalém ficou situada no território deBenjamim (Js 18.28). Foi conquistada em parte por Judá, mas pertencia de fato aBenjamim (Js 15.63). Não ficava, pois, no território de Judá (Js 15.8). Saindo do jugoromano, caiu em poder dos árabes no ano 637 d.C. e, salvo uns cem anos durante oadvento das Cruzadas, foi sempre cidade muçulmana. As Cruzadas foram tentativasdo Cristianismo para libertar a Palestina das mãos dos mulçumanos árabes.

Em 1518, os turcos a conquistaram. Em 1917, os britânicos assumiram o seucontrole, quando a Palestina ficou sob o seu mandato, por decisão da Liga das Nações.A partir de 1948, passou a ser cidade soberana (o setor novo), porém, na Guerra dosSeis Dias, em 1967, foi reconquistada das mãos dos árabes, os quais dela tinham seassenhoreado na guerra de 1948.

 Jerusalém será metrópole mundial durante o Milênio, quando estará vestida doseu prometido esplendor (Is 2.3; Zc 8.22; SI 102.16). Nesse tempo, Israel estará à testadas nações (Dt 28.1,13; 15.6) e desempenhará, afinal, o papel que Deus lhe reservou,conforme lemos em Exodo 19.6.

Divisão política da Palestina

a) No Antigo Testamento, a Palestina foi repartida entre as chamadas doze tribos de Israel.

b) No Novo Testamento, a divisão política já foi apresentada numa das liçõesanteriores.

Mares1. Mar Mediterrâneo. É chamado, na Bíblia, de Mar Grande (Nm 34.6) e Mar

Ocidental (Dt 34.2);

2. Mar Morto. Aparece com outros nomes no Antigo Testamento, como: MarSalgado (Gn 14.3) e Mar de Arabá (Dt 3.17);

3. Mar da Galileia. Outros nomes encontrados na Bíblia: Mar de Quinerete(Nm 34.11), Lago de Genesaré (Lc 5.1), e Mar de Tiberíades (Jo 21.1).

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1 6 0 BIBLIOLOGIA

Rios

a) Jordão: corre no sentido norte sul; nasce no Monte Hermom e deságua noMar Morto;

b) Ouerite: desemboca no Jordão, margem ocidental; é um uádi, isto é, rio tempO'

rário;

c) Cedrom: banha Jerusalém, lado leste; é também um uádi;

d) Taboque (Gn 32.22; Js 12.2) é afluente do Jordão, margem oriental;

e) Iarmuque: afluente do Jordão, margem oriental; deságua 6 km ao sul do Marda Galileia. Não é citado na Bíblia.;

f) Arnom (Nm 21.13; Js 12.2): deságua no Mar Morto, margem oriental; era olimite sul da Palestina, frente oriental;

g) Ouisom (lRs 18.40): deságua no Mar Mediterrâneo, no Monte Carmelo.

Montes

1. Tabor, na Galileia Qz 4.6; 8.18). Altitude: 615 metros. Crê-se que a transfiguração de Jesus (Mt 17.1,2) tenha ocorrido nessa localidade;

2. Gilboa, em Samaria (ISm 31.8; 2Sm 21.12). Altitude: 543 metros;

3. Carmelo. em Samaria (lRs 18.20). Seu ponto mais alto: 575 metros. Fica nopromontório que forma a baía de Acre, onde se localiza a moderna cidade de Haifa;

4. Ebal e Gerizim: dois montes situados em Samaria (Dt 11.29; 27.13-26);

5. Moriá, em Jerusalém. Ali Abraão iria sacrificar Isaque (Gn 22.2) e Salomãoconstruiu o templo de Deus (2Cr 3,1);

6 . Sião, em Jerusalém, ao sudoeste. Altitude: cerca de 800 metros. O local e otermo “Sião” são usados de modo diverso na Bíblia. Na poesia bíblica, por exemplo,significa toda a cidade de Jerusalém, como no salmo 133.3. O termo é também aplicado em alusão ao céu (Hb 12.22; Ap 14.1);

7. Monte das Oliveiras, em Jerusalém (Mt 24.3; Zc 14-4; At 1.12), local onde Jesus orou sob grande agonia, na noite em que foi traído (Lc 22.39,44);

8 . Monte Calvário (Lc 23.33). Local onde Jesus foi crucificado e próximo do

qual foi sepultado, fora dos muros da cidade de Jerusalém (Jo 19.20), na sua parte

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LIÇÁO 10: GEOGRAFIA BÍBLICA 161

nprte. Era uma elevação à beira de uma estrada (Mt 27.39). Próximo ao local dacrucificação deu-se a ressurreição (Jo 19.41). Em 1885, o General Gordon descobriuum túmulo, cujas pesquisas revelaram nunca ter sido ocupado. Passou a ser considerado como o túmulo de Cristo.

Clima

O tipo de relevo que constitui o solo da Palestina resulta numa superfície muitovariada, com muitas regiões elevadas e baixas, originando toda espécie de clima, desdeo tropical no Jordão até o de intenso frio no Monte Hermom (a 2.815 metros dealtitude).

Atualmente, a faixa litorânea alcança uma temperatura média de 21 graus. Novale do Jordão, a temperatura sobe para até 40 graus centígrados. A temperatura mé-

 /dia de Jerusalém é de 22 graus. Em janeiro, chega a 4. E devido a essa variedade declimas que a Palestina comporta a toda espécie de cultura agrícola.

TEXTO 3

O MUNDO BÍBLICO (Cont.)

A história da Palestina pode ser resumida nos treze itens seguintes:

1. Conquistada pelos israelitas sob a liderança de Josué em 1451-1445 a.C.;

2. Governada por juizes: 1445-1100 a.C.;

3. Monarquia: 1053-933 a.C.;

4. Reinos divididos de Judá e Israel: 933-606 a.C.;

5. Sob governo dos babilônios: 606-536 a.C.;

6 . Sob domínio dos persas: 536-331 a.C.;

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162 BIBLIOLOGIA

7. Sob comando dos gregos: 331-167 a.C.;

8 . Independente, sob o domínio dos Macabeus: 167-63 a.C.;

9. Sob o jugo dos romanos: 63 a.C. - 634 d.C.;

10. Sob domínio árabe: 634-1517 d.C. Período das Cruzadas: 1095-1187d.C.;

11. Sob os turcos, como Império Otomano: 1517-1914 d.C. Os turcos também são muçulmanos, apenas com mais influência oriental;

12. Sob os ingleses (protetorado), por delegação da liga das Nações: 1922-1948 d.C.;

13. Em 14/05/1948, foi proclamado o Estado de Israel, com estrutura derepública democrática. O primeiro governo autônomo judaico em mais de 2.000  anos.De agora em diante, cumprir-se-á Amós 9.14,15!

Primitivos habitantes da Palestina

De acordo com o registro bíblico (Dt 7.1; Ex 33.2; Dt 20.17), os povos queconstituíram a região da Palestina primitiva foram:

1. Heteus ou Hititas. Um dos três mais poderosos povos do Oriente Médio. Os outros dois foram os egípcios e os mesopotâmios. O núcleo central ficava naÁsia Menor, perto de Ancara (Gn 10.15), capital hoje da Turquia. Eram camitas, istoé, descendentes de Cam;

2. Girgaseus (Gn 10.16). Eram camitas;

3. Amorreus ou Amoritas. Eram camitas (Gn 10.16). Seu reino ficava emMari, próximo a Mitâni, região de Harã;

4. Cananeus (Gn 10.16). Eram camitas;

5. Pereseus ou Ferezeus (Gn 13.7). Não se sabe a origem. Nada têm a vercom os fariseus no Novo Testamento, que era um grupo religioso;

6 . Heveus ou Horeus (Dt 2.12,22; Gn 14.6). São os hurrianos da História.Eram camitas (Gn 10.17);

7. íebuseus (Gn 10.16). Eram camitas. Neles cumpriu-se a profecia de Noé(Gn 9.25).

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LIÇÁO 10: GEOGRAFIA BÍBLICA 163

 A localização das doze tribos na Palestina

Tribos ao leste do Jordão: 3- Manassés (parte);- Gade;

- Rúben.

Tribos litorâneas: 5- Aser;- Manassés (parte);- Effaim;- Dã (parte);- Judá.

Tribos centrais: 4- Naftali;- Zebulom;- Issacar;- Benjamim.

Tribos dos limites norte e sul: 2- Dã (parte) ao norte;- Simeão, ao sul.

Encerramos aqui o estudo particular da Palestina. Reiniciaremos, a seguir, o estudo dos 18 países e regiões compreendidos por esta Lição, em continuação ao item “i”do Texto 1.

 j) Egito. É o país mais citado na Bíblia depois da Palestina. Seu nome é emhebraico Mizraim (Gn 10.6). Teve várias capitais nos tempos bíblicos. Seu futuro estápredito na profecia bíblica, como, por exemplo: Ezequiel 29.15. Situa-se no norte da /

África;

1) Etiópia. Ao sul do Egito. Conforme Gênesis 2.13, havia outra Etiópia naregião norte da Mesopotâmia, a chamada “terra de Cuxe”  (hebraico). A profecia arespeito da Etiópia no salmo 68.31 teve cumprimento a partir de Atos 8.26-39. É umpaís de base cristã até hoje. A Etiópia da Bíblia compreende atualmente a Abissínia ea Somália;

m) Líbia. Extensa região da África do Norte. Simão, que ajudou a Jesuslevar a cruz, era natural de Cirene, cidade da Líbia (Mt 27.32). Igualmente, no dia de

Pentecostes havia cireneus em Jerusalém (At 2.10);

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1 6 4 BIBLIOLOGIA

n) Ásia (At 6.9; 27.2; IPe 1.1; Ap 1.4,11). Não é a região que hoje conhecemos como o continente asiático. Era uma província romana situada na parte ocidental da Ásia Menor, tendo Éfeso como capital. A Ásia Menor compreende hoje oterritório da Turquia;

o) Grécia ou Hélade (At 20.2). A Grécia antiga era conhecida pelo nomede Acaia (At 18.12), nome derivado dos Aqueus, povo que a habitara;

p) Macedônia (At 19.21). A Macedônia estava localizada na região montanhosa da península balcânica. No ano 148 a.C., o país foi convertido em provínciaromana. Atualmente, o território macedônio acha-se dividido entre a Grécia, a ex-Iugoslávia e a Bulgária.

O ministério do Apóstolo Paulo ocorreu na Asia Menor, Grécia e Mace

dônia, principalmente. A capital da então Macedônia chamava-se Pela;

q) Ilírico (Rm 15.19). Região europeia onde Paulo ministrou a Palavra deDeus. E hoje a Albânia e parte da ex-Iugoslávia, a antiga Dalmácia de 2 Timóteo 4.10.

r) Itália (At 27.1; Hb 13.24). País banhado pelo Mediterrâneo, situado aosul da Europa. Em Roma, sua capital, foi fundado um diminuto reino em 753 a.C., quemais tarde viria a ser senhor absoluto do mundo. Para a Itália, Paulo viajou e pregou oEvangelho, mesmo como prisioneiro;

s) Espanha (Rm 15.24,28). Paulo manifestou o propósito de viajar para aEspanha. Segundo os estudiosos da Bíblia, a cidade de Társis mencionada em Jonas1.3 e 4.2 ficava ao sul da Espanha, sendo, no tempo desse profeta o extremo do mundoconhecido pelo povo comum. A Espanha foi grande perseguidora dos cristãos durantea Idade Média, especialmente através dos tribunais da sinistra Inquisição.

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LICÁO 10: GEOGRAFIA BÍBLICA 165

TEXTO 4

MARES, MONTANHAS, RIOS E 

CIDADES DA BÍBLIA

Mares do mundo bíblico

Citaremos aqui cinco deles, levando em conta que três outros já foram citadosquando tratamos da Palestina (Mediterrâneo, Galileia e Mar Morto), no Texto 2 destaLição.

a) Mar Vermelho (Êx 10.19; 15.4; SI 136.15). Maroriginado no Oceano Índico ou Mar Arábico. Em sua partenorte, fica o Golfo de Acaba, à direita, e o de Suez, à esquerda;

Foi neste mar que ocorreu o milagre da passagemdos israelitas logo após saírem do Egito, quando o mesmose fendeu (Ex 14.22), abrindo-lhes passagem;

b) Mar Adriático (At 27.27). Parte do Mar Mediterrâneo entre a Itália e abíblica Dalmácia. O nome deriva da cidade italiana de Adria, ao norte do país. Notempo de Paulo este mar compreendia área maior que a atual, conforme o relato deAtos 27;

c) Mar Negro. Conhecido na História por Ponto Euxino, situa-se ao norteda Asia Menor. Não é citado na Bíblia.

d) Mar Cáspio. Conhecido como Mar Hircano, situa-se ao norte da Pérsia.

Não é citado na Bíblia. / /

e) Mar Egeu. Entre a Província da Asia (na Asia Menor), Grécia e Macedônia.Aí ficava a pequena ilha de Patmos, para onde o apóstolo João fora exilado (Ap 1.9).

Montanhas

1. Ararate. É uma cordilheira (Gn 8.4), situada na Armênia. Altitude: 5.0metros. Nessa cordilheira nascem os rios Tigre e Euffates;

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166 BIBLIOLOGIA

2. Sinai. O mesmo que Horebe. Loca-liza-se ao sul da península do Sinai (Ex19.2ss; SI 106.19). Neste monte, Israel re-cebeu a Lei e teve lugar o pacto entre Deuse Seu povo. Ali Deus falava antes comMoisés (Êx 3.1ss).

3. Os Líbanos. São duas cordilheiras ao norte daPalestina,cuja denominaçãoprovém dos tempos dos gregos e persiste até o presente. Tem o sentidonorte-sul. A dooeste é chamada Líbano; a do leste, Ante-líbano. Nas encostas desses montes cresciam os famosos “cedros do Líbano”  (lRs 5.6; SI 92.12). Esses montes são várias vezescitados nas Escrituras;

4. Hermom. Fica no sul dos montes

Ante-líbano, sendo o limite norte da Palestina. Tem outros nomes na Bíblia. Atingemais de 3.000 metros de altitude. Está sempre revestido de gelo e neve. Pode ser avistado de muito longe devido à sua imponênciae alvura (Dt 3.8,9; SI 42.6; 133.3);

5. Seir. Região montanhosa de Edom, ao sul do Mar Morto (Gn 14.6; 32.3; 36.8;

 Js 24.4);6 . Nebo. O mais elevado pico do Monte Pisga, nas montanhas de Abarim (Nm

33.47). Fica ao leste da foz do Rio Jordão, na terra de Moabe. Do monte Nebo, Moisésavistou a Terra Prometida (Dt 34.1). São dois pontos da mesma serra.

Rios

Além dos sete rios que integram a região palestínica mencionados no Texto 2,destacaremos aqui outros três rios que exercem grande relevância no mundo bíblico:

a) Nilo (Gn 41.1). Foi no seu delta (terra de Gósen) que o povo israelita permaneceu no Egito (Gn 47.6).

Nas águas deste rio o pequenino Moisésflutuou e foi salvo (Ex 2 ). E, portanto, umrio ligado à história do povo escolhido deDeus.

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LIÇÀO 10: GEOGRAFIA BÍBLICA 167

b) Tigre (em hebraico “Hidéquel”). Corre ao oriente da Mesopotâmia. Àssuas margens ficava a grande cidade de Nínive. Foi também às margens deste rio queum anjo apareceu a Daniel (Dn 10.4). Banhava a Assíria.

c) Eufrates (Gn 2.14; Ap

16.12). E às vezes citado como “O GrandeRio” ou “O Rio”. Banhava a cidade deBabilônia.

O Tigre e o Eufrates se unem no finalde seus cursos. O trecho assim percorrido échamado Chat-el-Arab. Em tempos remotos, desembocavam separados no GolfoPérsico (Gn 2.14).

Outros três grandes rios ligados aos povos bíblicos, porém não mencionados naBíblia, são o Leontes e o Orontes, na Síria, o Tibre, na Itália, que banha a cidade deRoma.

Cidades

1. Ur. Localizada na Caldeia ouSinar. (Gn 11.28). Terra de Abraão. Ci

dade-reino importantíssima. Elevada civilização. Cultura anterior à do Egito.

A foto ao lado mostra uma pirâmide com rampa, denominada de “OZigurate de Ur”.

2. Nínive (Gn 10.11; Jn 3.1ss). Capital da Assíria, às margens do Rio Tigre.Abrigava uma grande biblioteca do rei Assurbanipal.

3. Damasco (Gn 15.2; At 9.1ss; G11.17). Capital da Síria. E a mais antiga cidadedo mundo continuamente habitada. A caminho de Damasco, Saulo de Tarso teve oencontro com Jesus que o transformaria em Paulo, oapóstolo dos gentios (At 9).

4. Mênfis (Os 9.6). Capital do Antigo Impériodo Egito. Epoca das pirâmides. Tempo de Abraão.Esta localidade situa-se a 15 km ao sul do Cairo. Paraesta cidade fugiu parte dos judeus remanescentes após

a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor (Jr44.1).

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168 BIBLIOLOGIA

5. Babilônia. O mesmo que Babel(Gn 10.10). Esta cidade era a capital doimpério do mesmo nome. Seus jardinssuspensos eram uma das sete maravilhas

do mundo antigo. Cidade ímpia, vaidosa, orgulhosa.

Foi no império babilónico que os judeus estiveram exilados por 70 anos(Jr 25.11), conforme apresentamos naLição 7.

6 . Harã (Gn 11.31,32). Importante cidade ao norte da Mesopotâmia. Ficava noextremo norte do reino de Mari. Aí habitou Abraão até a morte de Tera, seu pai,quando então reiniciou a jornada para Canaã (At 7.4).

7. Tiro (2Sm 5.1 l;M t 15.21; At 21.3). Grande porto marítimo da antiga Fenícia. Jesus pregou nessa região (Mc 7.24). Hoje chama-se Sar e pertence ao Líbano. Ostírios foram navegantes e comerciantes famosos.

8 . Sidom (Js 19.28; lRs 17.9ss; Lc 6.17; At 27.3). É atualmente a cidade deSaída. Era também importante cidade da Fenícia. Paulo tinha amigos aí e os visitouquando em viagem para Roma (At 27.3).

09. Atenas (At 17.15; lTs3.1). Era a capital da Ática, antigo estado grego, e da Grécia dehoje. Era o centro das artes, da arquitetura, da literatura e da política durante os anos dourados dahistória da Grécia (sec. V), por

onde o apóstolo Paulo passou emsua segunda viagem missionária.Era, no-tadamente, uma cidadeidólatra (At 17.16-23). Hoje, todo esse passado glorioso é visitado por muitos, vistoque alguns desses patrimônios culturais foram restaurados, como o pórtico de Ataluss,onde o apóstolo Paulo debateu com alguns filósofos (At 17.18).

Ruínas do Pathernon

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LIÇÂO 10: GEOGRAFIA BÍBLICA 169

10. Efeso (At 18.19; Ef 1.1; Ap2.1). Era a capital da província da

/ /

Asia, na Asia Menor, e uma das maiores cidades do poderoso império romano.

O apóstolo Paulo realizou nesta localidade um grande trabalhomissionário, registrado em Atos 19.8-10. Ruínas do Teatro de Efeso

11. Roma. Capital do antigo Império

Romano (At 19.21; Rm 1.7; 2Tm 1.17) eatual capital da Itália. Edificada à margemesquerda do rio Tibre, foi capital política ecultural do mundo por muitos séculos. Deonde Paulo escreveu várias de suas epístolas, na condição de prisioneiro.

O Livro de Atos descreve a históriados primeiros anos da Igreja, em que o Evan

gelho foi espalhado por toda parte, começando em Jerusalém e chegando até Roma.Como a Babilônia, a cidade de Roma tornou-se um símbolo do paganismo e da idolatria, no Novo Testamento.

Outros pontos de interesse da Geografia Bíblica o estudante pode, por si só,facilmente estudá-los por se acharem no âmbito do Novo Testamento, como por exemplo:

a) As cidades visitadas por Tesus mencionadas nos quatro Evangelhos;b) As viagens missionárias do apóstolo Paulo. Através do relato bíblico po

demos acompanhar o apóstolo em suas viagens, divisando as cidades onde esteve (At13-28).

Ruínas do Coliseu de Roma

c) As sete igreias da Ásia (província) mencionadas no Apocalipse (AO estudante pode facilmente localizar essas cidades em um mapa do mundo bíblico doNovo Testamento.

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170 BIBLIOLOGIA

TEXTO 5

VIDA E COSTUMES DOS POVOS BÍBLICOS

A vida com seus usos, leis e costumes difere de povo para povo. Imaginemoscomo não estão distantes os antigos costumes orientais tão citados na Bíblia! Taisfatos, quando não compreendidos hoje, são considerados como aberrações.

A Bíblia cita inúmeras leis, preceitos, costumes do modo de viver oriental que,se o estudante da Bíblia desconhecer suas causas, razões e modo de ser, não compreenderá muito da revelação divina, já que tais estão entrelaçados no corpo do relato

bíblico. Quem quer que se ocupe da leitura e do estudo do Santo Livro estará semprese deparando com a necessidade de conhecê-los minimamente.

Vamos destacar alguns aspectos e estudá-los aqui de forma bem resumida, já queum curso elementar de Bibliologia não comporta o exame acurado da matéria emquestão.

1. O juramento com a mão sob a coxa. Significa submissão, obediênciairrestrita. Por isso Deus tocou a coxa de Jacó (Gn 32.24-32). Realmente, dali para

frente Jacó tornou-se um homem de Deus. Teve, inclusive, seu nome mudado!2. Rasgar as vestes (Gn 37.34). Era demonstração de luto, lamento, tristeza.

Há 28 casos na Bíblia. Os sacerdotes não podiam fazer isso (Lv 10.6), mas o de Mateus26.65 o fez sem razão. Esse ato de rasgar as vestes obedecia a uma série de regras.

3. O cavalgar sobre jumentas brancas (Jz 5.10). Era então costume exclusivodos reis, juizes e fidalgos. Isso explica a passagem em apreço.

4. Semeadura de sal (Jz 9.45). Tal ato significa desolação perpétua sobre o

local. Castigo perene.

5. Pôr a aba da capa sobre alguém (Rt 3.9). Significa proteção. Aqui tratava-se da lei do levirato, conforme Deuteronômio 25.5-10. Portanto, nenhuma indecência havia aqui, como muitos o querem.

6 . Um odre na fumaça (SI 119.83). Odres são vasilhas feitas de pele animalpara o transporte de líquidos. Eram postos sobre a fumaça para ficarem endurecidospelo calor. Isso também fazia aumentar a espessura de couro através do encolhimento.

Fala do estado de alma de Davi.

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LIÇAO 10: GEOGRAFIA BÍBLICA 171

7. Maria desposada com Tosé (Mt 1.18). Na linguagem do Antigo Testamento, o termo significa noivos, conforme vemos em Dt 20.7; 22.23,24. Naqueles tempos,em Israel, o noivado era um ato seriíssimo. E de fato o é. Os noivos tinham responsabilidade como se fossem casados! Em suma: em Israel, o noivado era o primeiro ato docasamento, ocasião em que o noivo entregava à noiva o contrato de casamento, ouuma moeda inscrita: “Consagrada a Mim”.

8 . Um casamento oriental (Mt 25.1-13). As núpcias duravam sete dias oumais. A união definitiva do casal somente tinha lugar no último dia, quando o noivodirigia-se à casa da noiva, à noite, e a conduzia para sua casa. Às vezes, o ato ocorriatambém de dia. A lua-de-mel durava um ano (Dt 24-5).

9. O vinagre oferecido a lesus na cruz (Mt 27.48). Tal praxe era usada entãopara tornar as vítimas insensíveis ao sofrimento. Jesus recusou. Sofreu a morte em

estado de plena consciência.

10. O teto (eirado) da casa, aberto com tanta facilidade (Lc 5.19). As casasda Palestina não tinham telhado e sim eirado, isto é, uma espécie de lage, feita de vigasde madeira, recobertas de pedra e barro. Recebia tratamento especial a fim de recolheráguas pluviais, dada a carência de água potável na região. Num teto assim, era fácilpreparar uma abertura.

11. A ordem de lesus: a ninsuém saudeis belo caminho.”  (Lc 10.4). Não se

tratava de indelicadeza. O tempo que restava era pouco, muito pouco, e as saudaçõesorientais tomavam muito tempo, não somente devido à troca de expressões formais,mas também devido às poses que o corpo assumia. Se os enviados por Jesus fossemcumprimentar o povo segundo a maneira usual, ai do tempo!

12. O caminho de um sábado (At 1.12). Isto é, o caminho permitido do diade sábado. Era a distância que ia da extremidade do arraial das tribos ao tabernáculo,quando no deserto; distância de 2.000   côvados, aproximadamente 1.000  metros (Js3.4).

13. Brasas sobre a cabeça do inimigo (Rm 12.20; Pv 25.21,22). O fato refe-re-se às leis de Levítico 16.12, quando o sumo sacerdote fazia expiação pelo povo,incluindo o incensário cheio de brasas. A expiação satisfazia a justiça de Deus, promovendo a reconciliação do homem com Ele.

Os poucos casos aqui citados servem para dar uma ideia do valor que há nacompreensão da vida, leis, usos e costumes orientais, conforme vemos na Bíblia. Háinúmeros casos. Citamos aqui apenas alguns como exemplo. Eles estão na revelação

divina, elucidando muitos de seus aspectos.

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172 BIBLIOLOGIA

QUESTIONÁRIO DA LIÇAO

I. Marque “C ” para certo e “E” para errado.

 f    10.01 Segundo Gênesis 10.31-11.2, Sem, Cam e Jafé povoaram suas terras e suas

nações e, a partir deles, ocorreu a dispersão das raças. f    10.02 Canaã foi prometida por Deus aos hebreus e, sob o ponto de vista divino, é

o centro geográfico do mundo.

10-03 Na distribuição da terra de Canaã, Jerusalém ficou situada no território de Judá.

10.04 No Antigo Testamento, a Palestina foi repartida entre as doze tribos de Israel.

^  10.05 Em 14/5/1948, foi proclamado o Estado de Israel, com a estrutura de república democrática.

^   10.06 A Palestina primitiva teve como seus habitantes os hititas, os girgaseus, osamorreus, os cananeus, os pereseus, os heveus e os jebuseus.

II. Associe a coluna “A” de acordo com a coluna “B”.

Coluna “A” Coluna “B”

10.07 Onde deu-se a passagem dos israelitas A. Juramento com a mão soba pés enxutos, após saírem do Egito. a coxa.

10.08 Montanha de onde Moisés avistou a B. Nebo.Terra Prometida.

C. Mar Vermelho.

 f\  10.09 Um dos costumes dos povos bíblicosque significa submissão e obediência ir-  D. Oferecer vinagre na cruz.restrita.

|_10.10 Era costume para tornar as vítimas insensíveis ao sofrimento.

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