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EFEITO CHICOTE EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS
Disciplina: Logística e Gestão da cadeia de suprimentos.
Universidade Federal de Minas Gerais,
CEPEAD.
Professor: Ricardo MartinsAlunos: Danilo Aguiar
Érika Souza Mariana Coelho
Belo Horizonte, 30/09/ 2011.
EFEITO CHICOTE
HistóriaConceito ConsequênciasSoluçõesExemplosConclusõesBibliografia
HISTÓRIA
História do Efeito Chicote está ligada com o controle de fluxo de materiais
1851- Efetividade do Just-in-time percebida na construção do Palácio de Cristal, Londres
1916 – Gestão de Fluxo de Valor inventada pela GM, USA
1919 – Procter & Gamble diminuem os efeitos chicote de sua cadeia de suprimentos
Foi através da SCM que ele foi identificado e que suas causas começaram a ser estudadas.
Geary et al (2006)
DINÂMICA DA CADEIA DE PEDIDOS
Em meados de 1960, o pesquisador J. W. Forrester observou que os comportamentos humanos assim como os meios de comunicação interferiam nos cálculos de demanda.
DINÂMICA DA CADEIA DE PEDIDOS
Causa inexatidão e volatilidade no cálculo da demanda.
EFEITO CHICOTE OU EFEITO FORRESTER.
Os resultados da dinâmica em cada etapa se amplificam desde o solicitante até o pedido final feito
pelo comprador.
A informação vai para trás (volta) na cadeia de compras e os produtos passam para frente (progridem) na mesma cadeia. As variações serão sucessivas até se estabilizar e assumir novo patamar.
Aumentando a Variabilidade de Pedidos na Cadeia de Suprimentos
Vendas para Consumidor
Pedidos do Produtor para Fornecedor
Pedidos do Distribuidor para
Produtor
Pedidos do Varejista para Distribuidor
Lee (1997)
Variação ou impossibilidade de alinhamento da demanda à oferta.
EFEITO CHICOTE
É o resultado de uma expectativa de demanda ou oferta que não se realiza, por diversos motivos, entre elas a incapacidade de prever a demanda dos clientes, e que se propaga por todas as empresas da cadeia, influenciando os níveis de estoques, os tamanhos dos pedidos e a produtividade.
Esse fenômeno causa prejuízos às empresas, uma vez que ocorre sobre a expectativa de demanda, o que influencia toda a estrutura dasempresas da cadeia.
Conceito EFEITO CHICOTE
Variância na demanda e volume de produção
Fornecedor_Produtor_Distribuidor_Demanda Real
A cadeia de suprimento não é estável por natureza.
A variação na demanda aumenta conforme aumenta a distância do consumidor final, e pequenas mudanças na demanda deste consumidor pode resultar em grandes variações em pedidos colocados ao longo da cadeia.
Pode-se ter grandes oscilações conforme cada empresa na cadeia procura resolver o problema desde seu ponto de vista.
Este fenômeno pode ser observado na maioria das indústrias, e resulta em custos mais altos e redução no nível de serviço.
ILUSTRAÇÃO DO EFEITO CHICOTE EM UMA REDE DE SUPRIMENTOS FICTÍCIA
Slack(2008)
ILUSTRAÇÃO DO EFEITO CHICOTE EM UMA REDE DE SUPRIMENTOS FICTÍCIA
A tabela está dividida em 10 períodos.
Em cada período o mercado determinaria uma demanda real, então o varejista, com a política de equilibrar seu estoque com a demanda, compra o número de unidades que completam a demanda atual.
O distribuidor, a montadora e o fornecedor fazem o mesmo.
Todos mantêm em estoque uma quantidade igual à demanda do período.
O estoque final do período de demanda é igual ao estoque inicial do período seguinte.
Leva-se em consideração que a compra feita é recebida no mesmo período.
Uma pequena variação de demanda do mercado pode causar uma grande variação no fornecedor inicial.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO EFEITO CHICOTE NUMA REDE DE SUPRIMENTOS
FICTÍCIA
CONSEQUÊNCIAS DO EFEITO CHICOTE
Conforme avançamos na cadeia, as empresas colocam pedidos cada vez maiores em função de uma previsão de vendas calculada com a informação do elo anterior da cadeia.
As variações são sempre maiores para cima do que para baixo.
À medida que os estoques crescem, já que a demanda não era real, o efeito se inverte na tentativa de compensar o estoque.
O resultado são as variações de estoque. Quanto maiores os tempos de entrega de materiais ou do
fluxo de informações, maior será este efeito.
AUMENTA: o custo de fabricação; o custo de estoque; os lead-time de ressuprimento da cadeia; o custo de transporte; os custos de mão-de-obra.
DIMINUI: o nível de disponibilidade do produto; a lucratividade.
CONSEQUÊNCIAS DO EFEITO CHICOTE
CAUSAS E AS MEDIDAS DE CONTENÇÃO PARA O EFEITO CHICOTE
Causas Efeito Chicote
1. É inerente ao sistema. Se a demanda no consumidor cai, o fornecedor tende a esvaziar o
estoque para evitar custos de estoque parado. Se a demanda sobe, o fornecedor compra em excesso para evitar atrasos em pedidos futuros.
2. Mudanças nas previsões Levam as empresas a criar estoques de segurança. O estoque de
segurança de um cliente passa a ser a previsão de demanda de seu fornecedor.
3. Compras em lotesAumentam a variabilidade no processo. 4. Variações de preços (como promoções) Causam mudanças bruscas na demanda, ampliando o efeito. 5. Mal planejamento da demanda. Quando falta material, a tendência é pedir em excesso, e quando a
demanda cai, se cancelam pedidos. 6. Pânico. Em momentos de crise, cada empresa tentará proteger seus interesses,
em detrimento do bem comum da cadeia.
COMO REDUZIR O EFEITO CHICOTE?
1. Entender o que cria o efeito.
2. Agir sobre o efeito.
Lee et al (1997)
O QUE CRIA O EFEITO CHICOTE?
80% relativo a pessoas20% relativo a tecnologia
Geary et al (2006)
5 Rotas para conhecer o efeito chicote
Geary et al (2006) p.8
INDICAÇÕES PARA REDUÇÃO DO EFEITO CHICOTE
Soluções Efeito Chicote
1. Compartilhamento da informação através da cadeia de suprimento.
Todos os fornecedores trabalham com a informação de demanda do cliente final, e não com dados do elo anterior da cadeia.
2. Gerenciamento unificado da cadeia de suprimento.Isto não é simples, por serem empresas diferentes, mas pode-se
chegar próximo a isto com um trabalho de colaboração na cadeia. 3. Redução do tempo de fluxo das informações. 4. Redução do tempo de entrega de materiais (se possível
Just-In-Time). 5. Uso do EDI (Electronic Data Interchange). Facilita o fluxo de informações e torna mais fácil o gerenciamento
de uma grande quantidade de pedidos menores ao longo da cadeia.
6. Coordenação de Promoções. Os revendedores devem coordenar com seus fornecedores as
promoções para manter um fluxo de materiais mais estável.
EFEITO CHICOTE EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS
EXEMPLOS:
-Redução da Incerteza-Uso de EDI
Fluxo de Materiais e Incerteza e o Efeito Chicote
Quanto mais forte o laço na cadeia de suprimentos, menor a incerteza.
Quanto menor a incerteza, mais suave é o fluxo de materiais e menor é o efeito chicote.
Geary et al (2006)
" Melhores Práticas" de Cadeias de Suprimentos identificadas via auditoria de cadeias de valor
europeiasÁREA DE BOA PRÁTICA CARACTERÍSTICAS EXEMPLARESFLUXO DE MATERIAIS SIMPLIFICADO Operações orientadas para o cliente
Único ponto de fluxo de materiais
Sistemas Puxados baseados em KanbansUso do menor período de planejamento possível
Processo ativo de compressão de tempoRELACIONAMENTO DE CADEIAS DE VALOR Parcerias genéricas com fornecedores chave
"Player" Dominante Único ponto de controle
SISTEMA DE INFORMAÇÃO Integração total de sistemas de informação
ESTABILIDADE DE INVENTÁRIO
Variação média de inventário de três exemplares é de 4% em um mês de previsão, comparado a 45% de todos as 32 amostras de fluxo de valor
O impacto do EDI sobre a redução do efeito chicote e os custos de abastecimento de estoques da cadeia de
suprimentos
Benefícios do EDI na cadeia de suprimentos
A utilização do EDI para transmissão de informações permite às empresas poupar quantidades consideráveis de tempo e dinheiro.
Na UE, grandes economias de custos variáveis são resultantes do fato de que as trocas de documentos já não são realizadas manualmente. São estimados em 15% do valor do produto (Chip, 1993)
O impacto do EDI sobre a redução do efeito chicote e os custos de abastecimento de estoques da cadeia de
suprimentos
Benefícios do EDI na cadeia de suprimentos
A P&G estima que a sua ordem de processamento varia de custo nos EUA entre US$ 35 e US$ 75 por fatura devido à intervenção manual (Lee et al., 1997a), o que explica porque as empresas muitas vezes acumulam demanda em lotes antes de emitir uma ordem, gerando assim uma das possíveis causas do efeito chicote (Lee et al., 1997a, b)
O impacto do EDI sobre a redução do efeito chicote e os custos de abastecimento de estoques da cadeia de
suprimentos
Benefícios do EDI na cadeia de suprimentos
O uso de EDI não só beneficia as empresas, reduzindo os custos de processamento de pedidos, reposição mais frequente de material, requisitos em lotes menores, mas também reduz distorções nas informações de demanda, bem como uma posterior redução do efeito chicote e dos custos excessivos que gera.
O impacto do EDI sobre a redução do efeito chicote e os custos de abastecimento de estoques da cadeia de
suprimentos
Benefícios do EDI na cadeia de suprimentos
Qualquer redução significativa nos atrasos das informações através de EDI irá fornecer benefícios através da redução no tamanho da variabilidade de encomendas, novamente contra o efeito chicote.
O impacto do EDI sobre a redução do efeito chicote e os custos de abastecimento de estoques da cadeia de
suprimentos
Benefícios do EDI na cadeia de suprimentos
EDI também fornece uma transmissão rápida e compartilha informações precisas e confiáveis em todas as diferentes fases da cadeia de suprimentos, assim, contrariando uma outra causa do efeito chicote (ver Lee et al., 1997b)
Porém, o EDI tanto afeta como é afetado por inúmeras variáveis ambientais. Isso torna difícil para distinguir entre os efeitos produzidos por estas variáveis e aqueles especificamente resultantes do uso do EDI em comparação com sistemas tradicionais.
Benefícios do EDI na cadeia de suprimentos
Uma das barreiras para adotar EDI é a dificuldade em quantificar o seu custo e os benefícios (Benjamin et al, 1990;. Pfeiffer, 1992; Emmelhainz, 1993).
Outra barreira citada é a falta de interesse das empresas devido aos benefícios verdadeiros do EDI não serem percebidos (Walton e Lewis, 1995).
O impacto do EDI sobre a redução do efeito chicote e os custos de abastecimento de estoques da cadeia de
suprimentos
Simulações do impacto do EDI na SC
O “Jogo da Cerveja” (“Beer Game” - Forrester, 1958, 1961; Sterman, 1989) pode ser uma ferramenta valiosa para realização de experimentos controlados.
O jogo simula o processo de administração de estoques de empresas que compõem os diversos estágios de uma cadeia produtiva de cerveja: Varejo, Revendedor, Distribuidor e Fábrica.
Simulações do impacto do EDI na SC
O objetivo primário do experimento é testar o efeito que a eliminação de atrasos das informações, através da implementação de EDI, tem na cadeia de suprimentos simulada.
Os participantes nesta experiência eram estudantes de graduação no ano 1997/98, 1998/99 e 2000/01 do curso de simulação de negócios que faz parte de estudos de Administração de Empresas na Universidade de Sevilha.
As várias fases da CS estavam localizadas em computadores diferentes, interligados através da Internet ou em rede, que eram geridos por jogadores humanos. Durante várias simulações, os jogadores só forneciam informações locais para decidir sobre as regras de sua política de estoque.
Simulações do impacto do EDI na SC
As simulações foram realizadas com e sem a utilização do EDI.
O impacto do EDI foi medido não só na CS como um todo, mas também em cada nível do processo.
Simulações do impacto do EDI na SC
Outros exemplos e experiências relacionadas
Há outras diferenças entre o estudo realizado e os de outros autores citados, sobre a ferramenta que foi usada.O único estudo que pode ser considerado uma experiência com a medição estatística com significância dos resultados é Anderson e Morrice (2000), mas este é muito menos exaustivo e, além disso, não contém nenhuma referência a qualquer EDI ou a redução dos atrasos de informação.
Conclusão Exemplo EDIA simulação por sistemas de computador é uma forma viável e promissora para realizar testes estatisticamente significativos.
Testes são difíceis de realizar em situações da vida real. O valor do laboratório de pesquisa e simulações, nas estratégias da cadeia de suprimentos e como são difíceis de implementar através de métodos tradicionais.
O controle adequado permite ensaios repetidos sob condições de eficácia constante e também facilita a validação estatística da maioria dos resultados obtidos ao mesmo tempo, da mesma forma, para tamanhos maiores de amostras a serem utilizados.
O procedimento permitiu validar estatisticamente a hipótese de que a plena utilização do EDI nas várias fases da CS irá resultar em uma redução substancial do efeito chicote sobre os estoques, dos custos da gestão de estoques e da instabilidade, que é típico em tais sistemas.
Isto produz claras melhorias na CS, tanto no todo como em cada uma das suas etapas.
Estes resultados ajudam a demonstrar e explicar as vantagens trazidas para SCM pelo avançado sistema de EDI de telecomunicações, tanto para os gestores quanto para estudantes.
Conclusão Exemplo EDI
Conclusões:-Cada vez mais o efeito chicote é um assunto de preocupação tanto acadêmica quanto empírica
-Dentre os problemas, há processos de valor agregado, dificuldades de fornecedores, volatilidade da demanda e controle de processos.
-Uma forma de redesenhar a cadeia de suprimentos é buscar a remoção sistemática de todas as causas evitáveis que causam incerteza.
Conclusões:-O foco deve ser identificar o problema e atuar sobre o mesmo, sendo que quase sempre o problema é relativo à pessoas.
-Fortalecer vínculos da cadeia de suprimentos é essencial para reduzir o efeito chicote.
Bibliografia:
FORRESTER, J. Industrial Dynamics. Harvard Business Review. Boston, n. 36, Julho –Agosto 1958.
GEARY, S.; DISNEY, S.M. e TOWILL, R.D. On bullwhip in supply chains – historical review, present practice and expected future impact. International Journal of Prodution Econômics. V.101, p 2-18, 2006.
LEE, H. L.; PADMANABHAN, V.; WHANG, S. The Bullwhip Effect in Supply Chains. Sloan Management Review, Vol. 38, n.3, 1997.
LEE, H. L.; PADMANABHAN, V.; WHANG, S. Information Distortion in a Supply Chain:The Bullwhip Effect. Management Science, Vol. 50, n. 12, Dezembro 2004.
MACHUCA, J.A.D. e BARAJAS, R.P. The Impact of eletronic data interchange on reducing bullwhip effect. Transportation Research Part E, V.40, p. 209-228, 2004. SLACK, N., CHAMBER, S.; HARDLAND, C.; HARRISON, A. JOHNSTON, R.Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 2008.
SVENSSON, G. The multiple facets of the bullwhip effect: refined and re-defined.International Journal of Physical Distribution & Logistics Management. n. 35,Setembro/Outubro 2005.
