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CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Relatório Final do Projeto de Pesquisa referente ao Processo nº 149512/2011-2 Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano: levantamentos de densidade construída na cidade de São Paulo e modelagem de uma área para simulação computacional no software Envi-MET Bolsista: Angela Helena Yamaguishi Madeira Orientadora: Prof. Drª. Denise Helena Silva Duarte São Paulo, 2012

Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

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relatório final de iniciação científica. orientadora: Denise Helena Silva Duarte. ano: 2012

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Page 1: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Relatório Final do Projeto de Pesquisa referente ao Processo nº 149512/2011-2

Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano: levantamentos de

densidade construída na cidade de São Paulo e modelagem de uma área para

simulação computacional no software Envi-MET

Bolsista: Angela Helena Yamaguishi Madeira

Orientadora: Prof. Drª. Denise Helena Silva Duarte

São Paulo, 2012

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Sumário

1. Introdução ..................................................................................................... 3

2. Objetivo ......................................................................................................... 4

3. Metodologia .................................................................................................. 5

4. Revisão Bibliográfica ..................................................................................... 6

4.1. Conceitos de densidade ......................................................................... 6

4.1.1. Densidade física ............................................................................... 6

4.1.2. Densidade percebida ....................................................................... 8

4.2. Morfologia urbana ................................................................................. 10

4.3. Tipologias, uso e ocupação do solo em São Paulo .............................. 11

4.4. Microclima Urbano ................................................................................ 12

5. Levantamento de Dados Secundários........................................................ 13

5.1. Densidade populacional na cidade de São Paulo ................................. 13

5.2. Densidade construída na cidade de São Paulo .................................... 16

4.2. Tipologias Construtivas......................................................................... 20

5. Análise e Resultados .................................................................................. 21

5.1. Mesma tipologia e diferentes valores de densidade populacional e

construída .................................................................................................... 21

5.2. Mesma densidade populacional e diferentes tipologias e valores de

densidade construída .................................................................................. 23

5.3. Mesma densidade construída e diferentes tipologias e valores de

densidade populacional ............................................................................... 24

6. Discussão e Conclusão ............................................................................... 26

7. Escolha das áreas de estudo ...................................................................... 27

7.1. Análise das Áreas Selecionadas ........................................................... 30

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2

7.1.1. Levantamento do Uso e Ocupação do Solo ................................... 30

7.1.2. Modelos Tridimensionais ................................................................ 32

7.1.3. Levantamento Histórico da Área da República .............................. 33

8. Simulações do Microclima ........................................................................... 38

8.1. Medições de Campo ............................................................................. 38

8.1.1. Variáveis Medidas e Coletadas ...................................................... 39

8.1.2. Equipamentos Utilizados para a Medição...................................... 41

8.2. Primeira Aplicação do Modelo: ENVI-met ............................................ 42

8.2.1. Input dos Dados ............................................................................. 42

8.2.2. Output dos dados ........................................................................... 49

8.2.3. Resultados obtidos ........................................................................ 50

8.2.4. Principais limitações ...................................................................... 54

8.2.5. Considerações Finais ..................................................................... 55

9. Referências Bibliográficas ........................................................................... 57

ANEXO A ........................................................................................................ 61

ANEXO B ........................................................................................................ 69

ANEXO C ........................................................................................................ 71

ANEXO D ........................................................................................................ 72

ANEXO E ........................................................................................................ 74

ANEXO F ........................................................................................................ 78

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1. Introdução

Tendo em vista a rápida urbanização ocorrida a partir de meados do século

XX confrontando-se com a escassez de terras em áreas urbanas, a questão da

densidade nas grandes cidades tornou-se recorrente nas políticas de

planejamento urbano de todo mundo (CHENG, 2010). O crescimento

populacional e as altas taxas de urbanização são temas relevantes para o

discurso da sustentabilidade, pois com o crescimento das cidades há a

diminuição dos espaços naturais que contribuem para o equilíbrio da biosfera,

um aumento nos gastos com infraestrutura urbana, dos deslocamentos feitos

por automóveis e, consequentemente, da poluição do ar destas cidades

(ROAF, 2010).

Neste trabalho tem-se como premissa que a necessidade de uma maior

densidade de ocupação no século XXI é inevitável; a urbanização e a alta

densidade de ocupação são irreversíveis e o modo de morar mais denso

continuará a se desenvolver e em breve será a norma. No entanto, surge a

necessidade de compreender como a questão da densidade de insere no

contexto atual das grandes cidades e também como adensar com qualidade

ambiental em cada contexto.

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4

2. Objetivo

O objeto deste trabalho é a densidade urbana na cidade de São Paulo. O

objetivo é quantificar, qualificar e correlacionar os valores de densidade

construída, densidade populacional e as diversas tipologias construtivas de

alguns distritos de interesse para a pesquisa e, em função desses resultados,

eleger uma área real a ser estudada na região central de São Paulo. Dando

continuidade ao trabalho, o 2º ano de pesquisa, já em andamento, tem por

objetivo correlacionar densidade construída e microclimas urbanos, por meio

do modelo computacional Envi-MET (BRUSE, 1998) de balanço de energia em

áreas urbanas.

Este trabalho se insere dentro de um projeto maior em andamento, dentro

do Programa Nacional de Pós- Doutorado – PNPD/CAPES Processo nº

02556/09-0, intitulado “Edificação e desenho urbano com adensamento e

qualidade ambiental: habitação de interesse social na recuperação de áreas

urbanas degradadas”, que associa o Laboratório de Conforto Ambiental e

Eficiência Energética da FAUUSP – LABAUT e o Laboratório de Habitação e

Assentamentos Humanos – LabHab. O projeto maior tem como finalidade

propor alternativas de arranjos espaciais urbanos para assentamentos

humanos sustentáveis que promovam o adensamento com qualidade

ambiental, esta entendida como a habitabilidade da unidade, a adequação

climática, qualidade do ar, segurança, infraestrutura, conforto ambiental

(térmico, acústico, luminoso, mobilidade e acessibilidade) e eficiência

energética. Os parâmetros de qualidade ambiental serão aplicados tanto às

edificações como aos espaços públicos.

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3. Metodologia

Durante a pesquisa, de forma concomitante à revisão bibliográfica dos

temas descritos, dados secundários foram levantados a partir da consulta aos

bancos de dados de instituições governamentais pertinentes. Aqueles

referentes à densidade populacional foram obtidos na Sinopse do Censo

Demográfico de 2010 (IBGE, 2010), enquanto os que concernem à densidade

construída foram obtidos na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano

(SMDU, 2009). Para a melhor análise desses dados, eles foram sistematizados

através de recursos gráficos e textuais. Os resultados preliminares obtidos com

esse primeiro levantamento foram utilizados como um dos critérios para

escolha dos estudos de caso a serem estudados em conjunto com as demais

pesquisas do projeto em andamento PNPD/CAPES Processo nº02556/09-0 na

região central de São Paulo.

Foi de interesse também explorar a relação entre os dados de densidade

levantados e as diferentes tipologias construtivas da cidade de São Paulo. Os

resultados dessa análise foram organizados em forma de um artigo científico,

“São Paulo, a Dense City?”1, publicado e apresentado oralmente na

conferência internacional “Smart and Sustainable Built Environments: Emerging

Economies” (SASBE), de 2012 (ANEXO A). Além disso, foram realizados

estudos preliminares para familiarização com o software de simulação do

microclima, o Envi-Met, utilizando como objeto de estudo um conjunto de

1 Elaborado em coautoria com a mestranda Carolina Gusson, orientanda da Prof.ª Denise Duarte e também participante do projeto Capes.

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quadras do distrito do Cambuci, localizado na região central de São Paulo, este

selecionado através critérios pré-estabelecidos pelo projeto Capes, entre

Labaut e LabHab.

4. Revisão Bibliográfica

4.1. Conceitos de densidade

De acordo com Cheng (2010), o conceito de densidade pode ser dividido

em dois tópicos: densidade física e densidade percebida.

4.1.1. Densidade física

A densidade física é aquela que representa a razão entre a

concentração de indivíduos ou estruturas físicas em certa unidade geográfica.

Ela é um indicador quantitativo e neutro do espaço, cuja aplicação só tem

verdadeiro sentido quando faz referência a uma escala específica. Do

contrário, a comparação de dados de densidade física se torna inviável ou até

mesmo impossível.

Não existe uma medida padrão de densidade, mas há, no entanto,

algumas mais usuais que outras. No planejamento urbano, a densidade física

pode ser dividida em duas categorias: densidade populacional e densidade de

edifícios, onde a primeira é expressa como o número de pessoas por unidade

de área, e a segunda como a relação de estruturas edificadas por unidade de

área.

Dentre os tipos de densidade populacional está a densidade regional,

que expressa a relação entre população e área do terreno de uma região.

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Porém, o que se observa é que existem áreas nos municípios e estados que

não podem ser habitadas por serem áreas de risco, por exemplo, e que se não

entrassem nos cálculos, gerariam outro valor de densidade demográfica, outro

parâmetro, mais próximo da realidade para se calcular a densidade urbana e

não apenas demográfica de uma área urbanizada.

As densidades bruta e líquida estão relacionadas com os valores de

densidade residencial. A medida da área residencial líquida no Reino Unido

refere-se somente à área pertencente às propriedades residenciais,

considerando-se os jardins e a metade da largura de ruas adjacentes,

enquanto em Hong Kong e em alguns estados dos Estados Unidos, ela leva

em consideração apenas a área na qual a residência se situa, excluindo

parques, estradas e outras terras públicas; já a medida da densidade

residencial bruta considera a área residencial como um todo, incluindo, além da

área onde a residência se situa, espaços como parques, escolas, centros

comunitários, entre outros. A variabilidade dos tipos de áreas incluídas faz com

que a comparação das medidas de densidade residencial bruta seja difícil.

A densidade de ocupação é a relação do número de pessoas por área

de unidades de habitação individuais, e a referência dessas habitações pode

ser de diversos tipos, públicos ou privados, como casa, escritório, teatro ou

outros. Ela é uma medida importante para o projeto de serviços dos edifícios,

pois consiste em um indicador para estimar diferentes necessidades.

Além da densidade populacional, pode-se quantificar a densidade de

edifícios, ou densidade construída, que pode ser representada pelo coeficiente

de aproveitamento, que é a relação entre a área construída total de uma

edificação e a área onde ela se situa. Essa será a medida utilizada neste

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8

projeto para expressar a densidade construída no levantamento dos dados

secundários levando em consideração a área bruta. Outra forma de se medir a

densidade construída é através da taxa de ocupação, que consiste na relação

da área da projeção ortogonal de um edifício com a área na qual ele está

inserido, expressa em porcentagem.

4.1.2. Densidade percebida

Densidade, no entanto, como é discutida por Cheng (2010), não se trata

apensas de uma medida física, mas pode depender também da percepção

individual de cada pessoa dos elementos que o cercam, formando-se assim a

ideia de densidade percebida, esta estando intimamente ligada ao conforto

humano.

“[…] Perceived density can be seen as an environmental quality which corresponds to the rate of perceptual information one encounters in an environment. Therefore, it is not simply about the actual people or building densities; it is the intensity of sensory stimuli present in the environment that affect our perceived density.” (CHENG, 2010)

A vida nas grandes cidades nos dias de hoje proporciona aos indivíduos

inúmeros estímulos sensoriais que exigem um grande esforço da capacidade

de percepção de cada um para processá-los, gerando stress e o fenômeno

denominado “crowding” (superlotação). No entanto, como citado, não é

somente a densidade física que é levada em consideração para o cálculo da

densidade percebida, mas a intensidade dos estímulos como um todo.

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Figura 1. Fator de visão de céu Fontes: Gusson, C, 2011; Liao, J., 2012

Uma das conclusões de Cheng (2010) mostra que o fator de visão de

céu2 (Figura 1) e a abertura de espaço ao nível do solo são os parâmetros que

mais influem na densidade percebida, enquanto o coeficiente de

aproveitamento e a taxa de ocupação, duas das formas mais utilizadas de se

medir a densidade construída, têm pouca relação com a densidade percebida

individualmente. Porém, a combinação desses dois parâmetros gera grande

influência no fator de visão de céu. Portanto, eles afetam indiretamente a

percepção da densidade. Esse estudo também aponta uma correlação mais

fraca entre a percepção dos indivíduos da densidade e a densidade física de

fato, o que é determinante para o planejamento urbano atual.

2 Fator de visão de céu é a medida de abertura de uma superfície: um fator de visão de céu de valor um significa uma visão desobstruída do céu; e um fator de visão de céu de valor zero significa uma visão completamente obstruída do céu. Fator de visão de céu é uma medida tridimensional que leva em consideração uma geometria de 90 graus verticais e 360 graus horizontais. (CHENG, 2010)

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4.2. Morfologia urbana

Nos estudos conduzidos por Martin e March (1972), aborda-se o tema

da morfologia urbana, o papel da rede de quadras, lotes e ruas na formação

das cidades, o denominado “grid”, determinante para analisar a forma pela qual

os edifícios são implantados e arranjados no terreno.

Através do diagrama de Fresnel (Figura 2), são analisadas duas

formas distintas de implantação de um edifício em um lote, porém com

áreas equivalentes: a parte central, representando um padrão de ocupação

tipo “torre” e o anel externo, representando um padrão do tipo “courtyard”

ou pátio.

Figura 2. Diagrama de Fresnel Fonte: Martin; March, 1972

Essas duas morfologias possuem, no entanto, diferentes questões

de acesso, de como o espaço livre pode ser distribuído e de como elas se

comportam em relação ao conforto ambiental e à eficiência energética.

Se feita a comparação dessas duas formas com o mesmo volume de

edifício, mesma profundidade de planta, e mesma área de implantação,

verifica-se que a forma “courtyard” necessita, com a mesma ocupação do

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11

solo, apenas um terço da altura necessária se comprada à forma do tipo

“torre”.

Variando-se as taxas de ocupação e coeficientes de aproveitamento,

obtêm-se diferentes morfologias construtivas (CHENG, 2010). Certas formas,

no entanto, podem resultar em um melhor aproveitamento do espaço urbano,

assim como de sua infraestrutura.

4.3. Tipologias, uso e ocupação do solo em São Paulo

A cidade de São Paulo até o início do século XX poderia ser considerada

como uma cidade essencialmente horizontal, e o sobrado, o tipo de edificação

predominante até então. Na mesma época, devido ao aumento populacional e

ao desenvolvimento tecnológico da construção civil, um novo fenômeno se fez

pela primeira vez presente e até os dias de hoje desempenha um papel

importante na composição do quadro da arquitetura urbana de São Paulo: a

verticalização.

Junto a esse fenômeno foram levantadas discussões sobre as vantagens e

desvantagens do uso da forma vertical na cidade. Uma das grandes vantagens

seria a redução de custos de produção, ou seja, o melhor aproveitamento do

solo urbano. Porém, muitas questões em relação aos malefícios da

verticalização surgiram como a preocupação com a qualidade de vida

proveniente dessa tipologia, principalmente no que se refere às condições

sanitárias das construções (DEVECCHI, 2010).

Essas discussões culminaram com a implementação da Lei municipal

número 526, no ano de 1957, a qual estabeleceu um controle sobre a altura

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dos edifícios, fixando o coeficiente de aproveitamento do terreno em quatro

para uso residencial e seis para uso comercial e também estabeleceu uma

densidade demográfica máxima de 600 habitantes por hectare, mediante a

fixação de uma fração ideal mínima de 35 m² por unidade habitacional.

Dentre as repercussões dessa lei, está o início de dois processos contínuos

e simultâneos, porém controversos: a desconcentração populacional

acompanhada do aumento sensível da quantidade de construções verticais. De

acordo com Devecchi (2010), essa lei fez com que o padrão de adensamento

anterior proporcionado pelos renques de sobradinho se mantivesse, só que

agora com o emprego da forma urbana vertical. Tendo isso em vista, pode ser

questionada então a relação entre densidade demográfica, densidade

construída e as tipologias das construções da cidade de São Paulo.

4.4. Microclima Urbano

De acordo com Brown e Gillespie (1995), microclima é a condição da

radiação solar e terrestre, vento, temperatura do ar, umidade e precipitação em

um pequeno espaço externo. O que nos interessa saber, no entanto, é como

usar e modificar tais variantes das condições microclimáticas de forma que haja

conforto humano nesses espaços externos.

Um conceito importante abordado pelos autores é o de “Balanço

Energético”. Um microclima pode ser analisado através de um balanço

energético como forma de entender como os fluxos de energia podem ser

modificados através do desenho da paisagem. Esse conceito pode ser aplicado

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13

tanto para análise de microclimas em espaços externos, para edifícios, quanto

para a análise dos fluxos de energia do corpo humano.

5. Levantamento de Dados Secundários

5.1. Densidade populacional na cidade de São Paulo

Os dados de densidade populacional foram obtidos na Sinopse do

Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o

IBGE (ANEXO B). De acordo com as definições de densidade estudadas, o tipo

de densidade populacional utilizada é aquela denominada densidade regional.

A referência geográfica utilizada foram os distritos pertencentes à cidade de

São Paulo e o valor é expresso em habitantes por hectare.

A partir dos valores encontrados pôde-se observar que os dez distritos

mais demograficamente densos se encontram tanto em bairros centrais como

periféricos e que o maior valor encontrado corresponde ao distrito de Bela

Vista, um distrito central, com aproximadamente 279 habitantes por hectare

(Figura 3).

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Figura 3. Os dez distritos mais demograficamente densos da cidade de São Paulo

Fonte: Elaboração da autora sobre dados do IBGE, 2011

Em relação aos valores de densidade populacional da Região

Metropolitana de São Paulo (RMSP) (ANEXO C), São Paulo é a sexta cidade

mais demograficamente densa da RMSP, com uma média de

aproximadamente 74 habitantes por hectare (Figura 4).

Figura 4. Mapa de densidade populacional da RMSP Fonte: Elaboração da autora sobre dados do IBGE, 2011

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Quando se compara a densidade populacional média de São Paulo em

relação a algumas das maiores cidades do mundo, como Nova Iorque ou

Cidade do México, percebe-se que elas não diferem muito entre si. No entanto,

em relação à densidade média dos distritos mais densos de cada cidade,

percebe-se no exemplo da Bela Vista, o distrito mais denso de São Paulo, que

este possui valores relativamente baixos; o distrito mais denso de Mumbai, por

exemplo, tem densidade populacional quatro vezes maior que o de São Paulo

(Figura 5).

Figura 5. Cidades Grandes, sua densidade média e distritos mais densos Fontes: GUSSON; MADEIRA; DUARTE, 2012. Elaborado a partir de dados do IBGE, 2011; Burdett and Sudjic, 2011 e Hong Kong

(Special Administrative Region), 2012

Page 17: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

16

5.2. Densidade construída na cidade de São Paulo

Já os dados referentes à densidade construída, obtidos na Secretaria de

Desenvolvimento Urbano (SMDU, 2009), são expressos em número de vezes a

área do terreno, ou seja, o Coeficiente de Aproveitamento – CA (ANEXO D).

Os valores apresentados revelam que a República é o distrito mais

densamente construído, com CA de aproximadamente cinco vezes a área do

terreno, e que, de forma geral, os dez distritos mais densamente construídos

de São Paulo estão concentrados em áreas centrais da cidade e, portanto, com

mais disponibilidade de infraestrutura (Figura 6). Pode-se afirmar que a cidade

de São Paulo não possui uma densidade construída elevada, uma vez que sua

média não passa de CA=1.

Figura 6. Os dez distritos mais densamente construídos da cidade de São Paulo

Fonte: Elaborado pela autora a partir dos dados da SMDU, 2009

0

1

2

3

4

5

6

Os dez bairros mais densamente construídos da cidade de São Paulo

quantas vezes a área do terreno

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17

A partir da sistematização dos dados obtidos, tanto de densidade

populacional quanto de densidade construída, estes foram cruzados e

apresentados em um gráfico de densidades, onde a construída é representada

pela extrusão e a populacional pela intensidade de cor (Figura 7).

Observando-se os resultados, pode-se concluir que, de forma geral, a

cidade de São Paulo não possui uma densidade construída elevada, uma vez

que sua média não passa de uma vez a área do terreno (CA=1). Valores mais

elevados de até cinco vezes a área do terreno (CA-5) podem ser encontrados

principalmente nos distritos localizados em áreas centrais. No entanto, os

valores mais altos de densidade populacional também se estendem aos

distritos periféricos, retratando um fenômeno bastante acentuado dos últimos

anos: o da dispersão populacional.

Em dados recentes (IBGE, 2011), no entanto, observou-se um aumento

generalizado da densidade populacional em todos os distritos, inclusive os

centrais, o que indica uma mudança dessa tendência.

Page 19: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

18

Figura 7. Mapa de densidade construída e populacional da cidade de São Paulo

Fontes: Elaborado pela autora a partir de dados da SMDU, 2009 e IBGE, 2011

Page 20: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

19

Tendo isso em vista, destacam-se divergências entre os valores de

densidade construída e populacional na cidade de São Paulo. Nem sempre

uma alta densidade construída significa alta densidade populacional e vice-

versa. Existem casos em que a densidade construída de um distrito não passa

de duas vezes a área total do terreno e sua densidade populacional é

consideravelmente mais elevada do que a de alguns distritos centrais cuja

densidade construída é muito superior.

Figura 8. Perfis de densidade da cidade de São Paulo a partir da Linha Azul e

Vermelha da Companhia do Metropolitano de São Paulo (CMSP) Fontes: Elaborado pela autora a partir de dados do IBGE, 2011; SMDU, 2009

Page 21: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

20

O mesmo pode ser averiguado nos perfis de densidade traçados tendo

como referência a Linha Azul da CMSP, que corta o território no sentido Norte-

Sul passando pelo centro (Figura 8). Em quase todo o percurso, o

comportamento do perfil de densidade populacional é quase inverso ao do

perfil de densidade construída. No entanto, tanto a densidade populacional

quanto a construída atingem seus valores máximos em regiões centrais. O

mesmo vale para os perfis de densidade referentes à Linha Vermelha da

CMSP.

4.2. Tipologias Construtivas

As densidades populacional e construída em geral estão intimamente

ligadas às diferentes tipologias das construções da cidade de São Paulo

(DEVECCHI, 2010). Para explicitar essa relação, foi selecionado um grupo de

distritos de interesse, por se destacarem, de um total de 97 distritos, como

distritos que apresentam as maiores discrepâncias com relação aos valores de

densidade populacional e densidade construída (Figura 9). Os distritos

selecionados foram: Barra Funda, Brasilândia, Moema, Itaim Bibi, Sé, Santa

Cecília, Bela Vista e República.

Page 22: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

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Figura 9. Densidade populacional e construída dos distritos selecionados Fonte: GUSSON; MADEIRA; DUARTE, 2012. Elaboração da autora a partir de dados

do IBGE, 2011 e SMDU, 2009

As tipologias foram classificadas considerando-se a predominância do

uso do solo, a forma das edificações e a renda da população residente, e para

melhor ilustrá-las, foram utilizados recursos fotográficos.

5. Análise e Resultados

5.1. Mesma tipologia e diferentes valores de densidade populacional e construída

Figura 10. Distritos de mesma tipologia e diferentes valores de densidade populacional e construída

Fontes: GUSSON; MADEIRA; DUARTE, 2012. Elaborado pela autora a partir de dados do IBGE, 2011 e SMDU, 2009

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Como pode ser observado na Figura 10, os distritos de Bela Vista, Santa

Cecília e Moema possuem em comum a predominância tipológica de edifícios

verticais de habitação. Os valores de densidade construída e populacional, no

entanto, variam. De acordo com os resultados observados, nem sempre um

nível elevado de verticalização pressupõe altos valores de densidade

construída. Em Moema, por exemplo, apesar de ser um distrito cuja

predominância tipológica é de uso residencial verticalizado de alto padrão, o

coeficiente de aproveitamento do solo não passa de dois o que corresponde a

um padrão de ocupação de renque de sobradinhos. As explicações para esse

fato estão relacionadas a fatores como a classe social predominante, o

tamanho das unidades de habitação e a forma de ocupação do terreno.

Os distritos República, Sé e Itaim são distritos onde o uso comercial e de

serviços verticalizados predominam. Porém, possuem diferentes valores de

densidades populacionais e construídas. República e Itaim possuem mais uso

misto do solo, uma vez que para ambos os distritos os valores de densidade

populacional e construída são quase coincidentes; já, Sé possui uso mais

monofuncional.

Page 24: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

23

5.2. Mesma densidade populacional e diferentes tipologias e valores de densidade construída

Figura 11. Distritos com mesma densidade populacional e diferentes tipologias e valores de densidade construída

Fontes: GUSSON; MADEIRA; DUARTE, 2012. Elaborado pela autora a partir de dados do IBGE, 2011 e SMDU, 2009

Fatores como classe social predominante e taxa de ocupação associada

ao coeficiente de aproveitamento dos distritos são determinantes para as

diferenças de valor de densidade construída. Nos distritos de Santa Cecília e

Brasilândia, apesar de possuírem os mesmos valores para a densidade

populacional, possuem distintas tipologias predominantes e valores de

densidade construída diferentes (Figura 11).

No caso de Santa Cecília, sua tipologia predominante é residencial

vertical de médio padrão e seu valor de densidade construída é mais elevado

do que no caso de Brasilândia, cuja tipologia predominante é a residencial

horizontal de baixo padrão (Figura 12).

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Figura 12. Tipologias predominantes de Santa Cecília e Brasilândia Fontes: Dados da SMDU, 2009 e fotografias do autor, 2012

5.3. Mesma densidade construída e diferentes tipologias e valores de densidade populacional

Figura 13. Distritos com mesma densidade construída e diferentes tipologias e valores de densidade populacional

Fontes: GUSSON; MADEIRA; DUARTE, 2012. Elaboração da autora a partir de dados do IBGE, 2011 e SMDU, 2009

Page 26: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

25

No caso dos distritos de Moema e Barra Funda verifica-se a mesma

densidade construída e divergências tanto nas tipologias, quanto na densidade

populacional (Figuras 13 e 14). Moema possui uma densidade construída baixa

se avaliada pela sua tipologia predominante: residencial vertical de alto padrão,

levando-se em consideração que o estudo adotou a área bruta para calcular a

densidade construída. Neste caso em particular, a área do Parque do

Ibirapuera influencia no valor resultante de densidade construída de Moema

assim como a área da ferrovia para o distrito de Barra Funda.

Na Barra Funda, onde o predomínio é de comércio e serviços verticais e

horizontais e de edifícios industriais, a densidade construída é equivalente à de

Moema, no entanto apresenta uma baixa densidade populacional para uma

região central com grande oferta de transporte público e infraestrutura.

Figura 14. Tipologias predominantes de Moema e Barra Funda Fontes: Dados da SMDU, 2009 e fotografias do autor, 2012.

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26

6. Discussão e Conclusão

A partir das análises elaboradas neste trabalho, chega-se a algumas

conclusões e questionamentos.

Pode-se afirmar que, em comparação com alguns exemplos

internacionais, São Paulo possui uma densidade populacional relativamente

baixa. Além disso, após o cruzamento de dados de densidade construída,

densidade populacional e as diferentes tipologias construtivas de alguns

distritos de interesse para a pesquisa, conclui-se que estas variáveis nem

sempre estão diretamente relacionadas.

São observados casos em que a tipologia das construções é a mesma,

porém com valores de densidade construída e populacional diferentes; da

mesma forma há casos em que a densidade populacional é a mesma e a

densidade construída e as tipologias variam; por fim há casos em que a

densidade populacional é a mesma e os valores de densidade construída e as

tipologias são divergentes. Uma alta densidade construída, portanto, não

implica em uma alta densidade populacional e vice-versa e, quando são

similares, também não significa que terão a mesma tipologia construtiva.

É possível dizer, então, que a verticalização não pode ser sempre

associada a valores mais elevados de densidade populacional, e que estes

podem ser alcançados utilizando-se um padrão mais horizontal de ocupação do

solo, de média altura.

Page 28: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

27

São Paulo, à primeira vista, pode ser percebida como uma cidade densa

devido ao grande número de construções verticalizadas em seu território

(CHENG, 2010). No entanto, depois de levantados os dados reais, questiona-

se essa afirmação abrindo possibilidades para a elaboração de arranjos dos

edifícios de forma a melhor aproveitar a ocupação do solo e seus recursos

(MARTIN; MARCH, 1972).

O estudo concluiu também que valores mais elevados de densidade

construída em São Paulo estão concentrados em áreas centrais enquanto os

de densidade populacional estão dispersos no território, atingindo também

áreas periféricas como Brasilândia. Como a região central de São Paulo possui

uma oferta maior de transporte e infraestrutura do que na região periférica,

atribui-se à primeira um grande potencial para adensamento populacional.

Tendo isso em vista, é pertinente questionar como conduzir de fato esse

processo de adensamento, com qualidade ambiental no meio urbano.

7. Escolha das áreas de estudo

As áreas de estudo foram selecionadas objetivando a compreensão da

cidade existente, a busca de exemplos bem sucedidos de qualidade social,

econômica e urbana, a observação dos dados de densidade relacionando-os

com a qualidade ambiental e a identificação de tipologias e formas urbanas

mais usuais para assim avaliar o desempenho ambiental de cada uma a partir

de critérios pré-estabelecidos pelo projeto PNPD/CAPES, sendo eles:

Page 29: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

28

o Possuir certo grau de adensamento (construtivo e populacional)

o Possuir hibridade de tipologias de edifícios

o Possuir mix de usos (predominância habitacional)

A partir do levantamento de dados secundários relativos à densidade

urbana na cidade de São Paulo e suas diversas tipologias construtivas, foi

possível fazer a escolha de duas áreas de interesse, sendo uma delas no

distrito de Bela Vista e a segunda no distrito da República (Figuras 15 e 16).

Foram selecionadas duas quadras de cada distrito assim como uma área de

influência do entorno devido à necessidade de simulação das qualidades

ambientais das áreas em seu contexto devido. Ambas as quadras

apresentaram, dentre as demais de cada distrito, as maiores densidades

populacionais por setor (IBGE, 2011).

Seria de interesse que para cada área fossem simuladas as respectivas

condições microclimáticas. No entanto, como a área da Bela Vista se encontra

em um terreno de aclives bastante acentuados, não seria possível realizá-la

com os recursos disponíveis no momento, como explicitado mais à frente no

tópico referente às limitações da ferramenta de simulação ENVImet.

Por isso, foi determinado que para essa etapa da pesquisa, seria dado

maior enfoque na área da República, situada em terreno praticamente plano.

Como parte fundamental para a análise das condições existentes dessa

região, foi realizado um levantamento histórico da formação do bairro de Santa

Ifigênia, onde a área de estudo está inserida.

Page 30: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

29

Figura 15. Área escolhida na Bela Vista

Fontes: Google Earth, 2012

Figura 16. Área escolhida na República Fontes: Google Earth, 2012

Page 31: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

30

7.1. Análise das Áreas Selecionadas

7.1.1. Levantamento do Uso e Ocupação do Solo

Para melhor compreensão das áreas selecionadas foram realizados

estudos do existente iniciado por um levantamento detalhado do uso e

ocupação do solo das quadras e seu entorno (Figuras 17 e 18). Esse material

foi elaborado em conjunto pelo grupo de pesquisa do projeto PNPD/CAPES.

Como conclusão dessa etapa de reconhecimento, destacaram-se as

divergências das características de ocupação de ambas as áreas e tipologias

construtivas predominantes, que podem ser justificadas a partir do processo de

desenvolvimento das regiões determinado pelas diferentes leis urbanísticas e

estímulos de crescimento. Um exemplo dessas divergências é o claro contraste

entre as características de recuo. Enquanto na Bela Vista ele está presente em

quase todas as construções analisadas, na República, todos as edificações

não possuem distanciamento da calçada.

No entanto, tal diversidade pode ser considerada um ponto positivo,

tendo em vista que isso significa também uma maior variedade de resultados

de como a qualidade ambiental em ambientes adensados se traduz em

cenários diversos.

Page 32: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

31

Figura 17. Uso e Ocupação do solo da área na Bela Vista

Fontes: Elaboração da autora

Figura 18. Uso e Ocupação do solo da área na República Fontes: Elaboração do grupo de pesquisa

Page 33: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

32

7.1.2. Modelos Tridimensionais

Figura 19. Modelo tridimensional da área na Bela Vista

Fontes: Elaborado pela autora

Figura 20. Modelo tridimensional da área na República Fontes: Elaborado pelo grupo de pesquisa

Page 34: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

33

7.1.3. Levantamento Histórico da Área da República

A primeira freguesia paulistana desmembrada da Sé se formou a partir

da construção da igreja de Santa Ifigênia em 1809. Logo após, em 1810, foi

realizado o projeto de loteamento dessa área pelo Marechal Arouche de Toledo

em 1810. No entanto, até a década de 1870, Santa Ifigênia não podia ser

considerada um forte núcleo urbanizado da cidade de São Paulo e possuía

feições de ocupações dispersas, relacionadas muitas vezes a produção de

subsistência e de abastecimento da própria cidade.

Com a construção da Estrada de Ferro São Paulo Railway (Santos-

Jundiaí) em 1867, ocorre um crescimento urbano e demográfico sem

precedentes e observou-se na década de 1870 o deslocamento da população

de maior poder aquisitivo para o bairro de Santa Cecília, que passava a

assumir um perfil mais comercial, se constituindo como uma centralidade.

Em 1880 criou-se o primeiro loteamento com desenho totalmente

ortogonal, com praças e ruas largas e com isso, um novo padrão de ocupação

aristocrático que definiu o vetor de expansão oeste de São Paulo. Este trecho

urbano passou a carregar o título de “cidade nova” e diferia da forma de

ocupação da cidade antiga, mais orgânica e espontânea.

“A estação de trem, as linhas de bonde, a mudança da residência de fazendeiros do interior para a capital, o desenvolvimento do comércio, a instalação de restaurantes, hotéis e cinemas configuraram o quadro de prosperidade desta parte da cidade entre o fim do século XIX e primeiras décadas do XX. A participação do Estado na afirmação do novo centro para além do vale e na consolidação da segregação das elites em relação aos outros grupos sociais também foi crucial.” (ISIDA, 2011)

Page 35: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

34

Na década de 1920 ocorre o crescimento vertical e o desenvolvimento

imobiliário de Santa Ifigênia estimulados por regulações urbanísticas que

dirigiam a verticalização pelos eixos viários da cidade em expansão. Na

Avenida São João, por exemplo, não eram permitidas construções com menos

de três pavimentos e o controle de altura permitia que as edificações tivessem

de duas a três vezes a largura da rua que as servia. Porém, na década de 1930

com a implementação do Plano de Avenidas, o novo quadro das vias de

circulação de automóveis colocou a região do centro em outro patamar de

acessibilidade viária e isso foi determinante para compreender o rumo da

expansão dos grupos mais ricos da cidade em direção à Avenida Paulista.

Consequentemente, a partir de 1950 iniciou-se o processo denominado

de “degradação” urbana ocasionada não só devido ao Plano de Metas, mas

também pelas novas posturas da regulação de uso e ocupação do solo com a

Lei de Zoneamento de 1972.

De acordo com ela, a área de estudo se situa na Zona denominada Z5

(Figura 21), que juntamente à Z3 e Z4, passou a gozar do dobro do

aproveitamento permitido na maior parte da cidade (até 3,5). A falta de

distinção das características de aproveitamento do solo destas demais zonas

fez com que houvesse a expansão tanto da verticalização como das atividades

centrais para novas frentes de valorização imobiliária como os Jardins,

Pinheiros, Itaim, Moema e outros.

Além disso, o investimento no metrô no centro histórico e a

implementação de corredores de ônibus na área potencializaram a

acessibilidade do centro para as faixas de menor renda. Com isso ocorre o

Page 36: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

35

abandono do centro pelas elites, acompanhado pela substituição destas por

uma população de perfil econômico inferior.

Porém, com a Nova Lei de Zoneamento da cidade de São Paulo (Figura

22), a área de estudo agora classificada como uma Zona de Centralidade Polar

(ZCPb/05), recuos de frente passam a ser exigidos, a taxa de ocupação diminui

de 80% para 70% e o coeficiente de aproveitamento aumenta de até 3,5 para

até 4 (Tabelas 1 e 2).

Hoje em dia a área de estudo se situa dentro do perímetro da “Operação

Urbana Centro” e do projeto “Nova Luz”, cujo objetivo principal seria o de

revitalizar a região central do distrito da República, melhorando a qualidade

urbana e atraindo novos empreendimentos e visitantes através do instrumento

de concessão urbana (MOEL, 2012). No entanto, o projeto é amplamente

criticado devido à falta de participação e inclusão popular no processo e pelo

seu aspecto meramente especulativo de valorização e comercialização do solo

urbano que ocasionaria um processo de gentrificação (NISIDA, 2011).

Figura 20. Linha do tempo

Fontes: Elaborado pela autora

Page 37: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

36

Figura 21. Mapa de Zoneamento de 1972 para a área central de São Paulo. FONTE: Guia Mapograf de Zoneamento de 1997 (Leis 8.382/75 e 8.796/78) aplicados sobre MOC.

Tabela 1. Quadro número 2ª, anexo à Lei número 8.001/73. Zoneamento. Características das Zonas de Uso. FONTE: PCSP.

Page 38: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

37

Figura 22. Mapa de Zoneamento de 2004 para a área central de São Paulo. FONTE: PCSP, 2012.

Tabela 2. Quadro 04 do livro IX – Anexo à Lei número 13.885, de 25 de agosto de 2004. Características de aproveitamento, dimensionamento e ocupação dos lotes. FONTE: PCSP, 2012.

Page 39: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

38

8. Simulações do Microclima

Como forma de familiarização com o modelo de simulação ENVImet

versão 3.1, foram realizados estudos preliminares utilizando-se como estudo de

caso um conjunto de quadras selecionadas do distrito do Cambuci, localizado

nas regiões centrais de São Paulo, de acordo com critérios pré-estabelecidos

pelo projeto Capes.

O arranjo dos edifícios, bem como a altura dos mesmos, se deu de

forma hipotética. A altura dos edifícios se deu procurando o adensamento

máximo dos mesmos, calculado a partir de dados da Companhia de

Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo como área mínima das

unidades habitacionais e número de habitantes médio por unidade. A

disposição dos edifícios nos lotes levou em consideração critérios para que as

condições mínimas de iluminação fossem asseguradas. A referência utilizada

para o cálculo da distância mínima entre os edifícios foi adotada a partir de

Brandão (2004).

8.1. Medições de Campo

Para que a simulação fosse realizada com maior fidelidade às condições

microclimáticas da área de estudo, seria necessário ter como base dados

empíricos. Por isso, antes que o modelo de simulação fosse criado, medições

de campo foram realizadas no dia 26 de outubro de 2011 pelos alunos de pós-

graduação da disciplina AUT05823 - Conforto Ambiental Urbano, com a

participação desta bolsista de Iniciação Científica (ANEXO E).

Page 40: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

39

Os pontos escolhidos para coletar os dados são os representados pelos

números um e dois, como ilustrado abaixo (Figura 23) e se localizam em áreas

de características distintas, porém próximas. O primeiro está localizado na

calçada de uma rua movimentada e o segundo no meio de uma praça.

Figura 23. Pontos selecionados para medição de campo

Fontes: Google Maps, 2011

8.1.1. Variáveis Medidas e Coletadas

As variáveis coletadas nos levantamentos de campo foram aquelas que,

direta ou indiretamente, influenciam no conforto térmico, luminoso e acústico

dos seres humanos. Essas variáveis podem ser divididas em três tipos: (a) as

variáveis para caracterização dos ambientes térmico, acústico e luminoso, (b)

as variáveis comportamentais e (c) as variáveis subjetivas.

Page 41: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

40

a) As variáveis para caracterização dos ambientes térmico, acústico e

luminoso permitem a caracterização das condições ambientais no momento em

que foram realizados os levantamentos de campo. São elas: a temperatura do

ar (Ta, em °C), a umidade do ar (UR, em %), a velocidade do vento (V.V, em

m/s), sua direção (em graus a partir do Norte verdadeiro), a temperatura de

globo (Tg, em °C) para o cálculo da temperatura radiante média (Trm, em °C),

o nível de pressão sonora equivalente contínuo – (LAeq, em dB(A)) e a

iluminância (E, em lux).

b) As variáveis comportamentais correspondem às características físicas e

aos dados específicos de cada um dos indivíduos no momento da realização

da entrevista. São elas: a altura (m), a idade (anos), o peso (kg), o sexo, a taxa

metabólica (W), o isolamento térmico da vestimenta (clo) e a localização dos

entrevistados durante a entrevista: se ao sol ou à sombra.

c) As variáveis subjetivas são associadas às percepções, avaliações e

preferências de sensações térmicas e acústicas. Essas variáveis são avaliadas

por meio de escalas de julgamento subjetivo dos ambientes.

As variáveis para caracterização dos ambientes foram medidas em

campo ao mesmo tempo em que as variáveis comportamentais e subjetivas

foram coletadas por meio da aplicação de questionários (Figura 24).

Page 42: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

41

Figura 24. Questionário Aplicado

8.1.2. Equipamentos Utilizados para a Medição As medições nos bairros Cambuci e Liberdade, previstas para ocorrerem

no período das 7 às 19:15, foram realizadas das 7 às 17h, devido à equipe

reduzida e a periculosidade do local. O horário de verão já estava em efeito,

portanto o horário verdadeiro foi das 6 às 16 h.

Para as medições ambientais, foram utilizados equipamentos portáteis

fixados em tripé metálico de 1,60 m de altura (Figura 25). Essas variáveis

foram medidas de 10 em 10 minutos.

Page 43: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

42

Figura 25. Montagem padrão dos equipamentos em cada um dos pontos de

medição

8.2. Primeira Aplicação do Modelo: ENVI-met3

8.2.1. Input dos Dados

O primeiro passo para se iniciar a simulação é determinar a base para

inserção do terreno que será estudado. Para isso é preciso configurar as

3ENVI-met é um modelo computacional tridimensional que combina cálculo de parâmetros da dinâmica de fluidos (como fluxo de ventos ou turbulência) com processos termodinâmicos ocorridos na superfície do solo, em paredes de edifícios e na vegetação para simulação de interações em ambientes urbanos. Indicado para estudos nas áreas de climatologia urbana, arquitetura, planejamento ambiental e urbano.

Page 44: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

43

opções apresentadas no ícone “Change size of model or create a new model

domain” (Figura 26).

Na opção “Size of grid cell in meter”, por se tratar de um modelo

tridimensional, é preciso determinar a proporção do “grid”, que é uma base

auxiliar para a inserção do terreno, em três eixos. Nesse caso, foi escolhida

uma proporção de 4x4x4 metros, por motivos práticos, por ser a medida da rua

mais estreita na área estudada e também porque é uma medida a qual

apresentaria um bom nível de detalhamento.

Na opção “Number of grids and nesting properties” o número de “grids”,

considerando a proporção escolhida, é determinado tendo em vista as

dimensões do terreno de estudo e a altura dos edifícios que serão implantados.

Os “nesting grids” são grids que se localizam às margens da área do terreno

determinada e terão o papel de garantir a precisão dos resultados.

Figura 26. Change or create model Domain

Page 45: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

44

Já com a base determinada, as características do terreno podem ser

inseridas, tais como as dimensões dos edifícios e o tipo de solo e vegetação.

Nesse caso, os edifícios foram inseridos com uma altura de 60 metros; para as

áreas interiores à quadra foi inserida grama como vegetação e solo tipo

argiloso (loamy) enquanto para as áreas exteriores o tipo de solo asfalto

(asphalt). A melhor maneira para se fazer o desenho do terreno é inserindo

uma figura bitmap em escala como base e, a partir dela, traçar os pontos do

grid (Figura 27).

Figura 27. Imagem do terreno Fontes: Google Maps, 2011

Page 46: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

45

Após a classificação das características do terreno, foi construído o seguinte modelo explicitado na Figura 28.

Figura 28. Modelo com as características do terreno

Em seguida, com a ferramenta Edit Soils, aplica-se que tipo de solo cada

grid possui (Figuras 29 e 30). Neste caso aplicou-se loamy soil (L) onde havia

grama sobre solo argiloso e Asphalt Road (S), onde havia asfalto e, na base do

edifício, não foi aplicado nenhum tipo de solo (0).

Page 47: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

46

Figura 29. Modelo, terreno e características do solo

Figura 30. Modelo com as características do solo ampliado

Page 48: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

47

Depois, foram escolhidos dois pontos, de onde seriam gerados os

resultados, chamados de receptores. Um receptor foi localizado em uma área

próxima a uma via, próximo ao ponto 2 da medição de campo. O outro receptor

foi localizado no meio de uma das quadras, próximo ao ponto 1 da medição de

campo (Figura 31).

Figura 31. Receptors

Posteriormente foram inseridos os dados microclimáticos no

“Configuration Editor” do ENVI-met (Figura 32) como velocidade e direção do

vento, temperatura atmosférica inicial, umidade específica e relativa, entre

outros. Os dados empíricos (ANEXO E) foram obtidos por medição de campo

realizada na área de estudo.

Page 49: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

48

Figura 32. Configuration Editor

Após essa etapa, ao selecionar a opção “Start ENVImet” o programa

inicia uma janela na qual é possível através da aba “Output Settings” selecionar

as variáveis as quais serão analisadas (Figura 33). Para essa fase de estudo,

foram selecionadas as variáveis: Classed LAD and Shelters, Wind Speed, Wind

Direction, Pot. Temperature em Kelvins, Spec. Humidity, Relative Humidity e

Sky View Factor Buildings. Depois, em “Start this Model”, os resultados da

simulação são, enfim, obtidos.

Page 50: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

49

Figura 33. Default Configurations

8.2.2. Output dos dados

Os resultados para cada receptor (aa e bb) foram obtidos na forma de

uma tabela, exportada para o Excel, que relaciona, para determinada data,

hora e altura, as diferentes variáveis escolhidas nas opções de saída. A partir

da tabela, gera-se os gráficos necessários para a cada análise.

Outra forma de se visualizar os resultados é utilizar o aplicativo

Leonardo, que gera mapas bidimensionais e tridimensionais das variáveis para

uma data e hora determinadas a partir dos dados do ENVI-met.

Page 51: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

50

Para importar os dados da simulação, é preciso abrir a janela Data

Navigator da barra Tools e, no ícone de arquivo, selecionar um documento do

tipo EDI, obtido na pasta de resultados do ENVI-met com a data e o horário de

interesse. Depois de obtido o arquivo, deve-se selecionar então uma das

variáveis microclimáticas e o plano de corte de visualização.

Depois disso, as características do mapa criado podem ser ajustadas na

aba 2D settings, como mudar as cores do mapa na opção Data Layer ou os

valores máximo e mínimo da escala, assim como destacar uma informação

específica, por exemplo, a vegetação, na opção Special Layer, criar linhas

vetoriais em mapas de fluxo de ventos na opção Vector Layers e isolinhas em

Isoline Layer.

8.2.3. Resultados obtidos

Dados gerados pelo ENVI-met: receptor bb:

Figura 34. Temperatura do ar (°C) e umidade do ar (%) no “receptor” bb

Page 52: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

51

Dados gerados pelo ENVI-met: Receptor “aa”:

Figura 35.Temperatura do ar (°C) e umidade do ar (%) no “receptor” AA

O modelo Leonardo4 também pode auxiliar a visualização 3D da

condição climática local (figuras 32 a 35).

4 Leonardo é um aplicativo que importa dados do programa ENVI-met e organiza-os em mapas (camadas) tridimensionais e bidimensionais.

Page 53: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

52

Figura 36. Resultados obtidos para temperatura do ar, em 3D (modelo Leonardo), para as 10h.

Figura 37. Resultados dos dados obtidos para temperatura do ar, em 3D (por meio do software Leonardo), para as 12h

Page 54: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

53

.

Figura 38. Resultados dos dados obtidos para temperatura do ar, em 3D (por meio do software Leonardo), para as 15h.

Figura 39. Resultados dos dados obtidos para velocidade do vento, em 3D (por meio do software Leonardo), para as 15h.

Page 55: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

54

8.2.4. Principais limitações

Após a realização desse primeiro exercício algumas limitações podem

ser destacadas.

Uma delas é a ortogonalidade do “grid” frente a uma área de estudo de

malha irregular e a impossibilidade de simular áreas com diferenças de alturas,

uma vez que o traçado do desenho da mesma é feito de forma bidimensional e

não existem ferramentas nesse programa que permitam a inserção da

topografia do terreno.

Como forma de solucionar o fato de que para a mesma área seriam

testados diversos cenários de implantação dos edifícios, admitiu-se que uma

vez que as quadras são o objeto principal de análise, o desenho das mesmas é

priorizado em relação aos edifícios e estes iriam variar de acordo com os

diversos cenários.

Da mesma maneira pode-se destacar o fato de que a ferramenta está

programada para simular regiões de clima temperado, o que faz com que

alguns ajustes sejam necessários para que os dados microclimáticos da

simulação possam ser aproveitados para analisar áreas de diferentes climas.

Page 56: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

55

8.2.5. Considerações Finais

No decorrer da pesquisa, principalmente quando se iniciou os trabalhos

de medição em campo foram encontrados valores entre um ponto e outro muito

discrepantes, como no caso dos valores de temperatura radiante, isso se

deveu a vários fatores: a instabilidade atmosférica no dia da medição e de que

os equipamentos utilizados eram equipamentos de medições portáteis para uso

interno, adaptados para uso externo, o que não deu bons resultados nessa

medição.

Paralelamente, o LABAUT adquiriu recentemente duas novas estações

meteorológicas Campbell, com verba do projeto “O Impacto da vegetação nos

microclimas urbanos: estudo quantitativo da intensidade, da distribuição

espacial e da área de abrangência dos efeitos microclimáticos da vegetação

urbana” – CNPq/Processo nº 400643/2010-3, que será utilizada nas próximas

etapas deste mestrado e de outras pesquisas do grupo, com grande vantagem

com relação à acuidade dos dados medidos. As duas estações estão em fase

de montagem e testes. Ambas incluem os seguintes equipamentos: um tripé

TW Tripod/ Mast Assembly 1,5m, um Measurement and Control Datalogger

CR800-ST-SW-NC, os sensores: um Gill 2-D Sonic Wind WINDSONIC1-L24,

um Vaisala Temperature/RH HMP45C-L12, um Kipp & Zonen Pyranometer W /

Sun Shield CMP3-L12, um Solar Sensor Mounting Stand CM22, um Temp

Probe 108-L12 e um CSC Blackglobe-L15 Temperature Sensor For Heat

Stress.

Page 57: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

56

O estudo realizado, no entanto, contribuiu muito para o domínio da

ferramenta de simulação e possibilitou a análise de suas possibilidades e

limitações.

Page 58: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

57

9. Referências Bibliográficas

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18. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 2010, Censo

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19. JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins

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Sustainable Cities. Oxford: Architectural Press, 2005.

Page 60: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

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21. KATZSCHNER, Lutz. Urban climate in dense cities. In: NG, Edward

(Ed.). Designing high-density cities for social and environmental

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22. MARTIN, Leslie (ed.); Lionel March (ed.). Urban space an structures.

London: Cambridge University Press, 1972.

23. MASCARÓ, Juan L. Desenho urbano e custos de urbanização. Porto

Alegre: Luzzatto, 1989.

24. MEYER, Regina Maria Prosperi; GROSTEIN, Marta Dora; BIDERMAN,

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25. MIANA, Anna Christina. Adensamento e forma urbana: inserção de

parâmetros ambientais no processo de projeto. São Paulo: FAUUSP,

2010. 394 p. Tese (Doutorado) – Programa de Pós- Graduação em

Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,

Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.

26. MOËL, Marie. Land Use in the Urban Concession Area of Nova Luz: A

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27. NG, Edward. Towards planning and practical understanding of the need

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28. NG, Edward. Designing high-density cities for social and environmental

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Nova Luz. Trabalho Final de Graduação da Faculdade de Arquitetura e

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30. Projeto Nova Luz. Prefeitura de São Paulo. Desenvolvimento Urbano.

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31. ROAF, Susan. The sustainability of high-density. In: NG, Edward (Ed.).

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Page 61: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

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32. ROGERS, Richard; GUMUCHDJAN, Philip. Cidades para um pequeno

planeta. Barcelona: Gustavo Gili, 2001.

33. ROHINTON, Emmanuel M. An urban approach to climate sensitive

design: strategies for the tropics. Abingdon: Spon Press. 2000.

34. SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Planejamento Urbano. Atlas

Ambiental do Município de São Paulo. São Paulo, 2000: SEMPLA, 1985,

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Acesso em: 10 mar 2006.

35. SÃO PAULO, Secretaria Municipal do Desenvolvimento Urbano, 2009.

Infocidade. Disponível em: <http://infocidade.prefeitura.sp.gov.br/>.

Acesso em janeiro de 2012.

36. TARIFA, José Roberto, Azevedo, Tarik Rezende de. Os climas na

cidade de São Paulo. Teoria e prática. São Paulo: Pró-reitoria de Cultura

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– Coleção Novos Caminhos, 4).

37. YANG, Feng; LAU, Stephen S. Y.; QIAN, Feng. Urban design to lower

summertime outdoor temperatures: An empirical study on high-rise

housing in Shanghai. Building and Environment, v.46, Issue 3, p. 769-

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38. YANG, Feng; LAU, Stephen S. Y.; QIAN, Feng. Summertime heat island

intensities in three high-rise housing quarters in inner-city Shangai China:

Building layout, density and geenery. Building and Environment, v.45, n.

1, p. 115-134, jan. 2010.

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61

ANEXO A – E-mail de aceite e artigo publicado no evento SASBE 2012

Your abstract was approved in SASBE2012 first round!

Dear Carolina dos Santos Gusson.

On behalf of the Scientific Committee of the Smart and Sustainable Built Environments:

Emerging economies - SASBE2012, we are very pleased to inform you that your abstract

RS37631B, “São Paulo: A dense city?”, Gusson CS, Madeira AHY, Duarte DHS, was accepted

to proceed to full paper submission. Please observe SASBE2012 manuscript guidelines. The

full paper submission deadline is January 30, 2012.

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ANEXO B – Tabela com dados de densidade demográfica separados por distritos da cidade de São Paulo.

Distrito Habitantes/Hectare

Bela Vista 279.3294 República 278.3341 Santa Cecília 251.4757 Cidade Ademar 242.6318 Brasilândia 241.4863 Sapopemba 232.3214 Capão Redondo 216.8831 Liberdade 211.6408 Lajeado 205.4717 Itaim Paulista 204.0506 Cachoeirinha 198.7539 Perdizes 195.6341 Vila Jacuí 194.8459 Sacomã 190.8509 Campo Limpo 187.1531 Vila Medeiros 183.3509 Artur Alvim 180.1058 Jabaquara 177.9149 Vila Curuçá 174.7207 Jardim Helena 171.5708 Vila Mariana 170.1657 Consolação 170.0592 São Lucas 163.7161 Cidade Tiradentes 163.0967 Ponte Rasa 159.2137 Jardim Paulista 157.7069 Saúde 157.3721 Itaquera 155.0042 Ermelino Matarazzo 154.1886 Freguesia do Ó 152.5786 Aricanduva 145.7733 Jaçanã 141.4437 Vila Formosa 140.5188 Limão 139.4965 Vila Andrade 137.7493 Mandaqui 137.5349 Rio Pequeno 136.8594 Cidade Líder 136.3259 São Mateus 136.1442 Casa Verde 132.9832 Água Rasa 132.3633 Vila Matilde 131.0897 Guaianases 130.0095 São Rafael 126.7905 Vila Sônia 125.4464

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70

Sé 124.9148 Penha 124.6022 Pirituba 122.9091 Vila Prudente 121.0521 Tatuapé 120.0488 São Miguel 119.219 Carrão 118.8979 Jardim São Luís 116.288 Tucuruvi 115.8052 Cangaiba 110.3834 Ipiranga 107.8811 Vila Maria 107.5229 Mooca 106.1614 Cambuci 104.5034 Santana 102.781 Itaim Bibi 102.6646 Moema 101.7684 Cursino 100.9266 Raposo Tavares 98.4011 São Domingos 96.7173 Parque do Carmo 95.5818 Pedreira 95.0188 Jardim Ângela 94.7644 Jaraguá 90.9444 Brás 89.4138 Bom Retiro 88.34 Pinheiros 88.141 Iguatemi 88.017 Campo Grande 86.561 Jaguaré 85.6549 Vila Guilherme 83.543 Campo Belo 83.2744 Belém 81.825 Cidade Dutra 80.8766 José Bonifácio 73.8769 Lapa 71.1074 Pari 70.6926 Alto de Pinheiros 63.9548 Perus 63.6838 Vila Leopoldina 62.7855 Jaguara 61.1579 Grajaú 52.0728 Santo Amaro 49.952 Tremembé 48.289 Morumbi 47.0069 Butantã 46.7441 Socorro 34.2513 Barra Funda 27.1967 Anhanguera 23.0099 Parelheiros 11.7107

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Marsilac 0.4538

Fonte: IBGE, 2010

ANEXO C – Tabela com dados de densidade demográfica dos municípios pertencentes à Região Metropolitana de São Paulo.

Município Habitantes/Hectare Arujá 7.7735 Barueri 36.3994 Biritiba-Mirim 0.901 Caieiras 8.9484 Cajamar 4.8792 Carapicuíba 106.8008 Cotia 6.2255 Diadema 125.191 Embu 34.125 Embu-Guaçu 4.0511 Ferraz de Vasconcelos 56.2482 Francisco Morato 31.3045 Franco da Rocha 9.8128 Guararema 0.955 Guarulhos 38.2836 Itapecerica da Serra 10.1541 Itapevi 24.1579 Itaquaquecetuba 38.7773 Jandira 61.2459 Juquitiba 0.5504 Mairiporã 2.5225 Mauá 68.0354 Mogi das Cruzes 5.4365 Osasco 104.1179 Pirapora do Bom Jesus 1.4463 Poá 62.1194 Ribeirão Pires 11.4499 Rio Grande da Serra 11.9245 Salesópolis 0.3679 Santa Isabel 1.3909 Santana de Parnaíba 6.0517 Santo André 38.6635 São Bernardo do Campo 18.7259 São Caetano do Sul 97.0879 São Lourenço da Serra 0.7496 São Paulo 73.8769 Suzano 12.7037 Taboão da Serra 120.4987 Vargem Grande Paulista 10.2179 Fonte: IBGE, 2010

Page 73: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

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ANEXO D – Tabela com dados de densidade construída separados por distritos da cidade de São Paulo.

Distrito Área Construída Área do Terreno C.A.* República 6,762,656 1,322,613 5.113103 Sé 4,536,091 1,076,309 4.214488 Bela Vista 6,834,331 1,891,755 3.612694 Jardim Paulista 13,366,123 4,498,095 2.971507 Consolação 7,749,875 2,775,235 2.792511 Santa Cecília 6,778,036 2,545,907 2.662327 Itaim Bibi 14,460,835 6,463,848 2.237187 Vila Mariana 12,840,479 5,975,907 2.148708 Perdizes 8,927,044 4,557,280 1.958854 Liberdade 5,076,572 2,697,712 1.881807 Moema 11,042,412 6,704,393 1.647041 Pinheiros 9,268,167 5,782,608 1.602766 Brás 3,853,981 2,656,005 1.451044 Saúde 9,314,905 6,458,120 1.442356 Tatuapé 7,692,560 5,759,825 1.335554 Bom Retiro 3,414,268 2,720,660 1.254941 Moóca 6,701,792 5,917,969 1.132448 Pari 1,885,156 1,715,002 1.099215 Cambuci 3,149,229 2,947,660 1.068383 Campo Belo 6,239,969 6,269,145 0.995346 Belém 4,169,809 4,259,848 0.978863 Lapa 6,872,891 7,054,736 0.974224 Água Rasa 4,924,844 5,190,752 0.948773 Ipiranga 7,374,624 7,840,785 0.940547 Vila Andrade 6,653,705 7,321,954 0.908734 Santana 9,164,348 10,138,789 0.90389 Vila Formosa 4,770,703 5,352,172 0.891358 Santo Amaro 10,270,497 12,020,853 0.85439 Jabaquara 8,664,227 10,247,049 0.845534 Alto de Pinheiros 4,293,040 5,122,113 0.838138 Vila Leopoldina 4,115,976 4,920,749 0.836453 Carrão 4,534,553 5,712,945 0.793733 Casa Verde 4,222,126 5,319,441 0.793716 Barra Funda 3,038,836 3,876,110 0.783991 Vila Medeiros 4,378,608 5,603,605 0.781391 Vila Prudente 5,355,570 6,897,408 0.776461 Vila Sônia 5,387,490 7,042,018 0.765049 Penha 5,868,454 7,732,698 0.758914 Morumbi 6,081,837 8,025,880 0.757778 Limão 3,382,569 4,519,976 0.74836

Page 74: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

73

São Lucas 5,145,887 7,067,413 0.728115 Vila Maria 5,262,128 7,497,237 0.701876 Vila Guilherme 3,915,071 5,603,215 0.698719 Campo Grande 6,628,589 9,540,110 0.694813 Rio Pequeno 4,158,231 6,002,392 0.692762 Sacomã 7,443,761 10,899,408 0.682951 Vila Matilde 4,015,147 5,890,506 0.68163 Freguesia do Ó 5,273,876 7,775,894 0.678234 Aricanduva 3,255,486 4,813,048 0.676388 Tucuruvi 4,705,035 7,320,596 0.642712 Jaçanã 2,394,449 3,814,745 0.627683 Cidade Ademar 5,475,607 8,786,069 0.623215 Ponte Rasa 2,775,313 4,545,864 0.610514 Cangaíba 3,497,586 5,894,498 0.593365 Sapopemba 5,030,921 8,498,473 0.591979 Mandaqui 4,190,608 7,151,125 0.586007 Artur Alvim 2,614,453 4,478,605 0.583765 Cursino 5,238,166 9,424,166 0.555823 Jaguaré 2,483,246 4,565,714 0.54389 São Miguel 2,917,334 5,417,564 0.538496 Pirituba 4,958,556 9,418,871 0.526449 Cidade Tiradentes 1,214,980 2,332,641 0.52086 Socorro 2,930,248 5,627,153 0.520734 São Rafael 1,509,090 2,921,310 0.51658 Campo Limpo 4,161,013 8,137,927 0.511311 Cachoeirinha 2,855,011 5,606,526 0.50923 Jaguara 1,595,158 3,199,410 0.498579 São Mateus 3,672,205 7,452,889 0.492722 São Domingos 3,158,712 6,415,969 0.49232 José Bonifácio 1,840,119 3,816,339 0.482169 Vila Jacuí 2,393,803 5,007,205 0.478072 Butantã 4,848,378 10,276,656 0.471786 Brasilândia 3,178,009 7,266,738 0.437336 Tremembé 3,606,351 8,396,898 0.429486 Ermelino Matarazzo 2,531,472 5,906,632 0.428581 Itaim Paulista 3,236,912 7,622,845 0.424633 Vila Curuçá 2,604,435 6,147,016 0.423691 Capão Redondo 3,722,222 8,923,409 0.41713 Itaquera 4,184,155 10,110,543 0.413841 Cidade Líder 3,181,441 7,784,149 0.408708 Jardim São Luís 4,943,702 13,542,392 0.365054 Parque do Carmo 1,373,882 3,764,621 0.364946 Raposo Tavares 2,510,977 7,274,656 0.345168 Jardim Helena 2,148,053 6,411,867 0.335012 Jaraguá 2,381,149 7,299,513 0.326207

Page 75: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

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Iguatemi 842,863 2,711,315 0.310869 Cidade Dutra 3,994,254 12,862,607 0.310532 Perus 942,823 3,148,887 0.299415 Lajeado 1,928,381 6,542,385 0.294752 Guaianases 1,488,619 5,118,636 0.290823 Grajaú 2,683,541 11,085,479 0.242077 Jardim Ângela 2,411,992 13,898,931 0.173538 Pedreira 1,633,833 10,545,606 0.15493 Anhanguera 372,201 2,496,886 0.149066 Parelheiros 668,956 7,109,291 0.094096 Marsilac 15,063 1,574,972 0.009564

• Coeficiente de Aproveitamento, ou Densidade Construída.

Fonte: SMDU, 2009

ANEXO E – Tabelas com Dados das Medições Realizadas no Cambuci 26.10.2011 (Trabalho de campo dos alunos de pós-graduação da Matéria Optativa AUT05823 - Conforto Ambiental Urbano, ministrada pela Prof. Dr. Denise Helena Duarte e Prof. Dr. Leonardo Monteiro (colab)).

Local Ponto 1

Aparelhos /

Medidas

Termohigrômetro

Medidor de

Nível de

Pressão

Sonora

Luxímetro Anemômetro Termôme

tro Globo

Horário

Temperatura do Ar (ºC)

Umidade do Ar (%)

Pressão

Sonora Leq

em dB (A)

Intensidade

[lx(x100)]

Velocidade (m/s) Direção Tempera

tura (ºC)

7:00 20.3 74.1 72.1 28 1 210 20.5 7:10 20.4 74.4 71.6 40 0.5 190 20.6 7:20 20.6 73.4 70.8 55 2.6 310 21 7:30 20.6 73.8 70.1 68 3.6 300 21 7:40 20.6 74.1 70.9 66 0.9 180 20.6 7:50 20.9 72.8 68.3 127 1.5 210 21.5 8:00 21.4 69.5 65.1 141 1.8 180 22.1 8:10 21.4 69.7 67.7 206 2.2 240 23.1 8:20 21.8 68.3 69.6 144 3.2 300 23.8 8:30 21.2 71.6 67.9 91 4.3 310 22.1 8:40 21.3 71.1 67.1 91 0.6 340 22.5 8:50 21 72.3 68 95 0.5 180 22 9:00 21 72.3 73.5 106 0.6 180 22

Page 76: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

75

9:10 21.1 71.8 72.9 85 1.5 180 22.1 9:20 21.2 71.5 68.9 101 0.9 200 22 9:30 21.3 71.2 69.1 113 2.4 300 22.2 9:40 21.5 70.4 64.3 140 0.5 200 22.9 9:50 21.6 69.7 67.1 130 1.5 30 23.2

10:00 21.7 69.8 66.7 134 0.7 330 23 10:10 21.7 70.4 70.5 133 1.3 300 23 10:20 21.6 71.0 64.1 103 1.1 300 22.9 10:30 21.6 71.4 64.8 108 0.2 180 22.8 10:40 21.8 71.6 58.2 170 1.6 270 23.5 10:50 22.8 66.9 66.6 400 0.4 120 26 11:00 24.1 60.7 69.8 492 0.9 180 31 11:10 23.8 63.0 67.8 334 4.2 180 28 11:20 23.6 63.2 68.9 363 0.9 180 28

11:30 25 58.4 76.1 295 1.8 300 31.5 11:40 24 62.0 71.9 315 1.7 330 27.5 11:50 24.1 61.1 69.4 280 1.1 300 27.5 12:00 23.9 61.8 67.8 300 1.8 180 27 12:10 24.2 60.8 67.9 279 1.5 300 27 12:20 24.5 59.7 71 314 2.7 300 28.5 12:30 24.1 61.4 71.9 238 1.4 300 27.3 12:40 25.3 55.8 72.4 384 1.4 330 30.5 12:50 25.7 54.8 71 324 3.1 180 31 13:00 26.3 52.8 69.4 521 1.7 180 32 13:10 26.8 50.7 70.1 335 1.7 180 32.5 13:20 28.8 44.2 71.1 1040 0.7 180 37 13:30 28.6 44.5 71.3 302 1.5 130 37.2 13:40 27.1 49.9 73.2 1150 1.5 270 32 13:50 27.9 44.8 71.2 1155 0.8 180 34.5 14:00 29.5 38.9 76.5 222 2.2 330 39 14:10 28.6 42.9 39 402 1.4 270 34 14:20 28 43.1 79.1 1028 1.3 180 34 14:30 29.4 37.8 79.1 913 0.6 150 37 14:40 30.2 35.4 79.1 945 0.7 270 38 14:50 27.8 44.9 79.1 183 2.4 180 33 15:00 29.3 39.2 72.6 908 0.7 0 34 15:10 28.3 43.8 71 211 0.6 0 32 15:20 29.2 41.1 72.8 666 2.7 240 33.5 15:30 29.8 39.3 70.1 231 0.7 210 34.2 15:40 28.1 43.5 68.2 194 0 0 31 15:50 29.2 39.9 71.9 197 0.9 180 33.5 16:00 30.4 36.2 69.3 185 0 0 35.1 16:10 29.2 39.8 69 605 1.6 180 33 16:20 30.2 37.3 74.1 542 1.6 270 36 16:30 29.5 38.8 72.2 493 1.5 150 35.6 16:40 28.8 41.7 69.6 171 0 0 32.3 16:50 29.5 39.2 64.6 502 1.4 270 36 17:00 29.8 38.6 71.6 448 0.2 240 35.5

Maior 30.4 74.4 79.1 1155 4.3 Maior

Frequencia:

39

Page 77: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

76

180º(31,7%)

Média 25.0 57.1 69.8 333.5 1.4 28.6 Menor 20.3 35.4 39 28 0 20.5 Local Ponto 2

Aparelhos /

Medidas

Termohigrômetro

Medidor de

Nível de

Pressão

Sonora

Luxímetro Anemômetro Termôme

tro Globo

Horário

Temperatura do Ar (ºC)

Umidade do Ar (%)

Pressão

Sonora Leq

em dB (A)

Intensidade

[lx(x100)]

Velocidade (m/s) Direção Tempera

tura (ºC)

7:00 20.2 76.2 69.4 14 1.8 45 20.5 7:10 20 77.8 67.4 24 0.2 50 20 7:20 20.1 77.5 69.6 33 0.4 40 20.5 7:30 20.3 76.6 72 33 4.3 30 20.7 7:40 20.4 77.5 69.2 40 1.9 30 20.7 7:50 20.4 76.7 68.5 60 5.2 30 21 8:00 20.7 75.4 68.5 80 0 22 8:10 20.7 74.9 71.3 108 1.6 30 22 8:20 20.9 74.8 67.7 82 6.5 50 22 8:30 20.6 75.9 73.8 46 0.5 330 21 8:40 20.6 76.1 70.4 46 0.8 50 21 8:50 20.6 76.4 68.8 47 1.2 0 21 9:00 20.5 77.0 69.2 58 2.3 45 21 9:10 20.6 76.3 71.5 52 2.3 30 21.5 9:20 20.6 76.4 67.1 58 0 60 21 9:30 20.8 75.7 70.2 60 3.1 30 21.5 9:40 20.9 75.5 68.2 81 2.1 0 22 9:50 21 75.0 72.9 71 3 45 22

10:00 21 75.1 69.2 82 1.8 0 22 10:10 21.1 75.2 71.8 77 1.5 30 22 10:20 21.1 75.7 68.8 57 2.1 30 22 10:30 21.1 76.1 68.8 59 1.3 240 22 10:40 21.1 76.6 70.5 80 3.1 25 22 10:50 21.5 75.7 68 254 3.6 30 24 11:00 22 73.2 71.4 215 1.8 30 26.5 11:10 22.3 73.1 71.8 162 1.7 45 25 11:20 22.3 72.4 71.1 210 2.5 30 25 11:30 23.3 67.8 73.2 180 1.9 30 27

Page 78: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

77

11:40 22.9 69.3 73.5 172 2.7 30 25.5 11:50 22.9 69.6 73.8 175 1.8 30 25 12:00 22.9 69.5 73.7 173 4.2 30 25 12:10 23.1 68.3 69 189 2.7 45 25 12:20 23.3 68.4 68.8 209 1.5 45 25.5 12:30 23.1 68.1 70 155 1.6 45 25 12:40 23.6 66.0 64.7 400 1.3 0 25 12:50 24 64.7 68.7 196 3.1 30 27 13:00 24.3 63.3 67 246 3 30 27 13:10 24.6 61.8 71 197 1.5 45 27 13:20 25.6 58.5 70.2 118 1.4 45 28 13:30 25.4 59.3 70.4 184 6.5 45 28 13:40 25.5 58.6 69.8 165 2.1 45 28.5 13:50 25.8 57.6 69.7 197 0.9 45 28.5 14:00 26.4 52.8 72.3 141 3 40 28 14:10 26 54.9 67.9 289 5.3 45 28.5 14:20 25.7 55.7 67.9 367 1 45 28 14:30 26.1 52.2 67.2 135 1.2 45 28.5 14:40 26.8 51.4 67.6 114 5.1 60 29 14:50 26.5 51.7 71.3 134 3 45 28.5 15:00 26.5 52.7 69.8 130 5 60 28 15:10 26.5 52.2 71.6 183 4.1 45 28 15:20 26.6 51.4 69.9 294 2 45 29 15:30 27.2 50.2 69.5 230 1.4 45 30 15:40 27 49.9 73.3 138 5.4 45 29 15:50 27 51.0 67.6 123 3 45 28.5 16:00 27.3 49.1 68.2 114 2.6 45 29 16:10 26.6 51.0 77.7 136 1.8 45 29 16:20 27.4 49.8 73.3 250 3.5 45 29 16:30 27.3 49.1 70.2 159 3.6 45 29.5 16:40 26.9 50.2 68.9 70 1.8 45 28 16:50 26.9 50.8 66.2 140 1.1 270 28 17:00 27.7 48.6 66.4 85 1.8 45 29

Maior 27.7 77.8 77.7 400 6.5

Maior Frequen

cia: 45º(50%

)

30

Média 23.5 65.4 70.0 137.3 2.4 25.1 Menor 20 48.6 64.7 14 0 20

Page 79: Efeito da densidade construída sobre o microclima urbano

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ANEXO F – Certificado de Participação de Evento