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I UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical EFEITO DA TEMPERATURA E DO FOTOPERÍODO SOBRE O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE CAJU VICTOR ARLINDO TAVEIRA DE MATOS CUIABÁ - MT 2013

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I

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

EFEITO DA TEMPERATURA E DO FOTOPERÍODO SOBRE O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE CAJU

VICTOR ARLINDO TAVEIRA DE MATOS

CUIABÁ - MT

2013

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II

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

EFEITO DA TEMPERATURA E DO FOTOPERÍODO SOBRE O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE CAJU

VICTOR ARLINDO TAVEIRA DE MATOS

Engenheiro Agrônomo

CUIABÁ - MT

2013

Orientador: Prof. Dr. José Holanda Campelo Júnior

Co-orientador: Prof. Dr. João Pedro Valente

Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso para a obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical.

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II

FICHA CATALOGRÁFICA

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IV

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V

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Luiz Alberto e Maria Auxiliadora,

Às minhas avós e meus avôs (in memorian),

À minha amada Vanessa,

À minha irmã e meus tios.

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VI

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela maravilhosa oportunidade de ter cursado o

mestrado em uma universidade federal, por ter me dado toda a força

necessária para enfrentar esse desafio e conquistá-lo.

Aos meus pais, por me apoiarem e me ensinarem que não há nada mais

importante que o conhecimento e o estudo.

À minha amada Vanessa, por não ser somente minha namorada, mas

meu porto seguro e à sua família, por todo carinho recebido.

À minha irmã, Lívia, minhas avós, meus tios e minhas tias, pelo auxílio

dedicado ao longo destes anos.

Ao professor Campelo, por ter sido mais que um orientador acadêmico,

sobretudo um amigo, ao me ensinar quais eram os melhores caminhos a serem

seguidos não apenas durante a pesquisa, mas também em minha vida.

Ao professor João Valente, por ser esse grande amigo que nunca mediu

esforços para me auxiliar durante todos os passos percorridos nesta e em

outras caminhadas.

Aos colegas que me ajudaram durante as coletas de dados: Fernando,

Severo, Thiago, Ana Sílvia, Ana Paula, Guilherme, Daniel e João.

Ao professor Francisco Aécio Guedes Almeida, por ter me fornecido

informações preciosas sobre os clones de cajueiro desenvolvidos por seu

grupo de pesquisa.

A CAPES pela bolsa de pesquisa e a FAPEMAT pelos recursos

concedidos no desenvolvimento do projeto de pesquisa, fundamentais ao êxito

dessa dissertação.

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VII

EFEITO DA TEMPERATURA E DO FOTOPERÍODO SOBRE O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE CAJU

Resumo – O objetivo neste trabalho foi identificar as temperaturas-base para

se completar o processo de maturação de pseudofrutos de três clones de

cajueiro anão: FAGA 1, FAGA 10 e FAGA 11. Foram utilizados dados diários

da temperatura do ar disponibilizados pela Estação Agrometeorológica Padre

Ricardo Remetter, instalada na Fazenda Experimental da UFMT, localizada em

Santo Antônio do Leverger – MT (15,8° S e 56,1° W, 140 m), onde foi

conduzido o trabalho. Foram empregados os métodos da soma térmica (ST), o

modelo não linear de Wang & Engel (WE) e das unidades fototérmicas (UF). As

aproximações utilizando o método da ST (para os três clones) e o modelo de

WE (para a FAGA 1 e para a FAGA 10) foram mais úteis na previsão do tempo

fisiológico necessário para completar o processo de maturação do fruto do que

a contagem do tempo cronológico. Verificou-se também que os clones

estudados apresentaram, nas condições de cerrado na Baixada Cuiabana,

comprimento e diâmetro de pseudofruto e fruto (castanha) dentro dos padrões

de mercado e, nos pseudofrutos, os teores de sólidos solúveis totais

superiores. O modelo das unidades fototérmicas não se mostrou adequado

para as condições do estudo.

Palavras-chave: Anacardium occidentale L., maturação, graus-dia,

pseudofruto.

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VIII

EFFECT OF TEMPERATURE AND PHOTOPERIOD ON CASHEW GROWTH AND DEVELOPMENT

Abstract – The purpose of this study was to identify the base temperatures to

complete the maturation process of three clones of dwarf cashew trees: FAGA

1, FAGA 10 and FAGA 11. Daily data on air temperature were used, provided

by Padre Ricardo Remetter Meteorological Station, situated at the UFMT’s

Experimental Farm, which is located in Santo Antonio do Leverger, MT (15.8 °

S and 56.1 ° W, 140 m), where this work was conducted. Were employed the

thermal sum method (TS), Wang & Engel nonlinear model (WE) and the photo

thermal units (UF). The approximations using TS method (for the three clones)

and the WE model (for the FAGA 1 and for the FAGA 10) were most useful than

the count of chronological time in predicting the physiological time necessary to

complete the process of fruit ripening. It was also found that the studied clones

presented, under the cerrado conditions in the Baixada Cuiabana, length and

diameter of pseudo fruit and fruit (cashew nut), within market standards and, in

the pseudo fruits, superior levels of total soluble solids. The model of photo

thermal units was not adequated to studies conditions.

Keywords: Anacardium occidentale L.; maturation, degree days, pseudo fruit.

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IX

LISTA DE FIGURAS

1. Localização do município de Santo Antônio de Leverger - MT . .................. 23

2. Disposição dos clones de cajueiros no pomar da Fazenda Experimental da

Universidade Federal de Mato Grosso em Santo Antônio de Leverger - MT,

plantados em 2003 ........................................................................................... 24

3. Pseudofruto sendo medido longitudinalmente com o uso de paquímetro em

Santo Antônio de Leverger – MT, 2011.. .......................................................... 25

4. Escala de maturação dos frutos e pseudofrutos de caju: a) Estádio 0; b)

Estádio 1; c) Estádio 2; d) Estádio 3, em Santo Antônio de Leverger – MT,

2011. ................................................................................................................ 26

5. Médias dos teores de sólidos solúveis totais, expressos em ºBrix, para os

clones FAGA 1, FAGA 10 e FAGA 11 em Santo Antônio de Leverger – MT, no

período de abril a novembro de 2011. As barras verticais representam o

intervalo de confiança de 95% ......................................................................... 34

6. Fruto de caju no estádio “0” mumificado por infecção de antracnose em

Santo Antônio de Leverger – MT, 2012 ............................................................ 36

7. Média da umidade relativa do ar em Santo Antônio de Leverger- MT, de

2010 a 2012 ..................................................................................................... 36

8. Médias compensadas (a), médias simples (b) e médias máximas e mínimas

da temperatura do ar em Santo Antônio de Leverger – MT, de 2010 a 2012... 37

9. Duração astronômica do dia (horas e décimo de horas) de um ano para

latitude de Fortaleza – CE e de Santo Antônio de Leverger – MT ................... 44

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X

LISTA DE TABELAS

1. Valores médios de comprimento e diâmetro de pseudofrutos e frutos

maduros de cajueiros, em Santo Antônio de Leverger – MT, 2011 .................. 32

2. Temperatura-base inferior (Tb), temperatura-base superior (TB), temperatura

ótima de desenvolvimento (To) e coeficiente de variação para completar a

maturação de cajus pelos métodos da soma térmica, modelo de Wang-Engel

para média compensada (WE TMc) e média simples (WE TMs) da temperatura

do ar e temperatura horária (WE TMh) e do tempo cronológico em dias obtidos

em Santo Antônio de Leverger, de 2010 a 2012 .............................................. 39

3. Período de observação, número de dias do ciclo (N), quantidade de frutos

observados (Qtde), média simples da temperatura do ar (Tmed), soma térmica

acumulada em ºC dia (GD), taxa diária de desenvolvimento acumulada (r),

em Santo Antônio de Leverger – MT, de 2010 a 2012, para cada clone

estudado........................................................................................................... 42

4. Temperatura-base inferior (Tb), temperatura-base superior (TB), e

coeficiente de variação para completar a maturação de cajus pelo métodos das

unidades fototérmicas, em Santo Antônio de Leverger, de 2010 a 2012 ......... 43

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XI

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ........................................................................................ VI

RESUMO .......................................................................................................... VII

ABSTRACT ..................................................................................................... VIII

LISTA DE FIGURAS.......................................................................................... IX

LISTA DE TABELAS .......................................................................................... X

FICHA CATALOGRÁFICA ................................................................................................ II

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13

2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 16

2.1. Características gerais do cajueiro ........................................................................... 16

2.1.1. Características taxonômicas, botânicas e fenológicas ............................... 16

2.1.2. Características das variedades de caju ....................................................... 17

2.1.3. Desenvolvimento do fruto e do pseudofruto ................................................ 19

2.1.4. Sólidos solúveis totais ................................................................................... 19

2.1.5.Exigências edafoclimáticas do cajueiro ........................................................ 20

2.2. Unidades térmicas .................................................................................................... 20

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 23

3.1 Localização, clima e solo .......................................................................................... 23

3.2. Unidade experimental ............................................................................................... 24

3.3. Medidas realizadas nos frutos e pseudofrutos ....................................................... 25

3.3.1. Marcação dos frutos e pseudofrutos ............................................................ 25

3.3.2. Estádio de maturação.................................................................................... 26

3.4. Determinação das temperaturas-base e exigência térmica para completar o ciclo de maturação de cajus .................................................................................... 27

3.4.1. Soma térmica ................................................................................................. 27

3.4.2. Modelo de Wang & Engel (1998) ................................................................. 28

3.4.3. Unidades fototérmicas ................................................................................... 30

3.5. Dados meteorológicos .............................................................................................. 31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 32

4.1. Medidas de frutos e pseudofrutos ........................................................................... 32

4.2. Sólidos solúveis totais .............................................................................................. 33

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XII

4.3 Efeitos da temperatura do ar e do fotoperíodo sobre o tempo de maturação de cajus .......................................................................................................................... 35

5. CONCLUSÕES ............................................................................................ 45

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 46

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13

1. INTRODUÇÃO

O cajueiro anão (Anacardium occidentale L.) é uma frutífera tropical com

grande importância econômica na fruticultura nacional devido à procura pelos

seus principais produtos: a castanha (consumida no Brasil e no exterior

minimamente processada) e o pseudofruto (consumido in natura e largamente

utilizado na produção de sucos e doces).

De acordo com dados da FAO (2006), o Brasil está em terceiro lugar na

produção mundial de frutas, ficando atrás apenas da China e Índia. No Brasil, a

cajucultura mobiliza cerca de 280 mil pessoas e possui uma área cultivada de

740.000 ha, proporcionando uma produção de aproximadamente 250 mil

toneladas de castanha e dois milhões de toneladas de pseudofruto por ano

(Oliveira, 2008).

Em Mato Grosso, a produção de culturas anuais, como a soja, o algodão

e o milho, é predominante e o estado não apresenta logística adequada ao

desenvolvimento da atividade frutícola, sendo esta desenvolvida em sua

maioria por pequenos produtores. Isto resulta em uma dependência de frutas

que venham de outros locais para abastecer a região, geralmente tendendo a

elevar o preço para o consumidor final.

A produção de caju pode ser uma alternativa importante economicamente

e socialmente para a fruticultura em Mato Grosso. Economicamente, por ser

uma forma de gerar e incrementar a renda de pequenos e dos grandes

produtores e socialmente, devido à geração de empregos, pela necessidade de

mão-de-obra durante todo o ciclo de produção.

Apesar de ser adaptado às condições ambientais do Centro-Oeste,

nessa região o cajueiro, em sua maior parte, é explorado de maneira

extrativista. Uma das principais características climáticas favoráveis à produção

de frutas na região do Cerrado é a existência de uma estação seca bem

definida durante um período que se estende de cinco a seis meses no ano.

Outra peculiaridade do clima dessa região é a temperatura média do ar

relativamente elevada, podendo influenciar significativamente no tempo

necessário à maturação de frutos e pseudofrutos (Arnold, 1959; Wang & Engel,

1998).

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O estádio de maturação em que os frutos/pseudofrutos são colhidos

determina o seu potencial de conservação pós-colheita e a qualidade quando

oferecidos ao consumidor (Drehmer & Amarante, 2008). Assim, cada tipo de

fruto deve ser colhido levando em consideração as suas características

metabólicas.

O pseudofruto do cajueiro é classificado como não-climatérico,

enquadrando-se neste grupo pelo fato de que, após sua colheita, ocorre um

decréscimo contínuo na taxa respiratória, não havendo aumento na produção

de etileno, nem alterações relacionadas ao estádio de amadurecimento. Devido

a isto, a colheita do caju deve ser realizada apenas quando o fruto e o

pseudofruto alcançarem a maturação.

As principais características de identificação do ponto de maturação dos

pseudofrutos são a mudança de coloração, de textura e a facilidade no

desprendimento da planta-mãe. Segundo Marques (2006), assim como a

maioria dos frutos tropicais, o pseudofruto do cajueiro apresenta alto grau de

perecibilidade e elevados índices de perda na produção. Essas perdas muitas

vezes são ocasionadas pela queda do pseudofruto, que por ser muito delicado,

amassa-se facilmente ao tocar o chão e, posteriormente, pode sofrer

fermentação se a sua coleta for realizada após algumas horas da queda.

A soma térmica expressa os graus-dia de que a planta ou algum órgão de

interesse necessita para completar parte ou todo o ciclo. Ela tem sido utilizada

para caracterizar as fases fenológicas e/ou a produção das plantas ao invés do

número de dias (Monteith & Elston, 1996; Souza et al., 2009) e vem

apresentando resultados satisfatórios na determinação do estádio de

maturação de frutos e pseudofrutos de plantas tropicais (Cooper & Tainton,

1968; Chaudhri, 1976; Silva,1996; Lucena, 2006), podendo ser uma forma de

prever o período de colheita de frutíferas, como o cajueiro.

A estimativa do tempo de maturação de um fruto através da soma térmica

depende da determinação das temperaturas-base inferior e superior da cultivar,

e da necessidade de que exista uma relação linear entre a taxa de

desenvolvimento e a temperatura média do ar (Arnold, 1959; Brunini et al.,

1976; Camargo et al., 1987; Souza et al., 2009; Barros et al., 2010). Contudo, a

estimativa do tempo termal utilizando a soma térmica gera algumas críticas,

principalmente devido à premissa da relação linear entre a temperatura e a

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taxa de desenvolvimento, que não é completamente realista do ponto de vista

biológico (Streck et al., 2008).

Modelos não-lineares de desenvolvimento biológico, como o de Wang &

Engel (1998), são uma alternativa para essa dificuldade, e em alguns casos

seu uso pode apresentar maior eficácia que a soma térmica (Streck et al.,

2002; Martins & Streck, 2007; Pereira et al., 2010). Porém, este modelo exige

que haja, além das temperaturas-base inferior e superior, a determinação de

uma temperatura ótima de desenvolvimento.

O modelo de Wang & Engel tem sido utilizado em culturas anuais na

determinação de estádios fenológicos da planta, como na previsão da taxa de

aparecimento de folhas, desenvolvimento da área foliar, taxa de crescimento

da planta, em diversas culturas anuais como trigo (Wang & Engel, 1998) e

milho (Streck et al., 2008), e também em frutas como o kiwi (Streck et al.,

2005).

Em alguns casos, o problema no uso da soma térmica pode estar

associado às fórmulas para sua determinação levar em consideração apenas a

temperatura do ar, desconsiderando o eventual efeito do fotoperíodo. Villa

Nova et al. (1983) desenvolveram um método não-linear que apresenta como

principal característica relacionar a soma térmica ao fotoperíodo propondo uma

variável denominada unidade fototérmica (UF). O uso da UF para determinação

da temperatura-base inferior vem sendo utilizada em diferentes culturas e tem

alcançado bons resultados (Villa Nova et al., 2007; Barros et al., 2010).

Os objetivos neste trabalho foram determinar as temperaturas-base dos

pseudofrutos de clones de cajueiro anão: FAGA 1, FAGA 10 e FAGA 11, a

partir dos métodos da soma térmica (Ometto, 1981), do modelo de Wang-Engel

(1998) e das unidades fototérmicas (Villa Nova, 1999) para estimar o período

fisiológico necessário para completar a maturação.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Características gerais do cajueiro

2.1.1 Características taxonômicas, botânicas e fenológicas

O cajueiro é uma frutífera tropical, dicotiledônea, arbórea, pertencente à

família Anacardiaceae, cultivada em todo território brasileiro e em várias partes

do mundo, como Índia, Moçambique, Tanzânia e Quênia (Barros et al., 1999).

Sua origem é discutível, contudo acredita-se que seja oriundo do Brasil, ou do

Norte da América do Sul e parte da América Central (Jerônimo, 2010).

Além do cajueiro, outras anacardiáceas de importância econômica são

conhecidas, destacando-se a manga (Mangifera indica L.), o pistache (Pistacia

vera L.), o umbu (Spondias tuberosa), o cajá (Spondias mombin L.), a siriguela

(Spondias purpurea L.) e o cajá–manga (Spondias cytherea Sonn.) (Barros,

2002), mas nenhuma destas espécies apresenta tamanho destaque na

atividade frutícola brasileira como o cajueiro.

O cajueiro no Brasil divide-se em dois grupos de plantas, classificadas

quanto ao porte: o comum e o anão. O tipo comum, também conhecido como

gigante, é o mais difundido, apresentando porte elevado, altura entre 8 e 15 m

e envergadura (medida da expansão da copa) que pode atingir geralmente até

20 m (Crisóstomo et al., 2001). O tipo anão caracteriza-se pelo porte baixo,

altura inferior a 4 m, copa homogênea, diâmetro do caule e envergadura de

copa inferiores ao do tipo comum, precocidade etária, iniciando a produção

entre 6 e 18 meses (Barros et al., 1998).

O cajueiro anão apresenta algumas vantagens sobre o cajueiro comum,

sobretudo na colheita dos frutos e pseudofrutos, pois as plantas de porte

inferior facilitam a realização de tratos culturais durante as etapas de produção,

sendo recomendada sua utilização na formação de pomares comerciais (Girão

Parente, 1991).

As folhas do cajueiro são simples, oblongas, inteiras, alternas, glabras e

curto-pecioladas, medindo de 10 a 20 cm de comprimento por 6 - 12 cm de

largura (Barros et al., 1999).

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O caju divide-se em duas partes: a castanha ou fruto e o pseudofruto ou

pedúnculo desenvolvido. A castanha do caju é um aquênio reniforme,

constituída pelo epicarpo, mesocarpo, endocarpo e a amêndoa. Seu

comprimento e largura são variáveis, de cor castanho-acinzentada, a casca

coriácea lisa, com mesocarpo alveolado, cheio de um líquido escuro, quase

preto, cáustico, inflamável, denominado líquido da casca da castanha (LCC)

(Menezes, 1992). Dentre os principais produtos, o LCC é utilizado na

fabricação de tintas, vernizes, esmaltes especiais – com as mais variadas

finalidades – inseticidas, fungicidas, pigmentos, plastificantes, isolantes,

antioxidantes, adesivos ou aglutinantes para placas de partículas de madeira e

aglomerados de cortiça, pastilhas de freio e discos de fricção (Lima, 1988).

Já o pseudofruto é o prolongamento desenvolvido do pedúnculo, rico em

açúcares, cálcio, fósforo, ferro, vitamina C, e taninos, podendo ser utilizado

para o consumo in natura, na fabricação de doces, caju ameixa, fruta

cristalizada, geléias, sucos, cajuína, aguardente, bebidas fermentadas além de

uma variedade de pratos e quitutes (Soares, 1986; Almeida & Araújo, 1992;

Paiva, 1996). Sua coloração é variável de acordo com os genótipos, sendo

amarelo ou vermelho-alaranjado quando maduro (Moura et al., 2001).

As flores são pequenas, verdes esbranquiçadas, avermelhadas,

hermafroditas ou masculinas, com estas em maior número, porém, podendo

ocorrer ambas numa mesma inflorescência (Braga, 1976). O período de

florescimento é variável de acordo com o local e o genótipo da planta, sendo

relatado de cinco a sete meses para o tipo comum (julho/agosto a

dezembro/janeiro) e de seis a oito meses (junho/julho a janeiro/fevereiro) no

tipo anão precoce (Barros et al., 1984; Barros, 1988) na região do Nordeste do

Brasil, podendo em alguns genótipos e ambientes específicos florescer durante

todo o ano.

2.1.2. Características das variedades de caju

O sucesso no cultivo do cajueiro nos diferentes ecossistemas em que tem

sido introduzido depende de sistemas de produção que incluam

fundamentalmente genótipos adaptados às condições de clima e solo locais,

razão pela qual cabe ao melhoramento genético importante papel na

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viabilização econômica da cultura independente do ambiente onde for

explorado, pela obtenção de clones que possibilitem produtividades que

remunerem adequadamente o setor produtivo e frutos com qualidade para

atender os requerimentos do setor industrial que, por sua vez, tem de atender

às exigências do mercado consumidor (Crisóstomo et al., 2001).

A pesquisa e desenvolvimento de novas variedades de cajueiro devem

atender às necessidades exigidas pelo mercado, como: porte baixo para

facilitar a colheita manual, pseudofruto com características de coloração

amarela ou vermelha alaranjada (de acordo com a cultivar), textura macia,

maior período de conservação, consistência, menor teor de tanino possível,

castanha de tamanho e peso adequados (≥10g), facilidade de destaque do

pedúnculo, facilidade na despeliculagem (Paiva & Barros, 2004).

Os clones FAGA, desenvolvidos pela equipe do professor Francisco Aécio

Guedes Almeida, possuem algumas das finalidades desejadas no

melhoramento do cajueiro, como elevada produção, castanhas grandes e

pesadas, fácil despeliculalização e, dentre os clones desenvolvidos, destacam-

se os clones FAGA 1 e FAGA 11 (Almeida, 2002).

A base genética é uma matriz oriunda de uma progênie anã, com 3 anos

e meio de idade, cultivada em uma chácara, em Fortaleza, Ceará. Dessa

matriz foram selecionadas 125 castanhas de sua produção de 1984, dando

origem a 65 mudas, que foram plantadas, em fevereiro de 1985, na Fazenda

CAPISA, em PIO IX, Piauí. Dessas, surgiu uma planta com características

superiores, apresentando mais de 4 castanhas por inflorescência, muito

frequentemente alcançando de 7 a 13, com peso acima de 11 gramas cada,

além de sua precocidade etária e estacional, resistência a pragas e doenças e

porte baixo. Estas características a qualificaram para ser uma matriz e dar

início a um processo de melhoramento no sentido de obter novas matrizes para

a formação de clones. Desta maneira foram originados, sexualmente, vários

clones da variedade FAGA (Almeida, 2002).

Atualmente, mudas dos clones FAGA são vendidas por viveiristas

certificados e também podem ser encontradas na internet, sendo facilmente

adquiridas no estado do Ceará, que é o estado brasileiro com maior produção

de caju (IBGE, 2011).

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Ressalta-se que na instalação de um pomar, as mudas a serem utilizadas

devem ser adquiridas de viveiristas certificados, dando preferência às obtidas

através de reprodução assexual, por enxertia ou alporquia, devido às mudas de

pé-franco apresentarem alta heterogeneidade, resultando um pomar

desuniforme, com baixa produtividade e qualidade de frutos e pseudofrutos

inferior à exigida pelo mercado (Simão, 1971).

2.1.3. Desenvolvimento do fruto e do pseudofruto

Nas primeiras semanas após a antese, a castanha de caju tem um

crescimento rápido e exponencial, enquanto o pseudofruto aumenta seu

tamanho lentamente, permanecendo desta maneira durante algumas semanas.

Após este período, o fruto começa a reduzir seu tamanho e então há uma

inversão, em que o pseudofruto aumenta suas medidas rapidamente e a

castanha começa a secar, reduzindo seu tamanho (Alves et al., 1998)

2.1.4. Sólidos solúveis totais

A determinação de sólidos solúveis totais (SST) geralmente é feita com

o objetivo de se estimar a quantidade de açúcares presentes nos frutos. Esta

medida pode ser realizada com o uso de refratômetros (Hobson & Grierson,

1993).

Como o teor de açúcar é uma das características mais desejáveis na

escolha das frutas, principalmente quando são destinadas ao consumo “in

natura”, é recomendável que estas sejam colhidas com um elevado teor de

ºBrix (principal unidade de medida do teor de SST), que nos frutos não-

climatéricos geralmente ocorre quando este atinge a maturação e

consequentemente o ponto de colheita (Fachinello et al., 1996).

Outra utilidade no uso do teor de SST é identificar a maturidade

fisiológica de frutos e pseudofrutos e estes devem ser colhidos apenas quando

alcançarem o estádio de maturação que apresente a quantidade de SST

necessária à sua destinação. Em alguns casos, há uma exigência de um teor

de mínimo de SST de acordo com a destinação da fruta, como por exemplo,

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20

para o suco integral de caju, a legislação brasileira define que o teor de SST

apresente no mínimo 10 ºBrix (Brasil, 2000).

Os açúcares chegam a constituir de 85 a 90% dos sólidos solúveis

totais, sendo variáveis com a espécie, cultivar, estádio de maturação e o clima

(Abreu, 2007).

2.1.5. Exigências edafoclimáticas do cajueiro

O cajueiro pode ser cultivado em qualquer classe de solos, mas deve-se

dar preferência aos solos com textura arenosa ou franco arenosa (Sá et al.,

2000).

A cultura do cajueiro requer um regime pluviométrico entre 800 e 1.500

mm anuais, distribuídos de cinco a sete meses do ano e uma temperatura

média de 27 °C (Oliveira, 2002). Apesar da planta tolerar valores hídricos

situados tanto abaixo como acima deste intervalo, valores maiores de

precipitação tendem a aumentar a umidade relativa do ar, ultrapassando o

limite de 65 % e consequentemente se verifica maior incidência de doenças

fúngicas como a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides (Penz) Pez. &

Sacc.), o oídio (Oidio anacardii Noack) e o mofo preto (Pilgeriella anacardii von

Arx & Miller). Além disso, altos índices de chuvas podem acarretar queda das

flores, reduzindo a produção (Aguiar et al., 2000)

Mesmo sendo recomendado o cultivo do cajueiro em regime de sequeiro,

o uso da irrigação, principalmente em locais que apresentem um período seco

distinto no ano, apresenta algumas vantagens como o aumento da

produtividade, maior período de produção e melhorias nas qualidades dos

frutos e pseudofrutos (Aguiar et al., 2000).

Em locais com ventos acima de 7 m s-1 é recomendável que sejam

instalados quebra-ventos, para evitar a queda de flores e de frutos em plantas

adultas (Aguiar & Costa, 2002).

2.2. Unidades térmicas

Os primeiros estudos relacionando o desenvolvimento vegetal com a

temperatura do ar foram desenvolvidos pelo pesquisador René A. F. de

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21

Réaumur, por volta de 1730, na França. Réamur elaborou uma constante

denominada soma térmica, com unidade expressa em °C Réamur.

Atualmente, diversos métodos são utilizados na determinação da soma

térmica, como os de Gilmore Junior & Rogers (1958), Arnold (1960), e Ometto

(1981) e os resultados são expressos em graus-dia (ºC dia).

A soma térmica é amplamente utilizada em culturas anuais,

principalmente para programar períodos de realização de tratos culturais,

aplicação de insumos e controle de pragas (Bonhomme, 2000). A simplicidade

e facilidade na obtenção dos períodos dos estádios fenológicos de uma cultura

com o uso da soma térmica são um dos fatores que influenciaram no seu

sucesso (Melo et al., 2006).

No Brasil, alguns pesquisadores buscaram determinar o ponto de colheita

de frutos baseando-se na soma das unidades térmicas, e os ótimos resultados

alcançados vêm incentivando o aumento no número de pesquisas nesta área

da agricultura (Silva, 1996; Morais et al., 2004; Roberto et al., 2004; Lucena,

2006; Barros et al., 2010).

A colheita inadequada de frutos classificados como não-climatéricos tem

sido um motivo de perdas em diversas culturas quando ela é realizada antes da

planta ter completado o estádio de maturação, como no abacaxi e em citros

(Santos, 2006; Pereira et al., 2006).

Segundo Trentin et al. (2008), o método da soma térmica baseia-se no

princípio de que, para completarem cada subperíodo do desenvolvimento, as

plantas necessitam de um somatório de graus-dia, isto é, quantidade de

energia acumulada acima de uma temperatura-base inferior e abaixo de uma

temperatura-base superior favorável ao desenvolvimento da planta. Assim, a

exatidão em predizer o estádio de desenvolvimento da planta através de

métodos da soma térmica depende da determinação precisa da temperatura-

base (Higley et al., 1986).

Outra exigência para o uso da soma térmica é a necessidade que haja

uma relação linear entre a temperatura e a taxa de desenvolvimento vegetal

(Brunini et al., 1976). Porém, quando isso não ocorre, ou se desconhece a

forma como a planta se desenvolve, outra alternativa é trabalhar com métodos

de soma térmica que envolvam um efeito não-linear (Wang, 1960).

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22

O modelo de Wang & Engel (1998) é um dos modelos não-lineares de

soma de unidades térmicas que pode ser utilizado para determinar um estádio

fenológico em uma cultura. Neste modelo, há uma taxa diária de

desenvolvimento das plantas (r), que é igual à taxa diária máxima de

desenvolvimento (rmax) da planta, multiplicada por uma função não linear da

temperatura (݂(ܶ)).

O modelo se baseia na premissa que seja determinada além das

temperaturas-base inferior e superior, conceitualmente denominadas neste

modelo como temperatura mínima e máxima de desenvolvimento, uma

temperatura ótima para o desenvolvimento vegetal alcançar um novo estádio

(Wang & Engel, 1998).

De acordo com Pereira et al. (2010), em alguns casos não têm havido

diferenças entre os resultados obtidos pelos modelos de desenvolvimento

vegetal mais simples (lineares) e outros mais complexos (não-lineares), porém

alguns trabalhos apresentaram divergências nos valores encontrados,

demonstrando a necessidade de se avaliar o desenvolvimento utilizando os

dois métodos e compará-los.

Outro modelo não-linear, das UF vem se destacando na determinação do

estádio fenológico de plantas como forrageiras e apesar de haver poucos

trabalhos com frutas, seus resultados implicam na aplicação e avaliação desta

grandeza em outras culturas.

O uso da soma de unidades térmicas pode apresentar bons resultados

em frutíferas e facilitar o planejamento da logística de colheita e processamento

de frutos e pseudofrutos de caju, contribuindo na redução de possíveis perdas

e incentivando o uso desta frutífera para produção comercial na região.

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23

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização, clima e solo

O experimento foi realizado durante o período de agosto de 2010 até

agosto de 2012 na Fazenda Experimental da Universidade Federal de Mato

Grosso.

A fazenda está localizada no município de Santo Antônio de Leverger –

MT, a aproximadamente 33 km da capital de Mato Grosso, Cuiabá, incluindo as

coordenadas geográficas 15°51’S de latitude e 56°04’O de longitude, com

altitude de 140 m, tendo sua localização representada na Figura 1.

O clima da região segundo a classificação de Köeppen é do tipo Aw,

tropical úmido, caracterizado por uma estação chuvosa e outra seca,

temperatura média anual em torno de 26 ºC, precipitação média de 1360 mm,

umidade relativa do ar média de 66% (Miranda & Amorim, 2000) com solo

classificado como NEOSSOLO QUARTIZARÊNICO Órtico êutrico, A

moderado, fase cerrado, relevo plano (EMBRAPA, 2006).

FIGURA 1. Localização do município de Santo Antônio de Leverger - MT.

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24

3.2. Unidade experimental

Foram utilizados três clones que fazem parte da coleção de cajueiros da

Fazenda Experimental da Universidade Federal de Mato Grosso: FAGA 1,

FAGA 10 e FAGA 11. A unidade experimental consistiu em cada caju

identificado que chegou à maturação.

As mudas de cajueiro foram obtidas na PANFLORA Agroflorestal e

plantadas no ano de 2003 no espaçamento 7 x 8 m, dispostos conforme o

croqui da Figura 2.

FIGURA 2. Disposição dos clones de cajueiros no pomar da Fazenda

Experimental da Universidade Federal de Mato Grosso em Santo Antônio de

Leverger - MT, plantados em 2003.

Entre os meses de agosto a novembro de 2010 e de maio a outubro de

2011, as plantas foram irrigadas utilizando microaspersores com um turno de

rega semanal de aproximadamente 334 L planta-1. Apesar do caju se

desenvolver em período de sequeiro, foi realizada a irrigação do pomar, uma

vez que já foi demonstrado que o seu uso pode trazer benefícios (Aguiar et al.,

2000), reduzindo o eventual efeito do estresse hídrico sobre a produção de

frutos.

Quando necessário, foram feitas limpezas das entrelinhas, retirando

plantas invasoras com auxílio de um trator e roçadeira e nas linhas foi realizada

com o uso de roçadeiras manuais.

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25

3.3. Medidas realizadas nos frutos e pseudofrutos

3.3.1. Marcação dos frutos e pseudofrutos

No período de agosto a novembro de 2010, abril a novembro de 2011 e

abril a agosto de 2012, em função da disponibilidade de frutos novos,

semanalmente foram marcados, aleatoriamente, até dez frutos em cada um

dos três clones, com comprimento do pseudofruto entre 9 e 15 mm.

Os frutos e pseudofrutos marcados foram acompanhados semanalmente

e medidos com auxílio de paquímetro em duas posições, maior comprimento

longitudinal (Figura 3) e a maior largura transversal, até atingirem a maturação.

FIGURA 3. Pseudofruto de caju sendo medido longitudinalmente com o uso de

paquímetro em Santo Antônio de Leverger – MT, 2011.

Os valores finais de comprimento e diâmetro de pseudofrutos/frutos

marcados que chegaram ao estádio 3 e encontravam-se ligados à planta mãe,

foram analisados segundo um delineamento inteiramente casualizado,

utilizando diferentes repetições, pois o total de cajus que tiveram suas medidas

finais determinadas foi diferente para cada clone, totalizando 17 para a FAGA

1, 16 para a FAGA 10 e 15 para a FAGA 11. Quando observada significância

pelo teste de F, as médias foram submetidos ao teste de Tukey, ao nível de 5%

de probabilidade.

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26

3.3.2. Estádio de maturação

Foi elaborada uma escala para efeito de identificação do estádio de

maturação, sendo atribuídas as seguintes notas de acordo com as

características observadas (Figura 4):

0- Fruto e pseudofruto rosados;

1- Fruto e pseudofruto completamente verdes;

2- Fruto começa a secar e pseudofruto cede ao tato;

3- Fruto seco e pseudofruto amarelo;

FIGURA 4. Escala de maturação dos frutos e pseudofrutos de caju: a) Estádio

0; b) Estádio 1; c) Estádio 2; d) Estádio 3, em Santo Antônio de Leverger – MT,

2011.

Para validar a classificação visual dos estádios de maturação, foi

determinado o teor de sólidos solúveis totais (SST), de pseudofrutos que não

haviam sido marcados e se encontravam nos estádios 1, 2 e 3 em cada clone

estudado. Em uma mesma data, no período da manhã foram selecionados

aleatoriamente cinco pseudofrutos em cada estádio por clone. Após a coleta,

na base mais larga de cada pseudofruto foi feito um pequeno orifício em que

foram extraídas algumas gotas de suco e estas eram imediatamente colocadas

em um refratômetro portátil da marca General®, modelo REF103 com escala

de 0 a 32 ºBrix, que auxiliou na determinação do teor de SST do respectivo

a b

c d

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27

pseudofruto. Foi avaliada uma possível evolução desta característica de acordo

com o estádio fisiológico do pseudofruto, determinando uma média no teor de

SST para os cinco cajus em cada estádio/clone e um intervalo de confiança de

95% das médias obtidas.

3.4. Determinação das temperaturas-base e exigência térmica para

completar o ciclo de maturação de cajus

Após o acompanhamento de cada fruto e pseudofruto marcados que

alcançaram a maturação, foi determinada a temperatura-base inferior ou

temperatura mínima de desenvolvimento (Tb) e a temperatura-base superior ou

temperatura máxima de desenvolvimento (TB) para cada um dos três clones,

simulando valores entre 7 e 41,5 ºC, para o método da soma térmica (Ometto,

1981), das unidades fototérmicas (Villa Nova et al., 1983) e do modelo de

Wang & Engel quando utilizada a temperatura horária, sendo que, neste

modelo também foi determinada a temperatura ótima de desenvolvimento (To),

simulando a mesma faixa de temperatura. Quando o modelo de Wang & Engel

(1998) foi trabalhado com a média compensada e com a média simples da

temperatura do ar, o intervalo de temperatura simulado para a Tb, To e TB foi

de 14 até 33,5 ºC.

As faixas de variação de temperatura estabelecidas para a determinação

das temperaturas-base foram escolhidas de acordo com as condições

meteorológicas observadas no local durante o estudo, assim as temperaturas-

base simuladas situaram-se entre a menor e a maior temperatura do ar, em

cada situação considerada.

Em cada método, foram selecionadas as temperaturas-base que

apresentaram o menor coeficiente de variação para alcançar a maturação dos

frutos.

3.4.1 Soma térmica

A determinação do valor da quantidade diária de ºC dia acumulados foi

calculada utilizando uma das seguintes equações (Ometto,1981):

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28

Se TB ≥ Tb ≥ TM ≥ Tm: GD = 0; (1)

Se TB ≥ TM ≥ Tm ≥ Tb: GD =( TM + Tm2

) - Tb; (2)

Se TM ≥ TB ≥ Tm ≥ Tb: GD = ( TM + Tm2

) - Tb - (TM - TB)2

2 (TM - Tm);

(3)

Se TB ≥ TM ≥ Tb ≥ Tm: GD = (TM - Tb)2

2 (TM - Tm);

(4)

Se TM ≥ TB ≥ Tb ≥ Tm: GD = (TM - Tb)2- (TM - TB)

2

ଶ(TM - Tm)

(5)

Em que:

GD: Graus-dia;

TM: Temperatura do ar máxima diária (°C);

Tm: Temperatura do ar mínima diária (°C);

TB: Temperatura-base superior (°C), e

Tb: Temperatura-base inferior (°C).

Após a determinação diária, foi efetuada a soma dos ºC dia acumulados

do início da marcação do fruto até o dia da colheita.

3.4.2. Modelo de Wang & Engel (1998)

No modelo de Wang & Engel (1998), um estádio fisiológico é alcançado

quando o somatório das taxas diárias de desenvolvimento dos frutos (r) é

igual a 1 ou o mais próximo deste valor. A taxa diária de desenvolvimento da

cultura foi determinada utilizando a Equação 6:

r = rmax × (T)

Em que:

r : Taxa diária de desenvolvimento;

rmax: Taxa diária máxima de desenvolvimento vegetal, obtida

(6)

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29

pelo inverso do menor número de dias exigidos para um caju

completar seu ciclo de maturação;

(T): Função da temperatura obtida através da Equação 7:

Se Tb ≤ Tmed ≤ TB: (T) = 2(Tmed - Tb)α(To - Tb)

ഀି(Tmed - Tb)

మഀ

(To - Tb)మഀ ; (7)

Se Tmed < Tb ou Tmed > TB; (T) = 0

Em que:

Tb: Temperatura-base inferior (ºC);

TB: Temperatura-base superior (ºC);

To: Temperatura-ótima de desenvolvimento (°C);

: Parâmetro da equação calculada em função das temperaturas

cardinais, encontrado através da Equação 9:

α = ln2/ln [(TB - Tb)/(To - Tb)]

(8)

(9)

Sendo:

Tmed: Temperatura do ar média (ºC), calculada de três formas: média

compensada da temperatura do ar – Wang & Engel TMc (Equação

10), média simples da temperatura do ar – Wang & Engel TMs

(Equação 11) e temperatura horária – Wang & Engel TMh:

TMc =TM + Tm +T12 + (2T24)

5 (10)

Em que:

TMc: Média compensada da temperatura do ar (ºC);

TM: Temperatura do ar máxima diária (ºC);

Tm: Temperatura do ar mínima diária (ºC);

T12: Temperatura às 12 horas UTC (ºC);

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30

T24: Temperatura às 24 horas UTC (ºC).

TMs =TM + Tm

2 (11)

Na qual:

TMs: Média simples da temperatura do ar (ºC);

TM: Temperatura do ar máxima diária (ºC);

Tm: Temperatura do ar mínima diária (ºC).

A temperatura horária foi determinada admitindo-se que a menor

temperatura do dia ocorria às 8 horas do horário local (12 UTC) e a maior às 16

horas da do horário local (20 UTC) e que a variação entre elas era linear,

ocorrendo um uniforme acréscimo a cada hora, das 8 até as 16 horas do

mesmo dia, e um decréscimo por hora acrescentada, entre 16 horas da tarde

do dia e as 8 horas da manhã do dia seguinte.

3.4.3. Unidades fototérmicas

Para o cálculo da UF foi utilizada a Equação 12 (Villa Nova et al., 1999):

UF =( n2 GD)

NfNi+1

NfNi +1

(12)

Em que:

UF: Unidades fototérmicas (UF);

n: Número de dias no período de uma semana;

GD: soma térmica de ºC dia acumulados no período;

Ni: Duração astronômica do dia no início do período (horas e décimos de

horas); e

Nf: Duração astronômica do dia no final do período (horas e décimos de

horas).

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31

Sendo que Nf e Ni foram determinadas por:

Sendo:

φ: latitude do local (graus);

δ: declinação solar (graus);

DJ: dia juliano.

3.5. Dados meteorológicos

Os dados diários de temperatura máxima e mínima diária, temperatura

as 12 e 24 horas UTC, umidade relativa do ar e precipitação, foram obtidos por

meio do registro das observações meteorológicas de rotina efetuadas na

Estação Agrometeorológica Padre Ricardo Remetter, que integra a rede do 9º

DISME/INMET, instalada a aproximadamente 1 km do local do experimento.

Nf ou Ni =0,133 arccos(-Tgφ × Tgδ)

(13)

δ = 23,45 × sen[(360365 (DJ - 80)] (14)

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32

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Medidas de frutos e pseudofrutos

Durante o período de estudo, 52 frutos e seus respectivos pseudofrutos

chegaram à maturação final, sendo 17 da FAGA 1, 20 da FAGA 10 e 15

pertencentes à FAGA 11.

Inicialmente houve um crescimento exponencial dos frutos (castanha),

atingindo suas maiores medidas geralmente na terceira semana de

desenvolvimento e posteriormente a esse período, a castanha começava a

secar reduzindo suas medidas, enquanto o pseudofruto nas primeiras semanas

apresentava um crescimento mais lento e após, crescimento mais acelerado,

chegando em alguns casos a dobrar as suas medidas.

As médias de comprimento e diâmetro final dos pseudofrutos/frutos

marcados foram analisadas estatisticamente e os resultados estão

apresentados na Tabela 1.

TABELA 1. Valores médios de comprimento e diâmetro de pseudofrutos e

frutos maduros de cajueiros, em Santo Antônio de Leverger – MT, 2011.

Clones(1) Pseudofruto Fruto

Comprimento (cm)

Diâmetro (cm)

Comprimento (cm)

Diâmetro (cm)

FAGA 1 7,10 a 5,44 a 3,46 b 2,52 b FAGA 10 7,00 ab 5,72 a 3,80 a 2,91 a FAGA 11 6,60 b 5,25 a 3,70 ab 2,67 ab

(1) Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

Os pseudofrutos da FAGA 1 apresentaram a maior média de

comprimento, porém não diferiram-se estatisticamente da ‘FAGA 10’ e nota-se

que esta não diferiu-se da FAGA 11. Os comprimentos dos pseudofrutos foram

superiores ao valor mínimo de comprimento sugerida por Menezes (1992), de

6,00 a 10,00 cm. Além disso, ficaram dentro da faixa de comprimento para

pedúnculos do cajueiro, entre 3 e 20 cm determinados por Paiva et al. (1998).

Os comprimentos dos pseudofrutos foram superiores aos obtidos por

Ribeiro et al. (2002) em Picos – PI, que cultivando em regime de sequeiro,

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33

encontraram para FAGA 1 valor igual a 6,50 cm e para FAGA 11, 6,10 cm.

Trabalhando com estes mesmos clones, Gomes et al. (2006) em Barreiras –

BA, também obtiveram valores médios inferiores aos obtidos neste trabalho,

determinando comprimento de 6,72 cm para FAGA 1 e de 6,35 cm para FAGA

11.

Os diâmetros foram maiores que os obtidos por Gomes et al. (2006), que

apresentaram valores inferiores, utilizando a FAGA 1, 4,64 cm e a FAGA 11,

4,89 cm.

As castanhas dos três clones apresentaram médias de comprimento

maiores ou iguais a 3,40 cm e diâmetros superiores a 2,50 cm, sendo os

maiores valores destas características observados na FAGA 10. Todavia, não

houve diferença para os valores observados na FAGA 11.

Ribeiro et al. (2004), em Picos – PI, cultivando cajueiros em regime de

sequeiro, com uma adubação anual, encontraram castanhas da FAGA 1 e

FAGA 10 com comprimento superiores ao obtidos neste trabalho, chegando à

4,50 cm para FAGA 1 e 4,30 cm para FAGA 11.

As características obtidas com relação às medidas de comprimento e

diâmetro de frutos e pseudofrutos apresentaram valores próximos dos obtidos

em outras localidades, sendo atributos que contribuem para que esta frutífera

possa ser uma alternativa de cultivo na região.

4.2. Sólidos solúveis totais – SST

Os resultados encontrados para os teores medidos de SST podem ser

observados na Figura 5.

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34

FIGURA 5 – Médias dos teores de sólidos solúveis totais, expressos em ºBrix,

para os clones FAGA 1, FAGA 10 e FAGA 11 em Santo Antônio de Leverger –

MT, no período de abril a novembro de 2011. As barras verticais representam o

intervalo de confiança de 95%.

Houve um acréscimo no teor de SST de acordo com a mudança do

estádio de maturação. Os valores médios entre os três clones variaram de

10,67 ºBrix para o estádio 1 até 13,79 ºBrix no estádio 3. Em Pacajus – CE,

Lopes et al. (2010), trabalhando com outra escala de estádios de maturação,

também observaram um acréscimo nos valores de SST de acordo com a

evolução dos estádios, alcançando seu máximo valor no último estádio.

Neste trabalho, como esperado, foi observado que o estádio 1 foi o que

apresentou os menores teores de SST, com valores iguais a 11,08; 10,56 e

10,38 ºBrix para a FAGA 1, FAGA 10 e FAGA 11, respectivamente.

No estádio de maturação 2, os três clones apresentaram SST com teores

acima de 11,30 ºBrix, demonstrando valores superiores ao do estádio 1.

Quando os pseudofrutos atingiram o estádio 3, apresentaram os teores de

SST mais elevados, havendo acréscimo de no mínimo 2,80 ºBrix quando

comparados ao estádio 1, sendo a média mais alta obtida pela FAGA 11,

chegando a 14,12 ºBrix. Os valores foram superiores aos obtidos com este

clone por Gomes et al. (2006), que verificaram o teor de sólidos solúveis totais

um dia após congelar pseudofrutos igual a 13,94 ºBrix para FAGA 11 e de

11,28 ºBrix para FAGA 1.

Os valores de SST da FAGA 11 neste trabalho foram inferiores aos

obtidos por Ribeiro et al. (2004), em pesquisa feita no Município de Picos – PI

determinando teor de ºBrix igual a 14,55. Em contrapartida, esses mesmos

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35

pesquisadores encontraram teor de SST para FAGA 1 de 12,63 ºBrix inferiores

ao determinado neste estudo para o mesmo clone.

Os resultados obtidos pelo teor de SST quando os frutos atingiram a

maturação estão acima da faixa de ótima doçura que é de 10 ºBrix (Filgueiras

et al., 2002) e acima do valor mínimo exigido pela legislação brasileira quando

a destinação do caju é a indústria, que também é de 10 ºBrix (Brasil, 2000).

É possível observar que, mesmo quando estavam no estádio 1, os

pseudofrutos apresentaram uma quantidade de SST adequada ao uso

industrial, porém deve-se salientar que os pseudofrutos neste estádio

apresentam tamanho reduzido, sendo caracterizados pelo início do

crescimento exponencial do pseudofruto, além de elevada adstringência e,

portanto, não devem ser colhidos.

Os valores obtidos de SST demonstram que estes clones na Baixada

Cuiabana podem ser utilizadas tanto para o consumo in natura, em que se

exige uma taxa elevada de teor de SST quanto para indústria e que a avaliação

visual, como foi realizada no presente trabalho, pode ser utilizada como forma

de determinação do ponto de maturação.

4.3. Efeitos da temperatura do ar e do fotoperíodo sobre o tempo de maturação de cajus

Durante o estudo, a duração dos ciclos de maturação foi variável entre os

clones e entre os cajus dentro de cada clone, sendo o menor ciclo obtido por

um caju da FAGA 10, que precisou de 35 dias para chegar à maturação e o

maior para um da FAGA 1, em que foram necessários 56 dias para chegar ao

estádio final de maturação.

Os cajueiros floresceram durante todo o período de coleta de dados e

apresentaram frutos jovens que eram marcados semanalmente, porém nos

meses de abril a junho, nas primeiras semanas em que eram marcados, a

maioria dos frutos jovens apresentou sintomas de antracnose, ficavam com

uma coloração escura na castanha e posteriormente caíam ainda no estádio

“0” (Figura 6).

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36

FIGURA 6. Fruto de caju no estádio “0” mumificado por infecção de antracnose

em Santo Antônio de Leverger – MT, 2012.

A antracnose caracteriza-se por lesões irregulares nos frutos, causando

sua posterior queda. Devido os meses de abril, maio e junho serem os

períodos que apresentaram maiores taxas de umidade relativa do ar (Figura 7),

este deve ter sido o principal fator que influenciou no maior número de casos

de antracnose neste período.

Segundo Medina (1978), a umidade relativa ideal para o desenvolvimento

da cultura do caju situa-se em torno de 65% e, neste experimento, o período

em que ficou próximo de 60% foi aquele em que houve a menor perda de frutos

jovens por antracnose.

FIGURA 7. Média da umidade relativa do ar em Santo Antônio de Leverger- MT, de 2010 a 2012.

Durante os meses de maio até a segunda semana de outubro, houve um

período de ausência de chuvas. O cajueiro exige que haja um período no ano

em que não ocorram chuvas, para poder florescer e desenvolver seus frutos,

0102030405060708090

Um

idad

e re

lativ

a do

ar

(%)

Meses

2010

2011

2012

Page 37: EFEITO DA TEMPERATURA E DO FOTOPERÍODO SOBRE O …§ões-Teses... · EFEITO DA TEMPERATURA E DO FOTOPERÍODO SOBRE O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE CAJU VICTOR ARLINDO TAVEIRA

37

pois sua frágil flor é destacada da planta mãe com facilidade quando a água

das chuvas a toca, além do período chuvoso tender a aumentar o índice de

presença de fungos (Aguiar et al., 2000), nesta região ocasionada

principalmente pela presença de antracnose nos frutos.

Ao se aproximar do mês de julho e de agosto, o número de frutos jovens

que caíam por antracnose reduziu consideravelmente e os cajueiros

começaram a produzir mais frutos até chegarem a seu pico de produção em

agosto e setembro, meses que apresentaram as menores taxas de umidade

relativa do ar e de precipitação.

No final de outubro, quando as precipitações voltaram a ocorrer, a

umidade relativa do ar começou a elevar sua taxa, ocasionando o surgimento

de novos ataques fúngicos de antracnose em frutos jovens, reduzindo

novamente a produção.

Os valores das médias da temperatura do ar nos meses em que houve

marcação de frutos estão apresentados na Figura 8.

FIGURA 8. Médias compensadas (a), médias simples (b) e médias máximas e

mínimas da temperatura do ar em Santo Antônio de Leverger – MT, de 2010 a

2012.

a b

c

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38

A média simples da temperatura do ar permaneceu acima de 24 ºC

durante todo o período de coleta de informações.

Os meses com temperaturas mais baixas foram de maio a julho, com

médias de aproximadamente 24 ºC, quando observada a média simples da

temperatura do ar e valores próximos de 23 ºC, para a média compensada. As

menores médias máximas da temperatura do ar também foram notadas nos

meses entre maio e julho para o ano de 2011 e entre junho e julho em 2012,

sendo este o período que apresentou menor amplitude térmica entre as

temperaturas máximas e mínimas do ar. Justamente os frutos e pseudofrutos

de caju marcados integralmente ou que tiveram uma coleta de medidas nesse

período, necessitaram de mais tempo para chegarem à maturação.

Essa diferença no tempo de maturação entre os meses com temperaturas

mais elevadas foi visível nos três clones, como na FAGA 1, em que os frutos

marcados no período de abril a julho necessitaram de uma média de

aproximadamente 48 dias para alcançar a maturação, enquanto nos meses de

agosto a novembro, foi necessária uma média próxima de 38 dias. Resultado

semelhante foi verificado na FAGA 10, cujo número médio de dias exigidos no

período de abril a julho foi de 47 dias, enquanto os que iniciaram a marcação

entre agosto a novembro foi de aproximadamente 36 dias e também na FAGA

11 em que nos primeiros meses de coleta seus frutos amadureceram em

aproximadamente 44 dias e, para os meses com as temperaturas médias

acima ou igual a 28 ºC, por volta de 36 dias.

No cultivo de frutíferas se utiliza um número de dias pré-estabelecido para

prever o período de colheita de frutos, todavia o uso da soma térmica pode ser

mais adequado na previsão, pois como observado neste estudo, mudanças nas

condições da temperatura podem provocar a antecipação ou o atraso da

maturação.

O menor tempo para alcançar a maturação de frutos e pseudofrutos de

caju quando a temperatura média do ar estava mais elevada deve-se

provavelmente aos valores das temperaturas-base do caju serem próximas

desta. Isto demonstra que o tempo de maturação no caju é altamente

influenciado pela temperatura do ar, chegando a alguns casos, por exemplo, na

FAGA 1, precisar de dez dias a mais para alcançar a maturação em relação a

média de dias necessária quando as temperaturas forem próximas de 28 ºC.

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39

Os valores das temperaturas-base obtidas pelos modelos estudados

estão na Tabela 2.

TABELA 2. Temperatura-base inferior (Tb), temperatura-base superior (TB),

temperatura ótima de desenvolvimento (To) e coeficiente de variação para

completar a maturação de cajus pelos métodos da soma térmica, modelo de

Wang-Engel para média compensada (WE TMc) e média simples (WE TMs) da

temperatura do ar e temperatura horária (WE TMh) e do tempo cronológico em

dias obtidos em Santo Antônio de Leverger, de 2010 a 2012.

Clone Método utilizado na determinação das Temperaturas-base

Tb (ºC)

TB (ºC)

To (ºC)

cv (%)

Modelos Temp crono

FAGA 1

Soma térmica 15,2 30,0 - 5,67

15,11 WE TMc 17,0 33,0 27,5 5,26 WE TMs 14,0 33,5 28,5 6,53 WE TMh 14,0 41,5 32,5 5,98

FAGA 10

Soma térmica 13,4 30,0 - 3,89

15,27 WE TMc 14,0 33,0 27,7 4,55 WE TMs 14,0 33,5 28,7 6,02 WE TMh 14,6 41,5 31,6 4,65

FAGA 11

Soma térmica 10,0 30,7 - 3,73

9,36 WE TMc 14,0 33,0 27,9 5,21 WE TMs 14,0 33,5 29,0 8,36 WE TMh 14,5 41,5 31,1 5,50

Os menores cvs foram obtidos pelo modelo da soma térmica para FAGA

10 e para a FAGA 11, enquanto a FAGA 1 obteve o menor cv para completar a

maturação dos frutos quando foi utilizado o modelo de Wang & Engel TMc. Os

maiores cvs foram encontrados quando foi utilizado o modelo de Wang & Engel

TMs para os três clones. Observa-se que todos os modelos apresentaram cv

inferior ao do número de dias do calendário civil para os cajus da FAGA 1,

FAGA 10 e FAGA 11 completarem a maturação. Isto demonstra a maior

eficiência do uso da soma térmica e do somatório da taxa diária de

desenvolvimento ao invés do número de dias do calendário civil para se

estipular o período de maturação de frutos e pseudofrutos de caju.

Os valores de Tb obtidos pelo método da soma térmica e do modelo

Wang & Engel para os três clones encontram-se próximos à faixa dos

estipulados por Cooper & Tainton (1968), que é de 10 a 15 °C para frutíferas

tropicais, exceto quando utilizado modelo de Wang & Engel Tmc para FAGA 1.

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40

As Tb determinadas pelo método da soma térmica para a FAGA 11 foram

as mesmas obtidos em manga (Mangifera indica L.), fruta da família

Anacardiaceae, por Silva (1996) e Chaudhri (1976), que obtiveram um valor de

Tb igual a 10 °C, sendo este valor utilizado por Lucena (2006) ao realizar

pesquisa com mangas Tommy Atkins na região do Vale do São Francisco –

CE.

Carpentieri-Pipolo et al. (2008), no município de Londrina – PR,

desenvolveram trabalho com aceroleira, frutífera tropical e também

determinaram uma Tb de 10 ºC. Nakasone (1988), utilizando mamão, outra

fruta tropical, no município de Linhares – ES determinou Tb igual a 15 ºC,

sendo próximo ao determinado para FAGA 1 pelo método da soma térmica que

neste clone foi igual a 15,2 ºC.

Em trabalhos com banana (Musa spp.), fruto tropical originário da Ásia,

Umber et al. (2011) empregaram o método da soma térmica para determinarem

a Tb de duas variedades, encontrando os valores de 17,0 °C para F916, sendo

análogo ao encontrado pela FAGA 1 quando utilizado o modelo de Wang &

Engel TMc e de 13,9° C para a F918, sendo um valor intermediário entre os

alcançados para cajus neste estudo. Em outro trabalho com banana, Tixier et

al. (2010) obtiveram Tb igual a 19,8 °C para a Figue Rose Naine, valor superior

à todos os determinados para a FAGA 1, FAGA 10 e FAGA 11.

Utilizando uva, fruta de clima temperado, cultivada na Região Sul do

Brasil, Roberto et al. (2004) verificaram para a videira Isabel, Nagata et al.

(2000), utilizando a videira Benitaka e Santos et al. (2007), trabalhando com

videiras Cabernet Sauvignon e Tannat, afirmaram que a Tb de 10 ºC é a mais

adequada para estas variedades. Utilizando outra frutífera de clima temperado,

Souza et al. (2009), encontraram uma Tb igual a 8 °C, sendo inferior à todas

temperaturas-base encontradas neste estudo.

A To pelo modelo de Wang & Engel esteve entre 27,5 e 32,5 ºC,

superiores, portanto às informações encontradas na literatura de que o caju

apresenta melhor desenvolvimento quando a cultura está inserida em locais

com temperatura média de 27 ºC (Almeida et al., 2002).

De acordo com Penning de Vries et al. (1989), a maioria das plantas

apresentam a maior taxa de desenvolvimento quando há temperaturas de 25

ºC, sendo esta selecionada por Streck (2003) quando realizou um trabalho com

Page 41: EFEITO DA TEMPERATURA E DO FOTOPERÍODO SOBRE O …§ões-Teses... · EFEITO DA TEMPERATURA E DO FOTOPERÍODO SOBRE O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE CAJU VICTOR ARLINDO TAVEIRA

41

kiwi, fruta de clima temperado, sendo o valor selecionado inferior às To

determinadas neste trabalho.

Segundo Baker & Reddy (2001), a To para aparecimento de nós em

meloeiro, curcubitaceae tropical, é igual a 34 ºC.

As TB obtidas pelo modelo da soma térmica para FAGA 1 e FAGA 10

apresentaram valor de 30,0 °C e para FAGA 11 de 30,7 ºC, enquanto para o

modelo de Wang & Engel, os valores ficaram situados entre 33 e 41,5 ºC.

Trabalhando com kiwi, Hasey et al. (1994) encontraram TB de 40 °C, o

mesmo encontrado por Baker & Reddy (2001), utilizando melão.

Nota-se que, apesar de apresentarem um cv inferior ao do número de

dias, o modelo de Wang & Engel apresentou empecilhos nas temperaturas-

base determinadas para FAGA 11 ao utilizar as três formas de abordagem da

temperatura, para FAGA 10 quando utilizado a TMc e a TMs, e para FAGA 1

quando utilizada a TMs, pois a Tb e a TB encontradas foram exatamente

aquelas extremas simuladas. Nota-se que o cv nestas situações reduzia à

medida que eram simuladas temperaturas mais baixas de Tb e ocorreu o

mesmo quando os valores de TB simulados iam aumentando, chegando ao

menor cv quando foram alcançados os extremos de ambos. Os valores de

temperaturas-base simulados basearam-se naqueles encontrados no local de

acordo com o modelo abordado, conforme descrito no item 3.4. Assim

provavelmente, os valores de temperaturas observados durante a marcação de

cajus não alcançaram os valores de temperaturas-base necessárias a cada

variedade e, portanto, as simulações nestes respectivos casos não obtiveram

êxito.

Após obtenção das temperaturas-base, foi calculada a soma térmica

acumulada e o somatório das taxas diárias de desenvolvimento para cada

clone (Tabela 3).

Page 42: EFEITO DA TEMPERATURA E DO FOTOPERÍODO SOBRE O …§ões-Teses... · EFEITO DA TEMPERATURA E DO FOTOPERÍODO SOBRE O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE CAJU VICTOR ARLINDO TAVEIRA

42

TABELA 3. Período de observação, número de dias do ciclo (N), quantidade

de frutos observados (Qtde), média simples da temperatura do ar (Tmed),

soma térmica acumulada em ºC dia (GD), taxa diária de desenvolvimento

acumulada (r), em Santo Antônio de Leverger – MT, de 2010 a 2012, para

cada clone estudado.

Varidades Marcação

N Qtde

Tmed (ºC)

GD

r

Inicial Maduro WE TMc WE TMs WE TMh

FAGA 1

20/08/2010 24/09/2010 36 1 27,9 400,33 0,90 0,94 0,70 15/04/2011 27/05/2011 43 1 25,6 435,46 0,96 0,96 0,81 29/04/2011 10/06/2011 43 1 24,5 392,19 0,90 0,83 0,72 24/06/2011 18/08/2011 56 1 24,4 487,44 0,93 1,10 0,88 01/07/2011 18/08/2011 49 1 24,8 440,12 0,94 1,01 0,79 15/07/2011 30/08/2011 47 3 25,5 438,93 0,94 1,00 0,78 05/08/2011 16/09/2011 43 1 27,1 453,95 0,99 1,04 0,81 18/08/2011 23/09/2011 37 1 27,5 404,94 0,85 0,91 0,72 18/08/2011 29/09/2011 43 1 27,7 477,81 1,00 1,03 0,85 26/08/2011 29/09/2011 35 2 28,9 422,79 0,91 0,94 0,76 02/09/2011 07/10/2011 36 1 29,0 437,83 0,92 0,95 0,79 16/09/2011 21/10/2011 36 1 29,3 453,19 0,92 0,95 0,83 07/10/2011 11/11/2011 36 1 29,0 453,60 0,93 0,96 0,84 28/05/2012 16/07/2012 50 1 24,2 434,09 0,92 0,92 0,80

FAGA 10

03/09/2010 08/10/2010 36 1 28,4 480,01 0,81 0,83 0,74 17/09/2010 22/10/2010 36 1 29,2 500,17 0,81 0,78 0,77 15/04/2011 24/05/2011 40 1 25,7 478,45 0,89 0,90 0,79 29/04/2011 10/06/2011 43 1 24,5 467,73 0,83 0,84 0,76 06/05/2011 17/06/2011 43 1 24,8 481,71 0,86 0,89 0,78 26/08/2011 29/09/2011 35 1 28,9 484,81 0,89 0,93 0,76 02/09/2011 07/10/2011 36 1 29,0 501,63 0,90 0,95 0,79 09/09/2011 14/10/2011 36 3 29,2 512,41 0,89 0,94 0,82 16/09/2011 21/10/2011 36 2 29,3 516,99 0,91 0,94 0,83 14/10/2011 18/11/2011 36 1 28,8 514,68 0,91 0,96 0,85 21/10/2011 25/11/2011 36 1 29,0 519,44 0,89 0,95 0,85 07/05/2012 21/06/2012 46 1 25,0 524,82 0,97 0,99 0,86 21/05/2012 02/07/2012 43 1 24,6 473,48 0,85 0,87 0,77 11/06/2012 28/07/2012 48 1 24,5 493,98 0,83 0,88 0,79 25/06/2012 15/08/2012 52 3 24,0 533,25 0,91 0,97 0,85

FAGA 11

20/08/2010 24/09/2010 36 1 27,9 599,78 0,91 0,96 0,73 03/09/2010 08/10/2010 36 1 28,4 616,26 0,85 0,84 0,76 10/09/2010 15/10/2010 36 2 29,1 633,02 0,85 0,84 0,77 17/09/2010 22/10/2010 36 3 29,2 637,89 0,85 0,99 0,79 15/10/2010 19/11/2010 36 1 27,4 606,35 0,89 0,87 0,79 06/05/2011 17/06/2011 43 1 24,8 637,06 0,87 0,87 0,82 15/07/2011 26/08/2011 43 1 25,1 620,63 0,87 0,89 0,79 15/07/2011 30/08/2011 47 1 25,5 692,25 0,96 1,00 0,86 16/09/2011 21/10/2011 36 2 29,3 654,10 0,95 0,98 0,85 29/09/2011 04/11/2011 37 1 29,0 668,57 0,95 1,00 0,88 21/10/2011 25/11/2011 36 1 29,0 655,69 0,93 0,99 0,87

A média da soma térmica necessária para completar a maturação dos

cajus foi igual a 438,05 ºC dia para FAGA 1; 498,90 ºC dia para FAGA 10 e de

638,33 ºC dia para FAGA 11.

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43

A determinação das temperaturas-base obtidas com auxílio da UF

também foi simulada e os resultados estão apresentados na Tabela 4.

TABELA 4. Temperatura-base inferior (Tb), temperatura-base superior (TB), e

coeficiente de variação para completar a maturação de cajus pelo métodos das

unidades fototérmicas, em Santo Antônio de Leverger, de 2010 a 2012.

Clone Tb (ºC) TB (ºC) cv (%) FAGA 1 7,0 24,5 11,95 FAGA 10 7,0 25,5 10,57 FAGA 11 7,0 26,0 4,95

Nota-se que cv das unidades fototérmicas foi maior que os dos outros

modelos de somatório de unidades térmicas na FAGA 1 e na FAGA 10.

Semelhante ao que ocorreu no modelo de Wang & Engel, observou-se que o

cv das UF foi reduzindo na medida em que eram utilizadas Tb mais baixas,

sendo selecionado o menor valor observado, enquanto a TB ficou situada entre

24,5 e 26 ºC. Pelo fato do cajueiro ser uma frutífera tropical, era esperado que

a Tb fosse superior a 7 °C e que a TB fosse próxima daquelas obtidas com a

soma térmica, ou com o modelo de Wang & Engel.

Barros et al. (2010) utilizaram unidades fototérmicas em mangas Alpha e

determinaram uma Tb de 10 °C, e este valor foi o mesmo observado para

manga quando utilizado o método da soma térmica, demonstrando que

provavelmente este modelo não se ajustou às condições do presente trabalho.

Em um trabalho desenvolvendo pesquisas com maracujá, Souza et al.

(2010) afirmaram que o uso das unidades fototérmicas não aferiram os

resultados obtidos na estimativa de crescimento de partes vegetativas do

maracujazeiro, provavelmente pelo período de estudo ter sido pequeno, o que

não foi o caso neste trabalho. Entretanto, o período relativamente curto

necessário para os frutos e pseudofrutos de caju chegarem à maturação pode

ser o motivo do fotoperíodo não ter interferido no tempo de desenvolvimento.

Uma alternativa para compreender se o modelo das unidades

fototérmicas não foi ajustado, seria observar se houve diferença nas etapas

fenológicas do cajueiro em dois locais com distintos, pois isto se tornaria uma

ferramenta na identificação do efeito ou não, do fotoperíodo sobre o tempo de

maturação.

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44

Considerando que os estádios fenológicos do cajueiro ao longo do ano

foram apresentados por Mesquita et al. (2002) em Fortaleza, no estado do

Ceará, de modo análogo ao registro levado a efeito em Santo Antônio de

Leverger – MT, foi realizada uma comparação entre os valores de duração

astronômica do dia nas duas latitudes (Figura 13).

FIGURA 9. Duração astronômica do dia (horas e décimo de horas) de um ano

para latitude de Fortaleza – CE e de Santo Antônio de Leverger – MT.

Como Fortaleza está localizada mais próxima do Equador, com latitude

igual a 3º43’ S, nota-se uma flutuação menor na duração astronômica do dia ao

longo do ano do que em Santo Antônio de Leverger – MT (latitude de 15º47’ S),

em que houve até duas horas de diferença na duração do fotoperíodo entre os

solstícios de inverno e verão.

Mesquita et al. (2002) demonstraram que a maior produção do cajueiro

anão acontece durante os meses de agosto a novembro, e que o florescimento

ocorre entre os meses de abril a novembro, semelhante aos encontrado neste

experimento.

Isto indica que, nestes locais, a maturação dos frutos e pseudofrutos do

cajueiro anão não foi influenciada pelo fotoperíodo, ou que, nas localidades

onde os resultados foram comparados, as exigências fotoperiódicas dos

respectivos materiais genéticos foram iguais e, portanto, o modelo das

unidades fototérmicas não pôde ser ajustado.

11,0

11,5

12,0

12,5

13,0

Dur

ação

ast

ronô

mic

a do

dia

(h

oras

)

Meses

Fortaleza - CE

S. A. de Leverger - MT

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45

CONCLUSÕES

As aproximações utilizando o método da soma térmica e o modelo de

Wang & Engel foram mais úteis na previsão do tempo fisiológico necessário

para completar o processo de maturação do fruto do que a contagem do

tempo, proporcionando uma redução de duas a quatro vezes no coeficiente de

variação da estimativa de exigência para maturação.

As somas térmicas necessárias para a maturação de pseudofrutos de

cajueiro e as temperaturas basais inferior e superior nos clones FAGA 1, FAGA

10 e FAGA 11 são de 438,05 ºC dia; 498,90 ºC dia; 638,33 ºC dia; 15,2 ºC e

30,0 ºC; 13,4 ºC e 30 ºC; 10,0 ºC e 30,7 ºC; respectivamente.

As temperaturas ótimas e as temperaturas basais inferior e superior

obtidas para a maturação de pseudofrutos de cajueiro nos clones FAGA 1,

FAGA 10 e FAGA 11 pelo modelo de Wang & Engel, quando utilizada a média

compensada da temperatura do ar, são de 27,5 ºC, 27,7 ºC e 27,9 ºC; 17 ºC,

14 ºC e 14 ºC; e 33 ºC (para os três clones), respectivamente.

As temperaturas ótimas e as temperaturas basais inferior e superior

obtidas para a maturação de pseudofrutos de cajueiro nos clones FAGA 1,

FAGA 10 e FAGA 11 pelo modelo de Wang & Engel, quando utilizada a média

simples da temperatura do ar, são de 28,5 ºC, 28,7 ºC e 29,0 ºC; 14 ºC (para os

três clones); e 33 ºC (para os três clones), respectivamente.

As temperaturas ótimas e as temperaturas basais inferior e superior

obtidas para a maturação de pseudofrutos de cajueiro nos clones FAGA 1,

FAGA 10 e FAGA 11 pelo modelo de Wang & Engel, quando utilizada a

temperatura horária, são de 32,5 ºC, 31,6 ºC e 31,1 ºC; 14 ºC, 14,6 ºC e 14,5

ºC; e 41,5 ºC (para os três clones), respectivamente. Os menores coeficientes

de variação para completar a maturação dos pseudofrutos foram obtidos como

modelo da soma térmica para FAGA 10 e para a FAGA 11, enquanto que o

menor, para a FAGA 1 foi obtido com o modelo de Wang & Engel,

considerando a temperatura média compensada, apesar de não haver

diferença na ordem de grandeza dos coeficientes de variação.

O modelo das unidades fototérmicas não se mostrou adequado às

condições do estudo.

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