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EFEITO DO NÚMERO DE CÉLULAS NA BANDEJA DE ISOPOR NA PRODUÇÃO DE RÚCULA ........ 297
EFEITO DO NÚMERO DE CÉLULAS NA BANDEJA DE ISOPOR NA PRODUÇÃO DE SALSA ............ 301
EFEITO DO TRATAMENTO TÉRMICO NA BROTAÇÃO DAS GEMAS DE CANA-DE-AÇÚCAR
(SACCHARUM SPP). ......................................................................................................................................... 305
LIXIVIAÇÃO DE N, P, K, CA, MG E S COM A UTILIZAÇÃO DE POLÍMERO HIDROABSORVENTE EM
SOLO CULTIVADO COM CANA-DE-AÇÚCAR ........................................................................................... 313
NÍVEIS DE POLÍMERO SUPERABSORVENTE NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE CAFÉ........................ 319
PRODUÇÃO DE FLAVONÓIDES EM CALÊNDULA (CALENDULA OFFICINALIS L.) SOB COM
DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO .................................................................................................... 322
EFEITO DO NÚMERO DE CÉLULAS NA BANDEJA DE ISOPOR NA PRODUÇÃO DE RÚCULA
Ricardo Bezerra de Oliveira1; Luiz Felipe Ewerling1; Pedro Veridiano Baldotto2;
Patricia Angélica Alves Marques3*
¹Aluno do curso de graduação de Agronomia/UNOESTE, Presidente Prudente/SP. E-mail: [email protected]; 2Prof. do Curso de Agronomia/UNOESTE. E-mail: [email protected]; 3Profa. Dra. Graduação e Pós-graduação da Agronomia/UNOESTE; E-mail: [email protected]. *orientadora.
Palavras-Chave: Rúcula, bandeja, tamanho de células.
INTRODUÇÃO
A rúcula (Eruca sativa) pertence à família das Brassicácea, originária do Mediterrâneo
e da Ásia Ocidental, suas folhas são muito apreciadas, na forma de saladas. No Brasil seu
consumo é devido à influência dos imigrantes italianos. Possui propriedade estimulante do
apetite, é nutricionalmente rica em proteínas, vitaminas A e C, e sais minerais, principalmente
cálcio e ferro, além de conter ômega 3 e ser pobre em calorias (FILGUEIRA, 1982).
A produção de mudas de hortaliças constitui-se numa das etapas mais importantes do
sistema produtivo (MINAMI, 1995; SILVA JÚNIOR et al., 1995). Comparando o método
tradicional da semeadura em canteiro com a semeadura em bandejas, há algumas vantagens
na utilização das bandejas como, por exemplo: são reutilizáveis, a área utilizada da sementeira
é menor, reduz o custo da mão-de-obra para semeadura, utiliza menor quantidade de
sementes, custo menor de sementes, produz mudas mais fortes e sadias, o pegamento das
mudas ao serem transplantadas é maior (as plantas apresentam maior quantidade de raízes no
torrão de substrato), a muda não sente o transplante (devido as raízes não serem arrebentadas
e logo começaram a absorver água e nutrientes), adianta o desenvolvimento das plantas na
lavoura , pode-se até certo ponto controlar o crescimento das mudas (reduzindo-se a água da
irrigação caso não seja possível preparar a terra e possuindo mudas prontas para o
transplante), pode-se fazer um tratamento fitossanitário adequado da planta e da terra além de
realizar uma adubação equilibrada e evitar o enovelamento das raízes da muda, pois há a
emissão de inúmeras raízes secundárias (BORNE, 1999).
No mercado há diversos modelos de bandejas com diferentes números de células
individuais; profundidades e volumes diversos; também com formatos variáveis, podendo ser
redondas, piramidais ou cilíndricas (MODOLO & TESSARIOLI NETO, 1999). Dessa
297
maneira o objetivo deste trabalho foi avaliar a diferença das plantas adultas a campo
transplantadas de mudas de bandejas de diferentes tamanhos.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no viveiro da horta da UNOESTE.. As características das
bandejas estão descritas na Tabela 1. Utilizou-se o substrato bioplant. Para a condução à
campo realizou-se adubação dos canteiros com 3 kg m-2 de esterco de galinha e 200 g m-2 de
adubo 4-14-8. Realizou-se a adubação de cobertura com 15 g m-2 de uréia em duas
aplicações. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado sendo 3 tratamentos
(T1 - 288, T2 - 200 e T3 - 128 células.e 7 repetições, com três plantas por repetição.
Tabela 1. Caracterização das bandejas utilizadas.
Trat Número de células
Volume das células (cm3)
Substrato por célula (g)
Capacidade de retenção de água por célula (mL)
T1 288 9,93 4,67 2,81 T2 200 16,23 7,23 4,30 T3 128 36,28 12,73 6,64
A semeadura foi realizada no dia 18/04/08. As bandejas permaneceram em viveiro de
mudas até o dia 02/05/2008, sendo neste período realizada a irrigação diária. Aos 14 DAS
realizou-se o transplante para o canteiro definitivo com o espaçamento de 0,10 cm entre
plantas e 0,20 cm entre linhas. No dia 06/06/2008 (35 dias após o transplante DAT) foi
realizada a avaliação do desenvolvimento da produção à campo, de cada parcela experimental
para a estimativa dos seguintes parâmetros: peso fresco da parte aérea e da parte radicular (g);
comprimento da parte aérea e de raiz (cm) e a peso seco da parte aérea e da raiz (g) da planta.
As plantas foram levadas ao laboratório e lavadas em água corrente para a retirada do
substrato aderente. O comprimento foi obtido com o auxílio de uma régua graduada em
milímetros. Em seguida as plantas foram pesadas em balança digital para obtenção do peso
fresco e posteriormente, as plantas foram colocadas em sacos de papel etiquetados e
submetidas à secagem em estufa com circulação de ar, à 65oC. Quando o peso constante foi
atingido efetuou-se a pesagem, em balança eletrônica digital. Para análise dos dados utilizou-
se o programa computacional Sisvar. As médias foram comparadas pelo Scott-Knott ao nível
de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos parâmetros avaliados na planta adulta (Figura 1) as plantas transplantadas das
298
bandejas T3 (128 células com 36,28 cm3), foram as que estatisticamente proporcionaram as
melhores plantas. Estes resultados concordam com Oliveira et al. (1993), que observaram que
o melhor desenvolvimento em mudas de maracujazeiro ocorreu quando foram utilizadas
bandejas com menor número de células, independente do substrato utilizado. O que se deve
provavelmente ao maior volume de substrato que está envolvendo o sistema radicular,
propiciando condições mais satisfatórias para o desenvolvimento das mudas, como comentado
por Menezes Júnior et al. (2000).
020406080
100120140
0 10
Volume
Pes
o fre
sco
méd
io d
a pa
rte a
érea
(g)
14
da
)
0
10
20
30
40
50
0 10
Volume
Com
prim
ento
da
parte
áe
rea
(cm
)
0
24
6
810
12
0 10
Volume
Pes
o se
co m
édio
da
parte
aér
ea (g
)
Figura 1. Peso fresco d
(C) e radicular (D) da
da rúcula na época da c
Quanto maior
produzida, refletida na
raiz, massa fresca e s
A
y = 2,2824x + 33,588R2 = 0,9106**
20 30
de substrato (cm3)
4002468
1012
0 10
Volume
Pes
o fre
sco
méd
io
parte
radi
cula
r (g
y = 0,522x + 23,815R2 = 0,9997**
20 30
de substrato (cm3)
400
5
10
15
20
25
0 5 10 15
Volume de
Co
mp
rim
en
to d
a r
aiz
(cm
)
y = 0,1596x + 3,8594R2 = 0,9306**
20 30
de substrato (cm3)
400
1
23
4
5
6
0 10
Volume d
Pes
o se
co m
édio
da
parte
radi
cula
r (g)
a parte aérea (A) e da parte radicular (B); com
rúcula; peso seco da parte aérea (E) e peso sec
olheita (35 DAT).
o volume disponível da célula, melhor foi a
s características superiores de altura da parte
eca da parte aérea e da raiz, observadas na b
299
B
y = 0,2213x + 4,6191R2 = 0,9533**
20 30
de substrato (cm3)
40
C
Dy = 0,1753x + 13,067R2 = 0,9299**
20 25 30 35 40
substrato (cm3)
Ee
p
o
F
y = 0,0677x + 3,0339R2 = 0,7655**
20 30 4
substrato (cm3)
0
rimento da parte aérea
da parte radicular (F)
qualidade da plântula
aérea, comprimento da
andeja de 128 células.
Comparando os tipos de bandejas, evidenciou-se que, o maior volume da célula propiciou
rapidez no desenvolvimento tanto da parte aérea como da raiz, produzindo em menor tempo,
uma plântula com alta qualidade. De acordo com Pereira & Martinez (1999), plântulas
produzidas em volumes maiores de células são mais vigorosas, apresentando uma relação
parte aérea/raiz mais equilibrada e proporcionando um melhor desenvolvimento das plantas
após o transplante. Mudas provenientes da bandeja de 288 células têm sistema radicular
restringido e quando transplantadas para o campo, freqüentemente são incapazes de
compensar a evapotranspiração, mesmo se bem irrigadas após o transplante.
CONCLUSÃO
Os resultados para as bandejas de 200 e 288 células foram estatisticamente inferiores
ao da bandeja com 128 células.
A utilização da bandeja de 128 células é a mais indicada para a produção das mudas e
produção à campo de rúcula.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORNE, H. R. Produção de Mudas de Hortaliças. Guaíba: Ed. Agropecuária, 1999, p.26, 49, 66. FILGUEIRA, F. A. R. Manual de Olericultura – Cultura e Comercialização de Hortaliças. Volume II. São Paulo: Ed. Agronômica Ceres, 1982, p. 69. MENEZES JÚNIOR, F.O.G.; FERNANDES, H.S.; MAUCH, C.R.; SILVA, J.B. Caracterização de diferentes substratos e seu desempenho na produção de mudas de alface em ambiente protegido. Horticultura Brasileira, v.18, n.3, p.164-170, nov. 2000. MINAMI, K. Produção de mudas de alta qualidade em horticultura. São Paulo: T.A. Queiroz, 1995. 135p. MODOLO, V.A.; TESSARIOLI NETO, J. Desenvolvimento de mudas de quiabeiro [Abelmoschus esculentus (L.). Moench] em diferentes tipos de bandeja e substrato. Scientia Agrícola, v. 56, n. 2, p. 377-381, 1999. OLIVEIRA, R.P., SCIVITTARO, W.B.; VASCONCELLOS, L.A.B.C. Avaliação de mudas de maracujazeiro em função do substrato e do tipo de bandeja. Scientia Agricola, v.50, n.2, p.261-266, jun./set. 1993. PEREIRA, P.R.G.; MARTINEZ, H.E.P. Produção de mudas para o cultivo de hortaliças em solo e hidroponia. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.20, n.200/201, p. 24-31, 1999. SILVA JÚNIOR, A.A.; MACEDO, S.G.; SLUKER, H. Utilização de esterco de peru na produção de mudas de tomateiro. Florianópolis: EPAGRI, 1995. 28p. (Boletim Técnico, 73).
300
EFEITO DO NÚMERO DE CÉLULAS NA BANDEJA DE ISOPOR NA PRODUÇÃO DE SALSA
Bruno Henrique Marega Rigolin1; José Eduardo M. Rossi Junior1; Pedro Veridiano
Baldotto2; Patricia Angélica Alves Marques3(orientadora)
¹Aluno graduação de Agronomia/UNOESTE, Presidente Prudente/SP. E-mail: [email protected]; 2Prof. do Curso de Agronomia/UNOESTE. E-mail: [email protected]; 3Profa. Dra. Graduação e Pós-graduação da Agronomia/UNOESTE; E-mail: [email protected].
Palavras-Chave: salsinha, bandeja, volume de substrato.
INTRODUÇÃO
A salsa (Petroselinum crispum) é natural da Europa, a salsa foi trazida para o Brasil no
início da colonização. É uma das espécies de hortaliças que atinge sua importância pela
utilização comercial como condimento (MURAYAMA, 1999). A produção de mudas, em
canteiros e campo aberto, é um sistema pouco eficiente quanto ao aspecto fitossanitário. As
sementes ficam em condições desuniformes (solo, chuvas, temperaturas externas), e
conseqüentemente, a germinação, emergência e crescimento das plântulas também são
irregulares, levando à obtenção de estandes falhos e desuniformes (MINAMI, 1995). A
semeadura indireta para a produção de mudas e posterior transplante para a lavoura definitiva
é o método de propagação mais empregado para a maioria das espécies de hortaliças
(FILGUEIRA, 2000). No mercado há diversos modelos de bandejas com diferentes números
de células individuais; profundidades e volumes diversos; também com formatos variáveis,
podendo ser redondas, piramidais ou cilíndricas (MODOLO & TESSARIOLI NETO, 1999).
O problema agronômico original de produção de mudas em recipientes é o de assegurar o
crescimento e produção de biomassa aérea com volume limitado de solo (SANCHO, 1988).
Assim, quanto menor for o espaço disponível às raízes, mais difícil será o suprimento de
fatores de produção que garantam o crescimento otimizado e desenvolvimento normal da
muda (MENEZES JÚNIOR et al., 2000). Dessa maneira o objetivo deste trabalho foi avaliar a
o efeito do volume das células das bandejas nas mudas e nas plantas adultas a campo.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no viveiro da horta da UNOESTE – Universidade do Oeste
Paulista, localizado no Campus II na cidade de Presidente Prudente. As características das
301
bandejas estão descritas na Tabela 1. Utilizou o substrato bioplant nas bandejas. Para a
condução a campo realizou-se adubação dos canteiros com 3 kg m-2 de esterco de galinha e
200 g m-2 de adubo 4-14-8 e adubação de cobertura com 15 g m-2 de uréia em duas aplicações
aos 30 e 40 dias após a semeadura (DAS). O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado sendo três tratamentos com sete repetições, sendo T1 - 288, T2 - 200 e T3 - 128
células, com três plantas por repetição. A semeadura foi realizada no dia 27/03/2008, sendo
semeadas quatro sementes por célula da cultivar de salsinha lisa comum. Estas bandejas
permaneceram em viveiro de mudas até o dia 17/04/2008, sendo neste período realizada a
irrigação diária manualmente. Aos 21 DAS avaliou-se o comprimento da parte aérea (cm) e as
massas da matéria fresca da parte aérea e da raiz (g).
Tabela 1. Caracterização das bandejas utilizadas.
Trat. Número de células
Volume das células (cm3)
Substrato por célula (g)
Capacidade de retenção de água por célula (mL)
T1 288 9,93 4,67 2,81 T2 200 16,23 7,23 4,30 T3 128 36,28 12,73 6,64
Aos 21 DAS realizou-se o transplante para o canteiro definitivo com o espaçamento de
10 cm entre plantas e 20 cm entre linhas. No dia 11/06/08 (55 dias após o transplante DAT)
foi realizada a avaliação do desenvolvimento da produção à campo, de cada parcela
experimental para a estimativa dos seguintes parâmetros: massas das matérias frescas da parte
aérea e do sistema radicular (g). Para a avaliação da massa da matéria fresca as mudas e
plantas adultas foram levadas ao laboratório e lavadas em água corrente para a retirada do
substrato aderido. O comprimento foi obtido com o auxílio de uma régua graduada em
milímetros. Em seguida as plantas foram pesadas em balança digital para obtenção da massa.
Posteriormente, as plantas adultas foram colocadas em sacos de papel etiquetados e
submetidas à secagem em estufa com circulação de ar, à 65oC. Quando a massa constante foi
atingido, efetuou-se a pesagem em balança digital. As médias foram comparadas pelo Scott-
Knott ao nível de 5% de probabilidade. Onde houve diferenças estatísticas entre as médias
realizou-se a análise de regressão pelo programa computacional Sisvar.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pelos resultados apresentados na Figura 1 verificou-se ajuste quadrático em relação ao
volume das bandejas com os maiores resultados indicando o uso da bandeja com 200 células.
Para parte aérea e raiz da planta adulta (Figuras 2 e 3) a bandeja de 288 células foi a que
302
apresentou os melhores resultados com ajuste linear com decréscimo da massa em função do
decréscimo do volume de substrato para a parte aérea. O uso desta bandeja de 288 células
implica em economia de substrato e espaço na produção de mudas.
A B
y = -0,000209x2 + 0,008643x + 0,260879R2 = 0,99**
0,25
0,30
0,35
0,40
0 20Volume de substrato (cm3)
Mas
sa d
a m
atér
ia fr
esca
da
par
te a
érea
(g)
40
y = -0,000158x2 + 0,007167x + 0,250176
R2 = 0,99**
0,25
0,30
0,35
0 20Volume de substrato (cm3)
Mas
sa d
a m
atér
ia fr
esca
da
parte
radi
cula
r (g)
40
C
y = -0,0101x2 + 0,442817x + 3,945055R2 = 0,99*
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
0 10 20 30 4
Volume de substrato (cm3)
Com
prim
ento
da
parte
aé
rea
(cm
)
0
Figura 1. Massa da matéria fresca (A); massa da matéria seca (B) e comprimento da parte aérea das mudas de salsa aos 21 DAS em função do volume de célula da bandeja de isopor. A B
y = -0,839x + 46,75R2 = 0,7476**
0
10
20
30
40
50
0 20
Volume de substrato (cm3)
Mas
sa d
a m
atér
ia fr
esca
da
parte
aér
ea (g
)
40
y = -0,0783x + 10,565R2 = 0,8987**
0
2
4
6
8
10
12
0 20Volume de substrato (cm3)
Mas
sa d
a m
atér
ia s
eca
da
parte
aér
ea (g
)
40
Figura 2. Massa da matéria fresca (A) e massa da matéria seca (B) da parte aérea das plantas adultas de salsa aos 55 DAT em função do volume de célula da bandeja de isopor.
303
A B
y = -0,008854x2 + 0,388x + 5,5518
R2 = 0,99**
0
2
4
6
8
10
12
0 20
Volume de substrato (cm3)
Mas
sa d
a m
atér
ia fr
esca
da
parte
radi
cula
r (g)
40
y = -0,002050x2 + 0,097119x + 6,178132
R2 = 0,99**6,0
6,5
7,0
7,5
8,0
0 20
Volume de substrato (cm3)
Mas
sa d
a m
atér
ia s
eca
da
parte
radi
cula
r (g)
40
Figura 2. Massa da matéria fresca (A) e massa da matéria seca (B) da parte radicular das plantas adultas de salsa aos 55 DAT em função do volume de célula da bandeja de isopor.
CONCLUSÃO
Para a produção de salsinha recomenda-se o uso da bandeja de 288 células.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de Olericultura. Viçosa: UFV, 2000. 402p. MENEZES JÚNIOR, F.O.G.; FERNANDES, H.S.; MAUCH, C.R.; SILVA, J.B. Caracterização de diferentes substratos e seu desempenho na produção de mudas de alface em ambiente protegido. Horticultura Brasileira, v. 18, n. 3, p. 164-170, 2000. MINAMI, K. Produção de mudas de alta qualidade em horticultura. São Paulo: T.A. Queiroz, 1995. 135p. MODOLO, V.A.; TESSARIOLI NETO, J. Desenvolvimento de mudas de quiabeiro [Abelmoschus esculentus (L.). Moench] em diferentes tipos de bandeja e substrato. Scientia Agrícola, v. 56, n. 2, p. 377-381, 1999. MURAYAMA, S. Horticultura. 2º ed. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1999, p 326. SANCHO, J.F.A. The present status of the substrate as an ecosystem component and its function and importance in crop productivity. Acta Horticulturae, v. 221, p. 53-74, 1988.
304
EFEITO DO TRATAMENTO TÉRMICO NA BROTAÇÃO DAS GEMAS DE CANA-DE-AÇÚCAR (SACCHARUM SPP).
ADEMIR DE GODOI 1
TADEU ALCIDES MARQUES 2
1 Discente do Curso de Agronomia – UNOESTE 2 Docente - UNOESTE
Resumo
Atualmente, fontes alternativas de energia aos derivados de petróleo e a
conservação do ambiente estão assumindo importâncias muito significativas para a sociedade
humana, neste aspecto a cultura da cana-de-açúcar (Saccharum spp) assume posição de
destaque, pois proporciona a produção do etanol combustível que tem menor efeito poluidor
que a gasolina, visto que os gases oriundos da queima do etanol são menos poluentes que os
gases originados da queima da gasolina, o etanol é um combustível ambientalmente correto já
que o balanço de CO2 na cultura da cana-de-açúcar é positivo e ainda tem-se que o ambiente
de produção canavieira é extremamente cuidado, seja nos aspectos de preparo físico e
químico como nos aspectos ambientais. A enorme mão-de-obra empregada no campo e na
industrialização, da cana-de-açúcar, gera uma enorme responsabilidade social deste setor.
Para que a safra da cana-de-açúcar não seja comprometida deve-se montar corretamente o
esquema de exploração comercial, o qual depende da quantidade inicial de mudas disponíveis,
sempre levando em consideração a área necessária de viveiros. Deve-se preferir terrenos com
boa fertilidade, para a montagem dos viveiros primários, podendo estar próximo ao viveiro
secundário, com a finalidade de facilitar o transporte das mudas. Para a formação dos
viveiros, são necessárias mudas sadias e de alta produtividade, com alta resistência a doenças.
Dentre as principais doenças da cultura canavieira, tem-se o raquitismo da soqueira, que é
bacteriana e de fácil propagação por mudas doentes. Para o efetivo controle desta doença
realiza-se, nos viveiros de cana-de-açúcar, o procedimento denominado de tratamento térmico
das mudas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a brotação das gemas dos colmos de cana-de-
açúcar em diferentes tratamentos térmicos.
305
1 Introdução
A cana de açúcar (Saccharum spp) assume posição de destaque no Brasil, por se tratar
de uma cultura que, além de um alto suporte econômico, possibilita fontes alternativas de
energia, sendo ainda de grande importância social pela mão-de-obra empregada tanto no
plantio quanto na colheita. O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo,
atingindo no ano de 2004, uma área total cultivada que ultrapassou 5,4 milhões de hectares,
onde foram colhidos 397.245.315 Mg. Neste mesmo ano em São Paulo, a área colhida foi de
2,8 milhões de hectares e a produção foi de 237.311.808 Mg de cana de açúcar (FNP, 2005).
A região de Presidente Prudente, no Estado de São Paulo, apresenta a cultura de cana-
de-açúcar como um dos mais destacados produtos de importância econômica do setor
agropecuário. O objetivo desta exploração canavieira é a produção de Álcool, Álcool
Hidratado, Álcool Anidro, Álcool Neutro, Álcool Extrafino, Açúcar Cristal Standard, Açúcar
Cristal Extra, Açúcar Bruto (Very High Polarization – VHP), Melaço ou Mel Final, Levedura
Seca e Bagaço, bem como a co-geração de energia elétrica.
A multiplicação da cana-de-açúcar é feita por meio de propagação vegetativa. Para
fazer o plantio devem ser utilizadas mudas selecionadas, com alto padrão de sanidade,
elevado índice de germinação e vigor. Devido ao fato de que não há variedade de cana-de-
açúcar perfeita e resistente a todas as doenças, existe necessidade de controlar muitas doenças
através da produção de mudas sadias (MASUDA, et al.,1980). Para se obter mudas sadias é necessário fazer tratamento térmico no viveiro
primário, enquanto que o viveiro secundário será o resultado da multiplicação das
mudas obtidas no viveiro primário. As mudas do viveiro secundário serão plantadas
no viveiro terciário e posteriormente, destes para a área comercial, sendo a área
comercial completamente dependente da qualidade das mudas plantadas nos
viveiros que a antecedem (MARQUES et al., 2002).
O objetivo do presente experimento é foi avaliar possíveis injúrias provocadas nas
gemas dos colmos de cana-de-açúcar, quando estas são submetidas ao tratamento térmico, em
diferentes tempos e temperaturas, visando o controle do agente causal do raquitismo da
soqueira.
2 Revisão
O esquema de exploração comercial depende da quantidade inicial de mudas
disponíveis, sempre observando área compatível de viveiros. Deve-se ainda preferir terrenos
com boa fertilidade, para a montagem dos viveiros iniciais, podendo estar perto do local de
306
plantio do viveiro secundário, facilitando o transporte. Para a formação dos viveiros, são
necessárias mudas sadias e de alta produtividade, com alta resistência a doenças que ocorrem
no meio (MASUDA et al., 1980).
Segundo Carvalho et al. (1980), viveiros de cana-de-açúcar são formados para evitar
que doenças comprometam a produção e para aumentar a longevidade dos canaviais (maior
números de cortes). Formação de viveiros subentende o uso de tratamento térmico,
procedimento de “Roguing” para a redução inicial de doenças como carvão, escaldadura,
mosaico e diagnóstico de raquitismo da soqueira.
De acordo com Castro (2000), durante aproximadamente os primeiros 30 dias de
brotação das gemas a planta vive das reservas de nutrientes contidas no tolete e, parcialmente,
do suprimento de água e nutrientes proporcionados pelas raízes de fixação, na medida que
outras raízes vão se desenvolvendo as raízes iniciais perdem sua função, isso cerca de 90 dias
após o plantio
Segundo Masuda et al. (1980) na produção de mudas deve-se preocupar
basicamente em controlar a) Raquitismo da soqueira; b) Mosaico; c) Carvão; d) Escaldadura-
das-folhas e e) Mistura varietal.
Segundo Smith (1999), a doença raquitismo da soqueira é causada pela bactéria
(leifsonia xyli subsp. Xyli), antes chamada de (Clavibacter xyli subsp. xyli). Muitos
pesquisadores consideram o raquitismo da soqueira a mais importante doença afetando a
cana-de-açúcar, em todo o mundo. Pode causar prejuízo de 5 a 30% da produtividade, mesmo
que o produtor desconheça que seu campo esteja infectado. A importância econômica varia
em função de fatores ambientais, principalmente estresse hídrico.
De acordo com (TOKESHI, 1997; CARDOSO, 1986) a doença manifesta-se de
modo mais claro nas soqueiras de variedades mais suscetíveis, onde podemos observar
internamente, nas partes mais velhas dos colmos maduros, vasos com a coloração modificada
variando de alaranjado-claro a vermelho-escuro. De acordo com a posição dos vasos e
sentidos dos cortes, pode-se observar “vírgulas” e traços ou pontos localizados,
preferencialmente, nas partes mais profundas do colmo. Externamente observa-se colmos
mais finos e internódios curtos causando a redução da produtividade agrícola. As touceiras
doentes, em período mais secos, mostram sintomas de falta de água e enrolamento das folhas.
3 Material e métodos
Para a realização do experimento utilizou-se de toletes da cultivar RB 72-454,
307
sendo que as parcelas serão compostas de três linhas espaçadas de 1,1 metros, com quatro
metros de comprimento, totalizando ao redor de 24 colmos por parcela. Foram quatro
tratamentos, a saber: Testemunha (sem tratamento térmico); Tratamento térmico convencional
(50,5oC por 120 minutos); Tratamento térmico rápido (52,5oC por 20 minutos) e Tratamento
térmico ultra-rápido (55oC por 3,5 minutos). Utilizou-se 5 blocos (repetições) para cada
tratamento. Os tratamentos foram levados a efeito em caixa d´água sendo que a fonte de
vapor será borbotagem direta de vapor.
Para a avaliação do tratamento térmico foram utilizadas as seguintes variáveis: Data
do aparecimento da primeira brotação; Data de 50% da brotação, Número de perfilhos aos 60
dias, Número de perfilhos com 120 dias, Produtividade pós 12 meses, Pol % cana, Brix %
cana, Pu % cana, AR % cana. O arranjo experimental foi em blocos inteiramente ao acaso, sendo quatro os
tratamentos e cinco os blocos, com uma repetição para cada bloco. Foram realizados
o Teste F para médias das variáveis estudadas, segundo Gomes, (1990) e
comparações entre médias pelo teste de Scott-Knott (Scott & Knott, 1974).
4 Resultados e discussões
Data do tratamento térmico 06/09/2007
Tratamento 1: Tratamento térmico convencional (50,5oC por 120 minutos).
Tratamento 2: Tratamento térmico rápido (52,5oC por 20 minutos).
Tratamento 3: Tratamento térmico ultra-rápido (55oC por 3,5 minutos).
Tratamento 4: Testemunha, (não recebeu nenhum tratamento).
Data de plantio: 06/09/2007
Avaliação da brotação: 50%
T1 Saquinho Nº1 (10) dias
Nº 5 (10)dias
Nº 6 (8)dias
Nº 7 (11)dias
Nº 9 (11)dias
T2 Saquinho Nº1 (10) dias
Nº4 (12)dias
Nº5 (10)dias
Nº6 (09)dias
308
Nº7 (10)dias
T3 Saquinho Nº4 (11) dias
Nº5 (11)dias
Nº7 (11)dias
Nº10 (10)dias
Nº10 (12)dias
T4 Saquinho Nº1 (11) dias
Nº4 (10)dias
Nº6 (08)dias
Nº7 (11)dias
Nº9 (09)dias
Com relação à brotação pode-se observar que os tratamentos não
proporcionaram alterações significativas, resultados interessantes, pois temperaturas maiores
não comprometeram as brotações. Este primeiro ensaio indica que o binômio tempo e
temperatura, na faixa em que foi testado, não interferiu negativamente na brotação inicial dos
toletes de cana e portanto pode ser utilizado sem restrições para o tratamento de toletes em
plantios dos viveiros.
Com relação aos dados biométricos, pode-se observar que não ocorreram
grandes variações durante os 60 e 120 dias. Indicando, inicialmente que estes parâmetros
provavelmente também não foram afetados negativamente pelos diferentes tratamentos.
T 1 Diâmetro caule(cm) Altura (cm) Nº folhas +1 Nº folhas -1
01 1,3 33,0 5 -2 02 0,6 16,0 4 -1 03 0,9 24,0 5 -1 04 ---- ---- ---- ---- 05 1,2 30 5 -1 06 1,5 39 4 -2 07 1,3 28 5 -1 08 ---- ---- ---- ---- 09 1,2 27 5 -2 10 ---- ---- ---- ----
309
Tratamento 2: T2: Diâmetro caule(cm) Altura (cm) Nº folhas +1 Nº folhas -1
01 1,2 30 5 -1 02 ---- ---- ---- ---- 03 0,9 25 5 -1 04 1,2 26,5 4 -2 05 1,2 30 4 -2 06 1,3 30,5 5 -1 07 1,3 30 5 -1 08 ---- ---- ---- --- 09 1,1 30 5 -2 10 ---- ---- ---- ----
Tratamento 3: T3: Diâmetro caule(cm) Altura (cm) Nº folhas +1 Nº folhas -1
01 1,6 36,5 4 -2 02 1,2 28,5 5 -1 03 1,2 29,0 5 -2 04 1,3 33,0 5 -1 05 1,2 32,5 5 -1 06 1,4 29,5 4 -2 07 1,2 32,0 4 -1 08 ---- ---- ---- ---- 09 1,0 28,0 5 -2 10 1,0 30,0 5 -1
Tratamento 4: T4: Diâmetro caule(cm) Altura (cm) Nº folhas +1 Nº folhas -1
01 1,5 30,5 5 -2 02 1,3 27, 3 -2 03 ---- ---- ---- ---- 04 1,2 31,0 5 -1 05 1,1 29,5 4 -1 06 1,3 38,5 5 -2 07 1,0 30,5 4 -1 08 1,1 38,5 4 -2 09 1,0 31, 4 -1 10 ---- ---- ---- ----
310
Segunda amostragem aos 120 dias 06/11/2007 Tratamento 1: T 1 Diâmetro caule(cm) Altura (cm) Nº folhas +1 Nº folhas -1
01 2,0 80 6 -3 02 1,2 27 4 -2 03 1,1 45 4 -2 04 ---- ---- ---- ---- 05 1,5 60 4 -3 06 1,5 99 6 -3 07 1,5 63 5 -2 08 ---- ---- ---- ---- 09 1,8 70 5 -2 10 ---- ---- ---- ----
Tratamento 2: T2: Diâmetro caule(cm) Altura (cm) Nº folhas +1 Nº folhas -1
01 1,7 75 5 -3 02 ---- ---- ---- ---- 03 1,0 56 3 -2 04 1,3 55 4 -2 05 1,4 46 5 -2 06 1,4 82 5 -3 07 1,5 68 5 -2 08 ---- ---- ---- --- 09 1,3 62 4 -2 10 ---- ---- ---- ----
Tratamento 3: T3: Diâmetro caule(cm) Altura (cm) Nº folhas +1 Nº folhas -1
01 1,8 102 6 -3 02 1,4 59 5 -2 03 1,4 53 4 -2 04 1,5 78 5 -2 05 1,3 64 4 -2 06 1,5 78 6 -2 07 1,4 60 4 -2 08 ---- ---- ---- ---- 09 1,5 58 3 -2 10 1,6 43 3 -2
Tratamento 4: T4: Diâmetro caule(cm) Altura (cm) Nº folhas +1 Nº folhas -1
01 1,6 59 5 -2 02 1,6 59 4 -2 03 ---- ---- ---- ----
311
04 1,4 50 4 -2 05 1,4 39 3 -1 06 1,5 76 5 -2 07 1,6 69 6 -1 08 1,2 74 4 -2 09 1,4 40 3 -2 10 ---- ---- ---- ----
Segunda amostragem aos 120 dias
CONCLUSÕES
Os diferentes binômios de tempo e temperatura testados, até o momento, não
afetaram a brotação nem mesmo os parâmetros biométricos de crescimento da cana-de-açúcar
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CARDOSO, C. O. N. Isolamentos da bactéria do raquitismo (Clavibacter xyli subsp. xyli) no Brasil. Bol. Téc Copersucar, v. 34, p. 48-52, 1986. CARVALHO, L.C.C.; Lavorente, N. A. ; Dal Piccolo, C.R. Proalcool e mudas de cana, propostas e considerações. Piracicaba, IAA/ Planalsucar, 1.980 20p. CASTRO, P.R.C.; Simpósio internacional de Fisiologia da Cana-de-açúcar, STAB, Piracicaba SP, 14 A 20 DE OUTUBRO DE 2000. P. 7-9. FNP CONSULTORIA & COMÉRCIO. Agrianual 2005: Anuário estatístico da agricultura brasileira. São Paulo, FNP/ M&S, 2005. 521P. MARQUES, MARCOS OMIR; Tecnologia do açúcar. Produção e industrialização da cana-de-açúcar. Jaboticabal: Funep 2001. p. 43-44 MASUDA, Y; Gheller. A.C.A..; Dal Piccolo C.R. e Sordi R.A. Produção de Mudas Sadias. In Matsuoka. S. Melhoramento da cana-de-açúcar- Araras, I.A.A. Planalsucar, 1.980. SCOTT, A.J.; KNOTT, M. A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance. Biometrics, v. 3, n. 30, p. 507-512, 1974. SMITH, D. T. Crop profile for sugarcane in texas-Diseases. 1999. Disponível em: < http://www.pestdada.ncsu.edu/cropprofiles/docs/txsugarcane.html>. Acesso em: 2 set. 2003.
312
LIXIVIAÇÃO DE N, P, K, CA, MG E S COM A UTILIZAÇÃO DE POLÍMERO HIDROABSORVENTE EM SOLO CULTIVADO COM CANA-DE-AÇÚCAR
Lívia Pimentel do Prado Silva², Patricia Angélica Alves Marques¹*, Tadeu Alcides Marques¹, Carlos Sérgio Tiritan¹
¹Prof Dr de Graduação e Pós-Graduação em Agronomia – UNOESTE; ²Aluna de Graduação em Agronomia; Presidente Prudente, SP. Apoio FAPESP. * orientadora
Palavras-chave: Hidroplan, retenção de água no solo, lixiviação
INTRODUÇÃO
A produtividade dos solos arenosos é limitada na maioria das vezes pela baixa
capacidade de retenção de água e excessivas perdas por percolação profunda, o que resulta
em baixa eficiência do uso da água e dos fertilizantes por parte das culturas (SIVAPALAN,
2006). Os polímeros hidrorretentores podem atuar como uma alternativa para a baixa
disponibilidade de água no solo, estresse hídrico e períodos longos de estiagem, que seja
ocasiões nas quais a baixa umidade no solo pode afetar de forma negativa o crescimento e o
desenvolvimento das plantas (DUSI, 2005). Desse modo, os polímeros hidroretentores
passaram a ser pesquisados como forma de minimizar os problemas associados à baixa
produtividade, geralmente provocada pela disponibilidade irregular ou deficitária de água e
má estruturação do solo (PREVEDELLO & LOYOLA, 2007).
De acordo com Aguiar et al. (2006) as perdas de nutrientes são amplamente estudadas
pela pesquisa científica, em particular quando se refere à lixiviação de N, K, Ca e Mg e a
alguns metais pesados, porém poucos são os trabalhos em que, além das análises de solo, se
tenha realizado as quantificações de nutrientes na água de drenagem. O objetivo da pesquisa
foi avaliar o efeito do uso do Hidroplan sobre a lixiviação de N, P, K, Ca, Mg e S em solo da
região de Presidente Prudente cultivado com de cana-de-açúcar.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada na Universidade do Oeste Paulista, localizada 51º26’00’W e
22º07’30’’S, com 430 metros de altitude no município de Presidente Prudente. No
313
experimento utilizou-se um argissolo vermelho distrófico. Todos os vasos dos tratamentos
submeteram a uma adubação química utilizando a formulação comercial 08-28-16, baseada na
análise química de solo. O ensaio foi instalado utilizando o delineamento inteiramente
casualizado, com 5 tratamentos baseados em dose do polímero hidroabsorvente Hidroplan-
EB®, sendo: T1 - 0,0; T2 - 0,5; T3 – 1,0; T4 - 1,5 e T5 - 2,0 g kg-1; solo com 4 repetições. As
doses de polímero foram adicionadas aos vasos individualmente após pesagem da terra
utilizada. As mudas foram submetidas a um tratamento térmico (termoterapia) para evitar o
raquitismo da soqueira (TOKESHI, 1997).
O experimento foi realizado em vasos de 20 litros onde se plantou uma muda de 70
dias da variedade RB 86-7515. A retenção de água no solo foi obtida pela aplicação de
volume conhecido e coleta do volume drenado naturalmente 24 horas após aplicação a cada
14 dias, sendo a própria água percolada, o extrato utilizado nas determinações.
A avaliação da lixiviação de nutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) foi realizada por meio da
análise da água obtida após drenagem natural. Todos os dados obtidos foram submetidos à
análise de variância ANOVA e pelo teste de Tukey (p<0,05). Para as variáveis obtidas no
final do ensaio que apresentaram diferenças significativas entre as médias realizou-se a
análise de regressão linear dos dados pelo programa estatístico SISVAR.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante o período de avaliação (desde 14 DAT - dias após transplantio até os 196
DAT) foram aplicados 90 litros de água em cada vaso, equivalentes a 991,74 mm separados
em 14 aplicações quinzenais. Estes valores foram calculados para reposição de 110% da
evapotranspiração ocorrida no período permitindo a drenagem do excedente. Observa-se para
os resultados da fração de água retida (Figura 1) que houve tendência linear positivo
significativo a 1%. Demonstrando que o uso do hidrogel permitiu a retenção de maior volume
de água. Resultados semelhantes foram encontrados por Baasiri et al. (1996) que avaliando o
efeito do uso de condicionadores na cultura do pepino observaram que houve aumento da
água disponível do solo e diminuição da permeabilidade em solos arenosos.
314
y = 3,993x + 80,344R2 = 0,9396**
0
20
40
60
80
100
120
0 0,5 1 1,5 2
Dose de hidroplan (g por kg de solo)
Fraç
ão d
e ag
ua re
tida
no s
olon
o pe
ríodo
(%)
Figura 1. Fração de água retida no solo média (%) para todo o período.
Para os nutrientes lixiviados (Figura 2) observaram-se nas análises periódicas (cada 14
dias) os menores valores de lixiviação nos tratamentos com 1,5 g e 2,0 g por kg de solo. As
maiores lixiviações foram encontradas no tratamento sem o uso do polímero hidroabsorvente
Hidroplan-EB. Estes resultados evidenciam a eficiência do polímero para diminuir a
percolação profunda mantendo os nutrientes na solução do solo.
0
5
10
15
20
0 50 100 150 200
Dias após transplantio (DAT)
N li
xivi
ado
acum
ulad
o (g
por
vas
o)
0
0,5
1
1,5
2
0 50 100 150 200Dias após transplantio (DAT)
P lix
iviad
o ac
umul
ado
(g p
or v
aso)
00,5
11,5
22,5
3
0 50 100 150 200Dias após transplantio (DAT)
K li
xivi
ado
acum
ulad
o (g
por
vas
o)
315
00,5
11,5
22,5
3
0 50 100 150 200Dias após transplantio (DAT)
Ca li
xivi
ado
acum
ulad
o (g
por
vas
o)
0
0,5
1
1,5
2
0 50 100 150 200Dias após transplantio (DAT)
Mg
lixiv
iado
acum
ulad
o (g
por
vas
o)
0
0,5
1
1,5
2
0 50 100 150 200Dias após transplantio (DAT)
S lix
iviad
o ac
umul
ado
(g p
or v
aso)
0
2 0
0 5 0 10 0 15 0 2 0 0
Dias apó s t r an splan t io ( DAT)1 – 0,0 g 2 – 0,5 g 3 – 1,0 g 4 – 1,5 g 5 – 2,0 g
Figura 2. Lixiviação de N, P, K, Ca, Mg e S acumulada (g por vaso) medidas a cada 14 dias para as diferentes doses do polímero hidroabsorvente Hidroplan-EB® em solo de Presidente Prudente cultivado com cana-de-açúcar.
Na lixiviação acumulada dos nutrientes em função das doses do polímero (Figura 3)
obteve-se uma resposta linear negativa significativa a 1%. Os resultados indicaram para os
nutrientes N, P, K, Ca, Mg e S uma menor lixiviação total com o incremento do uso do
Hidroplan-EB, isto é explicado pelo fabricante (HIDROPLAN-EB, 2006), pois quando se
adiciona água em quantidade suficiente, este polímero se incorpora aos grãos e estes se
expandem formando um gel insolúvel. Com isto, os agroquímicos quando diluídos em água,
tendem a permanecer, por mais tempo, onde foram aplicados. Estes resultados indicam o uso
do Hidroplan-EB como uma ferramenta de controle da lixiviação dos principais nutrientes no
manejo da cana-de-açúcar na região de Presidente Prudente.
316
y = -4,2841x + 20,581R2 = 0,9173**
0
5
10
15
20
0 0,5 1 1,5 2
Dose de hidroplan (g por vaso)
Nitr
ogên
io li
xivi
ado
acum
ulad
o (g
pr v
aso)
y = -0,3838x + 1,8546R2 = 0,9118**
0
0,5
1
1,5
2
0 0,5 1 1,5 2
Dose de hidroplan (g por vaso)
Fósf
oro
lixiv
iado
acu
mul
ado
(g p
r vas
o)
y = -0,5931x + 2,8599R2 = 0,9327**
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0 0,5 1 1,5 2
Dose de hidroplan (g por vaso)
Pot
ássi
o lix
ivia
doac
umul
ado
(g p
r vas
o)
y = -0,6064x + 2,9867R2 = 0,9434**
0
1
2
3
4
5
0 0,5 1 1,5 2
Dose de hidroplan (g por vaso)
Cál
cio
lixi
viad
o (
g pr
vas
o)
y = -0,3979x + 1,9173R2 = 0,9588**
0
1
2
0 0,5 1 1,5 2
Dose de hidroplan (g por vaso)
Mag
nési
o li
xivi
ado
(g p
r vas
o)
y = -0,3618x + 1,82R2 = 0,9441**
0
1
2
0 0,5 1 1,5 2
Dose de hidroplan (g por vaso)
Enx
ofre
lix
ivia
do(g
pr v
aso)
Figura 3. Lixiviação acumulado de N, P, K, Mg e S em função da dose do polímero
hidroabsorvente Hidroplan ao final do período analisado em solo de Presidente Prudente cultivado com cana-de-açúcar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, M.I.de et al. Nutrient losses by leaching in an Ultisol with melon. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.10, n.4, p.811-819, 2006. BAASIRI, M. et al. Soil applications of a hydrophilic conditioner in relation to moisture, irrigation frequency and crop growth. Soil Science and Plant Analysis, v.17, n.6, p.573-589, June 1986. DUSI, D.M. efeito da adição do polímero hidrorretentor na eficiência da adubação nitrogenada no crescimento de brachiaria decumbens cv. basilisk, em dois diferentes substratos. Dissertação (Mestrado do Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Paraná). Curitiba, 2005. 83p.. HIDROPLAN-EB. Informações do fabricante. Disponível em: http://www.ebase.com.br. Acesso em 05 maio 2006. PREVEDELLO, C.L.; LOYOLA, J.M.T. Efeito de polímeros hidroretentores na infiltração da água no solo. Scientia Agraria, v.8, n.3, p.313-317, 2007. SIVAPALAN, S Benefits of treating a sandy soil with a crosslinked-type polyacrylamide. Australian Journal of Experimental Agriculture, v.46, p.579–584, 2006. TOKESHI, H. Doenças da cana-de-açúcar (híbridos de Saccharum spp.). In: Kimati, H.;
317
Amorim, L.; Bergamin Filho, A.; Camargo, L.E.; Rezende, J.A. Manual de Fitopatologia. São Paulo: Agronômica Ceres; 1997. p.207-25.
318
NÍVEIS DE POLÍMERO SUPERABSORVENTE NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE CAFÉ
Marcos Antonio de Melo Cripa1; Eduardo Henrique Martinez1; Patricia Angélica Alves
Marques2*
¹Aluna de Graduação em Agronomia; Presidente Prudente, SP; ²Prof Dr de Graduação e Pós-Graduação em Agronomia – UNOESTE; * orientadora
Palavras-chave: Hidroplan, retenção de água no solo, lixiviação
INTRODUÇÃO
Entre as espécies produtoras de café, a de maior significação econômica para as
Américas é Coffea arabica L., por produzir o café mais apreciado por todos os países
consumidores. Trata-se de um arbusto polimorfo, havendo numerosas variedades e cultivares
nos países produtores. Foi introduzido no Brasil em 1727 e aos poucos seu cultivo se
implantou, abrindo cidades e criando riquezas (MIRANDA et al., 1999).
A produtividade dos solos arenosos é limitada na maioria das vezes pela baixa capacidade de retenç
água e excessivas perdas por percolação profunda, o que resulta em baixa eficiência do uso da água
fertilizantes por parte das culturas (SIVAPALAN, 2006). Os polímeros hidrorretentores podem atuar como
alternativa para a baixa disponibilidade de água no solo, estresse hídrico e períodos longos de estiagem, qu
ocasiões nas quais a baixa umidade no solo pode afetar de forma negativa o crescimento e o desenvolvimen
plantas (DUSI, 2005). Desse modo, os polímeros hidroretentores passaram a ser pesquisados como form
minimizar os problemas associados a disponibilidade irregular ou deficitária de água e má estruturação do
(PREVEDELLO & LOYOLA, 2007). Dessa maneira o objetivo do trabalho será avaliar o crescimento de m
de café por meio de medidas mensais durante o processo de crescimento.
MATERIAL E MÉTODOS
Esta pesquisa está sendo conduzida na área agrícola do Campus II da UNOESTE,
em Presidente Prudente, – SP, latitude 22o07’04” S e longitude 51o22’05” W de Grw, altitude
de 435,5 m. O solo é classificado como argissolo vermelho-amarelo, eutróficos de textura
arenosa/média. O clima é pela classificação de Köppen Aw mesotérmico com verões quentes
e invernos secos. Neste trabalho, está sendo utilizado polímero à base de poliacrilamida
319
Hidroplan. Utilizou-se o café (Coffea arabica L.) da variedade Iapar 59. As sementes foram
plantadas no germinador do dia 12/02/08, aos 50 dias após a semeadura (DAS) as mudas em
estágio de ''orelha de onça'' foram transplantadas para saquinhos de polietileno de 22 cm de
altura, 11cm de largura e 0,006 cm de espessura.
O substrato utilizado para o plantio das mudas, foi: 700 L de terra de subsolo
peneirada, 300 L de esterco de curral curtido e peneirado, 5 kg de superfosfato simples e 0,5
Kg de cloreto de potássio. Resultando em 1 m3 de substrato, volume suficiente para a
produção de 1200 - 1300 mudas. O ensaio foi instalado utilizando o delineamento
inteiramente casualizado, com 5 tratamentos baseados em dose do polímero hidroabsorvente
Hidroplan-EB®, sendo: T1 – 0,0; T2 – 1,0; T3 – 2,0; T4 - 3,0 g por saquinho e T5 sem uso do
polímero e irrigado diariamente com 4 repetições, resultando em 20 parcelas. Foram
preparados 160 saquinhos para análises mensal de um lote total (20 parcelas), totalizando oito
leituras mensais. Até o momento foram realizadas três leituras aos 90, 120 e 150 DAS.
Foram avaliados o comprimento da parte área e do sistema radicular com o auxílio
de uma régua graduada em milímetros. O número de folhas. Para a avaliação da massa da
matéria seca da parte aérea e das raízes das mudas as partes foram levadas ao laboratório e
lavadas em água corrente para a retirada do substrato aderido. Posteriormente foram
colocadas em sacos de papel etiquetados e submetidas à secagem em estufa com circulação de
ar, à 65oC. Quando o peso constante foi atingido, efetuou-se a pesagem em balança eletrônica
digital. Para análise dos dados utilizou-se o programa computacional Sisvar. As médias
foram comparadas pelo Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS
Todos os parâmetros avaliados apresentam diferenças estatísticas. Para as variáveis
comprimento da parte aérea (CPA) e número de folhas (NF) observa-se que o tratamento
utilizando 1 g de polímero por saquinho está conseguindo os melhores valores (Figuras 1A e
1B), provavelmente devido a melhor condição de aeração e disponibilidade de água no
substrato proporcionados pelo uso do polímero. Os tratamentos com 2 e 3 g promovem maior
retenção de água, porém prejudicam a aeração pela formação de grumos de gel. Nota-se
também que o tratamento com 1g é o que mais se aproxima dos valores do tratamento
irrigado. Bearce & Mccollum (1993) explicam que a evapotranspiração aumenta, tanto pela
maior disponibilidade de água no solo, como pelo aumento das folhas das plantas cultivadas
em solos que contenham polímero superabsorvente
320
02468
1012
90 120 150
Dias após a semeadura
Com
prim
ento
da
par
te á
erea
(cm
)
irrigado 0g 1g 2g 3g
02468
1012
90 120 150
Dias após a semeadura
Núm
ero
de fo
lhas
a
irrigado 0g 1g 2g 3g
A B
Figura 1. Desenvolvimento das mudas durante o processo de crescimento.
CONCLUSÃO
Pelos resultados preliminares obtidos, o uso do polímero na formação de mudas de
café apresenta-se com resultados positivos. Ao final do ensaio será necessária uma análise
econômica da viabilidade da substituição da irrigação pelo polímero.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BEARCE, B. C.; MCCOLLUM, R. W. A comparison of peat-lite and noncomposted hardwood-bark mixes for use in pot and bedding-plant production and the effects of a new hydrogel soil amendment on their performance. Disponível em: http://www.hydrosource.com. DUSI, D.M. efeito da adição do polímero hidrorretentor na eficiência da adubação nitrogenada no crescimento de brachiaria decumbens cv. basilisk, em dois diferentes substratos. Dissertação (Mestrado do Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Paraná). Curitiba, 2005. 83p.. MIRANDA, E.M.; PEREIRA, R.C; BERGO, E.L. Comportamento de seis linhagens de café (Coffea arabica L.) em condições de sombreamento e a pleno sol no estado do acre, Brasil. Ciênc. e Agrotec., Lavras, v.23, n.1, p.62-69, jan./mar., 1999 PREVEDELLO, C.L.; LOYOLA, J.M.T. Efeito de polímeros hidroretentores na infiltração da água no solo. Scientia Agraria, v.8, n.3, p.313-317, 2007. SIVAPALAN, S Benefits of treating a sandy soil with a crosslinked-type polyacrylamide. Australian JournExperimental Agriculture, v.46, p.579–584, 2006.
321
PRODUÇÃO DE FLAVONÓIDES EM CALÊNDULA (CALENDULA OFFICINALIS L.) SOB COM DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO1
Daniela Perez Guerrero Bortolo2; Patricia Angélica Alves Marques3*; Ana Cláudia Pacheco3
1Parte da Dissertação de Mestrado do primeiro autor; 2Aluna do Mestrado em Agronomia, UNOESTE. Presidente Prudente, SP, E-mail: [email protected]; 3 Profa. Dra. do Curso de Agronomia da UNOESTE. E-mail: [email protected]; [email protected]. *orientadora.
Palavras-chave: Calendula officinalis L., manejo da irrigação, Tanque Classe A.
INTRODUÇÃO
A Calendula officinalis L., pertencente à família Asteraceae, é uma espécie originária
do Mediterrâneo, domesticada e adaptada ao Brasil. Sua inflorescência é a parte mais usada
com fins terapêuticos, com ação cicatrizante, antiinflamatória e antisséptica
(HAMBURGUER et al, 2003). Os flavonóides têm papel importante na atividade
farmacológica das flores de calêndula representados na grande maioria pelos compostos
quercetina e rutina (RODRIGUES et al., 2004).
Em práticas agrícolas de campo, a deficiência hídrica pode ser compensada com a
irrigação. Porém, por ser um método caro, a irrigação deve ser feita de maneira correta para se
evitar o desperdício e não prejudicar o desenvolvimento da planta, já que o excesso de água
no solo causa redução imediata na troca de gases entre a planta e o ambiente (ARMSTRONG
et al., 1994). A resposta das plantas à tensão de água no solo tem sido estudada como forma
de controle da irrigação. A pesquisa proposta teve por objetivo estudar os efeitos de diferentes
lâminas de irrigação, sobre a produção de flavonóides em plantas de calêndula (Calendula
officinalis L.) cultivadas a campo na região de Presidente Prudente.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi conduzida na área experimental de Plantas Medicinais da UNOESTE,
no período de abril a setembro de 2007, em Presidente Prudente – SP. As mudas de calêndula
(Calendula officinalis L.), cv. Dobrada Sortida, foram obtidas por semeadura no dia
12/04/2007, com 2 sementes por célula. Aos 20 DAS (dias após semeadura) as mudas
passaram pelo processo de desbaste deixando-se uma planta por célula. O solo da área foi
322
preparado por gradagem, os canteiros foram erguidos manualmente, resultando em 20
parcelas de 2,25 m2. Nos canteiros foram aplicados 150 kg de húmus distribuindo-se 3 kg m-².
O transplantio foi realizado em covas de com espaçamento de 0,30 x 0,50 m aos 40 DAS. O
experimento foi instalado em um delineamento inteiramente casualizado, com de quatro
tratamentos de lâminas de irrigação baseadas na evaporação do tanque classe A (ECA),
sendo: T1 – 0, T2 – 50, T3 – 100 e T4 –150% ECA, com cinco repetições. As lâminas de
irrigação foram estimadas com base nas leituras realizadas diariamente. A colheita foi iniciada
após 60 dias do transplantio (DAT), com o surgimento das primeiras flores, sendo realizadas
duas vezes por semana até a senescência das plantas. As flores foram secas em estufa com
circulação de ar à temperatura de 40 graus até a obtenção de peso constante, para a
determinação da massa seca de flores as quais permaneceram armazenadas até o momento da
análise fitoquímica. Ao final do período de colheita (120 DAT), os valores de todas as
colheitas foram somados, obtendo-se a massa seca de flores (MSF). Para as variáveis onde
houve diferenças estatísticas pelo teste de Scott-Knott com 5% de probabilidade e a regressão
foi possível, as curvas foram ajustadas pelo software Sisvar. A dosagem de flavonóides foi
realizada de acordo com Verlag (1978) modificado e teor de prolina nas folhas foi realizada
de acordo com Bates et al. (1973).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No período estudado ocorreu uma precipitação efetiva de 200 mm, distribuídos no
período de 16 a 22 de julho de 2008. No restante do período não se observou precipitação
efetiva. A lâmina total de irrigação aplicada para cada tratamento foi de 0 mm; 59,5 mm;
119,00 mm e 178,5 mm para 0%ECA; 50% ECA; 100% ECA e 150% ECA respectivamente.
O maior teor de prolina (Figura 1) foi encontrado com o estresse ambiental de excesso
hídrico (150% ECA, equivalente a 178,5 mm). Isto provavelmente ocorreu devido ao excesso
diário de água no solo ter causado redução imediata na troca de gases entre a planta e o
ambiente, reduzindo o suprimento de oxigênio as raízes, o que em troca limita a respiração, a
absorção de nutrientes e outras funções das raízes (HOPKINS, 1995). Esperava-se que o
tratamento sem irrigação (T1) também apresentasse alto teor de prolina como resposta ao
ajustamento osmótico. Porém observou-se o menor teor de prolina neste tratamento, o que
pode ser explicado devido a um provável desvio da rota metabólica ocorrido no período do
pré-florescimento, desencadeado pela ocorrência da precipitação efetiva de 200 mm, a qual
promoveu reposição hídrica no solo para todos os tratamentos.
323
No decorrer do ciclo, o Tratamento 1 (sem irrigação - 0% ECA) esteve sob deficiência
hídrica total, o que sinalizou para a planta a possível morte por falta de água. Com a
ocorrência da precipitação em julho, no período de pré-florescimento, a planta respondeu
imediatamente com um florescimento abundante tanto em massa como em número de flores
(Figura 1), buscando a preservação da espécie. Dessa maneira, para o tratamento sem
irrigação, a prolina que estava estocada nas plantas pode ter sido utilizada como fonte de N e
C para o florescimento. Resultados semelhantes foram obtidos por El-Din (2003) em anis
(Pimpinella anisum), onde o déficit hídrico proporcionou a maior produção de frutos.
A
y = 0,014064 x + 1,302355R2 = 0,9588**
00,5
11,5
22,5
33,5
44,5
0 50 100 150 200
Lâminas de irrigação (mm)
Prol
ina
em m
assa
fres
ca d
e fo
lhas
(mg
g-1)
B C
y = -0,054286 x + 13,004R2 = 0,7221**
02468
1012141618
0 50 100 150 200
Lâminas de irrigação (mm)
Mas
sa s
eca
de fl
ores
por
plan
ta (g
)
y = -0,06708 x + 19,673R2 = 0,9547*
0
5
10
15
20
25
0 50 100 150 200
Lâminas de irrigação (mm)
Núm
ero
de fl
ores
méd
io p
or
plan
ta
Figura 1. Efeito das lâminas de irrigação sobre o teor de prolina (A) nas folhas de calêndula (Calendulaofficinalis L.); massa seca de flores(B) e no número de flores (C) ao final do ciclo..
Para o teor de flavonóides (Figura 2A), as lâminas de irrigação não interferiram nos
valores obtidos, ou seja, a variação da disponibilidade hídrica causada pelos tratamentos não
interferiu no metabolismo secundário da planta. Esses resultados são semelhantes aos obtidos
por Pacheco (2007), onde não houve diferença significativa entre diferentes intensidades de
deficiência hídrica testadas com relação ao teor de flavonóides totais em inflorescências de
calêndula. Também Singh (2004), estudando alecrim (Rosmarinus officinalis L.), observou
que a fração de reposição de água não interferiu no teor de óleo essencial. Como os
324
tratamentos influenciaram significativamente a MSF, o rendimento de flavonóides (Figura
2B) também apresentou resposta linear positiva, sendo o maior valor (0,072 g planta-1) obtido
para o tratamento sem irrigação e o menor (0,0019 g planta-1) para o tratamento com excesso
hídrico (150%ECA equivalente a 178,5 mm).
A B
y = 0,064054 n.s.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 50 100 150 200
Lâminas de irrigação (mm)
Teor
de
flavo
nóid
es n
a m
assa
se
ca d
e flo
res
(%) y = -0,000285 x + 0,064054
R2 = 0,8427**
00,010,020,030,040,050,060,070,08
0 50 100 150 200
Lâminas de irrigação (mm)R
endi
men
to d
e fla
vonó
ide
por p
lant
a (g
)
Figura 2. Teor (A) e rendimento (B) de flavonóides para a calêndula sob diferentes lâminas de irrigação.
CONCLUSÕES
- O teor de flavonóides não foi alterado em função das lâminas de irrigação. Já a
produção de flores respondeu linearmente às laminas de irrigação.
- Para a as condições climáticas da região de Presidente Prudente o uso da irrigação
para o plantio em maio não é necessário. Caso não ocorra a precipitação esperada, ou seja,
reposição hídrica do solo no período de pré-florescimento, é necessário o uso de lâmina de
irrigação complementar para induzir ao máximo florescimento e conseqüente máximo
rendimento de flavonóides.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARMSTRONG, W. et al. Mechanisms of flood tolerance in plants. Acta Botanica Neerlandica. v. 43, p. 307-358, 1994. BATES, L. E. et al. Rapid determination of free proline for water-stress studies. Plant and Soil, v. 39, p. 205-207, 1973. EL-DIN, A.A.E. Growth, yield and essential oil of anise in relation to water supply. Annals of Agricultural Science, v. 48, n. 2, p. 777-785, 2003. HAMBURGUER, M. et al. Preparative purification of the major anti-inflamatory triterpenoid ester from Marigold (Calendula officinalis). Fitoterapia, v. 74, p. 328-338, 2003. HOPKINS, W.G. Introduction to Plant Physiology. New York: John Wiley, 1995. 464p. PACHECO, A.C. Deficiência hídrica e aplicação de ABA sobre as trocas gasosas e o acúmulo de flavonóides em calêndula (Calendula officinalis L.). 2007. 61p. Tese (Doutorado em Fisiologia e Bioquímica de Plantas) – Universidade de São Paulo, Piracicaba. RODRIGUES, P.O. et al. Influência de diferentes sistemas de solventes no processo de
325
326
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