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UNIVERSIDADE SÃO FRACISCO Curso de Fisioterapia JOSIANE SECUNDINO DE SOUZA TALITA TEIXEIRA DE CARVALHO PEREIRA EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR NA ENCEFALOPATIA CRÔNICA NÃO PROGRESSIVA DA INFÂNCIA: ESTUDO DE DOIS CASOS Bragança Paulista 2015

EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR …lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2647.pdf · retroalimentação, novos padrões motores no sistema nervoso central

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UNIVERSIDADE SÃO FRACISCO

Curso de Fisioterapia

JOSIANE SECUNDINO DE SOUZA

TALITA TEIXEIRA DE CARVALHO PEREIRA

EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR NA ENCEFALOPATIA CRÔNICA

NÃO PROGRESSIVA DA INFÂNCIA:

ESTUDO DE DOIS CASOS

Bragança Paulista

2015

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JOSIANE SECUNDINO DE SOUZA – RA. 001201101332

TALITA TEIXEIRA DE CARVALHO PEREIRA –RA. 001201101389

EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR NA ENCEFALOPATIA CRÔNICA

NÃO PROGRESSIVA DA INFÂNCIA:

ESTUDO DE DOIS CASOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Orientadora: Prof.ª M.ª Carolina Camargo de Oliveira.

Co-orientadora: Prof.ª Mª. Grazielle Aurelina Fraga de Sousa.

Bragança Paulista

2015

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JOSIANE SECUNDINO DE SOUZA

TALITA TEIXEIRA DE CARVALHO PEREIRA

EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR NA ENCEFALOPATIA CRÔNICA

NÃO PROGRESSIVA DA INFÂNCIA:

ESTUDO DE DOIS CASOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Data de aprovação:___/___/___

Banca Examinadora:

__________________________________________________________

Prof.ª Mª. Carolina Camargo de Oliveira (Orientadora Temática)

Universidade São Francisco

__________________________________________________________

Prof.ª Mª. Grazielle Aurelina Fraga de Sousa (Orientadora Matodológica)

Universidade São Francisco

__________________________________________________________

Prof.ª Mª. Gianna Carla Cannonieri Nonose (Examinadora)

Universidade São Francisco

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“Quantos esperam o nosso olhar de amor

Palavras que confortem o coração Em dia de guerra, de ódio e rancor

Só o amor de Deus é que traz salvação

Quem não tem tempo para amar Morre por dentro a cada segundo

Nós fomos feitos para amar O amor de Deus transforma o mundo

O amor de Deus transforma tudo.”

Thiago Grulha, Tempo para amar

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................1

OBJETIVO GERAL .............................................................................................3

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................3

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................4

ARTIGO CIENTÍFICO .........................................................................................6

ANEXOS ...........................................................................................................24

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Introdução

O termo Paralisia Cerebral ou Encefalopatia Crônica não Progressiva da

Infância (ECNPI) refere-se a um grupo de distúrbios cerebrais de aspecto estacionário

em virtude de alguma lesão ou anomalia do desenvolvimento ocorrida durante a vida

fetal, perinatal ou durante os primeiros anos de vida (SHEPERD et al., 1995). A

localização e o tamanho de tal lesão é o que vai determinar as seqüelas e

incapacidade funcional (REBEL et al., 2010).

Dentre as alterações mais comumente observadas na disfunção motora de

pacientes com ECNPI apresentam-se problemas neuromusculares e

musculoesqueléticos, como espasticidade, distonia, incoordenação, perda de controle

motor seletivo, fraqueza muscular, contraturas musculares e deformidades ósseas

(CALCAGNO et al., 2006). Esses, podem influenciar de forma relevante o

desempenho em atividades funcionais visto que dependem da boa interação entre

músculos espásticos e antagonistas enfraquecidos, incluindo marcha, escrita,

atividades de lazer, entre outros (LAZZARI et al., 2012). Além disso, podem limitar a

integração social em diferentes ambientes, incluindo o domiciliar e o escolar

(ROTHSTEIN et al.,2013).

Com o objetivo de melhorar a Força Muscular (FM) e, portanto, o desempenho

motor, muitos tratamentos têm sido propostos na literatura. Entre os recursos

disponíveis, a estimulação elétrica neuromuscular (EENM) vem recebendo lugar de

destaque nos últimos anos (LAZZARI et al., 2012). A EENM é um recurso que consiste

na eletroestimulação dos músculos que apresentam déficits no controle motor. Tem

como objetivos principais aumentar a FM, reduzir a espasticidade, melhorar a

amplitude de movimento (ADM), ativar os reflexos necessários à reorganização da

atividade motora e possibilitar uma redução na assimetria da representação cortical, já

que o processamento sensório-motor durante a EENM engloba processos

relacionados à movimentação voluntária (ARANTES et al., 2007; ECARD et al., 2007).

A ativação muscular depende de uma combinação apropriada de excitação e

inibição de diferentes motoneurônios, sendo que a EENM pode atuar em músculos

desprovidos tanto do controle motor quanto desta ativação. Supõe-se que essa

capacidade de modificar os processos de excitação e inibição seja a chave para

mudanças que ocorrem nos mecanismos de controle neural (CLAYTON et al., 1998).

Um dos princípios que sustentam a sua utilização na reabilitação neurológica

infantil é que a EENM aplicada no músculo antagonista, além de auxiliar no seu

fortalecimento, pode inibir reciprocamente o músculo agonista espástico (LAZZARI et

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al., 2012). A razão neurofisiológica para a efetividade da estimulação elétrica sobre o

antagonista do músculo espástico parece residir no princípio da inibição recíproca, ou

seja, ao estimular um grupo de flexores, ocorre redução imediata do tônus dos

extensores. A partir dessa redução, podem-se obter movimentos voluntários que

estavam inibidos. A repetição desses movimentos gera, por mecanismo de

retroalimentação, novos padrões motores no sistema nervoso central (SNC), que

poderão ser utilizados com objetivos funcionais (JERÔNIMO et al., 2007).

A EENM é empregada no controle da espasticidade devido a mecanismos

imediatos e tardios, sendo: Efeitos imediatos - inibição recíproca, com relaxamento do

músculo espástico e estimulação sensorial de vias aferentes; Efeitos tardios - ação na

neuroplasticidade e provavelmente modificação das propriedades viscoelásticas do

músculo, favorecendo a ação e o desenvolvimento de unidades motoras de contração

rápida. É indicada para espasticidade de leve a moderada e deve ser usada como

complemento à terapia convencional (LIANZA et al., 2011).

Sabe-se já dos benefícios desta estimulação, porém é observado que, a maioria

das pesquisas possui casuística pequena ou mesmo apresenta apenas um caso

clínico, além de usarem parâmetros diversos. Há também poucos estudos

comparando os efeitos da EENM com a fisioterapia convencional em relação a ganhos

funcionais.

Desta forma, ainda são poucas as evidências da efetividade e dos parâmetros

ideais no uso desta técnica na população pediátrica, principalmente para melhora de

aspectos funcionais.

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OBJETIVOS

Objetivo Geral

Analisar os efeitos da EENM no tratamento de dois pacientes pediátricos com

diagnostico de ECNPI.

Objetivo Especifico

- Avaliar a amplitude de movimento, força muscular e tônus dos casos 1 e 2 antes

e após a intervenção;

- Avaliar e o desempenho funcional e o tempo de subir e descer escadas, antes e

após a intervenção;

- Comparar o desempenho em todos os aspectos avaliados antes e após a

intervenção;

- Comparar e correlacionar os resultados com a literatura.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ARANTES, N.F. et al; Efeitos da estimulação elétrica funcional nos músculos do

punho e dedos em indivíduos hemiparéticos: uma revisão sistemá

Carlos, v. 11, n. 6, p. 419-427, nov./dez. 2007.

2. BOBATH, K.; Uma base neurofisiológica para o tratamento da Paralisia Cerebral; 2ª

edição. São Paulo, 107 p.

3. CALCAGNO, N.C. et al; Análise dos efeitos da utilização da tala seriada em

crianças portadoras de paralisia cerebral: uma revisão sistemática da literatura; Rev.

Bras. Saude Mater. Infant. vol.6 no.1 Recife Jan./Mar. 2006.

4. CHAGAS, P.S.C. et al; Análise das intervenções utilizadas para a promoção da

marcha em crianças portadoras de paralisia cerebral: uma revisão sistemática da

literatura; Rev. bras. fisioter. Vol. 8, No. 2 (2004), 155-163.

5. JERÔNIMO, B.P.et al; Variáveis espaço- temporais da marcha de crianças com

paralisia cerebral submetidas a eletroestimulação no mú

Carlos, v. 11, n. 4, p. 261-266, jul./ago. 2007.

6. JUNQUEIRA, R. T., Ribeiro, A. M. B. e Scianni, A. A. Efeitos do fortalecimento

muscular e sua relação com a atividade funcional e a espasticidade em indivíduos

hemiparéticos; Rev. bras fisioter. Vol 8, No. 3 (2004), 247-252.

7. KENDALL, F. P.; MCCREARY, E. K.; PROVANCE, P. G; Músculos Provas e

Funções com Postura e Dor, 4ª edição. São Paulo, 5 p.

8. KITCHEN, S.; BAZIN, S.; Eletroterapia de Clayton, 10ª edição. São Paulo, 2003, 62

p.

9

tica; Ter Man. 2012; 10(47):111-116.

10. LIANZA, Sergio., Consenso Nacional sobre Espasticidade. Diretrizes para

diagnósticos e tratamentos. SBMFR, São Paulo 2001.

11. OLIVEIRA, J.C. et al; Os efeitos da estimulação elétrica funcional na marcha de

crianças com paralisia cerebral hemiparética; FIEP BULLETIN - Volume 80 - Special

Edition - ARTICLE II - 2010.

12. REBEL, M.F. et al; Prognóstico motor e perspectivas atuais na paralisia cerebral;

Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. vol.20 no.2 São Paulo ago. 2010.

13. ROTHSTEIN J.R., BELTRAME T.S.; Características motoras e biopsicossociais de

crianças com paralisia cerebral; Rev. Bras. Ci. e Mov 2013;21(3): 118-126.

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14. TEIXEIRA, L.F., OLNEY, S.J., BRAUWER, B. Mecanismos e medidas de

espasticidade. Rev. Fisioter.Univ. São Paulo, v. 5, n. 1, p. 4-19, jan. / jun., 1998.

15

ncia no desempenho funcional; Rev Neurocienc 2008:in press.

16. SHEPERD, R.B.;Fisioterapia em Pediatria; 3ª edição. São Paulo: Santos, 1995.

421 p.

17. UMPHRED, D.A.; Fisioterapia neurológica; 2ª edição. São Paulo, 1994. 237 p.

18. VAN DER LINDEN ML. et al; Functional electrical stimulation to the dorsiflexors

and quadriceps in children with cerebral palsy. Pediatric Physical Therapy, 2008,

Spring;20(1):23-29.

20. Zaino, C.A.P et al; Timed Up and Down Stairs Teste: Confiabilidade preliminar e

Validade de uma nova medida de mobilidade funcional; Pediatric Physical Therapy

2004.

21. ZUARDI, M.C. et as com

paralisia cerebral e pés eqüinos; Rev Neurocienc 2010;18(3):328-334.

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EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR NA

ENCEFALOPATIA CRÔNICA NÃO PROGRESSIVA DA INFÂNCIA: ESTUDO

DE DOIS CASOS

EFFECTS OF ELECTRICAL STIMULATION NEUROMUSCULAR ENCEPHALOPATHY IN CHRONIC

NON-PHASE OF CHILDREN: TWO CASE STUDY

Josiane Secundino de Souza1, Talita Teixeira de Carvalho Pereira

1, Carolina Camargo

de Oliveira2

RESUMO

Objetivo: Analisar os efeitos da Estimulação Elétrica Neuromuscular (EENM) no

tratamento de dois pacientes pediátricos com diagnóstico de Encefalopatia Crõnica Não

Porgressiva da Infancia (ECNP), em relação à força muscular, amplitude de movimento

e tônus muscular de membros inferiores e o desempenho de subir e descer escadas.

Método: Trata-se de estudo clínico longitudinal de dois casos, de 10 e 13 anos de idade;

gênero masculino; diagnóstico de ECNPI. Os voluntários foram avaliados quanto à

amplitude de movimento (goniômetria); força muscular; (Teste de Força Muscular

Manual); tônus (Escala de Espasticidade de Ashworth Modificada) e subir e descer

escadas (TUDS Teste). A intervenção foi realizada em 4 sessões, uma vez por semana,

de 30 minutos de EENM em tibial anterior e quadríceps associada a contração ativa e

feedback visual. Após o término das sessões, foram reavaliados novamente com os

mesmos instrumentos da avaliação inicial. Resultados: Os participantes apresentaram

melhora na força muscular e amplitude de movimento de membros inferiores e no

tempo do TUDS Teste comparando as avaliações. Conclusão: A EENM trouxe

benefício para os participantes, melhorando a eficiência funcional. Novos estudos são

necessários, incluindo um grupo controle e ampliação da amostra.

Unitermos: encefalopatia crônica não progressiva da infância , estimulação elétrica

neuromuscular, fisioterapia

ABSTRACT

Objective: To analyze the effects of Neuromuscular Electrical Stimulation (NMES) in

the treatment of two pediatric patients with Non-progressive Chronic Childhood

Encephalopathy (NPCCE) in relation to muscle strength, range of motion and muscle

tone in the lower limbs and the performance up and down stairs. Method: This is a

longitudinal clinical study of two cases of 10 and 13 years of age; gender male;

diagnostic ECNPI. The volunteers were assessed for range of motion (goniometer);

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muscle strength (Muscular Strength Test Manual); tone (spasticity scale of Ashworth

Modified) and up and down stairs (TUDS Test). The intervention was conducted in four

sessions, once a week, 30 minutes of NMES in the tibialis anterior and quadriceps

associated with active contraction and visual feedback. After the end of the sessions

were reassessed again with the same tools the initial assessment. Results: Participants

showed improvement in muscle strength and range of motion lower limbs and the time

TUDS test comparing the evaluations. Conclusion: The NMES brought benefit to the

participants, improving the functional efficiency. Further studies are needed, including a

control group and larger sample.

Keywords: non-progressive chronic childhood encephalopathy, neuromuscular

electrical stimulation, physical therapy

Trabalho realizado na Universidade São Francisco, Bragança Paulista-SP, Brasil.

1.Graduanda do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança

Paulista-SP, Brasil .

2 Fisioterapeuta, Mestre e Doutoranda pelo Departamento de Neurologia FCM

UNICAMP, Professora do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco,

Bragança Paulista-SP, Brasil.

INTRODUÇÃO

O termo Paralisia Cerebral ou Encefalopatia Crônica não Progressiva da Infância

(ECNPI) refere-se a um grupo de distúrbios cerebrais de aspecto estacionário em

virtude de alguma lesão ou anomalia do desenvolvimento ocorrida durante a vida fetal,

perinatal ou durante os primeiros anos de vida1. A localização e o tamanho de tal lesão é

o que vai determinar as seqüelas e incapacidade funcional2.

Dentre as alterações mais comumente observadas na disfunção motora de

pacientes com ECNPI apresentam-se problemas neuromusculares e

musculoesqueléticos, como espasticidade, distonia, incoordenação, perda de controle

motor seletivo, fraqueza muscular, contraturas musculares e deformidades ósseas3.

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Esses, podem influenciar de forma relevante o desempenho em atividades funcionais

visto que dependem da boa interação entre músculos espásticos e antagonistas

enfraquecidos, incluindo marcha, escrita, atividades de lazer, entre outros4. Além disso,

podem limitar a integração social em diferentes ambientes, incluindo o domiciliar e o

escolar5.

Com o objetivo de melhorar a Força Muscular (FM) e, portanto, o desempenho

motor, muitos tratamentos têm sido propostos na literatura. Entre os recursos

disponíveis, a estimulação elétrica neuromuscular (EENM) vem recebendo lugar de

destaque nos últimos anos4. A EENM é um recurso que consiste na eletroestimulação

dos músculos que apresentam déficits no controle motor. Tem como objetivos

principais aumentar a FM, reduzir a espasticidade, melhorar a amplitude de movimento

(ADM), ativar os reflexos necessários à reorganização da atividade motora e possibilitar

uma redução na assimetria da representação cortical, já que o processamento sensório-

motor durante a EENM engloba processos relacionados à movimentação voluntária6.

A ativação muscular depende de uma combinação apropriada de excitação e

inibição de diferentes motoneurônios, sendo que a EENM atua em músculos

desprovidos tanto do controle motor quanto desta ativação. Supõe-se que essa

capacidade de modificar os processos de excitação e inibição seja a chave para

mudanças que ocorrem nos mecanismos de controle neural7.

Um dos princípios que sustentam a sua utilização na reabilitação neurológica

infantil é que a EENM aplicada no músculo antagonista, além de auxiliar no seu

fortalecimento, pode inibir reciprocamente o músculo antagonista espástico4. A razão

neurofisiológica para a efetividade da estimulação elétrica sobre o antagonista do

músculo espástico parece residir no princípio da inibição recíproca, ou seja, ao

estimular um grupo de flexores, ocorre redução imediata do tônus dos extensores. A

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partir dessa redução, podem-se obter movimentos voluntários que estavam inibidos. A

repetição desses movimentos gera, por mecanismo de retroalimentação, novos padrões

motores no sistema nervoso central (SNC), que poderão ser utilizados com objetivos

funcionais8.

A EENM é empregada no controle da espasticidade devido a mecanismos imediatos

e tardios, sendo: Efeitos imediatos - inibição recíproca, com relaxamento do músculo

espástico e estimulação sensorial de vias aferentes; Efeitos tardios - ação na

neuroplasticidade e provavelmente modificação das propriedades viscoelásticas do

músculo, favorecendo a ação e o desenvolvimento de unidades motoras de contração

rápida. É indicada para espasticidade de leve a moderada e deve ser usada como

complemento à terapia convencional9.

Sabe-se já dos benefícios desta estimulação, porém é observado que, a maioria das

pesquisas possui casuística pequena ou mesmo apresenta apenas um caso clínico, além

de usarem parâmetros diversos. Há também poucos estudos comparando os efeitos da

EENM com a fisioterapia convencional em relação a ganhos funcionais.

Desta forma, ainda são poucas as evidências da efetividade e dos parâmetros ideias

no uso desta técnica na população pediátrica, principalmente para melhora de aspectos

funcionais.

Sendo assim, este estudo teve como objetivo analisar os efeitos da EENM no

tratamento de dois pacientes pediátricos com diagnostico de ECNPI, em relação a força

muscular, amplitude de movimento e tônus muscular de membros inferiores e o

desempenho funcional de subir e descer escadas.

MÉTODO

DESENHO DO ESTUDO

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Trata-se de um relato de dois casos, aprovado pelo Comitê de Ética da

Universidade São Francisco (USF) sob o número 810.081, desenvolvido na Clínica

Escola de Fisioterapia da Universidade São Francisco (CEF-USF), onde os participantes

foram selecionados.

AMOSTRA

A amostra foi composta por dois pacientes, gênero masculino, com idade entre

10 e 13 anos com diagnóstico de Encefalopatia Crônica não Progressiva da Infância

(ECNPI) comprovado por laudo médico e exame de neuroimagem; isento de qualquer

outro quadro neurológico ou psiquiátrico, ou qualquer comprometimento sensorial que

impossibilitasse a colaboração e relatos na aplicação da EENM.

PROCEDIMENTO

Após aprovação pelo Comitê de Ética, os pais foram convidados a participar

deste estudo, recebendo toda orientação necessária e assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), autorizando a participação de seu filho na

pesquisa.

Os participantes foram convocados primeiramente para a avaliação

fisioterapêutica neuromuscular em duas sessões de uma hora cada; quanto à amplitude

de movimento (ADM) ativa e passiva (goniometria), FM pelo Teste de Força Muscular

Manual, que foi desenvolvido para determinar a capacidade dos músculos ou grupos

musculares para funcionar em movimento e sua habilidade de prover estabilidade e

suporte10

e é realizado aplicando-se uma resistência manual à ação de determinado

músculo; Tônus (Escala de Espasticidade de Ashworth Modificada), que é classificado

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em uma escala ordinal para graduação da resistência encontrada durante o alongamento

passivo, com 0 correspondendo a um tônus normal; l a um aumento discreto do tônus,

apresentado em uma contração ou relaxamento ou em uma resistência mínima no final

do movimento na flexão ou extensão da articulação; 1+ a um aumento de tônus

associado a uma resistência mínima em menos da metade da ADM; 2 a um aumento do

tônus na maior parte da ADM, mas a movimentação passiva é realizada facilmente; 3

aumento do tônus onde a movimentação passiva é realizada com dificuldade; e 4

correspondendo a um aumento de tônus tão severo que a articulação se encontra rígida

em flexão ou extensão11

; TUDS teste, em que o participante é convidado a subir um

lance de escadas de 14 degraus, virar-se e descer até o ponto de partida, sendo instruídos

a subir rapidamente, mas com segurança e autorizados a escolher qualquer método de

percorrer as escadas, tendo o tempo cronometrado12

.

Posteriormente, os pacientes foram submetidos a EENM com o aparelho

Neurodyn 10 canais IBRAMED® com os seguintes parâmetros: Estimulação sincrônica,

Frequência: 50 Hz, tempo de subida: 3 segundos (s), tempo ON: 6 s, tempo OFF: 20 s,

tempo de descida: 3 s, com tempo de 30 minutos, com intensidade subjetiva do

paciente. No momento da aplicação o paciente encontrava-se com o membro a ser

tratado desnudo sentado sobre a maca e relaxado. Um eletrodo foi posicionado sobre o

ponto motor do músculo e o outro há 20 centímetros de distância, em musculatura de

quadríceps e tibial anterior bilateralmente, por se tratarem de músculos com grande

influência na função de subir e descer escadas, além de apresentarem um déficit de

força muscular na avaliação inicial. Quando iniciada a estimulação elétrica (tempo ON),

era solicitado ao paciente que realizasse a contração ativa juntamente com a corrente,

sendo oferecido um feedback visual de alcançar um objeto, para que o movimento

fosse realizado dentro da amplitude desejada, seguida pelo relaxamento (tempo OFF).

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Foi proposto inicialmente uma intervenção por aproximadamente dois meses,

totalizando dez sessões. Entretanto, por falta de disponibilidade dos familiares em

trazerem os pacientes, não foi possível realizar tal proposta. Assim, as sessões de

EENM foram realizadas na CEF-USF, no período da manhã, em ambiente isolado, com

as pesquisadoras responsáveis, e sob supervisão da orientadora dessa pesquisa.

Os pacientes receberam quatro sessões de EENM com os parâmetros citados

acima, juntamente com sessões de fisioterapia convencional que já realizavam neste

serviço. Após o término dessas, foram reavaliados, com os mesmos instrumentos

utilizados na avaliação inicial.

RESULTADOS

Caso 1

Paciente com 13 anos de idade, gênero masculino, com diagnóstico disfuncional

de diparesia espástica, contactuante, colaborativo, cognitivo preservado, sem alteração

comportamental e não faz uso de dispositivo de auxilio ou órtese. Segundo dados da

anamnese, é filho de pais não consanguíneos, gestação não planejada, não desejada, sem

realização de pré-natal, parturiente dependente química fazendo uso de drogas durante o

período gestacional. Nasceu pré-termo (28 semanas), de parto tipo vaginal, com uso de

fórceps. Cuidadora relata que o mesmo recebeu diagnóstico de ECNPI nos primeiros

meses de vida, após a mesma observar um atraso em seu desenvolvimento

neuropsicomotor. Desde então, iniciou acompanhamento com a Fisioterapia na CEF-

USF. Apresenta alterações posturais, sendo as principais: varo de joelho e tornozelo e

pés posicionados em equino varo.

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Avaliação pré e pós intervenção

Em avaliação do Caso 1 pré-intervenção, encontrou-se grau de força muscular

diminuído em extensores, abdutores, adutores e rotadores internos de quadril, flexores

de joelho e flexores plantares de tornozelo (Grau 4) e dorsiflexores de tornozelo (Grau

3) (tabela 1); amplitude de movimento diminuída para flexão, extensão, adução, rotação

interna e externa de quadril, flexão de joelho, dorsiflexão e eversão de tornozelo (tabela

2); avaliação do tônus muscular detectou-se hipertonia elástica 1 para flexores e

rotadores internos de quadril e eversores de tornozelo; 1+ para abdutores, adutores à

direita e rotadores externos de quadril e flexores de joelho; 2 para adutores de quadril à

esquerda, 3 para adutores de quadril e flexores plantares à direita, e os demais grupos

musculares de membros inferiores normotônico; e ao TUDS Test inicial apresentou um

tempo de 20,21 segundos. Na reavaliação pós-intervenção, apresentou aumento da força

muscular de 1 grau em todos os grupos, com exceção dos extensores de quadril que

mantiveram o mesmo grau (tabela 1). Na amplitude de movimento, apresentou aumento

de 1-40 graus para os movimentos de flexão e extensão de quadril, flexão de joelho,

dorsiflexão e flexão plantar de tornozelo. No TUDS Test, o Caso 1 diminuiu o tempo de

realização para 15,15 segundos. Em reavaliação do tônus muscular, não apresentou

alteração em relação a avaliação inicial, mantendo as mesmas classificações da

hipertonia elástica citadas acima.

Caso 2

Paciente com 10 anos de idade, gênero masculino, diagnóstico disfuncional de

hemiparesia espástica com predomínio à esquerda, contactuante, colaborativo, não faz

uso de dispositivo de auxílio ou órtese. Segundo dados da anamnese, é filho de pais

consanguíneos (primos em terceiro grau), gestação não planejada, porém desejada, com

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14

realização de pré-natal, parturiente apresentou anemia durante o período gestacional.

Nasceu pré-termo (32 semanas), de parto tipo vaginal, paciente não chorou ao nascer,

permanecendo internado na UTI por um mês e quinze dias. Mãe relata que o mesmo

recebeu diagnóstico de ECNPI nos primeiros dias de vida durante a internação. Iniciou

acompanhamento com a Fisioterapia na CEF-USF aos 8 meses de vida. As principais

alterações posturais, são: inclinação de tronco, cabeça, e pescoço para à direita e pés

planos.

Avaliação pré e pós intervenção

Na avaliação pré-intervenção, apresentou força muscular diminuída em flexores,

extensores, abdutores e adutores de quadril, flexores de joelho (Grau 4) e extensores de

joelho, dorsiflexores e flexores plantares de tornozelo (Grau 3); diminuição de

amplitude de movimento para flexão, abdução, adução de quadril, flexão de joelho,

dorsiflexão e eversão de tornozelo, de 1-40 graus com variação da normalidade;

avaliação do tônus muscular detectou-se hipertonia elástica 2 para dorsiflexores

bilateralmente, flexores, extensores de joelho e flexores plantares de tornozelo a

esquerda, hipertonia elástica 4 para flexores, extensores de joelho e flexores plantares a

direita e os demais grupos musculares de membros inferiores normotônicos; e ao TUDS

Test inicial realizou em 18,21 segundos. Na reavaliação pós-intervenção, apresentou

aumento em 1 grau da força muscular para os extensores de joelho, e os demais sem

alterações (tabela 1). Já na amplitude de movimento, aumentou de 1-10 graus para os

movimentos de flexão de quadril e flexão plantar de tornozelo. No TUDS Test final,

diminuiu o tempo para 13,35 segundos. Na reavaliação do tônus muscular, houve

alteração em flexores de joelho esquerdo e dorsiflexores de tornozelo esquerdo que

graduou de 2 para 1+ conforme Escala Modificada de Ashworth11

.

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15

A tabela 1 trata-se de uma apresentação geral dos valores encontrados durante a

avaliação de FM pré e pós-intervenção dos Casos 1 e 2. O gráfico 1 apresenta a média

dos graus de FM dos casos 1 e 2 na avaliação pré e pós-intervenção.

Tabela 1: Força muscular dos casos 1 e 2 pré e pós-intervenção

Gráfico 1: Força Muscular dos casos 1 e 2 pré e pós-intervenção.

Observa-se que houve aumento na média dos graus de força muscular em ambos

os casos.

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A tabela 2 trata-se de uma apresentação geral dos valores encontrados durante á

avaliação de ADM pré e pós-intervenção dos Casos 1 e 2. O gráfico 2 apresenta a média

dos graus de amplitude de movimento dos Casos 1 e 2, pré e pós-intervenção.

Tabela 2: Amplitude de movimento dos casos 1 e 2 pré e pós-intervenção.

Gráfico 2: Amplitude de movimento dos casos 1 e 2 pré e pós-intervenção.

Observa-se que houve aumento na média de ADM em ambos os casos.

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O gráfico 3 apresenta os resultados da avaliação no tempo do TUDS Test dos

Casos 1 e 2, pré e pós-intervenção.

Gráfico 3: TUDS Test dos casos 1 e 2 pré e pós-intervenção.

Observa-se que ambos os casos diminuíram o tempo de realização do TUDS

Teste pós-intervenção em relação a pré-intervenção, 5 segundos em média.

DISCUSSÃO

Os resultados apresentados com os dois pacientes deste estudo mostram que a

EENM em MMII gerou melhora da FM, de ADM e consequentemente da função de

subir e descer escadas.

Em uma revisão de literatura, sobre a intervenção de EENM em crianças e

adolescentes com Paralisia Cerebral, Lazari et al4 conclui que existe um número

limitado de estudos relacionados a essa temática e que não existe um consenso sobre os

parâmetros a serem utilizados ou quanto à modalidade da corrente de estimulação

elétrica é mais eficaz para esta população. Procurando verificar os efeitos da FES na

marcha de pacientes com Paralisia Cerebral após sua aplicação em tibial anterior e

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tríceps sural, com parâmetros fixos em 250 μs modulados a 50 Hz, Ton 06 seg, Toff 12

seg, e intensidade conforme a tolerância do paciente por 20 minutos e obteve resultados

positivos da funcionalidade da marcha13

.

No presente estudo, os parâmetros pesquisados na literatura e discutidos com

especialista em Eletroterapia, mostraram-se eficazes e seguro para serem aplicados

nesta população de pacientes.

Outro ponto que vale a pena ressaltar, é que o TUDS teste é uma importante

ferramenta para se avaliar a função de subir e descer escadas e pré requesitos

necessários para a marcha e mobilidade, pois possibilita avaliar aspectos importantes

como equilíbrio, controle motor, descarga de peso e tempo de ativação muscular

excêntrica e concêntrica para iniciar o movimento no subir e descer escadas. A redução

no tempo da realização do teste pré e pós-intervenção justifica-se pelo aumento de força

de músculos importantes e essenciais da marcha.

Segundo Zaino et al12

em sua pesquisa, buscando validar o TUDS teste em

crianças com ECNPI correlacionando e quantificando as diferenças na mobilidade

funcional e equilíbrio entre crianças com e sem ECNPI em diferentes idades, e revelou

que a média de tempo de realização do TUDS teste em crianças com ECNPI a média foi

de 23,6 segundos de 8 a 10 anos de idade; 23,1 segundos de 11 e 12 anos e 14,2

segundos de 13 a 14 anos de idade. Ou seja, com a diminuição no tempo de execução

do teste, ambos os casos se adequaram a esse quadro de referência de tempo do teste.

Através de uma revisão da literatura que contou com 8 estudos, todos

controlados e aleatórios, concluiu-se que não há evidências para ganhos na amplitude de

movimento ativa em punho de pacientes que sofreram AVC, o que foi demonstrado

neste estudo, é que ambos os pacientes apresentaram pouca ou nenhuma melhora da

ADM, sendo mantida na maioria dos segmentos avaliados, mostrando que a EENM

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trata-se de um recurso importante como facilitador e estimulador da movimentação

voluntária dentro da ADM que o paciente apresenta ou podendo ir além desta6.

Quanto à FM, foi detectada melhora nos grupos musculares importantes para

desempenho das funções de membros inferiores, como dos flexores de joelho,

dorsiflexores e flexores plantares de tornozelo no Caso 1 e para extensores de joelho no

Caso 2, em relação à pré-intervenção para pós- intervenção, sem apresentar diferença

para os demais grupos musculares, mostrando que este aumento de força muscular

facilitou na função de subir e descer escadas.

Corroborando os resultados, Arantes et al6

e Junqueira et al14

concluíram que

técnicas de fortalecimento não aumentam o tônus muscular, podendo até reduzir seus

valores. Neste estudo, os valores apresentados de espasticidade dos músculos avaliados

e quantificados pela escala de Ashworth, não mostraram aumento do tônus e redução em

apenas um grupo muscular do Caso 2, demonstrando que o aumento da força muscular

não gerou aumento do tônus. Somente para o Caso 2, ocorreu redução em um grupo

muscular, porém a terapia proposta tinha como objetivo verificar a influência da EENM

na espasticidade, e assim quantificar estes resultados na função de subir e descer

escadas.

Outro aspecto importante que deve ser discutido é o baixo número de

participantes do presente estudo, o que também foi observado na maioria dos artigos

encontrados na revisão de literatura, como com apenas dois pacientes13

, com cinco14

e

com três15

. Isto revela que a limitação presente neste estudo é comum a muitos outros,

justificando mais uma vez a necessidade de trabalhos com amostras maiores e rigor

metodológico para se chegar a conclusões que possam ser generalizadas. Nota-se

também a necessidade da realização de uma intervenção com número maior de sessões,

para avaliar e relacionar os resultados dos efeitos da EENM.

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20

CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo mostram melhora da força muscular, da amplitude de

movimento e da atividade de subir e descer escadas, em acordo com diversos estudos

que também observaram melhora de aspectos neuromotores e funcionais após a

intervenção com estimulação elétrica neuromuscular. Porém, julga-se necessário

ampliar a amostra, incluir avaliação de outros aspectos como postura e marcha com

instrumento apropriado, inserir avaliação de grupo controle, aumentar o número de

sessões de intervenção e acrescentar a reavaliação tardia, para quantificar a permanência

dos efeitos da EENM Desta forma os resultados poderão ser generalizados,

possibilitando a padronização dessa conduta e sua utilização segura na rotina de

tratamento fisioterapêutico na população pediátrica.

AGRADECIMENTO

À Universidade São Francisco e aos voluntários e suas famílias, que

prontamente colaboraram para a realização do estudo.

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hum. vol.20 no.2 São Paulo. 2010.

3. Calcagno NC, Pinto TPS, Vaz DV, Mancini MC, Sampaio RF. Análise dos efeitos da

utilização da tala seriada em crianças portadoras de paralisia cerebral: uma revisão

sistemática da literatura. Rev. Bras. Saude Mater.Infant.vol.6no.1Recife Jan./Mar. 2006.

4. Lazzari RD, Duarte NAC, Grecco LH, Oliveira CS, Franco RC, Grecco LAC. Efeitos

da estimulac trica neuromuscular em crianc

tica; Ter Man. 2012; 10(47):111-116.

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com paralisia cerebral; Rev. Bras. Ci. e Mov 2013;21(3): 118-126.

6. Arantes NF, Vaz DV, Mancini MC, Pereira MSDC, Pinto FP, Pinto TPS. Efeitos da

estimulação elétrica funcional nos músculos do punho e dedos em indivíduos

hemiparéticos: uma revisão sistemática da literatura; Rev. bras. fisioter.,

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8. Jerônimo BP, Silveira JA, Borges MBS, Dini PD, David AC. Variáveis espaço-

temporais da marcha de crianças com paralisia cerebral submetidas a eletroestimulação

no mú Carlos, v. 11, n. 4, p. 261-266,

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10. Kendall FP, Mccreary EK, Provance PG. Músculos Provas e Funções com Postura e

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12. Zaino CAP, et al; Timed Up and Down Stairs Teste: Confiabilidade preliminar e

Validade de uma nova medida de mobilidade funcional; Pediatric Physical Therapy

2004.

13. Oliveira JC, Marciano ED, Costa FBL, Melo FGF, Damazio LCM. Os efeitos da

estimulação elétrica funcional na marcha de crianças com paralisia cerebral

hemiparética; FIEP BULLETIN - Volume 80 - Special Edition - ARTICLE II - 2010.

14. Junqueira RT, Ribeiro AMB, Scianni AA. Efeitos do fortalecimento muscular e sua

relação com a atividade funcional e a espasticidade em indivíduos hemiparéticos; Rev.

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15. Zuardi MC, Amaral VA, Borges HC, Chamlian TR, Monteiro VC, Prado GF.

Eletroestimulaça o e mobilizaça o articular em crianças com paralisia cerebral e pés

eqüinos; Rev Neurocienc 2010;18(3):328-334.

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16. Bobath K. Uma base neurofisiológica para o tratamento da Paralisia Cerebral; 2ª

edição. São Paulo.107 p.

17. Chagas PSC, Mancini MC, Barbosa AP, Silva PTG. Análise das intervenções

utilizadas para a promoção da marcha em crianças portadoras de paralisia cerebral: uma

revisão sistemática da literatura; Rev. bras. fisioter. Vol. 8, No. 2. 2004. 155-163.

18. Costa FB, Damázio LCM, Melo FGF. Os efeitos da estimulação elétrica funcional

na marcha de crianças com paralisia cerebral hemiparética após estimulação dos

músculos tibial anterior e tríceps sural; Rev. Fisioterapia Brasil; Vol. 11. 2010.

19. Trócoli TO, Furtado C. Fortalecimento muscul crônicos e sua

influência no desempenho funcional; Rev Neurocienc 2008:in press.

20. Umphred DA. Fisioterapia neurológica; 2ª edição. São Paulo. 1994.

21. Van Der Linden M, Hazlewood ME, Hillman SJ, Robb JE. Functional electrical

stimulation to the dorsiflexors and quadriceps in children with cerebral palsy. Pediatric

Physical Therapy, 2008, Spring;20(1):23-29.

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Anexo I

NORMAS DE PUBLICAÇÃO – Revista Neurociencias

A Revista Neurociências é voltada à Neurologia e às ciências afins. Publica artigos de

interesse científico e tecnológico, realizados por profissionais dessas áreas, resultantes de

estudos clínicos ou com ênfase em temas de cunho prático, específicos ou interdisciplinares.

Serão aceitos artigos em inglês, português ou espanhol. Seus volumes anuais e números

trimestrais serão publicados em março, junho, setembro e dezembro. A linha editorial da revista

publica, preferencialmente, artigos Originais de pesquisa (incluindo Revisões Sistemáticas).

Contudo, também serão aceitos para publicação os artigos de Revisão de Literatura,

Atualização, Relato de Caso, Resenha, Ensaio, Texto de Opinião e Carta ao Editor, desde que

aprovados pelo Corpo Editorial. Trabalhos apresentados em Congressos ou Reuniões

Científicas de áreas afins poderão constituir se de anais em números ou suplementos especiais

da Revista Neurociências.

Os artigos deverão ser inéditos, isto é, não publicados em outros periódicos, exceto na forma

de Resumos em Congressos e não deverão ser submetidos a outros periódicos

simultaneamente, com o quê se comprometem seus autores. Os artigos devem ser submetidos

eletronicamente, via e-mail para o endereço: [email protected].

Recebido o manuscrito, o Corpo Editorial verifica se o mesmo encontra-se dentro dos

propósitos do periódico e de acordo com as Normas de Publicação, recusando-se aqueles que

não cumprirem essas condições. O Corpo Editorial emitirá um Protocolo de Recebimento do

Artigo e enviará a Carta de Autorização, a ser assinada por todos os autores, mediante

confirmação de que o artigo seja inédito, e uma declaração de eventuais conflitos de interesse

pessoais, comerciais, políticos, acadêmicos ou financeiros de cada autor. O Corpo Editorial

enviará, então, o artigo para, pelo menos, dois revisores dentro da área do tema do artigo, no

sistema de arbitragem por pares. O Corpo Editorial analisará os pareceres e encaminhará as

sugestões para os autores, para aprimoramento do conteúdo, da estrutura, da redação e da

clareza do texto. Os autores terão 15 dias para revisar o texto, incluir as modificações

sugeridas, cabendo-lhes direito de resposta. O Corpo Editorial, quando os revisores sugerirem

a adição de novos dados, e a depender do estudo, poderá prover tempo extra aos autores,

para cumprimento das solicitações. O Corpo Editorial verificará as modificações realizadas no

texto e, se necessário, sugerirá correções adicionais. O Corpo Editorial poderá aceitar o artigo

para publicação ou recusá-lo se for inadequado. Para publicação, será observada a ordem

cronológica de aceitação dos artigos e distribuição regional. Os artigos aceitos estarão sujeitos

a adequações de gramática, clareza do texto e estilo da Revista Neurociências sem prejuízo ao

seu conteúdo. Ficará subentendido que os autores concordam com a exclusividade da

publicação do artigo no periódico, transferindo os direitos de cópia e permissões à publicadora.

Separatas poderão ser impressas sob encomenda, arcando os autores com seus custos. Os

artigos são de responsabilidade de seus autores.

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A partir de maio de 2012, todos os artigos aceitos para publicação deverão ser publicados com

o número DOI (Digital Object Identifier), com o custo de 10 dolares a serem pagos pelos

autores.

INSTRUÇÕES PARA OS AUTORES

www.revistaneurociencias.com.br

Submissão do artigo: os artigos deverão ser encaminhados ao Editor Chefe via email:

[email protected] e poderão ser utilizados editores de texto, preferencialmente

“W ” no formato “ ” uma coluna, espaço duplo, Times New Roman, fonte 12.

Categoria de artigos: Editorial, Original, Revisão Sistemática, Revisão de Literatura,

Atualização, Relato de Caso, Resenha, Ensaio, Texto de Opinião e Carta ao Editor. O número

de palavras inclui texto e referências bibliográficas (não devem ser considerada folha de rosto

com título, autores, endereço de correspondência, resumo e summary e tabelas, figuras e

gráficos). Adotar as recomendações abaixo.

I - Editorial: a convite do Editor, sob tema específico, deve conter no máximo 2000 palavras e

no máximo 10 referências bibliográficas (estilo Vancouver).

II - Artigos Original, Revisão Sistemática e Relato de Caso: resultado de pesquisa de

natureza empírica, experimental ou conceitual (6000 palavras).

Título: em inglês e em português ou espanhol, sintético e restrito ao conteúdo, contendo

informação suficiente para catalogação, não excedendo 90 caracteres. A Revista prefere títulos

informativos.

Autor(es): referir nome(es) e sobrenome(s) por extenso. Referir a instituição em que foi feita a

pesquisa que deu origem ao artigo. Referir formação acadêmica, titulação máxima e vínculo

profissional mais importante de cada autor, por ex.: 1- Neurologista, Livre Docente, Professor

Adjunto da UNIFESP, 2- Neurologista, Pós-graduando na UNICAMP, 3- Neurologista,

Residente no Hospital São Paulo - UNIFESP. Referir suporte financeiro. A ordem dos autores

deve seguir orientação Vancouver: primeiro autor o que realizou o projeto, último autor o

orientador. O orientador ou professor da instituição deve ser indicado como autor

correspondente.

Resumo e Abstract: devem permitir uma visão panorâmica do trabalho. O resumo deve ser

estruturado em objetivos, métodos, resultados e conclusões. Não exceder 200 palavras.

Unitermos e Keywords: Máximo de 6 (seis), referir após o Resumo e o Abstract,

respectivamente. Como guia, consulte descritores em ciências da saúde (http://decs.bvs.br).

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Corpo do Artigo: apresentar a matéria do artigo seqüencialmente: introdução e objetivo;

método (sujeitos ou relato de caso, número do protocolo do Comitê de Ética da Instituição,

procedimento ou intervenção e análise estatística) com detalhes suficientes para a pesquisa

poder ser duplicada, resultados (apresentados de forma clara e concisa), discussão

(interpretação dos resultados comparados à literatura), conclusões, agradecimentos,

referências bibliográficas. As abreviações devem vir acompanhadas do seu significado na

primeira vez que aparecerem no texto. Nomes comerciais e marcas registradas devem ser

utilizados com parcimônia, devendo-se dar preferência aos nomes genéricos.

Agradecimentos: Devem ser feitos a pessoas ou Instituição que auxiliou diretamente a

pesquisa, mas que não cabem como autores do trabalho.

Figuras, Quadros, Gráficos e Tabelas: Juntos não poderão exceder 5. Deverão ser

apresentados em páginas separadas e no final do texto. Em cada um, deve constar seu

número de ordem, título e legenda. As figuras e gráficos devem ter tamanho não superior a

6cm x 9cm, com alta resolução (300) e em arquivo JPEG. Identificar cada ilustração com seu

número de ordem e legenda. Ilustrações reproduzidas de textos já publicados devem ser

acompanhadas de autorização de reprodução, tanto do autor como da publicadora. O material

recebido não será devolvido aos autores. Manter os

negativos destas.

Referências: Máximo de 30 (as Revisões Sistemáticas deverão solicitar o aumento do número

de referências ao Editor, conforme a necessidade), restritas à bibliografia essencial ao

conteúdo do artigo. Todos os autores e trabalhos citados no texto devem constar na listagem

de referências bibliográficas. No texto, as citações devem seguir o sistema numérico, isto é,

são numerados por ordem de sua citação no texto, utilizando se números arábicos sobrescritos

segundo o estilo Vancouver (www.icmje.org). Por exemplo: “ horário de ir para a cama e a

duração do sono na infância e adolescência6-12 14 15 ” As referências devem ser ordenadas

consecutivamente na ordem na qual os autores são mencionados no texto. Mais de 6 autores,

listar os 6 primeiros seguidos de “ ” a) Artigos: Autor(es). Título do artigo. Título do

periódico (abreviados de acordo com o Index Medicus) ano; volume: página inicial – final. Ex.:

Wagner ML, Walters AS, Fisher BC. Symptoms of attention deficit/ hyperactivity disorder in

adults with restless legs syndrome. Sleep. 2004;27:1499-504.

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Anexo II

ESCALA TESTE DE FORÇA MUSCULAR MANUAL

0= sem contração muscular;

1= apenas contração sem movimento articular

2= movimento apenas a favor da gravidade

3= movimento contra a gravidade sem resistência

4= movimento contra a gravidade com leve resistência

5= movimento contra a gravidade e com resistência máxima (adequado à

idade e ao segmento)

Referência: KENDALL, F. P.; MCCREARY, E. K.; PROVANCE, P. G; Músculos Provas

e Funções com Postura e Dor, 4ª edição. São Paulo, 5 p.

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Anexo III

ESCALA DE ASHWORTH MODIFICADA*

GRAU / DESCRIÇÃO

0 = Tônus muscular normal.

1 = Discreto aumento do tônus muscular, manifestado por contração e

relaxamento ou por uma resistência mínima no final do movimento

quando a articulação afetada é fletida ou estendida.

1+ = Discreto aumento do tônus muscular, manifestado por contração

associada a uma resistência mínima durante o restante (menos da

metade) da amplitude de movimento (ADM).

2 = Aumento mais pronunciado do tônus muscular durante a maior

parte da ADM, mas a movimentação passiva é facilmente realizada.

3 = Aumento considerável do tônus muscular e a movimentação

passiva é realizada com dificuldade.

4 = Articulação afetada rígida em flexão ou extensão.

*Adaptada de BOHANNON e SMITH

Referência: TEIXEIRA, L.F., OLNEY, S.J., BRAUWER, B. Mecanismos e medidas de

espasticidade. Rev. Fisioter.Univ. São Paulo, v. 5, n. 1, p. 4-19, jan. / jun., 1998.