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MARINA GOMES COTA MAGALHÃES
Eficiência de Políticas Públicas Municipais e Responsabilidade
Social Corporativa: o caso do projeto Pequenos Jardineiros
MONOGRAFIA
Universidade Federal de Viçosa
Viçosa – MG
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE LETRAS
Eficiência de Políticas Públicas Municipais e Responsabilidade Social
Corporativa: o caso do projeto Pequenos Jardineiros
Monografia apresentada ao Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, como exigência da disciplina SEC 499 - Monografia e como um dos requisitos para a conclusão do curso de Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngue, tendo como orientadora a Professora Nathalia Carvalho Moreira.
Viçosa – MG Brasil
i
A monografia intitulada
Eficiência de Políticas Públicas Municipais e Responsabilidade Social
Corporativa: o caso do projeto Pequenos Jardineiros
Elaborada por
Marina Gomes Cota Magalhães
Como requisito para obtenção do grau de bacharel em Secretariado Executivo
Trilíngue da Universidade Federal de Viçosa foi aprovada por todos os membros da Banca Examinadora. Nota _______.
Viçosa, 03 de Dezembro de 2010.
Profª. Nathalia Carvalho MoreiraOrientadora
Prof. Odemir Vieira Baeta Examinador
Prof. Lélis Maia de BritoExaminador
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Eficiência de Políticas Públicas Municipais e Responsabilidade Social Corporativa: o
caso do projeto Pequenos Jardineiros
Resumo
Esta monografia teve como objetivo analisar a eficiência da parceria de políticas públicas municipais e a responsabilidade social corporativa. Para tanto, teve-se como objeto de estudo o projeto Pequenos Jardineiros da Associação Municipal de apoio comunitário da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora. O desafio do projeto é unir cidadania e preservação do meio ambiente beneficiando cerca de150 adolescentes de Juiz de Fora, que se encontram em situação socioeconômica desfavorável. O projeto promove o aprendizado e a profissionalização em Educação Ambiental e aumenta os seus níveis de empregabilidade. Nesse sentido, teve-se como unidade de análise a Associação Municipal de Apoio Comunitário da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora – MG e a empresa automobilística Mercedes-Benz. Contou-se com uma amostra de 15 beneficiários do projeto que participam de atividades juntamente com a referida empresa. Também foi entrevistado o coordenador do projeto Pequenos Jardineiros na Mercedes-Benz com o objetivo de analisar a eficiência do programa. A metodologia utilizada foi quanti-qualitativa, pois se utilizou de questionários semi-estruturados com os beneficiários e entrevista com o coordenador do projeto. Como técnica de análise de dados foram utilizadas a Análise Exploratória de Dados (AED) e análise fatorial. Dentre os principais resultados, foi possível identificar que “Influência dos funcionários” “Influência empresa”, “Infraestrutura” e “Apoio para realização do trabalho” são os principais fatores que contribuem para a eficiência deste projeto. Portanto, pode-se concluir que a parceria entre políticas públicas municipais e responsabilidade social empresarial pode trazer maior eficiência e efetividade para consecução de resultados positivos no âmbito social. Dessa forma, a partir do agrupamento das variáveis selecionadas e validadas estatisticamente, é possível realizar melhores intervenções públicas.
Palavras-chave: Administração Pública, Políticas Públicas, Responsabilidade Social Corporativa, Eficiência de Programas Sociais.
iii
"Há homens que lutam um dia, e são bons;Há outros que lutam um ano e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;Mas há aqueles que lutam toda a vida, e esses são os imprescindíveis"
Bertolt Brecht
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LISTA DE QUADROS, TABELAS E GRÁFICOS
Quadro 1 Principais Políticas Sociais no âmbito nacional
Quadro 2 Princípios dos Projetos desenvolvidos pela Mercedes-Benz
Tabela 1 Matriz Rotacional das Variáveis
Tabela 2 Percentual Explicado por cada Fator e Variância Acumulada (%)
Gráfico 1 Satisfação atual dos adolescentes com o projeto
Gráfico 2 Motivação dos adolescentes com a realização do projeto
Gráfico 3 Comprometimento com os estudos
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SUMÁRIO
1) INTRODUÇÃO ................................................................................ 08
2) REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................... 112.1) RESPONSABILIDADE SOCIAL .................................... 112.2) POLÍTICAS PÚBLICAS .................................................. 14
2.1.1) MODALIDADE DE POLÍTICAS PÚBLICAS. 152.2.2) POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICIPAIS .......... 16
3) METODOLOGIA ............................................................................. 183.1) UNIDADE DE ANÁLISE ................................................. 183.2) POPULAÇÃO E AMOSTRA ........................................... 193.3) MÉTODO DE ANÁLISE DOS DADOS .......................... 19
3.1.1) ANÁLISE FATORIAL ....................................... 193.1.2) ANÁLISE EXPLORATÓRIA DE DADOS ...... 21
4) RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................... 224.1) PRINCÍPIOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL NAMERCEDES-BENZ DO BRASIL .......................................... 224.2) PROJETO PEQUENOS JARDINEIROS ....................... 244.3) PERFIL DOS ADOLESCENTES .................................... 254.4) ANÁLISE DOS FATORES ............................................. 254.5) SATISFAÇÃO, MOTIVAÇÃO COM O TRABALHO E COMPROMETIMENTO COM OS ESTUDOS ................... 284.6) PERCEPÇÃO DO COORDENADOR DO PROJETO. 30
5) CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................... 31
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 33APÊNDICE ..................................................................................... 35
ANEXOS ......................................................................................... 38
vi
1. INTRODUÇÃO
Na atualidade, onde a concorrência e a busca por melhorias para a vida moderna
crescem de forma acelerada, os produtos se tornam cada vez mais semelhantes. A tecnologia
está muito mais disponível para as empresas, e fazer um produto de qualidade já não é mais
um diferencial.
Todas as organizações produtivas têm em comum a necessidade de organizar sua mão-
de-obra, de gerir seu capital e definir seu nível tecnológico, da maneira que melhor lhe
permita enfrentar a concorrência local, nacional e internacional. Dentro desse cenário, o
sucesso de uma empresa e o aumento de seu faturamento se relaciona, em grande parte, com o
que a sua imagem sugere para o consumidor.
Devido a este fato, cada vez mais as organizações estão se defrontando com a
necessidade de incorporar a Responsabilidade Social, que segundo o Instituto Ethos1 (2010):
É a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.
1 O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma organização não-governamental criada com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade sustentável e justa.
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Dessa forma, percebe-se que a ação socialmente responsável das empresas começa a
ultrapassar o estágio de mera tendência para se transformar gradativamente em estratégia
corporativa.
De acordo com Araújo (2003), “a responsabilidade social deve ser encarada pelas
empresas como investimento, como ativo passível de retorno, seja em termos de deduções de
tributos, seja relacionado à imagem e à credibilidade da organização”.
A atuação das corporações, dependendo da sua maneira de agir, pode tanto ampliar os
seus negócios, como denegrir sua imagem no campo da cultura, do desenvolvimento e do
meio ambiente, fazendo com que o lucro diminua e podendo até levar ao fim de sua atuação
no mercado.
Dessa maneira, pode-se constatar que a responsabilidade social mantém estreita
relação com as estratégias de sobrevivência e desenvolvimento da empresa no cenário
mundial.
Assim, é preciso reconhecer que a responsabilidade social corporativa afeta não
somente os sócios, os acionistas, os funcionários ou os clientes, mas também os fornecedores,
os colaboradores, os governos e as comunidades envolvidas na atividade da empresa.
Outro fato relevante é que com o atual interesse acadêmico e social no âmbito das
políticas públicas. Tem-se observado que as empresas têm apoiado projetos sociais, com o
intuito de fortalecer tais políticas e inserir-se no processo democrático, atingindo de forma
mais contundente a população.
Logo, no presente trabalho, entende-se por Políticas Públicas:
O conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando um compromisso público que visa dar conta de determinada demanda, em diversas áreas. Expressa a transformação daquilo que é do âmbito privado em ações coletivas no espaço público (GUARESCHI, COMUNELLO, NARDINI & HOENISCH, 2004).
Embora o tema esteja sendo cada vez mais debatido na mídia e nos ambientes de
negócios e acadêmicos do Brasil, parte-se em geral de uma visão normativa do papel
reservado para as organizações empresariais na sociedade. Neste trabalho, o enfoque parte de
uma visão positiva do papel das empresas quanto às ações de responsabilidade social e
atuação em prol das políticas sociais.
A partir disso se originou a seguinte questão de pesquisa: a prática de atividades
socialmente responsáveis por empresas pode influenciar na eficiência das políticas públicas?
Diante deste questionamento, este trabalho teve como objetivo analisar a eficiência da
10
parceria de políticas públicas municipais e a responsabilidade social corporativa. Para tanto,
teve-se como objeto de estudo o projeto Pequenos Jardineiros da Associação Municipal de
Apoio Comunitário da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora.
Como objetivo específico pretendeu-se verificar como a Mercedes-Benz vem
trabalhando com o conceito de responsabilidade social corporativa e políticas públicas
municipais.
Com este trabalho foi possível trazer contribuições no sentido de uma melhor
compreensão sobre a importância desta parceria e dos benefícios que a mesma possa trazer
para a organização e para a comunidade envolvida, tendo como estudo a atuação dos
Pequenos Jardineiros na unidade da Mercedes-Benz de Juiz de Fora.
Em geral, o desafio do projeto é integrar ações de cidadania e a preservação do meio
ambiente beneficiando cerca de 150 adolescentes de Juiz de Fora, que estão em situação
sócio-econômica desfavorável. Sob este viés, a empresa Mercedes-Benz, trabalha apoiando 20
destes adolescentes beneficiários do programa, promovendo o aprendizado e a
profissionalização em Educação Ambiental e almejando contribuir com os seus níveis de
empregabilidade.
A justificativa para a escolha desse tema é o grande aumento no número de empresas
interessadas em desenvolver a responsabilidade social. Este estudo também se justifica como
sendo uma ferramenta adicional para difundir esse assunto, por intermédio da inovação nos
estudos que aliam políticas públicas com responsabilidade social corporativa, que é de grande
relevância tanto para o ambiente empresarial, quanto para o desenvolvimento social, podendo
assim servir como estímulo para que outras empresas também busquem agir de forma
socialmente responsável.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Responsabilidade Social
Quando uma empresa se propõe a desenvolver atividades socialmente responsáveis
pode até pensar no crescimento de seus lucros, mas só quando estão realizando, percebem o
gasto com o grande investimento a que ela se propõe e percebe que não é tão simples, mas
precisam de cooperativismo e otimismo junto aos funcionários, fornecedores, consumidores,
comunidade e governo, para que todas as partes possam ter benefícios.
Para Bertozzi (1998, p. 43)
“a sociedade requer uma gestão centrada em interesses de várias partes: clientes, fornecedores e comunidade. Com base nisso, as empresas deveriam redesenhar suas missões corporativas e realmente distribuir riquezas em sua comunidade de atuação. O raciocínio é simples: a comunidade e as pessoas são o motivo da existência das empresas; são elas que abastecem, distribuem e consomem seus produtos e serviços, portanto as organizações poderiam retribuir isso sob a forma de desenvolvimento cultural e compartilhando seus lucros com a comunidade”.
De acordo com Chiavenato (1999, p. 78) “entre uma empresa que assume uma postura
de integração social e contribuição para a sociedade e outra voltada para si própria e que
ignora o resto, a tendência do consumidor é ficar com a primeira”. Verifica-se que o
consumidor de hoje não se preocupa apenas com a aquisição de bons produtos ou serviços,
mas também com a melhoria das camadas menos favorecidas da sociedade.
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Segundo Giosa (2003, p. 91)
“são muitos os caminhos já percorridos por algumas empresas que estão operando com programas socialmente responsáveis. Entretanto, é preciso despertar o interesse das organizações, mexer com a governança corporativa, dirigentes, empresários e muitos de seus profissionais, líderes e executivos, demonstrando que o papel das empresas vai muito além do lucro”.
Ao atuar de forma ética e preocupada com o ambiente, a empresa desenvolve valores e
práticas com efeitos positivos para a sua cadeia produtiva e seus colaboradores, gerando
melhores resultados.
A responsabilidade social empresarial tem interessado os altos executivos das
companhias. Em 2002, foi divulgado no Fórum Econômico Mundial (FEM, 2002) realizado
em Nova York, uma pesquisa de opinião, feita pela empresa de consultoria
PricewaterhouseCoopers, que ouviu 1.161 executivos-chefes de corporações na Europa, Ásia
e Américas. Esta pesquisa mostrou a importância crescente da responsabilidade social entre o
empresariado:
"(...) 68% concordam que a responsabilidade social das empresas é vital para a lucratividade de todas elas (...) 60% dos executivos não acreditam que a responsabilidade social corporativa deva assumir uma prioridade menor no atual clima econômico” (PASSOS, 2002, p.5).
Segundo Paschoal (2001, p. 13), na década de 1990, em decorrência dos reflexos da
crise econômica de 1980, a classe empresarial brasileira passou a investir em uma série de
projetos sociais movidos, em grande parte, pela diminuição dos programas do governo para o
setor.
No Brasil, especialmente nos últimos cinco anos, a participação de agentes privados
em questões públicas tem sido mais amplamente discutida e várias empresas já começaram a
encontrar formas de disseminar a cidadania empresarial, ou seja, a atuação da empresa com
responsabilidade social. Entidades como o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE)
e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, criados em 1995 e 1998,
respectivamente, reúnem empresas preocupadas em desenvolver ações voltadas para a
comunidade e praticar seus negócios de maneira ética e socialmente responsável. O assunto
vem ganhando significativo destaque na mídia nacional, assim como proliferam debates,
seminários, prêmios e publicações relacionados a ele.
O Instituto Ethos (1995) foi criado para promover a responsabilidade social
empresarial, ajudando as empresas a incorporarem o conceito, a programarem políticas e
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práticas voltadas para seus negócios e a atuarem em parceria com a comunidade na qual estão
inseridas. Para isso, o Instituto trabalha com três linhas de atuação:
1) mobilizando o setor privado, com eventos, cursos, palestras e uma conferência
anual para discutir o tema da responsabilidade social no Brasil e no mundo;
2) mobilizando a sociedade através da imprensa (Prêmio Ethos Jornalismo – que
premia matérias realizadas segundo o conceito de responsabilidade social), instituições de
ensino (Prêmio Ethos Valor – que premia trabalhos acadêmicos sobre o tema de
responsabilidade social);
3) produzindo informação, ou seja, coletando e divulgando dados e casos
desenvolvidos em empresas. Além disso, para conferir e garantir a prática das atividades
empresariais lançou em junho de 2000 a primeira versão dos Indicadores Ethos de
responsabilidade social empresarial. Um instrumento de avaliação e planejamento para as
empresas que buscam a sustentabilidade de seus negócios.
Segundo Kotler (1998, p. 59)
"o conceito de intervenção social de uma organização tem as seguintes premissas subjacentes: a principal missão da organização deve ser a de criar clientes satisfeitos e saudáveis e contribuir para a qualidade de vida; a organização procura constantemente melhores benefícios para seus clientes, estando pronta para promover os benefícios que são do interesse destes clientes, mesmo que eles não estejam conscientes disso; a sociedade dará o seu apoio às organizações que demonstrem preocupação com a sua satisfação e o seu bem-estar".
A questão da participação das empresas privadas na solução de necessidades públicas
está nas pautas das discussões atuais. Embora alguns defendam que a responsabilidade das
empresas privadas na área pública limita-se ao pagamento de impostos e ao cumprimento das
leis, crescem os argumentos de que seu papel não pode ficar restrito a isso, até por uma
questão de sobrevivência das próprias empresas.
Segundo Costa e Duarte (2002, p. 51), as empresas passam por um primeiro estágio,
de gerência de impacto, na qual apenas corrigem e gerenciam, atendendo às demandas e
impactos sociais negativos. Num segundo estágio, o da gerência de risco, a empresa já
apresenta uma postura mais profilática, identificando os riscos e interesses junto aos parceiros
estratégicos, evitando, assim, possíveis efeitos negativos em sua imagem e nos processos.
Finalmente, num terceiro estágio, a empresa enxerga não só os riscos, mas também as
oportunidades que se desenham neste novo cenário, trabalhando com uma gerência
estratégica, ampliando sua percepção da responsabilidade social e da sustentabilidade.
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Para Formentini e Oliveira (2003, p. 88)
“o atual ambiente empresarial aponta para dois pontos extremos: o aumento da produtividade, em função das tecnologias e da difusão de novos conhecimentos, que leva as empresas a investirem mais em novos processos de gestão, buscando a competitividade. Ao mesmo tempo temos um aumento nas disparidades e desigualdades da nossa sociedade que obrigam a repensar os sistemas econômicos, sociais e ambientais”.
Na atualidade, não adianta ser uma empresa que utiliza tecnologias de ponta e não
poder contar com uma sociedade que possua perspectivas de melhoria. O sucesso e o fracasso
de uma organização estão intimamente ligados ao desempenho das pessoas, tornando a
empresa co-responsável e uma agente de transformação social.
2.2 Políticas Públicas
Quando um estado ou município realiza quaisquer tipos de políticas públicas, o
objetivo dos mesmos é responder a demandas, principalmente de setores mais carentes da
sociedade, cuja renda familiar não é suficiente para arcar com as necessidades mais básicas.
Essas necessidades são interpretadas por governantes, mas também são muito influenciadas
por grupos que lutam por mudanças sociais, visando ampliar os direitos dos cidadãos.
De acordo com Teixeira (2002, p. 82), políticas públicas são diretrizes, princípios
norteadores de ação do poder público; regras e procedimentos para as relações entre poder
público e sociedade, mediações entre atores políticos da sociedade do Estado. São, nesse caso,
políticas explicitadas, sistematizadas ou formuladas em documentos (leis, programas, linhas
de financiamentos) que orientam ações que normalmente envolvem aplicações de recursos
públicos.
Existe, em políticas públicas, dois tipos de atores: os atores públicos que são os
políticos eleitos, burocratas e tecnocratas e os atores privados que são os empresários e
trabalhadores que agem enquanto gestores de mercado nas atuações de responsabilidades
civil.
Esses atores ao atuarem em conjunto, após o estabelecimento de um projeto a ser
desenvolvido onde estão claras as necessidades e obrigações das partes, chegam a um estágio
de harmonia que viabiliza a política pública (FERREIRA, 1990).
Na concepção de Verza (2000) os rumos que a sociedade pós-morderna está tomando é
inevitável. A globalização é um fenômeno que está predominado em todo mundo e a forma
que se manifesta é excludente e gera vários tipos de violência. Nesse sentido, atualmente, o
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maior desafio da globalização é criar uma política de integração das organizações públicas e
privadas que possam promover o bem da sociedade.
Segundo Teixeira (2002, p. 86), os objetivos das políticas têm uma referência
valorativa e exprimem as opções e visões de mundo daqueles que controlam o poder, mesmo
que, para sua legitimação, necessitem contemplar certos interesses de segmentos sociais
dominados, dependendo assim da sua capacidade de organização e negociação.
As políticas públicas permitem romper com as barreiras que separam a administração
pública da sociedade. Esta passa a participar da concepção, da decisão e da sua
implementação. Pode-se citar as audiências públicas e as consultas públicas, como exemplos
práticos da participação na elaboração das políticas públicas. Exemplos de execução de
políticas públicas são as comissões de usuários, a atuação de organizações sociais ou de
entidades de utilidade pública e a expansão dos serviços públicos (PEREZ,2004).
As políticas públicas no Brasil de acordo com Meksenas (2002, p. 24), segue a lógica
da expansão desigual no tempo e no espaço; do atendimento deficitário à população pobre;
dos gastos excessivos, que se perdem na manutenção da burocracia e pouco contribuem para
os fins propostos; do repasse dos recursos a setores do empresariado, na perspectiva de sua
concentração na esfera privada; da ausência da redistribuição da riqueza na perspectiva social.
Para uma análise das políticas públicas no Brasil, conforme Meksenas (2002, p. 25), é
preciso estudar a deficiência histórica de cidadania que o país viveu tanto no regime da
escravidão (que perdurou por quatro séculos), onde os direitos dos cidadãos não eram
respeitados, quanto no Brasil Império, onde os coronéis como auxílio de seus capagangas
dominavam o território brasileiro, fatores que deixaram resquícios até os dias atuais.
2.2.1 Modalidade de Políticas Públicas
É importante considerar alguns tipos de políticas, para que se possa definir o tipo de
atuação que se pode ter frente a sua formulação e implementação.
Quanto à natureza ou grau da intervenção, podem ser classificadas em: a) estrutural –
buscam interferir em relações estruturais como renda, emprego, propriedade, e b) conjuntural
ou emergencial – objetivam amainar uma situação temporária, imediata.
Quanto à abrangência dos possíveis benefícios, podem ser: a) universais – para todos
os cidadãos. b) segmentais – para um segmento da população, caracterizado por um fator
determinado (idade, condição física, gênero etc.), e c) fragmentadas – destinadas a grupos
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sociais dentro de cada segmento.
Quanto aos impactos que podem causar aos beneficiários, ou ao seu papel nas relações
sociais, classificam-se em: a) distributivas – visam distribuir benefícios individuais;
costumam ser instrumentalizadas pelo clientelismo; b) redistributivas – visam redistribuir
recursos entre os grupos sociais: buscando certa equidade, retiram recursos de um grupo para
beneficiar outros, o que provoca conflitos; c) regulatória – visam definir regras e
procedimentos que regulem comportamento dos atores para atender interesses gerais da
sociedade; não visam benefícios imediatos para qualquer grupo.
2.2.2 Políticas Públicas Municipais
Atualmente, em diversos municípios brasileiros, os governantes estão conscientes de
que os investimentos sociais são de suma importância para o desenvolvimento das pequenas,
médias e grandes cidades. Sendo assim, propor, formular e participar da gestão de alternativas
de políticas públicas tem se tornado um desafio.
Alguns programas desenvolvidos por governos brasileiros capacitam os jovens para o
mercado de trabalho, asseguram melhorias na saúde, na alimentação e na qualidade de vida,
como é o caso de alguns programas que serão citados ao longo do trabalho.
Com a capacitação, tanto os jovens das periferias quanto os das grandes cidades e os
do interior rural, conseguem acesso à informação, educação e cultura, rompendo o isolamento
sociocultural.
A partir do Quadro 1 pode-se observar alguns exemplos de políticas sociais do
governo federal que são voltadas para crianças, adolescentes e outras que abrangem toda a
família.
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Quadro 1 – Principais Políticas Sociais no âmbito nacional
Projeto e Programas Principais características
Projeto Escola Jovem
A implementação da reforma e a ampliação da oferta de vagas para o ensino médio. Fornece recursos que se destinam à execução de projetos de ampliação e construção de escolas, capacitação de docentes e gestores educacionais, equipamentos para bibliotecas, laboratórios e adaptações para facilitar o acesso de portadores de necessidades especiais. Seu objetivo também é equipar progressivamente as escolas de ensino médio com kits tecnológicos para recepção da TV Escola.
Programa Saúde do Adolescente
Desenvolvimento de atividades relacionadas com a promoção da saúde dos adolescentes e dos estudos temáticos, a preocupação expressa pelo programa em contribuir com atividades intra e interinstitucional, nos âmbitos governamentais e não-governamentais, visando à formulação de uma política nacional para a adolescência e a juventude, a ser desenvolvida nos níveis federal, estadual e municipal.
Programa Bolsa Família
O PBF parte da premissa de que o cumprimento das condicionalidades terá impacto positivo na redução da pobreza futura ao garantir aos membros das famílias beneficiadas melhores condições de saúde e aumento do nível de escolaridade, assim como habilidades e competências para o trabalho e a cidadania. Considera-se que a efetividade de programas de transferência de renda está estreitamente associada ao cumprimento, por parte das famílias, das exigências de contrapartida. As mulheres (mães) são escolhidas preferencialmente para receber o benefício.
Fonte: Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (2010), adaptado.
3. METODOLOGIA
3.1 Unidade de Análise
Por motivo de acessibilidade e pelo fato da pesquisadora realizar estágio
supervisionado na referida empresa, optou-se por escolher a unidade da Mercedes-Benz
localizada na cidade de Juiz de Fora (MG).
Em novembro de 1998, Daimler-Benz e Chrysler Corporation fundem suas operações
e dessa transformação nasce a DaimlerChrysler AG, detentora de marcas como Mercedes-
Benz, Chrysler, Dodge e Jeep.
No Brasil, dentro da estratégia de integração da empresa no grupo DaimlerChrysler
mundial, a Mercedes-Benz do Brasil S.A. transformou-se em DaimlerChrysler do Brasil Ltda.
em dezembro de 2000.
Em 2007, o grupo DaimlerCrysler AG após prejuízos contínuos com a Chrysler se
separa, dando origem ao novo grupo Daimler AG mundial, e a DaimlerChrysler do Brasil
Ltda passa a ser Mercedes-Benz do Brasil Ltda.
A Mercedes-Benz do Brasil, por meio de seus diversos projetos, atende
primordialmente as comunidades de baixa renda localizadas nas regiões próximas às
dependências da empresa em São Bernardo do Campo, Campinas (SP) e Juiz de Fora (MG).
Seus projetos são classificados em quatro categorias: Qualificação Educacional,
Qualificação Profissional, Desenvolvimento Solidário, Desenvolvimento Cultural e Meio
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Ambiente. Todos eles, independentemente de sua classificação, possuem, contudo, propósitos
básicos e comuns, entre eles o resgate da cidadania, a sustentabilidade e empregabilidade e,
por fim, a edificação de uma sociedade mais desenvolvida.
3.2 População e amostra
A população envolvida trata-se de 150 adolescentes que participam do Programa
Pequenos Jardineiros da Associação Municipal de Apoio Comunitário da Prefeitura Municipal
de Juiz de Fora. Para a coleta de dados, foram selecionados 15 destes adolescentes que foram
entrevistados por intermédio de questionário estruturado (APÊNDICE A), utilizando-se a
Escala de Licker de 1 a 5 (diferenciando entre as variáveis: “muito ruim, ruim, indiferente,
bom e muito bom”) para captar sua percepção sobre o programa.
Com o intuito de obter mais informações sobre o projeto, foi realizada uma entrevista
semi-estruturada (APENDICE B), com o coordenador do mesmo na Mercedes-Benz.
3.3 Método de análise dos dados
3.3.1 Análise Fatorial
A análise fatorial investiga a dependência de um conjunto de variáveis manifestas em
relação a um número menor de variáveis. De acordo com Schilderinck (1970), o método de
análise fatorial visa determinar as relações quantitativas entre as variáveis, de modo a
associar, aquelas que possuem um padrão semelhante. Sendo assim, as cargas fatoriais obtidas
são reduções de dados muito mais complexos a um tamanho manuseável para que o
pesquisador possa interpretar melhor seus resultados.
A análise fatorial é o termo genérico de uma técnica multivariada, cujo propósito
primeiro é a redução de dados e sumarização. Ela analisa as relações entre variáveis e tenta
explicá-las em termos de suas dimensões subjacentes comuns (fatores). É uma técnica de
interdependência onde não se tem explicitada uma variável dependente. De modo mais
informal, a análise fatorial agrupa as variáveis de acordo com o que elas trazem em comum
quando colocadas uma em relação à outra (HAIR et al., 2005).
Pestana e Gageiro (2000) descrevem a análise fatorial como um conjunto de técnicas
estatísticas que procura explicar a relação entre variáveis observáveis, simplificando os dados
através da redução do número de variáveis necessárias para descrevê-los. Para os autores, a
análise fatorial pressupõe a existência de um número menor de variáveis não observáveis
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subjacente aos dados (fatores), que expressam o que existe em comum nas variáveis originais.
No geral, a análise fatorial permite identificar variáveis não correlacionadas, padrões
ou fatores inerentes a um amplo número de variáveis, representando estes uma combinação
linear das variáveis originais, cuja medida de quantidade de informação explicada por cada
fator é a sua variância.
De forma complementar, as estatísticas do KMO (Kaiser-Meyer-Olkin) e o teste de
Bartlett indicam a adequação dos dados para a realização da análise fatorial. Zambrano e
Lima (2004) definem o KMO como um indicador que compara a magnitude dos coeficientes
de correlação observados com as magnitudes dos coeficientes de correlação parcial, variando
de 0 a 1. Valores de KMO abaixo de 0,5 indicam que o uso da análise fatorial não é adequado.
O teste de esfericidade de Bartlett é utilizado para testar a hipótese nula de que a matriz de
correlação é uma matriz identidade (PESTANA e GAGEIRO, 2005).
Para selecionar o número de fatores necessários para representar o conjunto de dados,
deve-se levar em consideração a teoria envolvida e a contribuição individual e adicional de
cada fator para a variância explicada do conjunto de dados.
Outra convenção consiste em considerar os fatores cujo autovalor é maior que a
unidade. De acordo com Pestana e Gageiro (2005), os fatores podem ser utilizados para criar
índices que sintetizam a informação dada pelos itens que os integram. Esses índices podem
ser calculados como médias ponderadas pelas cargas fatoriais da matriz de componentes
rotacionados.
Segundo Ferreira e Braga (2007) a análise fatorial segue o seguinte conjunto de
procedimentos estatísticos:
• determinação das correlações entre todas as variáveis;
• extração de fatores significativos e necessários à representação dos dados;
• transformação dos fatores, por intermédio do procedimento de rotação, como forma de
torná-los inteligíveis;
• construção dos escores fatoriais.
Na determinação das correlações é possível excluir aquelas variáveis que não admitem
relações com as demais. Outra etapa consiste na ponderação e seleção do número de fatores
necessários à explicação do conjunto de dados, bem como do método de cálculo para sua
obtenção.
21
3.3.2 Análise Exploratória de Dados
As técnicas de Análise Exploratória dos Dados (AED) são apropriadas para dados
qualitativos e quantitativos, tal como empregada na análise bivariada e multivariada nas
análises das ciências sociais (HARTWIG & DEARING, 1979). De modo a conhecer as
características importantes de cada grupo é realizada a análise exploratória de dados. Para
Triola (2005), é importante investigar mais profundamente o conjunto de dados com o
objetivo de identificar quaisquer características notáveis, especialmente àquelas que possam
afetar fortemente os resultados e conclusões. A AED envolve a análise de freqüência e análise
descritiva; sendo que estas analisam medidas de centro ou de posição, medidas de variação ou
dispersão e medidas de distribuição.
A AED compõe a análise de medidas de tendência central como a média, a mediana e
a moda; as medidas de dispersão como, o desvio-padrão, a amplitude e a assimetria, que visa
verificar como os dados estão distribuídos e concentrados; e verificar a presença de outliers.
Quando o desvio padrão e variância têm valores grandes pode ser devido à presença de
outliers.
Por fim, todos os dados foram analisados utilizando-se o software SPSS (Statistical
Package of Social Sciences), versão 15.0.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Princípios de Responsabilidade Social na Mercedes-Benz do Brasil
Pode-se dizer que todas as empresas atuam de alguma forma, no desenvolvimento da
sociedade, seja simplesmente por sua contribuição para a economia do país, com o pagamento
de impostos e manutenção do nível de empregos, seja por meio do cumprimento de
exigências legais.
No entanto, nos últimos anos, muitas empresas optaram voluntariamente por uma
contribuição social adicional, mais direta, por meio de ações sociais. A Mercedes-Benz do
Brasil é uma delas.
Atualmente, são diversos os projetos realizados pela Mercedes-Benz em todo o
mundo. Um dos marcos da atuação socialmente responsável da empresa foi sua adesão ao
Pacto Global, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), visando uma relação
proveitosa entre empresas e sociedades. Baseado neste pacto foram fundamentados os
Princípios de Responsabilidade Social da organização.
No Brasil, a empresa, ciente do seu papel de facilitador de mudanças, para, juntamente
com os estados e a sociedade civil, construir um mundo melhor, atua por meio de diversos
projetos sociais que beneficiam comunidades e o meio ambiente.
Ao adicionar às suas competências básicas um comportamento ético e socialmente
responsável, a Mercedes-Benz do Brasil adquire o respeito dos diversos públicos com os
22
23
quais interage. A responsabilidade social torna-se cada vez mais fator de sucesso empresarial,
o que cria novas perspectivas para a construção de um mundo economicamente mais próspero
e socialmente mais justo.
A Mercedes-Benz do Brasil reconhece sua responsabilidade social e os nove princípios
que compõem a base do Pacto Global. Com o intuito de atingir estes objetivos, a empresa
firmou um acordo com representantes dos empregados, em nível internacional, no que tange
aos princípios descritos a seguir.
“Nós apoiamos a iniciativa das Nações Unidas e estamos à disposição para trabalhar com outras empresas e instituições para evitar que o irreversível processo de globalização cause medo e alarme às pessoas em todo o mundo. Nós desejamos mostrar a face humana da globalização, entre outras coisas, criando e preservando empregos. Estamos convencidos de que a responsabilidade social é um fator importante para o sucesso em longo prazo de nossa empresa. Isto também se aplica aos nossos acionistas, parceiros de negócio, clientes e empregados. Somente assim, nós podemos contribuir para a paz mundial e prosperidade no futuro. Reconhecer esta responsabilidade, entretanto, requer que sejamos competitivos e assim permaneçamos no longo prazo. Assumir a responsabilidade social da empresa é indispensável para uma companhia que se baseia em valor” (Colaborador da empresa – Fonte: Intranet, 2010).
Os princípios a seguir, os quais são orientados pelas convenções estabelecidas pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT), são implementados pela Mercedes-Benz
mundialmente e, ao estabelecê-los, a diversidade cultural e os valores sociais foram
devidamente considerados e reconhecidos.
Esses princípios são apresentados no Quadro 2.
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Quadro 2 – Princípios dos Projetos desenvolvidos pela Mercedes-Benz
Princípios dos Projetos Características
Direitos HumanosA Mercedes-Benz respeita e apóia a total obediência aos direitos humanos, internacionalmente aceitos.
Trabalhos ForçadosA Mercedes-Benz condena todas as formas de trabalho forçado e obrigatório.
Trabalho Infantil
A Mercedes-Benz apóia a erradicação da exploração da mão de obra infantil. As crianças não devem ser privadas de seu desenvolvimento. Sua saúde e segurança não devem, de forma alguma, ser afetadas. Sua dignidade deve ser respeitada.
Igualdade de Oportunidades
A Mercedes-Benz assume a responsabilidade de garantir igualdade de oportunidades em relação ao emprego e rechaçar qualquer discriminação contra empregados, baseada em gênero, raça, condição física, origem, religião, idade ou orientação sexual, exceto se a legislação do país previr expressamente um tipo de seleção de acordo com critérios específicos. Salários iguais por trabalhos de igual valor. Dentro do âmbito da legislação nacional, a Mercedes-Benz respeita o princípio de “pagamento igual por trabalho de igual valor”, como por exemplo, para homens e mulheres.
Fonte: www.mercedes-benz.com.br (2010) - adaptado.
4.2 Projeto Pequenos Jardineiros
O Projeto Pequenos Jardineiros, implantado através de uma iniciativa da Mercedes-
Benz com a Prefeitura de Juiz de Fora representada pela Associação Municipal de Apoio
Comunitário (AMAC) em 2002 visa a preparação de adolescentes para a vida profissional,
abordando temas como cidadania e respeito ao meio ambiente.
O adolescente, após um período de preparação na sede da própria AMAC onde ele
aprende a produzir mudas e sementes, horticultura, plantas medicinais, minhocultura,
jardinagem e paisagismo, parte para um estágio supervisionado e finalmente estão aptos para
o mercado de trabalho.
Os adolescentes que antes não tinham uma esperança de um futuro melhor, agora têm
a oportunidade de contato com um ambiente profissional, aprendendo o ofício da jardinagem
além de receberem, em treinamentos específicos, noções de cidadania, saúde, disciplina,
qualidade e organização.
Atualmente, 20 adolescentes realizam suas atividades na planta da Mercedes Benz de
Juiz de Fora (MG), orientados por um profissional da própria AMAC, trabalhando 30 horas
por semana na criação e manutenção dos jardins da empresa.
Duas vezes por semana grupos de cinco meninos se revezam em treinamentos
específicos que são realizados na sede da AMAC, fazendo com que o número de meninos em
25
atividade na fábrica diminua sensivelmente nestes dias.
Os adolescentes participantes do projeto permanecem inicialmente três meses na sede
da AMAC e recebem o treinamento básico antes de serem enviados para as empresas
participantes do projeto. Dessa forma a empresa na qual os adolescentes atuarão passa a ser o
laboratório do programa, com isso os mesmos testarão o aprendizado recebido sob a
supervisão do orientador.
Os resultados obtidos até o momento, mesmo que com uma estrutura ainda limitada,
proporciona a Mercedes a acreditar que com um apoio ainda maior e um planejamento seguro,
os objetivos e as metas maiores do projeto ser alcançados.
4.3 Perfil dos adolescentes
Por meio da análise exploratória de dados, observou-se que os adolescentes (46,7%)
apresentaram em média 16,21 anos de idade, sendo que a idade mínima foi de 15 anos
(14,3%) e a máxima de 17 anos (35,7%).
Constatou-se que 60% dos adolescentes conheceram a empresa por intermédio de
colegas, 33.3% por meio de familiares e apenas 6,7% por meio de funcionários da prefeitura.
A maioria dos adolescentes considera a Mercedes como uma empresa “muito boa”
(53,3%) e “boa” (40%). Apenas 6,7% a consideram como “ruim”.
Notou-se que 86,7% não conheciam a Mercedes antes da participação no projeto e
apenas 13,3% conheciam.
Em relação aos funcionários da empresa, 53,3% os consideram “bons”, 20% os
consideram “excelentes”, enquanto que 20% não concordaram que eles são “bons”
funcionários e 6,7% ficaram indiferentes a esta questão.
Verificou-se que 66,7% consideram que a participação no projeto proporcionou mais
oportunidades e que a sua vida mudou para melhor, trazendo conhecimentos diferentes.
Enquanto que 20% consideram que a participação no projeto foi determinante para que
pudessem sair das ruas, e 6,7% relataram que a participação no projeto foi uma preocupação
das mães e, a mesma proporção, considera que o projeto possibilitou significativa mudança de
rotina em sua vida.
4.4 Análise dos fatores
Com o objetivo de agrupar as variáveis em fatores, utilizou-se a análise fatorial. Por
26
meio dessa análise foi possível a criação dos fatores que se relacionam com a percepção dos
adolescentes sobre o projeto e possibilitou a extração de 4 fatores com raiz característica
maior que a unidade. Esses fatores sintetizam as informações constantes das 24 variáveis. A
Tabela 1, abaixo, apresenta a matriz rotacional das variáveis.
Tabela 1 – Matriz rotacional das variáveis
Variáveis Fatores1 2 3 4
TREINAMENTO INICIAL ,524 ORIENTAÇOES SEG SAL ,674 ,533TIPO ATIVIDADE ,640 AUXILI EQUIP ,766 CONHECIMENTO ÁREAS EMP ,619
PRATICA DE JARD. ,543 APOIO AO LONGO DO TRABALHO ,641MATERIAL ADEQUADO ,787 INFRA AREA DE JARD. ,752 ESTUFAS ,580 QUANTIDADE MUDAS ,803 HORÁRIO TRABALHO ,695 HORÁRIO COORDENADOR ,653
ATENDIMENTO AMBULATÓRIO ,779 FACILIDADE DE TRANSPORTE E LOCALIZAÇÃO EMPRESA
-,698
ACESSO A RESTAURANTES -,752DISPONIBILIDADES FERRAMENTAS
,839
ACESSO INTERNET INFRA-ESTRUTURA AULAS ,752
OPORTUNIDADE CURSOS ,889 INTERESSE ATUAÇÃO AREA ,751
RELACIONAMENTO COORDENADOR APRENDIZ
,683
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ,593
O QUE ACHA FUNCIONÁRIOS ,612 O QUE ACHA DA MERCEDES ,572
Fonte: Resultados da pesquisa.
No caso da análise fatorial, o poder de ajustamento dos dados é visto pelo KMO. O
KMO mede a adequação de possibilidade de ajustamento dos dados. A partir dele, podemos
ver se a análise fatorial é possível de ser realizada e se será útil.
Sendo assim, o KMO encontrado foi de 0,603, o que pode-se considerar de razoável
adequação à possibilidade de ajustamento dos dados, com a análise fatorial, e por meio dele
pode-se confirmar que é possível trabalhar a análise fatorial com os dados.
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Considerou-se o Teste de Barllet ao testar a hipótese de que a matriz é matriz
identidade. Dessa forma, se não há correlação não é possível fazer fatorial, sendo necessário
encontrar valores de significância menor que 0,05. Neste caso evidenciou-se o valor de
1782,126; significativo a 1%, o que também ratifica a realização da análise fatorial.
A análise dos componentes principais é usada para obter soluções dos fatores, e diz
respeito a estrutura da variância e covariância por meio de poucas combinações lineares das
variáveis originais. Nesse sentido, o primeiro fator terá o máximo valor da variância e os
fatores são extraídos da ordem do mais explicativo para o menos explicativo.
Analisou-se também o total da variância explicada, observando quais são os valores
maiores que 1 (Engen Value Iniciais), haja visto que se for menor que 1 significa que o
componente não explica nem ele mesmo. O Eingenvalue refere-se a um valor utilizado na
análise fatorial para determinação dos fatores. Assim, na análise deve-se considerar o valor de
Eingenvalue superior a 1, deste modo, ao explicar determina-se o fator devido ao escore de
Eingenvalue ser superior a 1.
Em seguida, verificou-se que a variância total explicada (acumulada) apresentou o
valor de 68,045% , que significa uma percentagem de representatividade do modelo.
Tabela 2 - Percentual explicado por cada fator e variância acumulada (%)
Fatores Variância explicada pelo fator % Variância acumulada %
1 30,645 19,6232 16,396 38,1553 11,895 56,4604 9,109 68,045
Fonte: Resultados da pesquisa.
Análise dos fatores
Fator 1 - Influência dos funcionários da Mercedes
As variáveis deste fator se relacionam às questões referentes à influência da Mercedes
na formação profissional dos adolescentes, contendo as variáveis, orientações sobre saúde e
segurança no trabalho, horário de atendimento do coordenador, horário de atendimento do
ambulatório, oportunidade de cursos, interesse de atuação na área (como jardineiro),
organização administrativa e percepção dos funcionários.
Por meio desse fator é possível dimensionar a questão da administração do projeto
aplicada a uma melhor formação profissional dos adolescentes, mais especificamente a
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utilização de tecnologias relacionadas à jardinagem e saúde e segurança no trabalho, visando
uma otimização da formação profissional e humana dos adolescentes.
Fator 2 – Influência da Mercedes
O nome deste fator é devido ao fato das variáveis que se agrupam no fator se
relacionarem com a questão do tipo de atividade (jardinagem), infraestrutura da área de
jardinagem, estufas, quantidade de mudas, horário de trabalho, facilidade de transporte e
localização da empresa e a percepção dos estudantes sobre a Mercedes.
Por intermédio deste fator torna-se possível a verificação de como a infraestrutura da
Mercedes tem contribuído para a questão a formação profissional dos estudantes.
Fator 3 – Infraestrutura e equipamentos para Jardinagem
Este fator recebeu esta denominação devido ao fato das variáveis presentes no mesmo
estarem relacionadas a ferramentas, equipamentos e materiais disponíveis e adequados para o
trabalho, sendo possível verificar a influencia do treinamento e do relacionamento com o
coordenador do projeto para a realização das atividades.
Fator 4 – Apoio para realização do trabalho
Este fator reúne às variáveis ligadas a intensidade de apoio ao longo do trabalho, como
orientações sobre saúde e segurança no trabalho, conhecimento sobre as áreas e setores da
empresa e facilidade de acesso a restaurantes, devido ao fato de que os adolescentes recebem
gratuitamente alimentação em seu período de trabalho na empresa.
4.5 Satisfação, Motivação com o trabalho e comprometimento com os estudos.
A partir da Figura 1 pode-se observar que cerca de 46% dos adolescentes encontram-
se muito satisfeitos em relação ao projeto, a mesma parcela considera sua satisfação “boa”, e
6,6% mostrou-se indiferente e nenhum deles apresentou depoimentos desfavoráveis ao
projeto.
29
Gráfico 1: Satisfação atual dos adolescentes com o projeto/ Fonte: Resultados da pesquisa.
Em relação à motivação para trabalhar, percebe-se conforme a Figura 2, que 60%
encontram-se muito motivados, 26,6% encontram-se com um grau de satisfação “bom”,
13,3% apresentaram-se indiferentes a este quesito e do mesmo modo, nenhum adolescente
apresentou argumentos desfavoráveis ao projeto.
Gráfico 2: Motivação dos adolescentes com a realização do projeto/Fonte: Resultados da pesquisa.
Outro aspecto importante foi o comprometimento com os estudos. Cerca de 60% dos
estudantes afirmaram que depois da participação no projeto se tornaram muito mais
comprometidos com os estudos, 26,6% relataram que se tornaram com um grau “bom” de
comprometimento com os estudos e apenas 13,3% mostraram-se indiferentes.
30
Gráfico 3: Comprometimento com os estudos/ Fonte: Resultados da pesquisa.
4.6 Percepção da Coordenação do Projeto
A análise qualitativa foi feita por meio de entrevista com o coordenador dos pequenos
jardineiros que atuam na Mercedes-Benz, unidade de Juiz de Fora.
O colaborador que exerce a função de coordenador possui graduação em
Administração e atua na empresa como técnico em infra-estrutura na área de planejamento de
fábrica e está na coordenação das atividades dos pequenos jardineiros há um ano.
Ele afirma que o projeto é importante devido a qualidade e dedicação do serviço
prestado pelos adolescentes tanto na área de jardinagem, como também no paisagismo e na
compostagem, o que pode ser notado ao caminhar pelas dependências da fábrica.
De acordo com o coordenador, a Mercedes-Benz é importante para a formação dos
pequenos jardineiros, pois além de conviver em um ambiente saudável, a empresa
disponibiliza treinamentos nas áreas de saúde, disciplina, postura e noções de cidadania para
formação futura de um profissional.
Segundo o entrevistado, alguns adolescentes são considerados como adolesecentes de
"risco para a sociedade", por este motivo a organização aceitou o desafio de participar
diretamente do projeto para contribuir na formação e reintegração desses jovens na sociedade.
O coordenador também cita outras atividades socialmente responsáveis que a
Mercedes-Benz de Juiz de Fora desenvolve, tal como o Projeto Jequitibá, também
denominado Atletas do Futuro. Este projeto atende meninos que residem no bairro Barreira do
Triunfo, em Juiz de Fora (MG), situado nas proximidades da fábrica. Os adolescentes
praticam atividades esportivas, recebem alimentação, além de terem que comprovar a
frequência e o rendimento escolar.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentre os principais resultados, a partir deste trabalho, foi possível perceber quais são
os principais fatores relacionados à eficiência de políticas públicas municipais, por intermédio
da análise fatorial, podendo-se desta forma realizar melhores intervenções públicas a partir do
agrupamento das variáveis selecionadas e validadas estatisticamente.
Este trabalho confirmou que a parceria entre políticas públicas municipais e
responsabilidade social empresarial pode trazer maior eficiência e efetividade para a
consecução de resultados positivos e que podem ter grande impacto no âmbito da sociedade.
O estudo comprovou a tese de que a participação de adolescentes em projetos sociais pode
contribuir para maior satisfação, motivação e comprometimento com os estudos, podendo de
igual maneira, contribuir para a minimização de mazelas sociais.
Nesse âmbito, ressalta-se a importância das políticas públicas e da parceria de grandes
empresas para sua realização, atuando não só com interesses de marketing de seus trabalhos,
mas sim para a real contribuição com a sociedade e principalmente o fortalecimento dos
programas já existentes, com o intuito de que esta parceria, não garanta apenas formação
profissional para os adolescentes, mas, sobretudo, o desenvolvimento de suas habilidades
sociais e humanísticas.
Ademais, sugere-se a realização de outros trabalhos, em um espaço temporal distinto,
com outras metodologias, e com um grupo diferente de adolescentes que não frequentem a
31
32
Mercedes para que seja possível compreender e comparar à dinâmica e a evolução dos efeitos
desta política.
Compreende-se então, que seria interessante que outras empresas também atuassem
em parcerias com prefeituras, proporcionando um incremento da formação profissional dos
adolescentes e evitando desse modo que eles fiquem abandonados nas ruas, se tornem
usuários de drogas e participem do “mundo do crime”.
Por fim, espera-se que este trabalho possa contribuir para formuladores de políticas
públicas, para pesquisadores, empresas multinacionais interessadas em práticas socialmente
responsáveis, e para o incremento das políticas públicas municipais.
33
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35
APENDICES
APENDICE A
Projeto: Pequenos Jardineiros – MERCEDES-BENZ DE JUIZ DE FORA –
Data: 05.10.2010
EM RELAÇÃO AO TRABALHO NA MERCEDES-BENZ NO PROJETO PEQUENOS JARDINEIROS, AVALIE OS SEGUINTES ITENS DE ACORDO COM A ESCALA ABAIXO:
ESCALA DE AVALIAÇÃO
1 2 3 4 5
MUITO RUIM
RUIM REGULAR BOM MUITO BOM
EM RELAÇÃO AO TRABALHO1 2 3 4 5
Treinamento inicialOrientações sobre segurança e saúdeTipo de atividadeAuxílio no uso de equipamentosConhecimento das áreas da empresaPrática da atividade de jardinagemApoio ao longo do trabalho
EM RELAÇÃO À INFRA-ESTRUTURA 1 2 3 4 5
Material adequadoInfra-estrutura da área de jardinagemEstufas para plantioQuantidade de mudas disponíveis
EM RELAÇÃO AOS HORÁRIOS E ATENDIMENTO1 2 3 4 5
Horário de trabalhoHorário do coordenadorAtendimento no ambulatório
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EM RELAÇÃO AO ACESSO E CONVENIÊNCIA 1 2 3 4 5
Facilidade de ida para a empresaFacilidade de volta para casa Localização da Mercedes-BenzDistância de casaAcesso a restaurantes
EM RELAÇÃO À INFRA-ESTRUTURA DE APOIO1 2 3 4 5
Disponibilidade de ferramentasAcesso à InternetInfra-estrutura para aulasOportunidade de cursos
AMBIENTE1 2 3 4 5
Relacionamento entre os colegasInteresse em atuar futuramente como jardineiroRelacionamento entre coordenador e aprendizes
ORGANIZAÇÃO 1 2 3 4 5
Divisão do trabalho Organização administrativa Valor do salário recebido Organização administrativa Valor do salário recebido
AUTO-AVALIAÇÃO DO ALUNO1 2 3 4 5
Satisfação atualMotivação Comprometimento com o trabalhoComprometimento com os estudos
COMO VOCÊ CONHECEU O PROJETO PEQUENOS JARDINEIROS?
O QUE VOCÊ ACHA DO PROJETO?
O QUE VOCÊ ACHA QUE MUDOU EM SUA VIDA DEPOIS DO PROJETO?
VOCÊ CONHECIA A MERCEDES ANTES DE PARTICIPAR DO PROJETO?
O QUE VOCÊ ACHA DA MERCEDES?
37
O QUE VOCÊ ACHA DOS FUNCIONÁRIOS DA MERCEDES?APENDICE B
Coordenador Pequenos Jardineiros na Mercedes-Benz de Juiz de Fora
Nome:
Escolaridade:
Profissão:
Há quanto tempo você atua como coordenador do projeto Pequenos Jardineiros na Mercedes?
Qual a sua opinião a respeito deste projeto? Você acha que ele é importante para a Mercedes?
Qual a importância da Mercedes para a formação dos pequenos jardineiros?
Porque a Mercedes se interessa por este projeto?
Você conhece algum outro projeto que a Mercedes desenvolve?
Alguma informação a complementar?
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ANEXOS
ANEXO A
Associação Municipal de Apoio ComunitárioJuiz de Fora / M.G.
Casa do Pequeno Jardineiro – CPJ
SOLICITAÇÃO DE ADOLESCENTE
Empresa/Secretaria/Setor Solicitante: MERCEDES-BENZ DO BRASIL
Endereço: ROD. Br 040, km 773 – Distrito Industrial II.Contato na empresa: Ailton Vidal Ferreira - Telefone: 3219 2644
Nº Adol
Sexo Uniforme Horário de Trabalho
Jornada semanal (horas)
Custo Mensal
M F Amac Empresa
01 M 07:20 / 14:20 30 hs R$R$R$R$R$R$
OBS: O Adolescente Aprendiz terá curso no CPJ de 15 em 15 dias, lembrando que neste dia ele não comparecerá ao trabalho.
Descrição das atividades:Varrer,rastelar, regar, adubar, preparar canteiros, produzir mudas, plantar / replantar______________________________________________________________
Perfil Solicitado:Pontualidade, Comprometimento com as atividades, Obetecer as regras internas da Empresa, Uso de EPI corretamente.__________________________________________________________
Observações:Substituição do menor Rafael Henrique Campos da Silva ______________________________________________________________________
Previsão para o início das atividades: 15 / Junho / 2010.
Juiz de Fora, 02 de Junho de 2010.
Ailton VidalResponsável Empresa
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ANEXO B
Mercedes-Benz do Brasil& Associação Municipal de Apoio ComunitárioAMACConvênio para implementação de ações relativas à iniciação ao Trabalho de
Adolescentes
Ao Corpo Gerencial e Diretoria - Apresentação da proposta da A/PF:
Atendendo a recomendações do Ministério do Trabalho (Lei Nr. 10.097 de
19/12/2000), é necessário que uma vez por semana os menores aprendizes passem
por atividades de aprendizado numa sala de aula, com a duração de um dia.
Como proposta da DCBR, os próprios funcionários poderiam administrar os temas a
serem ministrados semanalmente, visto ao grande número de professores, de
mestrandos e pós-graduados da empresa, que dentro de seus temas de
Dissertações e Teses, poderiam de forma simples atender à todos, preparar um
material derivado de seus trabalhos para esses adolescentes, pois tratam-se de
pesquisas modernas, úteis, além da possibilidade de não colaboradores que
queiram e possuam temas correlatos a serem apresentados.
Nome: Dia no Parque
Local: Sala do CIDT
Data: Todas as sextas-feiras
Horário: Das 8:00 h às 10:00 h - Primeira parte do curso
Das 10:00 h às 10:15 h - Pausa para café
Das 10:15 h às 12:15 h - Segunda e última parte do curso teórico
Das 12:15 h às 12:30 h - Avaliação através de simples questionário
Das 12:30 h às 13:30 h - Almoço
Das 13:45 h às 15:00 h - Atividade esportiva (Futebol, vôlei,
basquete,...)
Das 15:00 h às 15:20 h - Banho
Das 15:20 em diante - Dispensa para voltarem às suas casas.
40
Temas: Auto-estima, qualidade de vida, motivação, meio ambiente, cidadania,
melhoria contínua, ergonomia, higiene e Saúde, orientação sexual.
Responsabilidades: direitos e deveres, família, exigências do mercado de trabalho,
doenças sexualmente transmissíveis, comportamento, drogas, alcoolismo, estudar-
importância e necessidade, trabalho em equipe, outros a serem propostos.
Obrigatoriedade:
Entrega de Certificado por curso efetuado, ou no final do período um único; controle
de presença, Feedback dos professores sobre a turma.
O Objetivo da DCBR é o de proporcionar a esses meninos o acesso a temas
diversos e de interesse úteis em suas vidas, além de atender norma do Ministério do
Trabalho.
Nossa meta é a de iniciarmos imediatamente esse programa, após definição das
regras / budget / responsáveis / etc.
41
ANEXO C
Imagens da Área de Jardinagem da Mercedes-Benz de Juiz de Fora:
Estufa:
Sombrite:
Área de expedição e jardins da fábrica: