Ele é Fogo

A História

Tem história que veio de não sei ondede um canto muito longee de muito tempo atrás

Elas correm pela boca desse povoelas vem de pai pra filhoàs vez do filho pros pais

Essa história que nós vamos te contácomeçou, foi desse jeitonão sei onde vai pará

Se cê gostá, conta ela pra famíliapro teu filho, pra tua filhaquando grande cê ficá!

É a história de um rapazinho valenteque logo que se fez gentesaiu pelo mundaréu

Pra acabá com o um monstro delinqüentenós chamamos de Brigueirooutros chamam Manjaléu

Mas é melhor acabá com a conversae fazê logo essa peçapra história começá

Se cê gostá, conta ela pra famíliapro teu filho, pra tua filhaquando grande cê ficá!

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1) Pai e filho

PAI - (chamando) Ian!!!!

IAN - Sim, Pai!

PAI - Vem cá, meu filho...

IAN - (se aproximando) Tô aqui!!

PAI - (depois de suspirar) Tô velho, meu filho...

IAN - (tentando animar) Que velho o que, pai!!! Cê só ficou um pouco doente! Mas já vai sará logo e...

PAI - (interrompendo) Filho... eu sei que é difícil pra você... cê só tem esse velho pai, né?

(IAN abraça o PAI, preocupado)

PAI - Não fica assim, filhinho... tenho uma boa notícia pra te dá...

(IAN olha para o PAI intrigado)

PAI - Você não tem só esse velho pai, Ian! Cê tem três irmãs. Três irmãs que nasceram muito antes de você...

2) A velha história

PAI - Esmeralda, Safira e Rubi são os nomes delas. Elas tão vivas e tão bem. Moram cada uma em um reino distante, e são muito bonitas... Quando elas eram muito mocinhas, todos os nobres e reis queriam se casá com elas. Um dia apareceu aqui um belo rapaz... o Príncipe das Águas!

2-A) O primeiro pedido

(Entra o PRÍNCIPE DAS ÁGUAS, e faz uma profunda reverência)

PRÍNCIPE DAS ÁGUAS - Aí, ó! Meu senhor! Firmeza?

PAI - Sim, meu jovem?

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PRÍNCIPE DAS ÁGUAS - Aí, ó! Seguinte: Eu vim de outros pico! É um reino longe, saca? Onde meu velho é o rei. A gente mora na água... nas ondas... naquela arrebentação onde quebra dois pau, saca? Lá é big!

PAI - E porque veio pra cá? Tão longe do teu reino?

PRÍNCIPE DAS ÁGUAS - Aí, ó! Sabe o que é? É que chegô a hora de eu me amarrá, saca? Casá, que é pra arranjá um herdeiro pro reino do meu pai! Ele chegô assim e falô: Aí Bro! Sai aí... vai dá uns bate volta... se manda pra outras arrebentação, e descola uma fêmea... uma gata...saca? Aí eu: Fala Séééério!!!! E ele: Qualé? Se manda que aqui tá flat! Cê dropa a gata... a que você quisé! E só me volta aqui c’a mina! Aí, ó! Cheguei pros mano e falei: Aí, ó! Ceis passa um pano na bóia que eu vô dá umas banda noutros pico! Aí eu me mandei... Fui por uns quebra-côco irado! Aí eu vi que tava o mó leste... achei que ia tá quebrando altas pra cá... aí eu vim pra cá, saca? Fiquei caçando onda, mas tava parecendo um merrequeiro, um prego mesmo! A coisa tava mais feia que levá vaca em fundo de coral! Mas... aí, ó! Só hoje encontrei a mina que quero que se case comigo... A gata que fez um redemoinho no meu coração, uma tempestade dentro de mim! Uma gata que é o mel! Aí, ó! Eu trouxe aqui esse saco de ouro... presente de meu velho... eu entrego pro senhor, e quero pedir a mão da sua filha Esmeralda em casamento!

PAI - Um saco de ouro!!! Seu pai, o rei, deve sê um homem muito rico!!! Mas essa resposta não me pertence... Só a minha filha poderá respondê ao teu pedido! (chamando) Esmeralda!!!!!

(entra ESMERALDA, fresca como a maresia)

ESMERALDA - (para si mesma) Ahhh!!! Como eu detesto fazê bolo! Minhas mãos ficam todas melecadas... fica esse cheiro de ovo... estraga minhas unhas! Depois... tem aquele calor de perto do forno, a gente fica suada... aaahhhh não.... não gosto disso...

(E então depara com o PRÍNCIPE DAS ÁGUAS. Eles se olham com paixão)

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PAI - (para o PRÍNCIPE DAS ÁGUAS, meio sem jeito) Não repare não... Esmeralda é um pouco... fresquinha, sabe?

PRÍNCIPE DAS ÁGUAS - (apaixonado) Só... logo que nem a maresia...

PAI - (para ESMERALDA) Você conhece esse rapaz?

ESMERALDA - A gente se conheceu hoje, pai.

PAI - Pois ele me pediu que desse sua mão em casamento, minha filha. Ele é um príncipe de um país distante.

ESMERALDA - (muito fresca) Pediu, é? Assim? Foi chegando e foi pedindo? Saidinho ele! E qual foi sua resposta, pai?

PAI - Respondi que a escolha é tua, minha filha!

PRÍNCIPE DAS ÁGUAS - (para ESMERALDA) Aí, ó! Você é the best, mina! Vou cuidá de você como se fosse logo a mais preciosa pérola de todos os mares!

ESMERALDA - Aiiiiii.... fiquei até arrepiada... sabe, você também é bonito! Belo como o verde brilho das árvores na primavera!

PRÍNCIPE DAS ÁGUAS - Aí, ó! Preciso de você, logo como preciso da água que bebo!

ESMERALDA - AAAAAAAAiiiii que lindo!!!! Você é doce como a água de um côco verde!

PRÍNCIPE DAS ÁGUAS - Quero quebrá com você, por sobre as ondas da felicidade...

ESMERALDA - (para o PAI) Pai... ahhhh... gostei, sabe?... Deixa eu mergulhar nas profundezas da vida com o meu príncipe?

PAI - (para IAN) E foi assim, meu filho, que se casô tua irmã Esmeralda. Ela subiu ao altar, num vestido de mar com todos os seus peixes. Teve uma linda festa, uma grande alegria por todo esse reino e pelo Reino das Águas.

IAN - E é lá que ela tá? No Reino das Águas?

PAI - É, filho, Esmeralda vive no Reino das Águas. Tempos depois apareceu por aqui um outro rapaz, o Príncipe dos Ares!

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2-B) O segundo pedido

(Entra o PRÍNCIPE DOS ARES, e faz uma profunda reverência)

PRÍNCIPE DOS ARES - Meu comandante!


PRÍNCIPE DOS ARES - Ciente, prossigo. Reporto partida de um reino muito distante, onde meu pai é o rei. Condição estável, pressão mil e treze. Moramos nas alturas, ingresso livre, entre núvens e com o céu a nos cercar!


PRÍNCIPE DOS ARES - Ciente, prossigo. Ordem superiores. Copiei instrução para procedimento de matrimônio com objetivo de trazer um herdeiro pro reino do meu pai! Instrução copiada: Proceder localização de alvo: uma moça, a moça que eu quiser, destino: casamento. Partida. Subida Rica 3 utilizar aerovia whiskie quarenta e cinco, código transponder quatro mil e quinhentos, freqüência Cento e trinta e cinco ponto setenta e cinco. Confirmado. Procedimento de localização de alvo. Negativo. Prosseguindo nível dois cinco zero. Alvo não localizado. Mas hoje, tráfego avistado! Uma linda moça! Ciente, prossigo. Efetuar procedimento de aterrissagem. Atenção tripulação preparar para pouso! Localizada a moça que quero que se case comigo. A moça que fez um furacão no meu coração, uma vendaval dentro de mim! Senhor. Aqui estão dois sacos de ouro, presente de meu pai. Solicito a mão da sua filha Safira com destino a casamento!

PAI - Dois sacos de ouro!!! Quanta riqueza!!!! Mas espere, rapaz... Essa resposta não é minha... Só a Safira poderá respondê ao teu pedido! (chamando) Safira!!!!!

(entra SAFIRA, leve como a brisa)

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SAFIRA - (para si mesma) Como era mesmo? Quatro ovos... duas xícaras de açúcar.... ou eram três? Aí punha tudo junto... Ah!! Preciso lavá a roupa da festa... quatro ovos... como era mesmo? (para o PRÍNCIPE DOS ARES, sem perceber) não adianta nada tê o bolo pronto e não tê roupa pra vestí, né? Mas eram duas ou três gemas? (para si mesma) Já sei! Vô pô o vestido azul escuro!

(E só então repara no PRÍNCIPE DOS ARES. Eles se olham com paixão)

PAI - (para o PRÍNCIPE DOS ARES, meio sem jeito) Não repare não... Safira é um pouco... avoada, sabe?

PRÍNCIPE DOS ARES - (apaixonado) Ciente. Como as nuvens...

PAI - Você conhece esse rapaz?

SAFIRA - A gente se conheceu hoje, pai.

PAI - Pois ele me pediu que desse sua mão em casamento, minha filha.

SAFIRA - Ahhh... puxa! Tenho que tê luvas azuis também... não dá pra dá a mão sem tê luvas, né? E se o vestido é azul escuro, eu não vô podê usá luvas amarelas! Senão vai parecê que sujei as mãos! Mas eu acho que são quatro ovos, porque três era pra fazê o sonho... ficou meio duro aquele sonho... melhor só quando eu acordei... (Para. Percebe que estão olhando para ela sem entender. Faz uma pausa. Pensa. Depois: ) E qual foi sua resposta, pai?


PRÍNCIPE DOS ARES - (para SAFIRA) Reporte: Cuidarei de você, como se fosse a mais preciosa estrela de todos os céus!

SAFIRA - Ahhh... legal.... sabe... você é bonitão...parece com as penas brilhantes de um azulão!

PRÍNCIPE DOS ARES - Ciente, prossigo. Necessito de você, como necessito do ar que respiro!

SAFIRA - Tão delicado... como as asas azuis de uma borboleta!

PRÍNCIPE DOS ARES - Objetivo final: flutuar com você, por sobre as nuvens da felicidade...

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SAFIRA - (para o PAI) Pai, sabe... eu tava achando melhor... sabe o que é? É que... não sei... mas eu acho que...quero voá pelas alturas da vida com o meu príncipe!

PAI - (para IAN) E assim, tua irmã Safira se casô. Ela subiu ao altar, num vestido de céu com todas as suas estrelas. Mais uma festa linda, mais alegria por esse reino e pelo Reino dos Ares.

IAN - E a minha terceira irmã?

PAI - Rubi... É uma história bem parecida com as duas outras. Tempos depois apareceu por aqui mais um rapaz, desta vez era o Príncipe da Terra!

2-C) O terceiro pedido

(Entra o PRÍNCIPE DA TERRA, e faz uma profunda reverência)

PRÍNCIPE DA TERRA - Sarve incenlentísmo senhor! ‘Sdia!


PRÍNCIPE DA TERRA - Bão... o causo é que eu vim de um reino muito longe, de uma lonjuuuuura... que não tem fim nem acabamento! É que prasquele meínho de lá, o meu pai é o rei. A gente véve lá nos meio dos campo e tem uma montoêra de bosque em vorta da gente, sô!


PRÍNCIPE DA TERRA - Bão... é que sucede que chegô o tempo de eu arranjá matrimônio... que é pra mó de fazê um herdeiro pro reino do meu pai! Ele se achegô e me falô pra essas manêra: “Bão.... fio... tá é pra mais de na hora, de ocê campeá uma moça, uma moça boa, de famia boa...a moça que vancê gostá! Que é pra mó de ocê casá com ela! Tonce... sai por esse mundão aberto sem frontera, e só me vorte nos pé pra cá, quando arranjá a dita!” Ieu fui! Parti por esse mundão de Deus, e percurei, percurei... mai foi só hoje que encontrei a moça que quero levá comigo... A moça que fez um vurcão no meu coiração, um terremoto em drento de mim! Bão... eu truxe aqui três saco de

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ouro... presente do meu pai... eu dô eles pro senhor, e quero pidí, humirdemente, a mão da sua filha Rubi em matrimônio!

PAI - Três sacos de ouro!!! Nunca vi tanta riqueza junta!!! Mas não é isso que vai te garantí! Essa resposta não posso dá... Só a minha filha Rubi poderá decidí se aceita ou não o teu pedido! (chamando) Rubi!!!!!

(Entra RUBI, árida como o chão)

RUBI - (para si mesma) Mas que droga!!!! Eu não acerto essa porcaria desse bolo!!! Bati as claras, misturei, fiz tudo direitinho e aquela meleca de bolo não dá certo!!! Dá vontade de jogá tudo no chão e pisá em cima!!! Que inferno!!!! Eu é que não vô ficá o dia inteiro tentando acertá bolo!!!! Eu tenho mais o que fazê!!! Que saco!!!!

(E só então ela depara com o PRÍNCIPE DA TERRA. Eles se olham com paixão)

PAI - (para o PRÍNCIPE DA TERRA, meio sem jeito) Não repare não... Rubi é um pouco... nervosa, sabe?

PRÍNCIPE DA TERRA - (apaixonado) Tar e quar os touro no pasto...

PAI - (para RUBI) Você conhece esse rapaz?

RUBI - A gente se conheceu hoje, pai.

PAI - Pois ele me pediu que desse sua mão em casamento, minha filha.

RUBI - (irritada) Ah é? Qué dizê que ele vai chegando... e pedindo minha mão pro senhor... e eu? Nem precisa perguntá né? Esses homens, viu! E qual foi sua resposta, pai?


PRÍNCIPE DA TERRA - (para RUBI) Bão... eu vô cuidá d’ocê, que nem que se fosse o diamante mais percioso de todas as terra desses canto de mundo!

RUBI - Ah, é? Sei!!! Eu ia te dizê umas poucas e boas! Só não digo porque... bom... porque você é bonito como o rubra rosa que florece na primavera!

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PRÍNCIPE DA TERRA - Munto gardecido pelos complemento! Mai é que eu perciso de ocê, tar e quar preciso desse chão que ieu piso!

RUBI - Você é forte como o sangue vermelho que passa pelo meu coração!

PRÍNCIPE DA TERRA - Quero subí cocê, por riba das montanha da felicidade...

RUBI - (para o PAI) Olha, pai, eu não tô gostando nada disso!!!! Mas.... eu quero corrê pelos espaços da vida com o meu príncipe!

PAI - (para IAN) E esse foi o casamento de sua irmã Rubi. Ela subiu ao altar num vestido de campo com todas as suas flores... Mais uma vez, festa e alegria!!!!

IAN - E elas sabem que tem um irmão??

PAI - Você só nasceu depois que elas já tinham se casado. Mas elas sabem que você existe! E eu mandei mensageiros pra avisá que seu jovem irmão Ian está indo visitá-las!

IAN - Eu??? Eu vou visitá elas?

PAI - Vai, meu filho. Chegou o momento de você conhecê tuas irmãs, e de conhecê também o mundo!

(O PAI mostra a IAN duas barras de ouro)

IAN - Nossa!!!

PAI - Essas duas barras de ouro valem muito. Muito mesmo! E você vai usá esse ouro pra fazê a tua viagem!

IAN - Viagem? Mas pai! Quem sou eu pra saí assim pelo mundo?

PAI - (rindo de Ian) Quem sou eu... Quem sou eu... E você já quer saber quem você é? (sério) Filho, chega um dia em que cada pessoa tem uma estrada a percorrê, uma batalha a vencê, um reino a construí. Talvez, no fundo, cê já sabe quem você é. Mas só no final da estrada cê vai tê certeza. Teu caminho começa por conhecê tuas irmãs. Pra se fortalecê nas tuas raízes.

IAN - Mas eu sou muito pequeno!!! Não vô tê forças pra enfrentá tudo isso!!!

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PAI - Às vezes, é nos pequenos que encontramos as maiores forças...

IAN - Eu tenho medo...

PAI - Mas tem vontade! Teu coração é como uma chama que queima de tanto querê! Você tem o fogo da coragem no teu peito! Tem o calor da procura! E nada é indestrutível diante da vontade pura de quem acredita, de verdade, que pode vencê.

IAN - E você, pai?

PAI - Eu estarei sempre contigo...

IAN - (confiante) Então eu vô! Prepare-se mundo! Aí vou eu!!!

PAI - (rindo) Você é fogo!!!!!

3) A saída

IAN - EU SOU O FOGO!!!eu tenho luz e caloreu me inflamo, me incendeiosou energia, sou ardor

EU SOU O FOGO!!!com o peito a me queimarcomo um clarão, como um raio,nada vai me apagar

Tenho a chama da coragem, tenho o fogo da paixãoVou seguir minha viagem, vou queimar por esse chão!E se o mal, pela estrada, tentar me pararnuma grande labareda vou carbonizar!

PORQUE SOU FOGO!!!Eu tenho o fogo da vidaE se alguém mexe comigo ou põe o dedo na ferida

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EU PEGO FOGO!!!Como uma febre ardenteimpetuoso, caloroso,com o peito bem quente

Tenho a chama da coragem, tenho o fogo da paixãoVou seguir minha viagem, vou queimar por esse chão!E se o mal, pela estrada, tentar me pararnuma grande labareda vou carbonizar!

PORQUE SOU FOGO!!!

4) Dois meninos brigando

(Dois meninos estão lutando. IAN chega, e entra no meio para separar a briga)

IAN - Ei!!! Que que cês tão fazendo!!! Vamo já pará com essa briga!! Que que é isso!!!

( Os meninos param... ainda bravos um com o outro, mas sem jeito)

IAN - O que que aconteceu? Porque cês tão brigando?

MENINO 1 - Ah... é que... ah... ele sempre qué ganhá mais coisas do que eu! Tudo bem...

MENINO 2 - Eu??? Mentiroso!!! Você que qué sê sempre o espertinho!!!!!

MENINO 1 -Ah, claro!!! Eu o espertinho e você o malandrão!!

(E já vão recomeçar a brigar)

IAN - Mas para com isso!!! Eu ainda não entendi porque cês tão brigando!!!

MENINO 1 - (mostrando) É que a gente ganhô o boné, as botas e a chave... Ele qué ficá com a bota e com a chave e qué que eu fique só com o boné!!! Tudo bem...

MENINO 2 - Só que o boné é muito mais legal que a bota!!!

MENINO 1 - Ah, claro!!! O boné é muuuito mais legal!!! A gente tirô par ou ímpar. Você quis par, eu ímpar. Você pôs dois eu pus três. Você disse que ganhô porque esse dedo não vale, tudo bem...

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(IAN olha desconfiado para MENINO 2, que disfarça)

MENINO 1 - Aí você escolheu a bota, tudo bem... Aí eu escolhi o boné, tudo bem... Aí você qué ficá com a chave também!!!

MENINO 2 - É a minha vez de escolhê!!!

MENINO 1 - Tudo bem...

(Pausa)

MENINO 1 - E aí eu escolho o que???

MENINO 2 - E eu tenho culpa que acabô as coisas????

IAN - Eu não acredito!!! Cês tão brigando... se batendo... por causa dessas porcarias??? Um boné esquisito... uma bota dura e uma chave?

MENINO 2 - Boné esquisito é? Bota dura?

(Os MENINOS riem de IAN)

IAN - Eu falei alguma coisa engraçada??

MENINO 2 - É que cê tá por fora do que são essas coisas!!!

IAN - De que cês tão falando?

MENINO 1 - É que essas coisas são mágicas!!!

IAN - Mágicas?

MENINO 2 - É sim! Esse boné, não é só um boné! Ele é um boné mágico!

IAN - Como assim?

MENINO 2 - É que quem colocá esse boné, fica invisível, até tirá ele de novo!

(IAN olha para eles desconfiado)

MENINO 1 - É verdade! Exprimenta pra cê vê! Tudo bem...

IAN - Cês tão tirando uma da minha cara, né?

MENINO 2 - Exprimenta!!!

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(IAN pega o boné... olha para ele desconfiado... vira, reolha... e lentamente vai aproximando da sua cabeça.

Quando ele põe o boné, desaparece!)

VOZ DO IAN - (em algum ponto do teatro) Que barato!!!!

MENINO 1 - Onde cê tá?

VOZ DO IAN - (de outro ponto do teatro) Aqui!!! Cês não tão me vendo???

MENINO 2 -Claro que não!! Cê tá invisível!!!

VOZ DO IAN - (de outro ponto do teatro) Eu tô invisível!!! Não acredito! Eu tô invisível!!!!

MENINO 2 - Volta pra cá! Não vai fugí com o nosso boné!!!

VOZ DO IAN - (de outro ponto do teatro) Não vou fugí não! Que barato!! Não tô acreditando!! Eu tô invisível!!!

MENINO 1 - Eu não te falei? Tudo bem...

(IAN reaparece no palco, ainda de boné, mas os outros não o vêem)

IAN - Ninguém vai acreditá nisso!

(Os MENINOS vão em direção da voz do IAN, mesmo que ele já tenha mudado de lugar)

MENINO 1 - É um boné mágico! Onde cê tá?

(IAN passa na frente dos meninos, faz gestos, mas eles não o enxergam)

MENINO 2 - Devolve o boné!

(IAN dá um chute no MENINO 1)

MENINO 1 - Ei!!! Para com isso!

(IAN rindo muito, passa uma rasteira no MENINO 2 e ri mais ainda)

MENINO 2 - Muito engraçadinho!!!

(IAN tira o boné de nesse momento eles o enxergam. Ele devolve o boné ao MENINO 1)

IAN - E as botas? Pra que que servem?

MENINO 2 - Essas botas te levam pra qualqué lugar que você quisé!

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IAN - Como?

MENINO 1 - É só você colocá no pé e dizê: “Bota mágica, bota que me bota! Eu boto a bota e a bota me bota ...” no lugar que você quisé. Na mesma hora, tudo bem... cê vai sumí daqui e aparecê lá!

(IAN olha para eles boquiaberto)

MENINO 2 - É verdade!

IAN - E a chave?

MENINO 2 - (mostrando) Essa chave... é uma chave mágica! Com ela cê pode abrí todas as portas do mundo!!!

IAN - Todas?

MENINO 1 - Todinhas...

IAN - Nossa!!!!

MENINO 1 - E então? O que que cê acha? A chave tem que ficá com quem ficou com o boné ou com quem ficou com as botas?

IAN - Não sei!!! Essas coisas são tão....maravilhosas!!! Tenho uma idéia!!!!

(IAN tira suas duas barras de ouro. Os meninos arregalam os olhos para o tesouro)

MENINO 1 - Caramba!!!!!

MENINO 2 - Cacilda!!!!

(Pausa)

MENINO 2 - Isso é ouro?

IAN - Ouro puro!

MENINO 1 - Mas... isso é muita grana!!!!

IAN - Eu sei...

MENINO 1 -Então você é muito rico!!!

IAN - Meu pai me deu esse ouro pra eu fazê minha viagem, pra procurá minha irmãs!

MENINO 2 - Mas esse dinheiro dá pra você comprá muita coisa!!!

IAN - Eu sei... mas eu só quero comprá.... essas coisas de vocês!

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MENINO 1 - A bota? O boné e a chave?

IAN - É! Eu tenho duas barras iguais. Uma pra cada um de vocês!

MENINO 1 - Aqui ó! (e faz uma banana para IAN)

MENINO 2 - Peraí!!!! (puxa MENINO 1 de lado) Com uma barra dessas... a gente fica rico pro resto da vida!!!

MENINO 1 - E daí? Eu prefiro nossas coisas mágicas!

MENINO 2 - (imitando) Eu prefiro nossas coisas mágicas... Cê é bobo??? Qué coisa mais mágica que grana??? Com aquele ouro a gente compra o que quisé! Viaja pra onde quisé! E nunca mais tem que trabalhá!!!

MENINO 1 - É?

MENINO 2 - Dexa ele ficá com os brinquedinhos!! A gente fica com a grana!!!

MENINO 1 - (incerto) Tudo bem...

IAN - Topam?

(Pausa. Os MENINOS olham para o ouro. Olham para os objetos e por fim decidem:)

MENINO 2 - A gente topa!

MENINO 1 - (contrariado) É... tudo bem...

IAN - Oba!!!!!

(E fazem a troca)

IAN - Agora cês tão iguais! Ninguém mais briga!!!

MENINO 1 - Deve sê o Monstro Brigueiro que soprô pra cá...

IAN - O que?

MENINO 1 - O Monstro Brigueiro! Ele deve tê soprado pra cá... por isso que a gente brigô...

IAN - Que monstro é esse?

MENINO 2 - Cê não sabe quem é o Monstro Brigueiro?

MENINO 1 - Nunca ouviu falá?

IAN - Eu não!!! Monstro Briguento? Que monstro é esse?

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MENINO 1 - Não é Briguento! É BriGUEIRO!!!

MENINO 2 - Briguento é quem briga com os outros. Brigueiro é outra coisa: Quem faz os sapatos? O sapateiro!! Quem faz o pão?? O padeiro!!! O Monstro Brigueiro é o monstro que faz acontecê todas as brigas!

MENINO 1 - Toda vez que alguém briga... se um amigo briga com outro, se o pai briga com o filho, se um país entra em guerra com outro... é por causa do Monstro Brigueiro!

MENINO 2 - Quando o Monstro Brigueiro tá livre, o mundo se enche de guerras, de brigas... as pessoas se matam, o marido briga com a mulher, um irmão bate no outro...

MENINO 1 - E quando ele tá preso, fica tudo mais em paz... as guerras param, a amizade volta... a não sê quando ele solta o bafo dele no vento... aí, onde pará o bafo do Monstro Brigueiro, as pessoas vão brigá...

IAN - E onde vive esse monstro???

MENINO 1 - Ninguém sabe... Ele deve tá preso agora... tá tudo tão calmo...

IAN - Bom... eu tenho que í embora! E... enquanto o Monstro continua vivo... vê se vocês não ficam no caminho do bafo dele!!!

MENINO 1 - É... a gente não vai mais brigá, não...

IAN - Então... me ajuda a por essas botas que eu vô continuá a minha viagem!!!

(Eles ajudam, IAN pega suas coisas e se senta para vestir as botas)

IAN - Peraí deixa eu tirá meu sapato!

MENINO 2 -Não precisa!! Ela é de por em cima do teu sapato mesmo!

IAN - Puxa! Como é dura!!!

MENINO 2 - Isso é! É muito difícil andá com ela! Ainda bem que com ela, cê nem precisa andá!!!

IAN - Mas ela nem entra no meu pé!

MENINO 1 - Entra sim! Faz força aí! Pronto! Agora a outra!

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IAN - Ai... me ajuda aí!

MENINO 1 - Isso! Agora! Empurra! (força)

IAN - Ufff!

MENINO 1 -Pronto!!!!

MENINO 2 - Pra onde cê vai?

IAN - Vô procurá minhas irmãs! Elas são princesas em reinos que... ERAM longe! Mas agora... com as botas mágicas.. não são mais!!

MENINO 1 -(contrariado) Tudo bem...

IAN - E agora?

MENINO 1 - Agora é só cê falá as palavras mágicas, e dizê pra onde cê qué í! Bota mágica, bota que me bota! Eu boto a bota e a bota me bota....

IAN - Bota mágica, bota que me bota! Eu boto a bota e a bota me bota... nO REINO DAS ÁGUAS!!!

(Nesse mesmo instante IAN desaparece do palco e aparece em algum ponto da platéia)

5) O primeiro castelo

IAN - Uauuuu!!!! Essas botas são o máximo mesmo!!!! Eu tava lá... falei... e no mesmo segundo apareci aqui!!! (Pausa. IAN tenta se localizar na escuridão) Tá escuro... onde será o castelo da minha irmã?

(E vai surgindo o Castelo do Reino das Águas. ESMERALDA, Princesa das Águas,

ricamente vestida, está à porta.)

ESMERALDA - (cantarolando) Como uma onda no mar... xurururú... como uma onda no mar....

(IAN se aproxima lentamente. Quando ESMERALDA o percebe,

para de cantar e fica olhando)

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IAN - Princesa Esmeralda?

ESMERALDA - Ihhhhhhhh.... Aí, ó! Agora não dá pra atendê... eu tô esperando minha manicure, minha pedicure, e outras cures mais... Aí, ó! É melhor cê voltá amanhã... que aí, quem sabe...

IAN - Eu sô teu irmão!

ESMERALDA - (após uma pausa, vira e encara IAN com curiosidade e expectativa) Ian?

IAN - Sou eu!

(Eles correm e se abraçam, muito felizes)

ESMERALDA - Deixa eu te vê! Aí, ó! Você tá o mó gato! A gente podia era dá uma melhoradinha nas roupas, né? Cê tá precisando é de um banho de shopping! Vamo entrá!!!

(E entram. O Castelo das Águas é rico e esplendoroso.

No meio da sala, uma cascata de esmeraldas)

IAN - Nossa!!! Que castelo lindo!!!

ESMERALDA - Gostô? Aí, ó! Minha decoradora é the best! Ficô uma gracinha, né?

IAN - Gracinha??? Nunca vi tanta riqueza junta!! O que é isso aqui?

ESMERALDA - Ah... é uma cascata de esmeraldas... Meu marido mandô fazê em minha homenagem... fofa, né?

IAN - (impressionado) Fofíssima...

(IAN vai tirando as botas mágicas)

ESMERALDA - Aí, ó! Meu marido, o Rei das Águas...

IAN - Rei? Ele não era o Príncipe das Águas?

ESMERALDA - Era... mas agora ele herdô o reino e se tornô o Rei das Águas... e ele deve tá chegando!

(Entra o REI DAS ÁGUAS)

REI DAS ÁGUAS - Aí, ó! Deixei a bóia lá... quando voltei tava toda melecada!!! Depois... fui dropá umas onda... tudo flat, um horror! Eu não nasci pra isso!!!

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ESMERALDA - Benhê... aí, ó! Cê lembra que eu te contei do meu irmão... O Ian...que nasceu depois que a gente se casô....

REI DAS ÁGUAS - Aí, ó! Fala logo, mina! Que que foi?

ESMERALDA - Olha ele aqui!!!

REI DAS ÁGUAS - (abraçando IAN) Aí Bro!! Fala Sééério!!! É você, cara!!! Pô! Que dez!

IAN - Eu também tô muito feliz de tá aqui!!! Que legal esse castelo de vocês!

REI DAS ÁGUAS - Cara! Cê vai ficá aqui com a gente! Cê vai morá aqui!!! Vamo dropá umas ondas legal!

IAN - Puxa... eu adoraria! Mas não posso não! Tenho que conhecê minhas outras irmãs também!

ESMERALDA - Ahhh, Ian! Tudo bem... cê visita elas e depois volta pra cá pra morá com a gente...

IAN - (lembrando) Eu tenho uma estrada a percorrê, uma batalha a vencê, um reino a construí...

REI DAS ÁGUAS - Ih... ó só o garoto!!! Aí, ó! Cê tá certo! Tem que construí teu próprio reino!

ESMERALDA - (choramingando) Pô, benhê!!

REI DAS ÁGUAS - Que foi?

ESMERALDA - (choramingando) Eu falando pra ele ficá e você vem e dá a mó força pra ele í embora!! Cê nunca me apóia nas minhas coisas...

REI DAS ÁGUAS - (irritado) Ih... Mina!!! Num começa...

IAN - Êpa!!!! Será que é o Monstro Brigueiro soprando pra cá???

(pausa)

REI DAS ÁGUAS - Ih... Mano!!! Nem me fale nesse monstro!!

IAN - Ele existe mesmo?

ESMERALDA - Claro!!! É ele que faz acontecê todas as brigas do mundo!!

IAN - Então porque não acabam logo com esse monstro???!!! Aí iam acabá todas as guerras, brigas, matanças!

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ESMERALDA - Porque ninguém sabe como se faz pra matá ele!!

REI DAS ÁGUAS - Ninguém sabe de que jeito que se destrói o Monstro Brigueiro. Tem até uma recompensa pra quem conseguí...

IAN - Uma recompensa???

REI DAS ÁGUAS - Só! Quem conseguí destruí o Monstro Brigueiro, ganha um reino!! Pode virá rei!!!

IAN - É mesmo???

ESMERALDA - Só!!!!

IAN - (decidido) Então... eu vou conseguí!!!!

(REI DAS ÁGUAS e ESMERALDA se olham assustados)

ESMERALDA - Ian... você nem inventa de se metê numa aventura destas!

IAN - Porque não?

REI DAS ÁGUAS - Aí, ó! Fala sééééério!!! É quebra-côco na certa!! Esse monstro não é merreca não!

ESMERALDA - Ele é indestrutível!

IAN - Nada é indestrutível, Esmeralda!

ESMERALDA - Quem te disse isso?

IAN - O Papai! Ele me disse que nada é indestrutível quando a gente acredita de verdade que pode vencê!

REI DAS ÁGUAS - Aí, ó! Ele tem razão!

ESMERALDA - Mas ninguém sabe como se destrói esse monstro. Muita gente já tentô! Não adianta atirá nele, nem furá ele com espada, nem explodí uma bomba perto dele! Ele morre... e logo revive...

IAN - Mas deve tê um jeito...

REI DAS ÁGUAS - Deve tê...

IAN - Eu vô descobrí!!!

ESMERALDA - Puxa Ian! Como você é teimoso!!! Você é fogo!!!

IAN - Sou mesmo! Eu sou o fogo!!!

REI DAS ÁGUAS - Aí, ó! Ó só o garoto!!! Tô gostando de vê!

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IAN - Olha... eu vou atrás da Safira e da Rubi... vô tentando descobrí mais sobre esse Monstro Brigueiro... depois eu volto aqui e conto tudo pra vocês, tá?

ESMERALDA - Mas você já vai?

IAN - Vô sim! A história tem que continuá!

(ESMERALDA E O REI DAS ÁGUAS vão abraçar IAN e levá-lo à porta)

ESMERALDA - (beijando e abraçando IAN) Então vai, meu irmão! E se cuida, hein?

IAN - Pode deixá Esmeralda! Eu me cuido!

REI DAS ÁGUAS - Falô, Broo!!!! Ó , aí ó! Tô te esperando pra gente dropá umas! Aqui tá quebrando dois pau, hein?

IAN - Claro! Eu volto logo!

(Depois das despedidas, ESMERALDA e o REI DAS ÁGUAS saem e deixam IAN sózinho.

Depois de alguns segundos, o REI DAS ÁGUAS volta)

REI DAS ÁGUAS - Aí, ó! Seguinte, Ian... Gostei da tua coragem, meu irmão!!! E eu quero te dá um presente!

IAN - Um presente? Pra mim??

REI DAS ÁGUAS - Só... você merece!

IAN - Brigado!!! O que é?

REI DAS ÁGUAS - (tirando uma concha) É essa concha. Uma concha mágica!

IAN - Oba!!!

REI DAS ÁGUAS - Aí, ó! É assim: Se você tivé encrencado, levanta essa concha bem alto e fala: “Seres das águas! Me ajudem em nome do Rei das Águas!!!” E todos os seres das águas vão te ajudá!

IAN - Que legal!!! Muito obrigado! Mas agora, me ajuda aqui... vou colocar minhas botas pra seguir a minha viagem!

REI DAS ÁGUAS - Tá, aí ó! Senta aí! Onde cê vai agora?

IAN - Vou ao Reino dos Ares!

REI DAS ÁGUAS - Hummm... conhecer tua irmã Safira né? Divino!

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IAN - Nossa! Que bota dura!!!

REI DAS ÁGUAS - Força aí! Falta pouco!

IAN - Ufff!! Pronto!

REI DAS ÁGUAS - Pronto!!! Tchau bro!!!!

IAN - Té logo!!! Bota mágica, bota que me bota! Eu boto a bota e a bota me bota .... nO REINO DOS ARES!!!

(Nesse mesmo instante IAN desaparece do palco

e aparece em algum ponto da platéia)

6) O segundo castelo

IAN - Puxa.... onde é que eu vim pará dessa vez?!!(Pausa. IAN tenta se localizar na escuridão) Onde será o castelo do Reino dos Ares?

(E vai surgindo o Castelo do Reino dos Ares. SAFIRA, Princesa dos Ares,


SAFIRA - (cantarolando) Eu sou nuvem passageira.... que com o vento se vai....

( IAN se aproxima lentamente. Quando SAFIRA o percebe

para de cantar e parte para ele)

SAFIRA - Dudu!!! Ciente, prossigo. Até que enfim! Tua mãe falou que você vinha aqui pra buscá.... ih... esqueci! O que que você veio buscá?

IAN - (sem entender) Princesa Safira?

SAFIRA - Açúcar não era... era uma tesoura? Pra que que ela precisa de tesoura, hein, Dudu? Ah! Ela ia costurá umas roupinhas pra você! Ciente, prossigo. Mas... nossa, Dudu! Como você cresceu!!! Nem parece que você só tem seis anos!!!

IAN - Seis anos????

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SAFIRA - Claro! Eu fui na tua festa de seis anos na semana passada! Mas eu tô achando que não era você não! Quem é você, Dudu?


SAFIRA - (após uma pausa, vira e encara IAN com curiosidade e expectativa) Ian?

IAN - Sou eu!


SAFIRA - Ian!!!! Meu irmãozinho... me lembro da tua festa de seis anos! Parece que foi na semana passada!... Não... a da semana passada foi a do Dudu... você eu nem conhecia! Mas que lindo você meu irmão!!! Que bom te vê... Vamo entrá aqui no meu palácio...

(E entram. O Castelo dos Ares é rico e esplendoroso. No meio da sala, uma cascata de safiras)

IAN - Nossa!!! Que castelo lindo!!! Quanta riqueza!! O que é isso aqui?

SAFIRA - Ah... é uma cascata de safiras... Ciente, prossigo. Meu marido mandô fazê em minha homenagem...

IAN - (impressionado) A Esmeralda tem uma de esmeraldas!!!

SAFIRA - Que Esmeralda?

(Pausa)

SAFIRA - Ahhh!!! A nossa irmã! Cê teve com ela?

IAN - Acabei de passá por lá antes de ví pra cá! Tive com ela e com o Rei das Águas!


SAFIRA - Ahh então... por falá em marido... Puxa... nem sei o que ele vai achá quando te vê aqui....

IAN - Cê não contô pra ele que eu vinha....

SAFIRA - Esqueci....

IAN - E agora?

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SAFIRA - A gente faz assim... cê se esconde um pouquinho... eu explico pra ele... e vô te buscá...

IAN - Pode deixá! Se escondê é moleza!

(Ouve-se um barulho de fora)

SAFIRA - Ih! É o Rei dos Ares! Deixa eu vê ... cê pode se escondê...

(Sem que ela veja, IAN veste o boné. Quando ela se volta para ele ela não o enxerga mais.

Pausa. Ela fica sem entender nada)

(Entra o REI DOS ARES)

REI DOS ARES - Solicito instruções para procedimento de chegada. Nível dois cinco zero... ou era três cinco zero? Ih... Ah!! Afirmativo! Manter posição. Tudo mil e treze. Confirmado. Eu acho....

SAFIRA - Oi, amor!... Cê lembra que eu te contei que o Dudu vinha aqui buscá... o que que ele vinha buscá? Açúcar não era... bom, mas o Dudu não veio... mas aí... que que eu tava falando? Ahhhh... tesoura! Mas que que eu tava falando??? Ahhh cê lembra que te contei daquele meu irmão... que nasceu depois que a gente se casou....

REI DOS ARES - Positivo! Informação confirmada! Ian, copiado?

SAFIRA - É!!!! Então... sabe... eu achei que o Ian era o Dudu. Mas não era não. Era o Ian mesmo!

REI DOS ARES - Coteje, por favor????????

SAFIRA - Então... o que que cê ia achá... se ele... o Dudu... Não! O Dudu não! O Ian!!! O meu irmão Ian! O que que cê ia achá se ele aparecesse aqui?

REI DOS ARES - Confirmando informação: O Ian aqui?

SAFIRA - Afirmativo!

REI DOS ARES - Céu de brigadeiro! Eu ia achá perfeito!

SAFIRA - É mesmo?

REI DOS ARES - Positivo!!!

SAFIRA - Então. Ele apareceu!!!! Só que já desapareceu!!

(IAN tira o boné e todos passam a vê-lo)

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REI DOS ARES - (abraçando IAN) Ian!!! Que prazer em vê-lo!!! Bem vindo a bordo!

IAN - Eu também tô muito feliz de tá aqui!!! Que legal esse castelo de vocês!

REI DOS ARES - Positivo! É apenas nosso humilde ninho.... e tem bastante espaço para nós todos! Venha morar aqui!

IAN - Puxa... eu até que ia adorá! Mas não posso não! Já conheci a Esmeralda, mas ainda tenho que conhecê a Rubi também!

SAFIRA - Que Rubi??? (pausa) Ahhh!!! A Rubi....

IAN - E depois eu vou tentá descobrí um jeito de vencê minha batalha contra o Monstro Brigueiro e conquistá meu próprio reino!!!

(REI DOS ARES e SAFIRA se olham assustados)

SAFIRA - (para REI DOS ARES) O que foi que ele falô????

IAN - Isso mesmo que você ouviu!

REI DOS ARES - Olha, Ian, ciente. Turbulência prevista! A coisa não é tão simples. Esse monstro... é alerta vermelho, confirmado!!! Muito perigoso!!!

SAFIRA - Ele é indestrutível!

IAN - Nada é indestrutível, Safira!

SAFIRA - Quem te disse isso?

IAN - O Papai!

SAFIRA - Que papai?

(IAN e REI DOS ARES olham para SAFIRA perplexos)

SAFIRA - Ah!!! O papai....

REI DOS ARES - São desconhecidas as instruções para procedimento de destruição desse monstro. No momento, localizado atrás das quatro portas....

IAN - Quatro portas?

REI DOS ARES - Afirmativo! São as quatro portas mágicas que prendem o monstro, que não deixam a energia da guerra, da briga... a energia do Monstro Brigueiro sair!

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IAN - E que portas são essas?

REI DOS ARES - As portas do Respeito, da Tolerância, da Bondade e da Compreensão. Se essas portas estiverem fechadas, o Brigueiro tem acesso impedido!

IAN - Respeito, Tolerância, Bondade e Compreensão....

SAFIRA - Positivo. Alguém já venceu essa batalha e prendeu ele lá...

IAN - Mas eu vô achá!!! E vô dá um jeito de acabá com esse monstro!

SAFIRA - Nossa, Ian! Você é fogo!!!

IAN - Sou mesmo! Eu sou o fogo!!!

REI DOS ARES - Cuidado, Ian! Como era mesmo? Ahhh! Afirmativo! Tempo ruim no ar, aviador no bar!

IAN - Olha... eu vô atrás da Rubi... que a história tem que continuá!

(SAFIRA E O REI DOS ARES vão abraçar IAN e levá-lo à porta)

SAFIRA - (beijando e abraçando IAN) Então tá, Dudu... não! Ian! Meu irmãozinho! Que Deus te acompanhe!

REI DOS ARES - Boa sorte Ian!!! Mantenha procedimento de alerta! Cuidado! Estaremos aqui monitorando seu regresso!

IAN - Claro! Eu volto logo!

REI DOS ARES - (para SAFIRA) Prossiga. Vou fornecer procedimento e rota para seu irmão.

SAFIRA - Afirmativo!

(SAFIRA sai)

REI DOS ARES - Olha, Ian. Ciente, prossigo. Gostei da tua valentia, meu irmão!!! Solicito permissão para te dar um presente!

IAN - Um presente? Pra mim??

REI DOS ARES - Afirmativo. Um presente pra você.

IAN - Brigado!!! O que é?

REI DOS ARES - (tirando uma pena) É essa pena. Uma pluma mágica!

IAN - Oba!!!

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REI DOS ARES - Em caso de emergência, se você tivé necessitando de ajuda, levanta essa pena bem alto e diga: “Seres dos Ares! Me ajudem em nome do Rei dos Ares!!!” E todos os seres dos ares atenderão o seu chamado!

IAN - Que legal!!! Muito obrigado!!!Mas agora, me ajuda aqui... vô colocá minhas botas pra seguí a minha viagem!

REI DOS ARES - Positivo, vamos lá!! Senta aqui! Qual a sua escala? Vai prosseguir com destino ao Reino da Terra, copiado?

IAN - É!! Vô conhecê minha irmã Rubi e o Rei da Terra!!!!

REI DOS ARES - Um longo trajeto! Rota com tráfego!

IAN - (rindo) mas eu viajo rápido!!!

REI DOS ARES - Força aí! Falta pouco!

IAN - Ufff!! Pronto!

REI DOS ARES - Pronto!!! Tudo setado? Positivo!!! Boa decolagem!!!

IAN - Tchau!!! Bota mágica, bota que me bota! Eu boto a bota e a bota me bota .... nO REINO DA TERRA!!!

(Nesse mesmo instante IAN desaparece do palco e aparece em algum ponto da platéia)

7) O terceiro castelo

IAN - Que dez!!! Cada vez eu gosto mais da mágica dessa bota!!!! (Pausa. IAN tenta se localizar na escuridão)

(E vai surgindo o Castelo do Reino da Terra. RUBI, Princesa da Terra,


RUBI - (cantarolando) Sou desse chão, onde o rei é peão, com um laço na mão, laça fere e marca...

( IAN se aproxima lentamente. Quando RUBI o percebe,

para de cantar e fica olhando)

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IAN - Princesa Rubi?

RUBI - Que que é???? Bão....Não vem que não tem!!! Esmola é na igreja!!!! Mas que saco!!! Fica incomodando as pessoas!!!!


RUBI - (após uma pausa, vira e encara IAN com curiosidade e expectativa) Ian?

IAN - Sou eu!


RUBI - Mas você, hein, menino!!! Que susto!!! Quase que te desço uma cacetada na cabeça!! Vai chegando assim de mansinho! Tá doido!!! Bão... Eita irmão bonito!!!!!! Vamo entrá? Eu tava aqui fazendo arrumação, e não sei onde enfiei a chave...

IAN - (pegando a chave mágica) Qué que eu abra?

RUBI - Tá doido???

IAN - Eu tenho uma chave mágica! Ela abre qualquer porta!

RUBI - Bão... cê tá me gozando!!

IAN - Tô nada!!! Exprimenta!!

(RUBI pega a chave mágica desconfiada... e abre a porta!)

RUBI - Nossa senhora!!!

IAN - Num te disse?

(RUBI olha para a chave, muito interessada)

(E entram. O Castelo da Terra é rico e esplendoroso.

No meio da sala, uma cascata de rubis)

IAN - Uauuuuuu!!!

RUBI - Bão.... Para de ficá com essa cara de babão, aí!!!

IAN - (para a cascata) Uma cascata de Rubis... homenagem do Rei da Terra à minha irmã....

RUBI - Cê sabe tudo, hein?


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(Ouve-se um barulho de fora)

RUBI - É o Rei da Terra!!! Ele vai adorá te vê aqui!!!

(Sem que ela veja, IAN, maroto, veste o boné. Quando ela se volta para ele ela não o enxerga mais)

RUBI - Cadê?

(IAN fica quieto, se divertindo)

RUBI - Mas... Cadê??? Volta aqui!!! Mas que moleque!!! (cada vez mais nervosa) Onde cê tá??? Vem já aqui, menino!!! Qué me deixá doida???!!!

(Entra o REI DA TERRA e pega a RUBI gritando)

REI DA TERRA - Mai... ocê endoidô, muié??? Tá aí gritano sozinha??? Bão! Vamo botá orde nesse galinhero que o galo chegô!!!! Ara.... (imitando ela) Cadê???? Vortaqui!!!! Qué me dexá doida??? Já tá doida!!!!

RUBI - Não! Bão... não é isso... é que... Cê lembra que eu te contei do meu irmão... que nasceu depois que a gente se casô....

REI DA TERRA - Craro!! Cê me disse! Eu me alembro bem! O Ian teu ermão! Cadê ele? Ele veio???

RUBI - Bão....

(IAN tira o boné e todos passam a vê-lo)

REI DA TERRA - (abraçando IAN) Ara!!!! Mai que rapagão bonito, sô!!! (e chacoalha Ian) Seje benvindo aqui no meu reino! Fai de conta que a casa é sua!!!!

IAN - (meio zonzo, sem jeito) Brigado....

REI DA TERRA - Mai que bregado, mané bregado, sô!!! Ocê é ermão aqui da mia Rubi!!! É da fami’a!!! num tem nem que agardecê!!! Ô Rubi!!! Que bão que ele veio, né não, muié??? Agora ocê vai é se mudá e ficá aqui ca gente! Vamo montá uns alazão! Vamo caçá.... vamo cavargá... vai sê muito bão!!! Aqui em vorta tem um monte de arqueire de terra pra mó da gente fazê o que quisé, sô!!!

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IAN - Ah... seria muito bom! Só que... bom... eu preciso ir atrás do MEU reino, né? Eu vou vencê minha batalha contra o Monstro Brigueiro!!!!

REI DA TERRA - (cai na risada) Pui chegô tarde, piá!!!

IAN - Porque?

REI DA TERRA - Pruque eu já engaiolei o dito!

IAN - Você??? Foi você que prendeu o Monstro Brigueiro???

RUBI - Ele mesmo!!! Foi o MEU marido que prendeu o monstro!!! Isso é que é macho!!!

IAN - Como foi?

REI DA TERRA - Bão... ieu já tava de oio no dito cujo que andava rondano aqui essas parage, sabe? Antonce, eu fui atrai d’um feiticero que véve lá pra perto do reberão e incomendei do bruxo as quatro porta mágica... que... bão... Num sei se ocê sabe, mai o único jeito de dexá o bicho preso é atráis de quatro porta mágica...

IAN - Eu sei! Já ouvi essa história!!!

REI DA TERRA - Tonce... aí eu juntei todos os inzército do reino e fumo tudo caçá o tar... Todo mundo sabia dos perigo desse bicho que num morre, ou mió... que morre e véve de novo!!! É uma disgramera... uns conhecia ele como Monstro Brigueiro e otros como Bicho Manjaléu! Mai era ele mermo! Tonce nói fumo... campeamo, campeamo e achamo o tar num matagar aqui perto!!! Caiu tudo de pau em cima do bicho!!! E enfiava espada, e dava tiro, e dava cacetada, e nada do bicho morrê! Antonce um garrô, outro segurô aí ieu cheguei e peguei mi’a espada e cortei o pescoço dele!!! A cabeça vuô e caiu a uns vinte metro adiante!

IAN - Nossa!!!

REI DA TERRA - Mai foi caí, e a cabeça já começô a rolá de vorta pro corpo do bicho!! Já queria revivê o Manjaléu!!! Antonce metade do inzército segurô a cabeça... e a outra metade começô a levá o corpo praquela cela na torre do castelo que eu preparei co’as quatro porta mágica! Mai era uma força danada que tinha que fazê pruque a cabeça dele

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queria que queria grudá no corpo dele ôtra veiz de novo!!! Mai nóis correu e joguemo o corpo dele indrento da masmorra! Aí a cabeça se sortô da mão dos sordado e voô pra indrento da cela!!!

IAN - Que história incrível!!!

REI DA TERRA - Mai aí... eu já tava de prontidão! Foi só passá a cabeça do mardito, que eu trac!!! Fechei a porta do Respeito! O Monstro já gritava que se debatia lá indrento, mai já não conseguiu abrí... aí fechei a porta Tolerança, a da Bondade, e finarmente a da Comprensão! Tranquei tudo a chave!!! E o bicho nunca mai que saiu de lá!!!!

IAN - Puxa!!! Quanta coragem!!! Cês podiam tê morrido!!!

RUBI - (orgulhosa) Viu só???!!!

REI DA TERRA - Bão.... pudê... pudia.... mai num morremo... e o bicho tá aí preso pra todo o sempre!!!

IAN - E as chaves? Onde tão as chaves?

REI DA TERRA - As chave? (olhando de esguelha para RUBI) Bão... as chave... ieu tive que derretê!!!! Derreti as quatro no fogo!!! Pra invitá que (com intenção para RUBI) certas pessoas... fizesse mar uso dela, num sabe?

RUBI - Num começa!!!!

REI DA TERRA - Sei... Num começa... sei... curiosidade matô o gato!

RUBI - (para IAN) Todo esse escândalo só porque um dia eu quis vê o monstro....

REI DA TERRA - Ela quis vê o monstro!!!! Ela já ia abrino as porta!!! Ia sortá o disgramado!! Isso que ia!!!

RUBI - Que nada!!! Eu ia abrí de noite, na hora que o monstro já tá dormindo!!! Ia dá só uma espiadinha e pronto fechava de novo!!! Que que custa....

REI DA TERRA - Custa que cabô!!! Derreti as chave e ninguém mai abre aquela porta!

(Nesse momento, RUBI se lembra da chave mágica de IAN, que ficou com ela desde que ela abriu a porta.

Ela pega a chave na mão, olha pra ela, e torna a guardar)

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IAN - (suspira) Mas deve tê um jeito de ACABÁ com ele!!! De DESTRUÍ o Monstro Brigueiro! Eu também preciso vencê a minha batalha e conquistá o meu reino....

REI DA TERRA - Óia... se tivé jeito de dá cabo dele.... esse jeito é das magia! Pruque depois de tudo que nóis fez com ele... de inté rancá a cabeça dele e ele num morreu... o jeito é outro.... se ocê discubri... pode tentá...

IAN - Eu vô descobrí!

REI DA TERRA - Bão! Mai vamo dá uma vorta aí plas terra!!! Quero te mostrá de tudo! Muié! Vô dá uma bardeada aí co seu ermão!

RUBI - Vai... voltem pra hora do jantar, hein? Bão...

(IAN e REI DA TERRA saem)

8) A curiosidade de Rubi

RUBI - (tirando a chave mágica) Esses homens.... pensam que só eles que sabem das coisas.... Imagina que vai fazê mal eu dá uma espiadinha no bicho??? Eles não tem curiosidade porque já viram!!! Mas eu... queria tanto vê uma vez só.... Vou dar só uma espiada....

(RUBI vai até a porta da Compreensão)

RUBI - (lendo) “Se você compreender as razões do outro, nunca brigará com ele. Sem Compreeensão estará solto o monstro da briga.” (pensa) bão... vou só chegá mais perto... depois eu fecho de novo...

(E abre a porta da Compreensão. Vai até a porta da Bondade)

RUBI - (lendo) “Se existir um pouco de bondade no teu coração, para dar ao outro o que ele precisa, não haverá lugar para briga. Sem Bondade estará solto o bicho brigueiro.” (pensa) bão... inda tem mais duas portas...

(E abre a porta da Bondade.Vai até a porta da Tolerância)

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RUBI - (lendo) “Se você pensar um pouco, verá que ninguém sabe tudo nesse mundo. Por isso você vai tolerar as diferenças entre você e o outro. Sem Tolerância estará solto o Manjaléu da guerra” (pensa) inda tem mais uma...

(E abre a porta da Tolerância.Vai até a porta do Respeito)

RUBI - (lendo) “Se você souber respeitar teu companheiro, aprender que Respeito é um direito de todo ser humano, evitará todas as brigas. Sem Respeito estará solto o Monstro Brigueiro” (pensa... repensa... mas está ansiosa... tenta espiar...) eu vô abrí e fechá rapidinho.... só pra vê como ele é....

(E abre a porta do Respeito)

9) O rapto do Monstro

(Imediatamente o MONSTRO BRIGUEIRO prende RUBI)

MONSTRO BRIGUEIRO - Era você mesma que eu queria!!!!

(MONSTRO BRIGUEIRO acorrenta RUBI, prendendo-a a ele)

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MONSTRO BRIGUEIRO - Treme Terra!!!!Treme mundo inteiroEstá livre o BrigueiroÉ hora de guerra!

A dor se espalha!Queima a terra arde o céuEstá solto o ManjaléuQue comece a batalha!

Católicos, Protestantes, Muçulmanos e JudeusMatem-se, acabem-se, em nome de Deus!Negros, brancos, índios! Que desgraça!Matem-se, acabem-se, em nome da Raça!

Comunista, Socialista, Anarquista, FascistaCapitalista, Nazista, não acaba essa lista!Briguem, lutem até tudo perderMatem-se, acabem-se em nome do Poder!

Luta, batalha, e também revolução!Matem-se, acabem-se em nome da Nação!Guerra Fria, Guerra quente,mas sempre Guerra!Matem-se, acabem-se em nome da Terra!

Com vontade, com maldade, todos de qualquer idadeMatem-se, acabem-se pela Liberdade!Pela honra, pelo rei, pela fúria, pela glória!Matem-se, acabem-se mesmo só pela Vitória!

(IAN e REI DA TERRA irrompem em cena)

IAN - Não!!!!!!!

REI DA TERRA - Desgramado!!!!!!

MONSTRO BRIGUEIRO - Ninguém se mexe!!! Ou eu acabo aqui com a princesa!!!

(IAN e REI DA TERRA param)

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MONSTRO BRIGUEIRO - Vocês achavam que iam me prendê pra sempre??? Hahahahaha!!!!!! O reinado da guerra acaba de recomeçá!!!!

REI DA TERRA - Disgramento!!!!!

MONSTRO BRIGUEIRO - Eu não esqueci de como você cortô a minha cabeça, seu caipirão!!! E vô fazê o mesmo com ela se você chegá perto de mim!!!!

IAN - Ninguém vai chegá perto!!!

MONSTRO BRIGUEIRO - Agora eu vô embora, com ela junto! E não quero ninguém me atrapalhando na minha tarefa de espalhá a guerra, a briga, as discórdias pelo mundo! Ela fica comigo pra me garantí! Hahahahaha!!!!!

(E sai com RUBI. REI DA TERRA tenta ir atrás. IAN o detém)

IAN - Espera!!!

REI DA TERRA - (tentando se desvencilhar) Temo que segui o bruto, Ian!!!

IAN - Calma!!!! Eu tenho um plano!!! Eu vô seguí eles invisível!!!

REI DA TERRA - Invisíver?

IAN - É com meu boné mágico! Me espera aqui! Eu vô lá e já volto!

REI DA TERRA - Tonce espera! Vô te dá um presente! (entrega a IAN um pedaço de carvão)

IAN - Carvão?

REI DA TERRA - É carvão dos mágico! Se ocê se estrupiá e tivé precisado de ajuda, ocê ergue bem arto o carvão e fala: : “Seres da terra! Me ajudem em nome do Rei da Terra!!!”

IAN - Brigado!

REI DA TERRA - Mai quar que é o teu prano?

IAN - Eu te explico ( e saem.)

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10) Ian na toca do Monstro

(Entra MONSTRO BRIGUEIRO trazendo RUBI)

MONSTRO BRIGUEIRO - É aqui a tua nova casa... princesinha...

RUBI - (brava) Você não vai me soltá?

MONSTRO BRIGUEIRO - Não!!!! De jeito nenhum!!! Você vai ficá presa comigo pra sempre!!!

RUBI - Que saco!!!!

MONSTRO BRIGUEIRO - E agora fica quietinha aí, na sua, que eu vô começá a prepará meus planos de semeá a briga pelo mundo!!! Hahahahaha!!!! (e cantarola) Esse é um país que vai pra frente... ououououou.... de uma gente amiga e tão contente... ououououou....

(Entra IAN, com o boné, pé ante pé, e não é visto por ninguém. Passa pelo MONSTRO BRIGUEIRO.

Este faz um movimento que quase atinge IAN, mas IAN se esquiva.

IAN se aproxima e sussurra ao ouvido de RUBI)

IAN - Rubi...

RUBI - (num grito) Ai!!! Que susto!!!

(IAN tapa a boca de RUBI)

MONSTRO BRIGUEIRO - Tá doida??? Que que foi???

RUBI - Nada... nada... tô meio assustada!! Não pode???

MONSTRO BRIGUEIRO - Cala a boca!!!

(IAN segura a mão de RUBI e vai falar de novo)

IAN - Presta atenção, Rubi! Você vai tê que me ajudá a descobrí como se mata esse monstro!!!

RUBI - (sussurrando) Eu??? Como???

IAN - Passa a conversa nele!!! Ele deve sabê o segredo! Faz ele te contá!!!

RUBI - Ele vai me matá!!!

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IAN - Ele vai te matá é se a gente não fizé nada!!! Vai!!! Tenta descobrí!!!

(Pausa. RUBI pensa)

RUBI - ( para o MONSTRO BRIGUEIRO) Você podia sê menos ingrato com a pessoa que te soltou, né?

MONSTRO BRIGUEIRO - Hahahaha!!! Me soltô??? Me soltô sem querê!! De curiosa que é!!! Sei que você queria me soltá...

RUBI - Não queria mesmo!!! Mas soltei... e não precisava me tratá com toda essa brutalidade!!!

MONSTRO BRIGUEIRO - Cala a boca!!!!

RUBI - (imitando) Cala a boca!!! Cala a boca!!! Meu marido já te pegou uma vez e vai te pegá de novo!!!

MONSTRO BRIGUEIRO - Ele que tente!!! Ninguém sabe como me destruí!!! Hahahaha!!!!

RUBI - Ahh... isso é conversa!!! Cê não me engana que tem um jeito mágico de acabá com você não!!!

MONSTRO BRIGUEIRO - Duvida é??? Então porque ninguém conseguiu me matá até hoje???

RUBI - Porque não deram a cacetada no lugar certo!!!

MONSTRO BRIGUEIRO - Hahahahaha!!!!! Pois você tá muito enganada, princesinha!!!

RUBI - Conversa mole...

MONSTRO BRIGUEIRO - (nervoso) Minha vida está guardada bem longe daqui!!!!

IAN - (para RUBI) Isso!! Cê tá conseguindo!!!

RUBI - Ah é?? Onde????

MONSTRO BRIGUEIRO - Ahhhh.... e cê acha que eu vô te contá!!! Engraçadinha....

RUBI - Não conta porque é mentira!!!

MONSTRO BRIGUEIRO - Não é mentira não, menina!!! Mas eu que não vou sê burro de te contá! Se alguém descobre, acaba comigo!!!

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RUBI - Ué... mas cê não falô que eu ia ficá presa aqui??? Como é que eu vô contá??? (irônica)Não tô vendo nenhum telefone por aqui...

(MONSTRO BRIGUEIRO se aproxima ameaçador de RUBI)

MONSTRO BRIGUEIRO - Então a princesinha continua curiosa, né? Não aprendeu a lição!!! Qué sabê onde tá a minha vida... muito bem... eu te conto... mas se eu sentí assim... um incômodo.... uma dorzinha de cabeça... uma coceira estranha... Eu vô sabê que tão mexendo com a minha vida! E antes de qualqué coisa!!! Eu mato você!!!! Que acha dessa idéia???

(RUBI está morta de medo. Ela procura em volta uma resposta de IAN. Ele contorna o MONSTRO BRIGUEIRO

pega a mão dela e sussurra)

IAN - Pode confiá, Rubi! Não vô deixá que nada de mal te aconteça!

RUBI - (convicta, estende a mão para MONSTRO BRIGUEIRO) Fechado o trato!!!

MONSTRO BRIGUEIRO - Olha.... se eu sentí qualqué coisa... acabo com você!

RUBI - Toca aqui!!! Não tenho medo não!!!

(MONSTRO BRIGUEIRO aperta a mão de RUBI)

MONSTRO BRIGUEIRO - Muito bem... mas presta atenção que nunca falei isso pra ninguém. E só vô falá uma vez!

(Pausa)

MONSTRO BRIGUEIRO - Sobre o gigantesco Mar da Inveja, vive um grande pássaro. É o Pássaro da Cobiça!!! Esse pássaro carrega sempre um baú muito forte!!! É o Baú do Preconceito!!! Dentro dele tem uma vela onde tá acesa a Chama do Ódio! Essa chama guarda a minha vida! Se alguém conseguí apagá essa vela... eu morro!!! Só que não é nada fácil, né!!!! Hahahahaha!!! Agora princesinha curiosa... cê já sabe! Se eu sentí qualqué coisinha... acabo com você!

RUBI - Grande coisa...

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MONSTRO BRIGUEIRO - Agora senta aqui que eu vou descansá! Vô dormí no seu colo!! E fica bem quietinha que eu tô muito cansado!!!

(RUBI senta e MONSTRO BRIGUEIRO deita em seu colo. IAN se aproxima, toca o cabelo da irmã, beija sua face,

e sai)

11) Ian vai ao mar

(REI DA TERRA está andando de um lado pra outro preocupado. Entra IAN, já com as botas)

IAN - Descobri!!!!

REI DA TERRA - E a Rubi??? Comé que tá a Rubi??

IAN - Ela tá bem! O Monstro não vai fazê mal pra ela!

REI DA TERRA - Graças à virge santísma! Óia só, ela abriu as porta mágica co essa chave insquisita!

IAN - É a minha chave mágica que abre todas as portas. Ela pegô sem eu vê!

REI DA TERRA - Tonce guarda essa tranquera, aí...

IAN - Mas temo que í depressa!! Destruí o Monstro! Eu já sei o segredo da vida dele!!!

REI DA TERRA - Tonce, bamo, ara!!!

IAN - Vem cá, me abraça bem apertado e pisa aqui na minha bota!!

(REI DA TERRA olha para IAN desconfiado)

IAN - Vai!!! Não temo tempo a perdê!

(REI DA TERRA obedece)

IAN - Bota mágica, bota que me bota! Eu boto a bota e a bota me bota no Mar da Inveja!

(IAN e REI DA TERRA estão andando numa praia, perto do Mar da Inveja)

REI DA TERRA - Mai comé que nói vinhemo pará nesse logá?? Ieu tô é zonzo!!!! Ondé que é isso?

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IAN - Tamo na beira do Mar da Inveja!

REI DA TERRA - O mar? Ieu nunca que vi o mar! Me dissero que é uma montoêra de água que não tem fim nem acabamento!! Que é ansim um reberão gigante e que inda por cima tem ansim umas ôndea nele...

IAN - (lembrando) Sobre o gigantesco Mar da Inveja, vive um grande pássaro. É o Pássaro da Cobiça!!! Esse pássaro carrega sempre um baú muito forte!!! É o Baú do Preconceito!!!

REI DA TERRA - O que?

IAN - Temo que achá o Pássaro da Cobiça!!! (e tem uma idéia) Já sei!!!!

(IAN tira a pluma mágica e levanta bem alto)

IAN - Seres dos ares! Me ajudem em nome do Rei dos Ares!!!

(O céu se enche de pássaros de todos os tipos e tamanhos)

REI DA TERRA - Ai, meu jesui’ cristinho!!! Quanta ave!!!

IAN - Uauuu!!!! Quantos pássaros!!!!

REI DA TERRA - Óia!!! Eles tá tudo avoano pra lá! Juntaro tudo lá!!!

IAN - Eles vão me trazê o Pássaro da Cobiça!!!

REI DA TERRA - É mermo!!! Eles garraro tudo aquele urubuzão gigante que tá c’aquele baú nas pata!!!

IAN - É!!!!! Eles acharam!!! Tão trazendo pra cá!!!!!

REI DA TERRA - Óia!!!!!

IAN - Não!!!!!

(Ouve-se o barulho do baú caindo na água)

REI DA TERRA - Urubu disgramento!!!! Largô o baú na água!!! E agora Ian?

(IAN ergue a concha mágica)

IAN - Seres das águas! Me ajudem em nome do Rei das Águas!!!!

(O mar se enche de peixes de todos os tipos e espécies)

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REI DA TERRA - Ai, minha nossa s’ora pricidinha!!!! Que mundo de peixe!!!!

IAN - Eles vão buscá o baú do Preconceito pra gente!!!

REI DA TERRA - E vão mermo.... óia lá aquele cardume montoado de peixe! Tão trazeno uma coisa pra cá!

IAN - É o baú!!!

(IAN e REI DA TERRA tiram do Mar o Baú do Preconceito)

(Nesse momento MONSTRO BRIGUEIRO, sente um calafrio)

MONSTRO BRIGUEIRO - (num sobressalto) Ai!!!

RUBI - (assustada) Que que foi?

MONSTRO BRIGUEIRO - Não sei... uma sensação ruim...

RUBI - (preocupada e já pressentindo o perigo) É... dia cheio pra você, né? Depois de passá tanto tempo lá trancado... agora sai, toma vento e fica com coisa... eu vô prepará um chazinho pra você, peraí...

(MONSTRO BRIGUEIRO volta a se deitar, RUBI respira aliviada)

(No mar)

IAN - (lembrando) Sobre o gigantesco Mar da Inveja, vive um grande pássaro. É o Pássaro da Cobiça!!! Esse pássaro carrega sempre um baú muito forte!!! É o Baú do Preconceito!!! Dentro dele tem uma vela onde tá acesa a Chama do Ódio!

REI DA TERRA - Pega aquela tranquera da tua chave mágica!

(IAN pega a chave mágica, mas não consegue achar fechadura)

IAN - Não tem fechadura!!

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REI DA TERRA - (ajudando a procurar) Mai como que não tem? Tem que tê! Como é que abre esse negóço?

IAN - Não tem mesmo!!!

(Eles tentam quebrar o baú, sobem em cima dele mas... nada! Eles se cansam)

REI DA TERRA - Mai que diacho!!! Que madera dura!!!

IAN - Tem que tê um jeito!

REI DA TERRA - Mai só se vinhesse uma manada d’elefante pisa nisso, sô!

IAN - É isso aí!!!

(IAN levanta o carvão)

IAN - Seres da terra! Me ajudem em nome do Rei da Terra!!!

(Eles esperam ansiosos mas nada acontece. IAN levanta novamente o carvão)

IAN - (gritando) Seres da terra! Me ajudem em nome do Rei da Terra!!!

(Pausa. Nada acontece)

IAN - Mas que droga!!!

REI DA TERRA - Faiô??? Mai isso nunca faia!!!!

(E então, ouve-se a voz do PAI)

PAI - (rindo) Você é fogo!!!!!

IAN - Pai?

REI DA TERRA - Que foi Ian? Tá ovino coisa?

IAN - (afasta REI DA TERRA com um gesto) Pai????

PAI - Às vezes, é nos pequenos que encontramos as maiores forças...

IAN - (pensativo) Às vezes, é nos pequenos que encontramos as maiores forças...

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REI DA TERRA - Nos pequeno?

IAN - Às vezes, é nos pequenos que encontramos as maiores forças...

(Nesse momento, IAN esbarra no Baú do Preconceito e ele se desmancha todo.

IAN e REI DA TERRA se entreolham surpresos e partem para cima dos destroços do baú)

REI DA TERRA - (examinando) Cupim!

IAN - O que?

REI DA TERRA - Cupim!!! Eles comero a madera!!!!

IAN - Esses bichinhos pequenininhos?

REI DA TERRA - Eles mermo!!!

IAN - Às vezes, é nos pequenos que encontramos as maiores forças!!! É isso!!! Vamo achá logo a vela!!!

(IAN tira dos destroços do baú uma vela acesa)

IAN - A Chama do Ódio...

(Nisso, o MONSTRO BRIGUEIRO dá um salto e um grito)

MONSTRO BRIGUEIRO - Ahhhhhhhhh!!!!!!!!!

RUBI - (num susto) Que que foi????

MONSTRO BRIGUEIRO - (ameaçador) Você me enganô!!!

RUBI - (tentando controlar a situação) Ahhh... mas vocês homens são todos iguais!! Qualqué gripinha já acham que vão morrê!!!

MONSTRO BRIGUEIRO - (mais alto) Não!!!! Tão mexendo com a minha vida! Eu posso sentí!!! Mas primeiro eu acabo com você!!!!

(E parte na direção dela)

(IAN sopra a vela. Mas ela não se apaga.

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Olha para REI DA TERRA, assustado. Os dois sopram. A vela não apaga.)

MONSTRO BRIGUEIRO - Eu vô acabá com você!

(E camabaleia em direção a RUBI que vai tentando fugir)

IAN - Não apaga!

REI DA TERRA - Num pode de sê!

IAN - Essa chama é indestrutível!!!

(E ouve-se, mais uma vez, a voz do PAI)

PAI - Nada é indestrutível diante da vontade pura de quem acredita, de verdade, que pode vencê.

IAN - (pensando) Nada é indestrutível diante da vontade pura de quem acredita, de verdade, que pode vencer. Meu Deus! Quem é que tem essa vontade pura??? Quem é que acredita???

REI DA TERRA - Ara... essa é fácir!

IAN - Quem?

REI DA TERRA - Quem é que querdita tanto nos coeio da Páscoa, que sempre aparece uns ovinho de chocolate?? Quem é que querdita tanto no Papai Noer... que o veinho sempre traiz os presente??

IAN - As crianças!!!

REI DA TERRA - Craro!

MONSTRO BRIGUEIRO - (avançando sobre RUBI) Eu vou te matar!!!!

RUBI - (grita) Não!!!!!!

IAN - (para uma criança da platéia) Sopra!!!!!

(E só quando uma criança soprar, a vela se apaga.Nesse mesmo momento ouve-se o grito do

MONSTRO BRIGUEIRO)

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MONSTRO BRIGUEIRO - Nããããããããooooooo!!!!!!!!!! ( e cai por terra)

12) Despedida

(Tudo se transforma numa grande comemoração)

RUBI - (abraçando IAN) Você conseguiu!!!

IAN - Sem você eu nunca teria conseguido!!!

RUBI - Ei!!!! Agora cê vai sê rei!

REI DA TERRA - É mermo!!! Vancê vai ganhá teu reino de recompensa!!!

IAN - O meu reino!!

RUBI - E aí? Já sabe que reino cê vai querê?

IAN - Eu posso escolhê?

REI DA TERRA - Craro!!! É Vancê que escoie que rei que vai querê sê!

IAN - (lembrando) O Papai me disse, que no final da estrada eu ia sabê com certeza quem eu sô.Então eu sou... o REI DO FOGO!!!

IAN - EU SOU O REI DO FOGO!!!eu tenho luz e caloreu me inflamo, me incendeiosou energia, sou ardor

REI DA TERRA e RUBI - VOCÊ Ó O REI DO FOGO!!!com o peito a te queimarcomo um clarão, como um raio,nada vai te apagar

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IAN - Tenho a chama da coragem, tenho o fogo da paixãoEu já fiz minha viagem, já queimei por esse chão!E o mal, pela estrada, eu já derrotei!E por isso, agora, eu já posso ser rei!

REI DA TERRA e RUBI - O REI DO FOGO!!!E tem o fogo da vidaE se alguém mexe com ele ou põe o dedo na ferida

IAN - EU PEGO FOGO!!!Como uma febre ardenteimpetuoso, caloroso,com o peito bem quente

REI DA TERRA e RUBI - Com a chama da coragem, e o fogo da paixãoVocê fez sua viagem, e queimou por esse chão!

IAN - E o mal, pela estrada, eu já derrotei!

REI DA TERRA e RUBI - E por isso, agora, você é o rei!

(Estão todos nos preparativos da grande festa)

RUBI - (para IAN) Tá tudo combinado! A Safira e Esmeralda tão vindo pra tua coroação!!!

REI DA TERRA - E o Rei das Águas e o dos Ares tomém!! E mai uma murtidão que vem festá co’a gente a coroação do Rei do Fogo!!

IAN - Que bom!!! Muito obrigado por tudo!!!

REI DA TERRA - Que bregado, mané bregado, sô!!! Ocê merece inté mai que isso!!!!

RUBI - Vai se arrumá, Ian, já tá na hora....

(IAN vai sair, mas ouve a voz do PAI)

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PAI - Ian....

IAN - Pai?

PAI - Você conseguiu, meu filho.

IAN - Você também vem pra minha festa???

PAI - Não, filho, eu já tô em outros reinos...

IAN - Pai....

PAI - Agora você é um Rei! Tem teu próprio Reino pra cuidar! Não precisa mais de mim!

IAN - Eu sempre vô precisá de você!

PAI - Eu estarei sempre contigo...

IAN - (num fio de voz) Como?

PAI - Eu estarei sempre contigo... dentro de você!

IAN - Pai...

(Ele ergue o braço. Fecha a mão.

E a puxa para o peito)

(e as luzes se vão)

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O fim da história

Tem história que veio de não sei ondede um canto muito longee de muito tempo atrás

Elas correm pela boca do meu povoelas vem de pai pra filhoàs vez do filho pros pais

Essa história que acabamo de contácomeçou, foi desse jeitonão sei onde vai pará

Se cê gostô, conta ela pra famíliapro teu filho, pra tua filhaquando grande cê ficá!

Foi a história de um rapazinho valenteque logo que se fez gentesaiu por esse mundaréu

Pra acabá com o um monstro delinquentenós chamamos de Brigueirooutros chamam de Manjaléu

Mas agora acabô a nossa peçaa gente gostô à bessadessa história te contá

Se cê gostô, conta pra toda famíliaque essa peça é maravilhaque é pro teatro lotá!

Outono/1998.Versão: Inverno de 2001.

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Ele é Fogo