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Em face das características stricto sensu da forma estatal medieval

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Page 1: Em face das características stricto sensu da forma estatal medieval

Em face das características stricto sensu da forma estatal medieval, é razoável afirmar que não existiu Estado centralizado no decorrer do período medieval, exatamente pela fragmentação dos poderes em reinos, feudos etc. A forma de Estado centralizado – o Estado como poder institucionalizado – é pós-medieval, vindo a surgir como decorrência/exigência das relações que se formaram a partir do novo modo de produção – o capitalismo – então emergente. (STRECK, MORAIS, p. 23).

Ao contrário da forma estatal medieval, em que os monarcas, marqueses, condes e barões eram donos do território e de tudo o que neles se encontrava (homens e bens), no Estado Moderno passa a haver a identificação absoluta entre Estado e monarca em termos de soberania estatal. L’État c’est moi. (STRECK, MORAIS, p. 27).

Linares Quintana denomina “Estado Estamental” à primeira forma de Estado centralizado, uma espécie de transição entre a forma estatal medieval e o Estado Absolutista. De acordo com Streck e Morais esse Estado era formado pela concentração estamental da alta nobreza, baixa nobreza, clero e a burguesia das cidades. “Ou seja, o Estado fundado em pactos elaborados e subscritos pelos membros de múltiplas classes, que juram lealdade entre si e obediência aos seus príncipes e reis.” (p. 27).

Neste sentido, o passagem do paradigma da ordem medieval para o Estado Moderno se dá principalmente pela transferência da estrutura das relações de poder (administração da justiça, autoridade) das mãos do senhor feudal para a esfera pública.