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ANO XXIV – N.º 7.609 – MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 Flu e Bota em duelo pela sobrevivência no Carioca CLÁSSICO VOVÔ Partida será decisiva para que as duas equipes continuem sonhando com o título do segundo turno do Campeonato Carioca. Lance! 3 Equipe do EM TEMPO realizou levantamento na Câmara Municipal de Manaus (CMM) e constatou que, nas últimas duas décadas, ferramentas como as CPIs ob- tiveram poucos resultados concretos em suas investigações. Política A5 e A6 Há 20 anos CPIs acabam em pizza Peixe do Amazonas tem maior concentração de gordura saudável para consumo humano, além do atum e sardinha. Dia a dia C5 Jaraqui tem mais Ômega 3 que salmão PESQUISA Elenco dá dicas do uso correto das roupas com listras, as estam- pas oficiais do verão, que continu- am em alta. Elenco 19 e 20 Como evitar erros no uso das listras ROUPAS MÁRIO OLIVEIRA THIAGO QUEIROZ/AE Lei Seca fica fragilizada em nova decisão do STJ POLÊMICA Supremo Tribunal de Justiça afirma que exames clínicos e testemunhas não servem para comprovar o desrespeito à lei. Dia a dia C5 Concorra a 10 cestas de Páscoa Veja os detalhes da pro- moção em Dia a dia C8 WALLACE TEIXEIRA/AE DHAVID NORMANDO/AE 37.790 vagas de emprego Com a Palavra A7 ‘Ibama está com limitações em seus poderes’ MÁRIO LÚCIO SHANA REIS Última Hora A2 Missa lembra morte de Arthur Virgílio Filho 25 ANOS ARQUIVO SENADO FEDERAL

EM TEMPO - 01 de abril de 2012

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO www.emtempo.com.br

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ANO XXIV – N.º 7.609 – MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

Flu e Bota em duelo pela sobrevivência no Carioca

CLÁSSICO VOVÔ

Partida será decisiva para que as duas equipes continuem sonhando com o título do segundo turno do Campeonato Carioca. Lance! 3

Equipe do EM TEMPO realizou levantamento na Câmara Municipal de Manaus (CMM) e constatou que, nas últimas duas décadas, ferramentas como as CPIs ob-tiveram poucos resultados concretos em suas investigações. Política A5 e A6

Há 20 anos CPIs acabam em pizza

Peixe do Amazonas tem maior concentração de gordura saudável para consumo humano, além do atum e sardinha. Dia a dia C5

Jaraqui tem mais Ômega 3 que salmão

PESQUISAHUDSON FONSECA

Elenco dá dicas do uso correto das roupas com listras, as estam-pas ofi ciais do verão, que continu-am em alta. Elenco 19 e 20

Como evitar erros no uso das listras

ROUPAS

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Z/AE

Lei Seca fi ca fragilizada em nova decisão do STJ

POLÊMICA

Supremo Tribunal de Justiça afi rma que exames clínicos e testemunhas não servem para comprovar o desrespeito à lei. Dia a dia C5

Concorra a 10 cestas de Páscoa

Veja os detalhes da pro-moção em Dia a dia C8

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A/AE

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37.790vagas de emprego

Com a Palavra A7

‘Ibama está com limitações em seus poderes’

MÁRIO LÚCIO

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Última Hora A2

Missa lembra morte de Arthur Virgílio Filho

25 ANOS

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A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Arthur Virgilio Neto, Ana Luiza do Carmo Ribeiro Carelli, Julio Verne de Mattos Pereira do Carmo Ribeiro, Ricardo Arthur de Mattos Pereira do Carmo Ribeiro, Maria Goreth Garcia do Carmo Ribeiro, Ruy Carelli, Helena Demes do Carmo Ribeiro, Arthur Virgilio Bisneto, Larissa Meirelles do Carmo Ribeiro, Nicole Georgina Arduini do Carmo Ribeiro, Juliano Garcia do Carmo Ribei-ro, Ana Carolina Garcia do Carmo Ribeiro, Aruza do Carmo Ribeiro Carelli, Ricardo Alves do Carmo Ribeiro, Henrique Arduini do Carmo Ribeiro Brito, Arthur Virgilio Meireles do Carmo Ribeiro, Julia Meireles do Carmo Ribeiro e demais parentes e amigos, convidam para a missa de Ação de Graças pela passagem do 25º Ano do falecimento do grande brasileiro que, em vida, se chamou ARTHUR VIRGÍLIO DO CARMO RIBEIRO FILHO.

ARTHUR VIRGILIO FILHO 25º ANO DE FALECIMENTO

MISSA DE AÇÃO DE GRAÇAS

Local: Catedral Metropolitana de Manaus (Igreja da Matriz)Data: 31 de Março de 2012 – SÁBADO Hora: 19:00

Antecipadamente agradecem àqueles que comparecerem a este ato de fé e piedade cristã.

Morto no dia 31 de março de 1987, um dos políticos mais infl uentes da história do Amazonas recebeu homenagens ontem, na Catedral de Manaus

Missa relembra os 25 anos sem Arthur Filho

Familiares e parentes ex-senador da Re-pública, Arthur Vir-gílio Filho, estiveram

reunidos na noite de ontem, na Catedral de Manaus, para participar de uma missa dedi-cada a um dos políticos mais infl uentes da história do Ama-zonas morto há exatos 25 anos, no dia no dia 31 de março de 1987.

Filho do desembargador Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro e de Luiza da Con-ceição do Carmo Ribeiro, o principal legado deixado por Artur Filho foi estimular a participação da família na vida pública: seu filho Arthur Vírgilio Neto é ex-senador da República, sendo eleito o senador mais influente de 2010 e o seu neto, Arthur Vírgilio Bisneto é, atual-mente, deputado estudual do Amazonas.

Culto, orador dos mais destacados que já passaram pelo Congresso Nacional, Ar-thur Filho foi também jorna-lista, trabalhando, durante muitos anos, em A Gazeta, de Manaus. Foi fundador e principal estimulador do Aeroclube do Amazonas.

Arthur Filho foi deputado estadual por três legisla-turas, tendo sido líder de oposição e de governo, além de presidente da Assem-bleia Legislativa, secretário de Economia e Finanças e de

Interior e Justiça. Foi deputa-do federal entre 1959/1962, ocupando a primeira vice-li-derança e a liderança do seu partido, o PTB de João Gou-lart e Leonel Brizola. Eleito senador para a legislatura

1963/1971, acumulou a li-derança trabalhista com a do governo do presidente Goulart. Presidia o Institu-to Nacional da Previdência Social (antigo INPS), quan-do morreu.

Vida pública dedicada ao AM

SENADO FEDERAL/ARQUIVO

O político Arthur Virgílio Filho morreu dia 31 de março de 1987, há exatos 25 anos

Suspeito de assaltos em série é preso na Zona Sul

Investigadores da Delega-cia Especializada em Preven-ção Repressão a Entorpecen-tes (Depre) prenderam Maykel Freitas da Silva, 29, conhecido como “Maykinho”, suspeito de ter cometido vários crimes na cidade. A prisão ocorreu por volta das 21h da última sexta-feira no CDC do bairro Santa Luzia, Zona Sul. De acordo com chefe

de Investigação da Depre, Car-los Brito, havia dois mandados de prisão contra “Maykinho” de homicídio e assalto. O pre-so é suspeito de comandar os arrombamentos a caixas eletrônicos registrados no ano passado, entre eles, no Centro Universitário Luterano de Ma-naus (Ulbra), Shopping Center, na Zona Leste.

CRIME

Cerimôniapara os militares

Aconteceu na manhã de ontem (31), no 1º Batalhão de Infantaria de Selva, a formatura de desmobilização dos militares recém-chega-dos do Haiti.

A solenidade, que tinha como objetivo maior devolver os mili-tares, que fi caram oito meses em missão no Haiti, a seus familiares, contou com a participa-ção do General de bri-gada Franklimberg Ri-beiro, responsável pelo preparo dos militares.

“Estamos muito or-gulhosos de poder co-laborar com mais essa missão humanitária em um país que foi devas-tado após o terremoto , precisava de nós e cumprimos a missão”, disse o general.

HAITI

Contexto3090-1017/8136-7324 [email protected]

O prefeito Amazonino Mendes (PDT) assinou e publicou, no Diário Ofi cial do Município (DOM) da última sexta-feira (30), o decreto que regulamenta a lei que institui o Sistema de Estacionamento Rotativo Pago, o “Zona Azul”.

Pela regulamentação, a empresa ganhadora da licitação assinará um contrato de concessão de 15 anos, podendo ser prorrogado por mais 15 anos, “desde que considerado satisfatório o padrão de desempenho na prestação ao longo do período contratual”.

A área de abrangência do Zona Azul compreende 48 ruas, sendo 37 delas no Centro de Manaus e outras 11 no Vieiralves. Nenhum carro poderá fi car estacionado por mais de duas horas e cada hora custará ao motorista a quantia de R$ 2. A permanência do motorista no carro não desobriga o pagamento da tarifa, segundo a regula-mentação municipal.

APLAUSOS

Sistema “Zona Azul” terá concessão de 15 anos

LICITAÇÃOCom a regulamentação do

sistema “Zona Azul”, a prefei-tura já pode realizar a licitação para a escolha da empresa que será responsável pela im-plantação do novo sistema de estacionamento rotativo na cidade.

ELOGIOSNa última sexta-feira (30),

durante cerimônia com o mi-nistro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e o secretário nacional de Defe-sa Civil, Humberto Viana, o governador Omar Aziz (PSD) e o senador Eduardo Braga (PMDB) trocaram vários elo-gios. Braga falou que Omar é um excelente governador. Omar disse que Braga pode-rá ajudar muito o Amazonas como líder do governo no Senado.

NADA DE FESTAOmar também aproveitou

para criticar abertamente os prefeitos do interior, princi-palmente aqueles que correm para a sede do governo para pedir verbas para a realiza-

ção de festas temáticas no interior. Segundo ele, algu-mas festas nem representam a produção rural do município. “Tenho coisas mais impor-tantes para me preocupar”, disse.

GUERRAO coordenador do Centro de

Apoio Operacional de Com-bate ao Crime Organizado (Cao-Crime) do MPE, promo-tor Fábio Monteiro, esteve em Coari e revelou que há uma sensação de insegurança. Ele disse que o clima entre os políticos é de “guerra”.

SEGURANÇASMonteiro disse que os ve-

readores e alguns secretários chegam a andar com seguran-ças, chamando a atenção da população.

SOLIDARIEDADEA primeira-dama do Estado,

Nejmi Aziz, estará em Iran-duba, na terça-feira (3), para executar o programa “Escola Solidária”. Presidente Figuei-redo, Itacoatiara e Manacapu-ru também estão na lista.

Para a Escola Estadual Daisaku Ikeda, Jorge Tei-xeira 4, que reutiliza lixo eletrônico para ajudar no ensino da matemática.

Escola

VAIAS

Para Lélio Lauria, que pediu exoneração da Sejus após divulgação de imagens de festa em presídio.

Lélio Lauria

FISCALIZAÇÃOApesar da concessão do serviço passar a ser de uma em-

presa privada, a fi scalização será da Prefeitura de Manaus. Será da prefeitura, também, o papel de organizar, gerenciar e fi scalizar a concessão para a exploração dos estacionamentos rotativos.

FATURAMENTOSegundo a prefeitura, o faturamento com o pagamento da

concessão ao poder público será integralmente revertido à sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fi scalização e educação no trânsito.

Confusão na ‘Tenda do Peixe’

Um desencontro de in-formações gerou confu-são, ontem (31), na aber-tura da “Tenda do Peixe”, em frente ao Ginásio Amadeu Teixeira, Zona Centro-Sul. A população foi pega de surpresa ao se deparar com a falta dos peixes populares no valor de R$ 1 o quilo, conforme estava sendo divulgado nos veículos de comunicação.

Em nota, o governo do Amazonas esclare-ceu que os do projetos “Tenda do Peixe” e “Peixe Popular”, mantidos pela Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), funcionam de maneira distinta e em locais di-ferentes. Ainda segun-do a nota, na tenda os valores dos pescados variam entre R$ 6 a R$ 40, dependendo do tamanho e da espécie. Já o “Peixe Popular”, que funciona em ca-minhões que circulam pelos bairros, o peixe é comercializado pelo valor de R$ 1, o quilo.

Emerson Castro, 34, funcionário público, con-ta que saiu cedo do bairro Jorge Teixeira, Zona Les-te, para comprar os peixes para Semana Santa. “A gente sai de tão longe e chega aqui só encon-tra peixe pequeno e caro”, obersvou.

A partir de terça-feira, os caminhões do Peixe Popular devem passar pelos bairros Redenção, Jorge Teixeira, Compen-sa 2, São José 2, Colônia Antônio Aleixo. A “Tenda do Peixe” funcionará até o dia 7 de abril.

PESCADO

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MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012 A3Opinião

Editorial

Na segunda metade dos anos 1970, o cientista Wa-rwick Estevam Kerr aterrissou em Manaus para ajudar na reorganização do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e se encantou com o potencial alimentício (era engenheiro agrônomo de formação) da região, ao mes-mo tempo em que desencantava-se com a facilidade dos amazonenses trocarem os alimentos regionais por outros, alienígenas.

Kerr sempre reputou que a macaxeira, o cará e a banana pacovão, que sempre frequentaram a mesa amazonense mais ou menos pobre, fossem melhores do que o pão de trigo, por exemplo, uma novidade introduzida nos hábitos alimentares, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial, quando a infl uência dos “aliados” tor-nou-se hegemônica, qualifi cando de “subdesenvolvida” ou de “atrasada” toda e qualquer insistência em manter hábitos mais antigos.

A valorização da alimentação com produtos nativos está sendo recuperada por uma reportagem que o leitor do EM TEMPO vai ler nesta edição (Caderno Dia a dia, pág. 5), assinada pelo repórter Lucas Prata. Alí, há o reencontro com as pesquisas dos doutores Euler Ribeiro (Universidade do Estado do Amazonas) e Rogério de Jesus (Inpa),em que se constata a longevidade dos habitantes da região de Maués e o perfi l nutricional elevado de ômega 3 do popular jaraqui, um peixe comum à mesa dos amazonenses, praticamente durante todo o ano.

A ideia das duas linhas de pesquisa é avaliar o teor nutricional e agregar valores das espécies para que componham uma dieta saudável. De acordo com o engenheiro de pesca Rogério de Jesus, no jaraqui, foi encontrada a maior concentração de ácidos graxos, que previnem doenças coronarianas. O marapá possui 20% de gordura, enquanto o jaraqui tem cerca de 2%, e é considerado um peixe semigordo. Esses primeiros resultados podem infl uir, principalmente no alimento de crianças e jovens, a partir da própria escola, antes que sejam “envenenados” por dosagens letais de gordura. Um retorno às origens pode ajudar a prolongar o presente, o único futuro possível.

[email protected]

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Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

É difícil imaginar iniciati-va mais inoportuna para o movimento sindical que a campanha contra a contri-buição sindical lançada pela CUT na segunda-feira, 26, em Campinas (SP). A pro-posta, dotada de inegável viés liberal, é polêmica e ex-clusivista. As outras centrais com maior representativida-de entre os trabalhadores e reconhecidas pelo Ministério

queremos a CUT ao lado das outras centrais na ár-dua batalha para concretizar a agenda da Conferência Nacional da Classe Traba-lhadora (Conclat).

Wagner Gomes, presi-dente da Central dos Tra-balhadores e Trabalhado-ras do Brasil

www.emtempo.com.br

Ora, ora, quem não deixa de marcar ponto no dia a dia dos brasileiros, dos garis aos se-nadores: a pizza, que substituiu o samba, que era como tudo acabava. Pois da pizza até a embalagem se aproveita, pois nunca se sabe o que pode cair do céu nesses dias incertos.

ARTHUR CASTRO/AGORA

Uma séria tentativa denão morrer pela boca

Há quem tenha visto como um golpe fatal na Lei Seca a decisão do Superior Tribunal de Justiça de determinar o teste do bafômetro ou o exame de san-gue como as únicas formas de se penalizar a direção perigosa por ingestão de álcool.

Na prática talvez ocorra o oposto: a sentença pode acabar funcionando como o empurrão que faltava ao indispensável ajuste para evitar que a le-gislação vire letra morta em decorrência da perda de seu poder de punição.

O STJ explicitou uma situação para a qual o ministro da Justiça vinha alertando. “A mudança é imprescindível porque, da for-ma como a lei está redigida, não assegura a punição dos infratores e, portanto, pode se tornar inócua”, disse José Edu-ardo Cardozo em janeiro último. O Congresso, ao seu modo lento e dispersivo, também estava “li-gado” no problema, discutindo uma série de projetos em trami-tação para corrigir um equívoco de origem: a colisão do texto da lei com a Constituição.

Ao estabelecer como parâme-tro para punição a existência de um nível x (0,6 grama) de concentração de álcool no san-gue do motorista, a lei criou um obstáculo à sua aplicação, pois constitucionalmente ninguém é obrigado a produzir prova con-tra si e, assim, conferiu legalida-de ao ato de recusa ao teste.

No início houve um efeito coercitivo. As pessoas temiam as operações policiais de fiscali-zação e evitavam dirigir quando bebiam. À medida que figu-ras conhecidas se recusavam a fazer o teste invocando a Constituição, as pessoas foram percebendo que poderiam fazer

o mesmo.Resultado: a Lei Seca come-

çou a correr sério risco de cair no vazio e com isso se perder todo o avanço já conseguido em matéria de mudança de compor-tamento na sociedade. A pro-posta que o ministério gostaria de negociar com o Congresso seria a retirada da dosagem de álcool como parâmetro em substituição ao critério da prova testemunhal a fim de levar as pessoas a fazer o teste para produzir prova de defesa e não necessariamente de acusação.

Disque-agonia – Instrumen-to fundamental na interface entre sociedade e autoridades no combate ao crime, o Disque-Denúncia corre sério risco de entrar em processo de extinção. Mantido por doações, de em-presas e governos, nos últimos tempos o serviço sofreu uma queda acentuada de aporte de recursos. No Rio de Janeiro, onde começou em 1995 e é respon-sável pelo esclarecimento de 8% a 10% dos crimes, nada menos que 30 empresários da Federação da Indústria (Firjan) deixaram de fazer doações.

Em boa medida pela per-cepção (equivocada) de que a questão da segurança públi-ca estaria equacionada com a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nos territórios dominados pelo trá-fico de drogas. O governo do Estado, embora reconheça a importância do Disque-Denún-cia como auxiliar da polícia e do engajamento da população nesse trabalho, não vem respon-dendo à altura das necessidades materiais. A situação é crítica: se nada for feito, uma iniciativa bem-sucedida pode resultar em uma oportunidade perdida.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

A Lei Seca começou a correr sério risco de cair no vazioe com isso se perder todo o avanço já conseguido em matéria de mudança de compor-tamento na sociedade”.

Operação salva-vidas

do Trabalho (Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central e CGTB) defendem a contri-buição, que corresponde ao desconto anual de um dia de trabalho dos assalariados, e repudiam a atitude cutista.

Na atual conjuntura, a cam-panha da CUT é um grave erro histórico, pois desvia a atenção dos trabalhadores das questões principais da pauta nacional e elege como

prioritário um tema que, além de secundário, divide e enfra-quece os sindicatos.

Nossa expectativa é que os dirigentes cutistas fa-çam uma refl exão crítica e autocrítica sobre o assun-to e tenham a sensatez de compreender os prejuízos políticos que a ênfase na ação diversionista causa ao sindicalismo nacional e à classe trabalhadora, pois

Presidente: Otávio Raman NevesDiretor-Executivo: João Bosco Araújo

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A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Na noite de sábado santo para domin-go, a vitória de Jesus so-bre a morte e a garantia de que Ele vive povoam os momentos celebrativos. Ressuscitou é o grito dos que sabem que nosso Deus vive”.

A impor-tância que Thatcher teve no mundo se deveu à sua postura de extrema firmeza, ao destemor com que se posicio-nava no âmbito do concerto das nações”.

João Bosco

Araújo

Iniciamos hoje a Semana Santa com as cerimônias que recordam a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Em nossa igreja teremos palmas bentas nas mãos e, entre cantos e orações, reviveremos aqueles momentos de glória. Em seguida, participaremos da missa cujas leituras bíblicas nos lembrarão que tudo é pas-sageiro, pois cinco dias depois aquele festejado Senhor passaria pela conde-nação e morte de cruz.

Como faz bem saber que a multidão muda conforme a direção do vento! O herói de hoje poderá ser o bandido de amanhã, o líder ovacionado de agora poderá ser xingado em momentos posteriores. Como se enganam os maníacos por grandeza ou fama! Como diz o Eclesiastes, “vaidade das vaidades, tudo é vaidade” (Ecl 1,2). No caminho de Deus muitos estão com Ele enquanto as coisas andam bem e tudo é glória; poucos têm coragem de segui-lo na dureza dos sofrimentos.

Na Quinta-Feira Santa, à tardezinha, começaremos as celebrações da Páscoa. Vamos nos reunir para lembrar a última ceia, quando Jesus lavou os pés de seus discípulos, deixou o mandamento do amor fraterno e instituiu a Eucaristia. A lembrança abrangerá também a agonia no Jardim das Oliveiras, a traição de Judas, a prisão e a noite de horrores nas casas de Anás e Caifás. O lava-pés fala fortemente da necessidade de estabe-lecer na igreja e na sociedade relações não de prepotência, mas de serviço.

Quando existe respeito pela dignidade do outro, solidariedade e humildade, desaparecem a violência e as guerras. A Eucaristia é o dom máximo de Deus, que se faz presente e se doa como força na existência humana. Nela se torna atual a entrega de Jesus na cruz em favor de todos. Os sofrimentos de Jesus não se repetirão, mas sua recordação leva-nos a experimentar até onde chega o amor divino por nós.

Na sexta-feira, pela manhã, o caminho do calvário ou via–sacra reviverá passo a passo os momentos da paixão, desde a condenação pelo tribunal romano até a ressurreição. Tenho participado por 20 anos dessa procissão e sempre me emo-ciona a fé de nosso povo. Enfrentamos chuvas e até tempestades e lá estavam os fi éis. É um ato de piedade que nos torna mais próximos do Senhor. Não se trata de teatro, mas de mergulhar no mistério de Deus. As 15 horas marcarão o momento de lembrar a morte de Jesus.

Será uma cerimônia em que pediremos por todos e todas, leremos a paixão do Senhor escrita por João e veneraremos a cruz que deixou de ser instrumento de morte para tornar-se altar de vida bro-tada do sangue redentor. Depois, será a oportunidade de recordar o sepultamen-to do corpo de Jesus com a tradicional procissão do Senhor Morto.

Na noite de Sábado Santo para do-mingo, a certeza da vitória de Jesus sobre a morte e a garantia de que Ele vive povoam os momentos celebrativos. Ressuscitou é o grito dos que sabem que nosso Deus vive e nos faz participar de sua vida. Aí está a Semana Santa com muitos apelos. Vamos celebrá-la?

PainelRENATA LO PRETE

O governo paulista antecipará a troca no comando da Polícia Militar, promovendo mudanças nos postos-chave da corporação já a partir desta semana. O atual comandante, Álvaro Camilo, irá para a reserva em maio, mas a cúpula da Segurança Pública decidiu acelerar a transição, que deve imprimir novo perfi l à PM.

Entre os nomes à mesa de Geraldo Alckmin o favorito é César Franco Morelli, hoje à frente da Tropa de Choque. Próximo do secretário Antonio Ferreira Pinto e tido na polícia como “linha dura”, ele liderou a desocupação da reitoria da USP em novembro. Seu efetivo também agiu na cracolândia e no Pinheirinho.

Reciclagem Com a saída de Camilo, no cargo desde abril de 2009, a tendência é de substituição gradativa nos 12 postos de comando do organograma da PM.

Ronda tucana Paulo Telhada, que deixou em no-vembro o comando da Rota, espécie de tropa de elite da polícia paulista, vai liderar grupo de candidatos a ve-reador do PSDB ligados à área de segurança em São Paulo.

Aleluia Sob pressão de prefeitos, que buscam recur-sos para iniciar obras antes que vigorem as restrições da lei eleitoral, Alckmin libera na quarta pacote de Páscoa que prevê assinatura de 400 convênios com municípios.

Padrinho O senador Aloy-sio Nunes Ferreira, um dos principais aliados de José Serra, é o maior defensor de que o pré-candidato tucano escolha Alexandre Schneider (PSD), de saída da Secreta-ria Municipal de Educação, como vice em sua chapa.

Padrinho 2 Aloysio acha que Schneider anularia a vantagem de Gabriel Chalita (PMDB) e Fernando Haddad (PT) no tema educação.

Tô fora Eliana Calmon foi sondada por dois partidos para ser candidata em 2014. Gentilmente, a corregedora do CNJ recusou e avisou que não entrará na vida política. Vai cumprir o mandato, voltar ao STJ e, após a aposentado-ria, “cuidar da família”.

Calendário O DEM mar-cou para 13 abril o evento em

que anunciará acordo com os tucanos em Salvador (BA). Antonio Imbassahy deve abrir mão da candidatura em favor de ACM Neto.

Na estrada O ex-presi-dente Lula pediu a senadores do PT que o visitaram na semana passada que orga-nizem um grande ato em Brasília no dia 25 para que ele agradeça o apoio recebido durante o tratamento contra o câncer de laringe.

Na estrada 2 Lula irá à capital federal para a estreia do documentário “Pela Pri-meira Vez”, com bastidores da posse da presidente Dil-ma Rousseff , produzido por Ricardo Stuckert, fotógrafo do instituto do petista.

220 volts Na conversa com os correligionários, Lula quis saber a situação no Se-nado e elogiou a condução do partido no caso das acu-sações contra o senador De-móstenes Torres (DEM-GO). Os petistas saíram do encon-tro impressionados com a vitalidade do ex-presidente.

Diáspora Ninguém vai tocar no assunto até a eleição, porque não é mais possível mudar de partido. Mas a cúpula do DEM já admite que, após outubro, voltará com força a tese da fusão ou da extinção da legenda, abatida por mais um escândalo de repercus-são nacional.

Ortotanásia O deputa-do Ronaldo Caiado (GO) foi incumbido pela direção do DEM de pedir que Demóste-nes “facilite” as coisas e peça sua desfi liação do partido.

Tiroteio

Demóstenes está duplamente abalado: pelos fatos que a cada dia se agravam e por ter sido abatido pelo mesmo méto-do que ele sempre usou com os outros. Agora virou contra ele.

Contraponto

No auge da crise no Congresso, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) se encontrou com o ministro Aldo Rebelo (Esporte) e não resistiu à provocação:- Você é o responsável pela paralisia da Câmara!Aldo desconversou: Eu? Mas estou licenciado do mandato de deputado! Sim, respondeu Alencar, o “impasse Aldo” está na pauta, com a Lei Geral da Copa, cuja aprovação urgente o ministro defende, e o Código Florestal, cuja versão da Câmara que você relatou os ruralistas querem recuperar...

Publicado simultaneamente com o jornal ‘Folha de S.Paulo’

DO LÍDER DO PT NO SENADO, WALTER PINHEIRO (BA), sobre a cobrança que o senador do DEM costumava fazer a políticos investigados pela Polícia Federal.

Em uma revista semanal, li que Meryl Streep inicialmente pensou em recusar o papel de Margaret Thatcher que lhe fora oferecido no filme “A Dama de Ferro”, pelo qual, afinal, acabou por levar mais um Oscar de Melhor Atriz, o terceiro em sua brilhante carreira.

A disposição para a recusa, segundo declarou a própria, seria consequência da rejeição ao posicionamento político da chamada dama de ferro que, para afi xar-lhe um rótulo, dir-se-ia de extrema direita, inclusive amiga e anuente do presidente americano Ronald Reagan.

A importância que Thatcher teve no mundo, enquanto primeira-ministra do Reino Unido, entretanto, não se deveu ao seu ideário político, ao conteúdo do seu pensamento e das suas convicções, mas sim à sua postura de extrema fi rmeza, ao destemor com que se posicionava no âmbito do concerto das nações. Ou seja, mais pela forma como atuava, decorrência de um temperamento especial e de um caráter só seu, do que propriamente pela concepção que formou a respeito dos pa-péis que caberiam ao seu domínio. Foi pela infl exibilidade do caráter que os soviéticos, ao tempo da guerra fria, lhe outorgaram o título de Dama de Ferro.

Ao contrário dos políticos que pensam que o papel que lhes cabe é sempre o da transigência, o que os leva à indefinição ideológica e à falta de uma autêntica identidade, o que os torna inconfiáveis, Thatcher, a qualquer custo, era fiel a si mesma e àqueles que nela depositaram sua confiança.

Na hora em que a Junta Militar argen-tina, para capitalizar o apoio político do povo, resolveu invadir as Ilhas Malvinas (Falklands para os britânicos), até os mais fi eis aliados, como os EUA, aconselharam Thatcher a fazer um acordo e entregar o arquipélago a Buenos Aires, porque não valia uma guerra, ainda mais de alto custo, pela enorme distância entre o extremo do Atlântico Sul e o mar do Norte.

A “Dama de Ferro” a ninguém ouviu, não tergiversou e partiu para reconquistar o território invadido, nem tanto pelo seu valor, mas sobretudo para resguardar a honra e o respeito do Reino Unido, com a fi rmeza que lhe era peculiar.

Entretanto, num momento como este, em que assistimos assustados à decadência moral que se instalou na vida pública brasileira, muitas vezes a contar com a tolerância da própria chefi a do nosso governo, há um fato na vida de Thatcher que, para os britânicos, é absolutamente trivial, como deveria ser também para nós, brasileiros. Depois de mais de 11 anos na chefi a do governo de um império, a Dama de Ferro chega ao momento de entregar o poder e simplesmente retorna à sua casa de classe média e aos seus afazeres de esposa e de dona de casa, com a maior das dignidades. Que inveja!

Não percamos, contudo, toda a espe-rança. Lembro-me sempre do dia em que, com meu pai, passava em frente ao Banco da Amazônia quando ele me mostrou um homem que trabalhava numa carteira, como qualquer mortal. Simplesmente era Leopoldo Neves (o Pudico), que deixara o governo do Estado havia uma semana.

A Dama de Ferro e umexemplo a ser seguido

Uma semana santa e rica em ensinamentos

Sob nova direção

Pivô da discórdia

FrasesVamos criar este corredor entre Brasil e

Índia de tal forma que possamos nos or-gulhar de termos iniciado uma nova era. (...) Este século 21 é o século dessa nova

carreira das Índias

Dilma Rousseff disse, em Nova Déli, na Índia, que este é o século de um novo caminho das Índias,

em uma referência à rota marítima que levava que passava pelo Brasil, nos tempos da Colônia.

É uma cidade muito carente, que não tem trabalho nem para os brasileiros nem para os haitianos. Mas eles estão

confi antes de que se encontrará uma solução e então poderão viajar a outras regiões do país

Gilda Carvalho, procuradora federal dos Direitos do Cidadão, cobra que o governo brasileiro acolha os haitianos que estão na fronteira com o Estado

do Acre, à espera de ingressar no país.

Eu tinha mais preo-cupação de perder a voz do que de morrer. Se eu perdesse a voz, estaria morto. Tem gente que não tem

medo de morrer, mas eu tenho. Se a morte está na China, eu vou

para a Bolívia

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-pre-sidente do Brasil, afi rma, em entre-

vista ao jornal “Folha de S.Paulo”, que “estaria morto” se perdesse a voz.

Diretor-executivo do Amazonas EM

TEMPO

Dom Luiz Soares Vieira

Arcebispo Metropo-litano de Manaus

muitos apelos. Vamos celebrá-la?

Vamos criar este corredor entre Brasil e Índia de tal forma que possamos nos or-gulhar de termos iniciado uma nova era. (...) Este século 21 é o século dessa nova

É uma cidade muito carente, que não tem trabalho nem para os brasileiros nem para os haitianos. Mas eles estão

confi antes de que se encontrará uma solução e então

Eu tinha mais preo-cupação de perder a voz do que de morrer. Se eu perdesse a voz, estaria morto. Tem gente que não tem

medo de morrer, mas eu tenho. Se a morte está na China, eu vou

Luiz Inácio Lula da Silvasidente do Brasil, afi rma, em entre-

vista ao jornal “Folha de S.Paulo”, que “estaria morto” se perdesse a voz.

A04 - OPINIÃO.indd 4 31/3/2012 11:30:48

MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012 A5Política

Câmara municipal instalou 19 CPIs em quase 20 anosLevantamento feito na casa legislativa mostrou que nenhuma dessas investigações trouxe o resultado esperado

Os graves problemas do desabastecimento de água é sempre bandeira de políticos, mas o problema nunca se resolveu

Em quase 20 anos, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) rea-lizou 19 comissões

parlamentares de inquéritos (CPIs) com temas diversos, mas que não tiveram resul-tados concretos. O levan-tamento faz parte de uma estatística realizada pelo ve-reador Waldemir José (PT), que é funcionário de carreira do Legislativo municipal.

De acordo com o parlamen-tar, desde 1993 que a Câma-ra vem se utilizando desse mecanismo para “dar uma resposta à população” mas, que ao final dos trabalhos, não há um acompanhamento posterior da casa quanto aos efetivos resultados que se quer chegar.

Os temas investigados em quase duas décadas foram diversos, como abasteci-mento de água, forneci-mento de energia elétrica,

transporte coletivo, tráfico de influência, crime eleitoral e grilagem de terras, para citar alguns.

O relatório das comissões investigativas, via de regra, são enviadas ao Ministério Público do Estado (MPE), que por sua vez, conforme o teor e o resultado das investi-gações parlamentares, lhe cabe ajuizar uma ação civil pública junto ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Apesar de todo esse trâmite, nada se sabe sobre o que realmente resultou todas as 19 investigações que a Câmara se propôs a fazer nesses quase 20 anos.

Vereadores consultados pela reportagem passam a bola à população que, segun-do eles, deveriam cobrar dos entes públicos um resultado prático. Para o tucano Paulo De’Carli, a população teria que fiscalizar mais de perto o andamento das ações e cobrar das autoridades uma solução efetiva para esses

problemas.Dessas 19 CPIs, sete foram

realizadas em ano eleitoral, inclusive a que está em curso na Câmara, que investiga as falhas no abastecimen-to de água na cidade. Em 2005, a questão da água

foi alvo de uma investiga-ção na casa, que teve como relator o vereador Leonel Feitoza. Ao ser questionado pela reportagem como seu relatório havia sido tratado nos órgãos competentes, ele não soube responder.

Prática antigaO cientista político

Gilson Gil observou que desde a época da administração do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, que é notó-rio o uso político das CPIs já que as oposições, em qualquer ní-vel, usam esse instrumento para “aborrecer” a situação que, por outro lado, esforça-se para inibir sua abertura. “Por isso, os problemas antigos são revisitados e nenhum resulta-do é alcançado de fato”, disse. Ele classifi ca CPI em ano elei-toral como “demagógicas”.

O coordenador do Núcleo de Cultura Política da Ufam, Ade-mir Ramos, acrescentou que CPIs têm se transformado em palanque e, em meios de pro-moção política, desgastando o parlamento. Segundo ele, esse instrumento deveria ter o intento de dar visibilidade às questões sociais.

MEG ROCHAEquipe EM TEMPO

A instalação da CPI da Água na Câmara este ano foi precedida de uma ver-dadeira batalha entre os vereadores de oposição e situação, representados por Waldemir José (au-tor da proposta) e Leonel Feitoza (que se demons-trou contrário, mas que responde pela presidência da CPI), além do “inde-pendente” Hissa Abrahão (PPS), também contrário à

instalação.O discurso de cada ban-

cada evidenciou a bandeira levantada pelos “caciques” a quem simbolizam dentro do Legislativo e que estão envolvidos no processo eleitoral, como o prefeito Amazonino Mendes (PDT), o ex-prefeito Serafi m Cor-rea (PSB) e o deputado Francisco Praciano (PT).

Os graves problemas do desabastecimento de água é sempre bandeira de políticos, mas o problema nunca se resolveu

Prática antigaO cientista político

Gilson Gil observou que desde a época da administração do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, que é notó-rio o uso político das CPIs já que as oposições, em qualquer ní-vel, usam esse instrumento para “aborrecer” a situação

ARQUIVO EM TEMPO/REINALDO OKITA

FALA POVO“As CPIs são formas de tentar conquis-tar os votos. Os políticos veem o momento pro-pício para mos-trar trabalho”

Louise Guimarães Assunção, 23, universitária

“Acho que a CPI não vai dar em nada. As investi-das dos políticos têm de ser vista pela população com cautela. Eles querem ser vistos”

Mário Antonio, 23, autônomo

“Essas movi-mentações são próprias das proximidades das eleições. Os políticos mais fortes são con-trários à CPI”

Antonio Evilon Rezende Pontes, 26, vendedor

“Essa CPI Não vai prosseguir porque a classe política de Manaus não quer, de fato, solucionar esses problemas”.

Libni Miranda dos Santos, 28, desempregado

“Quero acreditar que nem que seja próximo às eleições, eles vêm fazer algo pelo povo que sempre os elege”

Raimundo Barros de Sousa, 35, microempresário

Qual sua avaliação sobre uma investigação parlamentar?FOTOS: JOEL ROSA

Continua na página A6

INTERESSESInstalada há quase um mês, a CPI da Água na Câmara encontra-se polarizada, refl etindo sutilmente os interesses de velhos caciques da política regional. Comis-são tem 90 dias para encerrar os trabalhos

Investigação causa confl itos na CMM

A05 - POLÍTICA.indd 8 31/3/2012 12:16:44

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Infeliz no governo, minis-tro busca porta de saída

O ministro Gilberto Car-valho não permanecerá por muito tempo na Secretaria Geral da Presidência da República, segundo ami-gos. Após uma monumental bronca da presidente Dilma, ele comunicou ao ex-pre-sidente Lula, a quem “re-presenta”, que não aguenta mais. Lula pediu-lhe paciên-cia. Desde então, “escante-ado” de reuniões e decisões importantes, Carvalho dá sinais de fadiga nas rela-ções com Dilma.

DesconfiançaDilma desconfiou que

Carvalho é quem vazava informações reservadas à imprensa, e passou a fazer reuniões sem ele. Pararam os vazamentos.

Auge da humilhaçãoDilma deu bronca humi-

lhante em Gilberto Carva-lho, militante católico, após uma declaração dele que abriu crise com a bancada evangélica.

Bullying, nãoSegundo relato de amigos, o

ministro disse a Lula que não estava no governo para sofrer maus-tratos da presidente.

Um angustiadoO secretário-geral fez

discurso amargo, esta se-mana, afirmando que ocu-par um cargo público traz “muita angústia, muita frustração”.

Financiamento para o Corinthians é ‘sigiloso’

Corinthiano fanático, Lula não vai gostar da encrenca: o Ministério Público Federal em SP comprou briga com o Banco do Brasil, que se negou a informar as condi-ções do financiamento para

a construção do estádio do Corinthians, em Itaquera, alegando “sigilo”. O MPF alega que são documen-tos públicos, envolvendo o BB em empréstimo do BNDES, para a Odebrecht construir o estádio para a Copa de 2014.

Só entre elesO MPF não aceita a “cláu-

sula de confi dencialidade” no fi nanciamento do BB: a União assumiria todos os riscos do negócio com BNDES.

Tem brigaO Ministério Público Fede-

ral “tomará as providências legais cabíveis”, caso o BB mantenha o sigilo, explica-do num ofício, em março.

Só para trouxasTodo dia é dia de trouxa:

o mensalão será julgado em maio. Acertou quem lem-brou hoje é 1º. de abril ao ler esta notícia.

Líder em loja de cristaisAlém do discurso áspero,

o novo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), parece haver absorvido a delicadeza de papel de embrulhar pregos da presidente Dilma. Isso não deve acabar bem.

Rindo à toaO presidente da Fren-

te Agropecuária, Moreira Mendes (PSD-RO), acha que o novo Código Florestal aprovado pelo Senado só é bom para o grande produ-tor: “O Blairo Maggi é que deve estar rindo à toa”.

En routeComprado da França, o

“São Paulo”, único porta-aviões do Brasil, não deverá mais soltar fumaça ou pegar fogo: a Marinha vai pagar R$ 496 mil pela tradução

do manual de manutenção do “museu flutuante”.

Exílio na EuropaCiro Gomes avisou que

se mudará para a Europa caso seu irmão, governador Cid Gomes, apoiar o PT em Fortaleza. E só volta após a eleição. Deve ter recebi-do herança para custear o exílio europeu...

Panos quentesNo PSDB, a avaliação é

que a candidatura de José Serra a prefeito de São Paulo serve para colocar panos quentes no conflito com o mineiro Aécio Neves. Pelo menos, até a escolha do candidato à Presidência.

Marta distanteO deputado Paulo Teixeira

(PT-SP) acha que Marta Su-plicy vai ajudar “discretamen-te” a campanha de Fernando Haddad a prefeito: “Ela apa-recerá na hora certa”. Falta combinar com a senadora.

PMDB se divideVice da Câmara, a deputa-

da Rose de Freitas (ES) tem sido hostilizada no PMDB pe-los partidários da candida-tura de Henrique Alves (RN) à presidência da Câmara. Ela quer ser alternativa de Dilma à sucessão de Marco Maia, mas a presidente de-seja alguém do PT.

PCdoB vetado no AcreIrmãos, o governador Tião

Viana e o senador Jorge Viana, do PT, queimaram as pontes com o PCdoB. Prete-riram a deputada Perpétua Almeida, líder nas pesqui-sas, na disputa pela prefei-tura de Rio Branco.

Pensando bem......o bicheiro Carlinhos Ca-

choeira é o novo operador-geral da República.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM TERESA BARROS E LEANDRO MAZZINI

Jornalista

Má companhia

www.claudiohumberto.com.br

Vai gastar a sola do sapato”

PRESIDENTE DO PT-SP, Edinho Silva, sobre Marta Suplicy na campanha de Haddad

O governador do Ceará, Virgílio Távora, viajava em 1953 com o “coronel” Mário Leal em avião tão pequeno quanto precário, quando o motor parou. Leal desabafou:

- Coronelzinho, são quatro horas da tarde e, pelo visto, nós ainda vamos ter tempo de jantar com o cão do inferno!

Távora não gostou, mas, preocupado, não disse nada. Até que o piloto fez o motor funcionar de novo e o avião pousou em paz. Távora cobrou do amigo:

- Por que você disse que nós íamos jan-tar com o cão do inferno?

Mário Leal olhou para o céu, coçou o cangote e disse, com todo res-peito:

- Excelên-cia, senhor go-vernador, eu sei com quem eu ando...

Atualmente há um ensaio de uma comissão investigativa na casa, para tratar das falhas na energia elétrica da cidade

Deputados dizem que CPI não é trampolim eleitoral

Alguns deputados es-taduais preferem não classifi car a Comissão Parlamentar de Inqué-

rito (CPI) como um trampo-lim eleitoral, mas a defen-dem como um instrumento importante em investigações por seus poderes constitucio-nais. Contudo, asseguram que para ter respaldo e apresentar resultados positivos, é impor-tante a seriedade e a isenção de interesses particulares.

O deputado José Ricardo (PT) não descarta a possibili-dade de muitos políticos mal intencionados usarem a CPI como palanque eleitoral, mas defende que em muitos mo-mentos ela busca uma solução para os problemas da socie-dade. “Você tem bons e maus exemplos de CPI, depende de como alguém quer usá-la; em ano eleitoral tem um ímpeto maior, mas elas acontecem também fora desse período; a questão da água, por exemplo, calhou de ser nesse período, mas busca atender o interesse da população”, defendeu.

Marcelo Ramos (PSB), José Ricardo e Vicente Lopes (MPDB) defendem a ideia do papel constitucional da co-missão em apurar, investigar e encaminhar o resultado da investigação aos órgãos com-petentes, como o Ministério Público Eleitoral (MPE) e Tri-bunal de Justiça do Amazonas (TJAM), mas que não cabe ao parlamento chamar e punir os culpados. “Esse papel é de cada órgão competente e a população é o ingrediente

fundamental nesse proces-so de cobrar os resultados e pressionar as devidas institui-ções”, salientou Lopes.

Para Ramos, CPIs são criti-cadas como ato particular e eleitoral, pois sempre vem à tona em anos específi cos, fa-lando de um tema de interesse da população, como a falta de água, energia e transporte coletivo. Ramos acredita que muitas vezes a CPI é usada para interesses particulares sim, mas defendeu que a CPI do apagão, proposta por ele na Aleam, é pontual “Ela sur-

giu a partir dos dois últimos apagões acorridos na cidade nos dias 17 e 18 de março”, informou.

De acordo com Belarmino Lins (PMDB) responsável por presidir a última CPI realizada pela Aleam, há quase dez anos, sobre a existência de cartel de combustível, acredita que o político tem usado a CPI como palanque eleitoral sim, pois ela se torna muito evidente, seja no processo eleitoral munici-pal ou estadual. Segundo ele, a CPI é um instrumento infl uen-te, mas que precisa ser usada com responsabilidade.

APAGÃOMarcelo Ramos cri-tica uso de CPI para ato particular. Apesar disso, defende uma investigação para apu-rar causas dos últimos apagões elétricos que atingiram a capital amazonense neste mês

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

Para Vicente Lopes, não é o parlamento que tem que punir, mas as autoridades competentes

Apesar da justifi cativa de Ramos e da persistên-cia em implantar a CPI do Apagão na Assembleia Legislativa desde o dia 20 de março, ele está tendo difi culdade em convencer os colegas a assinarem o reque-rimento. Segundo ele, cria-se um clima ten-so na casa, pois alguns como o presidente da Aleam, Ricardo Nicolau (PSD) e Sinésio Cam-pos (PT) são contrários à investigação, sob a justifi cativa de que não é competência da As-sembleia, por se tratar de uma empresa que re-cebe recursos federais.

Para o parlamentar alguns setores da casa tentam blindar a empre-sa Eletrobrás Amazonas Energia. Por outro lado, tem os que simpatizam com a ideia, como o vice-presidente da casa, Marcos Rotta (PMDB) mas que preferem uma comissão especial para investigar o caso, a se indispor com o restan-te dos colegas gover-nistas. Os únicos que assinaram a CPI foram a oposição e o tucano Arthur Bisneto.

Aleam não deve instalar comissão

Para o analista político e professor da Universida-de Federal do Amazonas (Ufam) José Seráfi co, as CPIs são como brasas, que os políticos cobrem com areia

e em determinado momen-to sopram para ver se sai fogo, mas os resultados são “pífi os e estão aquém dos interesses e das necessida-des da população. Eles estão

pensando em aparecer para que o eleitor lembre o nome deles no dia do pleito; e a po-pulação muito ocupada em sobreviver acaba confundin-do essa legitimidade.

Resultados ‘pífi os’ e ‘aquém’

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

A06 - POLÍTICA.indd 6 31/3/2012 12:18:01

MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012 A7Com a palavra

Para muitos, quando con-veniente, so-mos heróis; para outros, vilões (...) Então, esse discurso não vou comen-tar, porque ele é conve-niente para o momento. Temos a consciência tranquila”

Cabe ao Iba-ma fiscalizar os empre-endimentos em gleba federal, terras públi-cas, terras indígenas e unidade de conservação federal”

Harmonizar as po-líticas ambientais e administrativas, além de incentivar

a implementação do Cadas-tro Ambiental Rural (CAR), que visa a regularização de propriedades e, consequen-temente a redução no des-matamento, são alguns dos desafios do superintendente do Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Ama-zonas, Mário Lúcio Reis. O gestor também descortina as falhas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que levou à paralisação de parte de um trecho de recuperação da ro-dovia BR-319 (Manaus - Porto Velho). A nova lei ambiental, que regulamenta o artigo 23 da Constituição Federal e define as competências de municípios, Estados e União na fiscalização de crimes am-bientais e que restringiu o po-der de fiscalização do Ibama, ocasionando o fechamento de 11 bases do órgão no interior do Estado, são outros temas abordados na entrevista que Mário Lúcio concedeu ao EM TEMPO.

EM TEMPO – O que falta para que a rodovia BR-319 seja totalmente liberada para os devidos reparos?

Mário Lúcio - O que está emperrando são as falhas no Estudo de Impacto Ambien-tal (EIA), especialmente na área de fauna. A notícia que eu tenho é que agora que o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) estaria refazendo o estudo, que foi notificado há algum tempo atrás, para apresentar ao Ibama. O interessante é que o Dnit não tem prazo para apresentar o estudo, sendo que o Ibama tem prazo para dar respostas. Partes desses estudos são contestadas pe-los analistas do Ibama. O que está em licenciamento é a parte central da BR-319, um trecho que compreende 400 quilômetros. Tem que fazer a abertura de uma nova es-trada porque a floresta lite-ralmente já tomou conta do que foi a rodovia.

EM TEMPO – Como o se-nhor classifica os atos e competências do Ibama?

ML - Até então só quem licenciava manejo florestal, desmate e a realização de estudos para que se averbasse a reserva legal nas proprieda-des rurais, era o Ibama. Mas, com a Lei Complementar (LC) 140, que regulamenta o arti-go 23 da Constituição, apro-vada em 2011, agora cabe

aos municípios, Estados e a União, fiscalizar esses delitos ambientais enquanto que a competência do Ibama é de apenas restringir e licenciar as ações do homem na natureza de forma isenta e idônea. Mas ainda há confusão sobre o que cabe às esferas municipais e estaduais. Para a União, a situação ficou menos trau-mática, em decorrência da lei 11.284, que regulamenta parte do Código Florestal e transfere a competência da política florestal do Brasil, que até então era da União, para os Estados.

EM TEMPO – Como é que fica a situação dos grandes empreendimentos licencia-dos e que buscam a lega-lidade?

ML – No Estado são poucos os empreendimentos que são licenciados pelo poder federal, pois a grande massa desses empreendimentos fica a cargo do Estado por questão de com-petência. Entretanto, temos o linhão de Tucuruí, que passa pelos Estados do Pará, Amapá e Amazonas, cuja integração com o sistema nacional já foi licenciado e está na fase de implantação. Ainda temos a BR-319, que por hora encon-tra-se em fase de estudo e a hidrovia do rio Madeira, no trecho de Porto Velho (RO) a Manaus, que é um empre-endimento licenciado e que está na fase de renovação da licença. O licenciamento ambiental é a ferramenta que existe para definir que esses impactos sejam feitos em menor intensidade pos-sível. Temos que analisar de que forma eles precisam ser mitigados ou compensados a quem tiver prejuízos, seja ele do ponto de vista am-biental ou social.

EM TEMPO – O Ibama diminuiu seu leque de ações com o fechamento de vá-rios escritórios do órgão no Estado?

ML - Ficamos no vácuo da regulamentação em mais de 20 anos, e, hoje, a Constituição é muito clara: cabe à União, aos Estados e aos municípios, o dever de fiscalizarem. Che-gamos a ter 14 escritórios no Amazonas, mas isso quando o Ibama cuidava de tudo, des-de a carteirinha do pescador. Hoje, temos unidades apenas em Manaus, Humaitá e Parin-tins. O Ibama era uma esfera que recebia todos os anseios e ficava passando para outros órgãos, quando isso era com-petência comum de todos.

EM TEMPO - Como fechar sem perder a eficiência?

ML - Muitos municípios co-meçaram a criar suas próprias

secretarias e o Instituto de Proteção Ambiental do Ama-zonas (Ipaam) passou a se for-talecer e começar a agir e ter seu papel. E, para combater os problemas de meio ambiente do Estado, fizemos um acordo e o Ibama passou a cuidar da-quilo que nos últimos dez anos passou a nos ameaçar muito, que foi a fronteira agrícola, desmatamentos efetuados por pessoas de outros Estados que chegavam aqui grilando terras e, então, nos concen-tramos e profissionalizamos nessa área. Cabe ao Ibama fiscalizar os empreendimen-tos em gleba federal, terras públicas, terras indígenas e unidade de conservação fe-deral, mas não perdemos o di-reito de agir supletivamente onde tenha uma degradação, seja em qualquer município, desde que seja comunicado. Apesar de não termos mais servidores estamos monito-rando os locais que ficaram sem escritório.

EM TEMPO – Mas hou-ve danos ao atendimento onde funcionavam os pos-tos do Ibama?

ML – Confesso que sim, que houve um prejuízo, pois o órgão tem que mobilizar toda uma estrutura para atender a denúncia. A lógica é que os municípios façam isso, mas nós entendemos que para nossa região, as novas diretri-zes será um processo demo-rado para assimilar, porque as ingerências políticas são muito maiores em nível muni-cipal, principalmente em ano eleitoral. Infelizmente ainda vai levar um tempo para a gente amadurecer essa re-lação mais profissional em nível local, mas distante, porque o órgão federal tem uma inserção maior.

EM TEMPO - E como gerir essas ações?

ML - Quando se descentra-liza as ações é uma forma de fortalecer e apoiar os muni-cípios. Porém, os municípios não têm fonte de receita para tocar toda essa obri-gação constitucional legal. Quando se descentralizou a educação e saúde, também pensaram nos recursos. Eles têm fonte específica para a área. Acho que o meio am-biente deveria ter uma fonte para isso, para exercer com a devida competência, para ser mais cobrado.

EM TEMPO - O Ibama está no centro de toda discussão que tange o Código Flores-tal. Em maio do ano passado o atual ministro do Esporte, Aldo Rebelo, enquanto de-putado estadual, declarou que o Ibama era o principal

culpado pelo aumento no desmatamento. Qual a sua opinião sobre isso?

ML - Para muitos, quando conveniente somos heróis, para outros, somos vilões. So-mos mais vilões pelo seguinte: se aumentar o desmatamento o culpado é o Ibama, que não monitorou e fiscalizou; mas se o Ibama age, o desmatamento não sobe e esse mesmo gru-po que te culpou vem e diz que você está atrapalhando o desenvolvimento. Então, esse discurso eu não vou comentar porque ele é conveniente para o momento. Mas nós temos a consciência tranquila de que estamos contribuindo para a redução do desmate, agora temos a convicção de que não basta só fiscalizar, outras medidas têm que ser tomadas com urgência e que nós vamos agradecer se determinadas medidas forem tomadas.

EM TEMPO – O objetivo é arrecadar?

ML – Não, não é arrecadar; nunca foi e nem vai ser. O Ibama não multa por prazer. O dinheiro vai para o Tesou-ro Nacional. Nossa missão é proteger o ambiente. Até pela postura de municípios, caiu em mais de 30% as atu-ações. Nossa média sempre foi superior a mais de mil autuações por ano.

EM TEMPO - O Brasil pre-cisa desenvolver melhor a política fundiária?

ML – Sim, muito produtor não busca o licenciamento ambiental porque ele não tem o documento da terra. Então, ele sabe que vai receber um não no órgão ambiental e, por ele não ter esse documento, não consegue ter acesso ao banco, ao recurso oficial, ju-ros para investir na produção. Então o primeiro ponto seria avançar mais na questão fun-diária, o segundo a tecnologia disponível, com a melhoria genética, e principalmente para a correção do solo. O produtor não precisa desma-tar e se ele levar tecnologia, vai cuidar de uma área menor e vai investir menos dinheiro, para ter rentabilidade.

EM TEMPO - Que projeto e ações o Ibama fará daqui para frente?

ML - Crescer e permane-cer no controle da região sul do Estado, onde é prioridade controlar o desmatamento, a extração da madeira e o tráfico de animais silvestres. Estamos fazendo uma opera-ção silenciosa de investigação no combate à biopirataria. A segunda meta é implementar o CAR que visa a regularização dessas propriedades, que será o início para outras ações.

Superintendente do Ibama MÁRIO LÚCIO

Ibama teve poder reduzido

Chegamos a ter 14 escritórios no Amazo-nas, mas isso quando o Ibama cuidava de tudo, desde a carteiri-nha do pescador. Hoje, temos unidades apenas em Manaus, Humaitá e Parintins. O Ibama era uma esfera que rece-bia todos os anseios e ficava passando para outros órgãos”

Náferson CruzEquipe EM TEMPO

FOTOS: SHANA REIS

A07 - POLÍTICA.indd 5 31/3/2012 12:22:16

A8 Política MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Filiados tucanos ensaiam pré-candidatura à Prefeitura de Manaus, mas dependem de definição do ex-senador Arthur Neto

PSDB não descarta prévia para escolha de candidato

Ex-senador retornou a Manaus e deve reorganizar a legenda

ARQUIVO EM TEMPO/MARCEL MOTA

A corrida para as elei-ções municipais no PSDB passa por uma velada disputa inter-

na, na qual todos os pretensos pré-candidatos a prefeito de Manaus esperam somente por uma definição do líder do par-tido, o ex-senador Arthur Neto, para, de fato, colocarem seus nomes à disposição.

Embora neguem o clima de competição entre os possí-veis “cabeças de chapa”, os vereadores Paulo De’Carli e Mário Frota, o ex-vereador Plínio Valério e até o presi-dente de honra do partido, o diplomata Arthur Neto, não descartam completamente a possibilidade da realização de prévias na legenda.

De acordo com Arthur, que vê com reservas a ideia de fa-zer eleição interna, tudo será analisado com muita cautela, dando chances a todos de se qualificarem para, quem sabe, tentarem a vaga. “Quem achar que tem mérito pode se lançar, mas eu vejo isso com muitas reservas. Em São Paulo, por exemplo, as prévias quase di-videm o partido. Tudo depen-

derá de um consenso. Nós não temos tradição de prévias, os candidatos têm de se qualifi-car, mas ainda é muito cedo para isso”, ponderou.

Questionado sobre a possi-bilidade de ser o candidato da sigla à Prefeitura de Manaus, Arthur Neto relembrou, ainda, que espera uma resposta ju-dicial sobre a eleição para o

Senado, em 2010, na qual ele perdeu a vaga para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB). “Todos sabem que não perdi a eleição e, como qualquer cida-dão, eu espero uma resposta da Justiça. De qualquer forma, eu quero ouvir o partido, não quero me precipitar em nada. Tudo será feito com muita cautela”, ressaltou.

ALESSANDRA KARLA LEITEEquipe EM TEMPO

O vereador Paulo De’Carli não esconde o desejo de se candidatar

DIVULGAÇÃO

Para o vereador Paulo De’Carli, a ideia da eleição interna é mais aceitável, apesar de ele não eliminar a possibilidade de um acor-do. “Havendo mais de um candidato, teremos prévias. O Mário Frota também se lançou como opção, mas tudo será conversado entre nós”, disse.

De’Carli apresentou, no último dia 23, um resumo

do projeto “Jeito PSDB de governar” ao ex-presidente Fernando Henrique Cardo-so, que esteve em Manaus participando do 3º Fórum Social Mundial de Sustenta-bilidade e de reuniões com os correligionários do PSDB, mostrando, com isso, sua real intenção de ser o nome escolhido do partido.

Segundo o vereador tu-cano, o projeto consiste

em uma projeção das di-retrizes nacionais para a administração pública.

Ele adiantou ainda que, se o partido decidir realizar pré-vias, terá 30 dias para fazê-la, ou seja, se resolverem no começo de abril, a eleição interna poderá acontecer no início de maio.

Outro nome citado como pretenso pré-candidato é o do vereador Mário Fro-

ta, que acredita em uma eleição interna – caso haja necessidade – como um pro-cesso democrático.

O ex-vereador Plínio Va-lério descarta participar de uma prévia interna e acre-dita que o melhor nome do partido para prefeito é o de Arthur Neto.

“Em minha opinião, ele é o melhor nome do partido para se lançar a prefeito”, disse.

Eleição interna pode acontecer até maio

ESPERAArthur Neto espera uma decisão judicial sobre o processo que move na Justiça Elei-toral para reaver seu mandato de senador da República. Ele tem evitado falar em su-cessão municipal

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Compras em até 200 parcelas

Economia B2

GIOVANNA CONSENTINI

Donas de casa se reúnem para trocar informações sobre a importância da aposentadoria

Depois de anos de de-dicação aos afazeres do lar, 371 donas de casa amazonenses

lutam para tornar o sonho da aposentadoria uma realidade, mesmo sem exercer atividade remunerada. Com apenas R$ 31,10 – valor que representa 5% do salário mínimo -, elas contribuem para Previdência Social a fi m de garantir um futuro sem aperreios.

De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o número de pessoas que optaram por essa modali-dade ainda é baixo no Estado, embora a procura tenha au-mentado nos últimos meses, depois que foi sancionada a lei federal 12.470/11.

Conforme o instituto, a média do índice de adesão no Amazonas, em fevereiro, chegou a 40,52%, maior do

que a taxa nacional de quase 13%. Até o mês passado, em torno de 1,5 milhão de pessoas haviam aderido a modalidade em todo o país. “O número de adesão poderia ser maior não

fosse a falta de divulgação sobre o benefício no Ama-zonas. Tivemos difi culdades de repassar informações até mesmo pelas dimensões do Estado. Essa falha de comu-

nicação prejudica a expansão do benefício quando compara-mos com as outras unidades da Federação”, afi rma o chefe do Serviço de Benefícios do INSS, Victor Orsine.

A presidente da Associação das Donas de Casa do Estado do Amazonas (ADCEA), Eliza-beth Maciel, diz que o número de mulheres interessadas em recolher a contribuição é signi-fi cativo. Na semana passada, pelo menos 880 donas de casa participaram de uma confe-rência que foi realizada jus-tamente para explicar sobre a importância do benefício.

Conforme Elizabeth, a prin-cipal barreira que “trava” o au-mento da adesão é a incerteza por parte das donas de casa que possuem mais de 45 anos e não sabem se poderão rece-ber aposentadoria. É o caso de Francisca Lobato, 54, que tem interesse em contribuir com a Previdência Social, mas tem receio por conta da idade. “A

maioria das mulheres pensa em recolher a contribuição, mas não possui a certeza se vai se aposentar”, frisa.

A lei federal 12.470/11 per-mite que a dona de casa tenha direito à aposentadoria por idade do INSS, a partir dos 60 anos, desde que comprove 15 anos de recolhimento. Para ter direito a alíquota reduzida de 5% ou R$ 31,10, a pessoa não pode ter renda própria, precisa se dedicar ao traba-lho doméstico em sua própria residência, pertencer a família de baixa renda (inferior a dois salários mínimos mensais) e estar inscrita no Cadastro Úni-co para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

Um projeto de lei tramita no Congresso Nacional para fa-vorecer com a aposentadoria a dona de casa cuja idade se aproxima dos 60 anos, pois reduzirá o tempo de contri-buição para essas mulheres para até dois anos.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Sonho da aposentadoriaCom apenas R$ 31,10, por mês, 371 donas de casa amazonenses contribuem para a Previdência Social para garantir o direito à tão sonhada aposentadoria

O número de ade-são de donas de casa poderia ser

maior não fosse a falta de divulgação sobre o benefício no

Amazonas

Victor Orsine, chefe de benefícios do INSS

Desde quando casou aos 15 anos, a dona de casa Maria do Socorro Ribeiro, 52, optou por se dedicar aos trabalhos domésticos. De lá para cá se passaram 37 anos sem que ela pudesse usufruir dos direitos que qualquer trabalhador pos-sui quando está emprega-do, incluindo, o de contribuir com a Previdência Social para ter uma aposentadoria digna na velhice.

Por esse motivo, Maria do Socorro, que é matriarca de uma família cuja renda mensal é de R$ 1 mil, não pensou duas vezes quando foi a publicada a lei 12.470 e se apressou em procurar o INSS, em janeiro deste ano, para se cadastrar.

“Eu me casei nova e sem-pre trabalhei em casa. Acho justo que a dona de casa que trabalhou a vida inteira possa se aposentar. Seria

uma forma de recompensar o trabalho de casa”, enfatiza, ao ressaltar que é “suportá-vel” o valor de R$ 31,10 da contribuição previdenciária

da dona de casa.

Lei também benefi cia “dono de casa”A lei que benefi cia a dona

de casa com o recolhimento da Previdência Social, na prática, vale também para

o homem desempregado que passa o dia em casa sem desempenhar atividade remunerada.

Para obter o benefício, eles terão que preencher os mesmos requisitos exigi-dos para elas, ou seja, estar inscrito no cadastro único, ter renda familiar mensal de dois salários e trabalhar somente no âmbito residen-cial, sem remuneração.

“Essa legislação é aplica-da para ambos os sexos”, garante o chefe dos Servi-ços de Benefícios do INSS, Victor Orsine.

Conforme a lei nº 12.470/11, poderá contri-buir com a alíquota reduzi-da de 5% qualquer pessoa “sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente a família de baixa renda”.

Dedicação que garante direito

BENEFÍCIOA mesma lei que benefi cia as donas de casa com o aces-so à aposentadoria também vale para os homens que desem-penham atividades na própria residência, sem remuneração

Quem a vida toda se dedicou a casa agora garante benefícios

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

REPRODUÇÃO

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Na semana passada desembar-caram em Manaus os “arautos da sustentabilidade amazônica”, uma confraria de celebridades ávida por vestir a própria vaida-de com o manto messiânico do preservacionismo maroto, mo-vido a bolsas verdes fundadas na premissa da intocabilidade amazônica que só a eles importa e beneficia. Entre eles, estava o ex-presidente FHC, dando en-trevistas sobre como cuidar da região (sic!). Entre suas brava-tas, reiterou a posição contrária à cultura da cana-de-açúcar na Amazônia. É a mesma ideia im-posta à gestão Lula pelas ONGs que agasalhou em seu governo, através de Carlos Minc, um mi-nistro que se notabilizou por uma única façanha ambiental: liberar plantio e consumo da maconha, indiferente à rede suja de sangue que gerencia o negócio.

O silêncio costuma ser mais eloquente que mil palavras em de-

terminados contextos. FHC, que é portador de genética amazo-nense, muita ganharia se ficasse calado a respeito. Considerado o príncipe dos sociólogos no Brasil, esqueceu de visitar a história e reconhecer que o segundo ciclo da economia brasileira, após o ex-trativismo do pau-brasil, se deve exatamente à cultura da cana-de-açúcar no Baixo Amazonas, uma riqueza que abriu os olhos de Portugal para os bionegócios da região, oportunidades subtraídas dos espanhóis pelo desacordo do Tratado de Tordesilhas. FHC deveria ser mais hábil na defesa dos usineiros paulistas.

Sobre o assunto, o senador Fle-xa Ribeiro, um tucano paraense mais coerente com os interesses regionais, conseguiu aprovar o Projeto de Lei do Senado (PLS) 626/2011, que permite o plantio de cana em áreas degradadas e nos biomas Cerrado e Campos Gerais da Amazônia Legal. Ela-

borado em outubro, o projeto já foi aprovado pelo relator Mo-zarildo Cavalcanti (PTB-RR), na semana passada, da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, de acordo com as normas do Código Flores-tal Brasileiro, além de se orientar por doze diretrizes que incluem o uso de tecnologia apropriada para a produção nessas áreas. Basta dar prioridade nas áre-as já degradadas ou ocupadas por pastagens, com técnicas de produção adequadas que per-mitam a preservação do meio ambiente e a conservação da biodiversidade.

Na equação da sustentabili-dade amazônica a economia da floresta guarda um rol de saídas e soluções mais do que problemas. Problema, e dos graves, é o desca-so em torno de seu conhecimento, e a omissão crônica da União em torno das alternativas racionais de aproveitamento. São múlti-

plas as vantagens de substituir pastagens, ou áreas degradadas por projetos precipitados, além dos campos gerais, por plantio de cana para a produção de álcool e de grãos para produção de alimentos ou biocombustível para propiciar opções de infraes-trutura energética. Menos de 1% do território amazônico, com apti-dão para essas culturas, superaria em 3 milhões os 6,6 milhões de hectares a área em que o Brasil produz álcool e açúcar, hoje. No caso do Amazonas, o que dizer da agregação de aproveitamento imediato da silvinita para um polo industrial de fertilizantes, considerando a importação one-rosa do potássio de que hoje dependemos? .É ignorância ou má-fé ou desinformação dizer que o plantio da cana, mesmo em áreas degradadas, empurra a agropecuária para a floresta. Na Amazônia, o plantio de cana-de-açúcar em Presidente Figueiredo,

na biqueira de Manaus, respon-de pela exportação de açúcar mascavo beneficiado pra toda a América Latina. Em Ulianópolis (PA), Arraias (TO), e uma dezena de usinas no Mato Grosso já cra-vam 45 milhões de toneladas de produção de cana-de-açúcar na Amazônia Legal, segundo a CO-NAB, o órgão federal que regula a produção. Segundo suas esta-tísticas, a produtividade média do Brasil é de 79 toneladas por hectare. Na Amazônia, alcança 70 ton., bem maior que Alagoas e Pernambuco, produtores tradi-cionais de cana, graças a acordos políticos de Getúlio Vargas, que transferiu da Amazônia para o Nordeste os incentivos no setor. Mesmo assim, a produtividade naqueles estados é de, respecti-vamente, 63 e 52 toneladas por hectare, o que comprova o peso da pirotecnia quando o assunto é economia na hipocrisia ecológica em torno da floresta.

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes,

Filósofo e consultor ambiental

O silêncio costuma ser mais elo-quente que mil palavras em determi-nados con-textos. FHC, portador de genética amazonense, muito ga-nharia se fi-casse calado a respeito”

Economia e pirotecnia na floresta

Com foco nas classes C, D e E, a Shop-card, nova bandeira de cartão de crédito,

começa a operar no país neste mês e já está interessada na Região Norte. Para con-quistar o mercado nacional, especialmente o nortista, a empresa trás uma nova for-ma de pagamento - em até 200 vezes – modalidade que pode ser “atraente” ao olhos do consumidor, mas arriscada para o bolso.

O presidente da Shopcards, Waldemar Petty, destaca que a operadora aposta em um nicho de mercado pouco ex-plorado na região que são as “Privates Labels”, um estilo de cartão emitido pelos varejis-tas e válidos para a realização de compras com o emissor do cartão ou em qualquer esta-belecimento credenciado.

“Apostamos na classe média atual de 40 milhões de pessoas, em um cenário muito favorável. A estima-tiva é de que até julho já tenham sido emitidos 600 mil cartões no país, quan-tidade que até 2013 deve atingir mais de dois milhões de plásticos”, projeta.

Para conquistar os usuá-rios de cartão, a Shopcards promete não só oferecer os mesmos juros praticados no mercado atualmente, mas também prazos pro-longados, que financiarão as compras dos consumidores em até 200 vezes.

“Não haverá uma quantia específica que poderá ser parcelada, pois a missão é o alongamento de prazos. Com a Shopcards, o que se vende atualmente em 12 meses po-derá ser vendido em 30, 40 meses. Tudo dependerá da avaliação do lojista para ofe-recer aos seus clientes prazos que podem chegar a 200 me-

ses”, frisa Petty, ao completar que a meta da administradora de cartões é estar presente em todos os Estados brasileiros.

Por considerar que a Re-gião Norte é pouco assistida por grandes bancos e cartões de crédito, a nova operadora pretende priorizar a entrada do cartão nos Estados nor-tistas. Segundo o presidente da Shopcards, as negociações com grandes varejistas locais estão “a pleno vapor”.

Investimento de US$ 5,8 milhões para empreitada

Para iniciar as operações, foram destinados para a em-preitada US$ 5,8 milhões, dos quais US$ 1 milhão foi desti-nado para investimentos em tecnologias. A empresa pre-tende atuar, inicialmente, em áreas ligadas às lojas, sistema

bancário e consumidores. De acordo com o presiden-

te da empresa, a Shopcar-ds contará com um banco de dados para oferecer aos compradores itens e produ-tos de seus interesses, de maneira eficaz.

“Queremos ser a Apple do mercado”, frisa o presidente da administradora de car-tões, Waldemar Petty, ao assinalar que a modalidade de atuação adotada pela Shopcards já é comum no mercado norte-americano e na Europa.

Apesar de atraente, nova modalidade de pagamento pode comprometer o bolso do consumidor, segundo alerta de economista

REPRODUÇÃO

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

Consumidor vai parcelar compra em até 200 vezesNova operadora de cartão, que entra no mercado brasileiro a partir deste mês, já está de olho na Região Norte

Quem for fazer esse financiamento deve

estar atento às taxas de juros, para que os prazos lon-

gos não comprome-tam o orçamento

Erivaldo Lopes, economista

A entrada da Shopcards no país foi vista com “bons olhos” pela Associação Co-mercial do Amazonas (ACA), porém a entidade acredita que os lojistas devem avaliar as propostas da operadora e os consumidores devem ficar atentos aos juros co-brados nas prestações das compras efetivadas.

“Será uma forma a mais de incentivar as vendas no comércio local e nacional, além de proporcionar aos consumidores mais um meio de se ter acesso a bens de consumo. Mas, devem ser avaliados alguns pontos para saber se vale a pena comprar em longas parcelas e quais as taxas de juros que

serão disponibilizadas pela nova empresa de cartões”, alerta o presidente da ACA, Gaitano Antonaccio.

Para o economista Erival-do Lopes, os lojistas serão os grandes beneficiados com a Shopcards, uma vez que terão mais uma opção para vender. No caso do consu-midor, o economista destaca

que cartões de crédito poten-cializam o poder de compra do cliente, mas é preciso ter cuidado para não “afundar” em dívidas. “Quem for fazer esse tipo de financiamento deve estar atento as taxas de juros, para que a compra com prazos a perder de vista não venha a comprometer o orçamento”, completa.

É preciso ter cautela na hora de comprar

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

‘Padrinhos’ investem nos estudos dos concurseirosAmazonenses ganham apoio fi nanceiro de familiares para lutar pela tão sonhada vaga de trabalho no serviço público

Com o apoio fi nancei-ro da família, concur-seiros amazonenses focam nos estudos

para garantir a tão sonhada estabilidade em um emprego. Em busca de conquistar uma vaga em concurso público, eles abrem mão da “vida normal” para depender de “padrinhos” que, em alguns casos, chegam a desembolsar R$ 1,2 mil, por mês, só no pagamento de cursos preparatórios.

Por conselho do pai, Vanes-sa Afonso Rodrigues, 25, tem se debruçado diariamente nos livros. Formada em jornalismo, ela chegou a trabalhar como estagiária na assessoria de imprensa da Polícia Civil, mas percebeu que suas expectati-vas seriam atendidas apenas se voltasse à corporação como funcionária pública.

Sob o mesmo ponto de vista, o pai da jornalista lhe deu a al-ternativa de sair do emprego e se dedicar aos concursos. Além dos estudos em casa, Vanessa também se prepara em um cur-so preparatório cujo custo é de R$ 160 por mês.

De acordo com ela, embora

seu pai lhe dê apoio fi nanceiro, há um prazo de um ano para que ela seja aprovada em algum concurso, mesmo que o nível seja de ensino médio. Atualmen-te, para não causar aperto no

orçamento dos pais, proprietários de uma padaria, ela deixou de lado os gastos considerados dis-pensáveis. “Está sen-do muito difícil não gastar com bobagens, parar de comprar roupa, parar de ir a festas”, diz, ao enfatizar que, antes ela gastava, em média, R$ 700 por mês, e agora seu custo chega a R$ 400.

Mesmo sob “aperreio”,

vale a pena lutar por uma vaga em um concurso, por conta das vantagens a longo prazo, como no caso da aposentadoria. “Há um apelo melhor nos salários de quem se aposenta como concursado”, destaca.

EscolhasO engenheiro Jorge Fer-

nandes, 45, também adota a postura de concurseiro. Após largar a chefi a de engenharia em uma das multinacionais do distrito, ele se dedica há três anos em concursos públicos da área de direito, na qual também é formado. Após conquistar a diplomação, ele se viu de frente com três opções: voltar para

o distrito, montar o

próprio negócio ou estudar, e acatou pela última.

Embora conte com o dinheiro da indenização, o também ad-vogado recebe apoio da mulher para sustentar as contas familiares, princi-palmente quando os gastos mensais com os estudos chegam a R$ 1,2 mil. “Tivemos de re-duzir custos. Hoje, não vamos mais a restaurantes caros”, co-menta.

Diante d a

disputa acirrada com concur-seiros de outros Estados, Fer-nandes menciona que é preciso muita dedicação para entrar no serviço público. “Sem determi-

nação, candidatos dei-xam espaço para

que 80% dos aprovados

sejam de fora”.

LUANA GOMESEspecial EM TEMPO

O economista Yuri Gomes, 25, diz que abriu mão do emprego para “entrar de cabeça” nos estudos. Desde o início deste ano, ele recebe auxílio dos pais, com os custos básicos de moradia, roupa e alimentação, além do curso no valor de R$ 400 por mês. No to-tal, os gastos mensais do economista rendem aos seus pais R$ 700.

Segundo ele, o in-teresse em concursos surgiu após fechar uma loja de assistência téc-nica de celular no fi nal de 2011. Para reeducar o tempo aos estudos, ele precisou entrar em um cursinho de apoio e se privar de alguns “luxos”. “Vale tudo pela a estabilidade”, frisa.

Emprego dá lugar aos estudos

CUSTOMaridos, mulheres e pais assumem o papel de “padrinhos” nessa caminhada até que o concurseiro conquiste uma vaga no serviço público. Gastos dos candidatos chegam a R$ 1,2 mil

Jorge Fernandes largou cargo de chefi a para tentar uma vaga de concursado

GIOVANNA CONSENTINI

GIOVANNA CONSENTINI

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Empresas amazonenses na busca por excelênciaPara garantir competitividade no mercado e aumentar os indicadores, empresários locais investem em planejamento

Com investimento mensal de até R$ 11 mil, empresas ama-zonenses de médio

porte se mobilizam para “dar cara” ao modelo de gestão e aumentar a competitividade no mercado local.

Com monitoramento até 2015, oito grupos empre-sariais participam da pri-meira edição do projeto Parceiros para a Excelên-cia (Paex) no Amazonas, elaborado pela Outitude Business School (OBS).

O diretor do programa, Fábio Guarnieri, explica que esse grupo de empresas é monitorado, a partir de um planejamento que estabelece metas e indicadores para se-rem atingidos, chamados de “painéis de bordo”. Cada em-preendimento é avaliado por três anos e investe no projeto R$ 11,8 mil, por mês.

Dentre as participantes estão empresas de vários segmentos, dos quais a área jurídica, como a Andrade & Câmara Advogados Associa-dos; alimentícia, como frigorí-fico Vitello Ltda.; e hospitalar;

como o Hospital Santa Julia Ltda. Também participam a HTS Serviços de Hotelaria e Turismo, a Labelpress Indús-tria e Comércio da Amazônia, a ótica Avenida, a Unipar Cons-trutora e a Fermazon.

A diretora administrativa da Labelpress, Tatiana Ro-cha, diz que o intuito da empresa é de reestruturar o planejamento estratégico, tanto financeiro como de produção. De acordo com Ta-tiana, o investimento mensal tem sido de R$ 9,8 mil.

A representante afirma que somente a partir do segundo ano o retorno deve ser veri-ficado, mas há uma previsão de que anualmente tenha uma expansão de até 20% do lucro líquido da empresa.

O gerente de atacado da Vitello, José Nascimento, co-menta que o programa partiu da diretoria para incentivar a formação de líderes. Nas-cimento ressalta que nesse período inicial a empresa já identificou todas as normas necessárias para melhorias, na parte financeira e na gestão de pessoas, assim como em termos de produção, a partir da organização dos ambientes de trabalho.

Em parceria com a Fundação Dom Cabral, a OBS realizou, na capi-tal, um curso ministrado pela mestre em admi-nistração de empresas Ássima Maria Ferreira, para discutir a liderança com pessoas. A pales-trante diz que o objetivo é fazer com que o pa-pel dos gestores esteja alinhado aos de seus funcionários.

O próximo grupo a participar já possui duas empresas inscri-tas, a Real Bebidas e a Tutiplast. Segundo o diretor do programa, Fábio Guarnieri, o inte-resse das empresas se deve a vontade de me-lhorar a performance, os espaços econômicos financeiros e capacitar os seus gestores.

Gestores e funcionários ‘alinhados’

LUANA GOMESEspecial EM TEMPO

Gestores de empresas discutem como alinhar as suas atribuições com a de seus funcionários

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B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Pacificação nas favelas do Rio mostra nova realidadeO fim da convivência com o crime nas favelas trouxe outra realidade aos moradores, que sentem o peso dos tributos

Grávida de quatro me-ses do primeiro filho, Alice Carina Queiroz, de 18 anos, apesar

de morar no Morro da Caixa d’Água, no Complexo da Pe-nha, não tem água com regu-laridade. As torneiras podem ficar secas por semanas na casa de pau a pique onde ela vive de aluguel, embora pague R$ 12 por mês à associação de moradores para que a água chegue até a sua residência. O abastecimento de energia elétrica também é precário, mas por isso ela não paga um centavo: Alice conta com um “gato” (ligação clandesti-na). Agora, no entanto, com o processo de pacificação da região e a consequente oferta de serviços que virá, uma pre-ocupação maior vem tomando conta dos seus pensamentos: a de que não conseguirá pa-gar as contas dos serviços regulares de água e de luz do casebre, que tem até ar-condicionado.

A preocupação de Alice, cujo marido está desempregado, é a mesma da maioria dos moradores das favelas dos complexos do Alemão e da Penha, que têm, respectiva-mente, 58.430 e 35.388 ha-bitantes, segundo critérios do

Instituto Pereira Passos (IPP). Vencida a barreira de dar fim ao domínio do tráfico nos terri-tórios, com a implantação das primeiras UPPs (nas favelas da Fazendinha e Nova Brasí-lia), outros desafios terão que ser enfrentados pelo Estado: da falta de saneamento básico ao desemprego.

Nesses 16 meses de For-

ça de Pacificação, o Exército montou uma planilha de todas as mazelas dos complexos de favelas, com informações pró-prias e de entidades públicas e privadas. Além das liga-ções clandestinas de energia e água, os militares alertam para a informalidade do co-mércio, onde 90% dos estabe-lecimentos são irregulares.

“Quando chegamos aqui, em

2010, não havia dados exatos. Até hoje, buscamos algumas informações para comparar a situação anterior com a atual. Isso é importante para medir o trabalho de todos os envolvidos no processo de pacificação e o grau de satis-fação dos moradores”, disse o comandante da Força de Pacificação, general Tomás Paiva. Nascida e criada na região, Alice e o marido, por-teiro desempregado, pagam R$ 120 de aluguel pelo barraco de telhas de amianto.

Apesar de tosco por fora, o imóvel tem aparelhos do-mésticos que garantem algum conforto: além do ar-condicio-nado, os moradores têm má-quina de lavar roupas, fornos elétrico e de micro-ondas, ge-ladeira, TV e chuveiro elétrico — grande vilão do consumo de energia. “Com o tempo quente, é quase impossível ficar dentro de casa. Tem que ter ar-con-dicionado. Tenho “gato”, sim, pagar energia é muito ruim!”, reclama Alice, que desembolsa R$ 40 pelo botijão de gás. Se tivesse que pagar a tarifa comum de energia elétrica, Alice precisaria desembolsar R$ 200,34 — o cálculo foi feito pela Light, baseando-se no número de aparelhos.

PRECARIEDADEO abastecimento elé-trico também é pre-cário, mas por ele a população não paga um centavo: a maioria conta com um “gato” e não consegui-ria pagar a conta de energia

Militares mantêm ronda de blindados e soldados no Complexo do Alemão para segurança

FOTOS: MARCELLO CASAL/JR

A Light vem inves-tindo cerca de R$ 20 milhões no Alemão. De acordo com Romano, a meta é chegar a agosto com 12 mil clientes le-galizados no complexo, reduzindo a perda de 60% para 5%. A adim-plência, hoje em torno de 45%, deve passar para 92%. Entre os pro-jetos da concessionária para a região, consta a instalação de painéis solares para aprovei-tamento de energia no programa “Minha Casa, Minha Vida”, da União.

Apesar de o IBGE apontar no Censo de 2010 que 99% das ca-sas da região têm água, boa parte dos morado-res conta com um ser-viço bastante irregular, desembolsando de R$ 5 a R$ 12 mensais para as associações, sem ga-rantia de abastecimen-to contínuo. Há relatos de falta d’água por mais de uma semana. Fica a cargo das associações levar água da parte bai-xa para o alto do morro, arcando com despesas com manobristas e con-sertos — mas a bomba é da Cedae. Segundo a estatal, a ampliação da rede no Complexo da Penha está por conta do Morar Carioca (pla-no da prefeitura para urbanizar todas as fa-velas até 2020). No Alemão, a Cedae infor-mou que vai recuperar quatro reservatórios.

Perdas da companhia energética

A conta, porém, poderia ser reduzida para R$ 45,65, se a moradora trocasse os equipamentos por apare-lhos mais eficientes e eco-nômicos, mudasse de hábi-tos e recebesse o benefício da tarifa social.

Dono de uma das me-lhores casas do Morro da Palmeirinha, no Alemão, Adailton Pedro de Lima, de 40 anos, tem quase a mesma quantidade de ele-trodomésticos que Alice. Ele também conta com “gato”. Além de bem decorada, com uma palmeira no quintal, a casa tem uma piscina de 15 mil litros, o que fez com que, na época da ocupação, em novembro de 2010, a polí-cia fizesse buscas diversas vezes no local, achando que se tratasse da residência de um traficante.

“Já estou até acostumado. Mostro logo meu contra-cheque. Trabalhei duro para construir o que tenho”, disse o funcionário da Plus-Vita, uma das poucas empresas que sobreviveram à violên-cia da região.

Com uma renda familiar — somando os seus ren-dimentos e o da mulher

— em torno de R$ 5 mil mensais, ele disse que não teria condições de manter a casa, avaliada em cerca de R$ 80 mil depois da pacificação, se ela ficasse em outro lugar.

Adailton diz que não se importa de pagar pela energia que utiliza: “Mas é importante que se saiba que há pessoas que mal ganham o salário mínimo, por isso não têm como pa-gar a luz. Mas sou a favor do pagamento, pois assim posso exigir um serviço de qualidade. Aqui falta energia com frequência.

Segundo o superinten-dente de Relacionamento com as Comunidades da Light, Mário Romano, no Alemão há apenas nove mil clientes da concessionária. As perdas na região são de 60%, enquanto no Comple-xo da Penha chegam a 69%. A energia é de baixa qua-lidade, justamente porque não houve manutenção ao longo dos anos, por causa da violência. “O Complexo do Alemão não se difere muito de outras comuni-dades que eram dominadas pelo tráfico”.

As mordomias do morro

Convivência pacífica com as forças dà suporte às famílias

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B7PaísMANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Aposentadoria de políticos pesa aos cofres públicosExtinto em 1999, o Instituto de Previdência dos Congressistas tem orçamento para 2012 de R$ 135,95 milhões

ONGs contra a corrupção, fincaram 594 vassouras verde-amarelas na Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso

ANTÔNIO CRUZ/ABR

O antigo Instituto de Previdência dos Con-gressistas (IPC), ex-tinto em 1999, ainda

onera os cofres públicos da União com o pagamento de aposentadorias e pensões de ex-parlamentares. Para 2012, a dotação orçamentária para o pagamento dos beneficiários do antigo IPC para as duas casas do Congresso é de R$ 135,95 milhões.

A Câmara informou que 443 ex-deputados federais rece-bem aposentadorias pelo IPC, além de 521 pensionistas de parlamentares falecidos. No orçamento da Casa, a dota-ção é de R$ 113,75 milhões para este ano; já foram pagos R$ 16,9 milhões. O Senado in-formou que há 78 senadores aposentados pelo IPC, mas não deu o número de pensionistas. A dotação para o pagamento desses benefícios para 2012 é de R$ 22,2 milhões. Entre os 78 senadores aposentados pelo IPC, onze estão com o benefício suspenso porque exercem man-dato eletivo: cinco senadores, cinco deputados federais e um deputado estadual.

Criado em 1963, o IPC per-mitia que parlamentares se aposentassem com oito anos

de mandato e 50 anos de ida-de. Quem se aposentava com oito anos de mandato recebia o benefício proporcional: 26% do subsídio parlamentar. Hoje, esse valor corresponde a R$ 4,26 mil (levando-se em conta o subsídio parlamentar de R$ 16,5 mil). Segundo a Câmara, são descontados desse valor 27% de imposto de renda e 11% de previdência. A Câmara informou ainda que a grande maioria dos benefícios pagos pelo antigo IPC é equivalente a 26% do subsídio parlamentar.

Para o parlamentar ter direito à aposentadoria integral era preciso ter 30 anos de mandato de contribuição para o IPC, ou se aposentar por acidente de trabalho ou invalidez. Quando eleito, o parlamentar se asso-ciava ao IPC e podia inscrever a mulher e filhos menores de 21 anos, como beneficiários. A pensão equivalia à metade do valor do benefício.

Com a pressão da opinião pública, o IPC foi extinto em 1997, quando se criou o Pla-no de Seguridade Social dos Congressistas. Mas foi garan-tido o direito a aposentado-ria/pensão pela regra antiga a quem exerceu mandato até o começo de 1999.

MP prevê recursos para produtos aos deficientes

O Senado aprovou sem al-terações, o projeto de lei pro-veniente da Medida Provisória (MP) 550 que permite ao go-verno subsidiar empréstimos para que pessoas com defici-ência possam adquirir equi-pamentos como cadeiras de rodas e carros adaptados.

Os senadores autorizaram a União a conceder subvenção econômica de R$ 25 milhões por ano a instituições finan-ceiras oficiais para que elas

forneçam crédito aos defi-cientes físicos.

O governo poderá editar um ato a fim de definir o limite de renda para poder ter direito ao financiamento. No mesmo ato também será explicitado quais são os bens e serviços de tecnologia que poderão ter o crédito subvencionado pela União. A matéria, que recebeu apoio de diversos senadores durante a sessão, foi aprovada em votação simbólica.

SENADO

Tarifa pode ser cobrada por bacias de grandes rios

A cobrança pelo uso da água nos rios de domínio da União, hoje restrita a quatro bacias hidrográficas, poderá se estender, ainda este ano ,,para as bacias do Paranaíba, que banha os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, e do Verde Grande, integrante da Bacia do São Francisco.

Segundo o gerente de Co-brança pelo Uso de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA), Giordano de Carvalho, a iniciativa é sem-pre dos comitês de bacias, que recebem apoio técnico da instituição. No momento, estão sendo elaborados os planos de Recursos Hídricos das novas bacias, sem os quais a cobrança não pode ser iniciada.

As bacias interestaduais que já cobram pelo uso dos

recursos hídricos são as dos rios Paraíba do Sul, entre São Paulo, o Rio de Janeiro e Minas Gerais; Piracicaba, Capivari e Jundiaí, entre São Paulo e Minas Gerais; São Francisco, que envolve sete Estados brasileiros; e Doce, entre Minas e o Espírito San-to. Carvalho informou que futuramente - “existe uma previsão para 2015” - a cobrança poderá ser feita também nas bacias do Rio Grande, entre São Paulo e Minas Gerais, e do Parana-panema, entre São Paulo e o Paraná. A cobrança é um instrumento econômico de gestão dos recursos hídri-cos, criado pela lei 9.433/97. O valor é calculado pelos comitês de bacias hidro-gráficas. A ANA operacio-naliza a cobrança e recebe o dinheiro arrecadado, que é repassado integralmente.

HIDROGRÁFICA

Manifestantes contra transposição do São Francisco

ROOSWEL PINHEIRO/ABR

Livros já contam com sistema em linguagem Braille, para cegos

VALTER CAMPANATO

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA indicou, em dez anos, um aumento na estatística da síndrome, antes camuflada pela desinformação

Famílias americanas mais informadas sobre autismo

Novos dados divul-gados pelos CDCs (Centros de Contro-le e Prevenção de

Doenças dos EUA) indicam o que, à primeira vista, parece um aumento preocupante dos casos americanos de autismo -problema mental que pode atrapalhar de forma severa as interações sociais e o desen-volvimento da linguagem.

O transtorno, que afetava uma em 150 crianças ameri-canas no ano 2000, passou a acometer uma em 88 crianças em 2008, último ano para o qual existem dados consoli-dados. O grande problema, no entanto, é saber o que esses números significam.

Em primeiro lugar, eles são uma estimativa, obtida a par-tir de dados recolhidos por uma rede de monitoramento do autismo que atua em 14 dos 50 Estados americanos. São, portanto, uma extrapo-lação, não um censo de todas as crianças americanas que têm o problema, carecendo de maiores informações para chegar aos números exatos.

Também é difícil saber se o problema está aumentando de fato ou se médicos e pais apenas melhoraram sua capa-cidade de detectá-lo.

Mark Roithmayr, que presi-de a ONG Autism Speaks, diz

que os números são resulta-do de “diagnósticos melhores, mais amplos (que consideram mais pessoas como autistas) e uns 50% que nós não sabemos como explicar”.

Já para o pesquisador Es-tevão Vadasz, coordenador do programa Transtornos do Espectro Autista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, o número recém-divulgado não inspira muita confiança.

Famílias informadas“Não há razão para aumento

da prevalência. Agora esta-mos mais aparelhados para fazer diagnóstico e as famí-lias estão mais informadas, correm atrás”, diz ele. Mesmo que a explosão de casos seja real, o difícil é explicar o porquê dela. Com exceção dos fatores genéticos, que parecem ser muito importantes, não há relação clara entre variáveis ambientais e autismo. A hi-pótese de que certas vacinas poderiam aumentar o risco de desenvolver o problema foi desacreditada, como outras ideias do tipo.

Outra dificuldade em esti-mar números é que o autis-mo não é uma doença com manifestação uniforme, mas o que se costuma chamar de “espectro do autismo”.

A dificuldade de entender como o autismo surge levou pesquisadores como o bri-tânico Simon Baron-Cohen, da Universidade de Cam-bridge, a estudar a relação entre o transtorno e as ca-racterísticas mais comuns da mente humana, como diferenças cerebrais entre homens e mulheres. Para Baron-Cohen, “ser homem

é ter uma forma muito leve de autismo”.

Ele postula que o proble-ma, cinco vezes mais preva-lente entre meninos do que entre meninas, seria uma versão muito exagerada da relativa falta de empatia dos homens. Agora, ele está estudando o papel da tes-tosterona, hormônio mas-culino, no cérebro autista.

Teste do efeito da testosterona

Médicos e pais apenas melhoraram a capacidade de detectar

DIVULGAÇÃO

Austrália retira logomarca de cigarros das prateleiras

Vinte e cinco anos após ter limitado o fumo em ambientes fechados, a Austrália deve se tornar, no final do ano, o pri-meiro país a tirar as logomar-cas dos maços. A ideia é usar 75% da frente e 90% do verso do pacote para grandes fotos e mensagens de alerta à saúde. A identificação do produto terá uma forma padronizada, em duas pequenas faixas.

No Brasil, que baniu os fu-módromos no fim de 2011, o banimento às logomarcas não está no horizonte.

Jane Halton, secretária do departamento de saúde e envelhecimento da Austrália,

disse que uma decisão como essa requer engajamento do governo como um todo, in-cluindo a do presidente do país. “É muito mais simples de se adotar uma política como essa se você tiver coerência dentro do seu governo. Se é visto só como uma questão de saúde, é mais difícil de implementar. E você precisa do presidente para dizer: “Sim, isso é impor-tante, é para o bem do nosso povo”. E é por isso que estamos fazendo”, afirmou.

Segundo Halton, o banimen-to da marca foi o avanço mais lógico no controle do tabagis-mo na Austrália.

ANTITABAGISMO

Falta de substância deixa pessoas vulneráveis à gripe

Espada versus escudo, lan-ça versus armadura; a mesma regra básica da antiga histó-ria militar vale para o duelo entre micróbios e o sistema de defesa do organismo.

Uma enorme equipe de pesquisadores descobriu um “escudo” que permite a ca-mundongos e seres huma-nos se protegerem do ví-rus da gripe, notadamente da sua versão letal, como a da epidemia mundial de 2009/2010. Foram 31 “pes-quisadores” que realizaram o estudo publicado na revis-ta científica “Nature”; mas

dois deles eram conjuntos de cientistas com dezenas de pessoas cada um. Esse bando foi necessário para produzir os detalhados experimentos que mostram como a pro-teína IFITM3 atua de modo a ser um “escudo” antivírus ideal. Os camundongos sem a proteína tiveram mais pro-blemas inflamatórios e maior replicação do vírus da gripe A. O mesmo foi descoberto em seres humanos sofrendo com a doença, cuja severidade foi claramente vinculada ao tipo de proteína IFITM presente no organismo.

PESQUISA

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Dia a diaCade

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C

[email protected], DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012 (92) 3090-1041Dia a dia C5

Preso, cumprindo uma pena de 45 anos no Complexo Peniten-ciário Anísio Jobim

(Compaj), no quilômetro 8 da BR–174 (que liga Manaus a Boa Vista), o industriário Ol-gaci Oliveira da Cunha, 44, afi rma ser inocente do crime pelo qual foi condenado. Se-gundo a família do detento, o verdadeiro assassino já teria confessado na justiça a ver-dade, mas o poder público estaria fazendo “vista grossa” para o caso. O Tribunal de Jus-tiça do Estado do Amazonas (TJAM) determinou que seja feito um novo julgamento, mas que não tem data pre-vista para acontecer.

Olgaci foi preso em 2008 junto com Joel Araújo, 23, acusado de assassinar, no dia 6 de dezembro de 2006, no mu-nicípio do Careiro Castanho (a 110 quilômetros de Manaus) o agricultor Paulo Youiti Nomu-ra, 58. A família do presidiário alega que Joel confessou ser o culpado do crime, mas Olgaci continua na penitenciária. “Em depoimentos prestados à po-lícia, à Justiça e à Comissão de Direitos Humanos da Or-dem dos Advogados do Brasil do Amazonas (OAB-AM), Joel

assumiu a auto-ria do assassinato e inocentou Olgaci, não sabemos por que ele ainda continua preso”, afi r-mam os familiares.

O autônomo Erivelton Oli-veira da Cunha, 54, irmão de Olgaci, conta que a família

gastou uma fortuna contra-tando advogados, que ingres-saram com cinco recursos e apelações junto ao tribunal pedindo a anulação do júri. Em julho de 2008 Olgaci foi condenado em um primeiro júri a uma pena de 45 anos, três meses e dois dias. De-pois seguiram-se outras três condenações, além de cinco recursos e apelações, também rejeitados pelos magistrados. “Não sei mais sorrir. Toda noi-te peço a Deus que a justiça seja feita ao meu fi lho”, afi rma Maria Oliveira, de 82 anos.

Justiça pode ter

NILSON BELÉMEquipe EM TEMPO

Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM acompanha o caso

Uma das iniciativas dos parentes foi buscar ajuda ao presidente da Comis-são de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM), Epitá-cio Almeida, que iniciou um procedimento de apuração para reunir provas sobre o crime. Uma das iniciativas do presidente foi ir ao Com-paj no dia 6 de novembro de 2010, e tomar os depoimen-tos de Joel e Olgaci.

No presídio Joel reiterou o que já havia dito na polícia assumindo a culpa pelo crime e inocentando Olgaci. Epitácio Almei-da considera que o caso possui falhas processuais graves que precisam ser re-paradas para que a justiça possa ser restabelecida em relação ao acusado.

Epitácio afi rma que a culpa do industriário foi formada baseada apenas em um depoimento, sem a

participação de familiares e de defensores públicos.

Em depoimento colhido no presídio, Joel contou que no dia do crime estava bebendo com um primo, na época menor de idade,

e decidiu ir até o sítio de Paulo Noruma cobrar uma dívida trabalhista. O acu-sado contou que trabalhou por sete meses na fazenda, e ao ser demitido não re-cebeu o que merecia.

Ao bater na porta da casa de Nomura, Joel disse que queria receber mais dinhei-ro, mas o agricultor falou que não iria pagá-lo. Houve uma discussão entre o trio e Joel tirou uma faca da cintura e desferiu um golpe no pesco-ço do agricultor. Enquanto isso, seu primo agrediu a esposa de Nomura, Maria de Nazaré Fernandes e a fi lha, Cecília Nomura.

Após praticarem o crime, Joel e o primo fugiram para o município de Iranduba (a 25 quilômetros de Manaus), mas na mesma noite retor-naram para Manaus, onde foram presos em uma casa no bairro Compensa, Zona Oeste. Conduzidos ao 5º Departamento Integrado de Polícia (DIP), Joel conta que diante da presença dos pa-rentes do agricultor assassi-nado, foi torturado para que acusasse a participação de Olgaci no crime.

Caso possui falhas processuais

REVELAÇÃOSegundo investiga-ções da Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM, um processo de apuração dos fatos revelou que Olgaci teria sido acusado de participar do crime de forma errônea

Não sei mais o que é sorrir. Todos os

dias oro de joelhos e peço a Deus que meu fi lho seja libe-

rado da prisão. Ele é inocente

Maria Oliveira, mãe de Olgaci Há quatro anos a mãe e o irmão de Olgaci Oliveira tentam provar a inocência dele no crime. Novo julgamento é esperado

Depois de uma aná-lise, o desembargador do TJAM, Djalma Mar-tins entendeu que a decisão dos jurados no julgamento de Olgaci era contrária às provas dos autos e determi-nou que um novo julga-mento fosse realizado. “A decisão dos jurados desviou-se fl agrante-mente da prova, e, por-tanto, não tem como se sustentar, sob pena de comprometimento da verdade. Dá-se par-cialmente provimento ao apelo dos advo-gados para cassar a decisão, submetendo Olgaci Oliveira a novo julgamento”, descre-veu em seu despacho. A família comemora.

Justiça determina novo Júri

Família afi rma que o industriário Olgaci da Cunha está preso injustamente. O verdadeiro culpado do crime teria confessado a verdade, mas a Justiça faz ‘vista grossa’ para o caso

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Jaraqui é o peixe com mais ômega 3

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Lei Seca enfraquece apósdeterminação do Supremo Tese aprovada semana passada pelo tribunal em Brasília abre um precedente perigoso na lei, que fica mais vulnerável

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu na semana passada que apenas o teste

do bafômetro ou o exame de sangue podem atestar o grau de embriaguez do motorista para desencadear uma ação criminal. A maioria dos mi-nistros do tribunal acredita que exames clínicos e tes-temunhas não servem para comprovar o desrespeito à Lei Seca. Essa ação dificul-ta a aplicação da medida no país, uma vez que o motorista pode se recusar a soprar o bafômetro ou fazer o exame de sangue.

Segundo o professor de di-reito penal da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Cássio André Borges, a tese serve como orientação para as demais instâncias do judi-ciário e não necessariamente é uma lei que interfere dire-tamente nas infrações.

De acordo com o STJ, a Lei Seca trouxe critérios objetivos para a caracterização do cri-me de embriaguez, tipificado pelo artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). É necessária a comprovação de que o motorista esteja dirigindo sob influência de pelo menos seis decigramas de álcool por litro de sangue. Esse valor pode ser atestado somente pelo exame sanguí-neo ou pelo teste do bafô-metro. “Essa decisão não é algo em que eu me basearia. Ela abre um precedente pe-rigoso”, opina o especialista em direito.

A diretora-presidente do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (De-tran-AM), Mônica Mello expli-ca que o Código Brasileiro de Trânsito (CBT), diferentemen-te da legislação penal, não traz “margem de tolerância”. Ela afirma que conduzir veículos sob a influência de álcool, em

qualquer situação, implica na penalidade. “Essa tese gera a impunidade. É direito não produzir provas contra si, mas acredito que isso deva valer quando não agride o direito do próximo”, defende.

A prova testemunhal e o exame clínico, de acordo com Mônica Melo, continuam ten-do validade para a aplicação da multa de R$ 955 por in-fração gravíssima e para a suspensão do direito de dirigir por um ano. “O que muda com a decisão do STJ é que o motorista que se recusar a fa-zer o teste do bafômetro não vai mais responder pelo fato

na Justiça, mas isso não sig-nifica dizer que ele não será punido de alguma forma”, res-salta a presidente.

A população Em Manaus, a decisão to-

mada em Brasília não agradou aos motoristas. Para o en-fermeiro Edeni Silva Chaves, os membros do STJ abriram margem para a impunidade no trânsito. “O carro pode se tor-nar uma arma sobre rodas. Se já oferece perigo para alguém sóbrio, vai fazer um grande estrago se for conduzido por alguém alcoolizado”, opina.

Quem também desaprovou a atitude tomada no tribunal foi o cinegrafista Alessandro Pinto.“Vejo pessoas bêbadas fazendo rachas nas ruas e pondo várias vidas em perigo. Essa decisão coloca em risco a segurança de todos”, diz.

WETHERSANTANA/AE

DETERMINAÇÃOA diretora-presidente do Detran-AM, Môni-ca Melo disse que o Código Brasileiro de Trânsito (CTB) não traz margem de tolerância. E conduzir carros com sinais de embriaguez implica em penalidade

Em entrevista à Agência Brasil, o ministro da Justi-ça, José Eduardo Cardozo, defendeu a proposta de que o Congresso Nacional modifique a lei. “Há uma decisão final e isso faz com que tenhamos que, rapi-damente, dialogar com os líderes no Congresso para modificar a lei.

Se a medida, continuar da forma que está redi-gida, não tem condições de atingir a punibilidade que precisamos para esses casos”, disse o ministro.

Entre as mudanças de-fendidas pelo governo para endurecer a Lei Seca, está

a retirada da dosagem al-coólica, que caracterizaria o crime; permitir que uma pessoa em visível estado de embriaguez possa ser condenada, e que sejam utilizadas como provas depoimentos de testemu-nhas. Dessa forma, o mi-nistro acredita que o bafô-metro seja mais utilizado como forma de provar ino-cência. Diante da polêmica gerada, o governo federal se voltou para essas pro-postas encaminhadas pelo Ministério da Saúde.

Se aprovada, a medida invalida a decisão do STJ da última quarta-feira.

Ministro da Justiça defendeQuando o motorista se

nega a fazer o teste do bafômetro, ele pode ser considerado embriagado pela autoridade de trân-sito e pela inversão do ônus da prova. Para fins criminais, no entanto, isso não terá validade.

O agente leva o moto-rista até um médico, que preenche um laudo onde são sinalados pontos como existência de odor de ál-cool, vestes desalinhadas, equilíbrio, exaltação, olhos vermelhos e agressivida-de. Essa avaliação (exa-mes clínicos) deixa de ter valor para a Justiça.

O que ainda vale com a nova determinação:

Teste do bafômetro O bafômetro indica o

número de miligramas de álcool por litro de ar expe-lido dos pulmões, demons-trando se o motorista está dentro do permitido por lei. Pode ser feito no mo-mento da abordagem.

Exame de sangue Verifica a quantidade de

álcool no sangue e se o mo-torista consumiu bebidas alcoólicas além do permi-tido. É feito no Instituto Médico Legal (IML).

O que deixa de valer com a Lei

O cinegrafista Alessandro Pinto não aprova a definição do STJ, e diz que a medida coloca em risco a vida de todos no trânsito

WILLIAM GASPAREspecial EM TEMPO

MÁRIO OLIVEIRA

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Nome de ruas é motivo de ‘gozação’ a moradoresEstima-se que existam ao menos 14 mil nomes de ruas com denominações embaraçosas na cidade de Manaus

Você já pensou ter que morar na rua do Vas-co, mesmo sendo fla-menguista doente? Ou

então ao abrir um crediário na loja virar alvo de gozação porque mora da avenida Pe-netração?. Pois várias pesso-as precisam enfrentar essas situações todos os dias. A prefeitura, responsável pela administração e mudanças dos nomes de ruas e aveni-das da cidade, não tem um número especifico em relação às denominações diferentes colocadas nos endereços dos moradores. Mas estima-se que existam ao menos 14 mil ruas com denominações embaraçosas na cidade.

A reportagem do EM TEMPO percorreu algumas delas para ouvir a opinião e as histórias da população em relação ao assunto. Um desses locais en-contrados foi no bairro Cidade de Deus, Zona Norte, onde algumas ruas do bairro foram identificadas com nomes de times de futebol. A denomi-nação para alguns não é tão esquisita assim, a não ser que a pessoa more na rua do Vasco ou do Flamengo e seja um torcedor fanático do time contrário, como a dona de casa, Lindacira Castro, 32.

Ela assume ser torcedora do Flamengo, mas mora na rua do Vasco há cerca de cinco anos. Para ela a situação é muito engraçada, já que muitas pes-soas, inclusive de times adver-sários, acabam tirando “sarro” da situação inusitada. “Muitas pessoas questionam isso e ficam tirando gracinha. Claro que como boa flamenguista gostaria de morar na rua com o nome do meu time, mas assim como eu, muitos moradores daqui torcem pelo flamengo e a situação acaba virando uma brincadeira”, afirma.

Na esportivaAssim como para Linda-

cira, o industriário Dênis Santos, 25, também leva tudo na esportiva. Apesar de morar na rua Botafogo, não esconde a sua paixão pelo Flamengo e diz que a situação é motivo de piada entre os moradores e di-versos torcedores do bairro. “Aqui tem um monte de ruas com nome de time. Mas as brincadeiras são mais fre-quentes aos times rivais como Vasco e Flamengo. Às vezes a situação fica emba-raçosa quando vou fazer um cadastro em uma loja, por exemplo, e dou o endereço. Sempre me perguntam se torço pelo Botafogo. É até engraçado”, lembra.

IZABEL GUEDESEquipe EM TEMPO

A Brigadeiro Hilário Gurjão, no Jorge Teixeira, é conhecida como rua do Fuxico, por conta de um grupo de senhoras que falava da vida dos outros

Aqui tem um monte de ruas com nome de time. Mas as brincadeiras são

mais frequentes aos times rivais como Vasco e Flamengo

Dênis Santos,industriário

A escolha e a troca de nomes de ruas, de acordo com o Instituto Municipal de Ordem Social e Plane-jamento Urbano (Implurb) segue a legislação em vi-gor, determinada por uma lei municipal. Em alguns casos, de acordo com o antropólogo e coordena-dor do Núcleo de Cultura Política da Universida-de Federal do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos, o que prevalece é a vontade do povo. Isso porque, mui-

tas vezes, mesmo com a mudança de um nome de determinada rua da cidade, as pessoas acabam não utilizando a identificação atual e se prevalecem do “direito” de permanecer falando o nome antigo ou apelido. “O nome da rua, muitas vezes dado pelos próprios moradores, nem sempre é de acordo com a legislação. Mas é uma for-ma de atribuir à identidade do lugar de acordo com os habitantes”, avalia.

Por vontade da população

Rua da Penetração, na Cidade Nova, é levada na esportiva

O questionamento sobre o endereço também virou motivo de piada na vida do comerciante Paulo Souza, 42. Morador da rua Pene-tração, Cidade Nova, Zona Norte, conta que viven-ciou situações engraçadas e até constrangedoras por causa do nome da rua. “O nome é meio inapro-priado para uma rua. Uma vez fui fazer entrevista e acharam que eu estava mentindo”, garante.

Nem sempre a nomeação

dada a uma rua agrada os moradores. A comerciante Raquel Araújo, 30, há 15 mora na antiga rua São Pedro, no bairro do Coroado 2, Zona Leste, disse que o nome da via foi alterado para Sete Quedas, mas todo mundo só usa o nome antigo. O mesmo ocorre com a Brigadeiro Hilário Gurjão, no Jorge Teixeira, Zona Leste, mais conhe-cida como rua do Fuxico, onde o apelido é usado para facilitar o endereço.

A ‘Penetração’ virou piada

FOTOS: JOEL ROSA

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Investigações do Ministério Público do Estado apontam que detentos controlam o tráfico de drogas na cidade

O crime está sendo ‘organizado’ no presídio

A repercussão do caso da “festa particular” regada a cerveja, churrasco e TV de

LED na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) pode le-var todos os 12 envolvidos no caso a serem transferidos para presídios federais.

A decisão faz parte de um procedimento instau-rado há dois meses pelo coordenador do Centro de Apoio Operacional de Combate às Organizações Criminosas (Cao-Crimo) do Ministério Público do Es-tado (MPE-AM), promotor Fábio Monteiro, que mo-nitora a atuação do crime organizado dentro dos pre-sídios da capital.

Investigações do MPE apontam ainda que, celu-lares, drogas, bebidas e mulheres para prostituição, tinham facilidade de entrar nas unidades prisionais com a conivência de diretores e agentes penitenciários. Porém, o mais grave apon-tado nas investigações, é que, mesmo de dentro das prisões, presos estariam comandando o tráfico de drogas nas ruas de Ma-naus, e até assassinatos. “Nossas proposta é tirar esses detentos do Estado.

É o caminho mais viável e natural. Esses presos são perigosos”, diz Monteiro ao afirma que pretende se reunir o mais breve pos-sível com o promotor e o juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), com a cúpula das Secretarias de Estado de Segurança (SSP) e de Justiça e Cidadania (Sejus) para definir como será feito

esse procedimento.No processo instaurado

para investigar a “farra” no presídio, a Secretaria Exe-cutiva de Inteligência (Seai) da Secretaria de Segurança Pública (SSP), descobriu que o crime vem se organizando dentro das penitenciárias e tentando se transformar em um poder paralelo.

De acordo com Fábio Mon-teiro, essas organizações criminosas podem se ma-nifestar quando diretores e

agentes de unidades prisio-nais são corrompidos. .

Uma das alternativas para frear, ou pelo menos diminuir esse poder para-lelo do crime organizado nos presídio é a trans-ferência dos chamados “xerifes” para presídios federais. “Cortando os ‘ca-beças’, ou seja, mandando para fora os que comandam a quadrilha, vai desestru-turar o crime organizado fazendo com que o mesmo demore a se organizar no-vamente”, explica.

A outra medida seria fa-zer cumprir o que deter-mina as Leis de Execução Penal vigentes no país, que preveem um regime dis-ciplinar diferenciado para presos perigosos, ou seja, usar todo o rigor da lei: “Para que isso ocorra é preciso o envolvimento das autoridades como o próprio MPE e o Poder Judiciário que devem ser céleres e evitar que os criminosos usem as ‘brechas’ para con-seguir habeas corpus e vol-tem impunes para as ruas”, diz Monteiro.Estremecido com essa falta de controle carcerário, na última sex-ta-feira (30), o titular da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus), Lélio Lauria, pediu exoneração do cargo.

NILSON BELÉMEquipe EM TEMPO

INVESTIGAÇÃOO Ministério Público Estadual instaurou um procedimento há dois meses para monitorar a atuação do crime organizado dentro dos presídios da capital. Revelações são gravís-simas e ameaçadoras

Um dos alvos da ousadia do crime organizado foi a ameaça sofrida pelo juiz da Vara Especializada de Combate ao Uso e Tráfico de Entorpecentes (Vecu-te), Mauro Antony, que foi informado sobre a existên-cia de um plano para as-sassiná-lo, em novembro do ano passado.

Uma investigação da SSP apontou como autor da tentativa o traficante Márcio Pessoa da Sil-va, o “Marcinho Mata-dor”, preso na opera- ção “Tentáculos” defla-grada pela Polícia Civil no ano passado.

“Marcinho” é dos deten-tos que aparece no Fa-cebook participando da “festa” dentro do presídio e teria feito as ameaças ao magistrado de dentro da própria penitenciária.

O presidente do Sindi-

cato dos Servidores Pe-nitenciários do Amazonas (Sinspeam), Antônio Jorge de Albuquerque, disse já ter a procurado a Sejus para denunciar as irre-gularidades que ocorrem dentro do sistema prisio-nal e as ameaças que os agentes carcerários rece-bem de detentos.

“Quem sofre mais são os agentes. Somos reféns do crime dentro dos pre-sídios. Você não sabe o que esses presidiários são capazes, mesmo estando nas penitenciárias. Eles falam que sabem onde moramos, quem são nos-sos parentes”, afirma.

Antônio Jorge falou de uma situação ainda mais grave. “Dois colegas nos-sos já foram assassinados só porque resolveram ba-ter de frente com detentos perigosos”, afirmou.

Atentado planejado na cadeia

Presos fazem “reuniãozinha” dentro de uma cela da Unidade Prisional do Puraquequara

Fábio Monteiro investiga “farra” dentro dos presídios

Antes do anúncio do pedido de afastamento do ex-secretário Lélio Lauria na última sexta-feira (30), a assessoria da Sejus informou que não poderia se mani-festar sobre a denúncia da existência do crime organizado dentro dos presídios da capital. Mas reafirmou a aber-tura de sindicância para apurar as denúncias en-volvendo os presos do Puraquequara.

A assessoria infor-ma que, tão logo to-mou conhecimento da denúncia, a secretaria determinou o afasta-mento do diretor do presídio e providenciou a transferência dos detentos para outras duas unidades de Ma-naus - o Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) e o Centro de Detenção Provisória de Manaus (CDP), localizados na BR-174 (que liga Ma-naus a Boa Vista).

A sindicância tem prazo de 30 dias para ser concluída e, após o encerramento das investigações, se for comprovada a participação de fun-cionários, os mesmos serão demitidos.

Cada preso respon-derá processo discipli-nar que poderá resul-tar em sanção de 30 dias de isolamento na cadeia pública.

Após ‘festa’secretaria se cala

ARQUIVO EM TEMPO/BRENOFREITAS

FOTOS: REPRODUÇÃO

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C5Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012 C5Dia a diaa diaaMANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Tradicional jaraqui é o mais rico em ômega 3O peixe apresenta um percentual alto em gordura ômega 3, que evita a morte das moléculas do corpo humano

O jaraqui é o pescado regional mais rico em ômega 3, tipo de gordura benéfi -

ca à saúde. Novos estudos apontam que o peixe possui uma vitamina essencial que o corpo humano não é capaz de produzir. Com essa descober-ta, o povo amazônico se torna um grande benefi ciado dessa riqueza natural.

O Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) apontou que o município de Maués (a 276 quilômetros da capital) é a região onde as pessoas apresentam idade acima da média brasileira. A maioria dos idosos leva uma vida saudável acima de 80 anos. Ao levantar os fatores que contribuíram para esse alto índice de longevidade, o jaraqui surgiu como uma das principais fontes.

Durante uma pesquisa realizada pelo doutor em ge-riatria, Euler Ribeiro sobre o envelhecimento do homem na fl oresta amazônica, foi des-coberto que um dos fatores que contribuem para a lon-gevidade da população é a alimentação. “O povo do me-diterrâneo come muito peixe do mar, azeite e vinho. Já os ribeirinhos não possuem esses alimentos, mas tem as frutas da fl oresta, guaraná, o açaí e principalmente os peixes, que tem proteínas de fácil absolvição em relação aos de mar. O jaraqui é mais rico em ômega 3, 6 e 9 do que o salmão, o atum e sardinha”, ressalta o especialista.

Ainda segundo Ribeiro, a

gordura ômega 3, evita a morte da molécula do corpo humano. “O jaraqui na região amazônica é abundante, fácil de ser capturado e saboroso, por isso é o mais consumido, e um dos responsáveis por essa expectativa ampliada da vida. E um antioxidante de origem gordurosa, que inibe a morte celular, assim o ser humano vive mais. A cada 100 gramas de carne de ja-raqui, nós temos uma fração em torno de 0,06 miligramas acima dos peixes do mar”, complementa Ribeiro.

Perfi l nutricional elevadoApós uma pesquisa realiza-

da com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) com sete espécies de peixes da Amazônia, constatou-se que o jaraqui possui um perfi l nutricional elevado de ômega 3. De acordo com o engenhei-ro de pesca Rogério Jesus a ideia da pesquisa foi avaliar o teor nutricional e agregar valores às espécies para que eles componham a dieta dos povos da Amazônia. “Foram analisados o pacu, o jaraqui, a branquinha, o curimatã, a pirapitinga, o aracu e o mapa-rá. A carne dos animais possui elevados níveis de proteína, sais minerais e ácidos graxos para uma dieta saudável e balanceada. O valor nutritivo desses peixes é igual ou maior que o das espécies marinhas. No jaraqui, foi encontrada a maior concentração de ácidos graxos, que previnem doenças coronarianas.O marapá pos-sui 20% de gordura, enquanto o jaraqui tem cerca de 2%, sendo tido como um peixe semigordo”, explica.

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

Tabela do valor calórico dos peixes da Amazônia

Espécie Energia (kcal)Aracú comum 117.59Branquinha 110.14Curimatã 109.33Jaraqui 97.79Mapará 241.62Pacú 112.05Pirapitinga 107.15

O vendedor Pedro de Araújo comenta que a procura pelo jaraqui é grande nas feiras. O produto proporciona uma vida longa

Antônio de Aragão procura colocar o peixe em seu cardápio

O feirante Pedro de Araú-jo de Lima Filho, 44, que tem uma banca na rua Amazonas, bairro Grande Vitória, Zona Leste, co-menta que o jaraqui é o peixe mais vendido em sua banca e tem clientes que só compram ele. “O jaraqui é um dos peixes mais tradicionais da nossa região, é também o mais procurado. Por dia, vendo aproximadamente 30 pei-xes dependendo do movi-mento. O valor varia de 6 a 7 unidades por R$ 10. Tenho clientes que só compram jaraqui comigo, devido a qualidade”, ressalta.

O auxiliar de produção Antônio de Aragão, 59, co-menta que o jaraqui é o peixe preferido dele. Todas as semanas ele compra uma dezena e deixa guar-dado em sua geladeira. “Primeiro que o peixe, in-

dependente da espécie é o meu prato principal. Mas o jaraqui é o meu prefe-rido por ser uma comida saudável. Como trabalho em uma fábrica, todos os dias no almoço eles servem carne ou frango. No jantar busco fazer uma refeição diferente”, ressalta.

A aposentada Camila Ro-drigues Santana, 80, afi rma que gostaria de consumir peixes todos os dias, mas devido ao preço em compa-ração com a carne bovina e de frango fi ca inviável. “O quilo do peixe é mais caro do que o de outras carnes e não rende tanto por ter espinhas. Como o jaraqui tem o preço mais acessí-vel compramos mais ele, e assim podemos satisfazer o desejo. Agora, além do pre-ço, o benefi cio para a saúde também pesa no cardápio amazônico”, destaca.

Peixe mais procurado na banca

GIOVANNA CONSENTINI

FOTOS: HUDSON FONSECA

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Quatro novos campi vão ampliar interiorização Municípios de Itacoatiara, Tefé, Eirunepé e Humaitá receberão unidades do Ifam ainda este ano para atender 5 mil alunos

Quatro novos campi do Instituto Federal de Educação, Ciên-cia e Tecnologia do

Amazonas (Ifam) serão cons-truídos no interior do Estado. Os municípios que receberão as novas unidades são Itaco-atiara, Tefé, Eirunepé e Hu-maitá. As obras iniciam no segundo semestre deste ano e a previsão para entrega é julho de 2013. Os institutos irão atender aproximadamente 5 mil alunos nos cursos integra-do e superior, voltados para as áreas agrícolas, industrial e de serviço, contemplando os três setores da economia.

O lançamento dos editais para a construção dos campi, ao custo de R$ 8 milhões cada, está previsto para o mês de maio. Segundo o reitor do Ifam, João Martins Dias, o projeto de interiorização dos institutos de ensino vem sendo incentivado pelo governo fe-deral, que pretende, ainda na gestão da presidente Dilma Rousseff, construir 600 mil escolas profissionais em todo Brasil e alcançar a marca de 1 milhão nos governos se-

guintes. Atualmente, existem 370 mil escolas. “É importante essa expansão porque o Esta-do do Amazonas tem o maior número de municípios distan-tes, daí a necessidade de a gente não levar somente mo-dernidade, mas conhecimen-to profissional técnico para que esse pessoal capacita-do possa provocar produção, principalmente de alimentos. Queremos que aprendam, e, por meio da tecnologia, provoquem desenvolvimento sustentável”, disse.

O instituto possui dez po-los. Os campi mais antigos em Manaus datam do final da década de 30: o do Centro (ex-Escola Técnica Federal do Amazonas), Distrito In-dustrial, na Zona Sul; e na Zona Leste (antiga Escola Agrotécnica do Amazonas), além do município de São Gabriel da Cachoeira, criado em 30 de junho de 1993.

O processo de expansão foi iniciado em 2007, com a construção do campus de Co-ari. Em seguida, entre 2009 e 2012, os municípios de Presidente Figueiredo, Ta-batinga, Lábrea, Parintins e Maués também receberam uma filial do instituto.

O Ifam iniciou suas atividades em 1909 por iniciativa do presidente Nilo Peçanha, que criou as Escolas de Aprendizes Artífices responsáveis pelo ensino prático e conhecimentos neces-sários aos menores que pretendiam aprender um ofício. A sede ficava no bairro da Cachoeirinha, Zona Sul, e possuía 33 alunos que tinham aulas de sapataria, tipografia, desenho e marcenaria. Em 1937 a escola tor-nou-se Liceu Industrial e passou a oferecer cur-sos voltados ao setor industrial. No dia 10 de novembro de 1941, foi inaugurado o atual pré-dio, na avenida Sete de Setembro, passando, a se chamar Escola Técni-ca de Manaus.

Início como Escola de Aprendizes

Aulas começam em fevereiro

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

O reitor João Diz mostra o avanço do ensino técnico e tecnológico no interior do Amazonas

DIEGO JANATÃ/FREELANCER

Apesar da previsão de entrega dos prédios para julho de 2013, as aulas devem iniciar em fevereiro do próximo ano. João Dias apontou que o instituto deve fazer convênio com as prefeituras municipais

para que sejam cedidos ambientes provisórios para comportar os alunos.

As unidades irão oferecer curso integrado (médio e técnico) nas áreas de infor-mática, edificações e quími-ca e superior em diversas

áreas. De acordo com o rei-tor, a escolha dos cursos não é feita de forma aleatória e segue análise dos Arranjos Produtivos Locais, Sociais e Culturais (APLS), com o objetivo de desenvolver a economia das localidades.

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Robótica é usada para o ensino da matemática Alunos da Escola Estadual Daisaku Ikeda, no Jorge Teixeira, têm na robótica uma ferramenta para resolver cálculos

Peças de computador, ventilador, rádio e baterias de celular, entre outros produtos

que seriam jogados na lata do lixo, hoje são utilizados por alunos do 8º ano da Escola Estadual Daisaku Ikeda, loca-lizada no bairro Jorge Teixeira 4, Zona Leste de Manaus, para montar protótipos de robôs e maquetes móveis que simulam movimentos.

A ideia inicial foi apresentar um trabalho diferente duran-te o aniversário de seis anos da escola, comemorado no último dia 6 de março, onde cada turma deveria preparar uma apresentação para ho-menagear a instituição. No entanto, o trabalho acabou ganhando uma proporção maior: mostrar aos alunos que é possível aprender física e matemática brincando e construindo. O idealizador do projeto, o professor de mate-mática da instituição, Moisés Ricardo de Queiroz, formado em Ciência da Computação e Matemática, com especia-lização em educação mate-mática, está convicto disso. “Percebi que, com a brinca-

deira, os alunos passaram a gostar mais da disciplina, pois eles aprendem brincando, o que é mais louvável. Passa-mos um domingo discutindo e montando essas maquetes. O resultado foi surpreendente, ou seja, a robótica sendo utilizada como ferramenta pedagógica”, relembra.

Com o invento, o professor passou a ministrar um curso de noções básicas de robótica, passando assim a montar e dar vida às maquetes e pro-tótipos. O resultado, segundo ele, foi um sucesso e passou a aplicar suas experiências no ensino diário da discipli-na matemática. “Vivemos em uma época onde a tecnologia, além de avançar expontane-amente, está em toda parte, influenciando e mudando as relações e processos sociais. Então é necessário torná-la nossa aliada no ensino, não só da matemática, mas por seu caráter multidisciplinar, em todas as outras matérias” explica Moisés.

De acordo com o profes-sor, os alunos já estão se preparando para fazer outro trabalho para ser apresentado na Feira de Matemática, que será realizada no dia 31 de maio, na escola.

AURIANE CARVALHOEquipe EM TEMPO

O projeto da escola aca-bou revelando novos talen-tos e aptidões, como a da aluna do 8° ano, Leilane Ma-rinho, 13, que sempre teve facilidade em matemática e foi um das “arquitetas”, que projetaram a maquete. “Eu pretendo fazer enge-nharia mecatrônica, então foi maravilhoso aprender a

mexer e a montar os pro-tótipos. Inclusive quem não gostava de exatas acabou descobrindo seu talento ao mexer com os robôs” diz Lei-lane, que também participa do projeto Casa da Física, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

A interação do traba-lho em grupo também foi

destacada pelos estudan-tes como um dos principais fatores para o sucesso do projeto. “O trabalho em con-junto e a organização foi essencial para a realização do projeto. Com as etapas e as tarefas de cada um, bem definidas, foi muito mais fácil e rápido trabalhar” contou a estudante.

Ação descobre jovens arquitetos

Estudantes de escola pública usam sucatas que iriam para o lixo para facilitar a aprendizagem

O projeto de robótica educacional ainda pre-cisa se estruturar para continuar, mas por en-quanto as experiências produzidas continuam a servir de ferramentas para as aulas de mate-máticas, e, a direção da escola, já se dis-ponibilizou a dar todo o suporte necessário para a ampliação con-tínua do projeto. “Uma iniciativa tão positiva como essa deve ter prosseguimento e nós temos o dever de dar todo o apoio”, destaca a gestora da escola, Irenilce Lasmar.

O professor Moisés destaca. “No futu-ro, pretendemos ter uma sala temática onde os alunos pos-sam fazer as experi-mentações”, disse.

Estudantes reciclam o que seria lixo

DIVULGAÇÃO

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Mulheres vulneráveis a quedas após os 60 anos Pesquisa feita pelo Módulo de Saúde Vila da Prata, Zona Oeste, revelou que 92% das quedas ocorreram dentro de casa

Idosos da faixa etária aci-ma de 60 anos estão mais vulneráveis a quedas e são as mulheres, as maiores

vítimas. De acordo com o médico geriatra (especialista no tratamento de doenças da velhice) Gefferson Ferreira, as pesquisas revelam que mulhe-res acima de 65 anos são as que mais caem. Os homens representam apenas 25% des-ses registros.

Ferreira definiu como que-da a mudança para o nível inferior pela instabilidade do corpo. Além do fator idade, estão entre os principais mo-tivos da queda: doenças que comprometem o aparelho os-teomuscular; o sedentarismo; medicamentos diuréticos, di-gitálicos, antidepressivos; e obesidade. “Polifarmácia é outro fator que compromete muito também. Aquele pa-ciente que vai ao médico e só sai de lá com uns 15 remédios contribui”, comentou.

Uma pesquisa realizada en-tre os pacientes idosos do Módulo de Saúde Vila da Prata, Zona Oeste, em 2011, revelou que 22% dos idosos que já

caíram consomem bebidas alcoólicas. “Esses não são dados nacionais. São dados da nossa área de abrangência. Eles relataram que fazem uso de álcool”, frisou a diretora da unidade, Sonaira Castro. A diretora destacou ainda que nessa mesma pesquisa, 36% dos idosos disseram que não precisam de cuidadores e que,

na maioria dos casos, prefe-rem viver sozinhos.

O levantamento revelou, ainda, que 92% das quedas registradas ocorreram dentro da casa do idoso e apenas 8% foram motivados por fatores externos. “Dentro do ambiente domiciliar é onde se registra o maior número de mortes de idosos”, afirmou Ferreira.

Hoje no Brasil, a população acima de 60 anos – os conside-rados idosos de acordo com a lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 – compreende a 12% do total. Até 2025, a expec-tativa é que haja no país 30 milhões de idosos. No Amazo-nas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE), pessoas nessa faixa etária compreendem a 6% da população, represen-tando um total de 209 mil pessoas, sendo mais de 108 mil na capital.

Gefferson Ferreira afirmou que Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os Estados onde se tem registrado o aumento da população idosa e, em contrapartida, a menor quan-tidade de crianças. E é nesse cenário, de uma população cada vez mais idosa, que se encontram fatores de riscos, entre eles, a queda.

Segundo Gefferson Ferrei-ra, quem já caiu uma vez está mais propício a cair de navamente. Isso porque o próprio medo induz a isso. Depressão e problemas de visão também fazem com que o idoso tema sempre por uma nova queda.

MÔNICA FIGUEIREDOEquipe EM TEMPO

Quando há uma queda, a principal consequência é a hospitalização, associada a fraturas, pneumonias, úl-cera de pressão, infarto e perda de massa muscular.

“Os idosos passam a ter medo de andar. Mas o im-portante é prevenir. É sem-pre mais trabalhoso para a família”, comenta o médico. Os trabalhos de prevenção,

de acordo com Gefferson, são feitos em vários níveis e passam pela abordagem, campanhas, ajuda médica e políticas públicas voltadas para essa faixa etária.

As consequências e cuidados

A medida que a longevidade aumenta, também cresce a preocupação com a qualidade de vida

PESQUISAO médico geriatra Ge-fferson Ferreira, espe-cializado em doenças da velhice, garante que mulheres acima de 65 anos são as que mais caem. Os homens re-presentam apenas 25% dos registros

ARQUIVOEMTEMPO/BRENO FREITAS

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PlateiaCa

dern

o D

MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012 [email protected] (92) 3090-1042

Alban Berg, compositor

Flávio Leite, tenor

Murilo Neves, baixo

Carolina Faria, mezzo-soprano

Pepes do Valle, baixo

Artistas comentam LeiAntibaixaria

Plateia D3

JOEL ROSA

FAO terá versão completa em alemão da ópera ‘Lulu’Pela primeira vez, obra de Alban Berg será apresentada na íntegra em palco brasileiro, durante o festival de ópera

A 16ª edição do Festival Amazonas de Ópera (FAO) será marcada pela montagem com-

pleta da peça “Lulu”, do com-positor Alban Berg, pela primeira vez no Brasil. O compromisso com a interpretação fi dedigna da obra alemã (mais pelo idioma do que pelas origens austríacas do autor) fez com que a própria Secretaria de Estado de Cultura (SEC), sob a chancela do governo do Estado, trouxesse intérpretes estrangeiros para dar vida a algumas das personagens mais relevantes da ópera.

A única montagem de ‘Lulu” anterior a essa aconteceu no fi m da década de 1930, no Rio de Janeiro. Contudo, segundo o ma-estro e diretor dos Corpos Artís-ticos do Amazonas (no qual está inserida a Orquestra Amazonas Filârmônica, Marcelo de Jesus, apenas os dois primeiros atos da obra foram apresentados na ocasião. “O ópera completa tem três atos, sendo que o último não chegou a ser fi nalizado por Alban Berg, que morreu antes disso. Outra refl exão é que aquela pri-meira montagem no Rio foi em idioma italiano. Manaus, além de receber a obra completa, ouvirá em alemão”, diz.

Marcelo lembra que a então viúva de Alban, Helene Berg, não autorizou que o terceiro ato da ópera do marido morto fosse interpretado do jeito que estava. “Na verdade, somen-te depois da morte dela, no fi m dos anos 1970, aconteceu de um compositor (Friedrich Cerha) concluir o pouco que faltava para dar um desfecho à “Lulu”, comenta o maestro.

Enredo“Lulu” conta a história de

uma artista que é testemunha do suicídio do marido, quando este descobre sua traição com um médico (Dr. Schön), que vem a se tornar seu esposo após o episódio trágico. Dona de uma aura sedutora, Lulu atrai inclu-sive olhares femininos, como da Condessa Geschwitz, que chega a assumir a identidade

de Lulu para acobertá-la do crime de assassinato do pró-prio marido, Dr. Schön. Lulu é interpretada pela soprano ale-mã Anke Berndt, convidada es-pecialmente para compor esse elenco. Outra artista “importa-da” é a mezzo-soprano Ulrika Tenstam, que faz o papel de Condessa Geschwitz. “Não tem como aprender essa ópera, em específi co, em poucos meses. Por isso, optou-se por trazer pessoas que já cantaram “Lulu” antes, diz Marcelo de Jesus.

Segundo o diretor, a profun-didade da composição de “Lulu” está na difi culdade em executá-la. Para Marcelo, esta é uma montagem para poucos. “Ela é um monumento na música erudita. É uma das mais expres-sivas e representa um passo muito grande para o festival. De extrema difi culdade, sob todos os aspectos, incluindo a relação da orquestra com o maestro. Geralmente, em uma semana de

ensaio com os instrumentistas, conseguimos avançar bastante na execução de uma ópera. Es-tamos há quatro semanas de trabalho em “Lulu” e muito ainda há por ser feito”, diz. Marcelo explica que esse desafi o justi-fi ca-se pelo fato da construção musical “dodecafônica”, que é um sistema diferente de com-posição, criado pelo mentor de Alban Berg, o alemão Arnold Schoenberg, no início dos anos 1920, mudando os rumos da história da música erudita. “É uma ruptura de tudo o que existia até ali. No Festival Amazonas de Ópera, esta deve ser a segunda obra baseada nesse sistema, mas em nível ainda mais elevado de exigência”, afi rma.

Pepes do Valle, baixo

Murilo Neves, baixo

Flávio Leite, tenor

A ópera “Lulu” é regida e dirigida pelo maestro Luiz Fer-nando Malheiro e traz direção cênica de Gustavo Tambas-cio, cenários de La Tintota, fi gurinos de Rosa Magalhães, iluminação de Fábio Retti, além do elenco composto por: Carolina Faria, mezzo-soprano (uma camareira, o ginasiano, o valete), Murilo Neves, baixo (o diretor de Teatro / o médico / o banqueiro / o professor), Flávio Leite, tenor (o pintor /um negro), Matteo de Monti, bai-

xo-barítono (Dr. Schon / Jack, o estripador), Juremir Vieira, tenor (Alwa), Pepes do Val-le, baixo (Schigolch), Eduardo Amir, barítono (um domador / um atleta), Gilberto Chaves, tenor (o principe / o mordomo / o marques), Tamar Freitas, so-prano (uma garota de 15 anos), Andréia Souza, mezzo-soprano (sua mãe), Elaine Martorano, mezzo-soprano (uma decora-dora), Vinícius Atique, barítono (um jornalista) e Roberto Pau-lo, baixo (um criado).

Elenco com grandes nomes líricos

SERVIÇO16º FESTIVAL AMAZONASDE ÓPERA

Quando:

Onde:Informações:

Ingressos:

de 20 de abril a 27 de maio de 2012Teatro Amazonas(92)3232-1768www.bestseat.com.br ou bilheteriado teatro.

MARCOA única montagem de ‘Lulu” em território brasileiro aconteceu no fi m da década de 1930, no Rio de Janeiro, quando apenas os dois primeiros atos da obra foram apresentados em idioma italiano

Vinícius Atique, barítono

HUDSON FONSECA

FOTOS: DIVULGAÇÃOGUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Carolina Faria, mezzo-soprano Alban Berg, compositor

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

. Para comemorar a inauguração da nova loja em Tokyo, no Japão, a Leica lançou uma versão especial em cor branca da famosa câmera fotográfi ca M9.

. Será uma pocket collection com apenas 50 unidades. Além da exclusividade, linda!

>> Objeto de desejo

>> Ângela e Luís Otávio Bastos decolam para uma temporada no Canadá.

>> O ex-ministro Bernardo Cabral vem a Manaus na pró-xima semana.

>> Menga Junqueira está

programando a Semana San-ta no Rio.

>> Na expectativa de co-meçar, a 1ª Bienal do Li-vro Amazonas comemora a procura de 80% do projeto Visitação Escolar dentro do evento. No total, serão sete dias destinados à visitação escolar, em que estudantes de 7 a 17 anos vão embarcar no universo literário e curtir as incríveis programações

culturais no Studio 5.

>> Tânia Castro abriu atelier no Vieiralves.

>> O querido Antonio Sil-va estreia idade nova neste domingo.

>> Janjão Neto inaugurou um Fast Temaki, ao lado da

Beer Dance, com noitada com lista do promoter Ro-drigo Santos.

>> Ricardo Atala também aniversaria hoje e ganha mui-tos cumprimentos.

>> Amanhã é a vez de Sheila Jacob entrar no alvo de cumpri-mentos pelo seu aniversário.

>> Numa linda iniciativa, mais de 50 crianças e adolescentes do Abrigo Moacyr Alves foram batizadas na Igreja Nossa Se-nhora Rainha da Paz, Shangrilá, bairro Parque 10. Na ocasião, cada participante do projeto “Madrinhas e Padrinhos de Co-ração” adotou por “um dia” uma das crianças substituindo o pa-pel da mãe ou pai biológico.

>> Vitrine

Plateia

. Para comemorar a inauguração da nova loja em Tokyo, no Japão, a Leica lançou uma versão especial em cor branca da

>> Objeto de desejo

Ângela Bul-bol de Lima, com modelo Nina Ricci

e Chanel, em recente e ba-

dalado evento no Ephigênio Salles

Jéssica Sabbá Tayah, usando Dior, em evento très chic

. O governador do Amazonas, Omar Aziz, as-sinou na manhã de sexta-feira, com o governo federal, convênios que vão garantir o repasse de R$ 82 milhões para ações integradas de auxílio às famílias atingidas pelas enchentes no Estado e para o programa “Água para Todos

no Amazonas”. Os recursos foram anunciados durante cerimônia na sede do governo do Estado, na presença do ministro da Integração

Nacional, Fernando Bezerra Coelho.

. Para as ações de socorro aos municípios atingidos pela cheia dos rios, cuja previsão já aponta para uma das maiores da história, foram assinados um termo de compromisso que prevê repasse de R$ 30 milhões para ações de contenção de encostas nos municípios afe-tados pela erosão durante a subida das águas, além do convênio de R$ 8 milhões que serão usados pelo governo do Estado para emissão do Cartão Solidariedade. Por meio do cartão,

o governo do Estado vai destinar R$ 400 para cada uma das famílias em situação de risco.

>> Convênios importantes. Um dos mais consagrados grupos

de pagode do país, o Sorriso Maroto, está em plena comemoração pelos 15 anos de carreira e vem festejar também em Manaus, no próximo dia 13 de abril, no sambódromo, com produção da Fábrica de Eventos.

. No repertório, somente hits e, claro, o grande sucesso “Assim você mata o papai”, que está na trilha sonora de “Avenida Brasil”.

>> Só sorrisos

. O presidente do Tribunal de Con-tas do Estado do Amazonas (TCE-AM), conselheiro Érico Desterro, deu palestra, na sexta-feira pela manhã, em Manaus, aos desembargadores presentes no 91º Encontro do Co-légio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil. O convite foi feito pelo presidente do Tribunal de Justiça do Amazo-nas (TJAM), desembargador João Simões, anfi trião do evento.

. Na palestra, que durou mais de 90 minutos, o conselheiro Érico Desterro abordou o tema “Os aspec-tos relevantes do controle exercido pelos Tribunais de Contas em rela-ção ao Poder Judiciário” e alertou aos presidentes das cortes sobre a atenção que o Judiciário deve ter para evitar problemas futuros.

>> Encontro

Iolandinha Oliveira, cheia de alto-astral, em tarde no society

CÉSAR CATINGUEIRA

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Projeto causa polêmicaElaborado pela deputada estadual da Bahia, Luiza Maia, a possível lei pretende proibir a contratação de bandas e artistas que possuam em seu repertório musical composições e coreografias que denigram a imagem da mulher como um todo

As músicas que desva-lorizem a mulher ou que a exponham a si-tuações consideradas

constrangedoras podem estar com os dias contados. Isso poderá ocorrer caso o proje-to de lei nº19.237/2011, de autoria da deputada estadual da Bahia, Luiza Maia (PT-BA), seja aprovado, podendo ser repercutido no âmbito nacio-nal. O projeto, que foi votado na última terça-feira, dia 27, prevê a proibição da utilização de recursos públicos para a contratação de artistas que em suas músicas, danças ou core-ografias destratem o sexo fe-minino. O assunto tem causado polêmica entre os brasileiros, sendo assunto até de progra-mas televisivos nacionais.

De acordo com a autora da emenda, músicas do axé, forró e swingueira como “ela sai de saia e bicicletinha, uma mão vai no guidon e a outra tapa a calcinha” ou “só as cachorras!”, retratam duplo sentido e inferioridade à classe, mesmo tendo conquista-do o linguajar da população que canta as letras. No cenário local, os principais nomes da noites de Manaus opinam sobre a discus-são e concordam que aprovação da lei, mesmo sendo na Bahia, poderá causar impacto no pa-norama amazonense.

OpiniãoPara o DJ Evandro Jr., que

comanda as bandas Xiado da Xinela e Xote com Pimenta, o projeto é inviável e vem contra a ideia de democracia. Ele acre-dita que, caso seja aprovada pe-los parlamentares, não deverá ser cumprida por muito tempo. “Essa deputada está equivoca-da. Não podemos mandar nas pessoas. Assim como existem músicas que falam da mulher, também tem aquelas que falam dos homens. Se continuar assim, daqui a pouco não poderemos mais fazer músicas”, reclamou, demonstrando indignação.

Ao falar sobre o impacto que a promulgação da lei poderá ocasionar, o DJ concorda que, querendo ou não, refletirá no contexto local, mas não blo-queará o gosto e costume do público, que segundo ele, já está acostumado com as le-tras. “Com certeza a lei causará repercussão local, o que não impedirá as pessoas de ouvir e dançar, como acontece hoje. Se formos analisar, as próprias mu-lheres brincam com assuntos referentes a elas mesmas, como nas músicas “Os três defeitos” e no funk “Quero trair a minha namorada””. Segundo Jr., essa polêmica é antiga e teve início com as marchinhas de Car-naval como “Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é?” e “Maria sapatão, sapatão, sapatão...”.

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

Com uma opinião balan-ceada, o compositor Luciano Kikão diz que é a favor da lei, mas em casos de letras pe-sadas ou excessivas, como as citadas pela deputada. Para ele, o assunto é complexo e polêmico e é justo que haja análise e votação. “Quando as pessoas estão nas festas não querem saber das letras que estão sendo cantadas, porque estão em busca de di-versão, então, encaram isso como algo natural. Minhas músicas não falam mal da mulher, mas dos homens e são bem-aceitas”.

Kikão ainda defende a tese da necessidade de profis-sionalização para a devida opinião do tema. “A deputada precisaria entender de músi-ca para ter base de opinião, porque seria necessário sa-ber qual música iria denegrir a imagem feminina”, expli-cou, ao dizer que o impacto depende da interpretação.

Melvino Jr., do grupo Jr. e Banda, também concorda parcialmente com o teor do projeto. Para ele, a concor-dância só ocorre nos casos das músicas que transmi-tam duplo sentido ao ouvinte.

Ele acredita que no caso de aprovação, a lei afetará diretamente o funk carioca, mas também o forró amazo-nense. “Se vetarem esse tipo de música em shows, os ar-tistas sofrerão diretamente. As cançõess vendáveis são as de duplo sentido, com

bordões fáceis e sem criati-vidade. Se pedirmos para al-guém citar uma música com letra bonita, com certeza terá dificuldades para lembrar”, disse, ao revelar que concor-da com a deputada, no que diz respeito a vulgaridade, porém, “ é o tipo de música que vende”, concluiu.

Artistas ponderam o assunto

O cantor Evandro Jr. é totalmente contra o projeto de lei

Luciano Kikão acredita que deve haver exceções com as letras

JOEL ROSA

DIVULGAÇÃO

Se pedirmos para alguém citar uma

música com letra bonita, com

certeza terá dificuldades para

lembrar

Melvino Jr., cantor

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Thiaguinho em ManausApós a gravação do seu primeiro DVD em carreira solo, que acontecerá de 4 a 6 de abril, no CrediCard Hall São Paulo, o cantor chega à cidade para apresentar suas novas canções como “Buquê de flores”, “Ainda bem” e “Muleke conquista”

Em uma nova fase da vida e da carrei-ra, Thiaguinho que integrava o grupo

Exaltasamba, agora ganha os palcos cantando sozinho. Com um estilo divertido, ca-rismático e simples, Thiago André Barbosa, virá a Manaus para o lançamento oficial de sua carreira solo. Depois de nove anos à frente do “Exalta”, ele se apresenta no próximo dia 13 de abril, dividindo o palco com o grupo Sorriso Maroto, no sambódromo.

Quem acompanhou a final do programa “Big Brother Brasil”, da Rede Globo, teve uma ideia de como será o show do cantor na cidade. Com pensamentos moder-nos e atitudes responsáveis, Thiaguinho já disponibilizou seis músicas inéditas para o público ir se familiarizando com a apresentação. Por outro lado, nessa nova fase, o artis-ta pode se apresentar ainda mais eclético. A performance solo do apelidado “principe do pagode” não se limita só ao gênero. Nesse novo formato, os fãs podem conhecer novas roupagens na voz dele até para sucessos como “Eu quero tchu, eu quero tcha”; “Paradise”, do Coldplay; “Não quero dinhei-ro”, do Tim Maia e outras versões de funk carioca.

Aos 29 anos, o artista já é considerado uma das melho-

res vozes românticas do país no gênero pagode. Thiagui-nho, que começou a cantar e compor aos 12 anos de idade, teve como maior incentivado-ra sua mãe, que o levava para a igreja e lá ele deu início aos primeiros trabalhos. Aos 17, começou sua carreira na noite, em barzinhos cantando músi-ca popular brasileira, pagode e muito samba. Após ter deixado o grupo Exaltasamba, Thiagui-nho se prepara para gravar seu

primeiro DVD solo, intitulado “Ousadia e alegria”, nos dias 5, 6 e 7 de abril, no Credicard Hall, em São Paulo.

O que não vai ser surpresa na gravação são os novos singles que o cantor dispo-nibilizou gratuitamente na internet. Entre eles, podem ser destacadas as músicas “Buquê de flores”, “Sou o cara para você”, “Muleke conquis-ta” e “Ainda bem”

PARTICIPAÇÃOThiaguinho participou na última semana da final do “Big Brother Brasil”, que serviu de prévia para apresen-tar as mais recentes canções do artista que, agora, segue em carreira solo

SERVIÇOTHIAGUINHOE SORRISOMAROTO

QuandoOnde

Ingressos

vendas

13 de abril

sambódromo

1º lote – Pista:

R$ 35; Camarote:

R$ 120; Área

VIP: R$ 150 e

Camarote Stage

R$ 250.*

*Todos os

valores são de

meia-entrada e,

com exceção da

pista, podem ser

parcelados em

2x no cartão de

crédito.

Estande da Fábri-

ca de Eventos (2º.

Piso Amazonas

Shopping), Óticas

Veja, Mika’s

Chopp, Picanha’s

Burgers (avenida

Djalma Batista,

Chapada), Minds

English School

(rua Acre, 40,

Vieiralves) e Fuga

de Lula (Centro)

DIVULGAÇÃO

Thiaguinho faz show solo em Manaus pela primeira vez

A chance de conferir essa festa sem ao menos tirar a mão do bolso pode ser dada com as blitze do show de Thiaguinho e Sorriso Maroto que a equi-pe da Fábrica de Eventos promove a cada semana. Itinerante e acessível para todas as zonas da cidade, durante a ação é possível concorrer a prêmios e a ingressos gratuitos.

Quarta-feira, por exem-plo, das 16h às 18h, os clientes do Lanche El Sha-dai, no Eldorado, poderão ganhar ingressos, brindes, camisetas e CDs.

Quinta-feira será a vez da loja Apa Móveis, no Manoa, das 10h às 12h. No sábado, a blitz será especial. Em um dos pon-tos de venda de ingresso, a maratona segue ainda com a banda Cuka Fres-ca, dando um esquenta de como será o dia 13 de abril, das 20h às 23h, na praça do Carangueijo, no Eldorado.

Blitze dará ingressos grátis

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Domingo de espetáculo infantil

TEATRO

O primeiro dia do mês de abril terá teatro com pro-gramação cultural gratuita para o público infantil.

Às 17h, na Casa da Mú-sica Ivete Ibiapina, os pe-quenos poderão acompa-nhar um pouco da história da Comunidade de Jandira, localizada no município de Iranduba, interior do Amazonas na peça “As aventuras de Vovô Pa-checo em Iranduba”, que mostra que, mesmo com o avanço da urbanização após a inauguração da Ponte Manaus-Iranduba. ainda há possibilidade de manter as tradições culturais.“Vamos mostrar

um pouco da cultura do município e dapreserva-ção do meio ambiente, bem como .fazer com que eles percebam que pode-mos brincar com material reciclado”, diz Valderes de Souza, idealizador da peça.

No Teatro Jorge Bona-tes, às 18h, uma aventu-ra mostrará um pouco da cultura oriental. A peça “O dia em que a terra dançou” repassa ao público infan-to-juvenil as comemora-ções do oriente que estava próximo a completar mais uma primavera. Coreogra-fias, cantos e adereços re-presentam a cultura do Japão no espetáculo.

Com direção de Douglas Rodrigues, a encenação traz em sua essência um conto japonês que retrata o sonho de Yong, um ga-roto que almeja tornar-se samurai. “O espetáculo faz ainda alusão à tragédia que assolou o Japão”, disse .

Às 18h30, o folclore po-pular vai invadir o Centro Cultural Largo de São Se-bastião. “Cobra Norato” é um espetáculo teatral que utiliza a lenda da cobra gran-de para resgatar a antiga tradição dos contadores de causos da Amazônia, como também a valorização da animação de bonecos e das cantorias interioranas.

A peça “Cobra Norato”, inspirada na cultura oriental, será apresentada no largo

DIVULGAÇÃO

A dama do teatro local Na semana em que foi comemorado o Dia Mundial do Teatro, a atriz Ednelza Sahdo faz uma retrospectiva da carreira e fala do seu amor e dedicação às artes cênicas que, além de reconhecimento, aumentou seu elo com os familiares

“A arte é a minha vida, uma paixão, é a missão que Deus me deu e

me dedico a isso com muito amor”. Foi o que disse uma das artistas mais conhecidas na capital amazonense, Ednelza Sahdo, ao falar sobre a carreira profissional durante a semana em que foi comemorado o Dia Mundial do Teatro. Hoje, aos 67 anos de idade, ela comemora o sucesso como atriz, professora de teatro, cantora e produtora de eventos voltados à cultura popular, trajetória que teve início com o incentivo do pai, que também era músico.

A atriz relembra que desde a infância tinha vontade de atuar e ao ter contato com o cinema e com os filmes na-cionais essa aptidão só veio aumentar, tudo isso aliado ao incentivo paterno. “Comecei a cantar na rádio Difusora e fazendo pastorinhas, mani-festação natalina com mu-sicas e poesias logo iniciei no teatro. Fazíamos apresen-tações em clubes, montando teatros musicais”, afirma.

De acordo com Ednelza, o investimento no campo das artes cênicas lhe rendeu bons resultados, e um dos princi-pais é que sua geração, hoje, perpetuada em filhos, netos e

bisnetos, também é composta por artistas, o que para ela é motivo de alegria. “Meus filhos sempre tiveram vocação para a arte. Todos são envolvidos de alguma forma, direta ou indiretamente. É uma pena que não podemos viver disso porque é impossível, temos que ter outra profissão”, ex-plica, ao dizer que chegou a participar de cursos voltados

para a área em Manaus e em outros estados, se especiali-zando não só em encenação, mas em técnicas como ma-quiagem e iluminação.

Outra representação que sempre será bem lembrada pelo povo amazonense é o título de porta-bandeira, car-regado por Ednelza por 23 anos. Ela defendeu as cores verde e branco do Grêmio Recreativo Escola de Samba

Mocidade Independente de Aparecida com muita garra e bailado no período de 1981 a 2007, quando passou o pavi-lhão a sua neta Naruna, dando prosseguimento a história da família na agremiaçao.

A atriz, que também é fun-cionária pública e produtora de eventos, chegou a fazer parte do elenco do filme na-cional “A festa da menina mor-ta”, dirigido pelo ator Mateus Nachtergaele, em 2007. “Foi uma experiência muito válida porque foi algo muito profis-sional. Conheci um lado do teatro que ainda não tinha tido a oportunidade de atuar, que é o cinema. Foi realmente gratificante”. Ednelza está em plena atuação, compondo o quadro de atores do espetáculo “Ventos da morte”, dirigido por Douglas Rodrigues. Também está atuando e dirigindo o teatro adulto “Nós Medéia”, em conjunto com Gerson Albano.

A neta de Ednelza, Naimê Sahdo, é atriz, produtora, pa-lhaço e animadora de festas, tudo isso, aos 22 anos de idade. Ela conta que começou a ter in-teresse pela área aos dez anos . “Minha primeira apresentação foi em uma peça de teatro e dança, apresentada pelo grupo da minha avó. A partir daí, comecei a trabalhar em Com-panhias de teatro. Minha avó sempre foi minha inspiração”, relata com entusiasmo. Hoje, aos 67 anos de idade, ela comemora os frutos da carreira que começou na infância

FOTOS: MÁRIO OLIVEIRA

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

A arte é a minha vida, uma paixão, é a missão que Deus me deu e me dedico

a isso com muito amor, todos

os dias

Ednelza Sahdo, atriz

O DIA EMQUE A TERRA DANÇOU

Onde

Quando

Teatro Jorge BonatesHoje, às 18h

SERVIÇOAS AVENTURAS DO VOVÔPACHECO EM IRANDUBA

Onde

Quando

Casa da Música Ivete IbiapinaHoje, às 17h

COBRANORATO

Onde

Quando

Centro Cultural Largo de São SebastiãoHoje, às 18h30

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

BAND05h00 – Igreja Mundial06h00 – Sol Brilhante

Programação de TV

05h00 – Aventura Selvagem – reprise06h00 – Pesca Alternativa07h00 – A Grande Ideia07h30 – VRUM08h00 – PGM Manazinha 08h30 – Chaves09h00 – Sorteio Amazonas dá Sorte (Local)10h00 – Domingo Legal14h00 – Eliana18h00 – Roda a Roda Jequiti18h55 – Sorteio da Telesena19h00 – Programa Sílvio Santos23h00 – De Frente com Gabi00h00 – O Mentalista/ The Mentalist01h00 – Série: Divisão Criminal / The Closer02h00 – Série: Os Esquecidos03h00 – Encerramento da Pro-gramação

SBT GLOBO RECORD

REDE TV

05h30 – Desenhos Bíblicos07h20 – Record Kids – Pica-Pau09h00 – Amazonas dá Sorte – Bin-go - local10h00 – Record Kids – Pica-pau11h30 – Tudo é Possível – PGM15h30 – Programa do Gugu – PGM19h30 – Domingo Espetacular – PGM22h15 – Repórter Record23h00 – Amazônia – PGM23h30 – Série: Casais Perfeitos (1ª Temporada – inédita)00h00 – Programação IURD

06h30 – Igreja Internacional da Graça – local08h25 – Programa: Viva Amazô-nia – local08h55 – Campeonato Italiano – Lazio x Cagliari11h00 – Igreja Universal da

Graça – local12h00 – Programa: Fique Ligado – local13h00 – Programa: Esporte Per-formance – local14h00 – Programa: Semeando Bênçãos – local14h30 – Programa: Amigos do Volante – local15h00 – Sabores & Ideias – local15h30 – Programa: Fé e Milagres – local16h00 – Programa: Luta Tribal (reprise)16h30 – Olhar Digital (gravado)17h15 – Ritmo Brasil17h45 – Belas na Rede18h30 – O Encantador de Cães19h15 – O Último Passageiro20h45 – Sessão Especial22h30 – Programa: Amazon Trip – local23h10 – Dr. Hollywood Brasil00h10 – É Notícia01h10 – Igreja Internacional da Graça – local

TV CULTURA05h55 – Abertura da Estação/ Hino Nacional06h00 – Via Legal06h30 – Brasil Eleitor07h00 – Palavras de Vida08h00 – Santa Missa

09h00 – Viola, Minha Viola09h15 – Curta Criança09h30 – Janela Janelinha10h00 – Escola Pra Cachorro10h15 – Meu Amigãozão10h30 – Turma do Pererê11h00 – ABZ do Ziraldo11h30 – Anima TV Tromba Trem11h45 – Anima TV Carrapatos e Catapultas12h00 – Turma do Pererê13h00 – Dango Balango13h30 – TV Piá14h00 – Stadium 15h00 – Amazônia com Bruce Parry16h00 – Ver TV17h00 – De Lá Pra Cá17h30 – Cara e Coroa18h00 – Papo de Mãe19h00 – Conexão Roberto D’Ávila20h00 – Esportvisão21h30 – MPTV – Reprise – lo-cal22h00 – Cine Ibermédia00h00 – Doc. Especial00h30 – Hino Nacional / Encer-ramento da Emissora

06h30 – Santa Missa no Seu Lar07h30 – Fé na Verdade08h30 – Conexão Cargas09h00 – Desenho09h30 – Brasil Caminhoneiro10h00 – Informecial11h00 – Auto +11h30 – Band Clássicos12h00 – Band Esporte Clube12h30 – Futebol 2012 – Flamen-go x Bangu17h00 – Terceiro Tempo19h20 – Segurança Especial20h10 – Pânico na TV – estreia22h30 – Canal Livre23h30 – Isto é Manaus00h30 – Show Business – reap.00h45 – Cine Band03h10 – Igreja Mundial

04h45 – Santa Missa em Seu Lar05h45 – Sagrado: Compacto – Poder06h29 – Pequenas Empresas – Grandes Negócios07h00 – Globo Rural07h59 – Auto Esporte08h30 – Esporte Espetacular 11h35 – Esquenta12h58 – Temperatura Máxima. Filme: Monstros vs Alienígenas15h00 – Futebol 2012: Campeona-to Carioca - Flamengo x Bangu17h00 – Domingão do Faustão20h00 – Fantástico22h20 – Domingo Maior. Filme (A Programar)00h10 – UFC – Em Busca de Campões01h15 – Sessão de Gala. Filme: O Vigarista do Ano03h10 – Corujão I. Filme: Dormindo com o Inimigo04h30 – Festival de Desenhos

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Os aspectos divertidos e encantadores

do dia não devem fazê-lo se atrasar ou se perder. Os detalhes precisam ser cuidados, mesmo quando tudo vai bem em um rela-cionamento.

TOURO - 20/4 a 20/5As ideias, os planos e os desejos que lhe

empolgam mais devem se conformar com as condições disponíveis de imediato. Trabalhe as limitações o melhor possível.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6As pessoas terão bastante boa vontade

com você, mas é preciso ser respeitoso com isso e de modo algum abusar dos outros. Um equilíbrio assim tornará tudo melhor entre vocês.

CÂNCER - 22/6 a 22/7Momento para fi rmar bons compromissos

com as pessoas amigas. Tendência a uma certa timidez nas relações afetivas, mesmo quando deseje ser mais carinhoso.

LEÃO - 23/7 a 22/8Um dia para se divertir no trabalho e junto

com outras pessoas. Mas algum compromisso de rotina pode impedi-lo de curtir o dia com as atividades como as apreciaria.

VIRGEM - 23/8 a 22/9Você quer se divertir com o que gosta e

talvez esteja mesmo precisando disso. Mas as responsabilidades materiais exigem serem cumpridas. Concilie bem as duas coisas.

LIBRA - 23/9 a 22/10Saturno em confl ito com Vênus indica abor-

recimentos e situações rigorosas em seus relacionamentos. Há acordos e princípios que precisam ser respeitados por você.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11O aspecto tenso do dia impede sua livre

locomoção e movimento. Compromissos po-dem lhe prender, literalmente. É preciso saber negociar bem os passos a serem dados.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Um dia de impedimentos na realização dos

gostos e prazeres físicos. O dia de hoje não é propriamente para brincar. Use seus recursos de acordo com um projeto bem defi nido.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1Algumas difi culdades podem ser superadas

de maneira criativa, em seu trabalho. Coloque-se com boa vontade e você estará chegando nos melhores resultados possíveis.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2Momento de refl exão profunda quanto ao

que tem real valor para você. O que tem real valor poderá surgir de maneira agradável, benfazeja e fácil de ser lidado.

PEIXES - 19/2 a 20/3Os deveres com os parceiros exigem res-

trições em sua rotina. Você gostaria de ser mais esparramado para levar seu cotidiano, mas os compromissos lhe chamam.

Cruzadinhas

Guerra é guerra – 12 anos: Cinemark 2 – 12h50, 15h (dub/diariamente), 17h10 (dub/não será exibida apenas na quinta-fei-ra), 19h30 e 22h (dub/diariamente); Cinemais Plaza 4 – 14h30, 17h, 19h15 e 21h20 (dub/diariamente); Cinemais Millennium 4 – 15h, 17h20, 19h40 e 21h40 (leg/diariamente).

Cada um tem a gêmea que merece – 10 anos: Cinemark 3 - 14h50 e 19h40 (dub/dia-riamente); Cinemais Plaza 5 – 14h20, 16h40, 19h10 e 21h10 (dub/diariamente).

John Carter – 12 anos: Cinemark 3 - 12h10, 16h50 e 22h05 (dub/diariamente); Playarte 9 – 21h20 (leg/diariamente) e 23h59 (leg/somente sexta-feira e sábado).

CONTINUAÇÕES

CinemaPRÉ-ESTREIA

DIVULGAÇÃO

Espelho, espelho meu: USA. Livre. Lily Collins vive a princesa exilada Branca de Neve e é perseguida pela Rainha Má, que governa o reino sem piedade. Na sua luta para conquistar o trono a que tem direito e também para ganhar o coração do príncipe encantado, Branca de Neve contará com a ajuda dos leais e deste-midos sete anões nessa aventura fantástica cheia de romance, rivalidade e muito humor. Cinemark 2 - 17h10(dub/somente na quinta-feira); Cinemais Plaza 6 – 14h10, 16h30, 18h45 e 21h15 (dub/somente quinta-feira); Cinemais Millennium 6 – 14h20, 16h50, 19h15 e 21h35 (leg/somente quinta-feira).

ESTREIASLórax: Em busca da trúfula perdida:

USA. Livre. A história de um garoto de 12 anos que busca a garota dos seus sonhos. No meio desta jornada, ele conhece Loráx, uma criatura mal humorada que luta para proteger seu mundo. Cinemark 1 – 11h30 (dub/somente sábado e domingo), 13h50, 16h20, 18h30, 20h40 (dub/diariamente) e 23h (dub/somente sábado e domingo); Cinemark 7 – 13h20, 15h20, 17h20, 19h20, 21h20 (dub/diariamen-te) e 23h20 (dub/somente sexta-feira e sábado); Playarte 1 – 13h45 e 15h45 (3D/dub/diaria-mente); Playarte 3 – 12h30, 14h30, 16h30, 18h30, 20h30 (dub/diariamente) e 22h30 (dub/somente sexta-feira e sábado); Playarte 4 – 12h31, 14h31, 16h31, 18h31, 20h31 (dub/diariamente) e 22h31 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza 1 – 14h e 15h50 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza 8 – 13h30, 15h20, 17h10, 19h e 20h50 (dub/diariamen-te); Cinemais Millennium 1 – 13h50, 15h40, 17h30, 19h20 e 21h10 (3D/dub/diariamente); Cinemais Millennium 2 – 14h30, 16h30, 18h30 e 20h30 (dub/diariamente).

Fúria de Titãs 2: USA. 12 anos. Uma década após derrotar o monstruoso Kraken, Perseu leva uma vida tranquila como pescador ao lado de seu fi lho Helius. Porém no Monte

Olimpo, depois que os humanos perdem a fé, os deuses não conseguem mais conter os Titãs, o que inicia uma guerra. Cinemark 6 – 11h20 (dub/3D/somente sábado e domingo), 13h30 (dub/3D/diariamente), 15h40 (3D/dub/diariamente) 17h50 (dub/3D/diariamente), 20h (3D/dub/diariamente) e 22h20 (dub/3D/diaria-mente); Cinemark 8 – 12h20, 14h30, 16h40, 19h, 21h30 (dub/diariamente) e 23h50 (dub/somente sexta-feira e sábado); Playarte 1 – 17h45, 19h45 (3D/dub/diariamente), 21h45 (3D/leg/diariamente) e 23h45 (3D/dub/somen-te sexta-feira e sábado); Playarte 10 – 12h45, 14h45, 16h45, 18h45, 20h45 (leg/diariamente) e 22h45 (leg/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza 1 – 17h40, 19h40 e 21h40 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza 2 – 14h50, 16h50, 18h50 e 21h (dub/diariamente); Cine-mais Millennium 3 – 14h, 16h (3D/dub/diaria-mente), 18h, 20h e 22h (3D/leg/diariamente); Cinemais Millennium 5 – 15h10, 17h10, 19h10 e 21h20 (leg/diariamente).

O artista: FRA/BEL. 12 anos. Na Hollywood de 1927, o astro do cinema mudo George Va-lentin começa a temer se a chegada do cinema falado fará com que ele perca espaço e acabe caindo no esquecimento. Enquanto isso, a bela Peppy Miller, jovem dançarina por quem ele se sente atraído, recebe uma oportunidade e tanto para traballhar no segmento. Será o fi m de sua carreira e de uma paixão? Playarte 8 – 13h45, 15h55, 18h05, 20h15 (diariamente) e 22h25 (somente sexta-feira e sábado); Ci-nemais Millennium 7 – 14h50, 17h, 19h30 e 21h30 (leg/diariamente).

Jogos vorazes – 14 anos: Cinemark 4 – 11h40 (dub/somente sábado e domingo), 14h40, 17h30, 20h20 (dub/diariamente) e 23h10 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemark 5 – 13h, 15h50, 18h50 e 21h50 (dub/diariamente); Playarte 5 – 12h30, 15h20, 18h10, 21h (dub/diariamente) e 23h50 (dub/somente sexta-feira e sábado); Playarte 6 – 14h20, 17h10, 20h (leg/diariamente) e 22h50 (leg/somente sexta-feira e sábado); Playarte 7 – 14h21, 17h11, 20h01 (leg/diariamente) e 22h51 (leg/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza 3 – 14h40, 18h40 e 21h30 (dub/diariamente); Cinemais Millennium 8 – 15h20, 19h e 21h50 (leg/diariamente).

Pequenos espiões 4 – Livre: Playarte 2 – 13h50, 15h50, 17h50, 19h50, 21h50 (dub/diariamente) e 23h50 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza 6 – 15h e 17h20 (dub/somente até quarta-feira).

A saga molusco – Amanhecer – 14 anos: Playarte 9 - 14h, 15h50, 17h40 e 19h30 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 6 – 20h e 22h (dub/somente até quarta-feira).

Anjos da noite – O despertar – 16 anos: Cinemais Plaza 7 – 15h10, 17h30, 19h30 e 21h50 (dub/diariamente);

Protegendo o inimigo – 14 anos: Cine-mais Millennium 6 – 14h20, 16h50, 19h15 e 21h35 (leg/somente até quarta-feira).

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Depois de participar da fi nal do BBB12, o príncipe do pagode, Thiaguinho, e um dos grupos mais consagrados de pagode do país, Sorriso Maroto – dono do hit “Assim você mata o papai” – estarão juntos na superprodução que Bete Dezembro e sua Fábrica de Eventos preparam para o próximo dia 13, no sambódromo.

::::: Realeza do pagode

Márcia Guerreiro, Felipe Schaedler, Bruna Santoro e Brena Dianná estão tro-cando de idade hoje. Os cumprimentos da coluna.

A ala competente e cheia de charme do setor nutri-cionista pilotada por Márcia Bezerra, Márcia e Rocilda Martins, Noélia Carrama-nho, Domingas Alecrim e Fátima Gonçalves baixaram para conferir o novíssimo Village, anteontem. A mesa era contagiante, tamanho o alto astral da mulherada animada.

Ícone do humor desde os anos 80, Sérgio Mallandro vai animar a agenda cul-tural da Semana Santa, em duas apresentações nos dias 7, às 21h e, no dia 8, às 19h, no Teatro Direcional. O show que ele traz será o “Sem Cen-sura” em que o astro vai contar histórias cômicas e surpreendentes que ele protagonizou ao longo de sua carreira.

Todas as expectativas vol-tadas para a 1ª Bienal do Livro Amazonas. Um autor inter-nacional já confi rmado será valter hugo mãe, o angolano considerado um novo José Saramago. No entanto, o big

evento literário que acontece de 27 de abril a 6 de maio, no Studio 5, trará inúmeras outras celebridades.

Dezenas de atletas se reúnem, neste domingo, na Ponta Negra, para participar da 1ª etapa do Powerade Circuito Ama-zonense de Triathlon. A competição será realiza-da pela Fetriam, em parce-ria com a Semdej, a Sejel, e o Hotel Park Suites, que será utilizado como base pelos atletas.

A Pousada Amazônia está com um pacote bem legal para a Semana Santa. O lugar é ótimo, com muita tranquili-dade, bons apartamentos, comida da melhor qua-lidade e atendimento supercortês. Ligue e reserve: 3231-1021 e/ou 2334-3660.

A elegante Ghislaine Oli-veira coman-dou (ontem) almoço regio-nal, no Aru-ba, só para os amigos mais chegados em torno da sua sessão para-béns.

::::: Sala de Espera

D7Plateia

A Pousada Amazônia está com um pacote bem legal para a Semana Santa. O lugar é ótimo, com muita tranquili-dade, bons apartamentos, comida da melhor qua-lidade e atendimento supercortês. Ligue e reserve: 3231-1021 e/ou 2334-3660.

A elegante Ghislaine Oli-veira coman-dou (ontem) almoço regio-nal, no Aru-ba, só para os amigos mais chegados em torno da sua sessão para-

Patrícia Macedo de Campos é só felicidade. Tam-bém pudera. A jovem juíza foi homenageada pela ministra Eliana Calmon, do CNJ, em solenidade do TJ-AM no Palácio Cultural Rio Negro, pelo cumpri-mento das metas de 2011. Detalhe que deveria ser copiado: a meritíssima, que acumula a 1ª e a 2ª Va-ras da Dívida Ativa da Fazenda Municipal, senten-ciou 23 mil processos no ano passado. Aplausos!

A Escola Solidária já é considerada um sucesso da geração de oportunidades, criada pelo go-verno Omar Aziz e apoiada pela primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz, que estará em Iranduba, na próxima terça-feira. Os bons resultados crescem em números e o casal Aziz intensifi cará essas ações que são aplaudidas pela população

Família feliz: Gabriel, Ednéa e Euler Ribeiro, Giullia com os protagonistas da melhor festa-tendência da tempora-da, Gizella e Marco Bolognese. Evento chique e moder-níssimo que serviu de cortina para celebrar os 21 anos de casados do jovem-casal

Desde ontem, em frente à Arena Amadeu Teixei-ra, a administração Aziz disponibiliza aos amantes do tambaqui, matrinxã, pirarucu, quelônios e ba-calhau da Amazônia uma Tenda do Pescado. Com o objetivo de atender a população com pescado com valor acessível durante a Semana Santa. A tenda funcionará até o próximo dia 7, sempre das 7h às 20h. Os valores do tambaqui variam de R$ 6 a R$ 9 dependendo do tamanho. Já quilo da matrinxã será de R$ 8 a R$ 9. O pirarucu

será comercializado de R$ 5 a R$ 35 o quilo e o bacalhau da Amazônia terá os valores do quilo variando de R$ 20 a R$ 40. Que tal?

::::: Delícias regionais

O Sleep Inn Manaus vai promover no domingo de Pás-coa, dia 8 de abril, um café da manhã especial. Parte do valor arrecadado com a venda do café será doada para a ONG Childhood Brasil, que desenvolve projetos contra a exploração sexual de crianças e adolescentes. Mais informações, somente pelo telefone 3321-8801.

::::: Café da manhã de Páscoa

Nos domínios do Mon Plaisir: Jon van Betten, John Appeldoorn, Mônica Bonfi m, Michiel Rexwinkel, Leandro Silva de Souza, Ana Margareth Pereira, Helena da Costa e Reinier van den Berg da Fundação Opção Verde come-morando o seu primeiro projeto social, em parceria com a Fundação Forest For Ever, no interior do Amazonas

HERICK PEREIRA/AGECOM

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 1º DE ABRIL DE 2012

Coletânea intitulada MPBebê traz em sua primeira edição clássicos gravados pela banda brasileira Legião Urbana

Rock com ‘pegada’ mas leve para as crianças

Os bebês da nova ge-ração foram presen-teados com novos estilos de canções

de ninar. Agora, ao invés de serem embalados ao som de músicas como “Dorme neném que a cuca vem pegar”, as crianças poderão aprender, junto com os pais, as letras que agitaram as noites deles. A gravadora carioca Perfor-mance Music está lançando uma coletânea composta por 12 CDs, intitulada MPBebê. A seleção foi criada com inspi-ração nos ícones da Música Popular Brasileira (MPB), em formato e estilo de caixinha de música. E o primeiro CD a ser lançado traz os principais sucessos de Renato Russo, como “Que país é esse?” e “Tempo perdido”.

De acordo com a assessora de imprensa da gravadora, Vi-vian Marler, o segundo álbum se chama “Ágape para bebês” e reúne músicas religiosas. O terceiro CD, que está em fase de masterização, trará os su-cessos da cantora Rita Lee. “Os outros trabalhos deverão ser lançados até o final deste ano”, afirma Vivian, ao salientar a oportunidade que as crianças terão de aprender as músicas que fizeram parte de uma épo-ca da vida dos pais.

Com produção de Juca Muller e arranjos do músico Gian Fabra, a coleção traz um repertório selecionado, tudo para que a família possa desfrutar de bons momentos de descanso. “Mamãe, papai, titios e familiares, poderão reviver belos momentos, jun-to com os pequeninos, já que as canções que compõem a série MPBebê, com certeza fizeram parte e marcaram a vida de todos”, explico.

O primeiro disco é com-posto por faixas como “Ín-dios”, “Eduardo e Mônica”, “Geração Coca-cola”, entre outras. Os amazonenses in-teressados em adquirir o tra-balho de rock em versão para bebê, pode solicitar pelo e-mail [email protected]. Segundo Vivian, no Rio de Janeiro o CD é vendido por R$ 12,50, valor que deverá sofrer alterações ao sair da cidade.

Repertório para a família

Entre as canções selecionadas no CD está “Que país é esse?”

‘A pequena sereia’ retorna hoje

MUSICAL

A adaptação nacional da peça da Broadway vence-dora de cinco prêmios em 2003, entre eles Melhor Espetáculo e Melhor Atriz, “A pequena sereia”, de-sembarca novamente em Manaus para uma única apresentação hoje, a partir das 17h, no Studio 5 Fes-tival Mall. A produção vem mostrar o trabalho do dire-tor Fernando Bustamante e de outras participações im-portantes, como a cênica Cia. de Dança, responsável pela criação coreográfica do espetáculo e a Or-questra DrammAto, res-ponsável pela concepção da trilha sonora.

InfantilA montagem conta a his-

A montagem, que teve início em 2002, volta a Manaus após vencer prêmios ano passado

GUTO MUNIZ/DIVULGAÇÃO

SERVIÇOMUSICAL “A PEQUENA SEREIA”

Quando:Onde:

Quanto:

Hoje, às 17hStudio 5 (ave-nida Rodrigo Otávio, Distrito Industrial)De R$ 30 a R$ 60

tória de Ariel, uma sereia encantada com o mundo dos humanos. Sua obses-são se torna ainda mais forte quando ela se apai-xona pelo príncipe Eric. Para poder viver com seu amado, ela faz um terrí-vel acordo com Úrsula, a Bruxa do Mar.

PactoPara tornar-se humana,

ela acaba dando o que tem de mais precioso: a pró-pria voz. Sua busca pelo verdadeiro amor acaba se tornando uma terrível cor-rida contra o tempo, onde Ariel somente poderá con-tar com a ajuda de seus amigos, os seres dos mar.

A adaptação mineira teve estreia em 2002, no

Teatro da Praça, em Belo Horizonte. Com o sucesso e a boa recepção do público, o espetáculo cresceu. Com novos figurinos, a equipe formada por 20 atores, bai-larinos e cantores ganhou mais peso na encenação.

DIVULGAÇÃO

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

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