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FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ELEIÇÕES, ECONOMIA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, PLATEIA, LANCE! E CONCURSOS MÁX.: 33º MÍN.: 25º TEMPO EM MANAUS ANO XXIV – N.º 7.731 – MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 Dilma vem a Manaus lançar usina de gás Uma nova usina de energia elétrica, que funcionará 100% a gás natural, terá a pedra fundamental lançada pela presidente da República, “muito em breve”, disse ao EM TEMPO o senador Eduardo Braga (PMDB). Essa geração de energia suprirá a demanda de Manaus e funcionará antes da Copa de 2014. Eleições 2 Redes sociais se rebelam contra as vendas de R$ 1,99 VAREJÃO Economia B3 Dia a dia C4 e C5 Eles acham que são donos do mundo COMPORTAMENTO DATA Pai pra toda obra Pais fazem dupla, às vezes tripla, jornada de trabalho para cumprir a função de mantenedor da família. Economia B1 Há quem faça questão de não ser pai, mesmo sendo. Exames de DNA costumam resolver a questão. Dia a dia C4 e C5 De pai para filho, as profissões se perpetuam. Os artistas também criam seus filhos nos palcos da vida. Plateia D1 Os homens estão mais curiosos com relação à maternidade. Pais e mães já vivem juntos esse momento único. Saúde MAURÍLIO CLARETO/AE EDUARDO NICOLAU/AE Última Hora A2 Brasil entrega o ouro da Olimpíada para o México VEXAME

EM TEMPO - 12 de agosto de 2012

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 12 de agosto de 2012

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ELEIÇÕES, ECONOMIA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, PLATEIA, LANCE! E CONCURSOS MÁX.: 33º MÍN.: 25º

TEMPO EM MANAUS

ANO XXIV – N.º 7.731 – MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

Dilma vem a Manaus lançar usina de gás

Uma nova usina de energia elétrica, que funcionará 100% a gás natural, terá a pedra fundamental lançada pela presidente da República, “muito em breve”, disse ao EM TEMPO o senador Eduardo Braga (PMDB). Essa geração de energia suprirá a demanda de Manaus e funcionará antes da Copa de 2014. Eleições 2

Redes sociais se rebelam contra as vendas de R$ 1,99

VAREJÃO

Economia B3Dia a dia C4 e C5

Eles acham que são donos do mundo

COMPORTAMENTO

DATA

Pai pra toda obraPais fazem dupla, às vezes tripla, jornada de trabalho para

cumprir a função de mantenedor da família. Economia B1

Há quem faça questão de não ser pai, mesmo sendo. Exames de DNA costumam resolver a questão. Dia a dia C4 e C5

De pai para fi lho, as profi ssões se perpetuam. Os artistas também criam seus fi lhos nos palcos da vida. Plateia D1

Os homens estão mais curiosos com relação à maternidade. Pais e mães já vivem juntos esse momento único. Saúde

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Última Hora A2

Brasil entrega o ouro da Olimpíada para o México

VEXAME

Capa DOMINGO 12_08.indd 2 11/8/2012 13:53:46

Page 2: EM TEMPO - 12 de agosto de 2012

A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

O estudante Thiago Silva, 19, e o publicitário Victor Lima, 22, afi rmam que foram agredidos dentro da casa noturna

Seguranças do Pegada’ssuspeitos de agressão

Campanha de Vanessa‘vai pegar’

O governador do Esta-do, Omar Aziz (PSD), e o senador Eduardo Braga (PMDB), fi zeram questão de dizer em seus dis-cursos, durante a inau-guração do comitê de campanha eleitoral da candidata à Prefeitu-ra de Manaus, Vanessa Grazziotin (PCdoB), na manhã de ontem, que o grupo político está unido na briga pelo Executivo municipal. Omar chegou a prometer “botar fogo” nesta eleição, enquanto Braga avisou aos seus ad-versários que eles estão “juntos por Manaus”.

Em um discurso de um pouco mais de dez minu-tos, o governador do Es-tado, ressaltou ainda, que a candidata Vanessa, não precisa de “muletas” para ganhar o pleito municipal.

“Ela não precisa de muleta de ninguém. Tem uns que ficam falando aí que ela precisa de muleta, tem gente que não era nem nascido e essa mulher já estava na rua apanhando da polí-cia para democratizar esse país. Ela precisa é de parceria com o Go-verno e com a presi-dente Dilma. Chegaram até a dizer no início da campanha que Vanessa não acredita em Deus. Ela acredita sim, ela é cristã”, enfatizou. Aziz acrescentou que “está todo mundo vendo a campanha morna, pare-ce até que não tem elei-ção, então vamos botar fogo nesta eleição.”

POLÍTICA

Brasil perde para o Méxicoe é prata de novo no futebol

O México conquistou ontem o seu primeiro ouro olímpico no futebol masculino ao der-rotar o Brasil por 2 a 1 e se manteve invencível em fi nais contra a seleção.

Além da fi nal olímpica, a seleção mexicana derrotou os brasileiros em outras duas competições internacionais não organizadas pela Conca-caf (confederação que cuida do futebol da América do Nor-te): a Copa das Confederações de 1999 e o Campeonato Mun-dial sub-17 de 2005.

Na partida decisiva Copa das Confederações, na Cidade do México, os donos da casa derrotaram por 4 a 3 uma seleção brasileira que havia acabado de faturar a Copa América. O treinador Vander-lei Luxemburgo, porém, não tinha vários dos seus titula-res, como Ronaldo, Rivaldo e Roberto Carlos.

O Mundial sub-17 de 2005, no Peru, terminou com vitória do

México por 3 a 0 sobre o Brasil. As duas seleções também se enfrentaram nas fi nais da Copa Ouro de 1996 e 2003 -essa competição é organizada pela

Concacaf, e a seleção brasileira entrou como convidada.

Em 1996, os mexicanos ven-ceram por 2 a 0, na Califórnia, nos Estados Unidos.

Já em 2003, o México ven-ceu por 1 a 0, com um gol de ouro na prorrogação, de Daniel Osorno.

OLIMPÍADA

O Brasil perdeu de 2 a 1 para o México, ontem, em Londres

Segundo os agredidos, o segurança se indentifi cou como policial

Na madrugada de on-tem, o estudante Thia-go Silva, 19, e o pu-blicitário Victor Lima,

22, afi rmam que foram agre-didos por seguranças da casa Pegada’s Sertaneja, na avenida do Turismo, Tarumã, Zona Oeste de Manaus. Os agredidos ale-garam que os seguranças da casa de shows eram policiais e chegaram a disparar dois tiros durante a agressão. Ninguém foi atingido.

Segundo Thiago Silva, o ocor-rido começou após ele esbarrar em um rapaz na saída da casa noturna, por volta das 4h da madrugada. “Esbarrei em um rapaz sem querer, que começou a me agredir. Logo em seguida vieram os seguranças da casa para tentar apartar a briga, porém eles começaram a nos agredir com socos e chegaram a disparar dois tiros”, disse o estudante, que apresentava hematomas pelo corpo.

O publicitário, que também apresentava escoriações pelo corpo, chegou a afi rmar que um dos seguranças acusados da agressão se identifi cou como policial. “Eles deveriam garantir a integridade física dos fre-quentadores, não nos agredir. Um deles chegou até a nos ameaçar dizendo que era poli-cial”, relatou.

O caso foi registrado no 19º Distrito Integra-do de Polícia (DIP), no bairro da Compensa, Zona Centro Oeste. Após rea-lizarem boletim de ocor-rência (BO), as vítimas se dirigiram ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização do exame de corpo de delito.

O relações públicas do Pegada’s, Dom Pazuello, não confirmou o ocorrido, mas disse que a direção da casa vai averiguar se re-

almente houve agressão aos dois frequentadores.

Ele informou ainda que a segurança da casa de shows é realizada por uma em-presa terceirizada, que ele não soube informar o nome. “Portanto, se houve a agres-são, a responsabilidade é da empresa. Mas, o Pegada’s se coloca à disposição para qualquer esclarecimento do fato”, comunicou.

O nome dos seguran-ças não foram divulgados pela polícia.

Casa noturna nega o ocorrido

ANDRE MOURAO/AE

DESTAQUE O México conquis-tou ontem o seu primeiro ouro olím-pico no futebol mas-culino ao derrotar o Brasil por 2 a 1 e se manteve invencível em finais contra a seleção brasileira

JOEL ROSA

RÍCHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para a presidente, que vem a Manaus lançar a pedra fundamental de uma nova usina para resolver de vez os problemas de energia.

Dilma Rousseuf

APLAUSOS VAIAS

Deu na ‘Folha’O fl agra estava no relatório

da Agência Nacional de Tele-comunicações (Anatel).

E a denúncia foi feita pelo jornal Folha de S.Paulo.

TubarãoSó para se ter uma ideia.Em apenas um dia de

monitoramento a Anatel constatou que a TIM teve um faturamento extra de R$ 4,3 milhões.

É só a TIM?Diante da denúncia, Eduar-

do Braga direcionou sua alça de mira para a Anatel.

Para o senador, a própria agência precisará explicar se outras operadoras não recorreram à mesma estra-tégia da TIM.

Inadmissível A mesma opinião de Braga

tem o senador Rodrigo Rol-lemberg (PSB-DF), presiden-te da Comissão de Meio Am-biente , Fiscalização e Defesa do Consumidor (CMA).

— Isso é absolutamente inadmissível, e é óbvio que questionaremos a instituição representativa das operado-ras de telefonia celular em relação a essas denúncias – disse Rollemberg.

Invadiu sua praia A prefeitura de Manaus in-

vadiu a praia da Ponta Negra e expulsou a empresa Piu Invest, mas e aí?

Esta semana, banhistas que visitaram o balneário quei-xaram-se do mal cheiro e da sujeira. Os banheiros, princi-palmente, há dias que não vêm sendo limpos. E agora, vão se queixar ao bispo?

Corta!Agora será tratado como

crime de abuso de autoridade

obrigar pessoa sob custódia policial ou judicial a ser fi lma-da ou fotografada por órgãos de imprensa.

É o que diz o Projeto de Lei aprovado nesta quar-ta-feira (8) na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comu-nicação e Informática da Câmara dos Deputados.

DignidadeDe acordo com o relator, o

deputado amazonense Silas Câmara, o substitutivo pre-tende assegurar o respeito à intimidade e dignidade de pessoas relacionadas a algum inquérito policial.

Silas quer punir os agen-tes públicos que facilitam a veiculação de imagens dessas pessoas.

Julgamento O relator Silas Câmara vê

situações de “exagero” co-metidos na mídia.

— Em muitos casos, te-mos um verdadeiro julga-mento antecipado, que não é feito pelas instâncias ju-diciais cabíveis, mas sim a partir do que é veiculado –, completou Câmara.

Vapor infernalO Shopping Manauara deve

repensar o sistema de venti-lação de seu estacionamento.

Sem janelões, tijolo vasa-do ou qualquer outro recur-so de arquitetura que faça o ar circular, a garagem se transformou num imenso caldeirão.

ChaleiraIsto signifi ca dizer que,

depois das compras, o con-sumidor sai do interior do shop-ping Manauara “gela-dinho” pelo clima do ar-con-dicionado e pega pela frente o vapor da garagem.

É gripe na certa.

Não sei se vouMais preocupada com a

onda de greves do funciona-lismo comandada pela CUT em todo o país, a presi-dente Dilma Rousseff abriu espaço em sua agenda, na quinta-feira, para receber o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

A presidente ouviu dele as cobranças dos candida-tos petistas, que reclamam sua presença nas disputadas campanhas municipais.

Dilma não é LulaAo contrário do ex-presi-

dente Lula, que já começou a gravar com os candidatos e anunciou que viajará a pelo menos 17 capitais, até agora a única defi nição é que Dilma fará gravações e já está tendo sua imagem veiculada pela campanha de Patrus Ananias, candidato a prefei-to de Belo Horizonte, capital de seu Estado natal.

De mulher pra mulherEm Manaus, a senadora

Vanessa Grazziotin (PCdoB) tem esperanças de que Dila venha reforçar a sua cam-panha à prefeitura.

Ninguém duvida, haja vista que em polític a, também em esse apelo de “mulher pra mulher”.

Luto na ilhaParintins perdeu na sexta-

feira uma de suas fi guras mais queridas.

O empresário Roosevelt Go-dim Prestes, que morreu em um acidente de moto. Ele chegou a ser trazido para Manaus, mas veio no avião sem o colete imobilizador da coluna. Teve hemorragia cerebral e não re-sistiu. O corpo foi transladado no mesmo dia para a ilha. Roosevelt tinha uma agência de viagens.

Para o técnico da seleção brasileira que acaba de dar o maior vexame na Olimpíada de Londres. Se nada for feito o vexame se repetirá na Copa

Mano Menezes

O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) considerou de extrema gravidade. A operadora TIM ser acusada de interromper de forma proposital chamadas feitas no

plano Infi nity.Nesse plano, o usuário é cobrado por ligação, e não por tempo. Com a queda da chamada,

os clientes fazem novas ligações, tendo mais gastos com os serviços e fazendo crescer o faturamento da empresa.

TIM enganaram

DIVULGAÇÃOAG ABR

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MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012 A3Opinião

Editorial

O Facebook — site de maior sucesso entre as re-des sociais disponíveis na internet — poderá ter de suspender o acesso dos usuários em todo o país por 24 horas por descumprimento da legislação eleitoral. Os administradores do Facebook pediram reconside-ração da decisão. O caso só deve ser decidido nesta segunda-feira.

O que isso significa? Mais de 45 milhões de inter-nautas sem acesso no segundo país com mais usuários do Facebook. Assim é o Brasil, que perde somente para os Estados Unidos em número de usuários, já tendo ultrapassado a Índia, segundo país mais po-puloso do planeta.

Se a decisão for mantida, o Facebook vai interrom-per o acesso e apresentar a informação de que o site está fora do ar por descumprir a legislação eleitoral. Se essa determinação não for atendida, a empresa terá que pagar multa diária de R$ 50 mil e o prazo de suspensão da rede social no país será duplicado.

Explica-se: o Facebook descumpriu uma liminar que determinou que fosse retirada do ar a página “Reage Praia Mole”. A suspensão foi solicitada pelo vereador Dalmo Deusdedit Menezes (PP), de Florianópolis, que concorre à reeleição e argumentou que houve veicu-lação de “material depreciativo” contra ele, feita de maneira anônima por um usuário.

O juiz eleitoral também determinou a identificação das pessoas que criaram a página no Facebook. A assessoria de imprensa da rede social informou que ainda aguarda um posicionamento oficial da sede, na Califórnia – Estados Unidos –, para se manifestar.

Eis o perigo da rede social e sua falsa impressão de impunidade. A criação de perfis falsos, a utiliza-ção da internet para a propagação da violência e da prostituição infantil são os grandes entraves da liberdade que se dá ao cidadão que acessa a web. Mais de 45 milhões de usuários da rede social vão “pagar” pela irresponsabilidade de um único usuário – ou mesmo um grupo deles – com a suspensão do acesso. Irresponsabilidade social dá nisso.

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Charge

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O motorista desse coletivo resolveu ignorar as leis de trânsito. Logo ele, que deveria ser um exemplo nesse tráfego sem engenharia da Manaus do caos... Os pedestres se viram obrigados a desviar do ônibus para atravessar a rua sobre a faixa, que é lugar de pedestre e não de veículo

Usuários sem Facebook têm um dia para refl etir

É incontestável: não tivessem acontecido as CPIs do PC e dos Cor-reios não teria havido a destituição de Fernando Collor nem hoje estaria em julgamento o processo do men-salão. As denúncias de Pedro Collor sobre as negociatas do tesoureiro Paulo César Farias no governo do irmão teriam caído no vazio, bem como valeriam os desmentidos às re-velações de Roberto Jeff erson sobre um esquema de formação de maioria congressual em troca de vantagens fi nanceiras e a vida seguiria.

Sem o trabalho das comissões de inquérito e o levantamento de provas e tomada de depoimentos à vista do país, nenhum dos casos teria adqui-rido materialidade e hoje provavel-mente ambos seriam enquadrados na categoria das meras suposições. O escrutínio público tornou irrever-síveis as consequências.

Natural, portanto, que o Brasil celebrasse o papel das CPIs, as reconhecesse como instrumentos essenciais no aperfeiçoamento ins-titucional e reforçasse suas funções. Mas, ao que parece justamente pelas qualidades do instituto, vem ocor-rendo o contrário: nos últimos anos houve esvaziamento na função das comissões de inquérito que têm a validade do produto de suas inves-tigações contestada e praticamente perderam a condição de interrogar testemunhas e investigados.

Hoje, na prática, há uma inversão de ofício, com as CPIs curvando-se às conveniências dos convocados que teriam a obrigação de prestar os esclarecimentos devidos às co-missões. Chegou-se ao clímax dessa distorção agora na CPI do Cachoeira, cujo procedimento aprovado pela maioria é o de simplesmente dis-pensar a pessoa que invoca o direito constitucional ao silêncio.

Em 1992, quando da CPI do PC, e em 2005, por ocasião das investiga-ções que resultaram no processo do

mensalão, os depoentes depunham a despeito de a Constituição ser a mesma. O que mudou de lá para cá? Basicamente o aprendizado do caminho das pedras e o uso defor-mado de uma garantia individual que, entretanto, não se sobrepõe à prerrogativa da comissão de tocar seu inquérito.

Os convocados “descobriram” a via do habeas corpus concedido pelo Supremo. A Justiça não tem opção a não ser curvar-se ao ditame legal do direito do cidadão de não produzir provas contra si. Mas o Legislativo tem meios de respeitar o silêncio sem precisar que o Judiciário lhe diga como cumprir a Constituição. Não precisa, como é a regra na CPI do Cachoeira, liminarmente abrir mão do interrogatório.

A comissão poderia, sim, questio-nar testemunhas e investigados para explicitar as acusações preservando a decisão de cada um de não se defender. Se o caso for de conheci-mento notório, o silêncio pode ser tomado como falso testemunho. Ademais, nem todas as questões implicam necessariamente a produ-ção de provas contra o depoente.

Quando a CPI assim decide tra-balha deliberadamente contra si, escorando-se numa decisão judi-cial para não assumir sua vontade de não ouvir. Como o que alguns teriam a dizer não interessa a esse ou àquele partido, se ninguém falar atendem-se aos interesses da maio-ria. Memória. Ontem fez sete anos que o publicitário Duda Mendonça foi à CPI dos Correios dizer que recebera dinheiro de caixa 2 pelos serviços prestados à campanha presidencial de 2002, fornecendo o que o próprio governo à época considerou como a prova material que poderia sustentar a abertura de impeachment contra o então presidente Lula. Foi o mo-mento crucial da história e também defi nidor da volta por cima.

Dora [email protected]

Dora Kramer,jornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S. Paulo”

Hoje, na prá-tica há uma inversão de ofício, com as CPIs curvando-se às conveni-ências dos convocados que teriam a obrigação de prestar os esclare-cimentos devidos às comissões”

Desvio de função

É típico da máxima de que o feitiço virou contra o fei-ticeiro. Numa reunião tensa do governo com sindicalis-tas em greve, responsáveis por afetar 18 ministérios, um dirigente sindical radi-calizou, dizendo que se não atendessem suas reivindica-ções, entre outras ameaças iria liberar dossiês sobre po-dres dos programas da área de infraestrutura (lógico que

veículos sobre calçadas de residências ou na frente de garagens, especialmente à noite. Moro no Vieiralves e so-fro principalmente de quarta a sábado, quando esses es-tabelecimentos lotam e os mal-educados se apropriam das ruas.

Taís Lopes, por e-mail

do PAC). Como se vê, o lulismo com

a participação ativa da Dilma quando dirigia a Casa Civil, produziu dossiês falsos contra opositores, e agora os fi lhotes de Lula, aplicados que são pela cartilha petista, se vol-tam contra o partido criador dessas excrescências dentro das nossas instituições.

E na maior cara de pau, e sem se ruborizar responde o

governo que essas “ameaças são inaceitáveis”. Quem di-ria! Pois é: nada como um dia após o outro... Ou melhor, pi-caretagem com picaretagem se paga (dentro do PT).

Paulo Panossian, por e-mail

Gostaria de saber em que se baseiam os motoristas que frequentam bares e res-taurantes e estacionam seus

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Page 4: EM TEMPO - 12 de agosto de 2012

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Acredito que precisamos de homens e mulheres que nos façam escapar do pessimismo e abram jane-las em nos-sos corações para deixar a luz do sol entrar, como cantava a música de Hair”

Diante da reputação de Hitler, intolerante, arbitrário e violento, era de se esperar que Choltitz simplesmen-te, como bom militar de tradição prussiana cumprisse a ordem supe-rior”

João Bosco

Araújo

Não sei por que causas nossa socie-dade esteja tomada por tantas pessoas mal humoradas. Talvez seja pela neces-sidade de sobreviver dentre de situações cada vez mais complicadas. Talvez seja pela violência crescente que atormenta e amedronta. Talvez seja pela ausência do sentido da vida imposta pela cultura do descartável que domina tudo. Acredito que precisamos de homens e mulheres que nos façam escapar do pessimismo e abram janelas em nossos corações para deixar a luz do sol entrar, como cantava a música de Hair. Eles e elas já existem, mas precisam aparecer mais.

A história conserva alguns nomes, cujas existências foram ou são exem-plos de bom humor. Um deles é o escritor norte-americano Mark Twain, cujas tiradas fazem rir até gente muito séria. Certa vez, ele fora convidado para falar sobre tema em que era famoso. Durante a palestra, um cidadão olhava continuamente o relógio, mostrando que desejava o final daquela história toda.

O conferencista aguentou sem nada falar. Em determinado momento, o fu-lano, não se contentando em olhar o relógio, colocou-o ao ouvido para ver se não estava quebrado. Mark Twain aproveitou a oportunidade para dizer: “Meu amigo, ficar olhando o relógio a cada instante, até aí tudo bem; mas co-locá-lo ao ouvido para ver se ele parou é exagerado, não?”. Se houve um bom número de pessoas assim, a sociedade seria muito mais bonita.

Outro belo exemplo de humor é Oscar Niemeyer, o grande arquiteto brasileiro que já ultrapassou a barreira dos 103 anos. Convidado para assistir a peça teatral “A Comédia em Pé”, explicou por que não podia ir: “Só não vou porque minha artrite não me deixa ficar em pé por muito tempo”.

Perguntado sobre os motivos de con-tinuar lúcido e ativo em sua enorme longevidade, ele respondeu: “Existem dois segredos para manter a lucidez em minha idade: o primeiro é manter a memória em dia; o segundo, eu não me lembro.” Alguém queria saber se ele pensava na morte; a resposta foi: “Nunca penso na morte, nunca. Vou deixar para pensar nisso quando tiver mais idade”.

Leão 13 foi papa no final do século 19 e início do século 20. Era famoso pelo bom humor que conservou até a morte acontecida bem depois dos 90 anos. Em certa ocasião recebeu de presente um seu retrato pintado por desconhecido artista. Então ele pediu uma caneta e anotou no rodapé do quadro “Marcos 6,50.” Correram atrás da Bíblia e bus-caram no Evangelho de S. Marcos o que estava escrito no trecho citado.

Encontraram: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo”. Jesus também sabia ver os acontecimentos e sociedade com bom humor. A dois de seus discípu-los, João e Tiago, filhos de Zebedeu, colocou-lhes o apelido de Boanerges (Mc 3,17). Aos dois impetuosos e ba-rulhentos irmãos, cabia bem o apelido de Boanerges que significa filhos do trovão. Rir é coisa humana. Fazer felizes os outros é coisa divina.

PainelRENATA LO PRETE

Cinco centrais sindicais do país formalizarão apoio à greve dos servidores federais e repudiarão, em nota ofi cial, o que chamam de “autoritarismo” do governo nas tratati-vas com o funcionalismo. No texto, a ser divulgado hoje, as entidades dizem ser legítima a paralisação que afeta 30 categorias e criticam o corte do ponto dos grevistas. “É justamente a falta de negociação, postura adotada pelos governos passados, que gerou descontentamento generalizado dos servidores”.

Todos por um Subscrito pela CTB, CUT, Força Sin-dical, Nova Central e UGT, o documento apoia ainda o pleito de grevistas quanto à regulamentação, em lei, da Convenção 151 da OIT, que trata do direito de negocia-ção coletiva para solução de confl itos.

Morde e assopra Auxilia-res de Dilma avaliam que o governo deveria ter apostado em uma dobradinha entre Mi-riam Belchior e Gilberto Car-valho, como Lula fazia com Paulo Bernardo e Luiz Dulci, para dialogar com os gre-vistas. Enquanto Bernardo endurecia, Dulci amaciava.

Concreto Um dos projetos que serão entregues ao setor privado no pacote que o go-verno anuncia nesta semana é a construção de pistas ex-tras da rodovia Dutra na serra das Araras (RJ), avaliado em até R$ 2,5 bilhões.

Luz Já a concessão do setor elétrico está prevista para setembro. O governo deverá prorrogar as conces-sões em vez de promover novo leilão, como quer Paulo Skaf (Fiesp).

Bandeira Skaf já avisou que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal e consultará três ex-ministros da corte, El-len Gracie, Sidney Sanches e Nelson Jobim, para elaborar pareceres contra a decisão.

Marca Embora o nome de Plano Nacional de Logística drible o carimbo de privatista, há no governo quem defenda slogan mais chamativo para o pacote. Brasil Efi ciente é uma das opções.

Uma mão... Na esteira da defesa de José Dirceu, outros advogados do mensalão pre-param novos memoriais aos

ministros do STF. Evocarão teses de colegas que já fa-laram para contestar crimes atribuídos a seus clientes.

... lava a outra Luciano Feldens e Antonio Almeida Castro, que defendem Duda Mendonça e Zilmar Fernan-des, vão usar o argumento de Alberto Toron de que Gilmar Mendes não aceitou o crime de lavagem de dinheiro contra João Paulo Cunha em 2007 porque o deputado mandou a própria mulher sacar dinheiro no Banco Rural.

Jurisprudência Segundo os advogados, isso não ca-racteriza ocultação da tran-sação. “No nosso caso, foi a própria Zilmar que foi sacar o dinheiro”, justifi ca Castro.

Hora extra Após mais de cinco horas diárias de sessões do mensalão, vários ministros têm feito reuniões com as equipes nos gabinetes para organizar as informações e debater os fatos do dia.

Oremos O ministro Mar-celo Crivella (Pesca) negocia com o missionário R.R. Soares e com o apóstolo Estevam Hernandez o apoio das igre-jas Internacional da Graça de Deus e Renascer em Cristo à candidatura de Celso Russo-manno (PRB) em São Paulo.

Comercial Preocupado em padronizar a propaganda dos 170 candidatos a vereador de sua coligação, ao QG de José Serra centralizará a produção das inserções de TV, que en-tram no ar dia 21.

Massifi cação Na tentati-va de compensar a ausência de Dilma em seu palanque eletrônico, Fernando Haddad (PT) espalhou 12 mil cavaletes e seis milhões de panfl etos em que aparece ao lado da presidente e de Lula.

Tiroteio

CPIs podem ter provas inválidas, mas quem não reclama na hora não pode reclamar depois. A Justiça não socorre a quem dorme.

Contraponto

A ministra Cármen Lúcia, do STF, destoa dos colegas por não utilizar carro ofi cial do tribunal. Certa vez, ela foi ao gabinete trabalhar num sábado e, na saída, pegou um táxi na praça dos Três Poderes. Ao começar uma conversa com o taxista, ele disse que era estudante de direito e mostrou livros jurídicos, um dos quais escritos pela passageira. – Sou ministra do Supremo e escrevi esse seu livro –, disse a atual presidente do TSE. Incrédulo, o motorista não conteve um comentário:– É, madame, a praça anda meio esquisita...

Publicado simultaneamente com o jornal ‘Folha de S.Paulo’

DO DEPUTADO MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ), defendendo o uso em juízo de documentos obtidos em investigações parlamen-tares, como no mensalão.

Tenho uma vida muito confortável,

mas sou uma mulher bem normal, sempre pensando no que é

melhor para a família. Frito ovo, e à noite tenho que fazer um ‘gueri-gueri’, com o marido, uma dan-

ça especial, mesmo exausta

No ano de 1944, a Segunda Guerra Mundial já defi nia seu desfecho na Eu-ropa, quando o Exército Vermelho, que partira da União Soviética, avançava pelo oriente em direção a Berlim e os aliados ocidentais invadiam a Itália e tinham desembarcado na Normandia, para retomar a França, que se achava ocupada pelos alemães.

À medida que os exércitos avançavam sobre o território francês e se aproxima-vam de Paris, mais crescia a convicção íntima de Hitler a respeito da proximidade do fi m do seu domínio sobre os países europeus de um modo geral.

Na sua cabeça extravagante, onde o poder e a sua sede fi zeram morada havia muito tempo, não tinha lugar para a resignação e muito menos para o humilde reconhecimento da derrota iminente. Quem ousava derrotá-lo teria que pagar alto preço e receber sobre si o peso da vingança, que, neste caso, deveria ser imediata, servida quente, antes de esfriar.

E onde melhor exercê-la do que precisa-mente sobre a mais bela cidade do mundo, ícone das liberdades democráticas e dos valores republicanos, a magnífi ca Paris, capital da França que, ainda que ocupada, tanto teimava em resistir?

Era governador de Paris, estabelecido no belo prédio do Hotel Crillon, na Place de La Concorde, nomeado pelo próprio Führer, o general Dietrich von Choltitz, que recebera ordem direta do ditador para dinamitar os principais monumen-tos e edifícios da “cidade luz”, incluindo as belas pontes sobre o Sena, o Louvre, maior acervo de artes do mundo, o Arco do Triunfo, a Notre Dame, os Invalides, a Torre Eiff el, ou seja, destruir a cidade e, com ela, todo um riquíssimo patrimônio que ultrapassa a nacionalidade francesa e é na verdade de todos os homens.

Diante da reputação de Hitler, intole-rante, arbitrário e violento, era de se es-perar que Choltitz simplesmente, como bom militar de tradição prussiana, cum-prisse a ordem absolutamente superior e detonasse toda a cidade, até porque estaria respaldado pela justificativa de ter sido mero cumpridor de ordem em tempo de guerra, contra edificações e não pessoas.

Prevaleceu a consciência do comandan-te, que se colocou acima do puro forma-lismo da disciplina militar quando pesou corretamente os valores que a situação envolvia e que seriam sacrifi cados se prevalecesse a determinação de Hitler.

O general não cumpriu as ordens e salvou Paris porque entendeu que não se tratava de uma ação militar e sim de pura e injustifi cada retaliação.

Por essa decisão lúcida, corajosa e de respeito àquilo que se materializava como insubstituível propriedade cultural de toda a humanidade, anos mais tarde, fortuitamente, ao ser reconhecido num retorno a Paris, foi-lhe outorgada a mais alta condecoração francesa.

É um fato concreto e histórico, aqui usado especifi camente para mostrar que, no fl uir da existência, não se pode abrir mão da consulta à consciência que, quan-do realmente é consciência moral, haverá de mostrar o bom caminho.

Quando a consciência colocaseus valores acima de tudo

Fazer felizes os outros é coisa divina

À companheira Dilma

Corrida maluca

Frases

Já existem alguns produtos para prevenir a queda de cabelo. Não sei por que o

príncipe William não usa esses produtos

Justin Bieber, cantor, sobre a calvície do príncipe William.

Sabe o que mais gostei dos Jogos de Lon-dres? Que não construíram nenhum elefante

branco. No fi m das contas, os jogos têm que ser algo que vai durar para a cidade. O Rio vai imitar Londres na questão das

instalações.

Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, otimista com a possível perfeição da Olimpíada

que ocorrerá em 2016.

Ivete Sangalo, cantora, falando sobre vida pessoal e trabalho.

Diretor-executivo do Amazonas EM

TEMPO

Dom LuizSoares Vieira

Arcebispo de Manaus

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Page 5: EM TEMPO - 12 de agosto de 2012

MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012 A5Política

Estratégias diferentes na propaganda de TV e rádioFaltando nove dias para o início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, candidatos falam como pretendem utilizar o tempo

A nove dias do início do período da propagan-da eleitoral no rádio e na televisão, a corri-

da pelos preparativos começa ser intensificada por grande parte dos nove candidatos à prefeitura da capital, de olho na otimização do espaço nas mídias. O foco na objetividade e na clareza deve-se à dis-tribuição do tempo, definida no último dia 7, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), que estabeleceu aos prefei-turáveis uma média de três a um minuto, à exceção da candidata Vanessa Grazzion-tin (PCdoB), que ficou com 12’45’’ diários.

A vantagem no tempo de propaganda eleitoral da se-nadora é em razão do leque de apoio partidário dando su-porte à candidatura dela: PP, PSL, PCdoB, PT, PSD, PMDB, PTN e PV. Grazziotin antecipou que em seu programa eleitoral a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de-verão aparecer confirmando o apoio deles à sua candidatura. A declaração foi concedida

em coletiva à imprensa, nesta sexta-feira (10).

O presidente do Diretório Regional do PCdoB, Antônio Levino, informou que, apesar de terem a favor um expres-sivo tempo de TV, o que de fato vai fazer a diferença é o uso desse tempo. “Tudo de-pende de como vamos apro-veitar isso, porque é o sonho de todo candidato ter muito tempo na TV, como é o nosso caso. Então, usaremos todos os artifícios para chegar até o cidadão. E é certo que um tempo reduzido prejudica, li-mita o candidato”, disse.

SatisfatórioJá o ex-senador Arthur Neto

(PSDB), um dos principais concorrentes da comunista, tem três minutos e 45 se-gundos para apresentar suas propostas e tentar cativar votos. O tucano participa do pleito majoritário com o apoio do PPS, legenda de seu candidato a vice-prefeito, Hissa Abrahão, formando a coligação ‘O futuro é agora’. Hissa afirmou considerar o tempo disponibilizado a eles satisfatório para expor seus projetos. “Acredito que é tem-po suficiente para conquistar

MEG ROCHAEquipe EM TEMPO

o eleitor com o nosso plano de governo, seremos diretos. Uma propaganda televisiva muitas vezes tem 30 segun-dos e com esse tempo míni-mo consegue convencer seu público, e nós não podemos reduzir a política ao piso, a política é uma ciência social de contato porta a porta. A TV e o rádio são apenas meios e não são preponderan-tes, além do que, ainda haverá debates e esses, sim, têm um peso significativo”, observou.

O terceiro candidato com maior tempo nas mídias é o deputado federal Henri-que Oliveira (PR), com três minutos e 20 minutos. Ele deverá tratar das propos-tas com interação popular e dinamismo. “Será da forma mais direta possível, apre-sentando as soluções para os principais problemas da cidade. Será composto de matérias jornalísticas, terá a intensa participação po-pular, com clipes musicais, integração com a internet, depoimentos, e ainda muitas surpresas agradáveis para exemplificar o programa de governo do Henrique”, expli-cou o coordenador de marke-ting, Sabá Noronha.

Na avaliação do sócio-proprietário da empresa de pesquisa Action, Afrânio Soares, uma das moedas de troca na formação de cha-pas – o tempo de TV – não deverá ter tanta influência na conquista do eleitorado nessa eleição devido à mu-dança no perfil do eleitor.

Para Soares, é incontestá-

vel a vantagem que um bom tempo de TV dá ao candidato, entretanto, atualmente, um espaço relativamente curto na mídia pode ter maior re-sultado do que um longo tem-po. “Ajuda bastante um bom tempo na televisão, tanto que esse é um dos motivos porque eles fazem a coligação para usar os recursos financeiros

e, inclusive, o tempo de cada partido coligado. Só que, para o eleitor atual, mais vale um tempo mediano bem apro-veitado, de quatro minutos, do que um tempo extenso e cansativo. A vantagem de um tempo longo é que podem usar de computação gráfica e outros artifícios para detalhar os programas de governos”.

Moeda de troca menos influente

Os representantes na dis-puta majoritária da chapa ‘Agora, somos nós e o povo’, Serafim Corrêa (PSB) e Mar-celo Ramos (PSB), com dois minutos e 35 segundos, in-formaram que as gravações deles estão sendo realizadas e a de todos os candida-tos à Câmara Municipal já foram concluídas. “Fizemos imagem de apoio para o pro-grama nas caminhadas. Não usaremos o tempo enchendo linguiça com música. Vamos ser objetivos e claros. Que-remos resgatar o sentimento por Manaus, de amor à cida-de. Estamos apresentando

uma dupla com proposta, e não um produto”, afirmou Marcelo Ramos.

Os deputados federais Pauderney Avelino (DEM) e Sabino Castelo Branco (PTB) têm, respectivamente, dois minutos e 26 segundos, e um minuto e 56 segundos.

O candidato democrata admitiu que está investin-do “o que tem, e o que não tem” na propaganda eleitoral com o intuito de usufruir ao máximo da TV e do rádio. O parlamentar até mesmo asseverou, na quinta-feira (9), que irá re-correr à Justiça Eleitoral, a

respeito da distribuição dos tempos do horário gratuito. “Estou tentando brigar na Justiça porque estão tirando o tempo do meu partido. É um absurdo do TRE. Eles es-tão nos subtraindo o tempo. Estou investindo o que tenho e o que não tenho no tempo de TV”, criticou o deputado, destacando que a equipe contratada é a mesma que trabalhou para a campanha de Lula em 2006.

A reportagem tentou con-tato com o candidato Cas-telo Branco para tratar dos preparativos da propaganda, porém não obteve sucesso.

Amor à cidade e briga na Justiça

Os três candidatos com menos tempo na propa-ganda eleitoral, Jerônimo Maranhão (1’09’’), Herbert Amazonas (1’06’’) e Luiz Na-varro (1’06’’), também são os que estão menos certos quanto aos preparativos dos programas eleitorais. O vice de Jerônimo, Rodrigo

Frota disse não poder “re-velar” informações sobre o andamento da propaganda. “Será inteligente e dinâ-mico, mas não posso dar mais informações para que os outros venham roubar nossa ideia”, ponderou.

Herbert Amazonas (PSTU) e Navarro (PCB) afirmaram

que ainda estão analisando se contrataram um suporte profissional ou farão o pro-grama eles mesmos.

Já Navarro reconheceu que até o momento não decidiu se contratará uma produtora, devido o alto custo do serviço, por isso, possivelmente paga-rá um editor de imagem.

Tempo escasso para outros três

Vanessa Grazziotin é a que tem mais tempo na TV, seguida de Artur Neto e Henrique Oliveira

Serafim Corrêa diz que vai focar na objetividade e resgatar o sentimento de amor a Manaus

IONE MORENO

JOEL ROSA DIEGO JANATA DIEGO JANATA

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Page 6: EM TEMPO - 12 de agosto de 2012

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Poço de mágoas, Marta se nega a ajudar Haddad

Impedida pelo ex-presi-dente Lula de disputar a prefeitura de São Paulo, a senadora Marta Suplicy (PT) disse a parlamentares que não vai “mover uma palha” para ajudar o correligionário Fernando Haddad. Na avalia-ção dela, Celso Russomano (PRB), apontado em empate técnico com o tucano José Serra nas últimas pesquisas, estaria catalisando votos que seriam dela, caso fosse a candidata do PT.

Não dá ideiaO Brasil “não será um imen-

so Portugal”, como cantou Chico Buarque, mas na terri-nha os patrícios estão pagan-do impostos a prestações.

Maior sujeiraO leitor José Hélio Pereira, de

Natal, lembra que, no jogo do bicho, o número da ação penal do mensalão (470), é porco.

Lá longeO Brasil doou US$ 100 mil,

por intermédio da ONU, para combater a seca em... Angola. Parte do fundo de U$ 1,2 mi-lhão doados à África e Ásia.

Campanha nacionalCotado para a Presidência

em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) já gravou para 80 candidatos em muni-cípios de diversos Estados.

‘Amigo do rei’ lança livro imperdível na Bienal

Em seu livro “Lá sou amigo do rei”, o jornalista Carlos Marques, que cedo começou a luta pela vida no Recife até se mudar para Paris, relata de maneira delicio-sa como virou fi lho adotivo do pedagogo Paulo Freire, como tentou ser guerrilheiro usando armas de sabão, e sua amizade com celebri-dades como Salvador Dali, João Paulo 2º, Jean Genet,

Lula, Dilma etc. E conta em detalhes as torturas cruéis e covardes que sofreu na ditadura, que lhe renderam várias sequelas.

AssédioCarlos Marques lembra

com graça, no livro, o dia em que, ainda garoto, foi assediado sexualmente por Aguinaldo Silva, hoje autor de novelas.

Será best-seller“Lá sou amigo do rei” será

certamente um dos melho-res lançamentos editorais do ano. Chega às prateleiras dia 18, na Bienal do Livro de SP.

Infi delidadeA TAM agora exige 180 mil

milhas para viagens interna-cionais em classe executiva, fora de temporada. Antes, não passava de 60 mil.

HeterodoxiaProvável candidato a

presidente pelo PSOL em 2014, o senador Randolfe Rodrigues mantém relações cordiais com José Sarney. Em Santana, segundo maior município do Amapá, ele faz campanha para Robson Ro-cha (PTB), que tem apoio do pajé maranhense.

A culpa é DeleNo Tribunal de Nuremberg,

os nazistas se defendiam dizendo “cumprir ordens”. Os réus do mensalão repetem o mantra, sem revelar o “san-to”. Não dizem Deus porque o Criador não foi invocado como testemunha.

Votem em mimAdvogado do deputado

João Paulo Cunha (PT-SP), Alberto Toron aproveitou a transmissão do julgamento do mensalão, pela TV Justiça, e pediu votos para a presi-dência da OAB-SP. Ministros criticaram o “oportunismo” e

afi rmam que é a terceira vez que ele faz isso no STF.

RicaçoOs goianos afi rmam que o

senador Wilder Morais (DEM) – suplente de Demóstenes – é bem mais rico que Cachoeira, por quem Andressa Mendon-ça trocou o antigo marido. É dono de construtora.

Milhas TranspetroFuncionários da estatal

Transpetro em São Fran-cisco do Sul (SC) arrumam as desculpas mais esfarra-padas para viajar ao Rio todos os meses. As milhas aéreas são usadas a viagem de férias com a família.

AparênciasWasny de Roure (PT) lan-

çou sua candidatura a presi-dente da Câmara Legislativa do DF, mas o que ele quer mesmo é o cargo vitalício de conselheiro do Tribunal de Contas. A presidência da Câ-mara pode sobrar para Aga-ciel Maia (PTC), ele mesmo, o ex-diretor do Senado.

Não acabouAinda vai dar rolo a apro-

vação no Senado de 50% de vagas sociais e raciais nas universidades federais, legitimadas pelo Supremo: reitores invocam a autono-mia universitária do artigo 207 da Constituição.

ExcessoCom o marasmo em tor-

no do Supremo Tribunal Federal, sem manifestantes contra ou a favor, agora pa-recem desnecessários os 40 seguranças adicionais con-tratados para o julgamento do “mensalão”.

LamaçalO advogado do ex-asses-

sor de Valdemar Costa Neto, reclamou que “há sete anos (Jacinto) é chamado de men-saleiro”. Preferia só Lamas?

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM TERESA BARROS E LEANDRO MAZZINI

Jornalista

Correção automática

www.claudiohumberto.com.br

A presidente está conosco”SENADOR HUMBERTO COSTA (PT-PE),

candidato a prefeito do Recife

Espirituoso, de inteligência brilhante, o embaixa-dor Marcos Azambuja era diplomata em Buenos Aires quando seu chefe, Azeredo da Silveira, após algumas articulações, foi nomeado ministro das Relações Exteriores do presidente Ernesto Geisel. Levou para o Itamaraty todos os que serviam com ele, exceto Azambuja, um cético quanto às suas chances. Azambuja se rendeu e pediu audiência a Silveirinha, que logo lhe passou na cara:

- Você nunca acreditou em mim, meu caro...Ele respondeu na bucha, com seu jeito peculiar:- Errei, mas estou aqui para corrigir!

Ministro Marco Aurélio Mello previu que as longas sessões se estendem por todo o mês de setembro, terminando em outubro

Julgamento do mensalão pode acabar após eleição

O ministro do STF Marco Aurélio Mello previu na última sex-ta-feira (10) que o

julgamento do mensalão deve se estender durante todo o mês de setembro e pode até mesmo terminar após as elei-ções de outubro.

A demora, sustentou Marco Aurélio, se deve tanto à deci-são de não enviar à primeira instância os casos dos réus sem foro privilegiado e ainda ao rito processual, que com longas sustentações orais e a leitura dos votos dos ministros.

Ele citou o artigo de Joa-quim Falcão hoje na Folha de S.Paulo, que apontou que o modelo está ultrapassado.

“Tem que haver uma solução [para os ritos], mas começamos mal, e tudo que começa errado, para consertar é difícil. Os minis-tros não aguentam mais, saem de lá exauridos de tanto ouvir, quando não se cochila”, disse.

Marco Aurélio também ma-nifestou posição contrária a

um possível adiantamento do voto do ministro Cezar Peluso, que se aposenta em 3 de setembro e, assim, não participaria do julgamento.

“No lugar dele [Peluso] eu não levantaria o dedo”, disse, sobre um possível pedido do

colega para votar antes do prazo previsto.

Bala de prataMarco Aurélio Mello concor-

dou com a tese do advogado Márcio Thomaz Bastos de que

o julgamento do mensalão nessa corte é uma “bala de prata”, onde os réus não terão a chance de recurso. Marco Aurélio, que não compareceu à sessão do julgamento do men-salão, na última sexta-feira, para participar do 5º Congres-so Brasileiro de Sociedades de Advogados, em São Paulo, lembrou que só três dos 38 réus da ação penal 470 teriam direito a foro privilegiado.

Em sua opinião, o processo poderia ser julgado em primeira instância. “É (um julgamento de bala de prata). Depois que o Supremo decide, não há a quem recorrer”, disse o ministro aos jornalistas. “Não temos um Supremo de semideuses. Temos homens e mulheres que não po-dem errar”, comentou o ministro durante a palestra.

Mello disse que fez questão de participar do evento, mes-mo faltando ao julgamento em Brasília, porque já tinha um compromisso assumido com os organizadores do congresso.

JOSÉ CRUZ/ABR

Ministro do STF, Marco Aurélio Mello (e) diz que a demora do julgamento é devido ao rito processual

FREE SHOPS

Braga impede votação de projetoO projeto de lei do presidente

da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), que autoriza a instalação de free shops nas 28 cidades brasileiras que es-tão “coladas” na fronteira a localidades de países vizinhos ameaça abalar a base gover-nista no Senado.

O líder do governo na Casa, senador Eduardo Braga (PMDB-AM) impediu a votação do tema na Comissão de As-suntos Econômicos (CAE) na última terça-feira, quando era certa a aprovação do projeto. Na quinta-feira, a relatora, senadora Ana Amélia (PP-RS),

fracassou na tentativa de chegar a um acordo com o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, para dar encaminhamento ao texto. Ela entende que saída agora é decidir no voto, com ou sem o apoio do governo.

“Cidades brasileiras gemi-nadas como Chuí, Santana do Livramento, Jaguarão e Uruguaiana e várias outras localizadas em um total de nove Estados estão sofrendo efeitos econômicos negativos e sobrevivendo com grande difi culdade”, argumentou Ana Amélia. A proposta tem o apoio

do líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), e de sena-dores da base aliada, cujos Estados enfrentam o mesmo tipo de concorrência.

O presidente da CAE, senador Delcídio do Amaral (PT), falou, na ocasião, do “drama” enfren-tado pelas populações de cida-des fronteiriças de Mato Grosso do Sul. O texto já foi aprovado na Comissão de Relações Ex-teriores do Senado (CRE) e, se aprovado na comissão em caráter terminativo, será enca-minhado à sanção presidencial, se não houver recursos de pelo menos oito senadores.

RECLAMAÇÃOCom uma semana de julgamento e longas sessões diárias, Mello reclamou da dedicação exclusiva do STF ao julgamento do proces-so do mensalão, dei-xando para trás outras 900 ações

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MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012 A7Com a palavra

O ideal era que nós tivéssemos um juiz fixo preparando a eleição, a exemplo da capital, quando nós começamos a trabalhar desde o mês de maio, já pensando na eleição

O que a gente per-cebe é que houve um verdadeiro filtro em que os próprios políticos, os quais mui-tos deles se conscienti-zaram e não colocaram o nome na disputa

Atuar com independên-cia, fiscalizar de forma intensa e aplicar as normas eleitorais para

garantir segurança e tranqui-lidade durante a eleição em Manaus, está entre as metas do juiz do Pleito do Tribunal Re-gional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), Abraham Campos Filho. O magistrado, perto de completar dois meses frente ao cargo, declarou que vai cumprir todas as obrigações junto à lei e espera que a população saiba o que real-mente quer, sem interferência do poder econômico e político. Sobre o caso que envolve o ex-secretário de Educação do Estado, Gedeão Amorim, sob suspeita de usar a pasta do executivo para fazer campa-nha a um candidato a vereador, Abraham, revela que a questão está sendo tratada no Ministé-rio Público Eleitoral (MPE). Se comprovada as denúncias, o ex-secretário será julgado na corte do TRE, podendo ficar inelegível para o próximo plei-to. Na entrevista, o magistrado enfatiza a atuação das tropas federais em Manaus, motivado pelo episódio das eleições de 2008, quando a Polícia Militar (PM) teve dificuldade de con-trolar tumultos causados pela falta do transporte coletivo.

EM TEMPO - A ‘Lei da Ficha Limpa’ é o grande diferencial desta eleição e de que forma ela foi aplicada?

Abraham Campos - Na verdade essa é a primeira eleição que nós aplicamos a lei do Ficha Limpa. Na eleição de 2010, teve toda aquela discussão se aplicava ou não, então foi somente com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que manifestou a favor da apli-cação da lei somente nesta eleição. Basicamente, termi-namos os trabalhos de regis-tro de candidatura e, nestes

registros é que observamos a aplicação da ‘Lei da Ficha Limpa’. Observamos candi-datos em Manaus, que foram impugnados pelo Ministério Público com base nesta lei, inclusive um vereador teve seu pedido negado. No mo-mento, estão pendentes 21 registros de candidatos que pediram suas “escrituras” em vagas remanescentes e subs-tituições. A parte do trabalho dos partidos que pediram re-gistros nós já encerramos.

EM TEMPO - As mu-danças na lei ajudaram a inibir os políticos que se prestam em continuar atuando na ilegalidade?

AC - O que a gente percebe é que houve um verdadeiro

filtro em que os próprios políticos, os quais muitos deles se conscientizaram e não colocaram o nome na disputa. Em relação aos par-tidos, observamos que eles já percebem essa questão, tanto que os pedidos de im-pugnação foram poucos, se a gente considerar o número de candidatos. Nós tivemos 929 pedidos de registro e tivemos apenas cinco impugnações, portanto, já há uma obser-vação prévia dos partidos em não apresentar candidatos que pudessem ter problemas com o seu registro.

EM TEMPO - Como está o planejamento da segu-rança para a eleição?

AC - Estamos trabalhando

em cima disso, realizando reu-niões periódicas na Secretaria de Segurança com represen-tantes das polícias Civil, Militar e Federal. A partir daí, vamos começar a intermediar os di-álogos com as forças federais e o exército para nos darem apoio. Os entendimentos estão sendo encaminhados.

EM TEMPO – O juiz do TRE, Victor Liuzzi Gomes, responsável pela coorde-nação de segurança duran-te as eleições no Amazo-nas, declarou que há uma determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que as forças armadas não poderão atuar na seguran-ça pública, mas apenas nos locais de votação. Isso não vai interferir no andamen-to da eleição?

AC – Não, até porque o Exército atua próximo às urnas, onde as ocorrências costumam acontecer, prin-cipalmente nas “bocas de urna” e eles (Exército) pode-rão, sim, efetuar as devidas prisões, desde que estejam municiados de um ofício or-denando a ação.

EM TEMPO – O senhor está preparado para as pressões que virão e qual será o pró-ximo passo do TRE?

AC - Essa questão da pressão faz parte do jogo democrático e vou ter maior tranquilidade, o importante é cumprir o que a lei determi-na. Quanto à atuação, vamos começar ações no campo da fiscalização das campanhas, entre elas, a área da propa-ganda, que será composta por três juízes. Já os demais atos, crime eleitoral e outras situações que não incluem na propaganda, virão também para decisão.

EM TEMPO - Que tipo de postura os candidatos podem esperar do TRE?

AC - A postura é uma só, trabalhar com independência

e procurar a transparência, acima de tudo com ajuda da imprensa, para que possamos chegar no dia do pleito e o re-sultado da eleição seja aquele que o povo realmente quer, com a vontade popular sem a interferência do poder econô-mico ou de um político.

EM TEMPO - Ao menos 17 juízes da capital foram des-tacados para acumularem funções no período eleito-ral no interior do Estado, devido ao déficit de 19 ma-gistrados. Como o senhor observa essa questão?

AC - O Tribunal teve que lançar esses juízes em razão do déficit, pois o concurso que o tribunal anunciou ain-da será realizado. O ideal era que nós tivéssemos um juiz fixo preparando a eleição, a exemplo da capital, quando nós começamos a trabalhar desde o mês de maio, já pen-sando na eleição. Portanto, o juiz que chega agora, já pega o barco andando, atrapalha um pouco, mas nada que não possa ser resolvido.

EM TEMPO - O ex-se-cretário de Educação do Estado, Gedeão Amorim, é suspeito de ter usado a “máquina pública” (Seduc), para fazer campanha para um determinado candida-to a vereador. O senhor já está de posse dessas informações e como será tratada a questão?

AC – A notícia que tenho é que o MPE requisitou o ma-terial da denúncia, a cópia do áudio de uma emissora de rádio local, e que logo será analisado, e, mediante a formalização da denún-cia, caso seja comprovada, o processo chegará logo em minhas mãos, para que pos-sa dar continuidade no caso e julgá-lo. Se culpado, ele (Gedeão) poderá ficar inele-gível para o próximo pleito e o candidato a vereador terá o registro cassado.

Abraham CAMPOS FILHO

‘A PRESSÃO faz parte do jogo DEMOCRÁTICO’

Essa questão de pres-são faz parte de jogo democrático e vou ter maior tranquilidade e importante é cumprir o que a lei determina. Quanto à atuação, va-mos começar ações no campo da fiscalização das campanhas, entre elas, a área da propa-ganda, que será com-posta por três juízes

NÁFERSON CRUZEquipe EM TEMPO

SEGURANÇAO juiz Abraham Cam-pos filho disse que as tropas federais que atuarão na segurança do pleito, em Manaus, poderá, sim, efetuar prisões, já que os mili-tares do Exército atua-rão próximo às urnas

DIEGO CAJA

MARIO OLIVEIRA

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Page 8: EM TEMPO - 12 de agosto de 2012

A8 Política MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

VEJA O QUE DIZEM OS NÚMEROS DO PERÍODO JULHODE 2011 A JUNHO DE 2012:� 45% de crescimento em crédito.

� Evolução de 51% em empréstimos para Pessoa Física.

� Crescimento de 61% em operações para empresas.

� Aumento de 18% no número de contas-correntes, totalizando 20,8 milhões de novos clientes.

� 37% de aumento na concessão de crédito para habitação.

O QUE MAIS NOS ORGULHA É O QUE ESSES NÚMEROS SIGNIFICAM NA VIDA DOS BRASILEIROS:� R$ 462 bilhões injetados na economia, criando empregos e

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� Inclusão bancária de 1,5 milhão de brasileiros, com a Conta CAIXA Fácil.

� 1,1 milhão de famílias conquistaram sua casa própria, sendo cerca de 800 mil por meio do Programa Minha Casa Minha Vida.

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Page 9: EM TEMPO - 12 de agosto de 2012

EconomiaCa

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[email protected], DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012 (92) 3090-1045Economia B3

Centavo‘abandonado’ garante extra

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RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

Há 10 anos, depois de con-cluir um curso de especiali-zação, Armínio Souza, que já era funcionário público, teve a oportunidade de ser professor em uma faculdade de Manaus e desde então exerce as duas profi ssões. Ele comenta que a possibilidade de se tornar professor veio em um exce-lente momento, pois os seus três fi lhos estavam prestes a entrar na universidade.

“Sempre priorizei a edu-cação dos meus fi lhos e por isso abracei a causa de ser professor, o que me garan-tiu aumento de renda jus-tamente para investir para que meus fi lhos estudassem em boas faculdades”, diz o pai de Armínio Júnior, 29, Arthur Monteiro, 27, e Aracelli Monteiro, 24.

Souza reforça, ainda, que embora tenha trabalhado vá-

rias horas por dia para dar força na formação dos fi lhos, nunca abriu mão de estar com eles. “Fiz ginástica para arrumar tempo, mas nunca abri mão de estar com os meus fi lhos”, completa.

O funcionário público ga-rante que todo o esforço de ver os fi lhos em boas uni-versidades não foi em vão, pois hoje os três já estão trabalhando nas áreas que

escolheram. “Todo o meu esforço foi recompensado. Hoje Armínio Júnior trabalha como engenheiro da Nokia nos Estados Unidos, o Arthur é ator e a Aracelli é psicóloga. Acho que, mesmo trabalhan-do muito, cumpri a minha missão de proporcionar aos meus três fi lhos uma boa educação, além de valores como humildade e gosto pelo trabalho”, comemora.

Esforço de professor tem retorno em casa

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[email protected], DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012 (92) 3090-1045Economia B3

CentavoCentavo‘abandonado’ ‘abandonado’ garante extragarante extra

Além de funcionário público, há 10 anos, Armínio Souza atua como professor universitário, o que garantiu estudo dos fi lhos

FOTOS: HUDSON FONSECA

Pais abraçam dupla jornada pelos fi lhos

Eles enfrentam mais de 14 horas de trabalho em ramos diferentes e ainda têm de exercer

a principal função em casa: a de ser pai. Motorista e pipeiro, mecânico e churras-queiro, funcionário público e professor universitário, pais amazonenses fazem “mala-barismo” entre as funções para garantir a renda do mês e o futuro dos fi lhos.

É como motorista durante o dia e pipeiro nas horas vagas e fi nais de semana que Mar-cos Aragão garante às duas fi lhas, uma de 19 anos e outra de 15 anos, momentos que ele não teve na infância. “Procu-ro proporcionar a elas tudo que eu não tive quando era criança e adolescente, como estudar em bons colégios e fazer uma faculdade. Mas, para isso tenho que trabalhar duro, pois com uma renda

apenas eu estaria impossibili-tado de investir na educação delas”, diz.

Aragão, que tem remunera-ção de R$ 1,2 mil como mo-torista e chega a faturar até R$ 1 mil com a produção de

pipas, as fi lhas reconhecem o esforço feito, o que para ele é maior retorno que um pai pode ter. “Isso é gratifi cante, pois elas têm total consci-ência de que vivo para elas.

Quero que elas concluam os estudos, tenham bons empre-gos e construam uma família baseada nos princípios que lhes são passados. Essa será a maior recompen-sa”, completa.

Embora passe a maior parte do tempo traba-lhando, o pai, motorista e pipeiro sempre tem tem-po e “uma grana extra” para o lazer com a famí-lia. “As minhas fi lhas são a minha maior prioridade. Trabalho muito, mas isso não quer dizer que eu não reserve um tempo para fi car com elas. O domingo é sa-grado, pois sempre saímos para comer uma pizza, ir a um banho ou a um almoço em família”, lembra Aragão.

Correria que vale a penaPara garantir todas as ne-

cessidades do fi lho de 5 anos, o mecânico José Erenilson

Santos concilia a pro-fi ssão com a de ven-

dedor de churrasco. “De dia, das 7h às

18h, trabalho como mecâni-co e à noite vendo chur-rasco para complemen-tar a renda”, destaca.

Santos, que recebe como mecânico R$ 850, chega a faturar até R$ 2 mil com a venda de churrasco, salário que além de ajudar na renda doméstica, também é dire-cionado para a educação e lazer do único filho. “Embora trabalhe como churrasqueiro apenas entre as quartas-feiras e sábados, confesso que não é fácil ter duas ocupações. Mas, se não me desdobrar não poderei garantir uma vida confortável a minha família”, ressalta.

Para Santos, a jornada dupla não é problema, pois é dessa forma que ele conse-gue quitar as despe-

sas de educação do filho. “A educação é prioridade”, enfatiza.

Além de trabalhar mais de 14 horas por dia e em funções diferentes, pais amazonenses se desdobram para garantir as fi nanças da casa

As minhas fi lhas são a minha prioridade.

Trabalho muito, mas isso não quer dizer que eu não reserve

um tempo para fi car com elas

Marcos Aragão, motorista e pipeiro

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Produção de 4 toneladas de brócolis em FigueiredoBrócolis cultivado no interior do Estado atende demanda de restaurantes e redes de supermercado na capital amazonense

Embora tenha origem eu-ropeia, o brócolis não só se destacou na culinária local, como também a

sua produção ganhou espaço no Amazonas. No município de Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus), nove propriedades rurais detém 100% do cultivo do vegetal no Estado e chegam a colher, aproximadamente, 4 tonela-das, por mês.

A atividade gera em torno de 50 empregos no município e garante, em média, uma renda mensal, por família, de R$ 3 mil. É quanto ganha Joana Sou-za, que cultiva, há dois anos, os brócolis, em uma fazenda no ramal Boa Esperança, no quilômetro 120 da BR-174 (Manaus - Presidente Figuei-redo). Ela comercializa toda semana, em média, 150 quilos do vegetal para mercadinhos situados em Manaus.

Segundo Joana, o vegetal é comercializado a um pre-ço de R$ 6 o quilo para o comércio e R$ 10 para pes-soa física. A produtora ga-rante que não usa agrotóxi-cos na plantação.

EscoamentoDe acordo com a Secretaria de

Estado da Produção Rural (Se-pror), toda a produção local de brócolis é escoada para a capital amazonense, onde o produto é comercializado aos restauran-tes e supermercados.

“O brócolis produzido no Ama-zonas é um produto que chega ao mercado com qualidade, sem

elementos que possam causar problemas para a saúde do con-sumidor. Porém, a quantidade ainda é incipiente. O Estado tem potencial para aumentar sua produção de brócolis”, afir-ma o gerente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuá-rio e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), José Maria de Sousa.

ATIVIDADECultivo de brócolis no município de Presiden-te Figueiredo é feito por produtores de nove propriedades rurais, onde 50 empregos são gerados. Renda men-sal, por família, pode chegar a R$ 3 mil

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Quilo do brócolis é comercializado pelo produtor a R$ 6 para o comércio e a R$ 10 ao consumidor

O cultivo de brócolis sofre com os mesmos gargalos que impe-dem o desenvolvimen-to da produção orgâ-nica no Estado.

Segundo o chefe da Divisão de Políticas e Desenvolvimento Agro-pecuário do Ministério da Agricultura no Ama-zonas, Klerysson San-tana, a falta de apoio técnico e de tecnologias adequadas são entraves que impossibilitam a expansão da produção orgânica na região.

Santana defende a construção de centros que possam dar treina-mento e suporte para os produtores. “Se o gover-no se engajar no apoio técnico, a produção or-gânica pode melhorar no Amazonas”, ressalta.

Entraves dificultamcrescimento

SHANA REIS

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Centavo ‘abandonado’ garante extra ao lojista

B3Economia

Na avaliação do eco-nomista Guebryal Re-zende, colocar oferta com preço “quebrado” é uma estratégia de venda que cria a ilusão de que o valor do produto ou serviço é mais barato. “O consumidor tende a olhar os primeiros núme-ros e passa a achar que o preço está mais em con-ta”, analisa, ao ressaltar que o preço fracionado tende a constranger o consumidor a abrir mão dos centavos.

Rezende esclarece, ainda, que o que difi -culta o pagamento do troco é o fato de que a população tem o costu-me de guardar moedas em casa, o que “segura” a circulação do metal. “O dinheiro precisa cir-cular”, aconselha.

Estratégia de venda no comércio

Cientes do quanto acabam perdendo com a não devolução do troco, alguns consumidores manauenses querem o fi m das ofertas “quebra-das” na hora de pagar a conta. Eles defendem que seja aprovada uma lei que obrigue a cobran-ça “redonda” dos preços dos produtos e serviços, seja em ônibus, super-mercados ou nas lojas de R$ 1,99.

Na última semana, alguns consumidores chegaram a fazer cam-panha nas redes sociais. “Deveria haver algo na legislação proibindo a cobrança dessas cifras quebradas dos centa-vos. Essas ofertas que abatem apenas R$ 0,01 servem apenas para constranger o consu-midor e engordar os lucros das empresas”, opina a autônoma Fran-cisca Bentes.

RespaldoO diretor do Depar-

tamento do Programa Estadual de Proteção e Orientação ao Con-sumidor (Procon-AM), Guilherme Frederico, explica que na falta de troco, os estabele-cimentos comerciais devem arredondar para baixo o valor do produto ou do serviço.

Consumidor quer cobrança ‘redonda’

Raridade no mercado, moeda de R$ 0,01 vira lucro no comércio

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“Assim como de grão em grão a galinha enche o papo”, de centavo

em centavo estabelecimentos

amazonenses chegam a lucrar um “extra” de quase R$ 1 mil mensais com o acúmulo de troco de R$ 0,01 abandonado pelos clientes.

Se por um lado os lojistas “arredondam” o preço dos pro-dutos, especialmente aqueles

que terminam com R$ 0,99, por outro muitos consumi-dores perderam o hábito de reivindicar o troco, conforme a Associação Comercial do Amazonas (ACA).

O presidente da ACA, Ismael Bicharra, diz que só de centavos

“abandonados” alguns estabe-lecimentos chegam a lucrar, por dia, em torno de R$ 30. Na ponta do lápis, por mês, fi ca de troco para as lojas, ou melhor, lucro quase R$ 1 mil. “O brasileiro não tem a cultura de reivindicar o troco”, completa.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

De centavo em centavo, alguns lojistas chegam a lucrar quase R$ 1 mil por mês. Isso porque, segundo a ACA, consumidores perderam o hábito de cobrar o troco

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Sacar dinheiro em cai-xas eletrônicos, em-bora seja cômodo, pode causar dor de

cabeça aos usuários quan-do a máquina não libera o dinheiro e deixa a conta-cor-rente “no vermelho”. O pro-blema é ainda maior para os clientes de banco nos casos de saque mal-sucedido em terminais instalados fora de uma agência bancária.

A designer de interiores, Marcela Nogueira, tentou sacar R$ 200 em um caixa eletrônico da Rede 24 horas, e após realizar todo pro-cedimento, simplesmente o terminal não liberou o valor solicitado. “A máquina che-gou a acionar a contagem do dinheiro, mas não liberou. Ao olhar o extrato percebi que a quantia havia sido debitada da minha conta. Tive que ir à minha agência várias vezes para resolver o problema. Fui informada que o valor seria creditado em três dias, mas só fui receber o reembolso uma semana depois”, lembra.

Outra correntista que pas-sou pela mesma situação foi a balconista Maria Inês Fernandes. Ela também ten-tou sacar um valor em um terminal eletrônico de uma drogaria, mas o dinheiro não foi liberado. “Efetuei todo procedimento para sacar o dinheiro, mas o valor não

saiu. Ainda bem que não apresentou saldo negativo na minha conta, porque se-ria um problema conseguir reverter a situação, seria a minha palavra contra a do banco, já que o saque não foi realizado em um terminal na agência”, diz.

O advogado Márcio Barros recomenda que em casos

como esse o cliente deve procurar os seus direitos imediatamente. Se a si-tuação ocorrer no horário comercial, a orientação é procurar algum atendente e solicitar informações do que deve ser feito e abrir uma reclamação. Fora do horário comercial, o melhor é entrar em contato com a central telefônica do banco para fazer a reclamação.

“A pessoa pode, inclusive, procurar a delegacia para registrar queixa contra a agência bancária, além de buscar compensações por eventuais danos. Anotar o número do caixa eletrônico e o horário que aconteceu o fato. Se for o caso, filme no celular a cena porque se a situação não for resol-vida na agência, o cliente deverá procurar o Judiciário, e essas provas vão servir”, orienta o advogado.

De acordo com as regu-lamentações da Federação Brasileira dos Bancos (Febra-ban), no decreto de número 6.523/2008, nesses casos o banco tem o prazo de 5 dias para verificar e realizar o estorno para o cliente.

Neste dia 13, há 70 anos, os filhos de Isaac Benchimol - um migrante hebreu cuja família viera do Marrocos, no Século XIX, em mais uma busca das promessas de prosperidade e liberdade, dessa vez amazônica - fundaram a Bemol.

Originalmente chamada Benchimol & Irmãos, a empresa começou com Samuel, Israel e Saul Benchimol, com representação de produtos farmacêu-ticos, no espocar da II Guerra, e se credenciou a partir daí num empreen-dimento diferenciado e referencial no varejo regional de departamentos, no trato com os clientes e pela Ética do quadro de seus valores.

Atualmente, emprega diretamente mais de 2,2 mil colaboradores e, ano a ano, segue à frente na arrecadação fiscal do Estado, sendo pioneira no país pela certificação de qualidade no setor em que atua. É uma trajetória que re-sume e simboliza a saga amazônica de obstinação e superação da adversidade, que faz do tropeço, apogeu e quebra da economia, a teimosia que retoma a caminhada de reinvenção.

Um emblema da resistência e en-frentamento da penúria, focado na se-meadura da transformação e na mul-tiplicação dos talentos, como ilustra a parábola evangélica. O Amazonas dei-xará de ser, afinal, um simples capítulo da história da terra e...tornar-se-á um capítulo da história da civilização...”.

A profecia de Getúlio Vargas ainda ressoava nas conversas da confraria baré, e agitava os espíritos naquele longínquo agosto de 1942, um ano que descreve um tempo de agitação e mudanças. Com a eclosão da guerra, os japoneses, aliados da Alemanha e Itália, cortaram o fornecimento da borracha com o embargo dos seringais asiáticos, empurrando a Amazônia para um novo ensaio de prosperidade e esplendor. “De todos os materiais críticos e estratégi-cos, a borracha é aquele cuja falta repre-senta a maior ameaça à segurança de nossa nação e ao êxito da causa aliada”, alertava o governo dos Estados Unidos para justificar substantivos investimen-tos, nos Acordos de Washington, para a reativação desesperada e atabalhoada do II Ciclo da Borracha na Amazônia. inda era viva a saga do esplendor e depres-são da economia do látex na memória dos Benchimol, cujos seringais do Rio Abunã, no Alto Madeira, fronteira com a Bolívia, foram perdidos na debacle que

começou no início do século. Samuel Benchimol - que irá recompor

essa história em diversos estudos e publicações - tinha então 19 anos, era despachante nos voos da madrugada na Panair do Brasil, frequentava o curso de Direito da Universidade do Amazonas, trabalhava à tarde na nova empresa e ainda dava aulas à noite de Economia Brasileira no Colégio Sólon de Lucena. “...fui pracista, vendedor, corresponden-te, caixa trapicheiro de minha própria organização, até alcançar a gerência e montar uma estrutura organizacional de porte, após muitos anos de quotidiana e persistente atividade”, descreve em Amazônia, um pouco-antes e além-de-pois”, onde ele assinala os indicadores da economia em ascensão do Estado naquele momento. As exportações do Amazonas que beiravam os US$ 350 mil no final da década de 30, já alcan-ça US$ 8 milhões em 1943, incluindo, além da borracha, uma robusta pauta de exportação onde figuravam itens da economia extrativa como o óleo essencial de pau rosa, madeira, cas-tanha, fibras vegetais, resinas, peles de jacaré... A navegação fluvial, com a reativação da indústria naval e mul-tiplicação das linhas de cabotagem e aeroviárias, tendo Manaus como eixo estratégico de negócios regionais e intercontinentais, confirmou, então, a vocação de oportunidades na logística dos transportes, como os ingleses e seus estaleiros do Reino Unido já ha-viam percebido décadas atrás. Louvor e glória à família Bemol, aos funcionários e novas gerações.

A experiência de participar ativamen-te do novo – e fugaz – surto econômico da borracha levou Samuel a estudar Ciências Econômicas e Sociais na Uni-versidade de Miami, em Oxford, Estado de Ohio, onde recebeu uma bolsa para concluir seu Mestrado, com a tese, escrita e defendida em inglês, “Manaus, o crescimento de uma cidade no Vale Amazônico”. De volta a sua terra, a despeito do convite do governo ameri-cano, para lecionar na Universidade de Siracusa e avançar na carreira acadê-mica, optou por retomar as trincheiras de luta, incessante e devotada, que descrevem sua história, compromisso, zelo e paixão, pela Amazônia e ajudam a compreender o alcance e o significado da celebração destes 70 anos da Ben-chimol & Irmãos.

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

É uma tra-jetória que resume e simboliza a saga ama-zônica de obstinação e supe-ração da adversida-de, que faz do tropeço, apogeu e quebra da economia”

Bemol 70 anos, a saga da resistência

Comodidade de terminaiseletrônicos vira ‘pesadelo’ Sem dinheiro, após saque mal-sucedido, clientes são obrigados a recorrer à agência bancária para resolver o problema

Bancos têm prazo de 5 dias para estornar dinheiro, em caso de saque mal-sucedido nos caixas

O QUE FAZERAdvogado recomen-da que, em casos de saques não efetua-dos por problemas na máquina, cliente deve procurar seus direitos. Primeiro passo é ten-tar resolver na própria agência bancária

Segundo as agências bancárias consultadas pelo EM TEMPO, esse proble-ma pode ocorrer por algum defeito técnico ocorrido no caixa ou até mesmo por falta de dinheiro no terminal.

Para evitar maiores trans-

tornos, ao efetuar um saque nas máquinas de autoaten-dimento, o banco Bradesco, orienta o cliente a procurar a sua agência para que seja verificado o débito na conta-corrente, e posteriormente, é realizado o estorno caso

seja comprovada a falha.Nas máquinas da Rede

24 Horas, o cliente também pode ligar diretamente no 0800 562400, central de atendimento exclusiva da Rede TecBan, para resolver a situação.

Falha técnica e falta de dinheiro

REPRODUÇÃO

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

CID não pode ser exigido para exames

Uma decisão do Tribunal Re-gional Federal da 2ª Região (TRF2), proferida essa sema-na, proíbe as operadoras de plano de saúde de exigir o preenchimento da Classifica-ção Internacional de Doenças (CID) em guias para exames e honorários médicos.

A prática foi considerada abusiva por ferir o princípio da privacidade e constituir obstáculo indevido para a uti-lização dos planos contrata-dos. Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) argu-menta que os exames servem justamente para elaboração dos diagnósticos.

O recurso para manter a exi-gência foi apresentado pelas operadoras Blue Life, Brades-co, Golden Cross e Sul América contra uma decisão de 2005 da 6ª Vara Federal do Rio de Janeiro, que proibia o preen-chimento da CID nas guias. A decisão do TRF2 abrange também as empresas Amil, Assim, Caarj, Dix, Geap e Ma-rítima. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fena-Saúde) informa que não co-menta decisões judiciais nem está apta a falar em nome de operadoras específicas, mas recomenda que as decisões da justiça sejam cumpridas.

De acordo com a Agência Na-cional de Saúde Suplementar (ANS), a Instrução Normativa nº 40, de abril de 2010, veda a exigência do número da CID nas guias de exames.

PLANOS

O aumento ocorreu desde a inclusão dos medicamentos na lista de gratuidade das farmácias

Acesso a remédios para asma cresce 94% no Brasil

Desde a inclusão de três novos medica-mentos para asma na lista de gratuida-

de das farmácias populares, há pouco mais de dois meses, o acesso a esses antiasmá-ticos cresceu 89% no Rio de Janeiro. Em todo o país, 141 mil pessoas passaram a ter acesso aos medicamentos, um aumento de 94% se com-parado ao mesmo período, antes da iniciativa.

Antes da distribuição gra-tuita, os remédios (brometo de ipratrópio, diproprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol) eram vendi-dos com descontos de até 90%, mas ainda assim havia doentes que não conseguiam comprar os medicamentos, como se constata agora. Em 60 dias o número de beneficiados que receberam esses antiasmáticos nas far-mácias do Rio passou de 3,5 mil para 6,7 mil.

A distribuição gratuita co-meçou no dia 4 de junho passado. O governo divulgou balanço no dia 17 de julho informando que a procura de remédios contra a asma já havia subido 60% no primeiro mês em que o medicamento passou a integrar a lista de distribuição gratuita do Mi-nistério da Saúde.

O coordenador do Progra-ma Farmácia Popular, Mar-co Aurélio Pereira, explicou que o Ministério da Saúde decidiu pela inclusão de an-tiasmáticos no Programa Saúde Não Tem Preço - que oferece remédio gratuitos à população - devido à grande procura desses remédios nas farmácias do governo e pelo

fato de a asma ser uma das doenças crônicas não trans-missíveis que mais afetam as crianças.

“A presidente Dilma lançou agora em junho o Programa Brasil Carinhoso, com foco nas crianças (0 a 6 anos) e como a asma é uma patologia que acomete muito essa faixa etária e gera altos índices de internações, os antias-máticos entraram na lista da gratuidade”, declarou ele.

O coordenador explicou que, depois que os remédios para hipertensão e diabetes passaram a ser oferecidos de graça, desde junho do ano passado, a venda dos an-tiasmáticos tiveram 322% de aumento em um ano. Em

todo o país, são mais de 20 mil farmácias, entre públi-cas e particulares, que distri-buem os medicamentos.

Mas de 10 milhões de brasileiros já foram bene-ficiados com os 14 medi-camentos que fazem parte

do Saúde Não Tem Preço, três para asma e 11 para hipertensão e diabetes. Para retirar os medicamentos, é necessário apresentar do-cumento com foto, CPF e a receita médica dentro do prazo de sua validade.

Gratuidade para hipertensão

MORTESEm 2011, do total de 177,8 mil internações por asma no SUS, 77,1 mil foram naque-la faixa etária. Ainda segundo o Ministério da Saúde, cerca de 2,5 mil morrem por ano em decorrência da doença

Em todo o Brasil, 141 mil pessoas passaram a ter acesso pelas farmácias populares

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B7MundoMANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Argentina restringe dólarA partir desta segunda-feira, quem viajar para os países vizinhos ou da zona do euro, só poderá adquirir a moeda desses países com prévia autorização da Receita Federal. Norma será aplicada a pessoas físicas e jurídicas

O governo argentino apertou ainda mais o cerco ao dólar, impos-to a partir de outubro

do ano passado e que afeta também turistas e residentes estrangeiros. A partir de segun-da-feira (13), quem viajar da Argentina aos países vizinhos ou da zona do euro só poderá adqui-

rir a moeda desses países com autorização prévia da Receita Federal, que também determina a quantidade que cada viajante poderá levar.

A norma será aplicada tam-bém a pessoas físicas e jurídi-cas estrangeiras que residam na Argentina. O viajante terá que informar à Afip (a Receita Federal

local) o destino, os motivos e a duração da estada fora do país. Caso cancele a viagem, terá que reembolsar as divisas estran-geiras adquiridas em cinco dias úteis. A medida é a última de uma série de controle de câmbio, que começou a ser adotada em outubro passado, para frear a fuga de capitais da Argentina.“A

burocracia é tão grande que tor-nou-se quase impossível com-prar dólar na Argentina”, disse o economista Fausto Spotorno. “De certa forma, o cerco serviu para frear a fuga de capitais, mas criou outro problema, o do mercado negro, que não existia, que vende o dólar 30% mais caro do que no mercado oficial”. A medida é a última de uma série de controle de câmbio

ARQUIVO EM TEMPO/GIOVANNA CONSENTINI

Em 2011, saíram da Argentina US$ 21 bilhões – uma cifra preocupante para um governo que, há uma década, não tem aces-so a créditos interna-cionais e depende das exportações para obter divisas estrangeiras. A presidente Cristina Kir-chner quer assegurar um superávit alto na ba-lança comercial, apesar da crise internacional, para fazer frente aos gastos com importação de energia.

Para alcançar o objeti-vo, o governo argentino reduziu as importações, o que diminuiu a saída de capitais no primeiro se-mestre deste ano (US$ 5,6 bilhões, bem menos que no ano passado). “Pelas nossas previ-sões, a Argentina terá um superávit comercial de US$ 12 bilhões, US$ 2 bilhões a mais que no ano passado”, disse o analista de comércio ex-terior, Marcelo Claveri.

As restrições tam-bém afetam os turis-tas brasileiros, que não podem trocar os pesos que sobram das viagens por reais.

Perda do país em 2011 foi de US$ 21 bi

Efeitos de crise afetam até a China

As exportações da China registraram um crescimento de apenas 1% no mês de julho deste ano, o que equivale a US$ 176,9 bilhões, sendo que no mesmo mês de 2011, o crescimento foi de 4,7%, equi-valente a US$ 151,8 bilhões. Como os países europeus são os maiores compradores da China, os efeitos da crise pas-sam a afetar e preocupar a segunda maior potência eco-nomia do mundo.

SuperávitDe acordo com agência

Dow Jones, o superávit pre-visto para o mês de julho deste ano era de US$ 35,2 bilhões, valor muito inferior do que o aguardado pelo governo chinês que era de US$ 25,1 bilhões.

Conforme dados divulgados na sexta-feira (10) pela Admi-nistração Geral de Alfânde-gas, as vendas para o exterior no mês de julho alcançaram US$ 176,9 bilhões. O número é o menor dos últimos seis meses e ficou abaixo das ex-pectativas dos analistas.

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Dia a diaCade

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Criminoso adolescente sem rumo

SHANA REIS

Página C4 e C5

Dados divulgados pelo Conselho Nacio-nal de Justiça (CNJ) re-velam que o programa “Pai Presente”, coorde-nado pela Corregedo-ria Nacional de Justiça, possibilitou o reconhe-cimento espontâneo de paternidade a mais de 14,5 mil pessoas, que não possuíam o nome do pai na certidão de nascimento.

A iniciativa, realiza-da em parceria com os tribunais de Jus-tiça de todo o país, busca fomentar esse tipo de procedimento e estimular os pais que não registraram seus fi lhos, no nasci-mento, a assumirem essa responsabilidade.

Programa possibilita testes grátis

O direito de ter um pai, “nas mãos” de um exame. É dessa forma, por meio de testes de paternidade, que fi lhos têm sidos reconhecidos le-

galmente. Na Defensoria Pública do Estado do Amazonas, a média de agendamentos e realização de testes chegam até a quatro por dia. De aproximadamente 50 testes re-alizados nos últimos três meses pelo órgão, 32 foram positivos. E a busca pelo direito parece aumentar. Apenas do dia 10 ao dia 22 deste mês, 21 coletas para o teste de DNA já estão agendadas, uma média de dois exames diários.

De acordo com a assessora jurídica da Defensoria Pública, Amazônia Monteiro, 29, uma realidade tem chamado a atenção do órgão. Nos últimos dois meses, os homens é que têm procurado a Defensoria para a realização do teste de DNA. Oferecendo o teste há aproximadamente quatro anos, ela diz que, no início, as mães é que iam atrás das investigações a fi m de cobrar a pensão alimentícia dos possíveis pais. “Vim prestando atenção que tem muitos pais procurando, mas no intuito de não pagar a pensão alimentícia”, ressalta.

Amazônia Monteiro ressalta que na maio-ria das vezes eles têm certeza que são pais das crianças, mas mesmo assim eles tentam “fugir” do pagamento da pensão por um mês ou dois meses, período que aguardam o resultado do exame. “É uma forma que eles enrolam, dizem que vão pagar um mês, não pagam, até que decidem fazer um acordo de pensão. Quando não, fazem um DNA de birra, tanto que a maioria dá positivo”, diz.

Quando a criança não está registrada no nome do pai e o exame dá positivo, é feito na hora o termo de reconhecimento de paternidade junto ao da pensão alimen-tícia. “A mãe já sai acordada daqui para levar ao cartório e reconhecer o nome do pai”, explica.

O exame de DNA permite que seja verifi ca-da a paternidade ou a maternidade de uma pessoa, com precisão de 98%. Pelo DNA são transmitidas as características genéticas de pais para fi lhos. Na maioria dos casos, o exame de DNA é realizado por meio de uma amostra de sangue (5ml), coletada da mãe, do fi lho e do suposto pai. A partir da análise e do cruzamento de informações obtidas nas amostras, é verifi cada a probabilidade de paternidade.

Fruto de uma relação acabada Roberta Ferreira* tem 17 anos e optou

pelo teste de paternidade com o seu fi lho de um 1 ano e três meses. Ela revela que teve um relacionamento de seis meses com Emerson Silva, engravidou dele, mas se separou em seguida. “Ele não assumiu meu fi lho, tanto que ele é registrado só com o meu nome. Então entramos com um pedido na Defensoria e ele teve de fazer o exame. Ele não tem nenhum contato com o bebê e diz que o fi lho não é dele”, comenta.

A jovem aguarda o resultado que deverá sair nos próximos 45 dias. Emerson falou que foi a primeira vez que precisou passar por um processo e ressaltou a demora.

Mas segundo Amazônia Monteiro, nem sempre os exames são realizados em crian-ças. Ela lembra que, na última semana, rece-beu uma mulher de 42 anos, acompanhada do pai, para realizar o teste de DNA. “Muitos fi lhos que foram reconhecidos com o nome da tia, do avô, mas hoje desejam reconhe-cimento, passam por esse procedimento”.Pela Defensoria, o teste de paternidade com exames no pai, mãe e fi lho custa o valor de R$ 226. No fi lho e no pai, é de R$ 275, parcelado até duas vezes no boleto.

MÔNICA FIGUEIREDOEquipe EM TEMPO

por direitoNo Dia dos Pais, o EM TEMPO levanta uma questão que diz respeito aos fi lhos: a luta pelo direito de ter um pai por meio de um exame de paternidade. No Estado, ainda são muitos desses casos ‘extremos’

Quando os casos não são resolvidos em comum acordo na Defensoria Pública, eles podem ser levados à Justiça. De acordo com o juiz da 1ª Vara de Família, Marcos San-tos Maciel, os casos analisa-dos por ele, geralmente, têm partido da manifestação dos próprios fi lhos.

“Os fi lhos manifestam a vontade e quando estão na faixa etária até 16 anos pre-cisam ser representados pela mãe. A partir dessa idade, até 18 anos, eles podem entrar

com ação desde que sejam assistidos pela mãe”

No Brasil, um exame de DNA custa em média R$ 360 e R$ 460, podendo chegar a R$ 1 mil reais em alguns Estados, como o Pará. O Tri-bunal de Justiça do Amazo-nas possui um convênio com uma empresa de Belo Hori-zonte (MG) para a realização dos exames por um preço mais em conta.

Maciel explica que para cada exame de DNA solici-tado ao Laboratório Gene,

um outro exame é conce-dido gratuitamente.

Segundo o juiz da 1ª Vara, o exame gratuito é destinado a pessoas que não têm condi-ções de bancar as despesas. “O cupom fi ca com o próprio juiz e ele pode conceder o teste para alguém que não tenha condições de pagar”.

O exame de DNA não é obri-gatório. “Mas a lei prevê que a não concordância do exame faz presumir a responsabili-dade da paternidade, ainda aliada a outras provas”.

Justiça nos casos mais ‘graves’

DIVULGAÇÃO

FOTOS: SHANA REIS

Com apenas 1 ano,bebê foi submetido ao teste O pai da criança foi convocado para o exame

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Transtornos mentais que acabam em arte e poesiaPacientes do Centro Psquiátrico Eduardo Ribeiro se superam no tratamento e descobrem “veia artística” fora das crises

“Uma vez ou ou-tra me encontro em alto mar, en-frentando enor-

mes ondas turbulentas. Sei que não sou a única, mas sem que eu perceba vou sendo conduzida delicadamente até a praia...É neste momento que contemplo o céu e lá estão elas! São as estrelas que bri-lham de uma maneira inexpli-cável, creio que durante todos esses anos todas estiveram ao meu favor”.

Esse é um dos trechos do poema “A Mente”, do livro de poemas “Ler e ver”, da por-tadora de transtorno mental, paciente de um dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps 3), a dona de casa Leda Solange Aguiar Santos, 57. Após 20 anos de tratamento da bipola-ridade e depressão profunda, Leda descobriu, durante uma de suas visitas ao Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, que poderia colocar no papel tudo o que sentia nas crises.

E foi essa a maneira que Leda achou de desabafar e transcrever sentimentos e vivências marcadas em sua

vida. Natural de Porções (BA), Leda é de família humilde. Durante o seu parto, sua mãe sofreu complicações, teve he-morragia e ficou 27 dias em coma. “Meus pais tiveram de dar mais atenção para a minha mãe e me deixaram de lado. Devido a essa complicação, não fui amamentada com o leite materno”, diz Leda.

No período da escola, Leda sempre teve dificuldade de fazer amigos e, ainda, teve de encarar problemas de falta de dinheiro para pagar as men-salidades da escola. Devido cobranças da escola, ela foi obrigada a abandonar os es-tudos na 5ª série, quando ela já tinha crises e dificuldades de relacionamento.

Com o aumento das crises depressivas, os pais de Leda resolveram mudar-se para São Paulo, a fim de que ela recebesse tratamento apro-priado. “Comecei a ter medo de tudo: da noite, de me sentir sozinha. Até os meus 27 anos ainda dormia com os meus pais”, lembra.

A dona de casa chegou a ser internada por diversas vezes no Hospital Pronto-Socorro 28 de agosto até a vez que, durante reunião, médicos in-formaram à sua família que ela seria transferida para o Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro e iniciar tratamento.

“Com o tratamento e o conhecimento que adquiri no centro psiquiátrico, a minha vida mudou. Aprendi que po-deria compor minhas poesias. Hoje escrevo sobre tudo”, comemora Leda.

A terapeuta e assistente so-cial, Janete Morais de Melo, acompanha o tratamento de Leda e explica que a poesia foi a melhor forma de obter da paciente as emoções e sentimentos. “Esse tipo de tra-balho só veio a colaborar com a saúde de Leda e mostra que o sistema Caps pode ajudar ainda mais os pacientes”.

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

Ao andar pelo Caps, é possível observar nas paredes do cor-redor central, duas pinturas do paciente Jackson Sampaio.

De um lado, ele pintou a Amazônia, quando es-tava se sentindo bem, e uma imagem confusa, que traduz um estado de crise.

A coordenadora esta-dual de saúde mental, a psicóloga Lourdes Si-queira, atribui a mudan-ças e ações de reforma realizadas no centro psi-quiátrico, a nova “fase” dos pacientes.

“É o exemplo de que o trabalho colocado em prática no Eduardo Ri-beiro, colabora na me-lhoria da saúde mental dos nosso pacientes”, conclui a psicóloga.

O corredor que revela um paciente

Leda Solange compõe poesias e já escreveu até um livro

DIEGO JANATA

RESULTADOSSeja por meio de poesias, de textos soltos, ou de pinturas. As pessoas em tratamento no Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro mostram por meio da arte os bons frutos colhidos

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

‘Surpresas’ em alimentos geram brigas na JustiçaPregos, pedras, bichos e até preservativos. encontrados em pacotes de alimentos indignam consumidores no Amazonas

Para quem leva uma vida agitada, o jeito é apostar na facilidade oferecida pelos ali-

mentos industrializados, que prometem reunir praticidade e segurança. Mas tal garantia divulgada pela propaganda e reforçada com a validade e os selos de inspeção, desaparece quando se é surpreendido pela presença de corpos estranhos. Um caso que ganhou destaque nacional foi o da consumidora gaúcha indenizada em R$ 10 mil após encontrar um preser-vativo dentro de uma lata de extrato de tomate.

A Unilever Brasil Alimentos foi condenada, no mês pas-sado, pela 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, a pagar o valor de R$ 10 mil a uma consumidora que após utilizar metade do extrato de tomate no preparo da refeição, encon-trou no fundo da lata mofo e um preservativo enrolado. Ela disse ter procurado a empresa, que teria orientado-a a pro-curar “seus direitos”.

No Amazonas esses casos também são frequentes, mas pouco divulgados. De acordo

com o diretor do Departa-mento de Vigilância Sani-tária (DVisa), Marco Fabris, são recebidas de cinco a dez reclamações por mês. E, pas-mem, os insetos acomodados dentro enlatados e bebidas ocupam o topo da lista de reclamações. “Tem bastante reclamação sim. Muitas vezes chegam a nós embalagens que não foram violadas. Mas em outros casos sim, e são situações que precisam ser bem analisadas”, afirma.

Além dos insetos, há ob-jetos esquecidos dentro dos alimentos. “Recebemos re-centemente uma embalagem que tinha um corpo estranho, semelhante a um metal. Mas como tinha sido violada, não temos como atestar”, infor-ma Fabris.

Um desses metais foi encon-trado pela aposentada Maria Socorro Santos, 75, que es-pantou com um prego dentro do pacote de feijão. Bem-hu-morada, ela disse que o fa-bricante quis acrescer maior quantidade de ferro na dieta dela. “No feijão já encontrei prego e até um alfinete. Por isso é importante catar o fei-jão com atenção. Apesar da surpresa, não fui reclamar, não queria dor de cabeça”,

disse a aposentada.

Aranhas no chocolateMesmo atentando para data

de fabricação e validade o estudante Marcos Negreiros foi surpreendido com corpos estranhos “habitando” a em-balagem de chocolate. “Com-prei um doce que era umas bolinhas de banana coberta com chocolate. Não me esque-ço desse episódio, porque eu resolvi comer o doce assistin-do filme, dentro do meu quarto, que estava com a luz apagada. Conforme ia comendo, senti um gosto estranho, quando acendi a luz e olhei para den-tro do pacote, tinha uma teia de aranha, com várias delas dentro”, lembra.

Se, nos alimentos industria-lizados é comum acontecer essas descobertas, imagine refeições preparadas. “Com-prei uma pizza, dessas fabri-cadas em supermercado. Não sei porque, tive vontade de virar o meu pedaço no prato e pressionar a massa, que estava bem fofinha. Quando fiz isso, vi um ponto preto aparecer. Cortei a pizza e tinha um tufo de cabelo na massa. Senti muito nojo e joguei fora a pizza”, afirma a universitária Paula Cavalcante, 20.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Para o diretor da DVisa, Marco Fabris, ao encontrar corpos estranhos dentro dos alimentos o consumi-dor deve comunicar ao órgão de fiscalização, que deve realizar ins-peção na empresa. “A gente faz inspeção para analisar a qualidade do estabelecimento, verifi-car algum tipo de con-taminação do produto. Essa é uma análise complicada e trabalho-sa”, afirma.

A DVisa já realizou várias inspeções em fábricas de bebidas da capital. “Buscamos ver se houve falha. Em em-presas fora de Manaus, comunicamos a Anvi-sa”, explica. Detecta-das falhas, a empresa pode ser multada em até R$ 30 mil.

DVisa deve ser comunicada

JOEL ROSA

Preservativo no extrato de tomate resultou em processo

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012 C5

Adolescentes criminososCom pena máxima de três anos de reclusão, isso se matar ou estuprar, menores de idade ‘mergulham’ cada vez mais no mundo do crime. Com apenas dois centros de acolhimento, a maioria deles é solta de imediato

Antes “cobaias”, hoje também chefes do crime organizado. Crianças e adoles-

centes têm sido cada vez mais fl agrados em ações policiais e evidenciados pela mídia no comando de assaltos, estupros e até homicídios. A situação, na opinião de autoridades policiais e judi-ciais, trata-se de uma ques-tão social, que não pode ser resolvida com a redução da maioridade penal – que hoje é de 18 anos –, afi nal, mesmo com as penalidades aplica-das, ainda se faria necessá-ria a intervenção decisiva do poder público.

Mas o maior problema apontado pela sociedade atualmente, é que, mesmo penalizado, o infrator volta às ruas e quase sempre comete outros crimes. A situação leva ao questionamento de que, talvez, esses aprendizes do crime estejam sem rumo na capital amazonense.

Com apenas dois lugares para abrigar adolescentes que cometem infrações em

Manaus, só vão para o re-gime de internação os que cometerem crimes conside-rados “mais graves”. Entre os “graves” estão o estupro e o homicídio. Hoje, 88 foram enquadrados nesse conceito e são mantidos em regime de internato. Diariamente, na capital, 20 audiências são realizadas no Juizado de Me-nores todos os dias.

A recente identifi cação de três adolescentes em assalto, que vitimou com três tiros o tenente-coronel Luiz Gonza-ga, durante um assalto no sábado (4), torna a polêmica “falta de destino” dos meno-res criminosos ainda mais evidentes. No quinteto, esta-vam dois adolescentes de 16 anos e um de 17. Todos foram apreendidos e encaminhados à Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracio-nais (Deaai).

Rumo à delegaciaSegundo autoridades, atos

infracionais como o cometido por esses adolescentes, são em sua maioria, infl uencia-

dos por adultos ligados ao tráfi co de drogas, que até hoje se aproveitam da vulne-rabilidade e das penalidades menos rígidas para envolvê-los no mundo do crime.

Hoje, casos de polícia que envolvem menores na capital amazonense seguem para a Deaai. É na delegacia que o crime — registros de roubo e envolvimento lideram as ocorrências — é apurado e, após isso, encaminhado ao Juizado da Infância e da Ju-ventude Criminal.

Um adulto por trásO juiz titular da Vara Infra-

cional, Bismarque Gonçalves Leite, revela que 90% dos processos criminais enca-minhados ao seu setor têm ligação com entorpecentes e, em todos eles, um adulto no comando da situação.

“A desagregação familiar e a omissão do poder público são fatores com grande infl u-ência para que esse adoles-cente entre para o crime. Isso porque o trafi cante se apro-veita de sua vulnerabilidade

e se aproxima oferecendo dinheiro fácil. Dependendo da base e do apoio, o adolescen-te será manipulado”, alerta.

Segundo o magistrado, é por conta dessa influência que o tratamento judicial é diferenciado para os infra-tores. Leite diz que o tráfico é assunto sério, uma relação onde existe uma fidelidade impressionante.

“O adolescente assume o crime. Temos casos es-tarrecedores, que você fi ca impressionado. Eles fi cam coagidos. Nos quatro anos que atuo nesta Vara, nenhum adolescente falou o nome do trafi cante para o qual traba-lhava”, disse.

O juiz esclarece que, inde-pendentemente da infl uência de adultos, os jovens infrato-res respondem judicialmente pelo ato cometido e as infra-ções são sentenciadas com penalidades, que variam de acordo com os crimes.

Todas seguem o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e podem resultar em até 3 anos de reclusão. Adolescentes passam, no máximo, três anos em reclusão

Mesmo ao levantar a pos-sibilidade de reclusão de três anos, o juiz Bismarque Leite admite que, na maio-ria dos casos, são aplicadas penalidades de seis meses de medidas socioeducati-vas. Nelas, o adolescente presta serviços em hos-pitais, escolas ou outras entidades públicas.

E os casos de interna-ção no Centro Socioedu-cativo Dagmar Feitosa ou no Centro Socioeducativo Senador Raimundo Paren-te fi cam restritos a casos de homicídios e estupro. “Lá o tempo máximo de per-manência é de três anos. Cumprindo esse período, judicialmente, ele não deve nada para a Justiça”, diz.

O magistrado reforça que o problema não será resolvido com a maioridade penal. Para ele, é preciso reestruturar as famílias, dar escolas boas e o poder

público não se omitir. “A sociedade tem de trabalhar pelo jovem e é isso que fa-zemos aqui. Caso contrário, vamos criar marginais para amanhã”, diz.

Apuração de fatosA titular da Deaai, Júlia

Seixas, diz que, ao contrário do que a população pensa, os infratores são sim res-ponsabilizados pelos atos cometidos. De acordo com ela, todos os casos — na maioria grande parte por roubo e envolvimento com drogas — são apurados e investigados na delegacia e após isso encaminhados para a Justiça em um prazo mínino de 24 horas.

Ela, assim como o juiz Bismarque Leite, também diz acreditar que o jovem infrator entra no crime porque não tem estrutura familiar, ou acha divertido e acaba se envolvendo.

‘A sociedade tem de trabalhar’Segundo informações da

Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), responsável por adminis-trar os Centros Socioedu-cativos, 88 adolescentes cumprem pena com priva-ção de liberdade.

No Senador Raimundo Parente, com capacidade para 35 pessoas, atual-

mente existem 17 internos. Somente infratores até 16 anos são encaminhados para o local.

Já no Centro Socioedu-cativo Dagmar Feitosa, a capacidade é para 71 in-fratores com idade a par-tir de 16 anos. Atualmente 71 adolescentes cumprem medidas no local.

Dagmar com lotação máxima

- Na última semana, a Polícia Civil apreendeu três adolescentes suspeitos de assaltar, no último dia 4, uma padaria, na Zona Cen-tro-Oeste. Na ocasião o tenente-coronel da Polícia Militar, Luiz Gonzaga, foi baleado com três tiros.

Um deles disse ter atira-do por diversão. Ele já havia

participado de outros três assaltos na cidade.

- Na última quinta-feira (9), Francisco Soares Bit-tencourt, “o Chiquinho”, 19, foi preso sob acusação de recrutar adolescentes para atuar em uma quadrilha de assaltantes de estabeleci-mentos comerciais.

Os últimos casos registrados

FOTOS: SHANA REIS

Bismarque diz que os crimes têm adultos no comando

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012 C5

Adolescentes criminososCom pena máxima de três anos de reclusão, isso se matar ou estuprar, menores de idade ‘mergulham’ cada vez mais no mundo do crime. Com apenas dois centros de acolhimento, a maioria deles é solta de imediato

Antes “cobaias”, hoje também chefes do crime organizado. Crianças e adoles-

centes têm sido cada vez mais fl agrados em ações policiais e evidenciados pela mídia no comando de assaltos, estupros e até homicídios. A situação, na opinião de autoridades policiais e judi-ciais, trata-se de uma ques-tão social, que não pode ser resolvida com a redução da maioridade penal – que hoje é de 18 anos –, afi nal, mesmo com as penalidades aplica-das, ainda se faria necessá-ria a intervenção decisiva do poder público.

Mas o maior problema apontado pela sociedade atualmente, é que, mesmo penalizado, o infrator volta às ruas e quase sempre comete outros crimes. A situação leva ao questionamento de que, talvez, esses aprendizes do crime estejam sem rumo na capital amazonense.

Com apenas dois lugares para abrigar adolescentes que cometem infrações em

Manaus, só vão para o re-gime de internação os que cometerem crimes conside-rados “mais graves”. Entre os “graves” estão o estupro e o homicídio. Hoje, 88 foram enquadrados nesse conceito e são mantidos em regime de internato. Diariamente, na capital, 20 audiências são realizadas no Juizado de Me-nores todos os dias.

A recente identifi cação de três adolescentes em assalto, que vitimou com três tiros o tenente-coronel Luiz Gonza-ga, durante um assalto no sábado (4), torna a polêmica “falta de destino” dos meno-res criminosos ainda mais evidentes. No quinteto, esta-vam dois adolescentes de 16 anos e um de 17. Todos foram apreendidos e encaminhados à Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracio-nais (Deaai).

Rumo à delegaciaSegundo autoridades, atos

infracionais como o cometido por esses adolescentes, são em sua maioria, infl uencia-

dos por adultos ligados ao tráfi co de drogas, que até hoje se aproveitam da vulne-rabilidade e das penalidades menos rígidas para envolvê-los no mundo do crime.

Hoje, casos de polícia que envolvem menores na capital amazonense seguem para a Deaai. É na delegacia que o crime — registros de roubo e envolvimento lideram as ocorrências — é apurado e, após isso, encaminhado ao Juizado da Infância e da Ju-ventude Criminal.

Um adulto por trásO juiz titular da Vara Infra-

cional, Bismarque Gonçalves Leite, revela que 90% dos processos criminais enca-minhados ao seu setor têm ligação com entorpecentes e, em todos eles, um adulto no comando da situação.

“A desagregação familiar e a omissão do poder público são fatores com grande infl u-ência para que esse adoles-cente entre para o crime. Isso porque o trafi cante se apro-veita de sua vulnerabilidade

e se aproxima oferecendo dinheiro fácil. Dependendo da base e do apoio, o adolescen-te será manipulado”, alerta.

Segundo o magistrado, é por conta dessa influência que o tratamento judicial é diferenciado para os infra-tores. Leite diz que o tráfico é assunto sério, uma relação onde existe uma fidelidade impressionante.

“O adolescente assume o crime. Temos casos es-tarrecedores, que você fi ca impressionado. Eles fi cam coagidos. Nos quatro anos que atuo nesta Vara, nenhum adolescente falou o nome do trafi cante para o qual traba-lhava”, disse.

O juiz esclarece que, inde-pendentemente da infl uência de adultos, os jovens infrato-res respondem judicialmente pelo ato cometido e as infra-ções são sentenciadas com penalidades, que variam de acordo com os crimes.

Todas seguem o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e podem resultar em até 3 anos de reclusão. Adolescentes passam, no máximo, três anos em reclusão

Mesmo ao levantar a pos-sibilidade de reclusão de três anos, o juiz Bismarque Leite admite que, na maio-ria dos casos, são aplicadas penalidades de seis meses de medidas socioeducati-vas. Nelas, o adolescente presta serviços em hos-pitais, escolas ou outras entidades públicas.

E os casos de interna-ção no Centro Socioedu-cativo Dagmar Feitosa ou no Centro Socioeducativo Senador Raimundo Paren-te fi cam restritos a casos de homicídios e estupro. “Lá o tempo máximo de per-manência é de três anos. Cumprindo esse período, judicialmente, ele não deve nada para a Justiça”, diz.

O magistrado reforça que o problema não será resolvido com a maioridade penal. Para ele, é preciso reestruturar as famílias, dar escolas boas e o poder

público não se omitir. “A sociedade tem de trabalhar pelo jovem e é isso que fa-zemos aqui. Caso contrário, vamos criar marginais para amanhã”, diz.

Apuração de fatosA titular da Deaai, Júlia

Seixas, diz que, ao contrário do que a população pensa, os infratores são sim res-ponsabilizados pelos atos cometidos. De acordo com ela, todos os casos — na maioria grande parte por roubo e envolvimento com drogas — são apurados e investigados na delegacia e após isso encaminhados para a Justiça em um prazo mínino de 24 horas.

Ela, assim como o juiz Bismarque Leite, também diz acreditar que o jovem infrator entra no crime porque não tem estrutura familiar, ou acha divertido e acaba se envolvendo.

‘A sociedade tem de trabalhar’Segundo informações da

Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), responsável por adminis-trar os Centros Socioedu-cativos, 88 adolescentes cumprem pena com priva-ção de liberdade.

No Senador Raimundo Parente, com capacidade para 35 pessoas, atual-

mente existem 17 internos. Somente infratores até 16 anos são encaminhados para o local.

Já no Centro Socioedu-cativo Dagmar Feitosa, a capacidade é para 71 in-fratores com idade a par-tir de 16 anos. Atualmente 71 adolescentes cumprem medidas no local.

Dagmar com lotação máxima

- Na última semana, a Polícia Civil apreendeu três adolescentes suspeitos de assaltar, no último dia 4, uma padaria, na Zona Cen-tro-Oeste. Na ocasião o tenente-coronel da Polícia Militar, Luiz Gonzaga, foi baleado com três tiros.

Um deles disse ter atira-do por diversão. Ele já havia

participado de outros três assaltos na cidade.

- Na última quinta-feira (9), Francisco Soares Bit-tencourt, “o Chiquinho”, 19, foi preso sob acusação de recrutar adolescentes para atuar em uma quadrilha de assaltantes de estabeleci-mentos comerciais.

Os últimos casos registrados

FOTOS: SHANA REIS

Bismarque diz que os crimes têm adultos no comando

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Escola reserva tempo para acalmar as crianças, por meio do relato de historinhas. Com materiais didáticos, método incentiva a leitura e estimula a criatividade

Ânimos são ‘adormecidos’ por um mundo imaginário

Quem nunca se imagi-nou no paraíso, onde viveu apenas o casal Adão e Eva? Adão, o

primeiro ser humano criado

por Deus e Eva, feita a partir da costela de Adão. Um local utópico, onde se vive harmo-nicamente e sem conflitos. É nesse contexto que a Escola Estadual de Tempo Integral Rafael Henrique Pinheiro dos Santos, na comunidade Jesus

Me Deus, Zona Norte, im-plantou o projeto “Viajando no Mundo da Imaginação”. O objetivo? Estimular o imagi-nário infantil.

A idealizadora do projeto, a pedagoga Ida Laura Santos, explica que a ideia é transpor-

tar as crianças a um mundo onde a magia e a imaginação reinem. “Desde que passei a coordenar os projetos da es-cola, senti a necessidade de implantar algo que pudesse acalmar as crianças e estimu-lá-las a sonhar”, ressalta.

AURIANE CARVALHOEquipe EM TEMPO

Pequenos alunos aproveitam momentos de interação e histórias

A gestora da escola, Nizete Correa Nunes, informa que o projeto foi implantado em abril deste ano e é aplicado, uma vez por semana, em cada turma. A escola, segundo ela, tem 12 tur-mas do 1º ao 5º ano de Educação Infantil e um total de 465 crianças, de seis aos 12 anos.

“Como a escola funciona em tempo integral, sentimos a necessidade de desen-volver algo que pudesse descontrair nossas crianças e, ainda, esti-mular o ensino/apren-dizado. O projeto é um sucesso. Nos dias do programa, as crianças ficam ansiosas e par-ticipam de todos os momentos do relato de histórias”, declara.

Violência esquecidaComo o projeto pro-

move a difusão da li-teratura por meio do relato de histórias, do uso de fantoches, do flanelógrafo, e do relato de histórias da cultura mundial, é possível no-tar o imaginário sendo estimulado e permite, por meio da contextu-alização da linguagem no mundo das histórias, que os pequenos esque-çam a violência sofrida no dia a dia.

Todas as turmas têm sua ‘viagem’

O pequeno Marcos Daniel da Silva, 9, alu-no do 4º ano, diz que a participação na oficina “Viajando no Mundo da Imaginação” despertou, nele, interesse ainda maior pelo mundo da lei-tura. Ele revela que hoje adora as histórias.

“Eu sempre gostei de estudar, mas passei a ter mais vontade quan-do comecei a participar do projeto. Gostei muito da história que a profes-sora contou sobre Adão e Eva. Eu me imaginei naquela época”, diz.

O estudante Jurgen Mateus Orofino, 9, diz que as histórias con-tadas parecem reais. “Para mim, o projeto é a parte mais legal de vir à escola; o momento mais divertido”, conclui.

Crianças aprovam iniciativa

DIEGO JANATA

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Lentes de contato vendidas na rua custam caro à visãoPopulação ignora cuidados com higiene e prescrição médica e se aventura ao comprar lentes de contato em barracas

Apenas dois dias de uso da lente de contato — emprestada de uma amiga da escola

— foram suficientes para a estudante E.S., 21, desenvol-ver sérios problemas e perder a visão do olho esquerdo. “Eu emprestei de uma amiga e ela tinha comprado uma lente de “beira de rua”. Mas eu não sabia que ela já tinha empres-tado para outra pessoa, que não soube cuidar e fez soro caseiro com sal e açúcar para limpar a lente”, lembra.

Na época do episódio, a jovem tinha 16 anos. Depois disso, no período de cinco anos ela se submeteu a duas cirurgias e hoje, se prepara para a terceira.

“Eu comecei a sentir um incômodo, mas achei que não ia afetar tanto. Meu olho ficou vermelho e abriu um pontinho branco. Fui ao médico e ele passou remédio e repouso. Ia melhorar, mas tive que sair e acabei suando. No outro dia, o branco ficou enorme. Eu ainda comi salgado de camarão e ficou inflamado. Não teve jeito, tive de recor-

rer ao transplante de córnea”, lembra. Na primeira tentativa, houve rejeição. Após o se-gundo transplante, a jovem desenvolveu glaucoma.

Em setembro, ela realiza ou-tra cirurgia para reduzir os danos da pressão alta para, depois, aguardar pela libe-ração de outra córnea para transplante e, torcer para não haver nova rejeição. “Hoje sin-to muita dor de cabeça, mas é uma dor diferente, que quei-ma”, afirma.

Dentre os cuidados com o olho, a jovem não dispensa os óculos escuros, usa dois colírios diariamente e toma um remédio para evitar a dor. “Eu tinha 16 anos e fui muito burra. Não sabia mesmo que era tão grave. Mas eu ainda tenho esperança de encontrar uma córnea disponível e que meu organismo não rejeite”.

Vendida em barracasE.S. é apenas um dos exem-

plos de vítimas da venda de lentes de contato sem ga-rantias. Em meio a cartazes de operadoras de celular e marcas de bebidas, um ban-ner com o texto “Lentes de contato. Fique mais bonita”, pode até passar despercebido

aos olhos menos atentos. Mas a propaganda fica irresistível quando o comerciante anun-cia o preço de apenas R$ 35, o par das lentes. É em uma “banquinha” simples, em via pública — na Zona Norte da cidade — que a vaidade, dis-puta espaço com salgadinhos, refrigerantes e doces.

O vendedor explica que ofe-rece o produto a um valor abai-xo dos concorrentes, porque compra as lentes no atacado, na ilha de Margarita, na Ve-nezuela. “É R$ 35 e está de promoção. Essa marca custa R$ 125 no shopping. O mais barato é aqui mesmo”.

Para os menos experientes, ele dá, inclusive, dicas de como utilizar as lentes. “Só você pode colocar sua lente no seu olho, só você mesmo. É só pe-gar com o dedinho e olhar para baixo. Não precisa colocar na bolinha. Você solta e olha pra cima que sobe sozinha”.

Porém, o vendedor alerta: as lentes não podem acompa-nhar o dono no banho ou o sono e, não possuem garantia. Mas se o cliente preferir “algo se-guro”, ele oferece outra marca, com um ano de garantia, por R$ 600, parcelados em até quatro vezes no cartão.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Para o presidente da So-ciedade de Ostalmologia do Amazonas (SOA), o ostalmo-logista Dennis Ramos, uti-lizar lentes sem garantias ao consumidor, pode trazer sérios riscos à saúde.

“Na realidade, parte do princípio que a indicação das lentes de contato é ato

médico. Oferecer lentes sem a indicação ou supervisão de médico é crime. As lentes têm de ter registro Anvisa. Se o vendedor não oferece garantia, talvez não seja tão sério. Cabe representação na Coordenação de Vigilân-cia Sanitária (Covisa) para fiscalizar”, alerta.

Segundo o médico, grande parte dos transplantes de córnea realizados no Amazo-nas é motivada por proble-mas ocasionados pelo uso errado de lentes de contato. “Sem a devida higiene, a pes-soa pode contaminar outra. A lente leva a bactéria de um para outro”, conclui.

É necessário denunciar à Covisa

Em barracas na capital amazonense é comum notar a venda de lentes sem prescrição médica

JOEL ROSA

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

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MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012 [email protected] (92) 3090-1042

Yara Costa no ‘teatro’

Plateia D3

JOEL ROSA

Paixão passada

Pais e fi lhos que dividem os palcos locais falam das alegrias e desafi os de se apresentarem em família e como foi para a musicalidade surgir nos fi lhos ainda pequenos

de pai para fi lho

O amor pela música está no sangue, di-zem. Sendo assim, é apenas natural

– ou melhor, biológico – que a paixão por ouvir, tocar e cantar seja passada à diante para os fi lhos, como uma espécie de herança. Os palcos de Manaus provam isso, já que recebem bandas que contam com duas gera-ções de músicos da mesma família, como é o caso da Band & Donna, de Francis-co e Guilherme Franco, pai e fi lho que compartilham, acima de tudo, o amor ao rock n’ roll. O cantor Cileno, que conta com seu fi lho no contrabaixo de sua banda, e Sofi a Amoedo, que cos-tuma dividir o palco com seu pai, reforçam essa tese e garantem: a paixão foi transferida do pai.

No caso do paulista Fran-cisco Franco, pode-se di-zer que a alma roqueira também foi compartilhada com Guilherme, já que o pai sempre se preocupou com a educação musical dos fi lhos. “Não deixava os meninos ouvirem ‘tranquei-ras’ musicais”, afi rma. “Toda vez que apareciam músicas

medíocres em casa, ia para o aparelho de som provar, primeiro, porque a tal músi-ca era sem alma e comercial e, depois, mostrar mais rock n’ roll, com minhas histórias e infl uências”, recorda.

Guilherme lembra bem a primeira vez que o pai o ensi-nou a ouvir música, quando ele tinha, no máximo, 5 anos. “Duas músicas em especial, ‘Brothers in Arms’, do Dire Straits, e ‘Fluff y’, do Black Sabbath, foram defi nitiva-mente as responsáveis por esse grande amor pela mú-sica que carrego até hoje”, conta Guilherme. “Se não fosse por ele, a música não seria tão presente em mim como ela é”, acrescenta.

Francisco garante que eles estão sempre apren-dendo um com o outro. “Passo mais o espírito e a intenção do rock que apren-di nos anos 60 e 70 e o Gui me passa a técnica e a ins-piração de um grande mú-sico, com todas as moder-nidades”, afi rma. “Sempre trocamos conhecimentos sobre ritmos, riff s e solos, mas eu, honestamente, sei que aprendo muito mais com ele do que vice-versa”, acredita Guilherme, dizen-do ver o seu pai como “um mestre insuperável”.

VICTOR AFFONSOEspecial EM TEMPO

Com o cantor Cileno e seu fi lho, Marcos Cileno, a his-tória foi o inverso. “Quando eu nasci meu pai já fazia su-cesso, então cresci vendo ele tocar”, lembra Marcos. “Mas ele sempre me deixou muito à vontade para es-colher o que eu queria fa-zer, nunca me pressionou a seguir a carreira musical”, diz. Depois de se aventurar pela natação e skate, aos 18 anos Marcos pediu de presente ao seu pai um contrabaixo. “Sempre fi-quei na minha, fui criado assim e segui a mesma doutrina, mas quando ele me pediu o instrumento, fiquei muito feliz”, admite Cileno, rindo.

“Só quando vi que era isso que ele queria mesmo é que fui orientá-lo, falei que ele precisaria se esforçar e escutar de tudo, para poder ser um instrumen-tista completo”, afi rma o veterano. Mas o talento era incontestável e, há 10 anos, Marcos integra a banda do pai, dividindo seu tempo com a Cabocrioulo, grupo

que ajudou a criar ao lado de Milton Jorge.

“Querendo ou não meu pai é a minha maior infl u-ência, admiro ele. E esse lance do respeito do públi-co, que diz ‘ah, você é fi lho do Cileno’ é legal também... às vezes”, brinca Marcos.

“Mas a nossa sintonia é legal, tanto no palco quan-to nos ensaios”, ressalta. Mas trabalhar entre família exige cobrança. “Eu o trato como qualquer outro músi-co que trabalha comigo. Se chegou atrasado, desconto no pagamento e chamo atenção”, admite Cileno.

Escolha sem nenhuma pressão

Marcos Cileno cresceu vendo o sucesso do pai Cileno

DESTAQUEA interação entre alguns pais e fi lhos em Manaus é por meio da música. É no palco que Marcos e Cileno, Guilherme e Franco e Sofi a e Lú-cio mostram a maior sintonia

Francisco e Guilherme Franco: amor ao rock’n’roll

Já para a cantora Sofi a Amoedo, o processo foi o mais tranquilo possível. “Foi algo natural, ela se interessou pela música e absorvia o que eu ensi-nava muito rápido, com muito interesse”, conta Lúcio Amoedo, seu pai. Quando Sofi a tinha ape-nas 10 anos, ela pediu a ele para lhe ensinar a tocar violão e desde então a paixão pela mú-sica, compartilhada entre a família, só cresceu.

“Ele sempre trabalhou com música, então mi-nha vida foi ver ele to-car. E claro, quis seguir

essa mesma carreira por causa dele”, revela Sofi a - que também integra o grupo Imbaúba, de Celdo Braga - dizendo que a linha de infl uência, que vai da MPB ao pop-rock veio dele, enquanto o gosto pelas canções internacio-nais, presentes no reper-tório de seus shows, é a sua contribuição. “Quando nos apresentamos juntos, temos uma sintonia quase perfeita”, avalia Sofi a. “Ela tem a veia muito forte e a aptidão pela música sem-pre foi muito fácil. Além de orgulhoso, me sinto reali-zado”, completa Lúcio.

Herança da música foi natural

Sofi a se inspirou no pai Lúcio Amoedo aos 10 anos

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

>> O governador Omar Aziz estará aniversariando amanhã. Um dos mais expressivos administradores públicos do Amazonas, Omar é um dos nomes mais especiais da política local. Assi-na uma administração de sucesso. É um amigo muito querido da coluna. Cumprimentos especiais.

>> Ana Eunice Alves está circulando em temporada de férias em Nova York.

>> Fábio Souza Lima estréia idade nova neste domingo.

>> Iolandinha Oliveira desembarcou de sua viagem a Rússia ao lado dos fi lhos Louise e João Neto.

>> Amanhã, uma das mulheres mais chiques da cidade estará trocando de idade: Vânia Lustoza Sabbá. Estará no alvo de cumprimentos.

>> A chique dermatologista Patrícia Akel está no link ‘Look da Semana’do badalado site Conteúdo. Para acessar: www.conteudochic.com.br.

>> Vitrine

O querido governador Omar Aziz, o aniversariante de ama-nhã, recebendo os cumprimentos antecipados da coluna

Raquel e Airton Claudino durante circulada na cena social da cidade

. Com o tema ‘A Amazônia no Cenário Global do Clima’, a Universidade Federal do Estado do Amazonas (Ufam) realiza o 10º Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfi ca no pe-ríodo de 19 a 23 de novembro.

. O evento consiste em promover a di-vulgação, a socialização e a discussão do conhecimento na área de Climatologia Geo-gráfi ca, por meio da integração de pesquisa-dores, professores, alunos e profi ssionais de diferentes áreas de atuação, em espaços de comunicação, possibilitando o intercâmbio de experiências, tanto regional quanto nacional.

>> Simpósio

. O governo do Amazonas, por meio do Instituto de Desen-volvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), está oferecendo até o próximo dia 19, o “Treinamento sobre levantamento noturno de jacarés” a 15 comunidades, que fazem parte da área do rio Solimões de Baixo, no município de Fonte Boa.

. A capacitação é parte de um dos pré-requisitos de aprovação do projeto “Conceitos, Princípios e Técnicas para o Manejo de Crocodilos” que se encontra em fase fi nal de elaboração, pela Gerência de Animais Silvestres (Geas) do Idam.

. O treinamento será ministrado pelo biólogo responsável pelo projeto, Eduardo Conde Moura, com apoio do técnico em agropecuária Laerte Cruz. “Vamos levar os métodos teóricos e práticos precisamente aos habitantes do lago Grande, lago Acapú e lago Comprido, locais que estão sendo estudados para implantação do manejo de jacarés, porém, antes disso, precisamos levar conhecimentos científi cos e práticos referentes ao réptil”, explicou o biólogo.

>> Croco

. A exposição de fotografi as “Manaus Retratos de uma Brasileira” entra em cena na próxima terça-feira.

. A exposição é assinada pela top-fotógrafa Ruth Jucá, artista contemplada no ProArte 2010, programa de apoio a projetos artísticos do Governo do Amazonas, executado pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC).

. Com curadoria do artista plástico Jandr Reis, a mostra poderá ser visitada até o dia 15 de setembro, na Casa das Artes (rua José Clemente, Centro). Vale conferir.

>> Artes visuais

Alice Lins, enchendo de alto as-tral evento no Ephigênio Salles

. A febre da tapeçaria na moda é uma realidade.

. A nova versão da bolsa ‘Miss Sicily’ da Dolce & Gabbana, é feita em ponto cruz e faz parte da coleção do inverno 2012/2013 da marca. Preço sob consulta.

>> Objeto de desejo

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Herdeira passa a dirigir a companhia Cisne Negro Filha de Hulda Bittencourt é a nova diretora do grupo paulista que foi destaque no 5º Festival Amazonas de Dança

Após passar por todos os ensinamentos e che-gar a ter o balé como sua profissão, Daniele

Bittencourt assumiu a direção artística do Estúdio de Ballet Cisne Negro, desde o início do ano. Ao lado da mãe, Hulda Bittencourt, idealizadora da academia de dança, a bailarina enfrenta o desafio de liderar os trabalhos e dar continuidade ao projeto, que inclui a companhia de nome homônimo. Contudo ela avisa: “Minha mãe não se aposentou”, disse.

Dany, como é conhecida no meio artístico, ingressou na companhia aos 13 anos, onde dançou até os 33, período em que deu uma pausa devido a gravidez. A bailarina conta que desde a infância sempre foi apaixonada pela dança, senti-mento que ela atribui à mãe, que construiu uma história no balé brasileiro. “Como dirigente, minha mãe nunca misturou as

coisas e não fui privilegiada em nada”, comenta.

Experiente A diretora, até então ape-

nas bailarina, chegou a passar alguns anos no Canadá. Ela conta que neste período vários assistentes atuaram na aca-demia e ao retornar ao Brasil assumiu a vaga deixada por um profissional que havia saí-do da companhia. “Fui bailari-na, assistente de coreografia, atuei na direção de ensaio e hoje, estou na direção artís-tica. Foi muito trabalho para chegar até aqui”, disse.

De acordo com Dany, a notícia que seria diretora do estúdio foi divulgada em uma lista, em reunião com o corpo do-cente da academia. A diretora recorda que ficou assustada porque não esperava o convite da mãe, ao ver que Hulda dava conta de todos os trabalhos, sem precisar de ajuda. “Acho que ela quis me premiar. Ao ver meu nome como diretora fiquei surpresa”, disse.

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

Dany Bittencourt ainda enfatiza que a palavra “apo-sentadoria” não combina com as características da sua genitora e nega a co-gitação de que a matriarca poderia deixar a direção da escola sob sua total res-ponsabilidade. “Não a vejo aposentada porque ela é muito ativa. Ela está muito bem e não vejo motivos para se aposentar”.

A artista também con-fessa que de início, não acreditou que o trabalho ao lado da mãe fosse dar certo pelo grau de parentesco. Dany pensou que pudessem ter incompatibilidade de ideias, porém, afirma estar surpresa com o resultado da parceria. “Temos comu-nhão de opiniões, a nossa linha histórica contribui

para isso e o trabalho flui muito bem”, comemora.

CurrículoEm meio século, vários

profissionais passaram pela Cisne Negro, inclu-sive internacionais. A di-retora lembra que no iní-cio dos trabalhos Hulda chegou a hospedar muitos na própria casa, enquanto participavam dos espetá-culos. Para Dany, essas lembranças representam a importância do projeto desenvolvido pela mãe. “O estúdio e a companhia são a nossa vida. Não me vejo longe disso. Meu pai, que era engenheiro químico, deixou a profissão para apoiar a ideia e investiu nesse sonho. Criamos mui-tos laços”, afirma.

Hulda: nada de aposentadoria

Dany Bittencourt integra o grupo desde os 13 anos de idade

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Tucumanos em busca da ida aos Estados Unidos

Recém-chegados de São Paulo, onde estive-ram cumprindo agenda de shows e resolvendo buro-cracias necessárias para obtenção do visto de turis-ta no passaporte para via-jar aos Estados Unidos, os músicos da banda amazo-nense Os Tucumanus ain-da precisam correr contra o relógio para garantir ar-recadação de doações em dinheiro, a partir da plata-forma virtual Catarse.me, cujo destino é ajudar na compra das passagens aé-reas para Nova York, onde participam, em setembro, do evento Brazilian Day.

Dos R$ 10 mil registra-dos como meta a ser atin-gida pelo site Catarse.me, o grupo conseguiu captar pouco mais de 10% do valor, apenas. Contudo, o prazo estabelecido para alcançar a cifra total ex-pira no próximo dia 25 de agosto, um dia antes de os artistas embarcarem para Nova York.

A situação, contudo, apresenta uma peculiari-dade. Pelas regras da ad-ministração da plataforma de patrocínio colaborativo, se o valor estipulado como meta não for captado no tempo máximo, o proje-to não recebe sequer o

dinheiro arrecadado até aquele momento. Ou seja, investidores recebem de volta o que depositaram e à banda nada é repassa-do. “Na pior das hipóteses, se conseguirmos atingir a metade disso, vamos fa-zer um esforço para nós mesmos completarmos os 50% restantes com algumas economias que temos em caixa, e garantir o repasse da arrecadação pelo site”, comenta o gui-tarrista Denílson Novo.

UtilizaçãoA plataforma é utilizada

em outras regiões do país e há pouco tempo vem se tornando conhecida pelos amazonenses. Para con-tribuir com o projeto de apoio à viagem da banda Os Tucumanus a Nova York, o site dispõe de diversas faixas de valores, variando de R$ 10 e R$ 5 mil.

Para cada intervalo de recursos pré-estabelecidos existe uma “recompensa” para o investidor, como for-ma de agradecimento pelo apoio, incluindo contrapar-tidas como revista com le-tras e cifras das músicas da banda, CDs, adesivos com a logo da banda, camisetas, show completo e inserção da marca do patrocina-dor em todas as ações de marketing da banda, entre outras condições.

MÚSICA

O ventríloquo Oscarino Farias, que se apresenta com o boneco há 55 anos, dá início a uma série de shows a partir de hoje, às 18h, com entrada gratuita

Peteleco abre temporada na Casa Ivete Ibiapina

O ventríloquo Osca-rino Farias Varjão deve muito ao seu boneco Peteleco.

Caminhando lado a lado na mesma estrada há 55 anos, completados no último mês de maio, eles já se apresen-taram em mais de três mil cidades brasileiras – a maioria visitada durante uma “turnê” contínua que durou mais de 2 anos, na década de 1960 – e começam hoje uma tem-porada de shows na Casa de Música Ivete Ibiapina, sempre aos domingos.

O palco, em que a dupla se apresentará até o fim do ano, é o do Teatro de Bonecos Peteleco, em home-nagem ao “pretinho”. Apesar dessas apresentações esta-rem destinadas ao público in-fantil, Oscarino afirma que a diversão é garantida para to-das as faixas etárias. “Apre-sento-me para todo tipo de público, em locais que vão desde igrejas evangélicas até a Casa da Criança. Procu-ro desenvolver um trabalho que agrade a todos, sempre com o objetivo de fazer rir”, afirma. No repertório da dupla, piadas, histórias engraçadas e diálogos entre o ventríloquo e

o boneco garantem a diver-são durante os 45 minutos de apresentação.

Aos 77 anos de idade - ape-sar da sua carteira de identi-dade mostrar 75 anos, um erro do escrivão, segundo Oscarino -, ele diz que deve tudo que tem ao Peteleco. “O Peteleco

foi meu quarto boneco, mas foi o que ficou mais famoso e que me trouxe muita sorte, além do povo ter gostado mais, e então decidi continuar meu trabalho só com ele”, lembra Oscarino, dizendo, também, que já nasceu ventríloquo. “Na época de moleque, na escola, eu já fazia essas presepa-das, mas sem saber o que era. Fazia só por brincadeira mesmo. Depois é que fui me aperfeiçoando na técnica e levei como profissão, a única que tive na verdade”, conta.

VICTOR AFFONSOEspecial EM TEMPO

PALCOA apresentação do boneco e seu criador Oscarino Varjão será realizada no palco Te-atro de Bonecos Pete-lecos montado dentro do espaço Casa Ivete Ibiapina, aos domin-gos, gratuitamente

Oscarino já viajou se apre-sentando pelo Brasil todo, de Norte a Sul, e estima já ter passado por três mil ci-dades nacionais. “A maioria foi em 1962. Não tinha nada de valor aqui em Manaus e fui para Porto Velho, passar umas semanas. Voltei e me-nos de uma semana depois

segui para Belém, de onde fui até o Rio Grande do Sul, sempre com o Peteleco”, recorda. As apresentações no Teatro de Bonecos Pe-teleco, na Casa de Música Ivete Ibiapina, acontecem todo domingo, a partir de hoje, sempre às 18h, com entrada gratuita.

Mais de 3 mil cidades visitadas

Criador e criatura entram em temporada a partir de hoje

DIVULGAÇÃO

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Uma bailarina a serviço da teatralidade do EstadoYara Costa é mestre em performance artística e assume a coordenação do curso de teatro da universidade estadual

Desde o início do mês, a bailarina Yara Costa assumiu a coordena-ção do curso de tea-

tro da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O novo desafio na carreira promete ser caracterizado pela luta por melhorias internas com refle-xos na qualidade do ensino aos graduandos, passando pela luta para a conquista de profes-sores concursados e até ade-quações de espaços físicos que beneficiem universitários dos demais segmentos das artes, abraçados pela instituição.

Yara Costa admite que sua coordenação (em substituição a Gislaine Pozzeti, que pediu afastamento para concluir curso de mestrado) tende a ser temporária. “Ao contrário do curso de dança, do qual integro o corpo docente, o de teatro ainda não tem profes-sores concursados e o cargo exige isso”, explica a bailarina, mestre em performance artís-tica pela Universidade Técnica de Lisboa e especialista em coreografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

De fato, a UEA já iniciou o processo de seleção de docen-

tes para diversas disciplinas dos cursos de artes, incluindo seis vagas divididas para “dra-maturgia, história do teatro e ensino do teatro” (1), “ceno-grafia e ensino do teatro” (1), e “teatro e ensino do teatro” (4). As inscrições encerraram no dia 16 de julho, mas a ins-tituição afirma que ainda não há previsão para a realização

das provas. “De forma geral, ainda temos certa fragilidade no campo das artes cênicas no Amazonas. Precisamos de mais espaço e pesquisa. Penso que a dança parece mais for-talecida por causa do próprio curso, que está ampliando sua estrutura. Pretendo, no teatro, dar continuidade ao trabalho da coordenação anterior. In-clusive, estamos nos prepa-

rando para adequar a sala de dança (equipada com barras e espelhos) em um ambiente mais cênico”, enfatiza Costa. As mudanças na concepção desse espaço físico pode passar por, inclusive, mudança na cor base das paredes. “Vamos usar pin-tura preta porque precisamos da neutralidade para experi-mentar. Acaba se tornando um local mais próximo do que é a realidade dos palcos. Todas as transformações não vão causar prejuízo para as aulas de dança, de forma que todos possam ser beneficiados”, explica.

A ampliação de laboratórios para ambos os cursos também é um dos objetivos pretendi-dos pela coordenadora. Exis-te, segundo ela, a intenção de abraçar o Teatro Américo Alvarez como uma extensão da sala de aula, por exemplo. “No momento, o local está em reforma, mas assim que possí-vel voltaremos a articular essa possibilidade”, diz a coordena-dora. A discrepância apontada entre o curso de dança e o de teatro possivelmente se deve ao fato de o primeiro existir desde 2001, enquanto o outro teve suas atividades iniciadas em 2010, apenas. Atualmente, existem seis professores espe-cíficos para o curso de teatro.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

CARREIRAO novo desafio da carreira artística de Yara Costa é coordenar o curso de teatro da Universidade do Esta-do do Amazonas (UEA). Ela assumiu o lugar de Gislaine Pozzeti, que pediu afastamento

Além de professora da UEA desde 2002, Yara Costa já esteve à frente da coordenação de cul-tura do Serviço Social do Comércio (Sesc-AM), em 2009, e é diretora e fundadora da Índios.com Cia. de Dança, há 11 anos em atividade, composta por 13 in-tegrantes. O principal diferencial do grupo é a pesquisa da cultura indí-gena e sua releitura, a partir de conceitos de dança contemporânea. Alguns de seus espetá-culos são “O Processo”, “Ritos de Passagem” e o mais recente “Ras-tros Híbridos”, con-templado com prêmio Funarte (Fundação Na-cional das Artes) para a Mostra Nacional de Dança e Teatro – Mam-bembão 2012.

Artista é diretora de companhia

Yara Costa assumiu o curso de teatro da universidade do estado

JOEL ROSA

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4As viagens, os contatos e as comunicações

são favorecidos por eventos ou condições renovadoras. Um bom dia para afi rmar seus relacionamentos e fazer novos contatos.

TOURO - 20/4 a 20/5A lida com dinheiro e bens materiais é favo-

recida por ideias ou planos fora do comum. Um dia para trabalhar mais do que o comum. Use bem seus melhores recursos e talentos.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6Seu estado de ânimo é afetado positivamente

pelas relações afetivas e pelas boas conversas com as pessoas. Este é um dia para você es-tabelecer bons relacionamentos.

CÂNCER - 22/6 a 22/7Um dia para você lidar bem com seus pro-

blemas de momento. Mantenha a lucidez e procure a causa real dos problemas, para lidar com eles de maneira efi caz.

LEÃO - 23/7 a 22/8As relações de amizade e afeição são favo-

recidas por uma boa conversa e pelos aspectos radiantes e positivos de sua personalidade. Você se entende com as pessoas.

VIRGEM - 23/8 a 22/9A lida com a rotina profi ssional será favo-

recida pela superação de velhas limitações e pelo aporte de bons recursos materiais e de seus talentos pessoais.

LIBRA - 23/9 a 22/10Hoje é bom momento para você refl etir sobre

as ações no trabalho, os grandes projetos e os valores que orientam suas atitudes. Mantenha-se fi rme no bom caminho.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11Bom momento para você se debruçar sobre

situações e questões difíceis de lidar. Pode resolver problemas em seu trabalho ou mesmo receber algum apoio para ele.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12O relacionamento a dois ganha dinâmica mais

forte e positiva, por meio de outras relações anexas, como amizades e meios sociais que lhe seja favorável.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1Seus pensamentos e gestos dão maior impulso

às atividades de trabalho. Um dia para trabalhar bastante e contar com bons apoios e recursos que lhe sejam favoráveis.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2As expectativas no campo afetivo e amoroso

crescem, abrindo-se a um futuro promissor. Os estudos e atividades intelectuais também estão bastante favorecidos.

PEIXES - 19/2 a 20/3A inquietação emocional leva-o a buscar

outras alternativas para o que já estava es-tabelecido. Bom momento para as relações familiares e para melhorar seu conforto.

Programação de TV

05h00 – Aventura Selvagem – reprise

06h00 – Pesca Alternativa

07h00 – A Grande Ideia

07h30 – VRUM

08h00 – PGM Manazinha – local

08h30 – Chaves

09h00 – Sorteio Amazonas dá Sorte

- local

10h00 – Domingo Legal

14h00 – Eliana

18h00 – Vamos Brincar de Forca

18h40 – Sorteio da Telesena

18h45 – Programa Sílvio Santos

23h00 – De Frente com Gabi

00h00 – Série: O Mentalista/ The

Mentalist

01h00 – Série: O Alvo / Human

Target

02h00 – Série: Agentes Secretos /

Undercovers

03h00 – Encerramento da Progra-

mação

SBT GLOBO

REDE TV

04h45 – Santa Missa em Seu Lar

05h45 – Sagrado: Compacto – Religi-

ões e Direitos Humanos

05h55 – Amazônia Rural

06h25 – Pequenas Empresas – Gran-

des Negócios

07h00 – Globo Rural

07h55 – Auto Esporte

08h30 – Esporte Espetacular

11h20 – As Aventuras de Didi

11h55 – Os Caras de Pau

12h45 – Temperatura Máxima. Filme:

Encantada

15h00 – Futebol 2012: Campeonato

Brasileiro: Atlético-MG x Vasco da

Gama

17h00 – Domingão do Faustão

19h45 – Fantástico

22h05 – Domingo Maior. Filme: 16

Quadras

23h50 – Sessão de Gala. Filme: Que-

brando a Banca

01h54 – Corujão I. Filme: Mulheres

Perfeitas

03h24 – Série Americana

04h13 – Festival de Desenhos

07h00 – Olimpíadas

18h30 – A Fazenda 5ª Temporada – HD

19h30 – Domingo Espetacular – PGM

22h15 – Repórter Record

23h15 – Série: Todo Mundo Odeia o

Chris (1ª temporada) HD

00h15 – Programação Iurd

TV CULTURA05h55 – Abertura da Estação / Hino Nacional06h00 – Via Legal06h30 – Brasil Eleitor07h00 – Palavras de Vida08h00 – Santa Missa09h00 – Viola, Minha Viola09h15 – Curta Criança09h30 – Nova Amazônia – local – reprise

10h00 – Escola Pra Cachorro

10h15 – Meu Amigãozão

10h30 – A Turma do Pererê

11h00 – ABZ do Ziraldo

11h30 – Anima TV Tromba Trem

11h45 – Anima TV Carrapatos e

Catapultas

12h00 – A Turma do Pererê

13h00 – Dango Balango

13h30 – TV Piá

14h00 – Stadium

15h00 – Os Protetores do Planeta

16h00 – Ver TV

17h00 – De Lá Pra Cá

17h30 – Cara e Coroa

18h00 – Papo de Mãe

19h00 – Conexão Roberto D’Ávila

20h00 – Esportvisão

21h30 – MPTV – Reprise – local

22h00 – Roda Viva Amazonas – local

ao vivo

23h00 – Doc. Especial

00h00 – Hino Nacional / Encerramen-

to da Emissora

RECORD

BAND05h00 – Igreja Mundial06h 30 – Santa Missa no Seu Lar07h30 – Fé na Verdade08h30 – Desenho09h00 – Esporte Total09h30 – Auto +10h00 – Infomercial11h00 – Fala Malafaia12h00 – Band Esporte Clube

06h30 – Igreja Internacional da Graça – local07h30 – Igreja Internacional da Graça – local09h45 – Break Obrigatório09h50 – TV Kids – local10h00 – Show de Ofertas da Cidade – local10h30 – TV Kids – local11h00 – Igreja da Graça – local12h00 – Fique Ligado – local13h00 – Esporte Performance – local14h00 – Encircuito – reprise

15h30 – Despertar – local

16h00 – Break Obrigatório

16h05 – TV Kids

16h45 – Ritmo Brasil

17h15 – O Último Passageiro

18h30 – Super Bull Brasil

19h30 – Saturday Night Live

21h00 – Cine Total

22h30 – Dr. Hollywood

23h15 – É Notícia

00h15 – Bola na Rede

00h45 – Igreja Internacional da Graça

– local

14h00 – Gol, o Grande Momento do

Futebol

14h30 – Futebol 2012

16h50 – Terceiro Tempo

19h00 – Um Tio da Pesada

20h00 – Conversa de Gente Grande

21h00 – Pânico na Band

00h00 – Canal Livre

01h00 – Série

02h20 – Show Business – reap.

03h00 – Loucos ou Loucuras

03h30 – Igreja Mundial

CruzadinhasCinemaESTREIA

Ato de Coragem - 10 anos. Playarte 4 – 12h45, 15h (leg/dia-riamente).

O Que Esperar Quando Você Está Esperando - 12 anos. Cinemark 3 – 19h, 21h30 (leg/diariamente).

Katy Perry – Part Of Me 3D - Livre. Cinemark 4 – 13h50, 16h10 (leg/diariamente) e 11h40 (leg/sex e sáb).

31 minutos - Livre. Cinemark 8 – 12h55, 15h (diariamente).

Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge – 12 anos. Playarte 1 – 20h45 (leg/diaria-

mente) e 23h59 (leg/sex e sáb); Playarte 3 – 14h, 17h15, 20h30 (leg/diariamente) e 23h45 (leg/sex e sáb); Playarte 4 –17h16, 20h31 (leg/diariamente) e 23h46 (leg/sex e sáb); Playarte 6 – 13h30, 16h45, 20h (dub/diariamente) e 23h15 (dub/sex e sáb); Playarte 7 – 13h31, 16h46, 20h01 (dub/diariamente) e 23h16 (dub/sex e sáb); Cinemark 4 – 18h20, 21h40 (dub/diariamente); Cinemark 6 – 17h40, 21h10 (dub/diariamen-te); Cinemark 7 – 15h20, 18h50, 22h20 (dub/ diariamente); Cine-mark 8 - 17h10 e 20h40 (dub/dia-

riamente); Cinemas Amazonas 6 – 14h, 17h20 e 20h35 (dub/dia-riamente).

Valente – Livre. Playarte 5 – 12h30, 14h45, 17h, 19h15, 21h30 (dub/diariamente) e 22h45 (dub/sex e sáb); Cinema-rk 5 – 12h50, 15h10 (dub/dia-riamente); Cinemas Amazonas 5 – 15h (dub/diariamente).

E Aí, Comeu? – 14 anos. Playarte 2 – 14h10, 16h20, 18h30, 20h40 (diariamente) e 22h50 (sáb e dom); Cinemark 2 – 13h30, 16h. 18h30, 20h50 (diariamente), 23h10 (sex e sáb)

e 11h10 (sáb e dom).O Espetacular Homem-Ara-

nha – 10 anos. Playarte 10 - 13h, 15h45, 18h30, 21h15 (dub/dia-riamente) e 23h59 (dub/sex e sáb); Cinemas Amazonas 4 – 21h (dub/diariamente).

As Aventuras de Agame-non, O Repórter – 14 anos. Cinemark 3 – 13h40 e 15h40 (diariamente).

A Era do Gelo 4 – Livre. Cinemark 3 – 14h10, 16h30 (dub/diariamente) e 12h (sab e dom); Cinemas Amazonas 4 – 13h, 17h, 19h (dub/diariamente).

CONTINUAÇÕES

REPRODUÇÃO

À Beira do Caminho: BRA. 12 anos. O caminhoneiro João mudará completamente seu destino ao dar uma carona ao menino Duda, órfão de mãe que sonha em encontrar o pai em São Paulo. Cinemark 1 - 13h10, 15h30, 17h50, 20h10, 22h30 (diariamente); Amazonas 5 – 14h20, 16h30, 18h40, 21h20 (diariamente).

Outback – Uma Galera Animal: EUA. Livre. Uma comunidade de animais descobre um novo herói: Johnny (Rob Schneider), um coa-la albino, que sempre tinha sido excluído do grupo. Durante uma emocionante viagem pelo deser-to australiano, o corajoso coala surpreende a todos, ajudando os outros animais e liderando o grupo na luta contra Bog (Alan Cumming), um crocodilo malvado. Cinemark 3 – 13h (3D/dub/diariamente) e 11h (3D/dub/sáb e dom).

Apenas uma noite: FRA/EUA. 12 anos. Joanna (Keira Knightley) acusa o marido, Michael (Sam Wor-thington), de estar interessado em uma colega de trabalho. Pouco tem-po depois, enquanto ele se prepara para fazer uma viagem a trabalho, ela assume que exagerou nas acu-sações e lhe pede desculpas. Eles

passam a noite separados devido à viagem, mas Michael não esquece o que a esposa lhe disse e resolve testar se a acusação é verda-deira. Nesta mesma noite Joanna reencontra um amor do passado, Alex (Guillaume Canet), que a faz balançar. Playarte 8 – 14h, 18h15 (leg/diariamente) e 22h30 (leg/sex e sab).

A Delicadeza do Amor: FRA. 10 anos. Nathalie (Audrey Tautou) é jovem, bonita, tem um casamento perfeito e leva uma vida tranquila, com tudo no lugar. Contudo, quan-do seu marido vem a falecer após uma acidente, seu mundo vira de cabeça para baixo. Para superar os momentos tristes, ela decide focar no trabalho e deixa de lado seus sentimentos. Até o dia em que ela, sem mais nem menos, tasca um bei-jo em Markus (François Damiens), seu colega de trabalho e os dois acabam embarcando numa jornada emocional não programada, reve-lando uma série de questões até então despercebida por ambos, o que os leva a fugir para redescobrir o prazer de viver e entender me-lhor esse amor récem-descoberto. Playarte 8 – 16h, 20h15 (leg/dia-riamente).

Lola: EUA. 14 anos. Lola (Miley Cyrus) vive em um mundo cada vez mais conectado pelas redes sociais. Em meio aos romances e amizades de colégio, ela en-frenta difi culdades em manter uma relação saudável com sua própria mãe, Anne (Demi Moore). Playarte 9 – 13h, 15h, 17h, 19h, 21h (leg/diariamente) e 23h (leg/sex e sáb); Cinemark 5 - 17h30, 19h50, 22h10

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 12 DE AGOSTO DE 2012

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Amanhã, Antônio Nelson Jr. e Sanmya Tiradentes Leite estão trocando de idade. Os cumprimentos da coluna.

Os bonitos Alessandra Mou-rão e Olavo César Castro vão receber a visita da cegonha. Eles estão gravidíssimos.

O Restaurante D’Guste

está sob nova direção. As competentes irmãs Jacira e Janete Fernandes assi-nam a nova administração do templo gastronômico.

A MSCasa agendou para o próximo dia 30, a sua troca de showroom, seguido de apre-sentação de 12 ambientes da MAC – famosa grife de móveis de varanda e jardins.

O Fino da Bossa vai transpirar MPB, no próxi-mo dia 24, às 22h30, com show impagável da ótima Cristina Siqueira. Eu vou!

O escritor Gaitano Anto-naccio convida para confe-rir os lançamentos de suas novas crias: os livros “Astros que se imortalizaram no ci-nema” e “Estrelas que se imortalizaram no cinema”, na sede da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas, no próximo dia 18, às 10h.

O Arte&Fato realiza,

hoje, sua primeira edição especial Madonna. O even-to inicia às 19h.

::::: Sala de Espera

D7Plateia

A Top Internacional movimen-tou o Millennium Center com vaivém de lançamento da sua cabine SPA da grife no centro de compras. As convivas foram recebidas com trufas e espu-mante do tipo fi no. O evento contou ainda com dicas de consultores de estética e aplicações de produtos ex-clusivos das marcas Shiseido, Matis e Sisley.

::::: Mulheres Tops

Santa Cris Márcia Martins

Eliane Schneider, Andréa Magalhães e Paula Jucá

Esbanjando estilo próprio e ele-

gância invejável: a bela Samira

Mousse Carvalho

A esperada Diesel Kid virá a Ma-naus com mais de quatro mil peças entre baby, kids e teen no seu mix de produtos; a grife trará também seus

disputados acessórios como mochilas, tênis e cintos. Que tal? A loja agendou para abrir suas

portas, no próximo mês, com o luxo da grife internacional no Manauara Shopping, um

privilégio para quem vive na Região Norte. A exclusividade da marca é da empresa JRM, de Cileide Moussallem e Janary Rodrigues. O badalado coquetel de inauguração, assinado pelo Empório dos Reis, acontecerá com desfi le

dos bambinos já com o look Diesel - Bravel Kid S.R.L. Uma bossa!

::::: Araras

No próximo dia 16, tem coletiva de inauguração do Núcleo de Inovação Natura Amazônia, às 10h, na rua Rio Içá, no

Vieiralves. O vento marcará um novo ciclo de conexões, que irão contribuir com a produção cientifi ca, a inovação e a geração de novos negócios na Amazônia.

::::: Leque

Hoje, na comemoração em homenagem ao Dia dos Pais, os restaurantes dos hotéis Sleep Inn, Quality e Park Suites oferecem um cardápio especial para o café da manhã e para o almoço, com valores diferenciados.

O Hotel Holiday Inn programou pacote especial dedicado a eles. Além de promover sorteio de presentes, sortear uma feijoada completa com acom-panhante, um mês gratuito na academia Companhia Athlética e um relógio da marca Dumont, o hotel também vai disponibilizar pacote para casal com direito a almoço, sobremesa, bebida não alcoólica para dois, mais hospeda-gem pelo preço de R$ 420.

Para embalar a comemoração do almoço dos paizões, hoje, Ketlen Nas-cimento fará um show na praça de alimentação do Manaus Plaza. O show gratuito, de 13h às 15h, promete agradar toda a família.

::::: Agendão do Dia dos Pais

A linda Ludmila Alcântara Aziz e sua Nina, em sessão de fotos-tendência pré-début. Ali-ás, Lud vai co-mandar festim movimentado no próximo dia 18, no Le Rêve

CACAU MANGABEIRA

WIL

LIAM

REZ

END

E

FOTOS: REPERCUSSÃO COMUNICAÇÃO

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