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HOJE É D O M I N G O VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE ANO XXVII – N.º 8.715 – DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ MÁX.: 32 MÍN.: 25 TEMPO EM MANAUS DENÚNCIAS • FLAGRANTES 98116-3529 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ELENCO, CURUMIM, IMÓVEIS&DECOR. Impossível resistir a uma banana frita CURUMI M Marcus Vinícius Pessoa entre- vistou os irmãos gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon, que adaptaram “Dois Irmãos”, romance de Milton Hatoum, para os quadrinhos. DIVULGAÇÃO ELENCO No mês das noivas, a revista Elenco traz uma edição especial com todas as informações que você precisa saber sobre a ceri- mônia de casamento. Segundo a Organização Mun- dial de Saúde, a falta de infor- mação ainda é o principal fator do alto índice de partos feito por cesarianas no Brasil. DIVULGAÇÃO Sudam de frente para o Amazonas DJALMA MELLO Muitos vende- dores de banana frita chegam a faturar R$ 1,8 mil por mês A produção artesanal nunca deixou de fazer parte do coti- diano manauense. Apesar do preço da fruta sofrer algumas variações, a banana frita ainda é uma das iguarias mais apreciadas pelos amazonenses. Economia B1 RICARDO OLIVEIRA Manaus vai sediar, em junho, a quinta edição do Rei da Selva Combat. Serão dez lutas no tradicional evento amazonense de MMA. Pódio E4 e E5 A LUTA VAI COMEÇAR Quando vemos policiais intimidando ou torturando jovens e adultos nas ruas, a primeira pergunta que vem à cabeça é: por que aqueles que são pagos para proteger estão torturando cidadãos? DIVULGAÇÃO E QUANDO O TORTURADOR É POLICIAL? Pela primeira vez na história, a Superintendência de Desenvol- vimento da Amazônia (Sudam) está investindo fortemente no Amazonas, afirma o titular da autarquia, Djalma Mello (foto). Com a palavra A5 POLICIAIS DESPREPARADOS E TRUCULENTOS COMPROMETEM A BANDA BOA DA PM, UMA INSTITUIÇÃO SECULAR QUE LUTA PARA DEVOLVER A PAZ A MANAUS, UMA CIDADE SOBRESSALTADA PELA ONDA DE ASSALTOS, ASSASSINATOS E VIOLÊNCIA. DIA A DIA C2 A C5 PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00

EM TEMPO - 17 de maio de 2015

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 17 de maio de 2015

H O J E É D O M I N G O

VENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

ANO XXVII – N.º 8.715 – DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

MÁX.: 32 MÍN.: 25TEMPO EM MANAUS

DENÚNCIAS • FLAGRANTES

98116-3529

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ELENCO, CURUMIM, IMÓVEIS&DECOR.

Impossível resistir a uma banana frita

CURUMIMMarcus Vinícius Pessoa entre-

vistou os irmãos gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon, que adaptaram “Dois Irmãos”, romance de Milton Hatoum, para os quadrinhos.

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ULG

AÇÃO ELENCO

No mês das noivas, a revista Elenco traz uma edição especial com todas as informações que você precisa saber sobre a ceri-mônia de casamento.

Segundo a Organização Mun-dial de Saúde, a falta de infor-mação ainda é o principal fator do alto índice de partos feito por cesarianas no Brasil.

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AÇÃO

Sudam de frente para o Amazonas

DJALMA MELLO

Muitos vende-dores de banana frita chegam a faturar R$ 1,8 mil por mês A produção artesanal nunca deixou de fazer parte do coti-

diano manauense. Apesar do preço da fruta sofrer algumas variações, a banana frita ainda é uma das iguarias mais apreciadas pelos amazonenses. Economia B1

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Manaus vai sediar, em junho, a quinta edição do Rei da Selva Combat. Serão dez lutas no tradicional evento amazonense de MMA. Pódio E4 e E5

A LUTA VAI COMEÇAR

Quando vemos policiais intimidando ou torturando jovens e adultos nas ruas, a primeira pergunta que vem à cabeça é: por que aqueles que são pagos para proteger estão torturando cidadãos?

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AÇÃO

E QUANDO OTORTURADOR É POLICIAL?

Manaus vai sediar, em junho, a quinta edição do Rei da Selva Combat. Serão dez lutas no tradicional evento amazonense de MMA. Pódio E4 e E5

A LUTA VAI COMEÇAR

Pela primeira vez na história, a Superintendência de Desenvol-vimento da Amazônia (Sudam) está investindo fortemente no Amazonas, afi rma o titular da autarquia, Djalma Mello (foto). Com a palavra A5

POLICIAIS DESPREPARADOS E TRUCULENTOS COMPROMETEM A BANDA BOA DA PM, UMA INSTITUIÇÃO SECULAR QUE LUTA PARA DEVOLVER A PAZ A MANAUS, UMA CIDADE SOBRESSALTADA PELA ONDA DE ASSALTOS, ASSASSINATOS E VIOLÊNCIA. DIA A DIA C2 A C5

VENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

2,00

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Page 2: EM TEMPO - 17 de maio de 2015

A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

IMPEACHMENT

Contra Dilma há denúncias sobre pedalada fiscal e Petrobras

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AÇÃO

PSDB espera um parecer jurídico para quarta-feira

São Paulo - O jurista Miguel Reale Júnior deverá entregar na próxima quarta-feira (20) parecer jurídico, encomenda-do pelo comando nacional do PSDB, sobre a possibilidade do partido ingressar com pedido de impeachment da presiden-te Dilma Rousseff (PT).

O prazo foi dado em en-contro na última quinta (14), na capital paulista, entre o jurista e o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP).

Na reunião, o tucano levou ao jurista informações levan-tadas pela CPI da Petrobras e conteúdo de depoimentos do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

Com a finalização do pa-recer, o presidente nacio-nal do PSDB, Aécio Neves, deverá marcar na semana seguinte reunião com os partidos de oposição ao go-

verno federal para definir se ingressarão com o pedido.

Lideranças tucanas têm dúvidas sobre a possibili-dade de o impeachment da petista ser justificado por uma condenação por crime de responsabilidade pelas chamadas “pedaladas fis-cais” no mandato anterior.

A sigla decidiu avaliar melhor a questão devido à manifestação do procura-dor-geral da República, Ro-drigo Janot, de que a petista não pode ser processada por crime cometido antes do atual mandato.

Além do crime de res-ponsabilidade, Reale Júnior estuda a possibilidade de ser ingressada ação penal con-tra Dilma por crime comum em decorrência do escân-dalo da Petrobras, o que a levaria a perder o mandato caso fosse condenada.

EGITO

Condenação por atos violentos e fuga da prisão em 2011

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AÇÃO

Ex-presidente Mohammed Mursi é condenado à morte

São Paulo - O ex-presi-dente do Egito Mohammed Mursi foi condenado à mor-te neste sábado (16) por atos violentos e por fugir da prisão durante a revo-lução no ano de 2011, que derrubou o então ditador Hosni Mubarak.

O tribunal de justícia egí-picio condenou também à morte uma centena de acu-sados, entre eles vários di-rigentes da Irmandade Mu-çulmana, partido do qual Mursi era líder.

Como é habitual no Egito, a decisão será remitida ao musti, máxima autoridade religiosa do país, que emi-tirá um parecer não vincu-lativo, antes que o tribunal pronuncie a decisão defini-tiva no dia 2 de junho.

No final de abril, Mursi já havia sido condenado a 20 anos de prisão por incita-

ção à violência, sequestro e tortura durante protestos contra seu governo em de-zembro de 2012.

Esta havia sido a primei-ra condenação da Justiça egípcia ao líder islamita, re-tirado do poder em julho de 2013 por militares coman-dados pelo atual presidente Abdel Fattah al-Sisi, que, após tomar posse, iniciou uma repressão à Irmanda-de Muçulmana.

TerroristasAlém de Mursi, outros

membros do movimento islamita, considerados ter-rorista pelo governo egípcio desde o mês de dezembro do ano retrasado, rece-beram no mês de abril a mesma pena pelos mesmos crimes. Dentre eles, os líde-res Mohammed el-Beltagy e Essam el-Erian.

ROCK IN RIO

A cantora baiana caiu numa mudança de nível do palco

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AÇÃO

Ivete sangalo tomba no palco, em Las Vegas

EUA - A cantora baia-na Ivete Sangalo mostrou seu habitual entusiasmo ao abrir nesta sexta (15) a programação do palco principal do terceiro dos quatro dias do Rock in Rio Las Vegas, nos Estados Uni-dos da América. Às 17h30 locais (21h30 no Brasil), ela se apresentou para uma plateia tomada por brasileiros, vestindo cami-setas amarelas da seleção de futebol e/ou carregando bandeiras do país.

Distração, Ivete caiu logo no início do show, numa mudança de nível do palco. Depois de emendar quatro números dançantes, brin-cou com o que aconteceu: “Levei um tombo, né? É pra pegar no tranco!”.

A cantora baiana arriscou longos discursos em inglês entre as músicas e pedia insistentemente que o pú-blico gritasse seu nome.

Vestindo um macacão com brilho prateado, bem justo e com um generoso decote, estava em um dia um tanto Jennifer Lopez. Cantou algumas músicas em inglês, entre elas “Mas-ter Blaster”, de Stevie Won-der, com bons resultados.

Quando perguntou quan-tas pessoas na plateia tam-bém estavam em seu show no Madison Square Garden, em Nova York, há cinco anos, dezenas de pessoas levantaram as mãos. “Todo mundo na milha, né? Via-jando pelo mundo atrás de mim!”, disse a cantora.

Ivete encerrou o show de pouco mais de uma hora com “Poeira”, um de seus maiores hits. Foi ovaciona-da pela plateia de cerca de 4 mil pessoas. No mesmo momento, havia mais gente do que isso esperando o show da cantor teen Charli XCX no palco secundário.

Motorista conduzido pela Polícia Civil ao 22º DIP responderá por direção perigosa e homicídio

Um homem não iden-tificado, de idade entre 35 a 40 anos, morreu após ser

atropelado ao atravessar a avenida Constantino Nery, bairro Chapada, Zona Cen-tro-Sul de Manaus. O acidente fatal ocorreu por volta das 21h45 de sexta-feira (15).

De acordo com informações da assessoria da Polícia Ci-vil, o autor do atropelamento foi o motorista José Genildo Ferreira Lima Júnior, 24. Ele conduzia um veículo de mo-delo Mitsubishi Lancer, de cor prata e placas OAK 0588.

Segundo populares, o auto-móvel importado trafegava em alta velocidade pela Faixa Azul - exclusiva de ônibus e táxis. A vítima foi atendida ainda no local pelo serviço de atendi-mento móvel (Samu), mas não resistiu aos ferimentos.

O condutor foi conduzido ao 22º Distrito Integrado de Policia (DIP), onde prestou esclarecimentos e deve ser autuado pelo crime de direção perigosa e homicídio.

O instituto Médico Legal (IML) e a Perícia Criminal estiveram no local para ave-riguar a área e iniciar as investigações do crime.

Pai da cantora vira vilão em documentário

França - O Festival de Cannes finalmente exibiu ao mundo o novo docu-mentário sobre a cantora Amy Winehouse, morta em julho de 2011, vítima de envenenamento por álco-ol. Antes mesmo da estreia mundial do filme dirigido por Asif Kapadia (“Senna”), neste sábado (16), como parte da programação ofi-cial do evento francês, a controvérsia já circulava em torno da obra.

Mitchell, pai da cantora, foi à imprensa inglesa para declarar o filme “engana-dor”. Um dos ex-namorados disse que não foi procurado e que o longa não “mostra a Amy real”. Não é bem assim. O pai da artista real-mente sente a necessidade de atacar o documentá-rio, porque ele é escolhido

como o grande vilão pela vida trágica de Amy.

Logo no início do filme, a cantora fala que começou a se rebelar quando seus pais se separaram, aos 90 anos. “Ele nunca estava lá. Não falo de me pegar na escola, mas à noite, quan-do as merdas acontecem”, confessa ela em uma da suas primeiras entrevistas como artista. Em seguida, Mitchell sempre está liga-do aos piores momentos de Amy, mas não como catalisador, apenas como ausente ou aproveitador. Por exemplo, ela estava disposta a ser internada para tratar seu vício em heroína e cocaína antes de ficar famosa. “Faço se meu pai achar que devo”, disse a cantora. Ele achou que ela não precisava.

AMY WINEHOUSE

Filme traz confissões de Amy sobre momentos ruins

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AÇÃO

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AÇÃO

Rapaz de 24 anos atropelou um homem no corredor exclusivo da Constantino Nery com um veículo importado, em alta velocidade, na noite de sexta-feira

Faixa Azul faz a quarta vítima fatal em Manaus

Desde que foi implantada pela Prefeitura de Manaus, o trecho de uso exclusivo do BRS, na avenida Constanti-no Nery, já registrou pelo menos outros três acidentes com vítimas fatais.

A primeira vítima foi um médico atropelado por um veículo modelo Amarok, após uma tentativa de ultrapassa-

gem. Noutro caso, um homem de 59 anos morreu ao tentar atravessar nas proximidades da Arena da Amazônia.

Devido à reincidência de acidentes no trecho exclu-sivo, o Manaustrans, órgão responsável pelo tráfego no município, reduziu, no dia 12 de março, a velocidade má-xima do corredor exclusivo

para ônibus da avenida Cons-tantino Nery, que antes era de 60 km/h para 50 km/h.

De acordo com o Manaus-trans, só podem circular na faixa exclusiva, ônibus ar-ticulados do sistema BRS, ambulâncias, táxis com pas-sageiros, carros de polícia e ônibus do sistema de frete escolar com passageiros.

Velocidade máxima foi reduzida

MAIRKON CASTROEspecial EM TEMPO Online

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Page 3: EM TEMPO - 17 de maio de 2015

MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 A3Opinião

Já se falou à exaustão que a implantação da Zona Franca mudou para sempre (e para pior) a paisagem urbana de Manaus. Não ficou pedra sobre pedra da cidade que fora planejada, não para ser palco da Revolução Industrial que se fortalecia na Europa, mas um bucólico burgo, que acomodasse os serviços que atendiam nos balcões do comércio, dos bancos e das repartições públicas. Para uma economia que ocupava mais gente nos seringais do que na cidade, os equipamentos de Manaus funcionavam muito bem.

A Zona Franca foi saudada com histeria. No primeiro movimento, a invasão de arrivistas de todos os matizes e de todos os países, motivados pelas facilidades do livre comércio, perpetrou o primeiro movimento contra a cidade que fora projetada, inclusive com serviço de esgotamento e saneamento, de que nunca se ouviu falar como prática administrativa. Mas o livre comércio, além da anarquia, não conseguiu acumular capital para deslanchar o desenvolvimento econômico que a região até hoje reivindica.

O segundo movimento isolou sua produção na Zona Leste da cidade e ali fi cou sem dar satisfações a ninguém. A Zona Franca virou a miragem de um novo Eldorado, a mesma ilusão que cegara os primeiros invasores da região. Por isso, o Estado pode se orgulhar de ter ainda hoje 98% da sua fl o-resta intocados. A grande ferida mesmo foi rasgada na cidade que foi implodida e teve seus pedaços aproveitados para montar suas primeiras favelas. Veio a febre do automóvel, paradoxalmente para um lugar em que não poderia ser movimentado a contento dos seus proprietários estressados.

Os buracos de Manaus são o que mais preocupa seus habitantes. Se o prefeito conseguir (as ruas foram tão mal construídas que jamais se livrarão dessa praga) tapar todos os buracos, aí, sim, terá inaugurado o Eldorado.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para o bom senso dos policiais da Polícia Civil, que tiveram a maturidade de perceber que esse não é o momento para fazer pressão e muito menos para deixar a cidade sem sua proteção, serviço que é essencial para conter a criminalidade e a violência.

Polícia Civil

APLAUSOS VAIAS

Toma lá....

Dilma está disposta a distribuir cargos fede-rais para apadrinhados de deputados e sena-dores.

Em troca, acredita que vai conquistar os votos necessários.

...Dá cá!

A presidente quer evi-tar o que aconteceu nos primeiros meses do se-gundo mandato, quan-do acumulou seguidas derrotas no Congresso.

Magoaram

As derrotas são atri-buídas à reação dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Os dois teriam ficado furiosos com a inclusão de seus nomes no rol de investigados da opera-ção Lava Jato.

Culpa da Dilma

Os dois culpam o Palá-cio do Planalto pelo fato de a Polícia Federal e o Ministério Público te-rem encontrado indícios de que participaram dos desvios de dinheiro da Petrobras.

Quem vai querer

Como se fosse “uma feira livre”, o Palácio abriu a temporada de negociações para o pre-

enchimento de vagas abertas no segundo e no terceiro escalões.

No tabuleiro do Mi-chel tem...

Convocado para a mis-são, o vice-presidente Michel Temer dispõe de uma relação de quase 200 postos a serem en-tregues aos aliados.

Sudam na mira

No pacote estão o comando de dez autar-quias e 20 diretorias de agências reguladoras que, juntas, acumulam orçamento de mais de R$ 21 bilhões anuais.

E é nessa que estão tentando tirar a Sudam das mãos do amazo-nense Djalma Mello, um técnico competente que vem fazendo excelente trabalho na autarquia.

E tome cargo

Além de administrar cifras milionárias, os indicados pelos par-lamentares terão pelo menos 2,3 mil cargos comissionados para seus cabos eleitorais.

Mais mulheres

Nesta segunda-feira (18), a deputada esta-dual Alessandra Cam-pêlo (PCdoB) lança a Campanha “Reforma + Mulheres na Política”.

A abertura acontece às 8h, no auditório Be-larmino Lins.

Hidrovias

O deputado Dermil-son Chagas (PDT) rea-liza audiência pública a partir das 9h, para discutir a privatização e a concessão para a ex-ploração de hidrovias, no auditório Senador João Bosco.

Boi cinquentão

Na terça-feira (19), às 11h, no plenário Ruy Araújo, uma sessão es-pecial vai homenagear os 50 anos do Festival Folclórico de Parintins.

A iniciativa do depu-tado estadual Bi Garcia (PSDB).

Matinê

O deputado estadual Bosco Saraiva (PSDB) realiza o lançamento do longa metragem “Ama-zonas, o Jogo da Bola”, na quinta-feira (21), às 12h, no auditório Be-larmino Lins.

Aposentada feliz

Existe aposentado fe-liz com seu salário de-pois de tantos anos de trabalho?

Existe sim. A “ aposen-tada” Gisele Bündchen, que ganha R$ 5 milhões por mês.

Para a estratégia do governo federal de tirar técnicos competentes de autarquias e substituí-los por apadrinhados, só para satisfazer a sanha insaciável de políticos por cargos públicos.

Distribuição de cargos

A presidente Dilma resolveu fatiar o governo em cargos para tentar resgatar o apoio político que vem perdendo no Congresso Nacional.

Sem poder de fogo para aprovar as medidas provisórias do ajuste fiscal, Dil-ma tenta reconquistar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB–RJ). Para isso, a presidente tenta agradar aos congressistas, reeditando a velha e cansada máxima de São Fran-cisco, que nunca cai no desuso: é dando que se recebe.

Reeditando São Francisco

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As assombrações de sempre

Há poucos dias, no Paquistão, um grupo de muçulmanos sunitas me-tralhou um ônibus cheio de xiitas, também muçulmanos. Vários morre-ram. Parece que o próprio Deus, já se arrependeu (fato difícil de entender) de ter criado o Homem e chegou a pensar em extingui-lo. Pelo menos assim está escrito no Livro Sagrado dos judeus e dos cristãos.

Teologicamente diz-se que não o fez, pela intercessão do Filho, também chamado Filho do Homem, também Deus, na Segunda Pessoa da Trindade. Na verdade, se o Ho-mem ainda aí está, não é por mérito seu, pois merecimento é uma coisa que lhe tem faltado sistematica-mente, mas apenas porque o Filho tem intercedido por ele. Palavras de teólogos. Em tese sabemos que os relacionamentos entre o Homem e Deus se fazem através de uma construção cultural denominada Religião, nobre produto que a hu-manidade logrou engendrar.

Paradoxalmente, se a existência de Deus continua a ser questionável, tan-to que no mundo de hoje prosseguem coexistindo, lado a lado, teístas e ateus, a presença e a força da Religião é absolutamente inquestionável em qualquer sociedade humana, exista ou não exista Ele. Realmente é um paradoxo que assim seja, mas é assim que continua a ser.

Nenhuma força racionalista, cienti-fi cista ou o que for, jamais conseguiu e com certeza jamais conseguirá banir a religiosidade do âmago das sociedades humanas, naturalmente divididas, e não em proporções idên-ticas, entre os que creem e os que refugam a vivência religiosa.

Está aí a Religião e sua presença e força são inquestionáveis. A tragé-dia, ou pelo menos o drama, contudo, aparece quando constatamos que, pretendendo ser ela a ponte entre Deus e o Homem, tendo na etimo-logia do seu nome a raiz “religare”

(reunir ou unir), pois pretende unir os homens ao Criador, como também juntar ou reunir a todos os huma-nos, nem de longe é o que vemos ocorrer, pelo menos em muitos das situações concretas.

Na verdade, a sina das religiões tem sido, no transcorrer da Histó-ria, muito mais separar e fomentar confl itos do que unir e harmonizar os homens. Nenhuma delas escapou, em longo prazo, desse destino. Mesmo as mais mansas, as que tomam o amor fraterno como coluna de sus-tentação, já tiveram seus momentos vergonhosos, quando mais desuni-ram e confrontaram do que uniram e pacifi caram. Exemplo muito claro está na trajetória do cristianismo, onde vemos a Igreja Católica, base de todas as suas modalidades, per-mitir e instigar as Cruzadas contra os muçulmanos e criar o instituto da Inquisição, terrível até contra seus próprios fi eis.

Também quando adveio a Reforma e o Protestantismo, Lutero e Calvino muito apreciavam os espetáculos públicos das execuções, em explícito desacordo com os princípios e os exemplos deixados por Jesus de Naza-ré. Muçulmanos, até em desrespeito à sua escritura fundamental, o Corão, matam-se uns aos outros, conforme suas várias seitas, e sonham com a possibilidade de banir os cristãos da face da Terra e, antes desses, de extinguir todos os judeus.

Estes, em nome da sua religião, que não os religa senão a outros judeus, se separam de todos os que não fazem parte da sua comunidade e também alimentam um sonho antigo de banir da “terra santa”, quiçá do planeta, os seus legítimos primos que professam o Islã. São as religiões que, a cada dia, lançam-nos uns contra os outros, a matar, sempre em nome de algum deus. Como não poderia deixar de ser, cada religião tem a cara dos homens que a professam.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPO

A religião dos homens

[email protected]

Regi

Exemplo muito cla-ro está na trajetória do cristianismo, onde vemos a Igreja Ca-tólica, base de todas as suas modali-dades, permi-tir e instigar as Cruzadas contra os muçulma-nos e criar o instituto da Inquisição, terrível até contra seus próprios fi éis”

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Page 4: EM TEMPO - 17 de maio de 2015

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Até aqui refratário à ideia de que o PSDB peça o impeachment de Dilma Rousseff , o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso protagoniza a fala mais dura do programa de TV do partido, que vai ao ar na terça-feira. FHC diz que “não se pode responsabilizar apenas a atual presidente” e que “todo esse esquema de corrupção começou com o ex-presidente Lula”, trazendo seu sucessor --que difundiu a tese de que recebeu uma “herança maldita” do tucano-- para o centro da crise.

Beijo... Dilma inaugura nesta segunda-feira um novo modelo de aproximação com a mídia. A presidente receberá no Palácio da Alvorada o apresentador da Rede Globo Jô Soares. Mas não será gravada entrevista, nem irá ao ar um bate-papo informal.

...do gordo Jô vai a Brasí-lia apenas para uma visita à presidente. Segundo auxilia-res, Dilma pretende repetir o formato de conversas “off the records” com outras personali-dades das comunicações.

Tijolos O Planalto incluiu a terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida na fi la de programas que pretende lançar com pompa para tentar construir uma agen-da positiva para Dilma --logo depois do pacote de concessões previsto para o início de junho.

Vernáculo O mote provisório do pacote de obras é: “Mais in-vestimentos em logística para o Brasil avançar”. O Planalto quer evitar a palavra “concessões”.

Pra já A equipe de arti-culação política do governo vai tentar apresentar em no máximo 45 dias uma alter-nativa à emenda que muda

o fator previdenciário.

Pra já 2 O objetivo é apresen-tar o novo modelo ao Congresso antes que Dilma seja confron-tada com o desafi o de vetar a mudança na regra.

Solo fértil A deputada Eli-ziane Gama (PPS-MA) articula a aprovação de pedido para ouvir o senador Edison Lobão (PMDB-MA) e a ex-governado-ra Roseana Sarney na visita da CPI da Petrobras à refi naria Premium I, em junho.

Pulsação A bancada gover-nista vai monitorar minuto a minuto o quorum do Senado na terça-feira e estuda pedir o adiamento da votação da indicação de Luiz Edson Fa-chin para o STF.

Nota de corte O pedido de adiamento será feito caso haja menos de 70 parlamen-tares na Casa. São necessá-rios 41 votos favoráveis para aprovar o advogado.

Ainda é tempo Aliados de Renan Calheiros (PMDB-AL) querem procurar o presidente do Senado na segunda-feira para convencê-lo a parar de

bombardear a aprovação de Fachin nos bastidores.

Maria-fumaça “Acho que ele não vai fi car na frente do trem quando ele estiver passando”, resume um senador peemede-bista que não segue a orientação anti-Fachin do correligionário.

Malas prontas A partilha de cargos dentro do Minis-tério do Turismo começou a criar mal-estar na bancada do PMDB na Câmara.

Lotação máxima Deputados reclamam que o ministro Hen-rique Alves já nomeou diretores, assessores e subsecretários de sua confi ança, mas segurou as indicações dos parlamentares.

Overbooking “Espero que o ministro não procure os depu-tados nas próximas votações na Câmara para pedir ajuda. É capaz de ele perder votos”, ataca um parlamentar. As queixas se-rão levadas a Michel Temer.

Faltaram... Aliados de Fernando Haddad resistem à ideia de nomear um deputado do PT como secretário para que Netinho de Paula (PDT) assuma vaga na Câmara.

Herança maldita 2

Contraponto

Na sessão da comissão da reforma política na Câmara na última quinta-feira, o ex-senador e atual deputado federal José Fogaça (PMDB-RS) comentou a proposta de ampliar o mandato no Senado para dez anos:— Teremos a nossa “house of lords”...Chico Alencar (PSOL-RJ) provocou, dizendo que havia quase um retorno ao Império, quando os senadores eram vitalícios. Mas, em tempos de discussão sobre a maioridade penal, decidiu elogiar a sugestão de reduzir de 35 para 30 anosa idade mínima para candidatos ao Senado: — O relator conseguiu que o PSOL, enfi m, apoie uma redução de maioridade: a senatorial!

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Proibido para menores

Tiroteio

DE GERALDO ALCKMIN (PSDB), governador de São Paulo, sobre a crise política pela qual passa o governo Dilma e o escândalo de corrupção na Petrobras.

Nosso país está vivendo o ápice do corporativismo. O bem comum e o interesse coletivo estão órfãos diariamente no Brasil”

Num dia destes, participei de uma singela cerimônia na Casa da Criança, uma instituição fi lan-trópica que acolhe crianças há uns setenta anos no centro de Manaus. São trezentas e vinte e vêm de toda a cidade, trazidas já ao raiar do dia e ali permanecen-do até às seis da tarde. Seus pais ou responsáveis trabalham em geral na região portuária da cida-de. Aprendi que faz pouco tempo que estabelecimentos deste tipo, antes considerados ambientes de caridade, são reconhecidos como escolas e suas atividades são consideradas parte inte-grante do processo educativo. Fundada nos anos quarenta por dom João da Mata, de quem guarda o nome, vem sendo ad-ministrada desde então pelas Filhas da Caridade, abnegadas seguidoras de São Vicente de Paulo, apóstolo da caridade.

Estávamos ali para inaugurar um parque de diversões, espaço lúdico na medida certa daquelas pequeninas e sorridentes criatu-ras, um novo lugar para banho e higiene dos maiorzinhos e, o mais importante, um sistema hidráuli-co de combate ao fogo, exigência justa dos tempos modernos. Tudo isto havia sido fi nanciado pelo governo japonês por meio do seu Consulado Geral no Amazonas. O cônsul, com a simpatia caracte-rística de seu povo explicou que ali estava um investimento do dinheiro do contribuinte japonês e que por isso mesmo um critério fundamental para concorrer à aju-da recebida era a administração correta dos recursos e nisto as irmãs eram exemplares, o que havia sido demonstrado no fi nan-ciamento anterior, com o qual se montara um consultório médico e odontológico, ainda funcionando em perfeitas condições.

A ajuda atual contemplava três aspectos educacionais funda-mentais. Primeiro, a segurança das crianças, que deve ser a máxima possível, e para isto se cumpriram as exigências do Corpo de Bombeiros. O segun-do aspecto é o da qualidade de vida e conforto incrementa-dos pela construção dos novos banheiros. E fi nalmente, numa observação que foi confi rmada pela responsável pelo setor de creches da Secretaria Municipal de Educação, o novo parquinho reforçaria o aspecto lúdico do processo pedagógico, pois crian-ça aprende brincando.

O representante dos doadores reconheceu que a soma empre-gada era pequena, mas que o gesto tinha um grande simbo-lismo. De fato, num mundo em que se globaliza a indiferença, este pequeno gesto caminha no sentido de outra globalização, a da solidariedade. As bandeiras do Brasil e do Japão entrelaça-das e os hinos dos dois países cantados no início, com certeza fi carão marcados na lembrança das crianças que participaram de tudo com muita seriedade. A obra sobrevive de doações. Ela se constitui num dos sinais eloquentes de que é possível par-tilhar, dividir, criar um ambiente saudável e educar para a paz.

Muitas crianças têm histórias dramáticas de falta de amor e carinho, e a vida já as machucou muito. Mas o tempo passado na companhia de outras crianças e de mestras que antes de tudo as amam, as faz experimentar a acolhida e a atenção. É uma pequena semente, mas cheia de vida dará frutos no devido tem-po. Em nome de todos só me restou dizer “arigatô”, obrigado em japonês.

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

O tempo passado na companhia de outras crianças e de mestras que antes de tudo as amam, as faz experimentar a acolhida e a atenção. É uma peque-na semente, mas cheia de vida dará frutos no devido tem-po. Em nome de todos só me restou dizer ‘arigatô’, obrigado em japonês”

Solidariedade

Olho da [email protected]

Visitar o entorno do Teatro Amazonas (e fi car olhando para a casa de espetáculos) é recomen-dável até para quem nasceu, viveu e pretende morrer em Manaus; continua sendo até melhor do que atravessar a ponte Rio Negro para comer tambaqui de tanque na margem direita. Mas quem se atreve a sentar nesses bancos sem sombra, depois do almoço, por exemplo.

É dia de festa para o Ministério Público Federal e para o MP brasileiro porque hoje conseguimos alcançar uma situ-ação que buscamos há mais de 10 anos. (...) ansiosos para o bem, não de um interesse corporativo, mas da sociedade como um todo. Essa vitória justa e histórica ocorre quase 27 anos após a promulgação da Constituição e assegura ao MP o cumprimento de sua árdua missão constitucional

Rodrigo Janot, procurador-geral da República, come-mora a decisão do Supremo Tribunal Federal, que confi r-mou, na quinta-feira (14), o poder do Ministério Público

de conduzir investigações criminais.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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Page 5: EM TEMPO - 17 de maio de 2015

MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 A5Com a Palavra

SUDAMAutarquia vinculada ao Ministério da Integração

Nacional, a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) foi criada em 1966 e extinta em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso, sob

denúncias de desvio de dinheiro público, que envolviam, entre outros, o deputado Jader Barbalho (PMDB-PA).

Depois do mar de lama, foi recriada no governo Lula pela lei complementar 124, de 2007. Seu objetivo é promover o desenvolvimento de sua área de atuação, que abrange os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Tocantins, Pará e parte do Maranhão. Mas, em nosso

Estado, a antiga Sudam era acusada de sempre estar “de costas para o Amazonas”. Em 2007, a “nova Sudam” passou a ser administrada, pela primeira vez, por um amazonense, o economista Djalma Mello.

Hoje o órgão conta com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA), que totalizam cerca de R$ 2,3 bilhões. Nesta entrevista exclusiva ao EM TEMPO, Djalma Mello conta como trouxe a autarquia para uma posição de “frente para o Amazonas”, revelando os investimentos que a autarquia fez, até agora, no Estado.

EM TEMPO – Dos projetos da Sudam, quantos foram direcionados para o Amazonas?

Djalma Mello – A Amazônia vem cres-cendo a cada ano em relação a projetos aprovados pela Sudam. Desde 2007 até o ano atual, foram aprovados cerca de 1.760 projetos de incentivos fi scais que reduzem em 75% o imposto de renda, contribuindo fortemente para o incremento da renda regional, a geração de empregos e para a formação bruta do capital fi xo da região. Desse total de projetos aprovados, 933 foram para o Estado do Amazonas, com mais de 400 empresas benefi ciadas. Ou seja, mais de 50% destes incentivos foram para o nosso Estado, gerando mais de cem mil empregos diretos.

EM TEMPO – Qual o valor desses incen-tivos para empresas do Amazonas?

DM – As empresas do Amazonas foram benefi ciadas com incentivos fi scais no valor de cerca de R$ 5,5 bilhões, de um total de R$ 16,5 bilhões concedidos a toda a Amazônia, decorrentes dos 933 projetos aprovados no Amazonas, que estão sendo usados para ampliação, diversifi cação e modernização dessas empresas.

EM TEMPO – Como funciona o programa que a Sudam trata como “incentivo do reinvestimento”?

DM – Trata–se de um programa que permite que as empresas que já têm os 75% da redução do imposto de renda possam receber 30% dos 25% que teria de recolher para aquisição de maquinas e equipamentos.

EM TEMPO – Quantos projetos de incentivo foram aprovados no Amazonas?

DM – Esse programa de reinvestimento iniciou em 2008 e começou a ser ope-rado praticamente em 2010. Somente no Amazonas, 24 projetos já foram aprovados, totalizando R$ 258 milhões em incentivos aprovados, dos quais R$ 189 milhões foram para as três maiores empresas do Amazonas, como a Pe-tróleo Brasileiro S.A - Petrobras, Moto Honda da Amazônia Ltda. e Samsung Eletrônica da Amazônia Ltda.

EM TEMPO – A Sudam sempre esteve de costas para o Amazonas. E na chamada “nova Sudam”, como tem sido essa relação?

DM – Antes da implantação da nova Sudam, em 2007, o Estado do Amazonas não tinha qualquer tipo de convênio com o órgão, apenas alguns projetos de incentivos fi scais aprovados. Quando a nova Sudam foi criada, realizamos um levantamento das ações da an-tiga Sudam; nele encontramos um convênio fi rmado com um município

do Amazonas, já faziam mais de 17 anos, e depois deste, nenhum tipo de investimento foi aprovado para o nosso estado. Ou o Amazonas esqueceu a Sudam ou a Sudam esqueceu o Amazonas

EM TEMPO – Que outros in-centivos a Sudam tem destinado ao Amazonas. Quais segmentos têm acesso a esses programas?

DM – Além de incentivos fi scais, operamos com incentivos fi nanceiros, por meio do FDA (Fundo de Desenvolvimento da Amazônia), que neste novo período da Sudam já apro-vou três grandes projetos para o Estado do Amazonas, todos na área de transmissão e geração de energia. Nesses projetos foram investidos R$ 1. 770.000, dos quais R$ 365 milhões foram aportados com recursos do FDA. Entre os projetos destaca-se o da Linhão de Tucuruí para Manaus, com 586 quilômetros de linhas e duas subestações. Este projeto vem tirar o Amazonas do isola-mento do Sistema Nacional Transmissão de Energia. Os outros dois foram os das UTE (Usina Termoelétrica), Geradora de Energia do Amazonas S/A e Companhia Energética Manauara S/A.

EM TEMPO – O total de três pro-jetos no FDA é muito pouco para um universo tão grande quanto o Amazonas, não acha?

DM – É bom ressaltar que não fi -nanciamos outros empreendimentos em nosso Estado porque não demandaram os recursos do FDA, apesar da divulgação que realizamos várias vezes junto aos potenciais empreendedores.

EM TEMPO – Quais convênios tam-

bém fazem parte do processo de desenvolvimento do Estado?

DM – Apesar do nosso orçamento anual ser bem pequeno, cerca de R$ 5 milhões/ano, já foi possível injetar cerca de R$ 5,5 milhões, em cinco convênios assinados, como a qualifi cação de 250 jovens que trabalharam durante a Copa do Mundo de 2014, prestando informações turísticas. A capacitação de 265 mulheres para traba-lharem na construção civil, nos perfi s de cerâmica fi na e pintura. Para a instalação de fi bra ótica interligando a capital Manaus ao município de Iranduba. Apoio à agricul-tura familiar de Itacoatiara. Além do acordo de cooperação com a Superintendência da Pesca para a construção e instalação de fabrica de gelo para o pescado que desembarca no Terminal Pesqueiro de Manaus. Melhorando assim a qualidade de vida do profi ssional e a qualidade do produto, todavia, neste caso, chegamos a repassar R$ 1,5 milhão o qual foi devolvido, em 2014, pela referida Superintendência por ordem do seu ministério.

EM TEMPO – A Sudam também investe em projetos cujo objetivo é reduzir os impactos ambientais?

DM – A Coordenação de Defesa Civil da Sudam desenvolve ações de defesa civil vin-culada à Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional. Com foco na prevenção a desastres, a Sudam fi rmou diversos convênios no Amazonas para organizar e intensifi car a Defesa Civil do Estado com o objetivo de reduzir os im-pactos ambientais. Três grandes ações se destacam nessa área. Entre elas, a criação do Mapa de Risco Geológico da cidade de Manaus. Em parceria com o gabinete mi-litar da Prefeitura de Manaus, no valor de R$ 256 mil reais, está mapeando as áreas propensas a desastres como deslizamento e enchentes. No total, seis áreas da cidade são mapeadas e monitoradas pela prefeitura. Todos os projetos, entre os executados e os em fase de implementação, vão investir no Amazonas cerca de R$ 1,5 milhão na área de prevenção a desastres.

Amazonas?Djalma Mello –

cendo a cada ano em relação a projetos aprovados pela Sudam. Desde 2007 até o ano atual, foram aprovados cerca de 1.760 projetos de incentivos fi scais que reduzem em 75% o imposto de renda, contribuindo fortemente para o incremento da renda regional, a geração de empregos e para a formação bruta do capital fi xo da região. Desse total de projetos aprovados, 933 foram para o Estado do Amazonas, com mais de 400 empresas benefi ciadas. Ou seja, mais de 50% destes incentivos foram para o nosso Estado, gerando mais de cem mil empregos diretos.

EM TEMPO – Qual o valor desses incen-tivos para empresas do Amazonas?

DM – benefi ciadas com incentivos fi scais no valor de cerca de R$ 5,5 bilhões, de um total de R$ 16,5 bilhões concedidos a toda a Amazônia, decorrentes dos 933 projetos aprovados no Amazonas, que estão sendo usados para ampliação, diversifi cação e modernização dessas empresas.

EM TEMPO – Como funciona o programa que a Sudam trata como “incentivo do reinvestimento”?

DM – permite que as empresas que já têm os 75% da redução do imposto de renda possam receber 30% dos 25% que teria de recolher para aquisição de maquinas e equipamentos.

EM TEMPO – Quantos projetos de incentivo foram aprovados no Amazonas?

DM – iniciou em 2008 e começou a ser ope-rado praticamente em 2010. Somente no Amazonas, 24 projetos já foram aprovados, totalizando R$ 258 milhões em incentivos aprovados, dos quais R$ 189 milhões foram para as três maiores empresas do Amazonas, como a Pe-tróleo Brasileiro S.A - Petrobras, Moto Honda da Amazônia Ltda. e Samsung Eletrônica da Amazônia Ltda.

EM TEMPO – A Sudam sempre esteve de costas para o Amazonas. E na chamada “nova Sudam”, como tem sido essa relação?

Sudam, em 2007, o Estado do Amazonas não tinha qualquer tipo de convênio com o órgão, apenas alguns projetos de

do Amazonas, já faziam mais de 17 anos, e depois deste, nenhum tipo de investimento foi aprovado para o nosso estado. Ou o Amazonas esqueceu a Sudam ou a Sudam esqueceu o Amazonas

EM TEMPO – Que outros in-centivos a Sudam tem destinado ao Amazonas. Quais segmentos têm acesso a esses programas?

DE FRENTE PARA O AMAZONAS

DJALMA MELLO:“A nova Sudam

investe no Amazonas”

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AÇÃO MÁRIO ADOLFO

Equipe EM TEMPO

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

MPF pressiona por lei an-titerrorismo no Brasil

Faltando apenas 446 dias para os Jogos Olímpicos de 2016, o Brasil ainda não tem uma lei que criminaliza o terrorismo e o fi nanciamento de terroristas. Há anos países na vanguarda desses cuida-dos, como Estados Unidos, fazem gestões junto ao go-verno Dilma, sem êxito. Esta semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ofícios à Presidência da República e às presidên-cias da Câmara e do Senado alertando para a necessidade da legislação antiterror.

Documento ofi cialO Brasil aderiu há 14

anos à Convenção Interna-cional para Supressão do Financiamento do Terro-rismo, mas jamais honrou o compromisso.

Para os EUAPara os EUA, em docu-

mento vazado pelo Wiki-Leaks, o governo Dilma reluta porque teme que o MST seja enquadrado como grupo terrorista.

Dilma não querEm relatório a Washington,

o ex-embaixador americano em Brasília Cliff ord Sobel diz que a então ministra Dilma sepultou o projeto.

SançõesO órgão internacional Gru-

po de Ação Financeira, avi-sou: o Brasil está sujeito a sanções fi nanceiras se não aprovar a lei antiterrorismo.

Futebol demite 20 mil por ano e o governo nada faz

Uma crise política sempre acontece quando montado-ras de automóveis ameaçam demitir funcionários, mas o governo está pouco ligando para o drama dos mais de 20 mil demitidos anuais pelos clubes de futebol do Brasil,

entre jogadores, técnicos, preparadores físicos, mas-sagistas, etc. Levantamen-to de entidades de atletas mostra que, dos 684 clubes, apenas uma centena deles mantêm contratados duran-te o ano inteiro.

Só a 1ª parteManter o emprego não põe

fi m ao problema e o Minis-tério Público do Trabalho já registrou mil ações por falta de pagamento desde 2002.

Sempre pode piorarSe o acesso ao seguro-

desemprego já era difícil para jogadores, a MP 665 tornou impossível ao exigir um ano de contrato para ter o benefício.

Ignorados de fatoNão há uma só linha na

MP do Futebol (nº 671) so-bre demissões em massa, mas vários artigos sobre o parcelamento de dívidas dos clubes.

Empurrando com a barrigaRenan Calheiros empurra

com a barriga o debate so-bre terceirização, irritando Eduardo Cunha. Ele explicou a Lula que cinco comissões vão examinar o tema antes de chegar ao plenário. No segundo semestre.

Mensaleiro na ativaDelúbio Soares continua

se cacifando entre sindi-calistas. Esta semana, foi palestrante em evento da Fetracom/DF. Para ele, a roubalheira do mensalão saiu barato e, como previu, virou piada de salão.

Oposição, só que nãoEles se colocam como

“opositores”, mas ganharam cargos no governo Dilma: o deputado Paulo Foletto (PSB) mantém a mulher Rose Duar-te na Cia Docas do Espírito

Santo e o senador Magno Malta (PR), o irmão Maurício na Valec, a estatal de cons-trução de ferrovias.

Fala, BendineA Câmara convocou audi-

ência pública com o presi-dente da Petrobras, Aldemir Bendine, dia 22, sobre o ba-lanço da Petrobras. “É preciso discutir o desenvolvimento da empresa”, diz Laércio Oli-veira (SD-SE).

PrioridadeO secretário-geral do Ita-

maraty, embaixador Sergio Danese, tem priorizado ques-tões administrativas. Houve semana em que teve três reuniões no Ministério do Planejamento negociando o fi m da pindaíba.

Muita calmaO deputado Paulinho da

Força (SD-SP) avisou que se-gurará a emenda que impede a reeleição do procurador-geral da República. Paulinho acredita que a proposta já fez “o barulho necessário”.

Nomeações travadasOs parlamentares go-

vernistas continuam assa-nhados com as nomeações para cargos de segundo e terceiro escalões, mas, até agora, nada. Michel Temer acerta, promete, mas Dilma não autoriza.

Matemática do governoA Petrobras divulgou na

última sexta balanço onde re-gistra lucro de R$ 5,3 bilhões em 2015. Subtraídos os pre-juízos oriundos da corrupção e do último balanço, faltam “apenas” R$ 16,3 bilhões para atingir o azul.

Pensando bem......a delação premiada de

Ricardo Pessoa, o “chefe do cartel das empreiteiras” na Lava Jato, deixou insones até chefes de outros cartéis.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Doador solícito

www.claudiohumberto.com.br

“Não há apelo político que resolva”

CARLOS ZARATTINI (SP), ex-vice-líder do PT,sobre derrubada do veto ao fi m do fator previdenciário

Juarez Távora era candidato a presiden-te e foi a São Luís (MA) com o gover-nador de São Paulo, Jânio Quadros, que o apoiava. Momentos antes, Adhemar de Barros, adversário de Jânio, deixava o mesmo hotel que receberia a dupla, quando o abordaram pedindo dinheiro para “entidades benefi centes”. Solícito, Adhemar prometeu uma doação generosa, mas o pedido deveria ser feito à “pessoa certa”, prestes a chegar: “É o dr. Jânio Quadros”. Os pedintes fi caram animados e Adhemar deu mais uma dica:

- Se ele não quiser dar, insistam. O homem é um tremendo pão-duro.

‘De olho’ para evitar vazamentosO presidente da CPI da

Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), man-dou instalar nesta semana câmeras de segurança e proibiu a entrada de equi-pamentos eletrônicos na sala-cofre onde são manti-dos documentos e arquivos digitais sigilosos da inves-tigação parlamentar. A de-terminação acontece após reclamações informais de funcionários da Petrobras sobre vazamentos de infor-mações das atas e grava-ções de reuniões da estatal

enviadas aos deputados.O deputado contou que foi

procurado por membros da companhia reclamando que tais vazamentos prejudica-vam os interesses da Pe-trobras. Após as cobranças, Motta decidiu instalar três câmeras na sala-cofre e proi-biu que deputados e asses-sores entrem no recinto por-tando celulares, pen drives e máquinas fotográfi cas.

Apesar de considerar que o sigilo em investigações como esta “até atrapalham”, Motta disse que decidiu to-

mar as medidas restritivas para mostrar que a CPI está “diligente” em relação à proteção dos arquivos. “Fiz para evitar que dados sejam vazados”, afi rmou.

InsegurançaO peemedebista reconhece

que, mesmo com as medidas restritivas de acesso aos do-cumentos sigilosos, é difícil garantir que novos dados não serão divulgados. Ele lem-brou que são 54 deputados e seus assessores circulando na sala a todo momento.

CPI/PETROBRAS

Legenda do vice-presidente Michel Temer quebra um jejum de mais de 20 anos para buscar de vez o comando do país

PMDB quer Presidência em2018 e já discute estratégia

Vice-presidente Michel Temer e Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães

O PMDB pretende lançar candidato próprio à Presidên-cia em 2018, que-

brando um jejum de mais de 20 anos para buscar de vez o comando da República.

Fontes do partido, incluin-do senadores, ex-ministros e assessores, delinearam a estratégia da legenda, que já vislumbra o fi m da aliança de 12 anos com o PT.

O PMDB contratou econo-mistas para modernizar seu programa, que será posto em debate em congresso nacional do partido em setembro, e vem tentado aumentar sua presença nas redes sociais.

Nomes também já têm sido discutidos de maneira informal, incluindo o do presidente da Câ-mara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), e do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

PlataformaApós anos de política sem

uma ideologia clara, lideranças do partido estão em busca de uma plataforma que una as vá-rias correntes do PMDB e ajude a quebrar a resistência de elei-tores que associam a legenda com clientelismo e corrupção. “Estamos pavimentando a es-trada que nos levará a vitórias em 2018”, disse Wellington Moreira Franco, presidente da

Fundação Ulysses Guimarães e arquiteto do plano de renovação do partido, em meio a aplausos no Encontro Nacional de Se-cretários Gerais do partido, na semana passada, em Brasília. “Não podemos perder a opor-tunidade que se coloca de uma maneira muito mais vibrante e concreta que no passado que é realizar um grande sonho de nosso partido: eleger o presi-dente da República.”

Moreira Franco, ex-ministro da Aviação Civil no primeiro mandato de Dilma Rousseff , disse em entrevista à Reuters que o PT está em uma “situação difícil” e que o país enfrenta uma “crise política muito profunda”.

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AÇÃO

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 A7Política

NOVATOS MOSTRAM SERVIÇO NA ALEAM

Em primeiro mandato, deputados emplacam projetos e lideram demandas de mais de cem proposições na Assembleia Legislativa

A 18ª legislatura da Assem-bleia Legislativa do Esta-do do Amazonas (Aleam), que iniciou em fevereiro

deste ano, conta com um total de 15 deputados reeleitos, seis novos parlamentares e três que já tiveram experiências passadas no parlamento e que retornaram à casa nas últimas eleições. Mas, são os novatos que, segundo um balanço no portal da transparência da Aleam, propuseram, ao todo, 19 projetos de lei e 110 outras proposições, entre requerimentos, indicativos e outros.

O deputado Serafi m Corrêa (PSB) – ex-prefeito de Manaus e que está no primeiro mandato – afi rmou que a Assembleia, na atual legislatura, passou a ser palco e protagonista do futuro econômico do Amazonas (nas questões de emprego, sociais e no âmbito da administração pú-blica). “Não apenas por minha ação, mas também por ela. Eu tenho toda uma experiência e dou minha contribuição assim como todos os 24 deputados, cada um a seu modo, cada um na sua área e a soma de todos fez o parlamento avançar bastante – com todo respeito às composições anteriores desta au-gusta Assembléia”, destacou.

O deputado, que apresentou dois PLs e seis requerimentos, ressaltou que “o Brasil sofre com esse negó-cio de que tem que fazer lei e no país existem mais de 400 mil. Mas, entendo que a confecção da lei é o ultimo recurso, precisamos de uma convivência que não precise disso, claro que uma das atribuições do Le-gislativo é legislar, e nós legislamos quando apreciamos as matérias que

vêm do Executivo ou quando apre-ciamos as matérias dos outros”. Serafi m é presidente da Comissão de Indústria, Comércio Exterior e Mercosul (Cicem).

Já o novato Augusto Ferraz (DEM) disse que é uma satisfação imensa estar trabalhando para a população do Estado e trazendo oportunidades e benefícios para todos aqueles que precisam do meu trabalho parlamen-tar. “Estou me familiarizando com a Assembleia Legislativa nesses três

meses de atividades e trazendo para dentro da Aleam as difi culdades da população do Amazonas. Acabamos de fazer uma audiência pública e saímos com resultado positivo onde buscamos oportunidades para os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de Iranduba – isso é de ex-trema relevância para nós e para o Estado”, ressaltou o democrata. Ele informou, ainda, que durante o início do mandato já apresentou 52 requerimentos, dos quais já realizou uma sessão especial, uma audiência pública, um indicativo ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), para a implantação de um cartório

civil dentro nas dependências do Instituto Médico Legal (IML). Ferraz é presidente da Comissão de Esporte e Lazer (CEL).

PlatinyOutro novato – aliás o mais novo

deputado estadual do país – Platiny Soares, 23, do Partido Verde (PV), falou que tem trabalhado nas duas principais atividades que são típicas de um parlamentar, apresentando projetos e fi scalizando atividades públicas. “Hoje temos um entrave muito grande e estamos brigando e trabalhando para o cumprimento da lei de promoção dos praças da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), a lei 4.044, aprovada ano passado. Além disso, temos o PL que cria o Dia do Praça – que foi apresentado e aprovado”, enumerou.

Platiny informou também que tem vários outros projetos, mas como tem a sua base de trabalho na Polícia Militar, muitas vezes fi ca impedido de propor cer-tos projetos de lei, pois na maioria das m a t é r i a s a iniciativa deve partir diretamente do Poder Executivo. A t u a l e -mente, é presidente da Comis-são de Assuntos M u n i c i -pais e vice da C o m i s s ã o de Segurança da Assembleia.

HELTON DE LIMAEquipe EM TEMPO

Eu tenho toda uma experiência e dou

minha contribuição, assim como todos os 24 deputados, cada um a seu

modo...

Serafi m Corrêa, deputado estadual

Polícia Militar do Amazonas (PMAM), a lei 4.044, aprovada ano passado. Além disso, temos o PL que cria o Dia do Praça – que foi apresentado e aprovado”, enumerou.

Platiny informou também que tem vários outros projetos, mas como tem a sua base de trabalho na Polícia Militar, muitas vezes fi ca impedido de propor cer-tos projetos de lei, pois na maioria das m a t é r i a s a iniciativa deve partir diretamente do Poder Executivo. A t u a l e -mente, é presidente da Comis-são de Assuntos M u n i c i -pais e vice da C o m i s s ã o de Segurança da Assembleia.

Com um projeto de lei e 19 requerimentos, o deputado Der-milson Chagas (PDT) é presiden-te da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CA-PPADR) e menciona o dinamis-mo com que os trabalhos se dão no parlamento. O pedetis-ta informou que dentre tantos temas que têm levantado há um destaque para a questão da empregabilidade na capital e no interior.

“Não podemos fi car só na política de fazer requerimento para dar parabéns ao fulano do São José, não tiran-do a importân-cia disso, mas ressaltando que o povo

quer e precisa do retorno do parlamento, com uma política séria, aqui não é direita, aqui não é esquerda, aqui é povo”, disse Chagas.

Para Alessandra Campêlo (PCdoB), ao chegar na Assem-bleia, pensava que seu foco seria específi co na luta pelas mulhe-res, juventude e esporte, porém percebeu uma mudança que a fez focar em especial na defesa da população no que diz respeito à execução dos serviços públicos.

“Eu tenho trabalhado muito, relativa-

mente à edu-cação, para garant i r que os direitos dos estu-

dantes e das

crianças que estão na escola sejam garantidos por parte da Secretaria de Educação”, ressal-tou a comunista, que apresentou, até agora, 12 PLs que tratam de incentivos ao esporte, condução escolar, homenagens e outros.

O ex-prefeito de Parintins, deputado Bi Garcia (PSDB), apresentou até o momento um projeto de lei que cria o Sistema Inte-grado de In-formações e Ações de Vio-l ê n c i a Contra a Mu-lher e 18 re-queri-men-tos.

Dinamismo de primeiro mandato

temas que têm levantado há um destaque para a questão da empregabilidade na capital e no interior.

“Não podemos fi car só na política de fazer requerimento para dar parabéns ao fulano do São José, não tiran-do a importân-cia disso, mas ressaltando que o povo

percebeu uma mudança que a fez focar em especial na defesa da população no que diz respeito à execução dos serviços públicos.

“Eu tenho trabalhado muito, relativa-

mente à edu-cação, para garant i r que os direitos dos estu-

dantes e das

projeto de lei que cria o Sistema Inte-grado de In-formações e Ações de Vio-l ê n c i a Contra a Mu-lher e 18 re-queri-men-tos.

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

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[email protected], DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 (92) 3090-1045Economia B3

Prestar serviço em Manaus é bom negócio

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[email protected], DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 (92) 3090-1045

Prestar serviço em Manaus é bom negócio

Para segurar preço da iguaria, vendedores pechincham na hora de comprar o cacho da banana pacovã, que custa até R$ 60 em Manaus

Vai uma banana frita aí, doce ou salgada?

Uma iguaria comum na cidade e que todo mundo gosta, a ba-nana frita, apesar da

alta no valor da matéria-prima, a banana pacovã, nos últimos meses, ainda não teve o preço reajustado para o consumidor fi nal. Há menos de um ano, um cacho de banana pacovã variava de R$ 8 a R$ 20. Atu-almente, na Feira da Banana, no Centro, o cacho pode ser encontrado até por R$ 60.

A falta de produção local em larga escala, aliada à impor-

tação do produto, contri-bui para encarecer a

fruta, em virtude do valor do transporte

do material.

PechincharPara garantir a venda diária

das bananas salgadas e doces, a única saída é pechinchar, de acordo com o vendedor ambu-lante, Francisco Macedo Bar-roso, 50. Ele comercializa a iguaria há mais de 20 anos, na esquina da avenida Carvalho Leal com a Codajás, no bairro Cachoeirinha, na Zona Sul.

“Em dezembro do ano passado, o cacho mais caro de banana saía a R$ 18. Hoje no mesmo local, na Feira da Banana, a gen-te encontra o cacho da pacovã de R$ 30, R$ 40 e até R$ 60. Temos que pechinchar o preço mais em conta, se não, não conseguimos vender o copinho da banana frita a R$ 3, inde-pendente de ser a salgada ou a doce”, explica Francisco.

Em dias de boas vendas, ele costuma “fritar” três cachos de pacovã verde (salgada) e um ca-cho de pacovã madura (doce). A quantidade da fruta em cada ca-cho varia de 28 a 32 unidades.

Sem concorrentes no entorno do local onde trabalha, e com uma clientela fi el - formada por estudantes da Universidade do

Estado do Amazonas (UEA) e escolas da área, além de servidores e pacientes de

dois hospitais públicos próximos -, o vendedor de banana frita enfrenta apenas dois obstáculos nas vendas: os dias chuvosos e os eventuais fi ados, que nem sempre são pagos.

“Por dia, estimo vender de cem a 150 copinhos de ba-nana, mas, quando chove, o movimento diminui”, salienta Francisco. Ele calcula faturar aproximadamente R$ 1,8 mil líquidos, mensalmente.

De acordo com ele, o período de maior consumo da iguaria, durante o mês, vai do dia 5 ao dia 20. A partir do dia 21, as vendas também sofrem uma queda. Para garantir a qualidade do produto, Francisco garante usar apenas óleo na fritura, pois, segundo ele, o uso de banha vegetal - uti-lizada por alguns vendedores de bananas - após três dias deixa a iguaria ransosa. “O óleo garante que a banana fi que crocrante por até cinco dias”, observa.

Além da banana, Francisco também vende batata frita, mas, segundo o ambulante, a procura pela fruta é bem maior. “A batata tem pouca saída, por semana vendo de 4 a 5 quilos, ao contrário da banana salgada ou doce, que tem uma saída maior”, afi rma.

Há pouco mais de dois me-ses trabalhando com a venda de bananas fritas - além de batata e milho cozido -, em uma banca localizada em uma área estratégica da aveni-da Joaquim Nabuco, Centro, Zona Sul, o ambulante Car-los Alberto Dias, 55, também percebeu a alta da banana pacovã no principal ponto de comercialização do produto, a Feira da Banana.

“A cada dois dias vou à feira comprar banana. E nem sempre encontramos o mesmo preço dos dias anteriores. Os feirantes não têm culpa, porque a bana-na pacovã que consumimos em Manaus é importada do Acre ou de Roraima. O jeito é pechinchar, se não fi ca

impossível vender o copo ou o saquinho pelo preço atual de R$ 3”, avalia.

Apesar de ter uma clien-tela fi el - formada em sua maioria por estudantes das unidades acadêmicas da Uninorte e por populares que saem do trabalho -, Carlos Alberto, ao contrário de Francisco, enfrenta uma forte concorrência, em vir-tude das bancas existentes a menos de um quilômetro na avenida Getúlio Vargas, e demais ambulantes que também comercializam o produto ao longo da Joa-quim Nabuco.

“Dependendo do movi-mento do dia é possível vender até 150 copos ou sa-quinhos de banana. Quando

chove, a procura por banana frita é maior. Já nos dias quentes, a procura é por milho cozido”, destaca.

Há pouco tempo no mer-cado, Carlos Alberto diz não ter estimado os lucros ainda, mas salienta que além dos gastos com a matéria-prima, há também despesas com o aluguel do ponto onde traba-lha, e com um ajudante, já que as atividades iniciam às 7h e seguem até as 22h.

Apesar da boa procura pela banana frita, a produ-ção da iguaria para a re-venda em comércios de pe-queno porte, segundo Carlos Alberto, é inviável devido ao preço a ser repassado aos comerciantes e os custos envolvidos no processo.

Pacovã vem de outros Estados

Apesar do mercado con-sumidor de banana frita, em Manaus a produção da iguaria é totalmente artesanal. Mesmo as em-balagens produzidas para serem comercializados em mercadinhos de bairro não seguem uma produção em escala industrial.

Em países vizinhos como Colômbia e Peru, é comum a produção de banana frita - batizada como banana chips, uma alusão à batata chips.

Entretanto, pelo país há cases de sucesso de peque-

no empreendedores, como no Estado do Pará, onde a microempresária Maria Ferreira Sousa da Cunha criou há pouco mais de cinco anos a Bananita, que tem um faturamento anual esti-mado em R$ 300 mil.

PotencialA empresária percebeu o

potencial da banana frita, quando começou a utilizar as frutas que seriam descarta-das - por estarem amassa-das e sem poder de comercia-lização. Com a boa aceitação

do produto e o crescimento de encomendas, o negócio foi se expandindo e já atende boa parte do Pará e alguns Estados vizinhos.

Outro exemplo é a micro-empresa Dabanana, locali-zada no Paraná, que além das bananas salgadas e doces também oferece ao público aipim (maca-cheira) frito, no formato chips. A marca atende parte do Estado, além de trabalhar em parceria com as cooperativas locais produtoras de bananas.

Produção sem escala industrial

Mesmo com mercado consumidor fi el, produção da banana frita é toda artesanal na cidade

Há 20 anos em uma parada de ônibus, na Cachoeirinha, Francisco vende até 150 copi-nhos de banana frita por dia

Além dos gastos com a matéria-prima, Carlos Alberto paga aluguel do ponto onde trabalha

SÍNTIA MACIELEquipe EM TEMPO

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

Recuperação empresarial no alvo de consultoriaHá 40 anos no ramo de restruturação de negócios, a FF Consult chega a Manaus focando o PIM e o Polo Naval

Com o propósito de abrir linhas de cré-dito e financiamen-to para empresas

que necessitam de ajuda no crescimento e aumen-to dos negócios no mer-cado financeiro, a empresa de consultoria FF Consult, oriunda do Estado de São Paulo - e há 40 anos no mercado -, chega a Manaus para oferecer suporte de es-truturação e recuperação empresarial, com apor-te de capital e garantias para a expansão de sus-tentabilidade e soluções para todos os tipos de atividades e setores no campo empresarial.

Pensando em estimular as empresas locais, a FF Con-sult foca na capital amazo-nense, o Polo Naval e o Polo Industrial de Manaus (PIM), para ajudar empresas que precisam de estrutura finan-ceira, por meio de capital próprio ou recursos empres-tados, no mercado financei-ro exterior ou interno.

Para o presidente da con-sultoria, Antônio Flores, a inflação de 8% gerada pelo aumento do consumo in-terno e o crescimento da demanda em relação à baixa oferta foram determinantes para uma inflação na eco-nomia do país, agravando a produção das empresas com queda nos tributos.

“Em função dessa situa-ção, arrecadações dos tri-butos e de impostos caí-ram, e o governo ficou com pouco dinheiro para pagar

suas contas, gerando fal-ta de recursos nas linhas de crédito para atender a necessidade do merca-do, tanto comercial como industrial”, avalia Flores.

PerfilEle explica que as linhas

de crédito para atender a demanda das empresas estão fora do país, mas alerta que nem todas as empresas tem condições de conseguir esses recursos para o financiamento.

“Algumas empresas apre-sentam alicerce que permi-tem condições, mas muitas delas não têm apresenta-ções (números) de boas prá-

ticas de governança e gestão corporativa que concedam espaço e transparência no mercado externo”, avalia.

A FF Consult oferece fi-nanciamentos para empre-sas privadas com juros de 4%, e pagamento a longo prazo de oito a dez anos. Já para a empresa do setor público, o financiamento do juro é de 5% com o prazo de pagamento de 15 anos. Para ambos os setores com carência de três anos.

Segundo Flores, Manaus tem um quadro de demandas muito grande tanto no setor público quanto no setor privado

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Segundo Antônio Flores, o quadro de demandas na capital amazonense é muito grande tanto no setor público e quanto no privado. Além de fo-car na restruturação fi-nanceira dos negócios, a empresa também está

voltada para pesquisas e inovações no país.

“Não viemos com expec-tativa, mas estamos aqui com intuito de colaborar, ajudar e fazer com que ade-sões das empresas sejam alcançadas no setor finan-ceiro dos negócios empre-

sariais”, comentou.Entre os cases de su-

cesso citados por Antônio Flores está a recuperação de uma usina de gaseifi-cação, tanto na parte am-biental quanto na parte estrutural (financeira).

Além de Manaus, a FF

Consult viabiliza o supor-te de financiamento em outras capitais da região Norte, Centro-Oeste e Nor-deste, como Belém (PA), Boa Vista (RR), Macapá (AP), Porto Velho (RO), Palmas (TO), Cuiabá (MT) e São Luís (MA).

Empresa tem expertise em áreas diversas

Evento abordará Design Thinking Nos dias 25 e 26 de julho,

Manaus será palco de um workshop inédito: o “Design Thinking Weekend”, promovi-do pela Levier Consultoria & Treinamento. O evento será ministrado pelo profissional André Diniz, representante do Design Thinking Group.

O Design Thinking é uma ferramenta de estratégia, análise, criação e desenvol-vimento para inovar e im-pactar a vida das pessoas

onde o participante tem a oportunidade de desenvol-ver habilidades para reso-lução de conflitos de forma criativa para diferenciados problemas do dia a dia seja ele profissional, pessoal, re-ligioso entre outros.

O objetivo do curso é am-pliar a visão dos partici-pantes ensinando uma nova abordagem para criar solu-ções inovadoras.

O projeto é indicado

aos profissionais que já estão no mercado, em-preendedores de micro e pequenas empresas e estudantes universitários.

O evento ocorrerá na Ulbra, no bairro Japiim, Zona Cen-tro-Sul. Outras informações sobre o treinamento podem ser obtidas pelo site www.levierdesign.com.br, pelo e-mail atendimento@levierdesign. com.br ou ainda pelo telefone 98137-5173.

INOVAÇÃO

O Design Thinking avalia soluções de problemas a partir de inúmeras perspectivas

DIVULGAÇÃO

ATUAÇÃOAfora a restruturação financeira dos negócios, a FF Consult também está voltada para pes-quisa e inovações no país. A empresa atua em algumas cidades das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste

JOSEMAR ANTUNESEquipe EM TEMPO Online

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Page 11: EM TEMPO - 17 de maio de 2015

B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

Prestação de serviços em Manaus, um bom negócioSetor que caminha na contramão da indústria e do comércio é uma oportunidade para profissionais se tornarem empresários

Depois da faculdade de design, Rodrigo Bezerra tomou gosto pela prestação de serviços gráficos e montou o próprio empreendimento no ramo da comunicação visual, com serviços diversificados

Ao contrário da indústria e comércio, o setor de serviços se mantém em alta no país, e no Amazo-

nas não é diferente. No Estado, a maioria dos prestadores de serviço se concentra nas áreas de reformas e reparos, design e tecnologia, eventos, serviços domésticos e assistência técni-ca. Divididos entre autônomos e micro e pequenas empresas, a renda média desses profissio-nais, que têm idade média de 35 a 45 anos, gira em torno de R$ 1 mil a R$ 4 mil, sendo que grande parte tem emprego fixo.

Os dados fazem parte de um levantamento que traz o perfil do Prestador de Serviço no Brasil, realizado pelo site GetNinjas, plataforma de cotação e contra-tação de serviços, que conta com 80 mil profissionais cadastrados em sua base. “Nós temos em torno de dois mil profissionais cadastrados só em Manaus, e quatro mil no Amazonas”, informa o CEO do GetNinjas, Eduardo L’Hottellier.

O designer Rodrigo Bezerra, 28, atualmente trabalha com a prestação de serviços gráficos. Ele conta que largou o emprego fixo depois que entrou na fa-culdade, ao tomar gosto pelos serviços extras. “Percebi que o último emprego não estava mais dando a rentabilidade que eu precisava. Comecei a fazer pes-quisa de mercado e a trabalhar na informalidade, mas chegou o momento que o negócio cresceu e eu tive que decidir entre conti-nuar me submetendo à empresa que estava ou arriscar”, conta.

Hoje proprietário da empresa Soluções Mídias, Bezerra afir-ma que o negócio deu certo e tem registrado crescimento da clientela em pouco mais de um ano da empresa no mercado.

Segundo ele, o faturamento tem aumentado em torno de 100%. “A comunicação visual é um mer-cado promissor. Em Manaus, há muitas empresas nesse ramo. Mas, poucas oferecem um leque maior de serviços. Geralmente, o cliente precisa ir a duas ou mais empresas para fazer todo o seu projeto”, aponta.

A microempresária Fernanda Vasconcelos, 27, trabalha com eventos, a terceira categoria com maior número de prestado-res de serviço em Manaus. Ela relata que começou a empreen-der no ramo há sete anos, com eventos para o público adulto, e há três anos mudou o foco para

produções de eventos infantis. “Fui apresentada ao ramo de eventos por um amigo e acabei adquirindo uma empresa e vi que para o público infantil o mercado é maior”, destaca.

Fernanda declara que os ser-viços de ornamentação são feitos por ela, o marido, o filho e um sobrinho, que juntos fazem em média 16 eventos por mês pela empresa Arca Encantada Decorações. “Fa-zemos todo tipo de evento infantil, como aniversário, chá de bebê e até 15 anos. Pas-samos a semana preparando tudo e no final de semana executamos o serviço. Temos mais de 50 temas infantis de festas”, aponta.

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

REDENo GetNinjas, o cliente que contrata presta-dores de serviço não paga nada. O profissio-nal que quer ampliar sua rede de clientes tem a opção de pagar, com direito a mais de 30 contatos ao mês

Segundo o executivo do GetNinjas, Eduardo L’Hottellier, a plataforma lançada em outubro de 2011 tem mais de um mi-lhão de acessos por mês. No mesmo período, reali-za aproximadamente cem mil orçamentos a pesso-as que buscam contratar profissionais cadastrados em sua base. Além disso, gera um impacto na eco-nomia brasileira de R$ 7 milhões ao mês. “Levamos

renda aos profissionais e ao mesmo tempo ajuda-mos no desenvolvimen-to dos micro e pequenos empresários”, destacou.

Eduardo salienta a segu-rança que há tanto para o profissional que se ca-dastra no GetNinjas quanto para os clientes que buscam pelo prestador de serviço na base da plataforma on-line. “Quando o profissional se cadastra no GetNinja, nós ligamos para ele, pegamos

todos os dados de referên-cia e conferimos tudo. Com isso, garantimos maior se-gurança a todos os nossos clientes”, afirmou.

Conforme o levantamento do GetNinjas, em Manaus há em torno de 900 profissio-nais que prestam serviço na área de reformas e reparos, 150 na de assistência técni-ca, 115 na de eventos, 110 na de serviços domésticos, e 90 na de design e tecnologia. No Estado, as categorias

continuam na mesma po-sição, reformas com dois mil prestadores de serviço, assistência técnica (300), eventos (200), serviços do-mésticos (150), e design & tecnologia (110).

No país reformas e re-paros fica em primeiro lugar com 27.863 pro-fissionais, seguido de de-sign e tecnologia (13.150), eventos (8.878), servi-ços domésticos (8.141) e assistência técnica (6.268).

Site especializado em facilitar contratosFernanda lidera a família na organização de festas infantis pela Arca Encantada, que tem amplo acervo decorativo para aniversários

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 B5B4 Economia

Venda direta é opção para aumentar a rendaMercado de comercialização de produtos fora de estabelecimento comercial cresce no país com a diversidade de marcas de interesse dos consumidores

Complementar a ren-da é um dos fatores que levam as pes-soas a entrarem

no mercado de vendas diretas - sistema de comercialização fora

de um estabelecimento co-mercial fi xo. Porém, mais do que uma mera fonte de renda, é uma alternativa real de ati-vidade profi ssional, que traz uma experiência empreende-dora individual. Nos últimos anos, o mercado cresceu na casa dos dois dígitos. A in-

formação é do gerente geral da Jafra (mul-t inacional americana de cosmé-tico) no

Brasil, Roger Chain.Segundo o executivo, a ex-

pansão do mercado de ven-das diretas no Brasil conta com a presença de diversas empresas do ramo. De acor-do com Chain, esse modelo sempre foi importante para a economia brasileira, uma vez que permitiu que muitas pessoas, principalmente as mulheres, tivessem a opor-tunidade de complementar a

renda ou até sustentar a fa-mília. “Essa demanda fez com que o país se tornasse um dos maiores em vendas diretas do mundo”, disse.

A autônoma Suellem Silva, 20, buscou no mercado

de vendas diretas a oportunidade de ter uma ren-da, já que atu-almente não tem

um emprego for-mal. Ela conta que

há mais ou menos quatro meses começou a revender peças íntimas de uma fa-mosa marca do mercado

e consegue tirar até 40% de lucro em cima dos produtos comercia-lizados. “Ainda é um percentual baixo, mas pretendo continu-

ar com as vendas porque conseguimos vender bem e ajuda muito nas despesas pessoais”, comenta.

A bancária Kellen Cristina, 24, começou em julho de 2014 a revender produtos da marca Mary Kay. Ela conta que o mo-tivo que a levou a entrar no mercado de vendas diretas foi a renda extra, e também o reconhecimento que a empre-sa proporciona às consultoras. “Você tem a oportunidade de fazer o seu próprio salário, não é como num emprego formal onde os ganhos são limitados, e ainda avança na carreira, já que de consultora pode chegar até a diretora nacional”, esclarece.

Segundo Kellen, consegue fa-turar somente com as vendas dos produtos de beleza entre R$ 1.500 a R$ 2.000 por mês. O vo-lume ainda não é superior ao que ganha no emprego formal, mas o objetivo é aumentar essa ren-da para deixar o emprego e fi car apenas com as vendas diretas. “Esse é o negócio da minha vida. Encontrei com a venda direta de produtos de beleza a oportuni-dade que buscava em qualquer outro lugar”, evidencia.

Para Chain, a expectati-va das empresas de vendas diretas é que 2015 será um ano difícil para todos os seg-mentos. Entretanto, pode ser também de oportunidade para o crescimento desse mercado. “Quando a economia encolhe, falta emprego e fi ca difícil para todo mundo, as pessoas tem a necessidade de complementar a renda. Então, acabam bus-cando oportunidade em uma empresa de venda direta, na maioria das vezes vai revender cosmético. É comum na cri-se haver uma demanda maior do mercado”, explica.

A Associação Brasileira de Empresas de Vendas Di-retas (Abevd), em seu site (www.abevd.org.br), dá di-cas de como encontrar a empresa ideal para come-çar neste setor, dentre elas quais são os investimentos necessários e como esco-lher a área certa para atuar. Seguem algumas:

1 - Antes de começar, você precisa ter a certeza de que ama o produto ou o serviço com o qual quer trabalhar, por isso, é importante que escolha uma área da qual tenha alguma afi nidade. Por exemplo, se você gosta de moda e acompanha tudo o que acontece neste universo, pode escolher uma empresa de roupas ou acessórios.

2 - Após escolher a área, veja se o produto que irá revender será consumido mensalmente pelos clien-

tes. Procure ter produtos de consumo mensal para conseguir repetir as vendas mês após mês e ter um rendimento mensal.

3 - Veja qual o nível de concorrência. Tente encontrar um produto único, e leve em con-sideração a quantida-de de concorrência no mercado que vai atuar. Se no seu bairro já tem uma grande quantida-de de revendedoras de cosméticos, por exem-plo, não será uma boa ideia investir nesta atividade também.

4 - Veja qual será o inves-timento inicial e quanto tempo vai demorar para ter um retorno. Faça uma lista das empresas com as quais você gostaria de trabalhar e em seguida en-tre em contato com algum revendedor direto ou dire-tamente com a empresa e faça perguntas.

Como entrar nesse mercado

Fundada em 1956 em Ma-libu, na Califórnia, a Jafra Cosmético está presente na Europa, Estados Unidos, México e Brasil. Segundo o gerente geral da compa-nhia no Brasil, Roger Chain, atualmente é a empresa de vendas direta mais rentável do mundo. Além disso, desde 2014, a Jafra pertence ao grupo alemão Vorwerk, que acumula mais de 125 anos de experiência em vendas diretas e com reconhecida

liderança em nível mundial. Chain lembra que a empre-

sa nasceu focada em levar beleza e oportunidade para as mulheres, não só pelo tipo de produto, mas por trabalhar com o modelo de vendas di-retas. “Houve o anseio de dar oportunidade à mulher de fi car independente, de ter seu pró-prio negócio. A Jafra foi uma das primeiras empresas com esse conceito do mundo, de trabalhar dando oportunidade de outras pessoas revende-

rem seus produtos ao invés de colocar nas prateleiras de supermercado ou em lojas de departamento”, aponta.

Conforme o gerente geral, a Jafra tem atualmente em torno de 650 mil consultoras nos países onde atua, sendo o Brasil um dos mais im-portantes para a empresa. Além disso, é uma compa-nhia que internacionalmen-te fatura em torno de US$ 650 milhões. Somente no Brasil, ela cresce em média

de 30% a 35% ao ano, sen-do o Norte e o Nordeste as regiões mais importantes. “Mais de 60% dos nossos negócios estão nessas duas regiões”, revela.

De acordo com a Abevd, no Brasil, esse mercado conta com mais de 4,5 milhões de pessoas em sua força de vendas, gera cerca de 8 mil empregos diretos e atingiu, em 2013 (dados mais re-cente), US$ 14,6 bilhões em volume de negócios.

Foco na beleza e oportunidades às mulheresJafra lançou campanha e vários produtos cosméticos em Manaus Roger Chain diz que venda direta faz bem à economia do país

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

NEGÓCIONo encontro com as líderes e consultoras, em Manaus, a Jafra destacou o processo de modernização e desen-volvimento do negócio e lançou produtos, além do relançando a marca no país

As mulheres são o principal foco das mais diversas empresas do ramo de vendas diretas no Brasil e no mundo

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 B5B4 Economia

Venda direta é opção para aumentar a rendaMercado de comercialização de produtos fora de estabelecimento comercial cresce no país com a diversidade de marcas de interesse dos consumidores

Complementar a ren-da é um dos fatores que levam as pes-soas a entrarem

no mercado de vendas diretas - sistema de comercialização fora

de um estabelecimento co-mercial fi xo. Porém, mais do que uma mera fonte de renda, é uma alternativa real de ati-vidade profi ssional, que traz uma experiência empreende-dora individual. Nos últimos anos, o mercado cresceu na casa dos dois dígitos. A in-

formação é do gerente geral da Jafra (mul-t inacional americana de cosmé-tico) no

Brasil, Roger Chain.Segundo o executivo, a ex-

pansão do mercado de ven-das diretas no Brasil conta com a presença de diversas empresas do ramo. De acor-do com Chain, esse modelo sempre foi importante para a economia brasileira, uma vez que permitiu que muitas pessoas, principalmente as mulheres, tivessem a opor-tunidade de complementar a

renda ou até sustentar a fa-mília. “Essa demanda fez com que o país se tornasse um dos maiores em vendas diretas do mundo”, disse.

A autônoma Suellem Silva, 20, buscou no mercado

de vendas diretas a oportunidade de ter uma ren-da, já que atu-almente não tem

um emprego for-mal. Ela conta que

há mais ou menos quatro meses começou a revender peças íntimas de uma fa-mosa marca do mercado

e consegue tirar até 40% de lucro em cima dos produtos comercia-lizados. “Ainda é um percentual baixo, mas pretendo continu-

ar com as vendas porque conseguimos vender bem e ajuda muito nas despesas pessoais”, comenta.

A bancária Kellen Cristina, 24, começou em julho de 2014 a revender produtos da marca Mary Kay. Ela conta que o mo-tivo que a levou a entrar no mercado de vendas diretas foi a renda extra, e também o reconhecimento que a empre-sa proporciona às consultoras. “Você tem a oportunidade de fazer o seu próprio salário, não é como num emprego formal onde os ganhos são limitados, e ainda avança na carreira, já que de consultora pode chegar até a diretora nacional”, esclarece.

Segundo Kellen, consegue fa-turar somente com as vendas dos produtos de beleza entre R$ 1.500 a R$ 2.000 por mês. O vo-lume ainda não é superior ao que ganha no emprego formal, mas o objetivo é aumentar essa ren-da para deixar o emprego e fi car apenas com as vendas diretas. “Esse é o negócio da minha vida. Encontrei com a venda direta de produtos de beleza a oportuni-dade que buscava em qualquer outro lugar”, evidencia.

Para Chain, a expectati-va das empresas de vendas diretas é que 2015 será um ano difícil para todos os seg-mentos. Entretanto, pode ser também de oportunidade para o crescimento desse mercado. “Quando a economia encolhe, falta emprego e fi ca difícil para todo mundo, as pessoas tem a necessidade de complementar a renda. Então, acabam bus-cando oportunidade em uma empresa de venda direta, na maioria das vezes vai revender cosmético. É comum na cri-se haver uma demanda maior do mercado”, explica.

A Associação Brasileira de Empresas de Vendas Di-retas (Abevd), em seu site (www.abevd.org.br), dá di-cas de como encontrar a empresa ideal para come-çar neste setor, dentre elas quais são os investimentos necessários e como esco-lher a área certa para atuar. Seguem algumas:

1 - Antes de começar, você precisa ter a certeza de que ama o produto ou o serviço com o qual quer trabalhar, por isso, é importante que escolha uma área da qual tenha alguma afi nidade. Por exemplo, se você gosta de moda e acompanha tudo o que acontece neste universo, pode escolher uma empresa de roupas ou acessórios.

2 - Após escolher a área, veja se o produto que irá revender será consumido mensalmente pelos clien-

tes. Procure ter produtos de consumo mensal para conseguir repetir as vendas mês após mês e ter um rendimento mensal.

3 - Veja qual o nível de concorrência. Tente encontrar um produto único, e leve em con-sideração a quantida-de de concorrência no mercado que vai atuar. Se no seu bairro já tem uma grande quantida-de de revendedoras de cosméticos, por exem-plo, não será uma boa ideia investir nesta atividade também.

4 - Veja qual será o inves-timento inicial e quanto tempo vai demorar para ter um retorno. Faça uma lista das empresas com as quais você gostaria de trabalhar e em seguida en-tre em contato com algum revendedor direto ou dire-tamente com a empresa e faça perguntas.

Como entrar nesse mercado

Fundada em 1956 em Ma-libu, na Califórnia, a Jafra Cosmético está presente na Europa, Estados Unidos, México e Brasil. Segundo o gerente geral da compa-nhia no Brasil, Roger Chain, atualmente é a empresa de vendas direta mais rentável do mundo. Além disso, desde 2014, a Jafra pertence ao grupo alemão Vorwerk, que acumula mais de 125 anos de experiência em vendas diretas e com reconhecida

liderança em nível mundial. Chain lembra que a empre-

sa nasceu focada em levar beleza e oportunidade para as mulheres, não só pelo tipo de produto, mas por trabalhar com o modelo de vendas di-retas. “Houve o anseio de dar oportunidade à mulher de fi car independente, de ter seu pró-prio negócio. A Jafra foi uma das primeiras empresas com esse conceito do mundo, de trabalhar dando oportunidade de outras pessoas revende-

rem seus produtos ao invés de colocar nas prateleiras de supermercado ou em lojas de departamento”, aponta.

Conforme o gerente geral, a Jafra tem atualmente em torno de 650 mil consultoras nos países onde atua, sendo o Brasil um dos mais im-portantes para a empresa. Além disso, é uma compa-nhia que internacionalmen-te fatura em torno de US$ 650 milhões. Somente no Brasil, ela cresce em média

de 30% a 35% ao ano, sen-do o Norte e o Nordeste as regiões mais importantes. “Mais de 60% dos nossos negócios estão nessas duas regiões”, revela.

De acordo com a Abevd, no Brasil, esse mercado conta com mais de 4,5 milhões de pessoas em sua força de vendas, gera cerca de 8 mil empregos diretos e atingiu, em 2013 (dados mais re-cente), US$ 14,6 bilhões em volume de negócios.

Foco na beleza e oportunidades às mulheresJafra lançou campanha e vários produtos cosméticos em Manaus Roger Chain diz que venda direta faz bem à economia do país

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

NEGÓCIONo encontro com as líderes e consultoras, em Manaus, a Jafra destacou o processo de modernização e desen-volvimento do negócio e lançou produtos, além do relançando a marca no país

As mulheres são o principal foco das mais diversas empresas do ramo de vendas diretas no Brasil e no mundo

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Page 14: EM TEMPO - 17 de maio de 2015

B6 País MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

Governadores vão discutir Pacto Federativo com RenanObjetivo é identificar os principais temas de interesse dos Estados, em continuidade à agenda de reunião similar, em 2013

Brasília (Agência Sena-do) - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se reúne na

próxima quarta-feira com go-vernadores de todo o país para retomar a agenda federativa. O objetivo é identificar os principais temas de interesse dos Estados, em continuidade à agenda de reu-nião similar ocorrida em 2013.

Todos os governadores e o pre-sidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foram convidados para o encontro. Um dos principais pontos a serem dis-cutidos na reunião será a repac-tuação das obrigações orçamen-tárias dos entes federativos para a segurança pública, educação,

saúde e previdência.“É hora de rever o Pacto Fe-

derativo e o Senado é a casa da federação por natureza constitu-cional. Aqui tem três senadores por Estado. Nós temos que regular essa federação”, afirmou Calheiros após reunião com o presidente da Confederação Nacional de Muni-cípios (CNM), Paulo Ziulkoski, no último dia 12.

Desde o último encontro promo-vido pelo Senado com os chefes estaduais do Executivo, em março de 2013, várias das propostas por eles então reivindicadas avança-ram no Congresso.

Um exemplo foi a alteração do índice de reajuste das dívi-das dos Estados para o IPCA

mais 4% ao ano. O pedido, fei-to em 2013 pelos governadores, foi aprovado no Congresso e se transformou na lei complementar 148/2014, que permitiu a rene-gociação das dívidas em bases mais justas, com aplicação do IPCA como índice de correção.

Como a lei não foi regulamen-tada pelo Executivo, o Senado aprovou em abril deste ano pro-jeto obrigando a União a colocar em prática o novo indexador das dívidas dos Estados (PLC 15/2015 complementar). O texto retornou à Câmara para deliberação final.

PropostasOutra reivindicação de governa-

dores e de prefeitos – que também

se reuniram com Renan no início de 2013 – aprovada pelo Con-gresso foram as novas regras de rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), transformada em Lei Complemen-tar 143/2013. Além dela, a Emenda Constitucional 84/2014, promul-gada pelo Congresso, aumentou em 1% o repasse de recursos pela União para o Fundo de Participação dos Municípios.

A divisão mais equitativa entre os Estados da receita tributária decorrente do comércio eletrônico foi outra reivindicação dos gover-nadores atendida pelos parlamen-tares em abril deste ano, com a Emenda Constitucional 87/2015.

REPRODUÇÃO

Presidente do Senado (em pé) marcou reunião

com os gover-nadores sobre o

Pacto Federativo

O presidente do Sena-do tem defendido que o Congresso ofereça alter-nativas para que os Es-tados consigam driblar a crise no país. Para Renan, uma dessas alternativas foi o novo indexador das dívidas dos Estados, que em sua avaliação não impactou o superávit e foi “uma solução criativa para os estados nesse ce-nário de ajuste fiscal”.

A reunião está marcada para 11h no Salão Negro do Congresso Nacional.

Em março, a Câmara dos Deputados criou uma comissão para analisar a criação do Regime Espe-cial de Incentivos para o Transporte Coletivo Ur-bano e Metropolitano de Passageiros (Reitup), que foi aprovado pelo Senado na forma de substitutivo em julho de 2013.

Alternativas para driblar crise

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B7MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 País

Câmara vai votar reforma política no final deste mêsPelo menos esse é o posicionamento do presidente da casa, deputado Eduardo Cunha. Ele quer colocar o projeto na pauta

Brasília - O presidente da Câmara dos Depu-tados, Eduardo Cunha, voltou a afirmar que a

reforma política será a única pauta do plenário na última semana de maio. Cunha consi-dera essencial alterar o siste-ma de eleição dos deputados. “Ninguém aguenta mais fazer uma nova eleição como foi feita a última”, afirmou, durante a edição do programa Câmara Itinerante em Belém (PA), na última sexta-feira.

Segundo ele, o modelo atual gera distorções, como a elei-ção de deputados federais que obtiveram apenas 200 votos e a não eleição de outros que tiveram mais de cem mil vo-tos. O parlamentar defendeu o modelo majoritário conhecido como “distritão”, em que é eleito o deputado mais votado em cada Estado. Para ele, o mode-lo não enfraquece os partidos, como argumentam os críticos desse sistema. Ele defendeu a fidelidade partidária e que a suplência das vagas seja das legendas, para que os partidos sejam fortalecidos.

De acordo com o presidente, a escolha do modelo de eleição vai definir o modo de financiamento das campanhas. Ele defendeu que a reforma proíba a contri-

buição de empresas que têm contrato com a administração pública. Cunha apoiou ainda a ideia de coincidência das elei-ções municipais, estaduais e federais a partir de 2022.

Pacto FederativoEm relação ao pacto federa-

tivo, o presidente da Câmara destacou que os municípios hoje têm obrigação de arcar com diversas despesas criadas pela legislação e por decisões do governo federal. “Temos que de-finir as obrigações de cada ente e qual receita vai financiar cada uma das obrigações”, explicou. “Depois disso, a consequência será fazer uma reforma tribu-tária”, completou. Ele espera que um novo pacto federativo possa ser votado pela Câmara até o fim do ano.

Cunha ressaltou que foi cria-da, na semana passadda, a comissão especial para ana-lisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 172/12, do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), que proíbe a União de delegar a prestação de ser-viços aos Estados ou muni-cípios sem que haja a previ-são, em lei, da transferência de recursos necessários. “Esse ponto tem que ser resolvido definitivamente”, disse. Presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha quer acelerar o debate e votação da reforma política naquela casa legislativa

J. BATISTA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

Democratas querem fim das sanções contra VenezuelaAliados de Barack Obama na Câmara de deputados assinaram uma carta pedindo que o presidente repense sua política

São Paulo (Opera Mundi) - Criticadas por todos os países latino-americanos,

as sanções impostas pelo governo do presidente Ba-rack Obama à Venezuela - que se referiu ao país como uma ameaça não usual à segurança norte-america-na - também estão sendo questionadas por membros do Partido Democrata, le-genda à qual pertence o presidente. Isto porque um grupo de 16 deputados de-mocratas assinou uma carta pedindo que Obama repen-se a política aplicada contra o país caribenho.

Entre os políticos que as-sinam o documento estão Earl Blumenauer (Oregon), um dos principais líderes democratas da Câmara; John Conyers Jr. (Michigan), importante membro da co-missão judiciária e Karen Bass, líder da comissão de Relações Exteriores.

Os deputados argumentam que as sanções, um dos as-suntos mais espinhosos para o governo norte-americano tratado durante a última Cú-pula das Américas, realizada no Panamá entre 10 e 11 de abril, afetam a diploma-

cia regional. Tanto é assim que organismos integracio-nistas como a Unasul e a Celac se colocaram contra as sanções, unanimemente.

DiálogoNa comunicação enviada

ao presidente, os correligio-nários de Obama elogiam a política do país com rela-ção a Cuba e apontam que o mesmo deve ser adotado com a Venezuela.

“Além dos impactos nega-tivos na cooperação regio-nal, as sanções podem atu-almente dificultar o diálogo sobre direitos humanos com a Venezuela”, diz a carta. O texto segue pontuando que “enquanto a lógica aparente para as sanções é ajudar a proteger os direitos humanos da oposição, os venezuelanos se opõem esmagadoramente às sanções e os grupos de di-reitos humanos da Venezuela sentem que isso exacerbou as tensões domésticas”.

Os democratas pedem ain-da que “o governo siga en-gajado no diálogo direto com a Venezuela e trabalhe com outros países e organizações internacionais para promo-ver diálogo e democracia na Venezuela e no hemisfério”. Barack Obama durante evento realizado no capitólio, EUA, em homenagem a soldados mortos

Em entrevista a Opera Mundi, o presidente do Poder Cidadão e Defen-sor del Pueblo (espécie de defensor público) da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou que a Venezuela garante os direitos humanos de seus cidadãos e que a questão tem sido ma-nipulada e tomada “por uma perspectiva isolada para colocá-la na agenda internacional e favore-cer um setor contrário ao Estado venezuelano e atacar as instituições democráticas do país”.

Assinam ainda a carta: Karen Bass (Califórnia), Earl Blumenauer (Ore-gon); Michael Capuano (Massachusetts); John Conyers Jr. (Michigan); Keith Ellison (Minnesota); Sam Farr (Califórnia) e Raúl Grijalva (Arizona).

Ministro ‘bolivariano’ sai em defesa

AGÊNCIA EFE

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 (92) 3090-1041

Exercícios diminuem uso de remédios

Dia a dia C8

DIVULGAÇÃO

Com igarapés do por-te de muitos rios pelo Brasil, a capital do Amazonas é cortada

por dezenas de cursos d’água. E praticamente todos estão poluídos. A causa da poluição, além de esgoto despejado em sua maioria sem tratamento, é descarte de lixo por quem vive às margens da água, que varia de restos de alimentos a carcaças de geladeiras e es-truturas de sofás. É o caso de moradores de palafi tas do iga-rapé Quarenta, no bairro Raiz, na Zona Centro-Sul.

A proprietária de uma pe-quena casa de madeira com três cômodos, de número 18-A, Maria Yane de Lima, 30, convive há nove anos com mau cheiro, doenças e toda sorte de infortú-nios causados pela localização de sua moradia atual.

A casa com apenas um quar-to, onde ela dorme com três fi lhos pequenos, tem banheiro e mais um cômodo que agrega cozinha, sala de estar e área de serviço. Quando questio-nada se o lixo por todo lado a incomoda, ela é categórica em afi rmar que sim. “Essa sujeira dá muita doença. Chama mos-quito, rato, chama muito bicho. Mas eu não tenho dinheiro para sair daqui”, lamentou.

Maria Yane é mãe solteira e trabalha com “venda de água e refrigerante em shows e no sinal [de trânsito], quando dá. Mas pode colocar que minha profi ssão é autônoma”.

Ela joga lixo direto da janela sobre o igarapé. “Se eu não

jogar [lixo] vem outro e joga. Ou alguém de outra parte do igarapé joga e vai chegar aqui”, justifi cou-se.

O discurso de Maria Yane é seguido de vários acenos afi rmativos de suas vizinhas, que escutam a entrevista com atenção. Uma delas é Rosân-gela Tavares Batista, 55, apo-sentada e mãe de quatro fi lhos, com uma das quais ela mora no igarapé Quarenta.

“Meu fi lho, eu estou aqui há sete meses. Minha fi lha (a casa é dela, sabe) mora aqui faz uns cinco anos. Sempre foi esse lixão que você está vendo aí. A gente não tem dinheiro para outra coisa [moradia] melhor”, sustentou Rosângela, que não demonstrou vergonha ou es-tranheza em dizer que joga seu lixo direto na água.

As palafi tas singelas de Maria Yane e da fi lha de Rosângela fi cam no único logradouro do lugar: beco Independência. A maioria das casas não tem numeração. Os moradores apa-rentemente não se importam com tal ausência, já que não recebem contas de água e es-goto ou energia elétrica, tam-pouco encomenda dos Correios. “Carteiro nenhum entra aqui”, assegurou Rosângela.

InfraestruturaA água surge de um con-

junto de canos precariamente instalados que sai das ruas mais próximas e segue pela estreita ponte improvisada de madeira, a qual une todas as casas do beco Independência. A fi ação elétrica segue o mes-mo trajeto, mas é suspensa por toras de madeira. Tudo é

ilegal e improvisado.O cenário preocupante fi ca

ainda pior durante o inverno amazônico (novembro a maio), caracterizado por enchentes, cujo ápice ocorre entre maio e junho. O nível dos rios sobe, e os igarapés acompanham. As palafi tas do igarapé do Quarenta estão a menos de um metro de distância da lâ-mina d’água, porém “houve anos em que chegou na minha janela”, contou Maria Yane, apontando para a marca da água na parede, logo abaixo do parapeito da janela.

MarombaQuando o nível da água alcan-

ça a palafi ta, a solução é elevar o assoalho em uma ação conheci-da por ribeirinhos da Amazônia como “fazer maromba”. Esta reforma emergencial na casa é feita quando o proprietário tem dinheiro sobrando, o que é raro, ou quando o poder público doa peças de madeira, nas opera-ções “SOS Enchente”.

A Defesa Civil de Manaus contabiliza a construção de 20 pontes de acesso em cinco bair-ros, neste ano. Mais 17 bairros receberão as estruturas nos próximos dias, totalizando 3,1 quilômetros de pontes.

Na sexta-feira (15), o nível do rio Negro – que banha Ma-naus – estava em 28,82 metros. Segundo o último alerta de en-chente divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em 30 de abril, o rio Negro deve ultrapassar a cota de emer-gência e atingir 29,62 metros em junho. Quinze bairros de Manaus devem ser afetados caso a previsão concretize-se.

Cheia na capital fi ca pior com a falta de educaçãoMau hábito de jogar lixo nos rios e igarapés continua e é visto como normal por quem mora na região da orla

RAFAEL S. NOBREEquipe EM TEMPO

Lixo acumulado em igarapé na Zona Oeste da capital amazonense: detritos são jogados pelos próprios moradores, que veem isso como uma atitude normal, praticada com naturalidade

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

‘A pessoa continua sendo porca’Maria Raimunda Perei-

ra dos Santos, 26, auxiliar de produção industrial de-sempregada e mãe soltei-ra, mora com a irmã em um dos 216 apartamentos do Parque Residencial Cajual, no bairro Santa Luzia, na Zona Sul, construído pelo Programa Social e Am-biental dos Igarapés de Manaus (Prosamim). Ela visitava uma parente no beco Independência, de onde saiu no ano passado, depois de morar por dois anos com seu único filho, hoje com 9 anos.

“Eu tenho vergonha dos vizinhos lá no apartamento do Prosamim. A gente vê uns jogando saco de lixo da janela, direto na calçada. Outros jogam na lixeira, como gente civilizada. Eu faço assim”, garantiu Ma-ria Raimunda, sob o olhar desconfiado das vizinhas. “A pessoa sai do meio do lixo, do igarapé, mas con-tinua sendo porca”, emen-dou Raimunda.

Outra pessoa que dei-xou as palafitas para morar em lugar seco e mais seguro foi Micileine de Souza de Morais. Ela tem 53 anos e há quatro mora em um apartamen-to no mesmo conjunto de Maria Raimunda.

Micileine sobrevive de uma pensão deixada

por seu marido falecido e mora com um filho de 22 anos, desempregado, enquanto ajuda “com-prando comida” para sua filha Valdercleide de Sou-za de Morais, 21, mãe de três filhos e grávida de quatro meses do quarto.

O marido de Valderclei-de trabalha como vende-dor em lojas de roupas no Centro. Nenhum dos dois

incomoda-se em jogar lixo direto no rio, pela porta da casa. “Todo mundo joga, moço. É muito longe para jogar na lixeira”, resumiu.

LimpezaO serviço de limpeza de

igarapés da Prefeitura de Manaus retirou 2,1 mil to-neladas de resíduos sóli-dos no primeiro trimestre deste ano: 43,9% a mais

que o mesmo período do ano passado.

Segundo o titular da Se-cretaria Municipal de Lim-peza Pública (Semulsp), Paulo Farias, o aumento é devido ao comportamento da população.

“A maior presença de lixo nos igarapés é reflexo do aumento do descarte de resíduos nas ruas e áreas verdes, uma vez que o lixo desses locais vai parar nos córregos e, com a chega-da do período de chuvas, se acumula nos grandes igarapés”, informou.

Nos três primeiros me-ses do ano, as equipes da Semulsp percorreram, em média, uma exten-são de 31 quilômetros, o que corresponde à taxa de aproximadamente 69 toneladas de resíduos coletados por quilômetro.

O custo médio do serviço é R$ 990,5 mil por mês. “É a modalidade de limpeza mais cara do mundo e seria ideal que não fosse neces-sária”, disse Farias.

O lixo é capturado atra-vés de barreiras de con-tenção e amontoado nas margens de igarapés. De-pois o material coletado é retirado por caçambas e levado ao Aterro Municipal de Manaus, no quilômetro 19 da rodovia AM-010 (Ma-naus-Itacoatiara).

Eu tenho vergonha dos vizinhos lá no

apartamento do Pro-samim. A pessoa sai do meio do lixo, do igarapé, mas conti-

nua sendo porca

Raimunda dos Santos, moradora do Prosamim

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C2 Dia a dia

Polícia não é pagEpisódio recente de violência envolvendo a Polícia Militar traduz um cenário agravado por direitos reivindicados, cultura do desrespeito, revolta com a impunidade e uso de métodos de formação que são muito criticados pela sua representação

Recentes casos de policiais militares torturando pessoas em plena via públi-

ca, inclusive um menor de idade, levantam questiona-mento sobre o que há de errado com a nossa polícia. A sociedade pergunta-se por que quem deveria proteger é o primeiro a agredir. Na tentativa de elucidar esse assunto, a reportagem en-trevistou o presidente da Associação dos Praças do Estado do Amazonas (Ape-am), Gerson Feitosa.

A entidade representa os chamados praças, os solda-dos, os policiais militares que de fato estão nas ruas em contato direto com a população. Confira a entre-vista dividida por tema e com relatos de três praças que, por medo de repre-sália de seus comandantes, pediram anonimato.

Violência policial“A gente enxerga que a pro-

blemática é muito maior que a Polícia Militar. A problemá-tica da violência policial, da cultura do justiceiro, existe na sociedade e é amplamen-te difundida. A população que tem a cultura de fazer justiça com as próprias mãos está diretamente ligada ao processo de insegurança ju-rídica que o Brasil vive.

O Brasil é o país da impuni-dade. Tem uma legislação ex-tremamente impunitiva; não pune ninguém; não coloca o Estado na posição de prote-ger e punir o mau cidadão. O policial é um ente social, embora ele esteja incumbido da função policial, ele está fardado, mas ele é parte da

sociedade e com ele a injus-tiça é dobrada. Isso porque ele tem a função primordial de fazer cumprir a lei, para que quem cometeu um crime pague por ele.

Então, além de ele sa-ber que essa pessoa que cometeu o crime não terá a punição devida, porque a impunidade no país é algo latente, tem outra questão que é ele estar lá na rua para executar o serviço e não vai ter meios jurídicos para conseguir fazer isso.

O policial é vítima duas vezes. Ele é obrigado a convi-ver com a violência todo dia, tendo certeza de que aquele cara não vai ser punido, de que vai ameaçá-lo, que na pior das hipóteses, se ele for preso, o policial vai ter que

olhar na cara dele de novo; o cara vai decorar o rosto e saber o nome dele porque a Constituição [Federal] ga-rante saber o nome de quem o prendeu, garante ao preso o direito à fuga, garante ao preso o direito a não fabricar prova contra si mesmo. Em 90% dos casos o policial vê o bandido sair da delegacia antes do [fim do expediente do] policial.

A violência policial vem da

violência a que está sujeito qualquer ser humano. A vio-lência vem do alto índice de estresse, da descrença em todas as instituições. É uma bomba-relógio como a que estamos passando agora em que o governo se recusa a dar o que é nosso de direito, a cumprir a lei que cons-truímos [plano de carreiras] para ter uma carreira segu-ra, independente de quem estivesse no poder.

Fora isso, o policial mili-tar não tem nenhum direito trabalhista: ele não pode falar, ele não tem liberdade de expressão, não pode se manifestar ou fazer greve de verdade como outros pro-fissionais, que ficam sem trabalhar e pronto, não pode nem tentar reclamar dos di-reitos que não tem porque vai preso. Essa é a verdade.

Super-homemO militarismo não prepara

o policial militar para servir e proteger o cidadão. Isso é um engano da sociedade. Essa violência feita pelo policial é resultado do meio em que ele vive. O policial veio da so-ciedade, ele é da sociedade, ele só está naquele momento com a função de policial, mas ele nasceu na mesma cidade, ele cresceu na mes-ma cidade, ele é vitima de todas as mazelas sociais a que o restante da população está submetida. A diferença é que naquele momento ele está fardado; e está lá para fazer cumprir a lei. Ele é vitima do meio social como todo cidadão é.

Cria-se uma cultura de que o policial é algo soberano, que ele está ali numa relação de que ele é quase um super-homem. Ele não sente dor, não sente medo, não sente

frio, ele não pode sentir nada. E é o inverso. Ali dentro da farda ele sente tudo isso.

Se o policial está na rua patrulhando e já prendeu o cara 200 vezes, ele está é

rindo da cara do policial. Na casa dele, o policial tem filho pedindo as coisas, ele não tem dinheiro para pagar aluguel, mora na área de risco, ele passa todo dia para trabalhar e a vagabundagem fica olhando a cara dele. Tudo isso está envolvido na violência.

Quando a gente olhar para o policial, tem que olhar para alguém duplamente afetado pela violência, porque tem que fazer cumprir a lei num país onde ninguém cumpre. É um país onde mensaleiro, onde os maiores genocidas da sociedade brasileira, os corruptores da sociedade, que usam o erário para cor-romper, para se fazer bem, matam milhões de pessoas.

Ninguém tem um cálculo hoje de quantas pessoas a corrupção matou no Brasil, de quantos deixaram de ter saúde de qualidade por falta de dinheiro público [desvia-do], de quantos perderam a vida. No país da impunida-de o policial é só mais um

que acredita que ninguém vai ser punido. Essa que é grande verdade.

MilitarismoCriado na época do golpe

[militar] de 64, o militaris-mo foi quando os militares transferiram para dentro da polícia a doutrina militar. Ela é para tempo de guerra, é para tempo de confronto; onde você olha para a outra pessoa não como infrator, olha como inimigo. E inimigo tem que morrer. É essa a doutrina do militarismo.

Outra coisa: o militaris-mo existe para defender o Estado. O Estado sustenta a Polícia Militar até hoje porque o governador quer ter na mão alguém para ele pegar e dizer: ‘Vai lá e tira aquele cara da minha frente’. É isso que o Estado quer: quer alguém nas mãos dele, através da doutrina militar, onde ele não possa descum-prir uma ordem, para que ele [o Estado] tenha um braço armado para se proteger da própria sociedade.

Essa é a verdade, quan-do deveria ser o inverso: o policial deveria ser um ente da segurança pública, filho da sociedade, para servir e proteger a sociedade dentro de uma relação democrática e honesta. Afinal, a gente vive numa democracia.

Nenhum policial mili-tar hoje existe para pro-teger a população, só os governantes. Toda polícia é feita para proteger o governo, para ser o braço armado do governo.

PuniçãoA polícia não está aqui para

servir e proteger o cidadão; isso é hipocrisia. É assim com qualquer uma [polícia].

A Polícia Civil talvez seja a polícia que está mais interes-sada em investigar um crime e punir quem realmente co-meteu esse crime.

O policial é utilizado única e exclusivamente para uma coisa: para proteger a rela-ção do Estado com a socie-dade, para fomentar a de-mocracia, entre aspas, para defender a democracia que o político acha coerente.

A democracia brasileira não é nem democracia. É uma... não dá nem para dizer um nome. Deixa eu ver aqui... é uma... “putadacia”. Nin-guém respeita lei nenhuma. A cultura do povo brasilei-ro é a cultura de não res-peitar autoridades, de não respeitar leis. Infelizmente, por cultura, eu e todos nós,

quando vemos alguém erra-do, a gente aponta o dedo; quando a gente está errado, a gente acha que está certo, e quando alguém chega e diz que a gente está errado, a gente não gosta. É uma cultura que tem que mudar. É toda uma cultura depois da redemocratização que tem que mudar. O cidadão só quer ter direito a tudo, mas tem que ter um monte de dever também”.

Abordagem policial, cena comum em operações de segurança: segundo o presidente da Apeam, Gerson Feitosa, policiais são afetados pelo círculo da impunidade e a falta de respeito a seus direitos

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RAFAEL S. NOBREEquipe EM TEMPO

O Brasil tem uma legislação extrema-mente impunitiva; não pune ninguém,

não coloca o Estado na posição de punir

o mau cidadão

Gerson Feitosa, presidente da Apeam

O militarismo não prepara o policial militar para servir e

proteger o cidadão. Isso é um engano

da sociedade

Gerson Feitosa, presidente da Apeam

A cultura do povo brasileiro é a cultu-ra de não respeitar autoridades, de não

respeitar leis (...). É uma cultura que

tem que mudar

Gerson Feitosa, presidente da Apeam

a para torturar

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Polícia não é pag

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PO Solução“A primeira coisa que nós

deveríamos pensar para segurança pública é uma polícia única. Uma polícia fomentada, criada e rela-cionada com a democra-cia, onde não teria mais o envolvimento do milita-rismo, onde se criaria uma polícia para servir e prote-ger o cidadão, não servir e proteger o Estado.

Tem que desmilitarizar a Policía Militar, conduzi-la em direção a um processo de democratização. Fica-ria parecida com a Polícia Civil, usaria farda e seria mais ou menos o que é hoje a polícia norte-ame-ricana. É uma polícia far-dada que executa o policia-mento ostensivo, previne a criminalidade, e dentro da mesma polícia tem o setor investigativo, tem o setor de perícia.

Eu não teria problema prático como, por exemplo, chegar na delegacia com traficante e o delegado [ci-vil] não querer prender por-que ele não quer. O policial militar teve um trabalho de um dia inteiro para prender

um traficante e o delegado não prende porque ele não quer. Se a gente tives-se uma polícia que fosse uma entidade só, não duas, teríamos mais segurança jurídica para trabalhar e não infringir a lei.

EducaçãoA Polícia Federal poderia

ficar na mesma esfera em que ela se encontra porque tem que lidar com juízes, políticos, que é o trabalho da Polícia Federal. Mas no policiamento do dia a dia da cidade seria uma única polícia unida e sem mili-tarismo. Inclusive, isso já existe na PEC [Proposta de Emenda Constitucio-nal] 51. É uma PEC que desmilitariza a polícia e é defendida pela maioria das associações de praças do país, mas não há von-tade política de se fazer porque o Estado quer ter a força militar da polícia nas suas mãos.

O outro passo é a edu-cação. Não tem outra res-posta. Tem que educar o povo para que as próximas gerações saibam que têm

uma série de direitos, mas também têm deveres; para que saibam que têm de respeitar autoridade, por-que quando uma autorida-de policial, por exemplo, se põe na sua frente ela está representando o Es-tado porque vivemos numa

democracia. É uma repúbli-ca. A vontade da coletivi-dade é maior que minha vontade pessoal.

RelatosJá tive casos de ocor-

rências que levei para de-legacia e o delegado não quis prender, dizendo que

a quantidade de droga era para consumo. Mas era uma quantidade bem gran-de, acho que uns 400 gra-mas de maconha, era um montante considerável. E essa foi a desculpa dele: era pra consumo. E ficou por isso mesmo.

A gente está num mo-mento em crise na polícia. O governador fez uma lei antes do período eleitoral e que estavam previstas 2.284 promoções para pra-ças agora no início do ano; e a nossa data-base ape-nas corrige as perdas infla-cionárias, não tem ganho real. É uma lei antiga que não nos dá aumento real nenhum. Simplesmente o governo do Estado neste momento não cumpre a lei pra nos dar aumento na data-base e as nossas promoções conforme a lei do plano de carreira. É lei, mas não cumprem.

O praça começa a tra-balhar ganhando R$ 2 mil e isso não dá para sustentar a família e as-sumir um risco de vida tão grande que tem na profissão de policial”.

‘Uma polícia relacionada com a democracia’Cobrança“O policial é cobrado sem-

pre, todo dia. Os coman-dantes dizem: vem com o coturno limpo, corta teu ca-belo, vamos abordar, quero estatística, vai naquela área vermelha ali que a secreta-ria [de Segurança Pública] mandou, ‘bora’ abordar lá. Só sabem cobrar! O policial fica sem dinheiro para sus-tentar a família, atrasa o aluguel, não consegue pagar as contas de casa. E quando queremos exigir nossos di-reitos, não podemos, porque podem nos prender! Como que uma polícia cidadã – que é o que eles querem – tem que cumprir a lei se o chefe do Executivo não cumpre a lei aprovada na Assembleia [Legislativa do Estado] para nosso plano de carreira? Como o policial vai aceitar isso? Não justifica nenhuma violência, claro. Mas quem não cumpre lei é o quê?

CriseO chefe do Executivo, a

quem a polícia tem o dever constitucional de proteger, não cumpre a lei, não respei-ta pais de família. A polícia

está numa crise interna. Só quem sofre é praça, é o soldadinho que ganha R$ 2 mil. Na polícia você en-tra com processo seletivo como qualquer servidor pú-blico. É um processo com-plexo. Tem prova objetiva, testes e mais testes, com várias etapas, até chegar no curso de formação, o treinamento prático em si, onde você passa seis me-ses aprendendo militarismo, ordem unida. Seis meses é pouco tempo para treinar um profissional de segurança. O ideal seria um curso de dois anos e não estou falando de curso de militarismo, mas de curso de relações humanas, de matérias de direito, de hu-manização, de coisa além da função militar em si. Antes de tudo, somos seres humanos cuidando da segurança de outros seres humanos, e não de animais. É preciso passar ao policial, ao praça, a maior quantidade de conhecimen-to porque ele vai lidar com liberdade de pessoas, vai es-tar representando o Estado perante a sociedade”.

(Continua nas páginas C4 e C5)

Uma rotina cheia de cobranças

A primeira coisa que nós deveríamos pensar para a segu-rança pública é uma

polícia única (...) para servir e prote-

ger o cidadão

Gerson Feitosa, presidente da Apeam

a para torturar

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 C5

Profi ssionais reclamam de injustiçasPoliciais militares revelam um pouco do mundo que passam a integrar, bem diferente do que esperavam

Em seus relatos, os policiais ouvidos pela reportagem revelam uma realidade que

fi cou aquém do que imagi-navam, com perseguições e truculências que afetam o desempenho profi ssional.

Disputa“A polícia é dividida. Tem

a classe dos praças, que é o aluno soldado quando entra e se torna soldado. Depois de dez ou 12 anos vira cabo, sargento e por aí vai.

Existe também a outra clas-se, a dos ofi ciais. Dentro do processo de entrada na po-lícia, eles passam três anos em formação, fazem curso de nível superior pago pelo governo, ganham R$ 7 mil de salário inicial e vão mandar nos praças. É o melhor con-curso público que existe no Amazonas: você entra com nível médio, ganha um curso superior de graça e ainda fi ca com um salário inicial de R$ 7 mil. A função deles é co-ordenar os praças, coordenar pessoas que foram treinadas só por seis meses.

RealidadeEu tomei um choque dessa

realidade que é a Polícia Mi-

litar quando cheguei no curso de formação. Eles te ensinam a ser uma pessoa truculenta, uma pessoa perigosa. E esse clima é permanente, continua depois do curso de formação. Continua inclusive na relação entre chefe e subordinado.

Há uns cinco anos eu co-mecei a ser perseguido no quartel onde eu trabalhava. O curso de formação faz com que o policial perca a civili-dade e fi que meio maluco. Eu

cheguei a pedir afastamento por depressão. Nessa época, meu comandante me perse-guia de tal forma que fez eu reprovar na faculdade por dois períodos seguidos.

Eu fazia faculdade à noi-te e trabalhava no primeiro turno, que ia de oito horas da manhã até as três da

tarde. A faculdade começava seis e meia da noite. Quan-do eu comuniquei ao meu comandante que estava es-tudando e pedi para perma-necer no mesmo horário só para poder estudar, ele me trocou de horário.

Fui trabalhar à tarde e parte da noite e tive que mudar de horário na faculdade. Aca-bei prejudicado nos estudos porque demorou muito para eu conseguir mudar de tur-no. Reprovei naquele perío-do porque só consegui me matricular para [o turno da] manhã no período seguinte. Acabei reprovado.

Quando eu comecei a es-tudar de manhã, no período seguinte, nem comuniquei mais nada, com medo de que o comandante fi zesse isso de novo. Descobriram que eu estava estudando de manhã e me jogaram de novo para o turno da manhã para eu não conseguir terminar meus es-tudos. Eles fazem isso porque simplesmente não querem um praça, um soldado, ‘es-tudado’. A ideia dos ofi ciais, de quem está no comando, é que o policial tem que ser um cara truculento, violento e quase analfabeto para ser manipulado e não brigar por seus direitos. Mas com muita persistência consegui termi-nar a faculdade.” Policiais militares em treinamento: situação bem longe da que era esperada no ingresso na PM

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De acordo com o diretor de Comunicação Social da Polícia Militar do Amazonas, Willer Abdala, o caso ocorrido no último dia 6 representa uma situação isolada na carreira dos policiais que espancaram três jovens na frente de um bar, na comunidade Jesus Me Deu, Zona Norte de Manaus. Os envolvidos – dois soldados e um cabo – acumulavam, ao longo de quatro e 15 anos de carreira, respectivamente, “diversas ações meritórias no currículo, como prisões e ope-rações, tanto na capital como no interior do Estado”.

No entanto, toda vez que um caso de abuso policial é divulgado, a reação da opi-nião pública se mantém quase unânime, e detalhes desse tipo acabam passando desperce-bidos. A imagem de ofi ciais truculentos ainda persiste. Para Willer, isso é resultado da infl uência que a mídia exer-ce ao se aproveitar dos fatos para obter audiência.

“Os dez mil ofi ciais que tra-balham o ano todo acabam associados a uma ação especí-fi ca. A mídia, infelizmente, bus-ca mostrar apenas os aspectos negativos. Várias atividades

não são divulgadas. Todos os dias, veículos roubados são recuperados e pessoas são presas”, analisa.

Willer destaca que redes so-ciais têm servido como veículo para mostrar o “lado positivo” da corporação. “Procuramos divulgar sempre as ações pu-nitivas aplicadas aos policiais. Também realizamos reuniões comunitárias, onde comparti-lhamos e tentamos solucionar

problemas das comunidades atendidas pela polícia”, escla-rece o assessor.

Ele cita ainda as diversas iniciativas vinculadas à ins-tituição, como o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), a Ronda Maria da Penha e o Batalhão de Policiamento Ambiental.

‘Mídia busca apenas aspectos negativos’

Willer Abdala: truculência é imagem infl uenciada pela mídia

A discussão sobre o com-portamento de policiais envolvidos em denúncias levanta questões a res-peito do processo seletivo da corporação, em espe-cial ao perfi l psicológico do(a) candidato(a).

Ao ser aprovado, o can-didato a ofi cial da PM deve cumprir uma série de etapas. Nessa fase, eles passam por uma série de exames para avaliar a capacidade física e inte-lectual, exame de saúde e toxicológico. Esse último indica se houve consumo de substâncias ilícitas nos últimos seis meses. além da entrega de documen-tação (RG, CPF, diplomas e certidão negativa). “Não há

avaliação psicológica nessa fase”, afi rma Abdala.

Na etapa fi nal, o Servi-ço de Inteligência da PM realiza uma investigação social do aspirante. Caso ele ou ela tenha cometi-do algum ato reprovável, uma sindicância disciplinar pode decidir pela exclusão do inscrito do certame.

Os ofi ciais que respondem por desvio de conduta são encaminhados ao Núcleo de Psicologia da Polícia Militar (Nups), cujas atividades se-guem um rígido código de sigilo. “Se o soldado tem problemas com drogas, por exemplo, é importante reco-nhecer que a solução ocor-rerá se ele procurar ajuda”, diz Abdalla. (DA)

Da seleção à investigação social

O futuro policial passa por diversos exames de avaliação

RAFAEL S. NOBREEquipe EM TEMPO

O curso de forma-ção faz com que o

policial perca a civi-lidade e fi que meio maluco. Eu cheguei a pedir afastamento

por depressão

Policial militar

DANIEL AMORIMEspecial EM TEMPO

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OPINIÃOSegundo Willer Abda-la, toda vez que um caso de abuso policial é divulgado, a reação da opinião pública se mantém quase unâni-me, e detalhes desse tipo acabam passando despercebidos

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 C5

Profi ssionais reclamam de injustiçasPoliciais militares revelam um pouco do mundo que passam a integrar, bem diferente do que esperavam

Em seus relatos, os policiais ouvidos pela reportagem revelam uma realidade que

fi cou aquém do que imagi-navam, com perseguições e truculências que afetam o desempenho profi ssional.

Disputa“A polícia é dividida. Tem

a classe dos praças, que é o aluno soldado quando entra e se torna soldado. Depois de dez ou 12 anos vira cabo, sargento e por aí vai.

Existe também a outra clas-se, a dos ofi ciais. Dentro do processo de entrada na po-lícia, eles passam três anos em formação, fazem curso de nível superior pago pelo governo, ganham R$ 7 mil de salário inicial e vão mandar nos praças. É o melhor con-curso público que existe no Amazonas: você entra com nível médio, ganha um curso superior de graça e ainda fi ca com um salário inicial de R$ 7 mil. A função deles é co-ordenar os praças, coordenar pessoas que foram treinadas só por seis meses.

RealidadeEu tomei um choque dessa

realidade que é a Polícia Mi-

litar quando cheguei no curso de formação. Eles te ensinam a ser uma pessoa truculenta, uma pessoa perigosa. E esse clima é permanente, continua depois do curso de formação. Continua inclusive na relação entre chefe e subordinado.

Há uns cinco anos eu co-mecei a ser perseguido no quartel onde eu trabalhava. O curso de formação faz com que o policial perca a civili-dade e fi que meio maluco. Eu

cheguei a pedir afastamento por depressão. Nessa época, meu comandante me perse-guia de tal forma que fez eu reprovar na faculdade por dois períodos seguidos.

Eu fazia faculdade à noi-te e trabalhava no primeiro turno, que ia de oito horas da manhã até as três da

tarde. A faculdade começava seis e meia da noite. Quan-do eu comuniquei ao meu comandante que estava es-tudando e pedi para perma-necer no mesmo horário só para poder estudar, ele me trocou de horário.

Fui trabalhar à tarde e parte da noite e tive que mudar de horário na faculdade. Aca-bei prejudicado nos estudos porque demorou muito para eu conseguir mudar de tur-no. Reprovei naquele perío-do porque só consegui me matricular para [o turno da] manhã no período seguinte. Acabei reprovado.

Quando eu comecei a es-tudar de manhã, no período seguinte, nem comuniquei mais nada, com medo de que o comandante fi zesse isso de novo. Descobriram que eu estava estudando de manhã e me jogaram de novo para o turno da manhã para eu não conseguir terminar meus es-tudos. Eles fazem isso porque simplesmente não querem um praça, um soldado, ‘es-tudado’. A ideia dos ofi ciais, de quem está no comando, é que o policial tem que ser um cara truculento, violento e quase analfabeto para ser manipulado e não brigar por seus direitos. Mas com muita persistência consegui termi-nar a faculdade.” Policiais militares em treinamento: situação bem longe da que era esperada no ingresso na PM

REPR

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De acordo com o diretor de Comunicação Social da Polícia Militar do Amazonas, Willer Abdala, o caso ocorrido no último dia 6 representa uma situação isolada na carreira dos policiais que espancaram três jovens na frente de um bar, na comunidade Jesus Me Deu, Zona Norte de Manaus. Os envolvidos – dois soldados e um cabo – acumulavam, ao longo de quatro e 15 anos de carreira, respectivamente, “diversas ações meritórias no currículo, como prisões e ope-rações, tanto na capital como no interior do Estado”.

No entanto, toda vez que um caso de abuso policial é divulgado, a reação da opi-nião pública se mantém quase unânime, e detalhes desse tipo acabam passando desperce-bidos. A imagem de ofi ciais truculentos ainda persiste. Para Willer, isso é resultado da infl uência que a mídia exer-ce ao se aproveitar dos fatos para obter audiência.

“Os dez mil ofi ciais que tra-balham o ano todo acabam associados a uma ação especí-fi ca. A mídia, infelizmente, bus-ca mostrar apenas os aspectos negativos. Várias atividades

não são divulgadas. Todos os dias, veículos roubados são recuperados e pessoas são presas”, analisa.

Willer destaca que redes so-ciais têm servido como veículo para mostrar o “lado positivo” da corporação. “Procuramos divulgar sempre as ações pu-nitivas aplicadas aos policiais. Também realizamos reuniões comunitárias, onde comparti-lhamos e tentamos solucionar

problemas das comunidades atendidas pela polícia”, escla-rece o assessor.

Ele cita ainda as diversas iniciativas vinculadas à ins-tituição, como o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), a Ronda Maria da Penha e o Batalhão de Policiamento Ambiental.

‘Mídia busca apenas aspectos negativos’

Willer Abdala: truculência é imagem infl uenciada pela mídia

A discussão sobre o com-portamento de policiais envolvidos em denúncias levanta questões a res-peito do processo seletivo da corporação, em espe-cial ao perfi l psicológico do(a) candidato(a).

Ao ser aprovado, o can-didato a ofi cial da PM deve cumprir uma série de etapas. Nessa fase, eles passam por uma série de exames para avaliar a capacidade física e inte-lectual, exame de saúde e toxicológico. Esse último indica se houve consumo de substâncias ilícitas nos últimos seis meses. além da entrega de documen-tação (RG, CPF, diplomas e certidão negativa). “Não há

avaliação psicológica nessa fase”, afi rma Abdala.

Na etapa fi nal, o Servi-ço de Inteligência da PM realiza uma investigação social do aspirante. Caso ele ou ela tenha cometi-do algum ato reprovável, uma sindicância disciplinar pode decidir pela exclusão do inscrito do certame.

Os ofi ciais que respondem por desvio de conduta são encaminhados ao Núcleo de Psicologia da Polícia Militar (Nups), cujas atividades se-guem um rígido código de sigilo. “Se o soldado tem problemas com drogas, por exemplo, é importante reco-nhecer que a solução ocor-rerá se ele procurar ajuda”, diz Abdalla. (DA)

Da seleção à investigação social

O futuro policial passa por diversos exames de avaliação

RAFAEL S. NOBREEquipe EM TEMPO

O curso de forma-ção faz com que o

policial perca a civi-lidade e fi que meio maluco. Eu cheguei a pedir afastamento

por depressão

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OPINIÃOSegundo Willer Abda-la, toda vez que um caso de abuso policial é divulgado, a reação da opinião pública se mantém quase unâni-me, e detalhes desse tipo acabam passando despercebidos

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

Exemplo de luta contra o câncer completa 104 anosAgricultor aposentado, Pedro Eduardo Ferreira descobriu há 13 anos ter câncer de próstata. Hoje ele é exemplo de força

Conhecido pelo caris-ma e força de von-tade, o agricultor aposentado Pedro

Eduardo Ferreira, pacien-te mais velho da Fundação Centro de Controle de Onco-logia do Estado do Amazonas (FCecon), completou, nesta semana, 104 anos de vida. A comemoração, que ao longo dos anos vinha acontecendo dentro do hospital, reuniu fa-miliares e amigos, desta vez, na residência do paciente, no bairro Alvorada, Zona Centro-Oeste de Manaus.

Pedro Eduardo descobriu há 13 anos que é portador de câncer de próstata, tipo da doença de maior incidência entre a população masculina e que deve atingir, só este ano, 510 homens no Amazo-nas, conforme estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde (MS).

A partir do diagnóstico, o paciente passou pelo trata-mento clínico, que incluiu a avaliação por equipe mul-tidisciplinar e quimioterápi-ca, tudo de forma gratuita na FCecon, unidade pública da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), referência no diagnóstico e tratamento de

neoplasias malignas em toda a Amazônia Ocidental.

Hoje, ele faz acompanha-mento no instituição, onde recebe medicação e passa por consultas de rotina no Serviço de Oncologia Clínica. “O senhor Pedro passou a ser sinônimo de força e esperan-ça para os pacientes e fun-cionários da instituição, que

por conta da doença, acabam estabelecendo um vínculo for-te. A maioria das pessoas demonstra certa fragilidade quando descobrem o diag-nóstico, e exemplos como o dele acabam incentivando as pessoas a lutarem e buscarem a cura”, ressaltou a médica do paciente, oncologista Adelai-de Portela, que também par-ticipou da comemoração.

FCECON/DIVULGAÇ

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Adelaida Portela, oncologista, ao lado de Pedro Eduardo, que completou 104 anos esta semana: incentivo na busca pela cura

HISTÓRICOPedro Eduardo desco-briu há 13 anos que é portador de câncer de próstata, tipo da do-ença de maior incidên-cia entre a população masculina e que deve atingir, só este ano, 510 homens no Amazonas

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

MAQUIPEL

Enchentes levam caos a Parintins e Barreirinha Órgãos da Defesa Civil dos dois municípios lutam para minimizar os problemas provocados pela cheia, que isola diversas famílias

Parintins (AM) – O bairro mais atingido hoje pela enchente é o Itaquatinga, na Zona

Norte da cidade de Parintins (A 369 quilômetros de Manaus). Segundo o presidente da Asso-ciação de Moradores, Messias Oliveira da Silva, 200 casas já estão comprometidas.

O bairro é localizado numa das áreas mais baixas da ilha e sofre influência de uma Área de Preservação Ambiental (APA) formada por um imenso igapó ligado ao rio Amazonas. “A situ-ação está ficando complicada, estamos no aguardo das ações tanto da prefeitura quanto do governo do Estado”, afirmou o líder comunitário. O Itaúna I, também na zona norte, é outro bairro inundado.

“Precisamos urgentemen-te de pontes. Já fizemos um pedido à Defesa Civil Munici-pal e estamos aguardando”, diz a senhora Julieta Santana de Oliveira, 68, que enfrenta a sua terceira enchente mo-rando no bairro.

Segundo ela, a água subiu rapidamente. “Não estava tão grande assim, e nos úl-timos três dias, acho que por causa da chuva, já estamos

isolados”, afirma.Como dona Julieta, o mora-

dor Wiliames Gama, 59, tam-bém reivindica a construção de pontes no local. “Nossas crianças precisam ir para a aula, nós temos que sair para trabalhar, eu improvisei aqui esta ponte, mas é necessário sim que a prefeitura construa uma maior como faz todos os anos”, declarou.

Atualmente, cerca de 25 famí-lias na rua Antônio Meireles já estão com suas casas inunda-das pela enchente e no aguardo de providências.

Avenida ParaíbaA enchente deste ano é o

teste para a avenida Paraíba, principal via de acesso às zo-nas Leste e Oeste da cidade e que no período de enchentes terminava inundada causando caos no trânsito.

O prefeito Alexandre da Car-brás elevou o nível da rua evitan-do a sua interdição pelas águas dos afluentes do rio Amazonas. “Esta é a primeira enchente com o grid da avenida Paraíba elevada. A obra, que acaba de receber um aporte de recursos do governo do Estado, ainda não está terminada, mas o desem-penho diante da enchente que chega é satisfatório, segundo o relatório que me enviou a Se-

cretaria de Obras do município”, disse o prefeito.

Segundo ele, a obra é resul-tado de um convênio no valor de R$ 2 milhões com o governo do Estado. “O governador foi um grande parceiro de Parintins na execução dessa obra que hoje está mostrando que deu certo. A avenida Paraíba não está obstruída pela enchente”.

Outro bairro que já enfrenta problemas com a enchente é o São Francisco, também na Zona Norte da cidade. Ali, cer-ca de 20 residências também já estão comprometidas. “Já comunicamos a nossa situa-ção à Defesa Civil Municipal e estamos aguardando madeira para poder subir o nosso asso-alho”, disse o morador Claudio Soares Bentes, 56.

O coordenador da Defesa Ci-vil municipal, Jofre Lima, afir-mou que o órgão já procedeu todo levantamento das áreas consideradas mais críticas que exigem imediata ação e iniciou articulação para adquirir a ma-deira para construção de pontes nas ruas já interditadas.

Segundo ele, entre zona rural e urbana hoje cerca de três mil famílias já foram afetadas pelas águas. Lima adiantou que na próxima se-mana as equipes iniciarão ações nas duas áreas.

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AÇÃO

Em Parintins, subida das águas começa a ameaçar as casas nas principais ruas da cidade

Parintins (AM) – O municí-pio de Barreirinha (a 331 quilô-metro da capital) vive outra vez o drama da enchente. Os que mais sofrem com o fenômeno são as crianças, as mulheres e as pessoas idosas.

Este ano, a enchente não atingiu o nível do ano passa-do, quando metade da cidade foi para baixo d’água, mas os bairros situados em áreas mais baixas já estão inundados.

O bairro mais atingido é o Ladislau Lucas, na Zona Norte da cidade. No início do mês, a prefeitura construiu uma ponte que teve que ser ampliada por conta do avanço das águas.

“Temos três equipes traba-lhando nas áreas mais afe-tadas do bairro. Construímos pontes nas ruas Leônidas Pimentel, Maximiliano da Trindade e Raimundo Car-neiro, isso só no Ladislau Lucas”, salienta o secretário de Obras, Branco Baraúna.

Segundo ele, foram construí-das pontes nas ruas Pedras, 31

de Março, Paulino de Melo, Ma-ria Belém e travessa Manaus.

Branco disse que mesmo a enchente não ocorrendo na velocidade do ano passado, o município está situado numa das áreas mais baixas do paraná do Ramos, o que faz com que a maioria das ruas sejam inundadas.

O ex-padre Vivaldo Valente é o atual coordenador muni-cipal da Defesa Civil. Ele vem acompanhando diariamente a régua fluviométrica que registra o nível do rio.

“A enchente está menor do que a do ano passado”, reve-la o coordenador. “Já temos na sede do município uma média 26 de famílias em estado de alerta e precisam de assistência, podendo se-rem removidas de suas ca-sas a qualquer momento”, alerta o coordenador.

Vivaldo disse que os mo-radores de Barreirinha vivem apreensivos com a chuva na região. “Porque se chover na

média atual vamos ter sérios problemas, por isso o nosso receio”, afirmou.

O coordenador salientou ainda que nesta semana 12 comunidades rurais entraram em estado de alerta. “Pelo menos em cinco localidades vamos ter, se não houver uma paralisação na subida das águas, que remover os comunitários para outro local enquanto se espera o período da vazante”, disse Valente.

Por telefone, o prefeito da cidade, Mecias Sateré, disse que o poder público vem adqui-rindo madeira semanalmente para construção de pontes. “Temos dificuldades por causa da lei ambiental, porque pro-curamos sempre comprar ma-deira legalizada, mas estamos conseguindo”, afirmou.

O prefeito disse que nesses anos todos à frente do muni-cípio (Mecias está no segun-do mandato. Foi reeleito em 2012) sua gestão enfrentou grandes enchentes.

Famílias precisam de assistência

Cheia deste ano não apresentou efeitos devastadores como a do ano passado em Barreirinha

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TADEU DE SOUZAEquipe EM TEMPO

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

Atividade física reduz o consumo de medicamentosNo tratamento da dependência química, exercícios diários diminuem a necessidade de remédios pelos pacientes

A atividade física faz bem ao corpo por resultar em saúde e bem-estar. Para os

dependentes químicos, que estão em tratamento para se livrar das drogas, o exer-cício diário tem se mostrado eficaz por reduzir significa-tivamente o uso de medi-camentos que controlam a ansiedade e a abstinência.

Por conta de atividades físicas diárias, pacientes do Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz chegam a passar um dia inteiro sem tomar os medicamentos que antes eram essenciais no dia a dia para o controle da doença.

Isso porque ao praticar uma atividade constante, o organismo de uma pessoa começa a desenvolver hor-mônios que ajudam a relaxar, ganhar ânimo e disposição para as tarefas diárias, como é o caso da endorfina. “Meu corpo estava pedindo ajuda, mas eu não percebia. Dor-mia o dia inteiro e usava drogas à noite. Essa era minha rotina. No centro de reabilitação passei a usar medicamento para contro-lar meu organismo. Agora a atividade física tem mudado minha vida para melhor e

hoje passo o dia sem precisar de medicamento”, relatou o dependente químico Vagner da Silva Casas, 29.

AlívioOutro fator que torna a

prática desse tipo de ativida-de relevante é a diminuição dos procedimentos com me-dicamentos durante o trata-mento, explica o diretor da unidade Pablo Gnutzmann. “A atividade física é im-portante no tratamento de muitas doenças, principal-mente por quem sofre com o uso excessivo de álcool e outras drogas, isso porque o exercício tem uma ação antidepressiva, ansiolítica e controla a abstinência. O gasto calórico alivia a ansiedade e a abstinência e consequentemente causa redução do uso de medica-mento”, explicou.

Os exercícios são funda-mentais, também, por preve-nir doenças crônicas, como diabetes, Alzheimer, Parkin-son, esquizofrenia, hiperten-são, osteoporose e transtorno bipolar, além de otimizar a qualidade de vida e lhes con-ceder prazer e bem-estar.

O educador físico do centro de reabilitação, Wendell Cris-pim de Andrade, ressaltou

ainda que os maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse contribuem para o desenvolvimento de deter-minadas doenças crônicas, uma das principais causas de mortalidade no mundo. “Vale lembrar que não se pode fazer atividade física sem o acompanhamento de um profissional, mas viver no sedentarismo pode levar a pessoa a desenvolver do-enças que podem lhe acom-panhar para o resto de sua vida”, disse.

O centro de reabilitação está localizado no quilôme-tro 53 da rodovia AM-010 (Manaus/Itacoatiara), em Rio Preto da Eva, e é gerenciado pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam) em parceria com o Instituto Novos Cami-nhos – Organização Social.

Circuitão Funcional Para estimular os pacientes

do centro de reabilitação a manter uma atividade física como rotina são realizados, to-dos os meses, um dia inteiro de exercícios físicos com direito a treino funcional. A atividade tem se tornado um grande atrativo para os amantes das atividades físicas que não cos-tumam frequentar academia de musculação.

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Exercícios são fundamentais também para prevenir doenças crônicas, como Alzheimer e Parkinson

Na última sexta-feira (15), o centro de reabili-tação proporcionou a pa-cientes e funcionários o primeiro Circuitão Funcio-nal com uma manhã de treino funcional e à tarde com competição de futebol, vôlei e basquete.

O diretor do centro de reabilitação, Pablo Gnutz-mann, participou do Circui-tão Funcional para motivar os pacientes e funcionários a iniciarem a atividade fí-sica que mais lhes convém. “Fazer exercício de forma moderada é ter a certeza de

que manterá o corpo saudá-vel e com disposição para a rotina diária”, ressaltou.

A educadora física do centro de reabilitação e coordenadora do Circuitão Funcional, Lorena Rocha, contou que a intenção da atividade é incentivar a prá-tica de exercícios físicos de uma forma diferente e fazer com que os pacientes e colaboradores da unidade de tratamento interajam. “A ideia principal é reunir residentes e funcionários para trabalhar a questão da socialização e apresentar a

eles algo novo e prazeroso que influencia na saúde, lazer e qualidade de vida, que é a prática de exercícios funcionais”, frisou.

Gnutzmann ressalta que esse tipo de atividade ajuda no processo de reconstru-ção da sensibilidade e do movimento dos pacientes. “Esses exercícios ajudam a recuperar a memória e também na diminuição do estado mórbido dos pacientes, além ser uma forma de incentivá-los na luta contra a dependência química”, afirmou.

Uma forma de motivar o interno

Necessidade dos medicamentos acaba diminuindo e liberando o interno para uma vida saudável

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[email protected], DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015 (92) 3090-1042 Plateia D3

‘Mova-se’ abre inscrições para edição 2015

DIVULGAÇÃO

Lucas Salles e a arte doimproviso em ‘Deu Branco’Ao lado de Victor Lamoglia e Raphael Ghanem, Lucas Salles completa o elenco de espetáculo de humor “Deu Branco”

Ele tem apenas 22 anos, mas apesar da pouca idade já participou de lon-

gas metragens, séries e novelas brasileiras. Lucas Salles é ator, roteirista e, atualmente, integra o elen-co de “Deu Branco – Cenas Improvisadas”, comédia te-atral que estará em cartaz em Manaus no dia 30 de maio, no Teatro Manauara. A realização é da DHP & MP Cultural.

Assim como muitos ta-lentos da atualidade, Lu-cas é formado pela Escola de Teatro Tablado, no Rio de Janeiro. O artista tam-bém faz parte do time de repórteres do programa de televisão humorístico “Custe o Que Custar”, o CQC, da Band. O jovem talento do humor brasilei-ro falou com exclusividade ao EM TEMPO sobre seu trabalho na televisão, no teatro e o desafi o de fa-zer um espetáculo todo na base do improviso.

Com participação na TV e no teatro, Lucas só en-contra vantagens, já que as duas áreas de atuação apresentam um forma-to semelhante. “O CQC é um projeto revolucionário. Digo revolucionário porque além de nos divertir, toca o dedo na ferida de uma forma magnífi ca”, diz ele, acrescentando que atuar no espetáculo teatral ins-tigou a veia do improviso e ajudou na construção de um “personagem” mais des-contraído e espontâneo.

No palco, Lucas divide as cenas com os atores Victor Lamoglia e Raphael Ghanem, uma união que começou ainda fora do te-atro. Segundo ele, o pro-jeto da peça é algo que sempre sonhou em fazer com os amigos, deu certo e, hoje, o projeto é sucesso em todo o Brasil.

‘Não existe roteiro engessado’

SERVIÇO“DEU BRANCO – CENAS IMPROVISADAS”

Quando

Onde

Quanto

Informações

dia 30 de maio, às 21hTeatro Ma-nauara (avenida Mário Ypiranga Monteiro, 1.300, Adrianópolis)R$ 50 (meia entrada) e R$ 100 (inteira). In-gressos à venda na bilheteria do Teatro Manaua-ra – Manauara Shopping3878-2800

‘Não existe roteiro engessado’

Informações

gressos à venda na bilheteria do Teatro Manaua-ra – Manauara Shopping3878-2800

em todo o Brasil.

No “Deu Branco”, as brin-cadeiras espontâneas vão surgindo a cada momento. Não é à toa que Lucas é ca-tegórico ao defi nir o espetá-culo: “Não existe um roteiro engessado, não tem script, não tem nada ensaiado. Tudo é feito na hora e não há armação. Assim, cada apre-

sentação é totalmente diferente uma da ou-tra, em outras pala-vras, uma peça nova a cada apresentação”.

O grupo tático de atores se utiliza do improviso, onde é permitido brincar com o público e mos-trar que é possível criar algo partindo do nada. Com este diferencial, a pla-teia acaba intera-gindo de maneira

mais efetiva com os artistas e Lucas garante que “as piadas são sempre bem re-cebidas pelo público”.

Um dos cuidados da pro-dução de “Deu Branco” é o trabalho prévio de pesquisa realizado nas cidades onde

a peça vai entrar em cartaz. O ator conta que são levan-tados os hábitos, cultura e peculiaridades de cada lo-

cal. As inserções surgem com

improviso, mas fun-cionam ainda melhor quando dão mar-gem às regionali-dades, permitindo assim que a pla-teia se identifi que com o texto.

CarreiraLucas Salles já atuou

em novelas, filmes e tam-bém é conhecido por sua participação no canal de humor na internet “Para-fernalha”. Seu último tra-balho na TV foi na pele do nerd Guto, na novela “Além do Horizonte”, na Rede Globo.

No humor brasileiro, o ator se inspira em Ronald Golias (ator, comediante e humorista brasileiro con-siderado um dos pioneiros da televisão no país), Costi-nha e os Trapalhões. “Meus ídolos são o Jerry Lewis, o Monty Phyton, Charlie Chaplin e todos aqueles que se dedicaram a fazer osoutros rirem”.

Lucas Salles, Victor Lamoglia e Raphael Ghanem prometem trazer ao palco do Teatro Ma-

nauara um hilariante espetá-culo com interação total

da plateia e garga-lhadas garantidas.

PORTFÓLIOLucas Salles já de-sempenhou suas ha-bilidades em novelas e fi lmes, mas também é conhecido por sua participação no canal de humor pela inter-net chamado “Para-fernalha”

O último trabalho de Lucas Salles

na TV foi na pele do nerd Guto, na novela “Além do

Horizonte”, na Rede Globo

O grupo de atores se utiliza do improviso, a partir do qual é permiti-do fazer brincadeira com o público

Segundo Salles, “priori-zamos a nossa amizade. Sempre tivemos a von-tade de estar no palco juntos”

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

Maria Inês Cestari levando a simpatia para passear na cena social da cidade

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

. O trabalho do auditor fi scal da Sefaz/AM, Augusto Bernardo Cecílio, promovendo e debatendo a Educação Fiscal estadual e nacionalmente, ganha importante reconhecimento nacional.

. Natural de Parintins, ele receberá, dia 31 de maio, em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, a “Comenda da Ordem do Mérito Febrafi te”, entidade que representa 27 associações estadu-ais de auditores fi scais de todo o país, onde a homenagem foi aprovada por unanimidade. Aplausos!

>> Comenda

. A artista visual Gisele Alfaia lança no próximo dia 29 de maio no Palácio da Justiça, um livro de fotografi as que retrata as bele-zas naturais da Amazônia.

. Intitulado “Amazônia Mágica de Gisele Alfaia”, a obra traz 206 imagens que foram capta-das durante três anos. O livro, com curadoria de Cléia Viana, traz também poesias de Ursulita Alfaia, mãe da artista visual.

. Fotografi as de lugares pouco explorados e alguns jamais vistos até mesmo por guias turísti-cos estão distribuídas em mais de cem páginas. Divididas em quatro categorias: fauna, fl ora, paisagens e refl exos, as fotos “mágicas” de Gisele foram feitas com técnicas de pintura e enqua-dramento, onde ela prioriza as cores primárias dando destaque aos cenários naturais.

>> Fotos e poesias

. Será no dia 12 de junho, no Diamond, a Festa dos Namorados assinada por esta coluna.

. A noitada será com clima de arraial chic e reunirá os casais tops da cidade, com jantar de delícias típicas e uma bandinha de forró agitando a festa.

. A premiada quadrilha ‘Marupiara’ se apresentará na festa. Não dá para perder. Info-line: 98118-9717 ou 99985-1422.

>> Valentine’s day

. Lourdes Maria já está no lavor.

. A fi lha de Madonna é a mais nova estagiária do escritório do diretor de arte brasileiro Giovanni Bianco. É ele quem assina vários trabalhos da musa pop, incluindo a capa de seu último disco, “Rebel Heart”.

. Detalhe: Lola estuda artes cênicas na Universidade de Michigan, mesma faculdade que Madonna frequentou, e é considerada supertalentosa. It girl!

>> Estágio

Adiene Vieiralves em tarde

que reuniu lulus fi no trato, no Alentejo

. O governador do Amazonas, José Melo, participa, nesta segunda-feira, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, de uma caminhada no centro de Manaus.

. Logo em seguida à caminhada, às 9h, o governador fará a entrega de 170 novas viaturas para o sistema de Segurança Pública do Amazonas, no Centro de Con-venções, sambódromo, no Dom Pedro.

. A caminhada faz parte da programação da 14ª Campanha de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, realizada pelo governo do Amazonas. Com o tema “Esquecer é permitir. Lembrar é combater”, a campanha contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes teve início no último dia 16 de maio e vai até o dia 19, com programações em vários pontos de Manaus, como caminhadas, panfl e-tagem, bandeiraços e fl ash mob (dança sincronizada).

>> Agenda

. O relógio da moda é esse.

. Os chiques e descolados do mundo inteiro adotaram o ‘The Hulk Submari-ner’ como o modelo da temporada.

. Foi batizado de Hulk devido o seu verde profundo, que lembra o perso-nagem infantil que fi cava verde em sua transformação. Bacanérrimo!

>> Objeto de desejo

CÉSAR CATINGUEIRA

CÉSAR CATINGUEIRA

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

O Mova-se acontecerá de 12 a 17 de agosto em

espaços públicos da capital

As inscrições para o fes-tival “Mova-se: Solos, Duos e Trios” começam amanhã e vão até o

dia 19 de junho, por meio do site casaraodeideias.com.br. A iniciativa contará com novida-des em sua sexta edição, entre elas uma disputa de dança de salão dentro da programação do “Mova-se na Rua”. Além dis-so, a famosa batalha de b-boys permanecerá neste ano. As ins-crições para essas modalidades serão divulgadas em breve.

O festival será realizado de 12 a 17 de agosto, com pro-gramação no Teatro Amazo-nas, Teatro da Instalação e outros espaços públicos da capital amazonense, sempre com entrada franca. O objeti-vo do “Mova-se” é fomentar a produção de dança local, inde-pendente da linguagem, pois a ideia é aproximar cada vez mais os profi ssionais da área.

“Muitos grupos estreiam es-petáculos, mas nem todos têm a

possibilidade de apresentá-los com a estrutura que desejam. Então, o “Mova-se” faz essa estrutura, divulga os trabalhos e agora conta com a possibilida-de de intercâmbio. Este ano, por exemplo, nós teremos alguns curadores de festivais nacio-nais, o que pode gerar alguns convites. Fechamos também uma parceria com os ideali-zadores do Festival de Dança de Joinville, por isso teremos duas ofi cinas, além da visita de um profi ssional que contará a história do evento sulista.

Esses intercâmbios colocam Manaus no centro das discus-sões”, comenta João Fernandes, idealizador do Mova-se.

“É importante frisar que o nosso objetivo é o fomento da produção de dança local em todas as suas linguagens. Ar-tistas de todo o Brasil podem se inscrever no festival, que este ano contará com um bra-ço em Porto Velho”, acrescen-ta. Ano passado, o “Mova-se” contou com 20 espetáculos, apresentação de mais de 200 artistas, com público de cinco

mil pessoas distribuídas nos cinco dias do evento.

A 6ª edição do “Mova-se Festival de Dança: Solos, Duos e Trios” é realizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Banco da Ama-zônia, O Boticário na Dança, apoio do governo do Estado do Amazonas, Prefeitura Munici-pal de Manaus e Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e é uma realização do Casa-rão de Ideias, Cia. de Ideias e Ministério da Cultura, Brasil Pátria Educadora (MinC).

A partir de amanhã, artistas e grupos de dança de todo o país podem se inscrever no evento, que traz novidades, como uma disputa de dança de salão

o festival ‘Mova-se’ 2015o festival ‘Mova-se’ 2015Abertas as inscrições para

Millennium Shopping exibe fi lmes premiados

Até o dia 27 deste mês, o Cinépolis do Millennium Shopping exibirá fi lmes nacionais e internacionais que geralmente não fazem parte do circuito dos cine-mas do Brasil. Intitulado de Cinema de Arte, o projeto já passou por cinco cida-des do Nordeste. E desde a última quinta-feira, Ma-naus passou a fazer parte da mostra. O projeto teve lançamento nesta quinta à noite no Millennium, com sessão do fi lme “Uma Noi-te em Paris”, para mais de 180 convidados.

Hoje, o fi lme da progra-mação será a comédia fran-cesa “Se Fazendo de Morto” (França, 2014), dirigida por Jean-Paul Salomé. Amanhã, será a vez de “Um Momento Pode Mudar Tudo” (EUA, 2015), de George C. Wolfe. No dia 19, “A História da Eternidade” (Brasil, 2015), de Camilo Cavalcante. No dia 20, “Nostalgia da Luz” (Chile-França-Espanha-Alemanha, 2010), de Pa-trício Guzmán.

No dia 21, o fi lme exibido será “O Dançarino do De-serto” (Inglaterra, 2015), de Richard Raymond. Dia 22, “Permanência” (Brasil, 2015), de Leonardo Lacca. No dia 23, “Um Amor Em

Paris” (França), de Marc Fitoussi. No dia 24, “Cás-sia Eller” (Brasil, 2014), de Paulo Henrique Fontenele. No dia 25, “Ida” (Polônia, 2014), de Pavel Pawliko-wski. No dia 26, “Relatos Selvagens” (Argentina, 2012), de Dámin Szifrón. E para fechar o festival, no dia 27 será a vez do fi lme “O Amor É Estranho” (EUA,

2014), de Ira Sachs.De acordo com Karla

Henderson, gerente de marketing do Millennium Shopping, essa é uma oportunidade para o pú-blico amazonense conhe-cer fi lmes alternativos e elogiados pela crítica. “A partir de agora os cinéfi los de plantão poderão acom-panhar esse conteúdo di-ferenciado”, destaca.

A comédia “Se Fazendo de Morto” é a atração de hoje

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MOSTRAPor meio do projeto Cinema de Arte são exibidos fi lmes nacionais e internacionais que não costumam fazer parte do circuito comercial brasileiro

CINEMA

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

A editora Évora traz a história do maior “blues man” do mundo, o guitarrista B.B. King, morto aos 89 anos de idade

O livro sobre o homem que falava pela música

Na última semana, foi realizado, no Rio de Janeiro, o casamento da cantora Preta Gil – fi lha de Gilberto Gil - com o personal trainer Rodrigo Godoy. Pois bem, e até que ponto isso te incomoda? Pelo menos, no caso deste que vos es-creve, em nada. A minha vida não parou. Continuei trabalhando normalmente, na-morando, meu salário não aumentou, continuo tendo que pagar minhas contas e fi m. Porém, no caso de tantas outras pessoas, a cerimônia parece ter sido coisa de outro mundo.

Tudo porque a cantora decidiu osten-tar em sua festa. Colocou 115 garçons para servir seus convidados, mandou confeccionar um bolo com oito andares, serviu 400 garrafas de Veuve Cliquot e tantos outros números que, para muitos, foi um certo exagero. Ué, exagero para quem? Qual o problema da noiva querer oferecer o que há de melhor para os seus amigos e familiares? Onde está escrito que ela não pode fazer uma festa com todos atrativos que eram seu desejo?

Comentam que a festa custou R$ 2 milhões, mas o próprio Gilberto Gil afi r-mou que esse valor não é verdadeiro e que, boa parte de tudo, foi dado com uma espécie de permuta, completando: “Se ela tem, qual o problema?”. Pois é, qual é o problema? De certo que, de alguma forma, vão falar sobre a crise que o país atravessa e tantas outras coisas, mas, desde que o mundo é mundo, sempre foi assim. O fato é que as pessoas es-tão mais preocupadas com a felicidade alheia, reclamar por reclamar.

É inacreditável o tempo que o ser humano perde prestando atenção na vida do próximo. Mesmo diante de tantas campanhas no estilo “Vida: cada um que cuide da sua”, as pessoas ainda insistem em se preocupar com o outro da maneira mais equivocada. Garanto que o cesto está cheio de roupas para lavar, a mesa de trabalho está cheia de documentos que precisam ter o destino certo, a casa

precisa ser limpa, mas a prioridade é falar da vida dos outros. Mesmo que esses “outros” sejam completamente fora da sua própria realidade.

Agora vamos trazer o tema para o contexto regional. Não sei se vocês já perceberam como o amazonense adora desmerecer outro amazonense. Se tem um conterrâneo fazendo sucesso fora das fronteiras do Estado, isso já é su-fi ciente para falar atrocidades. Custo a acreditar que as pessoas sentem prazer nisso, de verdade. O que já não acontece com os nossos vizinhos paraenses. Por lá, eles tem o maior orgulho de quem leva o nome do Pará para o país e para fora dele. Os amazonenses precisam de uma aulinha com eles, porque por aqui é melhor falar mal do que exaltar.

Lembro quando a Milena Fagundes participou de alguma edição do Big Bro-ther Brasil (BBB). O que tinha de gente torcendo contra a vitória da moça era de deixar qualquer queixo caído. O que ela fez de tão grave para que tivesse torcida contra? Qual foi o erro dela para ser tão “odiada”? Gostaria de saber qual é o problema do amazonense em torcer por outro amazonense? Inaceitável.

Enquanto não encontro as respos-tas para tantos questionamentos, tenho uma receita simples para a felicidade: corra atrás dos seus dese-jos/objetivos sem precisar passar por cima de ninguém.

A partir do momento em que cada pessoa começar a se importar com a sua própria vida, a felicidade baterá à porta. Assim, sem mais e nem menos. Sabe por quê? Porque você fez por merecê-la. Você buscou isso da forma mais simples e honesta.

Pare de se preocupar com o casamento dos outros... Procure o seu casamento, namorado(a) e trabalhe pelo seu carro novo. Somente assim você dará fi m ao incômodo que a felicidade alheia lhe proporciona. Bom domingo!

Bruno [email protected]

Bruno MazieriJornalista

Garanto que o cesto está cheio de roupas suja, a mesa está cheia de docu-mentos que precisam ter o destino certo, a casa precisa ser limpa, mas a prioridade é falar da vida dos outros”

Quando a felicidade alheia incomoda

Aeditora Évora está se especializando em trazer as histórias de vida de famosos, não

no Brasil simplesmente, mas pessoas que fazem a diferença em nível mundial. A editora é responsável pelas biografi as como Steve Wozniak - cofun-dador da Apple, Andrea Bocceli – tenor, que fez de sua músi-ca os olhos para o mundo-, Messi – jogador de futebol e um dos gênios contemporâ-neos da bola, do tenista nú-mero 1 do ranking da ATP atualmente –, Novak Djokovic, além da biografi a das bandas Iron Maiden e Pink Floyd e do roqueiro Ron Wood.

A editora, pelo selo Generale, traz em seu catálogo uma pu-blicação com a biografi a de um ícone da arte do blues e que fez sucesso não só nos Estados Unidos, país de origem, mas em todo o mundo com seu jeito bonachão e com a guitarra carinhosamente chamada de Lucille. B.B. King é conside-rado o rei do Blues, e morreu na noite de quinta-feira (14). Há alguns anos ele convidou David Ritz, autor especialista em biografi as, para acompa-nhá-lo em uma turnê e através dos depoimentos de B.B. King, colocar no papel sua história de vida – “Não me dou bem com palavras. Nunca consegui me expressar da forma como que-ria. Minha mente luta contra a boca e os pensamentos fi cam

entalados na minha garganta. Às vezes, fi cam lá por segundos ou até minutos. Alguns pensa-mentos fi cam por anos; outros fi caram escondidos minha vida inteira. Eu gaguejava quan-do era criança. O que estava dentro não conseguia sair. Eu ainda não sou fl uente de fato. Não conheço boas palavras. Se fosse acusado injustamente de um crime, teria muita difi cul-dade de me provar inocente. Eu gaguejaria e engasgaria. As palavras não são minhas amigas. A música é. Eu falo por meio da música”, explicou.

Intimista e confi dente, “B.B. King – uma vida de blues” traz detalhes do menino que nas-ceu no interior do Mississipi e cresceu ordenhando vacas, um apaixonado por mulheres e que se encantou pela música ainda criança na igreja. “E o reverendo Fair faz mais do que pregar; ele toca violão elétrico. Vou até o primeiro banco e olho em volta para ver quais garotas es-tão sentadas e onde; sentindo-me feliz e tendo arrepios, escu-to mamãe cantar com o coral com uma voz tão doce que me dá vontade de chorar. Não consigo fi car quieto. Meus olhos vão daqui para lá, somente para aterrissar no obje-

to que mais me fascina de toda a igreja: o violão do reverendo. Ele está inclinado contra o púlpito e é lindo. O corpo é de madeira oca, com uma corda que prende à parede. O formato é redondo e suas adoráveis curvas me lembram do corpo de uma bela garota. Quero ir até lá e segurá-lo, mas não sei como tocar”. Ele nasceu Riley B. King, logo que iniciou sua carreira, era Beale Street Blues Boy, e com a fama e a mostra de um talento ilimitado seu nome foi abreviado para Blues Boy King, ou, B.B. King.

“B.B. King – uma vida de blues” está disponível em todas as livrarias ou pelo site www.editoraevora.com.br.

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoOs dois ladosÉ preciso considerar que

novela nunca deixará de ser obra aberta.

Mesmo com todos os ca-pítulos escritos e entregues ou não, tudo irá depen-der do seu desempenho no ar. A qualquer tropeço, as mudanças serão sempre inevitáveis. Está aí, e de novo “Babilônia” servindo de exemplo, que não deixa ninguém mentir.

... E na novela do WalcyrEva Wilma será Fábia,

mãe de Anthony (Reynaldo Gianecchini), que perdeu toda a fortuna que teve um dia. Hoje, o dinheiro que recebe do fi lho gasta em almoços com as amigas e salões de beleza.

Adora uma plástica e vive se justificando para o filho quando o assunto é sua saúde.

Na brigaMaria Helena Nascimen-

to, autora bastante expe-riente e que integrou a equipe de “Alto Astral”, está batalhando um voo solo nas novelas da Globo.

Ela surge como candida-ta a escrever a substituta de “Totalmente Demais”, na faixa das 19 horas, no segundo semestre do ano que vem.

Bate-rebate• Os mais novos amigos de

infância, Datena e Marcelo Rezende, jantaram juntos, no-vamente, na quinta-feira...

• ...O que vai sair disso só Deus sabe.

• Gilberto Barros, agora fora da Rede TV!, está se dedicando inteiramente a TV Leão.

• O Jornalismo e Esporte da Rede TV!, com Franz Va-cek e Ari Borges, trabalha forte na criação de um novo programa esportivo para as noites de domingo...

• ...Comando de Silvio Luiz, com a participação de toda a equipe da casa e convidados.

• Giovanna Lancelotti, Elia-na, Luana Piovani e Thia-go Lacerda estão todos em Las Vegas...

• ...A maior parte viajou para assistir ao Rock in Rio e a Eliana foi gravar.

• Para São Paulo, a Globo vai se virar com a Copa do Brasil, depois dos paulistas São Paulo e Corinthians eliminados da “Libertadores da América”.

Globo passa apertado com atraso nas novelas

Ainda nos dias de hoje, é muito comum atores da Globo receberem capítulos de novela no próprio dia da gravação. E o prejuízo, nesses casos, atinge a todos. É ator perdendo fi ns de semana e obrigado a decorar em cima da hora, edições na correria etc.

Decididamente não dá mais para colocar a carroça na frente dos bois, que o diga “Babilônia”.

Pessoal está passando apertado.

“Verdades Secretas”, que vem por aí e que já foi fala-do dela no começo, promete quebrar alguns tabus em se tratando de novelas.

A história vai pegar fi rme e pesado em temas como pros-tituição e drogas.

Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

Por acasoGuardadas as devidas

diferenças com “Meu pedacinho de Chão”, a Globo, sabe-se tam-bém, terá um certo oxigênio com “Verda-des Secretas”, próxima novela das 23h escrita por Walcyr Carrasco já em gravação.

O último capítulo da novela foi entregue sex-ta-feira no Projac. Está tudo lá.

Uma coisa e outraA segunda edição do “Mas-

terChef” na Band, irá de 19 de maio a 8 de setembro. Logo depois, o reality dará lugar ao jornalístico “A Liga”.

“A Liga” que ainda não tem o seu time montado para esta próxima temporada.

Aquecimento“Já imaginou encontrar al-

guém igualzinho a você? O que você faria?”. É este o teaser do SBT, em cartaz desde quarta-feira, já chamando a atenção para a próxima atração, “Cúm-plices de um resgate”.

Larissa Manoela, fazendo irmãs gêmeas, é a protago-nista da novela.

Na moscaOliveira Andrade foi de-

signado pela Bandeirantes, aberta e BandSports, para comandar as transmissões de Roland Garros.

Aliás, com a classe e ele-gância que caracterizam as suas narrações, a escolha não poderia ser mais acer-tada. Neste domingo, viaja a primeira parte. Oliveira, Chiquinho Leite Moreira e Flávio Saretta seguem na quarta-feira.

Está tudo certoSabe a aposta que é pos-

sível fazer, sem ter medo de errar? É o que se pode dizer do novo programa do GNT, com as participações de Marcelo Tas, Xico Sá, João Vicente de Castro e Léo Jaime.

O time reunido dá essa certeza. Estreia em junho.

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Em conversa com um amigo des-conhecido do Rio de Janeiro por e-mail: “tenho uma sobrinha em Manaus, e a partir dela acompanho algumas pecinhas teatrais. Deve ser difícil fazer teatro no meio da fl o-resta”. Eis a resposta: “Fernando*, é difícil fazer teatro em qualquer lugar do Brasil. Isso que te falo, é quase um lugar-comum, ou melhor, é um lugar-comum de tanto que se repete. Já dizia Abujamra: me mostre um lugar no Brasil onde seja fácil fazer teatro que eu me mudo para lá agora. É isso.

Cada cadinho deste país tem suas peculiaridades, tem seus processos, suas etapas no ritual. Se lermos, por exemplo, a história do teatro no Brasil (aliás, do que foi publicado, posso dizer, história do teatro no Rio de Janeiro e São Paulo, com uns rodapés pra Minas Gerais e Bahia), no primeiro quartel do século 20, parece que estamos falando de Ma-naus. A tentativa de se estabelecer um teatro nacional por meio de uma dramaturgia que falasse das coisas nacionais (o que é isso?), que bus-cava, em certo sentido e declarada-mente por muitos à época, diminuir o espaço das comédias, do tipo de representação de Renato Viana e Procópio Ferreira, onde o centro do palco era o lugar das grandes estrelas enquanto outros gravita-vam em torno deles, enfi m, era um discurso até pouco tempo, equânime ao pensamento local, onde não se aceitava coreógrafos não-nativos, temas extra-regionais e estéticas pós-dramáticas – hoje, este último, é a súmula da vez.

Leia, Fernando, as críticas de Machado de Assis do fi m do século 19 e início do século 20. É como se ele estivesse criticando muita peças teatrais de Manaus, como também muitas peças paraenses, cariocas, paulistas etc. O que que-ro dizer é que existe em cada

território um conjunto de fatores que incidem diretamente sobre o processo de construção do teatro, e cada espaço tem os seus direitos de escolha, de cisão, recorte e o que quer que seja.

Acredito que existe teatro bom e ruim em qualquer lugar do mundo; existe no kabuki, por exemplo, o bom ator e o mal ator, mesmo que desde cedo eles tenham de apreender o re-pertório de movimentos tradicionais do kabuki, mas o público percebe a boa e a má performance, aquele que se dedicou mais e o que pecou na representação.

Portanto, amigo, pecinhas, nesse tom pejorativo, tem inclusive na sua cidade, e muito. Hoje, Manaus desponta com experiências pro-fi ssionais e outras experimentais, experiências salutares e outras nem tanto. Mas é bom ver a juventu-de e a categoria experimentando linguagens e oferecendo ao pú-blico boas experiências, dando o espaço para que possam escolher este ou aquele programa. Manaus recebeu ao longo de toda a sua história, grandes espetáculos do mundo, somos produtores de gran-des festivais, motivo de orgulho para todos nós.

Encerro dizendo que para uma pessoa que trabalha com teatro como você, deverias ter um melhor aproveitamento intelectual e não um conjunto de frustrações de quem um dia tentou ser ator e hoje se aborrece atrás de pilhas de papel cobrando direitos autorais dos outros – há em todo o lugar, como te disse. Mas vamos conversando, espero ver sua superação”. Epílogo: o e-mail não foi respondido há dias...

* O autor deste artigo omitiu o nome verdadeiro da personagem, por conta de que a personagem não aceitou ofi cialmente ser a persona-gem, claro.

Márcio BrazE-mail: [email protected]

Márcio BrazAtor, diretor,

cientista social e membro do

Conselho Municipal de Política Cultural

de Manaus

Acredito que existe teatro bom e ruim em qualquer lugar do mundo; existe no kabuki, por exemplo, o bom ator e o mal ator”

Apenas uma conversa...

REGI

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

ELVIS

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ÁRIES - 21/3 a 19/4 É preciso fazer um plano de carreira e cuidar da vida profi ssional, cuide para não errar. A intuição será seu melhor conselheiro, não tenha pressa em tomar decisões. A comunicação sadia entre familiares é fundamental. Vida afetiva um tanto parada, saia e conheça pessoas interessantes, se dê oportunidades.

TOURO - 20/4 a 20/5 O stress deve ser combatido com repouso e lazer, se desligue aos pouco dos problemas, com a cabeça quente fi ca mais difícil encontrar soluções. Financei-ramente, bons investimentos rendem frutos, aplique sabiamente. No amor o clima de troca é intenso. Medite e busque a espiritualidade.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Contatos profi ssionais abrirão novas portas na car-reira e possível mudança de emprego. Siga sua intuição para encontrar as pessoas certas e se afaste de pessoas que te causa mal estar. Bons amigos estarão ao lado lhe dando apoio e conselhos. No amor as conversas tende a ser intensas assim como a troca de carinho.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 No trabalho os próximos dias serão intensos, se dedique com intensidade as atividades cotidianas. Procure cuidar da saúde, não deixe de fazer os exames, solicitados pelos médicos. Coloquem em pratica seus sonhos ou meios para alcança-los. No romance, no começo poderá ser lento, insista!

LEÃO - 23/7 a 22/8 Grandes emoções no amor e o romantismo estão em alta. Coloque seus sonhos em prioridade, não adie o que vem almejando há muito tempo. Finan-ceiramente procure poupar, controle a ansiedade e os gastos supérfl uos. Sensibilidade e espiritualidade em alta orem!

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Com a pessoa amada, conversa intima favorecem a renovação dos sentimentos é preciso se apaixonar todos os dias. Em família intensifi que a comunica-ção. Bom período para retomar os estudos. A vida profi ssional se torna bastante produtiva. Mudanças no visual será bem vinda.

LIBRA - 23/9 a 22/10 As boas energias reinantes se mostram positivas e o bom humor é total. Decisões devem ser tomadas, viagens de férias planejadas. O encontro com amigos será agradável, coloque o papo em dia. No romance mantenha a sintonia com diálogo e parcerias. Em família a paciência se faz necessária.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 A família mostra carência e poderão cobrar demais, saiba colocar limite. Embora deva fortalecer as relações familiares. Bom período para pensar no plano de carreira, explorar talentos e investir no seu desenvolvimento. Uma paquera pode se transformar em pura paixão.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12Insônia e mau humor pode marcar seu dia. Convém tomar um banho de limpeza da aura. Caminhadas e exercícios ajudam a combater o stress. A família merece mais a tensão. A pessoa amada tende a te mimar e despertar seus mais fortes instintos sexuais. Flores em casa eleva a energia.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Selecione melhor os convites para festas e encontros sociais. Encontre um ponto de equilíbrio entre suas necessidades íntimas e as solicitações externas. Momento positivo para mudanças de empregos ou promoção. No amor, não tenha medo de se expor, demonstre seus sentimentos.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Uma mudança no visual será importante, de um up-grade geral. A lua infl uencia o seu humor, mas não use isso como desculpa. A sensualidade em alta poderá render aquela conquista a muito desejada. Viagens pequenas são bem vindas. Espiritualmente, a busca por Deus deve ser constante.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Uma nova ideia pode gerar um projeto interessante, busque parceiros ou investidores. Aproveite o fi m de semana para colocar a ideia no papel. Possível compra de imóvel deve ser bem analisada. No amor, mantenha o romance em um clima de respeito e admiração.

Programação de TV

CruzadinhasHoróscopo Cinema

CONTINUAÇÕESSuper Velozes, Mega Furiosos:

EUA. 12 anos. Cinemark 4 - 16h45 (dub/diariamente); Cinépolis Millen-nium 7 – 13h15 (dub/somente sábado e domingo); Cinépolis Plaza 7 – 19h45 (dub/diariamente).

O Franco Atirador: ESP/ING. 16 anos. Cinemark 4 – 14h (dub/diaria-mente); Cinépolis Millennium 7 – 22h10 (leg/diariamente); Cinépolis Ponta Ne-gra 6 – 18h40 (leg/diariamente).

Entre Abelhas: BRA. 14 anos. Cinemark 2 – 11h50 (somente sá-bado e domingo), 14h20, 19h50 (diariamente); Cinépolis Millennium 2 – 15h40 (diariamente); Cinépolis Plaza 7 – 14h50, 17h10 (diariamen-te); Cinépolis Ponta Negra 6 – 13h50 (somente sábado e domingo), 16h20 (diariamente); Kinoplex 4 – 14h10, 16h (diariamente).

Os Vingadores 2 – A Era de Ultron: EUA. 16 anos. Cinemark 5 – 11h (3D/dub/somente sábado), 14h10, 17h20 (3D/dub/diariamente), 20h45 (3D/dub/exceto quarta-feira); Cinépolis Millennium 1 – 13h30 (3D/dub/somente sábado e domingo), 16h45, 20h15 (3D/dub/diariamente),

Cinépolis Millennium 3 – 14h45, 18h, 21h15 (3D/leg/diariamente), Cinépo-lis Millennium 5 – 19h, 22h15 (leg/dia-riamente); Cinépolis Plaza 2 – 15h15, 18h30, 21h45 (3D/dub/diariamente), Cinépolis Plaza 3 – 14h10, 17h30, 20h45 (3D/dub/diariamente), Cinépo-lis Plaza 5 – 18h (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 2 – 14h45, 18h, 21h50 (leg/diariamente), Ciné-polis Ponta Negra 4 – 14h10, 17h30 (3D/dub/diariamente), 21h (3D/leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 7 – 15h10, 18h30, 22h10 (dub/diaria-mente); Kinoplex 1 – 14h20, 17h20, 20h20 (dub/diariamente), Kinoplex 4 – 18h, 20h50 (dub/diariamente); Multiplex 3 – 16h, 19h, 21h45 (3D/dub/diariamente), Multiplex 6 – 17h45, 20h30 (dub/diariamente).

Cada Um Na Sua Casa: EUA. Li-vre. Cinépolis Ponta Negra 7 – 13h10 (dub/somente sábado e domingo).

Velozes e Furiosos 7: EUA. 14 anos. Cinemark 2 – 16h30, 22h (dub/diaria-mente); Cinépolis Plaza 7 – 22h10 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 6 – 21h20 (dub/diariamente); Multiplex 1 – 18h45, 21h (dub/diariamente).

A sessão de “Temperatura Máxima” apresenta animação “UP - Altas aventuras”, hoje às 13h

SBT

5h Santo Culto Em Seu Lar5h30 Desenhos Bíblicos8h30 Record Kids – Pica Pau9h Programa 50 Anos Parintins10h Domingo Show14h30 Hora Do Faro18h30 Domingo Espetacular22h15 Repórter Em Ação23h15 Roberto Justus +0h15 Programação Iurd

6h30 Igreja Int. Da Graça8h Te Peguei10h Amigos Do Volante – Pva10h30 Tv Kids11h Igreja Da Graça12h Fique Ligado13h En Circuito14h30 Tv Kids15h30 Programa Ad & D16h Tv Kids

4h45 Jornal Da Semana Sbt6h Brasil Caminhoneiro6h30 Turismo & Aventura7h30 Vrum8h Chaves10h Domingo Legal14h Eliana18h Roda A Roda Jequiti18h45 Sorteio Da Telesena19h Programa Silvio Santos23h Conexão Repórter0h Série: Sobrenatural1h Série: Rizzola & Isles2h Série: Crimes Graves3h Big Bang3h30 Igreja Universal

RECORD

REDETVGLOBO

4h57 Santa Missa6h03 Amazônia Rural6h36 Pequenas Empresas, Grandes Negócios7h13 Globo Rural8h10 Esporte Espetacular – (Ao Vivo – Maratona De São Paulo)

REPRODUÇÃO

ESTREIA

Divã A 2: BRA. 12 anos. Eduarda e Marcos percebem, ao longo de sessões de terapia, que seu casamento não funciona mais.Depois de muitas dúvidas, os dois decidem se separar. Marcos aproveita a nova vida de solteiro para curtir todas, enquanto Eduarda se joga no trabalho. Quando ela conhece Téo, fi ca dividida entre abraçar uma nova história ou tentar reconstruir sua relação com Marcos. Cinemark 3 – 11h30 (somente sábado e domingo), 13h50, 16h20, 18h40 (diariamente), 21h (exceto quarta-feira), 23h30 (somente sábado); Cinépolis Millennium 2 – 18h, 20h20 (diariamente), Cinépolis Millennium 6 – 14h, 16h15, 18h30, 21h (diariamente); Cinépolis Plaza 6 – 14h30, 16h40, 19h, 21h30 (diariamente), Cinépolis Plaza 8 – 13h (somente sábado e domingo), 15h40, 18h10, 20h30 (diariamente); Cinépolis Ponta Negra 3 – 14h, 17h, 20h (diariamente), 23h (somente sábado), Cinépolis Ponta Negra 9 – 15h, 17h10, 19h40, 22h10 (diariamente); Kinoplex 2 – 14h30, 16h40, 18h50, 20h55 (diariamente); Multiplex 2 – 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (diariamente).

Mad Max A – Estrada da Fúria: AUS. 16 anos. Assombrado por seu turbulento passado, Mad Max acredita que a melhor maneira de sobreviver é vagar sozinho. No entanto, ele é levado por um grupo em fuga através de Wasteland em um War Rig (carro de guerra) dirigido por uma Imperatriz de elite chamada Furiosa. Eles estão fugindo de uma cidadela tiranizada por Immortan Joe, que teve algo insubstituível roubado. Enfurecido, o senhor da guerra convoca todas as suas gangues e persegue os rebeldes impiedosamente na estrada de guerra que se segue. Cinemark 4 – 19h10, 22h10 (3D/dub/diariamente), Cinemark 7 – 13h, 15h40, 18h30, 21h20 (3D/dub/diariamente), 0h10 (3D/dub/somente sábado), Cinemark 8 – 14h50, 17h40, 20h30 (dub/diariamente), 23h20 (dub/somente sábado); Cinépolis Millennium 4 – 14h15, 19h45 (3D/dub/diariamente), 17h10, 22h30 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Millennium 5 – 13h (leg/somente sábado e domingo), 16h05 (leg/diariamente), Cinépolis Millennium 8 – 13h45 (3D/leg/somente sábado e domingo), 16h30, 19h15, 22h (3D/leg/diariamente); Cinépolis Plaza 1 – 13h45 (3D/dub/somente sábado e domingo), 16h30, 19h15, 22h (3D/dub/diariamente), Cinépolis Plaza 4 – 14h40, 17h20, 20h15 (3D/dub/diariamente), Cinépolis Plaza 5 – 15h, 21h15 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 13h (3D/leg/somente sábado e domingo), 16h, 19h, 22h30 (3D/leg/somente sábado e domingo), Cinépolis Ponta Negra 5 – 15h20, 18h20 (3D/dub/diariamente), 21h40 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 8 – 14h30 (dub/diariamente), 17h20, 20h40 (leg/diariamente); Kinoplex 3 – 14h, 16h30, 19h (3D/dub/diariamente), 21h30 (3D/leg/diariamente), Kinoplex 5 – 16h, 18h30, 21h (dub/diariamente), 13h30, 16h (dub/somente sábado e domingo); Multiplex 2 – 18h45, 21h (dub/diariamente), Multiplex 4 – 14h30, 16h45, 19h, 21h15 (3D/dub/diariamente), Multiplex 5 – 15h, 17h15, 19h30, 21h45 (dub/diariamente).

REPRODUÇÃO

Metanoia: BRA. 16 anos. Eduardo (Caique Oliveira) é mais um em meio aos milhares de usuários regulares e dependentes do crack. Criado na pe-riferia de São Paulo, a boa educação oferecida por sua mãe, Solange, não o impediu de fi car preso no mundo das drogas. Ele fi ca perdido em meio à autodestruição, enquanto Solange tenta desesperadamente salvar o fi lho do vício. Cinépolis Ponta Negra 10 – 13h20, 22h (diariamente); Multiplex 6 – 15h30 (diariamente).

12h Esquenta13h Temperatura Máxima. Filme: Up – Altas Aventuras15h Futebol – 2015: Campeonato Brasileiro – Atlético Mg X Fluminense17h Domingão Do Faustão20h Fantástico22h23 Superstar23h33 Tuf – Um Busca De Campeões0h29 Domingo Maior. Filme: Esquadrão Classe A2h18 Sessão De Gala. Filme: Sentimento De Culpa3h54 Mentes Criminosas

16h15 Sempre Bem16h45 Galinha Morta17h Programa Viagem Cultural17h30 Chega Mais19h Encrenca20h30 Havaí 5.021h15 Te Peguei Na Tv22h30 Luta Tribal23h30 Teste De Fidelidade0h30 É Notícia1h30 Bola Na Rede2h30 Igreja Int. Da Graça

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015

Dois shows em uma noiteAs atrações nacionais são as mais aguardadas da temporada. Eles são assíduos nas paradas de sucesso das rádios, apostam no repertório sertanejo e se apresentam no dia 13 de junho no Studio 5

Os sucessos do estilo sertanejo estão sem-pre na playlist dos manauenses e, com

toda certeza, muitas dessas músicas são cantadas por Hen-rique & Juliano. Pois bem, che-gou a hora do gênero musical invadir a capital amazonense como eles, que são do Estado de Tocantins e, com muito ta-lento, ganharam fãs em todo o Brasil. A dupla Henrique & Juliano se apresenta em Ma-naus no dia 13 de junho, no pavilhão do Studio 5.

A noite de festa, dedicada ao romantismo que envolve a data do evento – após o Dia dos Namorados – traz também outra atração nacional, o can-tor Léo Verão. O multi-instru-mentista sul-mato-grossense mudou o conceito no mercado musical sertanejo, trazendo para o estilo ritmos como o reggae e outras linguagens pop. Léo recria estilos e trans-forma músicas de sucesso em releituras. A realização é da Fábrica de Eventos.

De TocantinsA carreira musical dos irmãos

Henrique e Juliano começou ainda na infância na cidade de Palmeirópolis, no Estado do Tocantins. Influenciados pelo sucesso da dupla João Paulo & Daniel, eles acreditaram no talento e, em pouco tempo, se tornaram um sucesso.

Em 2013, a carreira de Henri-

que & Juliano começou a mudar com o hit “Não tô valendo nada”. A música, em parceria com João Neto e Frederico, deu visibilida-de à dupla, em especial com as canções românticas que vieram a seguir. Nesse mesmo ano, eles lançaram o primeiro DVD, de onde saíram algumas músicas que se destacaram como “Mis-tura louca” e “Recaídas”.

No ano passado, Henrique e Juliano lançaram o segundo DVD, que tem no repertório músicas inéditas e outras já conhecidas pelo público. A gra-vação aconteceu na capital do país, no Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha. O local foi palco de um verda-deiro espetáculo da música sertaneja, e reuniu mais de 15 mil pessoas.

Durante as apresentações, os músicos fazem um mix de romantismo e um show mais dançante. A dupla faz essa va-riação no repertório para agra-dar a todos. “A gente precisa agradar pelo menos 85% a 90% do público. Então a gente faz também músicas do primeiro DVD”, conta Henrique.

Canções românticas, como “Recaídas”, “Cuida bem dela” e “Até você voltar”, são as que mais fazem sucesso com o pú-blico. “Músicas românticas ou mais animadas, o importante é que a galera participe, curta o show e entenda que Hen-rique e Juliano também têm essa pegada”, finaliza. Henrique e Juliano (foto maior) e Léo Verão fazem shows para marcar o Dia dos Namorados

FOTO

S: D

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ÃO

SERVIÇOHENRIQUE & JULIANO E LÉO VERÃO

Quando

Onde

Quanto

Pontos de Venda

Central de Vendas

Vendas Online

Informações

dia 13 de junho (sábado)

Studio 5 Conven-tion Center (Dis-trito Industrial)

Pista 1º lote R$ 50 (meia-entra-da)

Ótica Veja, bilhe-teria do Studio 5, Sinhazinha.com e Loja da Fábrica no Shopping Cidade LesteÁrea Vip com open bar 1º lote R$ 180 (meia-entrada) em até 2x cartão. Open bar de cerve-ja, caipirinha, caipiroska, água e refrigerante até às 3h. Entrada di-ferenciada, aces-so ao front stage, bares e banheiros exclusivos

Estande da Fá-brica de Eventos no Amazonas Shopping, Loja da Fábrica no Shopping Cidade Leste e bilheteria do Studio 5.

www.fabricain-gressos.com

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