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Bancada do AM vota não pelas ‘Diretas, já!’ TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26 MÁX.: 33 Numa manobra para evitar que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assuma a Presidência da República caso o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) seja referendado no Senado Federal, o Planalto intensificou as articulações para encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta para antecipar as eleições presidenciais para este ano, numa espécie de “Diretas, já!”. A medida é vista como golpe à democracia pelos parlamentares que fazem oposição ao governo federal, na Câmara dos Deputados, e, segundo os deputados federais do Amazonas, todos contrários à proposta, encontraria dificuldade para ser aprovada. Política A5 VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 3,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVIII N.º 9.094 DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO MERCADO INFORMAL TRUQUES REAIS RISCO SOCIAL Crise econômica e falta de oportunidades formais de emprego têm feito com que o mer- cado informal ganhe corpo em todas as capitais brasileiras. Em Manaus, cenário se repete em várias zonas da cidade. Economia B3, B4 e B5 Sobrevivência e sonhos lançados na informalidade Beleza maquiada é ensinada em livro ‘Ajudinha’ incentiva trabalho infantil Com 11 anos de experiência no mundo da beleza, a jornalista Vic Ceridono lança o livro “Dia de Beauté: Um Guia de Maquiagem para a Vida Real”. Elenco Malabares e limpeza de para-brisas são utilizados por crianças e adolescentes para conseguir dinheiro pelas ruas. Dia a dia C4 Trabalhadores de nacionalidades e naturalidades diversas disputam espaço entre os amazonenses, que veem na informalidade a alternativa de renda DIVULGAÇÃO DIEGO JANATÃ DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO MÁRCIO MELO Átila Lins (PSD) foi o único político do Amazonas a votar, duas vezes, pelo impedimento de um presidente da República. Conforme ele, agora corrigiu um erro histórico. Política A6 NÃO E SIM Votou pelo impeachment duas vezes Domingo de clássico e festa na arena Vasco e Flamengo se enfren- tam às 15h, na Arena da Ama- zônia, por uma vaga na final do Estadual do Rio. O Vasco joga pelo empate. Pódio E4 e E5 VASCO E FLA

EM TEMPO - 24 de abril de 2016

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Bancada do AM vota não pelas ‘Diretas, já!’

TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26MÁX.: 33

Numa manobra para evitar que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assuma a Presidência da República caso o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) seja referendado no Senado Federal, o Planalto intensifi cou as articulações para encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta para antecipar as eleições presidenciais para este ano, numa espécie de “Diretas, já!”. A medida é vista como golpe à democracia pelos parlamentares que fazem oposição ao governo federal, na Câmara dos Deputados, e, segundo os deputados federais do Amazonas, todos contrários à proposta, encontraria difi culdade para ser aprovada. Política A5

VENDA PROIBIDA

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ASSINANTEVENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

3,00O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVIII � N.º 9.094 � DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016 � PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES � DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

MERCADO INFORMAL

TRUQUES REAIS

RISCO SOCIAL

Crise econômica e falta de oportunidades formais de emprego têm feito com que o mer-cado informal ganhe corpo em todas as capitais brasileiras. Em Manaus, cenário se repete em várias zonas da cidade. Economia B3, B4 e B5

Sobrevivência e sonhos lançados na informalidade

Beleza maquiada é ensinada em livro

‘Ajudinha’ incentiva trabalho infantil

Com 11 anos de experiência no mundo da beleza, a jornalista Vic Ceridono lança o livro “Dia de Beauté: Um Guia de Maquiagem para a Vida Real”. Elenco

Malabares e limpeza de para-brisas são utilizados por crianças e adolescentes para conseguir dinheiro pelas ruas. Dia a dia C4

Trabalhadores de nacionalidades e naturalidades diversas disputam espaço entre os amazonenses, que veem na informalidade a alternativa de renda

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Átila Lins (PSD) foi o único político do Amazonas a votar, duas vezes, pelo impedimento de um presidente da República. Conforme ele, agora corrigiu um erro histórico. Política A6

NÃO E SIM

Votou pelo impeachment duas vezes

Domingo de clássico e festa na arena

Vasco e Flamengo se enfren-tam às 15h, na Arena da Ama-zônia, por uma vaga na fi nal do Estadual do Rio. O Vasco joga pelo empate. Pódio E4 e E5

VASCO E FLA

‘Ajudinha’ incentiva

Malabares e limpeza de para-brisas são utilizados por crianças e adolescentes para

Dia a dia C4

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Domingo de clássico e festa na arena

Vasco e Flamengo se enfren-tam às 15h, na Arena da Ama-zônia, por uma vaga na fi nal do Estadual do Rio. O Vasco joga pelo empate.

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016A2 Ultima horaUltima hora

HOMICÍDIOS

Manaus registra dois crimes na madrugada

Dois homicídios foram registrados em Manaus na madrugada de ontem. As duas vítimas foram alveja-das por armas de fogo por suspeitos ainda não identi-fi cados pela Polícia Civil. O primeiro crime ocorreu por volta de 1h30, na rua Ai-res da Cruz, Santa Etelvina, Zona Norte. A vítima, Paulo de Carvalho Bezerra, 22, foi atingido com dois tiros, um no tórax e outro no peito.

De acordo com policiais

da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Paulo estava dentro de um veículo modelo Fusca vermelho, estacionado em frente a um restaurante, quando foi surpreendido.

No bairro Compensa 2, Zona Oeste, um morador de rua identifi cado como Paulo Roberto Souza Junior, 24 foi morto por volta das 2h, na Rua Xavier. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de acerto de contas (BA).

SÃO PAULO, SP (FOLHA-PRESS) - Portaria do Mi-nistério da Saúde publicada na sexta-feira (22) no Diário Ofi cial da União cria, no âm-bito do SUS, o Sistema de Registro de Atendimento às Crianças com Microcefalia.

A fi nalidade é o registro de informações e dados relacio-nados ao acompanhamento de crianças com diagnóstico de microcefalia, com vistas ao aprimoramento das investi-gações epidemiológicas e do acompanhamento em saúde.

Ainda de acordo com o de-

creto, a operacionalização e a gestão do sistema serão de competência da Secretaria de Atenção à Saúde, observa-dos alguns princípios como a existência de dados pessoais nas informações coletadas, acesso restrito a profi ssio-nais e gestores de saúde, e a implementação do sistema em cada região será pactua-do pelos Estados. A portaria prevê que o Ministério da Saúde disponibilize diretrizes para apoiar a implementação do sistema por meio do site https://siram.saude.gov.br.

SAÚDE

Governo cria sistema de registro para microcefalia

MARATONISTA

Atleta promove corrida pela solidariedade

O atleta brasileiro Carlos Dias, natural de São Paulo (SP), esteve ontem em Ma-naus para realizar a oitava etapa do seu projeto social “Desafi o 12h das Capitais”. O objetivo da ação é ar-recadar recursos fi nancei-ros para serem doados ao Grupo de Apoio ao Ado-lescente e à Criança com Câncer (Graac), hospital de referência no tratamento contra a doença no Brasil.

Dias explicou que a ini-ciativa consiste em correr 12 horas em cada uma das capitais brasileiras, semanalmente, convidan-do o público em geral para participar, correndo e ad-quirindo a camiseta do projeto, que são as fontes de captação dos recursos a serem doados à instituição assistencial. “Sou voluntá-rio pelo Graac desde 2008, quando conheci o trabalho que é desenvolvido lá ao me submeter a um dos

exames que precisei fazer para concorrer em uma prova de resistência na China”, lembra o atleta.

Manaus é a oitava capi-tal a receber o atleta esse ano. “Comecei o desafi o em Porto Alegre há oito semanas e encerro essa temporada em setembro, no Rio de Janeiro”, diz.

Carlos Dias regular-mente dedica suas ati-vidades ao trabalho soli-dário. “Estive em Manaus em 2013, com um projeto semelhante. Para 2017, pretendo visitar 24 pa-íses, nos quais vou cor-rer por 24 horas com o mesmo objetivo”, adianta o maratonista, que com-pleta 24 anos de carreira no ano que vem.

O brasileiro Carlos Dias, classifi cado pelo norte-a-mericano criador do super-herói “Homem Aranha” como super-humano (The History Channel), esteve em Manaus pela primeira vez em 2003.

Rodoviários podem paralisar

O Sindicato dos Trabalha-dores em Transportes Rodo-viários de Manaus (STTRM) ameaça paralisar 70% da frota de ônibus a partir da meia noite da próxima ter-ça-feira (26), em todas as zonas de Manaus. Mais de 1,5 mil ônibus não sairão das garagens e a estimativa é que mais de 300 mil usuários sejam prejudicados. A enti-dade informou que a greve é por tempo indeterminado.

De acordo com o vice-pre-sidente do sindicato, Josildo Oliveira, a paralisação é de-vido ao não pagamento do reajuste anual da categoria que é efetuado todo dia 1º de maio, sendo que este ano os empresários informaram que não irão efetuar o au-mento salarial.

“Desde janeiro que o sin-dicato está negociando o aumento salarial da cate-goria, que é prevista em lei, mas este ano os empresários alegam não ter dinheiro para pagar o reajuste. Não pode-mos aceitar essa situação, por isso resolvemos fazer essa paralização de 70% da frota e somente 30% irá rodar”, disse Oliveira. A categoria reivindica 20% de aumento salarial.

O vice-presidente infor-mou que o sindicato está aberto a negociação. “Ama-nhã irei ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) agendar uma reunião para tentar re-solver a situação”, diz.

Conforme a assessoria do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), o órgão já foi notifi cado sobre a possível paralisação e que irá tentar fazer uma negociação com os rodoviários amanhã.

Um amazonense e um colombiano foram presos Pela Polícia Federal do Amazo-

nas (PF/AM), com 450 kg de cocaína pura, avaliada em R$6 milhões.

De acordo com policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), a du-pla foi presa na madrugada da última sexta-feira (22), em uma lancha nas proximi-dades do Parque Nacional do Jaú, na altura do município de Novo Airão (a 115 qui-lômetros de Manaus).

O delegado da DRE, Caio Avanço, informou que os en-torpecentes estavam sendo transportados do município de Santa Isabel do Rio Negro, distante 630 quilômetros de Manaus, e tinha como des-tino a capital amazonense. “Já estávamos investigan-

do sobre o comércio ile-gal de drogas por meio de embarcações com destino para Manaus. Durante uma fi scalização de rotina na úl-tima sexta-feira, consegui-mos aprender uma grande quantidade de cocaína. Esse ano, já ultrapassamos uma tonelada de drogas apreen-didas”, disse Caio Avanço.

Ainda de acordo com o de-legado, a droga encontrada com os suspeitos é um tipo puro de cocaína, conhecida como “cristal” e que tem alto valor no mercado do tráfi co. “A droga está avaliada em R$ 6 milhões aqui no Amazonas. No mercado exterior, para onde ela seria transportada, o quilo pode custar até US$ 100 mil”, disse.

Após as prisões, os sus-peitos que não tiveram seus nomes divulgados, foram conduzidos para a sede da Superintendência da PF, loca-

lizada no bairro Dom Pedro, na Zona Oeste da cidade e foram autuados por tráfi co internacional de drogas.

Outras apreensõesNo dia 8 deste mês, apro-

ximadamente 392 kg de cocaína pura foram apreen-didas em uma embarcação, em Manaus.

De acordo com a Polícia Federal, o material seria proveniente do município de Tabatinga, distante 1080 quilômetros de Manaus e seria comercializada na ca-pital amazonense.

A embarcação foi aborda-da no Rio Solimões, próximo do município de Manacapuru, que fi ca localizado a 68 qui-lômetros de Manaus.

Um tripulante responsável pelo embarque e conferência de mercadorias foi preso em fl agrante e foi indiciado por tráfi co internacional de drogas.

ACORDO

Mesmo sem revelar os nomes dos suspeitos, delegado afi rma que se tratam de um amazonense e um colombiano

Polícia Federal apreende 450 quilos de cocaína

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Conforme estimativa da polícia, droga apreendida estaria avaliada em aproximadamente R$ 6 milhões

Carlos Dias durante corrida solidária de 12 horas de duração

POR BRUNA AMARAL

POR MARA MAGALHÃESPOR GUSTAV CERVINKA

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016A3OpiniãoOpinião

Uma coisa é certa: não são os fenômenos El Niño e El Niña que estão derrubando ciclovias, telhados e prédios inteiros pelo Brasil afora. Exemplo é aquela onda que, nesta semana mandou pelos ares 50 metros da ciclovia Tim Maia e matou duas pessoas na cidade do Rio de Janeiro. Mas não foi só esse desastre, na semana: desabamento de estande de vendas sexta-feira (22), na Vila Olímpia, na Zona Sul de São Paulo, deixou um morto e cinco feridos; e a qualquer momento, uma obra desaba em algum lugar do país. É certo, também, que a frequência desses acontecimentos aponta para uma anormalidade.

E a primeira suspeita é a engenharia que teria falhado nos cálculos e nos procedimentos técnicos que as construções exigiam. É possível que um engenheiro falhe, um médico, um jornalista, qualquer um é passível de falhar em algum momento. Mas outros elementos e circunstâncias agravam as suspeitas que podem deixar a engenharia respirar mais aliviada: é a presença poderosa das construtoras em uma intimidade inevitavelmente promíscua com os poderes públicos responsáveis por conduzir as licitações, as contratações das empresas e a fi scalização.

É claro que as empresas da construção civil precisam... construir, e em grandes quanti-dades de obras: são uma parte importante da economia e da geração de emprego. Mas é despudorado o lobby que realizam para conseguir essas obras. O país está testemunhando do quanto são capazes os lobistas, em apenas uma operação da Polícia Federal e do Mi-nistério Público: a Lava Jato. O desastre com a ciclovia no Rio de Janeiro lembra um, quase esquecido, em Manaus. Aqui, foi o vento que levantou a cobertura do sambódromo e nunca mais se falou disso. Esses “acidentes” são frequentes demais. Não pode ser normal. Melhor “chamar o síndico” (não o Tim Maia). A engenharia pode ser inocente.

“Júnior Chico Preto Brasil”

Mesmo não tendo sido citado no artigo, Marcelo chama Júnior Brasil de “Júnior Chico Preto Brasil” porque nas eleições para o gover-no do Estado, o candidato Chico Preto era acusado por Ramos de ser “laranja” do também can-didato, senador Eduardo Braga (PMDB). Para Ramos, Júnior Brasil estaria se prestando ao mesmo papel quando usa as redes sociais para atacar a ele e ao deputado federal Hissa Abrahão.

Sem dar bola paraa concorrência

Do outro lado, porém, como quem não tem nada a ver com os “achismos” de Ramos, Chico Preto segue fi rme em seu propósito de submeter seu nome à Prefeitura de Manaus. E para que o projeto ganhe corpo, Chico Preto tem ampliado seu círculo de possíveis votos a partir de reuniões diárias com seus pré-candidatos a vere-adores, que no PMN já são mais de 80 na disputa por 62 vagas.

Plataforma de governo

Outra estratégia é a realização de uma série de fóruns de debate para a construção do plano de go-verno do seu partido para Manaus. Os fóruns temáticos e as plenárias comunitárias devem dar forma a uma plataforma de governo que será apresentada aos eleitores da capital tão logo tenha início o processo eleitoral em si. Mobili-dade urbana e infraestrutura são temas centrais.

Problema na merenda escolar

A falta de compromisso de fornecedores é algo que tira a paciência de qualquer pessoa, mas

quando essa falta de compromis-so é com algo essencial como a merenda escolar nas escolas públicas do Estado, essa perda de paciência se transforma em revolta. Sobretudo, quando quem ganha a licitação para fornecer os itens não cumpre com o que foi acordado em contrato.

Fornecedor sem palavra

O fornecedor José Monteiro, o “Zé Monteiro”, vem continua-mente criando difi culdades para entregar itens da merenda escolar para qual foi contratado. A falta de compromisso e de honradez com algo tão necessário, como a merenda escolar, só não tem sido pior graças ao empenho do governo do Estado, que se apoia em outros parceiros para não deixar faltar merenda na rede pública estadual.

Responsabilidade

E como quem não cumpre deve ser cobrado, o governo do Estado promete agir com rigidiz contra o fornecedor “Zé Monteiro”, a fi m de que se responsabilize pe-los incômodos que tem causado ao não cumprir com o que fi cou estabelecido na licitação vencida por ele.

Ameaça de paralisação

A semana promete ser contur-bada no que se refere ao transpor-te público na capital. Isso porque o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte ameaça fazer uma pa-ralisação, por tempo indetermi-nado, a partir de meia-noite da terça-feira (26). Eles alegam que os empresários do setor estão se recusando a fazer o reajuste anual da categoria, que é de 20%.

Sem ganhos e com perdas

De acordo com o vice-presiden-te do sindicato da categoria, Josil-do Oliveira, além de se recusarem a fazer o reajuste, os empresários pretendem diminuir salários, va-le-alimentação e vale-lanche dos rodoviários. Os empresários ale-gam falta de recursos.

Tjam deve intermediar

A mobilização do sindicato dos trabalhadores ocorre uma semana após a Justiça barrar o reajuste da tarifa de ônibus, que passaria dos atuais R$ 3 para R$ 3,55. Na segunda-feira (25), o vice-presi-dente dos rodoviários disse que a diretoria do sindicato vai ao Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam) para tentar que o tribunal possa intermediar as negocia-ções, uma vez que Josildo alega que os empresários fecharam as portas para eles.

Vamos conversar

O sindicato patronal já foi noti-fi cado sobre a possível paralisação e sinalizou positivamente quanto à intermediação feita pela Justiça. Por meio da assessoria, informou que irá “fazer todo o possível para que haja um acordo favorável às duas partes e que a população não seja prejudicada”.

Paz na arena

O Movimento Paz na Arena terá sua primeira prova de fogo hoje, quando Vasco e Flamengo se enfrentam pela semifi nal do campeonato carioca na Arena da Amazônia. O movimento, que pre-ga a paz nos estádios, tem ganha-do adeptos, sobretudo, depois que grandes times cariocas passaram a jogar em Manaus. O desejo é que o espírito esportivo seja mais forte que qualquer disputa vã nas arquibancadas.

Começa a esquentar o clima entre os pré-candidatos à Prefeitura de Manaus. E um passado não muito distante de troca de farpas começa a se repetir entre os ex-deputados estaduais Marcelo Ramos (PR) e Marco Antonio Chico Preto (PMN). Os dois, que já se enfrentaram na disputa eleitoral para o governo do Estado, tem usado as redes sociais para se atacarem e se defenderem mutuamente. Na última semana, Marcelo chamou seu ex-candidato a vice-governador, Júnior Brasil de “Júnior Chico Preto Brasil”. Isso porque Júnior Brasil, hoje virtual pré-candidato da Rede Sustentabilidade à Prefeitura de Manaus, publicou um artigo na in-ternet em que chama Marcelo Ramos e Hissa Abrahão (PDT) de incoerentes, por conta das mudanças de partido.

Troca de farpas nas redes sociais

Talvez não seja a engenharia [email protected] | [email protected]

Contexto3090-1017/8115-1149

VAIAS APLAUSOS

Para o sindicato dos rodoviários que, mais uma vez, pretende penalizar a população para que os interesses da categoria sejam atendidos pelos empresários sem que antes sejam esgotadas todas as possibilidades de negociação com o sindicato patronal.

População penalizadaMÁRCIO MELO

Para a escola municipal Padre João D’ vries, Colônia Antônio Aleixo, que desen-volve o projeto “Jogos de Construção Inter-disciplinares”, que busca integrar o ensino de várias disciplinas, além de desenvolver entre as crianças o trabalho em grupo e o reaproveitamento de materiais recicláveis.

Iniciativa didática DIVULGAÇÃO

[email protected]

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPONão creio que possa haver uma coletividade que consiga manter-se coesa e evoluir na história, sem que produza alguma ou algumas fi guras heroicas. É nelas e por meio delas que o grupo, a tribo, o clã ou a nação encontram um modelo que os ajuda a defi nir uma identidade e um paradigma que paira à frente, a indicar um caminho e um objetivo. O tecido de que se constituem os heróis é uma construção de urdidura e trama, cujos papéis são desempe-nhados pela composição variável e aleatória do real e do imaginário.

Poucos povos foram tão férteis na produção de heróis quanto os gregos em sua antiguidade. A chamada mi-tologia grega é um enorme acervo de fi guras, ora heroicas, ora repre-sentativas das trágicas situações que acompanham intrinsecamente a existência humana. Nos mitos gre-gos, os heróis surgem das brumas do imaginário e, ao mesmo tempo, trazem em si conteúdos altamente comprometidos com a própria rea-lidade humana. Assim, por exemplo, os habitantes do Olimpo, a casa dos deuses cheios dos desejos, dos senti-mentos e das emoções dos humanos. Assim também aqueles que se apre-sentam como fi guras humanas, mas cuja realidade permanece duvidosa para nós, como, por exemplo, Hér-cules, Teseu, Aquiles e tantos mais.

Não há povo ou grupo, nem os que integram a contemporaneida-de, que não tenha edifi cados seus mitos, mesmo que essa edifi cação se tenha processado sobre o arca-bouço de fi guras históricas reais. Deste modo, não seria possível a construção da história da França, se dela fossem descartadas as fi guras dos seus heróis nacionais que, em função das características culturais daquela nação, incluem tanto seus “guerreiros”, como Luís XIV, Napoleão Bonaparte, Charles De Gaulle, como

seus humanistas como Montesquieu, Balzac, Molière e outros.

É basicamente o que ocorreu com os germânicos em relação ao seu grande estadista Otto Von Bismarck, a Guilherme I, o Kaiser da unifi cação, a Johann W. Goethe e outros para-digmas heroicos da Alemanha. Outro “herói”, mais tarde, foi fabricado e impingido àquela nação e levou-a à sua maior tragédia, até ser destruído pela própria e intrínseca essência: foi a fi gura de Adolf Hitler, que surgiu como mito, se fi rmou e desmoronou, levando consigo todo o país, em menos de dez anos. Aliás, esse não foi, na história, o único episódio da produção de um herói deletério.

Divagar pelas nações do mundo sempre será algo útil e extremamente agradável, mas não há como deixar de dirigir o foco do olhar para a própria casa que habitamos, o nosso país. Se nenhuma nação prescinde da ocorrência dos seus heróis, inevi-tavelmente surge a pergunta: quem é, ou quais são os legítimos heróis nacionais brasileiros?

Pensar em personalidades da polí-tica sempre será um risco considerá-vel, pois é da natureza dessas pessoas o buscar o autoenaltecimento e a utilização de artifícios a serviço das suas vaidades. Por isso, cogitar de fi guras como Getúlio Vargas, Duque de Caxias, Pedro I, ou II, Deodoro e semelhantes, torna-se temerário, na medida em que as imagens que nos chegaram difi cilmente poderão ser conferidas frente à realidade.

Pela amplitude nacional do seu projeto, pelos riscos assumidos, pela isenção de vantagens pesso-ais, pelo destemor, pelo idealismo, pela coragem com que enfrentou a reação do establishment, pare-ce inevitável que se proclame a personalidade de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, como o grande herói do Brasil

Nosso herói maior [email protected]

João Bosco Araújo

Divagar pelas nações do mundo sem-pre será algo extremamen-te agradável, mas não há como deixar de dirigir o foco do olhar para o nosso país. Se ne-nhuma nação prescinde da ocorrên-cia dos seus heróis, inevi-tavelmente surge a per-gunta: quem é, ou quais são os legí-timos heróis nacionais brasileiros?”

Editorial [email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016A4 OpiniãoOpinião

Dom Sérgio Eduardo

CastrianiArcebispo

Metropolitano de Manaus

Painelxadrez da política paulista que a ascensão de Temer à Presidência pode provocar. A avaliação do tucano é que o PMDB tende a crescer no Estado, onde o PSDB reinava sozinho até então, e se tornar um concorrente de peso.

Ninho O tabuleiro interno revela uma apreensão mais clara. José Serra, seu rival no PSDB, deve se fortalecer com a chegada de Temer ao poder. Aliados acreditam que a mudança pode precipitar a saída do governador de São Paulo do partido.

No muro Um líder tucano foi questionado como seria a classificação do PSDB na Câmara, já que o partido não deve compor formalmente a administração Temer nem se opor frontalmente ao pee-medebista. “Seremos gover-no ou minoria? Nem um nem outro, seremos tucanos.”

Do lar Marcela Temer já deixou escapar a amigos próximos que, caso o ma-rido assuma a Presidência, sabe que “a demanda sobre ela aumentaria muito” e que não poderia se manter “tão discreta e afastada da vida pública”.

Coisa de mãe Sua maior preocupação, revela a vice-primeira-dama, é não con-seguir estar tão presente na rotina do filho, Michelzinho.

Nem adianta? Há algu-mas semanas, Jaques Wag-ner sugeriu que a presidente procurasse Temer, visto pelo Palácio como “saidinho de-mais”. Dilma irritou-se: “É uma ideia imbecil. Não vê que ele não quer conciliação?”.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Em seu discurso na cerimônia de apresentação do prêmio do Fórum Empresarial, promovido pelo Lide em Foz do Iguaçu (PR), o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), falava da crise política e econômica que o país atravessa, quando soltou:– Há maratonistas que treinam com um peso a mais para se esforçar mais e ficar bem na prova.Na plateia, os convidados entreolharam-se sem entender a fala do aliado de Ge-raldo Alckmin.França, então, emendou:– Estamos nos livrando de um peso para correr mais agora – numa referência ao impeachment de Dilma.

Pace Brasil

TIROTEIO

Em uma República digna do nome, seria elementar existir uma ação de afastamento de um presidente de poder que já é réu.

DO DEPUTADO CHICO ALENCAR  PSOL­RJ�, sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, denunciado pelo STF por corrupção e lavagem de dinheiro.

O empresariado tem escutado como música os sinais de como se comportaria uma eventual gestão Temer em relação ao setor produtivo. Nas conversas com represen-tantes do PIB, peemedebistas capitaneados por Romero Jucá vêm repetindo que a saída para a crise econômica passa pela exploração máxima das concessões e das par-cerias público-privadas. Uma das críticas ao governo Dilma Rousseff eram as amarras em regras das concessões, com o que o peemedebista promete acabar.

Na raiz Entre as refor-mas que Temer pretende tocar está a do pacto fede-rativo. O vice tem repetido a quem o procura que, hoje, Estados e municípios têm autonomia federativa e administrativa, mas não financeira.

Descentraliza A ideia seria transferir não só responsabilidades aos prefeitos e governadores, mas também recursos su-ficientes para que eles as executassem.

Como faz O problema é que, com o cenário de abismo fiscal e queda nas receitas, abrir mão de re-cursos não é um ingredien-te que facilite a equação para fechar as contas do governo.

Lá vem história Re-servadamente, auxiliares de Michel Temer admitem que pode ser criado um novo imposto nos mol-des da CPMF. A avaliação é que, se necessária, a ideia só pode ser publici-zada depois de o governo ter mostrado que reduziu seus gastos e cortou na própria carne.

Xadrez O entorno de Te-mer tem se animado com a possibilidade de José Serra assumir o Ministério do Planejamento, na cota pessoal do vice, ou a pasta que reuniria as ações de infraestrutura – Transpor-tes, Portos, Aeroportos e até Comunicações.

Sobre pedra Apesar de ver com bons olhos a chegada de Temer à Presidência, parte do PIB se preocupa com a insta-bilidade da gestão, prin-cipalmente por causa de desdobramentos da Lava Jato. “O ideal seria come-çar do zero, com um sis-tema político renovado”, diz um peso-pesado da economia brasileira.

Balcão Romero Jucá tem sido procurado para resolver todo tipo de pro-blema do provável gover-no. Ouviu de um deputado de uma bancada nanica que, como todo seu grupo tinha votado pelo impea-chment, ele deveria ser ouvido nas conversas so-bre os rumos da economia.

Além do horizonte Ge-raldo Alckmin está preocu-pado com a mudança no

Domingo passado, como todo mundo, passei horas diante da televisão assistindo à votação do relatório que recomendava a abertura do processo de impedi-mento da presidente da República, processo que deve ser feito, se aceito, pelo Senado. Foi como final de Copa do Mundo. Mesmo quem normalmente não se interessa por futebol, assiste, consciente que aí está em jogo a honra da nação. A comparação vai mais além, porque a votação dos depu-tados tinha torcidas organizadas, a favor e contra, devidamente uniformizadas, uma de vermelho e outra de verde e amarelo. Foram prudentemente separadas para evitar confrontos que poderiam degenerar em violência.

Apesar das pressões não con-segui descer do muro, pois a sensação era e ainda é que os dois lados, embora legitimamente eleitos e fazendo um jogo previsto na Constituição Federal, não estão interessados no bem comum, mas sim na manutenção do poder que permite acesso a cargos e verbas. O grande número de deputados suspeitos de corrupção, alguns deles já considerados réus pela justiça, transformou aquele dra-ma numa farsa que seria cômica se não fosse trágica, pois atinge a própria legitimidade do sistema presidencial, que é o respeito ao resultado das urnas.

Não duvido que vivemos um mo-mento histórico, que por enquanto está ainda no campo da crônica e da análise de conjuntura. Somente a distância no tempo permitirá uma interpretação dos fatos e das suas consequências assim como as causas que os geraram. Só então se poderá saber o signi-ficado disto tudo para o Brasil e sobretudo para a sua democracia.

O que temos no momento são impressões e previsões, que só o futuro dirá se eram verdadeiras e objetivas, ou marcadas pelo viés da ideologia, interesses pessoais e de classe que evidentemente estão em jogo.

A minha primeira má impressão, talvez a mais forte e mais nega-tiva, foi a de ver antigos aliados, alguns participando do poder há doze anos, dando o voto a favor do impedimento e justificando o voto como uma libertação de um governo do qual até ontem faziam parte. Como acreditar na honestidade de quem age assim? De fato, passaram um atestado de incompetência e de oportunismo a si mesmos. Como acreditar em gente que muda o discurso e as fidelidades de forma tão desca-rada e sem pudor?

Causou espanto também o uso de linguagem religiosa para legiti-mar posições. Se alguém se julga intérprete da vontade de Deus, é fácil imaginar o que pensa de quem tem opinião diferente da sua. O ambiente todo não refletia a gravidade do momento. Num julgamento, que é ao mesmo tem-po político e criminal, de alguém eleito pelo voto popular, livre e secreto, espera-se um compor-tamento menos teatral.

Ainda estamos longe do desfe-cho final desta novela que parece ter os capítulos prolongados para que a carreira dos atores seja in-crementada. Faço votos que qual-quer que seja o desfecho, o grupo vencedor pense grande, pense o Brasil e os brasileiros. Embora não existam muitas razões para otimismo, não perdemos a espe-rança. O povo brasileiro, que não merecia passar por este vexame, saberá encontrar caminhos de justiça e de solidariedade.

Brasil [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Natuza Nery

CONTRAPONTOA minha primeira má impressão, talvez a mais forte e mais negativa, foi a de ver antigos aliados, alguns participando do poder há doze anos, dando o voto a favor do impedimento e justifi cando o voto como uma libertação de um governo do qual até ontem faziam parte. Como acreditar na honestidade de quem age assim?”

Governo S.A.

Frase

RICARDO OLIVEIRA

Michel Temer, vice-presidente, fala ao jornal dos EUA “‘The Wall Street Journal” que está “muito preo-

cupado” com a tese de Dilma Rousseff , em Nova York, de que há um “golpe” no Brasil. “Vou devolver o posto

quando ela retornar”, garantiu na entrevista.

OLHO DA [email protected]

Cada passo do impeachment está de acor-do com a Constituição. Ela agora me acusa de ser o chefe do golpe, o que é obviamente desagradável para mim e para a Vice-Presi-dência da República. Passei quatro anos no

absoluto ostracismo. Nós não éramos amigos porque ela não me considerava um amigo. [...]

É necessário dar luz à esperança de novo

O escritor modernista Mário de Andrade psicografou o discurso de um papagaio da Amazônia sobre um herói sem nenhum caráter, um tal de “Macunaíma”, a mais completa tradução do personagem brasileiro. Pensa-se no que um “louro” desse tempo verde-ama-relo possa ditar a um escritor, que pensa entender lambanças de agora

EUA “‘The Wall Street Journal” que está “muito preo-cupado” com a tese de Dilma Rousseff , em Nova York, de que há um “golpe” no Brasil. “Vou devolver o posto

do com a Constituição. Ela agora me acusa do com a Constituição. Ela agora me acusa do com a Constituição. Ela agora me acusa de ser o chefe do golpe, o que é obviamente de ser o chefe do golpe, o que é obviamente de ser o chefe do golpe, o que é obviamente desagradável para mim e para a Vice-Presi-desagradável para mim e para a Vice-Presi-desagradável para mim e para a Vice-Presi-

absoluto ostracismo. Nós não éramos amigos porque ela não me considerava um amigo. [...]

DO GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Polí[email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016

Bancada do AM rechaça proposta de ‘Diretas, já!’Como alternativa ao impeachment, setores do governo federal tentam convencer a presidente Dilma a antecipar as eleições

AGÊN

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Numa sessão lotada, com 511 dos 513 deputados, como há muito tempo não se via, a Câmara dos Deputados aprovou o impeachment da presidente Dilma e descartou novas eleições

Uma semana após a aprovação do pros-seguimento do pedi-do de impeachment

da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputa-dos, em Brasília, e às vésperas da votação no processo no Senado, o governo federal in-tensifi cou as articulações para encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta para antecipar as eleições presi-denciais para este ano, uma espécie de “Diretas, já!”.

A proposta é para barrar a posse do vice-presidente da República, Michel Temer (PM-DB-SP), caso o processo de im-peachment de Dilma seja apro-vado pelo Senado. A medida é vista como “o verdadeiro golpe” pelos parlamentares que fazem oposição ao governo federal, na Câmara dos Deputados, e, segundo os deputados fede-rais do Amazonas, encontraria difi culdade para ser aprovada.

De acordo com o líder do DEM na Câmara, deputado federal Pauderney Avelino, não há previsão de realização de novas eleições antes de 2018. “Não há nenhuma previsão constitucional para se fazer eleições antes de 2018. A legislação eleitoral está em vi-gor e, portanto, qualquer ten-tativa de antecipar as eleições seria um golpe à democracia. O processo do impeachment ainda está em curso e acredito que o rito eleitoral deve ser cumprido”, disse Avelino.

Segundo ele, a proposta começou a ser discutida no Senado, desde a última segun-da-feira (18), mas não deve ser aprovada. Para o deputado federal Átila Lins (PSD), não há qualquer possibilidade de uma proposta que antecipe as elei-ções presidenciais ser aprovada pela Câmara dos Deputados.

“Acho que essa tentativa é que se chama de golpe, porque, de acordo com a Constituição, no afastamento da presidente assume o vice-presidente. Na Câmara, não vejo nenhuma pos-sibilidade de a proposta ser

CAMILA CARVALHO

aprovada, até porque temos que ver como se comporta o vice-presidente. Vimos que a presidente (Dilma) perdeu todo o apoio político e não tinha como lidar com a crise econômica”, observou o parlamentar.

Para Átila, o país precisa dar uma oportunidade para o vice–presidente Michel Temer fazer suas alterações no governo e “tocar o Brasil, assim como aconteceu em 1992”, com a saída do então presidente à época, o atual senador Fernando Collor de Melo (PTC-AL) – que teve o mandato cassado - e a

posse de Itamar Franco, que era vice-presidente.

“Ninguém propôs, naquele momento, novas eleições e deu certo. Itamar Franco fez um bom governo, criou o Pla-no Real, restabeleceu o clima de tranquilidade, o mercado assimilou muito bem. E é esta chance que queremos dar ao Michel Temer. Queremos que ele seja o presidente que vai fazer o governo de união nacional, de transição para (as eleições em) 2018, obedecendo o calendário eleitoral”, disse Átila Lins.

Sem apoioPara a segunda-feira (25),

está prevista a eleição da Co-missão Especial do Impeach-ment no Senado, que analisa-rá o processo de afastamento de Dilma. A previsão é que o relatório da comissão esteja pronto até 27 de maio. Para a presidente ser destituída do cargo no julgamento fi nal, serão necessários 54 votos dos 81 senadores.

Para o deputado federal Hissa Abrahão (PDT), a saída para a crise política e econômica que assola o país não está na realiza-

ção de novas eleições. “Acredito que o povo brasileiro está no limite de tantos desmandos e temos que oferecer uma agenda positiva ao país. Despende-se muito tempo e energia com briga política e nada em políti-cas públicas para melhorar os serviços oferecidos à população e ao crescimento da economia. O povo não aguenta mais, faz-se necessário apontar caminhos e dar resultados”, disse Abrahão.

De acordo com o deputado federal Alfredo Nascimento (PR), “não há clima neste mo-mento para trocar o impea-

chment por eleições gerais”, mas há espaço para discussão enquanto o Congresso não fi -nalizar o julgamento do impe-dimento da presidente.

“Acredito que neste mo-mento estamos obedecendo as regras constitucionais, com o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) que é o guardião da Constituição. Acredito que eleição geral não seria cons-titucional, mas é um tema que deve ter a discussão ampliada. A situação é crítica e exige soluções rápidas, respeitando as leis”, disse Nascimento.

De acordo com o comenta-rista político da GloboNews, Gerson Camarotti, na última quarta-feira (20), na con-versa que teve com o então ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB) – ele já entregou a pasta –, a presidente Dilma Rousseff questionou-o a respeito da possibilidade de antecipa-ção das eleições. Segundo o comentarista político, Braga disse que a proposta não te-ria viabilidade no Congresso.

Dois dias antes, na segun-da-feira (18), um grupo de senadores começou a reco-lher assinaturas de apoio para realizar eleições diretas para presidente e vice-presidente da República junto com as eleições municipais deste ano.

Os defensores da proposta alegam que, como há uma grande parcela da opinião pública favorável ao impea-chment, da mesma forma há também os que não querem Temer. Essa é a posição dos senadores Cristovam Buarque (PPS-DF), Randolfe Oliveira (Rede-AP), João Alberto Ca-piberibe (PSB-AP), Lídice da Mata (PSB-BA), Walter Pinhei-ro (Sem partido-BA) e Reguff e (Sem partido-DF).

O senador Cristovam Buar-que defendeu que a presidente Dilma e o vice-presidente Mi-chel Temer tomem a iniciativa de abrir mão de parte de seus mandatos para apoiar a pro-posta, porque “o Brasil não aguenta mais esta crise”. “Pre-cisamos de 27 assinaturas de

senadores para encaminhar a PEC. Não temos nenhu-ma ainda, vamos começar a conversar com os senadores”, disse Cristovam.

A senadora Vanessa Graz-ziotin (PCdoB) confi rmou que a proposta já está circulando no Senado e disse que, em princípio, a apoia. “Não que-ro fazer isso agora, porque qualquer atitude que a gente tome parece que não tem mais jeito (para reverter o impea-chment). É algo difícil, mas não é impossível”, disse Gra-zziotin, ao afi rmar que, caso o impeachment seja aprovado, no Senado, não haverá outro caminho a não ser a anteci-pação das eleições.

O diretório nacional do PT e ministros têm discutido a pro-

posta desde a última semana. Eles defendem que a presiden-te encaminhe ao Congresso Nacional uma proposta de redução do próprio mandato e de convocação de eleições presidenciais neste ano.

A ideia é que a presidente anuncie que abre mão de 2 anos de mandato, mesmo que chegue a ser inocentada de crimes de responsabilidade pelo Senado, que julgará se a petista é ou não inocente e se deve ser afastada em defi -nitivo do cargo, consumando o impeachment.

No mesmo projeto, Dilma estabeleceria que, assim como ela fi cou 6 anos na Presidên-cia, o sucessor, escolhido pelo voto direto, teria mandato de 6 anos, sem reeleição.

Articulação ganha força entre aliados

Dilma diz que não renuncia ao mandato. Aliados tentam dissuadi-la

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ÁTILA LINS

Reencontro com a história

Política A6

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AÇÃO

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016A6 Com a palavraCom a palavra

EM TEMPO - Ao votar pelo impeachment da presiden-te Dilma, o senhor declarou que estava acertando as contas com a história. Se arrependeu de ter votado a favor do então presidente Fernando Collor de Melo?

Átila Lins – O voto a fa-vor de Collor me deixou se-quelas políticas insuperáveis, em função de ter atuado em desacordo com a vontade do povo amazonense. Isso me fez adiar vários projetos políticos. Na ocasião, entretanto, acolhi decisão partidária. A chan-ce de participar de um novo processo de impeachment me permitiu reescrever a minha história, em que procurei ex-ternar e fi car ao lado do povo e também com o apoio parti-dário. Não diria que me arre-pendi, mas, com certeza, hoje eu examinaria melhor o meu posicionamento, levando em conta a manifestação popular.

EM TEMPO - O senhor fi cou estigmatizado por ter apoiado Collor?

AL – Sim, fi quei estigmati-zado por não ter atendido ao desejo da maioria dos ama-zonenses, que me pedia o afastamento de Collor. Inclu-sive, em razão dessa decisão equivocada, vários dos meus projetos foram adiados.

Aos 66 anos de idade e 38 anos de vida pública, sendo 26 anos apenas como deputado federal, Átila Lins (PSD-AM) diz que corrigiu um erro histórico em sua biografia política ao votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT-RS) no último domingo. Em 1992, ele votou contra o impedimento do então presidente Fernando Collor de Mello, hoje senador pelo PTC-AL. Átila Lins não se considera arrependido daquele ato, mas revela que, no último domingo, quando votou contra Dilma, levou em conta a vontade popular. Nesta entrevista ao EM TEMPO, o deputado vê semelhanças entre os processos de Collor e Dilma e diz que sonha em ser senador e até mesmo governador do Amazonas. Ele está em seu sexto mandato na Câmara Federal.

‘O IMPEACHMENT nãoarranhou os PRINCÍPIOS DEMOCRÁTICOS’

Átila LINS

EM TEMPO - Na vota-ção do processo de im-peachment da presidente Dilma, muitos deputados contrariaram a orientação do partido de votar contra. A intenção foi atender o eleitorado, simplesmente, ou houve convicção no voto pelo sim ao impeachment?

AL – Houve uma dualidade de comportamento. Alguns atenderam à intensa movi-mentação popular por meio das redes sociais. Esses aten-deram o eleitor. Outros não concordaram com o fecha-mento de questão por parte de seus partidos, optando, portanto, pelo voto de acordo com sua consciência.

EM TEMPO - Há seme-lhanças entre o impeach-ment de Collor e o processo que envolve Dilma? Como o senhor avalia um e outro?

AL – Há semelhanças. Quando se tratou de Collor, o viés jurídico que motivou o pedido de impeachment foi o cometimento do cri-me de responsabilidade, foi um carro Elba e um suposto empréstimo no Uruguai. Isso caracterizou crime patrimo-nial. O confi sco da poupança também provocou incredibili-dade em Collor junto à popu-lação. Com relação a Dilma,

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o crime de responsabilidade aconteceu com a ofensa à Lei Orçamentária, prevista no artigo 85 da Constituição Federal (os famosos decretos assinados sem a autorização do Congresso Nacional), além das pedaladas fi scais, que fi zeram a presidente incor-rer no crime de improbidade, previsto no item 5 do artigo 85. E o viés político agravou a crise econômica, que gerou uma insatisfação popular de graves proporções, com o de-semprego em massa, infl ação sem controle, juros estratos-féricos. Isso ocasionou uma queda de 80% da popularida-de do governo Dilma, segundo pesquisas recentes. O impea-chment agora tem um agra-vante em relação a Collor. São as questões ética e moral, geradas pelas investigações da operação Lava Jato, que re-velaram desvios milionários na Petrobras.

EM TEMPO - A tendência, pelo que demonstraram os deputados, é que a presi-dente Dilma fi que impossi-bilitada de governar. Como isso afeta o país?

AL – A meu ver, afeta o país para melhor, com si-nalização positiva para os investidores estrangeiros e nacionais, positiva para o mercado. Criou-se uma ex-pectativa de mudança para tirar o país do caos. Não me venham falar de golpe. E nem de ruptura democrática. Impeachment está previsto

na Constituição e nas leis do país. Da mesma forma que o impeachment de Collor, o de Dilma será altamente positivo para o Brasil. Não arranhou os princípios democráticos. A nossa democracia foi conso-lidada. Não tenho dúvidas de que o impeachment de Dilma trará grandes benefícios para o nosso país, e a nossa demo-cracia continuará fortalecida.

EM TEMPO - O senhor está há 26 anos na Câmara dos Deputados. São seis mandatos e meio. O que o senhor considera evolução e retrocesso na represen-tatividade política, hoje?

AL – Não houve evolução e nem retrocesso na represen-tatividade política. Aliás, ten-tamos mudar no ano passado a forma de escolha dos de-putados federais, acabando com o sistema proporcional e instituindo o voto majoritá-rio. Por esse sistema seriam eleitos sempre os mais vo-tados, sem coligações par-tidárias e sem coefi cientes eleitorais. Evitaria o fenôme-no do Tiririca (deputado) em São Paulo que, com mais de 1 milhão de votos, garantiu a eleição de deputados com votação ridícula. Eles foram benefi ciados pelo sistema proporcional com a soma dos votos das coligações.

EM TEMPO - A Câmara é, hoje, um caldo político que inclui bancadas da Bí-blia, da bala, dos milita-

res, do agronegócio, dos movimentos sociais. Esse tipo de representatividade fragmentada é bom ou ruim para a política?

AL – Isso é refl exo da so-ciedade brasileira, que elege os representantes dos movi-mentos sociais.

EM TEMPO - A Câmara é presidida por um deputado que é réu na Justiça por corrupção e abriga uma leva de outros parlamen-tares que respondem a processos judiciais. A casa refl ete a sociedade ou são casos isolados?

AL – É preciso esclarecer que réu em processo judicial ainda será julgado, ou seja, não signifi ca que esteja con-denado. São muitos os casos de réus serem absolvidos pela Justiça. Por isso, não podemos condenar, precocemente, par-lamentar que eventualmente responde a processo judicial.

EM TEMPO - O senhor pretende disputar um car-go majoritário no Amazo-nas? Qual?

AL – Todo político almeja alcançar estágio progressivo na sua carreira. Não seria eu a exceção. Portanto, sonho, sim, ser senador e até gover-nador. Todos nós, políticos, sonhamos. Agora, se esse sonho será realizado ou não, depende das circunstâncias, do momento, do apoiamen-to popular, das lideranças e dos partidos.

O voto a favor de Collor me deixou sequelas políticas insuperáveis, em função de ter atu-ado em desacordo com a vontade do povo amazonense. Isso fez eu adiar vários projetos po-líticos. Na ocasião, entretanto, acolhi decisão partidá-ria. A chance de participar de um novo processo de impeachment me permitiu reescrever a minha história, em que procurei externar e fi car ao lado do povo”

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016A7PolíticaPolítica

CláudioHumberto

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Cláudio Humberto

PODER SEM PUDOR

Com Ana paula Leitão e Teresa Barros

A presidente cometeu crime de responsabilidade”RUBENS BUENO, líder do PPS, explica porque o impeachment é

constitucionalLados sempre a favor

A jornalista mineira Ân-gela Carrato conversava com Hélio Garcia, então prefeito de Belo Horizonte e governador indicado por Tancredo Neves. Na época, Tancredo articulava sua candidatura a presiden-te, no colégio eleitoral, e pregava o “entendimento”, claro. Estava na moda a frase politicamente cor-reta “ver as coisas sempre pelos dois lados”. Garcia garantiu, solene:

- Eu sempre vejo as coi-sas pelos dois lados: o meu e o dos meus amigos.

PMDB não entende o apego de Renan a Dilma

Abraço de afogadosAUm dos mais leais “renanzis-

tas” do Senado, Romero Jucá (RR) também não entende o “abraço de afogados” de Renan em Dilma.

Alagoas não é“Há quem ache Renan grato à

‘ajuda’ de Dilma ao governo do filho”, diz Romero Jucá, “mas ela jamais liberou um só tostão para Alagoas”.

Xô, DilmaA posição dos eleitores não explica

a extremada lealdade de Renan: pes-quisas em Alagoas revelam rejeição a Dilma superior a 80%.

Gostar, não gostaRenan tem dito que gosta de Dilma.

Quem a conhece não gosta dela, como mostraram os votos de ex-mi-nistros favoráveis ao impeachment.

Dilma é a mais rejeitada em pe-tições na internet

A presidente Dilma lidera o ranking de petições do site Avaaz que pedem cassação de mandato. Assinaturas pró-destituição da petista já ultra-passam a marca de 1,915 milhão. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aparece em seguida: mais de 1,5 milhão de assinaturas. O presidente da Câ-mara, Eduardo Cunha (PMDB-AL), é o terceiro: mais de 1,291 milhão querem cassar o seu mandato.

Para todos os gostosSão vários os motivos alegados

para abaixo-assinado contra polí-ticos: corrupção (Dilma), “Senado limpo” (Renan) e falta de decoro (Cunha).

Quebra de decoroQuase 71 mil já pedem a cassação

de Jean Wyllys (Psol-RJ) por quebra de decoro, após cuspir no deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Políticos do PMDB, inclusive aqueles mais leais ao presidente do Senado, não conseguem entender o apego de Renan Calheiros a Dilma Rousseff . Esses amigos têm advertido, de maneira crua, que a presidente “já morreu” politicamente, e que a saída dela é inevitável. Mas Renan parece apostar em uma sorte lotérica: afi nal, caso consiga “salvar Dilma”, como tem dito a amigos, será dele o bilhete premiado.

Torturador rejeitadoQuase 149 mil pedem a cassação

de Bolsonaro, que homenageou um coronel acusado de tortura, ao votar pelo impeachment de Dilma.

Votos carosO Planalto avalia que a lealdade

dos ministros Celso Pansera (Ciência) e Marcelo Castro (Saúde) custou caro demais ao governo: só deram os pró-prios votos. No PMDB, o placar contra Dilma foi 59x7. Acachapante.

Dá cá, toma láMinistros do núcleo duro do go-

verno orientam Dilma a destravar as nomeações para ganhar os votos do Senado. Mas a presidente quer nomear indicados somente após a votação.

Órfão de candidatoHá dirigentes petistas procurando

um nome competitivo para disputar a Presidência da República, em 2018. Petistas acreditam que o ex-presidente Lula será abatido em pleno voo pela Operação Lava Jato.

Cabo de guerraO deputado tucano Daniel Coelho

(PE) pretende disputar a prefeitura do Recife, mas, mais preocupado com o projeto nacional, Aécio Neves deseja afagar o PSB, apoiando a reeleição do prefeito Geraldo Júlio.

Mentirinha eleitoralDurante a campanha, Dilma afi rmou

que faria “um governo muito melhor, principalmente controlando a infl ação”. No acumulado dos últimos 12 meses, a infl ação ofi cial é de 9,34%. Quase dois dígitos.

Fim de governo“Acabou o governo. Insistir em golpe

é um desserviço ao Brasil”, afi rma o de-putado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), sobre o discurso petista de golpe. O Supremo já avisou que o impeachment é constitucional.

Deputado gastãoA ONG Operação Política Super-

visionada (OPS) aponta: o deputado Jhonatan de Jesus (PRB-RR) foi o que mais gastou, em 2015, com a cota parlamentar, na categoria “geral”. Ele torrou R$ 516.015,31.

Dias melhoresO Itamaraty, tão castigado na gestão

petista que rendeu ao Brasil a condi-ção de “anão diplomático”, deve fi car longe das negociações em um governo Michel Temer. Ele deve escolher diplo-mata de carreira.

Número da sorteTem tucano proclamando que 13 é

o número da sorte do Brasil, porque o PT poderá ter encerrado seu projeto de po-der 13 anos depois.

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016A8 PolíticaPolíticaPrefeitos do AM participam de marcha pró-municípios Associação Amazonense dos Municípios (AAM) está mobilizando gestores no Estado para o encontro nacional, em Brasília

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AÇÃO

A pauta municipalista será apresentada pela AAM à bancada federal do Amazonas e conta com as reivindicações dos prefeitos em ano eleitoral

Os prefeitos do Ama-zonas participarão, no período de 9 a 12 de maio, da Mar-

cha a Brasília em Defesa dos Municípios. A mobiliza-ção estadual para o encon-tro está sendo realizada pela Associação Amazonense dosMunicípios (AAM).

O presidente da AAM e pre-feito de Boca do Acre, Iran Lima (PSD), afi rmou que o cenário de crise econômica que os municípios enfren-taram no ano passado to-mou agora proporções ainda maiores, agravada pelas de-sonerações promovidas pelogoverno federal.

“Isso gerou um prejuízo su-perior a R$ 80 bilhões para os municípios. Além disso, outros fatores contribuíram para a crise municipal, como o processo infl acionário e o desajuste das contas públicas motivado pela diminuição da arrecadação, que refl etiram negativamente nas contas públicas”, explicou.

Diante desse cenário, a Con-federação Nacional dos Muni-cípios (CNM), com o apoio de todas as Associações de Mu-nicípios dos Estados, elaborou uma pauta de reinvindicações, cujas principais proposições

são: a aprovação pelo Sena-do Federal do Imposto sobre Serviços (ISS) que incidem nas operações de cartão de crédi-to/débito e leasing; discussão de um novo Pacto Federativo, principalmente em relação à partilha de recursos públicos e respectivas obrigações da União, dos Estados, dos mu-nicípios e do Distrito Federal; a prorrogação do prazo para a disposição fi nal ambiental-mente adequada dos resíduos sólidos; e a adoção de um novo critério de reajuste anual dos valor do piso salarial nacional do magistério, baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

A pauta municipalista será apresentada pela AAM à ban-cada federal do Amazonas. Na oportunidade, a associação pedirá o apoio da bancada amazonense para as reivindi-cações dos municípios.

“Os prefeitos precisam en-tender a importância da par-ticipação de cada um deles nesse encontro. A associa-ção está lutando fortemente para que essas causas sejam aprovadas e os benefícios re-vertidos o quanto antes para os nossos municípios”, reafi r-mou o presidente da entidade,Iran Lima.

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016

O b a i x o nível de procura por passagens aéreas, para destinos na-cionais e internacionais no Brasil, fez crescer em até 30% o número de promoções sobre o valor das passagens das compa-nhias áreas brasileiras.

O volume é sentido pelas agências amazonenses de turismo, que depois de sentir forte queda de até 40% nas vendas, passaram a vender mais, con-tudo, com lucro menor.Conforme a proprietária da agência Premier Viagens e Turismo, Rosangela Moita, no ano passado, nesse período de baixa temporada as promoções das com-panhias áreas, como TAM, Gol e Azul, por exemplo, somaram, aproximadamente, dez apenas. Neste, desde fevereiro, cada empresa já lançou pelo menos uma promoção para voos nacionais e internacionais. “Já consegui comprar de Manaus para Brasília, pela TAM, a R$ 480, ida e volta e de Manaus para São Paulo, pela Gol, a R$ 487 ida e volta”, conta.Rosangela observou que o aumento no número de promoções das companhias foi necessário para ocupar o grande número de poltronas vazias que

as empresas estavam acumulando por conta da queda nas vendas para destinos nacionais e internacionais. “Quanto mais pessoas embarcam, mesmo pagando pouco, elas (as companhias) conseguem sobreviver, e nós (as agências), também vendemos mais, mas arrecadamos menos. Mas, é melhor vender dez pas-sagens ganhando R$ 30 por cada uma, do que ganhar R$ 100 por apenas duas”, diz.Com as promoções barateando o valor das passagens, Rosangela conta que procura vender outros serviços nos pacotes como hospedagem, aluguel de carro e tickts de parques, como em viagens para Miami ou Orlando, por exemplo. Ela espera, contudo, que com a retomada de voos da TAM, anunciada pelo governo do Amazonas, as agências possam ganhar novo fôlego nas vendas. “Porque agora passamos a ter outras opções para quem prefere voos direitos, como para o Rio de Janeiro e Miami”, aponta.As promoções também acontecem para voos in-ternacionais, segundo a empresária da Paradise Turismo, Cláudia Mendonça. Passagens para Mia-mi, pela Avior Airlines, em promoção relâmpago, estava saindo a US$ 100 e outra pela American Airlines a US$ 280, todas ida e volta. “Apesar de promoções relâmpago, são muitas as ofertas principalmente para destinos internacionais”, conta a empresária.

Cláudia avalia que, mesmo com as pro-moções lançadas pelas empresas aéreas, neste momento não é possível recuperar a lucratividade do segmento. Mas, com o fi nal da baixa temporada, no fi m de maio, o início da alta temporada promete, pois há pessoas que já pesquisam pacotes para as férias de julho, a Semana da pátria, em setembro, e as festas de fi m de ano em dezembro.

EstratégiasA TAM Linhas Aéreas e a TAM Via-gens informam, por meio da assesso-ria, que todo o ano anunciam diversas ofertas de passagens aéreas e paco-tes de turismo, respectivamente, além de promoverem edições especiais da chamada MegaPromo. Para este ano, a empresa afi rma apenas que já promoveu duas edições da MegaPromo, sendo que a última foi realizada no fi m de semana passado, de 15 a 18 de abril. A companhia assegura, contudo, que em todas as oportunidades foram contempladas ofertas para viagens de Manaus como partida e destino. No caso da MegaPromo promo-vida de 15 a 18 de abril, estiveram disponíveis para os clientes preços promocionais para voos da TAM operados entre Manaus e destinos como Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Join-ville, Maceió, Natal, Ribeirão Preto, São Luís e São Paulo. A Gol Linhas Aéreas informa, por meio da assessoria de imprensa, que seguindo

política de informações da empresa, a companhia aérea não fala com os meios de comunicação sobre promoções de viagens, em nenhuma circunstância.

Empresas aéreas ampliam promoções de passagens

EMERSON QUARESMA

Com as ofertas de pacotes mais baratos, quem ganha também são as agências de viagem, que esperam ganhar clientes e, desta forma, aumentar as vendas para trechos nacionais e internacionais

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016B2 Economia

A pesquisa pretende consorciar o cupuaçu com outras frutas nativas da região, como a mandioca e o milho

Estudo busca ampliação do cultivo do cupuaçu no AM

Projeto de pesquisa bus-ca ampliar estratégias e táticas para comba-ter pragas que atingem

e afetam as plantações de cupuaçu no Estado, afi m de expandir o desenvolvimento da cultura do cupuaçuzeiro no Amazonas. O estudo é desenvolvido pela agrônoma e pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa), Apareci-da das Graças Claret.

O estudo é fomentado pelo Governo do Amazonas, por meio do Programa de Apoio à Consolidação das Instituições Estaduais de Ensino e Pesqui-sa (Pró-Estado), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Es-tado do Amazonas (Fapeam). Ele visa ampliar o conheci-mento sobre o inseto-praga Conotrachelus sp, conhecido popularmente como “bro-ca-do-cupuaçu”, e do fungo Maniliophthora perniciosa, conhecido como “vassoura-de-bruxa”, principais causadores da destruição das plantações.

Segundo a agrônoma, a ca-pacitação de técnicos e agri-cultores em práticas agrícolas e no cultivo do cupuaçuzeiro, também é outro ponto impor-tante. “Há preocupação com o emprego de técnicas ambien-talmente corretas e elaboração práticas adequadas de cultivo do cupuaçu. Além disso, temos também a preocupação com a geração de renda e produção

de alimentos para o produtor, assim, estamos incentivando o produtor a consorciar o cupuaçu com outras fruteiras nativas como feijão, mandioca, maca-xeira e milho”, explica.

A fi nalidade do consórcio de frutas nativas com o cupuaçu-zeiro, a curto prazo, é propor-cionar ao produtor frutos para o próprio consumo e garantir uma renda extra com o excedente. A longo prazo, é ter uma diver-sidade de frutos nativos, tendo o cupuaçu como fruta principal.

De acordo com Aparecida, as pesquisas contemplam temas importantes para o desen-volvimento da cultura, como o planejamento de produção

familiar, o cultivo do cupua-çuzeiro em consórcio, análise de solos e folhas, e o manejo de pragas e doenças.

ControleNa busca por medidas de

controle das pragas, como a broca do cupuaçu, foram de-senvolvidas práticas de mane-jo cultural com o recolhimento, ensacamento e solarização dos frutos brocados. De acor-do com os resultados do es-tudo, a solarização ocasionou a morte das larvas adultas e imaturas, a partir do 30º dia, podendo ser uma alternativa para quebrar o ciclo biológico da praga estudada.

Pragas como broca-do-cupuaçu e a vassoura-de-bruxa afetam as plantações

ARQ

UIV

O E

M T

EMPO

Hoje vamos discutir como a ética pode ser um importante diferencial competitivo em sua empresa. Como ela pode fazer a diferença na guerra da con-corrência e fazer você se des-tacar pelo o que sua empresa é de fato; não pelo o que ela parece ser.

Durante quatro semanas seguidas, estamos discutindo campos de atuação estratégica para conquistar o coração dos clientes. Já falamos do aspecto estrutural, ou seja, das condi-ções e edificações do negócio capazes de gerar bem-estar aos clientes; falamos sobre a questão comportamental. Hoje a pauta é ética.

Cada vez mais os clientes se tornam mais exigentes. E o desenvolvimento das mídias sociais e outros mecanismos de potencialização das re-des sociais tem conferido ao cliente um poder nunca visto até então. Há poucos anos, só havia o Procon como canal principal de reclamação dos consumidores. Hoje, mídias so-ciais como o Facebook, Twit-ter e WatsApp mudaram os velhos hábitos e agora qual-quer empresa, marca, ideia, produto ou serviço podem ser alvos de crítica social através da Internet.

Agora observemos, também, o atual cenário político. A socie-

dade é unânime em reivindicar mais transparência, decência e moralidade na coisa pública, e também na esfera privada. Por-tanto, ao observar todo esse contexto, tenha a certeza: sua empresa, seu pequeno, médio ou grande negócio, precisa ser ético.

Isso significa, por exemplo, praticar preços justos. Tratar adequadamente seus funcio-nários, clientes e fornecedores. Significa não praticar, de for-ma alguma, qualquer ação que possa causar prejuízo ao clien-te; significa não falar mal da concorrência, mas tratá-la com respeito e da mesma forma que gostaria que sua empresa fosse tratada pelos outros; significa, jamais, fazer falsas promoções ou vender produtos fora da validade, ou do prazo de uso; significa tratar as reclamações e críticas como verdadeiras “consultorias” gratuitas que, se bem aproveitadas, podem fazer seu empreendimento melhorar cada vez mais.

Adote, em sua vida diária e empresarial, a “bandeira” da ética, sobretudo em todas as suas transações comercias a respeito de clientes e forne-cedores. Ser ético não apenas ajuda a vender, como constrói relacionamentos duradouros entre a empresa e seus clientes.

Até o próximo domingo.

Márcio Vieira

Graduado em Comu-nicação Social

Especialista em Marketing

Palestrante em técnicas de vendas

e atendimentoConsultor em

marketing e posicio-namento

Marketing: a vitória acontece no coração VI

[email protected]

Conhecimento e técnica combatem crise XXVIII

A sociedade é unânime em reivindicar mais transpa-rência, decên-cia e mo-ralidade na coisa pública, e também na esfera priva-da. Portanto, ao observar todo esse contexto, te-nha a certeza: sua empresa, seu peque-no, médio ou grande negó-cio, precisa ser ético.

B02 - ECONOMIA.indd 2 22/04/2016 23:10:54

MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016 Economia

Depois de realocar camelôs em galerias populares entre 2014 e 2015, o município

vive agora uma invasão in-controlável de vendedores in-formais pelas ruas do Centro, Zona Sul, e de muitos bairros de todas as zonas da cidade. O volume é maior, conforme avaliação da Subsecretaria Municipal de Feiras e Merca-dos (Subsempab), por conta do desemprego que cresce impulsionado pela crise eco-nômica que vive o país.

O ambulante Franciney da

Silva Barros, 35, diz que re-solveu ir para a rua vender frutas e verduras por conta da difi culdade de vagas no mercado de trabalho, em Manaus, na indústria, no comércio e na construção civil. Para sobreviver, ele diz que compra produtos dos atravessadores que vendem para os feirantes da Manaus Moderna e os revende sobre carrinho de mão, nas proxi-midades da Praça da Matriz.

Para se garantir na ati-vidade, o ambulante conta que todos os dias foge dos fi scais da prefeitura, que apreendem os produtos e o

carrinho de mão, segundo ele. “Ao invés de o ‘rapa’ chegar e tomar as nossas mercado-rias, a prefeitura deveria era buscar uma forma de abrir o mercado de trabalho para pessoas como nós, que que-remos trabalhar. E muitos andam falando por aí que os nossos produtos não têm qualidade, mas eles são os mesmos que são vendidos na Manaus Moderno e na Feira da Banana”, afi rma.

O ambulante Agnaldo Pe-reira dos Santos, 36, conta que depois que perdeu em-prego no comércio, ele esco-lheu viver da informalidade,

no centro da cidade para vender produtos acessórios, porque é muito grande núme-ro de pessoas que circulam na região. “O movimento é muito e todos nós consegui-mos vender e sobreviver”, diz.

DesocupaçãoO titular da Subsempab,

Fábio Albuquerque, reconhece o crescimento do volume de trabalhadores informais no Centro, reforçada pela crise econômica e pela imigração de estrangeiros (leia mais na B4 e B5). Segundo ele, a prefei-tura tem buscado alternativas para desocupar as calçadas do

Centro, como o camelódromo próximo ao Terminal 4 (T4), onde serão realocados 2 mil camelôs cadastrados.

Contudo, ele reconhece a difi culdade de controlar o crescimento do número de trabalhadores informais, nas ruas do Centro. Ele conta que, somente no fi nal do ano passado, os fi scais da pasta apreenderam de 100 a 150 carrinhos de mão que são usados para vender frutas e verduras e outros suportes ou produtos de ambulantes não matriculados pelo Município.

De janeiro para fevereiro deste ano, o secretário diz

que volume de apreensões caiu para, de 30 a 40 por dia. Mas, basta um passeio no Centro, próximo ao Porto de Manaus e ao Mercado Muni-cipal Adolpho Lisboa, que se encontra algumas centenas de pessoas vendendo sobre carrinhos e caixas, nas ruas e calçadas do Centro.

De acordo com o subsecre-tário, os fi scais do município notifi cam por duas vezes de forma corretiva para que o informal não volte a comercia-lizar no local. E na terceira vez a apreensão é feita. Os equipa-mentos ou produtos passam de 15 a 30 dias apreendidos.

A falta de emprego aumenta o volume de trabalhadores que parte

para a informalidade

Desempregados buscam alternativas nas ruas

de Manaus

EMERSON QUARESMA

Desde quando perdeu o emprego na construção civil da capital amazo-nense, há três sema-nas, o almoxarife Ro-naldo Ferreira Roberto, 31, natural de Codajás (a 240 quilômetros de Manaus), passou a ven-der churrasquinho, numa calçada próximo a feira do produtor, do bairro Jorge Teixeira, Zona Les-te. Por cinco anos, ele trabalhou terceirizado em obras do Instituto Nacional de pesquisas daAmazônia (Inpa).

Depois de trabalhar como ajudante nas obras Ronaldo passou a atuar no setor de almoxarifado, área sobre a qual procura vagas pelo Sistema Na-cional do Emprego (Sine). Mas, enquanto não en-contra, todos os fi nais de tarde ele deixa sua casa, no bairro Cidade de Deus, Zona Norte, com os dois fi lhos, para comerciali-zar os churrasquinhos. “Estou procurando por uma vaga de emprego, mas, enquanto eu não encontro, vou vendendo churrasquinho, como mi-nha família já fazia lá em

Codajás”, conta.De 12 a 13 horas por

dia, o vassoureiro Ivo Lei-te de Souza, 48, caminha diariamente por 7 ou 8 bairros, das zonas Leste e Norte de Manaus. Sobre os ombros ele reveza o peso de rodos e vassouras na casada por fregueses que compre os produtos. Ele diz que com a sua idade não consegue mais emprego na indústria, onde tinha experiência como soldador. E ago-ra, para sobreviver ele compra os produtos de revendedores para lucrar, por dia, R$ 60 em média, em dias bons.

Pai de três fi lhos e com sua esposa que atua como diarista, sem vín-culo empregatício, ele diz que, apesar da dureza do dia-a-dia, ele consegue levar a vida e alimentar bem a família. “Não dá para sair por aí e pagar uma pizza para os fi lhos, porque tenho que ter di-nheiro para pagar à vista pelas vassouras, todos os dias, mas temos pelo me-nos um bom feijão com arroz e um frango todos dias em casa”, comemora.

Do jeito que a vida permite

A informalidade preo-cupa os órgãos que re-presentam o comércio de Manaus, por conta da concorrência consi-derada “desleal” pela Câmara dos Dirigentes Lajistas de Manaus (CDL Manaus). O presidente da entidade, Ralph As-sayag, observa que atu-almente, nas ruas onde a Prefeitura retirou os camelôs e os realocou em galerias, a presença dos ambulantes é con-trolada, mas que eles se aglomeram nas outras onde os trabalhos não chegaram.

“No Centro Histórico nós [comerciante regu-lares] somos cobrados pelo Instituto do Patri-mônio Histórico e Ar-tístico Nacional (Iphan) e pela Prefeitura de Manaus para manter a organização e a limpeza. Mas não adiante de nada se tem muitos ambulan-tes que sujam a região”, observa o presidente da CDL Manaus.

Concorrência é desleal,diz CDL

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Vendedor de vas-souras e rodos diz que, pela idade, não consegue mais vaga de trabalho na indústria de Manaus, onde atua-va no chão de fábrica como soldador

Depois de perder o emprego na construção civil, Ronaldo Ferreira começou a vender churrasquinho na Zona Leste

MERCADOINFORMALINFORMAL

B03 - ECONOMIA.indd 3 22/04/2016 23:10:00

MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016B5B4 Economia

Sonhos estrangeiros na

informalidadeAlém de amazonenses e brasileiros de Estados vizinhos, homens e mulheres de outros países também caminham pelas ruas de Manaus sobrevivendo em atividades do mercado informal

Nas horas de pico, debaixo de sol, Suendy transita entre os carros que se aglomeram no sinal do cru-zamento. Ele conta que o negócio não tem rendido fi nanceiramente bem para ele. Quando alcança um bom volume de venda, o professor que fala francês, inglês e crioulo (língua típica do Haiti), comercializa no mínimo 30 cocadas, uma por R$ 3 e duas por R$ 5.

“Como não tinha outro trabalho quando cheguei em Manaus, eu tive que procurar outra forma de ganhar dinheiro. Comecei a fazer cocada que eu aprendi a fazer lá no meu país. As vendas estão um pouco devagar e se não melhorar por aqui, se não der resultado, eu vou tentar em outro país como o Chile, o Canadá ou os Estados Unidos”, diz Suendy.

Há seis meses em Manaus, o africano Anthony Ywoye, 32, que vende bebidas numa calçada próxima à matriz, responde com sorriso no rosto que veio para Manaus, a convite de um amigo, para assumir o ponto que atuava, porque ele precisou deixar a cidade para ir ver a esposa que está nos EUA.

Mas, quando fala das vendas ele fecha um pouco a face e diz que o movimento está fraco e depende muito do dia para conseguir um faturamento razo-ável. Diferentemente do haitiano Suendy, o africano Antony não quer mais sair de Manaus. “Quando o meu amigo voltar para Manaus eu vou procurar um novo trabalho para continuar vivendo por aqui”, comenta.

ArmadilhasUm dos grandes problemas do mundo da

informalidade no Amazonas é a existência de pessoas que se aproveitam das condições de muitos aventureiros, que chegam em busca de dignidade. O alerta é da representante da Pas-toral do Migrante, em Manaus, Valdiza Carvalho. O caso que mais chamou a sua atenção envolve duas mulheres equatorianas.

Valdiza conta que um colombiano estabelecido na cidade fez contato com elas para estabelecer uma relação de trabalho. Conforme os relatos, o colombiano pagou até a passagem das mulheres e disse que elas teriam que vender 500 bolsas

cada uma. “Chegando aqui, ele as deixou na rua e disse que só as pagaria após as vendas”, conta.

Segundo a representante pastoral, são muitos os casos de estrangeiros que chegam a Manaus em busca de um sonho, mas que acabam caindo na armadilha da informalida-de, que as colocam reféns do trabalho forçado, em troca de alimento e moradia.

O haitiano Donde Nubaquie, 20, conta que veio para Manaus em busca de um sonho, que seria estudar e conseguir um emprego para ajudar a sua família. No entanto, ao chegar na capital do Amazonas o estudante se deparou com uma situação completamente diferente. Como não conseguiu emprego, passou a vender verduras no carrinho de um amigo.

O único problema da atividade informal, se-gundo Donde Nubaquie, é que as vendas não estão dando nem para fazer as compras dos produtos que deveriam ser comercializados no dia seguinte, além do constante combate dos órgãos municipais às atividades irregulares. “Se eu faço R$ 10 ou R$ 20 por dia já é bom, ao menos não fi co sem fazer nada”, avalia.

InteriorDa mesma forma como acontece com os

estrangeiros que chegam a Manaus em busca

de trabalho muitos homens e mulheres que vêm do interior do Amazonas e de Estados vizinhos, também se deparam com a desilusão da infor-malidade. Como é o caso do ambulante Sebastião Moreira, 64, natural de Tefé (a 523 quilômetros de Manaus). Ele conta que, há três anos, ganha R$10 por dia, para uma jornada de trabalho de 6 horas diárias.

Ao fugir da escassez de oportunidades de trabalho no seu município, para jovens e idosos, Sebastião diz que trabalha para um amigo, re-parando um carrinho com tucumã para conseguir o alimento de cada dia. “Eu não sou aposentado, não tenho emprego, sofro de uma anemia aguda. A única alternativa que encontrei foi cuidar da banca do meu amigo, pelo menos para conseguir o pão de cada dia”, afi rma o ambulante.

Entre as frustrações da informalidade, há quem conte conquistas na atividade irregular. Natural de Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus), a vendedora de verdura France Almeida, 45, diz que, para conseguir sobreviver na capital, sem estudos, a única saída é a venda nas ruas. Ela conta que começou a vender verduras no carrinho de outra pessoa que cobrava diárias. “Mas, passando pouco mais de seis meses eu consegui fazer o meu próprio carrinho e agora vivo melhor”, diz.

Picolé, cocada, mingau, frutas e verduras. Esses são alguns dos produtos que muitos estrangeiros encontraram como alternati-va para sobreviver em Manaus, para onde

vieram em busca de oportunidades. Na fuga das difi culdades dos seus países, encontram a desilusão da falta de emprego legal na indústria, no comércio, nos serviços e na construção e por isso partiram para o mercado da informalidade.

Entre os estrangeiros, o músico e soldador haitia-no Bladimir Jean, 26, já vive em Manaus há quatro anos. Ele que já experimentou trabalhos em lojas de supermercado, passou um ano e três meses na Vila do Pitinga, em Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus) e mais uma temporada numa empresa de estaleiro, no bairro Compensa, Zona Sul, resolveu seguir pela informalidade para tentar garantir uma renda melhor para ele e sua esposa, que chegou em Manaus há dois anos.

Agora, diariamente, Bladimir é encontrado com um carrinho de mão, nas ruas do Centro, Zona Sul, carregado de frutas, legumes e verduras, que compra dos atravessadores que vendem para os permissionários da feira Manaus Moderna. Segun-do ele, o investimento diário é de R$ 100 a R$ 150 para manter o carrinho cheio, com muitas opções para quem passa por ele, nas pressas, entre a Alfandega e a praça da Matriz, antes de ir pegar o ônibus, no rumo dos bairros da cidade.

Antes de aprender a função de soldador, em Manaus, e a de vendedor ambulante, Bladimir tinha o sonho de seguir a carreira musical, que aprendeu no seu país. Instrumentista, cantor e compositor, o haitiano ensaia em casa suas músicas estilo gospel, romântica e espera um dia lançar um CD para dar um salto na carreira no mercado artístico.

O também haitiano Suendy Noel, 24, professor do ensino básico, chegou a Manaus há cinco meses, em busca de oportunidades de trabalho para ajudar a família que fi cou no Haiti e que ainda sofre com os prejuízos causados aos moradores pelo terremoto que assolou o país em 2010.

Mas, num mundo onde nem tudo são fl ores, numa cidade que vive os refl exos da crise econômica do Brasil, Suendy encontrou na informalidade um meio de sobreviver. Hospedado na casa do irmão, no bairro da Chapada, Zona Centro-Sul, que chegou há dois anos, diariamente ele produz a cocada para encher a bandeja e tentar a sorte na esquina da avenida São Jorge com a avenida Constantino Nery, no bairro São Jorge, Zona Centro-Oeste.

informalidade

EMERSON QUARESMA

Para o titular da De-fensoria Geral do Estado do Amazonas, Rafael Vi-nheiros, a troca da força de trabalho por comida e habitação se caracteriza como tipo penal grave. Segundo ele, essa con-dição se enquadra como redução à condição aná-loga à de escravo. “A pes-soa fi ca tão vulnerável que a condição dela se assemelha a um trabalho escravo”, avalia.

O defensor observa que situação semelhan-te aconteceu na época do período áureo de ex-tração da borracha. “As pessoas fi cavam vincu-ladas a um tomador de serviços, que vendia os produtos a preços exor-bitantes e elas tinham que trabalhar para poder pagar, e o que acontecia é que essas mesmas pes-soas não conseguiam se livrar da dívida”, diz.

Vinheiros avalia que, para evitar a escravidão, em Manaus, há de se pro-mover ação das forças públicas e entidades so-ciais no sentido de abrir mercado de trabalho e de conscientização.

A escravidão do mercado irregular

FOTOS: DIEGO JANATÃ

Bladimir ten-tou vagas na formalidade, mas, teve que vender frutas e verduras nas ruas

A busca dos estrangeiros, em Manaus, pelo sonho de conseguir um emprego e estudar acaba em frustração

Muitos haitia-nos, como Suen-dy Noel, chegam em Manaus com alto grau de formação, e infl uentes em inglês e francês, mas, acabam improvisando

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B04 e B05 - ECONOMIA.indd Todas as páginas 22/04/2016 23:38:35

MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016B5B4 Economia

Sonhos estrangeiros na

informalidadeAlém de amazonenses e brasileiros de Estados vizinhos, homens e mulheres de outros países também caminham pelas ruas de Manaus sobrevivendo em atividades do mercado informal

Nas horas de pico, debaixo de sol, Suendy transita entre os carros que se aglomeram no sinal do cru-zamento. Ele conta que o negócio não tem rendido fi nanceiramente bem para ele. Quando alcança um bom volume de venda, o professor que fala francês, inglês e crioulo (língua típica do Haiti), comercializa no mínimo 30 cocadas, uma por R$ 3 e duas por R$ 5.

“Como não tinha outro trabalho quando cheguei em Manaus, eu tive que procurar outra forma de ganhar dinheiro. Comecei a fazer cocada que eu aprendi a fazer lá no meu país. As vendas estão um pouco devagar e se não melhorar por aqui, se não der resultado, eu vou tentar em outro país como o Chile, o Canadá ou os Estados Unidos”, diz Suendy.

Há seis meses em Manaus, o africano Anthony Ywoye, 32, que vende bebidas numa calçada próxima à matriz, responde com sorriso no rosto que veio para Manaus, a convite de um amigo, para assumir o ponto que atuava, porque ele precisou deixar a cidade para ir ver a esposa que está nos EUA.

Mas, quando fala das vendas ele fecha um pouco a face e diz que o movimento está fraco e depende muito do dia para conseguir um faturamento razo-ável. Diferentemente do haitiano Suendy, o africano Antony não quer mais sair de Manaus. “Quando o meu amigo voltar para Manaus eu vou procurar um novo trabalho para continuar vivendo por aqui”, comenta.

ArmadilhasUm dos grandes problemas do mundo da

informalidade no Amazonas é a existência de pessoas que se aproveitam das condições de muitos aventureiros, que chegam em busca de dignidade. O alerta é da representante da Pas-toral do Migrante, em Manaus, Valdiza Carvalho. O caso que mais chamou a sua atenção envolve duas mulheres equatorianas.

Valdiza conta que um colombiano estabelecido na cidade fez contato com elas para estabelecer uma relação de trabalho. Conforme os relatos, o colombiano pagou até a passagem das mulheres e disse que elas teriam que vender 500 bolsas

cada uma. “Chegando aqui, ele as deixou na rua e disse que só as pagaria após as vendas”, conta.

Segundo a representante pastoral, são muitos os casos de estrangeiros que chegam a Manaus em busca de um sonho, mas que acabam caindo na armadilha da informalida-de, que as colocam reféns do trabalho forçado, em troca de alimento e moradia.

O haitiano Donde Nubaquie, 20, conta que veio para Manaus em busca de um sonho, que seria estudar e conseguir um emprego para ajudar a sua família. No entanto, ao chegar na capital do Amazonas o estudante se deparou com uma situação completamente diferente. Como não conseguiu emprego, passou a vender verduras no carrinho de um amigo.

O único problema da atividade informal, se-gundo Donde Nubaquie, é que as vendas não estão dando nem para fazer as compras dos produtos que deveriam ser comercializados no dia seguinte, além do constante combate dos órgãos municipais às atividades irregulares. “Se eu faço R$ 10 ou R$ 20 por dia já é bom, ao menos não fi co sem fazer nada”, avalia.

InteriorDa mesma forma como acontece com os

estrangeiros que chegam a Manaus em busca

de trabalho muitos homens e mulheres que vêm do interior do Amazonas e de Estados vizinhos, também se deparam com a desilusão da infor-malidade. Como é o caso do ambulante Sebastião Moreira, 64, natural de Tefé (a 523 quilômetros de Manaus). Ele conta que, há três anos, ganha R$10 por dia, para uma jornada de trabalho de 6 horas diárias.

Ao fugir da escassez de oportunidades de trabalho no seu município, para jovens e idosos, Sebastião diz que trabalha para um amigo, re-parando um carrinho com tucumã para conseguir o alimento de cada dia. “Eu não sou aposentado, não tenho emprego, sofro de uma anemia aguda. A única alternativa que encontrei foi cuidar da banca do meu amigo, pelo menos para conseguir o pão de cada dia”, afi rma o ambulante.

Entre as frustrações da informalidade, há quem conte conquistas na atividade irregular. Natural de Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus), a vendedora de verdura France Almeida, 45, diz que, para conseguir sobreviver na capital, sem estudos, a única saída é a venda nas ruas. Ela conta que começou a vender verduras no carrinho de outra pessoa que cobrava diárias. “Mas, passando pouco mais de seis meses eu consegui fazer o meu próprio carrinho e agora vivo melhor”, diz.

Picolé, cocada, mingau, frutas e verduras. Esses são alguns dos produtos que muitos estrangeiros encontraram como alternati-va para sobreviver em Manaus, para onde

vieram em busca de oportunidades. Na fuga das difi culdades dos seus países, encontram a desilusão da falta de emprego legal na indústria, no comércio, nos serviços e na construção e por isso partiram para o mercado da informalidade.

Entre os estrangeiros, o músico e soldador haitia-no Bladimir Jean, 26, já vive em Manaus há quatro anos. Ele que já experimentou trabalhos em lojas de supermercado, passou um ano e três meses na Vila do Pitinga, em Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus) e mais uma temporada numa empresa de estaleiro, no bairro Compensa, Zona Sul, resolveu seguir pela informalidade para tentar garantir uma renda melhor para ele e sua esposa, que chegou em Manaus há dois anos.

Agora, diariamente, Bladimir é encontrado com um carrinho de mão, nas ruas do Centro, Zona Sul, carregado de frutas, legumes e verduras, que compra dos atravessadores que vendem para os permissionários da feira Manaus Moderna. Segun-do ele, o investimento diário é de R$ 100 a R$ 150 para manter o carrinho cheio, com muitas opções para quem passa por ele, nas pressas, entre a Alfandega e a praça da Matriz, antes de ir pegar o ônibus, no rumo dos bairros da cidade.

Antes de aprender a função de soldador, em Manaus, e a de vendedor ambulante, Bladimir tinha o sonho de seguir a carreira musical, que aprendeu no seu país. Instrumentista, cantor e compositor, o haitiano ensaia em casa suas músicas estilo gospel, romântica e espera um dia lançar um CD para dar um salto na carreira no mercado artístico.

O também haitiano Suendy Noel, 24, professor do ensino básico, chegou a Manaus há cinco meses, em busca de oportunidades de trabalho para ajudar a família que fi cou no Haiti e que ainda sofre com os prejuízos causados aos moradores pelo terremoto que assolou o país em 2010.

Mas, num mundo onde nem tudo são fl ores, numa cidade que vive os refl exos da crise econômica do Brasil, Suendy encontrou na informalidade um meio de sobreviver. Hospedado na casa do irmão, no bairro da Chapada, Zona Centro-Sul, que chegou há dois anos, diariamente ele produz a cocada para encher a bandeja e tentar a sorte na esquina da avenida São Jorge com a avenida Constantino Nery, no bairro São Jorge, Zona Centro-Oeste.

informalidade

EMERSON QUARESMA

Para o titular da De-fensoria Geral do Estado do Amazonas, Rafael Vi-nheiros, a troca da força de trabalho por comida e habitação se caracteriza como tipo penal grave. Segundo ele, essa con-dição se enquadra como redução à condição aná-loga à de escravo. “A pes-soa fi ca tão vulnerável que a condição dela se assemelha a um trabalho escravo”, avalia.

O defensor observa que situação semelhan-te aconteceu na época do período áureo de ex-tração da borracha. “As pessoas fi cavam vincu-ladas a um tomador de serviços, que vendia os produtos a preços exor-bitantes e elas tinham que trabalhar para poder pagar, e o que acontecia é que essas mesmas pes-soas não conseguiam se livrar da dívida”, diz.

Vinheiros avalia que, para evitar a escravidão, em Manaus, há de se pro-mover ação das forças públicas e entidades so-ciais no sentido de abrir mercado de trabalho e de conscientização.

A escravidão do mercado irregular

FOTOS: DIEGO JANATÃ

Bladimir ten-tou vagas na formalidade, mas, teve que vender frutas e verduras nas ruas

A busca dos estrangeiros, em Manaus, pelo sonho de conseguir um emprego e estudar acaba em frustração

Muitos haitia-nos, como Suen-dy Noel, chegam em Manaus com alto grau de formação, e infl uentes em inglês e francês, mas, acabam improvisando

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B6

MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016

TERREMOTO

Equador enfrenta difi culdades

Mundo B8

DIV

ULG

AÇÃO

Os agentes penitenciários assistiram em agosto de 1993, das muralhas da Casa de Custódia de

Taubaté, a uma emblemática par-tida de futebol. Naquele dia, en-trou em quadra um time batizado de Primeiro Comando da Capital, formado por oito criminosos de São Paulo. Ninguém imaginava que aquele grupo se tornaria a maior organização criminosa do país, com infl uência sobre quase 90% das prisões do Estado de SP e volumosas movimentações

fi nanceiras.Documentos apreendidos pela

polícia e pelo Ministério Público nos últimos cinco anos, revelam uma organização criminosa que movimenta cerca de R$ 200 mi-lhões ao ano. Toda a contabili-dade é registrada digitalmente por contadores selecionados pelo grupo. Para evitar que integran-tes caiam nas mãos da polícia com essas informações, a facção oferece salário fi xo (inicial de R$ 7.000), com direito “a carro e um apê”.

Há preferência por pessoas “fi -cha limpa”. O “presidente do con-selho” é o detento Marco Willian Herbas Camacho, o Marcola, pre-so na penitenciária 2 de Presiden-te Venceslau, a 611 quilômetros de São Paulo. Uma das bases do negócio é o tráfi co de drogas. Só na capital e na região do ABC foram identifi cadas pela polícia cinco grandes regiões, subdivi-didas em 51 pontos de venda.

Nesses locais, a facção arre-cadaria R$ 72 milhões por ano. Isso não inclui os demais pontos

da cidade, que pertencem a tra-fi cantes obrigados a comprar o produto da organização crimino-sa. Todo criminoso “batizado” que estiver em liberdade é obrigado a pagar mensalidade de R$ 600. Os membros do grupo que estão atrás das grades são obrigados, a cada dois meses, a comprar 20 números de rifas por R$ 30 cada bilhete -o que soma os mesmos R$ 600. Contabilidade apreendida em 2015 mostra que uma única rifa arrecadou R$ 1 milhão. Os sor-teios prometiam casas e carros.

Como as principais organiza-ções criminosas do mundo, o PCC tem infl uência no Estado, por meio de uma rede de policiais, políticos e até membros do Judiciário corrom-pidos. Há também agentes públicos que praticam a extorsão de dinheiro da facção.

Para tratar disso, o PCC tem advoga-dos especializados e dinheiro disponí-vel para o pagamento de propina. Tudo organizado pelo “diretor” da facção responsável pelo setor “Gravata”.

Se o bandido for preso em um serviço para a facção, a propina é bancada por ela. Mas, se o criminoso for pego em uma ação particular, deve devolver ao PCC o que foi gasto para corromper os policiais. A polícia detectou que o PCC usa empresas laranjas contratadas por cerca de R$ 3.000 mensais.

Dados das contas dessas empresas fi ctí-cias e de laranjas, por onde passam recursos do tráfi co da facção e de integrantes do PCC (o dinheiro de um é separado de outro), revelam que cerca de R$ 100 milhões anuais são enviados para fora do país. As quantias rastreadas são enviadas para a China, de onde são repassadas aos EUA, e, por fi m, voltam ao Brasil. O destino fi nal dos recursos ainda não foi detectado.

Grupo também tem associação internacional

PCCUma das maiores facções criminosas do país foi comparada, pelo Ministério Público, como uma empresa privada, que oferece salário de R$ 7 mil, além de outros benefícios Uma das maiores facções criminosas do país foi comparada, pelo Ministério Público, como uma empresa privada, que oferece salário de R$ 7 mil, além de outros benefícios

Facção movimenta R$ 200 milhões anuais

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016B7PaísPaís

HIV faz corpo envelhecer quase cinco anos a mais Apesar dos avanços que ajudam na longevidade para vida do portador, organismo acaba apresentando sinais de fraqueza

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AÇÃO

Medida foi divulgada em uma pesquisa. Segundo especialistas, devido aos medicamentos organismo poderá aparentar envelhecimento precoce

Embora grande parte das pessoas com HIV consiga viver por mui-tas décadas após a in-

fecção — graças à terapia antirretroviral —, o organismo delas costuma mostrar sinais de envelhecimento prematuro, conforme muitos médicos vêm observando ao longo dos anos. Esta constatação é, agora, corroborada por um estudo pu-blicado na revista “Molecular Cell”. Os pesquisadores utiliza-ram um biomarcador de alta precisão para medir o quanto a infecção pelo HIV envelhece as pessoas em nível biológico. E a resposta chama atenção: é uma média de 4,9 anos.

“Os problemas médicos no tratamento de pessoas com HIV mudaram”, afi rmou Howard Fox, professor no De-partamento de Farmacologia e Neurociência Experimental do Centro Médico da Uni-versidade de Nebraska, nos EUA, e um dos autores do estudo. “Não estamos mais tão preocupados com as in-fecções que podem surgir pelo fato de os pacientes estarem imunocomprometidos. Agora nos preocupamos com as doenças relacionadas ao en-velhecimento precoce, como doenças cardiovasculares,

disfunção cognitiva e proble-mas no fígado”.

Além do envelhecimento precoce causado pela in-fecção, a pesquisa também revelou que isso se correla-ciona com um risco elevado de mortalidade de 19%. O estudo analisou as mudanças epigenéticas nas células de quem é infectado pelo vírus. Alterações deste tipo afetam o DNA, mas não modifi cam toda a sequência do DNA. A mudan-ça epigenética específi ca usa-da como biomarcador nessa pesquisa foi a metilação, um processo pelo qual pequenos grupos químicos são anexados ao DNA. A metilação do DNA pode afetar o modo pelo qual os genes são traduzidos em proteínas.

“Nos propusemos a olhar para os efeitos da infecção pelo HIV na metilação, e con-fesso que fi quei surpreso ao encontrarmos um efeito tão signifi cativo sobre o envelhe-cimento”, disse Trey Ideker, professor de genética do De-partamento de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego e também autor do estudo.

“Outro aspecto que foi sur-preendente foi que não houve diferença entre os padrões de

metilação em aquelas pesso-as que foram recentemente infectadas [menos de cinco anos] e aquelas com infecção crônica [mais de 12 anos]”, acrescentou Howard Fox.

Os cientistas afi rmam que é possível que drogas sejam criadas para atingir os tipos de mudanças epigenéticas ob-servadas no estudo. Mas as implicações mais imediatas,

de acordo com eles, são mui-to mais simples: as pessoas infectadas com o HIV devem estar cientes de que estão num grupo de maior risco de desenvolver doenças relacio-

nadas à idade e trabalhar para diminuir esses riscos, fazendo escolhas mais saudáveis em relação a exercícios físicos, dieta e uso de álcool, tabaco e outras drogas.

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[email protected], DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016

Mundo B8

Equador procura espaços para enterrar seus mortosApós terremoto, que deixou mais de 600 mortos, país enfrenta agora difi culdades por falta de espaço nos cemitérios

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AÇÃO

Na última sexta-feira, o número de mortos era de 602, além de 12.492 feridos e mais de 130 pessoas desaparecidas

O cemitério municipal de Portoviejo busca todos os dias mais espaço para enterrar

seus mortos após o terremoto que sacudiu o Equador e que também atingiu os caixões que lá estavam e que coveiros ago-ra não sabem onde colocar. Si-tuado na frente de um abrigo no qual os sobreviventes tentam refazer suas vidas, o cemitério aumentou a vigilância não por motivos de segurança, mas para receber os caixões que chegam diariamente com víti-mas dessa cidade e da vizinha de Manta.

Especialmente afetadas pelo tremor de magnitude 7,8, am-bas enviam suas vítimas a este cemitério, onde, como conse-quência do abalo, parte do solo levantou, rachou as paredes e vários túmulos fi caram aber-tos, com os caixões expostos. Os trabalhadores têm agora a dupla missão de realocá-los e encontrar espaços para os caixões que chegam.

Essa é a situação de Azcario

Ubillús García, que desde o iní-cio do dia observa a preparação dos túmulos nos quais espera sepultar seis membros de sua família. Ele aguarda a chegada de três corpos, localizados por equipes técnicas entre os es-combros, já que os outros três ainda não foram resgatados. Enquanto isso, proprietários de jazigos vão ao cemitério para ceder espaços, um gesto de inestimável valor.

O número de mortos subiu para 602 nesta sexta-feira (22), enquanto dezenas de tre-mores sacudiram cidades e vi-las em todo o país, assustando moradores, mas sem causar danos maiores. O terremoto do dia 16, o pior em quase sete décadas, feriu 12.492 pessoas e deixou 130 desaparecidos, afi rmaram as autoridades de gestão de emergência em um boletim.

Os sobreviventes fi caram abalados novamente na últi-ma quinta-feira (21) à noite, quando um terremoto de mag-nitude 6,0 atingiu a costa do

Equador, cerca de 100 km a norte-noroeste de Portoviejo, e a uma profundidade de 10 km. “Quando começou a tremer na noite passada nós começamos a rezar”, disse Alex Bachón, de

43 anos, um operário que tra-balha na reparação de danos causados pelo terremoto de sábado em um hotel de Guaya-quil. “Eu nunca vi nada parecido com isso, foi muito ruim.”

Houve mais de 70 tremores secundários desde quinta, se-gundo o instituto de geologia do país. Desde o terremoto de sábado, um total de 700 tremores secundários ocorreu

no Equador. Os tremores vão continuar por várias semanas, alertou a autoridade de emer-gência Ricardo Peñaherrera, pedindo aos equatorianos para fi carem calmos.

FIDEL

Em rara aparição pública, o ex-presidente cubano Fidel Castro, que em agosto completa 90 anos, falou sobre a própria morte. “A hora de todo mundo chega”, disse. O ex-presidente cubano se afastou da política em 2006 por motivos de saúde e raramente faz aparições públicas.

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Dia a [email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016

Projeto integra educação física a outras disciplinas Alunos da escola Padre João D’vries interagem de forma lúdica com números e alfabeto, o que auxilia na aprendizagem

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Pelo projeto, alunos do 3º ano do ensino fundamental são estimulados a interagir com números, letras e aprendizagem de palavras, além de serem orientados a trabalhar em equipe durante as atividades

Assuntos voltados às disciplinas de língua portuguesa, mate-mática e ciências

também estão sendo apren-didos durante as atividades de educação física, na escola municipal Padre João D´vries, no bairro da Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste. O tra-balho faz parte do projeto “Jogos de Construção Interdis-ciplinares”, que busca integrar o ensino de várias disciplinas, além de desenvolver entre as crianças o trabalho em grupo e o reaproveitamento de ma-teriais recicláveis, utilizados na elaboração das atividades.

O projeto foi idealizado pelo professor de educação física Dennys Gomes e está sendo aplicado aos alunos do 3º ano do ensino fundamental, do bloco pedagógico. Nele, as crianças, com idade entre 8 e 11 anos, constroem os brinquedos como bolas, jogos de boliche e argola e caça–palavras, utilizando material reciclável como jornais, gar-rafas PET, que são utilizados durante a segunda parte do projeto, com a realização de atividades físicas.

A proposta do projeto, ex-plica Dennys, é auxiliar no desenvolvimento das crianças de forma lúdica e integrar di-versas disciplinas no processo. As crianças são estimuladas a desenvolver a interação com os números, letras, aprendiza-gem de palavras, além de es-timular o trabalho em equipe. “O que nós buscamos aqui é construir jogos com os alunos e buscar a interação entre eles, trabalhando questões como a cooperação e do quanto um precisa do outro, não só

na escola, mas no dia a dia”, destaca o professor.

Após a elaboração dos jogos, os alunos partem para o de-senvolvimento da parte física, em exercícios coordenados em pequenos circuitos de corrida, nos quais trabalham a parte aeróbica, coordenação moto-ra, utilização de bolas, as-sociados a desafi os voltados para a língua portuguesa e ciência, com o uso de caça–pa-lavras, feitos por eles mesmos a partir de cartolina, papel e tampas plásticas de garrafa.

De acordo com o professor Gomes, a ideia do trabalho sur-giu em 2015, após ele observar que a educação física associada a outras disciplinas pode ser um importante aliado para tornar as aulas mais dinâmicas e in-teressantes e interferir direta e positivamente na melhoria da aprendizagem desses alunos.

“A educação física propor-ciona essa possibilidade de desenvolvermos uma série de assuntos além da parte de exercícios”, diz o educador, que, na última semana, apre-sentou o resultado do trabalho

durante o Congresso Inter-nacional de Educação Física, realizado em Manaus.

Boliche matemáticoOutro exercício trabalha-

do no projeto une operações matemáticas aos jogos de boliche, que são produzidos a partir de garrafas PET, pa-pel crepom, areia, argolas, e jornais usados. Em contato com os números, as crianças aprendem a resolver exercí-cios de matemática básica como adição, subtração, mul-tiplicação e divisão.

A estudante Emanuelly de Carvalho Penha, 9, é uma das alunas que participam do pro-jeto. A menina, que é uma das estudantes com o melhor aproveitamento nas ativida-des, segundo os professores, ressalta que aprender outras disciplinas utilizando os jogos torna o estudo mais interes-sante. “Eu acho isso muito divertido e bem prático estu-dar assim. Às vezes, eu acho muito chato fi car só sentada e escrevendo. É mais legal brincar e aprender ao mesmo tempo”, conta.

A professora Aliete Silva, que divide com Dennys Gomes o trabalho, destaca que esse tipo de atividade tem apre-sentado bons resultados en-tre os alunos, principalmente por se tratar de crianças que ainda estão passando pelo processo de alfabetização. “Esse tipo de atividade tem me ajudado muito na forma-ção desses alunos, já que eles acabam fi cando mais atentos à formação das palavras, na aprendizagem das sílabas, o que ajuda na melhoria da or-tografi a deles”, ressalta.

SATERÉS

Educação transforma aldeia

Dia a dia C2 e C3

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Veja outras imagensdeste evento aqui

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GALERIA

Alunos confeccionam os equipamentos que serão utilizados no projeto com vários tipos de materiais

Professor Dennys orienta uma das equipes do projeto na confecção de equipamentos com material reciclável

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C2 Dia a dia

Tradicional, ritual da tucandeira foi substituído este ano por avaliação sobre a importância da educação na aldeia Ponta Alegre

Saterês-mauês renascem

pela força da educação

Parintins (AM) – Nos rincões da Floresta Amazônica, além do rio Andirá – que de

acordo com o poeta ama-zonense Thiago de Mello é o rio de todas as cores –, está situada a reserva dos índios saterê-mauê, o povo que “descobriu” o guaraná. Ao contrário dos anos anteriores, em que se reuniam no dia 19 de abril (Dia do Índio), para realizar o tradicional ritual da tucandeira (popularmente conhecida como formiga de fogo), neste ano, os saterês promoveram um encontro de refl exão sobre a caminhada do povo ao longo de mais de três séculos de convivência com o “branco”.

Localizada a três horas do município de Barreirinha (a 372 quilômetros de Manaus), a aldeia saterê Ponta Alegre tem mais de 100 anos, con-forme os indígenas mais anti-gos. Mesmo antes da demar-cação das terras indígenas pelo governo federal, o lugar já era habitado pelos índios saterê-mauê.

“Nossos antepassados che-garam por aqui nos idos de 1900 ou antes. Isso aqui era tudo fl oresta, havia muita caça, muito peixe, era um outro tempo”, recorda, do alto dos seus 73 anos, o capitão-geral José Ferreira de Souza, o capitão “Zezinho”.

Durante o encontro, os índios afi rmaram que hoje o maior investimento do povo saterê é a educação. Lúcio Meneses, 65, profes-sor, descobriu o caminho da cidade nos idos de 1980 para proporcionar aos fi lhos formação educacional.

“O meu desejo era que che-gássemos onde estamos che-gando, ou seja, os próprios indígenas estão formando nos-sos parentes aqui mesmo nas aldeias. Mas para isso era ne-cessário que eles fossem para a cidade estudar”, declara o professor, chamando a atenção para o fato de que ele deu exemplo aos demais moradores da aldeia ao levar os fi lhos para estudar em Parintins.

“Nós tínhamos uma meta, precisávamos investir nos es-tudos daquela geração que hoje está formando a nova ge-ração do povo saterê”, afi rma.

Todos os cinco fi lhos de

Lúcio têm formação univer-sitária e três deles lecionam na área indígena. O fi lho mais novo, Tito Meneses, é licen-ciado em história, geografi a e bacharel em direito pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Tito é o primeiro advogado indígena saterê-mauê já atuando no fórum de Parintins.

Religião e educaçãoO tuxaua de Ponta Alegre,

Amado Meneses, destaca a importância de um pastor protestante de nome Morino, que nos idos de 1940 minis-trou as primeiras aulas para

o seu povo. “Ele pregava o evangelho e nas horas vagas alfabetizava na linguagem do branco, as nossas crianças”.

Mas, a educação ganhou força nas aldeias com a che-gada dos missionários católi-cos do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras (Pime).

Um deles em especial se identifi cou com o povo do gua-raná: padre Henrique Uggé, que talvez tenha sido um dos poucos religiosos a visitar todas as aldeias.

Em 1980, com apoio do pri-meiro bispo da então prelazia de Parintins, dom Arcângelo Cerqua, e de dom Mário Pas-quallotto - atual bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus -, à época vigário de Barrei-rinha, padre Henrique inau-gurou a Escola Agrícola São Pedro (Easp), que funcionava nos moldes de um internato.

A Easp formou gerações de jovens saterês no extinto primeiro grau, com conheci-mentos em técnicas agríco-las. Para dar continuidade aos estudos, os indígenas eram encaminhados para a então Escola Agrícola de Manaus (hoje Instituto Federal do Amazonas - Ifam) ou para a escola Rainha dos Apóstolos, da arquidiocese, onde prosse-guiam os estudos. A maioria deles voltou para a reserva, onde lecionam.

“Nós temos que ser gratos à diocese, aos padres italia-nos que nos deram a vara e nos ensinaram a pescar, somos eternamente gratos a eles”, declara o professor Lúcio Meneses.

A escola continua funcio-nando, ainda sob a coordena-ção da diocese de Parintins, mas enfrenta sérias difi cul-dades fi nanceiras.

TADEU DE SOUZA

LÍNGUA

De acordo com dados do Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geo-grafi a e Estatística (IBGE), a língua saterê-mauê supera a marca dos 5 mil falantes no Brasil, com 8,9 mil falantes

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c3MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016

Saterês-mauês renascem

pela força da educação

O processo de ensino–aprendizagem ganhou força nas aldeias saterês a partir da implantação de projetos como o Pirayara, que vem formando professores para atuar nas séries iniciais. Ou-tros projetos importantes são os cursos de licencia-tura intercultural ministra-dos na Universidade Fede-ral do Amazonas (Ufam) e na UEA.

Dos 35 professores que atuam nas esco-las das aldeias, todos têm licenciatura em le-tras, pedagogia, história, geografi a e matemática.

“As difi culdades para um índio estudar fi caram no passado. Hoje depen-de de sua força de von-tade”, assegura o capitão “Zezinho” Ferreira.

A reserva do povo saterê,

na fronteira do Amazonas com o Estado do Pará, abran-ge três municípios: Maués, Barreirinha e Parintins. Nela vivem, aproximadamente, 15 mil índios espalhados em 154 aldeias, conforme o último Censo do Conselho Geral da Tribo Sateré-Mawé (CGTSM). Os moradores vi-vem da produção do guaraná e de algumas iniciativas no setor da pecuária.

Projeto Pirayara nas séries iniciais

Jovens sa-terês-mauês durante formatura de conclusão do ensino médio, na aldeia Pon-ta Alegre

Durante encontro na aldeia, sate-

rês avaliaram a importância

do ensino para a comu-

nidade

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016C4 Dia a dia

GERSON FREITAS

Combater trabalho infantil requer conscientizaçãoEm vários pontos de Manaus é comum esbarrar com crianças limpando para-brisas ou fazendo malabarismos

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Maiores incidências de casos de exploração de mão de obra infantil ocorre nas zonas Oeste e Centro-Sul

Os casos de maus-tra-tos a crianças e ado-lescentes geralmente contribuem para que

as jovens vítimas acabem por abandonar o lar, buscando as ruas como refúgio, além de contribuir para o crescimento do trabalho infantil nos semá-foros, praças e ruas de Ma-naus. A atividade, que vai de um simples truque de mágica, malabarismo, limpeza de pa-ra-brisas até lavagem de au-tomóveis, vem afastando as crianças das escolas. Em al-guns casos, o ato é “estimulado” pelos próprios pais.

Em vários pontos da capital é possível esbarrar com uma situação que favorece esse tipo de crime. Ser abordado por uma criança ou adolescente pedindo dinheiro para a alimentação ou para ajudar nos gastos da fa-mília transformou os espaços públicos, principalmente das zonas Oeste e Centro-Sul em cenários perigosos.

“Cada vez que o condutor de um veículo faz a doação de qualquer valor para a criança/adolescente, com o intuito de ‘ajudar’, contribui indiretamente para o crescimento da viola-ção. Engana-se quem acha que

está promovendo uma boa ação. Simplesmente está promoven-do essa prática para que outras crianças venham para o mundo do trabalho infantil e explo-ratório, colocando assim suas próprias vidas em risco social”, avalia Iracilda Correia, gerente do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti).

De acordo com ela, após a retirada das ruas, a criança/ado-

lescente é encaminhada a um Serviço de Acolhimento. Caso tenha família, será levada à residência da mesma, que é no-tifi cada pelo Conselho Tutelar. Posteriormente, a família será referenciada aos equipamentos Centro de Referência Especiali-zado de Assistência Social (Cre-as) e Centro de Referência de Assistência Social (Cras), para

a realização dos serviços já sinalizados. Ela ressalta que a maior incidência se concentra nas zonas Centro-Sul e Oeste, porém os menores residem no bairro Colônia Antônio Aleixo e outros da Zona Norte.

Na tentativa de reduzir e con-trolar essas situações, a Se-cretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Direitos Humanos (Semmasdh) vem desenvolvendo atividades por meio da Abordagem Social e do Peti, realizando atividades em conjunto com os Cras e o Creas, onde atendem as famí-lias da maioria dessas crianças/adolescentes identifi cadas no trabalho infantil e exploratório.

Ações de sensibilização com condutores de veículos, nas fei-ras e mercados, estão sendo realizadas por meio dos pro-gramas específi cos para meno-res da Semmasdh. Além disso, nas datas comemorativas, vem ocorrendo ciclo de palestras nas escolas (aonde se concentram esse público), articulação junto ao setor da educação para que se possa garantir a permanên-cia dessas crianças/adolescen-tes que costumeiramente são identifi cados com alta evasão escolar, fato esse discutido com as famílias durante os atendi-mentos pelas equipes dos Creas.

DENÚNCIAS

Denúncias sobre tra-balho infantil podem ser feitas pelo Disque Denúncia: 0800-092 1407; Disque Direitos Humanos: 0800-092 6644; e o Disque 100. As mesmas também podem ser feitas aos Conselhos Tutelares

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016C5Dia a dia

Estudo aborda relação entre primatas e igapós Animais que vivem em três áreas distintas do município de Iranduba são alvo de estudo realizado pelo Inpa

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AÇÃO

Sete espécies de primatas que habitam a área de igapó, em três áreas distintas de Iranduba, foram registradas até o momento pelo estudo

Os primatas da locali-dade do Açutuba, em Iranduba (a 27 quilô-metros de Manaus),

vêm sendo pesquisados pelo mestrando em ecologia do Ins-tituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Alessan-dro Rocha. A pesquisa tam-bém envolve moradores das comunidades da Cachoeira do Castanho e Serra Baixa, que participaram do estudo res-pondendo questionários para saber qual a relação deles com os macacos do igapó. Iniciado em fevereiro de 2015, o tra-balho é orientado pelo prima-tólogo e doutor em biologia, o pesquisador Wilson Roberto Spironello, coordenador do Grupo de Pesquisa de Mamí-feros Amazônicos do Inpa.

Segundo Rocha, a pesquisa busca responder como o uso do igapó está relacionado à disponibilidade de recursos (frutos e estrutura arbórea). Ele explica que, no período de cheia, há maior disponibilidade de frutos em comparação com o período da vazante. “Quanto à estrutura arbórea, no iga-pó temos árvores de maior porte (20-30 metros), árvores intermediárias (entre 10 e 20 metros) e arbustivas (menores que 10 metros). O uso desses

microhabitats pelos primatas é diferenciado dependendo da espécie”, conta.

O estudo busca ainda des-cobrir quais macacos são re-sidentes permanentes e quais são temporários nestas fl ores-tas alagadas. E, ainda, se a caça de primatas é uma atividade recorrente nas comunidades presentes na área de estudo.

Rocha registrou sete espé-cies de primatas habitando a fl oresta de igapó: bugio(Alouat-ta juara), macado-da-noite (Ao-tus vociferans), bicó (Cacajao ou-akary), cairara (Cebus albifrons), parauacu (Pithecia crhysocepha-la), macaco-de-cheiro (Saimiri sciureus) e macaco-prego (Sa-pajus macrocephaulus). Dessas espécies, os residentes tempo-rários do igapó são: parauacu e macaco-prego, encontrados apenas no período de cheia. Já o bicó, bugio, cairara, ma-caco-de-cheiro e o macaco-da-noite foram considerados residentes permanentes, en-contrados tanto no período de cheia como na vazante.

Os resultados mostram que a disponibilidade de frutos é uma das variáveis bióticas es-truturantes das populações de primatas. “A oferta de alimento e o habitat são essenciais para o estabelecimento e manuten-

ção das espécies, e os avista-mentos de primatas diminuem drasticamente no período da seca ou vazante, assim como a disponibilidade de frutos”, ressalta Rocha.

O mestrando chama a aten-ção para o fato de que como a área de estudo está inserida na Região Metropolitana de Manaus (RMM), ela vem so-frendo pressão decorrente da

ocupação humana, intensifi ca-da pela construção da ponte sobre o rio Negro, inaugurada em outubro de 2011. Uma das atividades impactantes é a derrubada de árvores de maior porte e alto valor comercial, como a jacareúba, loro-namuí, tachi e pequiá.

A caça é outra atividade recorrente nas comunidades, tradição cultural, realizada

normalmente pelas pessoas mais velhas e pouco dissemi-nada entre os mais jovens. As espécies de primatas de maior porte, como o guariba, são as mais caçadas e de forma oportunística. Segundo Rocha, se nenhuma intervenção for re-alizada dentro de poucos anos espécies de primatas, como o bugio, o prego e o bicó, poderão ser extintas localmente pela

perda de habitat (desmata-mento) e pressão de caça.

“Se isto ocorrer, perderemos espécies de primatas que são importantes dispersores, pre-dadores de sementes, compro-metendo assim os processos ecológicos, como a manuten-ção das espécies arbóreas de maior porte, impactando na estrutura vegetal da fl oresta”, alerta Alessandro.

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016C6 Dia a dia

BAIANO

Programa inclui família na recuperação de adictosCentro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz aposta na família como parte do tratamento

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AÇÃO

Durante o acompanhamento, os profi ssionais do centro analisam aspectos como a estrutura familiar de cada um

Viabilizar a reinserção social de seus pacien-tes em conjunto com a família é um dos

compromissos do Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz, lo-calizado no quilômetro 53 da rodovia AM-010 (Manaus – Ita-coatiara). O pós-tratamento é tão importante quanto o tratamento. Com essa preocu-pação foi construído um plano terapêutico, em que a família é incluída no importante tra-balho de apoiar a continuidade da recuperação do paciente.

O trabalho de apoio é re-alizado individualmente com cada paciente. No decorrer da primeira visita à família, chamada de visita terapêu-tica, o paciente é acompa-nhado por um psicólogo e um assistente social.

Durante o acompanhamen-to, os profi ssionais do centro de reabilitação analisam aspec-tos como a estrutura familiar, o espaço físico da residência, a comunidade e as possíveis situações de risco. “Essa ação nos ajuda a conhecer de per-to a realidade do paciente e a avaliar peculiaridades do relacionamento familiar. As-sim mapeamos a situação e ajudamos a família a apoiar

o paciente durante essa se-gunda etapa do tratamento, só que desta vez com o apoio familiar”, pontua a assistente social Fabíola Oliveira.

A visita dos profi ssionais da unidade de reabilitação ajuda a família a se prepa-rar para receber o paciente e estimular o fortalecimento

do vínculo afetivo. “Muitos pa-cientes precisam de estímulo, pois estão fragilizados e o acompanhamento da família os ajuda a superar os desa-fi os da dependência química”, afi rma a psicóloga.

Em diversos casos, foi iden-tifi cado pelos profi ssionais que o laço familiar estava desgas-tado e em alguns casos foi rompido por causa das drogas. As orientações dadas por psi-

cólogos e assistentes sociais objetiva também a fazer com que a família identifi que a fra-gilidade do paciente, tornando mais fácil a reabilitação do indivíduo ao convívio social.

EstratégiasBaseada na avaliação rea-

lizada junto à família através de diálogos, a equipe ajuda a construir junto aos familiares um conjunto de estratégias que amenizem os riscos para prevenir uma recaída.

São sugeridas pelos profi s-sionais da unidade de trata-mento, regras de convivência tais como acordo de horário de saídas, participação nas atividades domésticas e fre-quência nos grupos de mú-tua ajuda como os Alcoóli-cos Anônimos, Narcóticos Anônimos, entre outros.

São apresentadas ao pa-ciente várias possibilidades para que ele seja reinserido na sociedade, e uma delas é que a família incentive-o a ocupar seu tempo com estudos ou cursos profi ssionalizantes.

“Depois das visitas da equi-pe do centro de reabilitação, sinto-me mais segura para receber meu fi lho depois do tratamento. Muitas vezes não sabemos lidar e compreender

UM POR VEZ

O trabalho de apoio é realizado individu-almente. No decorrer da primeira visita à família, chamada de visita terapêutica, o paciente é acompa-nhado por um psicó-logo e um assistente social

que a recuperação de um de-pendente químico é no dia a dia e que a família é muito importante. Depois das orien-tações de como lidar com essa situação, estou mais confi an-te”, diz a mãe do paciente “José Maria” (nome fi ctício).

O diretor do centro de re-abilitação, Pablo Gnutzmann,

afi rma que a unidade realiza um trabalho diferenciado com todos os pacientes desde o momento em que ele che-ga à unidade de tratamento. Para Gnutzmann, esse tra-balho envolvendo a família é fundamental para que o paciente obtenha sucesso no tratamento. “A importância

do trabalho multidisciplinar do centro de reabilitação in-cide em mapear inicialmente a situação de cada paciente. Essa atividade consiste em promover ambientes favorá-veis para facilitar o processo de recuperação e reinserir o indivíduo na família, comuni-dade e sociedade”.

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016C7Dia a dia

Estudo quer usar reator para monitorar a águaObjetivo do projeto é monitorar a contaminação da água e contribuir com a limpeza e conservação do meio ambiente

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AÇÃO

Projeto foi dividido em duas fases: a primeira consiste na montagem da parte elétrica e a segunda diz respeito ao acoplamento dos sensores de pressão

A quantidade de me-tais presentes nas águas superfi ciais da bacia de Educandos,

bairro localizado na Zona Sul de Manaus, é o foco de uma pesquisa feita pela doutora em engenharia e tecnologia aeroespacial Neila de Almei-da Braga, com o objetivo de monitorar a contaminação da água e contribuir com a limpeza e conservação do meio ambiente. As pesquisas devem fi nalizar em 2017.

De acordo com ela, o estudo consiste na produção de um reator que será utilizado para depositar fi lmes de diamante na superfície de substratos, como metais e cerâmicas, por exemplo.

Tais fi lmes serão utilizados como sensores eletroquími-cos, isto é, serão empregados na detecção de espécies ele-troativas (substâncias que se oxidam ou reduzem), que podem estar presentes na água dos rios.

O projeto de pesquisa foi dividido em duas fases: a primeira consiste na mon-tagem da parte elétrica, mecânica e hidráulica do reator e a segunda diz res-peito ao acoplamento dos sensores de pressão e tem-

peratura para a detecção dos metais.

“Após a montagem do re-ator que será utilizado para a produção dos fi lmes de diamante, serão desenvol-vidas as técnicas eletroquí-micas, que consistem em um conjunto de procedimentos experimentais que permitem detectar espécies químicas, sejam elas orgânicas e inor-gânicas. Esses procedimen-tos serão o passo inicial para

o monitoramento das águas da Bacia”, explica Braga.

Poluição dos riosSegundo a pesquisadora,

são diversas as causas da poluição dos rios, porém, o despejo de lixos de residên-cias e o descarte de material

doméstico, como daqueles que advêm de condomínios que não tratam seus es-gotos, ainda são as princi-pais causas. Em seguida, o despejo de material oriundo das indústrias que estão lo-calizadas nas proximidades dos igarapés.

Contribuição“Monitorar a limpeza

dos rios é essencial para a sobrevivência do nos-so ecossistema”, afi rma Neila Braga.

O estudo conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Ama-

zonas (Fapeam) e é desen-volvido em parceria com o Laboratório de Eletroquími-ca de Materiais Carbono-sos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que participa ativamente das discussões e projeções relacionadas à manufatura

do reator.Além de contribuir para

a conservação das águas da bacia do Educandos, a pesquisa contribuirá para a formação de profissionais altamente qualificados na área de química e eletroquí-mica no Amazonas.

MELHORIAS

Além de contribuir para a conservação das águas da bacia do Educandos, a pesqui-sa contribuirá para a formação de pro-fi ssionais altamente qualifi cados na área de química e eletro-química no Amazonas

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016C8 Dia a diaInstituto é reconhecido por manejo de pirarucuIniciativa reconhece projetos sustentáveis de conservação desenvolvidos por organizações de várias regiões do mundo

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AÇÃO

Em 17 anos, esta foi a quarta vez que um projeto da América do Sul chegou à etapa fi nal, mostrando uma nova maneira de pescar pirarucu, após proibição em 1996

Com o projeto “Manejo de pirarucu”, o Institu-to Mamirauá foi um dos vencedoros do

prêmio Saint Andrews pelo Meio Ambiente, promovido anualmente pela Universida-de da Escócia desde 1999. A iniciativa reconhece projetos sustentáveis de conservação desenvolvidos por organiza-ções de várias regiões do mundo. Em 2016, a univer-sidade recebeu, aproxima-damente, 500 inscrições e selecionou três fi nalistas. Ao longo dos 17 anos da pre-miação, esta foi a quarta vez que um projeto da América do Sul chegou à etapa fi -nal. A premiação ocorreu no último dia 21.

“Dedico este reconhecimen-to aos mais de 1.500 pesca-dores e pescadoras que inte-gram os projetos de manejo assessorados pelo Instituto Mamirauá. A nossa institui-ção (em todos os seus de-partamentos), pela seriedade e compromisso com o qual conduz seus trabalhos; e a toda a equipe do Programa de Manejo de Pesca, pelo empe-nho e dedicação, que tornam possíveis nossa candidatura a projetos e prêmios”, disse Ana Cláudia Torres, coordenadora

do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá.

A pesca de pirarucu foi proibida no Estado do Ama-zonas em 1996. A partir do ano seguinte, o Instituto Mamirauá iniciou as primei-ras pesquisas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá para implemen-tar uma prática sustentável de manejo, o que ocorreu em 1998. Um ano depois, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) aprovou o primeiro projeto de manejo comunitário da espécie.

Com a iniciativa, houve o aumento médio anual de 25% da população de pirarucu nas áreas de manejo e o aumento anual médio de 29% na ren-da gerada pela atividade aos pescadores. Além disso, desde o início do manejo, a participa-ção dos pescadores cresceu signifi cativamente: de 42 pes-cadores em 1999, para 1.407, em 2015. O mesmo ocorre com o aumento na produção de 3.200 quilos de pirarucus em 1999, para 585.124 quilos em 2015; e faturamento de R$10,8 mil em 1999, para R$ 2.533.097,30 em 2015. A iniciativa Litro de Luz, de-senvolvida também no Brasil, foi a vencedora.

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[email protected], DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016

Plateia D1SÉRIE

Os Lima e Malta em ‘GoT’

Plateia D2

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AÇÃO

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Crise brasileira analisada por quem produz cultura

A crise econômica que o Brasil enfren-ta há meses tam-bém afeta o setor

cultural, onde comumente circulam valores aplicados, por exemplo, em leis de incentivos artísticos. Ainda não há, por parte do go-verno federal, uma “luz no fi m do túnel”, ou seja, uma solução para esses novos tempos difíceis a curto ou a longo prazo – embora especialistas apontem que o quadro difi cilmente será modifi cado para o bem den-tro do período de 1 ano. Quatro nomes atuantes na produção amazonense de artes cênicas e de audio-visual comentam o cenário em crise, as conquistas dos últimos anos e analisam o que aguarda o futuro cul-tural da cidade.

Diretor do Ponto de Cultu-ra Casarão de Ideias, João Fernandes comenta que, culturalmente, o país sem-pre esteve em crise, pois, como ele observa, as pastas de cultura são sempre a “prima pobre dos orçamen-tos públicos”. Ele reconhece, porém, que o atual momen-to enfrentado pelo país já apresenta um forte impacto na questão cultural. “Não podemos pensar a cultura apenas pelos seus produtos artísticos, e sim perceber toda cadeia produtiva que está agregada. Não é só produzir o Mova-se (festival de dança promovido pelo Casarão), mas falo de toda a logística para o espetáculo chegar hoje até Manaus e, nesse sentido, começo sim a me preocupar com tudo que estamos vivendo”.

O ator e diretor teme que a perda da garantia de fomento, difusão e in-tercâmbio cause um iso-lamento artístico inclusi-ve em Manaus. “Acredito que também não podemos perder as conquistas como os editais, os fomentos e outras formas de captar recursos. Trabalho com a Lei Rouanet e acho que essa também sofrerá for-tes impactos, pois trabalha com lucros das empresas, e aí se a empresa não lucra, não patrocina”, refl ete.

Para Fernandes, em Ma-naus a cultura experimen-tará momentos “bem difí-ceis” ao longo dos próximos meses e em 2017, mas ele acredita ainda que a clas-se artística também deverá buscar soluções como unir arte e gestão para traçar es-tratégias no atual cenário. “Estamos conseguindo ter um planejamento de exe-cução, ampliar ações, não por ter mais dinheiro, mas por estarmos nesse lugar do planejamento”, afi rma. “Acredito que o Sistema Na-cional de Cultura possa ser um aliado na implantação das leis de cultura na esfe-ra estadual e municipal no

Ama-zonas, p o i s vejo nes-se lugar uma forma de, por mais que as em-presas este-jam passando por problemas fi nanceiros, to-dos os fazedores de cultura em suas diversas linguagens não fi cariam apenas no aguardo do poder público efetivar suas políticas cultu-rais. Com a lei criaríamos outra cadeia econômica e acredito que as diversas fontes pode-riam minimizar o momento que vamos passar”.

Cenário desoladorTaciano Soares, diretor da

companhia de artes cênicas Ateliê 23 – Casa de Criação, lembra que desde a gestão do ministro Gilberto Gil, durante o governo do ex-presidente Lula (2003–2011), a produ-ção cultural recebeu “um intenso olhar, se conside-rarmos o precário histórico da cultura no país”.

“Embora as mudanças de gestão sejam inevitáveis e pela ausência de institucio-nalidade nas ações públicas – o que torna muito comum a variação a gosto de cada gestor de pasta –, é nítido que estávamos passeando por lugares menos estreitos no fomento cultural brasileiro que em poucas décadas pas-sadas”, observa.

Ele reconhece que, embora o setor cultural ainda esteja muito distante da necessidade real, o cenário que começa a surgir a partir dos “rompimen-tos arbitrários” que o Brasil vive é “desolador”.

“A começar pela insinuação do ainda vice-presidente, Mi-chel Temer, sobre a fusão do Ministério da Cultura ao de Educação. Há 20 anos não se via tamanho reducionismo nas necessidades de cada polo social”, lamenta. “Além disso, a própria desconsideração da importância do investimento em cultura como tradução da nossa identidade denota como é alarmante o cenário e nos obriga a fazermos movimen-tos contrários, como forma de resistência do pouco chão que já construímos”.

Na opinião de Soares, qual-quer redução no valor inves-tido no setor cultural “implica diretamente no retrocesso do sentido de nação exaltada pelo povo”. “Admite-se assim um país manipulado por minorias descompromissadas e incom-petentes na compreensão do próprio sentido de cidadania

que a cultura possui”, destaca.

AvançosO ator e diretor Douglas

Rodrigues está à frente da As-sociação dos Artistas Cênicos do Amazonas (AACA) e lem-

bra que a política atual teve enormes

avanços na cul-

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de Artes) atualmen-

te desen-volve papel

essencial na a r t i cu lação

nacional, apli-cando editais que

conseguem atin-gir a abrangência

nacional”, elogia.Em relação à Lei

Rouanet, ele a classifi ca como o “grande triunfo” da

era do ex-presidente Fernan-do Henrique Cardoso (1995-2003), do PSDB. “Porém, essa lei é irônica, desqualifi ca a cultura de base, não consegue atingir os verdadeiros produ-tores de cultura nacional, é uma lei que serve somente a grandes nomes do show bu-siness, e que já encontrou na administração petista novos rumos. Mas não deixa de ser ‘horrenda’”, critica.

O artista afi rma que a polí-tica cultural, hoje, valoriza os artistas de regiões como o Norte e o Nordeste e propõe diretrizes e porcentagens/co-tas para uma rede nacional de criação artística. “O cinema atual nunca esteve em tão grande ascensão, o teatro, música, dentre tantos. É in-concebível não ver na política atual uma busca pelo diálogo democrático com os agentes culturais. O formato do PNC (Plano Nacional de Cultura) prevê o custo amazônico, o redimensionamento das polí-ticas públicas para o Brasil na sua totalidade, a fi xação de editais periódicos para a fl uxo cultural, dentre tantas outras coisas. Temos no mínimo 50 editais anuais de cultura e des-taco ainda o programa Cultura Viva, que destina orçamentos para artistas desenvolverem atividades de base”, cita. “O Brasil foi reconhecido mun-dialmente por esse modelo de cultura, sendo copiado in-clusive em países da América Latina e Europa”.

DescontinuidadeNa esfera federal do cenário

cultural brasileiro, o diretor e produtor da empresa Rio Ta-rumã Filmes, Sérgio Andrade, comemora o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) como uma conquista que estimulou o setor do audiovisual e, de certa forma, a produção cul-tural dos últimos anos avançar bastante. “A aplicação dessa política cultural foi muito bem sucedida. E o fruto foram esses

editais na área do audiovi-sual que não só são editais que têm todo um funciona-mento administrativo e de retorno muito bem pensa-do, muito bem articulado, mas também avançou para o lado da regionalização, dando oportunidade para regiões que não eram até então abarcadas por esses editais”.

Andrade destaca que a maior tragédia que pode haver é a descontinuidade dessa ação que é feita atu-almente pela cultura. “Des-de o primeiro mandato do Lula a gente percebe que houve de fato uma bem con-duzida política para a cultu-ra. No caso do audiovisual, a Ancine (Agência Nacional do Cinema) se tornou uma agência de fato profi ssional que regula o cinema, que dá fomento ao cinema e con-quistou isso solidamente. Então, vislumbrar a des-continuidade disso é uma tragédia”, analisa.

Sérgio Andrade acredi-ta que a história da políti-ca cultural pública sempre foi marcada por retroces-sos e descontinuidades. “Eu acho que na esfera estadual foram feitos al-guns avanços principal-mente na questão de se produzir arte e cultura, mas não na formação e na regulamentação dis-so”, pondera. “Falta uma lei de incentivo à cultura estadual livre de amar-ras, livre de orientações políticas, livre de exibicio-nismo político. Acho que nosso ambiente cultural estadual é muito voltado para o espetáculo, a pro-dução de eventos e não há uma base sólida e contí-nua de fomento. Acho que esse é o grande empecilho da nossa política cultural local. Então, se já temos essa realidade, imagine em tempos de crise o que não vai acontecer”.

Na esfera municipal, o produtor acredita que a si-tuação é “um pouco pior”. “Existem projetos de edi-tais que não se concluem, políticas que se esboçam e não vão adiante. Eu per-cebo isso com uma certa inconstância, uma lacuna sempre presente na esfera municipal. Eu acho que é bom também ter uma lei de incentivo à cultura do município para fugir jus-tamente do uso do recurso para a cultura para fi ns politiqueiros”.

Ainda sobre o trabalho cultural do Estado, Sérgio Andrade diz que toda a po-lítica de eventos, que inclui os festivais de cinema, de ópera, de jazz etc., deve continuar. “Afi nal, foi o único grande investimen-to feito ao longo dos anos e que seguiu um cronogra-ma de certa forma linear, que de certa forma foi avançando, então, eu acho que tem que continuar”.

LUIZ OTAVIO MARTINS

O ator e diretor Douglas Rodrigues está à frente da As-sociação dos Artistas Cênicos do Amazonas (AACA) e lem-

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Rouanet, ele a classifi ca como o “grande triunfo” da

era do ex-presidente Fernan-do Henrique Cardoso (1995-2003), do PSDB. “Porém, essa

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Ama-zonas, p o i s vejo nes-se lugar uma forma de, por mais que as em-presas este-jam passando por problemas fi nanceiros, to-dos os fazedores de cultura em suas diversas linguagens não fi cariam apenas no aguardo do poder público efetivar suas políticas cultu-rais. Com a lei criaríamos outra

Taciano Soares lamenta o reducionismo entre os ministérios

Douglas Rodrigues tem reservas em relação à Lei Rouanet

Descontinuidade de ações culturais bem- sucedidas seria trágica, segundo Sérgio Andrade

João Fernandes não prevê uma solução a curto prazo para a crise

Quatro nomes ligados às artes cênicas e audiovisual comentam o hoje e um possível amanhã do setor artístico

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016D2 Plateia

TRILHA

Para celebrar a estreia da sexta temporada de “Game of Thrones”, seriado baseado nas “Crônicas de Gelo e Fogo” de George R. R. Martin, que acontece hoje, a Família Lima, a convite da banda Malta, se reuniu com os músicos para a gravação de um videoclipe inédito com versão da música tema da série, composta origi-nalmente por Ramin Djawadi a partir dos dois primeiros episódios do blockbuster.

Lucas, Amon, Moisés, Zeca e Allen cuidaram pes-soalmente dos arranjos de cordas que fi cam comple-tos com as sonoridades da guitarra e baixo trazendo a pegada rock da Malta. O ineditismo do encontro fi ca por conta de Bruno Boncini, que deixa de lado os vocais

para assumir o cello ao lado de Moisés. O vídeo, gravado em São Paulo, na Toy Show, já pode ser visto em: https://youtu.be/4W6-m_MfKBo.

“Ficamos extremamen-te felizes com o convite da banda Malta. Levar adiante este projeto com eles é uma extensão do que já estamos fazendo com o canal FL Plays. Os caras têm uma qualida-de musical incrível e, assim como nós da Família, adoram séries, fi lmes e tudo o que envolve o mundo geek. Então, foi um encontro perfeito”, co-memora a Família Lima, que já fez releituras das músicas temas dos fi lmes “De Volta Para o Futuro” e “Star Wars”.

Os integrantes de Família Lima também trazem para o público e fãs uma segunda

releitura: “The Rains of Cas-tamere”, tema do dramáti-co “Casamento Vermelho”, também de Ramin Djawadi, que ganha novos arranjos e, em breve, estará disponível no FL Plays.

Músicos unidos em tema de série

Integrantes da Família Lima e da banda Malta gravaram um clipe para a música tema de “Game of Thrones”

Veja outras imagensdeste evento aqui

Patrocínio

GALERIA

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AÇÃO

Raro. Vai a leilão na próxima terça-feira, pela Sotheby’s de

Nova York, um anel de diamante azul com 9,54 quilates que pertenceu a Shirley Temple.

. A joia foi um presente do pai da atriz em 1940, quando ela tinha apenas 12 anos e era estrela do recém-lançado “O Pássaro Azul”, que mais tarde recebeu duas indicações ao Oscar nas categorias de fotografi a e efeitos especiais. O fi lme, no entanto, não foi um sucesso de bilheteria.

. Já o anel de Temple, que morreu em 2014, deverá arrecadar entre US$ 25 milhões (R$ 89,2 milhões) e US$ 35 milhões (R$ 124,9 milhões). Aff !

[email protected] - www.conteudochic.com.br

Fernando Coelho Jr.

1. O querido senador Omar Aziz cumprimenta-díssimo por onde passa por sua atuação brilhante no Senado Federal

2. Eduardo Maximinio e Emily Montarroyos com o aniversariante Gustavo e Guilherme Montarroyos, com a turma dos ´De-sendants´no Condomínio Vista do Sol

4. Patricia Monteiro e Carlos Andrey Pereira, no evento que movimentou a Morada do Sol

Medalha. O presidente da Câmara Municipal de Manaus,

vereador Wilker Barreto está convidando para solenidade no próximo dia 28.

. O evento será para a outorga da Medalha de Ouro Cidade de Manaus ao presidente da OAB-AM, Marco Aurélio Choy, por meio de propositura do vereador Amauri Colares.

. A sessão solene será no Plenário Adriano Jorge.

Objeto de desejo. A descolada joalheria paulista Guerreiro

acaba de criar uma linha especial de anéis e cola-

Beneficente. Cinco grandes nomes da gastronomia

amazonense comandarão o preparo de uma feijoada beneficente em comemo-ração ao primeiro aniversário do Núcleo de Assistência a Criança e Família em Situação de Risco (Nacer).

. O evento está marcado para o dia 7 de maio, no Clube do Trabalhador (SESI).

. O time de chefs esrelados é com-posto por Luciana Felicori do ‘Restau-rante Sabor a Mi’, Martina Caminha do ‘Chez Martina’, Selma Reis do ‘Ze-finha Bistrô’, chef Daniel Feitosa, e André Parente da ‘Cachaçaria do Dedé’. Toda a renda arrecadada com os ingres-sos da feijoada, será revertida para a manutenção da instituição.

3.

2.1.

3. Gisa Picanço e Elyseu Montarroyos na festa de aniversário de Gustavo Montarroyos

Homenagem. O advogado Fabio de Mendonça será homenageado

pela OAB.. Ele receberá o diploma de membro honorário da

Ordem dos Advogados do Brasil.. Na oportunidade ocorrerá a cerimônia de aposição

da fotografi a na galeria de fotos dos ex-presidentes da OAB do Amazonas.

res para cada signo do zodíaco, que já virou moda entre a turma de São Paulo.

. Na coluna de hoje, o anel ́ Cons-telação Taurus´, homenageando os taurinos de abril e maio.

4.FO

TOS:

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016D3Plateia

Semana de moda mostra fartura de marcas novasDesfalques de grifes são destaque na programação da 41ª edição da “São Paulo Fashion Week”, que começa hoje

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AÇÃO

Formato do evento realizado na capital paulista passa por transformações a partir da edição deste ano, incluindo o prazo para comprar peças

São Paulo, SP (Folha-press) - Em meio a uma crise econômica que deteriorou a pro-

gramação de desfi les, a São Paulo Fashion Week começa hoje, na Bienal do Ibirapuera, com desfalques relevantes das grifes Animale, Cavalera e Colcci, mas robusta em novos nomes.

Das 39 marcas que subirão à passarela, sete estreiam na semana de moda pau-listana. Entre elas, a marca homônima do estilista Amir Slama (ex-Rosa Chá), a de roupas masculinas Murilo Lomas e a À La Garçonne, do empresário Fabio Souza, que tem estilo capitaneado por Alexandre Herchcovitch, hoje fora do comando da grife que leva seu nome.

Até a sexta-feira (29), as etiquetas do calendário de desfi les apresentarão propos-tas de verão 2017. Essa deno-minação de estações, porém, não faz mais parte do evento.

A semana de moda começa nesta 41ª edição a mudar de formato e datas. Além do fim das temporadas identifica-das pelo clima, no próximo ano os desfiles voltarão a acontecer em fevereiro e julho, como há 3 anos, e não

mais em abril e novembro.A mudança de formato tem

a ver com o modelo “see now, buy now” que será adotado pela SPFW nas próximas tem-poradas. Conceito importado de algumas grifes da semana de moda Nova York, que ainda não decidiu se adere ou não ao movimento, o “compre agora, veja agora” consiste na ante-cipação do lançamento das roupas no varejo.

Logo após o desfi le, as pe-ças estariam à venda nas lojas, e não mais após seis meses. Esse formato, segundo os empresários, não deixaria as roupas “envelhecerem” na cabeça dos clientes, que, em tese, querem comprar logo o que é desfi lado.

Abraçado tanto pela orga-nização quanto por boa parte das grifes do calendário, o modelo de negócio divide opi-niões, pois mexeria em toda a cadeia de moda. Apesar da recomendação, nenhuma grife é obrigada a aderir.

“A melhor resposta do merca-do será a adoção de modelos híbridos em que cada marca toma a decisão do que for melhor para seu negócio”, disse Paulo Borges, fundador e diretor criativo da SPFW, em entrevista recente à Folha de S.Paulo.

Fora da modaA decisão do estilista Fause

Haten, 47, que abrirá a tem-porada às 19h30 com uma apresentação no Parque da Independência, zona sul de São Paulo, chocou o mun-dinho fashion: largar tudo e virar artista.

Apesar de ainda atender clientes dispostas a pagar

uns milhares de reais por seus vestidos suntuosos cor-tados sob medida, Haten está mais interessado em mis-turar sua experiência como estilista com a veia de ator e dramaturgo.

Na apresentação deste do-mingo, bonecas serão vesti-das com roupas tecidas nas últimas semanas e ao vivo,

dentro do projeto Fora de Moda, série de instalações, mostras e cursos de moda em cartaz no Sesc Ipiranga até outubro.

Os traços da alemã Marlene Dietrich (1901-1992) estam-parão os manequins do “desfi -le”, que serão manipulados ao vivo na performance intitula-da “Lili Marlene - Um Risco”.

“Estou numa fase em que quero ser quase uma cos-tureirinha de bairro. Minha estrutura é menor e, do jei-to que as coisas vão na moda, com tanta cobrança comercial, não estaria feliz trabalhando só com roupas, diz Haten.

Por Pedro Diniz

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016D4 Plateia

ConversandoDigamos que a vida

vem em ondas, tem momentos que ela quebra forte na areia

e tem momentos que ela ape-sar do tamanho desce mansa molhando suavemente seu pé como se fosse um batismo. Quantas vezes renascemos durante nossa curta existên-cia? Quantas vezes sentimos um movimento interno que a principio parece uma doença causando náuseas, angústia, profundo incômodo e de re-pente um click nos faz olhar tudo de outra maneira? É mag-nífi co poder sentir que não estamos fi xados em opiniões antigas e que a vida nos leva a reconsiderar! Ver (como se estivesse de fora) a evolução do seu próprio comportamen-to, sentir na alma e na pele a mudança , suaviza a trajetória e até rejuvenesce.

Só Deus sabe quanto é difícil soltar as amarras, deixar a

vida fl uir, encarar as dúvidas os problemas de frente, sentir as limitações, perceber os de-sejos, ouvir a intuição e fazer perguntas chave pra entender o que você faz nesse mundo. Todo processo de autoconhe-cimento da medo e poucas pessoas tem coragem de mer-gulhar achando que não vão aguentar o que vão descobrir de si mesmo.

Trazemos dentro de nós todos os sentimentos, todas as emoções e as vezes nos surpreendemos até com um comportamento nosso que na teoria seria de outra forma. Difícil perdoar! E é tão funda-mental para saborear a paz interna! O segredo está em fazer boas escolhas que geram compromissos e atitudes. Tudo que cultivamos dá frutos e você pode ser o que quiser ser! É só reconhecer as oportunidades .

Nesse momento tenho ob-servado muito a presença da

nossa presidente Dilma. Anali-sando friamente a fi gura dela na TV, podemos perceber uma mulher “destruída”. Por mais que ela use um corretivo para as olheiras e maquiagem, está visivelmente perturbada. A im-pressão que me causa é que

seus assessores (que escrevem o que deve dizer) lhe dão um empurrão e dizem : “ENTRA” e ela, perdida, entra e fala sem saber direito o texto. Patético! Essa é uma mulher que não conversa consigo mesmo! Que não vê o que ela representa

para o universo feminino sendo a primeira presidente eleita do Brasil! A força que “tenta” pas-sar , não é dela e seu discurso é repetitivo, mentiroso e vazio. Não reconheço a força de uma mulher pelo poder do seu cargo ou pela força do seu dinheiro,

mas sim pela coragem de ir fundo na sua alma e descobrir o que pode ser pra si e para os outros. Triste de nós mulheres tão mau representadas. Cora-gem! vamos fundo na busca para alcançarmos voos cada vez mais altos .

DIVULGAÇÃO

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016D5Plateia

TV TudoQuantidade“Haja Coração”, a pró-

xima novela das 19h da Globo, segundo cálculos da equipe, vai estrear no dia 30 de maio com cerca de 30 capítulos gravados.

E não será nenhuma sur-presa caso essa frente, que já é muito boa, venha a aumentar.

Tudo por conta da es-pichada de “Totalmente Demais”.

Tirando o péAté em função de os

trabalhos estarem bem adiantados, o elenco de “Haja Coração”, lidera-do por Mariana Xime-nes e Malvino Salvador, passou a gravar num ritmo mais suave.

Aquela pressão inicial, quando a novela foi pre-judicada pelas chuvas em São Paulo, virou coisa do passado.

Constatação - 1 O sucesso de “Totalmen-

te Demais” se deve ao trabalho da sua equipe de autores, elenco, produção e direção. Isso é fato.

Mas também nin-guém pode reclamar ou se dar ao luxo de abrir mão de uma ajudinha “extracampo”, como aobservada pela casa.

Constatação – 2A direção da Globo cons-

tatou que a audiência de “Malhação” também acom-panha a atual novela das sete da noite. O produto consegue agregar os dois públicos. Numa dessas coin-cidências, “Totalmente” re-úne no elenco fi guras como Felipe Simas e Juliana Paiva, que passaram por “Malha-ção”, além, claro, dos seus próprios autores Rosane Svartman e Paulo Halm.

Talk showDevidamente autorizado

pelo SBT, o humorista Zé Américo vai apresentar um programa de entrevistas na Rede CNT, com direção geral de Denis Salles. Exibição nas noites de quarta-feira, com estreia em maio.

O título também está defi nido: “Conexão com Zé

Américo”.

PassarelaA Bandeirantes marcou

para o dia 28 de maio, um sábado, no Citibank Hall, a realização do concurso Miss São Paulo. Já o “Miss Brasil” está previsto para acontecer em 1º de outubro. Nada se revela sobre quem serão os seus apresentadores.

Grupo de sempreLogo depois de ser con-

vencida a tocar mais uma temporada do “Amor & Sexo” na Globo, que foi muito bem de audiência nas noites de sábado, Fernanda Lima já começou a pensar na edição de 2017.

Ela pretende reunir o mes-mo grupo na bancada do programa, ou seja, Mariana Santos, José Loreto e Ota-viano Costa.

Bate – Rebate· “Bate e Volta”, novo progra-

ma da Band com celeridades, ainda não tem um dia defi nido para sua exibição...

· ...quanto ao horário, deverá entrar, ou depois de “A Liga” ou na sequência do “Master-Chef”.

· Determinados artistas es-tão saltando de programa em programa nas emissoras de TV...

· ...aquele cuidado de outros tempos decididamente deixou de existir...

· ...hoje, já fi ca um produtor esperando na porta, para con-duzi-los à próxima gravação ou “ao vivo”.

· Estreia em junho no Te-atro Porto Seguro, em São Paulo, o espetáculo “O Livro de Tatiana”...

· ...no elenco, entre outros, Dani Moreno, atriz de “Cúm-plices de um Resgate”, e Bruno Garcia.

· Marcos Mion e Daniela Ci-carelli gravaram o novo “Tudo Pela Audiência” do Multishow.

Circula uma informação no SBT sobre a possibilidade de se produzir um documentário co-memorativo aos seus 35 anos, que serão comemorados em agosto. É esperar pra ver.

Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!

Nova série vai testar os limites do ser humano

C’est fi ni

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

[email protected]

Canal 1

Está marcado para o dia 25 de maio o encerramento das gravações da minis-série “Sem Volta”, ambientada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Rio de Janeiro. Escrita por Gustavo Lipsztein com direção-geral de Edgard Miranda, terá 13 episódios e sua estreia acontecerá no se-gundo semestre. A história mostra drama de montanhistas que se perdem durante uma expedição e são obrigados a encarar condições extremas para sobreviver.

O grupoO elenco de “Sem Volta” reúne

nomes como Angela Leal, Ân-gelo Paes Leme, Cláudia Mau-ro, Camila Rodrigues, Eduardo Melo, Flávia Monteiro, Guilher-me Dellorto, Heitor Martinez, Juliana Schalch, Mariana Moli-na, Nicola Siri, Silvio Guindane, Rhaisa Batista (foto) e Roger Gobeth que, nos bastidores, se revelou um bom fotógrafo.

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Márcio Braz

ator, diretor e cientista socialEm torno da política

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Márcio Braz

Por mais que o interesse do jornalista, do repórter, do editor ou do diretor de redação este-jam voltados à parcela da popula-ção abas-tada e sem as mínimas condições intelectuais e econômicas, o que pre-valece são os interesses dos donos de jornais”

Em toda estrutura social, o aspecto político está presen-te. Sobretudo porque o poder é exercido nos mais diferentes agrupamentos humanos, de uma forma ou de outra. Sempre há os que detêm o poder e os que o obedecem, em vários graus e diferentes hierarquias.

Em “Política: quem manda, por que manda, como manda” (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998) o escritor João Ubaldo Ribeiro procurar deslindar alguns aspectos deste interessante sis-tema do cabedal humano, onde já de cara nos é indica um pon-to inicial, referindo-se à política como todo o “exercício de alguma forma de poder e, naturalmen-te, às múltiplas consequências deste exercício”.

O autor nos esclarece que a política não se refere apenas a todas as formas de poder, mas também, a todos os modos de exercê-lo, sendo na ação e não na “elaboração intelectual imediata” que podemos compreender o que é o poder e como ele se manifesta.

A política, portanto, é vis-ta como “o estudo e a prá-tica da canalização de inte-resses, com a finalidade de conseguir decisões”.

Ribeiro nos diz que a política pode ser entendida como Arte, pois denota uma vocação e um talento para praticá-la; como Ciência, pois é possível raciona-lizar o seu processo, teorizá-lo e indicar suas ações; e também como profissão, pois “afinal é por meio dela que nos governa-mos, que ordenamos nossa vida em coletividade”.

O exercício da política ou a compreensão do que seja, falta muita vezes ao conhecimento de muitos habitantes.

No caso Ocidental é possível verificarmos os diversos apa-relhos ideológicos, como a te-levisão, que incute diretamente

padrões de gosto e costumes às diferentes populações. No Brasil, em especial, temos visto nos últi-mos meses correntes ideológicas saltando à tela para a cabeça das massas, incidindo concei-tos como “golpe” e “democra-cia” da forma mais irresponsável e imediata.

Claro que, neste caso, não foi a televisão quem as criou, estas foram racionalizadas numa des-tas reuniões à base de muito café na casa de algum correligionário que não quer perder o aparelho do Estado, onde a mídia repro-duziu sem a perspicácia de um cientista político que o pudesse deslindá-lo. Restou-nos a super-fície da coisa.

Por mais que o interesse do jornalista, do repórter, do editor ou do diretor de redação estejam voltados à parcela da população abastada e sem as mínimas con-dições intelectuais e econômicas, o que prevalece são os interesses dos donos de jornais, afinal, o jornal é uma empresa, o dono da empresa é o empresário, o objeti-vo do empresário é o lucro, logo, modo de produção capitalista e dentro deste não há interesse em legitimar os interesses da maior parte da população.

É claro que a imprensa surge como um obstáculo para qual-quer tipo de poder – não é ela mesma o chamado Quarto Po-der? -, ao mesmo tempo tem usado seu espaço para cobrir outros interesses muito legíti-mos e me benefício da pólis, a verdadeira política.

Mas não é sobre o papel da imprensa que queremos falar, já o tratamos em outros artigos e volta e meia tornaremos a falar.

Mas política é tudo isto e um pouco mais, aduz João Ubaldo. Veremos os próximos capítulos desta novela chamada impea-chment, seus desdobramentos e tudo que o valha.

ELVIS

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016D6 Plateia

Horóscopo

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AÇÃO

A terceira parte da comédia “Vovó Zona”, “Tal Pai, Tal Filho”, em cartaz na Globo

4H45 Jornal da Semana SBT6H Brasil Caminhoneiro6H30 Turismo & Aventura7H15 Acelerados8H Chaves10H Mundo Disney12H Domingo Legal14H Eliana18H Roda a Roda Jequiti18H45 Sorteio da Telesena19H Programa Silvio Santos23H Conexão Repórter0H Arqueiro1H O Mentalista2H Crimes Graves3H Big Bang3H30 Igreja Universal

5H Santo Culto em Seu Lar5H30 Bíblia em Foco5H55 Escola do Amor Responde6H55 Record Kids8H Record Kids9H Bingo - Amazonas da Sorte10H Domingo Show14H30 Hora do Faro18H30 Domingo Espeta-cular22H15 Repórter em Ação23H15 Roberto Justus +0H15 Programação IURD

6H30 Santa Missa no Seu Lar7H30 Big Time Rush8H30 Power Rangers9H30 Qual É o Desafi o?10H45 Verdade e Vida 11H Pé Na Estrada 11H30 Pague Menos Sempre Bem12H Os Simpsons: “Milagre de Natal”12H30 Band Esporte Clube14H Gol O Grande Momento do Futebol14H30 Futebol 2016 – Campeo-nato Carioca16H50 3º Tempo18H40 Só Risos19H40 Só Risos – Extra21H20 Pânico na Band0H15 Canal Livre1H15 Fórmula Indy – Compacto - GP de Alabama/EUA1H30 Wendell E Vinnie2H Ei Arnold! - “Dia das Bruxas”2H20 Igreja Universal

5h02 Santa Missa 6h02 Amazônia Rural 06h30 Flash 1 Maratona de SP (Largada Masculina)6h36 Pequenas Empresas, Gran-des Negócios 7h12 Globo Rural8h08 Esporte Espetacular (32ª Maratona de São Paulo)12h Superstar 13h11 Temperatura Máxima - Vovó Zona 3 - Tal Pai Tal Filho15h Futebol 2016 - Campeona-to Carioca - Vasco da Gama x Flamengo17h Domingão do Faustão20h Fantástico22h23 Domingo Maior - Rápida Vingança0h15 Encerramento Previsto (Manutenção Mensal)

Programação de TV

CruzadinhasCinemaPR�ESTREIA

ESTREIAS

CONTINUAÇÃO

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AÇÃO

Mogli, O Menino Lobo: EUA. 10 anos. CCinemark 3 – 13h45, 16h15 (3D/dub/diariamente); Kinoplex 1 – 16h10, 18h30, 20h50 (dub/diariamente).

O Escaravelho do Diabo: BRA. 12 anos. Cinemark 2 – 16h45 (diariamente); Kinoplex 5 – 17h50, 20h55 (3D/dub/diariamente).

Batman Vs. Superman – A Origem da Justiça: EUA. 10 anos. Cinemark 2 – 21h40 (dub/exceto quarta-feira), Cinemark 5 – 23h40 (3D/dub/diariamente).

Capitão América: EUA. 12 anos. Depois dos eventos de Vingadores: Era de Ultron, “Capitão América: Guerra Civil” da Marvel encontra Steve Rogers liderando o recém formado grupo de Vingadores em seus esforços contínuos para proteger a humanidade. Mas após outro in-cidente, envolvendo os Vingadores, resultar em danos colaterais, aumenta a pressão política para instalar um sistema de responsabilização, comandado por uma agência do governo para supervisionar e dirigir a equipe. O novo status quo divide os Vingadores, resultando em duas frentes - uma liderada por Steve Rogers e seu desejo de que os Vingadores se mantenham livres para defender a humanidade sem a interferência do governo, e a outra que segue a surpreen-dente decisão de Tony Stark de apoiar a responsabilização e supervisão do governo. Cinemark 5 – 0h10 (3D/dub/somente quarta-feira); Kinoplex 3 – 23h59 (3D/leg/somente quarta-feira).

O Caçador e A Rainha do Gelo: EUA. 12 anos. HSequência do sucesso “Branca de Neve e o Caçador”, o longa se passa antes e depois de “A Branca de Neve e o Caçador”, quando a Rainha Ravenna (Charlize Theron) recruta o Eric para matar sua enteada, Branca de Neve. Em “O Caçador e a Rainha do Gelo”, Hemsworth e Jessica Chastain, que interpreta a guerreira, travam uma nova batalha com a Rainha e sua irmã Freya, a Rainha do Gelo (Emily Blunt) – que por décadas viveu sozinha em um remoto palácio, criando seu próprio grupo de caçadores mortais. Cinemark 4 – 13h20, 16h, 18h40, 21h20 (dub/diariamente), 0h (dub/somente sábado), Cinemark 6 – 12h15 (3D/dub/somente sábado e domingo), 15h, 17h50, 20h30 (3D/dub/diariamente), 23h10 (3D/dub/somente sábado); Kinoplex 2 – 16h30, 21h30 (dub/diariamente).

Em Nome da Lei: BRA. 14 anos. O fi lme conta a história de Vitor (Mateus Solano), jovem juiz da cidade grande que chega a uma pequena cidade da fronteira disposto a desmontar o esquema de contrabando e o tráfi co de drogas que impera na região, controlado pelo mafi oso Gomez (Chico Diaz). Ele conta com a colaboração da jovem procuradora de Justiça Alice (Paolla Oliveira) e da equipe do policial federal Elton (Eduardo Galvão), mas terá que arriscar a pró-pria vida para desbaratar uma organização que opera há décadas na região com a conivência do poder público. A produção consumiu sete semanas de fi lmagens em Dourados, no Mato Grosso do Sul, e mobilizou cerca de 700 pessoas, entre equipe e extras. Cinemark 1 – 13h30, 16h30, 19h20, 22h (diariamente); Kinoplex 4 – 15h50, 18h25, 20h45 (diariamente).

No Mundo da Lua: EUA. Livre. Richard Carson, um milionário ganancioso, quer colonizar a Lua. Ele pretende apagar todos os vestígios os feitos dos astronautas da Apollo XI para poder explorar o hélio-3, a energia limpa do futuro, em benefício próprio. Mas Mike Goldwing, um corajoso surfi sta de 12 anos, quer impedir esse plano maléfi co, viajando até a Lua, com seus amigos, para pegar a bandeira que está lá há anos. Cinemark 3 – 18h50, 22h15 (dub/diariamente).

SBT GLOBO BAND RECORD

ÁRIES - 21/3 a 19/4Há possibilidade de se frustrar com relação aos assuntos do coração, vá calma, e não faça planos em longo prazo. Suas expectativas podem estar elevadas demais.

TOURO - 20/4 a 20/5Gastos que surgem repentinamente podem desequilibrar o seu orçamento e te colocar no vermelho. Cuidado com falsos amigos. Evite abrir muito a portas da sua intimidade.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Não se deixe dominar por sentimentos de desânimo. Seu astral tende a me-

lhorar. Há sensações que só o tempo é capaz de resolver. Deixe que a vida tome seu curso sem sua interferência, é preciso respeitar o universo.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Cuidado com o excesso de ambição e a falta de caráter. Não se arrisque em nenhum negócio escuso. Evite se expuser demais neste dia. Evite se confrontar com pessoa conservadora.

LEÃO - 23/7 a 22/8Alguém da sua estima pode tentar abusar da sua ingenuidade e boa alma. Cuidado com perdas materiais, este não é um momento para esbanjar ou

cantar vitória. No trabalho, tudo virá em função do seu esforço.

VIRGEM - 23/8 a 22/9Cuidado com segredos, o próprio nome já diz “segredo”. Pode ter uma surpresa desagradável na vida profi ssional. A saúde anda um pouco frágil, por isso, evite extravagâncias e gelado.

LIBRA - 23/9 a 22/10Já é hora de cortar o que está ultrapas-sado em todos os aspectos da sua vida, principalmente é hora de tirar do seu armário o que já não usa. Mudanças importantes podem ser feitas na área profi ssional.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11Cuidado o dia hoje pede moderação é a palavra de ordem. Atividades al-ternativas, ligadas à recreação e ao entretenimento são as mais favore-cidas. Não é hora de brincar com os sentimentos dos outros, se leve a sério.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12A sua ambição será premiada com ganhos fi nanceiros, só deve cuidar para que a ganância tão fale mais forte. Mantenha-se atento para não cair em armadilhas.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1O momento de vida prevê tempos de

calmaria. Aproveite para fortalecer as relações familiares e cuidar bem de sua casa e das pessoas. Arrume gavetas e armários.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2No trabalho é fundamental demonstrar autoconfi ança e coragem no trabalho. Vai liderar um projeto importante e terá de apresentar um bom planejamento.

PEIXES - 19/2 a 20/3Este é um momento em que sua es-trela brilha, e sendo assim poderá se destacar em uma reunião ou encontro de negócios. As suas colocações serão bem recebidas.

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