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O ‘combustível’ que sustenta o Amazonas ESPECIAL INDÚSTRIA Apesar das crises, a indústria entrou para a história como mola propulsora da economia amazonense. Economia B1 a B4 ARQUIVO EM TEMPO/ANTÔNIO SOARES ANO XXIV – N.º 7.655 – MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 ESSA É A BR–319 Os repórteres Náferson Cruz e Ricardo Oliveira percorreram 50 quilômetros da BR–319 — que liga Manaus a Porto Velho — e vicinais, e se depararam com a fúria das águas invadindo propriedades e levando destruição em função da cheia recorde no Amazonas. Dia a dia C1 Para pesquisadores, a BR–319 é a estrada mais desastrosa da região amazônica A rodovia, inaugurada na década de 1970, não resistiu à velocidade das águas Com a palavra A7 ‘Manaus precisa de um choque de sinceridade’ HISSA ABRAHÃO Lance! 6 Fogão e Coxa fazem jogo dos desfalcados BRASILEIRÃO Dia a dia C8 Fruta pode ser potencial ‘arma’ contra o câncer TUCUMÃ Dia a dia C4 e C5 O lixo nosso de cada dia enfeia a cidade MEIO AMBIENTE Política A8 Projeto ‘Jaraqui’ busca limpeza ética no Brasil MOVIMENTO SATIRO SODRÉ/AE FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

EM TEMPO - 27 de maio de 2012

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EM TEMPO - Caderno principal do Jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 27 de maio de 2012

O ‘combustível’ que sustenta o Amazonas

ESPECIAL INDÚSTRIA

Apesar das crises, a indústria entrou para a história como mola propulsora da economia amazonense. Economia B1 a B4

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ANO XXIV – N.º 7.655 – MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

ESSA É A BR–319 Os repórteres Náferson Cruz e Ricardo Oliveira percorreram 50 quilômetros da BR–319 — que liga Manaus a Porto Velho — e vicinais, e se

depararam com a fúria das águas invadindo propriedades e levando destruição em função da cheia recorde no Amazonas. Dia a dia C1

Para pesquisadores, a BR–319 é a estrada mais desastrosa da região amazônica A rodovia, inaugurada na década de 1970, não resistiu à velocidade das águas

Com a palavra A7

‘Manaus precisa de um choque de sinceridade’

HISSA ABRAHÃO

Lance! 6

Fogão e Coxa fazem jogo dos desfalcados

BRASILEIRÃO

Dia a dia C8

Fruta pode ser potencial ‘arma’ contra o câncer

TUCUMÃ

Dia a dia C4 e C5

O lixo nosso de cada dia enfeia a cidade

MEIO AMBIENTE

Política A8

Projeto ‘Jaraqui’ busca limpeza ética no Brasil

MOVIMENTO

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A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Enquanto o prazo para a realização das convenções partidárias se aproxima, já é possível fazer duas previsões: se confi rmadas todas a intenções de pré-candidatura à Prefeitura de Manaus, a capital terá, pelo menos, nove candidatos. PMDB, PSDB, PPS, PSB, PDT, por exemplo, já têm praticamente defi nido seus candidatos.

Ainda há PSOL e o PSTU que, tradicionalmente, apresen-tam candidatos. PSD, PT, DEM e PP ainda articulam possíveis candidaturas ou mesmo a participação em alianças.

Ainda assim, o páreo não será fácil para quem tentar ser eleito prefeito. A eleição majoritária, em Manaus, deverá ir para o segundo turno, como acontece tradicionalmente. Pelos cálculos de pesquisadores, o primeiro colocado no primeiro turno não deve ter mais de 28% dos votos. O segundo, não terá menos de 20%. Com o páreo equilibrado, a disputa promete ser acirrada.

APLAUSOS

Muitos candidatos e páreo apertado para a prefeitura

FORA DA COLETIVANa últma sexta-feira (25),

a presidente da ManausCult, Lívia Mendes, não participou da coletiva de imprensa que tratava da “Virada Cultural” deste fi m de semana. Chegou, falou com os artistas e saiu à francesa. Na ocasião, ninguém soube informar, com precisão, o orçamento disponibilizado para a realização do evento.

APROXIMAÇÃOJá há um processo de apro-

ximação entre o PSC e o PPS, na capital e no interior. Prova disso é que o vereador Hissa Abrahão, pré-candidato do PPS à Prefeitura de Manaus, e o de-putado estadual Francisco Sou-za, pré-candidato à Prefeitura de Iranduba, almoçaram juntos na última sexta-feira (25).

ALIANÇA AMPLAEles conversaram sobre

uma possível aliança entre as siglas para as eleições deste ano. Hissa aceitou o convite de Souza para participar do congresso estadual do PSC que acontece no próximo dia 31. Será neste dia que ambos

acertarão se os dois partidos formarão parte de uma ampla coligação para a disputa em Manaus e Iranduba.

RECONHECIMENTOA presidente do Tribunal Su-

perior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, já começou a peregrinação pelos tribunais regionais eleitorais (TREs). Visitou três até agora e deve chegar a Manaus em agosto. A vinda é de “reconhecimento”.

CONTRACHEQUEO deputado estadual Sidney

Leite (DEM) divulgou, em seu site, cópia de seu contrache-que alegando que cumpre a Lei de Acesso à Informação Pública, embora a lei não de-termine isso.

ALFINETADASNo despacho que cassou,

mais uma vez, o mandato de Edson Bessa, em Manacapu-ru, a juíza Rosália Guimarães deixou escapar inúmeros elo-gios ao governador Omar Aziz (PSD) e algumas alfi -netadas no senador Eduardo Braga (PMDB).

Para o empresário Eike Batista, pelas ações da sua empresa de minera-ção de carvão, CCX, em alta no primeiro pregão.

Eike Batista

VAIAS

Para o índice de roubos de veículos em São Pau-lo, que teve aumento de 20% no 1º quadrimestre, segundo o governo.

Roubo

PMDB E PTTudo indica que PMDB e PT devem coligar para concorrer à

Prefeitura de Manaus. O pré-candidato peemedebista Marcos Rotta, internamente, aceita a indicação de Sinésio Campos (PT) para ser vice na chapa encabeçada por ele.

NEGOCIAÇÕESSegundo Sinésio Campos, todas as negociações do partido

passam pela executiva nacional petista, que é quem terá papel preponderante na escolha. Ele disse que “agora, efetivamente, começaram as discussões quanto à composição política para a eleição”. Resta esperar.

Ação realizada na manhã de ontem, na Fundação Hospital Adriano Jorge, contou com a distribuição de informativos, além da realização de palestra sobre a doença

Evento busca informar a população sobre a tireoide

Pacientes em trata-mento da tireoide e seus familiares lota-ram o saguão da Fun-

dação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), na avenida Carvalho Leal, na Cachoeirinha, Zona Sul de Manaus, na manhã de ontem, para participar do evento de abertura da “Cam-panha de Tireoide 2012”, promovido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, seccional Ama-zonas (SBEM-Amazonas)

O evento é foi realizado para lembrar o Dia Internacional da Tireoide, comemorado na última sexta-feira, dia 25, e teve como objetivo informar e alertar a população sobre problemas com o funciona-mento da doença. “Isso é muito importante para nós. Saber que temos essa atenção me tranquiliza”, disse a aposenta-da Maria Benevides, que sofre com a doença e tem outros dois casos na família.

De acordo com ela, o mutirão de exames e diagnósticos benefi cia os pacientes que aguardam nas fi las dos hospitais para começar a fazer o tratamento da doença. “Tem gente que espera quase um ano para conseguir diagnosticar o problema e a partir daí começar a se tratar, mas essa é a opor-tunidade de mudar a situação”, completou Maria.

O evento reuniu pacientes e familiares locais que tiveram dúvidas esclarecidas sobre a tireoide

Também portadora do pro-blema, Jacira Muniz se disse emocionada, pois não espe-rava que o público tivesse tanta atenção. “Fui diagnos-ticada este ano e achava que eu ia ser mais uma dessas se-nhoras pelos corredores dos hospitais, sem atendimento, mas pelo que eu estou vendo,

vou receber o tratamento que eu mereço”, salientou.

Segundo a coordenadora da campanha em Manaus, a endocrinologista Deborah Laredo Jezini, o objetivo des-ta ação é informar e alertar a população sobre os pro-blemas da tireoide, esclare-cendo as principais dúvidas

relacionadas às doenças da glândula, inclusive visando identifi car precocemente nódulos e evitar o desen-volvimento de câncer.

Na manhã de ontem, fo-ram distribuídos folhetos informativos e realizadas palestras visando o esclare-cimento e exames.

Atenção para os pacientes locais

Catadores terão doisgalpões

Em reunião realizada na sede do Ministério Público do Estado, na última sexta-feira, a Secreta-ria Municipal de Limpeza Públi-ca apresentou aos representan-tes das associações e núcleos de catadores de resíduos sólidos de Manaus o projeto da futura licitação para a modernização do sistema de limpeza urbana da capital, na qual os catadores terão papel fundamental, como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – lei nº 12.305/2010).

Na audiência, o assessor ju-rídico da Semulsp, Eisenhower Campos, revelou aos catado-res que dentro de até 60 dias eles irão receber dois galpões de grandes dimensões, para montar um centro de armaze-namento, triagem e processa-mento de materiais recicláveis, para serem comercializados posteriormente com empresas recicladoras. Os dois galpões estarão localizados nas zonas Leste e Norte de Manaus.

O apoio ao desenvolvimento econômico da categoria pro-fi ssional dos “catadores de produtos recicláveis” é previs-to na PNRS, lei que estimula a inclusão socioeconômica desses trabalhadores e os torna peça fundamental da engrenagem dos sistemas de limpeza urbana.

A cidade de Manaus tem seguido à risca as determi-nações da PNRS no que diz respeito aos catadores, tendo montado uma parceria com o Instituto Brasileiro de Admi-nistração Municipal (Ibam), o Banco Interamericano de De-senvolvimento (BID) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para desenvolver projetos.

REUNIÃO

Corpo é encontrado em igarapéO corpo de um homem foi

encontrado boiando, na ma-nhã de ontem, pelos morado-res da rua do Aterro, em um igarapé, no bairro Betânia, Zona Sul de Manaus.

A família do autônomo Jhonny Souza Queiroz, 26, acha que o corpo seja dele, pois o mesmo encontra-se desaparecido desde a últi-ma quinta-feira, dia 24, e a as características coincidem com as de Jhonny.

Segundo a tia de Jhonny, que não quis se identi-ficar, a suposta vítima tinha envolvimento com o tráfico de drogas e na noite de quinta-feira, ele teria participado de um tiroteio envolvendo outros traficantes daquela área.

Os policiais da 7ª Compa-nhia Interativa Comunitária (Cicom) informaram que é provável que a vítima tenha sido alvejada no tiroteio que

ocorreu entre os trafi cantes e para se esconder entrou no igarapé, mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.

Ainda de acordo com os policiais, o local em que ocor-reu o crime deve receber patrulhamento reforçado para combater a violência e o tráfi co na região.

O caso está sendo inves-tigado pela Delegacia Es-pecializada em Homicídios e Sequestro (DEHS).

POLÍCIA

A vítima, segundo moradores, tinha envolvimento com o tráfi co de drogas na Betânia

Vítimas da cheia recebem madeira Moradores da comunida-

de São Raimundo, na ponte do São Jorge, receberam na manhã de ontem doações de madeira para a construção de pontes. A ação foi feita pela Defesa Civil do Munici-pal, como ajuda aos afetados pela cheia.

“A ajuda é bem-vinda já que nossas pontes não estavam mais dando conta de tanta água”, disse a aposentada Efi -gênia Arruda, que mora na comunidade com dois fi lhos

e três netos. De acordo com ela, o órgão da prefeitura já havia levado madeira dias atrás, mas como o nível das águas aumentou, foi preciso mais uma intervenção.

A Defesa Civil tem feito verifi cações rotineiras em todos os bairros da capital amazonense. “Nós fi zemos um protesto na rua principal do bairro, pois ninguém tinha vindo nos ajudar. Agora, eles estão fazem limpeza e cons-troem pontes e marombas”,

completou a aposentada.Em Manaus, pelo menos 12

bairros e mais de 11 mil famí-lias foram afetados pela cheia. No Centro, várias ruas estão interditadas. Cerca de 120 fei-rantes da Manaus Moderna, foram transferidos para um local provisório em que a pre-feitura liberou verba no valor de R$ 626 mil para construção dos boxes. Além disso, um va-lor de R$ 600, do programa “SOS Enchente” é destinado aos afetados na cidade.

DEFESA CIVIL

MÁRIO OLIVEIRA

MÁRIO OLIVEIRA

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012 A3Opinião

Editorial

Havia muito que se sabia, mas saber, às vezes, costuma criar situações incômodas, culpas e arrepen-dimentos, então é melhor dar a volta por cima. Desta vez não é mais possível fugir à realidade: Manaus disputa com a Belém o título pouco honroso de ser a cidade com o menor percentual de arborização urbana entre 15 cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes. O estudo, divulgado sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi realizado em 96,9% dos domicílios urbanos durante a pré-coleta do Censo 2010, com o objetivo de conhecer a infraestrutura urbana brasileira.

Manaus perde para Belém e o que poderia ser bom para a capital amazonense apenas enfatiza a situação vexatória, pois está situada mais no interior da última fl oresta do planeta do que a sua “rival”. Segundo o IBGE, Belém registrou o menor percentual entre os 15 municí-pios citados, com 22,4% do entorno dos domicílios com alguma árvore ao redor, em área pública. Em segundo, aparece Manaus, com 25,1%. O estudo não contou as árvores dentro das residências ou áreas particulares. Quer dizer, até quando “ganha” de Belém, Manaus perde.

O cuidado paraense com suas tradições, sua história e o sentido de pertencimento que os faz parecer, muitas vezes, bairristas, são condições que o mais ranzinza dos amazonenses já admite como virtudes que fazem uma grande diferença. Não se pode recusar, também, que a capital do Amazonas confunde a cada dia crescimento com desenvolvimento e a palavra sustentável soa mais como um recurso abstrato de retórica do que uma in-tencionalidade concreta de tratar o assunto.

O estudo do IBGE tem o cuidado de alertar que considera apenas as árvores presentes na frente dos domicílios. Por esse motivo, segundo os pesquisadores, um percentual baixo não signifi ca necessariamente que uma área não tem árvores, mas que elas podem estar concentradas em regiões específi cas. Mas são palavras que não consolam. Manaus é uma ilha de calor no meio da Amazônia brasileira. Isto não é or-gulho para ninguém.

[email protected]

[email protected]

Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

Representantes dos Es-tados da Amazônia Legal não querem passar desper-cebidos ou serem apenas espectadores da Rio+20 e decidiram se unir para fazer da Conferência um espaço democrático e de constru-ção de propostas, de acordo com a realidade regional e com a participação da sociedade civil.

Sob o comando do governo

nadores ocorreu em março, em Belém (PA). Além do governador Omar Aziz, par-ticiparam os governadores do Pará, Acre, Roraima, Ron-dônia, Amapá, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.

Nívia Rodrigues, da Se-cretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sus-tentável

www.emtempo.com.br

A questão não é ver, mas enxergar que a consequência arrasa quarteirão da especulação imobiliária na cidade (que já atravessou o rio) não deixa muito espaço nem para os pequenos habitantes da antiga fl oresta. Se canoeiro vira motorista de táxi, por que não um pássaro?

Manaus tem menosárvores que Belém

Convocado ou não, o governador Marconi Perillo está pronto para ir à CPMI que investiga as conexões pú-blico-privadas da organização Ca-choeira e nesta terça-feira decide, além da quebra de sigilos da matriz da construtora Delta, se chama ou não para depor os governadores de Goiás, Brasília e Rio de Janeiro. Caso a comissão resolva não con-vocar os governadores, Perillo (GO) examina fortemente a hipótese de ainda assim se oferecer para depor. Contraria, nessa posição, a opinião de seu partido (PSDB) que consi-dera sua ida arriscada por expor o governador a um massacre político patrocinado pelo PT.

Marconi Perillo concorda em par-te. Acha que é mesmo alvo de “uma CPI que nasceu direcionada para atingir a imprensa, desmoralizar o procurador da República, enfra-quecer a oposição e desviar o foco do julgamento do mensalão”. Por isso, em princípio não veria “razão objetiva” para ser convocado. Mas, segundo ele, as “razões subjetivas” existem e não podem ser ignoradas. Dos três governadores, reconhece, é o mais atingido. Portanto, melhor ir “e esclarecer tudo de uma vez” do que não ir e sangrar na opinião pública como suspeito.

Uma espécie de contra-ataque no qual incluirá a apresentação de uma proposta para que se faça a CPI das Empreiteiras. “Aí se poderia obter um quadro bastante realista so-bre fi nanciamentos de campanhas eleitorais no Brasil”. O roteiro de Perillo na CPI já está praticamente concluído: da exposição inicial – em que ressaltará a importância de instrumentos de fi scalização como comissões de inquérito – aos do-cumentos que levará mostrando que os negócios da Delta em Goiás começaram no governo do PMDB e prosperaram também em admi-nistrações do PT.

Sobre a venda da casa onde foi preso Carlos Augusto de Almeida Ramos no fi m de fevereiro, exibirá uma entrevista que deu na ocasião dizendo exatamente o que Wladi-mir Garcez Henrique – lobista da Delta e braço direito de Cachoeira – à CPI na última quinta-feira. “Não há choque de versões”, atesta. Na edição de 3 de março, o jornal “O Popular”, de Goiás, registra que o governador contou ter sido pro-curado por Wladimir, interessado em comprar a casa. “Quando fui passar a escritura, ele me informou que o (empresário) Walter Paulo seria o comprador. Recebi três cheques e fui fazendo os depósitos como combinado”.

Sim, mas como o governador explica ter recebido os três cheques assinados por Leonardo de Almeida Ramos, sobrinho de alguém que já havia sido protagonista do escân-dalo Waldomiro Diniz? Pois é, não explica. Atribui a “erro imperdoá-vel” o fato de não ter verifi cado a identidade de quem assinada os cheques. “Daí o desgaste extremo que venho sofrendo”. Segundo ele, injusto, pois “quem primeiro levou Cachoeira a fazer negócios com o governo foi o Maguito (Vilela, do PMDB), em 1995, para exploração da loteria estadual por meio da empresa Gerplan”.

A Delta, de acordo com o go-vernador, entrou em Goiás pelas mãos do mesmo partido quando Íris Rezende era prefeito de Goiânia, em 2005. Perillo apresentará à comissão certidões do tribunal de contas mostrando que entre 2005 e 2011 a empreiteira recebeu cerca de R$ 300 milhões de contratos fi rmados em Goiânia, Aparecida de Goiás, Anápolis e Catalão, em gestões do PT e do PMDB. Com isso, pretende demonstrar a “diver-sifi cação” geográfi ca e partidária da atuação da Delta em Goiás.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

Perillo acha que é mes-mo alvo de uma CPI que nasceu para atingir a imprensa, desmorali-zar o pro-curador da República, enfraquecer a oposição e desviar o foco do mensalão”.

Espalha brasa

do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimen-to Sustentável (SDS), repre-sentantes dos Estados da Amazônia Legal trabalham na elaboração da “Carta da Amazônia para a Rio+20”, retratando uma visão positi-va e pró-ativa, na busca por soluções, entre todos os gru-pos majoritários da região, um passo importante para

que modelos de desenvolvi-mento sustentável possam se tornar uma realidade. O documento será defi nido de 30 de maio a 1º de junho, no Tropical Hotel.

Na ocasião, acontecerá o Fórum de Governadores da Amazônia, que reunirá os líderes dos nove Estados da Amazônia Legal, para a consolidação da carta. O primeiro encontro de gover-

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Page 4: EM TEMPO - 27 de maio de 2012

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Como faze-mos há qua-se 20 anos, comemorare-mos o Pen-tecostes com entusiasmo no Centro de Conven-ções (sambó-dromo). Aqui vai o convite para sua participação conosco”.

O proble-ma está na elevação do dinheiro à catego-ria de valor supremo, na defi nição dos objetivos e fi ns que por intermédio dele se quer alcançar, e que se quer legítimos para obtê-lo”.

João Bosco

Araújo

Este domingo, que acontece 50 dias após a Páscoa da Ressurreição, é mui-to especial para nós, cristãos católicos, porque celebra a descida do Espírito Santo sobre os discípulos de Jesus. Aquele acontecimento foi importante por ter a igreja nascido nele. O Espírito Santo, que é a vida, o amor e a força de Deus, uniu homens e mulheres e lhes deu a vida de fi lhos e fi lhas do Pai Celeste, irmãos e irmãs do Senhor.

Como fazemos há quase 20 anos, co-memoraremos a data com entusiasmo no Centro de Convenções (sambódromo). Aqui vai o convite para sua participação conosco. O programa começará às 16h com a concentração de pessoas vindas de todas as partes da cidade. Às 17h30 presi-direi a missa de Pentecostes concelebrada por dom Mário Pasqualotto, dom Mário Antônio e pelos padres da arquidiocese bem como participada pelos presentes. Daremos atenção especial aos jovens. Por falar em jovens, aconteceu no domingo passado, 20 de maio, nas dependências da igreja de São José Operário, Praça 14, uma belíssima concentração deles. Eram mais ou menos oito mil.

Reuniram-se comigo e com dom Mário Antônio para uma conversa e missa em preparação para a festa de hoje, para a Jornada Mundial da Juventude que se realizará no Rio de Janeiro em 2013, para a chegada da cruz que percorre o Brasil e para a Campanha da Fraternidade sobre a juventude. Deu gosto ver a alegria e o entusiasmo de nossos jovens, especial-mente dos que serão crismados nestes 2012. Podemos esperar dias melhores para a igreja e para a sociedade. Re-tornando à programação da festa, após a missa haverá show do padre Zezinho, uma atividade da Virada Cultural da Pre-feitura de Manaus que abrilhantará nossa concentração.

Como sempre, teremos um tema que servirá de luz para a celebração. A Cam-panha da Fraternidade deste ano não pode ser esquecida; por isso, o tema será “Vinde, Espírito Santo, difundi a saúde sobre o povo”.

A história de nossos encontros de Pen-tecostes tem sido marcada por fatos im-pressionantes. Quando cheguei a Manaus, em janeiro de 1992, eles eram realizados nas paróquias. Um grupo de pessoas li-gadas à Renovação Carismática Católica começou timidamente a promovê-los em pequenos ginásios de esporte. Foi aí que a Arquidiocese de Manaus se pôs à frente e conseguiu espaços para realizá-los. Os católicos sentiram que era coisa de Deus e aumentou o número de participantes ano a ano. Desde o início, fi cou bem es-tabelecido que essa festa não poderia ter fi nalidades escusas como mostrar poder, desafi ar outras religiões, buscar lucros fi nanceiros ou coisas semelhantes.

O único objetivo deve ser louvar a Deus Pai e a Jesus pelo presente que é o Espírito Santo. Quase todos os anos, a chuva tem sido companheira inseparável e, por vezes, em forma de torós bravos. Em 2011, ele se superou em volume de água, relâmpagos e barulho. Vamos ver se, ao menos hoje, ela nos deixará em paz. O convite está feito. Sua presença será de muita alegria.

PainelRENATA LO PRETE

A linha de defesa de José Dirceu no mensalão inco-modou advogados do “núcleo político” do processo. Ao sustentar que o ex-ministro não sabia dos empréstimos contraídos pelo PT junto aos bancos Rural e BMG, nem tinha ingerência sobre o partido ou nas nomeações no governo, Dirceu reforça o papel de José Genoino, Delúbio Soares e Silvio Pereira nessas questões.

“O presidente do PT, José Genoino, bem como os demais dirigentes partidários, Delúbio Soares e Silvio Pereira, exerciam a administração sem qualquer espécie de subordinação ao então ministro-chefe da Casa Civil”, dizem os advogados de Dirceu, nas alegações fi nais.

Carga... Para refutar a afi r-mação do Ministério Público de que Delúbio recebia ordens de Dirceu, a defesa do ex-ministro sustenta que o ex-tesoureiro tinha “autonomia” para contrair empréstimos e repassar recursos.

... ao mar O título desse ca-pítulo da defesa diz, em letras maiúsculas: “A comprovação de que José Dirceu não exercia controle e sequer tinha ciência das atividades do secretário de Finanças do Partido dos Trabalhadores”.

Superpoderes Mesmo com o desconforto decorrente das estratégias confl itantes, os advogados estrelados do mensalão vão continuar agin-do em conjunto em questões de interesse comum até o julgamento. O grupo foi ape-lidado de Liga da Justiça.

Aéreo Se o presidente François Hollande vier mesmo para a Rio+20, discutirá me-nos sustentabilidade e mais o FX-2, o programa de renova-ção da frota da FAB. O caça francês Rafale é um dos três fi nalistas e Dilma aproveita a disputa para melhorar as condições do negócio.

Bônus Afastado do governo após a revelação de que havia multiplicado seu patrimônio por 20 em 4 anos, Antonio Palocci doou ao PT R$ 11.800. Fez o repasse em agosto de 2011, dois meses depois de deixar a Casa Civil.

Nos trilhos Em seminário que terá o pré-candidato Fer-nando Haddad e a senadora Marta Suplicy como protago-nistas, amanhã, a bancada

do PT na Assembleia pau-lista apresentará dossiê em que escrutina os gastos do governo do Estado em trans-portes metropolitanos.

Nos trilhos 2 O texto com-para o apoio federal, via em-préstimos, a obras de metrô e trens. Segundo o estudo, durante a gestão FHC, a ex-pansão das linhas era de 0,5 km/ano. Sob Lula/Dilma, sal-tou para 3,24 km. A aceleração é atribuída por petistas ao aumento de 226% no crédito fomentado pela União.

Em branco No contra-ata-que, tucanos insistirão na te-cla de que Marta, quando pre-feita, não investiu no metrô. Aliados de José Serra afi rmam, como exemplo, que a petista destinou R$ 1 para o setor no Orçamento de 2003.

Mãozinha O PSDB pro-meteu apoio à reeleição do prefeito de Santo André, Aidan Ravin, como parte do pacote para tentar obter o apoio do PTB do cacique Campos Ma-chado a Serra na capital. Os tucanos ensaiavam candida-tura própria na cidade.

Anemia O PSDB prevê de-sempenho tímido no ABC. Em São Bernardo, o ex-prefeito William Dib e o deputado estadual Orlando Morando não toparam enfrentar Luiz Marinho (PT), e o candidato será Alex Manente.

Por cima Cid Gomes quer negociar a sucessão de For-taleza com a direção nacional do PT, isolando a prefeita Luizianne Lins. Na semana passada, o governador disse que “não deve nada” a ela.

Tiroteio

A diferença de doações ao PT e aos demais partidos, inclusive o PMDB, em 2011 refl ete exatamente a participação das siglas no governo federal, do que eles têm e nós não”

Contraponto

Com o Palácio dos Bandeirantes repleto de crianças, na sexta-feira, Geraldo Alckmin lia texto a ser divulgado no plano de busca de menores desaparecidos:

— Vocês conhecem a história do Chapeuzinho Vermelho? Lembram que o Lobo afasta Chapeuzinho do caminho para a casa da vovó e a história quase acaba mal? Pois é... Lobo Mau não existe, mas pessoas más, que levam crianças para longe de seus pais, sim.

Um garoto de 7 anos, intrigado, perguntou: — Quem é Chapeuzinho Vermelho mesmo?

Publicado simultaneamente com o jornal ‘Folha de S.Paulo’

DO DEPUTADO FEDERAL EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), sobre a prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral pelo partido de Dilma Rousseff , que recebeu R$ 50 milhões em doações contra R$ 2,8 milhões declarados pelo PMDB.

Ficamos felizes que a presidente tenha resis-tido à provocação para

que vetasse uma lei que já está há tantos anos em discussão no Parlamento. O Brasil certamente vai perder áreas de plantio, mas exatamente quanto é algo que ainda temos

que calcular

Segundo a revista “Veja”, a bem-nas-cida Carmen Mayrink Veiga, uma das mulheres mais elegantes deste país, teria declarado que apenas dois dos seus desejos não foram satisfeitos: ganhar a Mega Sena e ser dona de um jatinho “gulfstream”, especificamente, porque de outra marca já teve e não quer mais.

Pelo visto, d. Carmen não é uma exceção no mundo de hoje e por isso seus objetivos vinculam-se ao dinheiro e à prosperidade econômica. Quanto ao “gulfstream”, não posso especular, pois nada sei das suas atuais possibilidades financeiras, mas, se d. Carmen vier a ganhar a Mega Sena, com certeza dará ao dinheiro o óbvio destino de usufruí-lo com abundância e requinte em compras e serviços de alta sofisticação. Posso até vê-la hospedada no Hotel Crillon, fazendo compras na Maison Chanel e na Louis Vuitton. Ainda bem, pois assim o dinheiro apenas terá gerado prazer e atingido fins que, em si, não são con-denáveis e, quando muito, podem ser censurados como levianos e fúteis.

O problema está na elevação do di-nheiro à categoria de valor supremo, na defi nição dos objetivos e fi ns que por intermédio dele se pretende alcançar, nos meios que se tem como legítimos para obtê-lo, enfi m, em toda uma ética que se constrói em torno e em função dele.

O atualíssimo Carlinhos Cachoeira, personagem do momento brasileiro, construiu sua vida em função do di-nheiro e correr atrás dele parece ter sido o leitmotiv e o grande objetivo da sua existência. Na sua busca cega tudo certamente valia e, pelo fim, qualquer meio se justificava. Acumular dinheiro pelo dinheiro e pelo poder político que este certamente assegurava. Aí o círculo se fechava, pois o poder político lhe assegurava a impunidade para prosse-guir e perseguir o ganho do dinheiro e sua acumulação infindável e insaciável. Além dos bens materiais usufruídos, pessoas também eram compradas e, com elas, os cargos, funções ou man-datos que portavam por ofício ou por outorga e que passavam a servir aos interesses pessoais e organizacionais do Senhor Cachoeira.

E como o dinheiro e o poder, sobretudo quando se entrelaçam, cegam a quem os detém e levam à perda do senso de realidade, também o senhor Cachoeira acabou vítima da sua própria ética e hoje é mais um ser humano execrado e um habitante do Presídio da Papuda.

Com ele desmoronou um senador que antes se colocava como vestal da Repú-blica, três governadores estão ameaça-dos e se, ao invés de água rolarem pa-lavras na cachoeira, certamente muitas outras cabeças serão entregues ao dr. Guillotin para que teste sua máquina.

Nesse contexto, nada mais justo e ético do que expressar meu respeito e meu apoio a dona Carmen Mayrink Veiga, que muito deseja aumentar sua fortuna, mas, para isso, mantém-se pacientemente à espera que a sorte lhe traga a Mega Sena e foge das tra-quinagens dos políticos e dos bicheiros que infestam este país.

Dinheiro e a ambivalênciaentre o querer e o temor

Neste domingo, vamos festejar o Pentecostes

Cada um por si

Era uma vez

Frases

Sinto-me aliviada por estar nesta fase de minha vida. Se quero usar óculos, uso. Se quero pentear o cabelo para trás, penteio

Hillary Clinton, secretária de Estado americana, mostra-se mais relaxada ao agradecer um blog pelas piadas sobre

ela, escrever para um ator de Hollywood e reagir com leveza ao ser criticada sobre sua aparência.

Em termos de meio ambiente acho que a lei deveria ter sido totalmente derrubada, mas nós sabemos que isso seria politicamente muito difícil, então estou meio feliz porque

pelo menos uma parte foi vetada

Luiz Antônio Martinelli, engenheiro agrônomo do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo

gostaria de ter visto um veto total ao Código Florestal, mas acre-dita que o governo fez o possível dentro do atual clima político.

Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira disse que “num primeiro momento” a entidade

“avalia bem” as decisões da presidente Dilma Rousseff , porque o código não

foi vetado totalmente.

Diretor-executivo do Amazonas EM

TEMPO

Dom LuizSoares Vieira

Arcebispo de Manaus

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012 A5Política

Todos querem uma ‘carona’Num ano de eleições municipais, cujo pleito se desenha bastante acirrado tanto na capital quanto no interior, a enchente histórica de 2012 dos rios amazônicos dá um “empurrãozinho” aos políticos em suas ambições partidárias

A cheia histórica dos rios Negro e Solimões mudou não somente a rotina dos 53 municí-

pios do Estado e 76 mil famí-lias atingidas pela enchente. Mas, também trouxe junto com as águas os representan-tes políticos, outrora distan-tes da realidade regional que culminou no desastre natural assistido pelo país.

As visitas do governador Omar Aziz (PSD) a pelo me-nos quatro áreas alagadas da capital, no início deste mês, foram umas dessas oportu-nidades que proporcionaram a um número expressivo de parlamentares – a maioria pretensos candidatos nestas eleições municipais -, a es-treitar de forma antecipada, o contato com a população antes do início oficial da cam-panha eleitoral.

Dentre os políticos que ti-veram presença constante nessas visitas aparecem os deputados federais Carlos

Souza (PSD), Silas Câma-ra (PSD) e Sabino Castelo Branco (PTB), os estaduais, Chico Preto (PSD), Conceição Sampaio (PP), Ricardo Nicolau (PSD), Belarmino Lins (PMDB), Adjuto Afonso (PP), Francisco Souza (PSC), Wanderley Dallas (PMDB), Josué Neto (PSD) e Vicente Lopes (PMDB).

Participaram também da ação os vereadores da Câ-mara Municipal de Manaus (CMM), Isaac Tayah (PSD), Dr. Gomes (PSD), Jaildo dos Rodoviários (PRP), Glória Car-ratte (PSD), Leonel Feitoza (PSD), Socorro Sampaio (PP), Dr. Modesto (PTdoB), Homero de Miranda Leão (PHS), Má-rio Bastos (PRP), Luís Mitoso (PSD), Massimi Miki (PSL) e Cida Gurgel (PRP).

Um dos políticos que esteve em todas as visitas aos alaga-dos de Manaus, o presidente do Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Ale-am), deputado Ricardo Nico-lau (PSD), esclareceu que a participação política se deu como uma manifestação de apoio às ações do governo.

“Estamos preocupados com essa situação que todo mundo esta vendo. É situação difícil mesmo. Não um ato político partidário”, contestou.

Nicolau observou que como parlamentar, pode contribuir,

por exemplo, com a aprovação de leis específicas sobre re-manejamento do orçamento para socorrer as vítimas da en-chente. “Na verdade estamos prestando o apoio ao gover-nador, mas no que depender da Assembleia, estaremos

à disposição. No orçamento que aprovamos, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA), já se prevê um remanejamento e suplemen-tação, justamente para casos como estes”, disse.

Associar-se ao fatoNa avaliação do cientista

político, Gilson Gil, “é normal em uma época na qual a mídia é forte, que os políticos apro-veitem todos os momentos que podem para aparecer”. “É um momento em que a suas aparições não são proibidas, nem o Tribunal Regional Elei-toral irá reclamar a respeito delas”, observou. No entanto, acrescentou, o povo reclama se eles não saem do gabinete e nada fazem.

Gil afirmou, porém, que é importante a aproximação do político com a população, fazendo-o vivenciar os pro-blemas. “O importante é que a população e a imprensa não o façam esquecer das promessas feitas e fiscalizem os desdobramentos daquela

visita”, sugeriu.A opinião é compartilhada

pelo professor de Ciências Sociais da Universidade Fe-deral do Amazonas (Ufam), Renan Freitas Pinto, que dis-se ser comum em situações de calamidade o político que-rer aparecer como o “socor-ro” ou se associar às ações em prol das vítimas. Renan, porém, ressaltou que teori-camente desastres, guerras, calamidades, tendem a apro-ximar a sociedade como um todo em função do aconte-cimento. “Em um momento traumático e em situações excepcionais, os interesses imediatos e partidários são superados, os opositores se unem para combater um ini-migo em comum, como em uma guerra”, analisou.

Reserva orçamentáriaA técnica orçamentária da

Secretaria de Estado da Fa-zenda (Sefaz), Joria Makaren, informou que no orçamento estadual há uma reserva de contingência de 2% da receita corrente líquida para desti-

nar às intempéries, como a enchente e a seca. A técnica explicou que, por conta disso, os deputados não têm como propor emendas específicas ao orçamento voltadas para desastres naturais, visto que é algo que possa ser previsto ou mensurável.

Ela destacou que o governo do Estado trabalha em situa-ções emergenciais por meio dos recursos da Defesa Civil. “Vai deixar uma verba para uma enchente?! Não é viável por se tratar de algo variável de ano a ano”, explicou.

A assessoria da Secretaria Municipal de Finanças (Se-mef) comunicou que na previ-são financeira da capital, não existe um percentual prévio para auxiliar calamidades, mas há a possibilidade de se remanejar os recursos neces-sários de outras secretárias. Ainda segundo a assessoria, após declarado “situação emergência”, a verba para socorrer o município vem do governo federal, que encami-nha com base na magnitude da situação.

MEG ROCHAEquipe EM TEMPO

JOEL ROSA

É um momento em que suas aparições não são proibidas, nem o Tribunal Re-gional Eleitoral irá reclamar a respeito

delas

Gilson Gil,Cientista político

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Mantega nega cargo e se indispõe com Marco Maia

O presidente da Câmara, Marco Maia (RS), e os líde-res do PT, Jilmar Tatto (SP), e do governo, Arlindo Chi-naglia (SP), estão irritados com o ministro Guido Man-tega (Fazenda). Em almoço dias atrás na residência ofi -cial do presidente da Câma-ra, sugeriram a Mantega um substituto para Ricardo Oliveira na vice-presidên-cia de Governo do Banco do Brasil. “Aí tem vento”, recusou o ministro. Maia saiu da sala, irritado.

Reduto petistaRicardo Oliveira é liga-

do ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e ao mi-nistro Gilberto Carvalho. Foi substituído por César Borges, do PR.

Gota d’águaA saída de Ricardo Oli-

veira foi uma tentativa de acabar com disputa entre a Previ e o BB, que quase levou à demissão de Guido Mantega.

Dança das cadeirasPivô da guerra fria com o

BB, o presidente da Previ, Ri-cardo Flores, deve entregar as contas na sexta. Assume Dan Conrado, vice do BB.

BoicoteMarco Maia já protestou

contra a falta de atenção do governo boicotando even-tos no Palácio do Planalto.

PT queria o PMDB no ataque a Roberto Gurgel

Frustrada a tentativa de convocar o procurador-ge-ral da República, Roberto Gurgel, para a CPI mista de Cachoeira, o PT tentou convencer o PMDB a levá-lo à Comissão de Constitui-ção e Justiça do Senado. Os petistas José Pimentel (CE) e Jorge Viana (AC) procuraram o presidente

da CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE). Que-riam votar a convocação de Gurgel. A cúpula do PMDB recusou o pedido.

FrasistaO deputado Fernando

Francischini (PSDB-PA) tem revelado talento para criar frases de efeito. “A CPI está na UTI” é uma delas.

Almas gêmeasCara de outro, voz de

um: falando, o atuante senador Randolfe Rodri-gues (AP) lembra a ex-senadora Heloisa Helena, musa do PSOL.

Rota do tráfi coO CPI do Tráfico de Pes-

soas fará amanhã audi-ência pública em Natal, “uma das 240 rotas de trá-fico”, diz o senador Paulo Davim (PV-RN).

Perda de tempoO deputado Fernando Fer-

ro (PT-PE) avisa: foi inútil a direção nacional petista anular as prévias em Recife: o prefeito João da Costa vai ganhar de novo, em 3 de junho. Tem prometi-do “uma surra de votos” no pré-candidato Maurício Rands, apoiado pela facção de Lula no PT.

Leis inúteisDas leis ordinárias san-

cionadas pela presidenta Dilma entre 8 e 15 de maio, treze tratam do “dia de alguma coisa”. De um abo-balhado “Dia do Reggae” a um certo “Dia do Quilo”, entre outras tolices.

Um pé lá, outro cáO senador Vital do Rego

(PMDB-PB) terá de con-ciliar seu trabalho como presidente da CPI do Ca-choeira com a coordenação da campanha de Tatiana Medeiros à prefeitura de Campina Grande. Ela é candidata a substituir o

prefeito atual, Veneziano, que é irmão de Vital.

Chapa forteO ministro Paulo Ber-

nardo (Comunicações) já não esconde o projeto de concorrer ao governo do Paraná em 2014 pelo PT. O deputado petista André Vargas (PR) deve disputar o Senado Federal.

Brasil CarinhosoProjeto da deputada e

ex-ministra da Mulher Iriny Lopes (PT-ES), já aprovado na Câmara, determina au-xílio fi nanceiro às vítimas da violência doméstica, me-lhorando muito a Lei Maria da Pena.

Rebelião nordestinaO PSB briga com o PT no

Nordeste, segundo adver-tiu o governador pernam-bucano Eduardo Campos ao amigo Lula. Dilma teve larga maioria de votos em 210, mas não quer se me-ter nas brigas paroquiais para definir candidatos a prefeito. Os petistas que-rem tudo.

Déjà vuPara enfrentar a tentativa

de jogar o governador de Goiás, Marconi Perillo, no olho do furacão da CPI do Cachoeira, o PSDB vasculha as CPIs dos Correios e dos Bingos à procura de malfei-torias petistas.

Plantão médicoO governo não deu bola,

mas a ONG Grupo Otimismo recomenda exames para de-tectar hepatite C, na faixa de 47 e 67 anos. Os EUA fazem mutirão contra a “doença silenciosa”, mais mortal que a Aids.

PeriscópioJá está na Justiça Militar

o inquérito sigiloso sobre o incêndio que destruiu a base na Antártida, matando dois militares, em fevereiro.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Solução rápida

www.claudiohumberto.com.br

A ideia é essa mesma. A República é pública”

MINISTRA CÁRMEN LÚCIA, que preside o TSE, sobre a divulgação do próprio salário

A questão de água, no Nordeste, sem-pre aguçou rivalidades. Certa vez Juarez Távora, ministro da Viação de Castello Branco, visitou obras no Rio Grande do Norte. Ao desembarcar, ouviu de um líder político local:

- Precisamos de um grande açude aqui, porque estamos inferiorizados em relação ao Ceará. Lá, existem 19; aqui, 18.

Távora sacou a solução na hora:- Não tem problema. Mando arrombar um no Ceará e fi ca empatado.

O Tribunal de Contas recomenda a reprovação das prestações de gestores às câmaras municipais

Para que isso realmente aconteça, teria que ser alterado o parágrafo 2º, do artigo 71, da Constituição Federal de 1988

Câmaras que contrariam TCEs podem ser punidas

Nos últimos quatro anos, o Tribunal de Contas do Es-tado do Amazonas

(TCE-AM), reprovou 62 pres-tações de contas referentes aos exercícios fi nanceiros de 2008 a 2010 de prefeituras do interior do Estado. As de-cisões foram encaminhadas para análise das câmaras mu-nicipais que contrariaram 45 das 62 “recomendações” da corte de contas.

Os dados estão disponíveis no Serviço de Informação ao Público (SIP) no portal do tribu-nal desde o último dia 16.

Para coibir essa prática, de as câmaras municipais “des-prezarem” as decisões dos tribunais de contas, o pro-curador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPE-PE), Aguinaldo Fenelon, sugeriu ao Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais (CNPG) que o órgão ministerial puna vereadores favoráveis à pres-tação de contas de prefeitos que tenham sido previamente reprovadas por essas cortes.

Mas, para isso, teria que alte-rar o parágrafo 2º, do artigo 71, da Constituição Federal.

Na avaliação dele, se os parlamentares são favoráveis a atos de improbidade ad-ministrativa cometidos pelo chefe do Executivo, eles tam-bém devem ser penalizados. “Se é uma decisão política,

ambos têm de ser punidos politicamente”, argumentou o procurador.

Conforme a Constituição Federal de 1988, os tribunais de contas não julgam presta-ções de contas de Executivos estaduais ou municipais, mas sim devem encaminhar uma recomendação de aprovação ou reprovação das presta-

ções para o Legislativo deci-dir a regularidade ou não das contas das prefeituras. “O tribunal fazia o julgamento técnico e vinha o Legislativo para fazer a análise política das contas. Com uma banca-da maior, qualquer prefeito se safa da condenação”, cri-ticou Fenelon.

O presidente do TCE-AM, conselheiro Érico Desterro concorda com o procurador e acrescenta que, para efeito de inelegibilidade, basta que o tribunal ou o Legislativo julgue irregular a prestação de contas.

InelegibilidadeSegundo a Lei da Ficha

Limpa (Lei Complementar nº 135/2011), estão inelegíveis por oito anos políticos conde-nados por órgãos colegiados pelos crimes eleitorais (com-pra de votos, fraude, falsifi -cação de documento público), lavagem e ocultação de bens, improbidade administrativa e os que tiveram a prestação de contas julgadas irregulares.

Portanto, disse Fenelon, o que vale para inelegibilidade é o julgamento do tribunal de contas.

No município de Boa Vista do Ramos, em 2008 e 2009 os vereadores aprovaram as contas dos ex-prefeitos Roberto Carmo Dácio Dias (PT) e Elmir Lima Mota (PSC), mesmo com a reco-mendação de reprovação dada pelo TCE-AM.

Apesar de ter sido “inocen-tado” pela Câmara de Boa Vista do Ramos, Elmir teve o mandato cassado no fi nal de 2011 após irregularidades ao longo da gestão naquela

prefeitura municipal.Atualmente, o comando do

município está com o ex-pre-sidente da Câmara, Marlon Trindade (PT), que admitiu a aprovação das contas mes-mo com a recomendação para desaprovação. “Nós fa-zíamos oposição ao Elmir e éramos minoria. A base go-vernista aprovou as contas na marra”, contou.

Em Beruri, o TCE reco-mendou que os vereadores aprovassem com ressalvas

as contas do prefeito José Domingos de Oliveira (PP), referentes ao exercício de 2009. Contrariando a reco-mendação da corte, a maio-ria oposicionistas desapro-vou as contas do prefeito.

Entre os 62 municípios amazonenses, os parla-mentares de São Paulo de Olivença são os únicos que vem seguindo à risca a re-comendação do TCE-AM em relação às contas do Execu-tivo municipal.

Vereadores votam politicamente

CAMILA CARVALHOEquipe EM TEMPO

ARQUIVO EM TEMPO/MARCELL MOTA

PODERO presidente da As-sociação Amazonense dos Municípios (AAM) e prefeito de Manaqui-ri, Jair Souto, defende a decisão das câmaras municipais e que o ar-tigo 71 da CF deve ser seguido e não alterado

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012 A7Com a palavra

Precisamos resgatar em Manaus o vigor admi-nistrativo. À medida que o prefeito estiver à frente dessa nova política pública (...). O prefeito deve estar à frente para resgatar a credibilidade”

Presidente do diretório municipal do Partido Popular Social (PPS), Hissa Abrahão foi elei-

to vereador em 2008. Dois anos depois concorreu para o cargo de governador do Amazonas, tendo recebido 138.281 votos, o equivalente a 9,7% no Estado e 14% na capital. A ousadia o colocou como um dos candidatos mais novos do país a disputar o posto de governador, desde a redemocratização do Brasil com a Constituição de 1988.

Nesta entrevista, o parla-mentar – que tem 31 anos - fala da conjuntura política e dos planos para disputar a Prefeitura de Manaus e o possível aceno com o PSC e PSDC. O vereador também comenta sobre seus projetos e a baixa credibilidade do atual parlamento, e encerra a en-trevista alfinetando o prefeito Amazonino Mendes.

EM TEMPO – Que alian-ças o senhor vislumbra para compor com o seu partido?

Hissa Abrahão - Já con-versei com vários partidos, mas as conversas estão bem avançadas com PSC e o PSDC. É evidente que em política nada é impossível. Existe a conjuntura que é muito dinâmica e até os dias das convenções tudo pode acontecer, mas pelo andar de todas as deliberações e decisões que emperram, o PPS dificilmente abrirá mão de uma candidatura pró-pria para cabeça de chapa. Temos conversado com os outros partidos, mas a maio-ria depende da posição dos “caciques” para saberem se estão livres para fechar com outros. Como nós não temos ligação com cacique algum, temos liberdade para conver-sar com partidos da base de oposição e da situação.

EM TEMPO - Existe a pos-sibilidade de uma aliança com o PSDB?

HA - Com o PSDB (risos). Pode ser. Pode sim. Talvez. Eles sabem o que é melhor para eles.

EM TEMPO - O PPS está à procura de gabinetes ou secretarias?

HA - Não, de jeito nenhum. Hoje o PPS não é um partido que está anexado a gabinete de nenhum político. O PPS é um partido da cidade. Nós crescemos de tal modo que hoje o PPS tem uma repre-sentatividade, tem pessoas humildes e outras que têm o poder aquisitivo elevado.

EM TEMPO – O senhor não pensa em se aliar a um “cacique” político?

HA - Não fiz aliança com eles no passado e não vai ser agora que vou fazer isso, faltando sete meses para concluir meu mandato. Mas, apoio algumas iniciativas re-lacionadas às causas sociais, algumas delas com a partici-pação da primeira-dama do Estado, Nejmi Aziz, sendo que nessas causas não se pode fazer política e sempre que posso, a gente participa. Mas isso em absoluto tem haver com política ou com eleição. A minha postura na Câmara (Municipal de Manaus) é a mesma que eu gostaria de ter, se eu fosse prefeito e que os vereadores tivessem uma pos-tura entre aquilo que se propõe de bom e, de benefício para a cidade e, que eles pudessem colaborar e dizer que é uma ideia interessante. E aquilo que eles não considerem que não é interessante que eles fossem contra, e assim tem sido minha postura.

EM TEMPO - Então o se-nhor é a favor de projetos do Executivo?

HA - Sim. Sou a favor do “Zona Azul”, “Bolsa Universi-dade”, “Cidade da Criança”, a construção do viaduto do São José. Não dá para dizer que isso é ruim. Portanto, não é para agradar uma pequena parcela da sociedade que eu vou votar contra ações que eu considero positivas. Agora, outras questões entre elas o aumento dos profes-sores, que eu votei com o posicionamento de o reajuste fosse dado em outubro do ano passado e não esse ano. Eu critiquei e votei com a oposição. Portanto, eu tenho uma postura muito livre, mui-to independente e, em muitos casos, sou mal interpretado.

EM TEMPO – Como se-ria o conceito para uma excelente atuação no par-lamento?

HA - Uma coisa que percebi nesse meio político é que temos que ser honestos com a cidade e com o povo, mas acima de tudo honestos com a nossa consciência. Em muitas ocasiões acontece de o veí-culo de comunicação, ou de um segmento da sociedade, sempre falar contra a atitu-de de um membro do Poder Executivo, só que não posso também ir de encontro àquela decisão só para agradar o veículo de comunicação ou aquele segmento da socie-dade. Temos que ter coragem para tomar posição.

EM TEMPO - O que o senhor consegue extrair

do passado da política amazonense?

HA - Eu não sou homem de olhar para trás de ficar remoendo as coisas. Acho que nós temos um futuro brilhan-te pela frente. Manaus pode melhorar em muito a sua ges-tão, as pessoas podem viver aqui com muito mais alegria e felicidade. Se eu puder usar o tempo de TV que o partido tem disponível, vou usá-lo em 100% para debater ideias e propostas de futuro, nunca de críticas, de fofocas, do passado e de picuinhas.

EM TEMPO - Quanto aos investimentos, de que for-ma o vereador pretende articular e lidar com esse fator primordial numa campanha?

HA - Sou um homem sim-ples e tenho um bom tráfego de influência com a classe empresarial, até por conta da minha atividade. Eu, antes de ser político era comerciante. Vou atuar de forma sólida, o que talvez seja um dos pontos positivos para que tenhamos o mínimo ou necessário para se fazer uma campanha boa e com chances reais de disputar uma eleição para vencer. Eu não sou imbatível e também não acho que ninguém que vai disputar seja imbatível, e creio que com a proposta e, com um nível de estrutura e respeito a todos os adversários nós haveremos de alcançar um resultado positivo.

EM TEMPO - Existe um plano “B”, caso não obtenha êxito na eleição?

HA - Numa eleição não sa-bemos definitivamente o que vai acontecer. Assim como podemos vencer, podemos perder, é um risco que a gen-te corre. E se eu porventura não ganhar a eleição vou continuar minha vida como professor universitário e co-merciante. Mas eu não vou querer largar a minha veia política. Confesso que hoje a minha atividade empresa-rial também recebe pessoas da sociedade para tratar de política. Então, não dá mais para me desvincular mesmo não tendo um mandato. Vale destacar o seguinte: que an-tes de eu ter o mandato eu já fazia política partidária e estudantil. Então, a política sempre fez parte de mim, sempre quis ser político. En-tão, não é um mandato que vai deixar de fazer com que eu não seja político. Muito pelo contrário, acredito que vou viver mais do que já viven-ciei, então muitas vezes é na derrota que se aprende mais do que na vitória. Já perdi uma eleição para vereador e uma para governador e,

desta vez espero que consiga realmente ganhar.

EM TEMPO – A população sofre com ausência de bons projetos?

HA - Apresentar projeto não é o suficiente. Exige uma ar-ticulação muito grande para o político, para o projeto ser aprovado. E essa articula-ção é a maior ineficiência do parlamento e isso acontece com todos os vereadores. A prioridade são os projetos do Executivo. Às vezes a gente rema contra a maré, por en-tender que se remar contra a maré estaremos construindo um novo pensamento. Não consigo admitir. Não consigo votar contra ou torcer pelo pior. Tem político que conse-gue se eleger mesmo votando contra os projetos bons. A credibilidade do parlamento está em baixa.

EM TEMPO - Quais dos seus projetos poderíamos destacar?

HA - Apresentei mais de 50 projetos e talvez 20% tenham sido aprovados. Mas, destaco o projeto “Jovem Empreende-dor”, “IPTU Progressivo” e o “Área de Segurança Escolar”. Este último, determina que em cada escola tenha um policial num raio de 200 metros. Posso dizer que eu tive muitas ideias para todos os temas e proble-mas que a cidade possui.

EM TEMPO - Como o vereador observa o atual modelo de gestão?

HA - Os modelos de ges-tão que passaram não foram capazes de resolver metade dos problemas que a cidade possui. Falta mudar a forma de fazer política. A renovação que a gente vem propon-do, tanto por meio do nosso mandato quanto a que nós propusemos na eleição para governador, é uma renovação não na idade, mas na prá-tica de fazer política, pois, Manaus precisa hoje de um choque de sinceridade.

EM TEMPO – Então falta um modelo de gestão?

HA - Sim. Um modelo de ges-tão onde se possa reconstruir a cidade e que não atrapalhe a vida das pessoas e respeite o direito de ir e vir. Há mais de 12 anos os políticos não estão sendo capazes de desenvolver a cidade com políticas simples e vontade política. Precisamos resgatar em Manaus o vigor administrativo. À medida que o prefeito estiver à frente dessa nova política pública, não deve só mandar assessor ou secretá-rio, o prefeito deve estar à fren-te para resgatar a credibilidade das pessoas que vão passar a confiar naquela gestão.

HISSA Abrahão

‘CHOQUE DE sinceridade PARA MANAUS’

Hoje o PPS não é um partido que está ane-xado ao gabinete de nenhum político. O PPS é um partido da cidade. Nós crescemos de tal modo que hoje o PPS tem uma representa-tividade, tem pessoas humildes e outras com o poder aquisitivo elevado”

NÁFERSON CRUZEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Eu não sou imbatível e também não acho que ninguém que vai disputar seja imba-tível, e creio que com a proposta e um nível de estrutura (...), haveremos de alcançar um resultado positivo”

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Alvo do ‘Projeto Jaraqui’ é o combate à corrupção Movimento que dominou a cidade no final dos anos 70 e início dos 80 retorna para discutir a ação de vários “inimigos”

Mais de 30 anos após a primeira versão do “Pro-jeto Jaraqui”, que

envolvia estudantes, intelec-tuais, políticos e a sociedade amazonense engajada contra a ditadura militar vigente no Brasil, no final dos anos 70, a Praça Heliodoro Balbi, mais conhecida como praça da Po-lícia volta a ser palco das tribunas populares matinais dos sábados.

A diferença deste movimen-to do século 21, para o de há mais de três décadas, é justa-mente o foco. Um dos coorde-nadores do “Projeto Jaraqui”, o assessor parlamentar Paulo Onofre, disse que na década de 70 e 80, o grupo lutava contra um único inimigo: a ditadura. Hoje, acrescentou, a sociedade vive apática frente aos problemas sociais e à corrupção que atinge o país. “Naquela época, sabíamos que o inimigo era a ditadura. Hoje não sabemos quem são os inimigos e qual será o novo escândalo”, disse.

Onofre explicou que o re-nascimento do “Jaraqui” se

deu após ler uma notícia de que estudantes amazonenses iriam fazer uma marcha con-tra a corrupção no parque dos Bilhares, na Avenida Constan-tino Nery, Zona Centro-Oes-te, no ferido de Tiradentes. “Como fazer uma marcha às 15h num feriado? Nesse mo-mento percebi a importância de retornar os trabalhos do

projeto jaraqui, pois vi que esses estudantes estavam perdidos e sem orientação para uma cobrança que ga-nhasse impacto. Com o pro-jeto, podemos apoiá-los e fortalecer os estudantes e a sociedade em prol das lutas populares”, disse.

Para Onofre, os sindicatos se tornaram inúteis, com a

finalidade apenas de recolher a arrecadação dos trabalha-dores e não fazem mais pro-testos porque seus presiden-tes estão, de certa forma, envolvidos com os Poderes. “Um exemplo é o presidente do Sindicato dos Metalúrgi-cos, Valdemir Santana, que também é presidente da Cen-tral Única dos Trabalhadores (CUT) e tem contrato com a prefeitura e o governo e ainda quer ser o presidente da CUT novamente”, exemplificou.

Inimigos diversosO professor de Ciências

Políticas da Universidade Fe-deral do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos, que nos anos 70 participou do projeto como estudante, afirmou que hoje o problema não é mais a ditadu-ra, mas garante que existem muitos problemas a serem dis-cutidos. “Na época tínhamos um problema que era a dita-dura, hoje as discussões são em cima de vários problemas que afetam a sociedade, como sustentabilidade, direitos hu-manos e a criminalização dos partidos políticos, para por em evidência o ficha limpa, não só para os políticos, mas para os partidos”, alegou.

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

DISCUSSÃOO renascimento do “Jaraqui”, após mais de 30 anos, aconteceu depois que integran-tes do grupo nos anos 70 perceberem que a juventude do século 21 necessita de apoio nas discussões sociais

Apesar da falta de um inimigo único e da apatia da sociedade, um dos co-ordenadores, Paulo Onofre acredita que a reinvenção do “Projeto Jaraqui” vai en-contrar eco na sociedade manauense, entre as “pes-soas que realmente querem

mudanças, que querem lutar para o fim da corrupção”.

Mário Frota, deputado fe-deral, no final da década de 70, disse que percebe no re-nascimento do movimento, a oportunidade de combater de fato a corrupção e trazer à tona a participação da so-

ciedade e dos movimentos sociais, os quais se intimi-dam perante a máquina.

“A sociedade não pode se resignar com a situação atu-al, com hospitais precários e a merenda escolar sendo roubada abertamente”, fina-lizou o parlamentar.

Grupo quer participação popular

A praça da Polícia revive os sábados matinais da década de 70, quando se discutia a ditadura

HUDSON FONSECA

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EconomiaCa

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[email protected], DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012 (92) 3090-1045

Indústria: mola que move a economia há 200 anosEm dois séculos, a indústria amazonense nasceu, se consolidou e hoje é uma das mais importantes do país

Comemorado no último dia 25, o Dia da Indústria recebe, hoje, do EM TEMPO o seu “brinde”. Nesta edição especial, o leitor

vai encontrar um pouco do ontem, hoje e perspectiva de futuro do setor que se tornou a “mola” propulsora do cresci-mento econômico do Amazonas.

Das drogas do sertão aos smartpho-nes, a indústria amazonense apresentou uma evolução apoteótica que a tornou uma das mais fortes do país. Mesmo depois de 200 anos da instalação, a atividade é o principal “combustível” que alimenta a economia local.

Mas, para atingir o patamar de hoje, a indústria amazonense passou por vários estágios. No primeiro, o polo industrial se limitava ao benefi ciamento de produtos naturais.

De acordo com o livro “Fieam 50 Anos - A Marca da Indústria do Amazonas”, da historiadora Etelvina Garcia, pequenas fábricas agregavam valor às chamadas

drogas do sertão e aos produtos regio-nais, que abasteciam unidades fabris de tecido e de anilinas. Elas também faziam o benefi ciamento de fi bras e de algodão cultivados na várzea do rio Negro, onde foram instalados pequenos núcleos de colonização.

Entre as décadas de 1940 a 1950, começou um novo ciclo da indústria local, conforme o historiador e escritor Gaitano Antonaccio. À época surgiram os grupos de médio e grande portes com destaque para o Grupo Sabbá, um dos mais importantes da época. Além dele, tiveram papel fundamental grupos empresariais como os dos Benzecry, Daou, Garcia, Hauache, J.G. Araújo e Simões, entre outros.

Porém, a confi rmação do Estado como um dos principais parques industriais do Brasil veio, no fi nal da década de 60, com a implantação da Zona Fran-ca de Manaus (ZFM), quando grandes corporações mundiais, líderes nos seus segmentos, vieram para o Amazonas. “Manaus passou então a ser um des-tacado polo industrial e comercial do país”, explica a presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva.

REGISTROConfirmação do Estado do Amazonas como um dos prin-cipais parques industriais do Brasil veio no final da década de 60, com a implantação da Zona Franca de Manaus

Um dos principais mar-cos do desenvolvimento da indústria foi a implantação da Zona Franca de Ma-naus. Criada como mode-lo de desenvolvimento da região, ao longo de seus 45 anos, a ZFM foi res-ponsável por viabilizar três polos - comercial, industrial e agropecuário -, atraindo investimentos por meio de incentivos fi scais concedi-dos às empresas que se instalaram na cidade.

Conforme a Superinten-dência da Zona Franca de Manaus (Suframa), a ZFM foi criada ofi cialmente, em

28 de fevereiro de 1967, por meio do decreto-lei nº 288. Porém, somente um ano depois é que a primeira em-presa se instalou no parque industrial, no caso, a Beta S.A. Indústria e Comércio, que produzia joias.

Ao longo de mais de quatro décadas, a ZFM se diversifi cou ao ponto que foi considerada, em 2011, como uma das três maio-res áreas incentivadas da América Latina. Segundo a Suframa, só no primei-ro trimestre deste ano o PIM atingiu faturamento de US$ 9 bilhões.

Um marco para o Amazonas

Grupos familiares sem-pre tiveram papel impor-tante no desenvolvimento da indústria amazonense. Segundo o historiador Gaitano Antonaccio, atu-almente, 90% das indús-trias nativas do Estado são liderados por empre-sas dirigidas por famílias, que resistiram ao “assédio” estrangeiro e se mantêm fi rmes no mercado.

Um dos grandes exem-plos é o Grupo Simões, fundado pelo empresário Antônio de Andrade Simões. Ele começou a montar seu “império” a partir de 1943, quando comprou um peque-no restaurante.

Em seguida, o empre-sário expandiu os negó-cios ao adquirir, em quase duas décadas, uma rede de padarias, até fundar, em 1962, com outros dois sócios a Papaguara Mas-sas Alimentícias, a mais importante do Amazonas.

Com o advento da Zona Franca de Manaus, Antônio Simões, diversifi cou ainda mais o “império”, ao criar,

em 1970, a Indústria de Re-frigerantes da Amazônia, e instalar a primeira fábrica da Coca-Cola no Amazo-nas. Em 1987, junto com os sócios, montou a holding Simões Participações e, em 1993, foi implantada nova fábrica da Coca-Cola em Manaus, na avenida Torquato Tapajós.

O grupo também investiu nos setores de comunicação - com a Rede Brasil Norte (RBN) - e de automóveis, ao instalar a Murano Veículos, Shizen Veículos e Monttana. Atualmente, o Grupo Simões é formado pelas divisões de bebidas, gases e de veículos e emprega em torno de 15 mil pessoas. “Para atender à demanda do mercado regio-nal, as indústrias tradicio-nais também investiram em máquinas e equipamentos, com a facilidade de im-portar esses bens de capi-tal pelos incentivos fi scais e modernizaram as suas gestões para um ambiente mais competitivo”, enfati-za o presidente da Fieam, Antônio Silva.

Famílias em grandes grupos

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Implantação da Zona Franca de Manaus veio para alanvacar todos os pro-cessos produtivos existentes à época e garantir desenvolvimento econômico

FOTOS: ACERVO SUFRAMA

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012 B3

Com 600 unidades fabris funcionando a todo o vapor, o parque

Considerado um dos complexos fabris mais importantes do mundo, hoje, o Polo

Industrial de Manaus (PIM) concentra 600 empresas em funcionamento. Com as linhas de produção a pleno vapor, a indústria local garantiu ao Estado avançar economica-mente e hoje responde por 32% do Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas, conforme o último estudo do Instituto Brasileiro de Geografi a e Es-tatística (IBGE).

Mesmo diante dos entraves enfrentados, como a localiza-ção geográfi ca do Estado e problemas de logística, enti-dades ligadas ao setor garan-tem que a atividade industrial é o principal “motor” da econo-mia amazonense. Isso porque, além do poder de atrair empre-sas para Manaus, outro fator preponderante é a quantidade de empregos pelos quais o PIM é responsável.

“Em 2010, 32% do PIB do Amazonas veio das indústrias do PIM, que a cada ano gera mais emprego e renda em território local. Além disso, as indústrias instaladas por aqui estão desenvolvendo exper-tise no ramo da tecnologia

de ponta, o que torna alguns setores, como é o caso dos polos de duas rodas e ele-troeletrônico, que são refe-rências em produtividade nas matrizes dos grupos de capi-tal estrangeiro instalados em Manaus”, observa o titular da Secretaria de Estado e Plane-jamento Econômico (Seplan), Airton Claudino.

O secretário ressalta que

além de ter “peso” no PIB amazonense, o PIM também é um polo rentável para as indústrias, e a prova disso é que o faturamento das empresas locais avança ano após ano, ocasionado por uma série de ações para fortalecer a atividade. “Os bons resultados contínuos são consequência de uma combinação virtuosa entre o

momento de crescimento da economia nacional nos últi-mos anos, traduzida no au-mento do poder de compra da população e políticas setoriais de fortalecimento da indústria local”, enfatiza Claudino.

Alternativa econômicaA Superintendência da

Zona Franca de Manaus (Su-frama) confi rma a impor-tância do PIM para o de-senvolvimento econômico do Amazonas. Segundo a autar-quia, o parque fabril oferece uma alternativa econômica, com a geração de 117 mil empregos diretos e, aproxi-madamente, 600 empresas atuantes no complexo, o que consiste em um parque indus-trial moderno e pujante.

Conforme a Suframa, o polo industrial local benefi cia o Es-tado de diversas maneiras, que vão muito além da geração de empregos e da quantidade de empresas em atuação em Ma-naus. Para a superintendên-cia, o parque fabril também incentiva a capacitação da mão de obra empregada nos segmentos industrial e comer-cial amazonense, assim como também contribui para o PIB estadual e a arrecadação de tributos como o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

EMPREGO

117É o total de trabalhadores contratados pelas empre-sas do Polo Industrial de Manaus

MIL

Das 600 empresas em atividade no Polo Industrial de Manaus, as líderes de faturamento e emprega-bilidade no parque fabril são as indústrias de ele-troeletrônicos e motoci-cletas. Juntas, as gigantes dos setores respondem por 68.172 postos de trabalho em Manaus, assim como são as maiores contribuin-tes de faturamento.

“O avanço dos segmentos do PIM, principalmente es-

ses dois, tem a ver com os investimentos dos grandes grupos a partir da confi ança que depositam no modelo in-dustrial de Manaus, que tem uma legislação que asse-gura a produção no parque local por meio dos Processos Produtivos Básicos (PPBs) e não apenas a montagem de produtos, como supõem alguns representantes da in-dústria nacional”, observa Airton Claudino.

Já a Suframa creditou a

liderança desses dois seto-res ao alto nível de inves-timentos dos dois polos e o adensamento da cadeia produtiva, o que os torna mais competitivos e con-tribui para o fortalecimento e a importância econômica do PIM. A autarquia avalia esses fatores de forma ex-tremamente positiva, pois demonstram o compromis-so do modelo Zona Franca para com a evolução da eco-nomia da região e do país.

Motos e eletrônicos na liderança

Além de promover a ge-ração de emprego e ren-da no Estado, a indústria local também é uma das principais contribuintes dos cofres públicos. Conforme dados da Secretaria de Es-tado da Fazenda (Sefaz), nos quatro primeiros meses des-te ano o Amazonas obteve, por meio do recolhimento de tributos R$ 2,1 bilhões,

dos quais R$ 929,8 milhões vieram do PIM.

Ainda segundo a Sefaz, a indústria é o setor que tem maior representatividade no recolhimento de ICMS na arrecadação estadual, superando os segmentos de comércio e serviços. Somen-te neste ano, a contribuição esteve, mensalmente, aci-ma dos R$ 200 milhões.

Em janeiro o setor contri-buiu para os cofres públicos com R$ 200 milhões, en-quanto no mês de fevereiro o valor foi de R$ 250,7 milhões. Em março, o valor destinado ao Estado foi de R$ 224,6 milhões e no mês de abril o montante foi de R$ 254,4 milhões, tornando o PIM o líder na contribuição de impostos no Amazonas.

Participação na arrecadação

PIM é referência mundialindustrial de Manaus é um dos complexos mais importantes

do mundo. Para a economia local, o polo representa a maior fatia de todas as riquezas geradas no Estado do Amazonas

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012 B3

Com 600 unidades fabris funcionando a todo o vapor, o parque

Considerado um dos complexos fabris mais importantes do mundo, hoje, o Polo

Industrial de Manaus (PIM) concentra 600 empresas em funcionamento. Com as linhas de produção a pleno vapor, a indústria local garantiu ao Estado avançar economica-mente e hoje responde por 32% do Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas, conforme o último estudo do Instituto Brasileiro de Geografi a e Es-tatística (IBGE).

Mesmo diante dos entraves enfrentados, como a localiza-ção geográfi ca do Estado e problemas de logística, enti-dades ligadas ao setor garan-tem que a atividade industrial é o principal “motor” da econo-mia amazonense. Isso porque, além do poder de atrair empre-sas para Manaus, outro fator preponderante é a quantidade de empregos pelos quais o PIM é responsável.

“Em 2010, 32% do PIB do Amazonas veio das indústrias do PIM, que a cada ano gera mais emprego e renda em território local. Além disso, as indústrias instaladas por aqui estão desenvolvendo exper-tise no ramo da tecnologia

de ponta, o que torna alguns setores, como é o caso dos polos de duas rodas e ele-troeletrônico, que são refe-rências em produtividade nas matrizes dos grupos de capi-tal estrangeiro instalados em Manaus”, observa o titular da Secretaria de Estado e Plane-jamento Econômico (Seplan), Airton Claudino.

O secretário ressalta que

além de ter “peso” no PIB amazonense, o PIM também é um polo rentável para as indústrias, e a prova disso é que o faturamento das empresas locais avança ano após ano, ocasionado por uma série de ações para fortalecer a atividade. “Os bons resultados contínuos são consequência de uma combinação virtuosa entre o

momento de crescimento da economia nacional nos últi-mos anos, traduzida no au-mento do poder de compra da população e políticas setoriais de fortalecimento da indústria local”, enfatiza Claudino.

Alternativa econômicaA Superintendência da

Zona Franca de Manaus (Su-frama) confi rma a impor-tância do PIM para o de-senvolvimento econômico do Amazonas. Segundo a autar-quia, o parque fabril oferece uma alternativa econômica, com a geração de 117 mil empregos diretos e, aproxi-madamente, 600 empresas atuantes no complexo, o que consiste em um parque indus-trial moderno e pujante.

Conforme a Suframa, o polo industrial local benefi cia o Es-tado de diversas maneiras, que vão muito além da geração de empregos e da quantidade de empresas em atuação em Ma-naus. Para a superintendên-cia, o parque fabril também incentiva a capacitação da mão de obra empregada nos segmentos industrial e comer-cial amazonense, assim como também contribui para o PIB estadual e a arrecadação de tributos como o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

EMPREGO

117É o total de trabalhadores contratados pelas empre-sas do Polo Industrial de Manaus

MIL

Das 600 empresas em atividade no Polo Industrial de Manaus, as líderes de faturamento e emprega-bilidade no parque fabril são as indústrias de ele-troeletrônicos e motoci-cletas. Juntas, as gigantes dos setores respondem por 68.172 postos de trabalho em Manaus, assim como são as maiores contribuin-tes de faturamento.

“O avanço dos segmentos do PIM, principalmente es-

ses dois, tem a ver com os investimentos dos grandes grupos a partir da confi ança que depositam no modelo in-dustrial de Manaus, que tem uma legislação que asse-gura a produção no parque local por meio dos Processos Produtivos Básicos (PPBs) e não apenas a montagem de produtos, como supõem alguns representantes da in-dústria nacional”, observa Airton Claudino.

Já a Suframa creditou a

liderança desses dois seto-res ao alto nível de inves-timentos dos dois polos e o adensamento da cadeia produtiva, o que os torna mais competitivos e con-tribui para o fortalecimento e a importância econômica do PIM. A autarquia avalia esses fatores de forma ex-tremamente positiva, pois demonstram o compromis-so do modelo Zona Franca para com a evolução da eco-nomia da região e do país.

Motos e eletrônicos na liderança

Além de promover a ge-ração de emprego e ren-da no Estado, a indústria local também é uma das principais contribuintes dos cofres públicos. Conforme dados da Secretaria de Es-tado da Fazenda (Sefaz), nos quatro primeiros meses des-te ano o Amazonas obteve, por meio do recolhimento de tributos R$ 2,1 bilhões,

dos quais R$ 929,8 milhões vieram do PIM.

Ainda segundo a Sefaz, a indústria é o setor que tem maior representatividade no recolhimento de ICMS na arrecadação estadual, superando os segmentos de comércio e serviços. Somen-te neste ano, a contribuição esteve, mensalmente, aci-ma dos R$ 200 milhões.

Em janeiro o setor contri-buiu para os cofres públicos com R$ 200 milhões, en-quanto no mês de fevereiro o valor foi de R$ 250,7 milhões. Em março, o valor destinado ao Estado foi de R$ 224,6 milhões e no mês de abril o montante foi de R$ 254,4 milhões, tornando o PIM o líder na contribuição de impostos no Amazonas.

Participação na arrecadação

PIM é referência mundialindustrial de Manaus é um dos complexos mais importantes

do mundo. Para a economia local, o polo representa a maior fatia de todas as riquezas geradas no Estado do Amazonas

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

É antiga, e se aproxima de uma solução positiva, a tentativa politica de ampliar a quantidade de deputados de nossa bancada federal. Um esforço meritório re-levante que merece, entretanto, acurada refl exão à luz das expec-tativas, atribuições e responsa-bilidades que a a representação parlamentar encerra. Parece que, além da quantidade, a qualida-de e habilidade de articulação e partilha dos representantes do Amazonas precisam ser incre-mentadas. E com vigorosa emer-gência. Deputados e senadores, resguardadas pontuais exceções, estão inadimplentes na contabili-dade da ação politica que deles se espera. Temos contabilizado, a rigor, frequentes derrotas na defesa do modelo e na cobrança da contrapartida federal, consi-derando o percentual generoso da arrecadação do modelo, mais de 60% de todos os recursos federais da Região Norte. Além das derrotas frequentes na dis-cussão e encaminhamento das demandas locais, a bancada pa-dece de agenda, cumplicidade e propostas; e da percepção de que as bandeiras da ZFM são de interesse de toda a bancada regional da Amazônia Ocidental, parceiros virtuais que podem tor-nar-se cúmplices reais.

Carentes de informação e pou-co afeitos à interatividade ins-titucional, com os organismos de fomento, pesquisa, gestão e planejamento, os parlamentares – alguns não falam, muito menos interagem entre si – parecem fo-cados, em sua maioria, na pauta eleitoral que se aproxima. Falta-lhes intimidade e cumplicidade, por exemplo, com os riscos gra-víssimos de desindustrialização que ameaça, a cada dia, nesse clima de crise que se aproxima, o modelo Zona Franca de Manaus,

de onde emana a base material de sobrevivência do tecido social onde atuam e do qual dependem, inclusive fi nanceiramente. Em abril último, para ilustrar a nar-rativa, apenas um parlamentar federal atendeu à convocação da Suframa para mobilizar es-forços de conferir um CNPJ, a carteira de identidade, do Centro de Biotecnologia da Amazônia, o polo mais promissor e coerente com nossa vocação de negócios e oportunidades.

Há 10 anos, Jéferson Peres e Gilberto Mestrinho colocaram letras no Orçamento para trazer ao Amazonas, onde imperam as termelétricas subsidiadas e precárias, a energia do linhão de Tucuruí, no Pará. Na mes-ma ocasião, foram priorizados recursos para o balizamento do rio Madeira, visando a na-vegação fl uvial permanente, a logística mais coerente com a geomorfologia regional. Nem linhão, nem balizamento, nem BR-319, muito menos inclusão no Programa Nacional de Ban-da Larga e outras demandas de responsabilidade federal de infraestrutura. Há quatro anos, atendendo rigorosamente a le-gislação socioambiental e pai-sagística em vigor, um grupo privado tenta, embalde até aqui, implantar uma estrutu-ra portuária nas proximidades do polo industrial de Manaus. Eis, pois, uma amostragem al-ternativa da demanda e pauta eleitoral emergencial, entre tantas de que dependemos, para conferir competitividade e densidade ao modelo ZFM, cuja diversificação e interio-rização é preciso cuidar para assegurar – nesse contexto de inadimplência politica – quan-tidade e qualidade da repre-sentação parlamentar.

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

Carentes de informação e pouco afeitos à in-teratividade institucional, os parla-mentares – alguns não falam, muito me-nos intera-gem entre si – parecem focados na pauta elei-toral que se aproxima”

Inadimplência política

Com as constantes turbulências, o Polo Industrial de Manaus (PIM) se prepara

para “abraçar” tecnologias que favoreçam o processo fabril. Este ano, o grande marco dessa nova estratégia deve ser a regulamentação do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA).

Até o fi nal de junho, o insti-tuto de pesquisa deve ganhar autonomia, com a defi nição de sua personalidade jurídi-ca. Ao anunciar a independên-cia do CBA, o superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Thomaz Noguei-ra, reforça que o processo é tratado como prioridade pelo governo federal.

Para a autarquia, a regu-larização do CBA permitirá que processos e itens de-senvolvidos no órgão sejam incorporados às indústrias, agregando valor ambiental à produção local.

Por meio da assessoria, a Suframa informa que o Mi-

nistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) entende que é preciso investir em alternativas sus-tentáveis para a região, como o estímulo na produção de farmacêuticos/fi toterápicos e de cosméticos. Segundo o ministério, o CBA é a peça fundamental para a “deco-lagem” desses setores.

Alto padrãoCom um parque industrial

que conta com grandes mul-tinacionais, o processo de fa-bricação local é semelhante ao que é desenvolvido mun-dialmente, segundo o diretor do Centro de Ciência, Tecno-

logia e Inovação do Polo In-dustrial de Manaus (CT-PIM), Wesley Alves.

Alves lembra que os insti-tutos de desenvolvimento im-pulsionam a adequação dos processos e produtos. Entre as apostas do CT-PIM para a indústria está a medição de sinais de TV digital. O equi-pamento permite a análise e medição do sinal transmitido pelas emissoras.

Nanotecnologia em foco O polo também dá largada para investir em outros ra-mos da tecnologia. Uma das tentativas foi o lançamento do primeiro laboratório de nanotecnologia da Região Norte, com foco em pesquisa nas empresas do PIM.

Para a concepção do Labo-ratório de Síntese e Carac-terização de Nanomateriais (LSCN), foram investidos em torno de R$ 900 mil. A estima-tiva é de que o investimento resulte no desenvolvimento de novos materiais para as áreas de química, plásticos, construção, reciclagem, me-talurgia e cerâmica.

Segundo o CT-PIM, o processo de fabricação local é semelhante ao desenvolvido mundialmente

IONE MORENO

LUANA GOMESEspecial EM TEMPO

INOVAÇÃOCom o lançamento do Laboratório de Sínte-se e Caracterização de Nanomateriais, a expectativa é de que sejam criados novos materiais para áreas como construção, re-ciclagem e metalurgia

Principal aposta da indústria local para os próximos anos é a utilização das inovações tecnológicas nas produções

Futuro da produção estánas mãos da tecnologia

B4 EconomiaIONE MORENO

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B5PaísMANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Famílias criam perfis de crianças fora da realidadeExigências com relação ao tipo da criança que desejam dificultam a adoção e fazem com que abrigos permaneçam lotados

Os abrigos que aco-lhem crianças e adolescentes no país estão cheios,

mas ainda assim famílias esperam anos na fila para adotar um filho. A demora nos processos de destituição do poder familiar, em que os pais perdem a guarda e a criança pode ser encaminhada à ado-ção, explica em parte esse fenômeno. Outro motivo é a discrepância entre o perfil das crianças disponíveis e as expectativas das famílias.

A maior parte dos preten-dentes procura crianças pe-quenas, da cor branca e sem irmãos. Dos 28 mil candidatos a pais incluídos no Cadastro Nacional de Adoção, 35,2% aceitam apenas crianças brancas e 58,7% buscam al-guma com até 3 anos. En-quanto isso, nas instituições de acolhimento, mais de 75% dos 5 mil abrigados têm entre 10 e 17 anos, faixa etária que apenas 1,31% dos candidatos está disposto a aceitar.

Quase mil crianças e ado-lescentes já foram adotados por meio do cadastro, criado em 2008. Antes da ferramen-ta, que é administrada pelo Conselho Nacional de Justiça

(CNJ), as unidades federati-vas tinham bancos de dados próprios, o que dificultava a troca de informações e a adoção interestadual.

Para o juiz auxiliar da Corre-gedoria Nacional de Justiça, Nicolau Lupianhes Neto, é possível perceber uma mu-dança na postura das famílias pretendentes, que têm flexi-

bilizado o perfil buscado. A principal delas diz respeito à faixa etária: antes a maioria aceitava apenas bebês, mas hoje a adoção de crianças com até 4 ou 5 anos de idade está mais fácil.

“A gente observa que isso tem mudado, pelos próprios números do cadastro, mas essa transformação não vai

acontecer da noite para o dia porque faz parte de uma cultu-ra”, aponta o magistrado. Uma barreira difícil de ser superada ainda é a adoção de irmãos. Apenas 18% aceitam adotar irmãos e 35% dos meninos e meninas têm irmãos no ca-dastro. A lei determina que, caso a criança ou adolescente tenha irmãos também dispo-níveis para adoção, o grupo não deve ser separado. Os vínculos fraternais só podem ser rompidos em casos excep-cionais, que serão avaliados pela Vara da Infância.

Outros fatores são entra-ves para que uma criança ou adolescente seja adotado, en-tre eles a presença de algum tipo de deficiência física ou doença grave, condição que atinge 22% dos incluídos no cadastro. Bianca tem 5 meses de idade e chegou com poucos dias de vida ao Lar da Criança Padre Cícero, em Taguatinga, no Distrito Federal. A mãe, usuária de crack, tentou fazer um aborto e Bianca ficou com sequelas em função das agres-sões que sofreu ainda na bar-riga. Ela tem paralisia cerebral parcial. Apesar da deficiência, é uma menina esperta, ativa e muito carinhosa.

DISCREPÂNCIADos 28 mil candidatos a pais, 35,2% aceitam apenas crianças bran-cas e 58,7% querem com até 3 anos. Nas instituições de acolhi-mento, mais de 75% dos 5 mil abrigados têm entre 10 e 17 anos

Aos 37 anos, Renata Brito sabe muito bem como é a realidade das crianças que vivem nos abrigos, mas têm poucas chances de serem adotadas. Ela chegou ao Lar da Criança Padre Cícero aos 7 anos de idade, com três

irmãos. Órfãos de mãe, eles não podiam morar com o pai, que era alcoólatra. “Não deu certo”, lembra. Dois de seus irmãos saíram do abri-go após completar 18 anos e formaram suas próprias famílias. Renata quis con-

tinuar o trabalho de Maria da Glória Nascimento, a dona Glorinha, diretora do lar. Ela nunca foi adotada oficialmente por Glorinha, mas ela e os irmãos são tratados como se fossem filhos biológicos.

Relato de quem recebeu amor

Crianças acolhidas pelo abrigo Nosso Lar, onde vivem desde recém-nascidos a adolescentes

MARCELLO CASAL/ABR

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

ONU questiona o Brasil sobre as grandes obras A construção da usina de Belo Monte foi questionada por outros países em razão do impacto para indígenas do Xingu

A política do Brasil para grandes obras de infraestrutura foi um dos principais te-

mas da sabatina a que o país foi submetido pelo Conse-lho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. O país foi questionado pelas remoções forçadas de populações de terrenos que darão lugar a obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016.

Para grandes obras de for-ma geral (como as do PAC, em-bora o programa não tenha sido citado especificamente), houve cobrança por diálogo com populações locais afe-tadas. Foi a segunda parti-cipação do país na Revisão Periódica Universal da ONU, que avalia questões de direi-tos humanos a cada 4 anos.

Após a sabatina, é feito um relatório com recomendações ao país, que deve responder a elas. Nenhum caso concreto foi citado, porém.

No ano passado, o Brasil foi repreendido pela Comis-são Interamericana de Direi-tos Humanos pela constru-ção da usina de Belo Monte, no Pará, em razão do impacto em comunidades indígenas.

Em uma de suas manifes-

tações, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), chefe da delegação do país, afirmou que o Brasil terá “respeito aos direitos hu-manos nos grandes eventos” e que está orgulhoso por recebê-los e por contar com a confiança internacional. O Brasil ouviu comentários de 78 países. Entre os mais as-sertivos estiveram Canadá, Holanda e Reino Unido.

AbordagemOs temas mais abordados

foram a situação do super-lotado sistema prisional, a violência contra a mulher e contra defensores de direitos humanos, execuções extraju-diciais e direitos dos indíge-nas. Sobre o tema dos índios, a ministra Maria do Rosário declarou que “nenhuma ter-ra indígena será alagada e nenhum índio será removido” por conta das grandes obras de infraestrutura no país.

Ela afirmou que o Brasil vem promovendo desenvolvimen-to econômico aliado à inclu-são social e ao respeito aos direitos humanos, exaltando a importância do plano “Brasil sem Miséria”, que pretende erradicar a pobreza extrema. Indígenas promoveram várias manifestações em frente ao Congresso Nacional contra a construção da usina de Belo Monte

ANTONIO CRUZ ABR

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B7MundoMANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Israel quer atrair 120 mil brasileiros para as férias Os belos locais e a história do país são o ponto forte para o Ministério do Turismo captar o interesse dos brasileiros

O Ministério do Turis-mo de Israel quer atrair cada vez mais o interesse dos bra-

sileiros em conhecer a histó-ria, as tradições e a cultura do país. A meta é chegar em 2014 com 120 mil turis-tas brasileiros em Israel, o dobro do número registrado em 2011, segundo informou o diretor-geral do Ministério do Turismo, Noaz Bar Nir.

“Entre 2008 e 2011, duplica-mos o número de turistas do Brasil em viagens para Israel e nos preparamos para dupli-cá-lo novamente, pois vamos incrementar nossas ações aqui no país, com ampliação do staff, maior atenção às operadoras de turismo e às agências de viagens e maiores investimentos em publicida-de”, explica Noaz Nir.

Em 2011, Israel quebrou o recorde no número de visitan-tes estrangeiros: cerca de 3,5 milhões; e dos 60 mil brasileiros incluídos nesse total, 60% via-jaram em grupos e 40% foram em viagens individuais. “Grande parte é de peregrinos cristãos, das mais variadas denomina-ções, que têm como objetivo maior visitar roteiros e lugares associados à vida de Jesus.”

De acordo com o Ministério do Turismo israelense, o turista brasileiro fica entre sete e 12 dias no país e gasta perto de US$ 1,3 mil por estada - fora o gasto com a parte aérea.

Guerra históricaOs feriados do Natal e do

Réveillon levam milhões de tu-ristas para os locais sagrados

em Jerusalém, Belém, Nazaré e outras cidades sagradas em Israel e na Cisjordânia, segun-do o Ministério do Turismo israelense. De acordo com as autoridades israelenses, pelo menos 2,4 milhões dos turis-tas são cristãos. Belém, Naza-ré e outras cidades sagradas para os cristãos estão sob poder dos palestinos.

“Não temos disputa al-guma no que diz respeito aos peregrinos na Terra Santa porque isso é uma ponte para a paz”, dis-se o vice-diretor-geral de Turismo israelense, Raphael Ben Hur, res-saltando os benefícios econômicos da coope-ração com a Autorida-de Nacional Palestina (ANP). “Você não pode dizer a um hóspede ‘ve-nha para Jerusalém e não vá para Belém’”. Palesti-nos e israelenses travam uma guerra histórica na região e causa vítimas constantes. Por medida de segurança, Israel ale-ga que os turistas que pretendem seguir para Belém devem ingressar na cidade sagrada por meio de Jerusalém – sob controle de Israel.

Terra Santa é ponto de paz entre castas

Parques e templos são atrações no país, que também oferece a opção do turismo religioso

REPRODUÇÃO

RELIGIOSODe acordo com as au-toridades israelenses, pelo menos 2,4 milhões dos turistas são cris-tãos. Belém, Nazaré e outras cidades sagra-das para os cristãos estão sob poder dos palestinos

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012 (92) 3090-1041Página C4 e c5

Manaus, a cidade do lixo

DIEGO JANATÃ

A BR-319 e sua viabilidadeCalamidade de rodovia, evidenciada pela cheia dos rios do Amazonas, traz de volta à discussão a reconstrução da via. Diante da deterioração da estrada, o superintendente do Ibama, Mário Lúcio, a defi ne como desnecessária e prejudicial

O povo amazônida já se acostumou com a fi gura do ribeiri-nho em sua canoa,

remando pelas “estradas” de rios. Entretanto, os adventos da natureza extrema, ou me-lhor, com a subida das águas, levaram o nobre caboclo a se aventurar também sobre as faixas amarelas da rodovia BR-319, com trechos tomados pelas águas dos rios, lagos, furos e paranás.

A calamidade na rodovia começa na saída do porto da balsa, no município do Careiro da Várzea (a 25 quilômetros de Manaus), sequência da ro-dovia. Antes de “ganharem” a estrada, os veículos têm de percorrer ao menos cem metros com a água atingindo 40 centímetros sobre a pista. Quem pensa que tudo acabou, se engana, pois outros pontos inundados vão surgindo ao longo da rodovia.

A cheia que atingiu a maior marca da história, expôs não só afl ição, solidariedade e incertezas do caboclo ribei-rinho, mas também revela a fragilidade de uma rodovia, construída sob os alicerces alagadiços.

Desde 2005, quando foi anunciada a reconstrução da BR-319 — que liga Manaus a Porto Velho (RO) — sur-giram críticas e discussões envolvendo ambientalistas e movimentos sociais, em torno de sua viabilidade, benefícios ambientais, econômicos e so-ciais desse projeto.

Se por um lado os benefí-cios reiteram o fi m do iso-

lamento com o escoamento dos produtos do Polo Indus-trial de Manaus (PIM), assim como a chegada de insumos vindos de outras regiões do país, por outro, representa carência no Estudo de Im-pacto Ambiental (EIA) e na construção da rodovia.

Entre 2005 e 2007 até a as-sinatura do Termo de Acordo e Compromisso, o licencia-mento ambiental da rodovia BR-319 foi motivo de diver-gência entre o Departamento Nacional do Trânsito (Dnit) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sendo in-clusive instituída a Câmara de Conciliação junto à Advoca-cia-Geral da União (AGU), para mediação dos confl itos.

Falha na construçãoO superintendente do Iba-

ma no Amazonas, Mário Lú-cio, aponta que a grande falha do projeto original feito na década de 70, partiu dos especialistas que subesti-maram a natureza. “Onde foram instalados os bueiros, agora há necessidade de se construir pequenas pontes, pois a rodovia foi construída sobre uma grande planície de área alagada, por isso houve a necessidade de se fazer um estudo de impacto ambiental”, ressaltou.

Quanto ao andamento do processo, ele adianta que a inviabilidade se dá por conta das falhas no Estudo de Impac-to Ambiental (EIA). “A notícia que eu tenho é que agora que o empreendedor (Dnit) estaria refazendo o estudo e que ele notifi cou, há algum tempo, para apresentar ao Ibama”.

NÁFERSON CRUZEquipe EM TEMPO

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

O Dnit informou que a obra de recuperação da BR-319 tem recursos previstos pelo Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC) 2, do gover-no federal, e confi rmou que o único trecho que pendente (aguardando licenciamento ambien-tal do Ibama) são os 400 quilômetros da rodovia.

O Dnit diz, ainda, que tem cumprido as últi-mas exigências feitas pelo Ibama para liberar a obra. Entre elas, a prin-cipal é um levantamento de fauna e fl ora que será feito no período de chu-vas e vazante.

Assim que o levanta-mento for concluído, a obra poderá ser licitada e concluída em dois anos. A BR-319 possui atu-almente cerca de 300 quilômetros pavimenta-dos e com contratos de manutenção.

O órgão reitera que os trechos atingidos com a alagação deste ano foram identifi cados na cheia de 2009. Antes das marcas históricas, a BR nunca havia sofrido esse problema. Após 2009, foi elaborado um projeto para elevar o nível da estrada nesses pontos.

Dnit aguarda licença do Ibama

Segundo do superinten-dente do Ibama, Mário Lú-cio, o licenciamento con-siste na parte central da BR-319, um trecho que com-preende 400 quilômetros.

“Apesar de a rodovia já existir, muitos acham que é apenas fazer uma pavimen-tação. Mas é necessário fa-zer a abertura de uma nova estrada porque a fl oresta já tomou conta do que foi a rodovia”, completa o supe-rintendente do Ibama.

Para o ecólogo norte-americano e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Philip Fearnside, não se pode pensar em desen-volvimento econômico da Amazônia, sem políticas pú-blicas reais de preservação do meio ambiente.

O pesquisador diz que a BR-319 é a obra planeja-da mais desastrosa para a Amazônia. Ele realça que a rodovia não é necessária

para a economia de Ma-naus, muito menos para a sua sobrevivência.

De acordo com tese da pesquisadora Karenina Tei-xeira, da Universidade de São Paulo (USP), é 19% mais barato levar os produ-tos das fábricas da capital amazonense para São Pau-lo usando o sistema atual de barcaças (balsas) e ro-dovias do que pela BR-319, mesmo reestruturando a rodovia sem ônus.

Via é considerada desnecessária

Cheia tem difi cultado, até mesmo, a passagem de veículos de grande porte na BR-319

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Levar o ‘mundo’ na bolsa pode gerar danos à saúdeMania de carregar tudo o que se precisa na bolsa, pode resultar em sérios danos à postura de mulheres e adolescentes

Quanto maiores elas são, maiores as quantidades de ob-jetos dentro. Podem

ser de couro, pano ou qual-quer outro material. As bol-sas femininas, muitas vezes indispensáveis na rotina da mulher moderna, estão cada vez mais pesadas. A mania pode, no entanto, ser dolorosa para o corpo. O ideal é saber equilibrar e dividir o peso.

Maquiagens, chaves, ca-dernos, escovas de dente, cremes, ipads, livros, pro-dutos de higiene pessoal, roupas, chicletes, balas e até mesmo comida. A lista varia conforme o tamanho e o espaço da bolsa.

A publicitária Cássia Me-nini, 26, é conhecida entre os amigos por carregar um pouco de tudo dentro da bolsa. Por conta disso, ela já coleciona uma série de histórias engraçadas.

Cássia diz que sempre tem problemas ao passar pelos detectores de metal dos aero-portos e agências bancárias, por exemplo. Em um desses casos, o detector da agência

acionou e um segurança pediu para verificar o que tinha den-tro de sua bolsa. “Eu perguntei: Você realmente quer ver tudo o que eu tenho na minha bolsa? Ele disse que sim, então eu comecei a tirar, um por um. Então, após alguns minutos ele disse: Moça, não precisa mais tirar nada. Só me mostre a bolsa”, conta.

A publicitária justifica a grande quantidade de mate-rial dentro da bolsa pelo fato de passar mais de 12 horas longe de casa. Na bolsa de Cássia é possível encontrar desde comida até escova de dente. “O peso da minha bolsa chega a ser deV

Na bolsa de Danielle Pací-fico, 23, a situação é seme-lhante. Devido à rotina, ela afirma ser mais fácil deixar tudo a seu alcance. “Minha bolsa é muito pesada. O pior é que eu ando com ela só de um lado do ombro”.

MÔNICA FIGUEIREDOEquipe EM TEMPO

A fisioterapeuta Rhan-da Amin, da Physio Vida, explica que esse tipo de ação pode resultar em problemas tanto em ado-lescentes quanto em mu-lheres adultas.

Ela ressalta que, no caso das adolescentes, o perigo está nas mochilas, pois o corpo ainda não está for-mado e o peso pode resultar em uma escoliose. “Quan-do a adolescente para de crescer, a escoliose não

aumenta mais, mas não diminui o problema”.

Já nos adultos, quem tem tendência à hérnia de dis-co, o peso da bolsa pode causar dores nas costas, muscular e torcicolo, com possibilidade de evolução para uma hérnia de disco lombar ou cervical.

“O ideal é tentar dividir o peso. Eu, por exemplo, faço isso. Deixo metade na bolsa e a outra metade levo na mão, como o notebook”.

Ideal é dividir todo o peso

O quiroprata Asplinger Alves destaca os principais sintomas de quem costu-ma carregar bolsas muito pesadas: cansaço, dor de cabeça, ombros curvados para frente, visíveis quando a pessoa se olha no espelho. Segundo o especialista, a

melhor forma de resolver o problema é corrigir o desalinhamento da coluna com sessões de quiropra-xia. “A pessoa pode usar a bolsa com tranquilidade, mas é importante que faça o acompanhamento a cada seis meses”, conclui.

Os sintomas do exagero

Publicitária, Cássia confessa sentir dores por conta da bolsa

SHANA REIS

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Guerra do tráfico acumula crianças orfãs em ManausAssassinatos de pais na frente dos filhos têm virado rotina em Manaus e gera preocupação quanto ao futuro dos pequenos

“Sinceramente não sei como vamos fazer para criar essas crianças”.

O lamento é do industriário Jailson Dias, 32, tio de três crianças — de 3, 4 e 5 anos —, que ficaram órfãs após os pais, o casal Geovane Pinto dos Santos, 32, o “Macaqui-nho”; e Jucenilda Dias Silva, 36, terem sido executados na última semana, por envolvi-mento com o tráfico.

O casal, juntamente com o pai de Geovane, Francis-co Chagas Nascimento, 50, o “Chicão”, foi morto a tiros em uma casa de madeira que servia de ponto de venda de drogas, no beco Itapemirim, no Terra Nova 3, Zona Norte, no último dia 21.

A filha mais nova do casal, de apenas 3 anos, viu os pais se-rem assassinados. De acordo com um vizinho, que assistiu o crime, antes de atirar o pis-toleiro viu a menina e disse: “Vai-te embora daqui”.

A cena de crianças presen-ciando a morte dos pais se repetiu na morte de Hugo Alcântara Cipriano, 30, o “Japinha”. Ele estava com

o filho de 3 anos no colo, em uma lanchonete no bair-ro União, Zona Centro-Sul, quando foi executado com 15 tiros, todos na cabeça, no último dia 15.

Para especialistas, as crian-ças que assistiram o assassi-nato dos pais por pistoleiros, a mando de traficantes, têm grandes possibilidades de

apresentarem sequelas pelo resto da vida. “Fora a lem-brança de terem o pai assas-sinado, elas podem desenvol-ver agressividade”, ressalta a conselheira tutelar da Zona Norte, Silvânia Silveira.

Os três filhos do casal Geova-ne e Jucenilda vivem agora com os tios, no mesmo bairro onde os pais foram executados.

Segundo os vizinhos, os pais não tinham muito cuidado com as crianças, que viviam nas ruas do bairro, sem in-fraestrutura e violento. Ainda de acordo com moradores da área, os pequenos não rece-biam educação adequada e eram maltratados.

“Vai ser difícil criá-los, mas vamos lutar para educá-los e ensinar as coisas boas a fim de mantê-los longe de coisas ruins, como as que levaram os pais à morte”, disse um parente, que pediu para não ser identificado.

Sem apoio e ajudaEm Manaus não há uma

estatística de crianças que hoje estão órfãs porque seus pais foram presos ou assas-sinados por conta do tráfico de drogas.

A conselheira tutelar Silvâ-nia Silveira admitiu que tam-bém não há política direciona-da para prestar apoio a essas crianças. O que existe é uma rede de atendimento direcio-nada a essas vítimas mirins, principalmente de maus-tra-tos, atendidas em centros de referência em Assistência Social (Cras) e nos Centros de Atendimento Integral a Mu-lher e a Infância (Caimis).

REGISTROSApenas nas últimas semanas, duas crian-ças presenciaram o assassinato dos pais, suspeitos de envolvi-mento no tráfico de entorpecentes. Hoje, elas vivem com parentes próximos

Filhos são os que mais sofrem com os assassinatos do tráfico

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Não são só as crian-ças que têm sofrido na pele a violência do tráfico. Muitos jovens também são assassi-nados. Levantamento da Delegacia Especia-lizada em Homicídios e Sequestros (DEHS) aponta que as as víti-mas de homicídios são jovens entre 15 a 25 anos, de classe A e B, e pouca escolaridade.

O problema social, principalmente o de-semprego e pobreza, são as oportunidades que tornam esse públi-co presa fácil para os traficantes.

De acordo com a Dele-gacia Especializada em Prevenção e Repressão a Entorpecentes (De-pre), a guerra tem dei-xado crianças órfãs e matado jovens.

Mortos são jovens de 15 a 25 anos

NILSON BELÉMEquipe EM TEMPO

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012 C5

Manaus: a cidade do lixoMesmo diante de uma série de ações de limpeza, de campanhas de conscientização quanto à coleta seletiva, a capital amazonense vive em meio ao lixo. A cheia parece ter vindo apenas evidenciar, principalmente, a falta de consciência ambiental de quem vive nela

Evidenciado com a elevação do nível das águas do rio Negro, o lixo acumulado em

igarapés da cidade é consi-derado, por especialistas e ambientalistas, o reflexo da falta de consciência ambien-tal da população. A mesma ausência de educação pode ser constatada, não somente na orla de Manaus, mas em ruas, terrenos baldios, áreas verdes e canteiros centrais de praticamente todas as zonas da capital amazonense. E para constatar tal fato, basta dar uma volta pela cidade, que de ponto turístico e futura cida-de-sede da Copa de 2014, tem se tornado a cidade do lixo.

Um dos focos do descaso e de acúmulo de lixo está na rua H do conjunto Osvaldo Frota, Zona Norte. No local há um terreno baldio, onde morado-res da área costumam jogar garrafas plásticas, geladeiras, fogões velhos, e objetos que poderiam ser reciclados ou reaproveitados. A denúncia é feita pelos próprios residentes no bairro. Próximo a área exis-te, inclusive, uma lixeira,

Comerciantes da área ques-tionam e criticam a atitude. Para o vendedor Auri Gon-çalves, 39, o ato é preocu-pante, pois prejudica a toda população. “Eles jogam tudo aqui nesse terreno. A área, pelo o que sabemos, é de

um advogado e está abando-nada, mas isso não justifica as pessoas jogarem lixo lá e prejudicarem o restante da população”, protesta.

Situação semelhante ocor-re constantemente, segundo moradores, em área verde localizada nas proximidades da rua 3, no conjunto Hileia, Zona Centro-Oeste. No local, sinalizado com placas de pre-servação ambiental, o lixo acu-mulado pode ser observado em diversos pontos.

O material jogado nas pro-ximidades do matagal gera sujeira e foi, por inúmeras vezes, denunciado aos órgãos fiscalizadores e responsáveis pela limpeza publica da cida-de. Para um dos moradores do conjunto, que não quis ser identificado, o problema é re-sultado da junção de uma série de fatores.

“É preciso uma união entre a população e o poder público. Esse lixo não é o domiciliar, pois a coleta aqui passa todos

os dias, mas o povo joga gar-rafas, colchões. Até carcaça de carro já vi”, comenta.

O morador diz, ainda, que atualmente o mato toma con-ta da área e quando é feita uma limpeza na redondeza, pessoas costumam evitar jo-gar lixo. “Quando o local é limpo, eles não sujam, mas quando tem muito mato, eles se acham no direito de sujar ainda mais”, lamenta.

Para ele, além de medidas educativas, como orientações e explicações sobre as con-sequências de se jogar lixo em qualquer lugar, é preciso apresentar alternativas para a população.

ReeduçaçãoA gerente de licenciamento

industrial do Instituto de Pro-teção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) e química, Aldenira Queiroz, aposta na coleta seletiva e na mudan-ça de hábito dos moradores, como alternativas.

De acordo com ela, resí-duos espalhados por locais impróprios entopem bueiros, potencializam as enchentes e alagações, contribuem para a proliferação de doenças, como dengue, leptospirose, diarreia e outras de veicu-lação hídrica. “Não há saída se não houver mudança de hábito de consumo, mudança de hábito de vida, reeducação dos cidadãos, por mais que o sistema público de limpeza evolua”, afirma.

Terrenos baldios de Manaus também são alvo de pessoas sem consciência ambiental

Com a subida dos rios, alguns igarapés de Manaus transbordaram e evidenciaram o lixo

Lixo é despejado, mesmo que áreas da cidade tenham placa avisando sobre a proibição

Moradores de algumas zonas de Manaus despejam restos de móveis em cima das calçadas

Enchente fez com que lixo despejado nos rios deixasse moradores “ilhados”, em alguns bairros

IZABEL GUEDES Equipe EM TEMPO

REVOLTAAinda existem na capi-tal amazonense mora-dores que se revoltam com a atitude “porca” e despreocupada de vizi-nhos que despejam lixo nas ruas e em áreas verdes como se fosse algo normal

Tanto lixo sendo produzi-do e acumulado reflete na ação de limpeza da cidade. Mensalmente, a Secretaria Municipal de Limpeza Pú-blica (Semulsp) recolhe em média, por dia, somente de lixo domiciliar, aproximada-mente três mil toneladas.

Por mês, esse número chega a 80 mil toneladas ao ano. Quanto à limpeza dos igarapés, o órgão reti-rou, somente nos primeiros 15 dias do mês de maio, mais de mil toneladas de resíduos sólidos, despeja-

dos em igarapés. Segundo o secretário mu-

nicipal de limpeza pública, Túlio Kniphoff, somente a limpeza dos igarapés — para onde vai o lixo jogado nas ruas e bueiros —, gera gasto mensal de cerca de R$ 1,6 milhão.

Esse valor, segundo o se-cretário da Semulsp, pode-ria ser investido em outras ações para melhor atender a população, se não fosse a falta de educação am-biental das pessoas.

Para ele, a população per-

de dinheiro com a mania de jogar lixo fora. Isso porque, até objetos recicláveis, que poderiam ser vendidos e render lucro para as pes-soas que os descartaram, foram encontrados dentro dos igarapés.

“Já retiramos até uma carcaça de Kombi de den-tro d’água. Isso só mos-tra o descaso de como a população está jogando o próprio dinheiro no lixo, já que encontramos ferro e PETs que poderiam ser vendidos”, afirmou.

Um milhão por mês, em limpeza

Na tentativa de cons-cientizar as pessoas, a Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) estruturou uma equipe es-pecializada para monitorar ocorrências.

O grupo é coordenado pela Comissão Especial de Divulgação e Orientação da Política de Limpeza Pública (Cedolp) e reali-

za trabalho nas casas às margens dos igarapés e em outras zonas da cidade.

Durante as “visitas”, as pessoas são orientadas a não jogar o lixo nas águas e a fazer coleta seletiva, reduzindo a quantidade de resíduos gerados em cada casa. Para isso, foram mon-tados 67 pontos de entrega voluntária (PEVs) de resídu-

os recicláveis em escolas municipais da cidade, além das cooperativas que traba-lham com lixo e materiais reaproveitáveis.

Os endereços desses lo-cais podem ser encontra-dos no site da Semuslp, por meio do endereço eletrôni-co http://semulsp.manaus.am.gov ou pelo telefone 0800-0926356.

Conscientização e alternativas

Além da Secretaria Mu-nicipal de Limpeza Pública (Semulsp), que recebe média de 195 denúncias relaciona-das ao descarte incorreto de lixo na cidade, por mês, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustenta-bilidade (Semmas) também atua na notificação dos res-ponsáveis por lixo despejado em áreas de preservação ambiental da cidade.

No caso das empresas,

o proprietário que for fla-grado fazendo o descarte nas ruas, será multado com base nos artigos 136 e 137 do Código Ambiental do Mu-nicípio de Manaus.

O valor das multas , segundo informações da Semmas, varia de R$ 663,40 a R$ 6 milhões.

As penalidades para quem suja a cidade são enquadra-das como leve, grave, muito grave e gravíssima.

O valor dessas infrações é aplicado em Unidades Fiscais do Município (UFM), que atualmente custam R$ 66,34 cada.

No caso das áreas verdes, o órgão informou que as denúncias não são frequen-tes, mas a Semmas mapeou esses locais e fez a coloca-ção de placas que ajudam a visualizar o espaço e aler-tam sobre a proibição de despejo de lixo.

Quem sujar, pode ser multado

DIEGO JANATAJOEL ROSA

IONE MORENODIEGO JANATA

DIEGO JANATA

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012 C5

Manaus: a cidade do lixoMesmo diante de uma série de ações de limpeza, de campanhas de conscientização quanto à coleta seletiva, a capital amazonense vive em meio ao lixo. A cheia parece ter vindo apenas evidenciar, principalmente, a falta de consciência ambiental de quem vive nela

Evidenciado com a elevação do nível das águas do rio Negro, o lixo acumulado em

igarapés da cidade é consi-derado, por especialistas e ambientalistas, o reflexo da falta de consciência ambien-tal da população. A mesma ausência de educação pode ser constatada, não somente na orla de Manaus, mas em ruas, terrenos baldios, áreas verdes e canteiros centrais de praticamente todas as zonas da capital amazonense. E para constatar tal fato, basta dar uma volta pela cidade, que de ponto turístico e futura cida-de-sede da Copa de 2014, tem se tornado a cidade do lixo.

Um dos focos do descaso e de acúmulo de lixo está na rua H do conjunto Osvaldo Frota, Zona Norte. No local há um terreno baldio, onde morado-res da área costumam jogar garrafas plásticas, geladeiras, fogões velhos, e objetos que poderiam ser reciclados ou reaproveitados. A denúncia é feita pelos próprios residentes no bairro. Próximo a área exis-te, inclusive, uma lixeira,

Comerciantes da área ques-tionam e criticam a atitude. Para o vendedor Auri Gon-çalves, 39, o ato é preocu-pante, pois prejudica a toda população. “Eles jogam tudo aqui nesse terreno. A área, pelo o que sabemos, é de

um advogado e está abando-nada, mas isso não justifica as pessoas jogarem lixo lá e prejudicarem o restante da população”, protesta.

Situação semelhante ocor-re constantemente, segundo moradores, em área verde localizada nas proximidades da rua 3, no conjunto Hileia, Zona Centro-Oeste. No local, sinalizado com placas de pre-servação ambiental, o lixo acu-mulado pode ser observado em diversos pontos.

O material jogado nas pro-ximidades do matagal gera sujeira e foi, por inúmeras vezes, denunciado aos órgãos fiscalizadores e responsáveis pela limpeza publica da cida-de. Para um dos moradores do conjunto, que não quis ser identificado, o problema é re-sultado da junção de uma série de fatores.

“É preciso uma união entre a população e o poder público. Esse lixo não é o domiciliar, pois a coleta aqui passa todos

os dias, mas o povo joga gar-rafas, colchões. Até carcaça de carro já vi”, comenta.

O morador diz, ainda, que atualmente o mato toma con-ta da área e quando é feita uma limpeza na redondeza, pessoas costumam evitar jo-gar lixo. “Quando o local é limpo, eles não sujam, mas quando tem muito mato, eles se acham no direito de sujar ainda mais”, lamenta.

Para ele, além de medidas educativas, como orientações e explicações sobre as con-sequências de se jogar lixo em qualquer lugar, é preciso apresentar alternativas para a população.

ReeduçaçãoA gerente de licenciamento

industrial do Instituto de Pro-teção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) e química, Aldenira Queiroz, aposta na coleta seletiva e na mudan-ça de hábito dos moradores, como alternativas.

De acordo com ela, resí-duos espalhados por locais impróprios entopem bueiros, potencializam as enchentes e alagações, contribuem para a proliferação de doenças, como dengue, leptospirose, diarreia e outras de veicu-lação hídrica. “Não há saída se não houver mudança de hábito de consumo, mudança de hábito de vida, reeducação dos cidadãos, por mais que o sistema público de limpeza evolua”, afirma.

Terrenos baldios de Manaus também são alvo de pessoas sem consciência ambiental

Com a subida dos rios, alguns igarapés de Manaus transbordaram e evidenciaram o lixo

Lixo é despejado, mesmo que áreas da cidade tenham placa avisando sobre a proibição

Moradores de algumas zonas de Manaus despejam restos de móveis em cima das calçadas

Enchente fez com que lixo despejado nos rios deixasse moradores “ilhados”, em alguns bairros

IZABEL GUEDES Equipe EM TEMPO

REVOLTAAinda existem na capi-tal amazonense mora-dores que se revoltam com a atitude “porca” e despreocupada de vizi-nhos que despejam lixo nas ruas e em áreas verdes como se fosse algo normal

Tanto lixo sendo produzi-do e acumulado reflete na ação de limpeza da cidade. Mensalmente, a Secretaria Municipal de Limpeza Pú-blica (Semulsp) recolhe em média, por dia, somente de lixo domiciliar, aproximada-mente três mil toneladas.

Por mês, esse número chega a 80 mil toneladas ao ano. Quanto à limpeza dos igarapés, o órgão reti-rou, somente nos primeiros 15 dias do mês de maio, mais de mil toneladas de resíduos sólidos, despeja-

dos em igarapés. Segundo o secretário mu-

nicipal de limpeza pública, Túlio Kniphoff, somente a limpeza dos igarapés — para onde vai o lixo jogado nas ruas e bueiros —, gera gasto mensal de cerca de R$ 1,6 milhão.

Esse valor, segundo o se-cretário da Semulsp, pode-ria ser investido em outras ações para melhor atender a população, se não fosse a falta de educação am-biental das pessoas.

Para ele, a população per-

de dinheiro com a mania de jogar lixo fora. Isso porque, até objetos recicláveis, que poderiam ser vendidos e render lucro para as pes-soas que os descartaram, foram encontrados dentro dos igarapés.

“Já retiramos até uma carcaça de Kombi de den-tro d’água. Isso só mos-tra o descaso de como a população está jogando o próprio dinheiro no lixo, já que encontramos ferro e PETs que poderiam ser vendidos”, afirmou.

Um milhão por mês, em limpeza

Na tentativa de cons-cientizar as pessoas, a Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) estruturou uma equipe es-pecializada para monitorar ocorrências.

O grupo é coordenado pela Comissão Especial de Divulgação e Orientação da Política de Limpeza Pública (Cedolp) e reali-

za trabalho nas casas às margens dos igarapés e em outras zonas da cidade.

Durante as “visitas”, as pessoas são orientadas a não jogar o lixo nas águas e a fazer coleta seletiva, reduzindo a quantidade de resíduos gerados em cada casa. Para isso, foram mon-tados 67 pontos de entrega voluntária (PEVs) de resídu-

os recicláveis em escolas municipais da cidade, além das cooperativas que traba-lham com lixo e materiais reaproveitáveis.

Os endereços desses lo-cais podem ser encontra-dos no site da Semuslp, por meio do endereço eletrôni-co http://semulsp.manaus.am.gov ou pelo telefone 0800-0926356.

Conscientização e alternativas

Além da Secretaria Mu-nicipal de Limpeza Pública (Semulsp), que recebe média de 195 denúncias relaciona-das ao descarte incorreto de lixo na cidade, por mês, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustenta-bilidade (Semmas) também atua na notificação dos res-ponsáveis por lixo despejado em áreas de preservação ambiental da cidade.

No caso das empresas,

o proprietário que for fla-grado fazendo o descarte nas ruas, será multado com base nos artigos 136 e 137 do Código Ambiental do Mu-nicípio de Manaus.

O valor das multas , segundo informações da Semmas, varia de R$ 663,40 a R$ 6 milhões.

As penalidades para quem suja a cidade são enquadra-das como leve, grave, muito grave e gravíssima.

O valor dessas infrações é aplicado em Unidades Fiscais do Município (UFM), que atualmente custam R$ 66,34 cada.

No caso das áreas verdes, o órgão informou que as denúncias não são frequen-tes, mas a Semmas mapeou esses locais e fez a coloca-ção de placas que ajudam a visualizar o espaço e aler-tam sobre a proibição de despejo de lixo.

Quem sujar, pode ser multado

DIEGO JANATAJOEL ROSA

IONE MORENODIEGO JANATA

DIEGO JANATA

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Indígenas tiram sustento de lixão no interior do AMMoradores de uma comunidade em São Gabriel da Cachoeira, índios são vizinhos de lixão e levam vida de catadores

A comunidade indígena Nova Esperança, lo-calizada no município de São Gabriel da Ca-

choeira (a 852 quilômetros de Manaus), tem vivido em meio ao lixo. Dividindo terreno com o lixão municipal, instalado bem em frente às suas terras, os mesmos índios que antiga-mente se sentiam incomoda-dos e consideravam o lixão uma agressão à sua cultura, tornaram-se dependentes do ‘amontoado vizinho’.

Hoje, as mais de 30 famílias do local vivem da venda de re-síduos e chegam até a procurar comida no meio dos detritos.

Ladslau Navarro, líder da comunidade, disse que a pos-tura dos moradores diante do lixão não é opção e sim, necessidade. “Todos acaba-mos nos tornando catadores e isso tem nos sustentado até agora. O principal objetivo é garantir a sobrevivência e a continuidade da nossa comunidade”, afirma.

Ele admite, no entanto, que existem pessoas que ultra-passam os limites, chegando a procurar por comida no lixão. “Sei de casos de pessoas

que foram procurar comida por lá, mas eles já foram orientados para evitar esse tipo de coisa. Mas aqui isso acontece”, conta.

Ciente da situação, o agente de vigilância sanitária Clau-dêncio de Menezes, entrega, constantemente alimentos para os comunitários. “Se nós jogarmos fora alimentos ven-

cidos, daqui a pouco eles vêm e pegam. Uma vez enterramos e, mesmo assim, eles desen-terraram tudo poucos minutos depois”, lembra o agente.

Outro morador da Nova Esperança, o índio baré An-gles Bentes, disse que, como catadores de lixo, as famí-lias têm mantido o sustento, mesmo que com pouco. “Não é vergonhoso viver do lixo. O

importante é ter como viver honestamente, mas as con-dições poderiam ser melhores do que essas”, ressalta.

Sobre a estrutura e funcio-namento do lixão, a inspeção realizada pela promotoria de Justiça de São Gabriel da Ca-choeira verificou que o local está cercado, mas não há nenhum tipo de controle de entrada e saída de pessoas. Além disso, não é realizada a separação dos resíduos, que chegam a ser queimados.

Navarro afirma que um gru-po de pessoas vive na área, muito antes da instalação do lixão no outro lado da rua. Segundo ele, os moradores da área reclamam de problemas na pele, diarréia, dores de cabeça e excesso de moscas na comunidade, ocasionadas pela presença do lixão.

O Ministério Público do Es-tado do Amazonas (MPE-AM) realiza ações sobre o uso de equipamentos de proteção in-dividual pelos lixeiros, e colo-cação de lixeiras na cidade. A prefeitura do município afirma que existe projeto para a cria-ção de um aterro sanitário. A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que elabora plano de apoio para as comu-nidades da região.

WILLIAM GASPAREspecial EM TEMPO

MUDANÇASe antigamente osíndios reclamavam da presenção do lixão pró-ximo à comunidade e o encaravam como uma ofensa a sua cultura, hoje, eles o veem como fonte de renda e sobrevivência

Representante da Arqui-diocese de Manaus, que acompanha a situação dos indígenas no município, Marcela Vieira diz acredi-tar que com a implantação da lixeira pública no local, a população se tornou depen-dente. “Antes, essas pessoas viviam da agricultura fami-

liar, cultivavam para sobre-viver. Hoje em dia o lixo é sua principal fonte de renda. Eles se acomodaram com essa posição”, ressalta.

Marcela afirma que o com-prador da coleta da comuni-dade tem feito fortuna com o trabalho dos indígenas. “Eles colhem e vendem para

um único atravessador, que paga muito pouco e vende caro depois. Ele fica rico e os catadores têm que sobrevi-ver com pouco”, lamenta.

Ela acha que, com a im-plantação da coleta seleti-va e com a construção do galpão, a vida dos índios será facilitada.

Totalmente dependentes do lixo

Moradores de área próxima ao lixão, índios criaram relação de dependência com lixo encontrado

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Reforço escolar é ‘aliado’ bastante utilizado por paisDeixar os filhos em aulas particulares ainda é o recurso a que muitos pais, que vivem a correria do dia a dia, recorrem hoje

Seja por dificuldade de aprendizado ou para ocupar o tempo das crianças e adoles-

centes, as aulas de reforço seguem como medidas alter-nativas para muitos pais que, devido a correria do dia a dia, não têm tempo para lidar com a rotina escolar dos filhos.

O método, utilizado e pro-curado por muitas pessoas, é hoje a ocupação de profissio-nais da educação que optaram em deixar de lado a rotina das escolas para se dedicarem somente às aulas ministrada em casa. Mesmo utilizando a metodologia como meio lucrativo, esses professores afirmam que a paixão por ensinar é mais gratificante que o lucro.

Edilson Moraes, 50, é uma dessas pessoas. Atualmente, ele dá aulas de reforço em um pequeno espaço de sua casa, no bairro Raiz, Zona Sul, onde concilia seu dia e o ensino com alunos de vários graus escolares e faixas etárias.

No exercício da profissão há 20 anos, ele diz que o maior reconhecimento do trabalho

dele é ver ex-alunos levando os filhos para também estu-darem no local.

“Tenho ex-alunos que são formados, doutores. Muitos deles trazem os filhos para ter aula aqui comigo. Isso é sinal de que estou fazendo o meu trabalho direito”, co-memora.

Moraes lembra que o iní-

cio das aulas particulares foi quando ele ainda estudava e auxiliava os colegas com difi-culdades em matemática.

Desde então, ele diz não ter parado mais e se especia-lizado na profissão. Edilson Moraes ressalta ainda, que a maioria dos pais de estu-dantes — na faixa etária de 12 a 16 anos — busca, por

meio de aulas de reforço, melhor empenho do filho em determinada matéria. “Não posso afirmar que eles trazem o filho para ocupar o tempo deles, mas com certeza bus-cam melhoria no aprendizado dos pequenos”, ressalta.

RecompensaA professora Maria Ale-

crim, 54, também diz ter uma ligação de amor com a profissão. Formada em ma-gistério, ela diz nunca ter le-cionado em escolas públicas ou particulares, por trabalhar apenas com aulas de reforço há mais de 30 anos.

Hoje ela ministra aulas para crianças com idade entre 6 e 13 anos e diz ter preferência por crianças pequenas. As aulas são dadas em um pe-queno espaço de sua casa, no São Jorge, Zona Centro-Oes-te, em horários diferenciados durante o dia.

Para ela, o mais gratificante na sua profissão é o reconhe-cimento dos alunos quando o objetivo é alcançado. Maria Alecrim diz ter se emocio-nado ao saber que um aluno dela havia passado em um concurso público. “Eu fiquei emocionada”, lembra.

GRATIFICANTEProfessores de aulas particulares dizem que a maior gratificação de ministrar aulas em casa é, após algum tempo, ver ex-alunos se graduando ou levan-do os filhos para ter aulas no mesmo lugar

A mãe de Sâmia Mendon-ça, 10, a administradora Cláudia Mendonça, 34, diz ter optado por colocar a fi-lha em uma aula de reforço, para amenizar as dificulda-des da menina nas aulas de matemática.

A criança, apesar de es-tudar em uma escola parti-cular da cidade, apresenta dificuldades em algumas disciplinas.

A administradora afirma que a medida também ser-ve para ocupar o tempo.

“Para mim, a aula de reforço tem dois sentidos. Melhora o aprendizado da Sâmia e ocupa o seu tempo tam-bém. Até porque eu trabalho muito e não tenho tempo de acompanhar o aprendizado dela”, conclui.

Resultado além do aprendizado

Edilson Moraes divide um espaço, na sua casa mesmo, para ensinar crianças e adolescentes

MÁRIO OLIVEIRA

IZABEL GUEDESEquipe EM TEMPO

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Hábito de comer tucumã pode prevenir um câncerSegundo resultados iniciais de estudo da Unati, o fruto tem uma substância que protege de vírus, bactéria e melhora a visão

O tucumã, um dos fru-tos mais consumi-dos pela população amazonense pode

ser um dos antídotos para o câncer. Estudos realizados pela Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati), em parceria com a Universida-de Federal de Santa Maria (UFSM) do Rio Grande do Sul, apontaram que a fruta é rica em flavonóide (substância an-tioxidante que protege do cân-cer, retarda o envelhecimento e evita doenças cardíacas).

O primeiro teste foi realiza-do, inicialmente, com células infectadas com o câncer de mama e o resultado foi con-siderado satisfatório para os pesquisadores.

Um estudo realizado pelo doutor em geriatria, Euler Ribeiro — em parceria com a doutora em genética do envelhecimento, Ivana Mani-ca da Cruz (UFSM) — so-bre a nutrição do homem da floresta, levanta dados que comprovam que idosos do município de Maués (a 276 quilômetros da capital amazo-nense) vivem mais por conta da alimentação baseada em

frutos na floresta. Entre eles estão o pescado, derivados de mandioca e os frutos, es-pecialmente o tucumã.

Segundo o Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), o município é a região onde as pessoas apresentam idade acima da média brasi-leira, e a maioria dos idosos leva uma vida saudável mes-

mo com mais de 80 anos.De acordo com Ribeiro, há

três frutos ricos em flavo-nóide: a pupunha, o buriti e o tucumã. Quanto mais as pessoas se alimentam deles, mas elas ficam protegidas das bactérias, vírus e, ainda, me-lhoram a visão.

“Durante pesquisa com o extrato alcoólico do tucumã, pegamos a casca e a pol-

pa da fruta e colocamos em placas de vidro próprias para laboratório. Em uma, pusemos células de mamas normais, e em outras, células de câncer de mama. Após 24 horas no óleo do tucumã, as células cancerígenas morreram. Com as células normais nada acon-teceu”, comenta o geriatra.

O próximo passo é realizar pesquisas em camundongos, que receberão injeções de células cancerígenas. Caso haja resultados positivos, os experimentos passarão a ser feitos em humanos.

Será concluído que quem ingere o fruto pode, frequen-temente e sem querer, estar aumentando a imunidade con-tra a degeneração de tumores. “Alguns laboratórios médicos nos procuraram para fazer estudos adiantados. Pode ser que no futuro possamos ter um produto anticancerígeno a partir do tucumã. Se isso acontecer, será uma desco-berta fantástica”, ressalta.

Dados da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) mostram que em 2010 o nú-mero de casos de câncer no Estado era de 821.611 mil pes-soas. Em 2011, o total subiu para 855.082 mil pessoas.

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

A nutricionista Jovana Be-noliel recomenda o consumo diário do tucumã e infor-ma que ele se assemelha a uma fruta riquíssima em fibra, que acelera o transi-to intestinal. O consumo só deve ser balanceado para pessoas que tem algum tipo

de doença específica, oca-sionada por gordura.

“O pigmento alaranjado que contém no tucumã, produz a vitamina A, muito importante para o organis-mo. A combinação pão com tucumã é muito melhor do que a combinação com quei-

jo, por conta das calorias e das fibras encontradas no queijo, que podem não ser boas para o intestino. Como é um alimento saudável, as pessoas podem comer sem preocupação, caso não te-nha problemas relacionados a nenhum tipo de gordura”.

Recomendado por nutricionistas

Tucumã é parte integrante da alimentação do amazonense. Fruto regional é alvo de estudos

DIVULGAÇÃO

EXPERIÊNCIAO primeiro teste com a substância flavonóide, contida no tucumã, foi feito em células infectadas com câncer. Após 24 horas mergulhadas no óleo de tucumã, todas as cancerígenas morreram

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012 [email protected] (92) 3090-1042

Chaminéestá fechado

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Não. Falar sobre a Amazônia, ou pre-cisamente sobre as peculiaridades

amazonenses, em forma de música não é uma novidade, de fato. Há pelo menos 30 anos, o grupo Raízes Cabo-clas, idealizado pelo músico e poeta Celdo Braga (atual-mente no grupo Imbaúba), já se propunha a isso de maneira própria. Antes dis-so, o artista Adelson Santos – atualmente regente da Or-questra Vozes da Ufam (Uni-versidade Federal do Amazo-nas) – também o fez. Então, o que há de tão diferente na música considerada regional produzida por bandas com no máximo 10 dez anos de estrada, para atrair uma le-gião crescente de fãs?

Embora exista certo clichê no discurso da maioria dos músicos, sobre a discordân-cia da aplicação de “rótulos”, é preciso estabelecer que nesse aspecto está sendo considerada música regional como aquela que exalta ora as características naturais da terra, ora o cotidiano de sua população, entre outros temas. Para o cofundador do grupo Raízes Caboclas, o percussionista Eliberto Bar-roncas, tempo e espaço são fatores determinantes para justifi car a aceitabilidade da nova geração de composito-res locais. “Acredito que as iniciativas artísticas do pas-sado motivaram essas outras

bandas de hoje. Uma das maiores diferen-

ças é que agora os grupos têm maior consciência polí-tico-cultural. “O nosso mo-mento era outro, pois havia uma necessidade de ter uma representação cultural que pudesse traduzir os valores da terra. Começamos atrain-do o público adulto, depois o universitário que, motivado pelos pais, passou a gostar do trabalho”, refl ete Barron-cas, enfatizando que a cria-

ção do Raízes, por exemplo, foi motivada por uma leitura romântica de iniciar algo se-melhante a alguns grupos do Sul do país, que cantavam suas naturezas.

Barroncas também admi-te que os grupos atuais têm um apelo atrativo vinculado à sonoridade assumida. “Ob-servo que as bandas atuais trabalham com uma estética musical mais madura do que tínhamos naquela época. Elas atraem muito mais os jovens, o ‘povo’ do rock, etc.”, diz.

ExperimentalFormada por Clovis Rodri-

gues (voz), Denilson Novo (guitarra), Miquéias Pinheiro (baixo) e Ygor Saunier (bate-ria), a banda Os Tucumanus tem no setlist, por exemplo, as obras autorais “Palafi tas” e “O boto”, que transportam em si leituras sociais explícitas. “O regional não é uma bandeira de marketing. É uma consta-tação. Na época da Platinados (antiga banda de rock local), já se cantava o nosso jeito de falar. A gente se despiu do estigma de que roqueiro não pode curtir outro som e demos vazão ao lance experimental, atendendo a uma necessida-de de ampliar os horizontes. Decidimos cantar de uma for-ma a explorar o nosso som, nossa musicalidade, falando do caboclo, do governo, sem melodias chorosas pela mata. Não que não gostemos, mas nossa realidade é diferente”, comenta Denilson.

Para ele, muito do atrati-vo exercido sobre o público se deve pela reprodução das sonoridades, o que perpassa pelas melodias de rock. “A pessoas divulgam o nosso tra-balho porque a gente está no meio do segmento que eles curtem ouvir, não é fabricado um produto para vender a Amazônia. É uma identifi ca-ção natural, sem apelação. A música ‘Churrasco de gato’ é um ‘beiradão’ e, antes de incluí-la no setlist, a gente achava que a galera não ia gostar, mas não houve rejei-ção porque todos entenderam que era algo nosso”, completa.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Os ‘novos caras’da música regional

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Não é fabricado um produto para vender a Amazônia. É uma identifi cação natu-ral, sem apelação ou mesmo estilo

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Denilson Novo, guitarrista da Tucumanus

Davi Escobar, guitarrista e vocalista da banda Alaide-negão, afi rma que embora tivesse sido difícil o acesso aos palcos da cidade no início da trajetória lá pelos idos de 2008, pelo fato de interpretarem exclusiva-mente músicas próprias, a conquista de público se tornou relativamente fácil a partir da identifi cação com

as letras e com a “pulsação” da melodia. “Acho que a mistura de ritmos regionais com algo mais dançante, uma pegada mais latina e as letras que falam de algo sobre o qual a pessoa enten-de, como Praia da Lua, que as pessoas vão lá, associam a letra com suas próprias histórias, são fatores que atraem o público”, analisa.

A pulsação da Alaidenegão

Uma das revelações amazonese é a banda Alaídenegão

A banda Cabocriou-lo, liderada por Milton Jorge, traduz o sucesso popular por meio da própria musicalidade. “A gente sempre conse-guiu as coisas por cau-sa da música. Nunca fomos muito organiza-dos mesmo. São 7 anos de banda e já fi zemos alguns eventos que mo-vimentaram a cena em Manaus, muitos shows em botequinhos, que ajudaram a popularizar nosso nome e fizeram com que tocássemos mais. O conteúdo das músicas fala o nosso dia a dia, não existe nada publicitário por trás disso”, diz o cantor e violonista.

Diferentemente das demais bandas, a Ca-bocrioulo é que mais mescla canções de ou-tros artistas famosos no repertório. “O grupo toca coisas antigas, o que atrai muita gente diferente. Como a gen-te mistura as músicas próprias, até cover pa-rece que é nossa e a galera curte”, afi rma o vocalista Milton.

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Bandas locais conquistam cada vez mais o público jovem com letras que retratam realidades da região amazônica

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

. A recém-nascida fêmea de peixe-boi do CPPMA (Centros de Preservação e Pesquisa de Ma-míferos Aquáticos) da Eletrobras Amazonas Energia, na Vila de Balbina, acaba de ser batizada.

. O sétimo animal nascido em cativeiro será chamado de Amã, nome sugerido por Juliano Pra-do, um garoto de apenas nove anos, que vive com a família na comunidade ribeirinha Santa Helena do Abacate, localizada no rio Abacate, afl uente da mar-gem esquerda do rio Uatumã. O concurso para selecionar o nome do fi lhote foi realizado na última semana durante a segunda ex-pedição do projeto “Protegendo a vida na Amazônia”.

>> Centro de Preservação

>> A lista de presenças confi rmadas na Festa dos Namorados em ritmo ju-nino que esta coluna irá promover, no dia 12 de junho no Diamond, já está bem extensa de nomes do society estrelado: Jéssica e David Tayah, Alessandra e Cristiano Brandão, Lúcia e Livio Assayag, Beth e Sil-vestre Castro Filho, Helena e Júlio Verne do Carmo Ribeiro, Patrícia e Douglas Akel, Milena e Érico Dester-ro e Silva, Glória e Miguel Carratte, Carol e Mario Frota, Andréa e Niltinho Lins, Seonize e Ivan Souza, Aline e Paulo Girardi, Suely e Átila Yurtsever, Gizella e Marco Bolognese, Gisele e Éfrem Maranhão, Kalina e Marco Cohen, Danielle e Sidney Leite, Najla e Jor-ge Akel, Sandra Lúcia e Alberto Saraiva, Carmem e Ricardo Silva, Ana Be-atriz e Elias Nóvoa Silva, Rosiane e Eduardo Lima, Cláudia e Mário Bernardi-no, Fernanda e Jean Men-donça, Michelle e Edson Cunha, Marinildes e Mar-celo Lima, Carla Braga e Pedro Elias, Ângela e Luís Otávio Bastos, Ana Paula Perrone, Izete Bacry, Ma-rilza Mascarenhas, Adria-ne Antony, Norma Araújo, Lúcia Viana, Jero Sanches, entre muitos outros.

>> O padre Igínio Ma-zzucchi receberá o título de “Cidadão do Amazonas,” por meio de projeto de lei de autoria da deputa-da Vera Castelo Branco,

durante solenidade no dia 13 de junho, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas.

>> Charufe Nasser co-memora seu aniversário com sua tradicional fes-ta junina no Parque do Idoso, no dia 29.

>> No jantar de quinta-feira, em mesas diferen-tes, no Alentejo, Isabel e Rômulo de Paula Nunes, Renato e Tammy Simões, Paulo Ney e Regina Aveli-no, Alexandre Prata, Wal-tinho Oliva Pinto.

>> O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, deputado Ricardo Nicolau está convidando para a sessão especial de ou-torga da Medalha Ruy Araújo ao desembargador Ari Moutinho da Costa, de autoria do deputado Vicente Lopes, no dia 21 de junho na sede do Poder Legislativo estadual.

>> O novo projeto de expansão do Amazonas Shopping será apresenta-do no dia 31, na Expansão do Segundo Piso.

>> Janaina Machado es-tréia idade nova amanhã. Cumprimentos.

>> Hoje, o segundo dia da sensacional “Virada Cultural” que movimen-ta a cidade de ponta a ponta. Nota dez!

>> Vitrine

Juarezinho, Juarez, João Gabriel e Ângela de Lima, circulando em evento cinco estrelas na cidade

Clycinha Garcia na cena social de Manaus

. O mês mais romântico do ano está chegando e para comemorar a Calvin Klein Jeans preparou uma campanha especial para data tão esperada pelos casais de plantão, a Love Valentine.

. A campanha presenteará clien-tes com o kit Love Valentine nas compras acima de R$500 nas lo-jas Calvin Klein Jeans e acima de R$300 na Calvin Klein Underwear. O presente compõe uma sacola personalizada com duas minigarra-fas de champagne e adesivos com mensagens divertidas para cada um personalizar sua baby Mumm. A ação durará até acabarem os estoques, nas lojas de Manaus.

>> Love Valentine’s

. O governador do Amazonas, Omar Aziz, esteve na quinta-feira na solenidade de formatura de 1.828 novos policiais militares, no Centro de Convenções de Manaus (Sambódromo). Omar Aziz destacou que o reforço do efetivo policial vai permitir a ampliação do programa Ronda no Bairro para outras zonas da cidade de Manaus.

. Ao todo, os investimentos que o governo do Estado está fazendo na segurança pública, principalmente na consolidação do “Ronda no Bairro”, devem chegar a R$ 400 milhões até o fi nal deste ano. “Estamos aqui num momento histórico para a segurança do Amazonas, porque estamos formando a maior turma de policiais da história da Polícia Militar. E esses investimentos não param por aqui. Esta semana empenhamos mais R$ 80 milhões para a compra de armamentos e equi-pamentos”, destacou Omar. Aplausos de pé!

>> ‘Ronda no Bairro’

Leofran, Gigi e Jeff erson Cunha brindando o sucesso da nova revista Em Visão Medi-cal, durante coquetel concorrido

. Nem só de relógios feitos de metais preciosos vive a tur-ma antenada, um Swatchzinho também vai muito bem.

. Esse é um mo-delo de duas voltas na tona-lidade nude, bá-sico e chic. Valor do mimo, R$ 149, nas lojas Swatch do Brasil.

>> Objeto de desejo

CÉSAR CATINGUEIRA

CÉSAR CATINGUEIRA

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

‘Boi Fantasma’ na IlhaProjeto idealizado pelo animador e ilustrador paulista Rogério Nunes está sendo implantado em Parintins e o resultado será exibido em diversos cantos da cidade em formato de curta-metragem e de forma gratuita para a população

A ilha de Parintins está recebendo desde o dia 21 maio até o dia 15 de junho, o “Boi Fan-

tasma”, projeto contemplado no Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais, que tem como proposta fazer uma sé-rie de ofi cinas de desenho e animação, além de entrevistar moradores da região para res-gatar histórias pouco conheci-das sobre as origens da festa do boi-bumbá, que se tornarão em um curta-metragem. O projeto está sendo realizado pelo pau-lista Rogério Nunes, produtor cultural, animador e ilustrador independente, especializado em preservação e resgate de patrimônio memorial e conta com o apoio do Instituto Me-morial de Parintins (IMPI). Estão participando das ofi cinas 20 pessoas que se interessam por audiovisual e artes plásticas.

“Sempre tive vontade de fazer algo na Região Norte, porém nunca apareceu a oportunidade. Então surgiu o edital e uma das exigências é que o projeto fos-se realizado em outras regiões do país. Logo de cara pintou a ideia de fazer em Parintins.

Entrei em contato com a Irian Butel, presidente do IMPI, que me deu uma resposta positiva”, explica Rogério, que defi ne o projeto como um documentário experimental e poético.

Ele enfatiza também que a es-colha da ilha deu-se por conta do Festival Folclórico de Parintins, que, na visão dele, trabalha com a tradição oral local e o sincre-tismo. “Gosto muito de histórias, festa e tradições populares. E em Parintins, o festival junta tudo isso”, avalia o animador, que nunca esteve presente no evento e é a primeira vez que está em Parintins.

Os depoimentos dos persona-gens serão gravados, editados e ilustrados com o material produzido nas ofi cinas. Os fi l-mes de animação resultante das ofi cinas serão projetados em vários espaços da cida-de. Durante as projeções, as pessoas entrevistadas serão convidadas a interagirem com as imagens exibidas. A ideia é documentar tudo em vídeo de alta defi nição. O produto fi nal será um curta-metragem/vídeo poema de sete minutos de dura-ção. Os DVDs serão distribuídos aos participantes das ofi cinas e também às escolas e bibliote-cas públicas de Parintins.

TemáticaA intenção maior do projeto,

nas palavras de Rogério, é fazer ofi cinas de animação com a temática do boi, cujo resulta-do será projetado pela cidade como se fossem fantasmas do boi, daí nome. “Mostraremos um boi que não existe mais pela perda das origens, como

o Auto do Boi. As imagens se-rão projetadas à noite, como intervenções audiovisuais. Que-remos projetar em lugares que tenham a ver com a tradição oral, como os currais, o rio e até a mata”, adianta.

Segundo Irian Butel, o pro-dutor cultural trabalha com as memórias da cidade que

ainda não foram trabalhadas e estão “vagando” sem ter um local que as congregue. Ela explica que Rogério segue o roteiro do Auto do Boi para criar as animações. “A propos-ta é gravar depoimentos de personalidades que conhecem a história do boi, produzir ani-mações com base nos relatos e, a seguir, fazer as projeções em locais públicos”, diz.

Rogério avalia que o trabalho está sendo muito produtivo e diz perceber que as pessoas estão abertas a falar das raízes e têm uma real necessidade de contar coisas que foram esquecidas, mas que de qual-quer forma estão presentes no festival e são repassadas a outras gerações. Porém, expõe que teve uma surpresa ao saber que o Auto do Boi, que deu ori-gem à festa, não é encenado mais durante o festival. “Por isso, a proposta é fazer um auto do boi projetado”.

O produtor adianta que o trabalho deve durar ainda três semanas de ofi cina e uma se-mana de projeção. “Tudo será fi nalizado até o dia 15 de junho”, assegura Rogério, que é um dos poucos animadores do Brasil, especializado em resgates his-tóricos e memória.

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

Gosto muito de histórias, festas e

tradições populares. E em Parintins, o festival folclórico

do boi-bumbá junta tudo isso

Rogério Nunes, animador e ilustrador

Responsável pelo proje-to “Boi Fantasma”, Rogé-rio Nunes nasceu em São Paulo. É produtor cultural, animador e ilustrador in-dependente, especializado em preservação e resgate de patrimônio memorial.

Ele iniciou seus trabalhos em animação, em 2004, com a animação “Dona Noemi”. Desde então, vem exibindo sua produção in-dependente de animações em vários festivais do gêne-ro, no Brasil e no exterior.

Produtor cultural e ilustrador

Rogério Nunes está ministrando ofi cina em Parintins

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Mais atrações na ‘Virada’Entre as atrações nacionais de hoje estão Benito de Paula, RPM, Seu Jorge, Sambô, Oswaldo Montenegro, Diogo Nogueira, Grande Rio e Gaviões do Forró que se apresentarão em horários diferenciados em 11 palcos espalhados pela cidade

Dando continuidade a “Virada Cultural 2012”, hoje, os 11 palcos da cidade receberão mais

atrações locais e, claro, nacio-nais. O primeiro artista nacional será o cantor de reggae Dagô Miranda, no palco avenida das Torres, às 17h. Ainda no mesmo palco, mas às 18h, a banda de rock nacional RPM apresenta seus clássicos como “Olhar 43”, “Alvorada Voraz” e “Rádio Pi-rata”. No mesmo horário, mas no palco Ponta Negra, a banda Sambô, pela primeira vez em Manaus promete dar o seu re-cado com releituras modernas e com muito samba de clássicos nacionais e internacionais. Às 20h, Oswaldo Montenegro, con-siderado um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB) interpretará canções como “A Lista” e “Bandolins”.

Em outro ponto da cidade, um pouco mais cedo, às 19h, a bateria da escola de samba Grande Rio, sobe ao palco do conjunto Eldorado, Parque Dez, para animar os que preferem mais agitação. Após a apresen-tação, às 20h30, será a vez do filho do cantor João Nogueira, Diogo Nogueira, mostrar que o talento é de pai para filho. E para quem gosta de um bom forró, o palco do Jorge Teixeira terá a banda Gaviões do Forró.

EstruturaAo todo, estarão envolvidos

mais de 3 mil profissionais de diversos órgãos e secretarias municipais, além da Polícia Mi-litar e Corpo de Bombeiros, nas mais de 24 horas da 3ª. Virada Cultural. Eles trabalharão para garantir segurança e tranquili-dade das pessoas que presti-giarem a programação cultural. Todos os locais de espetáculos e apresentações estarão equi-pados com banheiros químicos, tendas para atendimento ao pú-

blico, segurança, telões, painéis de LED, iluminação, camarins e geradores de energia.

Além disso, em função da cheia recorde do rio Negro, que afeta mais de 6 mil fa-mílias na capital, a “Virada” já se transformou em uma ação humanitária. Durante o evento, a população poderá participar doando alimentos, material de higiene, roupas, colchões e itens para as víti-mas da enchente.

DESTAQUEUma das atrações mais esperadas pelo público amazonense é a apre-sentação do cantor Oswaldo Montenegro, que estará no palco Ponta Negra, a partir das 20h com clássicos da música popular

O cantor Diogo Nogueira mostra seu talento no palco Eldorado

Palco CSU – Parque 1019h30 – Benito de Paula21h30 – Consciência Tranquila23h30 – Júnior Lima

Palco Avenida das Torres17h – Dagô Miranda18h – RPM20h – Seu Jorge

Palco Ponta Negra18h – Sambô20h – Oswaldo Montenegro22h – Lincoln Olivetti

Palco Eldorado19h – Grande Rio20h30 – Diogo Nogueira

Palco Jorge Teixeira19h – Gaviões do Forró20h20 – Higor e Hugo

Principais atrações de hoje

Oswaldo Montenegro estará no palco da Ponta Negra

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Edital terá verba de R$ 3 miO prazo para as ins-

crições no Edital Nacio-nal 2012 Natura Musical, que incentiva projetos de cultura ligados à música brasileira, foi prorrogado até 15 de julho. Com isso, os interessados ganharam mais 50 dias para apre-sentar propostas, já que a data prevista para o encer-ramento finalizava no dia 25 de maio.

A partir de um termo de cooperação firmado entre a Natura e o Ministério da Cultura em maio de 2012, foram ampliadas as oportu-nidades para proponentes inscreverem seus proje-tos no edital nacional do programa Natura Musical. Além da ampliação no prazo de inscrições, a partir de agora não há obrigatorie-dade de inscrição ou apro-vação prévia no Ministério da Cultura no momento da inscrição no edital nacional,

e o processo de aprovação junto ao MinC poderá ocor-rer ao final do processo seletivo do edital.

A Natura irá integrar os dois editais nacionais que aconteceriam este ano

em apenas um processo seletivo, que somará os valores a serem investido durante todo o ano.

Com isso, o total a ser distribuído entre todos os selecionados do Edital

Nacional 2012 passa a ser de R$ 3 milhões.

Com essas mudanças, a Natura realizará duas eta-pas de seleção para o Edital Nacional 2012. Na primeira serão avaliados os projetos inscritos entre 24/4/2012 e 25/5/12 e que já possuam autorização para captação de recursos via Lei Rouanet ou Lei do Audiovisual pu-blicada no Diário Oficial da União. O valor desti-nado aos projetos sele-cionados nesta primeira fase será de R$ 1 milhão, que serão divulgados em agosto de 2012.

Na segunda, serão avaliados os projetos inscritos entre 24/4/12 e 15/7/12, que no momento da inscrição não possuam a aprovação prévia junto ao MinC para captação de recursos via Lei Rouanet para captação de recursos via Lei Rouanet.

NATURA MUSICAL

Entre os contemplados do “Natura Musical” do ano passado está Vanessa da Mata

INSCRIÇÃOO prazo para as inscrições no “Edi-tal Nacional 2012 Natura Musical”, que incentiva projetos de cultura ligados à musica brasileira, foi prorrogado até 15 de julho

DIVULGAÇÃO

Chaminé fecha as portas Espaço cultural está desativado temporariamente devido a cheia do rio Negro tendo, até mesmo, que desligar a subestação de energia para evitar acidentes, mas todo o acervo permanece no local pois não oferece risco de perda ou estrago

O Centro Cultural Usi-na Chaminé, localiza-do na avenida Lou-renço da Silva Braga,

na Manaus Moderna, Centro, está temporariamente fecha-do, de acordo com informações da Secretaria de Cultura do Estado (SEC). Devido ao fenô-meno da cheia do rio Negro, a subestação de energia foi desligada para evitar aciden-tes com os frequentadores do espaço cultural.

Segundo Ângela Simões, di-retora dos Centros Culturais da SEC, a água está entrando pela subestação e, por isso, a rede elétrica teve que ser fechada e explica que só haverá o fun-cionamento interno. “Dá para funcionar internamente, duran-te o dia, porém não podemos receber visitantes sem energia elétrica e ar-condicionado”, diz. Ela adianta que a Usina Cha-miné retornará as atividades direcionadas aos visitantes assim que a água baixar.

Ângela explica também que o acervo das exposições, que estavam acontecendo no local, continuam no espaço cultural. “Ainda não existe perigo de as águas atingirem o local, pois elas estão vindo pela tubulação e falta muito para atravessar a rua e chegar ao nível do prédio histórico”, acentua.

Exposição Atualmente, estavam aber-

tas a visitações no Centro Cultural Usina Chaminé, as exposições “Sentidos da Ama-zônia”, que tem curadoria de Veralúcia Ferreira e aborda os aspectos da cultura amazô-nica utilizando como veículo os cinco sentidos humanos, relacionando os mesmos com os aspectos da cultura da re-gião, e “Arte Rupestre”, que

mostra desenhos antigos em pedras. Além das exposições, a Usina também oferece um espaço dedicado às crianças, com o intuito de desenvolve-rem atividades lúdicas, com atividades como: projeção de filmes; outra atividade é a apresentação de ban-das de rock aos domingos. “Esperamos que as águas parem de subir e em breve a população volte a ter acesso ao local”, opinou.

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

O prédio, originalmente – que tem características neo-renascentistas - foi construído, em 1910 pela empresa inglesa Manaos Improviments, concessio-nária de serviços de sane-amento, para ser a usina de tratamento de esgotos da cidade. Como o pré-dio possui ao lado direito uma chaminé de 24 me-tros, construída com tijolos maciços refratários, ficou conhecido como chaminé.

Porém, em 1913 como o sistema de tratamento de esgotos ainda não havia começado a funcionar, a população - revoltada con-

tra as altas taxas cobradas pelo serviço - destruiu o es-critório da empresa. Apesar de ter sido tombado como Monumento Histórico do Amazonas em 1988, o lo-cal somente foi reformado em 1993 como Centro de Artes Chaminé para abrigar a Pinacoteca do Estado, com exposições temporá-rias. Em 14 de novembro de 2002, o prédio, já como Usina Chaminé, foi reaber-to como parte das ações do Programa de Preservação da Natureza da Memória Cultural e Histórica do Amazonas e recebe vários eventos culturais até hoje.

Prédio foi construído em 1910

O Teatro Chaminé fica localizado na área da Manaus Moderna

CUIDADOSSegundo Ângela Si-mões, diretora dos Centros Culturais da Secretaria de Estado de Cultura, apesar de poder funcionar duran-te o dia, o prédio não pode receber a visita do público

A água do rio Negro toma conta da entrada do teatro

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Grande atividade intelectual e boa ca-

pacidade para exprimir os pensamentos. Mas não fi que só na teoria, use as boas ideias para melhorar sua própria vida, em todos os níveis.

TOURO - 20/4 a 20/5 Surpresas, nem totalmente boas ou ruins,

afetam os negócios e as fi nanças. É preciso adaptar-se a novas condições, que talvez venham até a liberar certos potenciais.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 O trabalho recebe o apoio do círculo

de amigos e protetores. O cotidiano está em boa sintonia com os apoios trazidos pelos amigos. As relações de amizade são favorecidas.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Uma visão esclarecedora pode ajudá-lo a

resolver o que estava empacado ou obscuro. O momento favorece pensar nos problemas com a mente aberta a outras opções.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Dia estimulante para os assuntos fi-

losóficos e intelectuais. O convívio com pessoas de mesmos interesses é reco-mendado. As aspirações pessoais tor-nam-se mais claras.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Uma alteração nos procedimentos de

trabalho pode facilitar as coisas e es-timular uma melhor organização. Os apoios ao trabalho tendem a vir de modo surpreendente.

LIBRA - 23/9 a 22/10 A troca de ideias e o bom entendimento

são a chave para aprimorar os acordos, alianças e associações. Talvez mude al-gum ponto de vista para melhor receber seus parceiros.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Momento de doação e entrega bastante

positiva. Um dia para trabalhar por causas que não sejam somente suas, mas que atendam a necessidades amplas.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 As conversações e o convívio intelectual

são tão estimulante que você se envolve com eles inteiramente. Desejos amorosos fortes, mas que tendem a ser racionalizados.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Momento para organizar a vida pes-

soal, assuntos domésticos e tarefas co-tidianas. Boas ideias irão renovar esses assuntos. Coloque o intelecto para dar o tom principal.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 O convívio humano e amoroso está bene-

fi ciado. Dia estimulante para a criatividade intelectual e a comunicação artística. Acres-cente afetividade em sua comunicação.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Os bens que possui passam a funcionar

melhor em sua rotina doméstica e familiar. É tempo de colocar em funcionamento tudo o que você tem e possa ser útil.

Programação de TV

05h00 – Aventura Selvagem – reprise

06h00 – Pesca Alternativa

07h00 – A Grande Ideia

07h30 – VRUM

08h00 – PGM Manazinha – local

08h30 – Chaves

09h00 – Sorteio Amazonas dá Sorte

(local)

10h00 – Domingo Legal

14h00 – Eliana

18h00 – Vamos Brincar de Forca

18h40 – Sorteio da Telesena

19h00 – Programa Sílvio Santos

23h00 – De Frente com Gabi

00h00 – Série: O Mentalista/ The

Mentalist

01h00 – Série: O Alvo / Human

Target

02h00 – Série: Agentes Secretos /

Undercovers

03h00 – Encerramento da Progra-

mação

SBT GLOBO

REDE TV

04h36 – Santa Missa em Seu Lar

05h36 – Sagrado: Compacto - Tradalimentos

05h47 – Amazônia Rural

06h17 – Pequenas Empresas – Grandes

Negócios

06h52 – Globo Rural

08h00 – Fórmula 1: GP de Mônaco

09h55 – Auto Esporte

10h13 – Esporte Espetacular

11h40 – As Aventuras de Didi

12h14 – Os Caras de Pau

13h02 – Temperatura Máxima. Filme: Os Sem

Floresta

15h00 – Futebol 2012: Campeonato Brasileiro

– Coritiba x Botafogo

17h00 – Domingão do Faustão

19h45 – Fantástico

22h05 – Programete UFC

22h19 – Reality UFC - Em Busca de Campões

23h08 – Domingo Maior. Filme: O Vôo da

Fúria

00h54 – Sessão de Gala. Filme: Adoração

02h36 – Corujão I. Filme: Apostando a Vida

04h20 – Festival de Desenhos

05h30 – Desenhos Bíblicos

07h20 – Record Kids – Pica-Pau

09h00 – Amazonas dá Sorte – Bingo

- local

10h00 – Record Kids – Pica-pau

11h30 – Tudo é Possível – PGM 354

15h30 – Programa do Gugu – PGM

143

19h30 – Domingo Espetacular – PGM

422

22h15 – Repórter Record

23h30 – Série: Casais Perfeitos (1ª

Temporada – inédita)

00h00 – Programação IURD

06h30 – Igreja Internacional da Graça – local07h30 – Igreja Internacional da Graça – local09h15 – Programa: Viva Amazônia – local09h45 – Break Obrigatório10h00 – Programa: Show de Ofertas da Cidade11h00 – Igreja da Graça – local

TV CULTURA05h55 – Abertura da Estação/ Hino Nacional06h00 – Via Legal06h30 – Brasil Eleitor07h00 – Palavras de Vida08h00 – Santa Missa09h00 – Viola, Minha Viola09h15 – Curta Criança09h30 – Nova Amazônia – local – reprise10h00 – Escola Pra Cachorro10h15 – Meu Amigãozão

10h30 – A Turma do Pererê

11h00 – ABZ do Ziraldo

11h30 – Anima TV Tromba Trem

11h45 – Anima TV Carrapatos e

Catapultas

12h00 – A Turma do Pererê

13h00 – Dango Balango

13h30 – TV Piá

14h00 – Stadium

15h00 – Os Protetores do Planeta

16h00 – Ver TV

17h00 – De Lá Pra Cá

17h30 – Cara e Coroa

18h00 – Papo de Mãe

19h00 – Conexão Roberto D’Ávila

20h00 – Esportvisão

21h30 – MPTV – Reprise – local

22h00 – Roda Viva Amazônia – local

ao vivo

23h00 – Doc. Especial

00h00 – Hino Nacional / Encerramen-

to da Emissora

RECORD

05h00 – Igreja Mundial06h00 – Sol Brilhante06h30 – Santa Missa no Seu Lar07h30 – Fé na Verdade08h30 – Conexão Cargas09h00 – Esporte Total11h00 – Fala Malafaia

11h30 – Fórmula Indy – ao vivo

– 500 Milhas de Indianápolis/UEA

14h30 – Futebol 2012 – Série A

– Coritiba x Botafogo

16h50 – Terceiro Tempo

19h00 – Um Tio da Pesada

20h00 – Quem Fica em Pé?

21h00 – Pânico na TV

22h45 – Perdidos na Tribo – reapre-

sentação

23h15 – Canal Livre

00h45 – Show Business – reap.

01h30 – L.O.L.

03h00 – Igreja Mundial

12h00 – Programa: Fique Ligado – local13h00 – Programa: Esporte Performan-ce – local14h00 – Programa: Semeando Bênçãos – local14h30 – Programa: Amigos do Volante – local15h00 – Sabores & Ideias – local15h30 – Programa: Despertar – local16h00 – TV Kids – local16h30 – Break Obrigatório16h45 – Ritmo Brasil17h15 – O Encantador de Cães18h10 – O Último Passageiro19h45 – Mega Senha21h00 – Sessão Especial22h30 – Programa: Amazon Trip – local23h00 – Dr. Hollywood00h00 – É Notícia01h00 – Bola na Rede – 2º Tempo01h30 – Igreja Internacional da Graça – local

BAND

CruzadinhasCinemaESTREIA

Plano de Fuga - 16 anos. Playarte 8 – 14h25, 16h25 (leg/diariamente); Cinemark 3 – 15h, 20h (dub/diariamente).

O Corvo - 14 anos. Playarte 10 – 13h15, 15h35, 17h55, 20h15 (leg/diariamente) e 22h35 (leg/sexta-feira e sábado); Cinemark 3 - 12h20, 17h20, 22h20 (dub/

diariamente). Battleship – 10 anos. Cinemas

Amazonas 3 – 13h30 (dub/diaria-mente); Playarte 9 – 12h20, 15h (dub/diariamente), 17h40, 20h20 (leg/diariamente) e 23h (leg/sexta e sábado); Cinemark 2 – 13h10, 16h20, 19h20, 22h30 (dub/dia-riamente).

Os Vingadores – 12 anos: Cinemas Amazonas 5 – 16h20 (dub/diariamente); Cinemas Ama-zonas 6 – 15h, 18h, 21h (dub/dia-riamente); Playarte 4 – 13h30, 16h30, 19h30 (dub/diariamente); Playarte 7 – 14h40, 17h40, 20h40 (dub/diariamente) e 23h40 (dub/sex e sáb); Playarte 8 – 18h25,

21h05 (leg/diariamente) e 23h45 (leg/sex e sáb); Cinemark 8 – 15h20, 18h20, 21h20.

American Pie – O Reencontro – 16 anos: Playarte 2 – 14h10, 16h30, 18h50, 21h10 (leg/diaria-mente) e 23h30 (leg/sex e sáb).

Paraísos Artifi ciais – 16 anos: Cinemark 8 – 12h (diariamente).

CONTINUAÇÕES

REPRODUÇÃO

Homens de Preto 3: USA. 10 anos. Yaz (Jemaine Clement) deci-de voltar no tempo para matar Kay (Tommy Lee Jones) e desencadeia uma série de acontecimentos que pode levar ao fi m do mundo. Jay (Will Smith) precisa, então, ir atrás de Yaz para salvar seu companhei-ro e o destino da humanidade. Playarte 1 – 12h50, 15h, 17h10, 19h20 (3D/dub/diariamente), 21h30 (3D/leg/diariamente) e 23h55 (3D/leg/sexta e sába-do); Playarte 5 - 14h15, 16h25, 18h35, 20h45 (leg/diariamente) e 22h55 (leg/sexta e sábado); Playarte 6 - 14h, 16h10, 18h20, 20h30 (dub/diariamente) e 22h40 (dub/sexta e sábado); Cinemark 1 – 12h50, 15h30, 18h, 20h30 (dub/diariamente), 23h (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemark 4 - 17h10, 22h10 (3D/leg/dia-riamente), 12h, 14h30, 19h40 (3D/dub/diariamente); Cinemark 5 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h40 (dub/diariamente); 11h30 (dub/

sábado e domingo); Cinemark 6 - 13h30, 16h, 18h30, 21h (3D/dub/diariamente); 11h (3D/dub/sábado e domingo); 23h30 (3D/dub/sexta-feira e sábado); Cine-mas Amazonas 4 - 14h30, 16h50, 19h10, 21h30 (dub/diariamente); Cinemas Amazonas 5 - 19h10, 21h30 (dub/diariamente).

Flores do Oriente: CHI. 16 anos. Durante a segunda guerra entre China e Japão, em 1937, John Miller (Christian Bale) chega a uma igreja católica para provi-denciar o enterro de um padre. Uma vez lá, ele se depara com jovens estudantes de um convento e prostitutas de um bordel próximo do local. Solitário, acaba se tor-nando protetor dos dois grupos he-terogêneos, constantemente em pânico devido ao consecutivos estupros e execuções promovidas pelos homens do exército japonês. Playarte 3 – 12h30, 15h20, 18h10, 21h (leg/diariamente) e 23h50.

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 27 DE MAIO DE 2012

Na fes-

ta de aniversário

da transada loja Hug Me, de Flávia Lopes: o

charme indispen-sável da queridi-

nha Patrícia Amed

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Parte das avenidas Darcy Vargas e Mário Ypiranga Monteiro, antiga Recife, serão interditadas hoje, às 10h, para realização de treinamento do Corpo de Bombeiros no Hotel Caesar Business Manaus. A atividade tem como objetivo simular a ação conjunta do Corpo de Bombeiros, Samur, polícias Federal, Civil e Militar, como parte dos preparativos para a Copa de 2014, atuando em um evento hipotético em um hotel de grande porte que represente o parque hoteleiro da cidade.

::::: Simulação

Amanhã, a competen-te Grace Benayon estará trocando de idade. Vai ter festim só para family.

Fernando Coelho Jr. vai animar o setor chique da cidade no próximo dia 12, no Diamond. Trata-se do jantar dançante junino do Dia dos Namorados. Reserve seu passaporte para a folia sobrenomada pelos 9985-1422 e 8118-9717.

As araras da loja Planeta das Fantasias transpiram looks que transpiram ale-gria da temporada junina.

Victor de Miranda Pereira comemorou em família sua troca de idade. Já a irmã Virna de Miranda Pereira chegou das merecidas fé-rias por Salvador.

Agende: no dia 26 de agosto no Teatro Dire-cional tem espetáculo indispensável com Gus-tavo Mendes, a presi-dente Dilma do “Zorra Total”, às 19h.

No próximo dia 8, Manaus conhecerá a turnê do novo CD e DVD da banda Charlie Brown Jr., Música Popular Caiçara, gravados ao vivo em Santos e Curitiba. O evento, que ocorrerá a partir das 23h, no Diamond, ainda terá como atração nacional o cantor Armandinho, considerado um dos principais nomes do reggae brasileiro.

Os cooperados da Uni-

med Manaus usaram do bom senso e votaram em unanimidade pela apro-vação do balanço da em-presa em assembleia ge-ral ordinária, no auditório do Hospital Parque das Laranjeiras. Uma decisão consciente e uma vitória do presidente Asdrúbal Melo e todo seu staff .

A Banda Fênulo abre nes-te domingo, a programação de shows do segundo dia da Virada Cultural, na Pon-ta Negra, a partir das 13h. Com um repertório 100% autoral, a banda de pop rock amazonense traz músicas como “Quarentena”, “Algo em Mim”, “Frágil Coração”, e todas do álbum “Longas horas... longos dias”.

O bistrô Mon Plaisir está preparando um espaço especial onde os clientes poderão assistir ao por do sol, em frente ao rio Ne-gro, e ainda degustar um charuto sem atrapalhar os não fumantes. O Clube do Charuto é uma das novi-dades previstas para o início de junho e atende a um dos pedidos mais solicitados pelos homens que frequentam o local.

Nos próximos dias 18 e 19 das 18h às 22h a Arrumar realizará o 1° curso básico para cozinheiras, ministrado pela personal Chef Cintia Macedo. As vagas são limi-tadas. Garanta a inscrição da sua assessora do lar: 3302-2008.

::::: Sala de Espera

Amanhã, a primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz participa da entrega de cartões “Amazonas Solidário” para as vítimas da cheia no município de Manacapuru. Ainda no município, Nejmi faz a entre-ga de um ônibus de 40 lugares, adap-tado para cadeirantes para a entidade Apae-AM, benefi ciada pelo Fundo de Promoção Social da qual é presidente

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Parte das avenidas Darcy Vargas e Mário Ypiranga Monteiro, antiga Recife, serão interditadas hoje, às 10h, para realização de treinamento do Corpo de Bombeiros no Hotel Caesar Business Manaus. A atividade tem como objetivo simular a ação conjunta do Corpo de Bombeiros, Samur, polícias Federal, Civil e Militar, como parte dos preparativos para a Copa de 2014, atuando em um evento hipotético em um hotel de grande porte que represente o parque hoteleiro da cidade.

Em noite de fl ûtes e muita diversão: a elegância discre-ta de Cláudia Bernardino

Amanhã é Dia do Hambúguer. E para festejar o dia da delícia que conquistou fãs em todas as partes do mundo a Eightys Burguer & Beer realiza uma promoção durante a semana de aniversário. Na compra de qualquer um dos hambúrgueres recheados o cliente ganha um The Smiths de brinde. Além disso, a hambur-gueria, que passa por um processo de franquia, deverá ganhar mais espaço para oferecer mais conforto e qualidade para seus clientes.

::::: Celebração

A Fundação Escola de Serviço Público Municipal irá lançar um novo projeto, vol-tado à qualifi cação do servidor municipal. Trata-se do Programa de Internacionali-zação da Capacitação na Prefeitura de Manaus. O objetivo é proporcionar ao ser-vidor intercâmbio profi ssional no exterior, em áreas estratégicas da administração municipal. A titular do órgão, Ângela Bulbol de Lima, que está à frente da iniciativa, frisa que o programa é resultado de parceria entre a PMM e o governo federal.

::::: Intercâmbio no exterior

A ala bovina que não dispensa uma boa agitação agendou para o próximo dia 15, no Planeta Talismã, a partir das 22h, a gravação do DVD do Pop da Selva, Arlindo Jr. durante o lançamento de seu CD. No repertório: as antológicas toadas imortalizadas que deixaram saudades na voz do vereador-secretário.

::::: Esperadíssimo

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