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Ecoturismo olímpico para atrair turistas De olho no movimento turístico do ano olímpico, empresas do seg- mento apostam em atividades de ecoturismo e turismo de aventura na Amazônia para encantar e atrair visitantes. Economia B4 e B5 ‘PRA QUE RUMO’ TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26 MÁX.: 33 VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVIII N.º 9.019 DOMINGO, 7 DE FEVEREIRO DE 2016 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO BOLINHAS À MESA SONHO Disciplina e respeito para ser campeão Disciplinado e dedicado em busca do sonho de ser campeão de jiu-jitsu, Ewerton Amorim, 9, não esmorece diante dos desafios do esporte. Pódio E4 Manaus é a segunda do país em crianças mães Amazonas vive um “surto” de gravidez na infância e na adolescência. Ocupa o segundo lugar no número de partos de meninas entre 10 e 19 anos, atrás apenas do Pará. Dos quase 50 mil partos registrados na rede pública do Estado, cerca de 15 mil foram de meninas nesta faixa etária, o equivalente a 29,22% do total, acima da média nacional, que é de 20%. Os dados são do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), que registra os atendimentos na rede pública no país. Dia a dia C4 e C5 Farinha de tapioca e o sabor que só o amazônida conhece Ótima companheira de refeições tipicamente amazônicas, a farinha de tapioca é uma das paixões da culinária local, tanto que ela acom- panha do café da manhã a pratos mais elaborados. Dia a dia C2 PESQUISA Capital está entre as 10 piores cidades em saneamento básico Mesmo tendo sido a única cidade a investir considerável soma de recursos em saneamento básico, Manaus ainda é deficitária em rede de esgoto, prevenção de doenças, coleta de lixo e outros. Dia a dia C6 IONE MORENO RICARDO OLIVEIRA ACERVO PESSOAL Leia seu jornal EM TEMPO e AGORA inteiramente GRÁTIS no portal EM TEMPO online

EM TEMPO - 7 de fevereiro de 2016

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 7 de fevereiro de 2016

Ecoturismo olímpico para atrair turistas

De olho no movimento turístico do ano olímpico, empresas do seg-mento apostam em atividades de ecoturismo e turismo de aventura na Amazônia para encantar e atrair visitantes. Economia B4 e B5

‘PRA QUE RUMO’

TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26MÁX.: 33

VENDA PROIBIDA

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ASSINANTEVENDA PROIBIDA

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ASSINANTE

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R$

2,00O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVIII � N.º 9.019 � DOMINGO, 7 DE FEVEREIRO DE 2016 � PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES � DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

BOLINHAS À MESA

SONHO

Disciplina e respeito para ser campeão

Disciplinado e dedicado em busca do sonho de ser campeão de jiu-jitsu, Ewerton Amorim, 9, não esmorece diante dos desafi os do esporte. Pódio E4

Manaus é a segunda do país em crianças mães

Amazonas vive um “surto” de gravidez na infância e na adolescência. Ocupa o segundo lugar no número de partos de meninas entre 10 e 19 anos, atrás apenas do Pará. Dos quase 50 mil partos registrados na rede pública do Estado, cerca de 15 mil foram de meninas nesta faixa etária, o equivalente a 29,22% do total, acima da média nacional, que é de 20%. Os dados são do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), que registra os atendimentos na rede pública no país. Dia a dia C4 e C5

Farinha de tapioca e o sabor que só o amazônida conhece

Ótima companheira de refeições tipicamente amazônicas, a farinha de tapioca é uma das paixões da culinária local, tanto que ela acom-panha do café da manhã a pratos mais elaborados. Dia a dia C2

PESQUISA

Capital está entre as 10 piores cidades em saneamento básico

Mesmo tendo sido a única cidade a investir considerável soma de recursos em saneamento básico, Manaus ainda é defi citária em rede de esgoto, prevenção de doenças, coleta de lixo e outros. Dia a dia C6

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Page 2: EM TEMPO - 7 de fevereiro de 2016

MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016A2 Ultima horaUltima hora

TRÂNSITO

A violência no trânsito deixou duas vítimas fatais, ontem, em Manaus.

O vigilante Brucelle Câ-mara, 35, morreu em um grave acidente ocorrido por volta das 8h, com o veículo da empresa Global Serviços, modelo Gol, cor branca e placas NOT-0027, no cru-zamento das avenidas Tefé e Castelo Branco, no bairro Cachoeirinha, Zona Sul. Qua-tro pessoas fi caram feridas.

Segundo testemunhas, ao chegar na avenida Castelo Branco, Brucelle perdeu o controle do veículo e bateu em uma árvore. O carro parou a mais de 50 metros depois do local da batida. Brucelle, que dirigia o carro, morreu na hora com a pancada.

Testemunhas disseram ainda que Brucelle saiu da empresa Global Serviços tro-

cando mensagens por celular em uma discussão, quando perdeu o controle do carro.

Um dos gerentes da em-presa, Rafael Rodrigues, dis-se que o funcionário estava sóbrio e bem quando entrou de serviço ontem. Ele acredi-ta que o rapaz tenha tido um mal súbito enquanto dirigia.

CapotamentoEm outro acidente grave,

David Nascimento Vieira, 25,

morreu ao capotar várias vezes com o carro e depois bater em um poste na ave-nida Silves, bairro Raiz, Zona Sul. O fato ocorreu por volta das 2h deste sábado (6).

Testemunhas informa-ram que o rapaz vinha em alta velocidade quando perdeu o controle do carro, que capotou várias vezes e só parou depois que ba-teu em um poste, fi cando parcialmente emborcado.

Acidentes causam duas mortes

ANIVERSÁRIO

PC revista casa de autor de protesto contra MeloPoliciais civis apreenderam, ontem, um computador e dois celulares, que pertecem a Hinaldo e também ao irmão dele

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Hinaldo mostra cópia do mandado de busca e apreensão que a Justiça determinou que a Polícia Civil (foto menor) fi zesse em sua residência

Corpos de jovens mortos ontem foram levados para o IML

Bombeiros usaram serra elétrica para tirar Brucelle do carro

A superintendente do Uai Shopping São José, Juliana Marcelino Roma (centro), o dire-tor de Operações, Luiz Alexandre Pantoja, e a gerente de Marke-ting, Aline Nobre (à esq.), comandaram, na última sexta-feira (5), em grande estilo, os festejos do aniversá-rio de 21 anos do Uai Shopping São José, em Manaus

A Polícia Civil realizou na manhã de ontem (6) um mandado de busca e apreensão na

casa do ativista do movimento nacional Levante Popular da Juventude Manaus, Hinaldo Castro da Conceição, respon-sável por atirar notas de reais falsas em cima do governa-dor José Melo em cerimônia na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), no último dia 1º de fevereiro.

Foram apreendidos um com-putador e dois celulares na residência dele, situada no bairro Amazonino Mendes, na Zona Leste. “Eu estava dormindo por volta das 7h30 quando minha mãe me acor-dou dizendo que a polícia estava na nossa porta. Eles apresentaram o mandado de busca e apreensão e levaram meu computador particular, meu celular e o do meu irmão. Só não entendi porque do meu irmão, sendo que ele não tem ligação nenhuma com o movimento”, explicou.

O mandado de busca e apre-ensão foi expedido pelo juiz Eliezer Fernandes Júnior, da 4ª Vara Criminal, no último dia 5, com a justifi cativa de

acrescentar provas ao inquéri-to policial. Além da apreensão, o juiz efetuou a quebra de sigilo telefônico.

O ativista confi rmou que na próxima quarta-feira (10) ele estará na sede da Delegacia Geral de Polícia Civil para pres-tar depoimento sobre o caso às 15h. O rapaz contará com a presença de amigos, advo-gados de defesa, membros dos movimentos levante popular e amigos prestando apoio.

AtoNa semana passada, a Cor-

regedoria da Aleam havia in-formado que pedirá à Polícia Civil a abertura de um inqué-rito para apurar o protesto ocorrido contra o governador José Melo. No último dia 1º, Hinaldo lançou papéis que simulavam notas de R$ 100 sobre o chefe do Executivo Estadual antes da solenidade de leitura da mensagem go-vernamental na Aleam.

O militante informou que foi agredido por homens não identifi cados dentro do Le-gislativo estadual. Segundo o corregedor da Aleam, deputa-do Ricardo Nicolau, o pedido de investigação deverá ser enviado à Polícia Civil depois do período carnavalesco.

JOANDRES XAVIER

JOANDRES XAVIER E THIAGO FERNANDO

VIOLÊNCIA

Três jovens assassinados na madrugada de sábado

A madrugada de sábado (6) foi violenta em Manaus com o registro de três ho-micídios pela Delegacia Es-pecializada de Homicídios e Sequestros (DEHS).

O desempregado Ruan Silva do Nascimento, 19, foi morto, por volta das 23h da noite de sexta-feira (5), no bairro Chapada, Zona Centro-Sul. Segundo os po-liciais da DEHS, o jovem foi atingido com três tiros efetuados por um homem ainda não identifi cado.

Um dos tiros atingiu a cabeça, o que resultou em hemorragia e trau-matismo craniano. Ruan foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao hos-pital Pronto Socorro 28 de Agosto, onde veio a óbito.

No mesmo horário deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) o corpo do estu-dante Brayan Pereira Farias

Rebouças, 19, vítima de agressão física. Segundo policiais da

delegacia de homicídios, o jovem estava no campo de futebol no conjunto Ca-naranas, na Cidade Nova, Zona Norte, quando qua-tro trafi cantes da área o abordaram e o agrediram, atingindo o crânio da víti-ma. Brayan foi levado pelo Samu ao hospital Pronto Socorro João Lúcio, onde minutos depois veio a óbito.

O auxiliar de mecânico Patrick Rocha dos Santos, 17, foi morto na noite de sexta-feira. O fato ocorreu às 22h30 na rua Fábio Lu-cena, bairro Cidade Nova 2.

Conforme os investiga-dores da DEHS, um dos jovens chegou a conversar com a vítima, e logo após se iniciou uma discussão e os adolescentes agrediram Patrick a pauladas na ca-beça, levando-o à morte. A DEHS está investigando todos os casos.

Zé Marco comandará o Princesa

Após anunciar a volta de 12 jogadores já conhecidos da torcida de Manacapuru, o Princesa do Solimões, re-presentante do Amazonas na Copa do Brasil, ofi ciali-zou o retorno do treinador Zé Marco para a temporada 2016. A volta do coman-dante foi confi rmada pelo diretor de futebol do time da Terra da Ciranda, Rafael Maddy, outro que reforçará o Tubarão neste ano.

Zé Marco é velho co-nhecido do público ama-zonense. O acriano de 34 anos, ainda como jogador, defendeu as cores do Rio Negro (2003), Grêmio Co-ariense (2004), Fast (2005) e Nacional (2006). Porém, se tornou ídolo da torcida do Rio Branco-AC, principal clube de seu Estado.

Ano passado, o coman-dante levou o Princesa ao vice-campeonato ama-zonense, perdendo para o Nacional na arena da Amazônia Vivaldo Lima. No total, foram 28 jogos disputados, com 14 vi-tórias, cinco empates e nove derrotas.

O treinador chega a Ma-naus amanhã (8) e começa os trabalhos apenas no próximo dia 15. Até o mo-mento, foram contratados 19 jogadores.

TorneioO Princesa vai encarar o

Chapecoense na primeira fase da Copa do Brasil. O confronto será realizado no estádio Gilberto Mes-trinho, em Manacapuru.

FUTEBOL

Uai Shopping comemora 21 anos

ASAFE AUGUSTO

THIAGO FERNANDO

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016A3OpiniãoOpinião

É impossível não reconhecer na política amazonense a digital de Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo, o Boto Navegador (1928-2009). Se Plínio Ramos Coelho (1920 – 2001), no banzeiro de Álvaro Maia (1893 – 1969), importa para o Amazonas o trabalhismo getulista e fanfarrão, nos anos 1950/1960, foi Mestrinho que melhor afi nou a linguagem mansa da sedução de massa do rádio, que o fazia imbatível, “ao vivo e em cores”, para uma plateia em preto e branco.

O trabalhismo sustentou a retórica de modernização de direita da esquerda e de esquerda da direita, ainda que não houvesse trabalho, como no Amazonas, que não tinha nem massa operária, se houvesse com que ocupá-la. Mas havia “massa” de servidores públicos. Gilberto antecipou-se no tempo e no espaço: inventou a audiência, antes que o Ibope dissesse o que era bom ou ruim. Como era um mestre, criou escola: cansava os inimigos até transformá-los em aliados, lição que suas criaturas não aprenderam, pois amam transformar amigos em inimigos.

O lance de dados do maestro Gilberto Mestrinho permanece, como banzeiro, onde ninguém mais surfa com o mesmo jogo de cintura. Insistir na imitação do criador é inútil, pois não se pode esquecer uma realidade: as criaturas são imagens e semelhança, replicantes do criador, não podem ser mais ou ir além do que isso. Esse é o ridículo da situação. Nenhum discípulo superou o mestre ou atualizou seu discurso e seu projeto indiscernível, capazes de elevar os ouvintes à transcendência.

A novidade foi a Zona Franca, e Mestrinho, deputado federal por Roraima, cassado pela ditadura de 1964. Não deixou herdeiro que o renovasse. Mas se replica como farsa na dislexia das suas criaturas, ingratas até o último momento. Sua digital permanece. Em que eleição será superada ao menos renovada? Mestrinho imitado, nunca igualado.

(Publicado em 1º/7/2012)

Incoerência

“Sarafa” adverte que o Esta-do enfrenta grande difi culdade na Educação, Segurança e na Saúde, que difi cilmente terá abundância de recursos quan-do a demanda sempre é maior.

— Não se justifi ca poderes e órgãos terem R$ 70 milhões, R$ 100 milhões em caixa, en-quanto na Fundação Cecom falta morfi na para pacientes com câncer –, criticou.

Passado e futuro

Do prefeito Arthur Virgílio (PSDB), durante a inauguração do novo trecho da avenida Eduardo Ribeiro:

— É uma obra que resgata a identidade do povo amazonen-se. Aqui, temos o casamento da Manaus do tempo do apogeu da borracha com a Manaus do futuro.

Olho no Jader

A Lava Jato já invadiu os escritórios e residências do ex-ministro Edison Lobão.

E, segundo divulgado pelo “O Globo”, pode também in-vadir o de outro notável do PMDB como Jader Barbalho, que também está sendo ame-açado pelos “algozes” da PF.

Olha o ‘Japonês’ aí, gente!

Por conta disso, vai ter muita gente passando o Carnaval em pânico.

Com medo do “Japonês da Federal” bater na sua porta, por volta das 6h.

Carnaval em família

A presidente Dilma Rous-seff desembarcou na tarde

de sexta-feira (5) na Base Aérea de Canoas, na Re-gião Metropolitana de Porto Alegre.

Ela passará o feriado pro-longado de Carnaval com a família na capital gaúcha.

Quando o Carnaval passar

A mobilização pró-impea-chment da presidente Dilma Rousseff deve voltar com força total após o Carnaval.

É o que anunciou o lí-der do Democratas na Câ-mara, Pauderney Avelino (Democratas).

Me aguarde

Ney alerta que “muita gente estava cantando vitó-ria” enquanto o Congresso estava de recesso.

— Deixa o Carnaval pas-sar, deixa o bloco passar, depois a gente vai ver como vai voltar forte a questão do impeachment, sobretu-do quando for instalada a comissão processante –, avisou Avelino.

Fragmentada

Para Pauderney, a base do governo está fragmentada.

Ele acredita que aprovar a CPMF será uma tarefa ingrata e dificilmente o go-verno sairá vitorioso.

— O governo não tem mais base para fazer isso, a presidente não tem cre-dibilidade para fazer isso, porque ela está muito fraca –, afirmou.

Retorno fechado

Está cada dia mais com-

plicado para os motoristas que vêm da avenida Jacira Reis fazer o retorno para pegar avenida Jorge Teixei-ra no sentido Centro.

É que os carros que es-tão trafegando pela ave-nida no sentido Ponta Negra acabam fechando o cruzamento.

Insensatez

Quando o semáforo fecha, os motoristas deveriam fre-ar seus carros para deixar retorno livre.

Mas não é isso que acon-tece. A maioria acaba avançando fechando o re-torno e impedindo que os que vêm pela Jacira Reis atravessem.

Bastava a presença de uma guarda de trânsito para evitar a parafernália. Mas isso, também, não acontece.

Esquenta o tamborim

Depois de ter anunciado o cancelamento do Carnai-lha, devido ao bloqueio das cotas da prefeitura pela Jus-tiça, o prefeito de Parintins, Alexandre da Carbrás, retro-cedeu e decidiu reorganizar a folia.

Não será um Carnailha, claro.

Mas Cabrás anunciou que a prefeitura irá montar um palco para a população brin-car Carnaval no domingo e Terça-Feira de Carnaval.

Mas com estrutura menor que as usadas nos anos anteriores.

Muita gente apostou que o deputado Serafi m Corrêa (PSB) havia desistido de seu Pacto de Governança.

Nada disso. Depois do recesso, o deputado voltou com força total. E disse que o pacto é a única forma de corrigir as “distorções do custeio do gasto público no Estado”.

— O objetivo desse pacto é nos prepararmos para enfrentar difi culdades maiores. Sem diálogo, sem conversa e sem entendimento entre os poderes Executivo, Legisla-tivo e Judiciário, além dos órgãos fi scalizadores como Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Ministério Público do Estado (MPE), não vamos a lugar nenhum –, disparou.

O pacto pede passagem!

Sempre imitado, nunca igualado [email protected] | [email protected]

Contexto3090-1017/8115-1149

VAIAS APLAUSOS

Para as operadoras que cortam as linhas dos celulares de seus clientes no dia do vencimento e, depois que eles pagam, ignoram os apelos para que a linha seja restabelecida. Não raro, funcionárias dessas operadoras batem o telefo-ne na cara de clientes que ligam para reclamar.

Operadoras de celularDIVULGAÇÃO

Para a menina Aline Vicenzi, de ape-nas 7 anos, recém-alfabetizada, que está ensinando sua babá, de 54 anos, a ler e escrever. Celanira da Silva, que é de Santa Catarina e não teve oportunidades na infância e adolescência para estudar.

Ensinando a babá a lerDIVULGAÇÃO

[email protected]

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPOHá quem fale em marketing, en-quanto outros preferem rotular como ação publicitária. Na verdade, são eufemismos para designar a ativi-dade certamente mais difundida e praticada no mundo atual. Enfoque-se qualquer dos ramos em que a humanidade investe seus esforços e lá estará, implícita ou explícita, a ten-tativa de “fazer a cabeça” dos outros, de levá-los a executar o que para eles se projetou, sobretudo de fazê-los consumir o que lhes é oferecido, como se fosse para sua maior felicidade, quando, na verdade, estarão fazendo felizes àqueles que estão a oferecer.

Para mim, a palavra mais adequada para defi nir esse louco e desenfreado bombardeio de que nenhum de nós escapa em nenhum momento do dia e em nenhum dia da vida, seria o termo “proselitismo”, muito antigo na nossa língua e que tem sido explicado pelos dicionaristas como sinônimo de catequese. Por isso, o “prosélito” se defi niu como seguidor. Enfi m, pas-samos a vida sendo catequizados, como se não tivéssemos competência para escolher nossa pasta de dentes, nosso papel higiênico, nosso carro, nosso presunto, o suco que devemos beber, ou a cerveja, sem a assistência insistente e não solicitada daqueles que nos perseguem o tempo todo pela TV, pelas rádios, revistas e jornais.

E isso assim ocorre porque a socie-dade em que vivemos já foi com muito acerto defi nida como “sociedade de consumo”, isto é, o consumo é a atividade-combustível que alimenta e movimenta a economia, e nós, pobres coitados, somos os “consumi-dores”, disputados incansavelmente pelos “produtores” e tratados como imbecis a serem manipulados por eles. Nesse jogo em que somos a bola e eles os que pretendem con-duzi-la aonde quiserem, é tamanha a disputa, que às vezes ocorrem as “faltas”, geralmente produzidas pelo

exagerado julgamento de nos ter como incapazes de pensar.

Outro dia assisti a um “reclame” (era assim que antigamente se chamava uma publicidade) de um determina-do desodorante, cujo fabricante se ufanava de haver descoberto que as bactérias das axilas produzem o “Cecê” e teria acrescentado um bacte-ricida à fórmula. Ora, quando nossas avós usavam limão e mais tarde o Leite de Colônia ou o Leite de Rosas, estavam precisamente eliminando as bactérias do embaixo dos braços. Dias depois, o mesmo desodorante veio a anunciar uma nova e mágica proprie-dade de ter sua ação potencializada pelos movimentos dos braços. Afi nal, somos tão palermas assim?

Cervejas em cujas fórmulas lê-se a presença de “cereais não-maltados”, vêm a público se apresentar como as melhores do mercado, a superar àquelas genuínas, em que apenas se inserem água, malte e lúpulo. Ao fi m e ao cabo, tanto se repetem e tanto se decoram os anúncios com moças de muita beleza e pouca roupa, que vêm a prevalecer.

Esquecendo que “elogio em boca própria é vitupério”, alguns perdem a credibilidade e suscitam nossas desconfi anças, de tanto que se “pro-movem” e não cumprem. Alguém acredita no recente melhor carro do mundo, que superou Mercedes, BMW, Porsche, Toyota, Honda, sem ter percorrido as suas trajetórias? E as campanhas de autopromoção, vazias como o marketing soe ser, que até os veículos da publicidade fazem deles mesmos?

Afi nal, o que está acontecendo? Por-que as pessoas não são respeitadas e nem preservados seus direitos de escolha e decisão, limitando-se as empresas e suas agências a simples-mente apresentar seus produtos com suas características? Evidentemente, as verdadeiras.

A ânsia de convencer [email protected]

João Bosco Araújo

E isso assim ocorre porque a sociedade em que vi-vemos já foi com muito acerto defi -nida como ‘sociedade de consumo’, isto é, o consumo é a atividade-combustível que alimenta e movimenta a economia, e nós, pobres coitados, so-mos os ‘con-sumidores’, disputados e tratados como imbe-cis”

Editorial [email protected]

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016A4 OpiniãoOpinião

Dom Sérgio Eduardo

Castriani Arcebispo

Metropolitano de Manaus

Painelta André Vargas está traba-lhando de faxineiro no CMP (Complexo Médico Penal), no Paraná. Com o serviço, reduz o tempo de sua pena.

Causídico Amigos dizem que o tempo de reclusão trans-formou o banqueiro André Es-teves num exímio conhecedor de leis e recursos penais. De-bruçado sobre livros, dá pita-cos em seu próprio processo. Quando perguntado sobre o período no presídio, limita-se a dizer que prefere olhar pra frente.

O que deu nele? Tucanos graúdos que apoiam a candi-datura de Andrea Matarazzo à Prefeitura de SP se dizem surpresos com a recente “de-sinibição” do governador Ge-raldo Alckmin com o também pré-candidato João Doria.

Sinais Quem entende a ca-beça de Alckmin diz que a foto tirada na quinta (4) com Ricardo Tripoli, outro pré-can-didato tucano à Prefeitura, é mera tática diversionista. “Ele sempre quer confundir todo mundo. É a cara dele”, diz um interlocutor.

Queria assim No primeiro sonho de Alckmin, o senador José Serra sairia candidato a prefeito este ano. No segun-do, candidato a governador em 2018. Assim, reduziria os obstáculos para se tornar o nome do PSDB à Presidência. Resta saber o que sonha para Aécio Neves.

Redes contra zika O go-verno pediu ajuda das redes sociais na campanha contra o vírus da zika. Mark Zucker-berg, dono do Facebook, já entrou no circuito com uma mensagem em sua página na rede social. Agora, o governo quer engajar o Twitter.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

“O deputado Hugo Motta (PB) jantava com deputados da bancada do PMDB na tenta-tiva de atraí-los para sua candidatura -- que tem apoio de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Um dos presentes disse que seu rival, Leonardo Picciani (RJ), estava convidando correligionários a passar o Carnaval no Rio, com direito a camarote e outros mimos. Motta não se fez de rogado:-- Não tem problema! Sapucaí não garanto. Mas quando chegar o São João de Patos, pode todo mundo ir!

Quem dá mais

TIROTEIO

Os juros no Brasil ainda são muito altos, mas desta vez o Banco Central acertou ao não mexer na taxa básica.

DE PAULO SKAF, presidente da Fiesp, sobre a decisão do Banco Central de manter inalterada a taxa básica de juros em 14,25% ao ano.

Desde que o sítio em Atibaia e o triplex em Guarujá passaram a atormentar Lula, aliados e militantes de esquerda se perguntam quando o ex-presidente falará. Querem que ele una a tropa, ditando o argumento para sua defesa nas ruas. Mas amigos aconselham o petista a só se posicionar publicamente depois que Fernando Bittar e Jonas Suassuna, donos do terreno em Atibaia, derem suas explicações. Qualquer declaração divergente pode servir para desgastá-lo ainda mais.

Tá tranquilo Quem se encontra com o ex-presiden-te diz que ele não passa recibo. Brinca, conta piadas e raramente toca nos assuntos Atibaia e tríplex.

Plágio De um importante peemedebista sobre o pre-sidente do PT, Rui Falcão, ter defendido uma união nacional pelo país. “Deto-naram Temer por isso. Ago-ra, copiam”, disse.

Vida dura Apesar da der-rota na primeira votação do ano na Câmara, Dilma não vai retaliar os aliados traidores. Na avaliação do Planalto, é impossível brigar com a tropa tendo um processo de impeach-ment em curso, o que tira muito do poder de fogo do governo.

Minha hora O comitê que defi ne os investimentos do FI-FGTS terá novo presiden-te em março. A escolha, desta vez, será da União. O ex-deputado do PT e atual secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Cláudio Puty, é o favorito para comandar os mais de R$ 20 bilhões do fundo.

Teses Um ministro repa-ra que, no julgamento do pedido de afastamento de

Eduardo Cunha, estarão em jogo duas teses nunca tes-tadas. O MP diz que ele tem de sair por estar na linha sucessória da Presidência. Cunha dirá que, se é assim, não valem atos estranhos ao seu mandato.

Não é sério O deputado Lúcio Vieira Lima (BA), que faz campanha para colocar Hugo Motta na liderança do PMDB na Câmara, ironizou as contas de Leonardo Pic-ciani (RJ): “As estimativas dele parecem de pesquisa paga. Perto da eleição, vai ajustando. Eram 45 votos. Caiu para 40.”

Pago para ver Picciani fez questão de devolver a provocação do correligio-nário: “Lúcio dizia que ia ganhar de mim para a li-derança da bancada com 12 votos de diferença. Per-deu. Minha contagem é nas urnas.”

Emocional O lobista Fer-nando Baiano tem telefo-nado para amigos e feito planos de passar o pró-ximo Réveillon em Angra dos Reis. Nas conversas, diz acreditar que o pior já passou. Mas sempre cai no choro.

Limpa tudo O ex-petis-

A velha senhora não vê a hora de chegar o Carnaval e todos os anos vai ao desfile das escolas de samba. Vibra com as fantasias, com os carros alegóricos, apren-de o samba enredo, comentando e comparando como especialista no assunto. Mas o que mais a anima é o ritmo e som da bateria que a faz vibrar e esquecer as dores e os limites impostos pela idade. Sua única preocupação é a chuva porque não tem condições de pagar um camarote, devendo por isso assistir ao desfile a céu aberto. Tem a sua escola do co-ração, por quem vai torcer até a apuração dos votos dos jurados que definirão a campeã. Se a sua escola ganhar, o Carnaval estará completo, mas se perder, apesar da decepção, seu coração conti-nuará a esperar futuras glórias que com certeza virão.

Como ela, são milhões os foliões que em todo o Brasil fazem do car-naval uma grande festa popular. Os blocos carnavalescos levam milhares de pessoas as ruas, há os da tarde, os da noite e os da madrugada. Famílias inteiras se juntam à multidão irmanados pelo ritmo e pelo som. Os foliões na sua grande maioria trabalham duro para ganhar a vida. A senhora que recordei e que me inspira, depois de criar quatro filhos trabalhando diuturnamente, se desdobra no cuidado de netos e bisnetos.

Doméstica e empresária, sem-pre teve vida social e participou da igreja. Honesta nos negócios e sem mácula na vida pessoal, chega à última etapa da vida cercada de carinho e respeito. Na quarta-feira, começará a quares-ma, tempo de jejum, penitência e oração. Vivendo a vida assim, mantém o equilíbrio pessoal, lon-ge de fanatismos. Sua única ra-

dicalidade é a misericórdia que a conduz à solidariedade com os sofredores e a compreender os que erram. Perdoa com facilidade e está sempre pronta a dar uma mãozinha a quem precisa.

Faço estas reflexões diante da imagem que se tem do Carnaval como tempo de orgia, de bebe-deira, de sexualidade sem limites. Pensei nisto quando li a notícia de que seriam distribuídos um milhão e meio de preservativos durante o Carnaval. Parte-se do pressuposto de que neste perío-do as pessoas se entregarão ao sexo de risco, soltando todas as amarras e rompendo todos os limites. Talvez isto seja verdade, além do consumo de álcool que faz imaginar o de outras drogas, confirma esta impressão e os responsáveis pela saúde pública têm não só o direito, mas o dever de agir.

O Carnaval como qualquer ou-tra manifestação cultural é uma demonstração dos valores que determinam as atitudes e o com-portamento das pessoas. Há mui-ta solidariedade, partilha, desejo de viver, alegria genuína e isto se torna evidente durante o Carna-val. Mas a banalização da vida, o desejo de levar vantagem em tudo, a superficialidade, a busca do prazer a todo custo, mesmo que seja momentâneo aparecem com uma intensidade inaudita. Isto leva muitos a verem no carnaval o lugar do diabo e a ausência de Deus.

A parábola do joio e do trigo nos alerta contra este tipo de interpretação da realidade. Seres humanos são complexos. A alegria e a festa são legítimas e neces-sárias, assim como o jejum e a penitência. Homens e mulheres equilibrados são mais felizes.

Alegria e festa [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Natuza Nery

CONTRAPONTOHá muita soli-dariedade, par-tilha e desejo de viver. Mas a banalização da vida, o desejo de levar vantagem em tudo, a su-perfi cialidade, a busca do prazer a todo custo, mes-mo que seja momentâneo aparecem com uma intensi-dade inaudita. Isto leva mui-tos a verem no Carnaval o lugar do diabo e a ausência de Deus”

Compasso de espera

Frase

MARCIO MELO

Zeid Ra’ad Al Hussein, alto-comissário de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, defende que países com surto do vírus zika autorizem o direito ao aborto em casos de infecção em gestantes, pois o quadro pode estar relacionado

ao aumento de bebês diagnosticados com microcefalia.

OLHO DA [email protected]

Claramente, conter a epidemia de zika é um grande desafi o para os governos na Améri-

ca Latina. Entretanto, a orientação de alguns governos para que mulheres adiem a gravidez

ignora a realidade de que muitas delas simples-mente não podem exercer controle sobre quan-

do e em que circunstâncias fi car grávida

Pode sair a visão a partir de um desembarque do aeroporto Antonio Carlos Jobim, para sempre Galeão, do Rio de Janeiro. Ou acabamos todos de aterrissar em Uganda ou na África do Sul, onde o apartheid acompanha o carro até o hotel com o mesmo olhar de “vou te pegar na esquina”. Ou sem sair de casa e aqui mesmo: Manaus de mil contrastes

Zeid Ra’ad Al Hussein,da Organização das Nações Unidas, defende que países com surto do vírus zika autorizem o direito ao aborto em casos de infecção em gestantes, pois o quadro pode estar relacionado

ao aumento de bebês diagnosticados com microcefalia.

Claramente, conter a epidemia de zika é um grande desafi o para os governos na Améri-

ca Latina. Entretanto, a orientação de alguns ca Latina. Entretanto, a orientação de alguns ca Latina. Entretanto, a orientação de alguns governos para que mulheres adiem a gravidez

ignora a realidade de que muitas delas simples-mente não podem exercer controle sobre quan-

DO GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Page 5: EM TEMPO - 7 de fevereiro de 2016

Polí[email protected]

A5

MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016

HENDERSON MARTINS

No Amazonas, os maio-res partidos políticos vêm atraindo militan-tes da faixa etária entre

45 e 59 anos, segundo dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com os dados, os jovens, atualmente, re-presentam uma minoria nas nomenclaturas dos maiores partidos políticos em número de fi liados no país.

É o caso do PCdoB, que tem 20,5 mil fi liados no Amazonas.Destes, 14,23 % são fi liados do sexo feminino, sendo 2,9 mil na faixa etária de 45 a 59 anos. Segundo dados do TSE, há 3,5 mil fi liados do sexo masculino com a mesma faixa etária. De acordo com o presidente do PCdoB, Antônio Levino, o parti-do político não faz distinção de sexo ou faixa etária para fi lia-ções. “O nosso partido político é um dos maiores do Estado e não temos uma desproporção entre homens e mulheres e em relação à faixa etária. Mas, uma coisa é certa, o nosso partido também tem uma quantidade grande de jovens”, disse Levino.

Ocupando o segundo lugar com um maior número de fi -liados no Amazonas, o PT tem 17,2 mil eleitores. Deste total,

dentre os com 45 a 59 anos, há 2,2 mil fi liações femininas e 2,3 mil masculinas.

No PMDB, dos 13,8 mil elei-tores fi liados no Estado, entre os que têm 45 a 59 anos há 2.018 fi liados do sexo mascu-lino e 2,7 mil fi liados do sexo feminino. Seguem na lista dos com maior número de fi liados no Amazonas o PSDB com 11,8 mil fi liados, seguido pelo PP, que tem 11,6 mil fi liados. No DEM, há, atualmente, 1,1 mil fi liados. O partido político é o único com maior representatividade de fi liados com faixa etária de 35 a 44 anos.

Para o antropólogo e coorde-nador do Núcleo de Cultura de Política da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos, a cultura política no Brasil não está centrada nos partidos políticos, mas, sim, nas lideranças. Segundo ele, as pes-soas com uma faixa etária maior procuram os partidos políticos não de acordo com os progra-mas partidários, mas, sim, por conta dos “atores partidários”.

“Isso faz parte da nossa cultu-ra. Essas pessoas mais velhas tendem a procurar partidos políticos tradicionais, aqueles que estão no poder. Em con-trapartida, a juventude procu-ra os partidos políticos mais jovens”, disse Ramos.

Maioria dos fi liados no AM têm mais de 45 anosDados do TSE apontam que maioria dos fi liados a partidos políticos no Amazonas é da faixa etária de 45 a 59 anos

RICA

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Filiados são fundamentais para os partidos políticos articularem candidaturas, formularem propostas político-partidárias e representam, segundo cientistas políticos, força partidária, principalmente em períodos eleitorais

De acordo com dados da Justiça Eleitoral, as novas si-glas vêm atraindo um maior quantitativo de efi liados jo-vens. É o caso, por exemplo, do PHS, que tem mais de 3,5 mil fi liados na faixa etária de 25 a 34 anos e cerca de 600 fi liados entre 35 e 44 anos.

Uma das menores siglas no Amazonas em número de fi liados é o PRB, com 3,621 mil fi liados. Destes, há 429 mulheres na faixa etária entre 35 a 44 anos e 580 homens com 25 a 34 anos.

Para o presidente regio-nal do PRB, João Carlos Melo, a procura para filia-ção ao partido político é diversificada, sem distin-ção entre idades gênero e classes sociais. Mas, é indiscutível o interesse dos jovens pela legenda.

“Talvez eles estejam sen-do orientados pelos pais ou até devido ao próprio cená-rio político que passamos. Isso faz com que queiram ver as coisas mudar”, disse o presidente.

Segundo o presidente do

PRB, a intenção do partido político é ampliar o número de fi liados para chegar a 10 mil fi liações até o mês de março.

CentralizaçãoPara o antropólogo Ade-

mir Ramos, as filiações de jovens em partidos po-líticos tidos como novos

podem ser explicadas pe-las estratégias positivas desempenhadas por estas legendas para atrair a ju-ventude. Segundo ele, os partidos políticos também investiram na criação de institutos que funcionam para captar a juventude para as legendas.

“Essa é uma estratégia

de formação. No entanto, a juventude entra no partido, mas não tem ressonância, pois existe um caciquismo e centralismo muito gran-de, em uma só liderança. E o pior, muitos têm uma centralidade em uma rela-ção familiar e isso exclui a participação dos demais”, disse Ramos.

Juventude procura ‘novos’ partidos

Dados do TSE apontam que eleitores com até 34 anos procuram partidos com menor representatividade

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ENTREVISTA

Zika é prioridade

Política A8

DIEGO JANATÃ

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Page 6: EM TEMPO - 7 de fevereiro de 2016

MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016A6 PolíticaPolíticaSTF pede que Senado emita parecer sobre impeachmentPara ministro do Supremo, a medida é necessária diante da relevância da ação e para garantir o direito à ampla defesa

ABR

Ministro recebeu, na última quarta-feira, moção de repúdio de deputados federais pelas decisões sobre ação

B rasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, deu

até o dia 19 deste mês para que o Senado e a Presidência da República se manifestem sobre o recurso da Câmara dos Deputados que questio-na o rito definido pelo STF para o pedido de impeach-ment da presidente Dilma Rousseff (PT).

O recurso foi apresentado ao STF na última semana pela mesa diretora da Câmara dos Deputados. A decisão do Supremo inclui ainda o PCdoB, autor da ação.

Segundo o ministro, a medida é necessária diante da relevância da ação e da necessidade de preservar o princípio do contraditório e da ampla defesa.

Em uma segunda etapa, a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) também serão ouvidas sobre o as-sunto e também terão prazo para apresentar pareceres. Apenas após essas mani-festações Barroso decidirá sobre o recurso.

Na última semana, o mi-nistro Marco Aurélio Mello classifi cou como “precipi-

tada” a postura de Cunha, de apresentar recurso an-tes mesmo da publicação do acórdão, que traz o resultado no julgamento. A declaração levantou dúvidas sobre se o recurso será reconhecido.

Rito Em dezembro, o STF anulou

a comissão especial formada na Câmara para analisar o im-peachment e deu mais poder ao Senado no processo.

Contrariando o entendimen-to da mesa diretora da Câma-ra, a maioria dos ministros do Supremo considerou que não caberia votação secreta para a escolha dos integrantes da comissão do impeachment.

O STF também defi niu que o Senado não fi cará obrigado

a instaurar o impeachment, caso a Câmara decida pela abertura do processo. Para os ministros, cabe à Câmara autorizar e admitir o proces-so, enquanto ao Senado cabe decidir sobre a instauração.

De acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, “nunca na história do Supremo Tribunal Federal se decidiu por uma intervenção tão profunda no funcionamento interno da Câmara dos Deputados, res-tringindo, inclusive, os direitos dos parlamentares”.

ProtestoNa última quarta-feira, o

Procurador Parlamentar da Câmara, deputado Claudio Cajado (DEM-BA), recebeu moção de repúdio de depu-tados contra as decisões do ministro Luís Roberto Barroso relativas ao impeachment.

A moção, assinada pelas frentes parlamentares da agropecuária, segurança pú-blica e evangélica, e foi en-tregue pelo deputado Marcos Montes (PSD-MG).

No documento, os parla-mentares alegam que Barroso omitiu em seu voto “parte do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, para adequá–lo as suas intenções”.

DEFESA

Para ministro, mani-festações do Senado e do Planalto são fundamentais para preservar o princípio do contraditório e da ampla defesa, espe-cialmente em uma ação da relevância como o impeachment

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Page 7: EM TEMPO - 7 de fevereiro de 2016

MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016A7PolíticaPolítica

CláudioHumberto

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Cláudio Humberto

PODER SEM PUDOR

Com Ana paula Leitão e Teresa Barros

Se precisar de algo, conte comigo”

EX�DEPUTADO CÂNDIDO VACAREZZA �PT� ao dono da UTC, Ricardo Pessoa, preso na Lava Jato Os novos

destinos do exO ex-ministro do Planeja-

mento Guilherme Dias não apareceu na posse do seu substituto, Guido Mantega. Representou-o na solenidade o ex-assessor Simão Cirineu, que, em discurso, mencionou os “novos destinos” do ex-ministro para justificar sua ausência, insinuando que Dias assumira novas atribuições, talvez no exterior. Na platéia, um gaiato esclareceu:

- Só se ele virou gerente de pousada, na beira da praia!

É que os “novos destinos” do ex-ministro Guilherme Dias eram, na verdade, as praias de Porto Seguro, no sul da Bahia, onde estava naquele momento.

Rio pode estar sonegando dados sobre o zika

Números lipoaspiradosO Rio informou ao Ministério da

Saúde que só foram confi rmados dois casos de microcefalia, em 196 sus-peitos. Ninguém acreditou na lorota.

Conta outra...Entre os nove Estados com casos de

microcefalia associado ao zika vírus, o Rio de Janeiro jura que está em 8º lugar. Humm...

Triste rankingPernambuco lidera os casos confi r-

mados de microcefalia (153), seguido da Bahia (99), Rio Grande do Norte (63) e Ceará (37).

Debaixo do tapeteApesar da suspeita de manipulação,

o Ministério da Saúde deixou de co-brar dos Estados a atualização dos números sobre o zika vírus.

Agora investigado, Lula desaba

em depressãoAmigos e familiares estão preocu-

pados com o ex-presidente Lula, que caiu em estado depressivo desde as revelações que desmontam sua ver-são sobre a suspeita de que são de sua propriedade o apartamento tríplex na praia de Guarujá e o sítio em Atibaia, ambos em São Paulo. Abatido, ele nem sequer tem orientado as notas do Instituto Lula para responder as denúncias. E já mencionou o temor até de ser preso.

Meu mundo caiuBajuladores de Lula o convenceram

de que ele jamais seria alvo de inves-tigações, e que ele não passaria de “testemunha” ou “informante”.

Chave de cadeiaAlém de responder a acusações

de ocultação de patrimônio, Lula é investigado também no caso da venda de medidas provisórias.

Técnicos ligados ao comando nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti suspeitam que as autoridades sanitárias do Rio de Janeiro não es-tão enviando ao Ministério da Saúde os números reais sobre os registros de casos de dengue e principalmente do zika vírus no Estado. A suspeita é que os governantes temem que os números dramáticos da doença venham impactar na realização das Olimpíadas, em agosto.

Tráfi co de infl uênciaA denúncia de tráfi co de infl uência

a serviço da Odebrecht, investiga-da pelo Ministério Público Federal, também ajudou a “derrubar” Lula.

Zika que nadaO ministro Marcelo Castro (Saú-

de) tem outra prioridade: vai se demitir por dois dias para retomar o mandato e votar no padrinho Leo-nardo Picciani para Líder do PMDB. Periga a Dilma não o reconduzir.

Pulando a janela A bancada do PP na Câmara

deve perder dois deputados na janela partidária, mas estima re-ceber outros cinco. Um deputado afi rma: “Está aberta a temporada de traições”.

Correio eleganteRenan Calheiros fi cou incomoda-

do com as denúncias da Lava Jato. Seu apoio à reeleição de Michel Temer a presidente do PMDB tem sido interpretado no Planalto como um “recado” do seu incômodo.

Xô, CPMFAliado de Leonardo Picciani, Sér-

gio Souza (PMDB-PR) não vê clima para votar a CPMF. “Não creio que o governo conseguirá aprová-la”, diz o deputado, que é suplente da senadora Gleisi Hoff mann (PT).

Mesma geraçãoDa mesma geração, o deputado

Hugo Motta (PB), candidato de Edu-ardo Cunha à liderança do PMDB, e Renan Filho são muito amigos, desde o tempo em que o governador

de Alagoas foi deputado federal.

Tudo de novoA Casa Civil, comandada por

Jaques Wagner, detectou movi-mentos no Congresso para voltar com o impeachment. O gatilho que animou a oposição foi a mudança no status de Lula, que agora é investigado.

Jogo de empurraPresidente nacional do PP, Ciro

Nogueira (PB) é chamado de “papa”. Os candidatos a líder da banca-da, Aguinaldo Ribeiro e Dudu da Fonte, pedem a bênção do sena-dor, que afirma ser uma decisão da bancada.

ParceirosA Venezuela comprou, pela pri-

meira vez, petróleo dos Estados Unidos, “inimigo mortal” do chavis-mo. A Venezuela tem a quarta maior reserva de petróleo do mundo, mas o chavismo destruiu sua economia.

Pergunta no InstitutoO ex-presidente Lula

vai se fantasiar de empreiteiro no Carnaval?

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016A8 Com a palavraCom a palavra

EM TEMPO – Doutor Na-veca, em meio a esta crise envolvendo as três doen-ças (zika, chikungunya e dengue) o próprio poder público admite ter muitas dúvidas sobre o assunto. O que de fato se sabe hoje sobre a doença?

Felipe Naveca – O que sa-bemos é que a zika é uma doença aguda muito parecida

Felipe Naveca é virologista, pesquisador em saúde pública e vice-diretor de Pesquisa do Instituto Leônidas e Maria Deane da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da Amazônia. O pesquisador recebeu a reportagem do EM TEMPO na tarde da última quinta-feira (4) onde esclareceu uma série de dúvidas sobre a principal pauta de saúde do momento: o vírus zika.

‘A PRIORIDADE, atualmente, é DIAGNOSTICAR O vírus zika’

Felipe Naveca

com a dengue e com a febre chikungunya. Ela está sendo associada aos casos de micro-cefalia em virtude dos casos relatados no nordeste brasi-leiro e em outros Estados da nação. Essa associação acon-teceu em virtude de uma série de fatores. A primeira delas foi o aumento em mais de 20 vezes da incidência de microcefalia em gestantes na região. Elas relataram ter tido sintomas idênticos aos produzidos pelo zika, além de traços do vírus terem sido encontrados no lí-quido amniótico de uma das grávidas cujo fi lho teve micro-cefalia. Além disso, a autópsia nesses bebês também revelou a presença do vírus em todas as amostras de tecido analisadas. Ou seja, há fortes evidências de que o vírus seja causador dessa doença em crianças. Quando o Brasil emitiu o alerta mundial sobre a doença, a polinésia francesa, região que vinha so-frendo um surto de zika desde 2012, começou a revisar seus casos e também consegue rela-cionar casos de microcefalia ao vírus. Nesse mesmo momento, o Centro de Controle de Do-enças de Atlanta, nos Estados Unidos, também começa a re-visar esses casos e concorda com a associação. A Fiocruz no Rio de Janeiro também possui a mesma posição. Então, as evidências são cada vez mais fortes. Isso tudo levou a Or-ganização Mundial de Saúde a emitir essa semana o Estado de Alerta Mundial para o vírus zika, em virtude da velocidade com a qual a doença tem se espalhado e pela gravidade dos casos.

POR FRED SANTANA

FOTOS: DIEGO JANATÃ

A região ama-zônica é muito favorável a esse tipo de virose. Isso porque há ciclos de infec-ções na fl oresta e quando o ho-mem entra em contato com esses ciclos, traz para as cidades esses vírus que iniciam outros ci-clos de infecção.

EM TEMPO – Há alguns dias, uma universidade no Texas (EUA) divulgou um co-municado onde afi rmava ter comprovado a transmissão do vírus por via sexual. A única forma de transmissão do zika é pelo Aedes aegypti ou há outras perspectivas?

FN – O que temos de certeza é que o Aedes aegypti é o vetor de transmissão do vírus zika. Mas, além desses deste traba-lho, há outros dois, sendo um de 2008 que também trabalhava com a possibilidade de trans-missão por via sexual do vírus. Existem evidências, mas ainda não há um elemento que possa confi rmar essa informação. Ao que tudo indica, não podemos descartar a transmissão por via sexual inclusive por pesso-as que aparentemente não te-nham mais o vírus. Isso porque quando analisamos um vírus, analisamos as suas caracte-rísticas em outros hospedeiros. O vírus ebola, por exemplo, que possui efeitos mais graves que o zika, já foi detectado no sêmen de homens que não manifesta-vam sintomas da doença meses depois. Por analogia, é possível avaliar se o zika possui o mes-mo comportamento. Claro, para afi rmarmos isso é preciso ainda muitos testes.

EM TEMPO – Como se

diferencia as três doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti (zika, chi-kungunya e dengue)?

FN – É muito complicado fazer essa distinção por testes laboratoriais. É preciso um pro-fi ssional experiente para fazer esse diagnóstico e, ainda as-sim, há a dependência do de-senvolvimento de cada pacien-te. Todos tendem a ter febre, assim como dores no corpo. A chikungunya talvez seja a mais fácil de diagnosticar em virtude da artralgia, dores intensas nas articulações, que é típica dela e pode se prolongar por meses e até anos. Há casos relatados na literatura que relatam esse tempo, o que não acontece com a dengue e o zika. Exames laboratoriais, como o hemo-grama, ajudam no diagnóstico, mas ainda requerem testes específi cos para o vírus.

EM TEMPO – A Fio-cruz Amazônia está de-senvolvendo pesquisas relacionadas a essas três doenças causadas pelo mosquito? Essa dificulda-de de diagnóstico dificulta esse trabalho?

FN – A pesquisa é justa-mente para entender o que é cada uma dessas doenças. Só é importante salientar que todas as pessoas serão tratadas da mesma forma nas três doenças, de acordo com suas necessidades. Não existe uma droga específi ca para nenhuma delas. No caso da dengue, onde o pacien-te pode evoluir gravemente com muita velocidade, aí o procedimento muda e pas-samos a um tratamento de suporte, já que não há um tratamento específi co para o vírus. O médico avalia, mas há a recomendação do Mi-nistério da Saúde de que, em caso de dúvida, seja tratado sempre como dengue.

EM TEMPO – Em virtu-

de das características da região, que apresenta qua-dros elevados de dengue, o laboratório da Fiocruz da Amazônia está realizando testes específi cos? Como isso funciona?

FN – Temos trabalhado já há alguns anos em virtude dessas peculiaridades. A região ama-zônica é muito favorável a esse tipo de virose. Isso porque há ciclos de infecções na fl oresta e quando o homem entra em contato com esses ciclos, traz para as cidades esses vírus que acabam iniciando outros ciclos de infecção. Inclusive para esses dois vírus (chikun-gunya e zika), já estávamos nos preparando para fazer o diagnóstico porque eles esta-vam se espalhando pelo mun-do. Desenvolvemos um projeto com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Ama-zonas (Fapeam) que nos deu a tecnologia e a capacidade de diagnosticar as duas doenças assim que chegaram ao Esta-do. A prioridade, atualmente, é diagnosticar o vírus zika em virtude do surto da doença. A ideia é que o Laboratório

Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen/AM) tam-bém possa fazer testes. Eles já foram capacitados para isso e vão receber recursos do Ministério da Saúde para poder fazer os diagnósticos. Se, porventura, os casos forem muito elevados, a ideia é tra-balharmos em parceria.

EM TEMPO – O gover-

no afi rma que o país está perdendo a batalha contra o mosquito que transmi-te essas doenças. Como o senhor avalia o compor-tamento do poder público diante dessa epidemia?

FN – O governo tem feito sua parte, mas sem a par-ticipação da população, isso não será possível. Não temos como vistoriar todas as casas em velocidade sufi ciente. As pessoas precisam buscar fotos constantemente. Mesmo em lugares onde não imaginariam ser possível a procriação do mosquito, como nas calhas de telhados ou em tampas de re-frigerante jogadas no quintal.

EM TEMPO – Um dos Es-tados mais atingidos é o Rio de Janeiro, sede das Olim-píadas deste ano. Manaus receberá jogos da compe-tição no mesmo período. O senhor concorda com os argumentos de que os jogos devem ser suspensos?

FN – Sobre as Olimpíadas, não. O poder público já tem atuado em grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014, o Rock In Rio e a Jornada Mundial da Juventude com êxi-to. É preciso apenas redobrar a vigilância e os cuidados.

EM TEMPO – Além da

microcefalia, quais outras consequências o Zika pode causar ao doente?

FN – Há relatos de que ela causa a síndrome de Guillain-Barré em pacientes. A síndro-me de Guillain-Barré é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológi-co do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso por engano. Isso leva à infl ama-ção dos nervos, que provoca fraqueza muscular.

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Page 10: EM TEMPO - 7 de fevereiro de 2016

MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016B2 EconomiaGNV amplia vantagens sobre etanol e gasolinaEstudo revela que economia do Gás Natural Veicular é igual ou superior a 50% em comparação com etanol no Amazonas

DIV

ULG

AÇÃO

Taxistas são os principais consumidores dos postos que comercializam o Gás Natural Veicular na cidade

Estudo da Associação Brasileira das Empre-sas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abe-

gás) aponta que a economia gerada pelo uso do Gás Natural Veicular (GNV) no Amazonas, apesar de ser economicamen-te menos lucrativa em relação a outros Estados, ampliou as vantagens em relação ao eta-nol e à gasolina, além de ser ambientalmente correto.

Com as variações nos preços da gasolina e do etanol, o GNV fi cou com economia superior a 50% frente ao etanol em 16 unidades da federação como o Amazonas na Região Norte, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, no Sudeste, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, no Sul, Alagoas, Bahia, Ceará, Pa-raíba, Pernambuco e Sergipe, no Nordeste, e Mato Grosso do Sul, na Região Centro-Oeste.

Em seis Estados, a economia do GNV é igual ou superior ao patamar de 50% quando com-parada com a da gasolina. São eles: Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. A análise da Abegás utiliza dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Na-tural e Biocombustíveis (ANP) e aplica os dados do Fiat Siena

como referência para calcular o custo por quilômetro rodado. O manual do veículo traz uma estimativa de consumo médio com os três combustíveis.

Com o GNV cada vez mais competitivo, cresce no país o número de conversões de veículos para o GNV tanto de pessoas físicas como jurídi-

cas. Empresas com grandes frotas estão vendo no GNV uma boa oportunidade de ga-nhar não apenas na economia em escala, mas também pelo aspecto ambiental. Segundo o presidente executivo da Abe-gás, Augusto Salomon, o GNV emite, em média, 15% menos CO2 em relação ao etanol e 20% a menos na comparação com a gasolina.

O destaque vai para o Rio de

Janeiro, onde o consumidor ob-tém até 63% de economia em relação ao etanol, garantindo uma economia mensal de R$ 675 frente ao etanol e de R$ 504 frente à gasolina para quem roda em média 2,5 mil quilômetros/mês. Rodando a mesma quilometragem com GNV, no Rio Grande do Sul, o consumidor poupa R$ 670 por mês frente ao etanol e R$ 428 em relação à gasolina.

IntensidadeO estudo mostra que o GNV

é cada vez mais uma excelen-te alternativa para qualquer pessoa que rode com inten-sidade e busque economia, seja utilizando o carro para trabalhar ou no passeio de fi m de semana, afi rma o pre-sidente executivo da Abegás.

Os Estados avaliados pelo estudo são: Alagoas, Ama-zonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Per-nambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe. Em todos eles, mesmo a menor economia registrada ainda é bastante vantajosa aos consumidores que optam pelo GNV.

CUSTO

Em São Paulo, a eco-nomia com o GNV é de 54% em relação à gasolina e 56% frente ao etanol. O custo por quilômetro rodado, conforme a Abegás, é de R$ 0,15 com o GNV, R$ 0,33 com gasolina e R$ 0,34 com o etanol

MÁRCIO VIEIRA

Especialista em Marketing

Palestrante em técnicas de ven-

das e atendimentoConsultor em

marketing e posi-cionamento

Seja por uma oportunidade de mercado, seja por uma necessidade de driblar o desemprego, ou mesmo criar uma fonte de renda, as pes-soas decidem abrir uma empresa, em geral de pequeno porte. Essas pessoas querem, naturalmente, ter sucesso através do grande sonho que é ser dono do próprio negócio. Hoje, de cada 10 brasileiros, 4 de-sejam se tornar patrões, segundo pesquisas mais recentes.

Para muita gente isso signifi ca ter autonomia para trabalhar como bem entender; não bater ponto de entrada e saída; chegar na empresa a hora que quiser; faltar quando achar que deve; imprimir sua forma de liderança e gestão que, invaria-velmente, é considera a mais justa e correta; enfi m...como muitos dizem: “vou abrir minha empresa para fazer do meu jeito, como eu quiser e como achar melhor”. Tenha calma. A coisa não é bem assim. Ser empreendedor é uma atitude; ser empresário é uma condição que você assumiu, ou vai assumir; porém, ter sucesso será um desafi o a ser conquistado dia após dia, com muito trabalho, conhecimento e dedicação.

A vontade de empreender, ou seja, o impulso de buscar ter o próprio negócio, é uma atitude bas-tante louvável e até recomendável. Ser um empresário, ou empresária, deve ser mais uma opção de fu-turo profi ssional, assim com já o são conquistar um bom emprego, passar em um concurso público (o que para muita gente parece o mais cômodo, em função da possibilidade da se estabilizar. Muitos também costumam dizer: “Quero passar em um concurso para que ninguém possa me demitir”). Note bem que neste último caso o objetivo do indivíduo não é ser um servidor público competente e útil, mas ter um emprego estável.

Nada contra a intenção de cada um. Todos têm o direito de buscar a felicidade. Meu argumento, po-rém, é o de que nesta busca pela felicidade é possível ajudar muita gente, fazer muitas famílias felizes, contribuir com a nação e com o Estado. Ser um empreendedor é uma dessas formas de contribuir diretamente com a sociedade, atra-vés da geração de empregos, renda, riquezas, ampliação de mercados, oportunidades, entre outras.

Pois bem, empreender é uma atitude que todos devemos apoiar. No entanto, é preciso empreender com responsabilidade. É necessário ter planejamento, buscar informa-ções valiosas de acordo com cada modelo de negócio. Não empreen-da por aventura; empreenda com planejamento.

Uma boa dica para quem pretende abrir um negócio: comece refl etindo sobre o motivo de existência de sua empresa. Afi nal de contas, para que ela vai servir? Qual a razão de existir de seu negócio? O que ele vai proporcionar, ou qual problema ele pretende resolver? Pense sobre isso, porque uma empresa entrega ao cliente muito mais do que um produto ou serviço. Uma empresa entrega uma experiência de com-pra, através da qual se processa uma relação de confi ança.

Pense sobre isso. Qual é o pro-pósito de sua empresa? Nos próxi-mos artigos, vamos aprender mais sobre a importância de se estabe-lecer uma missão para o negócio. Além da missão, vamos abordar os conceitos de visão e valores. Tenho certeza de que conhecer um pouco mais sobre isso vai ser estrategicamente importante para aumentar suas chances de sucesso como empresário.

Abraços e até domingo.

Sua empresa existe para quê? [email protected]

Técnicas e conhecimento combatem crise XVI

Empreender é uma atitude que todos de-vemos apoiar. No entanto, é preciso empreender com respon-sabilidade. É necessário ter planejamento, buscar infor-mações valio-sas de acordo com cada modelo de negócio. Não empreenda por aventura

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016B3Economia

Resíduos de peixes geram biogás, fertilizante e raçãoMicroempreendedores desenvolvem, com apoio da Fapeam, pesquisa para o reaproveitamento do lixo das feiras e mercados

DIV

ULG

AÇÃO

Protótipos dos biofertilizantes produzidos com resíduos já podem ser encontrados em feiras de Manaus

Os resíduos de peixes que antes eram des-cartados no lixo pe-las feiras, mercados

e restaurantes podem ter um novo destino. A alternativa é fruto de um projeto de pes-quisa, desenvolvido por micro-empreendores amazonenses, que busca no reaproveitamen-to dos restos de pescado a produção de biofertilizantes, biogás e ração orgânica.

A utilização de produtos naturais deve trazer vários benefícios para população amazonense, por conta da ligação com a alimentação, energia e sustentabilidade do planeta, avalia um dos responsáveis pelo projeto de pesquisa, Raimundo Pereira. De acordo com o pesquisador, a maior vantagem do processo produtivo está na capacida-de de produção de energia alternativa, fertilizante e ra-ção para animais a partir de matéria orgânica e altamen-te renovável, sem substâncias tóxicas para o consumidor e para o meio ambiente.

Segundo Pereira, com o re-aproveitamento do pescado, adicionado a outros compos-tos naturais, será possível re-duzir níveis de gás carbônico por conta da utilização de

energia a partir de matéria orgânica. “Este será o futuro da geração de energia e de combustíveis. O planeta Ter-ra e os seres humanos são verdadeiros biodigestores e, em semelhança disso, os in-ventos para os passos evolu-tivos das próximas gerações deverão traduzir este padrão

em uma constate na vida so-cial, econômica e ecológica da humanidade”, observa.

O pesquisador explica que a essência do biofertilizante, que já é possível ser encon-trado em um protótipo em algumas feiras de Manaus, será utilizada nos setores bá-sicos como agrícola, jardins, hortas entre outros tipos de plantações. E o biogás deverá ser utilizado para gerar ener-

gia e combustível. Já a ração orgânica poderá ser utilizada na avicultura e aquicultura.

“O biofertilizante trará muitas vantagens para a agricultura em geral, por ser um produto isento de agrotóxico. O biogás é um combustível que poderá ser utilizado como geração de energia. E a ração orgânica trará benefícios à criação de peixes na região amazônica”, afi rma o pesquisador.

O trabalho é um dos 40 projetos aprovados no âm-bito do Programa Sinapse da Inovação, fruto da parce-ria fi rmada entre a Fapeam com a Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi), que tem por objetivo transformar os resultados de projetos de pesquisa de universidades e instituições de ciência, tec-nologia e inovação em produ-tos inovadores competitivos, além de fortalecer o empre-endedorismo inovador.

“O apoio da Fapeam é im-portante para o andamento dessa pesquisa. Esse é um projeto que vai benefi ciar a sociedade com a melhoria na qualidade da produção de fertilizante, biogás e ração animal”, avalia o pesquisador.

APOIO

O projeto de pesqui-sa dos microempre-endedores amazonen-ses conta com apoio do governo do Esta-do do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazo-nas (Fapeam)

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016B4 B5Economia

De olho nasOlimpíadas

Empresas do segmento de ecoturismo e turismo de aventura ampliam serviços e formam rede para receber bem os estrangeiros que virão a Manaus em função das partidas de futebol que serão realizadas em Manaus, durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro

De olho no movimen-to turístico que o ano olímpico deve gerar em Manaus, neste ano, em-

presas do segmento apostam no mercado de atividades de ecoturismo e turismo de aven-tura na Amazônia para encantar os visitantes e provocar o re-torno. Conforme estimativa da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manaus-cult), são esperados para o período dos Jogos Olímpicos, na capital amazonense, apro-ximadamente, 120 mil turistas estrangeiros, que é a mesma média do período da Copa do Mundo de 2014.

A plataforma digital de co-mercialização de atividades de ecoturismo e turismo de aven-tura na Amazônia, para turistas domésticos e estrangeiros, que é a startup Pra Que Rumo, apos-ta para este ano na ampliação das parcerias entre operadoras, agências de turismo e rede hoteleira local e estrangeira, a fi m de ampliar as experiências aos turistas que virão a Manaus, a partir de março. Segundo o CEO da Pra Que Rumo, Tayke Monteiro, a startup desenvolve uma plataforma com novas fun-cionalidades, a fi m de atender as novas parcerias com mais autonomia e efi ciência.

De acordo com Tayke, a procura por novas experiên-cias na Amazônia aumentou signifi cativamente, em 2015, em função dos refl exos da Copa do Mundo de 2014. Mas a certeza de investir no turis-ta estrangeiro veio ainda no início deste ano, quando a plataforma (praquerumo.com.br) alcançou acesso em mais de cem países. A startup até foi convidada por uma companhia aérea holandesa para colabo-rar na produção da sua revista de bordo com informações so-bre o ecoturismo e turismo de aventura no Amazonas, para as Olimpíadas 2016.

Atualmente, o turista que bus-ca essa vivência na Amazônia encontra na Pra Que Rumo e seus parceiros atividades como expedições de caiaque, stand up paddle (SUP) e ra� ing pelos rios. Tem ainda trilhas, rapel em cachoeiras, camping, arvoris-mo, paraquedismo, cavalgada e escala em árvores a partir de 25 metros de altura. O valor básico para realizar essas atividades é de R$ 80,00 reais por pessoa.

Para este ano olímpico, o CEO da Pra Que Rumo afi rma que as novas parcerias vão ampliar as aventuras no que a Amazônia tem mais de de-safi ador para os visitantes de outros países. “Pensando em melhorar a experiência do turis-ta estrangeiro, que procura os roteiros tradicionais da região, estamos elaborando uma nova série de roteiros com serviços e atividades que valorizem a cultura e a interação com os elementos naturais e históricos da Amazônia”, conta.

De acordo com Tayke, o pri-meiro novo roteiro a ser lan-çado em parceria com Amazon Share será uma excursão para o encontro das águas a bordo de um Barco de Luxo. “Nele será oferecida uma experiência única no rio Negro, com muito conforto, conhecimento e di-versão”, comenta. Ele diz que este passeio será lançado ainda neste mês de fevereiro, com valor de R$ 350, por pessoa.

“Durante o último ano nosso foco foi o público local. Cerca de 98% dos clientes atendidos moravam em Manaus. Essa estratégia nos possibilitou reduzir os impactos da sazonalidade do turismo conven-cional e também nos proporcio-nou grande conheci-m e n t o s o b r e o público e as atividades desenvolvidas aqui na região”, afi rma.

Com gestão compartilhada com a Fabriq Aceleradora, a startup fechou as operações de 2015 com quase R$ 100 mil em faturamento e mais de 500 clientes atendidos, o que rendeu a ela o prêmio de Startup do Ano, concedido pela comunidade

EMERSON QUARESMAE THIAGO FERNANDO

JOGOS

Durante as Olímpiadas do Rio, em Manaus, serão realizadas seis partidas de futebol, sen-do quatro do masculino e dois do feminino, na Arena da Amazônia, entre os dias 4 a 9 de agosto. Em março serão sorteadas as seleções

O SUP é a atividade em contato com a natureza dos manauenses Roteiro de turismo de aventura e ecoturimo é reunido em rede pelo site da startup manauense Pra Que Rumo

Escalada em árvores, em Manaus, é muito procurada por estrangeiros

Nas alturas da AmazôniaMais do que eventos festivos,

o turismo de aventura no Ama-zonas tem mais ofertas do que o próprio amazonense imagina. A atividade de escalada em árvores da empresa de recep-tivo Amazon Tree Climbing, por exemplo, que está dentro do roteiro do Pra Que Rumo, tem levado os turistas que chegam em busca da aventuras na Ama-zônia, literalmente, às alturas. Segundo o proprietário da em-presa, guia turístico e escala-dor de árvores Fabiano Moraes, 98% dos clientes são estran-

geiros e desse 70% são norte-americanos e

39% são euro-peus.

Atual-m e n t e , a Ama-

zon Tree C l i m b i n g

atende até 20 pessoas

por vez, numa programação de

até quatro horas, com equipamentos

de ponta, ao custo de R$ 300 por pes-

soa, em árvores de até 35 metros. A empresa

conta ainda com roteiros que custam R$ 450 para escalada em um pé de Samaúma, com vista para o Encontro das Águas, entre outros pacotes ofertados no site da empresa (amazontreeclim-bing.com).

A cobrança pode ser escalonada. Para os residen-tes, Moraes diz que a empresa dá 20% de desconto.

Com isso, a partir de dois par-ticipantes o preço fi ca R$ 280 por pessoa e de 6 a 8 o preço baixa para R$ 184, por pessoa.

Para este ano olímpico, Mora-es diz que trabalha para aten-der a sua capacidade máxima de até 30 pessoas na mesma árvore, em busca do recorde mundial do segmento. “Que-remos chegar até 30 pessoas ao mesmo tempo em cima da árvore. Queremos bater o re-corde mundial porque não tem nenhum registro desse até hoje. Mas, é claro que depois vem o americano que vai colocar na sequoia (maior árvore do mundo em termos de volume que atinge de mais de 90 me-tros de altura e 17 metros de diâmetro) até 50 pessoas ao mesmo tempo”, comenta.

Há 10 anos no mercado, o escalador de árvore explica lem-bra explica que a empresa tem como proposito sempre escalar as árvores mais altas. Segundo ele, na terra fi rme a árvore como maior potencial nos arredores de Manaus é o Angelim e a na várzea é a Samaumeira. “Temos Samaúma de 65 metros que a pessoa escala 45 metros dela. Em Presidente Figueiredo já escalamos um Angelim de 72 metros”, conta.

Natural do Rio Grande do Sul, Moraes lembra que a ativida-de começou no Amazonas de com escaladores de rocha que vieram tentar viver de planta-ções em agrovilas, na região de Presidente Figueiredo. Mas, no lugar onde estavam avistaram um Angelim e de lá resolve-ram experimentar a escala em árvores. Eles buscaram apoio com a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta).

De olho na tendência do mercado, o instrutor de téc-nicas verticais, Pedro Lunie-re, 25, e seu primo, Adriel Luniere, 25, transformaram o amor pelos esportes de aventura em fonte de renda. A aposta rendeu a eles, há 3 anos, o Ecoforest Adven-ture, que oferece para o público amazonense, entre outras atividade em contato com a natureza, a prática do rapel nas cachoeiras de Presidente Figueiredo.

Pedro conta que tudo co-meçou na época em que ele cursava engenharia fl ores-tal. Vendo que uma parte da população de Manaus tinha interesse em experimentar novas atividades em contato com a natureza, ele decidiu investir na área.

“Sou instrutor de técnicas verticais há 4 anos. Foi sem-pre um sonho transformar o hobby em um trabalho. Falo que é fi nal de semana todos os dias. Trabalho me diver-tindo. Já tinha as técnicas necessárias e transforma-mos isso em um produto atrativo ao público”, explica.

O empresário que inau-gurou em 2015 o Parque de Aventura EcoForest, lo-calizado no quilômetro 39 da rodovia federal BR-174, também conta com a par-ceria da startup Pra Que Rumo para difundir o serviço, além próprio site (ecofores-tadventure.com) e uma pági-na no Facebook. “O público é diverso. Claro que existe uma tendência para os mais jovens. Porém, já atendemos pessoas com uma idade mais avançada que desejam ter uma expe-riência nova. O mercado da adrenalina está movimen-tando muito”, diz Luniere.

O custo da prática de rapel em cachoeiras como o Santuário, em Presidente Figueiredo, gira em torno de R$ 60 a R$ 100. “Eco-nomicamente é bem inte-ressante. Observamos uma tendência de as pessoas buscarem atividades de aventura, lazer e experiên-cias. Elas estão preferindo aproveitar o seu tempo in-vestindo no bem-estar e cuidando da saúde”, aponta.

Adrenalina nas cachoeiras

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016B4 B5Economia

De olho nasOlimpíadas

Empresas do segmento de ecoturismo e turismo de aventura ampliam serviços e formam rede para receber bem os estrangeiros que virão a Manaus em função das partidas de futebol que serão realizadas em Manaus, durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro

De olho no movimen-to turístico que o ano olímpico deve gerar em Manaus, neste ano, em-

presas do segmento apostam no mercado de atividades de ecoturismo e turismo de aven-tura na Amazônia para encantar os visitantes e provocar o re-torno. Conforme estimativa da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manaus-cult), são esperados para o período dos Jogos Olímpicos, na capital amazonense, apro-ximadamente, 120 mil turistas estrangeiros, que é a mesma média do período da Copa do Mundo de 2014.

A plataforma digital de co-mercialização de atividades de ecoturismo e turismo de aven-tura na Amazônia, para turistas domésticos e estrangeiros, que é a startup Pra Que Rumo, apos-ta para este ano na ampliação das parcerias entre operadoras, agências de turismo e rede hoteleira local e estrangeira, a fi m de ampliar as experiências aos turistas que virão a Manaus, a partir de março. Segundo o CEO da Pra Que Rumo, Tayke Monteiro, a startup desenvolve uma plataforma com novas fun-cionalidades, a fi m de atender as novas parcerias com mais autonomia e efi ciência.

De acordo com Tayke, a procura por novas experiên-cias na Amazônia aumentou signifi cativamente, em 2015, em função dos refl exos da Copa do Mundo de 2014. Mas a certeza de investir no turis-ta estrangeiro veio ainda no início deste ano, quando a plataforma (praquerumo.com.br) alcançou acesso em mais de cem países. A startup até foi convidada por uma companhia aérea holandesa para colabo-rar na produção da sua revista de bordo com informações so-bre o ecoturismo e turismo de aventura no Amazonas, para as Olimpíadas 2016.

Atualmente, o turista que bus-ca essa vivência na Amazônia encontra na Pra Que Rumo e seus parceiros atividades como expedições de caiaque, stand up paddle (SUP) e ra� ing pelos rios. Tem ainda trilhas, rapel em cachoeiras, camping, arvoris-mo, paraquedismo, cavalgada e escala em árvores a partir de 25 metros de altura. O valor básico para realizar essas atividades é de R$ 80,00 reais por pessoa.

Para este ano olímpico, o CEO da Pra Que Rumo afi rma que as novas parcerias vão ampliar as aventuras no que a Amazônia tem mais de de-safi ador para os visitantes de outros países. “Pensando em melhorar a experiência do turis-ta estrangeiro, que procura os roteiros tradicionais da região, estamos elaborando uma nova série de roteiros com serviços e atividades que valorizem a cultura e a interação com os elementos naturais e históricos da Amazônia”, conta.

De acordo com Tayke, o pri-meiro novo roteiro a ser lan-çado em parceria com Amazon Share será uma excursão para o encontro das águas a bordo de um Barco de Luxo. “Nele será oferecida uma experiência única no rio Negro, com muito conforto, conhecimento e di-versão”, comenta. Ele diz que este passeio será lançado ainda neste mês de fevereiro, com valor de R$ 350, por pessoa.

“Durante o último ano nosso foco foi o público local. Cerca de 98% dos clientes atendidos moravam em Manaus. Essa estratégia nos possibilitou reduzir os impactos da sazonalidade do turismo conven-cional e também nos proporcio-nou grande conheci-m e n t o s o b r e o público e as atividades desenvolvidas aqui na região”, afi rma.

Com gestão compartilhada com a Fabriq Aceleradora, a startup fechou as operações de 2015 com quase R$ 100 mil em faturamento e mais de 500 clientes atendidos, o que rendeu a ela o prêmio de Startup do Ano, concedido pela comunidade

EMERSON QUARESMAE THIAGO FERNANDO

JOGOS

Durante as Olímpiadas do Rio, em Manaus, serão realizadas seis partidas de futebol, sen-do quatro do masculino e dois do feminino, na Arena da Amazônia, entre os dias 4 a 9 de agosto. Em março serão sorteadas as seleções

O SUP é a atividade em contato com a natureza dos manauenses Roteiro de turismo de aventura e ecoturimo é reunido em rede pelo site da startup manauense Pra Que Rumo

Escalada em árvores, em Manaus, é muito procurada por estrangeiros

Nas alturas da AmazôniaMais do que eventos festivos,

o turismo de aventura no Ama-zonas tem mais ofertas do que o próprio amazonense imagina. A atividade de escalada em árvores da empresa de recep-tivo Amazon Tree Climbing, por exemplo, que está dentro do roteiro do Pra Que Rumo, tem levado os turistas que chegam em busca da aventuras na Ama-zônia, literalmente, às alturas. Segundo o proprietário da em-presa, guia turístico e escala-dor de árvores Fabiano Moraes, 98% dos clientes são estran-

geiros e desse 70% são norte-americanos e

39% são euro-peus.

Atual-m e n t e , a Ama-

zon Tree C l i m b i n g

atende até 20 pessoas

por vez, numa programação de

até quatro horas, com equipamentos

de ponta, ao custo de R$ 300 por pes-

soa, em árvores de até 35 metros. A empresa

conta ainda com roteiros que custam R$ 450 para escalada em um pé de Samaúma, com vista para o Encontro das Águas, entre outros pacotes ofertados no site da empresa (amazontreeclim-bing.com).

A cobrança pode ser escalonada. Para os residen-tes, Moraes diz que a empresa dá 20% de desconto.

Com isso, a partir de dois par-ticipantes o preço fi ca R$ 280 por pessoa e de 6 a 8 o preço baixa para R$ 184, por pessoa.

Para este ano olímpico, Mora-es diz que trabalha para aten-der a sua capacidade máxima de até 30 pessoas na mesma árvore, em busca do recorde mundial do segmento. “Que-remos chegar até 30 pessoas ao mesmo tempo em cima da árvore. Queremos bater o re-corde mundial porque não tem nenhum registro desse até hoje. Mas, é claro que depois vem o americano que vai colocar na sequoia (maior árvore do mundo em termos de volume que atinge de mais de 90 me-tros de altura e 17 metros de diâmetro) até 50 pessoas ao mesmo tempo”, comenta.

Há 10 anos no mercado, o escalador de árvore explica lem-bra explica que a empresa tem como proposito sempre escalar as árvores mais altas. Segundo ele, na terra fi rme a árvore como maior potencial nos arredores de Manaus é o Angelim e a na várzea é a Samaumeira. “Temos Samaúma de 65 metros que a pessoa escala 45 metros dela. Em Presidente Figueiredo já escalamos um Angelim de 72 metros”, conta.

Natural do Rio Grande do Sul, Moraes lembra que a ativida-de começou no Amazonas de com escaladores de rocha que vieram tentar viver de planta-ções em agrovilas, na região de Presidente Figueiredo. Mas, no lugar onde estavam avistaram um Angelim e de lá resolve-ram experimentar a escala em árvores. Eles buscaram apoio com a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta).

De olho na tendência do mercado, o instrutor de téc-nicas verticais, Pedro Lunie-re, 25, e seu primo, Adriel Luniere, 25, transformaram o amor pelos esportes de aventura em fonte de renda. A aposta rendeu a eles, há 3 anos, o Ecoforest Adven-ture, que oferece para o público amazonense, entre outras atividade em contato com a natureza, a prática do rapel nas cachoeiras de Presidente Figueiredo.

Pedro conta que tudo co-meçou na época em que ele cursava engenharia fl ores-tal. Vendo que uma parte da população de Manaus tinha interesse em experimentar novas atividades em contato com a natureza, ele decidiu investir na área.

“Sou instrutor de técnicas verticais há 4 anos. Foi sem-pre um sonho transformar o hobby em um trabalho. Falo que é fi nal de semana todos os dias. Trabalho me diver-tindo. Já tinha as técnicas necessárias e transforma-mos isso em um produto atrativo ao público”, explica.

O empresário que inau-gurou em 2015 o Parque de Aventura EcoForest, lo-calizado no quilômetro 39 da rodovia federal BR-174, também conta com a par-ceria da startup Pra Que Rumo para difundir o serviço, além próprio site (ecofores-tadventure.com) e uma pági-na no Facebook. “O público é diverso. Claro que existe uma tendência para os mais jovens. Porém, já atendemos pessoas com uma idade mais avançada que desejam ter uma expe-riência nova. O mercado da adrenalina está movimen-tando muito”, diz Luniere.

O custo da prática de rapel em cachoeiras como o Santuário, em Presidente Figueiredo, gira em torno de R$ 60 a R$ 100. “Eco-nomicamente é bem inte-ressante. Observamos uma tendência de as pessoas buscarem atividades de aventura, lazer e experiên-cias. Elas estão preferindo aproveitar o seu tempo in-vestindo no bem-estar e cuidando da saúde”, aponta.

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[email protected], DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016

País B6

Com 300 metros a mais, cajueiro do Piauí passou a ser o maior do mundo segundo o “Guinness Book”

Vírus do zika já circula em pelos menos 33 paísesRelatório da OMS diz que mais de 26 países nas Américas já passam a fi gurar na lista de nações com transmissões

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ULG

AÇÃO

No boletim da Organização Mundial de Saúde, pelo menos cinco países das Américas já registraram aumento de casos de síndrome de Guillain-Barré

Apontado como o cau-sador do surto de mi-crocefalia no Brasil, o vírus da zika já está

circulando em pelo menos 33 países de três continentes, revela boletim epidemiológico divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com o documento, além dos 26 países e territó-rios das Américas afetados pela doença, passam a fi gurar na lista de nações com trans-missão interna do zika Cabo Verde, na África, Ilhas Maldi-vas, Fiji, Tonga, Samoa, Ilhas Salomão e Vanuatu, todos na Ásia. Embora países africa-nos e asiáticos já tenham registrado surtos da doença desde 2007, é a primeira vez desde 2015, quando começou o grande surto nas Américas, que um país de fora do con-tinente registra casos.

Segundo a OMS, além dos 33 países com casos autóctones já reportados no período entre 2015 e 2016, há indicação de circulação viral em outras seis nações: Gabão, na África, In-donésia, Tailândia, Cambodja, Filipinas e Malásia, na Ásia.

No boletim, a organização vinculada às Nações Unidas ressalta que pelo menos cinco países das Américas já re-gistraram aumento de casos de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) desde o início do surto de zika: Brasil, Colômbia, El Sal-vador, Suriname e Venezuela. A suspeita é de que tanto a SGB quanto a microcefalia possam ser desencadeados pela infecção pelo zika vírus.

Mito ou verdade?Porém, um outro problema

está se espalhando com ve-locidade maior do que o zika pelo mundo é a desinforma-

ção. Boatos disseminados via redes sociais e aplicativos de mensagem atrapalham os es-forços de combate ao vírus, e autoridades de saúde se esforçam para debelá-los.

Muitas histórias já foram desmentidas, mas alguns bo-atos se relacionam a pergun-tas para as quais ainda não há resposta. Para complicar a situação, mesmo fontes de informação suspeitas às vezes espalham informação correta, o que torna mais difícil para os leigos saber em quem confi ar. Entre as dúvidas levantadas está o caso do zika causar da-nos neurológicos em crianças de até 7 anos e em idosos. O que

não é verdade. A microcefalia é um problema de desenvolvi-mento neurológico que ocorre em fetos e é diagnosticado em recém-nascidos. Não há evidência de que possa ocor-rer em crianças de sete anos ou idosos. Essas duas faixas etárias, porém, requerem mais atenção para os sintomas de febre do zika, da mesma forma que muitas outras doenças in-fecciosas que por vezes são as-sintomáticas em adultos. Um possível problema neurológico pode ocorrer por síndrome de Guillain-Barré, que não é es-pecífi ca de crianças e idosos.

COMPROVADO

Pesquisadores da Universi-dade Estadual do Piauí (Uespi) e da Universidade Federal do Piauí (UFPI) comprovaram que o cajueiro do Piauí, mais co-nhecido como “Cajueiro Rei”, é o maior do mundo. Diferente do que se tem registrado no Guinness Book, que dá o título para o cajueiro do município de Parnamirim, no estado do Rio Grande do Norte.

Desde julho do ano passado, uma equipe de especialistas tem se debruçado sobre os dois cajueiros para comprovar que de fato, o Cajueiro da Praia é o maior. Para isso, uma equipe do laboratório de biologia molecular e de estudos de injúrias biológicas (LABMIMBIO) da Uespi, que chefi a a equipe que investiga o caso, identifi cou através de um sequenciamento genético que os dois cajueiros são da mesma espécie.

Além disso, duas medi-ções geográfi cas compro-varam que a extensão do cajueiro do Piauí é de 8.800

m² contra 8.500 m² do Rio Grande do Norte. Um total de 300 m² de diferença.

O secretário de Turismo do Piauí, Flávio Nogueira Júnior, contou que a pesquisa foi solicitada já com a certeza de que o cajueiro do Piauí seria o maior do mundo.

O trabalho de pesquisa, se-gundo ele, foi apenas para se ter uma amostra mais fi dedigna sobre a extensão do “Cajueiro Rei”.

Como comprovada, o próximo passo, segundo o

secretário, será contatar o Guinness Book para que o título que foi dado ao cajueiro do Rio Grande do Norte seja revisto.

“Nós temos que tratar esse título com carinho, até porque isso vai trazer mui-tos benefícios tanto para o setor turístico quanto para a economia do estado. A ideia é colocar para frente projetos para fazer de lá um grande centro de lazer e turismo”, disse.

O agrônomo Gilberto Sam-paio, que visitou o cajueiro piauiense, explicou que o crescimento incomum da árvore acontece por conta da junção de duas anomalias genéticas. “Em vez de cres-cer para cima, os galhos da árvore crescem para os la-dos e, com o tempo, estes se curvam para baixo por causa do peso. Quando os galhos tocam o chão, começam a criar raízes e daí passam a crescer novamente, como se fossem troncos”

Maior cajueiro do mundo é do PiauíDIV

ULG

AÇÃO

Outra dúvida questionada era de que o vírus já ha-via sido encontrado no leite materno, mas nenhum caso suspeito de transmissão foi relatado. A Fiocruz e o Minis-tério da Saúde recomendam a amamentação como prática

saudável e ela não deve ser desincentivada por causa da epidemia de zika, porque os benefícios superam os riscos.

Os argumentos sobre uma possível contaminação foi comprovado registros de pacientes que contraíram as

duas doenças em momentos diferentes e não há nada que impeça, em princípio, a infecção simultânea.

Mesmo que as duas bacté-rias não estejam presentes em um mesmo mosquito, nada impede que alguém

seja picado por dois mos-quitos, cada um com um patógeno. Há ao menos um caso registrado de um ho-mem que abrigou simulta-neamente não apenas den-gue e zika como também chikungunya na Colômbia.

Transmitido pela amamentação

ESTATÍSTICA

Segundo a OMS, além dos 33 países com casos já reportados no período entre 2015 e 2016, há indicação de circulação viral em outras seis nações: África, Indonésia, Tailândia, Cambodja, Filipinas e Malásia

DIMENSÃO

Duas medições geo-gráfi cas comprovaram que a extensão do cajueiro do Piauí é de 8.800 metros quadra-dos contra 8.500 do Rio Grande do Norte. Um total de 300 me-tros de diferença

AVANÇO

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou hoje (5), por meio de nota, que o Laboratório PDT Pharma, de Cravinhos, será o responsável pela sintetização da substância fosfoetanolamina para testes no tratamento do câncer. A substância será analisada no tratamento da doença.

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Países anunciam ajuda de US$ 11 bilhões à SíriaMais de 70 países reunidos decidiram que irão fazer essa doação de ajuda. Brasil também irá colaborar com R$ 1,3 mi

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AÇÃO

Além da ajuda fi nanceira à Síria, ministro britânico David Camerom anunciou também que o Brasil enviará o total de 4.500 toneladas de arroz

O primeiro-ministro britânico, David Ca-meron, anunciou que 70 países reunidos

em Londres para a confe-rência de doadores para a Síria e os países da região se comprometeram a repas-sar US$ 11 bilhões para aju-da humanitária a cidadãos sírios até 2020.

Deste valor, US$ 6 bilhões seriam doados neste ano. A soma, contudo, fi cou aquém dos US$ 9 bilhões pedidos pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pelos países vizinhos da Síria, que acolhem quase 4,5 milhões de refugiados do país, para lidar com a emergência humanitária em 2016.

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, anunciou que o país do-ará US$ 1,3 milhão, por meio do Acnur (Alto Comissariado para os Refugiados da ONU), para “aliviar o sofrimento dos refugiados sírios nos países vizinhos e em outros lugares”.

“Os números do confl ito na Síria já são bem conhecidos por todos nós -um número de mortos muito grande para

ser negligenciado e um dra-ma humanitário que trans-formou muitos cidadãos sí-rios em vítimas- para que a comunidade internacional ignore”, disse Vieira”.

O Reino Unido -organizador da conferência junto com a ONU, a Alemanha, a Noruega e o Kuait- se comprometeu a doar 1,2 bilhão de libras (cerca de US$ 1,75 bilhão) até 2020, o que elevaria a contribuição do país a 2,3 bilhões de libras (cerca de US$ 3,36 bilhões) desde 2011.

A Alemanha, que acolheu a maior parcela de refugia-dos na Europa no último ano -foram mais de 1 milhão em 2015, dos quais 430 mil sírios-, prometeu 2,3 bilhões de euros (cerca de US$ 2,5 bilhões) até 2018 aos países da região. Destes, 1,2 bilhão de euros (cerca de US$ 1,3 bilhão) se-riam doados neste ano.

Os EUA se compromete-ram com US$ 890 millhões. O ministro brasileiro tam-bém anunciou o envio de 4.500 toneladas de arroz à Síria, no valor estimado de US$ 1,85 milhão.

CASO DE ZIKA

O principal comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra’ad Al Hussein, con-clamou para que os países com o zika vírus disponibili-zem aconselhamento sobre saúde sexual e reprodutiva para mulheres e permitam o direito ao aborto.

“As leis e as políticas que restringem acesso a esses serviços devem ser urgen-temente revistas em con-sonância com os direitos humanos, a fim de garantir na prática o direito à saú-de para todos”, disse ele em comunicado.

O zika vírus tem sido as-sociado no Brasil à microce-falia, uma condição de má formação de cérebros de bebês. “Estamos pedindo aos governos para mudar essas leis, porque como eles podem pedir a estas mulheres a

não engravidar? Mas tam-bém não oferecer-lhes infor-mação que está disponível e também a possibilidade de interromper a gravidez

se assim desejarem”, dis-se em entrevista coletiva a porta-voz do comissário da ONU, Cecile Pouilly, quando questionada sobre países tais como El Salvador que

criminalizam o aborto.Segundo o comunicado,

países devem garantir direi-tos sexuais e reprodutivos a mulheres, incluindo métodos emergenciais de contracep-ção, como serviços de aborto legal. O esclarecimento da porta-voz foi feito após um comunicado do comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra’ad Al Hussein, em Genebra. “Leis e politicas que restringem mulheres a estes serviços devem ser urgentemente revistas em linha com os direitos huma-nos para garantir o direito à saúde para todos na prática”, disse Hussein.

No Brasil, onde o aborto também é criminalizado, o crescente número de casos de microcefalia associados ao zika, tem ampliado as discussões sobre o assunto.

ONU defende o direito ao aborto

O zika vírus tem sido associado à microcefalia em bebês e a questão do aborto tem sido discutida

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AÇÃO

CRIME

No Brasil, onde o aborto também é criminalizado, o crescente número de casos de micro-cefalia associados ao zika tem amplia-do as discussões sobre o assunto

REENCONTRO

A americana Lena Pierce, de 96 anos, e sua fi lha Betty Morrell, de 82, se reencontraram pela primeira vez após 82 anos. Lena havia dado à luz Betty aos 13 anos, mas foi forçada a deixar a criança para adoção. Betty con-tou tinha procurado por 50 anos sua mãe, mas só agora pôde enfi m conhecê-la.

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016

SANEAMENTO

Desafi o ao poder público

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Presidente Figueiredo padece sem água Falta de chuvas afeta o

município, conhecido pela beleza de suas cachoeiras, que estão secando. Incêndios registrados em 2015 contribuíram para a escassez de água

Conhecido por suas belezas naturais, principalmente as inúmeras cachoeiras,

o município de Presidente Figueiredo - localizado a 107 quilômetros de Manaus - vive uma realidade diferente nos últimos quatro meses. Des-tino turístico em virtude de suas cachoeiras, o municí-pio enfrenta a maior seca de sua história. Em deter-minados balneários, o que antes era uma forte queda d’água hoje não passa de um córrego fraco.

Conforme informações di-vulgadas pela prefeitura do município, mais de 12 co-munidades foram afetadas pela falta de água. Nas loca-lidades, os poços artesianos estão secos. Para resolver este problema, o poder pú-blico municipal contratou caminhões-pipas que fazem o abastecimento diário aos moradores que padecem sem água. A produção agrícola e pecuária também acaba-ram afetadas com a falta de chuvas na região.

O ex-secretário de meio

ambiente do município e ge-ólogo, Frederico Cruz, explica que a diminuição no fl uxo dos igarapés que banham Presidente Figueiredo nesta época do ano é normal, po-rém, na atual estação, alguns fatores colaboraram para a seca. Entre os principais está o fenômeno climátic El Niño, que provocou a falta de chu-vas na Amazônia.

“A seca é uma coisa normal na nossa região. As nascentes de Presidente Figueiredo es-tão secas, porque não choveu nesses últimos meses. Não havendo chuva, consequente-mente a renovação da água infl uenciou na grande seca. Nem as árvores conseguiram reter água sufi ciente no perí-odo de chuva. O nível freático baixou, não houve reposição da própria fl oresta e não choveu. Não havendo isso, o nível baixou”, explica Cruz.

Segundo ele, em anos ante-riores, apesar da diminuição da média de chuva no inverno (dezembro a maio), o solo da região não sofreu tanto, porque durante o verão (junho a novembro), a média nas pancadas de chuva tinha sido superior ao esperado, fato

que não aconteceu em 2015.“Praticamente não choveu

neste inverno. Faltou chuva, o nível freático está baixo e a fl oresta não absorveu tanto quanto nos outros anos. Essas são as causas da seca. Em anos anteriores, o terreno que fi ca as margens dos igarapés estava encharcado, mas isso não acontece agora. É um so-matório das fontes”, analisa o geólogo, que acredita que tudo volte a se normalizar durante o mês de março, quando está previsto a volta da chuva no Amazonas.

QueimadasOutro fator que pode ajudar

a explicar a seca da região é o aumento no número das áreas queimadas no Estado e principalmente no município. O Amazonas registrou recor-de de incêndios em 2015. Foram mais de 12 mil focos de queimadas, conforme da-dos do Instituto Nacional de Pesqiusas Espaciais (Inpe), que monitorou as ocorrências por meio de satélites.

Tal número pode ser maior se levar em consideração os pequenos incêndios em locais mais isolados.

THIAGO FERNANDO

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Corredeira de Urubuí, uma das mais famosas do município, teve o volume de água reduzido drasticamente

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016C2 Dia a dia

Quem a olha em re-cipientes de vidro sobre a mesa, mas nunca a provou, não

sabe que está perdendo uma ótima companheira de refei-ções tipicamente amazônicas. Falo da farinha de tapioca, uma das paixões da culinária amazonense. Ela que cai muito bem numa xícara de café com leite a qualquer hora do dia ou ainda em uma tigela do mais puro açaí da região, ga-nha ainda mais sabor quando incorporada a outros sabores da culinária brasileira.

Oriunda do benefi ciamento industrial da goma e da fécu-la de mandioca, a farinha de tapioca, compradas de produ-tores da zona rural da capital e do interior do Estado, pode ser encontrada nas bancas das feiras espalhadas por Manaus. Elas estão também espalhadas por algumas das prateleiras dos supermercados da cidade.

O feirante José Carlos, 57, começou a vender o produto em sua banca na Manaus Moderna há dois anos. A farinha de tapio-ca que ele compra de produtores do ramal do Brasileirinho, Zona Leste, e da região do Tarumã, Zona Oeste, tem agradado seus clientes tradicionais que, en-tre uma compra de porções de queijo de manteiga e quilos de farinha d’água, levam também o quilo da farinha de tapioca.

“Para muitas famílias amazo-nenses essa farinha (de tapioca) é essencial para no café da ma-nhã. Mas, eu tenho clientes que compram comigo para produzir outras coisas como din din e pi-colé. Tenho de oito a dez clientes que compram para fazer bolo. Agora, o principal comprador da minha banca é o pequeno empresário que vende o famoso açaí na tigela”, conta Carlos.

E ao falar em açaí, o feirante

O café da manhã com leite e o açaí na tigela ganham um sabor especial quando as bolinhas brancas são incorporadas, agregam crocância a um sabor que somente o caboclo pode assimilar “de verdade” de tão amazônica que é

Antônio Freitas da Silva, 54, aponta que o melhor período para vender a farinha de tapioca é justamente durante a safra do fruto que, de acordo com ele, começa entre os meses de janeiro e fevereiro.

Sempre à mesaO garçom Alberto Cruz Ma-

chado, 63, é daqueles apaixo-nados pela farinha de tapioca. É tanto que o recipiente com as bolinhas brancas está sem-pre sobre a mesa do café da manhã. A farinha só não está lá quando, por algum motivo “extraordinário”, o estoque não pode ser reposto. Nesses dias o café da manhã perde um pouco do charme. “É muito bom tomar café com essa farinha. Ela é essencial na minha mesa”, confessa.

Se para Machado ela essen-cial, à agricultora Emília Valen-te, 51, o produto é fundamental. Mais que um bom complemento no café ou no açaí, o produto é fonte de renda para ela. Presi-dente da Cooperativa de Produ-ção da Agricultura Familiar do Jatuá (Copa¡ a) - comunidade localizada no município de Au-tazes (a quilômetros 113 de Manaus) -, Emília explica que a farinha de tapioca é produzida pelos 28 cooperados, de for-ma artesanal, e vendida para Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS).

As três toneladas compradas da Copa¡ a, pela ADS, durante o ano são servidas aos estu-dantes das redes municipal e estadual de ensino, por meio do Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme). “O bom da farinha de tapioca é que podemos tomá-la no café da manhã e no da tarde. Misturá-la no mingau de banana para meninada e até fazer o mingau dela mesma faz sucesso. E eu gosto mesmo é de farinha (de tapioca) no açaí”, aponta.

bolinhas brancas à mesa

EMERSON QUARESMA

Pudim de farinha de tapiocaIngredientes:Uma xícara (chá) e meia de leite, 200 ml de leite de

coco, uma xícara (chá) de tapioca, uma colher (sopa) de manteiga, 4 ovos e uma lata de leite condensado // Calda - uma xícara (chá) de açúcar.

Preparo:>> CaldaPara preparar a calda use uma panela de fundo largo,

coloque o açúcar e leve ao fogo baixo deixando derreter suavemente. Quando estiver bem dourado, junte meia xícara (chá) de água fervente e mexa com uma colher de cabo longo. Deixe ferver até os torrões de açúcar se dissolverem. Forre com essa calda uma forma com furo central (19 cm de diâmetro) e reserve.

>> PudimPara o preparo do pudim apenas aqueça o leite

misturado ao leite de coco e deixe a tapioca de molho nessa mistura por 1 hora. Em um liquidifi cador, coloque a manteiga, os ovos, o leite condensado e misture com a tapioca reservada. Des-peje na forma caramelada e

leve ao forno médio (180°C), em banho-maria por cerca

de 1 hora. De preferência sirva gelado.

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Dica de Alexandre Fonseca, fotógrafo e graduando em Tecno-logia da Gastronomia

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Page 19: EM TEMPO - 7 de fevereiro de 2016

MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016C3Dia a dia

Mudanças no clima podem alterar cadeia alimentar Estudo avalia impacto nos organismos fragmentadores responsáveis pela decomposição de matéria orgânica de igarapés

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Animais fragmentadores, pesquisados no estudo, são encontrados em igarapés e locais com fl oresta preservada

As mudanças climáti-cas podem alterar as cadeias alimentares aquáticas da Amazô-

nia, de acordo com o pesqui-sador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Renato Tavares. A previsão é que o estudo seja concluído até o primeiro semestre de 2017. As alterações estão sendo men-suradas ao longo de um projeto de pesquisa que está sendo desenvolvido pelo pesquisador com apoio aFundação de Am-paro à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

A pesquisa pretende avaliar os efeitos das mudanças no clima sobre os invertebrados fragmentadores do gênero Phylloicus (Trichoptera: Cala-moceratidae), mais frequen-tes nos igarapés amazônicos e sobre os microrganismos associados às folhas em de-composição. Segundo o pes-quisador, os seres invertebra-dos fragmentadores têm um papel fundamental no meio ambiente amazônico.

“Fragmentadores são ani-mais que se alimentam de folhas, gravetos ou troncos e, assim, cortam esses materiais em pedaços bem pequenos. Tais pedaços podem ser usa-dos como alimento por outros

animais que não conseguem se alimentar diretamente das folhas. Eles também são importantes na decomposi-ção da matéria orgânica. As larvas dos fragmentadores podem servir como alimen-to para peixes, tartarugas e também outros insetos, como a libélula, por exemplo”, explica

o pesquisador.Ele informa que os resultados

parciais do estudo indicam que é notório as alterações no tem-po de vida dos fragmentadores Phylloicus e a diminuição do consumo de folhas por estes organismos em decorrência das mudanças climáticas. Os resultados parciais do estu-do indicam que pode ocorrer uma alteração nas cadeias alimentares aquáticas, devido

à diminuição da quantidade e qualidade do alimento dispo-nível para outros organismos.

Efeito nos igarapésDe acordo com Rena-

to Tavares, quando jovens (larvas), os animais frag-mentadores são encontra-dos em igarapés, em locais com floresta preservada na margem, com água calma e muitas folhas. Essas larvas têm corpo frágil e constro-em abrigos com pedaços de folhas para se protegerem. Na fase adulta, desenvolvem asas e vivem no ambiente terrestre, entre galhos de árvores próximas ao igarapé onde nasceram.

“As larvas de Phylloicus utilizadas nos experimentos são coletadas em sua maio-ria nos igarapés da Reserva Ducke, em Manaus. Após a coleta, os experimentos são realizados em laboratório no Inpa, em microcosmos (ambientes em miniatura) que possuem condições con-troladas de temperatura e gás carbônico. Os micro-cosmos simulam diferentes cenários previstos para o ano de 2100 resultantes das mudanças climáticas”, explica Tavares.

AUXÍLIO

O estudo, segundo observou Renato Tavares, é funda-mental para a cria-ção de ferramentas para auxiliar na prevenção dos im-pactos e conserva-ção dos igarapés de Manaus

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Page 20: EM TEMPO - 7 de fevereiro de 2016

C5MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016

C4 Dia a dia

“O Brasil registra mais de 235 mil gestações não plane-jadas de mulheres jovens por ano. O custo dessa realidade para o país é de mais de R$ 540 milhões anuais, uma média de R$ 2.293,00 por gestação. Do total de partos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), 20% ocorrem em meninas com idades entre 10 e 19 anos, sendo que os estados das regiões Norte e Nordeste apresentam um índice superior à média na-cional”, destacou.

Não há dados específi cos sobre esse custo no Ama-zonas, mas a médica supõe que no Estado o valor seja idêntico à média nacional. “As adolescentes são uma popu-lação mais vulnerável para ter uma gestação não planejada. Elas não usam os métodos contraceptivos de maneira regular. Com isso, a efi ciên-cia deles fi ca comprometida. Elas não têm a disciplina, por exemplo, para tomar a

pílula anticoncepcional todos os dias, no mesmo horário. Há muito mais chance de uma gravidez não planejada nesses casos”, afi rmou.

Na defesa do aumento de métodos contraceptivos no

SUS, a ginecologista disse que a rede pública é ampla e registra esses casos precoces. São dois métodos citados pela médica, já existentes, mas que têm um custo alto. O primeiro é um implante subcutâneo, colocado no antebraço e que

libera o etonogestrel, hormô-nio que inibe a ovulação. O outro é um tipo de dispositivo intrauterino (DIU) que libera pequenas doses diárias de outro hormônio, o levonorges-trel. Ambos os métodos são reversíveis e têm duração de 3 e 5 anos, respectivamente.

Para Marta, a gravidez na adolescência é um problema não apenas familiar, mas social e de falta de políticas públicas. “Esse tipo de situa-ção é um misto de tudo. Cada vez mais, vemos que ocorre gravidez precoce. O impacto social é grande, porque a chance de se perpetuar a pobreza e exclusão social é maior”, afi rma. “O impacto econômico também é grade, visto que o governo gasta bastante com o acompa-nhamento durante e após a gravidez. O fato é que esse tipo de situação prejudica a todos, tanto na questão da saúde, na sociedade e na economia”, informou.

Norte e Nordeste têm maiores índices

O Amazonas vive um “surto” de gravidez na infância e ado-lescência. É o Estado

com o segundo maior índice de partos de meninas entre 10 e 19 anos de idade, atrás do Pará, que lidera o ranking. Dos 49.220 partos registrados na rede pública, 14.381 foram de meninas nessa faixa etária, o que equivale a 29,22% do total, acima da média nacional de 20%. Os dados estão em um dossiê elaborado pela gineco-logista Marta Finotti, chefe do setor de pesquisa e inovação tecnológica do Hospital das Clínicas da Universidade Fe-deral de Goiás. No documen-

to, ela defende a ampliação dos métodos contraceptivos no Sistema Único de Saúde (SUS). O dossiê foi envia-do à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) para análise.

Esses indicadores foram co-lhidos da Pesquisa Nacional de Demografi a e Saúde da Criança e da Mulher, do Minis-tério da Saúde (MS), de 2014. Os números são baseados no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), que registra os atendimentos na rede pública. O Pará registrou 104.002 partos, sendo 31.164 entre crianças de 10 anos até mulheres de 19 (29,96%).

“A gravidez na adolescência gera impactos importantes na

saúde da mãe e do bebê. Mu-lheres com menos 20 anos que engravidam registram o dobro de mortalidade em relação às que estão acima dessa faixa etária. Além disso, a mortali-dade no primeiro ano de vida chega a ser quatro vezes maior entre crianças de gravidez na adolescência”, disse a médica.

Finotti destacou que o im-pacto da gravidez precoce na vida de crianças e adolescen-tes é perverso. Entre as ado-lescentes, 75% abandonam a escola quando engravidam e 57% não estudam nem tra-balham porque ficam com a criança em casa. Isso faz com que se perpetue o ciclo da pobreza e da desigualdade no Brasil.

Os dados estão em um dossiê elaborado pela ginecologista Marta Finotti, que defende a ampliação de contraceptivos no Sistema Único de Saúde (SUS)

respondem por maisde 29% dos partos

Crianças e adolescentes

MICHELLE FREITAS

2,2mil reais é o custo de cada gestação

No Brasil, há 235 gestações não planejadas por ano

Destas, 20% são em meninas de 10 a 19 anos

Finotti disse que o impacto da gravidez precoce na vida de crianças e adolescentes é perverso

A gravidez na adolescência gera impactos importantes na vida da mãe e do bebê, segundo a ginecologista

Filha adolescente, Mayara Coelho Sena, hoje com 20 anos, foi mãe aos 13. Ela relembra que, na época, fi -cou em choque e não sabia o que fazer. Temia a reação da mãe. “No início, fi quei desesperada, não sabia o que fazer. Fiquei pensando como vou falar isso para a minha mãe. Assim que ela soube, fi cou decepcionada, mas depois acabou aceitan-do e me dando todo apoio. O pai do meu fi lho fi cou feliz e me apoiou também, esta-mos juntos até hoje”, disse.

Mayara conta que a gravi-dez precoce atrapalhou sua adolescência em termos de estudo, pois devido às con-sultas e os cuidados com a gestação, acabou se dedi-cando pouco à educação. “Atrapalhou um pouco. Por conta da gestação, fi quei 2 anos sem estudar porque não tinha ninguém para fi -car com meu fi lho, todos na minha casa trabalhavam. Não me arrependo de ter o meu fi lho, mas acho que eu deveria ter esperado e planejado”, comentou.

Atualmente, Mayara es-tuda e tem uma vida bem organizada. Para ela, saber esperar o momento certo de ser mãe é a melhor decisão que uma mulher pode tomar. “Ficar grávida cedo foi puro descuido, pois minha mãe sempre me orientou. Ela conversava bastante comi-go e com a minha irmã e explicava tudo, que a gente tinha que se prevenir, o que devíamos fazer. Ela sempre foi muito amiga, então a

culpa foi minha”, disse.A maternidade também

chegou aos 13 anos de idade para uma manicure, hoje com 22, que preferiu não ter o nome revelado. Na época, teve medo da reação da família e dos amigos. Após contar para a mãe o que tinha acontecido, recebeu apoio imediato. O choque maior veio com a resposta do pai do bebê, que pediu para que ela fi zesse abor-to. “Preferi continuar com a gravidez. Analisando hoje, vejo que ter fi cado grávida na adolescência atrasou muitas coisas em minha vida e, ainda hoje, continuo sem conseguir conciliar estudos com os cuidados do meu

fi lho”, disse.Para a manicure, gravi-

dez precoce geralmente é atribuída a descuido dos pais, mas ela acredita que a responsabilidade é exclusiva das jovens que acabam se deixando levar pelas emo-ções do momento. “Quando somos adolescentes, sem-pre achamos que sabemos de tudo, que podemos tudo, sem parar e analisar que nossas atitudes trazem con-sequências. Eu engravidei por desobediência, pois eu achava que não era amada e fui procurar meios de sentir esse amo. Hoje, posso dizer que uma escolha errada aca-ba desajustando toda uma vida”, afi rmou.

Responsabilidade mais cedo

Gravidez precoce geralmente é atribuída a descuido dos pais

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C5MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016

C4 Dia a dia

“O Brasil registra mais de 235 mil gestações não plane-jadas de mulheres jovens por ano. O custo dessa realidade para o país é de mais de R$ 540 milhões anuais, uma média de R$ 2.293,00 por gestação. Do total de partos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), 20% ocorrem em meninas com idades entre 10 e 19 anos, sendo que os estados das regiões Norte e Nordeste apresentam um índice superior à média na-cional”, destacou.

Não há dados específi cos sobre esse custo no Ama-zonas, mas a médica supõe que no Estado o valor seja idêntico à média nacional. “As adolescentes são uma popu-lação mais vulnerável para ter uma gestação não planejada. Elas não usam os métodos contraceptivos de maneira regular. Com isso, a efi ciên-cia deles fi ca comprometida. Elas não têm a disciplina, por exemplo, para tomar a

pílula anticoncepcional todos os dias, no mesmo horário. Há muito mais chance de uma gravidez não planejada nesses casos”, afi rmou.

Na defesa do aumento de métodos contraceptivos no

SUS, a ginecologista disse que a rede pública é ampla e registra esses casos precoces. São dois métodos citados pela médica, já existentes, mas que têm um custo alto. O primeiro é um implante subcutâneo, colocado no antebraço e que

libera o etonogestrel, hormô-nio que inibe a ovulação. O outro é um tipo de dispositivo intrauterino (DIU) que libera pequenas doses diárias de outro hormônio, o levonorges-trel. Ambos os métodos são reversíveis e têm duração de 3 e 5 anos, respectivamente.

Para Marta, a gravidez na adolescência é um problema não apenas familiar, mas social e de falta de políticas públicas. “Esse tipo de situa-ção é um misto de tudo. Cada vez mais, vemos que ocorre gravidez precoce. O impacto social é grande, porque a chance de se perpetuar a pobreza e exclusão social é maior”, afi rma. “O impacto econômico também é grade, visto que o governo gasta bastante com o acompa-nhamento durante e após a gravidez. O fato é que esse tipo de situação prejudica a todos, tanto na questão da saúde, na sociedade e na economia”, informou.

Norte e Nordeste têm maiores índices

O Amazonas vive um “surto” de gravidez na infância e ado-lescência. É o Estado

com o segundo maior índice de partos de meninas entre 10 e 19 anos de idade, atrás do Pará, que lidera o ranking. Dos 49.220 partos registrados na rede pública, 14.381 foram de meninas nessa faixa etária, o que equivale a 29,22% do total, acima da média nacional de 20%. Os dados estão em um dossiê elaborado pela gineco-logista Marta Finotti, chefe do setor de pesquisa e inovação tecnológica do Hospital das Clínicas da Universidade Fe-deral de Goiás. No documen-

to, ela defende a ampliação dos métodos contraceptivos no Sistema Único de Saúde (SUS). O dossiê foi envia-do à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) para análise.

Esses indicadores foram co-lhidos da Pesquisa Nacional de Demografi a e Saúde da Criança e da Mulher, do Minis-tério da Saúde (MS), de 2014. Os números são baseados no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), que registra os atendimentos na rede pública. O Pará registrou 104.002 partos, sendo 31.164 entre crianças de 10 anos até mulheres de 19 (29,96%).

“A gravidez na adolescência gera impactos importantes na

saúde da mãe e do bebê. Mu-lheres com menos 20 anos que engravidam registram o dobro de mortalidade em relação às que estão acima dessa faixa etária. Além disso, a mortali-dade no primeiro ano de vida chega a ser quatro vezes maior entre crianças de gravidez na adolescência”, disse a médica.

Finotti destacou que o im-pacto da gravidez precoce na vida de crianças e adolescen-tes é perverso. Entre as ado-lescentes, 75% abandonam a escola quando engravidam e 57% não estudam nem tra-balham porque ficam com a criança em casa. Isso faz com que se perpetue o ciclo da pobreza e da desigualdade no Brasil.

Os dados estão em um dossiê elaborado pela ginecologista Marta Finotti, que defende a ampliação de contraceptivos no Sistema Único de Saúde (SUS)

respondem por maisde 29% dos partos

Crianças e adolescentes

MICHELLE FREITAS

2,2mil reais é o custo de cada gestação

No Brasil, há 235 gestações não planejadas por ano

Destas, 20% são em meninas de 10 a 19 anos

Finotti disse que o impacto da gravidez precoce na vida de crianças e adolescentes é perverso

A gravidez na adolescência gera impactos importantes na vida da mãe e do bebê, segundo a ginecologista

Filha adolescente, Mayara Coelho Sena, hoje com 20 anos, foi mãe aos 13. Ela relembra que, na época, fi -cou em choque e não sabia o que fazer. Temia a reação da mãe. “No início, fi quei desesperada, não sabia o que fazer. Fiquei pensando como vou falar isso para a minha mãe. Assim que ela soube, fi cou decepcionada, mas depois acabou aceitan-do e me dando todo apoio. O pai do meu fi lho fi cou feliz e me apoiou também, esta-mos juntos até hoje”, disse.

Mayara conta que a gravi-dez precoce atrapalhou sua adolescência em termos de estudo, pois devido às con-sultas e os cuidados com a gestação, acabou se dedi-cando pouco à educação. “Atrapalhou um pouco. Por conta da gestação, fi quei 2 anos sem estudar porque não tinha ninguém para fi -car com meu fi lho, todos na minha casa trabalhavam. Não me arrependo de ter o meu fi lho, mas acho que eu deveria ter esperado e planejado”, comentou.

Atualmente, Mayara es-tuda e tem uma vida bem organizada. Para ela, saber esperar o momento certo de ser mãe é a melhor decisão que uma mulher pode tomar. “Ficar grávida cedo foi puro descuido, pois minha mãe sempre me orientou. Ela conversava bastante comi-go e com a minha irmã e explicava tudo, que a gente tinha que se prevenir, o que devíamos fazer. Ela sempre foi muito amiga, então a

culpa foi minha”, disse.A maternidade também

chegou aos 13 anos de idade para uma manicure, hoje com 22, que preferiu não ter o nome revelado. Na época, teve medo da reação da família e dos amigos. Após contar para a mãe o que tinha acontecido, recebeu apoio imediato. O choque maior veio com a resposta do pai do bebê, que pediu para que ela fi zesse abor-to. “Preferi continuar com a gravidez. Analisando hoje, vejo que ter fi cado grávida na adolescência atrasou muitas coisas em minha vida e, ainda hoje, continuo sem conseguir conciliar estudos com os cuidados do meu

fi lho”, disse.Para a manicure, gravi-

dez precoce geralmente é atribuída a descuido dos pais, mas ela acredita que a responsabilidade é exclusiva das jovens que acabam se deixando levar pelas emo-ções do momento. “Quando somos adolescentes, sem-pre achamos que sabemos de tudo, que podemos tudo, sem parar e analisar que nossas atitudes trazem con-sequências. Eu engravidei por desobediência, pois eu achava que não era amada e fui procurar meios de sentir esse amo. Hoje, posso dizer que uma escolha errada aca-ba desajustando toda uma vida”, afi rmou.

Responsabilidade mais cedo

Gravidez precoce geralmente é atribuída a descuido dos paisM

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016C6 Dia a dia

Abastecimento de água, rede de es-gotos, controle de insetos, prevenção

de doenças, coleta de lixo, entre outros, fazem parte do conjunto de medidas do saneamento básico, que tem como objetivo preservar ou modificar as condições do meio ambiente para prevenir doenças e promover saúde. Mesmo sendo fundamental para a saúde pública, o sa-neamento básico ainda está longe de fazer parte da vida de toda a população. No Bra-sil, conforme pesquisa reali-zada em 2013 pelo Instituto Trata Brasil, apenas 39% do esgoto do país é tratado e menos da metade da popu-lação tem acesso à coleta adequada. Na pesquisa, Ma-naus aparece entre as dez piores cidades brasileiras em saneamento básico do país, no entanto, foi a única que mais investiu no serviço, com R$ 79,35 milhões no ano.

Para o ex-secretário-exe-cutivo de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvi-mento Sustentável do Estado do Amazonas (SDS), Neliton Marques da Silva, sanea-mento é algo que todas as cidades brasileiras possuem, mas isso não significa que as mesmas tenham o sanea-mento adequando para toda a população. A precariedade do serviço, segundo ele, tem impacto direto na qualidade de vida das pessoas. “Isso causa diretamente doen-ças de veiculação hídrica na população, por exemplo, a hepatite e outras doen-ças gastrointestinal. A gen-te sabe que Manaus possui água tratada que posterior-mente é distribuída as casas, mas devido algumas falhas

de rede, isso acaba inter-ferindo na sua qualidade e acaba dando contaminação. Quando eu falo falha de rede, me refiro a rompi-mentos em alguns pontos e as ligações clandestinas, que colaboram para essacontaminação”, explica.

Neliton acredita que este resultado de precariedade no saneamento é respon-sabilidade da população e dos governantes. Para ele, de um lado a população não se impõem e de outro os governantes não priorizam o saneamento. Isso faz com que o problema se arraste ao

longo dos anos sem nenhuma solução, mesmo que existam políticas de saneamento. “Nós temos que estabelecer uma aliança, a sociedade precisa assumir seu papel de protagonista em relação ao saneamento. O Estado, sendo ele a concessionária vencedora de licitação, bem, como a Arsam (Agência Re-guladora dos Serviços Pú-blicos Concedidos do Esta-do do Amazonas), precisam tomar o seu papel e fazer sua parte”, pontua.

Ele alerta para o fato de que o problema de saneamento na cidade, pode piorar cada vez mais, interferindo de forma negativa no meio ambiente.

“Nós estamos diante de even-tos extremos. Pela primeira vez em 103 anos de história de monitoramento da cota do rio Negro, estamos vivenciando uma ação anômala, onde o rio está secando no mês de fevereiro. Poderá chegar um momento que o rio não vai mais cumprir com seu proces-so normal, tudo isso em decor-rência da falta de tratamento adequando nos esgotos da ci-dade, que interferem no meioambiente”, observa.

DesafiosA precariedade do sanea-

mento da cidade, para Ne-liton é um dos maiores pro-blemas enfrentados, seguido da má qualidade do ar, e depois da escassez de espa-ços verdes. Por todas essas razões o saneamento básico é um dos maiores desafios do mundo hoje. O que está em jogo são os bens mais valiosos do planeta: a saúde das pessoas e a conservação do meio ambiente.

“Esse é um dos nossos maiores problemas ambien-tais, porque tem impacto direto com a vida das pes-soas, da fauna aquática e de corpos hídricos. Para mim isso deveria ser prioridade do poder público. A própria pesquisa do Instituto Trata Brasil mostra, aponta que se todos os brasileiros ti-vessem que ter água potá-vel e tratamento de esgoto adequado, seriam necessá-rio investimento de R$270 bilhões. Só que o valor des-tinado ao saneamento no Brasil não passa de R$ 40 bilhões. Daí você já vê a defasagem, isso é questão política, questão de priorida-de. A gente sabe que sanea-mento não é prioridade paragovernantes”, comenta.

Saneamento básico afeta saúde e meio ambienteEssencial para a população saneamento irregular contribui para o aparecimento de vvários tipos de doenças

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Além de causar danos ao meio ambiente, o des-pejo de esgoto domés-tico sem tratamento é um grande risco a saú-de pública. As principais doenças causadas pela precariedade de sane-amento básico são: có-lera, diarreia, amebíase e esquistossomose. Isso também contribui para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito trans-missor da dengue, zika vírus e chikungunya.

Dados recentes do Le-vantamentos de Infes-tação de Aedes aegypti (LIRAa), mostram que os casos de dengue, zika vírus e chikungunya, se manifestam também em locais com saneamento.

Em 2015, a Manaus Ambiental fechou o ano com 97% de cobertura com rede de distribuição de água na capital. A con-cessionária destaca que atende integralmente a Portaria nº 2.914/11 do Ministério da Saúde e Resolução nº 357/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiental (Cona-ma), que garante o cum-primento de todos os pa-râmetros estabelecidos para a água distribuída ser considerada potável e pronta para o consumo. A concessionária realiza em média, 30 mil aná-lises físico-químicas e bacteriológicas mensal-mente, da água captada, tratada e distribuída.

O saneamento bá-sico estará presen-te na Campanha da Fraternidade 2016, que neste ano será ecumênica, contando com a participação das igrejas Luterana no Brasil, Episcopal Anglicana, Presbite-riana Unida, Sirin Or-todoxa de Antioquia e demais denominações que se identificam com a causa.

Em Manaus, o lan-çamento oficial da campanha deste ano, como ocorre todos os anos, em todo o país, será na Quar-ta-feira de Cinzas, no bairro Santo Antônio, Zona Oeste.

Doenças hídricas e mosquitos

Distribuição atende parâmetros

Tema é abordado em campanha

ATIVIDADES

Uma das ações que será executada pela igreja, durante a Campnha da Frater-nidade 2016, será a distribuição de ma-teriais educativos nas escolas católicas que irão trabalhar tal temática

Falta de investimentos pode piorar de forma negativa o meio ambiente, se transformando em desafi o

Englobando vários seg-mentos, saneamento irre-gularr refl ete, no modo de vida da população

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016C7Dia a dia

Zika vírus pode colocar população em alertaPresença do vírus em amostra de saliva e urina de pacientes aumenta os cuidados em relação à doença em todo o país

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Exames laboratoriais são essenciais para identifi car de imediato se o paciente está ou não com o zika

Menos de 1 ano após sua primeira iden-tifi cação no Brasil, o zika vírus já mos-

tra seu poder de amedron-tamento. Confi rmado em 22 Estados, dentre os quais o Amazonas, o vírus teve mais um alerta divulgado na última semana. Conforme a Funda-ção Oswaldo Cruz (Fiocruz), órgão vinculado ao Ministério da Saúde (MS), foi detectada a presença de forma ativa (com potencial de provocar a infec-ção) em amostras de saliva e urina de pacientes.

Embora a evidência não seja sufi ciente para afi rmar que a presença do vírus na saliva pode infectar outras pessoas, a recomendação é de cautela e prevenção neste momento, com orientações como lavar as mãos e evitar compartilhar ob-jetos de uso pessoal (escovas de dente e copos, por exemplo).

Não bastasse esta infor-mação, na mesma semana a Organização Mundial da Saú-de (OMS) declarou estado de emergência em saúde pública internacional por causa do au-mento de casos de microcefa-lia possivelmente relacionados ao vírus. Conforme o levanta-mento mais recente do Minis-tério, foram registrados até

janeiro deste ano 4.783 casos suspeitos de microcefalia no país. Deste total, 404 já rece-beram confi rmação, sendo que 17 com relação ao vírus zika. Outros 709 foram descartados e 3.670 ainda estão sob inves-tigação, representando 76,7% dos casos notifi cados.

O infectologista e consultor

médico do Laboratório Sabin, Alexandre Cunha, comenta que, apesar de ser considerado de menor gravidade em relação à dengue e ao chikungunya – tendo em vista que possui sin-tomas bem menos agressivos e taxas menores de mortalidade –, esta associação causal de in-fecção pelo zika com a microce-falia aumenta a preocupação com o vírus. Neste cenário, também o torna de altíssima

gravidade para as mulheres gestantes. “A recomendação é que seja redobrado o cuidado para evitar a proliferação do mosquito transmissor e que as gestantes façam uso de medi-das protetoras como mosqui-teiros, uso de roupas longas e repelentes. Até porque, no momento, não há tratamento específi co ou vacina disponível para o zika vírus”, ressalta.

O laboratório oferece exa-mes que identifi cam os três tipos de vírus. De acordo com o infectologista, durante a fase inicial de infecções, as análises laboratoriais podem ser rea-lizadas pela metodologia de biologia molecular conhecida como PCR (reação em cadeia da polimerase), que identifi ca os vírus na corrente sanguínea entre o primeiro e o quinto dia de sintomas, sendo a po-sitividade maior nos primeiros dias. O médico comenta que, por conta do cenário nada ani-mador, nas unidades do Sabin foi possível notar aumento na procura dos exames, principal-mente após a divulgação dos primeiros casos confi rmados de infecção nos Estados bra-sileiros e da grande veiculação nas redes sociais sobre a asso-ciação do zika vírus aos casos de microcefalia.

BOLETIM

Em 2016, o Amazonas registrou 330 casos de dengue. Em Ma-naus, há 158 notifi -cados. Em relação ao zika vírus, os casos são de Manaus, sendo sete grávidas. Outros 201 casos aguardam resultado de exames

GrávidasDe acordo com o infectolo-

gista Alexandre Cunha, a re-comendação para as grávidas são as mesmas para todos os pacientes: utilizar roupas que minimizem a exposição da pele e aplicar repelente nas áreas que fi cam expos-tas. “Como não se dispõe de nenhuma vacina ou drogas antivirais, a melhor saída é combater os focos do mos-

quito transmissor, eliminado seus criadouros. Por precau-ção, não dispensar o uso de preservativos nas relações se-xuais das pessoas infectadas, já que há relatos raros de transmissão de zika por meio desta via”, avalia.

O consultor do Laboratório Sabin explica que o que se chama de microcefalia é a má-formação congênita, em que o cérebro não se desen-

volve de maneira adequada, resultando em uma série de defi ciências neurológicas, tanto cognitivas como moto-ras. Ela ressalta que, embora não seja possível reverter a microcefalia, o desenvolvi-mento e a qualidade de vida da criança pode ser melhora-do com o acompanhamento por profi ssionais como fi sio-terapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016C8 Dia a dia

‘CASO JOEL’

Familiares e amigos do en-genheiro civil Joel Fernando da Silva Pereira, 29, realizarão nesta segunda-feira um culto seguido de um protesto contra a violência em Manaus, além de pedir por justiça para o caso. Joel foi assassinado no último dia 31 de janeiro, com um tiro nas costas, ao reagir a uma tentativa de assalto na avenida Desembargador João Machado, bairro Alvorada 1, Zona Centro-Oeste.

O tio do engenheiro, Fabri-cio Rodrigues, 39, diz que a família ainda está inconfor-mada com o crime e vai lutar para que o caso não caia no esquecimento. Segundo ele, na última quarta-feira, dois suspeitos de participar do cri-me, teriam prestado depoi-mento na sede da Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros (DEHS), conforme informações de investigado-res da referida especializada. “Não sabemos de nada certo, mas a informação que che-

gou para a agente é que a polícia tinha dois suspeitos, não se sabe se estão pre-sos, mas parece que foram ouvidos”, informa.

Fabricio disse que a família pretende usar camisas com a foto do engenheiro e levar cartazes com pedido de Jus-tiça. Ele lamenta que a vida do sobrinho tenha sido inter-rompida de forma tão brutal. “Meu sobrinho tinha acabado de se casar, mas teve sua fe-licidade interrompida por es-ses criminosos, que precisam

pagar”, desabafa.No dia do crime, Joel estava

em seu veículo, modelo Peu-geot, de cor branca, e placa OAO 6411, em companhia da esposa, quando dois homens em uma motocicleta anun-ciaram o assalto. Ele teria se assustado e tentado acelerar o carro para fugir, quando um dos suspeitos efetuou o dispa-ro. A vítima ainda foi levada ao hospital e pronto-socorro 28 de Agosto, em Adrianópo-lis, Zona Centro-Sul, mas não resistiu aos ferimentos.

Família realiza ‘protesto-culto’

Engenheiro foi morto a tiros ao ser abordado por assaltantes

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Saúde terá regime de plantão durante CarnavalSPAs e UBSs atenderão 24 horas, assim como os prontos-socorros que fi carão responsáveis pelos casos de maior gravidade

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Atendimento do Samu, apesar de ser com equipe reduzida, será feita 24 horas, nos casos de urgência

Casos de urgência de baixa e média comple-xidade como crises de hipertensão, pequenos

ferimentos, fraturas e mal-es-tar súbito serão atendimentos apenas nos Serviços de Pron-to–Atendimento (SPAs), Uni-dades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que funciona-rão em regime de plantão nes-te feriado prolongado de Car-naval. Pacientes em situação de maior gravidade devem ser levados aos prontos-socorros, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Susam). O plantão, em regime de 24 horas, também vale para as sete maternidades do Estado e uma do município.

Em relação às unidades que atendem com consulta agendada – Centros de Aten-ção à Melhor Idade (Caimis), Centros de Atenção Integral à Criança (Caics) e Policlíni-cas e Fundações de Saúde –, a Susam informa que estes serviços, em decorrência do ponto facultativo decretado pelo governo do Estado, não estarão funcionando nesta se-gunda-feira e na terça-feira de Carnaval (9). O atendimento será retomado a partir das 12h de quarta-feira (10).

As unidades do Programa Farmácia Popular estarão

funcionando normalmente amanhã, das 8h às 18h. Na terça-feira, não haverá expe-diente e, na quarta-feira (10), o serviço funcionará a partir das 13h até as 18h.

O plantão será exercido tam-bém na Maternidade Moura Tapajós (MMT) e no Servi-ço de Atendimento Móvel de

Urgência (Samu). O Samu funcionará 24 horas, com equipe reduzida, atendendo às chamadas telefônicas de urgência pelo número 192. As Unidades Básicas de Saúde (UBSs), policlínicas, centros de especialidades odontológicas, laboratórios, farmácias gra-tuitas e centros de atenção psicossocial voltarão com o atendimento normal na pró-xima quinta-feira (11).

A medida acompanha o pon-to facultativo decretado pelo

prefeito Arthur Virgílio Neto para a segunda-feira e para a quarta, a partir das 12h.

TransporteNo feriado de terça-feira e

na manhã de Quarta-Feira de Cinzas, as empresas do trans-porte público coletivo também reduzirão a frota de ônibus em circulação. O número nor-mal de veículos nas linhas será retomado a partir do meio dia de quarta.

EstradasA Agência Reguladora dos

Serviços Públicos Concedidos (Arsam) intensifi cará a fi sca-lização até quarta-feira, no serviço de transporte rodovi-ário intermunicipal de passa-geiros. No Amazonas, o serviço é operado por cinco empre-sas permissionárias: Eucatur, Aruanã, Emtram, Master, Ex-presso Transamazônica. Es-sas empresas oferecem 17 linhas regulares, em mais de 300 trechos intermunicipais.

A operação Carnaval Seguro irá atuar entre os destinos de maior fl uxo de passageiros, como Manacapuru, Iranduba e Presidente Figueiredo, que terão fi scalização permanente em suas rodoviárias e outros pontos de saída e chegada de passageiros. Nos municípios de Rio Preto da Eva, Itapiranga

BANCOS

As agências bancárias estarão fechadas na segunda e terça-feira, reabrindo apenas na quarta-feira, a partir do meio-dia. Boletos bancários poderão ser pagos nos caixas eletrônicos ou pela internet

e Itacoatiara, além da presen-ça da agência nas rodoviárias, ocorrerão operações fi xas e volantes em rodovias de maior acesso aos municípios da re-gião metropolitana.

Os agentes vão inspecionar, principalmente, os itens obri-gatórios de segurança dos ve-ículos, documentação e lotação adequada dos veículos, além do cumprimento de horários e gratuidades do serviço de

transporte intermunicipal aos usuários isentos de tarifa. Além dos ônibus rodoviários, serão fi scalizados os veículos de me-nor porte, autorizados a realizar o serviço de fretamento, incluin-do táxis, vans e micro-ônibus.

No mesmo período do ano passado, foram fiscalizadas mais de 400 saídas de ôni-bus da Rodoviária Huascar Angelim, em Flores, Zona Centro-Sul. Mais de 10 mil

passageiros utilizaram o sistema público de trans-porte intermunicipal via li-nhas regulares de ônibus. Na barreira e ponte Rio Negro, foram interceptadas mais de 800 viagens e mais de dois mil táxis foram fisca-lizados. Aproximadamente 300 ônibus que passaram pela ponte foram fiscaliza-dos novamente, pois já saem vistoriados da rodoviária.

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[email protected], DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016

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LITERATURA

Lutas sociais e políticas em coletâneaPlateia D2

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Entre cores e palavrasJornalista, pintor, escritor e documentarista Marco Adolfs fala ao EM TEMPO sobre projetos, infl uências e difi culdades ainda enfrentadas pela cultura local

A fala pausada, pensan-do cada palavra, lembra um monge budista. Não há pressa em se ex-

pressar. Os gestos também são lentos. Mas o ambiente cheio de quadros, tintas e telas denun-cia: o sujeito ali, de pele quase avermelhada, é um artista de produção intensa. Os cabelos grisalhos escondem uns 50 e poucos anos de idade, mas o que se vê é experiência. A arte não é um meio de vida, mas expressão cultural, um hobby. Carioca de nascença, mas ama-zonense de paixão, Marco Adolfs é o que se pode defi nir como um profi ssional multimídia.

Jornalista de formação, divi-de a carreira com a produção de documentários, roteiros, as artes plásticas e a literatura. Roteirizou, produziu e dirigiu 19 documentários na TV Cultura do Amazonas, onde trabalha, e teve obras exibidas em duas exposições. Tem um quadro até no Vaticano, entregue ao papa Bento 16, da série “As Faces de Cristo”. Dois livros publicados também estão no currículo.

Remexendo pincéis e ajei-tando telas no pequeno ateliê, Adolfs é a expressão de seus quadros: um expressionista vi-sual. As pinturas exalam cores e decoram a sala da casa, onde ele reservou um cantinho para o ateliê. E são as cores, misturadas umas às outras, ou em destaque – vermelho, verde, azul, amarelo – que o artista

vai dando forma à nova série de obras. Desta vez, inspirado no Carnaval.

No novo trabalho, Adolfs não se preocupa muito em defi nir formas. As pinceladas criam movimentos e as cores pare-cem dançar marchinhas clássi-cas. Na tela, estão a visão do artista para o bailado dos foliões nas ruas e salões, as fantasias e alegorias. As linhas, curvas e círculos na tela transmitem emoção. “Estou trabalhando em duas séries de pinturas inéditas: “Impressões Ribeirinhas” e esta do Carnaval. O Carnaval sempre me impressionou. A cor e o mo-vimento que estão conjugados, além do som. Com o expressio-nismo abstrato dessas obras, eu tento demonstrar esse mundo colorido, até mesmo o som, as ornamentações”, disse o artista.

Infl uência regionalA escolha do expressionismo

abstrato, como ele defi ne, não foi aleatória. Adolfs diz que foi infl uenciado pelo artista ama-zonense Moacir Andrade, que é referência nesse gênero por utilizar diversos estilos em qua-dros que retratam a natureza e os habitantes da Amazônia. “O Moacir Andrade na pintura e Márcio Souza na literatura, com o romance “Galvez, o Imperador do Acre”, me infl uenciaram nes-sa área de romance histórico também”, revelou.

Essa atração, que ele defi ne como intimidade com a arte, começou em 2009 depois de uma viagem à Europa e da conclusão de um curso de pin-

tura. “Comecei a pintar para relaxar. Apresentei a exposição “As Faces de Cristo” e “Múltiplas Faces de Eva”, exposto na Casa das Artes, em 2009. Foi quando recebi o convite da Arquidioce-se de Manaus, em 2010, para entregar ao papa Bento 16 um dos meus quadros de “As Faces de Cristo””, lembrou.

Adolfs afi rma que um dos grandes problemas da cultura amazonense é a distância. “O problema da cultura local sem-pre foi a distância interna e externa”, defi ne, sobre a inspira-

ção dos artistas amazonenses, centrados no regionalismo, e a falta de contatos com obras de arte de artistas de fora do Es-tado. “Esta insularidade abissal e insistente provincianismo da alma que olha o próprio umbi-go e as panelinhas adjacentes. A se extasiarem entre si e na mesmice”, disse.

LiteraturaCom “Latex”, sobre a explora-

ção da borracha no Amazonas, e “Fé e Fogo”, que trata sobre a construção da Catedral de Ma-

naus e que conquistou o Prêmio Funarte, em 2008, Marco Adolfs traça, nas páginas em branco, um retrato nada colorido de fatos da história do Amazonas. Ao contrário da pintura, na li-teratura o jornalista não exibe cores, mas episódios reais.

Dois novos livros já estão em “gestação”. “Estou com dois livros inéditos, um sobre um escritor brasileiro que eu conheci no Rio de Janeiro. O outro será inspirado na minha convivência com o poeta fale-cido Luiz Bacellar”, revelou. “Eu

participava de uma reunião to-das as sextas-feiras com vários intelectuais para comer uma bacalhoada e tomar um vinho. Lá, conheci o Bacellar e tive-mos uma afi nidade. Ele virou um personagem de romance neste livro baseado em partes da vida dele. É a história de um poeta em Manaus, mas não posso revelar nada mais além disso”, disse o escritor, deixando para o leitor, assim como para quem contempla uma pintura, a tarefa de descobrir a arte por detrás do artista.

AUGUSTO COSTACLEBER OLIVEIRA

Adolfs acredita que o Amazonas precisa vencer as distâncias

Peças em produção

trazem traços inspirados no

Carnaval

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016D2 Plateia

Doutorando Diego Omar organiza coletânea que deve ser lançada no fi m deste mês, com apoio da Fapeam

PESQUISA

Perspectivas para a América LatinaAs lutas sociais pela me-

mória e os sentidos das experiências passadas, as relações entre os Estados com os governos ditatoriais no marco da Doutrina de Segurança Nacional e as di-ferentes dimensões da luta política contra a ditadura militar argentina tanto no interior do país quanto no exílio estão sendo aborda-das no livro “Questões da América Latina contempo-rânea: novos objetos, novas dimensões, novas tempo-ralidade”, organizado com apoio do governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) pelo pesquisador Diego Omar. A obra está prevista para ser lançada até o final de fevereiro deste ano.

A obra reúne uma coletâ-nea de textos acadêmicos produzidos em universida-des brasileiras e argenti-nas, em grupos de pesqui-sa sobre América Latina contemporânea e durante eventos (nacionais e inter-nacionais) dedicados estu-dos latino-americanos.

Com uma linguagem acessível ao público, o livro

composto por 16 capítulos está divido em duas par-tes: a primeira intitulada “Histórias e Memórias do passado ditatorial e as vio-lações dos Direitos Huma-nos” que reúne trabalhos que abordam temas como as lutas sociais pela me-mória e os sentidos das experiências passadas na atualidade, as relações entre estados com gover-nos ditatoriais no marco da Doutrina de Segurança Nacional e as diferentes dimensões da luta política contra a última ditadura militar argentina (1976-1983) tanto no interior do país quanto no exílio.

Já a segunda parte do livro – “Abordagens gerais sobre História do tempo presente e os processos sociopo-líticos em curso” – trata de leituras mais amplas sobre projetos esboçados na América Latina, assim como de representações e atores sociais e intelectu-ais ainda presentes na esfe-ra pública, onde as leituras do passado e os projetos de futuro do continente conti-nuam sendo debatidos.

O livro conta com aporte

do Programa de Apoio a Publicação Científica (Bi-blos) da Fapeam que apoia a publicação de livros, ma-nuais, números especiais (temáticos) de revistas e coletâneas científicas.

De acordo com o pesqui-sador, o livro é uma forma de ler a América Latina contemporânea a partir de problemas que estão rela-cionados com a atualidade.

“Os autores do livro bus-cam enfrentar duas ques-tões que é a de como cor-relacionar os processos de transições de justiça na América Latina, tendo em vista, as graves violações dos direitos humanos e de como é que a sociedade atual absorve o impacto de tantos anos sem democra-cia. Então, como é que essas democracias recentes têm impactado na cultura po-lítica latino-americana. A segunda questão é pensar como é que existe hoje um processo de renovação dos principais temas e aborda-gens sobre a América La-tina”, disse o pesquisador.

Doutorando em História e Culturas Políticas pela Universidade Federal de

Minas Gerais, Diego Omar, explicou que a parceria com a Universidade de Buenos Aires surgiu com objetivo de fortalecer o intercâm-bio entre as universidades nacionais com a própria

América Latina, já que se-gundo ele, existe um déficit nessa relação.

“Nós temos os olhos mui-to voltados para Europa, a maioria dos intercâm-bios são para a Europa ou

Estados Unidos, então a gente viu a necessidade de estreitar laços com aquilo que está sendo feito dentro da própria América Latina, por isso reunimos grupos de pesquisas”, disse ele.

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AÇÃO

É Carnaval . Quem quiser cair na folia do Carnaval

de domingo, terá hoje uma boa opção para se jogar.

. É a Banda do Gargalo 2016, que vai agi-tar os foliões no charmoso bairro Vieiralves.

. A festa, que já está em sua quinta edição, esse ano traz Edu Guedes, Grupo Cacildis, Xiado da Xinela, D’ Samba, Eduardo Dornellas, DJ Daniel Barreto, Bateria Show do Mestre China e MC Picolé como atrações. O Gargalo fica localizado na Rua Rio Branco, esquina com Rio Içá, que incluirá área Vip com open bar.

. Ex-atleta profi ssional de tênis, Jorge Paulo Lemann se associou ao campeão Roger Federer para a criação de uma nova competição no circuito internacional do esporte.

. Em parceria com a Team8, a agência fundada pelo tenista suíço para cuidar de sua carreira, o homem mais rico do Brasil vai bancar a organização da Laver Cup, um torneio que terá tenistas de toda a Europa enfrentando colegas do restante do mundo. Quem representará o bilionário no negócio será seu fi lho, Marc Lemann, diretor da recém-criada agência de marketing Go4It, em sociedade com César Villares.

. Baseada na Ryder Cup, a competição de golfe que reúne europeus contra americanos, a Raver Cup, que deverá entrar no calendário mundial de tênis a partir do próximo ano, foi batizada com esse nome em homenagem a Rod Laver, o tenista australiano que entrou para a história como o único a ganhar os quatro torneios do Grand Slam consecutivamente por duas vezes. Federer e Lemann são fãs dele.

Objeto de desejo. Depois do retorno triunfal da bolsa saco,

chegou a vez das mochilas brilharem novamente.. A verdade é que elas nunca saem de moda,

né? As versões que têm surgido no mercado vão de modelos clássicos, passando por opções mais sofi sticadas, ultra modernas e aquelas mochilas com um toque de humor. Na foto na coluna, uma mochila Valentino em jeans com aplicações.

[email protected] - www.conteudochic.com.br

Fernando Coelho Jr.

. Ex-atleta profi ssional de tênis, Jorge Paulo Lemann se associou ao campeão Roger Federer para a criação de uma nova competição no

enfrentando colegas do restante do mundo. Quem representará o bilionário no negócio será seu fi lho, Marc Lemann, diretor da recém-criada agência de marketing Go4It, em sociedade com

. Baseada na Ryder Cup, a competição de golfe que reúne europeus contra americanos, a Raver Cup, que deverá entrar no calendário mundial de tênis a partir do próximo ano, foi batizada com esse nome em homenagem a Rod Laver, o

1.

2.

4.3. 1. Sandra Lucia Saraiva e Rosiane Lima divi-

dindo a cena no ´Feijão Top´ que movimentou o elenco Vip da cidade no fi m de semana

2. Jac Chagas e Adriana Cordeiro na explosão de alegria e charme que o ´Feijão Top´, a badalada feijoada chic do Carnaval de Manaus

3. Jorginho Wilde levando a simpatia para passear na feijoada assinada por esta coluna no sábado

4. Marcello Coelho e Jeane Pinheiro no evento fervido no Village Festas

À fantasia. Amanhã é a vez do Manaus

Fantasy sacudir a Piscina do Tro-pical Hotel.

. A festa à fantasia que movi-menta a agenda de Carnaval da cidade, neste ano tem o tema ´super-heróis´, o que deverá levar para o local vários Batmen, capi-tães-américas, homens-aranhas, mulheres-maravilhas e por ai vai...

. Atrações: Adriano Arcanjo e Aquele Trio, Márcio Cigano, Cuka Fresca e o DJ Sandro Souza.

Esporte

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016D3Plateia

Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos comemoram 30 anos de “Legião”

Uma ‘legião’ infl uenciadaO cenário do rock na cidade de Manaus é composto por artistas e bandas que viveram a “época de ouro” do grupo Legião Urbana e que atualmente ainda fazem sucesso em seus shows com canções da banda brasiliense

Falar de rock nacional e não mencionar Legião Urbana é quase impos-sível. Até hoje sucessos

como “Que país é esse?”, “Pais e fi lhos”, “Faroeste caboclo” e “Tempo perdido”, são músicas que fazem parte do repertório de artistas em carreira solo e muitas bandas de rock pelo Brasil afora. Em Manaus, o cenário não é diferente.

Há 15 anos mostrando aos amazonenses o amor por esse gênero musical, a banda Critical Age, liderada pelo cantor Arlley Souza, é exemplo dessa “gera-ção infl uenciada” pelo Legião Urbana. “Eu e meus irmãos sempre fomos apaixonados por rock e fãs do Legião desde criança. O irmão mais velho comprava os discos de vinil e naquela época eu tinha uns sete anos, mas já sabia quase todas as músicas daquele primeiro disco”, relembra.

Fã assumido, Arlley ressalta com orgulho que as canções do Legião Urbana sempre es-tiveram no repertório desde o início da Critical Age. A banda local se considera propagadora do Legião. “São 30 anos do primeiro disco do Legião e eu posso dizer com toda certeza que na Critical Age são 15 anos de Legião. Nós já fi zemos no mínimo 15 especiais do Legião Urbana e isso é uma felicidade muito grande”, diz.

Nos anos de 2013 e 2014, os músicos remanescentes da banda brasiliense, Marce-lo Bonfá e Dado Villa-Lobos, vieram à capital amazonense,

respectivamente, a convite da Critical Age. “Sem dúvida, foram momentos históricos para a nossa banda. Com muito es-forço e batalha conseguimos trazer os dois. Foi um desafi o gigantesco e com toda certeza uma grande realização. Para nós é especial demais conti-nuarmos mantendo acesa a chama da Legião em Manaus. Sentimos muito orgulho de le-var a mensagem das músicas do Renato e da Legião para os nossos fãs”, fi naliza.

Semente brotadaAtualmente a frente da banda

Illusion, Gustav Cervinka afi rma que a mesma pouco tem de infl uência da Legião, ao con-trário da sua trajetória no rock. Essa sim, teve um “empurrão” vindo da banda brasiliense. “As músicas do Renato estiveram nos primeiros repertórios da minha primeira banda, no fi m dos anos 1990. Cantar músi-cas da Legião era sinônimo de

aceitação do público – em grande escala ainda é até hoje. Admiro a habilidade com a qual a Legião conse-guia arrebatar milhares de fãs no país inteiro com letras consistentes – às vezes nem tanto – e poucos acordes. Era uma simplicidade que conquistava e ainda con-quista muita gente”, des-taca.

Gustav ressalta que a Le-gião não nasceu para o mer-cado fonográfi co como hoje surgem as bandas. Para ele, a banda di-zia o que vivia e o que pensava, e fa-zia disso sucesso de audiência. “Acho que esse é o aspecto mais importante do grupo, que pertencia a uma parcela de jovens que cantava o que queria dizer para o mundo como opinião própria. Não era fazer dançar ou pular o objetivo em primeiro plano. Era um ativismo

SERVIÇO

PISTA 1° Lote – R$ 60 (meia-entrada)Vendas Centrais Fábrica: Amazonas e Sumaúma Shopping CentersVendas on-line em até 6x no cartão. CAMAROTE – R$ 200 (meia-entrada) por pessoa em até 3x no cartãoVendas Centrais Fábrica: Amazonas e Sumaúma Shopping Centers

FRONT STAGE 1° Lote – R$ 120 (meia-entrada)Acesso diferenciado, bares e banheiros exclusivosVendas Centrais Fábrica: Amazonas e Sumaúma Shopping CentersVendas on-line em até 6x no cartão.Informações: (92) 3303-0100 / www.fabricaingres-sos.com

Bonfá e Dado Villa-Lobos comemoram 30 anos de “Legião”

aceitação do público – em grande escala ainda é até hoje. Admiro a habilidade com a qual a Legião conse-guia arrebatar milhares de fãs no país inteiro com letras consistentes – às vezes nem tanto – e poucos acordes. Era uma simplicidade que conquistava e ainda con-quista muita gente”, des-

Gustav ressalta que a Le-gião não nasceu para o mer-cado fonográfi co como hoje surgem as bandas. Para ele, a banda di-zia o que vivia e o que pensava, e fa-zia disso sucesso de audiência. “Acho que esse é o aspecto mais importante do grupo, que pertencia a uma parcela de jovens que cantava o que queria dizer para o mundo como opinião própria. Não era fazer dançar ou pular o objetivo em primeiro plano. Era um ativismo

SERVIÇO

PISTA 1° Lote – R$ 60 (meia-entrada)Vendas Centrais Fábrica: Amazonas e Sumaúma Shopping CentersVendas on-line em até 6x no cartão.

CAMAROTE (meia-entrada) por pessoa em até 3x no cartãoVendas Centrais Fábrica: Amazonas e Sumaúma Shopping Centers

FRONT STAGE R$ 120 (meia-entrada)Acesso diferenciado, bares e banheiros exclusivosVendas Centrais Fábrica: Amazonas e Sumaúma Shopping CentersVendas on-line em até 6x no cartão.Informações: (92) 3303-0100 / www.fabricaingres-sos.com

artístico por assim dizer, com consciência e consistência. Algo a que se aproxima, atualmente, O Rappa, que igualmente canta mazelas sociais e transforma opinião em ‘hit’”.

Para esses músicos e muitos fãs de Legião Urbana em Ma-

naus, o dia 26 de fevereiro será histórico. A Fá-

brica de Eventos traz para cidade o show come-

morativo dos 30 anos do

primeiro disco da banda bra-siliense. O evento acontecerá no Studio 5 Centro de Convenções.

“Legião XXX Anos” traz Dado Villa-Lobos (guitarra) e Marcelo Bonfá (bateria), integrantes re-manescentes da Legião, além de André Frateschi (vocalista), Lucas Vasconcellos (guitarra), Mauro Berman (baixo) e Ro-berto Pollo (teclados). O show é dividido em duas partes: na primeira, o disco na ordem ori-ginal e, na segunda parte, os clássicos da banda.

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AÇÃO

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AÇÃO

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AÇÃO

Líder da banda Illusion valoriza a opinião em le-tras do grupo Legião Urbana

Critical Age orgulha-se pe-los 15 anos de homenagem ao legado de Renato Russo

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016D4 Plateia

Tempo bomManazinhas, estou aqui

pensando com “meus botões”, como o mundo fi cou diferente! Antigamente a vida corria mais solta, com mais na-turalidade, brincávamos nas ruas, no quintal das casas, subíamos em árvores, tirá-vamos seus frutos, comíamos sem lavar......falávamos o que queríamos e no máximo isso gerava uma acalorada dis-cussão que nos atiçava o sangue e nos fazia dormir mais ricos de idéias. A te-levisão ainda não ocupava um lugar de destaque em nossas vidas e os sonhos eram todos projetados em nossa mente de uma forma romântica sem tanto bom-bardeio de informações. Não éramos obrigados a saber de tudo e essa fome de dinheiro

e poder não dominava. Hoje o mundo está muito cheio de gente com cada vez mais necessidades de todo o tipo e sabemos que quem não es-tiver preparado fi ca cada vez mais no cantinho da falta de emprego e perto da pobreza. Hoje as pessoas não carim-bam mais seus contratos com a sua palavra, é necessário mais de dois advogados para fazer um e cheio de clausu-las para garantir o que foi acordado. Tudo dá processo, mas tudo mesmo! Pisamos em “ovos” para exprimir um pensamento e o pior.....perde-mos o nosso humor! Parece que vivemos cercados por um tipo de gente que “patrulha” o seu pensamento Senhores do mundo, donos da verda-de! Mundo cruel ! vivemos

momentos de tensão, crises, fanatismo religioso, terroris-mo Ufa! Cansa!

Quero aproveitar esse mo-mento de MOMO para voltar no tempo e me ver vestida de portuguesa para ir a um baile de carnaval infantil no Ideal clube. Alguém da família tinha chegado de Portugal e trouxe a roupa típica de camponesa de lá. Me lembro que fi quei toda empolgada porque tinha pedaços da roupa feitos de veludo e eu não conhecia aquele tecido. A roupa era um tanto “fechada” para o calor tropical mas assim mesmo fi quei muito empolgada. Os bailes daquela época eram frequentados pela sociedade de Manaus. Tinha orquestra (naquela época era Orques-tra) serpentina, confete e

lança perfume!. O lança per-fume vinha numa embalagem metalizada e sua função era apenas espirrar nos amigos que sentiam um gelado na parte tocada do corpo. Éra-mos inocentes, só queríamos brincar e estar com os amigos e sentir aquele assoalho ba-lançar era a grande diversão! Dali fi zemos grandes amigos de uma vida toda! Dalí muitos saíram casados. Manaus era uma cidade de quarteirões, placas dos carros conhecidas e 4 números no telefone. Tudo muito pequeno mas recheado de amor e translúcidos igara-pés. O passeio mais longe era a Ponta Negra e a casa mais divertida a da Marly Hatoum (pra mim) que saracoteava por lá no meio das mocinhas que iam debutar. Mundo má-gico de sonhos e conversas na frente das casas. Não sou saudosista mas adoro revisitar o passado que hoje está tão distante que mais parece um fi lme não vivido só sonhado!

BOM CARNAVAL!D

IVU

LGAÇ

ÃO

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016D5Plateia

TV TudoOutros episódiosNos demais programas, o

“Planeta Extremo” irá visitar o Vulcão Kilauea, no Havaí; o Círculo Polar Ártico, na Sué-cia; os Tarahumaras, a tribo dos corredores descalços, no México.

E ainda o Truk Lagoon, o cemitério de navios na Mi-cronésia, e Song Dong Cave, a maior caverna do mundo, no Vietnã.

E o Sherman?Merecidamente, Carlos Al-

berto de Nóbrega recebeu uma homenagem da equipe do “Tá no Ar”. Nada a contestar.

Mas e a outra “bandeira do humor”, o diretor Maurí-cio Sherman, que trabalha na própria Globo?

Ele também não merece algo do tipo? Será que é al-guma bronquinha interna?

Nóbrega aguarda AdnetVoltando ao assunto Carlos

Alberto de Nóbrega, não chega a ser segredo que agora ele passa a aguardar uma parti-cipação de Marcelo Adnet na sua “Praça”.

Resta saber se isso já foi acertado ou fi cou para ser combinado depois.

CinemaLogo depois de “I Love Pa-

raisópolis”, o ator e produtor Márcio Rosario, Bazunga, fi el

escudeiro de Caio Castro, viajou aos Estados Unidos para fi lmar “Verses at Work”, do diretor goiano Lucas Mendes, que conta a história do rapper americano Malik Work.

O elenco é encabeçado pelo próprio Malik, mais Broderick Ballantyne, David Rieth e Toya Lilard. A data de estreia do fi lme ainda não foi marcada.

Tem espaçoO diretor Maurício Farias ain-

da procura um nome forte para o elenco do “Zorra”.

Alguém que esteja saindo das atuais novelas da Globo e possa causar maior impacto.

O problema é que tem ator da Globo escalado até para coisa que não existe.

TeatroFlávio Galvão, que integrou a

equipe de “Império”, não pôde atender novo chamado da Glo-bo, desta vez para uma partici-pação especial em “Totalmente Demais”.

O ator agora se prepara para estrear, em março, no MUBE, em São Paulo, o espetáculo de Gabriel Chalita, “O Semeador”, com direção de Hudson Glauber.

Alguém explicaCertamente deve existir uma

explicação lógica para tal. Por que o Carlinhos Brown (“The Voice”) usa óculos escuros em um estúdio tão escuro quanto?

Os companheiros de palco entendem que tudo não passa de “puro estilo”. Enfi m...

Bate – Rebate· O “Xuxa Meneghel” de ama-

nhã já terá a direção-geral de Ignácio Coqueiro...

· ...Existe a expectativa de uma boa parceria entre diretor e apresentadora...

· ...Só que, evidentemente, ao melhor estilo cada um no seu quadrado.

· Tanto a Bandeirantes quanto Dan Stulbach não têm a menor ideia de quando vão começar as gravações do “História do Brasil”...

· ...O projeto inicialmente pen-sado para Marcelo Tas, aca-bou direcionado para Stulbach, por conta do ano sabático do “CQC”...

· ...Por enquanto, nenhuma movimentação em torno.

Tragédia abre novo ‘Planeta Extremo’

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O número de assinaturas da TV paga no Brasil, que vem caindo assustadoramente por conta des-se cenário desanimador da nossa economia e também em função da péssima qualidade de progra-mação, certamente vai sofrer um abalo ainda mais forte quando a TV Digital pegar de vez no país.

Mas se o digital já proporciona isso, pagar pra quê? A fi cha desse “custo desnecessário” certamen-te vai cair em algum determinado momento. Para tentar reverter esse quadro, somente uma ação mais forte desses grupos.

Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

Marcelo Adnet em esquete com Danton Mello, Verô-nica Debom e Marcius Melhem

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

[email protected]

Canal 1

A Globo começa a exibir no domingo, 14, logo depois do “BBB”, a segunda tempo-rada do “Planeta Extremo”, com Clayton Conservani e Carol Barcellos, em um total de oito episódios.

Para a coluna, Conservani declarou que esta nova edição “mistura o drama que passamos durante o terremoto no Nepal (que matou mais de 8.500 pessoas) com outras histórias e lugares que os teles-pectadores nunca viram antes”.

Márcio Braz

ator, diretor e cientista social

Dois aspectos devem ser res-saltados tendo em vista a leitura dos textos sobre moda de Gilda de Melo e Souza: o primeiro diz respeito ao entendimento da moda como arte - se é possível conside-rá-la desta forma - e o segundo se refere à possibilidade de se analisar a vestimenta de um ponto de vista sociológico. Na moda, cores, formas e tecidos parecem elementos bastante subjetivos e pessoais, pertencendo àquele quem idealizou a vestimenta – o modista ou costureiro -, mas acontece que, ao inseri-los numa abordagem sociológica, percebe-mos que estes elementos surgem cercados de conceitos e signifi-cados, onde é notório perceber que, como exemplo, cores como o vermelho aparecem durante um certo período anterior à era industrial caracterizando a no-breza e o clero - principalmente na Idade Média – onde somente estes tinham o direito legal de a usarem. Mas para tal percepção e compreensão, torna-se neces-sário observar uma preocupação – recorrente também à própria autora – de legitimar a moda como arte para, a partir de então, apre-sentarmos a emergência de uma abordagem sociológica.

Seria a moda uma arte? A moda poderia ser arte, segundo a autora, se a era industrial não houvesse emergido, o que acabou “afas-tando o pensamento do preço do material, do artesanato e da durabilidade, encorajando o gasto na produção...”. Mas o fato de outros aspectos existirem – vale ressaltar, não só na moda! – como a propaganda e as técnicas indus-triais, não significa que a moda não seja arte, pois o costureiro “fechado em seu estúdio (...) ao criar um modelo, resolve proble-

mas de equilíbrio de volumes, de linhas de cores, de ritmos (...) uma forma que é a medida do espa-ço...”. E prossegue dizendo que “como qualquer artista o criador de modas inscreve-se dentro do mundo das formas. E portanto, dentro da Arte”.

Em vários momentos da obra de Souza pudemos observar exem-plos que sublinham os aspectos estéticos da moda e sua relação direta a uma abordagem socio-lógica. Por razões espaciais, não cabe aqui apresentarmos estes exemplos, mas apenas ressaltar algumas características que elu-cidam esta questão. A primeira se refere a vestimenta e sua cons-trução em duas formas: uma para o homem e outra para a mulher. Segundo a autora, “a história do traje nos mostra, é verdade, como os dois grupos sempre se diferen-ciaram através da roupa”.

A roupa das mulheres no sé-culo 19 foi mais exibicionista do que em tempos outros, ligadas ao princípio da sedução. Até en-tão, sua roupa era cercada de acessórios e um sem número de tecidos, babados e brocados, que além de cobrir seu corpo, imobili-zava a mulher deixando-a quasesem movimento.

De fato, como Gilda de Souza nos mostra, a mobilidade é um fator marcante e crucial, um divisor de águas, pois o caráter móvel do corpo caracterizaria que a mulher estava afeita a trabalhos manu-ais, portanto, quanto mais imóvel, maior sua identificação junto à nobreza. A roupa dos homens tam-bém foi-se tornando mais simples, quase uma farda. Antes, sua vesti-menta era inspirada nos trajes de caça inglês - tradição até hoje per-tencente à nobreza da Inglaterra – originando o casaco.

A sociologia da [email protected]

Márcio Braz

Na moda, co-res, formas e tecidos pare-cem elemen-tos bastante subjetivos e pessoais, pertencendo àquele quem idealizou a vestimenta – o modista ou costureiro -, mas acontece que, ao inse-ri-los numa abordagem sociológica”

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

ELVIS

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016D6 Plateia

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AÇÃO

Globo transmite primeiro desfi le das escolas de samba do Rio de Janeiro

SBT GLOBO4H JORNAL DA SEMANA SBT

5H BRASIL CAMINHONEIRO

5H30 TURISMO & AVENTURA

6H15 ACELERADOS

7H CHAVES

9H15 PEQUENOS CAMPEÕES

10H MUNDO DISNEY

11H DOMINGO LEGAL

13H ELIANA

17H RODA A RODA JEQUITI

17H45 SORTEIO DA TELESENA

18H PROGRAMA SILVIO SANTOS

22H CONEXÃO REPÓRTER

23H SÉRIE: ARQUEIRO

0H15 SÉRIE: O MENTALISTA

1H CRIMES GRAVES

2H15 BIG BANG

2H45 IGREJA UNIVERSAL

BAND

5H30 IGREJA INT. DA GRAÇA

9H TV KIDS

9H30 PROGRAMA AD & D �RE�

PRISE�

10H IGREJA INT. DA GRAÇA

11H FIQUE LIGADO

12H EN CIRCUITO

13H30 MEU AMBIENTE TV

14H TE PEGUEI

14H30 SENSACIONAL

16H PROGRAMA VIAGEM CUL�

TURAL

16H30 CHEGA MAIS

18H ENCRENCA

20H30 BASTIDORES DO CAR�

NAVAL � DESFILE DO RIO DE

JANEIRO

2H IGREJA INT. DA GRAÇA

NÃO INFORMOU.6H29 AMAZÔNIA RURAL6H57 PEQUENAS EMPRESAS, GRANDES NEGÓCIOS7H30 GLOBO RURAL8H24 AUTO ESPORTE9H ESPORTE ESPETACULAR12H THE VOICE KIDS13H32 TEMPERATURA MÁXIMA. FILME: SMURFS / SMURFS 216H30 DOMINGÃO DO FAUSTÃO19H BIG BROTHER BRASIL19H45 FANTÁSTICO � CARNAVAL 2016 � 1º DESFILE DAS ESCOLAS DE SAMBA / GRUPO ESPECIAL RJ21H51 INÍCIO DE TRANSMISSÃO SAMBÓ�DROMO �EM ANDAMENTO�22H14 3ª � BEIJA�FLOR DE NILÓPOLIS23H41 4ª � ACADÊMICOS DE GRADE RIO1H08 5ª � MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL2H35 6ª � UNIDOS DA TIJUCA4H02 VT 1ª � ESTÁCIO DE SÁ5H12 VT 2ª � UNIDOS DA ILHA DO GOVER�NADOR

Programação de TV

CruzadinhasCinemaESTREIAS

CONTINUAÇÃO

Deadpool: EUA. 12 anos. Baseado no anti-heroi mais convencional da Marvel, Deadpool conta a história do ex-a-gente das forças especiais que acabou virando o mercenário Wade Wilson, que depois de ser submetido a um experimento clandestino, adquire poderes de cura acelerados, adotando o alter ego Deadpool. Armado com suas novas habilidades e um sinistro e incomum senso de humor, Deadpool busca vingar-se do homem que quase destruiu sua vida. Cinemark 0h01 (dub/somente quarta-feira).

Os Dez Mandamentos – O Filme: BRA. 12 anos. Cinemark 5 – 16h30 (diariamente), Cinemark 7 – 13h15, 16h, 18h50, 21h45 (dia-riamente), Cinemark 8 – 12h15, 15h, 17h45, 20h30 (diariamente), 23h20 (somente sábado); Playarte 5 – 13h10, 15h40, 18h10, 20h40 (dub/diariamente), Playarte 6 – 12h45, 15h15, 17h45, 20h15 (dub/diariamente), Playarte 7 – 19h, 21h30 (dub/diariamente).

Caçadores de Emoção: ALE. 14 anos. Ci-nemark 3 – 13h, 15h45 (3D/dub/diariamente); Playarte 8 – 21h45 (dub/diariamente), 15h05 (leg/diariamente).

Reza a Lenda: BRA. 14 anos. Playarte 7 – 12h45, 17h (diariamente).

Pai Em Dose Dupla: EUA. 12 anos. Cinemark

2 – 16h15, 18h40 (dub/diariamente); Playarte 9 – 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40 (dub/diariamente).

A Quinta Onda: EUA. 14 anos. Cinemark 5 – 13h45, 19h20, 22h10 (dub/diariamente); Playarte 4 – 13h40, 16h10, 18h40, 21h10 (dub/diariamente).

Snoopy e Charlie Brown: Livre. EUA. Cine-mark 2 – 14h (dub/diariamente), Cinemark 6 – 12h, 14h30 (dub/diariamente); Playarte 10 – 12h20, 14h30, 16h40, 18h50, 21h (dub/diariamente).

O Bom Dinossauro: EUA. Livre. Playarte 2 – 14h55, 17h05, 19h15, 21h20 (dub/diariamente).

Até Que a Sorte Nos Separe 3 - A Falên-cia Final: BRA. 10 anos. Playarte 7 – 14h45 (diariamente).

FOTO

S: D

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Tirando o Atraso: EUA. 16 anos. Poucos dias antes do seu casamento com a controladora fi lha do seu chefe e prestes a se tornar sócio no escritório de advocacia, o certinho Jason Kelly (Zac Efron) é incumbido de conduzir a contragosto seu desbocado avô Dick (Robert De Niro), um assanhado ex-general do Exército que acabou de fi car viúvo, até Boca Raton, na Flórida. Cinemark 1 – 12h45, 15h30, 18h15, 20h45 (dub/diariamente), 23h30 (dub/somente sábado); Playarte 8 – 17h25 (dub/diariamente), 19h35 (leg/diariamente).

O Regresso: EUA. 16 anos. Inspirado em eventos reais, o fi lme é uma experiência cinematográfi ca imersiva e visceral, capturando a épica aventura de sobrevivência de um homem e o extraordinário poder do espírito humano. Numa expedição pelas fl orestas norte-americanas selvagens, o lendário explorador Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) é brutalmente atacado por um urso e abandonado à morte pelos companheiros de sua própria equipe de caçadores. Para sobreviver, Glass resiste ao sofrimento inimaginável, bem como a traição de seu confi dente John Fitzgerald (Tom Hardy). Guiado por pura força de vontade e amor à sua família, Glass deve enfrentar um inverno cruel e uma busca incessante para sobreviver e encontrar a redenção. Cinemark 2 – 21h (dub/diariamente), Cinemark 4 – 22h (dub/diariamente), Cinemark 6 – 16h50, 20h15 (dub/diariamente), 23h45 (dub/somente sábado); Playarte 1 – 14h, 20h30 (dub/diariamente), 17h15 (leg/diariamente).

A Escolha: EUA. 12 anos. Travis Parker (Benjamin Walker) tem uma vida confortável, um bom emprego, amigos leais e uma casa em pequena cidade costeira. Ele busca diariamente viver plenamente e acredita que um relacionamento sério limitaria o seu estilo de vida. Isso até que Gabby Holland (Teresa Palmer) se muda para a casa ao lado. Mesmo que ela tenha um namorado, a moça o instiga logo de cara e faz com que os dois se entreguem a uma relação que nenhum deles esperava. Baseado em romance do autor Nicholas Sparks. Cinemark 3 – 18h30, 21h20 (dub/diaria

ÁRIES - 21/3 a 19/4Novas possibilidades se abrem em suas vidas profissional e pessoal. Terá de fazer escolhas importan-tes. Recomenda-se cautela ao to-mar decisões.

TOURO - 20/4 a 20/5Procure aliviar as dores da alma e acalmar as tensões. Tudo parece virado do avesso pelo seu excesso de sensibilidade, deixando as coi-sas um tanto nebulosas.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 No amor e na relação não culpe o outro antes de rever seus próprios atos, assumir suas próprias respon-

sabilidades, faz parte do jogo de gente grande. No trabalho saiba aproveitar as oportunidades.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 O dia começa com o astral em alta, a boas chances de fazer bons negócios, só tome o cuidado de não sair falando para todos dos seus planos. Guarde segredo!

LEÃO - 23/7 a 22/8Ao se sentir mais seguro no re-lacionamento, terá muito mais a oferecer, a estabilidade trará bons resultados e harmonia à vida a dois. Na vida profissional é tempo de pensar em se reciclar.

VIRGEM - 23/8 a 22/9Na família é tempo de perdão, deixe velhas mágoas de lado e busque pela amizade e carinho que fi caram no passado.

LIBRA - 23/9 a 22/10Continue se esforçando para am-pliar o seu círculo de amizades. Aceite convites e vá a lugares po-pulares e cheios, aproveite. Para dançar e relaxar.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11Mesmo que seus amigos insistam para ter a sua companhia, mas reserve um tempinho para você, um novo romance pode estar surgindo, mas nada de ex-

por seus pensamentos e sentimentos.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12A intuição fala alto, e muitas coisas tendem a vir à tona hoje, procure se mantiver neutro, não é hora de tomar partido. Financeiramente as contas estão entrando no azul, evite se envolver em novos com-promissos!

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1Assuntos envolvendo venda de ter-reno ou imóvel deverão ser tratados com calma, moderação é palavra de ordem. Caso esteja em busca de um novo amor espere pode ser um momento propício para iniciar um

romance.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2Boas notícias se aproximam novi-dades profi ssionais, é tempo de se aprimorar, enfrente novos desafi os com coragem e cabeça erguida. Mas, de qualquer forma, serão po-sitivas.

PEIXES - 19/2 a 20/3O uso da criatividade será neces-sário para dar conta das tarefas mais complexas no trabalho neste momento em que os astros estão associados. Os aspectos positivos de Saturno pedem maior planeja-mento, na vida profissional.

Horóscopo

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016D7Plateia

[email protected]

Guto OliveiraRepresentantes da co-

missão organizadora do 35º Congresso Internacional de Teatro, evento que vai acon-tecer pela primeira vez na América Latina, na cidade de Manaus, de 30 de maio a 4 de junho deste ano, es-tiveram na última semana na Secretaria de Estado de Cultura, para fi rmar parceria de apoio cultural. A comissão foi intermediada pelo escri-tor amazonense, diretor de teatro e presidente do Con-selho Municipal de Cultura, Márcio Souza e teve, ainda, a participação do diretor geral do Instituto Internacional de Teatro (International Thea-ter Institute – ITI / Unesco), Tobias Biancone. A entidade possui a maior representa-ção política das artes cê-nicas no mundo e realiza o evento há 68 anos em vários países, promovendo a discus-são sobre as diretrizes do teatro no mundo bem como o intercâmbio entre artistas, produtores e diretores de diferentes nacionalidades.

***Aprender a fi car mais

bonita já tem local marca-do. O Boticário vai inaugu-rar em Manaus, no próximo dia 16, o primeiro Make Up Studio da marca no Amazo-nas. Lá, as mulheres terão cursos de automaquiagem com uma profi ssional cre-denciada pela empresa de beleza. O Make Up Studio vai fi car na rua Esmeralda, nº 34, conjunto Manauense, bairro Nossa Senhora das Graças e a inauguração vai contar com a presença da maquiadora sênior da marca e vencedora da 1ª temporada do Desafi o da Beleza do Canal GNT, Suelen Johann.

***

Temos que falar sobre sanea-mento básico em todos os am-

bientes e cobrar as ações públicas dos governantes”

Deputado estadual José Ricardo

O badalado salão Villa Angel, ferveu no último fi nal de semana, por lá encontramos Lia Souza a anfi triã do espaço e a chique Cristiane Soutto Mayor.

O badalado salão Villa Angel, ferveu no último fi nal de semana, por lá encontramos Lia Beauty

Depois de Manaus, mostra segue para o Morumbi Shopping, em São Paulo

EXPOSIÇÃO

‘Gigantes Marinhos’ se despede do Shopping SumaúmaA mostra de origem Argenti-

na, “Gigantes Marinhos – uma viagem pela pré-história” ini-ciou sua turnê brasileira por Manaus e escolheu o Sumaú-ma Park Shopping para re-ceber os visitantes. Desde o início de janeiro, a exposição já recebeu mais de 300 mil pessoas e hoje se despede d da capital amazonense, seguindo para o Morumbi Shopping, em São Paulo.

Mas ainda dá tempo de apro-veitar e conhecer a expo e suas

diversas curiosidades sobre as espécies que habitavam o mar, no mesmo período dos Dinos-sauros. As réplicas de fósseis pré-históricos estão distribu-ídas pelo shopping e muitas contam até com oito metros de altura. A visitação é gratuita. Um dos mais disputados é o mini cinema da Exposição Gigantes Marinhos. Na telona, o fi lme tem duração de 40 minutos e conta a história dos gigantes marinhos, revelando suas origens, características e

curiosidades. O mini cinema está localizado no 1º piso do shopping e funciona todos os dias das 10h às 22h.

Para as crianças de 3 a 12 anos, a mostra tem um espaço reservado para elas. No Espa-ço Kids – Gigantes Marinhos, os pequenos se divertem com as brincadeiras, entre as quais, de “paleontólogos mirins”. Em uma caixa de areia, eles fazem as escavações com a missão de encontrar ossos das es-pécies.

SERVIÇOSUMAÚMA PARK SHOPPINGONDE: Av. Noel Nutels, 1.762 – Cidade Nova

MINICINEMA GIGAN-TES MARINHOSHoje, das 10h às 22h.Entrada gratuita

ESPAÇO KIDS GIGAN-TES MARINHOSHoje, das 13h às 21h.

DIV

ULG

AÇÃO

Daiana Pereira, também foi conferir as novidades para as madeixas no Villa Angel

No próximo fi m de se-mana, dia 14, mais de 50 pilotos de quadriciclos e UTVs disputarão o 1º Cir-cuito Amazon Quad Club, no Complexo Yeshua, loca-lizado na Vivenda Verde, no Tarumã. Os primeiros colo-cados receberão troféus e premiação em dinheiro. O público não precisará pagar ingresso para prestigiar a competição. Pilotos de Boa Vista (RR) e Porto Velho (RO) também já confi rma-ram a inscrição na disputa,

que promete ser bastante acirrada. Os competidores deverão fazer percursos em uma pista tomada por lama com curvas, buracos, ladei-ras e obstáculos.

***A mostra de origem

Argentina, ‘Gigantes Ma-rinhos – uma viagem pela pré-história’ iniciou sua tur-nê brasileira por Manaus e escolheu o Sumaúma Park Shopping para receber os visitantes. Desde o início de

janeiro, a exposição já rece-beu mais de 300 mil pessoas e, neste domingo (7), se des-pede do shopping seguindo para o Morumbi Shopping, em São Paulo. Mas, ainda dá tempo de aproveitar e conhecer a expo e suas di-versas curiosidades sobre as espécies que habitavam o mar, no mesmo período dos Dinossauros. As réplicas de fósseis pré-históricos estão distribuídas pelo shopping e muitas contam até com oito metros de altura. A visitação

é gratuita.

***O Tribunal Regional do

Trabalho da 11ª Região (AM-RR) está implementando uma série de medidas para adequar o atendimento ao público realizado no Fórum Trabalhista de Manaus. O objetivo é agilizar a inicia-ção das ações judiciais e facilitar o acesso da popu-lação à Justiça, sem cus-tos e com atendimento de qualidade. O cidadão pode

procurar o Fórum Trabalhista de Manaus para propor uma reclamatória verbal, que é reduzida a termo e transcri-ta para o Processo Judicial Eletrônico com o auxílio de servidores que atuam exclu-sivamente com este tipo de atendimento. Nestes casos, o interessado não precisa estar acompanhado de advo-gado. A Vara do Trabalho e a data da primeira audiência já são informadas no local. O Núcleo de Distribuição de Feitos da Primeira Instân-cia, setor responsável pelo atendimento ao público, está em fase de reestruturação, com a implementação de mu-danças nos procedimentos internos e capacitação de servidores. O local também vai receber um novo layout, com sala de espera para oferecer mais conforto aos jurisdicionado. O parque tec-nológico desta unidade rece-beu novos computadores e teve sua rede lógica renova-da para garantir o uso efi caz do Processo Eletrônico.

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MANAUS, DOMINGO 7 DE FEVEREIRO DE 2016D8 Plateia

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