Embriaguez Lei Seca

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  • 8/18/2019 Embriaguez Lei Seca

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC

    CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – CCJ

    DEPARTAMENTO DE DIREITO

    EMBRIAGUEZ AO VOLANTE: DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (LEI

    9.5!"9#$ % LEI &SECA' (LEI .#5")$

    MILTON M*LLER J+NIOR 

    FLORIANÓPOLIS

    ABRIL DE ,9

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    MILTON M*LLER J+NIOR 

    EMBRIAGUEZ AO VOLANTE: DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (LEI

    9.5!"9#$ % LEI &SECA' (LEI .#5")$

    Monografia apresentada ao Curso de graduação em

    Direito da Universidade de Federal de Santa

    Catarina como requisito para a obtenção do título de

    Bacharel em Direito

    !rientador" P-/011- D-. P234 R06 7842

    F2;

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    Universidade Federal de Santa CatarinaCentro de Ci.ncias /urídicas

    Colegiado do Curso de 0raduação em Direito

    TERMO DE APROVA>?O

    & presente monografia1 intitulada *MB$%&0U*2 &! 3!#&'4*" D! C(D%0! D*4$5'S%4! B$&S%#*%$! 6#*% -7,89-:; < =#*% S*C&> 6#*% ??:,79,@;1 elaborada pelo acad.micoM%#4!' MA##*$ /'%!$ e aprovada pela Banca *aminadora composta pelos membros abaio assinados1obteve aprovação com nota 6;1 sendo Eulgada adequada para ocumprimento do requisito legal previsto no art - da )ortaria n ?@@G9-H9M*C1 regulamentado pelaUniversidade Federal de Santa Catarina1 atravIs da $esolução n ,,89-79C*)*

      FlorianJpolis1 99

         )rof Dr )&U#! $!'*K L3%#& F&0'D*2

     

        )rof C#3*$4!' *#%&S 3%*%$&

         )rof #%'* )*D$& /!$0* B%$!#

     

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    A-2

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    A 010-22 -02-

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    RESUMO

    ! presente trabalho buscou analisar a fundo o tratamento dispensado N embriagueOao volante no direito brasileiro1 tendoPse como cerne do estudo as alteraçQes introduOidas pela

    #ei ??:,79,@ Ruando esta lei entrou em vigor foi responsvel por grandes pol.micas1

    questQes alardeadas erroneamente pela mídia foram motivo de uma sIrie de dTvidas sentidas

    não sJ pela maioria da população1 mas tambIm por parte dos prJprios agentes de trnsito1 de

    delegados de polícia1 de magistrados1 advogados1 enfim1 dos prJprios aplicadores da lei e do

    direito Diante desse quadro1 entendeuPse imprescindível o esclarecimento e a anlise

    minuciosa das principais alteraçQes introduOidas por essa lei )ara tanto1 abordouPse1 no

     primeiro capítulo1 questQes de fundamental importncia para uma melhor compreensão e

    estudo do tema1 como" o porqu. de uma conduta ser criminaliOada no seio de uma sociedade1

    a pena encarada como uma necessidade de vingança desta sociedade1 a influ.ncia da mídia no

    sentimento de impunidade amargado pela população1 bem como1 um breve estudo sobre a

    origem do lcool e sua inserção no meio social1 a aus.ncia de uma política estvel de 4rnsito

    capaO de prevenir um nTmero tão grande acidentes e mortes e1 principalmente1 a aus.ncia de

    um trabalho sIrio que tenha por obEetivo conscientiOar os condutores dos riscos causados pela

    direção embriagada1 alIm de buscar demonstrar que o que realmente inibe as condutas

    criminosas não são leis ou penas severas1 mas sim educação1 conscientiOação1 fiscaliOação e a

    certeOa da punição )osteriormente1 no segundo capítulo1 no intuito de facilitar a visualiOação

    da diferença de tratamento dispensado pela nova lei N direção embriagada1 demonstrouPse

    como era tratada a embriagueO ao volante antes da #ei ??:,79,@ )or fim1 no terceiro e

    Tltimo capítulo1 tratouPse das principais alteraçQes introduOidas por ela1 demonstrouPse como

    vinha sendo aplicada e buscouPse propor um modo de interpretação mais sistemtico1

    teleolJgico e pautado em princípios constitucionais1 a fim de evitar que seEa maculada por

    uma possível inconstitucionalidade e1 principalmente1 que seEa efetiva1 que produOa os efeitos

     para os quais foi produOida1 isto I1 que realmente contribua para um trnsito mais seguro e

    não caia no esquecimento e na inaplicabilidade como tantas leis em nosso país

    )alavras P Chave" Direito de 4rnsito #ei Seca *mbriagueO ao 3olante Direção *mbriagada

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    SUM7RIO

    INTRODU>?O.......................................................................................................................

    ASPECTOS FUNDAMENTAIS PARA UMA MELOR COMPREES?O DASALTERA>ES RELATIVAS % EMBRIAGUEZ AO VOLANTE..................................W?? *M RU* C!'S%S4* UM& C!'DU4& C$%M%'!S&V?H?+ #*%S * )*'&S S*3*$&S" & '*C*SS%D&D* D* 3%'0&'W& D& S!C%*D&D* ?G?8 ! $* S%0'%F%C&D! D& )&3$& =%M)U'%D&D*> * & %'F#UX'C%& D&MYD%& '& C$%&WZ! D& UM ='!3!> C!'C*%4!?:?H & !$%0*M D! L#C!!#1 SU& %'S*$WZ! '! M*%! S!C% * !S )$!B#*M&SD*C!$$*'4*S D! C!!#%SM! ?-?7 &USX'C%& D* UM& )!#Y4%C& D* 4$5'S%4! )$*3*'4%3&1 *S4L3*# *C!'4Y'U&+:?G #*%S * )*'&S S*3*$&S [ C*$4*2& D& )U'%WZ!8?

    , A EMBRIAGUEZ AO VOLANTE ANTES DA LEI .#5")......................................!!

    +? &S)*C4!S %'4$!DU4($%!S S!B$* *MB$%&0U*288+?? Como o lcool I absorvido pelo organismo1 quais as reaçQes físicas provocadas pela suaingestão e quais as implicaçQes para o ato de dirigir \ o conceito da epressão “sob ainfluência de álcool” 8H++ %'F$&WZ! &DM%'%S4$&4%3& D* *MB$%&0U*2 &! 3!#&'4*8-++? ! teste do baf]metroH++++ & necessidade do teste do baf]metro e o procedimento no caso de recusa do condutorem submeterPse aos testes e eames previstos no C4B HH+8 C$%M* D* *MB$%&0U*2 &! 3!#&'4*H-+8? *lementos !bEetivos do tipo e a 'atureOa /urídica do delito7,+8+ *lementos SubEetivos do tipo7H

    +88 Consumação e 4entativa7G+8H Comprovação do *stado de *mbriagueO7G+87 )rocedimento a ser aplicado pelos agentes de trnsito no caso de recusa do condutor emsubmeterPse aos testes e eames previstos no C4B7:+H *'RU&D$&M*'4! #*0 D! ^!M%CYD%! * D& #*SZ! C!$)!$)$&4%C&D!S )!$ C!'DU4!$ RU* D%$%0* *MB$%&0&D!G,

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    ! A EMBRIAGUEZ AO VOLANTE APÓS A LEI .#5")............................................X!8? %'F$&WZ! &DM%'%S4$&4%3& D* *MB$%&0U*2 &! 3!#&'4*G88?? & comprovação do estado de embriagueO e o procedimento no caso de recusa do

    condutor em submeterPse aos testes e eames previstos no C4B:?8+ '!3! C$%M* D* *MB$%&0U*2 &! 3!#&'4* \ C$%M* D* )*$%0!&BS4$&4!V:G8+? *lementos !bEetivos do tipo@+8++ *lementos SubEetivos do tipo \ Diferença entre a %nfração &dministrativa e a )enal@88+8 Consumação e 4entativa@H8+H Comprovação do limite mínimo eigido pelo tipo e procedimento a ser aplicado no casode recusa do condutor em submeterPse aos testes e eames previstos no C4B@H8+7 & prisão em flagrante diante da nova redação do art 8,G do C4B@-8+G & retroatividade do novo tipo penal-,88 & &)#%C&B%#%D&D* D& #*% -,--9-7 &! D*#%4! D* *MB$%&0U*2 &!

    3!#&'4* * &!S D*M&%S C$%M*S D* 4$5'S%4!-?8H ='!3!> *'RU&D$&M*'4! #*0 D! ^!M%CYD%! * D& #*SZ! C!$)!$)$&4%C&D!S )!$ C!'DU4!$ RU* D%$%0* S!B & %'F#UX'C%& D* L#C!!#-G

    CONSIDERA>ES FINAIS...............................................................................................5

    REFERÊNCIAS....................................................................................................................#

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    LISTA DE ABREVIATURAS

    art &rtigo

    C!'4$&' Conselho 'acional de 4rnsito

    C) CJdigo )enal

    C4B CJdigo de 4rnsito Brasileiro

    dg Decigramas

    dg9l Decigramas por litro

    mg Miligramas

    mg9l Miligramas por litro

    !MS !rganiOação Mundial de SaTde

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    apenas algumas ressalvas e alguns1 por outro lado1 simplesmente não a admitiam1 entendendoP

    a como um verdadeiro afronta ao teto constitucional

    Diante da pol.mica1 muitas reportagens relativas N nova lei foram veiculadas

    traOendo dados incorretos ou1 no mínimo1 equivocados quanto a mesma & confusão foi

    tamanha que chegou a atingir os prJprios agentes de trnsito1 que muitas veOes não sabiam

    como proceder adequadamente diante de determinadas situaçQes1 magistrados foram

    surpreendidos com habeas corpus preventivos1 gerando posiçQes nos mais diversos sentidos1

    delegacias foram abarrotadas por cidadãos presos em flagrante por terem se recusado a efetuar

    o eame do baf]metro1 enfim1 instaurouPse um verdadeiro caos e as vrias dTvidas sobre essa

    #ei permaneciam

    )or esse motivo1 em virtude desse nevoeiro de incerteOas1 a #ei ??:,79,@ foiescolhida como o tema central do presente trabalho ! intuito I esclarecer como era a antiga

    legislação referente N embriagueO ao volante1 como passou a ser apJs a nova lei e

     principalmente1 quais foram os benefícios ou os malefícios gerados por ela 4odavia1 para

    isso1 mostraPse imprescindível que se analise e se entenda uma sIrie de circunstncias que

    contribuem para a criação de leis como a que ser estudada

     'esse sentido1 o primeiro capítulo da obra tratar sobre questQes de fundamental

    importncia para uma compreensão mais adequada do tema1 como" o porqu. de uma condutaser criminaliOada no seio de uma sociedade1 a pena encarada como uma necessidade de

    vingança da sociedade1 a influ.ncia da mídia no sentimento de impunidade amargado pela

     população1 bem como1 um breve estudo sobre a origem do lcool e sua inserção no meio

    social1 a aus.ncia de uma política estvel de 4rnsito capaO de prevenir um nTmero tão grande

    acidentes e mortes e1 principalmente1 a aus.ncia de um trabalho sIrio que tenha por obEetivo

    conscientiOar os condutores dos riscos causados pela direção embriagada1 alIm de buscar

    demonstrar que o que realmente inibe as condutas criminosas não são leis ou penas severas1mas sim educação1 conscientiOação1 fiscaliOação e a certeOa da punição

     'o segundo capítulo da obra1 analisarPseP como era tratada a embriagueO ao volante

    antes da #ei ??:,79,@1 traOendo N baila aspectos gerais e introdutJrios sobre embriagueO1

    demonstrando como o lcool I absorvido pelo organismo e quais as reaçQes do motorista

    decorrentes da sua ingestão_ os procedimentos do agente de trnsito para a comprovação do

    estado de embriagueO do condutor1 bem como1 quais os procedimentos a serem adotados

    diante da recusa deste em proceder aos eames_ analisar a infração administrativa e penal de

    embriagueO ao volante como um todo1 seus requisitos para a configuração1 natureOa Eurídica e

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    conceituação e1 ainda1 o enquadramento legal do homicídio e da lesão corporal praticados

     pelo condutor embriagado

     'o terceiro capítulo1 a obra tratar sobre as efetivas alteraçQes introduOidas pela #ei

    ??:,79,@ referentes N embriagueO ao volante1 analisandoPse de maneira crítica e sob o crivo

    da Constituição todas as questQes da nova lei1 buscandoPse demonstrar seus pontos positivos1

    negativos e a melhor maneira de interpretar as novas regras1 no intuito de livrPlas de uma

     possível inconstitucionalidade *ssa abordagem analisar os novos procedimentos dos agentes

    de trnsito para a comprovação do estado de embriagueO do condutor1 bem como1 os

     procedimentos a serem adotados diante da recusa deste em proceder aos testes e eames_

     buscar demonstrar se I ou não possível a recusa do condutor e se isso pode implicar em uma

     presunção de culpa_ analisar a nova roupagem da infração administrativa e penal deembriagueO ao volante com todas as suas alteraçQes1 desde os requisitos para configuração1

    conceito1 sua =nova> natureOa Eurídica1 a questão da retroatividade do novo tipo penal e a

     possibilidade de aplicação da #ei -,--9-7 aos delitos de embriagueO ao volante_ o

    enquadramento legal do homicídio e da lesão corporal praticados pelo condutor embriagado e

    quais as efetivas mudanças nesse conteto

    Sendo assim1 o obEetivo do presente trabalho I esclarecer1 do ponto de vista Eurídico1

    quais foram as alteraçQes introduOidas pela #ei ??:,79,@1 bem como propor um modo maissistemtico para interpretPla1 um modo capaO de coadunPla aos direitos e garantias

    constitucionalmente conferidos a todos os cidadãos e1 por conseguinte1 livrPla da mcula da

    inconstitucionalidade

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    CAPÍTULO I – ASPECTOS FUNDAMENTAIS

     'este capítulo1 tratarPseP de aspectos relacionados N criminaliOação de uma maneira

    geral1 buscando revelar em que consiste uma conduta para ser considerada criminosa1 bem

    como1 qual I o real significado da pena

    &nalisarPseP1 tambIm1 a influ.ncia da mídia na formação de opinião pTblica1 a

     pressão que ela acaba por eercer sobre os atos dos aplicadores do direito1 alIm de trabalhar o

    conceito que ela =criou> de impunidade

    !bservarPseP como o lcool est inserido na sociedade e quais as conseq`.ncias

    disso no trnsito de veículos

    BuscarPseP demonstrar1 ainda1 que não I atravIs da imposição de penas ou leis cada

    veO mais draconianas que se conseguir educar os motoristas1 mas sim com a conscientiOação

    dos condutores1 atravIs de uma política estvel de educação1 prevenção e fiscaliOação

    ?? – EM YUE CONSISTE UMA CONDUTA CRIMINOSA

    ! Direito )enal tem evoluído Eunto com a humanidade DiOPse1 inclusive1 nas

     palavras de Magalhães 'oronha1 que =ele surge com o homem e o acompanha atravIs dos

    tempos1 isso porque o crime1 qual sombra sinistra1 nunca dele se afastou>?

    )or isso1 a conduta criminosa1 o crime propriamente dito1 possui uma definição

    material variante1 a depender sempre do momento histJrico e da sociedade em que est sendo

    estudada

     'ão se pode contentar com a mera definição formal1 isto I1 entender o crime como

    um comportamento humano que1 se praticado1 ir enseEar a possibilidade de persecução penal

     por parte do *stado1 pelo simples fato de o legislador ter assim previsto %sso não basta1 h

    que se buscar entender o porqu. de uma dada conduta ser criminaliOada1 ou seEa1 ser

    repudiada no seio de uma determinada sociedade

    De acordo com os ensinamentos de /orge de Figueiredo"?  '!$!'^&1 *dgard Magalhães D-0 0241 São )aulo1 *d Saraiva #ivreiros *ditores1 ?-G7 8 ed vol

    %1 p +-

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    Ruando se pergunta pelo conceito material de crime procuraPse uma resposta1 antesde tudo1 N questão de legitimação material do direito penal1 isto I1 N questão desaber qual a fonte de onde promana a legitimidade para considerar certos

    comportamentos humanos como crimes e aplicar aos infratores sançQes de espIcie particular Ruestão esta que1 nos quadros da concepção agora em anlise1 ficainteiramente sem resposta1 ao identificar a legitimação material com a observnciado procedimento formal adequado ao *stado de Direito1 isto I1 com a meraobservncia do princípio da legalidade em sentido amplo )ressuposta a plenacapacidade do legislador para diOer o que I e o que não I crime1 nada se fica a sabersobre quais as qualidades que o comportamento deve assumir para que o legisladorse encontre legitimado a submeter a sua realiOação a sançQes criminais+ 

    *1 arrebata1 o mencionado autor"

    & Tnica característica 6para Durheim; comum a todos os crimes residiria assim nofato de constituírem atos universalmente reprovados pelos membros de cadasociedade 'este conteto ainda1 afirmou v #isOt" Crime I a agressão1 tida na

     perspectiva do legislador como especialmente danosa para uma dada ordenaçãosocial1 a interesses Euridicamente protegidos1 pelo lado da perigosidade socialrevelada em tal agressão por uma personalidade responsvel8

    &ssim1 temPse por certo que o conceito de crime varia de sociedade para sociedade e

    de momento histJrico para momento histJrico1 de acordo com o que cada sociedade considera

    mais importante e1 por conseguinte1 merecedor da tutela penal do *stado

     'esse conteto1 fica evidente que o que faO de uma conduta humana uma condutacriminosa1 nada mais I que uma decisão política baseada nos mais variados elementos sociais1

    econ]micos e políticos presentes na sociedade1 e não uma decisão com o Tnico intuíto de

     proteger o seio social como um todo1 E que isso seria praticamente impossível1 pois o que I

    imprescindível para um grupo pode não ser para outro

    Dessa forma1 entendePse que a conduta criminosa consiste basicamente em uma

    conduta que ofende o bem Eurídico considerado de suma relevncia para um determinado

    grupo1 que detIm o poder1 em uma determinada sociedade)artindoPse desse entendimento1 podePse afirmar que as condutas tidas por delituosas

     podem ser de duas formas" primeiro1 aquelas que atingem o grupo dominante e são

    criminaliOadas no intuito de realmente gerarem efeitos capaOes de inibiPlas_ e1 segundo1

    aquelas com as quais a classe dominante pouco se importa1 mas1 mesmo assim1

    demagogicamente1 criminaliOa1 no nítido intuito de =calar> o clamor da classe dominada e

    faO.Pla acreditar que participa das escolhas políticas da sociedade

    +  D%&S1 /orge de Figueiredo Y301Q01 /3

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    *sta segunda forma1 que E nasce fadada ao fracasso1 isto I1 fadada a não produOir

    efeitos1 costuma acontecer muito em nosso país e I responsvel pela criação de uma sIrie de

    tipos penais que acabam por cair no desuso e na descrença da parte mais atenta da sociedade

    importante que tenhamos essa idIia em mente para que possamos analisar criticamente as

    alteraçQes introduOidas pela #ei ??:,79,@

    ., LEIS E PENAS SEVERAS: A NECESSIDADE DE VINGAN>A DA SOCIEDADE

    ! clamor da sociedade no sentido de uma maior penaliOação e maior repressão decondutas I decorr.ncia direta da influ.ncia da mídia1 que acaba por criar uma verdadeira

    =sociedade do medo> 'essa sociedade impera o movimento =lei e ordem>1 tambIm

    facilmente incutido na mente das pessoas & união do =medo> com as idIias do =lei e ordem>

    acaba por gerar uma enorme necessidade de vingança por parte de vrios membros da

    sociedade1 gerando uma verdadeira =caça Ns bruas>

    Sobre o tema1 *duardo 0aleano descreve perfeitamente o que se passa atualmente"

     'um mundo que prefere a segurança N Eustiça1 h cada veO mais gente que aplaudeo sacrifício da Eustiça no altar da segurança 'as ruas das cidades são celebradas ascerim]nias Cada veO que um delinq`ente cai varado de balas1 a sociedade sente umalívio na doença que a atormenta & morte de cada malvivente surte efeitosfarmac.uticos sobre os bemPviventes & palavra farmcia vem de  phármakos,  onome que os gregos davam Ns vítimas humanas nos sacrifícios oferecidos aosdeuses nos tempos de crise H 

    *sse sentimento surge porque a prJpria sociedade se sente incapaO de conter os

    crimes e1 em decorr.ncia disso1 culpada por não t.Plos podido evitar1 o que faO com que essa

    frustração seEa direcionada ao delinq`ente em forma de vingança1 como se buscasse faOer com

    que o autor do delito sofresse1 em virtude do sofrimento que causou N vítima

    &na Messuti esclarece com propriedade o que se busca demonstrar"

    & multiplicidade de teorias que pretendem Eustificar a pena revela o profundo problema de consci.ncia que esta instituição suscita & pena I um eemplo de =mconsci.ncia> natural que o causar um mal ao prJimo desperte um sentimento deculpa e1 por conseguinte1 a necessidade de eplicar as raOQes que tenham levado aagir desse modo )raticamente todas as teorias que foram elaboradas em torno da

     pena buscam EustificPla demonstrando que esta consiste apenas num meio que leva

    H  0*&'!1 *duardo D0 0-21 - 2-: 2 01@42

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    a um fim \ qualificado como um bem 4odavia1 a pena corresponde a sentimentomuito arraigado1 como o sentimento de culpa que aparentemente desperta 7 

    eatamente isso que acaba por acontecer nos casos de embriagueO ao volante1 a

    sociedade sentePse aliviada ao assistir reportagens policiais realiOadas com condutores

    flagrados em estado de visível embriagueO1 como se isso fosse reduOir o nTmero de mortes e

    acidentes provocados por condutores que dirigem nesse estado. *sse I o maior erro daqueles

    que se deiam levar por esse sentimento ! que poder realmente reduOir os acidentes e

    mortes ser a educação1 a conscientiOação e a prevenção1 e não a punição severa de maneira

    isolada

    ! grande problema ocorre quando a sociedade1 movida por esse sentimento de

    vingança1 passa a depositar a esperança de que a resolução do mal da viol.ncia1 da

    criminalidade1 das mortes no trnsito1 enfim1 de todos os problemas1 se encontra no direito

     penal %sso I uma grande inverdade1 não ser atravIs do mal 6criação de leis draconianas e

    aplicação de penas severas; que se chegar ao caminho do bem

    .! REAL SIGNIFICADO DA PALAVRA &IMPUNIDADE' E A INFLUÊNCIA DA

    MÍDIA NA CRIA>?O DE UM &NOVO' CONCEITO

    %mpunidade1 de acordo com o )equeno Dicionrio Brasileiro da #íngua )ortuguesaG1

    I" =estado de impune_ falta de castigo devido> Ruanto N palavra impune1 para que não restem

    dTvidas1 significa" =que escapou N punição_ que não foi castigado>

    &ssim1 podemPse entender como casos de impunidade1 aqueles em que um suEeito1

    embora praticando uma conduta criminosa1 livraPse totalmente isento de pena*ntretanto1 não I esse o sentido dado a essa palavra & imprensa estampa uma idIia

    que I aceita e utiliOada pela população sem o menor pudor crítico )or fim1 ambas acabam por

    utiliOar a epressão impunidade para casos em que a persecução penal de fato ocorreu e

    resultou em uma sanção1 talveO não com a severidade esperada1 mas houve uma punição

    7  M*SSU4%1 &na O 0 @ P02. 4radução de 4adeu &nt]nio Silva e Maria Clara 4oledo1 São )aulo"

    $41 +,,8 p ?-G   PEYUENO DICION7RIO DA LINGUA PORTUGUESA1 supervisionado e consideravelmente

    aumentado atI a ?, edição por &U$#%! BU&$RU* D* ^!##&'D& F*$$*%$&1 com assist.ncia de/!S B&)4%S4& D& #U2 e revisto e aumentado por inTmeros especialistas ?? ed +G 4iragem

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    amparada pelo lastro da legalidade e dos direitos e garantias fundamentais de todo o cidadão1

    que foram conquistados N custa de muito sofrimento

    Desse modo1 a mídia e a população acabam por criar um novo conceito de

    impunidade1 que serve para qualificar situaçQes em que o agente da conduta criminaliOada I

     punido de maneira branda1 ou1 por um instituto despenaliOador1 tem sua pena privativa da

    liberdade convertida em restritiva de direitos1 ou1 ainda1 por não estarem presentes os

     pressupostos de uma possível prisão preventiva1 o agente aguarda seu Eulgamento em

    liberdade

    %nfeliOmente1 a prJpria sociedade permite e auilia esse processo de alteração de

    conceito1 que geralmente tem como conseq`.ncia o surgimento de legislaçQes autoritrias e

    descompromissadas com a ordem constitucional e com o respeito aos cidadãos& população tem sua inegvel parcela de culpa1 mas a mídia aparece como uma das

    grandes propulsoras desse movimento que clama por maiores puniçQes e repressão aos crimes

    de trnsito

    4odos assistem ou l.em Eornais1 noticirios1 programas de 431 enfim1 estão

    submetidos Ns informaçQes que são epostas e1 em virtude disso1 acabam em um estado de

    vulnerabilidade impossível não ficar impressionado1 por mais crítico que se seEa1 com o

    =sho de horrores> veiculado pelos meios de comunicação1 com imagens e vídeos chocantes1alIm de frases e reportagens muito mais que tendenciosas

    $aTl Cervini ensina que"

    !s efeitos dos meios de comunicação e das notícias são cognoscitivos1 quer diOer1incidem fundamentalmente na maneira como a pessoa conhece & notícia apareceentão como o principal elemento de construção da realidade social do indivíduo1 enão t.m sentido as teorias que colocam a informação como refleo ou simplesseleção da realidade Dentro desse marco de mediação1 a linguagem e aimagem \ como outra forma de linguagem \ t.m um papelPchave &s coisas não

    eistem atI que seEam nomeadas &s coisas podem eistir independentemente denossas narrativas1 mas não possuem nenhuma significação para o ser humano atIque seEam narradas & linguagem1 Eunto com a imagem1 por intermIdio dos meiosde comunicação de massa1 constituem os elementos socialiOantes bsicos doindivíduo moderno : 

    )or isso1 a mídia consegue1 tão facilmente1 manipular grande parcela da sociedade1

    de modo a implantar um sentimento de medo1 um verdadeiro pnico geral1 que faO com que as

     pessoas passem a aceitar que o poder *statal aEa de maneira mais bruta e agressiva1 muitas:  C*$3%'%1 $aTl O1 -@0111

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    19/111

    veOes desrespeitando a prJpria dignidade do cidadão )assaPse a aceitar o que deveria ser

    inconcebível em um *stado de Direito garantista e democrtico1 que I" )unir os Eustos pela

    atitude dos maus1 tolhendo ou restringindo direitos em detrimento do poder punitivo estatal

    & imprensa I um serviço de utilidade pTblica &ssim sendo1 deveria respeitar mais

    os cidadãos e se preocupar com a correção das reportagens veiculadas e com as conseq`.ncias

    delas no meio social e não pensar apenas nos pontos da audi.ncia

    .W A ORIGEM DO 7LCOOL SUA INSER>?O NO MEIO SOCIAL E OS

    PROBLEMAS DECORRENTES DO ALCOOLISMO

    Sobre a origem do lcool1 Flvia Ferreira )into aponta que"

    Segundo uma corrente científica da Universidade de Berele1 a relação dahumanidade com a bebida remonta aos ancestrais prIPhumanos !s primatasancestrais do ^omo sapiens1 por terem uma dieta alimentar em grande parteconstituída de frutas1 teriam desenvolvido uma considervel atração pelo etanol1

     presente em frutas muito maduras & percepção dos vapores de etanol1desprendidos pelas frutas maduras1 teria aEudado a sobreviv.ncia destes primatas1

     pois a atração por esta substncia os teria levado Ns florestas Tmidas nos trJpicos1

    onde haveria melhores condiçQes de obterem comida @

    / sobre a origem da embriagueO1 estudiosos no assunto apontam relatos que

    evidenciam a sua eist.ncia na mitologia1 veEamos"

    o vício da embriagueO tem refleo na mitologia1 no relato das vidas de Baco eC.res1 nas pginas de ^omero1 )lutarco1 )latão e 3irgílio1 nos relatos das bacanais1com os festins dos CIsares e os grandes banquetes e orgias da Ipoca de Domiciano_Calígula1 'ero1 4ibIrio e SItimo Severo foram grandes difusores do vício1desembocando na decad.ncia romana_ encontraPse ainda nas obras dos mIdicos^ipJcrates e 0aleno1 nas anedotas de 'oI1 nas medidas de Draco contra o vício1 enas proibiçQes do uso do lcool por MaomI como uma das abominaçQes inventadas

     por Satã -

    ! primeiro caso relatado de embriagueO alcoJlica na mitologia em que se feO

    refer.ncia aos problemas advindos da ingestão eagerada de lcool aparece Eustamente com

    Baco De acordo com a lenda1 Baco1 que morava nos /ardins de Midas1 ingeriu tanta bebida

    @ )%'4!1 Flavia Ferreira E-230=: 312 @2312 2-2 0H

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    alcoJlica que ficou embriagado por ?,, dias )ortavaPse de maneira tão inconveniente e

    desagradvel que os Deuses Marte e MercTrio tiveram de amarrPlo Eunto ao tronco de uma

    roseira1 atI que o estado de embriagueO passasse ?,

    Flvia Ferreira )into demonstra como o lcool faOia parte da sociedade desde a

    antiguidade"

     'a 0rIcia1 N Ipoca das colheitas1 o povo promovia festas por cinco dias emhomenagem a Dionísio1 deus do vinho1 atI que se alcançasse a embriagueO coletiva*m $oma1 todos os dias havia um consumo per capita de cerca de meio litro devinho1 que era obEeto de culto e cuEa fruição não era permitida Ns mulheres !CJdigo /ustiniano fiava como parte da ração dos soldados a posca1 espIcie devinho aOedo 'o *gito1 era atribuída a !síris a criação do vinho e este era utiliOadotanto para beber quanto para purificar o altar e as vítimas dos sacrifícios religiosos1

    sendo que as nforas que guardavam a bebida continham a indicação do ano e localde engarrafamento1 qualidade do vinho e do chefe vikatero1 ou seEa1 um rudimentodo enJlogo de hoEe ??

    Um grande difusor do alcoolismo o Cristianismo1 principalmente1 na figura da %greEa

    CatJlica 'esse conteto1 o vinho passou a ser indispensvel N celebração das missas1 nas

    quais faOia o =papel> de sangue de Cristo

    ! consumo de lcool I observado em vrias passagens da bíblia1 sempre na figura

    do vinho 'as seguintes passagens1 inclusive1 apresentamPse dois dos primeiros casos

    relatados de inimputabilidade decorrente de embriagueO completa causada por caso fortuito

    ou força maior1 veEamos"

    Certo dia a filha mais velha disse N mais nova"P ! nosso pai E est ficando velho1 e não h nenhum outro homem nesta região

    &ssim1 não podemos casar e ter filhos1 como I de costume em toda parte 3enha c1vamos dar vinho a papai atI que fique b.bado *ntão nJs nos deitaremos com ele eassim teremos filhos dele

     'aquela mesma noite elas deram vinho ao pai1 e a filha mais velha teve relaçQescom ele Mas ele estava tão b.bado1 que não percebeu nada 'o dia seguinte a filhamais velha disse a irmã" P *u dormi ontem N noite com papai 3amos embebedPlo de novo hoEe N noite1 evoc. vai dormir com ele &ssim1 nJs duas teremos filhos com ele e conservaremosa sua descend.ncia

     'essa noite tornaram a dar vinho ao pai1 e a filha mais nova teve relaçQes com eleDe novo ele estava tão b.bado1 que não percebeu nada &ssim1 as duas filhas de #Jficaram grvidas do prJprio pai & mais velha teve um filho1 a quem deu o nome deMoabe *le foi o pai dos moabitas de hoEe & mais nova tambIm teve um filho e p]snele o nome de BenP&mi *le foi o pai dos amonitas de hoEe 60.nesis1 ?-" 8,P8@;?+

    ?,

     '*4!1 /osI da Silva #oureiro E-230=

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     Sobre essas passagens acompanhemos a eplicação de #uiO *duardo da 3itJria

    Mattedi"

     'a mesma esteira de raciocínio do )rof /osI #oureiro1 ao se referir ao 0.nesis1cap ?-1 versículo 8+1 Santo &gostinho ensina que #ot não pecou pelo incestocontra suas filhas1 que não foi voluntrio1 mas sim por ato de embriagueO& segunda passagem bíblica tambIm se encontra no 0.nesis e1 segundo o citado

     professor"'o 0.nesis vamos encontrar tambIm a notícia do aparecimento do vinho" * como

     'oI era lavrador1 começou a cultivar a terra1 e plantou a vinha * tendo bebido dovinho1 embebedouPse e apareceu nu na sua tenda 6Cap @1 versículos +, e +?;! teto1 na lição de !tacilio !liveira &ndrade1 conta o surgimento do vinho e daignorncia de seu fabricante acerca de seus efeitos1 tanto assim que 'oI nada sofree as conseq`.ncias de sua embriagueO recaem sobre o descendente de seu filhoCam que o vira nu e embriagado ?8

    Fica claro que a conotação dada ao lcool1 tanto na mitologia1 quanto na prJpria

    Bíblia1 estreitamente ligada N idIia de divindade1 de divino1 de uma maneira de se ecluir a

    culpabilidade do agente contribuiu para que esse hbito fosse perpetuado atravIs dos tempos

    Ruanto N origem do vinho1 tido como a primeira das bebidas alcoJlicas1 eiste a

    seguinte lenda ensinada por &guinaldo 2cia &lbert e *nnio Federico"

    /amsheed era um rei persa em cuEa corte as uvas eram conservadas em Earros para

    que pudessem ser comidas fora da estação Certa ocasião1 um dos Earros começou aealar um cheiro estranho1 e as uvas nele contidas espumavam1 por isso o Earro foi

     posto de lado para que ninguIm se envenenasse Uma Eovem do harIm1 sofrendodores de cabeça terríveis1 resolveu suicidarPse bebendo o veneno1 sJ que1 em veOde provocar sua morte1 a beberagem lhe troue paO e um sono que lhe devolveu asforças ! rei1 depois de ouvir a histJria da Eovem1 mandou que se fiOesse umaquantidade maior de vinho1 para que ele e sua corte pudesse tomPlo ?H

    !bservaPse que toda a histJria da humanidade possui registros de consumo de

    lcool ^1 inclusive1 dados arqueolJgicos que indicam que os primeiros indícios sobre o

    consumo dessa substncia pelo ser humano data de aproimadamente G,,, aC %ssodemonstra que o lcool est inserido na cultura mundial h milhares de anos e permanece

     presente atI os dias atuais

    ?+  BÍBLIA SAGRADA: NOVA TRADU>?O NA LINGUAGEM DE OJE.  Barueri 6S);" SociedadeBíblica do Brasil1 +,,, @GH p 60.nesis1 ?-" 8,P8@ p ?8;

    ?8 M&44*D%1 #uiO *duardo da 3itJria A 0-230= 24@4@2 0 21 1321 @10K@21 3-

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     'o início1 eistiam apenas as bebidas fermentadas1 que eram produOidas atravIs do

     processo de fermentação1 motivo pelo qual possuíam um baio volume alcoJlico1 eemplos

    clssicos desse tipo de bebida são" o vinho e a cerveEa )osteriormente1 mais precisamente

    durante a %dade MIdia1 os rabes troueram para a *uropa o processo de destilação &travIs

    desse processo foram criados outros tipos de bebidas1 agora na forma destilada1 que

    inicialmente foram utiliOadas como medicamento1 pois causavam um grande alívio N dor1 daí

    surge a palavra whisky1 que significa água da vida

    !s casos mais freq`entes de problemas decorrentes do consumo ecessivo de lcool

    começaram a ser observados durante a $evolução %ndustrial %sso porque a oferta de bebidas

    alcoJlicas teve um grande crescimento e1 em virtude disso1 o seu consumo tambIm aumentou

    Durante esse período1 grande parte dos economistas apontava como uma das causasda pobreOa o consumo ecessivo do lcool1 isso porque o vício demonstra a dificuldade de

    autocontrole das pessoas1 inclusive no que se refere ao crescimento populacional

    0randes autores socialistas como Mar e *ngels afirmavam que o lcool era natural

    na classe trabalhadora1 uma veO que o consideravam indispensvel para reduOir a dor gerada

     pela rdua Eornada de trabalho

    &ssim1 observaPse que o lcool est inserido e arraigado na sociedade1 por isso hoEe

    I uma droga socialmente aceita e1 o pior1 estimulada1 principalmente1 em nosso país1 pelas propagandas de cerveEas1 que são epostas incansavelmente pela mídia

    )or isso1 atualmente1 h setores da sociedade que buscam1 atI agora sem muito

    sucesso1 restringir a veiculação dessas propagandas e tambIm o consumo desenfreado do

    lcool atravIs de outras propagandas sobre os perigos de sua ingestão em ecesso1 no intuito

    de conscientiOar a população1 bem como buscar prevenir possíveis casos de alcoolismo1 a

    eemplo das campanhas antiPtabagismo que conseguiram inserir uma advert.ncia do

    MinistIrio da SaTde apJs cada propaganda de cigarro *sses esforços são totalmente pertinentes1 afinal =o etanol continua sendo a substncia psicoativa mais usada e o solvente de

    maior eposição para o homem1 com eceção da gua> ?7

    #uiO *duardo da 3itJria Mattedi traO N baila dados alarmantes referentes ao uso de

    lcool"

    ?7 M&44*D%1 #uiO *duardo da 3itJria A 0-230= 24@4@2 0 21 1321 @10K@21 3-

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     'os *stados Unidos1 estimaPse que @@ da população adulta consomem bebidasalcoJlicas voluntariamente_ destes1 7- estão na faia etria Eovem_ com idadeentre ?@ a +7 anos & população adulta com idade acima de 87 anos pode contribuircom atI H- dos consumidores de lcool1 sendo que os problemas comdepend.ncia podem chegar atI ?H 'o Brasil1 calculaPse por aproimação que

    uma em cada deO pessoas tenha problemas com o uso indevido do lcool ?G

     'ão se pode olvidar1 contudo1 que"

    a ingestão de bebidas alcoJlicas1 por si sJ1 não significa vício1 embriagueO1alcoolismo )arte significativa daqueles que consomem bebidas alcoJlicas o faOemsocialmente1 ou seEa1 em reuniQes familiares ou de amigos1 solenidades1 brindes1como forma de aquecerPse nas regiQes de clima frio1 entre outras possibilidades deintegração social & bebida tambIm pode ser utiliOada como aperitivo1 seconsumida antes das refeiçQes1 ou digestivo1 se apJs1 alIm de tambIm faOer parte

    das normas de etiqueta oferecer algo para as visitas beberem1 como uísque oulicor ?:

    De todo modo1 h situaçQes em que a ingestão de substncia alcoJlica significa vício

    e1 em contra partida1 eistem situaçQes em que a ingestão configura um hbito socialmente

    aceito &ssim1 o certo I que a diferença encontraPse na habitualidade e na quantidade de

    ingestão Uma pessoa que ingere substncia alcoJlica frequentemente e em grandes

    quantidades possui grandes chances de criar uma depend.ncia química em seu organismo1 o

    que inevitavelmente o levar ao alcoolismo / aquele que1 ainda que com certa habitualidade1ingere pequenas doses1 que podem ser chamadas atI mesmo de =doses homeopticas>1 no

    sentido de que o lcool em pequenas doses I muito bom para a saTde em geral e na prevenção

    de problemas cardiovasculares1 muito provavelmente não desenvolver problemas de

    alcoolismo uma veO que seu organismo dificilmente criar uma depend.ncia química1 E que a

    quantidade de lcool I pequena Como se pode observar1 o que faO do lcool um remIdio ou

    um veneno I a quantidade ingerida

    CostumaPse entender como consumo moderado1 e atI adequado1 aproimadamente

    duas doses para os homens e uma dose para as mulheres1 estes índices podem diminuir N

    medida que a idade aumenta1 chegando N metade desse valor para os maiores de G7 anos

    Cada dose de lcool equivale em mIdia a uma taça de vinho ou a uma lata de cerveEa ou a

    H7ml de bebida destilada

    ! problema I que o consumo de bebidas alcoJlicas de maneira ecessiva e

    descontrolada tem crescido muito nos Tltimos tempos1 o que afeta a sociedade como um todo

    ?G  I

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    3rias causas podem ser consideradas como responsveis por esse crescimento1 como" o

    estilo de vida atual e os atrativos dos locais de consumo1 as tradiçQes culturais e a prJpria

    histJria da sociedade e do consumo do lcool que1 como visto1 estão interligadas1 os

    fen]menos e meios de socialiOação1 o estado de infelicidade da população ou de falsa

    felicidade1 a depressão e o estresse que tanto crescem hoEe em dia1 enfim1 motivos não faltam

     para o aumento no uso de vrias drogas1 mas principalmente do lcool por ser uma droga

    lícita e de fcil aquisição

     'o que concerne aos fen]menos e meios de socialiOação1 Boaventura de SouOa

    Santos1 citado por Maria da #uO !liveira1 afirma que a socialiOação trataPse"

    de um processo de aprendiOagem atravIs do qual nos tornmos pessoas emembros de uma dada sociedade *le I vital1 tanto para os indivíduos1 como para asociedade atravIs dela que se procede a transmissão da cultura e se faO aaprendiOagem de papIis1 epectativas e estatutos sociais &o mesmo tempo que osindivíduos interioriOam as normas e os valores sociais1 reforçamPnos o quecontribui para a coesão da sociedade ?@ 

    Sobre o tema1 )iedade #alanda Mano afirma que"

    podePse concluir que o lcool I fortalecido por determinados valores=simbJlicos> eistentes nas sociedades1 pois =para alIm da dimensão gastronJmica1o acto de beber I um acto social1 Eustificado culturalmente por um conEunto devirtudes ou mitos1 atribuídos N bebida alcoJlica1 e desde a socialiOação primria6infncia; interioriOados?-

    *1 segundo Dina )ereira1 I Eustamente =durante a fase da socialiOação mais

    importante1 nomeadamente a infncia1 e atI prIPadolesc.ncia que o lcool I introduOido na

    viv.ncia social1 recebendo um valor =positivo>+, 

    *sse I1 sem dTvida1 um dos maiores problemas no que se refere N disseminação do

    alcoolismo1 pois as crianças e adolescentes crescem aprendendo que beber1 geralmente emecesso1 I algo bom1 relacionado a festas1 N alegria1 a amiOades1 N idIia de autoPafirmação1 no

    caso dos homens atI mesmo N idIia de virilidade 6quanto mais se ag`enta beber1 mais homem

    se I;1 quando na verdade não se t.m a menor noção dos perigos da ingestão ecessiva do

    lcool ou1 o que I pior1 não se tem a menor preocupação com isso

    Segundo /orge 'uno 'egreiros de Carvalho"

    ?@ !#%3*%$&1 Maria da #uOS@42

    #isboa" 4eto *ditora 6+,,?; p ?H??-  M&'!1 )iedade #alanda A 1@42 0 2 1@0

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    ! consumo de lcool est intrinsecamente associado Ns necessidades de autonomiado adolescente e N sua integração na sociedade actual ! acto de beber I para o

     Eovem1 um comportamento social que ornamenta as relaçQes estabelecidas no seuquotidiano e que acarreta repercussQes a nível bioPpsicoPsocial +?

    Diante disso1 podePse afirmar que beber faO parte da conduta adquirida em termos

    sJcioPculturais1 mas tambIm resulta de uma aprendiOagem social1 atravIs do círculo de

    amiOades1 por eemplo &lIm disso1 as cobranças e as pressQes da sociedade competitiva em

    que se vive tambIm podem ser consideradas causas que levam ao consumo eagerado de

    lcool

     'esse sentido1 'eves Cardoso1 responsvel pela consulta de etiloPrisco do ^ospital

    de Santa Maria em #isboa1 afirmou1 em uma pesquisa realiOada pela Fundação Cascais1 que"

    =os Eovens recorrem ao lcool9drogas1 para aliviar as pressQes de competição desenfreada1 o

    drama da entrada na universidade e todos os pensamentos negativos>++ 

    &ssim1 segundo Dina )ereira"

    numa perspectiva sJcioPcultural1 podePse afirmar que os problemasrelacionados com o lcool refletem o impacto das normas e crenças1 que estamesma força defende considerando a sociedade a principal responsvel pelos

     problemas inerentes ao consumo de lcool +8 

    De fato1 nosso modelo atual de sociedade I etremamente permissivo e atI mesmo

    incentivador do consumo de lcool1 principalmente atravIs das vrias propagandas de cerveEa

    que passam diariamente em todos os canais de 43

    ! bin]mio publicidade9lcool1 bem com a facilidade de aquisição das bebidas

    alcoJlicas1 provoca um consumo cada veO mais eagerado1 o que gera um problema

    eminentemente social que I capaO de acarretar infinitas conseq`.ncias1 situação que E vem

    sendo considerada uma verdadeira doença +H 

    Segundo a !MS1 em dados traOidos por Dina )ereira"

    )roblemas ligados ao lcool ou simplesmente problemas de lcool uma epressãoimprecisa mas cada veO mais usada nestes Tltimos anos para designar asconseq`.ncias nocivas do consumo de lcool *stas conseq`.ncias atingem não sJo bebedor mas tambIm a família e a coletividade em geral &s perturbaçQes

    +? Carvalho1 /orge 'uno 'egreiros de P-080H

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    causadas poderão ser físicas1 mentais ou sociais e resultam de episJdios agudos deum consumo ecessivo ou de um consumo prolongado +7 

    Dina )ereira nos ensina1 ainda1 que os problemas decorrentes da depend.ncia alcoJlica

    não refletem apenas no bebedor1 mas sim em todos que estão N sua volta1 veEamos"

    ! consumo inadequado ou inoportuno de etanol provoca consequ.ncias nefastas nosistema biolJgicoPfisiolJgico1 provocando tambIm sintomas de desmotivação edesinteresse face N vida e N definição de obEectivos para o futuro& nível familiar verificaPse uma deterioração progressiva do lar e desagregaçãofamiliar tornam evidentes as dificuldades e as car.ncias materiais&s molestaçQes infantis1 os maus tratos1 as neglig.ncias no lar1 tornamPse umaconstante na vida familiar &ssim1 se Eustifica a maior percentagem de separaçQes edivJrcios que recai1 sobretudo1 em lares de alcoJlicos

     'o conteto social1 o consumo eagerado de lcool1 manifestaPse no trabalho1 perturbando os relacionamentos interPpessoais1 o desenvolvimento de capacidades1aptidQes1 percepção1 raciocínio e criatividade1 reduOindo a taa de produtividade +G 

    &ssim1 diante desse quadro em que as pessoas são ensinadas e estimuladas1 cada veO

    mais cedo1 a beberem de modo inadequado1 ecessivo e descontrolado1 a sociedade se renova

    e essas eperi.ncias vão passando de pai pra filho1 de família em família1 formando sempre

    uma sociedade com os mesmos problemas e nesse =círculo vicioso> a histJria se repete cada

    veO de maneira mais precoce e nada I feito para coibir essa situação

    ! presente trabalho não tem a intenção de tomar uma posição etrema em relação ao

    lcool1 isto I1 ser totalmente contrrio ou totalmente favorvel *m virtude disso1 o fato que se

    deve sempre ter em mente I que o lcool1 ainda que lícito1 não perde seu  status de droga1 de

    substncia psicoativa capaO de gerar depend.ncia e que1 por isso mesmo1 deve ser respeitada e

    tratada como tal1 não se faOendo uso abusivo ou ecessivo1 mas sim1 o ingerindo consciente e

    moderadamente1 casos em que trar inclusive benefícios N saTde do bebedor

    .5 AUSÊNCIA DE UMA POLÍTICA DE TRÂNSITO PREVENTIVA EST7VEL ECONTÍNUA

    Como se observou1 o consumo de lcool1 em ecesso ou não1 I praticamente uma

    constante na sociedade em geral & questão do consumo est arraigada em nossa população1

    +7   P-4021 42

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     principalmente1 em decorr.ncia do prJprio modelo sJcioPcultural que se perpetua de geração

    em geração

    & =cultura do lcool>1 inevitavelmente1 gera refleo em todos os setores da

    sociedade Do mesmo modo1 o trnsito1 que I algo indispensvel nos dias atuais1 tambIm gera

    refleo na vida de todas as pessoas ! homem I um bicho social e precisa deslocarPse para

    alcançar seus obEetivos & esse deslocamento =organiOado> por regras1 normas e princípios de

    conduta denominamos 4rnsito Uma pessoa pelo simples fato de faOer parte da sociedade1

    em algum momento da sua vida1 far parte do trnsito1 seEa como condutor1 seEa como

     pedestre ! fato de sairmos de um local para o outro1 da maneira que for1 nos insere1 quer

    queiramos quer não1 no trnsito

    &ssim1 a questão do lcool encontraPse diretamente ligada ao trnsito !s bebedores patolJgicos são tambIm os condutores patolJgicos ! Ibrio que sofre de depend.ncia química

    demonstra graves problemas com o autocontrole e isso1 como E afirmado1 gera problemas em

    todos os setores da sua vida1 inclusive1 no trnsito1 atI mesmo quando não se encontra sob a

    influência de substncia alcoJlica

     'esse ponto1 esurge uma questão" se para se faOer de um ser humano um cidadão

    se faOem necessrias uma sIrie de circunstncias1 como" condiçQes dignas de vida de um

    modo geral 6alimentação1 saTde1 educação1 etc1 todos de qualidade1 I claro; e1 principalmente1 que E est inserido no primeiro1 mas merece atenção especial1 *ducação

    Social1 tanto na escola1 quanto em casa1 ou seEa1 ter a noção do que I certo e errado1 de uma

    maneira macro1 de uma maneira coletiva1 entendendo esses conceitos atravIs de uma visão

    moral e material e não simplesmente formal1 o que I preciso para se faOer de um ser humano

    um CondutorV &uto *scolaV #eis etremamente severasV 4eatros miditicos com shos de

    eposição pessoalV

    !ra1 para transformar um ser humano em um condutor1 não bastam algumas aulas deauto escola1 leis severas ou reportagens apelativas da mídia ! primeiro passo I modificar o

     pensamento dos condutores infratores1 modificando na verdade toda uma cultura1 rompendo

    com antigos paradigmas

    )ara essa mudança de paradigma seEa possível1 I necessrio um esforço muito

    grande da sociedade como um todo1 I necessrio que modifiquem seus atos e pensamentos e

    não apenas que criem leis cada veO mais severas1 ou ainda1 que criminaliOem um nTmero cada

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    28/111

    veO maior de condutas1 pois como ensina Beccaria" =proibir uma enorme quantidade de açQes

    indiferentes não I prevenir crimes que delas possam resultar1 mas criar outros novos> +:

    &ntes de se criminaliOar uma conduta se faO necessrio que a sociedade e as pessoas

    que dela faOem parte entendam e concordem que essa conduta deve ser repudiada a ponto de

    merecer a tutela repressiva do Direito )enal Se de outro modo for1 isto I1 criminaliOar

    condutas socialmente aceitas1 alIm de ferir o princípio da adequação social1 segundo o qual

    uma conduta socialmente adequada e aceita pela sociedade não deve ser abrangida pelo tipo

     penal e1 por conseguinte1 tutelada pelo Direito1 uma veO que a sociedade como um todo não a

    v. como criminosa1 ter1 ainda1 sIrios problemas de efetividade1 pois a prJpria sociedade não

    ver o condutor como um infrator1 ou melhor1 como um marginal que pratica um crime como

    o roubo1 por eemploSe uma pessoa não rouba algo que quer1 mas não pode comprar I porque lhe foi

    ensinado que isso I errado1 que essa seria uma conduta inaceitvel no seio da sociedade1 tanto

    I assim que se ela roubar ser condenada não sJ pelo direito penal1 mas tambIm pelas pessoas

    ao seu redor &gora1 se essa mesma pessoa beber duas taças de vinho durante um Eantar em

    família1 manter sua plena capacidade física e mental1 entrar em seu veículo e conduOiPlo atI

    sua casa com segurança1 talveO hoEe atravIs de uma interpretação simplista e inconseq`ente

    da letra fria da lei possa ser punida pelo direito penal1 mas com certeOa não ser condenada pela sociedade1 E que essa1 voltaPse a frisar1 I uma conduta socialmente aceita e1 inclusive1

    corriqueiramente praticada no meio social

    )or isso1 se não se educar a sociedade faOendo com que ela entenda e perceba os

    riscos e perigos da conduta que se pretende criminaliOar muito provavelmente se criar um

    tipo penal sem qualquer efetividade %sso porque a mudança de comportamento social não

    ocorre simplesmente porque determinado comportamento passou a ser considerado criminoso1

    I preciso que a sociedade passe a entender que esse comportamento I errado e merece a tutelado direito penal

    &í1 voltaPse N questão" como transformar um ser humano em um condutorV

     'ossa sugestão I a seguinte" educação e conscientiOação Se as pessoas não praticam

    determinada conduta1 como E afirmado1 não I porque ela configura um crime1 mas sim

     porque1 alIm disso1 ela I uma conduta repudiada pelos demais membros da sociedade e o ser

    humano sabe disso porque convive com essa situação desde sua infncia

    +:  B*CC&$%&1 Cesare D1 D041 0

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    Desse modo1 para que se consiga modificar um hbito social e faOer com que um ser

    humano respeite o trnsito1 suas normas1 regras e princípios de conduta1 faOPse necessrio que

    este tenha contato com essas mesmas normas1 regras e princípios desde a infncia

    %sso pode ser concretiOado atravIs de políticas de trnsito estveis e contínuas que

    tenham por prioridade a prevenção1 conscientiOação e educação dos futuros e atuais

    condutores

    este tambIm o entendimento de /oão /osI #eal e $odrigo /osI #eal1 veEamos"

    Mesmo que não saibamos o nTmero correto 6fato bastante lamentvel;1 I evidenteque pagamos1 a cada ano1 um elevado preço pelas vidas humanas e em seq`elasfísicas e psicolJgicas pela imprud.ncia etílica de nossos motoristas Se estacriminosa imprud.ncia I censurvel e Eustifica o controle administrativo e penal do

     poder estatal1 não I menos lamentvel a aus.ncia de uma )olítica de 4rnsitoadequada1 estvel1 bem definida e cumprida com o rigor que o problema eige+@

     'essa esteira1 defendePse que essas políticas se d.em de maneira preventiva1

    consubstanciadas em cursos periJdicos de reciclagem e conscientiOação dos condutores E

    formados1 mas que tambIm tenham como alvo os futuros condutores1 atravIs da inserção1 nos

    colIgios de ensino fundamental e mIdio1 de uma disciplina que poderia chamarPse 4rnsito e

    Cidadania1 em que as crianças e adolescentes teriam contato desde cedo com as regras1

    normas e princípios de condutas fundamentais para um trnsito mais pacífico e seguro

    &o colocar crianças e adolescentes em contato com esse tipo de conhecimento eles

    desenvolverão uma nova consci.ncia1 na qual o respeito Ns regras e normas de trnsito ser

    algo normal1 incutido em sua formação 'esse caso1 não se formar apenas um cidadão1

    formarPseP um condutor capaO de respeitar as normas de trnsito1 não porque I crime ou não

    determinada conduta1 mas sim porque faO parte de sua cultura1 de seus conhecimentos o

    respeito ao trnsito &lIm disso1 as prJprias crianças passariam a servir de eemplo aos pais

    em suas casas claro que isso I algo difícil de ser alcançado1 mas nunca foi dito que seria fcil1

     pelo contrrio1 no início do trabalho afirmouPse que seria uma tarefa rdua e que dependeria

    do empenho de toda a sociedade )ois bem1 difícil sim1 entretanto1 longe de ser impossível1

    cada passo para uma vida melhor1 em todos os sentidos1 depende dos pensamentos e atos de

    cada um de nJs1 no trnsito não I diferente1 por isso façamos nossa parte para que um dia1 um

    trnsito tranq`ilo e raOoavelmente seguro possa tornarPse uma realidade em nossa sociedade

    +@  #* /oão /osI_ #* $odrigo /osI E-230= =0- 2 8420 /-2H

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    .X LEIS E PENAS SEVERAS ] CERTEZA DA PUNI>?O

    )artindoPse da ci.ncia de que I fundamental uma política de trnsito preventiva1

    estvel e contínua1 não se pode olvidar que I tambIm indispensvel uma política sIria voltada

    N fiscaliOação do trnsito

    )enas severas ou leis severas não inibem a prtica do delito1 mas a certeOa da

     punição sim Desse modo1 como nos ensina )aulo #Tcio 'ogueira"

    ao lado da educação1 como E dissemos1 colocaPse a fiscaliOação1 fatorimportante de segurança no trnsito1 devendo a polícia agir com energia aplicandoas sançQes correspondentes1 para que não se crie um clima de tolerncia eimpunidade ! nosso grande mal tem sido a tolerncia1 pois o infrator não punidosentePse animado a reincidir o que se nota na vida diria" motoristas queestacionam na contramão_ que estacionam veículos nas calçadas_ que não respeitamos sinais gerais_ que ultrapassam pela direita sem ao menos pedirem passagem_ quedirigem com ecesso de velocidade e praticam muitas outras infraçQes previstas1sem que seEam devidamente punidos *ssa tolerncia inEustificvel contribui para odesrespeito que impera no setor de trnsito S0-0 /1 2-

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    & certeOa da punição sJ poder ser incutida na mente dos condutores se houver uma

    fiscaliOação constante e eficaO &s famosas =blitO> que ocorreram logo apJs a #ei ??:,79,@

    serviram apenas para desacreditar ainda mais a população *ra comum se ouvir" =isso não

    dura 8 meses e depois a #ei ser esquecida>

     'esse conteto1 &leandre Magno Fernandes Moreira &guiar entende pertinente"

    faOer uma comparação com o $eino Unido" alIm de admitir um limite de lcoolno sangue maior que no Brasil1 a pena por dirigir embriagado I de atI seis meses dereclusão1 enquanto que1 aqui1 a pena pode chegar a tr.s anos *ssa situação I muitosemelhante em vrios estados nortePamericanos )orIm1 nesses dois países1 onTmero de mortes no trnsito I proporcionalmente bem inferior ao registrado noBrasil1 pelo simples motivo de que1 neles1 a lei I efetivamente cumprida8+

     

    De fato1 esse tipo de situação costuma acontecer com freq`.ncia em nosso país1

     principalmente no setor de trnsito1 eemplos não faltam1 o prJprio C4B passou por isto1 no

    início uma intensa fiscaliOação para posteriormente cair no desuso e na descrença dos

    condutores & #ei ??:,79,@1 que no início de sua vig.ncia tambIm teve uma intensa

    fiscaliOação1 agora1 menos de um ano depois1 praticamente não se ouve mais falar no assunto

    e tudo voltou a funcionar como era antes1 ou seEa1 os condutores que dirigem embriagados sJ

    são =pegos> quando se envolvem em acidentes violentos ou encontramPse com nítidos sinais

    de embriagueO1 do contrrio1 livramPse completamente impunes1 tudo isso graças a falta de

    fiscaliOação

    )or isso1 Eamais se deveria esquecer os ensinamentos do Marqu.s de Beccaria1

    citado por &guiar" =&ntes de pensarPse em leis mais rigorosas1 deve haver a preocupação de

    cumprirPse as E eistentes>88 !u1 ainda1 os de 4homas /efferson1 citado por &ndrI &breu de

    !liveira" =& aplicação das leis I mais importante que a sua elaboração>8H

    Com essas duas breves liçQes podePse chegar N conclusão de que1 primeiro1 nossa

    legislação anterior nunca foi realmente cumprida1 fiscaliOada e respeitada1 ainda assim nossolegislador preferiu a criação de uma lei 6aparentemente; mais severa1 ao invIs de preocuparPse

    com meios que possibilitassem o cumprimento dos dispositivos do nosso CJdigo de 4rnsito_

    e1 segundo1 nosso legislador preocupouPse muito mais com a elaboração e confecção de uma

    8+  &0U%&$1 &leandre Magno Fernandes Moreira A1

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    nova lei para apaOiguar os anseios da população do que com os meios para a sua aplicação1

    criando uma lei com sIrios problemas de efetividade1 como ser demonstrado no terceiro

    capítulo deste trabalho

    CAPÍTULO II – A EMBRIAGUEZ AO VOLANTE ANTES DALEI .#5")

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     'o presente capítulo ser abordada1 em aspectos gerais1 a embriagueO ao volante

    )rimeiramente1 farPseP um breve estudo sobre a embriagueO em si1 modos de absorção e

    eliminação do lcool pelo organismo e quais suas conseq`.ncias para o ato de dirigir veículos

    automotores )osteriormente1 ser analisado como era feita a configuração do estado de

    embriagueO1 tanto para fins administrativos 6art?G71 C4B;1 como para fins penais 6art8,G1

    C4B; e o papel dos agentes de trnsito na comprovação desse estado1 abordandoPse a redação

    original do C4B1 bem como as alteraçQes traOidas pela #ei ??+:79,G e suas conseq`.ncias

    ,. [ ASPECTOS INTRODUTÓRIOS SOBRE EMBRIAGUEZ

    & palavra =embriagueO> deriva do latim inebriare 6embriagarPse1 embebedarPse; e1

    segundo Celso Delmanto1 =I o estado de intoicação aguda e passageira provocada pelo

    lcool1 que reduO ou priva a capacidade de entendimento>87 

    Segundo a corrente mais aceita1 o estado de embriagueO pode ser dividido em tr.s

    fases distintas1 a saber" ecitação1 confusão e sono Sobre as tr.s fases1 esclarece 0enival

    3eloso França"

     'a fase de ecitação1 o indivíduo se mostra loquaO1 vivo1 olhar animado1 humoradoe graceEador1 dando Ns veOes uma falsa impressão de maior capacidade intelectualDiO leviandades1 revela segredos íntimos e I etremamente instvel a fase deeuforia  onum vinum laetificat cor hominis 6! bom vinho alegra o coração dohomem; Mas beber us!ue ad laetitiam 6atI a alegria;

     'a fase de confusão1 surgem as perturbaçQes nervosas e psíquicas Disartria1 andarcambaleante e perturbaçQes sensoriais %rritabilidade e tend.ncias Ns agressQes afase de maior interesse e1 por isso1 chamada de fase mIdicoPlegal

     'a fase do sono1 ou fase comatosa1 o paciente não se mantIm em pI Caminhaapoiado nos outros ou nas paredes e termina caindo sem poder erguerPse1mergulhando em sono profundo Sua consci.ncia fica embotada1 não reagindo aosestímulos normais &s pupilas dilatamPse e não reagem N luO !s esfíncteresrelaamPse e a sudorese I profunda a fase da inconsci.ncia8G 

    )or isso1 &rnaldo $iOOardo afirma que =a embriagueO corresponde a um estado

    temporrio de intoicação da pessoa1 provocada pelo lcool ou substncia anloga ou de

    semelhantes efeitos1 que priva do poder de autocontrole e reduO ou anula a capacidade de

    entendimento>8: 

    87  D*#M&'4!1 Celso C

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    4odavia1 h que se entender que o lcool não age da mesma maneira em todas as

     pessoas1 bem pelo contrrio1 cada indivíduo reage de uma maneira diferente N mesma

    quantidade de lcool ingerida o que veremos a seguir

    ,.. – COMO O 7LCOOL ` ABSORVIDO PELO ORGANISMO YUAIS ASREA>ES FÍSICAS PROVOCADAS PELA SUA INGEST?O E YUAIS AS

    IMPLICA>ES PARA O ATO DE DIRIGIR – O CONCEITO DA E]PRESS?O“SOB A INFLUÊNCIA DE ÁLCOOL” 

    De acordo com as liçQes de 0enival 3eloso França"

    Uma pequena parcela do lcool introduOido no organismo I absorvida pela mucosada boca1 entretanto1 a grande maioria I absorvida pelo est]mago e intestinodelgado1 e daí vai para a circulação sang`ínea ! processo de absorção do lcool Irelativamente rpido1 aproimadamente -, em uma hora 8@

    / o processo de eliminação não ocorre com tanta rapideO1 demora de seis a oito

    horas sendo feita -, atravIs do fígado1 @ pela respiração e + pela transpiração8-

    importante salientar que esses dados são aproimados levandoPse em consideração

    uma pessoa de mais ou menos :, quilos1 uma veO que tanto os níveis e velocidades de

    absorção e eliminação variam de pessoa para pessoa e de situaçQes para situaçQes & &lmeida

    /Tnior e /B de !liveira e Costa /rH,  citam uma sIrie de circunstncias que influenciam

    diretamente a metaboliOação do lcool1 como" a diluição1 que I o volume alcoJlico da bebida

    ingerida1 quanto maior o volume alcoJlico1 mais rpida a absorção_ o estado de vacuidade ou

    de plenitude do est]mago1 quanto mais cheio o est]mago1 mais lenta a absorção do lcool_ o

    ritmo da ingestão1 quanto mais rpida a ingestão1 mais rpida a absorção1 e a habitualidade

    Ruanto N habitualidade1

    Scheishmer mostrou que1 se tr.s indivíduos \ um abst.mio1 um bebedormoderado e um viciado \ tomam1 em id.nticas condiçQes1 a mesma quantidade delcool1 a concentração deste no sangue1 ser mais alta no abst.mio1 mais baia noviciado" ?87 para aquele1 numa das eperi.ncias e 7, para este &bsorção maislentaV Mais pronta oidaçãoV ^aggard contesta uma e outra coisa1 e tambIm acorreção da eperi.ncia" para ele1 a tolerncia do viciado I apenas psicolJgica Detodo modo1 ambos concordam com uma coisa" eistem pessoas que1 por ingeriremcerta quantidade de lcool regularmente1 possuem uma tolerncia maior a suaingestão e N eterioriOação de seus efeitos H?

    8@  S!U2&1 &velino /osI de B00- 0

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     'o que tange N tolerncia1 França afirma que"

    Depende de vrios fatores" a; considerando que dois terços do corpo sãoconstituídos de líquidos1 quanto maior o peso1 mais diluído ficar o lcool Daí ser a

    concentração mais elevada nos indivíduos de menor peso_ b; o sistema digestivoabsorve o lcool1 que passa para o sangue num fen]meno bastante rpido &absorção varia de acordo com a concentração alcoJlica da bebida1 o ritmo deingestão1 a vacuidade ou plenitude do est]mago e os fen]menos de boa ou mabsorção intestinal_ c; o hbito de beber dever ser levado em conta1 pois oabst.mio1 o bebedor moderado e o grande bebedor toleram o lcool em grausdiferentes_ d; os estados emotivos1 a estafa1 o sono1 a temperatura1 o fumo1 asdoenças e estados de convalescença são causas que alteram a sensibilidade Ns

     bebidas alcoJlicasH+ 

    )or isso1 muitas pessoas1 acostumadas a beber1 não ficam impossibilitadas de dirigir

    veículo automotor com a ingestão de pequena quantidade de alcool1 afinal1 isso I muito

    relativo 4anto I assim1 que

    uma mesma quantidade de lcool ministrada a vrias pessoas pode acarretar1em cada uma1 efeitos diversos %gualmente1 pode produOir num mesmo indivíduoefeitos diferentes dadas as circunstncias meramente ocasionais &lguns seembriagam com pequenas quantidades e outros ingerem grandes porçQes1 revelandouma estranha resist.ncia ao lcool H8 

    Dessa forma1 no que se refere N embriagueO1 a posição que se prefere adotar I no

    sentido de que esta deveria ser caracteriOada atravIs da anlise e avaliação de cada caso1 não

    se adotando um critIrio fio de concentração de lcool no sangue para sua configuração1 uma

    veO que1 como ficou demonstrado1 cada pessoa reage de uma forma diferente diante de uma

    mesma quantidade de lcool

    Sobre o tema1 propQePse a anlise da esclarecedora lição de 0enival França"

    ^ indivíduos que1 traOendo uma taa elevada de lcool no sangue1 permanecemem condiçQes psíquicas e neurolJgicas sem características de embriagueO1 comcomportamento correto1 dada a sua grande tolerncia ao lcool ^ outros1 noentanto1 que ao ingerirem pequenas quantidades1 não deiam dTvidas quanto ao seugrau de embriagueO1 atravIs de manifestaçQes somticas1 psíquicas1 nervosas e antiPsociais )or isso1 não se compreende o estabelecimento de determinadas taas deconcentração de lcool para caracteriOar de modo absoluto os limites de umaembriagueO HH

    H?  /'%!$1 / B de !liveira Costa e /'%!$1 & &lmeida LQ01

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     'essa mesma trilha1 !don Maranhão1 atravIs de estudos realiOados1 criou uma

    tabelaH7  que busca demonstrar como o efeito do lcool varia de pessoa para pessoa ao

    ingerirem a mesma quantidade dessa substncia"

    &lcoolemia em gr ,9,, &lcoolemia em cc ,9,, da pessoas influenciadas

     pelo lcool

    ,1,8 ,1,H 'ormal

    ,1H \ ,1G, ,1,7 \ ,1,@ ,

    ,1G? \ ,1@, ,1@? \ ,1,G ?7

    ?1,? \ ?1+, ?18H \ ?17- 8@?1+? \ ?1H, ?1G, \ ?1@G 7H

    ?1H? \ ?1G, ?1@: \ +1?8 :?

    3alorPlimite

    ?1@ \ +1,, +1H, \ +1GG @@

    +1+? \ +1G, +1-H \ 81H7 -7

    81,? e mais H1,, e mais ?,,

    &ssim1 a influência do álcool somente ser diagnosticada da maneira correta1 diante

    do caso concreto1 isto I1 diante da anlise das características do indivíduo1 suas reaçQes físicas

    e psíquicas1 seus atos1 enfim1 seu comportamento como um todo

    Com base nos dados apontados1 podePse afirmar que não eiste embriagueO ao

    volante1 o que de fato eiste I o condutor que dirige sob a influência de álcool, por isso não se

    deve generaliOar situaçQes com base1 apenas1 em um nível =[> de lcool no sangue1 pois na

    maioria das veOes não revela a verdade1 tanto de um lado como de outro1 isto I1 tanto sevislumbra o condutor que se encontra com concentração de lcool no sangue maior que a

     permitida1 mas que dirige seu veículo perfeitamente1 sem esboçar o menor sinal de

    embriagueO1 não estando desse modo sob a influência de álcool, como tambIm1 não I raro

    aquele condutor que1 mesmo abaio do nível alcoJlico limite1 apresenta evidentes sinais de

    embriagueO1 aí sim1 sob a influência etílica

    necessrio esclarecer1 no entanto1 que esse não I o entendimento do C4B1 que

    considerava impedida de dirigir a pessoa com concentração de lcool igual ou superior a GdgH7 M&$&'^Z!1 !don $amos C3-1 1@

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     por litro de sangue Com a nova redação estabelecida pela #ei ??:,79,@1 =qualquer

    quantidade de lcool> no sangue suEeita o condutor Ns penalidades estabelecidas no art ?G7 do

    C4B1 pouco importando o estado de embriagueO1 basta a ingestão de lcool para enseEar a

     penalidade administrativa de embriagueO ao volante 6veremos no decorrer do trabalho que

    esse entendimento I1 no mínimo1 equivocado;1 o referido limite1 agora1 apenas I eigido para

    a configuração do crime de embriagueO ao volante

    De qualquer maneira1 de acordo com a tabela da pgina seguinte1 em geral1 o

    condutor que est sob a influência de álcool 1 fica com seus refleos alterados %nicia com a

     perda considervel da noção da distncia_ as imagens passam a ficar distorcidas_ forte

    sensação de ecitação_ refleos ficam cada veO mais alterados_ perda do sentido de vigilncia_

    e por fim1 visão dupla &lIm disso1 a influência do álcool leva o agente a superestimar suashabilidades e subestimar os perigos1 por isso geralmente se considera apto a dirigir quando em

    verdade não possui a mínina condição de conduOir o veículo

     'esse ponto1 I imprescindível que se esclareça que1 para grande parte da doutrina

    especialiOada1 a influência de álcool pode se dar de duas formas ou momentos" primeiro1 nas

    atitudes e reaçQes físicas do cidadão em si1 o suEeito enquanto ser humano1 que serão

    observadas atravIs dos seus evidentes sinais de embriagueO1 ecitação ou torpor1 como" fala

    enrolada1 alterada e desconea1 andar cambaleante1 falta de equilíbrio1 dificuldade deraciocínio1 coordenação e concentração1 oscilaçQes rpidas no humor1 enfim1 terPseP um

    suEeito alterado_ E na segunda forma1 tratarPseP da influência  eterioriOada nos atos ao

    volante1 nos atos do suEeito enquanto condutor1 como" manobras arriscadas1 condução em

    OiguePOague1 furar sinal vermelho1 subir calçadas1 trafegar na contramão1 enfim1 terPseP um

    condutor alterado

    )ara se compreender melhor o eposto1 propQePse uma anlise da tabela abaio em

    decigramas1 que eplica como o metabolismo do indivíduo se altera apJs a ingestão de lcool"

    Sistema 3irtual do 4este de Baf]metro S%3%4*B&FHG

     

    HG   Fontes" (rgão governamental de transportes da Lfrica do Sul1 online Phttp"99transportgovOa9proEects9arrive9vbreathhtml e @@ Cia )M *special )aracatu P M01 online Phttp"99adacombr9pm9efeitosalcoolhtm &daptados

    Disponível em" http"99bafometrohpgigcombr9p-tabelasintomashtml

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    C@0-2H:

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    das alteraçQes introduOidas pela #ei ??:,79,@1 como a diferença entre a infração

    administrativa e a criminal de embriagueO ao volante

    )assemos a analisar agora a infração administrativa de embriagueO ao volante

    ,., INFRA>?O ADMINISTRATIVA DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (ART.X5CTB$

    ! CJdigo de 4rnsito Brasileiro1 em sua redação original1 tratava da infração

    administrativa de embriagueO ao volante no art ?G7 da seguinte maneira"

    &rt ?G7 \ Dirigir sob a influ.ncia de lcool1 em nível superior a seis decigramas por litro de sangue1 ou de qualquer substncia entorpecente ou que determinedepend.ncia física ou psíquica%nfração \ gravíssima_)enalidade \ multa 6cinco veOes; e suspensão do direito de dirigir_Medida &dministrativa \ retenção do veículo atI a apresentação de condutorhabilitado e recolhimento do documento de habilitação)argrafo nico \ & embriagueO tambIm poder ser apurada na forma do art +::do C4B

    Ruanto ao art +::1 possuía a seguinte previsão"

    4odo condutor de veículo automotor1 envolvido em acidente de trnsito ou que foralvo de fiscaliOação de trnsito1 sob suspeita de haver ecedido os limites previstosno artigo anterior1 ser submetido a testes de alcoolemia1 eames clínicos1 perícia1ou outro eame que por meios tIcnicos ou científicos1 em aparelhos homologados

     pelo C!'4$&'1 permitam certificar seu estado)argrafo nico \ Medida &dministrativa correspondente aplicaPse no caso desuspeita de uso de substncia entorpecente1 tJica ou de efeitos anlogos

    *sses dispositivos foram alterados pela #ei ??+:79,G1 que estabeleceu as seguintesredaçQes"

    &rt ?G7 Dirigir sob a influ.ncia de lcool ou de qualquer substncia entorpecenteou que determine depend.ncia física ou psíquica 6$edação dada pela #ei n??+:71 de +,,G;

    / o art +:: passou a vigorar com a seguinte redação"

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1

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    &rt +:: 4odo condutor de veículo automotor1 envolvido em acidente de trnsitoou que for alvo de fiscaliOação de trnsito1 sob suspeita de dirigir sob a influ.nciade lcool ser submetido a testes de alcoolemia1 eames clínicos1 perícia ou outroeame que1 por meios tIcnicos ou científicos1 em aparelhos homologados peloC!'4$&'1 permitam certificar seu estado 6$edação dada pela #ei n ??+:71 de +,,G; ?o Medida correspondente aplicaPse no caso de suspeita de uso de substnciaentorpecente1 tJica ou de efeitos anlogos6$enumerado do pargrafo Tnico pela#ei n ??+:71 de +,,G; +o 'o caso de recusa do condutor N realiOação dos testes1 eames e da perícia

     previstos no caput deste artigo1 a infração poder ser caracteriOada mediante aobtenção de outras provas em direito admitidas pelo agente de trnsito acerca dosnotJrios sinais de embriagueO1 ecitação ou torpor1 resultantes do consumo delcool ou entorpecentes1 apresentados pelo condutor 6%ncluído pela #ei n ??+:71de +,,G;

    De uma breve anlise das referidas alteraçQes1 chegaPse facilmente a conclusão de

    que o nível de tolerncia de lcool por litro de sangue do condutor de veículo automotor fora

    reduOido de G dg por litro de sangue para Oero *ntretanto1 de acordo com o art +:G do C4B1

    que manteve sua redação original1 a questão não pareceu tão simples 3eEamos o que previa o

    citado dispositivo"

    &rt +:G & concentração de seis decigramas de lcool por litro de sanguecomprova que o condutor se acha impedido de dirigir veículo automotor)argrafo Tnico ! C!'4$&' estipular os índices equivalentes para os demaistestes de alcoolemia

    *ssa situação I apenas uma dentre as vrias incoer.ncias eistentes no C4B &gora1

    a grande questão era" o artigo +:G do C4B estaria revogado tacitamente ou não pela #ei

    ??+:79,GV

    &nalisandoPse os dispositivos1 atravIs de uma interpretação literal1 podePse afirmar

    que o condutor de veículo automotor que fosse submetido ao eame de alcoolemia e obtivesseresultado menor que G dg de lcool por litro de sangue ou ,18 mg de lcool por litro de ar

    alveolar epelido pelos pulmQes1 não estaria impedido de dirigir1 entretanto1 estaria suEeito N

    sanção administrativa prevista no art ?G7 do C4B

    4odavia1 no caso em anlise1 h que se faOer uma interpretação sistemtica do C4B

    sob pena de vilip.ndio da norma prevista no art +:G !ra1 se o prJprio C4B prev. que =a

    concentração de seis decigramas de lcool por litro de sangue comprova que o condutor se

    acha impedido de dirigir veículo automotor>1 a contrario sensu, não est impedido aquele quese encontra com concentração de lcool inferior N citada e1 se não est impedido1 est

     permitido1 não sendo1 desse modo1 passível de punição Uma mesma lei não pode permitir

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11275.htm#art1

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    uma conduta e ao mesmo tempo puniPla &lIm do mais1 se o legislador tivesse a intenção de

    revogar o dispositivo1 teria que o faOer epressamente1 E que não se pode suprimir uma

    norma permissiva benIfica ao administrado de maneira tcita ou atravIs de uma interpretação

    etensiva

     'orma que garante um direito ou estabelece uma permissão deve ser epressamente

    revogada1 se essa for a vontade do legislador1 não se pode reduOir uma garantia atravIs de

    interpretação etensiva ou alegandoPse uma hipJtese de revogação tcita

    De todo modo1 este entendimento não era pacífico e a controvIrsia se mantinha atI

    que o Conselho 'acional de 4rnsito \ C!'4$&'1 em +, de outubro de +,,G1 editou a

    $esolução n+,G9+,,G1 regulamentando os procedimentos a serem adotados pelos agentes de

    trnsito e esclarecendo uma sIrie de dTvidas advindas da #ei n??+:79,G1 como a eist.nciade uma possível revogação tcita do art +:G do C4B

    )ara p]r um fim N discussão1 o C!'4$&'1 nos termos do art?1 inciso % da

    $esolução1 manteve a eig.ncia1 para a configuração da infração administrativa de

    embriagueO ao volante 6art ?G71 C4B;1 da constatação e comprovação de um nível alcoJlico

    superior a Gdg de lcool por litro de sangue1 ou seEa1 o C!'4$&'1 acertadamente1

     posicionouPse no sentido da não ocorr.ncia de revogação tcita do art +:G do C4B

    & embriagueO ao volante era considerada1 no mbito administrativo1 uma infraçãogravíssima que1 no caso de sua configuração1 previa penalidade de multa 6cinco veOes; e

    suspensão do direito de dirigir_ medida administrativa de retenção do veículo atI a

    apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação

    ! elemento constitutivo era a direção  sob a influência de lcool ou substncia

    entorpecente 'ão era preciso a comprovação da embriagueO total Bastava que a pessoa

    dirigisse  sob influência  de lcool acima do limite de Gdg por litro de sangue1 sem que

    resultasse perigo de dano N incolumidade de outrem1 configurarPsePia tão somente a infraçãoadministrativa de embriagueO ao volanteH: Caso resultasse perigo N incolumidade de outrem

    estaria presente a figura do Crime de *mbriagueO ao volante1 previsto no art 8,G do C4B e

    que ser estudado no item ?8 deste Capítulo

    Desse modo1 a influência  de álcool   eigida pela norma para a configuração da

    infração administrativa era tãoPsomente aquela observada no estado físico do Ibrio1 em seus

    atos1 atitudes e reaçQes1 como" fala enrolada1 alterada e desconea1 andar cambaleante1 falta

    de equilíbrio1 dificuldade de raciocínio1 coordenação e concentração1 oscilaçQes rpidas no

    H:   $%22&$D!1 &rnaldo C0-1 2 C

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    humor1 etc Sendo prescindível que eterioriOasse esse estado na direção de veículo

    automotor1 atravIs de uma condução anormal1 por eemplo

    ,.,. O E]AME DO BAFaMETRO

    ! baf]metro1 tecnicamente1 I o aparelho de ar alveolar utiliOado para medir e

    verificar a concentração de lcool por litro de ar alveolar epelido pelos pulmQes

    )ara utiliOar o baf]metro1 basta que o condutor suspeito sopre o cano eistente noaparelho para que o ar epelido pelos pulmQes chegue atI um analisador constante

    dentro do aparelho 'esse momento1 o ar epelido pelos pulmQes entra em contatocom a solução cida de dicromato de potssio causando a reação necessria paraconfigurar o resultado H@ 

    De acordo com &na Cristina #eite1 o baf]metro I

    um aparelho que permite determinar a concentração de bebida alcoJlica emuma pessoa &nalisando o ar ealado dos pulmQes & concentração de lcool nohlito das pessoas est relacionada com a quantidade de lcool presente no seusangue dado o processo de troca que ocorre nos pulmQes1 isso se deve ao fato de oetanol ser totalmente solTvel em gua ! motorista deve assoprar com força ocanudo1 que conduOir o ar de seus pulmQes para um analisador contendo umasolução de potssio ! limite mimo permitido no Brasil era de G dg de lcool porlitro de sangueH-

    ! C4B se referia a Gdg de lcool por litro de sangue ou ,18mg de lcool por litro de

    ar alveolar epelido pelos pulmQes *ssa equival.ncia entre o sangue e o ar decorre da #ei de

    ^enr1 segundo a qual1 eiste uma relação constante entre a quantidade de lcool no sangue e

    no ar alveolar 7,

    & $esolução n?,-1 de +? de DeOembro de ?---1 tratava da homologação dosequipamentos1 aparelhos ou dispositivos para eame de alcoolemia 6etil]metros1 etilotestes ou

     baf]metros;1 veEaPse a seguir"

    ! Conselho 'acional de 4rnsito \ C!'4$&'1 usando da compet.ncia que lheconfere o art?+1 inciso %1 da #ei n -7,8 de +8 de setembro de ?--:1 que dispQesobre a coordenação do Sistema 'acional de 4rnsito1 resolve"&rt ? P & homologação de cada modelo de aparelho sensor de ar alveolar6etil]metros1 etilotestes ou baf]metros;1 de que trata o art7 da $esolução n @?9-@

    H@  #*%4*1 &na Cristina O B2/b0-. Disponível em terrarevistapt9ilhadomel9+G@?9baf]metrohtml  &cessado em ?, de deOembro de +,,@H-  I

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     \ C!'4$&' \ farPseP mediante )ortaria do (rgão Mimo *ecutivo de4rnsito da União&rt + P *sta $esolução entra em vigor na data em sua publicação

    & )ortaria n?1 de : de Eaneiro de +,,, indica o %'M*4$! como Jrgão responsvel pela aferição dos aparelhos sensores de ar alveolar1 veEamos"

    ! D%$*4!$ D! D*)&$4&M*'4! '&C%!' D* 4$5'S%4! \D*'&4$&'1 no uso de suas atribuiçQes legais que lhe confere o artigo ?-1 inciso%1 da #ei n-7,8 de +8 de setembro de ?--:1 que instituiu o CJdigo de 4rnsitoBrasileiro1 e considerando o disposto no art7 da $esolução n @?9-@1 quedisciplina o uso de medidores de alcoolemia e pesquisa de substnciasentorpecentes no organismo humano1 resolve"&rt? P %ndicar o %nstituto 'acional de Metrologia1 'ormaliOação e Rualidade

    %ndustrial \ %'M*4$! para realiOar a aferição dos aparelhos sensores de aralveolar 6etil]metros1 etilotestes ou baf]metros;&rt+ P *sta )ortaria entra em vigor na data de sua publicação 

    *ntretanto1 a partir da entrada em vigor da $esolução n +,G9,G1 de +, de outubro de

    +,,G1 que foi editada apJs a #ei ??+:79,G1 não mais se eige que os aparelhos medidores de

    alcoolemia 6baf]metros1 etil]metros e etilotestes; seEam homologados por )ortaria do

    D*'&4$&'1 conforme previa a $esolução n ?,-1 de +? de deOembro de ?---1 uma veO que

    o disposto no art71 da $esolução n @?9-@1 do C!'4$&'1 fora revogado pela $esolução n

    +,G9,G1 6art- da aludida resolução; em ?, de novembro de +,,G

      3anilo 3ignola esclarece quais os requisitos são eigidos atualmente para a

    utiliOação do baf]metro"

     

    ^odiernamente1 para a utiliOação do baf]metro1 basta que seEam cumpridos osseguintes requisitos1 consoante o disposto no art G1 da $esolução n +,G9,G1 doC!'4$&'1 a saber" % \ ter seu modelo aprovado pelo %nstituto 'acional deMetrologia1 'ormatiOação e Rualidade %ndustrial \ %'M*4$!1 atendendo alegislação metrolJgica em vigor e aos requisitos estabelecidos nesta $esolução_ %% \

    ser aprovado na verificação metrolJgica inicial realiOada pelo %'M*4$! ou Jrgãoda $ede Brasileira de Metrologia #egal e Rualidade \ $BM#R_ %%% \ ser aprovadona verificação periJdica anual realiOada pelo %'M*$! ou $BM#R_ e %3 \ seraprovado em inspeção de serviço ou eventual1 conforme determina a legislaçãometrolJgica vigente7?

    ,.,., – A NECESSIDADE DO E]AME DO BAFaMETRO 0 O PROCEDIMENTO EMCASO DE RECUSA DO CONDUTOR EM SUBMETER[SE AOS TESTES E E]AMES

    7?  3%0'!#&1 3anilo A332H

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    PREVISTOS NO CTB

    & necessidade da realiOação do eame do baf]metro estava positivada na #ei-7,89-: no art +::1 da seguinte forma"

    A-. ,##. 4odo condutor de veículo automotor1 envolvido em acidente de trnsitoou que for alvo de fiscaliOação de trnsito1 sob suspeita de haver ecedido oslimites previstos no artigo anterior1 ser submetido a testes de alcoolemia1 eamesclínicos1 perícia1 ou outro eame que por meios tIcnicos ou científicos1 emaparelhos homologados pelo C!'4$&'1 permitam certificar seu estadoP2--2/ ;@. Medida correspondente aplicaPse no caso de suspeita de uso desubstncia entorpecente1 tJica ou de efeitos anlogos

     

    Da anlise do dispositivo1 concluiPse que a medida administrativa I aplicvel em

    duas situaçQes" sempre que o condutor envolverPse em acidente de trnsito1 ainda que sem

    vítimas_ e1 quando for alvo de fiscaliOação de trnsito e houver suspeitas de que tenha

    ecedido os limites previstos no art+:G do C4B 6G dg de lcool por litro de sangue;

    & necessidade da realiOação do eame do baf]metro decorria da imprescindibilidade

    de se verificar o nível alcoJlico do condutor1 isto I1 da necessidade de se comprovar a

    eist.ncia de G dg ou mais de lcool por litro de sangue para configurar a infração *ssa

    situação gerava uma sIrie de problemas1 o principal deles era o fato de colidir frontalmente

    com o )rincípio /urídico da 'ão &utoP%ncriminação que afirma que =ninguIm ser obrigado a

     produOir prova contra si mesmo> 6tradução do brocardo latino “nemo tenetur se detegere”;

    Diante de tal situação1

    as autoridades policiais e administrativas vinham encontrando dificuldadesquanto N produção das provas relativas N influ.ncia do lcool e das substnciasanlogas1 proporcionadas pela não colaboração dos condutores submetidos N

    fiscaliOação ou quando envolvidos em acidente de trnsito7+

    De fato1 o )rincípio da 'ão &utoP%ncriminação1 que visa N proteção de Direitos e

    0arantias %ndividuais1 estava sendo usado como meio de burlar a lei1 gerando uma sIrie de

    impunidades1 acidentes e mortes no trnsito

    Diante disso1 na busca de uma solução efetiva para o transtorno criado1 grande parte

    dos doutrinadores1 dentre eles os doutrinadores Fernando CapeO e $ios 0onçalves afirmavam

    que"

    7+   /*SUS1 Damsio *vangelista de L01 -82

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    ! eame clínico feito por mIdico1 que atesta ou não o estado de embriagueO1verificando o comportamento do suEeito atravIs de sua fala1 seu equilíbrio1 seusrefleos e na f