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Empreendedor 125

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Edição n. 125 da revista Empreendedor, de março de 2005

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Abril – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

2005

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Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Abril

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Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

2005

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Redação

Editor-Executivo: Nei Duclós [[email protected]]Repórteres: Alexsandro Vanin, Carol Herling, DéboraSanches, Fábio Mayer e Sara CaprarioEdição de Arte: Gustavo Cabral VazFotografia: Arquivo EmpreendedorFoto da capa: Grupo KeystoneProdução e Arquivo: Carol HerlingRevisão: José Renato de Faria

Sedes

São PauloDiretor de Marketinge Comercialização: José LamônicaExecutivo de Contas: Dervail Cabral e Miriam RoseRua Sabará, 566, 9º andar, cj. 9201239-010 - São Paulo - SPFones: (11) 3214-5938/3214-6093[[email protected]]

FlorianópolisExecutivo de Contas: Waldyr de Souza Junior[[email protected]]Executivo de Atendimento: Cleiton Correa WeissAv. Osmar Cunha, 183, Ceisa Center, bl. C, 9º andar88015-900 - Florianópolis - SCFone: (48) 224-4441

Escritórios Regionais

Rio de JaneiroMilla de Souza [[email protected]]Rua da Quitanda, 20, grupo 401 - Centro20011-030 - Rio de Janeiro - RJFone/Fax: (21) 2252-5788

Brasília [[email protected]]Ulysses C. B. CavaSETVS - Quadra 701 - Centro EmpresarialBloco C, cj. 33070140-907 - Brasília - DFFone: (61) 426-7315

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Rio Grande do Sul [[email protected]]Alberto Gomes CamargoRua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu91380-010 - Porto Alegre - RSFone: (51) 3340-9116/9918-4604Pernambuco [[email protected]]Hamilton MarcondesRua Ribeiro de Brito, 1111, cj. 605 - Boa Viagem51021-310 - Recife - PEFone: (81) 3327-3384/3327-9430Minas Gerais [[email protected]]SBF Representações/Sérgio Bernardes de FariaAv. Getúlio Vargas, 1300, 17º andar, cj. 170430112-021 - Belo Horizonte - MGFone: (31) 2125-2900

Assinaturas

Serviço de Atendimento ao AssinanteDiretora: Clementina P. da SilvaGerente: Luzia Correa WeissFone: 0800 48 0004[[email protected]]

Produção gráfica

Impressão e Acabamento: Coan Indústria GráficaDistribuição: Fernando Chinaglia S.A. (São Paulo)

Empreendedor.com

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Diretor-EditorAcari Amorim [[email protected]]

ANER

Diretor de Marketing e ComercializaçãoJosé Lamônica [lamonica@empreendedor .com.br]

A revista Empreendedor éuma publicação da Editora

Empreendedor

LEIA TAMBÉMCartas ................................................................................... 7

Empreendedores................................................................. 14

Não Durma no Ponto .......................................................... 18

Pequenas Notáveis ............................................................ 52

Empreendedor na Internet ................................................ 82

GUIA DO EMPREENDEDORProdutos e Serviços ..................................................... 68Do Lado da Lei.............................................................. 70Leitura ........................................................................... 72Análise Econômica ....................................................... 76Indicadores ................................................................... 77Agenda ........................................................................... 78

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GRUPO KEYSTONE

MicrocréditoMicrocrédito

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

2005

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A renda distribuídaO presidente Lula é um dos 11 re-presentantes mundiais escolhidospela ONU para desenvolver e difun-dir o microcrédito, uma atividadefinanceira que acredita no poten-cial dos micro e pequenos empre-endimentos, formais ou informais.A ONU estabeleceu o ano de 2005como o Ano Internacional do Mi-crocrédito, com o objetivo de cons-cientizar sobre a importância da fer-ramenta e promover parcerias comgovernos, organizações não-gover-namentais e setor privado para aimplantação e fomento da ativida-de. A meta é prover capital fixo oude giro para negócios com viabili-dade econômica, mas que não têmacesso ao crédito oferecido pelas ins-tituições do sistema financeiro tra-dicional.

Leia também:As práticas integradas: a libera-ção do dinheiro do microcréditocomo prática isolada tem demons-trado resultados insuficientes.

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Em busca da eficáciaO sistema brasileiro de microcrédi-to tem demanda e potencial, masfalta uma política pública definidapara transformá-lo numa efetiva fer-ramenta de inclusão social. O mi-crocrédito é praticado em váriaspartes do mundo, com enorme su-cesso no combate à exclusão e à po-breza, gerando estratégias de em-prego, trabalho e renda, dentro deuma lógica de desenvolvimento lo-cal. Trata-se de uma metodologia re-lativamente nova e cara, porquetem uma série de lógicas que a sus-tentam: primeiro, esse crédito pre-

Caminho paraabrir mercadosDividir asresponsabilidades defranqueador com outrosfranqueados que abremnovas possibilidades emdeterminadas regiões temsido a alternativa paramuitas redes seexpandirem de maneiracuidadosa.

Exemplos bem-sucedidos de empre-endedores que superaram dificulda-des graças aos empréstimos peque-nos, que viraram impulsos salvado-res a negócios que, sem o microcré-dito, estariam condenados a ficarapenas no sonho dos seus idealiza-dores. A verba que gerou o salto

Paulo Okamotto, na década de 70,estava ao lado de Lula nas prin-cipais greves de metalúrgicosocorridas no país e também par-ticipou da criação do Partido dosTrabalhadores (PT). A confiançado presidente da República emsua competência se reflete na in-dicação dele para o cargo de dire-tor-presidente do Sebrae Nacio-nal. Nesta entrevista, ele defen-de uma revolução na orientaçãoaos empresários brasileiros, paraque possam planejar suas ativi-dades e alcançar o sucesso.

Entrevista: Paulo Okamotto 8

engrossou fileiras nas estatísticas dosucesso e da geração de empregos.Conseguir comprar um novo fornoou uma nova máquina de costura,entre outras providências, tornou-se o diferencial necessário para queo empreendedor informal se trans-formasse num agente de mudanças.

cisa ser produtivo; segundo, preci-sa ser orientado; terceiro, comotoda metodologia nova, ela precisaser implantada, e para tanto é ne-cessário um plano de desenvolvi-mento institucional, e alguém pre-cisa bancar isso até que ela se tornesustentável, no volume e no giro.

Leia também:O microcrédito pelo mundo : pe-quenos empréstimos a pequenosempreendedores são vistos cada vezmais como instrumento de inser-ção social e econômica.

Março/2005Nesta edição

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FRANQUIA TOTAL

MÁRCIA GOUTHIER/AGÊNCIA SEBRAE

Empréstimos para a cidadania

Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

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CARTAS PARA A REDAÇÃOCorrespondências por e-mail devem ser enviadas [email protected]. Solicitamos aos leitores que utilizam cor-reio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publi-cação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescenta-dos o nome da cidade e o do estado de onde está escrevendo.

de Empreendedorpara Empreendedor

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Editorialomar um pequeno empréstimoe transformá-lo num insumo do

empreendedorismo pode ser compa-rado ao alimento invisível a olhonu que abastece os pequenos peixes,que por sua vez servem às criaturasmaiores das águas. O microcrédito,esse plâncton de notável eficácia,torna-se amplamente visível quan-do prova ser a salva-ção de um grande nú-mero de pessoas, queprecisam de um peque-no impulso para fazerdo negócio próprio umsucesso.

Quando visto iso-ladamente, ele parecedesprezível pelo tama-nho e aparência, masseu alcance toca fun-do numa necessidadebásica que é a distribuição de ren-da, um conceito tornado controver-so por estar envolvido com algunslugares-comuns da política, da eco-nomia e da religião. Mas se nessasáreas colocar dinheiro na mão dequem mais precisa é uma decisãoaberta a especulações, no universoeconômico é uma realidade palpá-vel, pois já faz parte de um acervovitorioso de realizações.

Visto no seu conjunto, ele ocupaposição de destaque num país ondesobra vocação empreendedora e há

T escassez, talvez não de recursos, masde confiança. Já está provado queas pequenas quantias, em sua mai-oria, são honradas pelas pessoasque delas se servem.

Essa certeza criou um precedentepara que o microcrédito alcançasseum patamar importante nas preocu-pações das instituições de fomento e

do governo. Entre as pri-meiras, graças à fidelida-de do empreendedor quepaga corretamente porquesabe usar o dinheiro. Epara o segundo, pelo quesignifica para o equilíbriosocial, pois normalmenteuma iniciativa própriaopta pela informalidadepara poder ficar em pé esó depois de conseguir oempréstimo alcança um

outro nível de exigência em relaçãoao próprio trabalho.

Ainda acorrentado a algumas es-truturas obsoletas, como o excessode exigências burocráticas, o micro-crédito tem sobrevivido como alter-nativa importante no fomento àsempresas que começam do nada etomam forma graças à oportunida-de que ele cria. Hoje é uma opçãovaliosa para todos os que possuemapenas uma idéia, que lhes escapa-ria das mãos junto com a obra quea partir dela pudesse ser edificada.

CEDOCO Centro de Documentação (CEDOC) da Editora Empreendedor disponibilizaaos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Paramais informações, favor entrar contato pelo telefone (48) 224-4441 ou por e-mail([email protected]).

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

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Cartas

Sr. Editor:Sou leitora da revista e acesso o

site Empreendedor. Pretendo abrir umnegócio meu, e aliás já estou me pre-parando desde o ano passado fazen-do cursos, palestras, lendo muito,indo a feiras, enfim, fazendo um gran-de apanhado para não ter surpresasdesagradáveis futuramente. O queocorre é que, mesmo tendo feito tudoisso, ainda pairam muitas dúvidas ehá muita dificuldade ainda da parte deassessoria. Muitos cursos nos mos-tram, nos dizem o que fazer, mas, porexemplo, como eu faço uma pesqui-sa de mercado? Acredito que essaparte seja de quem estuda marketing,não? Como eu vou sair por aí fazen-do um monte de perguntas para pes-soas que eu nem sei se serão meusclientes um dia? Aliás, na verdadeacabei “metendo” as caras e fazendo

uma pesquisa junto a várias pousa-das via e-mail, achando que iria des-cobrir a América... Que ingenuidadefoi a minha... Não obtive resposta denenhumazinha sequer. Estou tendodificuldades nesta parte das minhasdúvidas, e gostaria que tivesse umapessoa que me ajudasse, me disses-se, isso é assim, isso é assado... Pormais que eu leia, não sei como fa-zer... Gostaria de saber, como esco-lher o ponto, como fazer a pesquisade mercado para saber qual será omeu público, como saber o que pa-garei de impostos. Enfim, para mim,não adianta fazer cursos e eles mepassarem coisas que são competên-cias curriculares de cursos universi-tários porque não vai “rolar” nada...Gostaria que vocês me ajudassem e,se possível, se algum consultor pu-der me atender (se tiver), marcare-

mos um dia para conversarmos so-bre o assunto. E se não puderem meajudar pelo menos me indiquem aquem posso recorrer! A propósito,meu negócio é pousada no Nordeste.Pretendo começar aos poucos, comuns 5 a 8 UHs. Desde já muito obri-gada! No aguardo,

Kátia MeschiattiRecife – PE

Nota da redação (resposta de JoséLamônica, diretor de Marketing e Co-mercialização da Editora Empreende-dor): Cara Kátia, na sua região, indi-camos a HM Consultoria. Contatocom o senhor Hamilton Marcondes:[email protected],ou fone (81) 3327-9430. Rua Ribei-ro do Brito, 1111, sala 507, Boa Vi-agem, Recife (PE), CEP 51021-310.Sucesso.

O que fazer?

Entrevista Paulo Okamotto

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Empreenderdesde o berço

por Fábio Mayer

O novo diretor-presidente do SebraeNacional veio daslutas sindicais e dacriação do PT e hojeestá empenhadonuma revolução revolução revolução revolução revolução doatendimento aosempresáriosbrasileiros

Paulo Okamotto, na década de70, estava ao lado de Lula nasprincipais greves de metalúrgi-cos ocorridas no país e tambémparticipou da criação do Partidodos Trabalhadores (PT). A con-fiança do presidente da Repúbli-ca em sua competência se refle-te na indicação dele para o cargode diretor-presidente do SebraeNacional.

Ele chegou ao cargo de dire-tor do Sindicato dos Metalúrgi-cos de São Bernardo do Campo,

MÁRCIA GOUTHIER/AGÊNCIA SEBRAE

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

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e também foi um dos fundadores doInstituto da Cidadania e o responsá-vel, durante 11 anos, pela gestão ad-ministrativa dessa entidade sem finslucrativos que tem o objetivo de va-lorizar, desenvolver e difundir o con-ceito de cidadania no Brasil por meiode ações voluntárias.

No Sebrae, atuou como diretor deAdministração e Finanças da institui-ção e tem consciência dos desafios emetas da entidade, estimulando o de-senvolvimento dos pequenos negóci-os no país. Para o biênio 2005–2006,ele tem como meta consolidar as po-líticas desenvolvidas na gestão ante-rior, como o trabalho dos ArranjosProdutivos Locais (APLs).

Nesta entrevista exclusiva, ele falasobre o crescimento do número deempreendedores que iniciam um ne-gócio ao descobrirem uma nova opor-tunidade e sobre os principais proje-tos de fomento ao desenvolvimentoregional sustentável que serão implan-tados. Destaca como fundamental aaprovação da Lei Geral das Micro ePequenas Empresas para criar umambiente favorável ao empreendedo-rismo brasileiro.

Empreendedor – Quais serão asprioridades da nova diretoria doSebrae para estimular o empreen-dedorismo no Brasil?

Paulo Okamotto – É necessário,em primeiro lugar, situar o termo“empreender”. Para nós, do Sebrae,significa ter iniciativa, ser proativo,ousar, criar, revolucionar, fazer aoportunidade, inventar. Difundir apostura empreendedora é tão impor-tante para o Sebrae que está incluídonas suas diretrizes estratégicas. Serempreendedor não é fundamental ape-nas para o sucesso de qualquer em-preitada como também para a vida.O Sebrae dispõe de uns 50 produtosespecíficos e programas de incenti-vo ao empreendedorismo e de ges-

dedores brasileiros tem sido umdos maiores desafios do Sebrae.Como o senhor analisa o retornodos esforços de orientação e apoioda instituição desde sua criaçãoaté o momento?

Okamotto – O Sebrae vai revo-lucionar a área de orientação empre-sarial e atendimento aos empresários.É verdade que muitas empresas mor-rem por causa de burocracia, altacarga tributária, ausência de capitalde giro e pouca informação sobre omercado. Mas é importante que oempresário, ao montar sua empresa,tenha de antemão todos os conheci-mentos disponíveis. E cabe ao Se-brae ajudá-lo a ter planejamento. Comisso, ele vai se preparar muito maispara abrir seu negócio. As unidadesdo Sebrae nos estados têm bons pro-gramas de atendimento e orientaçãoempresarial, mas precisamos nosadequar mais, criar outros mecanis-mos, agregar mais tecnologias, tal-vez um call center nacional, melho-rar mais nossos portais nos estadose nosso portal nacional. Enfim, é pre-ciso ter um programa de atendimen-to e orientação mais robusto, é pre-ciso aproximar bem mais o Sebrae esua clientela. Afinal de contas, nossapesquisa da mortalidade das empre-sas mostrou que, das 50% que fe-charam até dois anos de funciona-mento, só 3% procuraram o Sebrae.Se muito mais tivessem nos procu-rado, certamente a taxa da mortali-dade seria bem menor. A mesma pes-quisa apontou como maior causa dofechamento justamente o desprepa-ro do empresário.

Empreendedor – A taxa de mor-talidade das empresas no Brasilainda assusta, mas também cres-ceu o número de empreendedo-res que iniciam um negócio aodescobrirem uma nova oportuni-dade. Há, de fato, uma mudança

tão empresarial. Mas consideramosfundamental estimular o empreende-dorismo no berço, isto é, na escola.A universidade, especialmente, erraao formar com foco no trabalho for-mal, de carteira assinada. Este tipode ocupação é, em primeiro lugar, in-suficiente para atender à grande de-manda num país de jovens como oBrasil. Depois, em segundo lugar, estácedendo espaço, cada vez mais, aonegócio próprio como meio de vidae de crescimento profissional. É pre-ciso, portanto, introduzir a pedago-gia do empreendedorismo. Fizemosisso, em acordo com o Ministério daEducação, na rede dos CEFETs, asantigas escolas técnicas, capacitan-do 6 mil professores. Mas é muitopouco. Estamos negociando com oMinistério ampliar esta cooperação,atingindo o universo dos professoresdos CEFETs, ou seja, mais 126 mildeles, e chegando ao contingente am-bicioso de 1,7 milhão de professoresdo ensino básico.

Empreendedor – Uma maior ca-pacitação gerencial dos empreen-

“Difundir a

postura

empreendedora é

tão importante

para o Sebrae

que está

incluído nas

suas diretrizes

estratégicas”

Entrevista Paulo Okamotto

Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

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“O que realmente

conta não é o

número de novos

empreendedores,

mas a qualidade

com que as novas

empresas chegam

ao mercado”

no perfil do empreendedor ou issoé sinal de uma maior segmenta-ção do mercado?

Okamotto – De fato, em 2003aumentou o número de empreende-dores por oportunidade e houve que-da no número de empreendimentospor necessidade, segundo pesquisa doInstituto de Empreendedorismo Glo-bal. Isso pode ser verdade, mas nãopodemos nos enganar. A mesma pes-quisa indicou que na abertura de em-presas no Brasil predominam a faltade planejamento e o amadorismo. Oestudo mostra que as pessoas ouvemmais os amigos e parentes do queconsultores e gente especializada. Émuito grande o número de novas em-presas que surgem no Brasil. São cer-ca de 470 mil firmas instaladas porano. O que realmente conta não é onúmero de novos empreendedores,mas a qualidade com que as novasempresas chegam ao mercado. Comojá mencionei, a mortalidade das em-presas ocorre devido a fatores comofalta de planejamento inicial do novonegócio, desconhecimento do mer-cado e do volume do capital de gironecessário ao empreendimento. Hátambém má escolha do local de fun-cionamento e falta de conhecimen-tos gerenciais, entre outras causas.Como vemos, as razões importantesda mortalidade estão ligadas à mágestão administrativa. Dessa forma,cabe ao Sistema Sebrae, repito, mas-sificar a oferta de capacitação geren-cial, de orientação.

Empreendedor – Na sua avalia-ção, até que ponto os ArranjosProdutivos Locais podem ser umasaída para enfrentar a concorrên-cia internacional e aumentar asexportações?

Okamotto – Os APLs são um efi-ciente mecanismo de desenvolvimen-to. É a saída para o Brasil, para asmicro e pequenas empresas. Atuarcoletivamente, com cooperação,

como fazem os APLs, melhora acompetitividade da pequena empresae é o canal perfeito para entrar na ex-portação. Estima-se que existam uns500 APLs ou potenciais APLs no nos-so Brasil e o Sebrae está presente emmetade deles. Atuar em APL é tão im-portante para o Sebrae que está nasnossas diretrizes estratégicas. Já te-mos bons exemplos de arranjos pro-dutivos apoiados pelo Sebrae que es-tão exportando. Os pólos de móveisem Ubá, Minas, e de mel em Picos,no Piauí, são dois deles. Nada me-nos do que 60% das nossas aplica-ções estão direcionadas para açõescoletivas, nas quais os APLs, natu-ralmente, são preponderantes.

Empreendedor – Como os muni-cípios podem incentivar a criaçãode Arranjos Produtivos Locais?

Okamotto – A maioria dos APLsou potenciais APLs surgiu e cres-ceu no nosso país em meio a criseseconômicas e sem nenhum apoio doEstado. São estruturas empresariaisfortes, resistentes. Em alguns casos,surgiram da disponibilidade local dematérias-primas, outras vezes devantagem locacional de um grandecentro consumidor, outras da imi-gração, como o do Vale dos Vinhe-dos, no Rio Grande do Sul. As pre-feituras podem ajudar muito osAPLs. Cada vez mais elas estão seconscientizando de que podem atuarcomo agências de desenvolvimento,ajudando a atrair negócios, reduzin-do a burocracia, chamando e treinan-do mão-de-obra qualificada. Na cha-mada governança local, as prefeitu-ras têm papel fundamental. Um bomexemplo disso é o pólo de cosméti-cos de Diadema, em São Paulo, in-centivado pela prefeitura e Sesi locale que já se tornou uma Oscip.

Empreendedor – Quais os princi-pais projetos de fomento ao de-senvolvimento regional sustentá-

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Entrevista Paulo Okamotto

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Linha Direta

Paulo Okamottowww.sebrae.com.br

“Com o Cadastro

Único, as micro

e pequenas

empresas passam

a ter uma só

inscrição,

válida nas três

esferas de

governo”

MÁRCIA GOUTHIER/AGÊNCIA SEBRAE

vel que serão implantados? Quaisserão mantidos?

Okamotto – O leque de projetosé grande. Para não me alongar, voucitar somente dois para este ano. Umé o projeto Urbe, que vai fazer diag-nósticos sócio-econômicos de bair-ros urbanos, identificar vocações eco-nômicas, treinar agentes de desenvol-vimento local e apoiar pequenos em-preendimentos. Estamos com umaexperiência piloto em 12 regiões me-tropolitanas no Rio de Janeiro, PortoAlegre, Belo Horizonte, Recife, Na-tal e Campo Grande. Outra grande ini-ciativa em 2005 é a ampliação do pro-jeto Mandala, para a qual firmamosrecentemente parceria com o Minis-tério da Integração. O projeto Man-dala ajuda a instalar sistemas de irri-gação simples e de baixo custo naagricultura familiar do semi-áridonordestino.

Empreendedor – Se aprovada semgrandes alterações, a Lei Geraldas Micro e Pequenas Empresasvai mudar o que no ambiente em-presarial brasileiro?

Okamotto – Como mencioneirecentemente, vai mudar da águapara o vinho. Teremos, finalmente,um ambiente favorável ao floresci-mento e fortalecimento das micro epequenas empresas e uma drásticaredução na vergonhosa informalida-de que impera no país. Vai ser cria-do um círculo virtuoso, em que sefomentam os negócios de pequenoporte e daí cresce a economia e daíse geram mais emprego e renda.Tudo de forma sustentável e con-sistente. Anote aí: teremos um ou-tro Brasil.

Empreendedor – A burocracia e acarga tributária elevada são osprincipais entraves apontadospelos empreendedores. Comomudar esse cenário?

Okamotto – A proposta do ante-

projeto da Lei Geral organizada peloSebrae contempla todos os grandescampos de interesse da MPE, dos tri-butos à desburocratização, passandopelo maior acesso ao crédito, à atua-lização tecnológica e às compras go-vernamentais. Sua espinha dorsalestá no cadastro unificado e no cha-mado Simples Geral.

Empreendedor – Como vão funci-onar esses dois mecanismos?

Okamotto – Em resumo, com oCadastro Único, as micro e peque-nas empresas passam a ter uma sóinscrição, válida nas três esferas degoverno. Na maioria dos casos deconstituição de micro e pequena em-presa, as vistorias serão substituídaspor termo de responsabilidade, quepermite a abertura imediata da em-presa, agilizando-se bastante este pro-cesso. Isso quer dizer, na prática, queo ônus da comprovação do cumpri-mento das licenças, invertendo aequação, o que é muito justo, caberáaos organismos emissores, a poste-riori do início do funcionamento daempresa. Já o Simples Geral reunirá,num único documento, todos os im-postos federais, estaduais e munici-pais. Será, na prática, um impostoúnico, cobrado mensalmente sobre ofaturamento. Diferentemente do atu-al Simples, irá abarcar todos os se-tores em que atuam as MPEs, combases de cálculo variando conformea atividade. A grade de alíquotas vaido informal que quer se legalizar, pa-gando 3% sobre o faturamento, até atransição suave para o lucro presumi-do. Quem já está no atual Simplespoderá, se quiser, migrar automatica-mente para o Simples Geral. Acredi-tamos que com a Lei Geral haverágrande redução na informalidade.

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Toque pessoalEm menos de um ano no ar, a Mari

Moon Store – loja virtual da estilista efigurinista Mari Moon – já registra maisde 75 mil acessos mensais e prometebater recorde de público em 2005. Co-nhecida pelo estilo inspirado em perso-nagens de animação, Mari Moon esco-lhe pessoalmente tecidos, modelagense estampas das peças que compõemsua grife, dando um toque pessoal emsuas composições. Além do reconhe-cimento do público que compra pelainternet, ela também comemora a clas-

Mari Moon

sificação como finalista – na categoriaMelhor Figurino para teatro – do Prê-mio Coca-Cola, que elege os me-lhores profissionais que tra-balham com produções in-fanto-juvenis no Brasil.Para expandir sua empresa,Mari Moon procura um só-cio para ajudar na gestão deseu negócio e assim dedi-car-se exclusivamente ao pro-cesso de criação.www.marimoon.net/loja

Reforços na PrimeConsiderada uma das agências de

publicidade e propaganda que mais cres-cem do Sul do país, a Prime Brasil ga-nha reforços em seu comando paravalorizar sua atuação no mercado ca-tarinense. Os publicitários LucianoMartins e Antônio Verde, com largaexperiência no mercado, são os novossócios de Ricardo Bornhausen e vãoatuar na administração da empresa eprospecção de novas contas. Entre osprincipais clientes atendidos pela Pri-me Brasil estão o Banco do Estado deSanta Catarina (BESC), Malwee Ma-lhas, Caixa Consórcios e Caixa Capita-lização. www.primebrasil.com.br

Luciano Martins eAntônio Verde

Porta aberta para o SulO publicitários Celso Loducca e Daniel Araújo mantiveram a parceria

firmada em 2002 e seguem firme no projeto que originou a agência D/Araújo.Loducca, braço catarinense do Grupo Loducca. A novidade é quea agência, que antes atendia apenas os clientes de Santa Catarina, seráexclusiva do grupo em toda a região Sul. Novos funcionários foram con-tratados para essa nova etapa, e antigos funcionários foram promovidos.Além da dinamização da equipe, a união dos publicitários dá continuidadeao processo de expansão da marca Loducca no país e também serve desuporte aos anunciantes de São Paulo que buscam a entrada nos merca-dos do Sul do Brasil. www.daraujoloducca.com.br

Daniel araújo e Celso Loducca

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Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

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Por Carol Herling [email protected]

Conhecido no mercado nacionalpor introduzir o plástico de engenha-ria na fabricação de torneiras, DanielAlberto Cardozo é presença confirma-da na 13ª edição da Feicon – Feira In-ternacional da Indústria da Constru-ção, que acontece em março no Par-que Anhembi, em São Paulo. Estrean-te em eventos de grande porte, Daniel

Daniel Cardozo

Noite como investimentoApaixonados pela vida noturna paulistana, os empre-

sários Chock e Sammy Glitz resolveram investir no seg-mento e abriram a Dust!Club. Localizada em um bairronobre da cidade, a casa tem capacidade para 500 pesso-as e apresenta, entre outros atrativos, decoração mo-derna e minimalista nas cores preta e branca, três bares(um deles voltado para apreciadores de champanhe) eiluminação especial. Com uma equipe de 12 DJ’s, aDust!Club trabalha com uma programação fixa de fes-tas, como a Hey!Girls, a Free Shop e a Glitter.

Os planos da dupla, no futuro, é poder investir emoutros empreendimentos ligados ao segmento de diver-são. www.dustclub.com.br

Sammy Glitz e Chock

Duplo sucessoMário Petrelli, empresário do

ramos imobiliário e de telecomu-nicações, comemora a expansão deseus negócios em diversos pontosde Santa Catarina. No setor de imó-veis, Petrelli anuncia a valorizaçãodo empreendimento Palmas do Ar-voredo, do qual é sócio, em 425%nos último anos, dando força aocrescimento da Grande Florianó-polis. Já no norte do Estado, o em-presário inaugurou uma emissorade TV na cidade de Blumenau, fa-zendo com que a Rede SC – da qualé presidente – chegue a 92% dosmunicípios catarinenses. A meta deMário Petrelli é abrir sua quinta

Mário Petrelli

Efeito dominóGerar oportunidades de capacitação

para jovens carentes de São Paulo eraum sonho antigo do empresário PauloToledo, que firmou parceria com a ONGSampa.orgpara ofere-cer aulas dewebdesign.O curso, to-talmente gra-tuito, duraseis meses eé realizadonas instala-ções da Bri-sa – empre-sa da qualPaulo é proprietário. Os professores sãotécnicos e executivos voluntários da Brisae outras organizações parceiras. De 2002pra cá, o curso já formou 30 adolescen-tes e é baseado nos conceitos do desen-volvimento de sistemas de computação.Para Paulo Toledo, o objetivo principaldo projeto é o efeito multiplicador, emque os alunos se comprometem a levaro que aprendem a outras pessoas da pró-pria comunidade onde vivem.www.brisa.org.br

Paulo Toledo

emissora ainda este ano, na cidadede Criciúma, para atingir 100% decobertura, e se consolidar comouma das principais afiliadas do SBTno país.www.palmasdoarvoredo.com.br /www.redesc.com

FÁBI

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irá mostrar toda a linha da Víqua e pro-mover demonstrações com os produ-tos – que, segundo seus estudos, sãomais resistentes à abrasão, ao impactoe à temperatura que as torneiras con-vencionais. A expectativa de Daniel érealizar novos negócios e prospectarnovos mercados para a exportação desua marca. www.viqua.com.br

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Estréia em São Paulo

Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

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Carlos Eduardo Goulart e Fernando Goulart

Cachaça com música

Paulo Silva

Raridades na vitrola

Parada obrigatória para quem apre-cia a mais brasileira das bebidas, a Ca-chaçaria da Ilha, de Florianópolis, rea-

A paixão pela música fez com que o jornalista Paulo Silva abandonasse a profis-são, em 1990, para investir na Ritz CD’s Raros. A loja, que trabalha apenas comtítulos que já saíram do catálogo das gravadoras e que geralmente não são encontra-dos nas lojas tradicionais, também realiza trabalhos de pesquisa para os clientes quebuscam o resgate da coleção de vinil em CD’s. Paulo também realiza vendas on-linee mantém contato estrito com as gravadoras para conseguir “velhas novidades” emmais de 35 estilos musicais diferentes. Com clientela em todo o país, o empresáriopresta atendimento personalizado – pessoalmente ou através de seu site.www.ritzcds.com.br

José Nazareno Gil

Agenda cheiaCriador da técnica de posicionamen-

to do maxilar superior em cirurgia or-tognática, que dinamizou os processosde correção facial em pessoas que têmproblemas de deslocamento do maxilar,o Dr. José Nazareno Gil tem cumpridoextensa agenda de palestras e simpósiosorganizados pelas principais universida-des e associações odontológicas de todoo país. Sua experiência no assunto pos-sibilitou a participação, como organiza-dor, do Congresso Brasileiro de CirurgiaBucomaxilofacial, programado para2007. Um dos nomes cotados para o

Frida Turkie

Arte em chocolateSe depender da empresária Frida

Turkie – a Fifi – a Páscoa este anoterá um toque belga. A empresária,que é uma das confeiteiras mais soli-citadas do país, já garantiu o estoquede chocolate Callebaut, importado daBélgica, para atender às encomendasde todo o Brasil. Além de trabalharcom uma matéria-prima diferencia-da, Fifi prepara linhas específicas paraa Páscoa Cristã e para o Pessah Ju-daico – como ovos maciços, biscoi-tos decorados e bombons de choco-late com símbolos da cultura israeli-ta. As compras podem ser feitas di-retamente no site da Fifi Doces ouno showroom da empresa em São Pau-lo. www.fifidoces.com.br

bre suas portas após uma reestrutura-ção. Uma das estratégias dos empresá-rios Carlos Eduardo e Fernando Gou-lart, irmãos e sócios do empreendimen-to, foi levar o bar para a região centralda cidade, transformando-o em opçãopara quem prioriza a localização nos mo-mentos de lazer, além de ter mais espa-ço para a realização de festas e eventos.Conhecida pela diversidade de cacha-ças (são mais de 70 ao todo, desde astradicionais até as exóticas com frutase sabores) e pelo cardápio variado, aCachaçaria é considerada uma referên-cia para quem gosta dos ritmos nacio-nais como samba, MPB e pagode.www.cachacariadailha.com.br

evento é Eduard Ellis, considerado o“papa” da especialidade, que foi convi-dado pelo próprio Gil para fazer uma par-ticipação como palestrante. (48) 223-4185

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Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

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Não Durma no Ponto

Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

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Armadilhas da zona de confortoLá está ela, implacável. Como uma

sina, atinge todos, em maior ou menorintensidade. Quanto mais distraídos,com maior intensidade e piores seus efei-tos. Se as coisas vão mal, somos com-pelidos pela apatia. Se as coisas vãobem, somos traídos pelo deslumbramen-to. Basta um resvalo, e lá estamos nósestatelados na perigosa, traiçoeira e im-perceptível (por isso ainda mais dano-sa) zona de conforto.

Identificamos a zona de confortocomo a vida na mesmice. A vida paralevar e não para valer. O trabalho re-petido a cada dia sempre do mesmojeito e as coisas feitas sem muitopensar. Automaticamente, de tãoiguais. Há quem até ache uma ma-ravilha essas imutáveis rotinas, quedão a falsa sensação de segurança,por acontecerem sem nenhuma sur-presa. Parece que tudo está sob ab-soluto controle. O máximo da efici-ência está numa lista de itens de afa-zeres ticados ao final da jornada, pararepeti-los sempre do mesmo jeito nodia seguinte.

A zona de conforto está no sentidocontrário do sucesso. Representa aco-modação, estabilidade, passividade,complacência. E, nos negócios, com-placência é morte! Assim tem sido a his-tória de nações, empresas e profissio-nais decadentes. Caíram na cilada dazona de conforto, lá se instalaram e delá não conseguiram mais sair.

Em contraponto à zona de conforto,existe a zona de expansão. Enquanto naprimeira tudo é rotina e repetição, nessaprevalece o aprendizado contínuo e ainovação. A miopia dá lugar à luz e aregularidade cede espaço às idéias.

Olhada a questão dessa perspectiva,tão consciente, parece apenas uma ques-tão de escolha e seria de se estranhar

alguém preferir a zona de conforto àzona de expansão. Mas, espantosamen-te, existem mais empresas e profissio-nais na zona de conforto do que seriarazoável. Sem ter, porém, a menor cons-ciência disso. Pior: na certeza de queestá tudo correto e, se possível, com atendência de criar outras e outras roti-nas. Se identificarmos as razões pelasquais isso acontece, poderemos colo-car em marcha e em bom ritmo nossasempresas e carreiras.

Os bloqueios● Para algumas culturas organizaci-

onais, trabalho é coisa séria. A sisudezprevalece nas salas e corredores e asbrincadeiras são tolhidas. Qualquer ati-tude mais alegre ou leve parece, nessetriste contexto, ridícula ou tola. O am-biente exerce uma censura sobre oscomportamentos e dificilmente acolhede bom grado as novas idéias. O queconta é cumprir a rotina, executar astarefas, fazer a hora. Perde-se a graça ejunto, ao mesmo tempo (é uma conse-qüência inexorável), a criatividade.

● A rigidez é um outro tipo de blo-queio. Está ligada às certezas absolutas einquestionáveis. Novos pressupostos são

desconsiderados. Algumas “verdades”são consideradas intocáveis e não existedisposição para colocá-las em xeque. Aocontrário, existe uma persistência quaseirracional na afirmação e no esforço demanter procedimentos não funcionais.Culturas organizacionais dessa naturezanão são abertas à oposição e são convi-dativas à zona de conforto.

● Algumas empresas exageram nareverência ao passado. Ícones da suahistória funcionam como fantasmas in-

terventores de decisões e ações.Está lá, na parede da sala de reuni-ões, a foto do fundador com o seuolhar crítico recomendando que ascoisas sejam feitas na forma tradi-cional, como se o tempo tivesseparado onde ele também permane-ceu. O resultado disso é um ambi-ente de conformação, característi-co da zona de conforto, onde pre-valece a força do hábito.

● Existem empresas que vivema síndrome da pressa. Seus funcio-nários estão sempre atabalhoados eo corre-corre faz parte da cultura

de trabalho. As reuniões são interrom-pidas com freqüência pelos telefonemasurgentes. Dificilmente conseguem tra-tar de temas importantes, mergulhadosna solução de problemas consideradosemergentes. O que tem de mais irôniconessa cultura da pressa é que existemuito movimento, mas pouca ação; mui-to esforço, mas pouco desempenho. To-dos desperdiçam uma enorme quantida-de de energia no vaivém... exata e para-doxalmente para deixar as coisas comoestão, e esse é um jeito maroto de semanter na zona de conforto.

● Fixar-se na zona de conforto podetransparecer um tipo de relaxamento, masem geral não é o que ocorre. Na verda-de, o fluxo natural dos acontecimentos

“O que tem de maisirônico nessa cultura

da pressa é queexiste muito

movimento, mas poucaação; muito esforço,mas pouco desempenho”

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

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tende a nos compelir para fora da zonade conforto e fixar-se aí exige um boca-do de esforço. É quando tentamos ardu-amente conseguir algum tipo de resulta-do ou forçar a solução de algum tipo deproblema. É lutar contra a natureza.

Os medosNuma certa medida, o medo impul-

siona e nos coloca em movimento. Sefor desmesurado, no entanto, paralisa.Está aí o maior bloqueio à migração deuma zona à outra. Mas existem algu-mas categorias de medos a exigir iden-tificação para que possam ser combati-dos. Nada pior do que a inconsciênciapara perpetuar atitudes negativas. En-tão, atente para esses inimigos sorratei-ros.

● O medo do fracasso é uma dasgrandes razões de fixar moradia na zonade conforto. É satisfazer-se com me-nos, para evitar a possível dor da perdaou a vergonha de fracassar. A seguran-ça e a falsa impressão de estar em umambiente de trâmite fácil prevalecemsobre a aventura e o risco. Essa fuga àfrustração faz com que se desista cedodemais diante dos bloqueios e obstácu-los. Sabe-se que é na superação destesque se encontram os mapas do tesouropara vitórias até mesmo insuspeitadas.

● A zona da expansão é o reino dodesconhecido. Nada mais assustadorpara aqueles que necessitam conhecero futuro, antes de agir. Como o futuro ésempre duvidoso, então resta a opçãode se refugiar em um porto seguro, ondeo que prevalece é a mesmice. No fun-do, o que está por trás do tão propaladomedo do desconhecido é a necessidadede controle e de estar no domínio dasituação. Nada mais adequado para so-breviver na zona de conforto.

● É fácil reconhecer o medo do fra-

Educador da CempreConhecimento & Educação Empresarial

por Roberto Adami Tranjan

Roberto Adami Tranjan(11) [email protected]

Linha Direta

casso, mas, por incrível que pareça,existe também o medo do sucesso, essemais sutil e, portanto, mais perigoso. Issoporque ninguém é contra o sucesso, apriori, mas não são todos que estão dis-postos a arcar com os seus custos. Osucesso cobra sacrifícios, pressupõepreparo e exige responsabilidades dian-te das novas conquistas. E é, sobretu-do, um fruto da entrada em terrenos des-conhecidos, sobre os quais não temosnenhum controle.

Onde fica a saída?Pense bem! Você gostaria mesmo de

colocar a sua empresa ou a sua carreirana zona de expansão? Você está dispos-to a trocar a tranqüilidade pelo desafio ecorrer o risco de trocar seis por meiadúzia? Aí está o xis da questão. Vistadessa maneira, a proposta parece poucoestimulante. Se não existir algo maior doque os bloqueios e os medos que acaba-mos de enumerar, fatalmente deitaremosno berço esplêndido da zona de confor-to. Antes de tudo, portanto, há que deci-dir o sentido a tomar: permanecer comas âncoras abaixo da superfície ou re-colhê-las para que o barco navegue emdireção a novas conquistas.

É preciso, antes de tudo, um propó-sito, uma visão de futuro, um ímã, algoque atraia e que torne compensador fa-zer a migração da zona de conforto àzona de expansão. Mas atenção: maisque vislumbrar um melhor futuro, háque visualizar um futuro com significa-do. Somos e seremos sempre pessoasem busca de sentido para a nossa vida eo nosso trabalho. É isso que nos dá aforça motivacional para ir além da zonade conforto e prosseguir mesmo diantedos medos que, na ausência de uma vi-são de futuro, tornam-se o centro danossa atenção.

Visão de futuro é criar uma imagemde sucesso, que ilustre os benefícios eas recompensas dos nossos esforços.Somente uma visão com significado écapaz de romper os bloqueios e venceros medos que impedem a conquista deuma vida mais vibrante.

Mas atenção, ninguém duvide: os blo-queios e os medos lá estarão para sabo-tar o progresso. Das duas, uma: a co-vardia ou a coragem. No primeiro caso,a tendência será fugir. Resista. Não seentregue. Encare-os de frente. Identifi-que-os! Identificá-los é o primeiro pas-so para governá-los, em vez de sermosgovernados por eles. Sua origem estános modelos mentais que se transfor-maram em práticas e comportamentos.Foram, portanto, aprendidos. Podem sertambém desaprendidos.

Alerta finalÍmpetos de coragem não são, neces-

sariamente, o fim da maldição da zonade conforto. Podem ser uma descargamomentânea de adrenalina que traz aque-la vontade súbita de mudar tudo da noi-te para o dia. Nada mais que um repen-te. Isso quase sempre é mais desastro-so do que construtivo. Importante éromper com os hábitos negativos queconstroem a cultura do conforto e subs-tituí-los a cada dia por novos compor-tamentos, voltados ao aprendizado e àcriatividade.

Nada melhor do que um novo co-nhecimento ou uma nova idéia para se-mear a coragem duradoura e sair de vezda cilada da zona de conforto.

Microcrédito POLÍTICAS PÚBLICAS

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O país domicrocrédito

Microcrédito POLÍTICAS PÚBLICAS

O país domicrocrédito

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

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Como já diz o próprio significadoda palavra, originária do latim (credi-tu), a base das operações do micro-crédito é a confiança. A garantia éacreditar no potencial dos micro e pe-quenos empreendimentos, formais ouinformais, e principalmente valorizare respeitar as iniciativas dos pobres epessoas de baixa renda, elevando a suaauto-estima e responsabilidade. A metaé prover capital fixo ou de giro paranegócios com viabilidade econômica,mas que não têm acesso ao créditooferecido pelas instituições do siste-ma financeiro tradicional.

Facilitar o acesso ao crédito é darcondições para gerar receitas e am-pliar atividades, transformando inves-timentos em emprego e renda. Tantoé verdade que a Organização das Na-ções Unidas (ONU) adotou o instru-mento para minimizar as desigualda-des sociais, que prejudicam a popu-lação mais carente da sociedade. Aentidade estabeleceu o ano de 2005como o Ano Internacional do Micro-crédito, com o objetivo de conscien-tizar sobre a importância da ferramen-ta e promover parcerias com gover-nos, organizações não-governamen-tais e setor privado para a implanta-ção e fomento da atividade.

O presidente Lula é um dos 11 re-presentantes mundiais escolhidospela ONU para desenvolver e difun-dir a prática. Definir e criar políticaspúblicas para atingir esse objetivo jávem sendo tratado como prioridadepelo governo desde a campanha elei-toral. “Estou certo, otimista, acredi-tando que 2005 será o ano em quenós vamos consolidar definitivamen-

te o Brasil como o grande país domicrocrédito, como o grande país dacooperativa, e um grande país em queo povo possa ter acesso a financia-mentos. Eu estou acreditando que esteano será o ano em que as coisas irãofuncionar melhor”, disse Lula em en-trevista veiculada pela Agência Brasil.

A estratégia do governo é ofere-cer as condições necessárias para ofortalecimento dos micro e pequenosempreendimentos. Dados do Minis-tério do Desenvolvimento, Indústriae Comércio Exterior (MDIC) mos-tram que eles são responsáveis pelacriação de 52,8% dos empregos nopaís. Com as ações e programas vol-tados para a melhora do acesso aocrédito, a expectativa é ampliar aindamais esse número, mas não favore-cendo apenas as empresas formais.

Uma pesquisa realizada pelo IBGEem 2003 revela o quadro da econo-mia informal. No Brasil, 15,7 milhõesde pessoas atuam na informalidade,o que corresponde a pouco mais de40% da população ocupada. De acor-do com o Conselho Mundial de Em-presas para o Desenvolvimento Sus-tentável, 93% desses empreendimen-tos são lucrativos, representando 8%do PIB nacional. Facilitar o financia-mento ajuda a ampliar a produção e éuma maneira de movimentar o cicloeconômico, tornando-se também umaalternativa para formalizar o negócio.

Com base nisso, o governo criouo Programa Nacional de Microcré-dito Produtivo Orientado (PMPO)por meio da Medida Provisória n.º226 de novembro de 2004. O pro-grama tem a meta de fornecer finan-

Microcrédito é uma pequena quantiade recursos financeiros concedidos aopúblico de baixa renda, em geral pesso-as que não têm acesso ao crédito atra-vés do sistema bancário convencional,especialmente os microempreendedo-res do segmento informal da economia.Muitas vezes, essas pessoas não conse-guem financiamento por não atenderemàs exigências burocráticas ou pela faltade garantias reais, bens, por exemplo,para as operações de empréstimo. “Omicrocrédito permite a sustentabilida-de, permanência, continuidade, seguran-ça e viabilidade das operações, levandoà inclusão e ao desenvolvimento social”,diz Valter Alves Nascimento, professorda Universidade Estadual de Santa Cruz,na Bahia. O valor máximo varia de acor-do com o tipo de financiamento, mas ogoverno estipulou um teto de até R$ 10mil para não fugir às características domicrocrédito.

Pode ser conceituado de duas formas,dependendo da maneira que o crédito éutilizado. Quando usado para o consu-mo, por exemplo, é definido apenascomo “microcrédito”. Utilizado para odesenvolvimento da unidade produtivae destinado a micros e pequenos em-preendedores, sejam eles formais ou in-formais, é acrescentada a terminação“produtivo orientado”. É dito orienta-do porque os tomadores de crédito re-cebem visitas técnicas de agentes quali-ficados, que fornecem informações e ori-entações para a melhora do planejamen-to e gestão do empreendimento. É con-cedido por instituições específicas,como as Sociedades de Crédito ao Mi-croempreendedor (SCMs), Organiza-ções da Sociedade Civil de Interesse Pú-blico (OSCIPs), Cooperativas Singularesde Crédito e Agências de Fomento.

A legislação brasileira permite queas organizações de microcrédito atu-em em apenas uma determinada áreadas microfinanças. Existe uma grandeconfusão causada pelos dois termos.Microfinanças é um conceito mais am-plo, mas igualmente voltado à popula-ção de baixa renda. Envolve o créditoprodutivo e de consumo, mas tambémestá relacionada com o acesso aos de-mais serviços bancários como contas,poupança e seguros.

Para não esquecerAinda existem muitas críticas sobre o processo deempréstimos a empreendedores de baixa renda.Mas não há dúvida de que se trata de um eficienteprograma de desenvolvimento social, decomprovada capacidade geradora de empregos

por Fábio Mayer

Microcrédito POLÍTICAS PÚBLICAS

Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

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ciamentos e tam-bém orientações deplanejamento e ges-tão aos micro e pe-quenos empreende-dores, sejam elesformais ou infor-mais, que compro-vem a atividade,com faturamento

bruto anual de até R$ 60 mil, paraque potencializem a produção, geran-do emprego e renda. A coordenaçãoe a implantação das diretrizes do pro-grama ficam a cargo do Comitê In-terministerial do PMPO, que é pre-sidido pelo Ministério do Trabalho.

A MP define um teto para as ta-xas de juros, que não podem ser su-periores a 4% ao mês, e estabelece

que os bancos públicos e privadosatuem como Instituições FinanceirasOperadoras (IFOs), ou repassadoras,e que as Cooperativas Singulares deCrédito, Agências de Fomento, Soci-edades de Crédito ao Microempreen-dedor (SCMs) e Organizações da So-ciedade Civil de Interesse Público (OS-CIPs) atuem como Instituições de Mi-crocrédito Produtivo Orientado (IM-POs). Os recursos podem chegar a R$5.000, procedentes do Fundo de Am-paro ao Trabalhador (FAT), e R$1.000, para produção através de ban-cos públicos e privados.

O novo programa foi desenvolvi-do a partir de um conjunto de açõespara melhorar o acesso a emprésti-mos. As medidas começaram a seradotadas em 2003 para aumentar a

oferta de recursos destinados aosempréstimos, marcando a entradaoficial do governo Lula nesse cam-po. No mesmo ano, elas foram re-gulamentadas. Um dos principaispontos da Lei n.º 10.735 determinaque 2% do valor dos depósitos à vis-ta, efetuados em contas correntes nasinstituições financeiras, devem serinvestidos em operações de micro-crédito para a população de baixarenda a uma taxa de juros de 2% aomês. É a chamada exigibilidade ban-cária, que garante essas aplicaçõespor parte dos bancos, sob penalida-de de recolherem obrigatoriamente aquantia relacionada ao Banco Cen-tral, sem receberem remuneração.

Desde que foi implantada a lei, oponto que trata da exigibilidade ban-cária tem causado polêmica. O moti-vo é o tabelamento dos juros. Crédi-to é um instrumento que depende deinformação, e ter um melhor conhe-cimento sobre a pessoa que está que-rendo um empréstimo facilita na horade decidir se a instituição deve ou nãoconceder o financiamento. No casode uma empresa formal, ela temcomo comprovar a atividade atravésde um balanço, patrimônio com es-critura ou carteira de clientes, porexemplo. No negócio informal, o ris-co do crédito bancário é maior, por-que normalmente não há garantiasreais para fazer frente ao emprésti-mo. “Para o empreendedor informal,o banco só financia a juros mais al-tos. Mas com a taxa estabelecida a2%, muitas instituições financeiraspreferiram perder a aplicação e fazero depósito no Banco Central”, dizManuel Thedim, diretor-executivo doInstituto de Estudos do Trabalho eSociedade (IETS) e presidente doFórum do Microfinanças do Rio.

O governo fez algumas alteraçõespara minimizar o impacto da lei juntoàs instituições especializadas em mi-crocrédito. Uma delas foi aumentaro limite para a cobrança das taxas dejuros, mas apenas quando se trata ex-clusivamente dessas organizações e

Recursos públicos, renda acessível Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT): valor de até R$ 5.000 por empre-endedor. Gerenciado pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Tra-balhador (Codefat), o FAT fornece capital para a execução de políticas públicasvoltadas ao mercado de trabalho. Isso é realizado através de programas queincentivam a criação de empregos e o fortalecimento das micro e pequenas em-presas urbanas e rurais. Um desses programas é o de microcrédito.

No caso específico desse projeto, os recursos são repassados através de umalinha de crédito financiada por intermédio do BNDES para instituições de mi-crocrédito. A meta é multiplicar o número de empreendimentos no país, fazen-do-os migrar para a economia formal. Com um patrimônio de R$ 30 bilhões,provenientes de depósitos feitos por empresas privadas e instituições, o FATpermite vários tipos de aplicações.

Também é a principal fonte de recursos do Programa do Seguro-Desemprego,responsável pelo benefício e pela capacitação profissional e orientação e inter-mediação do emprego. O Codefat é formado por representantes dos trabalha-dores, dos empregadores e do governo. Tem como missão criar diretrizes paraprogramas e sugerir mudanças na legislação, quando houver necessidade, paraaperfeiçoar políticas públicas de emprego e renda.

Exigibilidade bancária: os valores vão até R$ 1.000 por empreendedor eR$ 600 para pessoas físicas. O Conselho Monetário Nacional (CMN) direciona2% do valor dos depósitos à vista, em contas correntes, de bancos públicos eprivados para as Instituições de Microcrédito Produtivo Orientado (IMPOs). Opúblico beneficiado é a população de baixa renda e microempreendedoresformais e informais, que podem financiar empréstimos a uma taxa de jurosmáxima de 2% ao mês. O volume de recursos disponíveis é de R$ 1,2 bilhão.

Fonte: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

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Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

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do microcrédito produtivo orientado.“Fruto de uma demanda e de toda umanegociação e conversa com essas ins-tituições, foi permitido que elas co-brassem 2% de taxas de juros e maisum adicional em relação aos custosde orientação ao crédito”, diz GilsonBittencourt, assessor especial do Mi-nistro da Fazenda e secretário-execu-tivo do Grupo de Trabalho Intermi-nisterial de Microcrédito e Microfi-nanças (GTI de Microcrédito, queanalisa propostas, elabora diretrizes,propõe medidas e coordena açõespara desenvolvimento do microcré-dito e das microfinanças). O valortotal não pode ultrapassar os 4%.

Outra mudança, realizada emagosto de 2004, foi autorizar a com-pra de recebíveis das instituições demicrocrédito. E no início de 2005 tam-bém foi permitido que o sistema ban-cário pudesse operar com a popula-ção que tenha restrições cadastrais.“Isso fica a critério de cada banco,mas foi tirada uma vedação explícita,determinada antes pelo Conselho Mo-netário Nacional. Isso ajudou muitaspessoas a conseguirem empréstimospara poder viabilizar renda, até paraquitar uma dívida.”

Mas esta foi a reclamação mais co-mum: a política ficou voltada paracrédito pessoal, para pessoa física enão para o produtor. Na avaliação deThedim, foi dada ênfase ao créditoque compromete a renda futura, emdetrimento de um que tem a capaci-dade de aumentá-la. Quando a ênfaseé para o crédito produtivo, o toma-dor pode melhorar a capacidade deprodução e, conseqüentemente, a ren-da, levando-se em conta que o em-préstimo seja investido de forma ade-quada. “Os dois produtos são impor-tantes, acho que é louvável aumentara possibilidade de as pessoas toma-rem crédito, mas a ênfase está erra-da. O maior peso deveria ter sido dadopara crédito produtivo e não para cré-dito pessoal.”

A justificativa do governo baseia-se no crescimento do número de apli-

Acesso preferencialDestinado aos empreendedores de atividades produtivas de micro e pequeno

porte, com faturamento bruto anual de até R$ 60 mil, o Programa Nacional deMicrocrédito Produtivo Orientado (PMPO) tem como objetivo ampliar o acesso aocrédito produtivo orientado, direcionando-o para geração de trabalho e renda. Ovalor e as condições do crédito são definidos após a avaliação da atividade e dacapacidade de endividamento do tomador, levando-se em consideração a necessi-dade de crédito e de gestão voltada para o desenvolvimento do negócio. O progra-ma permite a realização de operações de crédito sem a exigência de garantias reais,as quais podem ser substituídas por formas alternativas e adequadas de garantias.

Recursos: provenientes do FAT e do direcionamento de depósitos à vista paramicrocrédito.

Juros: taxa de 2% ao mês para o tomador final, acrescida dos encargos admi-nistrativos relativos ao microcrédito produtivo orientado, que serão definidos peloConselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Conselho Deliberativo do Fundo deAmparo ao Trabalhador (Codefat), mas que não devem ultrapassar os 4% ao mês.

Limites de crédito:– FAT: até R$ 5.000 por empreendedor os recursos são procedentes de institui-

ções financeiras públicas federais;– Exigibilidade bancária: nesse caso as Instituições Financeiras Operadoras (IFOs)

são bancos públicos e privados, que repassam até R$ 1.000 por empreendedor,através do direcionamento de depósitos à vista.

Os limites acima poderão ser revistos pelos conselhos gestores dos recursos,respectivamente Codefat e CMN.

Instituições de microcrédito produtivo orientado (IMPOs):Diferentemente das organizações repassadoras, as IMPOs são capacitadas a

atuarem na ponta, ou seja, na concessão de Microcrédito Produtivo Orientado.Podem ser:

– Cooperativas Singulares de Crédito;– Agências de Fomento;– Sociedades de Crédito ao Microempreendedor (SCMs);– Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs).

Fonte: Secretaria Executiva do GTI de Microcrédito

Thedim, do IETS: a ênfasedeve ser para o empréstimodestinado à área produtiva

cações. Já foram realizados pelo sis-tema bancário 4 milhões de operaçõesde crédito. “O valor emprestado che-gou a R$ 1,2 bilhão. A carteira ativa,hoje, está em mais de R$ 700 milhõese crescendo mês a mês. Isso nosmostra a demanda e a importânciadesse tipo de crédito junto à popula-ção”, diz Bittencourt. Cerca de 10%desse total foi destinado para o cré-dito produtivo, mas sem orientação.

Inclusão socialA estratégia do governo é ampliar

o máximo possível o acesso da po-pulação aos serviços financeiros. Ainclusão social da população ao sis-tema bancário é importante para ge-

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rar emprego e ren-da e também reve-lar potenciais em-preendedores. Aotodo, de acordocom dados da Cai-xa Econômica Fe-deral, são 25 mi-lhões de brasileirosexcluídos dos servi-

ços financeiros. No país cerca de1.600 municípios não possuem ban-cos e 1.400 têm apenas uma agênciabancária. “Ter uma conta em banco,poupança e acesso ao crédito garan-te às pessoas mais cidadanias. Aomesmo tempo, a atividade de crédi-to, principalmente de pequeno valorpara a população de baixa renda, con-tribui para fomentar a economia, es-pecialmente as economias locais, por-

que favorece a possibilidade de com-pras, comercializações e negóciosmuitas vezes próximos da comunida-de”, diz Bittencourt.

Conta simplificadaFoi desenvolvido um conjunto de

medidas para facilitar que as pessoastivessem uma conta simplificada, semcustos e aberta sem comprovante derenda e de endereço. “A conta sim-plificada é o instrumento utilizado pelainstituição financeira para conhecero cliente.” Até o fim de 2004, um anoe meio depois da regulamentação, jáforam abertas 4,6 milhões de contasem todo o Brasil. A Caixa foi respon-sável por 2,5 milhões, o Banco Po-pular por mais 1 milhão, o Banco doBrasil com cerca de 900 mil e o Ban-co do Nordeste com 120 mil.

Do Projeto Uno, em 1973, até me-ados da década de 90 o microcréditose desenvolveu, mas de forma lenta.“Existem várias explicações para isso,não só o modelo de governança insti-tucional adotado, que não se preocu-pava com a sustentabilidade da polí-tica do longo prazo, até a questão dahiperinflação, já que o Brasil passoupor um período muito longo de infla-ção. Por tudo isso, a tomada de cré-dito era vista como uma coisa muitoarriscada”, diz Thedim.

Com a inflação estabilizada, hou-ve um interesse do Governo Federal,na época de Fernando Henrique Car-doso, em impulsionar essas políticas.Ele promoveu ações como o Progra-ma de Crédito Produtivo Popular(PCPP), abrindo uma linha específi-ca de crédito no BNDES para finan-ciar os recursos repassados para asinstituições microfinanceiras. Em1996 foram assinados os dois primei-ros contratos do programa e o dinhei-ro foi liberado em 1997. O governoFHC também apoiou a formação deagentes de crédito, qualificados pelaCrear Brasil, instituição sem fins lu-crativos especializada em capacitaçãonessa área.

Considerada um dos marcos jurí-dicos das instituições de microcrédi-to no Brasil, a Lei n.º 9.790, de 1999,criou e estabeleceu o funcionamentodas Organizações da Sociedade Civilde Interesse Público (OSCIPs). Coma lei, as OSCIPs podem realizar ope-rações de microcrédito, sendo isen-

Política de inclusão bancária (2004)Número de contas simplificadas (isentas de tarifa e sem exigência de

comprovante de renda e de endereço)

Caixa Econômica Federal (CEF) 2.542.0630

Banco do Brasil 887.754

Banco Popular do Brasil (*) 1.050.887

Banco do Nordeste (BNB) 120.142

Banco da Amazônia (BASA) 17.802

TOTAL 4.618.648(*) Das 1.050 mil contas do BPB em 31/12/2004, 414 mil estavam em processode ativação (envio de cartões pelo correio e ativação junto a um correspondentebancário, sendo informado ao BC apenas 636 mil contas nessa data).

Fonte: Banco Central do Brasil

Microcrédito ou Crédito Popular e Microcrédito Produtivo Orientado (2004)Modalidade Aplicações Valor contratado Quantidade de Valor médio Prazode crédito (Carteira ativa em em 2004 contratos contratado médio

31/12/2004) (R$) (R$) em 2004 (R$) (meses)

Consumo 655.848.074 930.154.326 3.678.187 252,88 9,9(ou uso livre)Micro-empreendedor 60.666.732 248.948.865 360.409 690,74 7,0(produtivo)TOTAL 716.514.805 1.179.103.190 4.038.596 291,96 8,4Fonte: Banco Central do Brasil

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

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tas da Lei da Usura, que impõe limi-tações legais para empresas não fi-nanceiras concederem crédito, comoa cobrança de juros. Apenas institui-ções financeiras reguladas podem es-tipular taxas acima de 1% ao mês.

A regulamentação ajudou a trazerauto-sustentabilidade para as OSCIPsvoltadas para a concessão de crédi-to, porque permitiu que elas cobras-sem juros a uma taxa maior. “Essa éuma lei muito importante, porquetrouxe as iniciativas da sociedade ci-vil para a legalidade. Basicamente éuma ONG reconhecida como de in-teresse público pelo Ministério daJustiça, que se baseia nos seus esta-tutos (não visam a distribuição de lu-cros ou vantagens) e finalidades”, dizThedim. Hoje existem mais de 200 re-gistradas no país.

Em 2001, FHC regulamentou pormeio da Lei n.º 10.194 as instituiçõesde Sociedades de Crédito ao Micro-empreendedor (SCMs), especializa-das em microfinanças. As SCMs sãoentidades com fins lucrativos e ope-ram exclusivamente com microcré-ditos. Como não pertencem ao siste-ma financeiro, não podem utilizar apalavra ‘‘banco’’ na razão social. Nogoverno anterior foram fechados va-lores em torno de R$ 53 milhões paraas instituições microfinanceiras até ofinal de 2002. Nesse mesmo ano, sur-giram as cooperativas de crédito demicroempreendedores e, em 2003, foipermitida a constituição de coopera-tivas de crédito de livre adesão.

Neste ano, o governo pretende in-centivar o microcrédito produtivo ori-entado, ampliando o alcance de atu-ação das instituições de microcrédi-to. Bittencourt acredita que as açõesestão ainda muito centradas nasgrandes cidades. A meta é avançarpara o interior, melhorando o acessoao crédito nos municípios de peque-no e médio portes. “Temos que de-senvolver ainda mais as operações decrédito produtivo, mas também au-mentar a inclusão das pessoas aosserviços bancários, o que é uma

grande demanda dessa camada dapopulação. Acreditamos que podere-mos praticamente dobrar o númerode pessoas beneficiadas e ampliar osrecursos”, diz.

O microcrédito, quando bem apli-cado, tem se evidenciado um grandepropulsor econômico do negócio e damelhoria da qualidade de vida da fa-mília de seus proprietários. “A ONUafirma e tenho comprovado que ‘umpequeno empréstimo pode mudar avida de uma família. Vários podemfortalecer a comunidade. Milharespodem transformar uma economiainteira’”, diz Evanda Evani BurtetKwitko, membro do Comitê doMicrocrédito Marco Legal, juntoao Banco Central do Brasil, e fun-dadora da Crear Brasil, empresaespecializada em microfinanças eformação de empreendedores.

Falta escolaridadeA liberação do dinheiro do mi-

crocrédito como prática isoladatem demonstrado resultados insu-ficientes. “É preciso fazer umaconvergência de ações de políticaspúblicas e de apoio ao desenvolvi-mento ao empreendedor. Se ele temcrédito, mas falta capacitação paragerenciar o negócio, ele corre o ris-co de fechar as portas ou, na me-

lhor das hipóteses, não saberá comomaximizar o retorno do investimen-to”, diz Manuel Thedim.

Conforme Edson Monteiro, vice-presidente de Varejo do Banco do Bra-sil, o risco para um banco investir ca-pital em um negócio no qual o em-preendedor não tem noções de plane-jamento e gestão é muito grande. “Te-mos que conciliar os interesses, bus-car parcerias com o Sebrae, porexemplo, para a capacitação desse

Bittencourt: o processoainda está muito centradonas grandes cidades

Ações integradas ao microcréditoTão importante quanto o microcrédito é a convergência de políticas públicas ede apoio ao desenvolvimento ao empreendedor, como:

Melhora do planejamento, capacitação e orientação empresarial.

Acesso à tecnologia e inovação.

Fortalecimento do poder de venda de micro e pequenas empresas por meioda implementação de ferramentas de marketing.

Inclusão em serviços financeiros.

Educação empreendedora e cultura da cooperação: palestras e projetos decapacitação, nas áreas de empreendedorismo e liderança.

Constante capacitação do agente educativo de crédito e seleção, baseada nasatitudes, habilidades e conhecimento.

Fonte: Sebrae

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empresariado. E omicrocrédito pro-dutivo orientado éum grande caminhopara assessorar,através de parcei-ros, o direciona-mento do crédito, agestão do negócio.”

Como não exis-te um regra definitiva para a realiza-ção dessa prática, as ações são ela-boradas de acordo com o direciona-mento do crédito, o empreendedor ea política de crédito da instituição. “Éinteressante para se ter sucesso quetodas as fases relacionadas sejam pla-nejadas, discutidas e definidas, comenvolvimento das duas partes: o to-mador e o fornecedor do crédito”, dizValter Alves Nascimento, professorda Universidade Estadual de SantaCruz, na Bahia, e mestre em Econo-mia da Empresa e do Trabalho.

As Sociedades de Crédito ao Mi-croempreendedor (SCMs), Organiza-ções da Sociedade Civil de InteressePúblico (OSCIPs), Cooperativas Sin-gulares de Crédito e Agências de Fo-

mento são instituições especializadasque também fornecem assistência,oferecendo capacitação e apoio téc-nico. A peça fundamental para que asações desenvolvidas produzam resul-tados promissores é o agente educa-tivo, que atua na linha de frente juntoao empreendedor. “A seleção, basea-da nas atitudes, habilidades e conhe-cimento, e a constante capacitaçãodesses profissionais constituem aprincipal base para que o programadê certo”, diz Nascimento.

Somente com agentes qualifica-dos é possível facilitar o acesso dosempreendedores informais à orien-tação e assistência técnica para me-lhorar o planejamento e a gestão donegócio. “Acredito que, antes de for-necer este crédito, deveria ser feitauma triagem sobre a viabilidade doempreendimento no qual o dinheiroserá investido, verificar a capacita-ção do futuro empresário quanto agerenciar este negócio e orientarquais os passos que devem ser se-guidos para se obter sucesso”, dizCláudio Boriola, especialista na re-cuperação de créditos (pessoa físi-

ca e jurídica) e treinamento em ad-ministração pessoal.

Mas as ações integradas não de-vem ser vistas como um pré-requisi-to de acesso. “Consideramos que sãoserviços indispensáveis, por exemplo,a comercialização. Muitos empreen-dedores que atuam na informalidadesabem produzir, mas têm dificuldadena hora de vender. Porém, o tomadordeve ser motivado a procurar esse tipode serviço. Internacionalmente, o fatode terem atrelado a exigência de ca-pacitação e qualificação profissionallevou a um processo de custo muitoalto para o empreendedor e, ainda, auma baixa qualidade dos cursos ofe-recidos”, diz Evanda Kwitko.

Para ela, são poucos os cursos queatendem, de fato, às necessidades docliente. Isso é decorrência, na opi-nião dela, de a maioria desses cursosnão estar adequada à realidade daspessoas, porque demandam leitura einterpretações, e esse público, emgeral, tem um baixo grau de escolari-dade. “Está se buscando uma cons-cientização para fazer um trabalho queseja um conteúdo prático e adequado

Principais regulamentações relacionadas ao microcréditoLei n.º 9.790, de 23 de março de

1999 – Constitui as Organizações da So-ciedade Civil de Interesse Público (Os-cips), cujo estatuto permite realizar ope-rações de microcrédito, mas sem visar adistribuição de lucros ou vantagens.

– Regulamenta as Oscips como pesso-as jurídicas de direito privado, sem finslucrativos, que exerçam atividades rela-cionadas com a promoção da assistên-cia social; defesa, preservação e conser-vação do meio ambiente e promoção dodesenvolvimento sustentável; promoçãodo desenvolvimento econômico e sociale combate à pobreza; experimentação,não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos deprodução, comércio, emprego e crédito(Art. 1.o e Art. 3.o – I, VI, VIII, IX).

– Torna as Oscips isentas da Lei da Usu-

ra (Decreto nº 22.626, de 7 de abril de1933), que limita a cobrança de taxas dejuros em até 1% por parte de instituiçõesfinanceiras não reguladas, permitindo queessas organizações possam atuar com ta-xas de até 12% e sejam auto-suficientes.

– Determina também que são isentasda cobrança de Imposto de Renda, caso opedido seja devidamente protocolado naReceita Federal, e de Imposto Sobre Ser-viço (ISS), solicitada à prefeitura local.

Lei n.º 10.194, de 14 de fevereirode 2001 – Regulamenta as instituições deSociedades de Crédito ao Microempre-endedor (SCMs), entidades com fins lucra-tivos especializadas em microfinanças.

– Autoriza as SCMs a concederem fi-nanciamentos a pessoas físicas e micro-empresas de pequeno porte (Art. 1.º).

– Apóia o desenvolvimento das micro epequenas empresas por meio de projetose programas que poderão ser efetivados:

a) por intermédio da destinação de apli-cações financeiras, em agentes financei-ros públicos ou privados, para lastrear aprestação de aval ou fiança nas opera-ções de crédito destinadas às microem-presas e empresas de pequeno porte;

b) pela aplicação de recursos financei-ros em agentes financeiros, públicos ouprivados, Oscips devidamente registra-das no Ministério da Justiça, que se dedi-cam a sistemas alternativos de crédito,ou sociedades de crédito que tenham porobjeto social exclusivo a concessão definanciamento ao microempreendedor;

c) pela aquisição ou integralização dequotas de fundos mútuos de investimentono capital de empresas emergentes que

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Evanda Kwitko: empreender nãobasta, é preciso saber vender

Linha Direta

Cláudio Boriola(17) 9601-0951Evanda Evani Burtet Kwitko(51) 3336-2415Gilson Alceu Bittencourt(61) 412-2422Manuel Thedim(21) 3235-6315Valter Alves Nascimento(73) 680-5027

à realidade do cliente. É preciso queseja trabalhado de uma forma que ele,com um mínimo de conhecimento for-mal, possa aprender, aplicar, se or-ganizar e se desenvolver.”

O aumento da escolaridade dosempreendedores de baixa renda, naavaliação de Thedim, também deveser priorizado. “Quanto mais escola-ridade, mais capacidade de aprender

destinem à capitalização das micro e pe-quenas empresas, principalmente as debase tecnológica e as exportadoras, nomínimo, o equivalente à participação doSebrae nesses fundos;

d) pela participação no capital de enti-dade regulada pela Comissão de ValoresMobiliários (CVM) que estimule o forta-lecimento do mercado secundário de tí-tulos de capitalização das micro e pe-quenas empresas (Art. 3.º, § 1.º e § 2.º).

Lei n.º 10.735, de 11 de setembrode 2003 – Com a Lei, a intenção dogoverno é aumentar o volume de recur-sos destinados ao microcrédito e regu-lamentar as aplicações em operações demicrofinanças destinadas à população debaixa renda e a microempreendedores,baseadas em parcelas de recursos oriun-

dos dos depósitos à vista.– Fixa o percentual de 2% dos depósi-

tos à vista captados por instituições fi-nanceiras a serem alocados para as ope-rações e define os critérios de mobilida-de, entre instituições financeiras, dos re-cursos e dos créditos relativos às opera-ções (Art. 2º).

– Taxas de juros não podem ser superio-res a 2% ao mês para pessoas físicas e a4% ao mês para microempreendedores.

Medida Provisória n.º 226, de no-vembro de 2004 – O governo lançouo Programa Nacional de MicrocréditoProdutivo Orientado (PMPO), que temo objetivo de ampliar o acesso dos em-preendedores de atividades produtivasde pequeno porte ao crédito produtivoorientado, direcionando-os para gera-

ção de trabalho e renda.

Resolução CMN n.º 3.109, de 2003– Juntamente com a MP n.º 122 cria aexigibilidade para o microcrédito, di-recionando 2% dos depósitos à vista(conta corrente) para operações dessetipo de empréstimo.

Resolução CMN n.º 3.104 e n.º3.113, de 2003 – Criação da ContaCorrente e de Poupança Simplificadas,isentas de tarifa e sem exigência de com-provante de renda e de endereço. Essasresoluções têm como meta ampliar oacesso da população de baixa renda aosserviços financeiros e permitir que oagente financeiro tenha conhecimentoda movimentação do cliente, facilitan-do a concessão de empréstimos.

Programa público de apoio ao mi-crocrédito produtivo orientado.

Aumento das fontes de recursos pú-blicos e privados para as Sociedadesde Crédito ao Microempreendedor(SCMs), Organizações da SociedadeCivil de Interesse Público (OSCIPs)que atuam nesse nicho e cooperati-vas de crédito.

Aperfeiçoamento das normas sobrea exigibilidade bancária.

Audiências públicas com as princi-pais entidades da área, para desen-volver uma série de medidas queampliem o alcance e melhorem a efi-ciência dessas instituições.

Criação de fundos de financiamento

Resumo das políticas públicasde carteira de microcrédito e de umfundo de aval com participação go-vernamental.

Deixar a cargo da instituição a deci-são de realizar operações com clien-tes que possuam restrições cadas-trais registradas no SPC e na Serasa.

Criação do Banco Popular do Brasile da Conta Corrente e Poupança Sim-plificadas, isentas de tarifas e sem exi-gência de comprovação de renda ede endereço, para a população debaixa renda, ampliando o acesso aosserviços financeiros.

Permissão para o Programa de Ge-ração de Emprego e Renda (Proger)atuar com capital de giro.

e trabalhar, passando por qualifica-ção técnica específica nos diferentessetores de atividade, políticas deapoio à comercialização, de fomentoà formação de arranjos associativosde diversas naturezas, políticas dedesenvolvimento local integrado esustentado, assistência técnica per-manente, acesso a tecnologia, infor-mática e internet.”

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O empréstimo suadoExigências do banco e dúvidas sobre o empreendimentocostumam frustrar as expectativas

Mesmo com as ações do governopara facilitar o acesso ao crédito, mui-tos empreendedores têm dificuldadepara obter um empréstimo. Um exem-plo é Flávio Zaclis, fundador da Per-mute, empresa brasileira especializa-da em transações e intermediações detrocas multilaterais. Ele tentou fazerum empréstimo quando estava mon-tando a empresa, em 2003, mas nãoconseguiu. “Precisávamos de dinhei-ro para capital de giro e isso era, econtinua sendo, impossível por cau-sa dos juros exorbitantes. As linhasde crédito com preços mais acessí-veis, na sua maioria, só estão dispo-níveis para empresas maiores e parafinanciar a compra de maquinário eequipamentos.”

Sem alternativa para poder con-tornar o problema, Zaclis utilizou ca-pital próprio no início. Com o dinhei-ro em caixa sempre contado ele adiou,ou até acabou deixando de lado, no-vos investimentos, conseguindo ge-

renciar o empreendimento na pontado lápis durante um tempo. O cres-cimento da empresa fez com que eleprecisasse investir ainda mais, colo-cando-o novamente na mesma situa-ção. A solução para continuar expan-dindo seu negócio foi abrir parte docapital para investidores, associando-se à empresa chilena Barterhouse. Emum ano e meio de atividades, a Per-mute tem 200 empresas afiliadas, quemovimentaram R$ 3 milhões.

Com o Programa Nacional de Mi-crocrédito Produtivo Orientado, lan-çado no ano passado, a expectativado governo é minimizar o problema,contribuindo para melhorar o acessoao microcrédito e realmente promo-vê-lo no Brasil, como prometido ain-da na campanha eleitoral. Mas na opi-nião de Zaclis, os empecilhos conti-nuam, só que agora estão concentra-dos na burocracia e lentidão do pro-cesso de concessão de empréstimos.“Se tivesse disponível hoje, provavel-

mente, tomaria crédito”, diz.O problema, porém, está longe de

ser exclusividade do microcrédtio.Atinge todas as linhas de crédito, tra-dicionais ou não, prejudicando dife-rentes nichos do mercado e princi-palmente os micro e pequenos em-preendedores. Uma recente pesqui-sa feita pela Federação do Comérciodo Estado de São Paulo (Fecomer-cio-SP) comprova as dificuldadespara se obter crédito. O estudo tratadas linhas de crédito, sem ênfase emnenhuma delas, e foi concentradonas empresas de micro e pequenoportes. No total foram ouvidos 223comerciantes e prestadores de ser-viço no estado de São Paulo. Meta-de dos entrevistados deixou de fa-zer investimentos porque não teveacesso a nenhum tipo de linha deempréstimo, tanto as tradicionaiscomo as de microcrédito. As altastaxas de juros e as exigências degarantias foram as principais dificul-

dades encontradas.Para Cláudio Boriola, especialis-

ta na recuperação de créditos (pes-soa física e jurídica) e treinamentoem administração pessoal, os prin-cipais motivos são a falta de um pla-no de negócios e a burocracia en-contrada na hora de contrair o be-nefício. “Muitos empresários dãoinício a suas empresas sem ter ela-borado um plano de negócios deta-lhado de seu investimento. Assim,não prevêem seus retornos e capi-tal necessário, por exemplo. Dessamaneira, as instituições bancárias sesentem receosas quanto a liberar ocredito àquela pessoa, por não sa-ber se seu empreendimento real-mente dará certo ou se não passade aventura”, diz.

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AÇÃO

Flávio Zaclis: juros altos impedem acesso ao necessário capital de giro

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O sistema brasileiro de microcréditotem demanda e potencial, mas falta umapolítica pública definida para transformá-lonuma efetiva ferramenta de inclusão social

por Alexsandro Vanin

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O crédito tradicional, além de caro,é de difícil acesso para micro e peque-nos empreendedores e impossível paraquem atua no mercado informal. Emgeral, eles não têm garantias a ofere-cer, não têm contabilidade organizadaou pelo menos organizada da forma queo sistema financeiro exige, e ainda porcima há um problema de custo. Umbanco comercial faz uma operação deUS$ 1 bilhão e o custo dessa operaçãoàs vezes não é maior do que um pulsotelefônico. Já o custo de uma operaçãode R$ 2 mil para uma pequena empre-sa chega a R$ 40, porque é preciso queum funcionário examine e chancele osdocumentos, que imprima um contra-to, que as garantias sejam checadas,etc. E para o tomador o custo dessefinanciamento também é alto, porqueele precisa se ausentar do negócio epode perder clientes, gastar com loco-moção, fotocópias, etc. “É toda umalógica de um sistema pensado para en-gravatados e não para o fruteiro da es-quina”, diz Luiz José Bueno Aguiar, di-retor de Assuntos Institucionais daAssociação Brasileira dos Dirigentes deEntidades Gestoras e Operadoras deMicrocrédito, Crédito Popular Solidá-rio e Entidades Similares (Abcred).

Há uma metodologia alternativa, queconsiste em uma ferramenta de inclu-são social, chamada microcrédito. Épraticada no mundo inteiro, com enor-me sucesso no combate à exclusão e àpobreza, gerando estratégias de empre-go, trabalho e renda, dentro de umalógica de desenvolvimento local. “Éisso que nós fazemos, e os bancos não”,diz Aguiar. O problema é que esse seg-mento enfrenta no Brasil a falta de umapolítica pública – situação agravada peladiferença de visão dos governos – e adescontinuidade no repasse de recur-sos para a composição de funding dasinstituições de microcrédito (IMFs).

“Indubitavelmente, a constituição derecursos para empréstimo é a maiordificuldade enfrentada pelas IMFs”,

afirma Márcio Oliveira da Silva, dire-tor-executivo do Banco da Família, deLages (SC). O caso é complexo. Inici-almente, trata-se de uma metodologiarelativamente nova e cara, porque temuma série de lógicas que a sustentam:primeiro, esse crédito precisa ser pro-dutivo; segundo, precisa ser orientado;terceiro, como toda metodologia nova,ela precisa ser implantada, e para tantoé necessário um plano de desenvolvi-mento institucional, e alguém precisabancar isso até que ela se torne susten-tável, no volume e no giro.

À mínguaA maioria das instituições de micro-

crédito tem recursos subsidiados porgovernos ou prefeituras. No caso doBanco da Família, o funding é com-posto de empréstimos de financiado-res como a Agência de Fomento deSanta Catarina (Badesc) e o BancoNacional de Desenvolvimento Econô-mico e Social (BNDES) – somente umpequeno empréstimo no ano de 1999.A dificuldade é a mesma para o Bancoda Mulher, de Salvador. Segundo Hye-da Rigaud, vice-presidente da institui-ção, nos últimos dois anos nenhum di-nheiro foi captado no BNDES, apesarde existirem projetos aprovados, e aúnica fonte de recursos para crédito naatualidade – mas de pequena monta – éa Agência de Desenvolvimento da Bahia(DesenBahia), enquanto no período ademanda aumentou muito. Isso impe-de as IMFs de ampliar suas carteiras e,pior, as obriga a esperar os atuais cli-

entes pagarem para poder emprestar denovo. “Todo nosso dinheiro já está apli-cado”, confirma Hyeda.

Durante o governo Fernando Hen-rique Cardoso e início do governo Lula,o responsável pela política de micro-crédito era o BNDES. No primeiro,imperava a visão de que o microcrédi-to precisava ser lucrativo e que deveri-am ser criadas condições para que osistema financeiro tradicional o encam-passe. Com isso o microcrédito foimuito pouco incentivado, salvo duasexperiências importantes, o Programade Crédito Produtivo Popular (PCPP)e o Programa de Desenvolvimento Ins-titucional (PDI). Com a nova direção,foi praticamente fechado o sistema demicrocrédito no Brasil, e a respostamais freqüente às solicitações tem sidoque a política está sendo reformulada.

Quando foram criadas as Socieda-des de Crédito ao Microempreendedor(SCMs), em 2001, a filosofia do go-verno FHC era de que elas seriam fi-nanciada em longo prazo via BNDES.Ainda naquele governo só três socie-dades conseguiram R$ 1 milhão cadauma, e outros quatro empréstimos deR$ 1 milhão cada um foram aprova-dos, mas não liberados no atual gover-no, segundo Euds Pereira Furtado, pre-sidente da Associação Brasileira de So-ciedades de Microcrédito (ABSCM).Essa é a razão, para ele, de ainda exis-tirem poucas SCMs, e 11 das que abri-ram já fecharam. Atualmente, o BancoCentral autoriza a atuação de 51 SCMs,das quais 15% estão fora de atividadepor causa da falta de recursos. “De-pendemos de que o governo acabe comas amarras. As coisas demoram muitoa acontecer”, diz Furtado.

Luzes no caminhoHouve um movimento das entida-

des, e o atual governo foi sensível to-mando algumas medidas. No entanto,no lançamento da questão da exigibili-dade (Medida Provisória 122, que tra-

Principais barreirasÀ concessão de empréstimosbancários à MPEs

Falta de garantias reais 40%

Cadastro no Cadin/Serasa 16%

Insuficiência de documentos 12%

Inadimplência da empresa 9%

Linhas de crédito fechadas 7%

Projeto inviável 4%

Outras 12%Fonte: Sebrae

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tava da obrigatorieda-de da aplicação de 2%dos depósitos à vistado banco em micro-crédito), houve umequívoco brutal, naopinião de Aguiar: a fi-

xação dos juros na ponta em no máxi-mo 2%. Segundo ele, os banqueirosfizeram os cálculos e descobriram quecom essa taxa a conta não fecharia nofinal do mês, por isso os bancos co-merciais não entraram nessa operação,desconhecida para eles e ainda porcima deficitária. A essa taxa, nem mes-mo IMFs sobreviveriam, pois os cus-tos são elevados. Mas hoje isso estásuperado, sendo permitido embutir oscustos sobre os 2% de juros, até umafaixa de 4%.

As medidas mais recentes, entreelas o Plano de Microcrédito Produti-vo Orientado (PMPO), trazem maisesperanças ao segmento. “Acredito queainda no mês de março as operaçõessejam reiniciadas, desta vez como umapolítica de governo. O governo Lulaenxergou o problema e está resolven-do de forma eficaz, criando condiçõespara que os bancos oficiais operem,

criando fundos de aval para garantir adiminuição do risco e interessar o ca-pital privado de alguma forma”, dizAguiar. Segundo Stélio Gama Lira Jú-nior, diretor responsável pelo progra-ma CrediAmigo do Banco do Nordeste(BNB), algumas ações já começaram asurtir efeito. “Até porque isso não émuito rápido, as próprias instituiçõesde microcrédito têm que se adaptar, têmque ter controle e gerenciamento.”

A medida provisória publicada emnovembro estabelece que recursos queeram do BNDES serão gerenciados peloBanco do Brasil (BB) e Caixa Econô-mica Federal (CEF), que repassarão àsIMFs. O Conselho Monetário Nacio-nal (CMN) e o Codefat (Conselho De-liberativo do Fundo de Amparo ao Tra-balhador) vão estabelecer as regras, masaté agora isso não foi feito. A propostaencaminhada pela ABSCM ao Grupo deTrabalho Interministerial, criado pelogoverno para discutir o assunto, é queo repasse dos recursos fosse nos mes-mos moldes financeiros do praticadopelo BNDES, e que fosse num moldeem que tanto o BB quanto a CEF esti-vessem acostumados, uma linha de cré-dito automática, no caso, aberta para

O aval é uma ferramenta importante,porque indica um vínculo entre o toma-dor e a pessoa que dá as garantias reaispara a concessão do crédito, instituin-do maior confiança nas relações comer-ciais e econômicas. Mas para os microe pequenos empreendedores é uma dasprincipais dificuldades na hora de con-seguir um empréstimo. A estimativa éque cerca da metade dos que buscamcrédito esbarre nesse empecilho.

Com a Medida Provisória n.º 226,de 2004, o governo criou um fundo deaval, no qual tem participação, redu-zindo o custo e contribuindo para aconcessão de crédito ao microempre-endedor. A MP permite a concessãode crédito sem a necessidade de ga-rantias reais. Já nas operações entre

A garantia do fundo de avalinstituições financeiras e de microcré-dito, a medida também possibilita uti-lização do fundo de aval público (Fun-proger), quando os recursos foremprovenientes do Fundo de Amparo aoTrabalhador (FAT). Nesse caso, po-dem chegar a R$ 200 milhões.

Outra possibilidade é o Fundo de Avalda Micro e Pequena Empresa (Fampe),que conta com a participação do Se-brae. A MP permite que o Fundo atuecomo avalista de operações entre ban-cos e instituições de microcrédito, in-dependentemente da fonte de recursos(FAT ou depósitos especiais para mi-crocrédito).

As normas específicas estão para se-rem editadas pelos respectivos órgãos:Codefat (Fumproger) e Sebrae (Fampe).

as instituições, de R$ 1 milhão, em quea SCM vai pegando quantias e dandocomo garantia os recebíveis, até che-gar ao valor total, dispensando assimreuniões de diretoria para a liberaçãodo financiamento.

Regras indefinidasA possibilidade de bancos comer-

ciais poderem repassar recursos da exi-gibilidade para IMFs é outra luz para osegmento presente na MP mais recen-te, na opinião de Márcio Oliveira daSilva. No entanto, a construção dissoestá muito lenta e, como os bancos nãoestão seguros da perenidade da medi-da, esperam definições mais claras dogoverno, principalmente a regulamen-tação do processo. A maior parte dosbancos não consegue cumprir a exigi-bilidade, e esses recursos são baratos,mas as IMFs têm dificuldade em cap-tá-los, por causa da falta de garantias.Essa situação não foi enfrentada peloBanco do Nordeste, comenta StélioGama Lira Júnior, por ser uma institui-ção sólida, que aplicou a totalidade deseus 2% dos depósitos à vista e aindapor cima captou recursos de outrosbancos. “Temos até mesmo negadoofertas, porque não temos capacidadede aplicar.”

O dinheiro do Estado é essencialprincipalmente no início da vida de umaIMF, até que ela tenha giro e atinja aauto-sustentabilidade. Em média, issoocorre em seis a sete anos, o que obri-gatoriamente perpassa no mínimo umgoverno, e a carteira deve ser de nomínimo 300 a 400 clientes por agente.Segundo Aguiar, a entidade precisa termetas de auto-sustentabilidade, se nãoacontecem desastres. Programas extre-mamente bem-sucedidos, mas total-mente atrelados ao Estado, podem serencerrados por um novo governante.Isso aconteceu em Belém, onde a enti-dade foi simplesmente fechada, apesarde seus resultados positivos.

Existem ainda gargalos de naturezaoperacional, legal e política. SegundoAguiar, os órgãos de fiscalização do

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orçamento público não sabem o que émicrocrédito produtivo orientado, mo-tivo pelo qual têm uma tendência deaplicar os mesmos mecanismos de con-trole do crédito tradicional. Com issose torna inviável fazer a aplicação naponta, porque no microcrédito o clien-te não tem garantias para dar; a únicaalternativa muitas vezes é o aval soli-dário ou aval conjunto. O Tribunal deContas da União (TCU) exige a fiscali-zação de contrato por contrato na pon-ta para quem vai fornecer recursospara operadoras de microcrédito, o queé praticamente impossível. Uma ope-radora como a São Paulo Confia, porexemplo, faz 4 mil operações por mês,mas como ela tem 30% de grupos so-lidários, e cada um desses grupos écomposto por cinco a sete integrantes,então na verdade ela faz cerca de 10mil contratos por mês.

Crédito personalizadoO microcrédito produtivo orienta-

do tem um custo elevado, dá mais tra-balho, porém mais resultados, comen-ta Stélio. A instituição orienta a solici-tação de acordo com o perfil do clien-te, a cada necessidade. Existe a figurado agente de crédito, técnico que acom-panha os clientes para supervisão,aconselhamento e alterações necessá-

rias do investimento, entre outrasações. Além disso, a captação dosclientes é feita no próprio negócio,ou seja, lá no açougue, na mercea-ria, na lojinha ou mesmo na rua, como vendedor de pipocas. O principalprograma no Brasil é o CrediAmigodo Banco do Nordeste, o maior daAmérica do Sul e o segundo maiorda América Latina.

O modelo adotado pelo BNB ésemelhante ao da Portosol. O cré-dito solidário representa 92% dacarteira do programa. Segundo Sté-lio, o grupo solidário é uma facili-dade muito grande, porque na mai-or parte dos casos os empreende-dores não têm como dar garantiasindividuais. Os grupos variam detrês a dez pessoas, e é exigido queo cliente tenha no mínimo um anode atividade – não são concedidos fi-nanciamentos para a abertura de ne-gócios. Dois produtos são oferecidos:capital de giro, até R$ 8 mil; e investi-mento, até R$ 3 mil. A soma dos dois,no entanto, não pode ser superior aR$ 10 mil. O próximo passo da insti-tuição é passar a atuar na área de mi-crofinanças, ofertando poupança, se-guro saúde e outros produtos.

A ação do CrediAmigo – e de qua-se todas as instituições que atuam na

área – não se resume à concessão demicrocrédito. A capacitação dos cli-entes é muito importante. O BNB for-nece algumas cartilhas de apoio, deforma que o empreendedor possa fa-zer um fluxo de caixa, calcular o lu-cro, etc. Mas isso precisa ser feito deforma muito simples, porque algumaspessoas são arredias a mudar o quefazem e 54% dos clientes são analfa-betos funcionais, não tendo mais doque quatro anos de estudo, segundo

Utilizado principalmente como capital de giro. Poucas exigências e sem burocracia. Cliente deve possuir cadastro limpo. Valor do financiamento é de pequena monta (até R$ 2 mil). A forma de pagamento pode ser diária, semanal, quinzenal ou mensal. A garantia é através de aval solidário, fundo de aval ou aval. A pessoa física deve ter endereço fixo, pelo menos, há um ano. A pessoa jurídica deve estar funcionando. Estar localizado na área geográfica de atuação da agência. Não ter caráter delituoso e não agredir o meio ambiente. Não ser parente de pessoas ligadas à instituição de microcrédito.

Principais característicasdo microcrédito no Brasil

Finalidades dosmicroempréstimostomados

Fonte: Sebrae

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36%

9%

Stélio Gama: aplicação de2% dos depósitos à vistado Banco do Nordeste

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Capital de giro(mercadorias e insumos)

Investimento(máquinas e equipamentos)36%

Outros

Microcrédito AGENTES FINANCEIROS

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Stélio. Uma parceriacom o Sebrae para aaplicação de um pro-grama de capacitaçãoestá em negociação, einclusive já foi feitoum piloto em Fortale-

za com resultados positivos.

Acessível para informaisO atendimento a pessoas que atu-

am na informalidade é outra caracte-rística do microcrédito produtivo ori-entado. No caso do Banco da Família,que atende 15 municípios da região deLages (SC), 95% dos clientes são des-se grupo. A carteira tem mais de 3,3mil clientes ativos, que tomam emprés-timos no valor médio de R$ 1,3 mil, ajuros numa faixa entre 2,9% e 3,9%,com prazo de até 24 meses para pa-gar. Ao longo dos seis anos de atua-ção, mais de R$ 22 milhões foram em-prestados, e o risco (valor total docontrato a vencer e vencido) gira emtorno de 1%.

Em parceria com o Serviço Brasi-leiro de Apoio à Micro e Pequena Em-presa (Sebrae), o Banco da Família de-

senvolveu em 2004 o Programa Primei-ro Negócio (PPN), para a capacitaçãogerencial das pessoas que nunca tive-ram um negócio e desejavam iniciarum, atrelado ao empréstimo de recur-sos. Uma nova edição do programa estásendo formulada e se buscam parcei-ros para sua realização, mas dificilmenteserá reeditado ainda neste ano, confor-me Silva. O Banco da Mulher de Sal-vador também presta apoio gerencialpor meio dos agentes de crédito e emparceria com instituições conveniadascomo o Sebrae e o Serviço Nacionalde Aprendizagem Comercial (Senac),entre outras.

O Banco da Família e o Banco daMulher são Organizações da Socieda-de Civil de Interesse Público (Oscips).Elas não estão sujeitas à Lei da Usura(limitação a que estão sujeitas asONGs) e podem praticar taxas de ju-ros superiores a 12% ao ano, mas sãoentidades que não visam ao lucro. Tam-bém têm isenção de Imposto de Ren-da, desde que protocolem o pedido naReceita Federal, e de Imposto SobreServiço (ISS) – neste caso, a isençãodeve ser solicitada à prefeitura local.

Entidades que formalmente são Oscipspodem operar sob o nome de banco,como por exemplo o Banco do Povode Santo André.

Já as Sociedades de Crédito ao Mi-croempreendedor (SCMs), reguladaspela Lei 10.194, de fevereiro de 2001,têm o lucro por objetivo e não podemusar o nome “banco”. O processo deformação de uma SCM é acompanha-do pelo Banco Central (BC) e, após aconstituição, as atividades também sãomonitoradas pelo BC. Elas podem ope-rar por conta própria ou podem firmarparcerias e instalar os Postos de Aten-dimento ao Microcrédito (PAM) den-tro de agências bancárias tradicionais,por exemplo. Também podem ser con-troladas por Oscips. As SCMs devemter capital realizado e patrimônio líqui-do de R$ 100 mil, e o limite de endivi-damento é de, no máximo, cinco vezeso patrimônio líquido, somadas as obri-gações do passivo circulante, as coo-brigações por cessão de créditos e porprestação de garantias e descontadasas aplicações em títulos públicos fede-rais. Elas operam por meio de garan-tias, aval, e com agentes de crédito. A

Menos desigualdade, mais crescimentoO maior programa de microcrédi-

to produtivo orientado da Américado Sul, e segundo maior da AméricaLatina, é o CrediAmigo do Banco doNordeste (BNB). Em sete anos deexistência, foi aplicado R$ 1,5 bilhão,divididos em 1,9 milhão de emprés-timos (valor médio de R$ 810), sen-do que somente nos últimos dois anos(janeiro de 2003 a dezembro de2004) foram emprestados R$ 809milhões em 943 mil operações. ParaStélio Gama Lira Júnior, diretor res-ponsável pelo CrediAmigo, o progra-ma é um forte instrumento de redu-ção das desigualdades sociais e for-talecimento da cidadania, pois pro-porciona a inserção competitiva dosmicroempreendedores no mercado,

contribuindo para fortalecer e ampliarsuas atividades, aumentar seus ganhosfinanceiros e melhorar a qualidade devida de suas famílias.

Os clientes assistidos são, em sua mai-oria, pessoas que trabalham por contaprópria, em negócios de pequeno por-te, e se caracterizam por dispor de ummínimo de capital fixo, utilizar poucostrabalhadores – familiares ou assalaria-dos, registrados ou não – e por partici-par diretamente da produção, sendo61% mulheres. Cerca de 92% dos cli-entes desenvolvem suas atividades nosetor de comércio, 5% no setor de ser-viços e os 3% restantes no ramo de pro-dução industrial/artesanal. A maioria dosclientes (59,2%) possui renda inferior aR$ 1 mil e 54% são analfabetos ou pos-

suem primeiro grau incompleto.O principal produto do programa é o

Capital de Giro para Grupos Solidários.São empréstimos graduais para gruposde 3 a 10 microempresários, com valo-res crescentes à medida que estes apre-sentem capacidade e expansão de seusnegócios. No crédito para Capital deGiro, o valor da primeira operação é li-mitado a R$ 2.000 por cliente, confor-me o porte do empreendimento, poden-do evoluir até R$ 8.000 por cliente. Osreembolsos podem ser semanais, quin-zenais ou mensais, sem carência e comprazo para pagamento variando de uma seis meses. Para aqueles que expandi-ram seus negócios após o uso desse pro-duto, o CrediAmigo oferece crédito paragiro individual e para investimento fixo.

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taxa de juros fica em torno de 4% aomês e o prazo de pagamento, avaliadopelo agente (geralmente um terço daarrecadação dele pode ser comprome-tida), em média é de dez meses.

Essas são chamadas de instituiçõesde primeiro piso, ou seja, atuam dire-tamente com o cliente final. Mas exis-tem as instituições de segundo piso,que oferecem capacitação e apoio téc-nico e provêm recursos financeiros,sob a forma de empréstimos, às insti-tuições de primeiro piso. É o caso daAgência de Fomento do Estado deSanta Catarina (Badesc), que mantémdesde 1999 um programa que oferecepequenos empréstimos através de 19Oscips para proprietários de pequenosnegócios formais e informais que ne-cessitem de recursos financeiros parapromover o crescimento de seu mi-croempreendimento. Os valores vari-am de R$ 200 a 10.000. Os microem-preendedores fazem os empréstimosnas Oscips com taxas que variam deorganização para organização, com ju-ros de 2,7 a 4% ao mês. “O programatransformou-se em referência nacio-nal para instituições de segundo piso”,

diz Renato de Mello Vianna, presi-dente do Badesc e da AssociaçãoBrasileira de Instituições Financei-ras de Desenvolvimento (ABDE).

São atendidos os 293 municípiosdo estado catarinense, por meio depostos avançados subordinados àsOscips estrategicamente estabeleci-das em 17 cidades. Estão disponibili-zados R$ 5,3 milhões, oriundos doretorno dos recursos do programa.Esses recursos poderão ser repassa-dos às instituições que compõem arede de microcrédito de Santa Cata-rina, conforme a necessidade da de-manda por crédito em sua região. OBadesc repassa de forma subsidiadapara as organizações de microcrédi-to recursos financeiros destinados àimplantação, estruturação e expansãoque serão devolvidos em prazos variá-veis de 6 a 24 meses de carência e amor-tização de 12 a 24 meses. “Em SantaCatarina, quem tem sido o grande par-ceiro, e sem dúvida manteve a institui-ção em dia, é o Badesc. Ele conseguiupreencher a lacuna deixada pelo BN-DES”, diz Márcio Oliveira da Silva, di-retor-executivo do Banco da Família(IMF), que compõe a rede.

Segundo pisoQuem vai tomar a experiência do

Badesc como modelo é o Banco do Bra-sil, que passará a atuar como instituiçãode segundo piso em relação a microcré-dito produtivo orientado ainda neste ano.Segundo Edson Monteiro, vice-presiden-te de Varejo do Banco do Brasil, a insti-tuição estuda uma estrutura de trabalhocom agências de fomento, Oscips ecooperativas de créditos para fazer orepasse de recursos para empréstimo amicroempreendedores. “Estamos inves-tindo no cliente do futuro. Nossa visãoé que esse cliente, hoje no setor infor-mal, com a retomada de crescimentoeconômico, com a recuperação da eco-nomia, é um cliente em potencial.”

O Banco do Brasil atua na área demicrocrédito desde 2003, mas voltadopara consumo (o financiamento não

precisa ser aplicado em um negócio).“Acho que o microcrédito de consu-mo também é válido, pois acaba movi-mentando a economia, gerando novosnegócios”, diz Stélio Gama Lira Júni-or, diretor do programa CrediAmigo.Para Monteiro, isso é muito salutar, poistira o cidadão do agiota. Segundo ele,o BB optou inicialmente pelo microcré-dito de consumo porque era necessá-rio aplicar 2% dos depósitos (cerca deR$ 400 milhões na média). Mesmo as-sim não foi cumprida toda a exigibili-dade, porque o volume era muito alto.

Naquele momento, o BB traçou umaestratégia com três eixos de atuação:criar e colocar de pé o Banco Populardo Brasil, subsidiária para cuidar ex-clusivamente dessa área; disseminarimediatamente linhas de crédito para umpúblico que estava à margem do siste-ma financeiro, os aposentados e pensi-onistas que recebiam no banco atravésdo cartão do beneficiário da Previdên-cia – cerca de 3,2 milhões de pessoasrecebiam no cartão porque conta ban-cária era caro demais para elas – e tam-bém um público de pequenos poupa-dores que não possuía conta correnteno banco, mas que mantinha uma apli-cação em poupança de R$ 20 a R$ 200de saldo médio, cerca de 800 mil pes-

Para investimento fixo, não existe va-lor mínimo para o empréstimo, quepode chegar a R$ 3.000. O desem-bolso ocorre de uma só vez, e os re-embolsos são mensais, sem carência,com prazo para pagamento variandode um a 18 meses. A taxa de juros va-ria, em média, de 2% a 2,5%.

Com 170 agências e 839 assesso-res, o CrediAmigo leva o microcré-dito a todos os estados do Nordes-te, norte de Minas Gerais – comagência também em Belo Horizonte– e norte do Espírito Santo. Comessa estrutura e visitas sistemáticasdos assessores, o total de municípi-os atendidos pelo programa soma1.216, dos quais 941 atendem maisde 20 clientes.

Renato Vianna: Badescoferece empréstimosentre R$ 200 e R$ 10 mil

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Microcrédito AGENTES FINANCEIROS

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soas; e um público,que já era cliente dobanco, com renda in-ferior a três saláriosmínimos e não toma-va crédito, mas que ti-nha um movimento

bancário mínimo, passível de ser con-templado com microcrédito.

Valorização pessoalEm relação à linha de aposentados

e pequenos poupadores, foram banca-rizadas cerca de 1 milhão de pessoasno BB e 1,2 milhão no Banco Popular.“Até dezembro de 2004 foram banca-rizadas 2,1 milhões de pessoas que es-tavam à margem do sistema financei-ro, proporcionando cidadania financeirae inclusão social”, diz Monteiro. Quantoàqueles que já eram clientes do BB, fo-ram realizadas 640 mil operações de mi-crocrédito, num montante de R$ 370milhões. O índice de inadimplência éde 2,8%, o que é perfeitamente aceitá-vel. Conforme uma pesquisa realizadapela instituição, o BB oferta crédito para6 milhões de pessoas, público que se

sente valorizado por ter conta em ban-co e, principalmente, ter acesso ao cré-dito, embora não necessariamente quei-ra utilizá-lo de imediato.

O Banco Popular completou um anode operação em fevereiro deste ano,com operações acima das projetadas.Tendo como pano de fundo uma legis-lação pró-inclusão bancária e em defe-sa do acesso ao crédito, a instituiçãosuperou as metas inicialmente previs-tas e chegou a 1,2 milhão de clientes,5,9 mil pontos de atendimento e R$ 29milhões concedidos na modalidade demicrocrédito. A inadimplência fica naordem de 6% a 7%. As perspectivasda empresa para 2005 são otimistas:abrir mais 2,8 milhões de contas cor-rentes e outros 7 mil pontos de atendi-mento. Outra meta do BPB para 2005é a ampliação do portfólio de produtose serviços oferecidos aos seus clien-tes. Estão previstos produtos comocartão de crédito, seguro de vida, títu-lo de capitalização e poupança.

Para abrir a conta corrente no Ban-co Popular do Brasil não é necessáriocomprovar renda ou endereço. Logo

após a ativação do cartão de movi-mentação da conta, o cliente pode teracesso ao crédito pessoal, a juros de2% ao mês, com valor inicial de R$50, podendo chegar até R$ 600. Ou-tra vantagem é a possibilidade de efe-tuar suas transações bancárias em lo-jas próximas à moradia ou local detrabalho. A rede de atendimento é for-mada por correspondentes bancári-os, credenciados entre estabelecimen-tos da rede de varejo.

Além dos bancos comerciais e dasIMFs, há outra alternativa para mi-cro e pequenos empreendedores.“Existe uma concorrência não apa-rente, que é o grande varejo”, dizStélio Júnior. Segundo ele, quem édo setor informal, tem uma lancho-nete, por exemplo, e precisa de umfreezer, pode tanto retirar um finan-ciamento no Banco do Brasil, CaixaEconômica, Banco do Nordeste ecomprar o produto, quanto comprar

Linha Direta

Edson Monteiro(61) 310-4104Euds Pereira Furtado(21) 2544-4235Hyeda Rigaud(71) 3243-3812Luiz José Bueno Aguiar(11) 3541-2271Márcio Oliveira da Silva(49) 223-0444Renato de Mello Vianna(48) 216-5017Stélio Gama Lira Júnior(85) 3299-3069

parcelado diretamente em qualquer lojade magazine. “Há muito crédito ocor-rendo. Não é à toa que o Banco Itaúcomprou a carteira das Casas Bahia eo Banco do Brasil trabalha com o Ex-tra.” Além disso, existem empresas quefinanciam seus próprios vendedores,como a Avon, por exemplo.

Monteiro lembra ainda das linhasespeciais do Banco do Brasil, como oProger, por exemplo. Segundo ele, noinício do governo Lula, o BB investiunas MPEs R$ 8,2 bilhões em capital derisco e investimento. Em 2004 o re-passe foi de R$ 17, 2 bilhões, e, nesteano, até os primeiros dias de fevereiro,o acumulado dos últimos 12 meses jáchega a R$ 17,6 bilhões. Nesse perío-do, o número de empresas atendidaspassou de 320 mil para 680 mil. A metaé completar 2005 com uma carteira deR$ 21 bilhões. “Não podemos consi-derar isso pouca coisa, falando em in-jeção de capital num segmento tão im-portante, que gera muito emprego, tra-balho e renda, que sustenta a socieda-de de consumo”, diz Monteiro. Avan-ços no financiamento a micro e peque-nos empreendedores têm ocorrido, maso contingente de pessoas à margem dosistema ainda é grande, e o microcré-dito é um dos caminhos mais curtospara tirar esse grupo da informalidadee incluí-lo na economia.

Monteiro, do BB: a meta écompletar 2005 com umacarteira de R$ 21 bilhões

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AÇÃO

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O microcrédito não é novidadepara os brasileiros, apesar de a práti-ca ter se difundido pelo país apenas apartir da década de 90 e se intensifi-cado nos últimos anos. Há mais de30 anos, o Brasil foi um dos primei-ros países do mundo a utilizar o mi-crocrédito para o setor informal ur-bano. Em 1973, a Accion Internacio-nal, em parceria com entidades em-presariais e bancos locais, criou aUnião Nordestina de Assistência aPequenas Organizações (UNO), quepor 18 anos financiou milhares deempreendimentos em Pernambuco ena Bahia e serviu de referência para aexpansão dos programas de micro-crédito na América Latina.

A UNO, estabelecida como orga-

nização não-governamental, concediamicrocrédito – a partir de um “avalmoral” – e capacitava em temas bási-cos de gerenciamento pessoas de bai-xa renda que atuavam no setor infor-mal, além de produzir pesquisas so-bre o perfil do microempresário in-formal e o impacto do crédito. Comoresultado desse trabalho, a cultura doassociativismo foi disseminada, e vá-rias cooperativas, associações de ar-tesãos e grupos de compra foramcriados.

O êxito na área técnica, no entan-to, não evitou que a instituição desa-parecesse por causa da falta de auto-sustentabilidade. Segundo especialis-tas, duas medidas poderiam ter evita-do a quebra da UNO: a transformação

de doações recebidas em patrimôniofinanceiro que pudesse ser empresta-do a juros de mercado, gerando recei-tas e capitalizando a cidade; e a co-brança de juros reais em todas as li-nhas de crédito que operava, tendoassim um ganho para capitalização.

SolidárioMas foi a partir da aplicação da

metodologia dos grupos solidários –cuja principal característica é o avalsolidário – que o microcrédito ganhouexpressão no cenário nacional. Base-ado na experiência da Accion e deONGs colombianas, foi criado em1987, em Porto Alegre, o Centro deApoio aos Pequenos Empreendimen-tos Ana Terra (Ceape/RS), com apoiodo Banco Interamericano de Desen-volvimento (BID) e da Inter-Ameri-can Foundation (IAF) para composi-ção do funding. A iniciativa foi bem-

Remédio caseiroO Brasil é pioneiro na aplicação do microcrédito nosetor informal, aliado à capacitação gerencial

Microcrédito AGENTES FINANCEIROS

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O impacto positivoem outros paísesPequenos empréstimos a pequenos empreendedoresformais e informais são vistos cada vez mais comoinstrumento de inserção social e econômica

Bangladesh, 1976. Em um dos pa-íses mais pobres do mundo, grandeparte da população não tinha acesso acrédito nos bancos comerciais e pre-cisava recorrer a agiotas para financi-ar pequenas atividades produtivas.Muhammad Yunus, economista e pro-fessor da Universidade de Chittagong,ao perceber a situação das pessoas queviviam em aldeias ao redor da institui-ção, iniciou com seu próprio dinheiroe a ajuda de seus alunos um trabalhode concessão de empréstimos. Sur-gia então a semente do Banco Gra-meen, experiência internacional que setransformou em referência metodo-lógica para programas de microcré-dito em todo o mundo.

São experiências também precur-soras a Associação do Pão, na Ale-manha, em 1846, as Caisses Populai-res, no Canadá, em 1900, e a Liga deCrédito, nos Estados Unidos, em1953, mas foi Yunus que provou àsinstituições financeiras que pobres sãobons pagadores e conseguiu atrairparceiros para compor o funding quesustentou a criação do Banco Grame-en, em 1983. “O microcrédito atingeuma dimensão importante com Yu-nus”, diz Luiz José Bueno Aguiar, di-retor de Assuntos Institucionais daAssociação Brasileira dos Dirigentesde Entidades Gestoras e Operadorasde Microcrédito, Crédito Popular So-lidário e Entidades Similares (Abcred).Trata-se de uma instituição financeiraprivada que cobra taxas de juros demercado, mas concede crédito de for-

ma diferente à adotada pelo sistema fi-nanceiro convencional, cercado de bu-rocracia e exigências de garantias reaisimpossíveis para sua clientela.

A metodologia Grameen tem comopilares o aval solidário e o agente decrédito, que é uma pessoa especialmen-te capacitada para a análise e acompa-nhamento dos tomadores de emprésti-mos. O aval solidário trata-se da for-mação de grupos de cinco pessoas dacomunidade que se responsabilizammutuamente pelos empréstimos. O mo-delo é reconhecido como um sistemade crédito diretamente relacionado aocombate à pobreza, por meio do finan-ciamento a microempreendedores – for-mais ou informais – que permite o au-mento da produtividade e da qualidadedos serviços, com uma conseqüenteelevação da qualidade de vida.

Os créditos são concedidos somen-te para populações rurais carentes or-ganizadas em grupos solidários e compoupança compulsória. Os pagamentossão realizados em parcelas semanais oumensais. As mulheres, mesmo não atu-ando no negócio, são consideradas só-cias-prioritárias, representam a maio-ria dos clientes e recebem grande partedos empréstimos. O prazo inicial doscréditos é de um ano, com pagamen-tos semanais, e a média é de US$ 180/ano por cliente. O banco controla ondee como o dinheiro é aplicado, e qual-quer alteração de finalidade na aplica-ção dos recursos emprestados requerautorização da instituição. Tudo o quefor adquirido com o empréstimo é con-

sucedida e a institui-ção passou a ser re-produzida em outrosestados, formandohoje uma rede com 12centros.

Também em Por-to Alegre, em 1995, teve origem a pri-meira instituição de microcrédito apartir de uma iniciativa do poder pú-blico (no caso a prefeitura do municí-pio), controlada pela sociedade civil eapoiada no princípio da auto-susten-tabilidade. A Portosol – InstituiçãoComunitária de Crédito, que teve osrecursos para empréstimos oriundosde doações da Prefeitura de Porto Ale-gre, do Governo do Rio Grande doSul, da Sociedade Alemã de Coopera-ção Técnica (GTZ) e da IAF e de fi-nanciamentos do BNDES e do Sebrae/RS, concede crédito a pequenos em-preendimentos, tanto para capital degiro quanto para capital fixo, opera-ções garantidas por aval simples ou so-lidário, cheques e alienação de bens.

Em outubro do ano seguinte, noRio de Janeiro, foi criado o VivaCred,uma iniciativa do Movimento Viva Rio,com apoio do BID, BNDES e Finin-vest para a composição do funding. Oobjetivo da instituição é conceder cré-dito a microempreendimentos formaise informais de pessoas de comunida-des carentes da cidade, como as fa-velas da Rocinha, Maré e Rio das Pe-dras, entre outras. Os empréstimossão destinados tanto para capital degiro quanto para capital fixo.

Estes são apenas alguns exemplos.Desde a década de 70, foram forma-das no país diversas entidades micro-financeiras: Organizações da Socieda-de Civil de Interesse Público (Os-cips), Cooperativas de Crédito de Pe-queno Porte, Sociedades de Créditoao Microempreendedor (SCMs) eONGs especializadas no tema. Issosem falar em iniciativas públicas,como o Banco do Povo Paulista, e naatuação de bancos tradicionais, comoBanco do Brasil e Bradesco.

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siderado propriedade do banco, até aquitação total do crédito.

Uma das características do Gra-meen é ser um “banco que vai ao cli-ente”. A instituição, em 1999, estavaatuando em 39 mil aldeias, o que re-presenta mais de 50% do total das al-deias de Bangladesh – o país possui69 mil aldeias. Eram mais de 1,1 milagências, com um total de 13 mil fun-cionários. Os tomadores de crédito sãoacionistas do banco, detendo 93% doseu capital, e cada ação é vendida porUS$ 2. A instância superior do Gra-meen Bank é um conselho adminis-trativo, composto por 13 conselhei-ros, sendo nove deles mulheres po-bres – tomadoras de crédito – e indi-cadas pelos demais clientes. Os ou-tros três membros são indicados pelogoverno de Bangladesh. Yunus ocupao cargo de diretor-administrativo eparticipa das reuniões do conselho,mas sem direito a voto.

Solução rentávelMais do que um instrumento de re-

dução das desigualdades sociais e de in-clusão econômica, o microcrédito mos-trou-se uma estratégia rentável para oBank Rakyat Indonésia (BRI). Antes depassar a explorar as microfinanças, em1984, a instituição operava exclusivamen-te como banco rural, com 3,6 mil filiais edéficit anual de US$ 24 milhões. Cincoanos depois o lucro era de US$ 25 mi-lhões, período em que foram concedi-dos uma média de 115 mil microemprés-timos de US$ 437 por mês, com umainadimplência de pouco mais de 3%.

Na Bolívia, o microcrédito teve ori-gem, em 1986, com uma abordagemestritamente social e, com o desenro-lar do programa, surgiu o Banco da So-lidariedade S.A. (BancoSol), em 1992.A instituição concede créditos para pro-dução e consumo, no valor médio deUS$ 500, sob garantias individuais ousolidárias, cobrindo aproximadamente40% dos usuários do setor bancárioboliviano – o que eqüivale, no entanto,a apenas 1% do total de ativos dos ban-

cos comerciais do país.A experiência da Accion Internaci-

onal, instituição sem fins lucrativos cri-ada na Venezuela em 1961, também ébase para diversos programas de mi-crocrédito no mundo. A Accion, quenos primeiros dez anos atuou no Bra-sil, na Colômbia, no Peru e no seu paísde origem, distribuindo mais de US$ 9milhões, atualmente está presente em20 países da América Latina, Caribe eÁfrica, e em 33 cidades dos EstadosUnidos, e entre 1992 e 2003 empres-tou US$ 5,8 bilhões a mais de 3,2 mi-lhões de pessoas, das quais menos de3% caíram em inadimplência.

O microcrédito hoje está presente emmais de 70 países, e as experiências sãoas mais variadas. No Peru, por meio deuma parceria entre a GTZ alemã e insti-tuições peruanas ligadas a pequenas em-presas, foi criado em 1979 o Fogapi, quefornecia cartas de fiança para microem-presários que não possuíam garantia depoderem acessar o sistema bancário tra-dicional. Somente nos últimos anos é quea instituição passou a oferecer diretamen-te microcrédito e um cartão de créditopara microempresários, com limite má-

ximo de US$ 2,5 mil, utilizável exclusi-vamente em estabelecimentos filiados aosistema para aquisição de insumos e con-tratação de serviços.

Já o Fosis, no Chile, criado em 1991como instituição pública ligada direta-mente à Presidência do país, atua comorepassador de recursos para ONGs,cooperativas e instituições privadas demicrocrédito – consiste numa institui-ção de segunda linha. A transferênciados recursos é feita sem cobrança detaxas de retorno, por meio de concor-rência pública, em que sai vencedora aentidade que oferece a menor taxa dejuros ao tomador final.

O Banco del Pichincha, no Equa-dor, em parceria com a Accion, mon-tou em 1998 um programa de micro-crédito voltado para pequenos empre-endedores, o Credife. As operações ti-veram um rápido crescimento, o quelevou a instituição a aumentar o fun-ding para atender mais clientes e ofe-recer taxas de juros ainda mais com-petitivas. Atualmente o Credife possui31,2 mil clientes ativos, dos quais 53%são mulheres, e vem expandindo suaárea de abrangência no país.

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Passo-a-passo para obtenção do microcrédito

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1 – Quando devo procurar uma instituição?

Se você tem um negócio formal ou informal e necessita derecursos de capital de giro ou para investimento.

2 – Quais os pré-requisitos?

A principal exigência é possuir o cadastro limpo no Serasa,SPC e, no caso de bancos oficiais, Cadim. Outras exigênciasmuito comuns feitas pela instituições de microcrédito são:

Ser maior de idade ou menor emancipado.O negócio funcionar no mínimo entre 8 a 12 meses (va-ria de instituição para outra).O negócio ser a principal atividade do clienteO negócio estar localizado na área geográfica de atua-ção da agênciaExercer atividade que não tenha caráter delituoso e quenão agrida o meio ambiente.Ter endereço fixo e residir na cidade, pelo menos, de uma dois anos.Não ser parente de pessoas ligadas à instituição de mi-crocrédito.

3 – Quais são as condições?

Cada instituição tem seu procedimento, mas de ummodo geral o crédito pode ser enquadrado nas seguin-tes condições:Valor – financiamento de pequena monta até R$ 5 mil.Algumas instituições chegam operar até o limite de R$10 mil.Forma de empréstimo – crescente. Inicia com um em-préstimo muito pequeno (R$ 200 a R$ 500) e, à medidaque o cliente vai honrando as operações, o valor do em-préstimo vai aumentando.Prazo do financiamento – curto prazo de 15 a 90 dias,renovável com valor crescente.Forma de pagamento – diária, semanal, quinzenal oumensal.Garantia – aval solidário, fundo de aval, aval tradicional.Tipo de crédito – o microcrédito é fornecido principal-mente para capital de giro, e em menor parte para investi-mento. Algumas instituições oferecem empréstimo paracapital misto (giro e investimento fixo) no caso de amplia-ção do negócio. Poucas instituições concedem emprésti-mos para criação de novos negócios.

4 – Quais os tipos de linha de crédito paraempresas?

Linha de crédito para investimento ou investimento fixo:é o capital destinado à aquisição de máquinas ou equipa-mentos e à feitura de obras civis indispensáveis à im-plantação, à modernização, ao funcionamento ou à am-pliação da empresa.Linha de crédito para capital de giro: são os recursosdestinados à compra de mercadorias, à reposição deestoques, às despesas administrativas.Capital de giro associado ao investimento ou ao investi-mento misto: são recursos destinados a cobrir as despe-sas que a empresa vai ter com investimentos realizados.

5 – Como funciona o processo?

Procure a instituição de microcrédito de sua cidade ouregião. Lá um agente de crédito montará um cadastropreliminar para verificar se você atende aos requisitosmínimos. Se você estiver apto, o agente de crédito o visi-tará para fazer uma avaliação do seu negócio , das suasrelações (o que os vizinhos pensam de você), dos seusclientes, das suas condições socioeconômicas, das suasatitudes e da seriedade dos seus propósitos. O agente decrédito fará também um levantamento do fluxo de caixado seu negócio para avaliar a sua capacidade de paga-mento, verificar qual o valor da prestação que você su-porta pagar e conseqüentemente o limite de crédito queserá liberado.

No microcrédito usa-se normalmente como garantia afiança, fundo de aval e aval solidário. Este último é a garan-tia que tem se mostrado mais rápida e eficiente. Você devemobilizar um grupo de outros micro empresários interes-sados em obter crédito e que estão dispostos de formavoluntária a dar garantia solidária aos outros participan-tes do grupo: cada participante do grupo é avalista daoperação dos demais participantes. Se alguém não paga aprestação, os demais membros do grupo serão responsá-veis e solidariamente pagarão pelo inadimplente.

A proposta é encaminhada para o comitê de crédito,assim como toda a documentação e o parecer do agente.Ele presta verbalmente esclarecimentos e responde aosquestionamentos dos membros do comitê, que normal-mente toma uma decisão consensual. Uma vez aprovada,o dinheiro será liberado (por meio de cheque ou depósi-to em conta) assim que o contrato estiver assinado.

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O pequenocapital que

resgata cidadãos

A falta de recursos é uma condenação prévia a que estãosubmetidos muitos brasileiros. Romper essa barreira é uma dasfunções do microcrédito, um investimento que não pesa no bolsode ninguém e pode se transformar num fator de inclusão social

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Nome completo: Ada Palhano MalheirosIdade: 57Local de nascimento: Guaíra (PR)Formação: Segundo grau incompletoEmpresa: Drogaria MalheirosRamo de atuação: FarmacêuticoAno de fundação da empresa: 1977Cidade-sede: Cachoeira Paulista (SP)Faturamento: Não divulgadoNúmero de funcionários: 16

O impulso salvadorCom pouco dinheiro, foi possível modernizar aempresa e intensificar sua competitividade

O catalisador que Ada PalhanoMalheiros encontrou para transformaro próprio empreendimento em umareferência na cidade de CachoeiraPaulista, interior paulista, e região foio microcrédito. Esse ingrediente, apli-cado na medida certa no negócio,permitiu dar estabilidade e expandir aDrogaria Malheiros, empresa que ad-quiriu em 1977. “A empresa se cha-mava Farmácia Prado e já era umponto antigo e muito conhecida nacidade. O dono nos vendeu e muda-mos o nome para Drogaria Malhei-ros. Mais tarde construímos umasede própria, na mesma rua”, diz Ada.

A primeira intenção de buscar umempréstimo tinha um objetivo princi-pal: aumentar a competitividade paranão ser engolida pelas grandes redes

farmacêuticas. Nesse ponto, Ada ava-lia que o microcrédito foi essencialporque ajudou a modernizar o empre-endimento. Grande parte dos recur-sos provenientes do primeiro emprés-timo que ela fez em 2000, através deuma linha de crédito oferecida peloBanco do Brasil, foi aplicada na in-formatização da empresa. Ela não re-vela o valor do capital financiado, mastem a satisfação em dizer que pagoutudo em dia e no prazo estabelecidopela instituição bancária.

Com os recursos aplicados sabia-mente, ela conseguiu manter um flu-xo de caixa que possibilitou ter capi-tal de giro e fazer novos investimen-tos para gerar emprego e renda. Issosó foi possível porque Ada seguiu atradicional receita: adotou práticas

para melhorar o planejamento e a ges-tão e fez investimentos de forma ade-quada. Mesmo com a prática de 23anos como empreendedora, ela julga-va não ter conhecimento suficiente nogerenciamento da farmácia. Commuita determinação, foi atrás de in-formações para saber como melho-

Ada Malheiros: adoção de práticas para melhorar o planejamento e a gestão e investimentos adequados

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Empréstimo na medidaCom apenas mil reais, a compra de um fornoserviu para transformar uma carreira

A dona de casa Regina Lúcia daRocha Leires nasceu no Rio de Janei-ro, tem 54 anos, é casada há 35 e mãede quatro filhos. Por muitos anos elase dedicou à família, fazendo um bicoou outro para ajudar no incremento darenda de casa. De manicure, cabelei-reira e depiladora à confeiteira e reven-dedora de produtos de beleza, ReginaLúcia fez de tudo um pouco nessa vida– como ela mesma define. Apesar desempre ter trabalhado por conta pró-pria, ela não teve a oportunidade demontar um negócio só seu até 1997.

A chance veio de uma proposta fei-ta por uma prima, bastante atenta aosdotes culinários de Regina. Há seis anosessa prima resolveu montar uma pizza-ria na área central do Rio de Janeiro.No cardápio, vários pratos recheadoscom tomates secos, encontrados naépoca somente em São Paulo. O preçoda iguaria trazida de terras paulistasestava quase inviabilizando o custo dealgumas das pizzas e foi aí que Reginaentrou na história da prima: ela resol-veu aceitar o convite para abastecer orestaurante da parenta com tomatessecos produzidos em sua própria casa.

No início Regina não fazia a menor

idéia de como desidratar o tomate. Utili-zando o método empírico de tentativa,erro e acerto, ela foi descobrindo qual amelhor forma de fazer tomates secosno forno do fogão de seis bocas de suacozinha. Porém, os custos dessa pro-dução artesanal eram altos e a quantida-de do produto não compensava o tem-po investido. Então Regina ficou saben-do de um curso de processamento defrutas oferecido pela Embrapa do Rio,onde aprendeu todas as técnicas paraelaboração de frutas desidratadas, ge-léias, compotas e tomate seco. Nessecurso Regina teve contato com um for-no desidratador, que seria a solução paraas bandejas queimadas de sua cozinha.

Mas havia um detalhe. Embora o for-no desidratador fosse muito eficiente,Regina não tinha dinheiro disponível naépoca para comprá-lo. Foi então que oBanco da Mulher do Rio de Janeiro en-trou em cena. No mesmo ano em quecomeçou a colaborar com a prima, a donade casa buscou a instituição de micro-crédito para fazer um empréstimo de R$1.000. Daí em diante, todas as melhoriasna cozinha – montada especialmente paraabrigar o forno desidratador, a seladora ea balança – foram realizadas com o auxí-

rar seu negócio.Antes de tomar crédito, ela bus-

cou orientação do Sebrae, fazendocursos e participando de diversas ati-vidades promovidas pela entidadecomo seminários e eventos. Os re-sultados vieram logo em seguida.Motivada pelo conhecimento adqui-rido, necessário para administrar adrogaria e, principalmente, gerir ocapital tomado na instituição financei-ra, ela decidiu que era hora de ampli-ar o negócio. “Abrimos uma segundafarmácia e tenho certeza de que issosó foi possível porque tive a orienta-ção certa para investir”, diz.

Na opinião da proprietária, todos oscursos que ela e os funcionários fize-ram contribuíram para desenvolver onegócio. Desde a época em que teveacesso ao crédito ocorreram muitasmudanças na Drogaria Malheiros. Emcinco anos, Ada ficou mais criteriosano processo de seleção, exigindo umpessoal mais qualificado e contandocom a participação de uma psicólogana escolha dos novos contratados pelaempresa, e investiu na capacitação dosfuncionários e na dela própria.

No ano passado, Ada fez um se-gundo empréstimo com a meta de ex-pandir a área de atuação do negócio.“Algumas pessoas encontram dificul-dades de conseguir acesso ao crédi-to, mas eu não tive. Foi fácil. Preten-demos abrir uma farmácia de mani-pulação. Estamos amadurecendo aidéia, mas em cinco meses vamoscolocar a idéia em prática.”

Agora Ada vai começar a dividir otempo dispensado ao empreendimentocom outro sonho: entrar para a facul-dade de Farmácia. Ela prestou as pro-vas do vestibular e chegou a passar,mas infelizmente não pôde iniciar ocurso, porque não tinha terminado oensino médio. Mas Ada não vai desis-tir. Com a empresa organizada e empleno funcionamento, neste ano ela vaifazer as disciplinas que faltam paraconcluir os estudos secundários. “Anoque vem, com meus 58 anos, vou ini-ciar a faculdade de Farmácia.”

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Regina: Banco da Mulher foi decisivo para a produção de tomates secos

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Nome: Regina Lúcia da Rocha LeiresIdade: 54Local de nascimento: Rio de Janeiro (RJ)Formação: Ensino médioprofissionalizanteEmpresa: Desidratadora de AlimentosRamo de atuação: AlimentosAno de fundação da empresa: 1997Número de funcionários(colaboradores): 6Cidade-sede: Rio de Janeiro (RJ)Faturamento: Vende o quilo do tomateseco por R$ 25. A produção variaconforme a demanda

Maria de Nazaré dos Santos – Na-zaré, como gosta de ser chamada –chegou ao Rio de Janeiro em 1956, aos16 anos, vinda de Belém do Pára. Porboa parte de sua vida Nazaré trabalhouna antiga Companhia Telefônica Brasi-leira. Aposentada precocemente emfunção de um acidente de trabalho, quedeixou seqüelas na audição de um dosouvidos, a ex-funcionária pública co-meçou a costurar para os conhecidoscomo forma de ocupar o tempo dispo-nível deixado pela aposentadoria.

Moradora de Nova Iguaçu desde quecasou, aos 24 anos, Nazaré sempre fezserviços de costura, mesmo quando tra-balhava na CTB. Após a aposentadoria elapassou a se dedicar aos três filhos, trêsenteados e outras cinco crianças que aju-dou a criar. Com tanta gente para vestirnão é de se espantar que Nazaré tenhaganhado agilidade na máquina de costurae transformado essa atividade em sua prin-cipal fonte de renda. Há 15 anos são dostecidos, linhas e agulhas que saem o di-nheiro para o sustento da casa, além daajuda que ela dá aos dez netos e dois bis-netos que hoje fazem parte de sua família.

Apesar de trabalhar há muito tempo

como costureira, foi há apenas seis anosque Nazaré profissionalizou sua produ-ção de roupas. A oportunidade surgiuquando uma nova escola foi instaladano bairro onde mora. A diretora conhe-cia seu trabalho e propôs a Nazaré fa-bricar os uniformes para aproximada-mente 400 alunos. Na época a costurei-ra contava apenas com duas máquinasoverlock e muita disposição. Como ademanda por uniformes era constante,Nazaré precisou investir na compra denovas máquinas, e então procurou oBanco da Mulher do Rio de Janeiro.

De 1999 até hoje, Maria de Nazaré

A costura de um sonhoA aposentada precoce soube definir seucaminho a partir de uma habilidade caseira

lio do Banco da Mulher.Regina não procurou a instituição

apenas para ter acesso ao crédito. Elatambém participou de alguns cursosque ajudaram a compreender a gestãode seu negócio, captar novos clientese até abrir espaço no mercado paranovos produtos que podem ser feitosem seu forno. Regina lamenta não tertempo para participar de todas as atua-lizações oferecidas pelo Sebrae e Ban-co da Mulher, e aconselha quem estácomeçando um negócio por conta pró-pria a ir atrás dessas entidades. “Se eupudesse, me aperfeiçoaria mais. Oscursos oferecidos por essas institui-ções são ótimos e me auxiliaram emmuitos aspectos do meu negócio”, diz.

Apesar de estar obtendo ótimos re-sultados com a desidratação de toma-tes, outros legumes e frutas, Regina seressente de não ter legalizado sua em-presa. “Ainda sou fundo de quintal”, diza microempresária. Ela reclama da altacarga tributária, responsável, segundoela, por atrasar esse passo. “Por não terum CGC, eu não posso assumir gran-des contratos. Para isso, seria necessá-rio o pagamento de vários impostos, queconsumiriam 40% do meu rendimento.Eu teria de diminuir o número de pesso-as que trabalham comigo e assumir so-zinha boa parte da empresa”, diz.

Regina está estudando qual a me-lhor maneira de legalizar sua empresa.Enquanto isso, ela faz planos de reto-mar os estudos. A dona de casa pre-tende se formar em Direito, um sonhoantigo que a vida de mãe e esposa adioupara a idade madura.

Nome: Maria de Nazaré Pampolhados SantosIdade: 65Local de nascimento:Belém (PA)Formação: Ensino médioEmpresa: Fábrica de uniformes escolaresNúmero de funcionários(colaboradores): 9Ramo de atuação: ConfecçõesAno de fundação: 1995Cidade-sede: Nova Iguaçu (RJ)Faturamento: Não tem controle

Uniformes escolares: produção a partir do ambiente doméstico

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Há quatro anos os sócios CarmenHreczuck e Sérgio Brunch resolveramdeixar a agência onde trabalhavam eabrir o seu próprio negócio no ramo dapublicidade. Acostumados a traçar es-tratégias de comunicação e vendas paraos clientes do antigo emprego, eles seviram numa situação difícil logo nocomeço. Com apenas dois computado-res, quase nada de dinheiro em caixa emuita disposição, os sócios montarama Fast Insight – agência de publicidadee propaganda estabelecida em Jaraguádo Sul, Santa Catarina.

Carmen conta que o começo foi mui-to difícil. Além de a infra-estrutura nãoser a ideal, havia a árdua tarefa de con-vencer os possíveis clientes de que a pro-paganda é a alma do negócio. E junto dasbarreiras estruturais e de venda do negó-cio da Fast Insight para outras empre-sas, os sócios também tinham um outroproblema: era preciso começar o traba-lho antes mesmo que a empresa fosseoficializada como pessoa jurídica. “Esse

O susto da estréiaUma dura lição aprendida de como saltar para aconquista dos clientes sem rede de apoio

detalhe afastou alguns possíveis clientese principalmente nossa chance de con-seguir crédito com instituições bancáriasconvencionais”, lembra Carmen.

Quando as coisas começaram a fi-car de fato preocupantes para a FastInsight, uma empresa topou trabalharcom a agência antes de ser oficializa-da. Carmen diz que isso foi um alíviopara os sócios, mas que estava longede ser a solução para a empresa. Coma projeção de faturamento do primeirocliente, Carmen Hreczuck e SérgioBrunch fizeram os primeiros investi-mentos: uma linha telefônica e um novocomputador. Entretanto, a infra-estru-tura não comportava o aumento dese-jado pelos sócios para a Fast Insight.

Foi então que Sérgio viu um anún-cio no jornal sobre um programa demicrocrédito oferecido na época pelaCasa do Empreendedor de Jaraguá doSul. As facilidades destacadas noanúncio deixaram Carmen com a pul-ga atrás da orelha. Ela confessa que

já fez seis empréstimos com o Bancoda Mulher. A confecção, que começoucom duas máquinas e duas costurei-ras, hoje conta com nove máquinas,seis costureiras externas, além dela ede duas filhas. Toda essa mão-de-obratrabalha para dar conta da produção deaproximadamente 700 conjuntos de uni-formes escolares por ano.

Os conjuntos são compostos porcalças ou shorts de elanca e de camise-ta de algodão. O uniforme completo paracrianças de até 12 anos sai por R$ 16.Para os adultos, o preço do conjuntocusta R$ 18. Suas costureiras ainda pro-duzem camisetas extras ao preço de R$10 cada. A demanda pelos uniformes éconcentrada no período de volta às au-las, mas isso não deixa Nazaré sem tra-balho no restante do ano. Ela adianta aprodução durante o ano, e fora da épo-ca de maior pico de vendas concentraesforços em aprimorar seu negócio.

Entre os planos da costureira estáprevista a tomada de mais um emprés-timo com o Banco da Mulher, desta vezpara a aquisição de novos materiais. Aintenção de Nazaré é diversificar a pro-dução. “Quero fazer roupas mais finas,mais sofisticadas. Não vou deixar deconfeccionar os uniformes que sãomeu ganha-pão, mas vou investir emalgo mais elaborado para melhorar mi-nhas vendas”, planeja. A constataçãode que há espaço para mudanças partiudos pedidos de muitas mães que com-pravam uniformes para seus filhos, masque também queriam roupas para si.

Dessa forma Nazaré vai tocando oseu negócio. Apesar da boa dose de sor-te, ela garante que continuaria com ape-nas duas máquinas se não fosse a ajudado microcrédito. A costureira conta queos juros cobrados em bancos conven-cionais são proibitivos para os micro-empresários, além de não haver nenhumauxílio sobre como fazer o negócio an-dar e crescer. “Não foi difícil conseguirempréstimo com o Banco da Mulher. Látambém encontrei a ajuda necessáriapara tocar minha empresa. O próximopasso é regularizar toda a documenta-ção e continuar crescendo”, diz Nazaré.

Nomes: CarmenHreczuck e Sérgio BruchIdades: 40 e 30Locais de nascimento:Mafra (SC) e Jaraguá doSul (SC)Formação: Ensino médioEmpresa: Fast InsightNúmero defuncionários: 5Ramo de atuação:Publicidade e PropagandaAno de fundação: 2000Cidade-sede:Jaraguá do Sul (SC)Faturamento:R$ 15 mil por mês

Carmen: ainformalidade

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Há seis anos, Laurinda SoaresCorreia montou uma lanchonete nacomunidade de Ibiriçu, interior domunicípio de Minas Novo, em MinasGerais. O “Bar da Roça”, como o pes-soal da região costuma chamar o ne-gócio de dona Laurinda, começoucomo alternativa de renda para ela eo marido – que durante a vida inteiraforam trabalhadores em lavouras dearroz, mandioca, cana-de-açúcar, fei-jão e amendoim.

Sem dinheiro para as reformas deampliação da lanchonete, dona Lau-rinda recorreu ao Banco do Povo deMinas Novo para viabilizar a cons-trução de uma varanda em sua casa.O empréstimo foi um dos primeirosconcedidos pela instituição – que estáem funcionamento na região desde2001. A facilidade do crédito e osbaixos juros cobrados pelo Banco doPovo estimularam dona Laurinda afazer outras melhorias em seu negó-cio. Desde então ela já comprou umageladeira nova e uma estufa – paraos salgados que ela mesma cozinha– através do micro-crédito ofereci-do pelo banco.

Dinheiro do povoO bar da roça serviu de alternativa para quem nãodesejava continuar no trabalho duro do campo

Porém, dona Laurinda não recor-reu ao microcrédito somente para acompra de equipamentos. Recente-mente ela tomou emprestado dinhei-ro para capital de giro, o que aju-dou a microempresária da roça amanter regulados os estoques depetiscos, balas, bolachas, pipocas,refrigerantes e cervejas. Dona Lau-rinda diz que a vida no campo sem-pre foi muito dura e que a perspec-tiva de uma aposentadoria tranqüilaestava longe de acontecer caso elanão abrisse o bar.

Com 68 anos de idade e cinco fi-lhos criados, dona Laurinda tem nalanchonete um trabalho recompensa-dor. Ela, que é devota do Divino Es-pírito Santo, acredita que sem o aces-so ao microcrédito ainda estaria ape-nas lidando na roça – que ainda hojeserve a ela e ao marido, sendo o ex-cedente da produção também comer-cializado em seu bar.

Outro caso da roçaAssim como dona Laurinda, Ali-

ce de Matos Oliveira também recor-reu ao Banco do Povo de Minas

Nomes: Alice de Matos Oliveira eLaurinda Soares CorreiaIdades: 62 e 68Local de Nascimento: Minas Novo (MG)Formação: Ensino fundamentalincompletoEmpresa: Produção rural familiarNúmero de funcionários(colaboradores): 2 e 2Ano do primeiro empréstimo:2001 e 1999Cidade-sede: Minas Novo (MG)Faturamento: R$100 e R$150 semanais

não acreditou ser possível conseguircrédito para um negócio cujo produtonão pode ser mesurado, como é a pu-blicidade. Além disso, eram ofereci-das todas as facilidades e auxílio aomicro e pequeno empresário.

Apesar de todas as dúvidas, os só-cios procuraram a Casa do Empreen-dedor, hoje Acrevi (Agência de Micro-crédito de Jaraguá do Sul), no final de2000. Saíram de lá com um emprésti-mo para melhorias nos equipamentosda Fast Insight e muita confiança nofuturo da empresa. “O que mais mesurpreendeu foi o fato de a Acrevi teracreditado no potencial de nosso negó-cio e ajudado a direcionar nossas açõesatravés de um acompanhamento dosnossos investimentos. Se não fosse omicrocrédito, seria muito difícil ter se-guido em frente”, pondera Carmen.

A agência de Jaraguá do Sul espe-cializou-se em elaborar layouts de em-balagens, embora também tenha noportifólio campanhas bem-sucedidaspara clientes como a Universidade doContestado (UnC), Banana Brasil e Ce-ramarte. A Fast Insight trabalha hojecom cinco funcionários e, segundo Car-men, atingiu o tamanho ideal para ospropósitos da sociedade. Ela explica queo fato de ser uma agência enxuta nãosignifica falta de qualidade. Pelo con-trário, é justamente isso que colaborapara a redução dos custos das campa-nhas e o foco em um nicho específicodo mercado publicitário. No caso daFast Insight, o de embalagens.

Os sócios são categóricos em afir-mar que, se não fosse o apoio dado pelaAcrevi, o estabelecimento de sua empre-sa não teria sido possível. Carmen Hre-czuck reclama apenas do baixo limite decrédito oferecido pela Acrevi. “É umapena que não existam instituições de mi-crocrédito que ofereçam empréstimosacima dos R$ 10 mil. A partir de umdeterminado momento teremos que re-correr aos bancos convencionais paraampliarmos nossa empresa, e nós sabe-mos que nesses lugares não teremostanto apoio quanto o que nos foi dadopela Acrevi”, lamenta a empresária.

Reforma e estoques reguladosgarantem remuneração tranquila

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Muito mais do que um “empurrão-zinho” na escola é o que Rosa MariaRibeiro Lima proporciona às criançase adolescentes que freqüentam o Cen-tro de Apoio Pedagógico (CAP), emSalvador. Muito mais do que um “em-purrãozinho” no negócio foi tam-bém o microcrédito obtido no Bancoda Mulher da Bahia, utilizado por RosaMaria na melhoria da estrutura físicado CAP. “O microcrédito foi decisivopara o sucesso do empreendimento”,afirma a pedagoga.

Em 2001, Rosa Maria precisava re-formar o Centro, aberto quatro anosantes, mas não tinha recursos suficien-tes para tocar a obra. Por meio da mí-dia, ela tomou conhecimento do serviçode microcrédito prestado pelo Banco daMulher e para ter mais informações pro-curou a instituição, onde teve acesso,de janeiro daquele ano até hoje, a trêsfinanciamentos, que somados chegama R$ 5 mil. “E se for necessário vourecorrer novamente ao Banco da Mu-

Guia nos estudosPedagoga aplica microcrédito para melhorarestrutura de um centro de serviços

lher para novas melhorias na infra-es-trutura do CAP”, diz a empresária.

Rosa Maria decidiu estudar peda-gogia devido às dificuldades de apren-dizado que observava em sua própriafilha. Depois de formada, passou a de-senvolver um trabalho de orientação deestudos por meio de aulas particularesna residência dos próprios alunos. Masseis meses depois ela percebeu que pre-cisava de um espaço próprio, um localonde pudesse oferecer um acompanha-mento multidisciplinar para melhorar odesempenho escolar de estudantes.

“Assim nasce o CAP, do encontroentre a pedagogia e a docência”, dizRosa. O Centro funciona com umaequipe composta de profissionais de di-versas áreas do conhecimento – Ciên-cias Naturais, Ciências Humanas, Ci-ências Biológicas e Letras – e pedago-gos que coordenam a proposta de en-sino. Entre os serviços oferecidos, háacompanhamento de alunos com pro-blemas de aprendizagem, reforço es-colar em disciplinas específicas, cur-sos de férias e cursinho para concur-sos públicos. Segundo agentes do Ban-co da Mulher, Rosa Maria é dinâmica eesclarecida, e sua atividade é pioneirana cidade e vem crescendo bastante.

Nome completo:Rosa Maria Ribeiro LimaIdade: 47Local de nascimento:Santo Amaro da Purificação (BA)Formação: PedagogiaEmpresa: CAP (Centro de ApoioPedagógico)Ramo de atuação: EducaçãoAno de fundação da empresa:1997Cidade-sede: Salvador (BA)Faturamento: Média de R$ 15.000Número de funcionários: 6Linha direta: (71) 3342-5876

Novo. Dona Alice preferiu não dei-xar a lida no campo e buscou o mi-crocrédito pela primeira vez para acompra de uma vaca leiteira. De lápara cá o rebanho dessa senhoranascida na comunidade da Beira doSetúbal, em Minas Novo, cresceu emcinco cabeças. Com o leite de suasvaquinhas, dona Alice faz queijos erequeijão que são comercializados nafeira de Cruzinha – outra localidadeinteriorana desse município de Mi-nas Gerais. Os derivados do leite fa-bricados por ela rendem até R$ 80por semana – dinheiro extra que elanão contava antes do empréstimocom o Banco do Povo.

Com a ajuda dos nove filhos, to-dos adultos e bem criados como fazquestão de frisar, dona Alice plantaem sua roça milho, cana-de-açúcar,feijão, mandioca e amendoim – pro-dutos que também são revendidosna mesma feira onde ela comerci-aliza os queijos e o requeijão. Viúvahá 16 anos e dependente de umamagra pensão do Estado, dona Ali-ce não hesitou em procurar o Ban-co do Povo para conseguir ajuda.Segundo ela, a instituição não em-prestou apenas dinheiro, mas deu aorientação necessária para a aplica-ção do recurso.

As seis vaquinhas de dona Alicesão hoje sua principal fonte de renda.Ela garante que estaria em sérias di-ficuldades caso não conseguissecomprar os animais. Com eles, essatrabalhadora rural incrementou suaprodução e hoje pode dar uma vidamelhor aos filhos. Dona Alice atribuio sucesso de seu trabalho à devoçãoa Bom Jesus da Lapa, mas lembraque, sem a ajuda do microcrédito,suas rezas de pouco adiantariam. “Es-tou muito feliz com o que pude fazercom o dinheiro emprestado pelo Ban-co do Povo. Assim como minhas re-zas ajudam a abrir meus caminhos, oempréstimo também me ajudou a se-guir em frente quando eu achei quemeu destino era morrer com a enxa-da na mão”, afirma.

Rosa Maria: três financiamentosviabilizam trabalho pedagógico

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Xampu medicinalProdutor rural do Acre desenvolveu a partir de plantas daAmazônia um produto para combate aos efeitos da calvície

O produtor rural Carlos Pinto, deTarauacá (AC), município localizadoa 466 quilômetros da capital Rio Bran-co, é o garoto-propaganda de sua pró-pria invenção. “Eu era careca, masdepois de dois meses usando o xam-pu de ervas começou a crescer muitocabelo”, afirma. O segredo está nacombinação de sete plantas da flores-ta amazônica, das quais ele revela ape-nas o mulateiro e a babosa. A fórmulacompleta só foi aberta no processosigiloso de registro de patente no Ins-tituto Nacional da Propriedade Indus-trial (INPI).

A descoberta começou quase quepor acaso. Depois de participar de umcurso sobre ervas medicinais, promo-vido pelo Sebrae, Carlos voltou paracasa – ele mora em um assentamentoa 20 quilômetros da cidade – e resol-veu fazer uns testes. Suas experiênci-

as voltaram-se para a fabricação de umxampu medicinal, indicado para cas-pa, queda de cabelo, cabelo fraco e decrescimento lento, que ele mesmo pôsà prova e verificou os efeitos benéfi-cos. Segundo o inventor, uma junta dequatro médicos analisaram os resulta-dos e ficaram admirados.

Carlos começou o negócio comrecursos próprios, suficientes apenaspara a produção de uns poucos litrosdo produto. Meses depois ele partici-pou do Programa Brasil Empreende-dor (PBE), do Sebrae, e conseguiu oaval para um financiamento. Segun-do a filha, Andréia da Silva, respon-sável pelo atendimento de clientes efornecedores, o dinheiro será aplica-do na formalização do negócio e namontagem de um escritório – hojeainda funciona na casa dela. Em cur-to prazo, estão nos planos a instala-

ção de uma fábrica que per-mita o aumento controlado daprodução e de um laborató-rio de controle de qualidade.“Quero contribuir na geraçãode emprego e renda na mi-nha cidade”, diz o produtor.

Antes de entrar no ramo defabricação de cosméticos na-turais, a renda de Carlos eraincerta, e no primeiro ano de

vendas do xampu não ultrapassava doissalários mínimos por mês. Ele não re-vela o faturamento atual, mas diz estarmuito satisfeito com os resultados, su-ficientes para sustentar a família cons-tituída por oito pessoas. Na verdade, areceita só não é maior por causa dasdificuldades em obter a quantidade deembalagens suficiente para atender aprocura, que nos últimos meses temaumentado muito, conforme Andréia.Sem esse problema, a família poderiaatender cerca de 400 pedidos por mês,oriundos de clientes de estados do Nor-te, Nordeste e centro-sul do país. A en-trega é feita pelos Correios, mediantedepósito no valor da compra (cada fras-co com 300 ml do produto custa R$5), com despesas postais a serem pa-gas pelo destinatário.

A preocupação com a gestão doempreendimento e com a qualidade doproduto e a preservação do meio am-biente é uma constante para Carlos.Além de sempre buscar orientações econsultorias no Sebrae, ele procuraparticipar de cursos voltados para aprodução, como uma oficina de de-senvolvimento de cosméticos e fito-terápicos promovida pela Fundação deTecnologia do Acre (Funtac) no anopassado. Quanto à extração de maté-ria-prima, o produtor garante que éuma atividade que não agride o equilí-brio do meio ambiente. Segundo ele,as plantas que têm suas cascas e fo-lhas colhidas regeneram-se natural-mente, e em pouco tempo já estãoprontas para nova colheita. Mais doque um fórmula contra calvície, Car-los descobriu uma solução de baixocusto – mas alto valor agregado – paragerar emprego e renda no meio da flo-resta amazônica, sem degradá-la e pre-servando a nacionalidade da biodiver-sidade local.

Nome completo: Carlos PintoLocal de nascimento:Tarauacá (AC)Cidade-sede: Tarauacá (AC)Ramo de atuação: CosméticosNúmero de funcionários: 3Linha direta: (68) 3462-2685

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Carlos: primeiro a receita,depois a fábrica

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Pequenas NotáveisEdição: Alexandre Gonçalves [email protected]

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RECONHECIMENTO

Sebrae entrega PrêmioMulheres Empreendedoras

As vencedoras mereceram destaque especialmente pelo talento epela determinação com que iniciaram e administram seus negócios

Jandira Gorete Vieira (MS), KarlaCristina Paiva (PB), Joice Maria Ner-vis Roncaglio (PR), Maria da Con-ceição Ruso de Almeida (AM) e Izol-da Martins Viriato (RJ) foram as ven-cedoras da primeira edição do Prê-mio Mulher Empreendedora, promo-vido pelo Sebrae em parceria com aSecretaria Especial de Políticas paraas Mulheres e a Federação das Asso-ciações de Mulheres de Negócios eProfissionais do Brasil (BPW Brasil).A premiação aconteceu no dia 7 demarço, véspera do Dia Internacionalda Mulher, em um evento na sede doSebrae em Brasília, com a presençade cerca de 200 pessoas.

“É preciso criar mais oportunida-des para que nossas mulheres atuemmais como empreendedoras, mas nãopor necessidade e sim porque se pre-pararam para isso e tiveram apoio go-verna-mental”, defendeu Paulo Oka-motto, presidente do Sebrae Nacional,em discurso durante a solenidade. Paraele, os homens deveriam ouvir mais,refletir mais e aprender com a experi-ência dessas mulheres. “As experiên-cias apresentadas são vitrines impor-tantes para que mais pessoas possamse espelhar e investir em pequenosempreendimentos”, destacou Luiz Car-los Barboza, diretor-técnico do Sebrae.

Nesse contexto apontado porBarbosa está inserido o objetivo doPrêmio, que é justamente destacaras melhores ações, histórias e inici-ativas de sucesso de empreendedo-ras brasileiras para servir de exem-

plo a outras pessoas quedesejam abrir seu próprionegócio. As cinco vence-doras concorreram comcerca de 700 projetos ins-critos ao Prêmio, que in-clui, além de certificadode participação, troféu eainda cursos oferecidospelo Sebrae em seus esta-dos, uma viagem para aSuíça para participação no25º Congresso da BPW,onde elas poderão conhe-cer um centro de referên-cia em empreendedoris-mo, além de visitas técni-cas a empresas, universi-dades e incubadoras.

Para conhecer a trajetória das vencedoras, acesse o site Empreendedor (www.empreendedor.com.br)

As vencedoras

Jandira Gorete dos Santos VieiraGorethy Moda ÍntimaDourados (MS)

Karla Cristina Paiva RochaCooperativa de Floricultoresda Paraíba Pilões (PB)

Joice Maria Nervis RoncaglioPanificadora NervisFoz do Iguaçu (PR)

Maria da Conceição Ruso de AlmeidaAssociação Vida Verde da Amazônia (Avive)Silves (AM)

Izolda Martins ViriatoCooperativa de Criação de Rãs e PeixesCachoeiras de Macacu (RJ)

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O espaço da micro e pequena empresa

INICIATIVA

Ministro propõe parceria para criaçãode ações de geração de trabalho e renda

“Considero fundamental e estratégi-ca a parceria entre o MDS e o Sebrae,porque um dos grandes objetivos dogoverno e do Ministério para 2005 é aintegração entre as políticas de transfe-rência de renda, como o bolsa-família,e as políticas públicas de assistênciasocial com programas de emancipação.”A declaração do ministro do Desenvol-vimento Social e Combate à Fome(MDS), Patrus Ananias, feita durantereunião com a cúpula do Sebrae, no iní-cio do mês, mostra o interesse e a dis-posição do Governo Federal em estrei-tar as relações com a entidade no senti-do de ampliar as oportunidades para aspopulações de menor renda através deações empreendedoras.

Durante a reunião, Patrus Ananiasrevelou a intenção de fazer com que pro-gramas de geração de trabalho e renda,microcrédito, associativismo, economiasolidária, desenvolvimento local e regi-onal desenvolvidos pelo Ministério se-jam aplicados de forma integrada aos Ar-ranjos Produtivos Locais (APLs), inici-ativa do Sebrae que já beneficia peque-nos empreendedores em todo o país. Oobjetivo do ministro ao propor a maiorintegração entre as ações do Ministérioe as do Sebrae é favorecer a criação de

micro e pequenas empresas e incenti-var o empreendedorismo nas áreas ur-banas e rurais do país.

“Essa reunião foi importante porqueo MDS trabalha focado em atender fun-damentalmente as comunidades de baixarenda, mas é também sua missão criaremprego, renda, auto-emprego e estimularo empreendedorismo em regiões caren-tes do país”, afirmou Paulo Okamotto,

TOME NOTALei Geral das MPEs I – O sociólogo Ignacy Sachs, au-tor do recém-lançado livro Desenvolvimento: Includente,Sustentável e Sustentado, acredita que o projeto da LeiGeral das Micro e Pequenas Empresas, elaborado peloSebrae, é um forte instrumento para acelerar o processode desenvolvimento do país. “A Lei Geral pela qual oSebrae está batalhando é precisamente uma política pú-blica de grande importância para acelerar o processode desenvolvimento, includente, sustentável e sustenta-do”, analisa.

Da esquerda para a direita: Luiz Carlos Barboza, diretor técnico, PauloOkamotto, presidente do Sebrae, e o ministro Patrus Ananais

presidente do Sebrae. Segundo o dirigen-te, a parceria entre o MDS e o SistemaSebrae vai criar um tipo de sinergia quesignificará resultados mais rápidos. “Mui-tas das nossas atividades são complemen-tares”, ressaltou Okamotto, confiante deque a parceria com o Ministério irá gerarprogramas mais eficientes, com mais re-sultados e benefícios a um número mai-or de pessoas.

Lei Geral das MPEs II – A Fiesp, entidade máxima da indús-tria paulista, quer participar da discussão em torno da propostada Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Para isso, nofinal de fevereiro, Bruno Quick, gerente de Políticas Públicas doSebrae Nacional, esteve na sede da entidade para expor o pro-jeto. “O que apresentamos é um insumo para a Diretoria daFiesp. Com o projeto em mãos, o setor empresarial dispõe deuma proposta básica, desenvolvida com respaldo técnico, esti-mulada e apoiado pelo Sebrae, a partir de pesquisas e melhorespráticas”, acredita o gerente.

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Dividir as responsabilidades de franqueador comoutros franqueados que abrem novas possibilidadesem determinadas regiões tem sido a alternativa paramuitas redes se expandirem de maneira cuidadosa

Master-franquias

Ano IV - Nº 43

O conceito de transferência deknow-how do sistema de franchi-sing possibilita uma diversidade demodelos e padrões utilizados pelasredes. Para atender a algumas ne-cessidades de franqueadores, em

caminho para abrir mercados

Igor Trafane,diretor da

rede CCA: seiscontratos novos

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especial quando saem do seu país,vão se criando ferramentas que fa-cilitam o dia-a-dia das operações epermitem um aperfeiçoamento dasfranquias em termos de manutençãoda imagem da marca.

Uma dessas alternativas são asmaster-franquias, conhecidas hámuito tempo por terem sido usadaspelas marcas estrangeiras para ins-talar suas unidades por aqui comparceiros brasileiros. “Praticamen-te todas as marcas internacionais queestão no Brasil vieram inicialmentecom contratos Master FranchiseAgreement. Posso mencionar a 5 àSec como exemplo de sucesso. APizza Hut quando veio na primeiravez chegou como master também edeu certo. Além dessas, há tambémJani King, McDonald’s e muitasoutras”, comenta Marco Militelli, daMilitelli Business Consulting.

Dentro dessa modalidade aindapodem ser encontradas variações,dependendo de cada rede e como fazseu contrato com os master-fran-queados. Antes de mais nadaé preciso saber separar conceitual-mente master-franqueado desubfranqueador. Militelli diz que sãoconceitos diferentes: “Master-fran-queado nem sempre é um franque-ado que tem autorização de subfran-quear; depende da empresa e cir-cunstâncias”.

No caso da rede de ensino de idi-omas Centro Cultural Americano amaster-franquia faz esse trabalho.Os franqueados Bento Pereira e Ale-xandre Pereira se tornaram master-franqueados na cidade do Rio deJaneiro e municípios da Baixada Flu-minense. Os sócios já são donos detrês escolas da rede e dois projetosem parceria (com escolas de ensinomédio e fundamental), e agora de-têm o direito de negociação e vendade unidades na região. As três uni-dades que possuem agrupam cercade 3,5 mil alunos. É a primeira mas-ter-franquia do Centro Cultural

Americano em todo o Brasil. Oacordo inclui investimento de R$3 milhões em abertura de merca-do nos próximos seis anos, para-lelamente aos investimentos decada nova unidade em campanhasde marketing, material e mão-de-obra especializada.

“Em três meses de implanta-ção, os master-franqueados jáacertaram seis contratos novos,ou seja, a meta para o ano intei-ro”, comemora Igor Trafane, di-retor da rede, que explica aindaque a idéia é manter em teste esseformato durante um ano. “Além detodas as obrigações como franque-ador, por terem outras unidades, osmaster-franqueados precisam ser osprecursores do cumprimento dasobrigações, uma espécie de modelopara toda a rede”, enfatiza Trafane.O contrato entre as partes delimitaregiões de trabalho e mantém as uni-dades que já existiam sob direçãodos master-franqueados.

A expectativa do Centro Cultu-ral Americano é melhorar o atendi-mento dos franqueados na região,aumentar a velocidade de expansãoe estreitar ainda mais o trabalho daconsultoria de campo, apoio peda-gógico, treinamento e apoio admi-nistrativo, atividades que passarama ser realizadas pelo master-franque-ado. Outra região deve ser definidapara que no ano que vem seja im-plantada mais uma master-franquiada rede, que hoje tem 72 unidadesno país.

Para um caso como esse, o con-sultor Marco Militelli destaca queé importante conhecer bem os há-bitos de consumo locais e as dife-renças regionais que impliquemadaptações no sistema de franquiaem questão. “Feitas as adaptações,freqüentemente o master-franque-ado se obriga contratualmente como franqueador a abrir ao menos umaunidade piloto, pois o conceito demaster implicitamente significa que

Dicas doconsultor

Para quem quer ser master-fran-queado, vale ficar atento:

Se o master-franqueado tem aresponsabilidade de desenvolvercom subfranquias uma determina-da região.

Fazer um plano de marketingbem estruturado e, mais importan-te, fundamentado, pois boas idéiasvárias pessoas têm, mas boas idéiasque sejam passíveis de serem im-plantadas já é mais raro, e boas idéi-as passíveis de serem implantadas eque dão o resultado esperado é oque deve ser perseguido.

O master-franqueado deve bus-car apoio especializado em áreasem que não tem pleno domínio, poisum processo inicial de abertura demercado que não é feito de formacorreta poderá comprometer total-mente o projeto e imagem da marcana região em questão.

Uma master-franquia não neces-sariamente tem unidades próprias,mas, quando as tem, tem que admi-nistrá-las. Cada empresa faz isso deforma muito diferente; não há umpadrão.

Fonte: Marco A. Militelli, da Militelli Business Consulting

Marcos Militelli:compromissos diferenciados

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Linha Direta

Instituto Embelleze(21) 2233-2288Centro Cultural Americano(19) 3251-9991Militelli Business Consulting(11) 5536-3055Microlins(17) 3216-8700

esse franqueado irá substituir ofranqueador parcial ou completa-mente em suas atividades”, diz.

Outra rede que optou pelas mas-ter-franquias há pouco tempo foi ade cursos e produtos na área de be-leza Instituto Embelleze. Mesmo es-tando no sistema de franchising hácerca de dois anos – a empresa exis-te com este nome desde 1998 e há30 anos atua no setor – a rede atraiuum importante parceiro reconheci-do no ramo. Marcelo Ceva, princi-pal executivo da GA.MA Italy, em-presa especializada em aparelhospara salões de beleza, inaugurou aprimeira master-franquia do Institu-to Embelleze da região Sul do país,em Porto Alegre. A formação de pro-fissionais de beleza é o foco princi-pal dessa unidade na capital gaúcha.São 1.200 m2 com capacidade paraatender cerca de mil alunos. A fran-quia funcionará no modelo três emum: salão de beleza, curso de for-mação de profissionais e revenda deprodutos, divididos pelos três anda-res do Instituto.

ExperiênciaCom bastante experiência na im-

plantação de master-franquias, a

rede de cursos profissionalizantesMicrolins foi mudando as definiçõesdesse tipo de gestão da rede de acor-do com os resultados obtidos. Em1997 foi feito um projeto piloto deuma master-franquia para a GrandeSão Paulo que deu certo e passou aser implantado em outras regiões,sempre dando preferência aos fran-queados que possuíssem mais deuma unidade. No entanto, como otrabalho de abrir mercado e dar su-porte exige muita dedicação, a dire-toria da Microlins passou a mudaresse conceito e hoje a grande maio-ria dos 25 master-franqueados darede se dedicam apenas a essa ati-vidade, sem possuir uma unidadefranqueada.

“O master precisa cuidar da ges-tão operacional, realizar os treina-mentos regionais, interagir com asunidades e ainda trabalhar a expan-são de acordo com metas de homo-logação de franquias”, conta DanielGuedes, diretor de Operações daMicrolins, empresa nascida no inte-rior de São Paulo, na cidade de Lins,e que hoje tem 650 unidades espa-lhadas pelo país. O diretor diz que obanco de dados dos investidores e aformação de executivos de franqui-

as (primeiro treinamento) são cen-tralizados pela franqueadora, mas amaior parte das operações são dele-gadas aos master-franqueados.

“As master-franquias estão fisi-camente presentes nas regiões.Muitas mantêm auditório, salas detreinamento, grupos de consultores,enfim uma estrutura completa paraatender as unidades”, conta DanielGuedes. A seleção desses master-franqueados leva em conta o currí-culo profissional, e a maioria são ex-executivos de grandes empresas. Ameta da Microlins é chegar a 700unidades até o final do ano, mas alémdisso deve lançar uma novidade emformatação de franquia no segundosemestre deste ano.

Microlins: master cuida da gestão operacional, dos treinamentos regionais e da expansão de acordo com as metas

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6060606060Reportagem e Redação: Sara Caprario E-mail: [email protected]

Do Sul para o Nordeste

A Cosmética Italiana, griffe deprodutos de tratamento de beleza,começa 2005 com um novo concei-to para franquias e novos produtosfabricados em Santa Catarina. Amarca vende cremes hidratantes ede tratamentos, óleos, colônias,shampoo, condicionador. Tais pro-dutos serão vendidos no Brasil pelosistema de franquia. Atualmente são27 lojas distribuídas pelo Nordeste,São Paulo e Rio Grande do Sul, maso projeto de expansão prevê umcrescimento de mais de 100% aindapara este ano. Até outubro a direçãoda empresa espera ter mais de 80 lo-jas instaladas em todo o Brasil. Os

Os últimos quatro anos foram demuitas conquistas para a marca deroupas femininas Someday. No ano2000 eram apenas duas lojas própri-as em Florianópolis e em 2004 a redejá contabilizava 16, sendo 14 fran-quias distribuídas nas principais ci-dades de Santa Catarina, e em capi-tais como Curitiba, Porto Alegre, Riode Janeiro e Brasília.

A estimativa para 2005 é que a So-meday finalize o ano com um total de24 lojas, incluindo regiões até entãonão atendidas pela empresa, como oNordeste. A Someday ainda comer-cializa suas peças em 96 lojas multi-marcas das regiões Sul e Sudeste,com previsão de que esse número

chegue a 160 neste ano. Além disso,a Someday continuará atendendo mul-timarcas em seu showroom pronta-entrega localizado na fábrica, em SãoJosé (SC). A empresa conta tambémcom a ferramenta e-commerce, emque todos os lojistas cadastrados naempresa podem realizar seus pedidose comprar pela internet.

Para ser um franqueado Somedayé preciso um investimento de cercade R$ 120 mil, estando incluído nes-se valor a taxa de franquia, investi-mento de instalação, capital de giro,estoque inicial e todo o suporte dafranqueadora. O prazo do retorno deinvestimento está estimado entre 12e 24 meses. (48) 259-5332

Beleza à italianafranqueadores podem incrementaras vendas, na região onde está ins-talada a loja, através de vendedorasexternas – tipo porta-a-porta. O pon-to-de-venda passa a ser apenas umareferência para a marca.

As pessoas interessadas emcomprar a franquia da CosméticaItaliana precisam ter apenas um pon-to de vendas, já que o investimentona marca inclui estoque de produ-tos, mobiliário e treinamento dasvendedoras. Para uma loja o inves-timento é de aproximadamente R$60 mil e para um quiosque, porexemplo, R$ 18 mil.(48) 283-6000

Chocolate para todosApesar de atrativos, os tradicionais cho-

colates consumidos na Páscoa não podemser consumidos por algumas pessoas. É ocaso dos diabéticos, daqueles que têm in-tolerância à lactose e dos alérgicos ao glú-ten, conhecidos como celíacos. Para aten-der a esse grupo de consumidores a redede lojas Mundo Verde, em São Paulo, ofe-rece três sugestões de chocolates para co-memorar a data: o alfarroba, o chocosoy eo lowcarbi.

Cada uma tem vantagens específicaspara cada tipo de necessidade. O alfarroba,que tem gosto de chocolate meio amargo,pode ser encontrados em barra, pó, bom-bons ou gotas. O chocosoy é um bombomde chocolate 100% vegetal, feito com leitede soja e sem glúten. Essa guloseima é es-pecialmente indicada para pessoas com in-tolerância à lactose e celíacos. Com baixoteor de carboidrato, o chocolate lowcarbinão contém açúcar e seu consumo é indica-do para diabéticos. Pode ser encontrado embarra, trufado e ao leite recheado com côco.No Brasil, 25% da população, segundo a Es-cola Paulista de Medicina, tem intolerânciaà lactose. (24) 2237-2528

Escola da FamíliaRepresentantes da Secretaria de Edu-

cação do Estado de São Paulo e do CNAassinarão a continuidade da parceria doprograma Escola da Família. Em 2004, arede de idiomas e a secretaria beneficia-ram 1.500 crianças em todo o estado. Des-de o dia 7 de agosto, crianças que cursa-vam da 1ª à 4ª série do Ensino Funda-mental passaram a receber material didá-tico e aulas gratuitas de inglês, ministra-das pelos professores da rede CNA. Comadesão de 90% dos franqueados CNA noestado, este ano 2.200 pequenos aprendi-zes terão maiores oportunidades de quali-ficação para o trabalho e cultura. Segun-do Silvio Montesanti, coordenador deConvênios da rede, “a realização destescursos não ficará restrita aos espaços dasescolas, pois os alunos terão atividadesextras, com programas culturais que osajudarão a fixar o que está sendo ensina-do”. (11) 3053-3849

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AÇÃO

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

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Exuberâncianos pratos

Uma campanha de fidelização queagrega valorização da arte e da riquezanatural brasileira. Com essa receita arede de massas Spoleto lançou a ter-ceira edição do Projeto Cultural Spo-leto em um ano. Dessa vez foi a artistaplástica Lu Martins que se inspirou naMata Atlântica para produzir as telaspara a série Exuberâncias, das quaisoito foram reproduzidas nos pratos deporcelana que fazem parte da promo-ção da franquia de restaurantes. A cadadez refeições ou oito pagas com o sis-tema Visa, o cliente ganha um pratopara colecionar.

Quem quiser adquiri-los sem pre-encher a cartela, pode comprar por R$20 cada em algum dos restaurantes darede. Os originais estão expostos noEspaço Spoleto de Arte, no Shoppingda Gávea, no Rio de Janeiro. Nas duasprimeiras edições realizadas, com par-ticipação de outros artistas, foram dis-tribuídos 45 mil pratos por todo o Bra-sil e nesta nova série devem ser mais30 mil. (21) 2494-7006

Meta atingida A Multicoisas, rede de lojas de ma-

teriais para pequenos reparos e utilida-des para o dia-a-dia, iniciou 2005 com12 unidades comercializadas e a metade expansão atingida. Segundo LuísHenrique Stockler, diretor de Marke-ting e Expansão da Multicoisas, o tra-balho de vendas dessas unidades foirealizado durante o ano passado. “Nos-sa meta é a comercialização de 12 uni-dades por ano e, quando chegamos aofinal de 2004, já tínhamos os 12 fran-queados acertados e cerca de seis can-didatos interessados, à espera de umnovo planejamento de expansão.” AMulticoisas possui um sistema exclu-sivo de venda de franquias via internet,

que faz um gerenciamento completodos candidatos a franqueados e o localonde pretendem abrir uma loja, o queproporciona uma expansão focada nasnecessidades de implantação de novasunidades. www.multicoisas.com.br

FRANQUIA MULTICOISAS

Investimento: R$ 290 mil(para unidades de 80 m², sem incluirdespesas com o ponto comercial ecapital de giro)Taxa de franquia: R$ 40 milTaxa de royalties: 5% sobre ofaturamento bruto mensalTaxa de propaganda: 1% sobre ofaturamento bruto mensal

As redes de franquias têm tidomais facilidade para se adequar à Re-solução 216 da Agência Nacional deVigilância Sanitária (Anvisa), que tra-ta de boas práticas para serviços dealimentação e que entrou em vigordia 15 de março. Como o que ca-racteriza esse ramo de atividade é ofato de todas as unidades trabalha-rem no mesmo padrão, isso diluicustos com consultoria e treinamen-to de funcionários e agiliza o pro-cesso de implementação. Os dadosforam divulgados pelo Sebrae.

Em muitos exemplos, o franque-ador subsidiou os custos de con-sultoria ou os franqueados dividi-ram os custos. Os empresários dosetor de alimentação devem estarem conformidade com os 12 itensda Resolução 216 desde o dia 15;

caso contrário, eles podem estarsujeitos a uma multa que varia deR$ 2 mil a R$ 1,5 milhão.

Apesar das sanções, o gerenteem Qualificação Técnica em Segu-rança dos Alimentos da Anvisa,Fernando Magalhães, ressalta que,num primeiro momento, o órgão vaimostrar às vigilâncias sanitárias deestados e municípios que é precisoorientar os empresários. “A não serque haja um problema de extremagravidade, as vigilâncias sanitáriasdevem fazer um trabalho de orien-tação, de verificar se o empresáriotem boa vontade em se adaptar. Epara quem mostrar essa vontade demudar, vamos montar um crono-grama de execução daquilo que deveser implantado.”Sebrae (DF): (61) 348-7494

Boas práticas

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ÃO

DIVULGAÇÃO

ABFFranquia

Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

2005

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A Associação Brasileira de Franchi-sing (ABF) está com as inscrições aber-tas para a 11ª edição do Prêmio ABF Des-taque Franchising 2004. Este prêmio éconferido anualmente pela Associação aosprofissionais que mais se destacaram naprática do franchising.

Como na edição anterior, este ano oprêmio será conferido a cinco categorias– Franqueador, Franqueado, Jornalismo(Jornal e Revista), Trabalho Acadêmicoe Parceiro do Franchising.

As inscrições podem ser feitas du-rante o mês de março para as categoriasJornalismo (Jornal e Revista), TrabalhosAcadêmicos e Franqueado (case de su-cesso das redes). O objetivo da ABF éprestigiar e reconhecer os trabalhos rea-lizados durante o ano que fortaleceram econtribuíram para o crescimento do fran-chising no país.

Abertas as inscrições para oPrêmio ABF Destaque Franchising 2004

Na categoria Jornalismo, os profis-sionais deverão enviar para a ABF asreportagens realizadas durante o ano de2004 que abordam o setor. Na catego-ria Trabalhos Acadêmicos poderão con-correr trabalhos, monografias e tesessobre o sistema de franchising. A sele-ção dos melhores trabalhos inscritos emambas as categorias será feita por umacomissão julgadora escolhida previa-mente pela ABF.

Na categoria Franqueado, a inscri-ção será feita através da indicação decases de franqueados por parte dosfranqueadores. A seleção do melhorcase será feita por uma comissão jul-gadora.

A escolha do Franqueador homena-geará a empresa franqueadora que maisse destacou na aplicação do sistema defranchising em 2004 e, juntamente com

A estréia do Pavilhão Brasil foi um su-cesso. O grupo composto de dez empre-sas iniciou a participação conjunta em fei-ras internacionais na semana passada naXXVIII Feria Internacional de Franquicias,na Cidade do México.

Na bagagem de volta muitos contatos ereais possibilidades de fechar em brevenegócio com master-franqueados ou fran-queados. “A feira superou completamentenossas expectativas e estamos bastanteotimistas com o potencial de expansão nes-se país”, afirma Paulo Cesar Mauro, daGolden Services, que contabilizou mais de50 interessados em seu negócio.

Com a promoção de degustação de seuproduto, a ShowColate também atraiu aatenção dos visitantes da FIF e seu estan-de foi um dos mais visitados do Pavilhão.

As perspectivas foram tão positivas quesurpreenderam as redes e a própria ABF. “Es-távamos encarando a FIF como uma primei-ra experiência do Pavilhão Brasil. Não espe-rávamos tanta receptividade”, afirma Rogé-

Pavilhão brasileiro faz sucessoem Feira de Franquias no México

a categoria Parceiro do Franchising, se-rão indicados por uma comissão julga-dora composta pela Comissão de Ética epela Diretoria da ABF.

Nos últimos anos, os vencedores doPrêmio ABF Destaque Franchising nacategoria Franqueador foram O Boticá-rio (2001), Imaginarium (2002) e a Fun-dação Richard Hugh Fisk, responsávelpelas escolas Fisk e Pink and Blue (2003).

Mais informações poderão ser solici-tadas ao Departamento de Comunicaçãoda ABF através do telefone (11) 3814-4200, ramal 23, ou pelo e-mailcomunicaçã[email protected]. Os trabalhosdeverão ser encaminhados para a sededa ABF (Av. Brigadeiro Faria Lima, 1739,3º andar – São Paulo – CEP 01452-001).O regulamento do Prêmio ABF Desta-que Franchising 2004 está disponível nosite www.portaldofranchising.com.br.

rio Feijó, gerente de Relacionamento da ABF.O Pavilhão Brasil é um projeto conjun-

to das empresas, da ABF e da APEX e tempor objetivo alavancar a internacionaliza-ção das franquias brasileiras através daparticipação nas principais feiras interna-cionais do setor.

As redes que participaram da FIF são

Vivenda do Camarão, Wizard, Bit Com-pany, Golden Services, Livraria Nobel,Movimento, Oceanic Cosméticos, CarmenSteffens, Showcolate e Bon Grillê.

A próxima parada do Pavilhão Brasilserá na IFE– International Franchise Expo,em Washington, Estados Unidos, de 8 a10 de abril.

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ULG

ÃO

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

PBF Inglês e EspanholNegócio: Educação/Ensino de Idiomas

Tel: (11) 5084-1924/Fax: (11) 5084-8882 [email protected]/www.pbf.com.br

1. A PBF exige pequeno investimento e não cobra royalties.2. A PBF é uma rede de escolas de idioma com mais de 30

anos de experiência e tradição.3. A PBF possui um método de ensino exclusivo e próprio,

totalmente atual e comunicativo.4. A PBF forne-

ce suporte em to-das as áreas, daadministrativa àpedagógica.

5. A PBF traba-lha para você cres-cer sem parar!

Nº de unidades: 223Áreas de interesse: Todo o BrasilApoio: PA, PO, TR, PF, EL, SP, MP, PM, PO, OMTaxas: 30% pool propaganda sobre compra de livroInstalação da empresa: a partir de R$ 40 mil (de-pendendo do tamanho da cidade)Capital de giro: R$ 10 milPrazo de retorno: 18 a 24 mesesContato: Departamento de Franquias

WorktekNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.worktek.com.br

A Worktek Formação Profis-sional faz parte do ProAcade-mix, maior grupo educacionaldo Brasil detentor das marcasWizard, Alps e Proativo. Trata-se de uma nova modalidade defranquias com o objetivo depreparar o jovem para o pri-meiro emprego ou adultos quebuscam uma recolocação no mercado de trabalho.

São mais de 30 cursos, entre eles, Office XP, Web Designer,Digitação, Curso Técnico Administrativo (C.T.A.), Montagem eManutenção de Computadores, Secretariado, Operador de Te-lemarketing, Turismo e Hotelaria, Recepcionista e Telefonista,

Marketing e Atendimento aoCliente.

Entre os diferenciais daWorktek está a qualidade domaterial e do método de en-sino, além do comprometi-mento com a recolocação quevai além das salas de aula atra-vés do POP, Programa deOrientação Profissional.

Conquiste sua independência financeira!

Nº de unidades próprias e franqueadas: 70Áreas de interesse:: BrasilApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR,PF, FI, EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FMTaxas de Franquia: entre R$10 mile R$ 25 milInstalação da empresa: a partir deR$ 30 milCapital de giro: R$ 15 milPrazo de retorno: 36 mesesContato: Artur José Hipólito

Star Bit Educação e ProfissõesNegócio: Educação e treinamento

Gerência de Franquias (11) [email protected] www.starbit.com.br

Um investimentoresponsável e rentável

Seja um franqueado Star Bit. Você fará par-te de um grupo que há quinze anos atua naárea de educação, ensinando com qualidadeinformática e idiomas a milhares de pessoasque buscam aprimorar sua formação profis-sional, tudo isso com preços populares.

O franqueado Star Bit tem apoio total,desde a escolha do ponto até um treina-

mento completo para uma melhor gestão do empreendimento.Além disso, o franqueado conta com uma Central de Comprascom diversos fornecedores, todos cadastrados, testados e aptos afornecer os materiais padronizados a serem utilizados na monta-gem da unidade, como apostilas, folderes e computadores – sem-pre a custos especiais para os fraqueados. O mercado de educação

é um dos que mais cresce nopaís, e uma escola de qualidadeé a possibilidade de um bom re-torno, ainda mais oferecendocursos a preços populares.Além disso, a preocupação coma qualificação profissional é cadavez maior. Por isso, investir naStar Bit é investir na formaçãode profissionais qualificadospara o mercado de trabalho.

Nº de unidades próprias e franq.: 33Área de interesse: Interior do Estadode São PauloApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM,TR, PF, EI, PN, SPTaxas: Franquia a partir de R$ 4 mil;Royalties 10% FB; Publicidade 2% FBInvestimento total: R$ 100 milCapital de giro: VariávelPrazo de retorno: 24 a 36 mesesContato: Laudson Diniz

Móveis EvolukitTel.: (11) 5505-1703

[email protected]

Com dinamismo e pratici-dade, a Evolukit possui umsistema exclusivo de mon-tagem que possibilita opróprio cliente montar epersonalizar os móveis, deacordo com sua necessida-de e preferência.Atualmente a Evolukit contacom uma fábrica de 2400 m2, uma rede de sete lojas instala-das exclusivamente no Estado de São Paulo, produção anualde cerca de 200.000 peças, além da revenda de acessóriospara casa e escritório.

Faça parte desta famí-lia! Acesse nosso sitee preencha o cadas-tro para maiores in-formações.

Nº unidades: 3 pr. e 4 frqÁrea interesse: BrasilTaxa de Franquia: A partir de 30 milContato: Coord. de Franchising

Da Europapara o Brasil

Vincent H. DucarmePres. da Evolukit móveis

FRANQUIAS EM EXPANSÃO

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

AlpsNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.alpschool .com.br

Oportunidade de sucessoRede em ampla expansão

Lançada em maio de 2001, a Alps fazparte do grupo ProAcademix, tambémdetentor das marcas Wizard eWorktek. Atualmente, ela é a rede defranquias de idiomas que mais cresceno Brasil, com 101 unidades espalhadaspor todo o país.

O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvi-da nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolin-güística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatrohabilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa:conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, oaprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente.

A Alps conta com know-how administrativo e comercial, atra-vés de um sistemaexclusivo de ensino,e dá assessoria na se-leção do ponto co-mercial, na adequaçãodo imóvel e na im-plantação e operaçãoda escola.

Nº de unidades próp. e franq.: 101Áreas de interesse: América Latina, EstadosUnidos, Japão, EuropaApoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PNTaxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 porkit (publicidade)Instalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 milCapital de giro: R$ 5 milPrazo de retorno: 12 a 18 mesesContato: Ivan Cardoso

Livros CDs DVDs Papelaria Revistas

Fundada em 1943 e commais de 10 anos de know-howem sistemas de franquias, aNobel é hoje a maior rede delivrarias do Brasil com mais de

120 franquias espalhadas pelo país. Confira algumas vantagens da fran-quia Nobel: consignação de grande parte do estoque inicial, com condi-ções comerciais melhores do que as de uma livraria independente; su-porte operacional e para escolha, análise e negociação do ponto comer-cial; abertura para a implantação de negócios complementares comocafé e internet; modelos de franquia de acordo com o potencial de cadaregião do Brasil: livraria, megastore e express (quiosques e lojas compac-

tas); plano de expan-são definido para omercado brasileirocom oportunidadesespeciais para no-vos franqueados.Faça parte desse su-cesso! Entre agoraem contato!

Nº de unidades próprias e franqueadas: 131Áreas de interesse: BrasilApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EL, PN, SPTaxas: de R$ 15 mil a R$ 30 mil (franquia)Royalties: de R$ 500 a R$ 5 milFPP (Fundo de Promoção e Propaganda): de R$ 100 a R$ 1 milInstalação da empresa: a partir de R$ 37.450Capital de giro: variávelPrazo de retorno: de 24 a 36 meses (estimativa)Contato: Depto. de expansão 11-3706-1491/1493

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

FiskNegócio: Educação/Ensino de Idiomas

Tel: (11) 5573-7000/Fax: ramal 251/255 [email protected]/www.fisk.com.br

Faça parte de umarede de escolas de

idiomas com mais de 40 anos de experiência e tradição em sersucesso. A empresa atua no Brasil desde 1958, transferindoseu know-how aos franqueados distribuídos por todo o Brasil,América Latina e Japão. A FISK oferece um suporte de primeiralinha incluindo treinamento em 11 áreas distintas para que ofranqueado faça uma ótima administração em sua escola.

O método de ensino exclusivo é constantemente atualizadopor uma equipe pedagógica altamente qualificada e esse é onosso ponto mais forte. Com um pequeno investimento você

abre uma fran-quia FISK e cons-trói também asua história desucesso nummercado em fran-ca expansão.

Nº de unidades: 40 próprias e 667 franqueadasÁreas de interesse: Todo o BrasilApoio: PA, PO, TR, PF, EL, SP, MP, PM, PO, OMTaxas: 20% pool propaganda sobre compra de livroInstalação da empresa: a partir de R$ 40 milCapital de giro: R$ 10 milPrazo de retorno: 18 a 24 mesesContato: Christian Alberto Ambros

O seusucesso éa nossahistória!

A Wizard Idiomas é amaior rede de franquias nosegmento de ensino de idiomas* do país.

Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior quegeram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio mi-lhão de alunos por ano.

A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamentedidático com proposta pedagógica para atender alunos da educa-ção infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira ida-de. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e

português para estran-geiros. A Wizard étambém pioneira noensino de inglês emBraille.

* Fonte: AssociaçãoBrasileira de Franchi-sing e Instituto Fran-chising.

WizardNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.wizard.com.br

Sucessoeducacional eempresarial

Nº de unidades: 1.221 franqueadasÁreas de interesse: América Latina, EUA eEuropaApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI,EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FMTaxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 milInstalação da empresa: a partir de R$ 50 milCapital de giro: R$ 15 milPrazo de retorno: 24 a 36 mesesContato: Alberto Campos

PeopleNegócio: Educação Profissional

e TecnológicaTel: (19) 3253-0199

www.people.com.br / [email protected]

Os cursos People já foram tes-tados e aprovado por mais de 1 mi-lhão de alunos em todo o Brasil.

Pessoas que, graças ao aprendizado na People, conseguiramtransformar oportunidades de emprego em sucesso profissi-onal, trabalhando hoje em empresas e instituições dos maisvariados segmentos de mercado. A People possui a maior emais completa linha de cursos que permite ao franqueadoobter maiores vantagens competitivas no mercado.

A People é pioneira em Educação Profissional e Tecnológica.Desde 1979 tem se destacado pela inovação e qualidade de seutrabalho como também pelos valores que tem adotado em seudia-a-dia. Valores como respeito aos princípios mercadológicos,à ética e ao relacionamento com seus parceiros e clientes.

Nosso padrão derelacionamento co-mercial tem comoregra de jogo o “ga-nha-ganha”. Afinalum bom negóciotem que ser bompara todos.

A Franquia quedá retorno!

Nº de unidades: 3 próprias e 28 franqueadasÁreas de interesse: Todo o BrasilApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI,EI, PN, SPTaxa de Royalties: 7%Taxa de Franquia: R$ 20 mil a R$ 50 milInstalação da empresa: R$ 45 mil a R$ 150 milCapital de giro: R$ 35 milPrazo de retorno: 18 a 28 meses

Prosperidadecerta

A Zelo é uma empre-sa brasileira destinada asolucionar e integrar osdiversos serviços de ter-ceirização prestados aopatrimônio de uma esco-la, shopping, hotel, hos-pital, indústria, condomí-nio, ou residência. Atra-vés de um projeto base-ado na experiência demais de 20 anos de seucorpo técnico, pioneirona implantação do concei-to de performance emserviços de limpeza e naimplantação de franquiade serviços no Brasil. AZelo busca a melhor mãode obra, capacitando-acom o treinamento maisadequado a necessidadeda cada cliente seu.

Nº de unidades próprias e franquadas: 35Áreas de interesse: Estado de São Paulo eRio de JaneiroApoio: MP, PP, PO, OM, TR, EL, PN, SPTaxa de Franquia: R$ 20 milInstalação da empresa: R$ 10 milCapital de giro: R$ 20 milPrazo de retorno: 18 a 24 mesesContato: Sr. Eladio Cesar Toledo

Zelo ServiçosNegócio: Prestação de serviços

de terceirizaçãoTel/Fax: (11) 5505-9050E-mail: [email protected]

Home page: www.zelo.srv.br

GuiadoEmpreendedor

O computador já provou seu va-lor como ferramenta para quem quervender, comprar, administrar e traba-lhar com marketing de forma práticae segura, seja no universo real ou novirtual. A infinidade de aplicativospossibilita um maior alcance de pes-soas, rapidez nas operações e con-trole de investimentos, mas pode setransformar em obstáculo quando oempreendedor não conhece o meca-nismo de funcionamento dos recur-sos disponíveis.

Um sistema desenvolvido pela em-presa B2BiS, especializada em tecno-logia Web para marketing e vendas,

O cliente ao alcance do mouseFidelização passa por ferramentas especiais queintensificam os resultados nas ações de marketing

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Fevereiro

2004

6767676767

chega ao mercado como solução paraempreendedores que trabalham cominternet e têm necessidade de ter con-trole do conteúdo dos websites, bemcomo da fidelização dos clientes. “OB2BiS Marketing foi criado com baseno gerenciamento de informações paraprover às empresas o total controle dosinteresses de seus potenciais clientes”,afirma Cláudio Malagoli, gerente deNegócios da B2BiS. O diferencial doprograma está na interface Web e to-tal integração com o banco de dados,dispensando a centralização na áreatécnica pela linguagem do produto –ou seja, o próprio empreendedor con-

trola o sistema e determina, atra-vés de um sistema hierárquico, asáreas que cada funcionário pode teracesso, dispensando a contratação.

O B2BiS Marketing também per-mite monitorar as atividades de cadafuncionário dentro da empresa, efornece relatórios de controle emplanilhas Excel. Se uma tarefa não écumprida no tempo programado osistema imediatamente notifica apessoa responsável pelo programa.“A partir de um login de acesso in-terno, as funcionalidades disponíveisseguem a hierarquia da empresa. Sea assistente de marketing fica res-ponsável pelo envio de e-mail e agerente pelo conteúdo, cada qualfaz o que é permitido, após o seu

cadastro na intranet”, diz.O programa permite a divulgação de

informações específicas para cada perfilde usuário em intranet, extranet, por-tais B2B, institucionais, informativos ousites que disponibilizam qualquer tipode informação aos usuários. As açõesde marketing como e-mail marketingou newsletter são enviadas de acordocom a comunidade que se deseja filtrarno banco de dados, com foco no pú-blico exato que se deseja atingir. Ascampanhas podem ser realizadas pre-viamente, com programação de data ehora de envio. Os processos de identi-ficação de novos clientes, fidelização eretenção também podem ser realizadosatravés do sistema.

Na área publicitária do site, oanunciante pode optar pela visualiza-ção de seu banner apenas para perfisrelacionados ao seu produto. O usu-ário que entra no site e usa a internettem acesso somente às propagandasque correspondem às suas preferên-cias. Além disso, é possível agendara data de início e saída de um ban-ner, sem a necessidade de duas pos-tagens. E todas as funcionalidadesdisponíveis na solução podem ser uti-lizadas para enquetes, eventos, notí-cias e conteúdo relacionado ao perfilinstitucional das corporações.

A B2BiS dá o treinamento básico decomo operar o programa. O custo doproduto, com o treinamento incluso,varia de R$ 8 mil a R$ 15 mil.www.b2bis.com.br/(11) 5521-0102

Cláudio Malagoli: gerenciamento dasinformações em benefício dos clientes

DIVULG

AÇÃO

Guia do EmpreendedorGuia do EmpreendedorGuia do EmpreendedorGuia do EmpreendedorGuia do Empreendedor PrPrPrPrProdutos & Serodutos & Serodutos & Serodutos & Serodutos & Ser viçosviçosviçosviçosviços

Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

2005

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Cartões inteligentesPioneira na área de processadores

de meios de pagamento, a Perto de-senvolveu o PertoSmart (leitor e gra-vador de smart cards), criado especi-almente para atender à demanda darede bancária brasileira que aderiu àcertificação digital com esse tipo decartão. Compacto (com apenas 6 cmde largura e 6 cm de profundidade), oPertoSmart agiliza as transações ele-trônicas e meios de pagamento, garan-tindo segurançaaos proces-sos realiza-dos via inter-net. Por ser oprimeiro leitor desmart card totalmentenacional, o produto dispõe de assis-tência técnica em todo o país e seadapta aos softwares e ambientes ope-racionais existentes no mercado. A co-nexão junto ao computador é rápida enão exige do usuário nenhum conhe-cimento técnico. www.perto.com.br

Saúde no palm topA Sivsa, empresa especializada no desenvolvimento e implantação de soft-

ware para gestão hospitalar e laboratorial, lançou no mercado brasileiro a linhade produtos sem fio Hosix Mobile. O produto permite a integração com todos ossistemas de informação já existentes e a coleta de dados através deum palm top que, posteriormente, podem ser adicionados ao sis-tema de forma segura e precisa. Os dados podem ser, por exem-plo, volume de estoque das farmácias, recepção de merca-dorias e até mesmo o prontuário dos pacientes. Paragestores, é permitido o acesso à informação internaquando fora do ambiente hospitalar. www.sivsa.com

Perdigão mais ágil

Após 13 anos no mercado, o iso-tônico Sport Drink, da Advanced Nu-trition, está de cara nova. Oproduto acaba de ser relan-çado pela empresa comoExceed Sport Drink Eli-te (integrando a linhaExceed) e apresentanova fórmula e em-balagem, além deum novo sabor:maracujá. Rico emvitamina C e 11 mi-

nerais, o Exceed Sport Drink Eliteleva em sua composição aromas e

corantes naturais e nãotem adição de açúcar. Anova fórmula traz oChromemate (nicotina-to de cromo), que aju-da a célula muscular acaptar mais facilmentea glicose e é usado comexclusividade pela Ad-

vanced Nutrition.www.advancednutrition.com.br

Nova roupagem

A Perdigão moderniza sua estruturacom a instalação do Centro de ServiçosPerdigão (CSP) na cidade de Itajaí (SC).Com investimento de R$ 20 milhões, oCSP permitirá à empresa racionalizarprocessos e diminuir custos, gerandovelocidade nas operações e ganhos emcompetitividade. O projeto desenvolve-se em conjunto com a IBM Consultoria

e está previsto para funcionar a partirdo mês de abril. O Centro de ServiçosPerdição concentrará atividades das áre-as de Finanças, Controladoria, RelaçõesHumanas, Tecnologia da Informação,Apoio a Vendas e Suprimentos. Com ainiciativa, vão ser gerados cerca de 150novos postos de trabalho na região.www.perdigao.com.br

Conforto anti-furtoPara evitar danos em computadores

portáteis e equipamentos de informáti-ca durante o transporte, a Clone desen-volveu uma linha de mochilas e pastasespeciais para viagem. Confeccionadosem poliéster, os acessórios também pre-vinem a ação de assaltantes por se pa-recerem com mochilas e malas tradici-onais. A mochila possui alças acolcho-

adas, divisões internas e externas e tam-bém porta-CDs com abertura para a pas-sagem dos fios de fone de ouvido. Já asmalas foram desenvolvidas para facili-tar o transporte dos notebooks e seusacessórios e também a instalação doequipamento, podendo o usuário optarpelo modelo com rodas e alças retrá-teis. www.nagem.com.br

Frota da líderLíder no transporte rodoviário in-

ternacional de cargas secas entre Ar-gentina, Brasil, Chile e Uruguai, a DMTransporte e Logística Internacio-nal aumentou sua frota de caminhõescom a compra de 20 novos conjun-tos. Entre as aquisições estão as car-retas sider rebaixadas da Guerra(também conhecidas como baú lo-nado), que permitem facilidade deacesso às mercadorias e diminuemsensivelmente o tempo de carga edescarga. Com a entrega dos novoscaminhões, a DM passará a ter 250conjuntos completos (cavalo-mecâ-nico + semi-reboque), aumentandoa capacidade da empresa.www.dminternacional.com

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AÇÃO

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

2005

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Documento virtualPara quem lida com documen-

tos em versão eletrônica ou pensaem adotar o sistema em sua em-presa, a BRy Tecnologia desenvol-veu o sistema de protocolação di-gital Bry PDDE, que dispensa aimpressão em papel. Além de re-duzir custos com material de es-critório, a solução também propor-ciona economia de espaço, facilitaa localização de dados no arquivovirtual e evita a deterioração pelomanuseio. O usuário tem meios deverificar se um documento se man-tém íntegro ou não desde o mo-mento de sua protocolação ou mes-mo ter a certeza da existência deum documento em determinadadata e hora, graças ao sistema desegurança agregado. O produto,segundo o fabricante, garante avalidade jurídica de documentos nainternet. O sistema é indicado paracorporações, órgãos governamen-tais, hospitais, clínicas e institui-ções de ensino. www.bry.com.br

Preencher cheques em uma im-pressora comum é a proposta do soft-ware Cheque Impresso, desenvolvidopela ICB Informática e Telefonia. Como produto, também é possível gerarum banco de dados dos valores emiti-dos e consultar informações sobrecada documento no computador. Osoftware ocupa 30 mB de memória do

Acesso aos cheques

Aluga-se office-boyO aluguel pode ser um bom negó-

cio para quem precisa trabalhar masnão tem estrutura. Aproveitando essenicho de mercado, algumas empre-sas especializam-se em segmentos di-versificados para atender a qualquernecessidade dos clientes. A empresaPassiflora oferece plantas especialmen-te adaptadas para ambientes fechadospor um período previamente determi-nado. O sistema é uma alternativa paraevitar a transmissão de doenças comoa dengue e conta com manutençãomensal sem custos adicionais, que in-clui rega, poda, fertilização, limpeza,desinfecção e substituição das plantas.

Já a BSL-Boy Service aluga office-boys por dia ou por mês para empre-

sas de vários tamanhos. Embora pres-te serviços tanto para pessoas físicasquanto para pessoas jurídicas, seumaior mercado está no meio corpora-tivo e em empresas de e-commerce. Osboys podem ser chamados para os maisdiversos tipos de serviço, e o clientepode acompanhar em tempo real a açãodesses profissionais através de um sis-tema de monitoramento via celular.www.boyservice.com.brwww.passifloraplantas.com.br

Sabor sem gorduraO Hippo Supermercados, de Flo-

rianópolis, começa a distribuir comexclusividade em Santa Catarina pro-dutos à base de quinua. A quinua éum dos poucos alimentos de origemvegetal que apresentam um equilíbrioentre proteínas, carboidratos e mine-rais. Recomendada para o preparo derefeições balanceadas e leves para ido-sos, a quinua pode ser encontrada emforma de farinha, grãos e flocos. Apartir dela podem ser produzidospães, bolos, tabule, farinhas, massas,sopas, saladas e os mais variadosprodutos. Rica em lisina (aminoáci-

do necessário ao organismo) e saisminerais, a quinua é relativamente po-bre em gordura. www.hippo.com.br

computador, vemcom dois supor-tes universaisacopláveis na impressora etambém traz como opcional a ins-talação de leitoras de documentosbancários no padrão CMC-7, o maisutilizado no mercado e homologadopela Federação Brasileira de Bancos

(Febraban). Alémda praticidade deuso e de instala-ção, outro diferen-cial do aplicativo

está no custo reduzido (R$ 130), dezvezes menor que os sistemas tradi-cionais.www.chequeimpresso.com.br

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AÇÃO

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AÇÃO

Guia do EmpreendedorGuia do EmpreendedorGuia do EmpreendedorGuia do EmpreendedorGuia do Empreendedor Do lado da leiDo lado da leiDo lado da leiDo lado da leiDo lado da lei

Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

2005

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MarMarMarMarMarcos Sant’Anna Bitellicos Sant’Anna Bitellicos Sant’Anna Bitellicos Sant’Anna Bitellicos Sant’Anna BitelliAdvogado

(11) 3871- 0269

Uma proposta de Emenda Constitu-cional (EC-55) no Senado e um Proje-to de Lei (PL 4.209) têm como objeti-vo estabelecer limitações à iniciativa pri-vada que se dedique a provimento deacesso à internet, produção, programa-ção e provimento de conteúdos inte-lectuais, tais como notícias, programas,filmes, novelas, reality shows, portaisde internet, e tudo o mais que pudercircular pelos meios de comunicação etelecomunicação.

A idéia desses projetos é obrigar queas empresas da iniciativa privada que sededicam a essas atividades sejam con-troladas por sócios brasileiros, em pelomenos 70% do capital social, e, ainda,que a responsabilidade editorial ou de se-leção e direção da programação dos con-teúdos fornecidos ou distribuídos poressas empresas sejam atos privativos debrasileiros natos ou naturalizados hámais de dez anos.

Além disso, essas empresas deve-rão observar os princípios do art. 221da Constituição, que exigem preferên-cia por finalidades educativas, artísti-cas, culturais e informativas; promo-ção da cultura nacional e regional, esti-mulando a produção independente; re-gionalização da produção cultural, ar-tística e jornalística, conforme percen-tuais estabelecidos em lei; respeito aosvalores éticos e sociais da pessoa e dafamília. Acrescente-se que essas em-presas privadas terão que submeter as

Ameaça de censuraaos conteúdosO que há por trás das intençõesO que há por trás das intençõesO que há por trás das intençõesO que há por trás das intençõesO que há por trás das intençõesparlamentares nos prparlamentares nos prparlamentares nos prparlamentares nos prparlamentares nos projetos que projetos que projetos que projetos que projetos que propõemopõemopõemopõemopõemcontrcontrcontrcontrcontrole do que é prole do que é prole do que é prole do que é prole do que é produzido fora do Brasil?oduzido fora do Brasil?oduzido fora do Brasil?oduzido fora do Brasil?oduzido fora do Brasil?

alterações dos seus atos societários aoCongresso Nacional e terão dois anospara se adaptar às novas exigências.

Primeiramente, cabe notar que asempresas brasileiras de capital estran-geiro, das mais novas integradoras deconteúdo para telefonia celular (SMP)como das mais tradicionais e antigas,como as distribuidoras de filmes es-trangeiros de Hollywood, teriam de“vender” compulsoriamente o contro-le de suas empresas para continuar ope-rando no Brasil. Já as empresas estran-geiras que exportem conteúdos para oBrasil não poderão mais licenciar seusconteúdos diretamente para as empre-sas de telecomunicação e radiodifusão,sendo necessário contratar um inter-mediário local brasileiro que preenchaessas novas condições.

Avançando na análise, a proposta li-vra as agências e produtoras de publi-cidade dessas limitações, o que podeacarretar uma disputa por falta de iso-nomia entre um e outro tipo de produ-tor e integrador de conteúdo. Interes-sante verificar que com essas novida-des legislativas o Brasil estaria toman-do uma posição de reserva de merca-do para empresas brasileiras e, ao mes-mo tempo, tentando reverter uma ten-dência da sociedade da informação queé a globalização da produção, distribui-ção e acesso à informação. Outro de-safio a ser lembrado é a intangibilidadede agentes que façam qualquer uma

dessas práticas fora do território bra-sileiro e que podem ser acessados porconexão que se utilizem do protocolode internet (IP).

Ousadas são essas tentativas de es-tabelecer controle sobre tais conteúdosnas mãos de brasileiros, quando em1995 a opção nacional foi privatizar osmeios de comunicação, autorizando aentrada de capital estrangeiro em to-dos esses segmentos e, mais recente-mente, em 2002, até mesmo na radio-difusão, ainda que com apenas 30% docapital social.

O que não se sabe, contudo, é seessa guinada nacionalista seria uma fer-ramenta de aumento de oportunidadede novos empreendimentos nesses se-tores ou uma concentração econômi-ca de tais setores em favor daquelesque já se dedicam ao ofício nesses seg-mentos. Tudo isso sob o preço daeventual necessidade de se criar um pre-cedente que possa implicar na renún-cia a alguns princípios e direitos fun-damentais constitucionais, tais como oda livre iniciativa, da liberdade de ex-pressão, da liberdade de ofício, entreoutros. É preciso que o debate venha aclarear as reais intenções dos projetos.

DIVULG

AÇÃO

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

2005

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Guia do EmpreendedorGuia do EmpreendedorGuia do EmpreendedorGuia do EmpreendedorGuia do Empreendedor

Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

2005

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O abraço mortal

Inúmeros livros inéditos, todos ex-celentes, não têm chance de vir à tonaporque o mercado está saturado do queeu chamo de não-livro, produto forma-dor de não-leitores. Sopa de pedra – 10ingredientes para você criar sua receitade sucesso, de Ricar-do Bellino, é um des-ses não-livros, que fin-ge dirigir-se aos em-preendedores. Consi-derado uma pessoa desucesso pela sua car-reira e por ter vendidobem seu PDI – O po-der das idéias, ele po-deria abordar seria-mente seu métier, apublicidade, mas pre-fere ser guru de auto-ajuda. Ele representa aambição atual de umaparte dos publicitários,a de tornar-se o cen-tro, e não a periferia,dos produtos da in-dústria cultural. A pu-blicidade bem feitadeve restringir-se à suaárea de atuação, masmuita gente não seconforma em ocuparapenas o espaço co-

mercial. Querem também influir no con-teúdo dos programas de TV (o merchan-dising nas novelas alcançou níveis insu-portáveis), na pauta e na cobertura jor-nalística de jornais e revistas, e tomarindevidamente o espaço reservado aos

escritores. Esse cercoacaba estrangulandoas vítimas. Um títulona estante das livrari-as cheio de superfici-alidades faz um estra-go profundo no hábi-to dos leitores e issose reflete negativa-mente a longo prazo.

Bellino decideocupar espaço nomercado livreiro re-cheando algumas desuas memórias comuma série de palavras-embalagens. Seu tru-que é descobrir comolenda religiosa umavelha piada do PedroMalazarte. O célebrepersonagem das ane-dotas brasileiras en-ganou todo mundofazendo uma sopaque, aparentemente,era de pedra, mas que

por Nei Duclós

DESTAQUES

Os truques do marketing apresentados como conteúdo de livroslevam à exaustão uma fórmula que distorce o perfil do mercado

“Criar vínculos é maisdo que estabelecer umnetwork: é formar umaconfraria.” pág. 75

acabou virando de verdade depois queos trouxas atenderam seu apelo de in-crementar o caldo com os ingredientesque eles mesmos tinham estocado. Be-llino encara essa artimanha como osupra-sumo da inovação empreendedo-ra e enche mais de 200 páginas comuma série de desdobramentos, todoseles baseados em absolutas obviedades.Quais são seus ingredientes para o su-cesso? Renovar-se, comunicar-se, pro-teger a reputação, criar vínculos, par-tir para a ação, aprender a aprender,comprometer-se com o sucesso, cul-tivar o equilíbrio. No fundo, ele mira-se no espelho (existem vários desenhosreproduzindo o próprio Bellino) paradeitar sabedoria sobre o que é eviden-te, numa tautologia reembalada comoreceita de sucesso.

Outro truque conhecido é salpicarcom pitadas de parábola alguns textosque, assim, tornam-se, num passe demágica, edificantes. O monge, o ar-queiro, o aldeão, o mestre, todo esseimaginário medieval é utilizado paraprovar como é profundo o que estásendo exibido.

Para completar, algumas historinhasjá conhecidas (como a trajetória de Lula,Roberto Marinho ou Donald Trump) sãoapresentadas como se elas fossem o re-sultado das lições contidas no livro.

“As artes expressam oque de melhor e maiscriativo o ser humanopossui, e são umaconstante fonte deinspiração e derenovação.” pág. 66

“Pouco adianta ter umareputação baseada naeficiência, no talento ena capacidade se elanão estiver tambémassociada à ética.”pág. 84

“Quando absorvemosinformações externas,essa absorção passaantes pelos cincosentidos.” pág. 28

FICHA TÉCNICASopa de pedra – 10ingredientes paravocê criar suareceita de sucessoRicardo BellinoEditora Campus216 págs.R$ 39,00

LeituraLeituraLeituraLeituraLeitura

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

2005

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A ameaça dasfraudesRiscos empresariaisimportantes precisam sergerenciados

Gerenciamento de riscos,Paulo Baraldi,Editora Campus,248 págs.,R$ 49,00

Riscos empresariais são todos oseventos que impedem a empresa e aspessoas que nela trabalham de ganhardinheiro e respeito. Isso pode levá-laà falência, desta-ca a divulgaçãodeste livro. Criarcontroles inter-nos nas decisõessignifica implan-tar uma gestãoeficiente deoportunidades,que passa pelaavaliação de to-dos os riscos.

O autor apresenta conceitos eferramentas administrativas que uti-lizam os benefícios das metodolo-gias que estão sendo mais bem apli-cadas e gerenciadas nos EstadosUnidos. A inspiração principal é obom senso, o caminho mais eficazé a integração de soluções, que pre-cisam ser constantemente melhora-das. Para apresentar sua teoria, oautor passou antes pela especializa-ção em Criminologia e Psiquiatria emBruxelas. Um exemplo de como es-pecialidades fora dos negócios po-dem influir em produtos culturais di-rigidos instigantes, bem ao contrá-rio dos pára-quedistas, que fazemde cada lançamento uma fantasiapara prometer resultados que nãopassam de... fraudes.

A distribuição do ouroO ambiente pró-negócio não estimula a rigidez empresarial

Metamanagement – o sucesso além do sucesso –nova consciência nos negócios,Fredy Kofman, Editora Campus,328 págs., R$ 59,00

Práticas de controle, quando exercidas unilateral-mente, conservam o poder nos feudos empresariais.Transformar esse conhecimento em culturas de apren-dizado mútuo, ou seja, disseminar em rede pela cor-poração o que é exclusivo a alguns privilegiados, é aproposta deste livro, escrito por um Ph.D pela Uni-versidade da Califórnia em Berkeley. O autor destaca que o ouro exclusivo dassalas de reuniões do alto escalão (o know about, o saber sobre) precisa sercompartilhado. Construir coletivamente as capacidades que fazem prosperarum empreendimento pode fomentar uma espécie de “otimismo espiritual”,com reflexos positivos nos resultados.

O importante neste tipo de livro é que fica clara a mentalidade americana defazer do risco o insumo para a reflexão e a mudança de hábitos. Muito diferenteda nossa cultura, em que não existe muito a convicção de que a situação e aspessoas podem mudar. Não existe, no mundo dos negócios civilizado, a idéiafixa de que a incompetência é defeito de nascença e que há uma hierarquia fixade valores. A autocrítica e a reavaliação permanentes, muito pregadas no atualestágio de mudanças de paradigmas, precisam desse ambiente apropriado, quesó se consegue com rigor cultural disseminado amplamente. O mercado livreiroé um canal importante para que se estudem os problemas e se apontem solu-ções. Metamanagement tem o mérito de estimular um mergulho em situaçõesintrincadas do cotidiano das empresas e propõe saídas consideradas viáveis.

O sabor da crônicaTexto bom dispensa embalagens forçadas

Marketing de gente – o marketing pessoal comosuporte para o principal ativo das empresas,Mario Persona, Editora Futura,192 págs., R$ 25,00

Esta é uma reunião de crônicas apresentadas demaneira transparente por um autor experiente. Se-guindo o exemplo de um dos melhores cronistasbrasileiros, o publicitário Lula Vieira, Persona consegue envolver o leitorcom seus textos pessoais que abordam de maneira saborosa alguns assun-tos candentes do marketing. O apelo de capa é um pouco exagerado parao conteúdo. Não precisava. Crônicas, quando bem escritas e apresentadashonestamente, são sempre bem-vindas. O autor já lançou Crônicas de umainternet de verão e Marketing tutti frutti, entre outros títulos.

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EÉ possível aprendera gerir bem o créditopara incrementar ovolume de negócios,diminuir ainadimplência eaumentar os lucros

Informe Serasa

ssa experiência foi degrande valia para meuaperfeiçoamento profissio-nal e intelectual: abriu no-

vos horizontes relativos ao aprendi-zado e à posterior aplicação profissi-onal.” Esse depoimento, de WilliamMáximo Galheira, analista de créditoda Gonzalez de Paula ConfecçõesLtda. (nome fantasia: “Trik Trik”),ilustra a satisfação dos participantesnos cursos “Análise de crédito parapequenas e médias empresas” e “Aná-lise de crédito ao consumidor”, reali-zados pela Serasa em 2004.

“Os cursos foram elaborados paraatender a uma demanda por estudosvoltados à análise de crédito, área queainda não conta com formação uni-versitária, apenas com poucas espe-cializações”, afirma Juan Perez, dire-tor de Mercado e Relações Instituci-onais da Serasa. Os cursos integramo Programa Serasa Dinâmica do Co-nhecimento, que, desde 2003, realizaeventos voltados ao aperfeiçoamen-to técnico e conceitual sobre gestãoestratégica do risco e crédito.

William Galheira, que freqüentouo curso “Análise de crédito para pe-quenas e médias empresas”, atribui àsua participação e ao uso da ferra-menta Relato Analítico da Serasa aredução do índice de inadimplência daTrik Trik, de 12% para 1,76% noperíodo de um ano. Ele destaca que3% é o percentual máximo aceitávelpara o ramo de confecções.

Já Cristiano Magalhães, analista decrédito do Banco Mercantil do Bra-sil, apreciou o enfoque que o curso“Análise de crédito ao consumidor”deu às relações de dependência mú-tua entre as áreas de Análise de Cré-dito e Comercial. “Enquanto essa úl-tima conhece as intenções e a capa-

Empresas investem em

cidade do cliente, a primeira sabe suasinformações ‘ocultas’, a probabilida-de de inadimplência e o risco mensu-rável da operação”, diz.

Os 11 cursos realizados pela Se-rasa em 2004 obtiveram cerca de90% de notas “bom” e “ótimo” empesquisas de avaliação respondidaspelos participantes.

Os cursos aconteceram em SãoPaulo, Rio de Janeiro, Salvador, BeloHorizonte, Curitiba e Porto Alegre, econtaram com 380 participantes deempresas como DPaschoal, HSBC,Unipetro, Minasgás, entre outras. Fo-ram coordenados pelo professor daFundação Getulio Vargas (FGV-SP)José Pereira da Silva, e tiveram comoinstrutores o professor do Programade Educação Continuada (PEC) daFGV Antonio Carlos Villa Nova deFreitas e o mestre em Administraçãode Empresas pela Faculdade de Eco-nomia e Administração da USP (FEA-USP) Edson Missao Furuiti.

William Máximo Galheira:novos horizontes do aprendizado

análise de crédito“Apresentar solução de treinamen-

to em crédito de forma criativa é oobjetivo da parceria da Serasa. Sin-to-me gratificado pela reação dos par-ticipantes”, afirma o coordenador doscursos, José Pereira da Silva.

No primeiro semestre de 2005, aSerasa planeja levar o curso “Análisede crédito de grandes empresas” àscidades de São Paulo, Porto Alegre,Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curi-tiba e Campinas, além de, em caráterexcepcional, realizar o curso “Análi-se de crédito de pequenas e médiasempresas” em Salvador.

A Serasa também desenvolve cur-sos in-company, adequados ao perfile necessidade da empresa, com fle-xibilidade de tempo e duração, con-forme a disponibilidade dos funcio-nários. Mais informações sobre cur-sos in-company podem ser solicita-das pelo e-mail [email protected].

Novos cursos intensivosNo segundo trimestre, a Serasa

inicia uma nova modalidade de cur-sos de crédito em parceria com aGVPEC, unidade de Programa deEducação Continuada da FundaçãoGetulio Vargas. Serão cursos inten-sivos com maior tempo de duração,de 12h a 24h, ministrados pelos es-pecialistas Abraham Laredo, que foicoordenador dos cursos de pós-gra-duação da Escola da Administraçãode Empresas da Fundação GetulioVargas (EAESP/FGV) e vice-diretoracadêmico da Escola de Administra-ção; e João Carlos Douat, coorde-nador do Centro de Excelência Ban-cária e dos Programas de pós-gra-duação da FGV-EAESP. Inicialmen-te, os cursos serão ministrados ape-nas em São Paulo.

CALENDÁRIOCurso: Análise de Crédito de Grandes Empresas

Objetivo: Apresentar aos participantes técnicas e recursos de análisepara concessão de crédito comercial para grandes empresas visandootimizar seus fluxos de caixas.

Datas e locais:

São Paulo 11/04

Belo Horizonte 04/05

Rio de Janeiro 20/05

Curitiba 07/06

Porto Alegre 20/06

Campinas 08/08

PARCERIA COM A GVPEC

Curso: Análise de Crédito de Middle e CorporateObjetivo: Apresentar os principais conceitos e instrumentos de crédito

para uma boa avaliação, decisão, formalização e monitoramento docrédito dos clientes pessoas físicas e jurídicas do mercado Middle eCorporate, alcançando-se assim o requisito básico para a obtenção dahabilidade necessária em crédito e a conseqüente formação de uma culturade crédito própria da Instituição.

Período: 9, 10 e 11 de maio de 2005.

Curso: Gestão de um Sistema de Escoragem:Sistemas de Informações, Monitoramentoe Avaliação de Desempenho

Objetivo: Apresentar as principais atividades do processo de gestão deum sistema de escoragem – Credit Scoring, Behavioral Scoring, Ratings, etc,com a finalidade de mostrar a importância de um Sistema de InformaçõesGerenciais para a eficácia desse processo. Serão abordados aspectosoperacionais e dificuldades usuais e as possíveis formas de contorná-las.

Período: 13 e 14 de junho de 2005.

INFORMAÇÕES: (11) 3078-4766, das 11 às 17 horas ou pore-mail: [email protected]ções pela internet: www.serasa.com.br/cursocredito

OBS: Excepcionalmente, seráoferecido o curso “Análise decrédito para pequenas emédias empresas” emSalvador, no dia 15/04.

Guia do EmpreendedorGuia do EmpreendedorGuia do EmpreendedorGuia do EmpreendedorGuia do Empreendedor

Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

2005

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André HahnAndré HahnAndré HahnAndré HahnAndré HahnDiretor-presidente

da Leme Investimentos

Os númerosaleatórios

Nos acostumamos a ver a divul-gação pela mídia de números eco-nômicos: variação da bolsa, do dó-lar, da taxa Selic, números de pro-dução industrial, PIB. Tudo issochega a nós através da televisão edos jornais, suscitando interpreta-ções das mais diversas.

Após a vitória do PT nas elei-ções de 2002 veio naturalmente aexpectativa sobre o que o novogoverno faria e quais os resultadosque conseguiria. Essas são expec-tativas naturais.

É citado, via de regra, que a faseinicial é para arrumar a casa. A he-rança é sempre dita como negativa,e o governo novo é comumente “sur-preendido” com um cenário difícile que vai contra as suas metas ini-ciais. Tem-se, então, uma desculpapara o não-cumprimento das pro-messas cinicamente exageradas decampanha.

Pois bem, cabe à mídia um pa-pel fundamental de esclarecimentonesse cenário em que o eleitor torcepara dar certo; o político tenta sepassar por emissário divino; e o re-sultado final mostra a verdade.

Os números que são apresenta-dos sobre a economia de uma ma-neira geral requerem muita atenção,mesmo dos profissionais da áreaeconômica. Uma colocação sim-

Cabe à mídia um papel esclarecedorCabe à mídia um papel esclarecedorCabe à mídia um papel esclarecedorCabe à mídia um papel esclarecedorCabe à mídia um papel esclarecedorsobre os dados que definem o perfilsobre os dados que definem o perfilsobre os dados que definem o perfilsobre os dados que definem o perfilsobre os dados que definem o perfildo momento econômicodo momento econômicodo momento econômicodo momento econômicodo momento econômico

DIVULGAÇÃO

plista de que o Brasil está crescen-do desde as últimas eleições, e quecresceu 5,2% em 2004, pode sercomparada à visão de uma mãe queacha seu filho o melhor dos atletasapós correr 100 metros em 20 se-gundos. É preciso ter referências.Correr os 100 metros em 20 segun-dos pode significar ter ficado emúltimo, assim como crescer 5,2%pode não representar muito, prin-cipalmente em um momento em quesobra dinheiro para os países emer-gentes. Então, como exemplo, sem-pre que fosse divulgada a evoluçãodo PIB, deveríamos ter também ainformação de quanto os nossos vi-zinhos e o mundo avançaram, paraum melhor julgamento e compara-ção. Mas na prática não é bem issoque acontece.

Desde 2003 tivemos um períodode forte fluxo de capitais para osemergentes. Dos melhores aos pio-res, todos os países têm se benefi-ciado de um maior apetite dos in-vestidores internacionais por risco,e o Brasil foi levado no arrastão daalegria. O dólar baixou, a bolsa su-biu, e o governo buscou para si oslouros de uma vitória que teve comomaior mérito o fato de não se me-xer muito no que vinha sendo feito.

Para 2005 deveremos ter umnovo período de crescimento, mes-

mo com taxas reais de juros eleva-díssimas, o que pode ser entendi-do como um mal necessário. Masse atingirmos o final do ano comcrescimento de 3,7% do PIB,como é esperado por grande partedo mercado, será que teremos de-sempenhado o suficiente em rela-ção à concorrência?

Esse é o ponto, e insucessos pas-sados deixaram marcas em relaçãoao país ser considerado sempre opaís do futuro, tanto que no distritofinanceiro de Londres existe umapiadinha criada pelos que já acredi-taram muito no nosso país, e quenão foram muito felizes com suasapostas, que diz: “O Brasil é o paísdo futuro, e sempre será...”

O que queremos dizer com issoé que temos que ter a coragem deolhar para o lado e reconhecer exa-tamente onde estamos, procuran-do resultados compatíveis com acrença do país do futuro. Torná-laum fato deve ser a meta de todos,social e economicamente.

Análise EconômicaAnálise EconômicaAnálise EconômicaAnálise EconômicaAnálise Econômica

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

2005

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NOME/TIPO PARTICIPAÇÃO VARIAÇÃO % AÇÃO IBOVESPA ANO (ATÉ 31/01/2005)

Acesita PN 1,60 -5,00Ambev PN 2,58 -7,25Aracruz PNB 1,06 -9,09Bco Itau Hold Finan PN 2,93 -2,54Bradesco PN 2,90 0,36Bradespar PN 0,72 5,87Brasil ON 0,86 -4,92Brasil T Par ON 0,46 -2,79Brasil T Par PN 1,42 -14,95Brasil Telecom PN 2,07 -17,34Braskem PNA 1,72 -11,38Caemi PN 2,37 4,82Celesc PNB 0,90 -15,58Cemig ON 0,17 -14,39Cemig PN 2,74 -10,26Cesp PN 0,51 -16,99Comgas PNA 0,51 -1,52Copel PNB 1,56 1,29CRT Celular PNA 0,58 -3,98Eletrobras ON 1,32 -11,95Eletrobras PNB 2,90 -16,10Eletropaulo Metropo PN 0,75 -14,19Embraer ON 0,65 -5,89Embraer PN 1,59 -7,21Embratel Part PN 2,92 -27,32Gerdau PN 3,14 -7,79Ibovespa 100,00 -7,05Ipiranga Pet PN 0,47 6,87Itausa PN 1,21 -1,74Klabin PN 0,61 -10,93Light ON 0,21 -12,21Net PN 2,12 11,48Petrobras ON 2,70 0,75Petrobras PN 9,10 -2,93Sabesp ON 1,06 -12,51Sid Nacional ON 4,14 2,87Sid Tubarao PN 1,40 -9,27Souza Cruz ON 0,60 -15,64Tele Centroeste Cel PN 1,36 -0,17Tele Leste Celular PN 0,22 -26,56Telemar Norte Leste PNA 1,24 -13,25Telemar-Tele NL Par ON 1,26 -1,70Telemar-Tele NL Par PN 10,28 -15,27Telemig Celul Part PN 1,14 -5,79Telesp Cel Part PN 3,60 -11,13Telesp Operac PN 0,60 -2,07Tim Participacoes ON 0,38 -7,77Tim Participacoes PN 1,67 -7,17Tractebel ON 0,15 -17,65Transmissao Paulist PN 0,50 -2,33Usiminas PNA 5,04 -1,02Vale Rio Doce ON 1,57 4,95Vale Rio Doce PNA 5,20 2,42Votorantim C P PN 1,21 -12,61

Juros/Aplicação (%)

FevereiroFevereiroFevereiroFevereiroFevereiro AnoAnoAnoAnoAnoCDICDICDICDICDI 1,221,221,221,221,22 2,622,622,622,622,62Sel icSel icSel icSel icSel ic 1,221,221,221,221,22 2,622,622,622,622,62PoupançaPoupançaPoupançaPoupançaPoupança 0,600,600,600,600,60 1,291,291,291,291,29CDB pré 30CDB pré 30CDB pré 30CDB pré 30CDB pré 30 0,960,960,960,960,96 2,072,072,072,072,07Ouro BM&FOuro BM&FOuro BM&FOuro BM&FOuro BM&F 2,532,532,532,532,53 -2,67-2,67-2,67-2,67-2,67

Indicadores imobiliários (%)

FevereiroFevereiroFevereiroFevereiroFevereiro AnoAnoAnoAnoAnoCUB SPCUB SPCUB SPCUB SPCUB SP 0,350,350,350,350,35 0,820,820,820,820,82TRTRTRTRTR 0,100,100,100,100,10 0,280,280,280,280,28

Juros/Crédito (em % mês)

MarçoMarçoMarçoMarçoMarço MarçoMarçoMarçoMarçoMarço04/março04/março04/março04/março04/março 03/março03/março03/março03/março03/março

DescontoDescontoDescontoDescontoDesconto 2,752,752,752,752,75 2,802,802,802,802,80Factor ingFactor ingFactor ingFactor ingFactor ing 4,664,664,664,664,66 4,664,664,664,664,66Hot MoneyHot MoneyHot MoneyHot MoneyHot Money 3,503,503,503,503,50 3,503,503,503,503,50Giro Pré (*)Giro Pré (*)Giro Pré (*)Giro Pré (*)Giro Pré (*) 3,353,353,353,353,35 3,453,453,453,453,45(*= taxa ano)

Câmbio (em 04/03/2005)

CotaçãoCotaçãoCotaçãoCotaçãoCotaçãoDólar Comercial PtaxDólar Comercial PtaxDólar Comercial PtaxDólar Comercial PtaxDólar Comercial Ptax R$ 2,6615R$ 2,6615R$ 2,6615R$ 2,6615R$ 2,6615EuroEuroEuroEuroEuro US$ 1,3257US$ 1,3257US$ 1,3257US$ 1,3257US$ 1,3257IeneIeneIeneIeneIene US$ 104,90US$ 104,90US$ 104,90US$ 104,90US$ 104,90

Mercados futuros(em 04/03/2005)

AbrilAbrilAbrilAbrilAbril MaioMaioMaioMaioMaio JunhoJunhoJunhoJunhoJunhoDólarDólarDólarDólarDólar R$ 2,683 R$ 2,713 R$ 2,746Juros DIJuros DIJuros DIJuros DIJuros DI 18,85% 18,97% 19,05%

Inflação (%)

ÍndiceÍndiceÍndiceÍndiceÍndice JaneiroJaneiroJaneiroJaneiroJaneiro AnoAnoAnoAnoAnoIGPIGPIGPIGPIGP-M (F-M (F-M (F-M (F-M (Fevereirevereirevereirevereirevereiro)o)o)o)o) 0,300,300,300,300,30 0,690,690,690,690,69IGPIGPIGPIGPIGP-DI-DI-DI-DI-DI 0,330,330,330,330,33 0,330,330,330,330,33IPCAIPCAIPCAIPCAIPCA 0,580,580,580,580,58 0,580,580,580,580,58IPC - Fipe (Fevereiro)IPC - Fipe (Fevereiro)IPC - Fipe (Fevereiro)IPC - Fipe (Fevereiro)IPC - Fipe (Fevereiro) 0,360,360,360,360,36 0,920,920,920,920,92

Carteira teórica Ibovespa

AbrilAbrilAbrilAbrilAbril JunhoJunhoJunhoJunhoJunho AgostoAgostoAgostoAgostoAgostoIbovespaIbovespaIbovespaIbovespaIbovespaFuturoFuturoFuturoFuturoFuturo 28.447 29.312 30.244

(em 28/02/2005)

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Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

2005

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Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acessea seção Agenda do site Empreendedor (www.empreendedor.com.br)

8 a 10/4/2005

2a FENABRITO2ª Festa Nacionaldo CabritoParque de ExposiçõesWaldemar PizaniMonte Carlo – SC(49) 546-0449

Em sua segunda edi-ção, a Festa Nacionaldo Cabrito, organizadapela Companhia de Desenvolvimento Econômico e Social do Meio-Oeste Cata-rinense (Codestan), destaca-se como um dos principais eventos gastronômicosdo país. Além de reunir apaixonados pela exótica carne de cabrito, a festatambém é um canal de negócios para produtores e interessados em conhecer oprocesso de criação de caprinos. Exposição de animais, rodas de negócios eleilão de caprinos são algumas das atividades programadas.

Em destaqueEm destaqueEm destaqueEm destaqueEm destaque8 a 12/3/2005

FEICON 2005Feira Internacional daIndústria da ConstruçãoParque AnhembiSão Paulo – SP(11) 3291-9111www.feicon.com.br

08 a 12/3/2005

FEICON COZINHAS &BANHEIROS 2005Feira Internacional deCozinhas e BanheirosParque AnhembiSão Paulo – SP(11) 3291-9111www.feicon.com.br

08 a 12/3/2005

FEICON MÁRMORES &GRANITOS 20053ª Feira Internacional deMármores & GranitosSão Paulo – SPTel: (11) 3291-9111www.feicon.com.br

14 a 17/3/2005

GIFT FAIR 200530a Feira Internacional dePresentes e Utilidades DomésticasExpo Center NorteSão Paulo – SPwww.giftfair.com.br

14 a 17/3/2005

LINEA DOMUS SOUTHAMERICA4° Salão Internacional doMobiliárioExpo Center NorteSão Paulo – SPwww.feiradad.com.br

15 a 18/3/2005

FENINJER40a Feira Nacional da Indústriade Jóias, Relógios e AfinsTransamérica Expo CenterSão Paulo – SPwww.feninjer.com.br

FÁB

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20 a 24/3/2005

CONVERFLEX 2005 (Bienal)4ª Feira Internacional deMáquinas para Impressão deEmbalagens, Convertedorese MateriaisParque AnhembiSão Paulo – SP(11) 3291-9111

23 a 27/3/2005

RAÇAS & PEDIGREE 200537ª Feira de Filhotese Pequenos AnimaisCentro de Exposições de CuritibaCuritiba – PR(41) 335-3377

29/3 a 2/4/2005

HOBBYART 2005Feira Internacional das Indústrias eFornecedores de Produtos paraHobby Criativo, Artes e ArtesanatoExpo Center NorteSão Paulo – SPwww.hobbyart.com.br

17 a 20/3/2005

FEINCO 20052ª Feira Internacionalde Ovinos e CaprinosCentro de Exposições ImigrantesSão Paulo – SP(11) 5073-7799

19 e 20/3/2005

Pequenos emédios 2005 (Anual)27ª Exposição dePequenos e Médios AnimaisCentro de Exposições ImigrantesSão Paulo – SP(11) 5073-7799

20 a 24/3/2005

FIEPAGFeira Internacional dePapel e Indústria GráficaParque AnhembiSão Paulo – SPwww.fiepag.com.br

Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor Empreendedor – Março

2005

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Empreendedor na internetwww.empreendedor.com.br

Março – EmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedorEmpreendedor

2005

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Fale com o site Empreendedor pelo MSN Messenger: [email protected]

Página inicial

Informação para o momento dadecisão: estou pronto para abrirmeu próprio negócio?

A participação do internautaUma das preocupações do site

Empreendedor é manter uma rela-ção muito próxima com os internau-tas, até como forma de atender ple-namente seus interesses.

Dessa forma, além do contatodireto com a equipe de produção

Não é da noite para o dia que ocandidato a empreendedor irá abrir suaempresa e alcançará o sucesso tãodesejado. Antes de pensar em atingiresse estágio, é preciso trilhar um ou-tro caminho, o da auto-avaliação. Aocomentar o resultado de uma das en-quetes realizadas pelo site Empreen-dedor, o consultor Mário Persona afir-mou que, mesmo que a maioria digaque capital é o que falta para abrir opróprio negócio, a maior necessida-de do futuro empreendedor é ter ca-pacitação e coragem. “Se eu fosse um

investidor procurando ondecolocar meus investi-

mentos, apostaria pri-meiro naqueles que

votaram em

falta de capacitação ou falta de cora-gem”, disse.

A análise feita por Persona con-firma a tese de que a decisão de serdono do próprio negócio é uma col-cha de retalhos, que une uma série defatores de ordem pessoal e profissio-nal do indivíduo. Por isso, antes detirar um saldo da poupança, de ven-der algum imóvel ou de até mesmopedir demissão do emprego para cor-rer atrás do sonho de empreendeder,o futuro empresário deve passar umperíodo de intensa reflexão, auto-ava-liando suas potencialidades (e dificul-dades) para enfrentar o desafio e aresponsabilidade de comandar o pró-prio negócio.

Para ajudar nesse processo, o siteEmpreendedor disponibiliza a se-ção Auto-Avaliação, na área MeuNegócio, que é exclusivamentededicada a essa etapa anterior àabertura do negócio. Nessa área,o internauta encontra dicas e in-formações que podem contribuire muito para o amadurecimentode sua decisão de bancar o so-nho do próprio negócio.Acesse:www.empreendedor.com.br

([email protected]),o site conta também com um e-mailpara a troca de mensagens instantâ-neas via MSN Messenger ([email protected]) para oenvio de críticas e sugestões e va-loriza a participação dos leitores nas

enquetes disponibilizadas mensal-mente.

Em breve, o site Empreendedorirá oferecer novos canais de partici-pação efetiva dos internautas, espe-cialmente no que se refere a comen-tários sobre o conteúdo publicado.

Enquete questionacomo empreendedorespraticam networking

A enquete do mês de março do siteEmpreendedor pergunta aos internau-tas como eles fazem para aumentar suarede de relacionamentos comerciais.O site sugere três alternativas:

Participo de eventos como feiras,cursos e seminários.

Sempre me envolvo em atividadessociais com parentes e amigos.

Utilizo com freqüência ferramen-tas da internet (como listas de dis-cussões, Orkut e outras).Para dar sua opinião, acesse o site

Empreendedor e vote na área Enque-te, que fica na coluna à esquerda napágina inicial.

O site Empreendedor firmou umaparceria com com o Valor Online, ver-são eletrônica do jornal Valor Econô-mico, e amplia a cobertura dos fatoseconômicos do dia. Agora, além dasprincipais informações e dicas da áreade empreendedorismo e desenvolvi-mento de negócios, o site proporcio-na também um conteúdo atualizadominuto a minuto com tudo o que acon-tece especialmente no mercado finan-ceiro. As manchetes do noticiário doValor Online aparecem no alto da pá-gina do site Empreendedor.

Parceria com ValorOnline amplia notíciárioeconômico do site