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EMPREGO, PRECARIEDADE E SALÁRIOS
EM PORTUGAL
um retrato em números
EUGÉNIO ROSA
Economista
www.eugeniorosa.com
UM ESCLARECIMENTO INICIAL SOBRE A
DIVULGAÇÃO DESTES “SLIDES”
Estes “slides” foram utilizados numa intervenção que fiz num seminárioorganizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Industria de Hotelaria,Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, no Auditório da Escola de Turismodo Porto sobre “O TRABALHO NA HOTELARIA” em que me pediram para falarsobre “EMPREGO, PRECARIEDADE E SALÁRIOS EM PORTUGAL”.
Como nestes “slides” se reúne um conjunto de dados atualizados que dão umainformação objetiva, porque quantificada, sobre esta matéria importante paraos trabalhadores e suas organizações, dados esses todos oficiais que seencontram dispersos por várias publicações e que por isso de difícil acesso,embora sejam importantes para quem esteja interessado em conhecer adimensão do emprego e da precariedade em Portugal, assim como a evoluçãodos salários e ganhos no setor privado e, com base neles, fazer uma reflexãofundamentada e objetiva sobre a situação atual, pensei que seria útil divulgá-los. Desta forma ficam facilmente acessíveis a todos os que se interessam pelasituação dos trabalhadores no nosso País e aos que estão empenhados emdefender os seus direitos, nomeadamente os sindicatos.
FINALMENTE PEÇO A TODOS QUE ESTEJAM EVENTUALMENTEINTERESSADOS EM RECEBER DIRETAMENTE OS MEUS ESTUDOSSEMANAIS QUE ENVIEM UMA MENSAGEM PARA [email protected]
A DESTRUIÇÃO DE EMPREGO EM PORTUGAL ENTRE 2000 E
2017 : 264.000 empregos desapareceram e 1,68 milhões de trabalhadores com o
ensino básico foram expulsos do mercado de trabalho, sendo 901.000 durante a Troika
AS PROFISSÕES MAIS ATINGIDAS PELA DESTRUIÇÃO DE EMPREGO FORAM
“PESSOAL ADMINISTRATIVO” (-124.000), “AGRICULTORES E TRABALHADORES
DA AGRICULTURA” (-282.000), “OPERÁRIOS” (-473.000), “TRABALHADORES
NÃO QUALIFICADOS” (-190.000) E “TRABALHADORES POR CONTA PRÓPRIA”,
os chamados “empreendores” (-319.000)
A EXPLOSÃO DO DESEMPREGO EM PORTUGAL DURANTE A “TROIKA” E
DO GOVERNO PSD/CDS E A BAIXA COBERTURA DO SUBSIDIO DE
DESEMPREGO: apenas metade dos desempregados recebem subsidio de desemprego
TAXA DE DESEMPREGO REAL MUITO SUPERIOR À OFICIAL
( 675.800 desempregados no fim de 2017) – 2003/2017
6,3%
10,8%
16,2%
8,9%6,7%
11,3%
20,4%
12,4%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
TAXA DE DESEMPREGO OFICIAL E TAXA
DE DESEMPREGO REAL
Taxa de desemprego oficial
Taxa de desemprego real
VARIAÇÃO DO EMPREGO NO SETOR DO “ALOJAMENTO E
RESTAURAÇÃO “ 2000/2018: a elevada variação do emprego de
trimestre por trimestre revela uma grande precariedade de
emprego no setor
GANHOS MÉDIOS DOS TRABALHADORES DO SETOR PRIVADO E
DO “ALOJAMENTO E RESTAURAÇÃO” (apenas 68%) NO PERÍODO
2002/2016- Redução de ganhos durante a “troika” e o governo PSD/CDS e
aumento reduzido com governo PS/Costa
A DIMENSÃO DA PRECARIEDADE OFICIAL EM PORTUGAL
SEGUNDO O INE– 2000/2017 – 18,5% DOS TRABALHADORES A PRAZO
A SOBRE-EXPLORAÇÃO DOS 729.000 TRABALHADORES COM
CONTRATO A PRAZO – em média ganham cerca de 70% do ganho dos
trabalhadores com contrato sem termo - Quadros de Pessoal – Out.2016
A SOBRE-EXPLORAÇÃO DOS 202.000 TRABALHADORES COM
CONTRATOS A TEMPO PARCIAL – em média ganham cerca de 80% do
ganho horário dos trabalhadores com contrato sem termo
Quadros de Pessoal – Out.2016 - MTSSS
PERCENTAGEM DE TRABALHADORES A RECEBER
APENAS O SALÁRIO MINIMO NACIONAL TEM AUMENTADO:
no País e no setor de “Alojamento e Restauração”
TRABALHADORES POR CONTA DE OUTRÉM A TEMPO COMPLETO A
RECEBER O SALÁRIO MINIMO NACIONAL: 7% em Abril de 2008 e 23,3%
em Outubro de 2016 – Portugal um país de salário mínimo
PERCENTAGEM DE TRABALHADORES A RECEBER APENAS O
SALÁRIO MINIMO NACIONAL POR SETORES DE ATIVIDADE EM 2015 E
2016: no País 23,3% mas no setor de “Alojamento e Restauração” 35,7%
A REMUNERAÇÃO BASE MEDIANA E O GANHO MEDIANO
(são os valores recebidos pelo maior numero de trabalhadores) é muito
inferior (em cerca de 30%) à remuneração e ganho médio
PORTUGAL É UM DOS PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA ONDE O
SALARIO MINIMO NACIONAL ESTÁ MAIS PROXIMO DO SALÁRIO MEDIANO (representa já 59%, predomina SMN)- 2016 - MTSSS
A REPARTIÇÃO DOS TRABALHADORES POR CONTA DE OUTREM POR
ESCALÕES DE RENDIMENTO MENSAL LIQUIDO EM 2007 E EM 2017 –
INE – 59,6% dos trabalhadores com salario liquido inferior a 818€ de 2007
OS BAIXOS SALÁRIOS E O DESEMPREGO SÃO CAUSAS
IMPORTANTES DA MISÉRIA EM PORTUGAL: Percentagem de
empregados e desempregados no limiar da pobreza aumentou- INE
RENDIMENTO MÉDIO EM PORTUGAL CADA VEZ MAIS DISTANTE DO
RENDIMENTO MÉDIO DA UNIÃO EUROPEIA E DOS PAÍSE DAS ZONA DO
EURO: em 2008 correspondia a 43,2% da Zona do Euro e em 2016 apenas a 41%-
A nível de rendimento da população, Portugal no lugar de convergir está a
divergir – recuperação de rendimentos é ainda insuficiente
A DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO AGRAVOU EM PORTUGAL: entre 2005 e
2016, a parte que reverte para os patrões (EBE) do PIB aumentou de 39,5% para
42,8%, e a parte do Trabalho (Ordenados e Salários) diminuiu de 37,5% para
34,2%) – a recuperação de rendimentos pelos trabalhadores continua a ser insuficiente