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3 4 5 17ª Semana do Livro e da Biblioteca Controle biológico com Trichogramma Nussio é eleito diretor da ESALQ ESALQ assinou acordo com a Secretaria do Meio Ambiente ESALQComunidade • Cesta básica Ano XI Número 38 dezembro 2014 ISSN 1984-6592 Depto. de Economia, Administração e Sociologia (LES) (19) 3429.4253 Gerhard Waller (Acom) José Vicente Caixeta Filho, Rubens Rizek Júnior, Mônika Bergamaschi e Marisa Regitano d’Arce A Empresa Júnior de Economia e Administração da ESALQ formula semanalmente e mensalmente o Índice de Cesta Básica de Piracicaba. A base é o preço de ítens de alimentação básica, limpeza doméstica e higiene pessoal capazes de sustentar uma família de quatro pessoas. Seus dados estão disponíveis em: Estação Experimental de Itatinga continua com a ESALQ www.ejea.com.br Como parte da programação da 57ª Se- mana Luiz de Queiroz, a ESALQ recebeu, em 7/10, dois secretários estaduais. Após ato solene de hasteamento de bandeiras em fren- te ao Edifício Central, os secretários Mônika Bergamaschi (Agricultura e Abastecimento) e Rubens Naman Rizek Júnior (Meio Ambi- ente) transferiram seus respectivos gabinetes para a Sala do Centenário, localizada no 1º andar do Edifício Central da ESALQ, onde cumpriram suas agendas durante o dia e par- ticiparam de reuniões com dirigentes da ESALQ e com lideranças locais. “É fundamental essa aproximação com o governo do Estado, particularmente com as duas secretarias aqui representadas pelos titu- lares das pastas, Mônika Bergamaschi e Rubens Rizek, no sentido de realizarmos ações em sinergia para que possamos assim galgar passos em prol de um desenvolvimento sus- tentável”, destacou o diretor da ESALQ, José Vicente Caixeta Filho. Ao declarar a transferência de seu gabi- nete para a Escola, Mônika Bergamaschi agra- deceu a receptividade e lembrou que as ativi- dades da sua pasta estão ligadas à instituição. “Tanto a ESALQ, como a Secretaria do Meio Ambiente, hoje também aqui representada, são parceiras da Secretaria de Agricultura e assim devem continuar para que juntas pos- samos viabilizar um desenvolvimento eco- nômico e social sustentável para a sociedade paulista”. Protocolo de intenções – Na sequência, ocorreu o ato de assinatura do Protocolo de In- tenções celebrado pelo Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria do Meio Ambien- te, e pela ESALQ, que declara a parceria no âmbito do Projeto de Fomento à Regularização Ambiental dos Pequenos Produtores (PFRA), pelo diretor da ESALQ e pelo secretário estadu- al. Em sua fala, Rubens Rizek lembrou da con- tribuição dos egressos nas atividades da sua pasta. “É uma honra estar na ESALQ, pois par- te da responsabilidade e da excelência técnica da nossa secretaria é oferecida por essa instituição, por meio dos egressos que lá trabalham e todos em cargos de chefia, merecidamente”. Sobre o protocolo assinado, o secretário des- tacou a importância da aproximação com grupos da ESALQ. “Será fundamental que os núcleos da Escola nos ajudem a promover a regularização para que os pequenos produtores fiquem em paz com a sua documentação e possam efetivamente cuidar da produção e do meio ambiente”. O documento prevê auxílio na inscrição no Sistema de Cadastro Ambiental Rural do Estado de São Paulo (SICAR-SP). A partir de uma agenda de capacitação, grupos de exten- são da ESALQ atuantes nas áreas de Extensão Rural, Desenvolvimento Rural Sustentável, Recuperação de áreas Degradadas, Restaura- ção Florestal, e questões que se inserem no contexto ambiental indicarão práticas de con- servação do solo e água a serem adotadas para a mitigação dos eventuais impactos das ativi- dades realizadas nas áreas rurais consolida- das. Na ESALQ, as atividades serão coorde- nadas pela professora Marly Teresinha Perei- ra, do Departamento de Economia, Adminis- tração e Sociologia (LES). De acordo com o Ofício SMA/GAB/762/2014, datado de 3/10, assinado pelo secre- tário adjunto do Meio Ambiente, José do Carmo Mendes Júnior, a ESALQ foi informada que, em razão das recentes notícias publicadas na mídia sobre a possibilidade de alteração do uso de parte da Estação Experimental de Itatinga, para a instalação de empreendimen- tos na área de logística ou industrial, o tema foi apresentado e discutido pelo Conselho Consultivo do Sistema de Informação e Gestão de Áreas Protegidas e de Interesse Ambiental do Estado de São Paulo (SIGAP) em sua 2ª reunião ordinária, ocorrida em 24/9. Na referida reunião, o atual presidente do Conselho do Patrimônio Imobiliário, Fernando Chucre, confirmou o consenso sobre a importância da área e a pertinência de seu uso atual, que não deve ser alterado.

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17ª Semana do Livro e da Biblioteca

Controle biológico com TrichogrammaNussio é eleito diretor da ESALQ

ESALQ assinou acordo com aSecretaria do Meio Ambiente

ESALQComunidade • Cesta básica

Ano XI Número 38 dezembro 2014

ISSN 1984-6592

Depto. de Economia, Administraçãoe Sociologia (LES)(19) 3429.4253

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José Vicente Caixeta Filho, Rubens Rizek Júnior,Mônika Bergamaschi e Marisa Regitano d’Arce

A Empresa Júnior de Economia eAdministração da ESALQ formulasemanalmente e mensalmente o Índice deCesta Básica de Piracicaba. A base é o preçode ítens de alimentação básica, limpezadoméstica e higiene pessoal capazes desustentar uma família de quatro pessoas.Seus dados estão disponíveis em:

Estação Experimental de Itatingacontinua com a ESALQ

www.ejea.com.br

Como parte da programação da 57ª Se-mana Luiz de Queiroz, a ESALQ recebeu,em 7/10, dois secretários estaduais. Após atosolene de hasteamento de bandeiras em fren-te ao Edifício Central, os secretários MônikaBergamaschi (Agricultura e Abastecimento)e Rubens Naman Rizek Júnior (Meio Ambi-ente) transferiram seus respectivos gabinetespara a Sala do Centenário, localizada no 1º

andar do Edifício Central da ESALQ, ondecumpriram suas agendas durante o dia e par-ticiparam de reuniões com dirigentes daESALQ e com lideranças locais.

“É fundamental essa aproximação com ogoverno do Estado, particularmente com asduas secretarias aqui representadas pelos titu-lares das pastas, Mônika Bergamaschi eRubens Rizek, no sentido de realizarmos açõesem sinergia para que possamos assim galgarpassos em prol de um desenvolvimento sus-tentável”, destacou o diretor da ESALQ, JoséVicente Caixeta Filho.

Ao declarar a transferência de seu gabi-nete para a Escola, Mônika Bergamaschi agra-deceu a receptividade e lembrou que as ativi-dades da sua pasta estão ligadas à instituição.“Tanto a ESALQ, como a Secretaria do MeioAmbiente, hoje também aqui representada,são parceiras da Secretaria de Agricultura eassim devem continuar para que juntas pos-samos viabilizar um desenvolvimento eco-nômico e social sustentável para a sociedadepaulista”.

Protocolo de intenções – Na sequência,ocorreu o ato de assinatura do Protocolo de In-

tenções celebrado pelo Estado de São Paulo,por intermédio da Secretaria do Meio Ambien-te, e pela ESALQ, que declara a parceria noâmbito do Projeto de Fomento à RegularizaçãoAmbiental dos Pequenos Produtores (PFRA),pelo diretor da ESALQ e pelo secretário estadu-al. Em sua fala, Rubens Rizek lembrou da con-tribuição dos egressos nas atividades da suapasta. “É uma honra estar na ESALQ, pois par-te da responsabilidade e da excelência técnica danossa secretaria é oferecida por essa instituição,por meio dos egressos que lá trabalham e todosem cargos de chefia, merecidamente”.

Sobre o protocolo assinado, o secretário des-tacou a importância da aproximação com gruposda ESALQ. “Será fundamental que os núcleosda Escola nos ajudem a promover a regularizaçãopara que os pequenos produtores fiquem em paz

com a sua documentação e possam efetivamentecuidar da produção e do meio ambiente”.

O documento prevê auxílio na inscriçãono Sistema de Cadastro Ambiental Rural doEstado de São Paulo (SICAR-SP). A partir deuma agenda de capacitação, grupos de exten-são da ESALQ atuantes nas áreas de ExtensãoRural, Desenvolvimento Rural Sustentável,Recuperação de áreas Degradadas, Restaura-ção Florestal, e questões que se inserem nocontexto ambiental indicarão práticas de con-servação do solo e água a serem adotadas paraa mitigação dos eventuais impactos das ativi-dades realizadas nas áreas rurais consolida-das. Na ESALQ, as atividades serão coorde-nadas pela professora Marly Teresinha Perei-ra, do Departamento de Economia, Adminis-tração e Sociologia (LES).

De acordo com o Ofício SMA/GAB/762/2014, datado de 3/10, assinado pelo secre-tário adjunto do Meio Ambiente, José do Carmo Mendes Júnior, a ESALQ foi informadaque, em razão das recentes notícias publicadas na mídia sobre a possibilidade de alteraçãodo uso de parte da Estação Experimental de Itatinga, para a instalação de empreendimen-tos na área de logística ou industrial, o tema foi apresentado e discutido pelo ConselhoConsultivo do Sistema de Informação e Gestão de Áreas Protegidas e de InteresseAmbiental do Estado de São Paulo (SIGAP) em sua 2ª reunião ordinária, ocorrida em24/9. Na referida reunião, o atual presidente do Conselho do Patrimônio Imobiliário,Fernando Chucre, confirmou o consenso sobre a importância da área e a pertinência deseu uso atual, que não deve ser alterado.

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2 Ano XI Número 38 dezembro/2014

Expediente/Editorial

Jornalista responsável / EditoraçãoCaio Albuquerque (Mtb 30356)Pauta e redaçãoAlicia Nascimento Aguiar (Mtb 32531), AlessandraPostali (estagiária), Raiza Tronquin (estagiária)RevisãoJosé Djair Vendramim; Luciana Joia de Lima; MarciaAzanha Ferraz Dias de MoraesProjeto gráfico / EditoraçãoJosé Adilson Milanêz

Produção gráficaServiço de Produções Gráficas - SVPGrafTiragem 3.000 exemplares

Assessoria de Comunicação - AcomAv. Pádua Dias, 11 • Caixa Postal 913418-900 Piracicaba, SP • Telefone: (19) 3429.4485www.esalq.usp.br/acom • [email protected]/esalqusp • www.youtube.com/user/esalqvideos

Publicação Trimestral da E. S. A. “Luiz de Queiroz”

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”DiretorJosé Vicente Caixeta FilhoVice-DiretoraMarisa Aparecida Bismara Regitano d’Arce

Universidade de São Paulo

ReitorMarco Antonio ZagoVice-reitorVahan Agopyan

ESALQ notícias

Clique Este espaço é seu. Envie sua foto de prédios oupaisagens do Campus com boa resolução para

[email protected]

Strelitzia clicada no jardim do Pavilhão de Economia e Sociologia

Fotografia de Antonio Claudio Sturion Junior, membro da comunidade

José Vicente Caixeta Filho,Diretor da Escola Superior de Agricultura “Luiz deQueiroz” (USP/ESALQ) - gestão 2011/2014

Não sou muito bom para guardar datasmas me lembro de abril de 1989. Primeiraquinzena. 25 anos atrás... Conquistava a “Glo-riosa”... A “Gloriosa” me conquistava... Tal-vez, naquele momento, conquistas suposta-mente despretensiosas. Alguns poucos fla-shes de filmes de terror e muitas cenas definais felizes. Como digo aos mais chegados,não estava nos meus planos ficar todo essetempo num mesmo ambiente de trabalho. Mas,como diz a música, “se chorei ou se sorri, oimportante é que emoções eu vivi” com essaESALQ “amada amante”... Bodas de prata,quem diria, “cumprindo missão vitoriosa”!

Neste mesmo ano de 2014 completo mi-nha gestão na Diretoria da ESALQ. O tempopassou muito rápido. Alguns dizem que issoé um bom sinal. Saio 4 anos mais velho, uns10 anos mais sábio com o aprendizado quetive e quem sabe uns 20 anos mais apaixona-do com as experiências que pude desfrutar.

Tenho certeza que me empenhei por de-mais para alcançar a maior parte das metasdelineadas. Confirmei também que a ESALQé uma instituição muito respeitada, aqui e láfora (em ranking recentemente publicado peloU.S. News, ficamos como a 5ª melhor Insti-tuição em Agricultura no mundo, atrás ape-nas de Wageningen, Davis, Cornell e Beijin).

Portanto, a responsabilidade sempre é muitogrande. Particularmente, para um Diretor quenão é um engenheiro agrônomo formado nacasa (mas que se orgulha de ser esalqueano!)e que sempre contou com uma equipe de tra-balho extremamente competente.

Ao longo desses quatro anos, tenho cer-teza que os diversos comentários e sugestõesque têm sido compartilhados caracterizaramuma via importante para o crescimento dodiálogo intra e extra-muros de nossa Institui-ção. Quanto mais reflexões que venham a serencaminhadas para a Diretoria da ESALQ,melhor será o encaminhamento das tomadasde decisão pertinentes.

Essa função tem me consumido - porbaixo - mais de 10 horas por dia. Portanto,ocupa uma grande parte da minha vida. Façoisso de forma voluntária, com muito gosto.Vou sentir saudades quando deixar a Direto-ria? Digamos que sim. Tive que aprender que“... ao cantarmos as nossas conquistas, numavida de intenso labor, outra coisa não temosem vista, que pagar-te um tributo de amor...”(parte da “Ode à ESALQ”, de autoria do Prof.Salvador de Toledo Piza Jr., em 1921).

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ESALQHojeMúsica na ESALQ

Brazil Sauce Trio

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TaiwanClóvis de Barros Filho ministroua palestra “Ética e Valores”

Casa sede da Fazenda Areão

Esportes

Em 30/10, o projeto Música na ESALQ re-cebeu, no Salão Nobre, o Brazil Sauce Trio. Ogrupo é composto por Samuel Gustinelli (pianis-ta, arranjador e compositor), Marcos Vinicius

Godoy (violão, bandolim e baixo elétrico) eMaicon Araki (baterista, percussionista, violeiroe compositor). Já em 27/11, o Música na ESALQapresentou recital com a pianista Cecília Belatto.

Livro e Biblioteca

No ano de comemoração aos 80 anos daUSP, a 17ª Semana do Livro e da Biblioteca naESALQ promoveu atividades para reflexão dasociedade sobre a importância da Universidadena formação dos valores de seus indivíduos.Entre 3 e 8/11, a Biblioteca Central da ESALQ

abrigou a exposição “Personalidades que estu-daram na USP”. Em 7/11, no AnfiteatroMaracanã, aconteceu a palestra “Ética e Valo-res”, ministrada pelo professor associado daECA, Clóvis de Barros Filho. A realização foida Divisão de Biblioteca (DIBD) da ESALQ.

Em 4/9, uma delegação de Taiwan visi-tou a ESALQ e, após o receptivo na Direto-ria da Escola, conheceu as instalações doInstituto Nacional de Ciência e Tecnologia(INCT) Semioquímicos na Agricultura, lo-calizado nas dependências do Departamen-to de Entomologia e Acarologia (LEA) daEscola. No mesmo dia, participaram doWorkshop Pest Monitoring Systems, tam-bém no LEA.

Nos dias 27 e 28/9, ocorreu emPiracicaba a 16ª edição do Sampira, com-petição organizada pelas Atléticas daESALQ e da Politécnica da USP. A ativi-dade recebeu representantes de outras duasfaculdades, que se reuniram para disputar19 modalidades esportivas. No total maisde 500 atletas universitários estiveram en-volvidos com as competições que ocorre-ram na praça esportiva da ESALQ, naAssociação Atlética Banco do Brasil(AABB) e na piscina municipal. AESALQ obteve a 2ª colocação geral dacompetição, com apenas um ponto a me-nos que a campeã Poli. Em 9/11, a equipede atletismo da ESALQ participou da 2ª

etapa do Torneio de Atletismo do Interior(TAI), em Americana (SP) e trouxe doisouros e três bronzes.

Grupos de extensão da ESALQ passa-rão a ocupar, em 2015, quatro salas disponí-veis na casa sede da Fazenda Areão, áreaanexa ao Campus “Luiz de Queiroz” desti-nada para projetos de pesquisa. Nesse localpassará a funcionar o Centro de Extensão da

Fazenda abrigará Centro

ESALQ (CEESALQ). Um dos critériosnecessários para ocupação das salas é o deque os grupos de extensão atuem junto aosprodutores rurais e não possuam fontes per-manentes de recursos financeiros em volu-me significativo.

A Comissão de Ética Ambiental naPesquisa (CEAP) da ESALQ promoveu,nos dias 1º e 3/10, o treinamento emGerenciamento de resíduos gerados emLaboratórios de Ensino e Pesquisa, mi-nistrado por Arthur Roberto Silva, chefedo Serviço de Gerenciamento Ambientale Resíduos Químicos (SVGAMRQ) daEscola. O objetivo da atividade foi trei-nar usuários de laboratórios da Escolaem práticas corretas de gerenciamento deresíduos químicos e contou com cerca de150 participantes.

Treinamento

EmpresárioA ESALQ Jr de Economia e Admi-

nistração (EJEA) promoveu, de 3 a 5/11,a III Semana do Empresário de Piracicaba.Com o tema ‘Inovação como EstratégiaCompetitiva’, o evento abordou gestãocompetitiva e inovadora para pequenasempresas, inovações tecnológicas e o va-rejo do futuro.

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Alternativa vencedora

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TEXTO Caio Albuquerque

Uma vespinha minúscula, de olhos verme-lhos, percorre grandes distâncias, atraída porsubstâncias químicas presentes em escamas deasas de mariposas que caem sobre os ovos queacabam de ser colocados. Então esses ovos sãoparasitados pela vespinha cientificamente deno-minada Trichogramma, impedindo o nascimen-to de lagartas que, geralmente, atuam como pra-gas agrícolas de efeito devastador. Esse é o prin-cípio natural que originou um vitorioso progra-ma de controle biológico nascido na década de1980, na Escola Superior de Agricultura “Luizde Queiroz” (USP/ESALQ).

A vespinha começou a ser alvo de atençãoem 1926 e ainda na década de 1930 pesquisascomeçaram a ser conduzidas no Rio de Janeiro,visando ao controle de pragas de tomateiro. Em1982, o pesquisador francês Jean Voegelé visi-tou o Departamento de Entomologia e Acaro-logia (LEA) da ESALQ, para ministrar um cur-so sobre controle biológico a partir deTrichogramma. Na ocasião, o professor JoséRoberto Postali Parra se entusiasmou. “Por contadaquela visita eu acabei também visitando a es-tação experimental em Antibes, na França, paraconhecer o trabalho do Voegelé e, na minha vol-ta, começamos a pesquisar o tema”, conta. Doisanos depois, de forma sistemática, o Departa-mento incorporou a proposta de criar um pro-grama consistente. “Em 1984, projetamos umprograma completo, a partir do envolvimentode uma equipe multidisciplinar na área deentomologia. Organizamos um programa a lon-go prazo, que tinha começo meio e fim, queincluía trabalhos em várias frentes, como a bio-logia, a taxonomia, a ecologia e o próprio estu-do com agroquímicos afetando as vespinhas. Aequipe assim desempenhou as tarefas de coletado inseto, identificação, depois partimos para acriação em larga escala e como liberar no cam-po, até chegarmos a um modelo que resultouem uma relação custo benefício positiva”.

Em 2014, o programa de controle biológicocom Trichogramma completa 30 anos e, apósmuitos estudos, foram obtidos bons resultadosde controle de pragas em diversas culturas. “Gra-ças aos avanços obtidos, o agricultor brasileiroque tem uma cultura de agroquímicos, começa aentender, depois de três décadas, porque usarum inimigo natural tão pequeno e tão difícil deser visualizado”.

A despeito de todos os problemas encon-trados para o uso de controle biológico, gran-des áreas têm sido tratadas para controle deDiatraea saccharalis em cana-de-açúcar comTrichogramma galloi, em 500 mil ha e maisrecentemente para Helicoverpa armigera eChrysodeixis includens em soja, onde cerca de250 mil ha foram tratados na safra 2013 – 2014.“Esses números poderão aumentar se houverdisponibilidade do insumo biológico, com po-tencial de uso em maior escala em algodoeiro,milho, frutíferas, feijoeiro, para os quais oTrichogramma já é utilizado, mas ainda aquémdo esperado”, complementa Parra.

Pessoal e publicações - Um volume grandede publicações sobre o assunto (livros, boletins,resumos de congressos, teses, dissertações, pu-blicações em periódicos nacionais e internacio-nais) possibilitaram grandes avanços na área decontrole biológico. Só o professor Parra orientoumais de trinta dissertações e teses sobre o tema.“Formamos recursos humanos, desde estudan-tes que fizeram iniciação científica até pós-doc,que depois foram aplicar esse modelo em muitosestados brasileiros e na América Latina”. No Bra-sil, existem empresas que comercializam oparasitoide. Uma delas, a Bug Agentes Biológi-cos, originou-se na ESALQ.

Futuro – No Programa de Pós-graduaçãoem Entomologia da ESALQ, Aloisio Coelho Jr.desenvolve sua tese a partir da utilização demarcadores mitocondriais para comprovação dodesempenho, em campo, de linhagens de

Trichogramma pretiosum selecionadas em la-boratório. “A importância da genética para aaplicação do controle biológico vem sendo ob-jeto de muitas teorias. Contudo, enquanto im-portantes experimentos de laboratório mostramque os princípios gerais da genética de popula-ções de fato aplicam-se a agentes de controlebiológico, poucos trabalhos foram realizadosem condições de campo”, afirma Coelho.

A pesquisa de Aloisio é uma parceria en-tre a ESALQ e a Universidade da Califórnia-Riverside, EUA, e propõe determinar a influ-ência da seleção de laboratório sobre o de-sempenho em campo de diferentes linhagensde Trichogramma pretiosum. “Existe umapopulação natural de Trichogramma no cam-po, mas insuficiente para atender a demandaagrícola, então temos que adicionar as popu-lações de laboratório e, muitas vezes, comosão criadas em hospedeiro alternativo, existeo questionamento sobre o comportamentodesse inseto e sua eficiência no campo. Entãoo Aloiso faz marcações moleculares para de-pois verificar no campo se aquele inseto queestá combatendo as pragas é o mesmo que eleliberou. Estamos certificando que o inseto delaboratório é realmente competitivo em cam-po”, comenta Parra.

Ainda existem obstáculos, mas o professorParra fala com entusiasmo sobre a ampliação docontrole biológico nas lavouras brasileiras. “Temmuitos aspectos a serem aperfeiçoados, mas opotencial é enorme. Se bem aplicado, o controlebiológico, seja com Trichogramma ou outrosinimigos naturais, possibilita desempenho equi-valente ou superior ao controle químico. Entreoutras razões, tem um custo comparável ao quí-mico, além de trazer vantagens ambientais, eco-lógicas e sociais sem precedentes. As própriasmultinacionais enxergam isso, elas estão com-prando empresas de controle biológico e en-trando no mercado”, finaliza.

InovaçãoTecnológica

Programa de controle biológico com uso de Trichogrammaconduzido pelo Departamento de Entomologia e Acarologiacompleta 30 anos; na foto, vespinha parasita ovo da praga

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Ano XI Número 38 dezembro/2014 5

EmDestaque

Nussio e Dourado são eleitos diretor e viceLuiz Gustavo Nussio será o 34º diretor

da ESALQ e ocupará o cargo na gestão2015/2018. O pleito que elegeu o professordo Departamento de Zootecnia (LZT) aocargo ocorreu em 5/11 e precisou de doisescrutínios para ser definido.

De um total de 162 eleitores, represen-tados pelos membros da Congregação e dosConselhos de Departamentos da ESALQ.O primeiro escrutínio, que teve início às7h30, no saguão do Salão Nobre do Edifí-cio Central da Escola, apresentou 126 vo-tantes e teve como resultado Luiz GustavoNussio: 65 votos; José Otávio MachadoMenten: 34 votos; José Nivaldo Garcia: 11votos; Marcos Vinícius Folegatti: 4 votos;Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho: 1voto; Paulo Leonel Libardi: 1 voto; 1 votobranco e 9 votos nulos.

Como no primeiro escrutínio nenhumdos candidatos obteve a maioria absoluta dosvotos, realizou-se o segundo escrutínio en-tre os dois candidatos mais votados e o es-core apontou Luiz Gustavo Nussio: 72 vo-tos e José Otávio Machado Menten: 47 vo-tos. Ainda foram registrados 1 voto em bran-co e 2 nulos, em um total de 122 votantes.

Vice-diretor – Na mesma data, foi rea-lizada a eleição para vice-diretor da ESALQ,valendo as mesmas regras da eleição paradiretor. Também nesse caso houve neces-sidade de dois escrutínios. O resultado doprimeiro mostrou Durval Dourado Neto:67 votos; Marcos Milan: 22 votos; JoséOtávio Machado Menten: 16 votos; José

Luiz Gustavo Nussionasceu em Jundiaí (SP) em16/03/1966. Formou-se emEngenharia Agronômicapela ESALQ (1987), temmestrado em Ciência Animale Pastagens pela ESALQ(1993) e doutorado em Ani-mal Sciences - University ofArizona (1997).

É professor associado 3do Departamento de Zootec-nia (LZT) da ESALQ e lí-der de grupo de pesquisa doCNPq. Atua como assessorda Fapesp, CNPq e Capes.Tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Manejoe Conservação de Pastagens, trabalhando com silagem, volu-mosos, milho e cana-de-açúcar. Foi membro da diretoria epresidente da Sociedade Brasileira de Zootecnia (2010/2014).É editor da revista Visão Agrícola e, desde 2012, é assistentede direção da ESALQ.

Durval Dourado Netoé natural de Goiânia e nas-ceu em 3/11/1962. É gra-duado em Agronomia pelaUniversidade Federal de Vi-çosa (1984). Mestre emAgronomia (Irrigação eDrenagem) na ESALQ(1989) e doutor em Agro-nomia (Solos e Nutrição dePlantas) também pelaESALQ (1992). É pós-dou-tor em física do solo e mo-delagem em agricultura jun-to à Universidade daCalifórnia (1993-1995), li-

vre-docente (1999) em Fitotecnia junto ao Departamento de Pro-dução Vegetal (LPV) da ESALQ. Atualmente, é pesquisador ci-entífico do CNPq (1A), professor colaborador da Fundação Ge-túlio Vargas (FGV) e professor titular (2006) do LPV. Tem expe-riência nacional e internacional na área de Agronomia, com ênfaseem Modelagem em Agricultura.

Luiz Gustavo Nussio e Durval Dourado Netotomam posse em janeiro de 2015

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Nivaldo Garcia: 4 votos; Ricardo RibeiroRodrigues: 1 voto; brancos: 1 voto; nu-los: 5 votos.

O 2º escrutínio, que teve como candida-tos os dois nomes mais votados no 1º es-crutínio mostrou Durval Dourado Neto com64 votos e Marcos Milan com 29 votos. Aindaforam apurados 2 votos brancos e 3 nulos,em um total de 98 votantes. A posse dosnovos dirigentes acontecerá logo após o tér-mino dos mandatos dos atuais diretor, JoséVicente Caixeta Filho, e vice-diretora, MarisaAparecida Bismara Regitano d’Arce, que per-

manecerão no cargo até 16 de janeiro de 2015.A eleição - Como candidatos declarados

a ocupar o cargo de diretor da ESALQ par-ticiparam do processo, além de Luiz GustavoNussio, os professores José Nivaldo Garcia,do Departamento de Ciências Florestais(LCF), José Otávio Machado Menten, doDepartamento de Fitopatologia e Nemato-logia (LFN). Além desses, eram elegíveistodos os professores titulares e professoresassociados 3 da ESALQ, exceto aqueles quetiveram seus pedidos de dispensa aprova-dos pela Congregação.

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O diretor eleito O vice-diretor eleito

Durval Dourado Neto

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Luiz Gustavo Nussio

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Ano XI Número 38 dezembro/20146

O primeiro duplodiplomado

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Mateus Quelhas dos Santos Martins permaneceuna França por dois anos e oito meses

Luiz Fernando Pereira Bispo recebeuhomenagem e bateu o recorde de horas deatividades voluntárias

FeiraAconteceu em 1º /11 a 11ª Feira de

Ciências dos Alimentos. O evento é umarealização do Centro Acadêmico Ciênciasdos Alimentos (Cacal) da ESALQ e ocor-reu na Praça José Bonifácio, em Piracicaba.

MicroeconomiaAconteceu em 19/11 o primeiro dia de

Aulas Abertas em Microeconomia Aplica-da. A organização foi da equipe deMicroeconomia Aplicada da Escola, e dosalunos da disciplina Teoria Microeco-nômica II, ministrada pelo professor JoãoGomes Martines Filho, do Departamentode Economia, Administração e Sociologia(LES), no curso de Ciências Econômicas.

O artigo Determining the optimalharvest cycle for oleoresin production ofcopaíba (Copaifera spp.), de autoria dapós-graduanda em Recursos FlorestaisCarine Klauberg, foi publicado na revistaAgricultural System. O estudo tem orien-tação de Edson Vidal, do Departamentode Ciências Florestais (LCF), e contribuicom a sustentabilidade na extração docipó-titica e do óleo de copaíba.

Zoology

Florestais

O artigo Anatomy and fines structureof Brevipalpus mites (Tenuipalpidae) –Economically important plant-virus vectors,de autoria de Gerd Alberti, do Instituto deZoologia da Universität Greifswald e ElliotW. Kitajima, professor visitante do Depar-tamento de Fitopatologia e Nematologia(LFN) da ESALQ, foi publicado no volu-me 160 da revista Zoology. Trata-se do pri-meiro estudo amplo da anatomia e da estru-tura fina da espécie.

Mateus Quelhas dos Santos Martins é oprimeiro esalqueano a completar o programade dupladiplomação que envolve a ESALQe a francesa Ecole Nationale Vétérinaire,Agroalimentaire et de L’Alimentation Nantes-Atlantique, denominada Oniris. O acordo teveinício em 2011 e, classificado como bolsistano processo seletivo Capes/Brafagri 2011, oestudante seguiu para a França em janeiro de2012. Por dois anos e oito meses, cursou dis-ciplinas e fez estágios naquele país até cumpriros créditos necessários e, no início de setem-bro, convidado pela professora Thais MariaFerreira de Souza Vieira, do Departamento de

Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN),reuniu-se com alunos do curso para contarsuas experiências.

Para a docente do LAN, que coordena naESALQ as atividades desse programa dedupladiplomação, trata-se de uma oportunida-de excelente para os alunos conseguirem está-gios em empresas, não só no Brasil como emoutras partes do mundo. “O plano de estudoque definimos com esses alunos é muito claroe, antes de partirem para a França, eles têm aplena consciência do caminho acadêmico queprecisam trilhar, o que facilita o máximo doaproveitamento nesses dois universos”.

Aluno é premiado na Austrália

Contemplado com bolsa de estudos da Ca-pes do Ciência sem Fronteiras, Luiz FernandoPereira Bispo, estudante do curso de EngenhariaFlorestal, encontra-se desde agosto de 2013 estu-dando na Universidade de New South Wales(UNSW), Austrália. Bispo conquistou, em 23/10,como membro do Volunteer Army, o “PrêmioVoluntário do Ano 2014”. A entidade da qual fazparte coloca indivíduos em contato com a comu-nidade e oferece oportunidades nos setoresambiental, artístico, saúde, desenvolvimento so-cial e outros. Concedido pela ARC UNSW Student

Life, o prêmio é destinado ao voluntário destaquedo ano. “Fui homenageado com um recorde demais de 350 horas de atividades voluntárias emdiversos setores. De acordo com os coordenado-res, é a primeira vez na história do programa quealguém consegue tal façanha em um ano”.

No período de um ano, Bispo trabalhou comovoluntário nas organizações United NationsAssociation Australia (UNAA), Sydney ChildrenHospital, Redkite, Heart Foundation,Conservation Volunteers of Australia, Biennaleof Sydney onde já foi premiado, entre outras.

EntomologiaO trabalho “Ultraestrutura aplicada à

movimentação do fitoplasma do milho nocorpo do inseto vetor Dalbulus maidis(Delong & Wolcott) (Hemiptera:Cicadellidae)” foi o 1º colocado em SessãoOral: Ecologia / Biodiversidade do 25º Con-gresso Brasileiro de Entomologia, realiza-do entre 14 e 18 de setembro, em Goiânia(GO). O autor é Javier García González,doutorando em Entomologia, orientado peloprofessor do Departamento de Entomologiae Acarologia (LEA), João Roberto SpottiLopes. O estudo teve como co-autores Re-nato B. Salaroli e Francisco André OssamuTanaka, ambos do Departamento deFitopatologia e Nematologia (LFN).

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Grupo de Extensão emSegurança dos Alimentos

Ano XI Número 38 dezembro/2014 7

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Heróis da revolução verde

Cultura e Arte

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Fundado em 2005, o Grupo de Extensão em Segurança dos Alimentos(Gesea) atua com base nos princípios da ciência dos alimentos e nos regu-lamentos técnicos vigentes sobre boas práticas aplicados às agroindústriase indústrias de alimentos, estabelecimentos de distribuição, comercializaçãode alimentos e serviços de alimentação. Desenvolve treinamentos para osprofissionais da área e ações educativas junto aos consumidores e às em-presas, referentes à segurança dos alimentos. Capacita profissionais dosetor quanto aos procedimentos de higiene e processamento para garantir asegurança dos alimentos aos consumidores e evitar prejuízos econômicosdecorrentes de perdas de matéria-prima e nutrientes. Outras informaçõespelo telefone (19) 3429.4150 ou e-mail [email protected] . Saiba mais em:

Em 4/11, Marcos Sorrentino, professordo Departamento de Ciências Florestais(LCF), recebeu a Medalha Defesa CivilNacional – Ano 2013. Criada em 2002, ahonraria é concedida pelo Ministério daIntegração Nacional pelos relevantes servi-ços prestados ao País e à comunidade naci-onal, em assuntos de defesa civil. A entregaocorreu durante a abertura da 2ª Conferên-cia Nacional de Proteção e Defesa Civil, re-alizada em Brasília (DF). Marcos Sorrentinopossui graduação em Biologia (1981) e Pe-dagogia (1984) e, desde 1988, atua no LCF.Atualmente como professor associado, co-ordena o Laboratório de Educação e PolíticaAmbiental (Oca).

Para comemorar o Dia Mundial da Alimen-tação, a Organização das Nações Unidas paraAgricultura e Alimentação (FAO), a AssociaçãoNacional de Defesa Vegetal (Andef), a Associa-ção Brasileira do Agronegócio (Abag) e a Em-presa Brasileira de Agropecuária (Embrapa) pro-moveram, em 14/10, no Museu Brasileiro da Es-cultura, em São Paulo (SP), a sexta edição doFórum Inovação: Agricultura e Alimentos para oFuturo Sustentável. Na ocasião, foram condeco-rados como heróis da Revolução Verde produto-

res e pesquisadores que, a partir da sua atuaçãoprofissional, contribuem com um País capaz deatender a própria demanda por alimentos e a deoutras regiões do planeta. A ESALQ esteve re-presentada por Moacyr Corsi, que lecionou noDepartamento de Zootecnia (LZT) entre 1971 e2013 e hoje atua como professor sênior, e CyroPaulino da Costa, que atuou na ESALQ entre1965 e 1996. Entre outros, a diretora do Centrode Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USPtambém foi condecorada.

Em 6/11, com o objetivo de promo-ver e difundir a música no Campus “Luizde Queiroz”, o Serviço de Cultura e Ex-tensão Universitária (SVCEX) trouxe aturnê “Ricardo Herz Trio”. Na ocasião,o Salão Nobre recebeu o violinistaRicardo Herz, Pedro Ito (bateria) e MichiRuzitschka (violão de sete cordas).

Marcos Sorrentino

Moacyr Corsi, Tsai Siu Mui e Cyro Paulino da Costa

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ConheçaaESALQ

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Entre 13 e 19/10,aconteceu a 24ª Se-mana Cultural daESALQ e 19ª Sema-na de Arte e Cultu-ra da USP. Entreoutras atividades, aprogramação trouxea exposição “A suaalegria é a minhacara”, com retratose caricaturas deFábio San Juan eamigos

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DetalhesdaESALQ

ProjetoMemória

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Edifício “Prof. Salvador de Toledo Piza Jr.” Gerh

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Eles deram a vida pela Escola!

Jesus Marden dos Santos“Ficar aqui só ouvindo música e lendo émuito ruim. Por isso trabalho bastante!”

TEXTO Caio Albuquerque e Alicia Nascimento Aguiar

Nascido em 9 de março de 1927, emPiracicaba, Jesus Marden dos Santos, ouMarden, como é conhecido por familiares, ami-gos e companheiros de profissão, falou de suaestreita e intensa relação com a ESALQ pois,desde muito jovem, teve o privilégio de fre-quentar a instituição quer seja como filho defuncionário, estudante e docente da instituição.Seu pai, Serafim dos Santos, figura importanteem momentos de sua vida, fora inicialmente es-criturário na Escola. “Ele passou por outros car-gos e chegou à função de secretário, na época omais alto na instância administrativa. Fazia re-gistro de notas, matrículas, preenchia todos osdiplomas da ESALQ, o meu inclusive”. 

Antes mesmo de ingressar na ESALQ, en-tre 1943 e 1944, Marden ajudou o pai a dese-nhar os quadros de aulas práticas da Genética.“Eram quadros enormes de cruzamentos, utili-zados pelo professor [Friedrich Gustav] Briegere, aos sábados e domingos, ajudava meu pai,pintando os cruzamentos com guache”.

No período da sua graduação, entre 1947 e1951, trabalhou no aviário da ESALQ, comoassistente do professor [Alcides Di] ParaviciniTorres, tratando dos pintinhos entre as aulas damanhã e da tarde. Dessa época, lembra de umapassagem curiosa que levaria o professor Ar-mando Bergamin a eternizar o nome Mardennos registros científicos da avicultura. “Eu se-parava os pintinhos das raças Golden IslandRed e da New Hempshire pela pelagem. Aí ob-servei que as fêmeas de uma das raças tinhamuma pintinha marrom no olho e chamei o pro-fessor Bergamin. Então ele publicou um artigobatizando aquela pinta de “sinal de Marden”. 

Já graduado, tornou-se assistente do pro-fessor Admar Cervellini e assim começou a seinteressar por Meteorologia. “Certa vez oCervellini sugeriu que eu passeasse pelo parqueda ESALQ e fizesse uma tese sobre geada. Ébrincadeira?! (risos). Na época, havia cincoalfangistas que cortavam grama. Eu era amigode um deles e pedi a ele que me explicasse o queocorria com a grama, a temperatura do gramado

mas, como não tinha nem termômetro, abando-nei a ideia”. 

Em 1952, foi contratado como professordiarista na ESALQ e, enquanto docente, es-teve sempre próximo ao Posto Meteorológicoda Escola. “O Posto ficava próximo ao pavi-lhão da Genética. Era bem acanhado, tinhaapenas o abrigo meteorológico, um pluviô-metro e um heliógrafo. Quem registrava osdados meteorológicos era um servente cha-mado Sêo Maia, que fazia isso três vezes por diae, à noite, fora do expediente, ele saía da sua casae pegava o bonde para fazer a observação das21h”. Segundo Marden, em 1955, o Posto foilevado para onde está até hoje, em terreno locali-zado na parte superior do campus. “O [Alcebíades]Perencin, administrador de obras, era uma pes-soa maravilhosa. Foi ele quem construiu o atualPosto. E para o Sêo Maia fazer o registro notur-no, arrumamos um cavalo e uma charrete (risos).Quando ele aposentou fiquei como observador eos dados eram transferidos via telégrafo”.

Em 1963 passou um ano na Inglaterra e,no ano seguinte, logo na primeira aula dosemestre para os calouros de 1964, algo inu-sitado aconteceu. “Ao final da primeira aula,um aluno pediu para me fazer uma pergunta:- O senhor não quer ser o diretor do Departa-mento Nacional de Meteorologia? Eu pergun-tei como ele tinha aquele poder e o aluno dis-se que o pai dele era o Ministro da Agricultu-ra. Pois bem, no dia seguinte segui para oRio de Janeiro com autorização do reitor e doCervellini para assumir a Meteorologia Naci-onal”. Permaneceu no cargo até 1967.

Em 1968, embarcou para um congressosobre meteorologia na Europa. Voltando delá, o então diretor da ESALQ, EurípedesMalavolta, apresentou-lhe uma proposta. “Osecretário da Educação de São Paulo pediupara o Malavolta arrumar um agrônomopara dirigir a Faculdade de Ciências Agrá-rias da Unesp, em Jaboticabal. Então saído Rio de Janeiro para Jaboticabal. E láfiquei como diretor até 1972”. 

Em 1979 foi para Manaus, coordenar oprojeto do Instituto de Pesquisas da Amazô-nia sobre impactos da construção daEletronorte. Entre 1984 e 1988, trabalhou noInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais(Inpe), onde atuou no Departamento deMeteorologia como coordenador do curso depós-graduação e lá se aposentou.  

Atualmente, vive em Caçapava (SP) e aatividade científica nunca foi deixada delado. “Estou escrevendo excertos sobreAgrometeorologia. Escrevo, imprimo e dis-tribuo para as faculdades de agronomia. Se-rão 12 títulos que distribuo para quem queraprender um pouco mais. Ficar aqui só ou-vindo música e lendo é muito ruim, por issotrabalho bastante!”.

Ao final da conversa Marden faz um convite àreflexão sobre a necessidade de escrevermos a his-tória da ESALQ a partir das trajetórias de funcio-nários com os quais conviveu e que, segundo ele,sempre demonstraram dedicação ao ofício. “AESALQ é o que é agora por causa desses funcio-nários. Eles deram a vida pela Escola!”.

O Edifício “Prof. Salvador de Toledo Piza Jr.” leva o

nome do engenheiro agrônomo formado na ESALQ

em 1921 e que atuou como docente na Escola entre

1922 e 1968. Foi construído em 1977, recebeu

ampliações posteriores, e hoje ocupa uma área de

2.863,55 m2. Abriga parte das instalações dos

Departamentos de Fitopatologia e Nematologia

(LFN), de Entomologia e Acarologia (LEA) e de

Zootecnia (LZT), incluindo salas de aula, salas de

docentes e laboratórios.