ENCALÇO

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Roteiro curta metragem

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  • ENCALO

    Por

    Cesar Costa

    Baseado na histria de MARCELO COSME

    Maio de 2013

  • INT. QUARTO DE MOTEL - NOITE

    Noite clara de outono.

    MOVIEMENTO sob o lenol de seda. COPOS de bebida semi vaziosdo lado lado, juntamente com embalagens de PRESERVATIVOScompem o ambiente de roupas JOGADAS no cho. O quarto estsob um leve nvoa iluminada pela luz fraca que vem dajanela. Um HOMEM descobre as costas, e ouve-se seu gemido eseus gestos de aps ter terminado de fazer sexo.

    Ele espera um momento com a CABEA ERGUIDA, depois se jogapara o lado.

    Com os olhos fechados e respirando intensamente e um poucosuado, HEVIEL (36 anos, moreno, expresso forte, barba ralae bem feita) arruma o travesseiro e se posiciona melhor nacama. Ao seu lado, surge uma FIGURA feminina com um levesorriso, igualmente cansada olhando fixo para Heviel. Aprostiruta (25 anos, cabelos longos, olhos puxados, bemmaqueada e um pouco borrada) espera um momento e se aproximadele e o abraa.

    Haviel a EMPURRA.

    HAVIEL(rspido)

    O que isso?

    A moa se assusta e se afasta.

    HAVIEL (CONTD)Vai querer beijo na boca tambm epapel de casamento? No precisamais encostar em mim!

    A mulher, DESCONCERTADA, protege-se com o lenol. No falanada.

    HAVIEL (CONTD)Vocs no se cansm de se humilharno? E depois ainda acha que vairolar um abracinho? T bem pago,sua puta. E se voc gostou tantoassim, eu no deveria nem pagar.

    A mulher se levanta coloca sua roupas e pega o DINHEIRO emcima do criado mudo. Nesse momento impedida pela MO deHaviel, que pega as notas amassadas.

    HAVIEL (CONTD)J que gostou tanto, eu no vou nempagar.

    (CONTINUED)

  • CONTINUED: 2.

    PROSTITUTA(colocando suas roupas)

    Como voc escroto!

    HAVIELCala sua boquinha, vagabunda. Cincominutos pra voc colocar essestrapinhos nojetos e sumir da minhavista.

    A prostitura se vira e comea a bater em Haviel que segurasuas mos. Ela a imobiliza , prende um pano em sua boca, edepois amarra suas mos. Ela tenta gritar, mas no consegue.Haviel agride a prostituta.

    Ainda machucada, ela mal consegue observ-lo colocar suaroupa.

    HAVIEL (CONTD)Melhor ainda. Nem curti essa foda.E como o cliente tem razoo, eupago a conta do motel, mas voc sevira pra ir embora.

    PROSTITUTAQue isso cara? Voc t louco? Nemtem como ir embora daqui nessaestrada!

    HAVIELSe vira com esses caminhoneiros quetem um monte ai. Assim voc dvalor e vai ficar at me agradecer,porque eu sou o melhor que vocpoderia ter encontrado.

    PROSTITUTAVoc um demente! Um idiota! Vocno vai embora sem deixar minhagrana! Eu vou comear gritar aqui!

    Haviel se volta para a prostitua e APERTA seu rosto com asmos.

    HAVIELGrita. Grita. Que vai ser a ltimacoisa que vai sair dessa boquinhaimunda.

    Ele a joga na cama.

    (CONTINUED)

  • CONTINUED: 3.

    HAVIEL (CONTD)Puta!

    Sai do quarto deixando a mulher chorando baixo. Ela tenta selevantar, mas sente muitas dores. AInda sentada na beira dacama, ela chora com as mos no rosto e ao levantar a cabea,percebe um papel no cho. Ela se aproxima e v um carto como nome de Haviel Guerrero.

    EXT. CENTRO EMPRESARIAL NAES UNIDAS - DIA

    Planos pela marginal pinheiros do centro empresaria, pontodo brooklin e estaes de trens, executivos na rua, pessoasandando de bicicleta, moviementos de carros, pessoas depatins, estudantes.

    INT. BAR/PADARIA - DIA

    Haviel, de terno, culos escuros e cabelos bem penteados, seaproxima do balco e chama o ATENDENTE (20 anos, magro,apressado)

    HAVIELBom dia, Chico.

    CHICO(limpando as mos no avental)

    Bom dia, seu. Vou pegar seuexpresso l.

    HAVIEL simplesmente acena a cabea e observa o movimento dalanchonete. Duas mulheres bem vestidas conversam logo a suafrente, enquanto uma parece olhar para ele, sorrindo.

    Ele se mantm srio.

    INT. APARTAMENTO DE HAVIEL - NOITE

    Em seu apartamento moderno e organizado, Haviel janta ao somde uma Chopin. Ele bebe um vinho fino e come uma suculentacarne.

    As paredes so preenchidas com quadros abstratos em tons decinza, com pouca vibrao de cores. Uma pequena luz iluminaseu lugar na mesa.

    Sentado em sua poltrona, ele l Dostoevski.

    Em sua varanda, observa o trnsito da cidade.

    (CONTINUED)

  • CONTINUED: 4.

    De frente para o seu computador, observa alguns perfiis emum site de relacionamentos.

    Ele l: "Moderna, segura...". No se interessa.

    Logo depois, encontra: " Casada, responsvel...". Tambm nose interessa.

    E ainda: " Mulher independente..." Ele desliga o computador.

    Ele pega o telefone e digita um nmero. Uma pessoa atende efala: " Oi, meu garanho. Quero ser dominada por voc". Elesorri disfaradamente. Do quarto ouve-se murmuros.

    EXT. AUGUSTA - NOITE

    O trnsito lento na Augusta deixa Haviel stressado em seucarro. Ele observa os prostbulos e as pessoas andando narua.

    Ele observa os travestis olhando e chamando para a festa.

    Concentrado, ele continua seu caminho at que v uma mulhercom semblante amedrontado (22 anos, morena, voluptuosa).

    Haviel pra o carro e abre o vidro da porta do passageiro.

    HAVIELBoa noite.

    Meio desconfiada e de lado para o, a mulher o espia pelocanto do olho e depois de um momento, vira-se de frente paraa parta de passageiro, olha para os lados arruma o cabelo ese inclina na janela.

    PROSTITUTA 2(pouco vontade)

    Como ? Passeando por aqui?

    Haviel abre um sorriso.

    HAVIELVoc muito bonita para estar aquiperdida nessa noite.

    A prostiruta ri e comea a se interessar por Haviel.

    PROSTITUTA 2Digo o mesmo pro senhor, querdizer, pra voc. Vamos dizer quevoc o mais cabeludo que passouaqui hoje.

    (CONTINUED)

  • CONTINUED: 5.

    Ambos riem.

    HAVIELTalvez seja um bom sinal.

    PROSTITUTA 2Talvez.

    HAVIELVoc no tem sotaque paulistano.

    A prostituda parece cada vez mais segura e tranquila naconversa com Haviel.

    PROSTITUTA 2Interior.

    HAVIELAdoro o interior. Morei em Braganaj.

    A moa continua sorrindo. Mantm-se um silncio e ela olhapara os lados, esperando um proposta.

    HAVIEL (CONTD)Geralmente agora que falam o quevai sair, como vai ser...

    PROSTITUTA 2Estou esperando uma proposta devoc.

    HAVIELEntra que a proposta boa.

    A prostituta sorri e confiante, entra no carro.

    HAVIELAchei bonitinho voc me chamar desenhor.

    Haviel olha com simplicidade e aos poucos seu rosto vaimudando de expresso, tornando-se mais srio e retomando amesma cara de pouco amigos e dominador.

    O carro parte pelas ruas da cidade.

  • 6.

    EXT. CENTRO EMPRESARIAL NAES UNIDAS - DIA

    Haviel deixa um grande e luxuoso edifcil do centroempesarial. Logo frente, aguarda para atravessar a rua.

    Quando o sinal abre e comea a atravessar, uma lindaexecutiva se atrai por ele, porm ele sequer nota suapresena.

    INT. BAR/PADARIA - DIA

    Haviel entra na lanchonte, tira os culos e senta-se aobalco.

    HAVIELFala, Chico.

    Chico, limpando uns copos, logo vai ao encontro do cliente,com um sorriso.

    CHICO, seu Haviel. Sumido!

    HAVIELTrabalho, Chico. Trabalho.

    Chico j prepara o expresso.CHICO

    O pessoal tava sentido a falta dosenhor.

    HAVIELT bom, Chico. Hoje a gorjeta vaiser melhor!

    Chico deixa o a xcara no balco, na frente de Haviel.

    CHICOQue coisa, em seu Haviel. Acharammais uma ali na calada do parqueperto da Alexandre.

    HAVIELMais uma o qu, Chico?

    Chico coloca o pano de prato no ombro e escora sua mo dobalco.

    CHICOJ a segunda que aparece mortinhaali pros lados da marginal. Essaera infermeira do hospital, parece.

    (CONTINUED)

  • CONTINUED: 7.

    HAVIELNo gosto dessas histrias, Chico.Desgraa chama desgraa.

    Haviel, pensativo resolve acabar com a conversa. Mas suaateno chamada por uma garonete que pega uns pedidos nasmesas.

    Chico percebe que Haviel olha para a moa.

    CHICOT vendo como to com sorte. O seuFassoti resolveu investir pesado noatendimento! Olha o tamanho dela!

    Haviel ri balanando a cabea. Chico vai atender outrocliente e deixa Haviel sozinho, adminirando a novagaronete.

    Ela no percebe que ele a observa. Muito simptica, sorripara os clientes.

    Havier sai da padaria.

    INT, APARTAMENTO DE HAVIEL, NOITE

    Sentado sua mesa do computador, Haviel l sobre os crimesque Chico havia mencionado: " POLICIA AO ENCALO DO SUSPEITODOS CRIMES NO BROOKLIN "

    INT, BAR/PADARIA, DIA

    Sentado na mesa, lendo um jornal, Haviel recebe seu expressopela garonete ILARA (25 anos, exuberante, cabelosamarrados). Ele abaixo o jornal, antes que ela se distancie.

    HAVIELBom dia, tambm.

    ILARANo queria atrapalhar o senhorlendo.

    HAVIEL(sorrindo)

    Imagina.

    Haviel a olha profundamente e Ilara percebe o olhar edesvia, constrangida.

    (CONTINUED)

  • CONTINUED: 8.

    ILARAO senhor fica vontade.

    Haviel a segura pelo brao.

    HAVIELEspera.(aguarda uns segundos) Squeria saber seu nome.

    ILARAIlara.

    HAVIELBonito nome.

    Ele ainda continua encarando a moa, que se distancia damesa.

    Haviel a observa de forma suspeita.

    EXT, BAR, NOITE

    Em seu carro, Haviel olha fixamente para a padaria ondeIlara trabalha. Ele a v deixando o local e indo em diraoa um ponto de nibus.

    Ela d sinal para o nibus e entra.

    Haviel liga o carro e segue o nibus.

    EXT, RUA NA VILA SONIA, NOITE

    O nibus para e logo atrs o carro de Haviel.

    Ilara desce do nibus prximo a um estao de metr econtinua seu caminho andando.

    Haviel a observa de longe e no momento que ela desce donibis e vira a esquina ele liga o carro.

    Ele se seguem em frente, dobra a esqueia, no entanto nomais a v na rua.

    INT, BAR/PADARIA, DIA

    Haviel, muito simptico, pede espera o expresso que Ilaradeixa em sua mesa.

    (CONTINUED)

  • CONTINUED: 9.

    HAVIELVoc mora aqui perto.

    ILARANo entendi.

    HAVIELPerguntei se mora aqui perto. Nazona sul.

    Ela no respnde.

    HAVIEL (CONTD)Me desculpe. Acho que to sendo meioentro, n? Aqui em So Paulo assim mesmo.

    ILARASem problema. Eu moro aqui a poucotempo. Ainda estou me acostumandocom a cidade.

    Timida e sem graa, Ilara vai devolta ao balco, mas antesde entrar na cozinha, observa Haviel, que no tira os olhosdela. Sria, ela desaparece de sua vista.

    EXT, RUA NA VILA SONIA, NOITE

    Haviel v Ilara descer do nibus e a segue pela rua, vendo-aentrar em uma casa simples.

    INT, BAR/PADARIA, DIA

    No balco da padaria, Haviel procura Ilara, mas v somenteChico. Ele procura disfaradamente.

    Chico se aproxima de Haviel.

    CHICOO senhor t bem, seu Haviel.

    Assustado ao ouvir Chico, Haviel responde com a cabea quesim.

    Nesse momento, ve Ilara entrando no padaria s pressas, jcolocando o avental para servir os clientes.

    Ela passa por Haviel e discretamente deseja-lhe um bom dia.

    (CONTINUED)

  • CONTINUED: 10.

    ILARABom dia.

    Haviel a acompanha com os olhos. E quando passa perto dele,ele no resiste.

    HAVIELAchei que estava de folga hoje.

    Ele sorri simpaticamente. Ilara ri.

    ILARATo atrasado e tenho muito trabalho.

    Haviel insiste numa conversa.

    HAVIELEu estava pensando... Assim, eumoro prximo da Vila Snia... Derepente posso te dar uma carona nofinal do dia.

    ILARAQue coincidncia, eu moro na VilaSnia.

    HAVIELT vendo? Mais um motivo.

    ILARAMAs eu vou ser sincera com osenhor. O senhor muito educado,eu saio tarde e preciso continuar omeu trabalho. Bom dia.

    Atnito, Haviel no entende como seu interesse pela garotapode no ter surtido efeito. Sem graa ele deixa a padaria.

    Ilara o observa ir embora.

    INT, APARTAMENTO DE HAVIEL, NOITE

    Haviel, sem camisa e de moleton, toma uma dose de whysky,olhando fixo para frente. Ouve Chopin novamente.

    Na poltrona da frente, uma mulher com roupa simples senta-sedevagar e sem jeito.

    MULHERBem, eu vou embora, ento.

    Lentamente, ele se vira em direo a mulher, com ar desuperioridade.

    (CONTINUED)

  • CONTINUED: 11.

    HAVIELE no foi ainda por qu?

    Assustada, ela parece no ter ouvido ou entendido o que eledisse.

    MULHERComo assim?

    HAVIELSeu cheiro j est me encomodando.Esse cheiro de alvejante. De quemficou limpando uma cozinhagordurenta o dia todo.

    A mulher se espanta.

    MULHERPor que voc t falando assim?

    HAVIELVoc? Se acha mesmo porque eu tecomi voc vai achar que pode mechamar assim? Voc t me irritandoaqui.

    Atordoado, ele esfrega os olhos com as mos e no mais olhapara a mulher.

    HAVIEL (CONTD)Sai daqui logo, antes que eu mearrependa mais ainda.

    Silenciosamente, a mulher se levanta e vai em direo daporta e deixa o apartamento.

    INT. BANHEIRO - NOITE

    Haviel esfrega seu corpo rapidamente enquanto a gua dochuveiro escorre pelo ralo.

    Ele para, com a gua caido em sua cabea, e fixa o olhar,pensando em algo.

    INT, RUA, NOITE

    Ilara, sozinha, anda tranquilamente pela rua.

    Logo atrs um carro em baixa velocidade dobra a esquina, comfarol alto e vem em sua direo.

    Ilara percebe que o carro se aproxima e aperta o passo.

    (CONTINUED)

  • CONTINUED: 12.

    J prximo dela o carro vai parando, e ela comea a correr.

    J a seu lado ela escuta uma voz conhecida.

    HAVIELIlara!

    Ela para e na penumbra reconhece Haviel

    ILARAOi. O senhor!

    HAVIELEu estava no meu caminho pra casa evi voc. Se quizer uma carona.

    ILARANo, no . Obrigada.

    HAVIELEntra no meu carro. Fao questo!Eu tenho ouvido que tem um loucopor ai. perigoso voc andarsozinha

    Ele sorri simpaticamente.

    HAVIEL (CONTD)Eu tambm moro na Vila Snia e tedeixo em casa.

    Ela entra no carro.

    INT, CARRO DE HAVIEL, NOITE

    Sem jeito, Ilara se acomoda no banco.ILARA

    Eu no me lembro de ter falar quemorava na Vila Snia.

    HAVIELFalou sim. Num desses dias queserviu aquele cafezinho delicioso.

    ILARA da mquina.

    HAVIELMas tem seu charme.

    Ainda sem graa, Ilara disfara o sorriso.

    (CONTINUED)

  • CONTINUED: 13.

    Depois alguns segundo, recomeam a conversa.

    HAVIEL (CONTD)Seu namorado tambm do interior?

    ILARAEu no namoro. Na verdade, vim prac e moro com minha prima. Sai del por causa disso tambm.

    HAVIELSorte de So Paulo.

    Silncio novamente.

    HAVIEL (CONTD)Acho que a gente poderia tomaralguma coisa...

    ILARAOlha seu Haviel. Eu t a poucotempo por aqui e sei bem como essascoisas funcionam. O senhor umhomem muito bonito. Deve ter muitasmulheres atrs. Essas que se vestembonito.

    HAVIEL impresso sua. Sou um carasimples. Gosto de mulheres simplescomo voc. No quero essas mulheresimportantes, chatas do meu lado.

    Ilara sorri.

    ILARAEu aceito ento tomar um suco. Sopreciso ligar para minha prima.

    HAVIELClaro, s no precisa falar comquem voc est. A final, a gente jase conhece bem. Fala que vai saircom suas amigas.

    Ilara concorda com a cabea, sorrindo.

    ILARA(ao celular)

    Gi, sou eu. J sim. (olhandosorrindo para Haviel) A gente vaicomemorar amanh! Escuta Gi, vousair com umas amigas aqui perto e

    (MORE)(CONTINUED)

  • CONTINUED: 14.

    ILARA (contd)vou chegar mais tarde... T, t.Volto de taxi com eleas. Beijo.

    Ilara desliga o celular e sorri para Haviel.

    EXT, HOTEL, NOITE

    Entrando num quarto de hotel, Ilara e Haviel se beijam. Elesegura uma sacola de compras e deixa em cima de uma mesinha.

    HAVIELGostei de voc ter escolhido essehotelzinho fora da cidade.

    ILARAMinha prima que conhece. Eu tenhovergonha de motel. Menina dointerior...

    Ilara pega uma cerveja, abre e oferece para Heliel.HAVIEL

    Eu no tomo cerveja.Assustada, Ilara no entende.

    ILARANo?

    HAVIELNo. Mas a minha sorte que tragomeu doze anos sempre comigo.

    Aliviada, Ilara sorri e prepara a bebida de Haviel.

    Bebendo seu whysky, Haviel a beija intensamente e a joga nacama. Ela a olha, passa a mo lentamente no seu rosto.

    ILARAVoc linda demais!

    Ilara sorri e o convida para deitar ao seu lado. Havielcomea a sentir mal e a v de forma embaada. Ele desmaia.

    Ao acordar, com um copo de gua o rosto, Haviel no entendeo que v. Ilara de p a sua frente. Ele est amarrado nacama.

    HAVIELO que isso?

    (CONTINUED)

  • CONTINUED: 15.

    ILARAEst confortvel agora, seuH-A-V-I-E-L. Grande executivo. Bemsucedido. Que se acha bom demaisparta os outros.

    Desesperado, Haviel se debate.

    ILARA (CONTD)Quando voc disse que essa cidadetinha sorte por ter essa humildegaronete morando aqui, voc estavabem certo. Essa cidade ter sorte.Porque essa garonete vai livraressa cidade desse lixo disfaradode playboy.

    HAVIELO que voc vai fazer comigo?

    ILARAEu seria pior se fizesse o que umaescria como voc deve fazer com asmulheres. Mas pensando bem, achoque eu vou sem bem ruinzinha comvoc!

    EXT. ESTRADA - NOITE

    Ilara v um carro com luz alta e vai ao seu encontro

    INT, CARRO NA ESTRADA - NOITE

    Ilara entra no carro sorrindo.

    ILARAMenos um que vai te humilhar.

    Uma mulher aparece na penumbra e revela a prostituta queHaviel humilhou.

    PROSTITUTAFez tudo direitinho?

    ILARAFiz melhor.

    As duas se beijam e o carro desaparece na estrada.

  • 16.

    INT. HOTEL - NOITE

    No quarto de hotel, amarrado e sem camisa, Haviel abre osolhos. Ele faz um cara de dor. Olha para os lados e abaixa acabea. Ele grita.