21
A coletânea Cena Independente Pará é um projeto do grupo Novas Cenas Pará, que busca apresentar o que há de mais novo no fervilhante cenário musical independente do estado. O Programa #01 vem repleto de baixos nervosos que dispensam guitarras, calor caribenho exaltando deuses pagãos e o suor, aparelhagens tocando no mangue, sons alternativos, progressivos e poesia questionadora. Aprecie. A fotografia de capa é da fotógrafa paraense Yasmin Alves. Este e outros de seus trabalhos podem ser vistos em sua página no Facebook. [email protected] novascenaspara.wordpress.com https://www.facebook.com/novascenas.pa Cena Independente Pará #01

Encarte cena independente pará #01

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A coletânea Cena Independente Pará é um projeto do grupo Novas Cenas Pará, que busca apresentar o que há de mais novo no fervilhante cenário musical independente do estado. O Programa #01 vem repleto de baixos nervosos que dispensam guitarras, calor caribenho exaltando deuses pagãos e o suor, aparelhagens tocando no mangue, sons alternativos, progressivos e poesia questionadora. Aprecie. Assina a fotografia de capa a artista visual paraense Yasmin Alves. Este e outros de seus trabalhos podem ser vistos em sua página no Facebook: https://www.facebook.com/pages/Yasmin-Alves/602123806520674

Citation preview

Page 1: Encarte cena independente pará #01

A coletânea Cena Independente Pará é um projeto do grupo Novas Cenas

Pará, que busca apresentar o que há de mais novo no fervilhante cenário

musical independente do estado.

O Programa #01 vem repleto de baixos nervosos que dispensam guitarras,

calor caribenho exaltando deuses pagãos e o suor, aparelhagens tocando no

mangue, sons alternativos, progressivos e poesia questionadora. Aprecie.

A fotografia de capa é da fotógrafa paraense Yasmin Alves . Este e outros de

seus trabalhos podem ser vistos em sua página no Facebook.

[email protected]

novascenaspara.wordpress.com

https://www.facebook.com/novascenas.pa

Cena

Independente

Pará #01

Page 2: Encarte cena independente pará #01

The Tump – Diasepam

eletrobass rock

Sintetizadores, contrabaixos e aplicativos de celular... O The Tump surgiu a

partir de uma ideia fixa: no guitarristas! A banda começou a gravar as primeiras

musicas no inicio de 2012, com Bárbara Lobato, Alex Lima, dois contrabaixos,

aplicativos de celular e baterias programadas. Sem muita fantasia, levando um

som sujo com letras debochadas e diretas.

Para quem gosta de: New Order, The -B52s, The Cigarretes

Fan Page: https://www.facebook.com/TheTumpBand?ref=br_tf

Page 3: Encarte cena independente pará #01

01. DIASEPAM (The Tump)

Ahh, se você pudesse me dar um doping

Ahh, um diasepam ou uma cibalena

Esqueceria deste mundo cruel

Esqueceria que você não foi fiel

Ahh, se você quisesse me dar um doping

Ahh, um diasepam ou uma dilena

Esqueceria deste mundo cruel

Esqueceria que você não foi fiel

-x-

Page 4: Encarte cena independente pará #01

A República Imperial – Segundo Ato

alterlatino

A República Imperial tem como características marcantes a carga humana e

lírica das letras e o instrumental baseado em ritmos hispano-americanos,

brasileiros e caribenhos. O universo dos textos teatrais (presente no eu lírico

das músicas), a atmosfera densa de películas como as de Quentin Tarantino, e

o realismo mágico de Gabriel Garcia Márquez também influenciam o processo

inventivo do grupo.

Para quem gosta de: Novos Baianos, Buena Vista S. C., Real Combo Lisbonense

Fan Page: www.facebook.com/ARepublicaImperial

Page 5: Encarte cena independente pará #01

02. SEGUNDO ATO (A República Imperial)

De adornado Cernuno Vim pra gandaia da fé celebrar Gozar, profano, teso e augusto

Na massa doida exaltando suar.

Tez, coxas, nalgas e bustos Postas expostas em par Tudo num drama volupto

Salve, Evoé, Saravá!

Já eu de Vênus - um luxo - Vim lambuzada baiando ao luar Num mar de movimentos astutos Sussurros, urros e beijos de arfar.

Viva o cortejo dos Buffos! Viva o que odara cantar! Flores e vinhos e frutos!

Bem vindos ao nosso altar!

Quem adentrar que venha Viver da nudez de amar

Para adorar dei prendas diante o belo prazer de se dar.

Pra viver da nudez de amar Diante o belo prazer.

Que essa oração te faça bailar E a desilusão já era!

Viva o ensejo em conluio Onde o intuito ao rogar

Vem te provar que sem julgo Pecado algum nem um há!

Quem adentrar que venha Viver da nudez de amar

Para adorar dei prendas diante o belo prazer de se dar.

Pra viver da nudez de amar Diante o belo prazer.

-x-

Page 6: Encarte cena independente pará #01

Casa de Folha – Musa

nortisses/carimbó

O Grupo Casa de Folha nasce em 27 de maio de 2010, originário de Belém do

Pará, a forte marca de suas percussões, a rabeca bragantina e o letreiro

popular vagueiam pelas canções do grupo. Juntar versos, compor “cantações”

e ressaltar traços deste universo virou missão. Com 02 anos de existência, o

“Casa de Folha” segue agarrado a cultura popular, suas histórias e sotaques no

cotidiano de seus chegados e aconchegados. No musical deste imenso Brasil e

na sonoridade deste universo Amazônida. Os integrantes, oriundos de vários

espaços de arte educação de Belém, trazem consigo o dia a dia com as

produções dos espaços culturais de Belém, e mediante a premiação no edital

MicroProjetos Amazônia Legal do Minc/Funarte foi possível foi possível a

aquisição de seus instrumentos e dar pé aos trabalhos sonhados

Para quem gosta de: Lia Sophia, Lenine, Chico César

Fan Page: https://www.facebook.com/CasadeFolha

Page 7: Encarte cena independente pará #01

03. MUSA (Casa de Folha)

Girassol, gira a menina

Nesse canto que desatina

Canta, se lança, dança, inocente criança

Lembro a dança do seu vestido, o olhar doce e bonito

Feito de toda paz que a mão não alcança

O sol gira, mira a menina que roda sem ver que o mundo

Pôs-se a girar

Gira a flor, cuja cor só percebe quem sabe sonhar

O sol gira, mira a menina que roda sem ver que o mundo

Pôs-se a girar

Mas já passam das cinco horas, menina para seu sonho

E vai já banhar...

Eu sou feita de terra, eu sou feita de miriti

Feito um barco de vela navegando em um jardim

Eu sou feita de sonhos e de tudo que há de vir

Sou criança e eu brinco assim.

-x-

Page 8: Encarte cena independente pará #01

Cais Virado – Mal Moderno

guitarrada/afro/rock

O grupo Cais Virado nasceu do encontro musical de Bruno Rabelo (guitarra),

Raniery Pontes (bateria), Príamo Brandão (baixo) e Keila Monteiro (vocal),

músicos com extensa carreira na cena belenense.

“Mal Moderno” é uma canção-batuque de acordes densos e versos sofridos

sobre um mal do século, revisto em tempos de novo milênio.

A banda Cais Virado também se mistura à confluência de ritmos e estilos que é

a atual música de Belém do Pará (Amazônia-Brasil). Abarcando afluentes de

guitarrada, poesia, rock e África.

Pra quem gosta de: Buraka Som Sistema, Cravo Carbono, Aldo Senna

Fan Page: https://www.facebook.com/caisvirado

Page 9: Encarte cena independente pará #01

04. Mal Moderno (Cais Virado)

Utopia pra calar a minha boca

Vai me desacostumando

E me espera descansar

Me perfura com esse teu segredo insano

Com esse aluguel sem roupa

E cala pra me destroçar

E quando eu tava definhando

Tu te lembraste de cuidar

Do nosso altar com poesia

Do mal-moderno

Pra me acalmar

Vai

Te consolar

Com teu amor

E me faz cantar!

Mistura o sangue da poesia

À romaria do teu pesar

Prepara o ato, arruma a mesa

Deixa a certeza te devorar!

-x-

Page 10: Encarte cena independente pará #01

Lauvaite Penoso – Guamá Sound System

afro-amazônico/carimbóbeat underground

Lauvaite Penoso, frase sagrada das brincadeiras de pipas e papagaios de

Belém mostra que sabedoria popular e poesia urbana é de grande qualidade.

A banda traz a pulsação regional junto a mistura de outros pontos fortes do que

cada integrante carrega consigo, dentro de um plano que brinca no

"experimentar" de bons sons, segue a marca forte do "Carimbóbeat" e seus

aconchegados, na mostra de que som, ideias e força demarcam quem habita

este espaço.

Pra quem gosta de: Chico Science & Nação Zumbi, Renata Rosa, Grupo

Carimbó de Icoaraci

Fan Page: https://www.facebook.com/bandalauvaitepenoso

Page 11: Encarte cena independente pará #01

05. Guamá Sound System (Lauvaite Penoso)

Guamá! Periferia! Não sei por que, mas tão roubando todo dia

Como não sabe, mas olha só, muita miséria e injustiça ao nosso redor.

Pega ladrão! De bicicleta, olha pra trás aponta a arma, mas o tiro não acerta irmão.

Mas é certeira então a nossa rima, é sound system aparelhagem vai pra cima.

É alma livre do mesmo lado, Ogun guerreiro Oxalá tá declarado:

Malungo!

Vamos caminhar do mesmo lado!

Malungo!

Não vamos esquecer nosso passado!

A poesia tá na rua mesmo assim você não vê!

Mantenha a alma livre pra poder se defender!

(Trecho da Música Chegança de Antônio Nobrega e Wilson freire)

Sou Pataxó, sou Xavante, Carírí, Yanomami, sou Tupi, guarani sou Karajá.

Sou Pankararu, Potiguá, sou caeté, Funiô, Tupinambá.

Depois que os mares dividiram os continentes

Quis ver terras diferentes, eu pensei vou procurar

Um mundo novo, lá depois do horizonte,

levo a rede balançante pra no sol me espreguiçar

Eu atraquei num porto muito seguro, céu azul paz e ar puro

Botei as pernas pro ar, logo sonhei que estava no paraíso

E que nem era preciso dormir para se sonhar.

-x-

Page 12: Encarte cena independente pará #01

Crisantempo - O Mistério das Enchentes

mpb progressiva/artrock/progrock

Crisantempo é uma banda brasileira formada em Belém do Pará no ano de

2008. O grupo possui referência à "Nova MPB" e rock progressivo, onde as

músicas buscam interação entre o contemporâneo e a sonoridade vintage.

Pra quem gosta de: Clube da Esquina, Os Mutantes, Guilherme Arantes

Fan Page: https://www.facebook.com/crisantempo

Page 13: Encarte cena independente pará #01

06. O Mistério das Enchentes (Crisantempo)

De onde virá tanta água?

E pra onde é que tanta gente vai

Quando essa água vem?

Quem é que sabe do milagre?

E pra onde é que tanta gente vai

Quando o milagre vem?

De onde virá o milagre?

E pra onde é que tanta água vai

Quando o milagre vem?

Quem é que sabe dessa gente?

E pra onde é que o milagre vai

Quando essa gente vem?

Casa de madeira ou não

Telhado sem telha, o vão

Terras sem quintais

Gente sem reboco ou chão

Coisa mais querida, o cão

Notícia velha é morro morrer no mar.

-x-

Page 14: Encarte cena independente pará #01

Versivox – Puro Pus

poesia cantada

Desenvolvido pelo poeta Carlos Correia Santos e pelos musicistas Júnior

Cabrali, Fernando Alves e Felipe Lourinho, com participação de outros artistas,

o Versivox é um projeto que une música e recitação de poemas. Porque

poemas também podem ser tocados.

Pra quem gosta de: Arnaldo Antunes, Iron Maiden, Kraftwerk

Fan Page: https://www.facebook.com/pages/Versivox/510409832348872

Page 15: Encarte cena independente pará #01

07. PURO PUS (Versivox)

Estamos morrendo de febre amarela, rubros de dengue, verdes de gripe...

ESTAMOS MORRENDO DE GRIPE!!!

E no parlamento, disso não se parla nem se

lamenta...

Estamos tremendo com febre, tremendo sem febre, tremendos escarros!

A febre é entorpecer... TUDO TÃO TORPE!!!

E no parlamento, disso não se parla nem se

lamenta...

Estamos disformes, coliformes comendo

com sal e salmonelas temperando e imperando o oco que não é pouco,

não é pouco. Ninguém grita

E, por isso, ninguém rouco... TUDO TÃO NADA QUE NADA

IRRITA!!! E no parlamento,

disso não se parla nem se lamenta...

Haverá gol de placa, porém nossos nomes de pagantes

não estarão na mega placa dos multi estádios que farão da elite

Copa e os empanturrados de circo

limparão a cozinha. E tua mente cozinha.

Mas teu nome não estará na placa. enquanto te falta a maca

e tua carne cheia de bala definha. No parlamento?

Disso não se parla nem se lamenta...

Lamento.

Mas o que te parlamenta é uma lama lenta

onde se parla em prol da grana, onde lambe a grama, onde o feliz do ano

homofobiza, barbariza,

a dignidade pisa e escraviza à sombra da cruz.

Lamento,

mas te parlo lento: Esse brasil de hoje?

Puro pus.

-x-

Page 16: Encarte cena independente pará #01

Enfim Nós – O Velho Fatorial

rock alternativo

Alguns poucos, mas, bons amigos com mais do que música em comum e que

resolveram juntar o que saía quase todos os dias na sala de um dos regentes

da banda como brincadeira. As músicas foram surgindo, algumas pensadas,

outras foram sendo construídas ali, na sala, com um violão, algumas pessoas

conversando, outros assistindo TV, sem nenhuma ou quase nenhuma

pretensão, apenas a vontade de tocar.

Para quem gosta de: Los Hermanos, Apanhador Só, Cícero

Fan Page: https://www.facebook.com/pages/Enfim-N%C3%B3s/535781486500547

Page 17: Encarte cena independente pará #01

08. O Velho Fatorial (Enfim Nós)

Dedos secos e mesmo assim

todos estão enrugados. Será que o tempo aqui passou tão rápido

que eu nem vi ou me perdi

em tristezas sem as causas ou 'porquês' de afirmações tão falsas

de quem amei?

Quanto tempo já passou? E o que foi que não mudou?

Ah! Se eu quis te privar de coisas tão ruins

foi porque não quis ver de novo

você desbravar caminhos que eu já fiz

e que já desfiz e não fui feliz.

'Ô' mania que não passa de tentar te proteger de tudo,

inclusive de você. E o que é 'migliori'?

Deixar tudo como está ou se ver e tentar se consertar

pra que tudo melhore?

A tristeza não te merece mais do que eu.

Por que não chega mais perto que é pr'eu tentar entender

o que aconteceu?

Ah! Se eu quis te deixar tão livre como eu fiz

foi porque não quis ver de novo

você se afastar de mim tão infeliz

por coisas que eu não fiz.

-x-

Page 18: Encarte cena independente pará #01

O Outro – O Punk

rock

O Outro surgiu de um embrião do fim da década de 80, uma banda de garotos

do subúrbio de Belém e Ananindeua, loucos por música, álcool e biografias.

Fãs de Beatles, Mutantes, Roberto Carlos e Teddy Max, se autodenominaram

"Lóki" em homenagem ao disco

homônimo de uns de seus heróis perdidos. Não demorou para os garotos

virarem rapazes, logo vieram as divas e os frutos, o peso da realidade bateu à

porta. Entre um copo e outro se viram jovens senhores, cheios de afazeres,

responsabilidades e... felizes, sempre. A música ficou de lado, os sonhos não!

Entre campas e recreios, fraldas, sorrisos e amores lá estavam de volta os

mesmos garotos, ora com uns, ora com outros. No meio, justificando o fim,

sempre ela, a música.

Pra quem gosta de: Os Mutantes, Secos e Molhados, Ira

Site: http://monovox2010.wix.com/ooutro

Page 19: Encarte cena independente pará #01

09. O PUNK (O Outro)

Você tem o remédio e a receita certa para se safar

das coisas que então precisa resolver

Eu estive pensando que você devia

dar as caras só de vez em quando

E que por isso mesmo eu pensei num jeito

de pensar num jeito de gritar...alto, sei não, durmo!

E deve estar com tédio e muito cansado

que não teve tempo para se lembrar

Mas eles estão fartos de bater cabeça, tudo dá errado, eu vou me mandar

Eu sinto muito mesmo apenas por mim mesmo e não vá se zangar

É que esses dias longos e chuvosos são tão melancólicos

que parecem parar... Alto, sei não, durmo!

-x-

Page 20: Encarte cena independente pará #01

Redima – Além do Tempo

rock alternativo/pós-punk

Redima é uma é banda de rock independente originária da cidade de

Capanema-Pa, formada em meados de 2008. Em 2010, lançaram o EP demo

“Burning the Sky” e no ano seguinte, lançaram o single “Satélite”. Desde então,

vem fazendo um som com influências de pós-punk e rock alternativo. Com

composições que variam entre inglês e português, as letras abordam temas

que vão desde questões existencialistas a aspectos fugazes do cotidiano. A

banda vem participando de alguns festivais e de outros eventos artísticos na

região, onde divulgam sua proposta musical, que vem sendo bem aceita pelo

público.

Pra quem gosta de: The Cure, Joy Division, The Smiths

Fan Page: https://www.facebook.com/RedimaBand

Page 21: Encarte cena independente pará #01

10. ALÉM DO TEMPO (Redima)

Feche os seus olhos

Vamos para algum lugar

Recôndito, distante de onde deveria estar

Mas não tenha medo

É um dia claro

Sonhar não é segredo

Mas ninguém pode estar lá

A distância entre o olhar e o chão que podemos pisar

Há um refúgio entre o que sou e o que eu necessito ter

Seja o que for

Não há outro tempo além

Nem razões para não ser

Só agora é real

Muito além do nosso tempo

Bem mais lindo que a luz do sol

Dançando sobre o mar

Não teremos medo

Nós seremos um só

Entre sonhos e desejos

Inevitável é o amor

-x-

--

Acompanhe nossa Fan Page e aguarde a próxima edição!

https://www.facebook.com/novascenas.pa