Energia Eólica Marítima - EPE · ENERGIA EÓLICA MARÍTIMA –CARACTERÍSTICAS GERAIS Regulação Definição Desafios Energia gerada por turbinas eólicas instaladas no mar territorial

Energia Eólica MarítimaSão Paulo, 02 de abril de 2019

ENERGIA EÓLICA MARÍTIMA

ENERGIA EÓLICA MARÍTIMA – CARACTERÍSTICAS GERAIS

Regulação

Definição

Desafios

Energia gerada por turbinas eólicas instaladas no mar territorial até 22quilômetros da costa e também na chamada zona econômica exclusiva, aqual é de até 370 quilômetros.

Possibilidade de aplicação da regulamentação existente (REN 391/09 e Lei9636/98)O Projeto de Lei nº 11.247/2018 está sendo discutido pelo CongressoNacional para regulamentar a atividade. Regulamentar x Instituir novoregime?Referido Projeto foi previamente aprovado pelo Senado Federal em 18 dedezembro, sob o nº PLS 484/2017.

Suporte técnico especializado incipiente;

Dificuldades no transporte dos componentes dos aerogeradores;

Alto custo do projeto;

Possível necessidade de remodelação das rotas marítimas; e

Licenciamento Ambiental complexo.


Benefícios

Os ventos em alto mar são mais fortes e maisconstantes pela ausência de barreiras físicascomo vegetação, montanhas ou prédios;

Elevado potencial próximo à costa e em baixaprofundidade;

Menores impactos ambientais;

Diminui os custos e o desperdício de energia notransporte por estarem mais próximos àsconcentrações populacionais;

Foge da especulação imobiliária, que encarece aimplantação das turbinas em terra firme.


ENERGIA EÓLICA MARÍTIMA – PROJETOS EXISTENTES

Precedentes

Ibama conta atualmente com três projetos de produção de energia eólica marítima em andamento. O Brasil ainda não tem tradiçãoneste tipo de produção de energia, tendo optado por fomentar, num primeiro momento, a produção de energia eólica onshore, quehoje já é um mercado consolidado e competitivo.

Central Eólica Sol Azul I - Habilitada a participar do LER/2009

Interesante estudo de caso que demonstra:

a) A aplicação inequívoca da regulamentação existente aos projetos offshore;b) A necessidade de edição de normas infralegais para disciplinar, tão somente, a interface entre as diversas autoridades

envolvidas e garantir a celeridade no processo de obtenção de outorga

Complexo Eólico Asa Branca – DRO 374/16

EOL Planta Piloto de Geração Eólica Offshore – 5 MW


Manifestações das Autoridades


Manifestações das Autoridades


Precedentes

PROJETO DE LEI 11.247/2018

Atualmente em tramitação na Câmara dosDeputados, o Projeto de Lei deriva do PLS484/2017, aprovado pelo Senado Federal em 18de dezembro de 2018.

Escopo: desenvolvimento da geração de energiaelétrica a partir de fonte eólica localizada naságuas interiores, no mar territorial e na zonaeconômica exclusiva e da geração de energiaelétrica a partir de fonte solar fotovoltaica.

Procedimentos:

Os interessados em obter a autorização paraa implantação de usinas eólicas localizadasnas águas interiores, bem como de usinassolares fotovoltaicas em corpos d`água sobdomínio da União poderão requerê-la àANEEL, a qualquer tempo, na forma doregulamento.

ENERGIA EÓLICA MARÍTIMA - REGULAÇÃO

Projeto de Lei 11.247/2018

Recebido o requerimento de autorização, aAneel deverá: (i) publicá-lo em extrato,inclusive na internet; e (ii) promover aabertura de processo de chamada ou anúnciopúblico, com prazo de 30 (trinta) dias, paraidentificar a existência de outros interessadosem obter autorização para o mesmo bempúblico ou localização e com característicassemelhantes.

O instrumento de abertura de processo dechamada ou anúncio público indicará,obrigatoriamente, (i) a região geográfica naqual será implantado o empreendimento degeração de energia; e (ii) a estimativa dapotência e da energia a ser gerada.

Encerrado o processo de chamada ou anúnciopúblico, o poder concedente deverá analisar aviabilidade locacional das propostas e suaadequação às diretrizes do planejamento e daspolíticas energética e de recursos hídricos.

Havendo mais de uma proposta eimpedimento locacional que inviabilize suaimplantação de maneira concomitante, aAneel deverá: promover processo seletivopúblico. O critério de julgamento consistirá nomaior valor ofertado a título de taxa deocupação e uso de bem público, além deoutros estabelecidos no edital.

Não serão objeto de concessão prismaseólicos ou fotovoltaicos em áreas coincidentescom blocos licitados no regime de concessãoou de partilha de produção, ou sob regime decessão onerosa, no período de vigência doscontratos e respectivas prorrogações, sendopermitida, contudo, a instalação, medianteautorização, de centrais geradoras a partir defonte eólica ou solar fotovoltaica paraconsumo das unidades produção de petróleoou de gás natural.



O Ministério da Defesa, ouvida a AutoridadeMarítima, e o Ministério dos Transportes,Portos e Aviação Civil, ou aqueles que ossucederem, deverão ser consultados quandoda definição de prismas eólicos oufotovoltaicos a serem objeto de concessão,principalmente no que diz respeito apotenciais conflitos no uso dessas áreas.

Compete à ANEEL, conforme a Lei n°9.427/1996 (art. 3°): promover, mediantedelegação, com base no plano de outorgas ediretrizes aprovadas pelo poder concedente,os procedimentos, inclusive licitatórios, paraoutorga de concessão ou de autorização deuso de bem público associada à implantaçãode usinas de geração de energia elétrica naságuas interiores, no mar territorial e na zonaeconômica exclusiva a partir de fonte eólica oude geração de energia elétrica a partir defonte solar fotovoltaica.

Compete à EPE (Empresa de PesquisaEnergética): obter a licença prévia ambientalnecessária às licitações envolvendoempreendimentos, selecionados pela EPE, degeração de energia elétrica a partir de fonteeólica ou fonte solar fotovoltaica e de suasinstalações de transmissão de energia elétricade uso exclusivo

A concessão e a autorização de uso de bempúblico associadas à implantação de usinas degeração de energia elétrica nas águasinteriores, no mar territorial e na zonaeconômica exclusiva a partir de fonte eólica,ou de geração de energia elétrica a partir defonte solar fotovoltaica, serão precedidas deestudos de impacto ambiental, conformeprevisto no inciso IV do parágrafo primeiro doart. 225 da Constituição Federal.



O processo licitatório para outorga de concessãode uso de bem público associada à implantação deusinas de geração de energia elétrica nas águasinteriores, no mar territorial e na zona econômicaexclusiva a partir de fonte eólica, ou de geraçãode energia elétrica a partir de fonte solarfotovoltaica, será realizado pela Aneel pordelegação do poder concedente.

O edital da licitação será acompanhado da minutabásica do respectivo contrato e indicará,obrigatoriamente: (i) o prisma eólico oufotovoltaico, as áreas territoriais de propriedadeda União ou o corpo d’água objeto da concessão,definidos pelo Conselho Nacional de PolíticaEnergética (CNPE); (ii) as instalações detransmissão, quando for o caso; e (iii) asparticipações governamentais referidas no Art. 14.

Cláusulas essenciais do contrato de concessãode uso de bem público (Art. 12):

(i) definição do prisma eólico ou fotovoltaico ouda área territorial ou corpo d’água depropriedade da União objeto da concessão;

(ii) obrigações do concessionário quanto àsparticipações governamentais;

(iii) obrigatoriedade de o concessionáriofornecer à Aneel relatórios, dados e informaçõesrelativos às atividades desenvolvidas;

(iv) o direito de o concessionário assentar oualicerçar as estruturas voltadas à geração etransmissão de energia elétrica no leito marinhoou na área territorial ou no corpo d´água, desdeque atendidas as normas da AutoridadeMarítima e obtida a licença ambiental pelo órgãocompetente, e atendidas as disposiçõesregulamentares, inclusive aquelas exaradas peloConselho Nacional de Meio Ambiente (Conama);



(v) a definição do espaço do leito marinho e do espaçosubaquático das águas interiores, do mar territorial ouda plataforma continental que o concessionário poderáutilizar para passagem de dutos ou cabos, bem como ouso das áreas da União necessárias e suficientes aoseguimento do duto ou cabo até o destino final, semprejuízo, quando subterrâneos, da destinação dasuperfície, desde que os usos concomitantes sejamcompatíveis.

Critérios para o pagamento pela ocupação ou retençãode área será distribuído segundo os seguintes critérios(art. 14):

(i) 45% (quarenta e cinco por cento) para osEstados; (ii) 45% (quarenta e cinco por cento)para os Municípios; (iii) 3% (três por cento)para o Ministério do Meio Ambiente; (iv) 3%(três por cento) para o Ministério de Minas eEnergia; e (v) 4% (quatro por cento) para oFundo Nacional de Desenvolvimento Científico eTecnológico

(FNDCT)

Pontos Críticos Relacionados ao PL:

Não serão objeto de concessão prismaseólicos ou fotovoltaicos em áreas coincidentescom blocos licitados no regime de concessãoou de partilha de produção, ou sob regime decessão onerosa, no período de vigência doscontratos e respectivas prorrogações;

O Ministério da Defesa, a AutoridadeMarítima, e o Ministério dos Transportes,Portos e Aviação Civil, deverão serconsultados quando da definição de prismaseólicos ou fotovoltaicos a serem objeto deconcessão, o que pode incidir em possíveistravamentos ao procedimento licitatório;

Obter estudos de inventário e licença préviaambiental necessária às licitações envolvendoempreendimentos, selecionados pela EPE.Neste caso, não é definido o grau deprofundidade dos estudos, nem o conteúdomínimo dos prismas;

ENERGIA EÓLICA MARÍTIMA – PONTOS CRÍTICOS


Realização de estudos de impacto ambiental comocondicionante para a concessão e autorização deuso de bem público relacionadas à implantação dasUsinas. Referidos estudos são extremamentecomplexos para a fase de concessão, e podemgerar atrasos prejudiciais aos licitantes, em termosde celeridade e custo;

Critério de julgamento consistente no maior valorofertado a título de taxa de ocupação e uso de bempúblico. Procedimento licitatório como única formade outorga de exploração;

Concatenação entre leilões de geração e detransmissão, bem como respectiva distribuição deresponsabilidades relativas à transmissão deenergia offshore e onshore; e

Delimitação do valor das participações, caso sejabaixo, permitirá a entrada de empreendedores semcapacidade financeira e, caso seja alto, poderálimitar o desenvolvimento da fonte.


A Energia Eólica Marítima atualmente é viávele não necessita de regulação adicional, tendoem vista que a Resolução Normativa391/2009-ANEEL, que versa sobre osaproveitamentos eólicos, já regula a atividadeem questão;

Por constituírem projetos da iniciativa privada,operados pela própria conta e risco doempreendedor, o direito ao uso da água podeser outorgado pela Superintendência doPatrimônio da União (“SPU”);



Projeto da Central Eólica Sol Azul I


O PL que pretende regulamentar a atividade de maneira específica torna o procedimento deregularização dos projetos de energia eólica marítima extremamente difícil de ser concretizado;

Não existe procedimento definido a respeito da definição do prisma eólico pelas entidadesgovernamentais. Isso pode acarretar em diversos riscos para a atividade, de modo que a demora noprocedimento retarda a competitividade do projeto, aumentando os custos, que consequentementeserão repassados aos consumidores;



OBRIGADA

Laura Garcia de Freitas Souza

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