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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - UNIFOA
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA
SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE
Valéria Cristina da Costa Silva
ENFERMEIROS E ENSINO EM SAÚDE: PROPOSTA DE MANUAL PARA TRABALHADORES DE SERVIÇOS GERAIS
VOLTA REDONDA 2013
FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - UNIFOA
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA
SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE
ENFERMEIROS E ENSINO EM SAÚDE: PROPOSTA DE MANUAL PARA TRABALHADORES DE SERVIÇOS GERAIS.
Dissertação apresentada à Pró-Reitoria de
Pesquisa e Graduação do UniFOA, como
parte dos requisitos para obtenção do título de
Mestre em Ensino em Ciências da Saúde e do
Meio Ambiente, no Programa de Mestrado
Profissional em Ensino em Ciências da Saúde
e do Meio Ambiente.
Aluno: Valéria Cristina da Costa Silva
Orientador: Prof.ª Dr.º Fábio Alves Aguiar
VOLTA REDONDA
2013
FOLHA DE APROVAÇÃO
Aluno: Valéria Cristina da Costa Silva
ENFERMEIROS E ENSINO EM SAÚDE: PROPOSTA DE MANUAL PARA TRABALHADORES DE SERVIÇOS GERAIS.
Orientador: Prof.o Dro Fábio Alves Aguiar
Banca Examinadora:
________________________________________
Prof.o Dr.o Fábio Alves Aguiar
Presidente da Banca
________________________________________
Prof.ª Dr.ª Ilda Cecília Moreira da Silva
Membro Interno
________________________________________
Prof.a Dra. Luiza Oliveira
Membro Externo
VOLTA REDONDA
2013
DEDICATÓRIA:
A todas às pessoas que de alguma
forma contribuem para um mundo
melhor, através de ações relacionadas à
prevenção do meio ambiente.
AGRADECIMENTOS:
Primeiramente a Deus, que proporcionou
mais uma vitória em minha vida;
Ao meu orientador, professor Dro.Fábio
Alves Aguiar;
E em especial a Professora Dra. Ilda
Cecília Moreira da Silva, que me
presenteou com o seu brilhantismo, e
conhecimento, e por ter compartilhado.
Sempre prestativa as minhas
solicitações.
RESUMO
Atualmente vincula-se entre os meios de comunicação informações consideráveis sobre os ambientes de trabalho, com destaque para os variados riscos que neles podem ocorrer, que por sua vez, favorecem a ocorrência de problemas de saúde nos trabalhadores, os quais podem acontecer de modo sutil ou explícito, colocando sua vida em perigo, ou provocando agravos por toda a vida. Quando se trata de um ambiente hospitalar, toda atenção é primordial, pois é realidade que se trata de um ambiente altamente contaminado, sendo fundamental a adoção de normas de Biossegurança, para a proteção dos trabalhadores. Portanto, o objetivo desse estudo é desenvolver uma metodologia de manuseio e descarte de resíduos sólidos hospitalares, que se destine a profissionais de serviços gerais. A metodologia do estudo baseia-se em revisão de literatura, embasada em conteúdos exploratórios, retirados de artigos e periódicos disponibilizados em sites acadêmicos diversos, entre os anos de 2011 a 2013, contribuindo desta forma para a elaboração de um manual técnico, visando esclarecer e estabelecer os riscos eventuais que estes representam à saúde do ser humano, e consequentemente ao meio ambiente. Os resultados encontrados pelo autor, durante a pesquisa, sugerem medidas preventivas a nível de cursos, e uma atenção mais qualificada nas instituições hospitalares. Justifica-se a realização deste estudo, através da constatação que ainda que são inúmeros os estudos relacionados aos resíduos sólidos de saúde, porém poucos os que se referem e valorizem os cuidados com os profissionais de serviços gerais. Ressalta-se a importância da qualidade de vida do trabalhador, e considera-se que o proposto estudo torna-se relevante, a partir da premissa que qualquer profissional envolvido e atuante na área hospitalar é uma peça importante para o bom desenvolvimento da instituição e da assistência, e através do ensino podemos mudar a concepção da problemática em questão. Palavras-chave: Biossegurança, Resíduos Sólidos, Saúde, Ensino.
ABSTRACT
Currently links between the media considerable information about the work environment, highlighting the various risks that may occur in them, which in turn, favor the occurrence of health problems in workers, which can happen subtly or explicit, putting your life in danger, or causing health problems for life. When it comes to a hospital, all attention is paramount, it is true that it is a highly contaminated environment, is fundamental, Biosafety standards for the protection of workers. Therefore, the aim of this study is to develop a methodology for handling and disposal of hospital solid waste, it is intended for general service professionals. The study methodology is based on literature review, based on exploratory content taken from articles and journals available in various academic sites, between the years 2011 to 2013, thus contributing to the development of a technical manual in order to clarify and establish the potential risks they pose to human health, and consequently the environment. The results obtained by the author during the research, suggest preventive measures at the level of courses, and the most qualified in hospitals. Justified this study by the finding that although there are numerous studies related to solid waste health, but few who refer to value and care professionals with general services. We emphasize the importance of the quality of life of workers, and it is considered that the proposed study is relevant from the premise that anyone involved and active in the hospital is an important piece for the proper development of the institution and assistance, and through education we can change the design of the relevant issue. Key words: Biosafety, solid waste, health, education.
SUMÁRIO:
1 Introdução...............................................................................................................13
1.1 Objetivos do estudo.............................................................................................19
2 Revisão de Literatura..............................................................................................20
2.1 Educação em Serviço..........................................................................................20
2.2 O papel do Enfermeiro Educador........................................................................26
2.3 Educação Permanente em Saúde.......................................................................30
2.4 Biossegurança.....................................................................................................33
2.5 Saúde do Trabalhador ........................................................................................37
2.6 A lei que rege os Resíduos Sólidos.....................................................................40
2.7 Resíduos Sólidos de Saúde.................................................................................43
2.7.1 Classificação dos Resíduos Sólidos.................................................................46
3 Desenvolvimento Metodológico do Estudo ...........................................................50
4 Apresentação do Produto......................................................................................52
4.1 Desenvolvimento do Produto...............................................................................53
4.2 Justificativa do Produto........................................................................................53
4.3 Modelo do Manual...............................................................................................54
4.3.1 Conteúdo Manual..............................................................................................54
4.4 Critérios Gerais de Apresentação .......................................................................54
5. Conclusão...............................................................................................................61
Referências.................................................................................................................63
Anexos........................................................................................................................69
LISTA DE ABREVIATURAS:
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ART - Anotação de Responsabilidade Técnica
CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho
CCIH - Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
COREN – Conselho Regional de Enfermagem
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
CRT - Certificado de Responsabilidade Técnica
EPI - Equipamento de Proteção Individual
EPC - Equipamento de Proteção Coletiva
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INMETRO – Instituto de Nacional de Metrologia
FISPQ - Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos
FIOCRUZ - Fundação Instituto Osvaldo Cruz
MT- Ministério do Trabalho
MS - Ministério da Saúde
NBR – Norma Brasileira Regulamentadora
NR - Normas Regulamentadoras
OGM - Organismos Geneticamente Modificados
PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde
PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PPRS - Programa de Prevenção de Resíduos Sólidos
OMS - Organização Mundial de Saúde
RS - Resíduos de Saúde
RSS- Resíduos Sólidos de Saúde
RSU - Resíduos Sólidos Urbanos
LISTAS DE ILUSTRAÇÃO:
1. Capa do Manual Técnico......................................................................................57
2. Capa de Rosto do Manual Técnico......................................................................58
3. Capa Introdutória do Manual Técnico..................................................................59
LISTA DE ANEXOS:
1 Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT............................................69
2 Resolução do Conselho Federal de Enfermagem 303/2005................................70
3 Resolução Conama nº 358, de 29 de Abril de 2005...........................................71
4 Resolução Conama nº 306, de 07 de dezembro de 2004.................................73
5 Resolução Conama n.º 33, de 25 de fevereiro de 2003 ...................................74
6 Resolução Conama nº 5, de 5 de agosto de 1993 ............................................75
7 Resolução Conama nº 5, de 30 de outubro de 1991 .........................................77
8 Norma Regulamentadora – NR 32.....................................................................78
1- INTRODUÇÃO:
Vinculam-se, hoje na mídia, informações relevantes quanto à prevenção e
promoção do meio ambiente; várias informações essenciais que visam à promoção
da saúde e melhor qualidade de vida, principalmente no ambiente de trabalho.
Apesar das transformações e desenvolvimentos obtidos através dos
tempos, referentes à melhoria, observa-se na prática, muitas dificuldades em realizar
o trabalho adequadamente; isto se deve às diferentes culturas, economia,
conscientização e comodidade. Na medida em que a organização do trabalho amplia
sua importância na relação trabalho-saúde, requerem-se novas estratégias para a
modificação de condições, que contribuam para a saúde do trabalhador. É
necessário que se tenha sempre em mente que a melhor política de saúde é a
prevenção.
É realidade o fato que o ambiente de trabalho pode conter variados
riscos, que por sua vez favorecem a ocorrência de problemas de saúde nos
trabalhadores, os quais podem acontecer de modo sutil ou explícito, colocando suas
vidas em perigo, ou provocando-lhes agravos por toda a vida. Quando se trata de
ambiente hospitalar, a atenção deve ser redobrada, pois é sabido que é um
ambiente altamente contaminado, propiciando a contração de doenças infecto
parasitárias, e eventualmente pode levar o individuo a morte.
Constata-se que o ambiente de trabalho tem sido palco para diversas
discussões no que diz respeito às atividades que se desenvolvem no seu contexto,
principalmente as que permeiam o ambiente hospitalar.
Atualmente, o mercado de trabalho tem se mostrado competitivo, ousado,
principalmente com alguns direitos conquistados pelos trabalhadores, abrindo assim,
margem para o desemprego, e principalmente para contratação de grupos de
trabalhadores terceirizados. Neste grupo, incluem-se, os profissionais de serviços
gerais ou auxiliares de serviços gerais, que desempenham funções descritas, mas
acabam por executar uma série de tarefas diversificadas. Eventualmente, estes
profissionais entram para o mercado sem nenhuma experiência profissional, ou até
mesmo nenhuma capacitação, sem nenhum grau de instrução escolar, o que
intensifica a probabilidade de aumento de risco para acidentes do trabalho, com
manuseio e descarte de resíduos sólidos.
Resíduos sólidos são aqueles que apresentam risco, devido à presença
de agentes biológicos, podendo causar infecções. Entre eles estão: hemoderivados,
secreções, líquidos orgânicos, meios de culturas, resíduos alimentares de áreas de
isolamento, objetos perfuro-cortante, filtros de gases, aspirados de áreas
contaminadas, e resíduos de sanitários de unidade de internação.
Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) são resultante de atividades exercidas nos serviços definidos no artigo 1 da RDC/ANVISA n
o. 306/04,
que por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final (BRASIL, 2004, p.44).
É importante conhecer os tipos de contratos de trabalhos existentes e a
forma correta de utilizá-los de acordo com o que estabelece a legislação. É verdade
que muitos empreendedores resistem em registrar seus empregados sob o
argumento de que os encargos sociais no Brasil são altíssimos, além do fato de que
existe uma enorme burocracia imposta pela legislação trabalhista, previdenciária e
tributária; assim, a terceirização figura no cerne desta questão.
Na maioria das vezes a empresa realiza contração indireta, com o
objetivo de redução de custos, porém esta opção pode lhe trazer sérios problemas
futuros.
Os problemas de regulação da terceirização na área da saúde são crescentes, seja no setor privado conveniado com o SUS, onde o processo já é antigo, mas muito discretamente regulado e em muitas áreas desregulado; seja no setor público, que para fugir ao formalismo e à rigidez das normas de contratação e remuneração, tem ensaiado formas de terceirização que muitas vezes se situam na informalidade e mesmo nas "franjas" da ilegalidade (GIRARD, 1999, p. 43).
Sendo assim, o setor de saúde vem se utilizando de forma crescente do
expediente da contratação indireta, ou seja, da terceirização, como forma de suprir a
necessidade de trabalho da unidade.
Atualmente o conhecimento que se tem, é que os hospitais vêm
crescendo significativamente, em tamanho, proporção e complexidade, com um
aumento considerável da demanda de pacientes, serviços, aperfeiçoamentos de
equipamentos. No entanto, há uma deficiência quando se trata de recursos
humanos. O número de funcionários geralmente é escasso em relação a esse
crescimento, principalmente no que se refere ao profissional responsável por
executar a limpeza, sendo em sua maioria trabalhadores terceirizados.
No Brasil, a terceirização começou a ser implantada e desenvolvida por advento de multinacionais, principalmente na década de 1980, sendo conhecida então, aproximadamente no ano de 1989, como contratação de terceiros. O objetivo da “terceirização” já era de reduzir custos, assim como gerar aumento de qualidade, eficiência, especialização, eficácia e produtividade (QUEIROZ, 1998, p. 63).
Estudos realizados sobre o trabalho terceirizado apontam que na maioria
das vezes o empregador visa somente o beneficio econômico que o profissional
pode oferecer para a instituição empregadora. Uma relação de exploração, não se
importando com sua qualidade de vida, nem tão pouco com os riscos que seu
serviço pode lhe causar. Às vezes a solução dos problemas é relativamente simples,
o que falta é vontade de resolvê-los. São vários os instrumentos que uma empresa
pode utilizar para promover a saúde do trabalhador. A educação permanente é um
deles, o qual se refere à aquisição de conhecimentos, habilidades e competências
para o desenvolvimento do trabalho de maneira adequada.
O profissional que executa atividades relacionadas às dos serviços gerais,
na área da saúde, e principalmente em um ambiente hospitalar, é tão importante
quanto qualquer outro profissional no desempenhar de suas funções; portanto, a
necessidade de executar e conhecer suas funções se torna imprescindível.
A partir do momento que esse profissional é treinado, para o
conhecimento dos riscos aos quais pode estar exposto, e colocar outras pessoas em
situações de risco em um hospital, torna-se um diferencial no desempenho de suas
atividades.
Sendo assim, a pesquisa aqui apresentada, tem como objeto de estudo, a
abordagem do manuseio de resíduos sólidos hospitalares pelos profissionais de
serviços gerais.
Os resíduos sólidos, quando coletados e tratados inadequadamente,
provocam efeitos diretos e indiretos na saúde da população e contribuem para
degradação do ambiente.
De acordo com Brasil (2004, p.27), os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), comumente associados à denominação “Lixo Hospitalar”,
representam uma fonte de riscos à saúde e ao meio ambiente, devido principalmente à falta de adoção de procedimentos técnicos adequados no manejo das diferentes frações sólidas e líquidas geradas como materiais biológicos contaminados, objetos perfuro- cortantes, peças anatômicas, substâncias tóxicas, inflamáveis e radioativas.
Assim, justifica-se a realização deste estudo a partir da observação e
vivência da autora, enquanto enfermeira atuante, onde presenciou, por diversas
vezes, as dificuldades dos profissionais que executam atividades de serviços gerais
desenvolverem suas funções, principalmente no que diz respeito ao manuseio e
descarte dos resíduos sólidos hospitalares.
Estas observações evidenciam a necessidade do desenvolvimento e
disseminação de treinamento, através da educação em saúde específica para a
melhoria na qualidade do serviço prestado, e principalmente quanto aos riscos
inerentes, quando a biossegurança não está presente no ambiente de trabalho, e
consequentemente expondo os trabalhadores a eventuais riscos.
A partir da constatação de que não existe entendimento efetivo por estes
profissionais, quanto à execução de suas tarefas, surgem questões a investigar,
como:
É possível implementar um programa de Educação Permanente para os
profissionais de serviços gerais?
Quais as formas de acompanhamento de atividades desenvolvidas por
profissionais de serviços gerais adotadas no contexto hospitalar?
Que ações preventivas de acidentes entre profissionais de serviços gerais
podem ser adotadas?
É preciso um olhar mais crítico voltado para este profissional, pois na sua
ingenuidade, de ser solícito e tentar ajudar o próximo, pode estar colocando sua
própria vida em risco, e cabe à equipe de saúde informá-lo e orientá-lo, quando
necessário. Em um ambiente hospitalar, são observados vários tipos de
profissionais, alguns com experiências anteriores, e outros que nunca trabalharam, e
por motivos diversos, aceitam o serviço que lhe é oferecido, sem que tenham
entrado no ambiente hospitalar profissionalmente, em ocasiões prévias, e alguns
desconhecem por completo o significado da palavra “Biossegurança”.
A Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços.
Estes riscos podem comprometer a saúde do homem e animais, o meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos (TEIXEIRA, 2010, p.10).
Em relação à assistência a saúde a que têm direito, sabe-se que uma
gama de empresas não fornece o atendimento adequado aos seus empregados, por
outro lado a equipe de saúde encontra-se tão assoberbada de tarefas que o trabalho
de outro indivíduo passa despercebido, principalmente o daqueles que prestam
serviços por empresas terceirizadas.
Seguindo a linha de pensamento de Repulio, (1997, pg.135) “A
terceirização pode ser defendida como o ato de transmitir a responsabilidade de um
serviço, ou de determinada fase da produção ou comercialização, de uma empresa
para outra”.
Ressalta-se a importância da qualidade de vida do trabalhador, e
considera-se que o estudo torna-se relevante, a partir da premissa que todo
profissional envolvido e atuante na área hospitalar é uma peça importante para o
bom desenvolvimento da instituição e da assistência. O profissional de serviços
gerais é de suma importância, pois à ele cabe a função de executar trabalhos de
limpeza e conservação: está o tempo todo em contato com substâncias, muitas
vezes tóxicas, executando tarefas em setores de risco, e atuando diretamente em
atividades envolvendo pacientes, com higienização, de importância indiscutível.
Com a Constituição de 1988, o direito à saúde foi elevado à categoria de direito subjetivo público, num reconhecimento de que o sujeito é detentor do direito e o Estado o seu devedor, além, é obvio, de uma responsabilidade própria do sujeito que também deve cuidar de sua própria saúde e contribuir para a saúde coletiva (BRASIL, 2004, p.75).
A partir do momento em que os profissionais detêm conhecimentos em
relação a sua segurança, os riscos aos quais por ventura estão expostos, e os que
podem colocar toda equipe envolvida no ambiente de trabalho, traduz toda
diferença, pois um profissional capacitado e qualificado é um profissional capaz de
desempenhar adequadamente suas atividades laborais, e com mais segurança para
todos.
A educação em saúde pode e deve ser aplicada em qualquer ambiente
onde são executadas atividades profissionais de cuidado, desde que haja um
propósito e ambiente propício. Pois como ressalta Paulo Freire (2004): ensinar não
é transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou
a sua construção.
A construção do conhecimento, em relação à promoção da saúde, é um processo que precisa ser realizado de forma constante tendo a participação individual e coletiva, na esfera familiar, no grupo de trabalho, nos grupos sociais, nas comunidades ou até mesmo nas organizações sociais (CECAGNO, 2005, p.60).
Acredita-se desta forma, que esse estudo possa contribuir para a
aplicação de práticas adequadas, e pertinentes às atividades laborais desenvolvidas
no ambiente hospitalar, e consequentemente, melhorar o desempenho das funções
estabelecidas, o qual acontecerá através de educação em saúde, de forma a
chamar atenção das instituições hospitalares, em relação aos profissionais que
executam atividades de serviços gerais, para que estes profissionais não se
inquietem com a problemática dos RSSS, e comecem a despertar para visão crítica,
consciência de novos valores, que propiciem reflexão sobre o que acontece e o que
está para acontecer com o nosso meio ambiente.
Do desenvolvimento do manual técnico elaborado, através do trabalho
proposto, espera-se primeiramente que contribua de forma significativa para a
construção de conhecimentos, e que sirva de instrumento inovador, possibilitando o
desenvolvimento do profissional, que atua como profissional de serviços gerais, e do
ser humano. E numa segunda proposta, a acredita-se que o manual, em um nível
mais complexo, sirva como material didático para docentes que atuam no campo da
saúde, ou áreas afins.
Desta forma, o manual poderá ser utilizado também, em campo de
estágios em ambientes hospitalares, pois como é de conhecimento geral, hoje as
instituições de saúde são utilizadas na formação de alunos tanto em nível técnico,
como de graduação.
O ensino pode, e deve ser aplicado em qualquer ambiente onde são
executadas atividades de cuidados em saúde. Com isso, entende-se que a
educação em saúde e promoção da saúde caminham juntas, gerando possibilidades
para que os indivíduos gerenciem as informações, se conscientize e tome
providências tendo em vista sua qualidade de vida, e da população.
1.1 OBJETIVOS:
OBJETIVO GERAL:
Desenvolver uma metodologia de manuseio e descarte de resíduos
sólidos hospitalares.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Propor uma vigilância de orientação permanente sobre procedimentos
adequados de descarte de resíduos sólidos no ambiente hospitalar;
-Estabelecer estratégias de acompanhamento das atividades
desenvolvidas por trabalhadores de serviços gerais para o descarte de resíduos
sólidos em ambiente hospitalar;
- Implementar ações preventivas de acidentes decorrentes do manuseio
de resíduos sólidos por trabalhadores de serviços gerais;
- Destacar o papel do profissional enfermeiro enquanto educador em
ambiente hospitalar;
2. REVISÃO DE LITERATURA:
2.1 EDUCAÇÃO EM SERVIÇO:
Para um desempenho mais seguro, é fundamental que todas as pessoas
que trabalham no estabelecimento de saúde conheçam os riscos associados às
suas atividades, possuam responsabilidades claras, e sejam capacitados na
realização dos procedimentos relacionados. Assim, a educação em saúde é a forma
de conscientização sobre os riscos envolvidos nas atividades do estabelecimento.
Tomando por base que nenhum indivíduo nasce com suas capacidades
cognitivas prontas, elas vão se desenvolvendo no decorrer da vida, através dos
conhecimentos adquiridos, e que estes conhecimentos são proporcionados através
do ensino que recebemos, e que nos fazem “crescer” como cidadãos. Com isso
pode-se afirmar que a educação se encontra em todos os locais. “Ninguém pode
estar no mundo, com o mundo, de forma neutra” (FREIRE, 1996, p.26).
Entende-se assim, que não devemos ficar indiferentes ao mundo da
educação, pois estamos constantemente aprendendo, e estarmos cientes e atentos
de que o ensino é o meio fundamental do progresso intelectual do indivíduo, sendo a
mediação pela qual são providas as condições e os meios para que estes se tornem
sujeitos ativos na assimilação de conhecimentos.
Na concepção de SILVA (2004, p. 65), dentro da organização de uma ação educativa, seja esta realizada no consultório, sala de reunião, escola, entre outros locais, é vital possibilitar um ambiente descontraído e harmonioso que se adeque ao programa de ensino pré-determinado.
Percebe-se assim, que não existe um lugar próprio para o ensino, quando
existe a vontade de ensinar e aprender. Qualquer lugar é propício, desde que haja a
vontade de fazê-lo. É através da educação em serviço que se conseguirá a
sensibilização dos profissionais, e consequentemente a mudança de valores e
atitudes.
A educação em saúde busca despertar nas pessoas o senso de responsabilidade, tanto por sua própria saúde, como pela saúde da comunidade, além de capacitar os indivíduos para que possam assumir ou
ajudar na melhoria das condições de sua saúde e da população (LEVY, 2000, p.17).
SILVA (2004, p.97), afirma que a educação se constitui em uma mola mestra para a transformação dos paradigmas da existência humana, sendo um instrumento que possibilita ao homem a refletir, questionar e compreender o que ocorre na sociedade, ampliando sua visão sobre o mundo.
Dessa afirmativa compreende-se que através da educação inicia-se a
transformação do indivíduo em ser social, impactando no meio em que está inserido,
com o envolvimento do meio ambiente.
“Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”,
(FREIRE, 1996 p.13). O processo do ensino acontece em virtude de trocas de
conhecimentos, ninguém é dono do saber total.
Desta forma, o educador assume a responsabilidade de ajudar os
educando a tornarem-se autônomos cognitiva e socialmente, auxiliá-los a articular
conhecimentos e refletir sobre questões sociais.
O educador deve estar atento para perceber as dificuldades, e saber
como enfrentá-las, envolver com as práticas do educando, possibilitando a decisão
pela didática apropriada. Contribuindo assim, para o processo de ensino, e dentro
deste contexto vai acontecendo a troca de experiências, e conhecimentos. Cada
indivíduo aprende com o outro.
Neste sentido, encontramos apoio em Pereira (2003, p. 27) quando nos
diz que:
Certas barreiras dificultam o pleno desenvolvimento da atividade educativa. Uma delas é a falta ou desconhecimento de uma metodologia adequada, por parte dos profissionais de saúde, que estimulem a participação e busque na realidade dos próprios indivíduos a solução para as suas dificuldades.
Ressalta-se ainda, que cada indivíduo possui um ritmo para aprender,
compreender, e pôr em prática as orientações recebidas, e que estas dificuldades
devem ser consideradas.
Educar significa envolver o indivíduo em sua totalidade, considerando todas as variáveis da história e da cultura de cada um, compreendendo-se que o aluno nunca aprende uma habilidade isoladamente, uma reconstrução da experiência, isto é, a capacidade, do indivíduo que esta recebendo a informação, refletir sobre suas condutas, experiência e ordenar novamente
o curso da ação, e também a ideia de desenvolvimento ou crescimento como cidadão (SILVA, 2004, p. 223).
Nesse sentido, julga-se fundamental a educação em saúde, pois desperta
no profissional envolvido, uma concepção diferenciada, com tomada de consciência
dos riscos, tanto em sua vida individual, como na coletividade, o que para a saúde
faz todo diferencial, pois a assistência prestada envolve o ser humano.
De acordo com a concepção de Alvim, Ferreira (2007, p.27), a prática
educacional em saúde ressalta que o exercício da prática de educação
popular em saúde pressupõe abertura, disponibilidade para ouvir o outro,
horizontalidade na relação interpessoal e na ação educativa em si, pois, o
ato participativo é humanizante.
Sobre a questão da legislação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB) traz uma mudança, no seu artigo 2o que diz: “A finalidade da educação é o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho”.
Sendo esta proposta, entendida como uma ação de transformação que
ocorre gradativamente, que pode ser considerada uma orientação educacional
voltada tanto para o mercado profissionalizante como para o crescimento do
individuo, ou seja, a educação também contribui para o sucesso do profissional do
indivíduo.
Segundo Freire (2004, pg.), a educação ensina, exige a aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação, desta forma, devem-se observar os alunos como seres empenhados em buscar o conhecimento como meio de transformação intelectual e social.
Sobre a concepção de trabalho educativo, Saviani (1995, p. 17) analisa:
O trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana pra que eles se tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo.
Considera-se que a forma como o educador atua no processo de ensino
pode auxiliar a transformação dos indivíduos, como também, modificar a realidade
social em que eles vivem e convivem. Entre o educador e o educando deve existir
uma comunicação mútua, e eficaz, capaz de despertar em quem esta sendo
ensinado o interesse pela mudança. “O educador que escuta aprende a difícil lição
de transformar o seu discurso, às vezes necessário, ao aluno, em uma fala com ele”.
(FREIRE,1996).
Portanto, ressalta-se a extrema importância em termos no âmbito do
campo de ensino em saúde, uma base teórica que possa nos subsidiar para uma
prática profissional crítica e comprometida, e que principalmente conduzam os
profissionais a terem práticas saudáveis.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) 2005, afirma que "os objetivos da educação em saúde é desenvolver nas pessoas o senso de responsabilidade pela sua própria saúde e pela saúde da comunidade a qual pertençam, e a capacidade de participar da vida comunitária de uma maneira construtiva".
Dentro do contexto que envolve o processo ensino em saúde, é preciso
conhecer a melhor didática a ser desenvolvida, com instrumentos que auxiliem e
possibilitem o pensar do indivíduo, contribuindo para seu desenvolvimento
intelectual, e consequentemente melhorar seu empenho profissional.
Pereira (2003, p.58), reconhece a educação e a saúde como espaços de produção de práticas e conhecimentos determinantes do desenvolvimento das potencialidades humanas, não limitadas ao campo da saúde, mas ampliadas para o campo social.
Percebe-se que o processo de ensino deve estar atrelado à participação
dos alunos, propondo uma nova qualidade de cidadania que inclui os indivíduos
como sujeitos sociais ativos.
O ensino deve ser desenvolvido de modo a abranger as reais
necessidades e contextos das atividades dos indivíduos e seus conhecimentos,
procurando aprimorar as ações desenvolvidas por eles.
PINTO (2006, pg.96) Afirma que “a educação tem sido considerada como
elemento propulsor do desenvolvimento de uma nação, e seu papel na formação de
cidadãos é essencial”.
Entende-se portanto, que a educação implica em compartilhamentos de
ações, os quais levam em consideração as disposições, hábitos dos agentes, e
sobre tudo em concebe os agentes realmente como sujeitos de aprendizagem,
envolvendo os indivíduos em sua totalidade, considerando suas diferenças e
singularidades.
Por isso, a importância do o processo de ensino dentro do ambiente de
saúde. O profissional atuante na área da saúde deve ser despertado para o
desenvolvimento de uma visão globalizada e crítica sobre as necessidades de
mudanças, e, sobretudo, estar envolvido com esta mudança.
Neste contexto, considera-se que o ensino em saúde não deve ser um
processo de persuasão que almeje a mudança de comportamento do indivíduo, mas
uma estratégia pedagógica que se baseia na troca de conhecimentos entre
profissionais de saúde e outros indivíduos, com vista ao aumento das
potencialidades do indivíduo e da coletividade, condição essencial para a mudança
social.
Sanches (1995, p.33) aborda que a intervenção no processo saúde doença para uma boa prática educativa é preciso considerar alguns aspectos. Por sua vez, ações educativas podem ser entendidas pelas práticas de ensino-aprendizagem desenvolvidas junto à população com a finalidade de debater e promover a tomada de decisão em relação a atitudes e práticas de saúde, num processo reflexivo e crítico de ambos os atores, docentes e discentes.
Pode-se dizer que faz parte da construção do conhecimento dentro do
contexto da assistência da saúde, orientar, motivar, conscientizar e informar
permanentemente a todos os envolvidos sobre os riscos que os envolvem,
principalmente aqueles relacionados a procedimentos quanto ao manejo, e descarte
dos resíduos sólidos.
Dessa forma, os programas educativos desenvolvidos em ambientes de
saúde devem se apoiar em instrumentos de comunicação e sinalização, fazendo
com que o trabalhador reflita sobre seus hábitos, que geralmente o acompanham
por toda uma vida, e que na maioria das vezes acredita ser o certo.
Percebe-se, que na prática, o ensino em saúde constitui uma fração das
atividades técnicas voltadas para a saúde, prendendo-se especificamente à
habilidade de organizar logicamente o componente educativo de programas que se
desenvolvem com objetivo único, no entanto a realidade nos conduz a práticas
voltadas para o âmbito mais abrangente, ou seja, a necessidade de termos vários
objetivos e atingirmos profissionais diversos.
Nesse contexto a busca da saúde de forma integral, o ensino em saúde
tem um significado muito importante por colaborar na reorientação das práticas e
saberes dos profissionais, trazendo como resultado a melhoria da qualidade de vida
e do fortalecimento dos sujeitos.
Em sentido amplo, a saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. Sendo assim, é principalmente resultado das formas de organização social, de produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida (BRASIL, 2004, p.4).
Desta forma a saúde passou a ser, também, critério de cidadania, sendo
entendida em sentido mais amplo, como componente da qualidade de vida. Um bem
comum, e um direito social, considerando um exercício da cidadania, sendo
adquirido através de educação, visando desta forma o favorecimento de orientações
para a mudança de condutas, tomadas de decisões, estratégias e ações.
De acordo com Porto (2003, p.192-206) “A saúde, portanto deve ser encarada como um conceito dinâmico, multidimensional, qualitativo e evolutivo, envolvendo potenciais de realização humana em suas esferas psíquicas, e espirituais, sendo objeto de permanente negociações e eventuais conflitos na sociedade e, dependendo de como os valores e interesses se relacionam nas estruturas de poder e distribuição de recursos existentes”.
Conforme preconiza a RDC/ANVISA no 306/04, os serviços geradores de
Resíduos Sólidos de Saúde (RSS), devem manter um programa de educação
permanente, independente do vínculo empregatício dos profissionais.
Nessas concepções de educação, saúde e educação em saúde, os
profissionais enfermeiros devem nortear suas práticas, tendo um papel de defensor-
facilitador para os grupos sociais com os quais interagem e que necessitam de
mudanças sociais.
Diante do exposto, expressa-se a importância de fazer com que
indivíduos resgatem a sua cidadania, colocando-a em evidência na promoção da
saúde, pois para FREIRE (1997), “A educação aumenta o poder do homem sobre a
natureza e, ao mesmo tempo, busca conformá-lo, enquanto indivíduo, aos objetivos
de progresso e equilíbrio social da coletividade a que pertence”.
2.2. O PAPEL DO ENFERMEIRO EDUCADOR:
A enfermagem é uma profissão secular, a qual ao longo de sua trajetória
passou por diversas fases, contudo os que exercitam a profissão estão sempre em
busca por melhores condições de trabalho, bem como a melhoria da qualidade da
assistência prestada.
O surgimento da enfermagem moderna no Brasil, e do profissional
enfermeiro está diretamente vinculado ao trabalho da enfermagem numa dimensão
educativa. Baseando nessa afirmativa, considera-se que uma forma de estratégia
para a mudança, se faz através do ensino.
Para instituir o ensino em saúde como medida eficaz de intervenção no
processo saúde doença e para estabelecer uma prática educativa satisfatória, como
enfatiza Silva (2004, pg.67), é imprescindível conhecer a realidade dos indivíduos
com as quais se deseja realizar uma ação educativa bem como suas
potencialidades e suscetibilidades avaliadas em um âmbito holístico.
De acordo com Cruz (2006, p. 3) “a enfermagem é a arte em que se pode desenvolver uma técnica para prestar um cuidado adequado e com qualidade. Uma ciência em que os princípios fundamentais do cuidado de enfermagem relacionam-se ao conhecimento de outras ciências”.
Percebe-se a grande responsabilidade de todos os envolvidos na
assistência a saúde, e a importância da atuação dos profissionais de saúde no
âmbito prático, mas não sem o embasamento teórico.
A assistência de enfermagem envolve atividades que variam desde
aquelas consideradas extremamente simples até as mais complexas, exigindo
funcionários com diferentes níveis de conhecimentos e habilidades para a sua
execução.
Observa-se na Lei no 7498 de 25 de julho de 1986, que dispõe sobre o
exercício profissional de enfermagem, e é regulamentado pelo decreto no 94406, de
08 de Junho de 1987. Em seu art. 2o, parágrafo único: A enfermagem é exercida
privativamente pelo enfermeiro, pelo técnico de enfermagem, pelo auxiliar de
enfermagem.
Sendo desta forma, distribuídos nas seguintes atribuições:
- Enfermeiro: de nível superior, com diploma de graduação em Enfermagem.
Assume a responsabilidade da equipe, supervisionando, coordenando, planejando,
determinando e implementando as ações de enfermagem.
- Técnico de Enfermagem: profissional de nível médio, com diploma de técnico de
enfermagem, auxilia o enfermeiro no planejamento, coordenação, supervisão e
implementação de enfermagem, prestando o cuidado de nível auxiliar para clientes
graves, que necessitam de cuidados complexos.
- Auxiliar de enfermagem: profissional de Nível fundamental, com diploma de auxiliar
de enfermagem, que presta cuidados de nível auxiliar nas ações básicas e de menor
complexidade.
Dentre estes profissionais que desempenham um significativo papel na
assistência, nas relações entre seres humanos, na sociedade, na pesquisa, na
saúde, e na educação, encontra-se o enfermeiro.
Este, com diversas funções, ainda lhe cabe o papel de promover a
formação, seja no aspecto individual ou coletivo, considerando os problemas que
envolvem a saúde, oportuniza com isso, uma promoção de saúde evidenciando
atitudes saudáveis no modo de se viver.
Torna-se relevante citar que na medida em que ocorreu a mudança social
com papel da profissão, o enfermeiro começou a se destacar e tomou outras
proporções como educador. Essas transformações nas estratégias pedagógicas
estão respaldadas na Resolução do Conselho Nacional de Educação/Câmara de
Educação Superior (CNE/CES) Nº. 3, de 07 de novembro de 2001, que institui as
Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação em Enfermagem.
As primeiras profissões que tiveram suas diretrizes regulamentadas pelo
Conselho Nacional de Educação (CNE/CES), por meio de Resolução, foram as do
campo da saúde, exigindo um novo perfil profissional mais sintonizado com
competências que ultrapassam a excelência técnica, e incluem as dimensões
socioeconômicas e culturais para enfrentar os problemas de saúde da população,
nas esferas individual e coletiva, e não apenas na hospitalar.
"As inovações que adivinhamos próximas se materializam pelo reconhecimento de formas alternativas de saberes e experiências, nas quais imbricam objetividade e subjetividade, senso comum e ciência, teoria e prática, cultura e natureza, anulando dicotomias e procurando gerar novos conhecimentos mediante novas práticas. Essas inovações, entendidas como ruptura paradigmática, exigem dos professores reconfiguração de
saberes e favorecem o reconhecimento da necessidade de trabalhar no sentido de transformar” (SANTOS 2002, p.346).
A formação do professor de enfermagem deve ser consolidada com base
no domínio de conhecimentos científicos e na atuação investigativa no processo de
ensinar e aprender, recriando situações de aprendizagem por investigação do
conhecimento de forma individual ou coletiva, com o propósito de valorizar a
avaliação diagnóstica dentro do universo cognitivo e cultural dos indivíduos, os quais
ele se dispõe a ensinar.
“A necessidade de educar pessoas para mudanças de comportamento a fim de prevenir às complicações das doenças levou a comunicação articular-se às práticas de educação em saúde, fornecendo um instrumental mais “adequado” para alcançar as desejadas mudanças de comportamento das pessoas" (TEIXEIRA 1996, p. 163).
Dessa forma, o enfermeiro tem todo o respaldo legal para atuar e
direcionar as estratégias de ensino dentro do ambiente hospitalar, para que haja a
transformação intrínseca no individuo, tanto na prática, como em teoria.
Ressalta-se que o enfermeiro, pertencente a equipe multidisciplinar
responsável por esta atividade, e deve assegurar uma abordagem unificada e
coerente com as vivências do indivíduo/grupo.
A autora enquanto enfermeira aborda a importância da atuação do
enfermeiro como o transmissor do conhecimento dentro do ambiente de saúde,
principalmente dentro do convívio dos profissionais de serviço gerais, por acreditar
que estes profissionais merecerem uma atenção especial, pois estão
constantemente envolvidos em situações de riscos, as quais muitas das vezes
desconhecem.
A educação pode auxiliar no desenvolvimento do indivíduo, de maneira a
construir pensamentos autônomos e críticos nas diferentes ocasiões da vida
(PEREIRA, 2003).
Sobre o ato de educar e treinar, Lima (1996, p. 87) resgata a historicidade
o papel do enfermeiro como educador em saúde.
“Os agentes de enfermagem enquanto agentes do processo de trabalho em saúde têm desempenhado um papel importante na questão da educação e saúde. O surgimento da enfermagem moderna no Brasil, e do profissional enfermeiro está diretamente vinculado ao trabalho da enfermagem numa dimensão educativa, já que as enfermeiras foram formadas na finalidade de
suprir a falta de um profissional envolvido com as atividades educativas sanitárias, iniciadas por médicos sanitaristas na década de 1920”.
Atualmente, os enfermeiros estão assumindo o papel de educadores
utilizando-se de ações educativas em saúde, num contexto abrangente tanto no
processo de trabalho individual, como no coletivo. Deste modo, a educação em
saúde, permite uma educação contínua aumentando, consequentemente, a
interação entre os indivíduos. No modelo individual essas ações se voltam para o
desenvolvimento do individuo e no modelo da saúde coletiva há preocupação com a
cidadania (LIMA ,1996).
No cotidiano da prática de enfermagem, é evidenciada a necessidade de embasamentos das ações educativas que se direcionam, tanto para o modelo individual do cuidado quanto para o coletivo, enfatizando que os critérios de validade do conhecimento, que passam pelo debate teórico e técnico, devem ser permeados pelas questões de prática social no campo da saúde, portanto, confirmados através de dados resultantes de um processo investigativo junto às práticas cotidianas (CASATE, 2005, p. 24).
Sobre a educação permanente em saúde pode-se destacar que, constitui
estratégia fundamental às transformações do trabalho no setor para que venha a ser
lugar de atuação crítica, reflexiva, propositiva, compromissada e tecnicamente
competente. Assim, enfatiza-se aqui que encontra-se na resolução do Conselho
Federal de Enfermagem - Cofen-303/2005, dentre as suas atribuições, que cabe ao
enfermeiro a responsabilidade de treinar e orientar sua equipe sobre cuidados e
principalmente no que relaciona a biossegurança.
Utilizando-se de estratégias de ensino, o enfermeiro possibilita reflexão
crítica sobre as condutas empregadas, ponderação de informações e meios
didáticos propícios. Utilizando-se da educação permanente em saúde como
instrumento de promoção à saúde, com possibilidades de acompanhamento do
profissional envolvido.
Além disso, a educação permanente realizada pelo enfermeiro no
ambiente de saúde contribui para práticas saudáveis e transformadoras, com
perspectivas de uma melhor qualidade de vida.
2.3 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE:
Quando se fala em educação, logo nos reportamos para a sala de aula,
da qual se se utiliza um espaço pré-destinado ao ensino transmitido entre professor
e aluno, com mesas e cadeiras, uma educação considerada tradicional, mas não é
só na escola que se aprende. Aprende-se em qualquer lugar que estamos dispostos
a aprender, e estamos constantemente aprendendo.
No ambiente de trabalho, também é um lugar gerador de aprendizado, é
sempre promissor estarmos atualizados, isto nos faz indivíduos e profissionais
diferenciados, pois estamos nos aperfeiçoando nas nossas atividades.
Por isso se faz necessário à educação permanente no ambiente de
trabalho, sendo esta uma estratégia de transformação profissional.
Para Silva et al (1989, p.39): “ Educação em serviço é um conjunto de
práticas educacionais planejadas com a finalidade de ajudar o funcionário a atuar
mais efetiva e eficazmente, para atingir diretamente os objetivos da instituição”.
Hoje, com as evoluções técnicas, pelas quais tem passado o ramo da
saúde, notadamente o hospitalar, os procedimentos e as qualificações profissionais,
nos leva a busca de ações que contribuem para o desempenho das atividades
desenvolvidas, e ao mesmo tempo em que favoreçam a qualidade de vida do
profissional, como também da assistência prestada.
A educação permanente pode, e deve ser adaptadas às necessidades,
capacidades, interesses e conhecimentos de cada indivíduo, devendo, portanto, esta
ação ser estruturada e sistematizada, de forma que se adapte a cada instituição
hospitalar.
Assim, busca-se através da educação permanente em saúde um melhor
controle sobre as condições de trabalho, para que estes ambientes se tornem mais
saudáveis, tanto para o profissional, quanto para os outros indivíduos envolvidos.
Para Souza (2002, p.73) “A qualidade de vida no trabalho dialoga noções
como motivação, satisfação, saúde e segurança, envolvendo discussões sobre
organização e novas tecnologias”.
Neste sentido entende-se que a educação permanente não só beneficia o
profissional envolvido no processo de aprendizagem, como há probabilidade de
transformação no meio em que está inserido.
Segundo Silva et al (1989, p. 9 e 10), a educação permanente deve ser entendida como conjunto de práticas educacionais planejadas no sentido de promover oportunidades de desenvolvimento do funcionário, com a finalidade de ajudá-lo a atuar mais efetivamente e eficazmente na sua vida institucional. ... a educação permanente está voltada para melhorar ou atualizar a capacidade do indivíduo, em função das necessidades dele próprio e da instituição em que trabalha.
Atualmente, é fundamental que qualquer instituição de saúde tenha
projetos de educação permanente para os profissionais, pois é através deles que
estes indivíduos se desenvolvem, e simultaneamente promove mais qualidade para
o campo de trabalho.
De acordo com a legislação vigente, os serviços de saúde geradores de
RSS- Resíduos Sólidos de Saúde devem manter um programa de educação
permanente, independente do vínculo empregatício existente, para que seus
empregados recebam as orientações adequadas sobre os procedimentos, normas e
rotina da instituição. E os profissionais em discussão neste estudo, se reportam aos
que executam serviços gerais.
Os trabalhadores que realizam a limpeza dos estabelecimentos de assistência à saúde devem ser treinados, antes de iniciar suas atividades e de forma continuada, em relação aos princípios de: higiene pessoal, infectologia, sinalização, rotulagem preventiva, advertência de riscos e tipos de EPI, seu uso correto e acessibilidade em situações de emergência (NR 32, art 32.10.13).
Desta forma, cabe ao empregador oferecer treinamento inicialmente e
prosseguir com a educação permanente, direcionados aos trabalhadores que
executam atividades em unidades de saúde nos seguintes assuntos:
• segregação, acondicionamento e transporte dos resíduos;
• definições, classificação e potencial de risco dos resíduos;
• sistema de gerenciamento adotado internamente no estabelecimento;
• formas de reduzir a geração de resíduos;
• conhecimento das responsabilidades e de tarefas;
• reconhecimento dos símbolos de identificação das classes de resíduos;
• conhecimento sobre a utilização dos veículos de coleta;
• orientações quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI.
Destaca-se a finalidade da NR - Norma Regulamentadora, que é
estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à
segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à
saúde em geral.
Para fins de aplicação da NR - Norma Regulamentadora entende-se por
estabelecimentos de assistência à saúde, qualquer edificação destinada a
prestação de assistência à saúde da população, em qualquer nível de
complexidade, em regime de internação ou não.
Para tanto se faz necessário que o empregador assegure ao trabalhador
treinamento adaptado à evolução do conhecimento e a identificação de novos riscos
biológicos incluindo, no mínimo, todos os dados disponíveis sobre:
a) riscos potenciais para a saúde;
b) precauções para evitar a exposição aos agentes;
c) normas de higiene;
d) utilização dos equipamentos de proteção coletiva, individual e das vestimentas;
e) medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de ocorrência de
incidentes e acidentes;
f) medidas para a prevenção de acidentes e incidentes;
Na educação permanente, devem estar imbuídos do espírito de
transparência e de suprir a necessidade da instituição, objetivando orientar os
trabalhadores, sendo incluído neste contexto o manuseio, armazenamento,
transporte, e descarte de resíduos sólidos de saúde.
Todos os profissionais devem ser treinados para as atividades que
exercem através da promoção em educação permanente, relacionada a atividades
que envolvem; como: palestras e cursos, para que sejam sensibilizados e se tornem
células multiplicadoras em seus ambientes de trabalho. Em relação à afirmativa
Souza et al.(1991, p.16) ressalta:
Os serviços, por sua vez, tentando adequar estes profissionais às demandas que necessitam, propõem processos educativos para aprimorarem o trabalho através da preparação dos seus agentes, no sentido de dar respostas às necessidades específicas de formação, manutenção, recuperação e reabilitação de saúde, frente a posicionamentos políticos-ideológicos distintos.
A comprovação da educação permanente deve ser mantida no setor onde
são desenvolvidas as atividades laborativas, à disposição da inspeção do trabalho, e
deve contemplar dentre os temas abordados, a biossegurança, pois é vista como
uma ação educativa, e como tal pode ser representada por um processo de ensino,
como aquisição de conhecimentos.
2.4 BIOSSEGURANÇA:
Nos dias atuais, não é aceitável, dentro dos padrões éticos estabelecidos,
dos paradigmas da qualidade da assistência e da qualidade de vida, que qualquer
profissional da saúde receba sua credencial para realizar suas atividades laborais,
sem ter uma base em prevenção, sem ter preparo, pois estes trabalhadores estão
expostos a diversos riscos em seu ambiente de trabalho, podendo acarretar sérios
problemas.
É possível promover a redução do número de acidentes no ambiente de trabalho quando o treinamento e educação continuada são itens constantes no calendário dos profissionais. O uso correto dos materiais e equipamentos, o desenvolvimento das técnicas conforme padronizado diminui as chances de algo dar errado, pondo em risco a integridade e manutenção da saúde do profissional de enfermagem e de terceiros
(RIBEIRO E SHIMIZU, 2007, p. 340).
Neste contexto, a biossegurança é um fator relevante na vida dos
profissionais que executam atividades laborativas dentro de um ambiente de
atenção a saúde, visto que, estes profissionais estão expostos a materiais biológicos
potencialmente contaminados, principalmente os que desenvolvem suas atividades
em áreas críticas dos hospitais, por estarem mais suscetíveis a acidentes
envolvendo material biológico, químico, físicos, ergonômicos e psicossociais, dentro
deste contexto enfatizam-se os profissionais de serviços gerais.
Na manipulação de diversas substâncias químicas, o profissional da saúde se expõe a diversos riscos. Medicações, soluções desinfetantes, desincrostantes ou esterilizantes, anti-sépticos, quimioterápicos, gases analgésicos, ácidos para tratamento dermatológicos, contato com materiais de borracha (látex) e etc. Além do ambiente, geralmente pouco ventilado, a falta do EPI ou o não uso dele, ainda há o fato dos profissionais não terem o treinamento necessário para proceder à limpeza, desinfecção e a
esterilização ou mal empregar as precauções padrão (RIBEIRO E SHIMIZU, 2007, p. 535-540).
Vários são os conceitos de biossegurança que encontramos na literatura,
dentre eles está o da FIOCRUZ (2005), que diz ser a condição de segurança
alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou
eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana,
animal e vegetal e o meio ambiente”.
“É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos” (Comissão de Biossegurança – FIO CRUZ, 2005, p.102).
Como pode se constatar a biossegurança pode se apresentar como
ciência, conduta, conjunto de ações. Tais definições trazem como ponto comum,
implícita ou explicitamente, a noção de controle dos riscos, ou seja, de uma forma
geral todas concordam que biossegurança é a prevenção do acidente, eliminando-se
o risco eminente.
Pode-se afirmar que o conceito de biossegurança implica em uma
abordagem técnico-científica do risco, segundo a qual o risco é entendido como
"uma realidade objetiva, que pode ser medida, controlada e gerenciada". A
perspectiva técnico-científica considera que os riscos podem ser avaliados e
controlados de maneira exclusivamente científica.
Sendo assim, as discussões e conflitos envolvendo o tema biossegurança
estão ligados basicamente a uma avaliação técnico-científica dos riscos. Tal
perspectiva não oferece respostas completas e adequadas a questões fundamentais
relacionadas ao risco, pois nem sempre o individuo envolvido entende o que é risco,
portanto, tornando-se urgente e necessária a confrontação das diversas noções de
riscos, subjacentes ao debate sobre biossegurança.
Por isso, a adoção de normas de biossegurança no trabalho em saúde é
condição fundamental para a segurança dos trabalhadores, qualquer que seja a área
de atuação, pois os riscos estão sempre presentes.
Cassete (2005, p.78) ressalta que as propostas de mudanças ainda
envolvem o repensar a formação dos profissionais que ainda é centrado
predominantemente no aprendizado técnico racional e individualizado.
De acordo com a legislação do Brasil, quando falamos em Biossegurança,
temos que conhecer as suas duas facetas:
A Biossegurança Legal, alicerçada pela Nova Lei de Biossegurança (nº
11105, de 2005), cujos focos são os riscos relativos às técnicas de manipulação de
OGM´s ou Organismos Geneticamente Modificados. Esta lei estabelece normas para
o uso dessas técnicas de engenharia genética e liberação para o meio ambiente de
organismos geneticamente modificados, definindo responsabilidades civis e
institucionais.
A Biossegurança Aplicada: O Ministério da Saúde, através da Portaria nº
343, de 2002, cria a Comissão de Biossegurança em Saúde. Esta portaria trata da
biossegurança que esta relacionada com os riscos decorrentes dos organismos não
geneticamente modificados e dos riscos químicos, físicos, ergonômicos, biológicos e
acidentais que podem ocorrer nos estabelecimentos de saúde.
Sobre riscos, podemos ressaltar que é a probabilidade da ocorrência de
um dano, que pode se manifestar a qualquer momento em nossas vidas, mas que
na maioria das vezes pode ser evitável.
Quando um risco se materializa sob a forma de acidente, é frequente que
seja acompanhado de danos que podem ser da ordem econômica, no caso do
afastamento do empregado, acarretando prejuízos para este e para o seu
empregador, danos materiais e sociais, e em alguns casos seqüelas permanentes.
A exposição do trabalhador ao risco gera o acidente, cujas conseqüências
nesses casos tem efeito imediato, ou seja, ela se apresenta ao longo do tempo por
ação cumulativa desses eventos sucessivos. É como se a cada dia de exposição ao
risco, um pequeno acidente, imperceptível, estivesse ocorrendo. As conseqüências
dos acidentes do trabalho desse tipo são as doenças profissionais ou ocupacionais.
No ambiente de saúde, por ser um ambiente na maioria das vezes
considerado contaminado, se faz necessário uma atenção especial, pois existem
varias medidas preventivas, o que falta na maioria das vezes é conscientização por
parte de alguns profissionais, o que pode acontecer por falta de informação. Desta
forma, minimizar a ocorrência de riscos, sempre nos atentando para solucioná-los.
Por isso, a adoção de normas de biossegurança no trabalho em saúde é
condição fundamental para a segurança dos trabalhadores, qualquer que seja a área
de atuação, pois os riscos estão sempre presentes. Entre estes riscos estão, por
exemplo, a contaminação pelo HIV e hepatite B, que ainda pode ser mais alarmante
quando nenhuma medida profilática é adotada.
Os riscos aos quais somos submetidos no nosso dia a dia de trabalho,
segundo a Portaria do Ministério do Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78, são:
- riscos ergonômicos, relativos ao conforto, postura, como por exemplo,
esforços repetitivos, postura viciosa, instalações inadequadas, espaço inadequado,
- riscos físicos: radiações ionizantes, ruídos, nível de iluminação e graus
de temperatura ambiental;
- os riscos químicos; produzidos por substâncias químicas utilizadas em
ambientes hospitalares;
- os riscos biológicos: que ocorrem através da transmissão de agentes
agressores;
- os riscos por agentes acidentais: acidentes com perfuro – cortantes.
Como já citado anteriormente vimos que o estabelecimento de saúde,
sem dúvida, oferece qualitativamente e quantitativamente, grandes riscos não só
para quem ali trabalha, mas para toda a população ali assistida. Isto, sem contar o
meio ambiente em que vivemos, já que a forma de realizar o trabalho e o manuseio
inadequado de resíduos sólidos geram produtos infectados, comprometendo
inclusive a segurança da saúde pública.
Portanto, não podemos deixar de destacar de forma prioritária sobre o
manejo dos Resíduos de Serviço de Saúde (RSS), os riscos biológicos,
considerando o conceito da cadeia de transmissibilidade de doenças, que envolve
características do agente agressor, tais como capacidade de sobrevivência,
virulência, concentração e resistência, da porta de entrada do agente às condições
de defesas naturais do receptor.
O manejo dos RSS encontra-se balizado pelas Resoluções da ANVISA e
CONAMA, apontando para a obrigatoriedade de que todo gerador de resíduos de
serviços de saúde deverá elaborar e executar o Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Saúde, o PGRSS.
Para SOUZA (2002, p.65), é fundamental a conscientização e educação permanente dos profissionais proporcionando-lhes condições para um trabalho seguro, bem como a oportunidade para reflexões, discussões críticas, atualização e adoção de medidas preventivas corretas.
Para tanto, é importante colocar a biossegurança em um cenário
queépermita aos demais profissionais que atuam com prevenção e controle de
riscos ocupacionais, entenderem seus propósitos, suas contradições, e,
principalmente, sua importância como instrumento de proteção da vida, em qualquer
que seja o ambiente de trabalho.
2.5 SAÚDE DO TRABALHADOR:
Durante muito tempo a segurança e a saúde do trabalhador foram vistos
como temas que se relacionavam apenas com o uso de capacetes, botas, cintos de
segurança, e uma série de outros equipamentos de proteção individual contra
acidentes. Do intenso processo social de mudança, ocorrido no mundo nos últimos
anos, alguns aspectos contribuíram, para a relação trabalho x saúde.
Hoje, o setor de segurança e saúde no trabalho é multidisciplinar e tem
como objetivo principal a prevenção dos riscos profissionais, visando desta forma
uma melhor qualidade de vida do trabalhador.
Entende-se por saúde do trabalhador o conjunto de conhecimentos oriundos de diversas disciplinas, que – aliado ao saber do trabalhador sobre seu ambiente de trabalho e suas vivências das situações de desgaste e reprodução – estabelece uma nova forma de compreensão das relações entre saúde e trabalho e propõe uma nova prática de atenção à saúde dos trabalhadores e intervenção nos ambientes de trabalho (ABRASCO, 1990, p. 27).
No momento em que se discute a importância de ações preventivas que
contribuem na promoção ao meio ambiente, torna-se imprescindível que as
instituições de saúde, que respondem pelo seu profissional procurem as formas
possíveis para a promoção, prevenção, desenvolvendo desta forma o princípio de
consciência do cidadão.
Segundo Souza, (2002, p. 65) “A preocupação com a saúde do trabalhador de uma maneira geral, em especial com trabalhadores da saúde, vem crescendo nos últimos anos. Em decorrência disso, novos avanços e normalizações têm sido desenvolvidos para melhorar a vida das pessoas que trabalham com agentes de riscos na área da saúde”.
Em relação ao trabalho desenvolvido no ambiente hospitalar, é de suma
importância os serviços relacionados ao profissional contratado para desempenhar
atividades laborativas de serviços gerais, para tanto se faz necessário que este
profissional tenha algumas características essenciais, como: Instrução de nível
primário, experiência mínima de um ano no cargo e na área, possuir espírito de
colaboração e disciplina e condições básicas para desenvolver as atividades de sua
competência.
O profissional de Serviços gerais realiza trabalho de limpeza e conservação em geral..., utilizando os materiais e instrumentos adequados, e rotinas previamente definidas...; desenvolvendo suas atividades utilizando normas de biossegurança e/ou segurança do trabalho, executa o tratamento e descarte dos resíduos de materiais provenientes do seu local de trabalho (MELO, 2001, p. 77- 121).
Como parte integrante da equipe que compõe uma unidade hospitalar, o
profissional que desempenha atividades de serviços gerais, o que ocorre geralmente
de forma terceirizada, melhora a qualidade dos serviços prestados quando está
intimamente ligado ao treinamento de pessoal em suas diversas técnicas
operacionais, bem como ao conhecimento e utilização dos equipamentos, manuseio
de materiais e produtos de limpeza e higiene.
Sabe-se que atualmente os profissionais que desempenham atividades
relacionadas aos dos serviços gerais em ambientes hospitalares, são na maioria das
vezes contratados por terceirização.
Terceirização é a contratação de serviços por meio de empresa
intermediária, ou seja, o contratante transfere a um terceiro a execução de serviços
que poderiam ser realizados diretamente, mediante contrato de prestação de
serviços. Em outras palavras, uma empresa repassa a outra, a prestação de
serviços não essenciais, simplificando sua estrutura e a remunerando pelos serviços
prestados. A relação de emprego se dá entre o trabalhador e a empresa contratada,
e não diretamente com o contratante dos serviços.
Segundo a NR 32 (BRASIL, 2005), em casos de terceirização do serviço, a responsabilidade pela capacitação dos profissionais do Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde é solidária entre as duas empresas, contratante e contratada e, portanto, ambas têm a mesma responsabilidade e podem ser alvos de fiscalização. Mesmo que todas as atribuições relativas ao serviço terceirizado estejam descritas em um contrato de trabalho, cabe ao contratante certificar-se de que a capacitação está sendo realizada e de como é realizada. Ainda, deve colaborar quando necessário nessa capacitação, estabelecendo uma sólida parceria com verdadeira responsabilidade compartilhada.
É fundamental garantir transparência nas relações de emprego e trabalho,
é isso que deve se refletir, claramente, nas questões de saúde e segurança do
trabalhador em todas as etapas de trabalho. Além das condições adequadas é
necessário informar o trabalhador, da melhor forma possível.
De acordo com RIBEIRO (2000, p.63) “O reconhecimento dos riscos em função da negligência e/ou falta de instrução para uso adequado de EPI, manuseios dos resíduos sólidos em saúde e gerenciamento destes são fundamentais para as mudanças comportamentais necessárias ao exercício das diversas atividades profissionais no ambiente hospitalar.
Ressalta-se que na Norma Regulamentar 32 (NR 32), do Ministério do
Trabalho e Emprego, que estabelece as diretrizes básicas para a implementação de
medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de
saúde, cabendo ao empregador oferecer as condições ideais de treinamento e
promoção de saúde.
Esta Norma atinge não só os empregados próprios do Serviço de Saúde
como também os empregados das empresas terceirizadas, cooperativas,
prestadoras de serviço, enfim a todos os que trabalham na área de saúde.
Segundo a RDC 306 da ANVISA, de 07 de dezembro de 2004, todos os
profissionais que trabalham no serviço, mesmo os temporários e os que não estão
envolvidos diretamente nas atividades de gerenciamento dos resíduos devem
conhecer o sistema adotado para o gerenciamento de RSS, a pratica de segregação
de resíduos, reconhecerem os símbolos, expressões, padrões de cores adotadas,
conhecerem os locais de armazenamento, entre outros indispensáveis a completa
integração com o plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e pelos
serviços de educação permanente e o de saúde e segurança do trabalhador.
Assim não basta um ambiente estar preparado para sanear organização
em relação a recursos humanos, se não tiver os elementos envolvidos de forma
consciente dos aspectos de uma melhoria na qualidade de vida de seus
profissionais, e do meio ambiente. Ele deve estar organizado para atender também
as necessidades quanto ao correto manuseio e descarte de resíduos sólidos.
2.6 A LEI QUE REGE OS RESÍDUOS SÓLIDOS:
A partir dos anos 50, alguns países começaram a dar mais importância
para a contaminação da água subterrânea, e consequentemente estudos foram
desenvolvidos nesse campo. Como resultado, os resíduos foram classificados em
duas categorias: perigosos e não perigosos, ocorrendo neste momento uma
preocupação inicial com o meio ambiente.
O Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, órgão consultivo e
deliberativo do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, criado através da
Lei Federal nº 6.938, de 31/08/81, aprovou a Resolução Nº 05, em 05/08/93, que
dispõe sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde,
portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários, com o objetivo de controlar
a geração e disposição dos resíduos de serviços de saúde.
Desde o início da década de 90, vêm-se empregando esforços no sentido
da correta gestão, do correto gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e da
responsabilização do gerador. Um marco deste esforço foi a publicação da
Resolução CONAMA no 005/93, que definiu a obrigatoriedade dos serviços de
saúde elaborarem o Plano de Gerenciamento de seus resíduos. Este esforço se
reflete, na atualidade, com as publicações da RDC ANVISA no 306/04 e CONAMA
no 358/05.
Na área da saúde, tornou-se imprescindível a adoção de procedimentos
que visem controlar a geração e disposição dos resíduos de serviços de saúde,
principalmente devido ao crescente aumento da complexidade dos tratamentos
médicos, com o uso de novas tecnologias, equipamentos, artigos hospitalares e
produtos químicos, aliado ao manejo inadequado dos resíduos gerados, como a
queima dos resíduos a céu aberto, disposição em lixões, dentre outros.
Em 2003, foi promulgada a Resolução de Diretoria Colegiada, RDC
ANVISA no 33/03 com enfoque na metodologia de manejo interno de resíduos, na
qual se consideram os riscos envolvidos para os trabalhadores, para a saúde e para
o meio ambiente. A adoção dessa metodologia de análise de risco resultou na
classificação e na definição de regras de manejo que, entretanto, não se
harmonizavam com as orientações da área ambiental estabelecidas na Resolução
CONAMA no 283/01.
Além disso, a Resolução nº. 283/01 do CONAMA, dispõem sobre os
seguintes itens:
(a) estabelece a classificação para os resíduos produzidos nos
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, em quatro grupos (biológicos,
químicos, radioativos e comuns);
(b) determina que a administração dos estabelecimentos de saúde, em
operação ou a serem implantados, deverá elaborar um Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde - PGRSS, a ser submetido à aprovação
pelos órgãos de meio ambiente e de saúde, dentro de suas respectivas esferas;
(c) atribui responsabilidade ao gerador do resíduo, pelo gerenciamento
de todas as etapas do ciclo de vida dos resíduos, devendo o estabelecimento contar
com um responsável técnico, devidamente registrado no Conselho Profissional. Esta
responsabilidade não cessa, mesmo após a transferência dos resíduos a terceiros
para o transporte, tratamento e disposição final, conhecido como princípio da
corresponsabilidade;
(d) exige licenciamento ambiental para a implantação de sistemas de
tratamento e destinação final dos resíduos.
A RDC ANVISA Nº. 33 / 2003, de 25 de fevereiro de 2003, publicação em
Diário Oficial da União dia 05/03/2003 a prova o Regulamento Técnico para o
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Diretrizes Gerais que constam
do Anexo desta Resolução. Compete às Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais
e do Distrito Federal, em conjunto com os Órgãos de Meio Ambiente e de Limpeza
Urbana, e à Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, no que lhe for
pertinente, divulgar, orientar e fiscalizar o cumprimento desta Resolução.
A preocupação com a questão ambiental torna o gerenciamento de
resíduos sólidos um processo importante na preservação da qualidade de vida e do
meio ambiente, sendo uma questão relacionada à produção de resíduos, manuseio
e descarte correto. Tratando-se do ambiente hospitalar, acredita-se que todo resíduo
produzido é contaminado, portando todo cuidado é pouco.
Os hospitais são os responsáveis pelo correto gerenciamento de seus
resíduos, desde a sua geração até o seu destino final, atendendo à legislação
vigente (Resolução Conama nº 05 de 05/08/1993), sendo prevista a realização de
um programa denominado PGRS - Programa de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos, que descreve as ações relativas à geração, segregação, acondicionamento,
coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a
proteção à saúde pública e à qualidade do meio ambiente.
O PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduo Sólido de Saúde deverá ser elaborado por profissional de nível superior, habilitado pelo seu Conselho de Classe, com apresentação de anotação de Responsabilidade Técnica – ART, Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber (art. 5º CONAMA 358/05).
Resíduos sólidos e lixo são termos utilizados indistintamente por vários
autores, mas na linguagem cotidiana o termo resíduo é pouco empregado, de
acordo com o dicionário da língua portuguesa, lixo é aquilo que se varre de casa, do
jardim, da rua, e se joga fora, coisas inúteis, velhas, sem valor.
Ferreira (1995) Ressalta que “Resíduos é aquilo que resta de qualquer
substância, resto”.
A Resolução nº. 05/93 do CONAMA traz no seu contexto o conceito de
resíduos sólidos definido pela NBR 10.004/87 da ABNT, como:
"Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de
atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial,
agrícola, de serviços e de varrição”.
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades os tornem
inadequados para o lançamento na rede pública de esgotos, corpos d'água, ou
exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis, em face à melhor
tecnologia disponível.
No Brasil, órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária –
ANVISA e o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA têm assumido o papel
de orientar, definir regras e regular a conduta dos diferentes agentes, no que se
refere à geração e ao manejo dos resíduos de serviços de saúde, com o objetivo de
preservar a saúde e o meio ambiente, garantindo a sua sustentabilidade.
Assim, conforme Resolução CONAMA no 358 de 29 de abril de 2005, são
denominados resíduos de serviços de saúde todos aqueles resultantes de atividades
exercidas nos serviços citados abaixo, e que por suas características, necessitam de
processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio a sua
destinação final, a fim de evitar impactos negativos na sociedade.
São serviços geradores de RSS todos os relacionados com o atendimento
a saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de
trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios,
funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamento (tanatopraxia e
somato - conservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive
as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde;
centro de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos,
importadores e produtores de materiais e controles para diagnostico in vitro;
unidades movéis de atendimento a saúde; serviços de acupuntura; serviços de
tatuagem, dentre outros similares, são definidos conforme RDC 306 de 7 de
dezembro de 2004 e Resolução CONAMA no 358, artigo 1o, de 29 de abril de 2005.
É da competência da instituição hospitalar, geradora de RSS – Resíduos
Sólidos de Saúde, monitorar e avaliar seu PGRSS, pois desta forma permitirá
acompanhar a eficácia do plano implantado, e realizar as providências cabíveis, se
necessário.
2.7 RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE:
Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou como é mais comumente
denominado “lixo hospitalar ou resíduo séptico”, sempre se constituiu um problema
de grande proporção para os administradores Hospitalares, principalmente pela falta
de informação a seu respeito, gerando assim, conflitos entre funcionários.
As principais causas do crescimento progressivo da taxa de geração dos
resíduos sólidos dos serviços de saúde (RSSS) é o contínuo incremento da
complexidade da atenção medida e o uso crescente de materiais descartáveis
(SANCHES,1995).
Os Resíduos sólidos de Saúde (RSS), são resíduos gerados por serviços
prestadores de assistência médica ou veterinária, os quais possuem potencial de
risco, em função da presença de material biológico, perfurantes e/ou cortantes
potencial ou efetivamente contaminados, produtos químicos perigosos e rejeitos
radioativos.
Segundo Coelho (2000, p. 19) “Resíduos sólidos de serviços de saúde são todos os resíduos gerados por estabelecimentos prestadores de serviços de saúde: hospitais, clínicas médicas e odontológicas, laboratórios de análises clínicas e postos de coleta, ambulatórios médicos, farmácias e drogarias, unidades municipais de saúde (postos da rede pública), clínicas veterinárias e instituições de ensino e pesquisa médica, relacionados tanto à população humana quanto à veterinária”.
O manejo dos RSS encontra-se balizado pelas Resoluções da ANVISA e
CONAMA, apontando para a obrigatoriedade de que todo gerador de resíduos de
serviços de saúde deverá elaborar e executar o Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Saúde, o PGRSS.
O PGRSS tem por objetivo minimizar a sua produção e o
encaminhamento seguro e eficiente destes visando à proteção dos profissionais que
trabalham em estabelecimentos de saúde, a preservação da saúde publica, dos
recursos naturais e do meio ambiente.
A Norma Brasileira NBR-12809 sobre Manuseio de Resíduos de Serviços
de Saúde estabelece a segregação dos resíduos infectantes.
Ressalta-se que o Conselho Federal de Enfermagem – COFEN baixou a
Resolução COFEN n° 303/2005 que autoriza o enfermeiro a assumir a coordenação
como Responsável Técnico do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços
de Saúde.
Alguns autores tratam da relação entre resíduos domiciliares e resíduos
de serviços de saúde. Referindo-se a resíduos, contendo sangue e que podem ser
associados a AIDS e Hepatites.
Na concepção de Schneider et al (2004, p.24), os RSSS representam maior ameaça à saúde pública e ao meio ambiente não somente pela sua quantidade, mas pelo alto potencial de risco de propagação de doenças e, sendo assim, o seu gerenciamento necessita de maior segurança no manejo, proporcionando, ao mesmo tempo, a melhor qualidade dos serviços prestados e incentivando a redução do volume de resíduos produzidos.
Embora a principal discussão se de sobre os resíduos infecciosos,
também os resíduos químicos devem ser considerados quanto ao aspecto dos
riscos para a saúde humana e para o meio ambiente. Ácidos, solventes,
formaldeído, remédios e outros materiais perigosos podem ser encontrados tanto
nos resíduos hospitalares, quanto nos domiciliares.
A atividade hospitalar é por si só uma fantástica empresa geradora de
resíduos, inerente à diversidade de atividades que por ela são desenvolvidas. Não
raro lhe são atribuídas à culpa por casos de infecção hospitalar e outros males.
Os resíduos perigosos gerados nos estabelecimentos de saúde
representam um grave problema patogênico e a ineficiência de seu manejo, a
segregação inadequada e a falta de tecnologia para seu tratamento e disposição
final, constituem um risco para a saúde da comunidade hospitalar e da população
em geral, a falta de informação adequada a respeito faz com que na maioria das
vezes os resíduos sejam ignorados.
Na literatura, encontramos definição de lixo: “tudo o que não presta e se
joga fora. Coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor”.
O resíduo é definido: “aquilo que resta de qualquer substância, restos, produzidos em unidades de prestação de cuidados de saúde, incluindo as atividades de médicas de diagnósticos, tratamento e prevenção da doença em seres humanos, e ainda das atividades de investigação relacionadas. FERREIRA ET AL (1995: BRASIL 2006).
As consequências da falta de informações e indefinições são observadas
pela carência de modelos de resíduos do serviço da saúde, pois uma parte
considerável das organizações hospitalares desconhece os procedimentos básicos
no manejo dos resíduos.
No contexto atual, as opiniões divergentes sobre o risco de periculosidade dos RSS, na sua maioria, são direcionadas à ausência de fatos que comprovem que esses resíduos causem doenças nas pessoas que desenvolvem atividades nos serviços de saúde (SILVA, 2001, p.146).
Torna-se importante destacar os muitos casos de acidentes com
funcionários, envolvendo perfurações com agulhas, lâminas de bisturi e outros
materiais denominados perfuro - cortantes. O desconhecimento faz com que o
chamado "lixo hospitalar", cresça e amedronte os colaboradores e clientes das
instituições de saúde.
Quando a formação profissional não abranger os conhecimentos
necessários, este poderá ser assessorado por equipe de trabalho que detenha as
qualificações correspondentes.
2.7.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE:
A Classificação dos RSS (Resíduos de serviços de saúde), objetiva
destacar a composição dos resíduos segundo as suas características biológicas,
físicas, químicas, estado da matéria e origem, para o seu manejo seguro.
Resíduos sólidos constituem aquilo que genericamente se chama lixo:
materiais sólidos considerados sem utilidade, supérfluos ou perigosos, gerados pela
atividade humana, e que devem ser descartados ou eliminados.
Os resíduos sólidos são todos os restos sólidos ou semi-sólidos das
atividades humanas ou não-humanas, que embora possam não apresentar utilidade
para a atividade fim de onde foram gerados, podem virar insumos para outras
atividades.
Em relação à gestão de resíduos hospitalares, convém citar que essa
atividade é igualmente abrangida pela legislação sobre avaliação de impacto
ambiental, sobre incineração de resíduos:
O Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente, no Art. 3º da
Resolução/Conama nº 6, de 19 de setembro de 1991, define as normas mínimas
para tratamento de resíduos sólidos em serviços de saúde. Dentro deste contexto e
considerando a necessidade de se definir procedimentos mínimos para o
gerenciamento desses resíduos, com vistas a preservar a saúde pública e a
qualidade do meio ambiente, o art. 1º da Resolução define:
Resíduos Sólidos: São resíduos, nos estados sólidos e semi-sólidos, que
resultam de atividades de origem hospitalar. Consideram-se incluídos nesta
definição líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede
pública de esgotos ou exijam para isso técnicas economicamente inviáveis em face
da melhor tecnologia disponível.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: São documentos
integrantes do processo de licenciamento ambiental, que apontam e descrevem as
ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, contemplando os aspectos
referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento,
transporte, tratamento e disposição final, bem como proteção à saúde pública.
Resíduo Sólido Infectante: São resíduos que apresentam risco potencial à
saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos.
Resíduo Sólido Comum: São resíduos que não apresentam risco à saúde
pública e ao meio ambiente.
Há diferentes legislações que classificam de forma diferenciada os
resíduos sólidos de serviços de saúde. Temos Resolução CONAMA nº 5/93 do
Ministério do Meio Ambiente, as normas da ABNT– Associação Brasileira de Normas
Técnicas. A RDC nº33 entrará em vigor em 15.07.2004, sendo esta a legislação que
os geradores de “RSS” estarão buscando se adequar. Os Resíduos Sólidos de
Saúde, quanto aos riscos potenciais poluidores do meio ambiente e prejudiciais à
saúde pública são agrupados em classes com termos técnicos, essa definição está
conforme a RDC nº 33, e será o que passará a vigorar a partir de julho/2004, a
saber:
Grupo A – Potencialmente Infectantes – resíduos com a possível
presença de agentes biológicos que por suas características de maior virulência ou
concentram, podem apresentar risco de infecção.
A 1 – culturas e estoques de agentes infecciosos de laboratórios industriais e de
pesquisa; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados,
descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e
instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas;
resíduos de laboratório de engenharia genética.
A 2 – bolsa de sangue ou hemocomponentes com volume residual superior a 50 ml;
kits de aférese.
A3 – peças anatômicas(tecido, membros e órgãos) do ser humano, que não tenham
maior valor científico ou legal, e/ou quando não houver requisição prévia pelo
paciente ou seus familiares; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso
menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 cm ou idade gestacional menor
que 20 semanas, que não tenham mais valor científico ou legal, e/ou quando não
houver requisição prévia pela família.
A 4 – carcaças, peças anatômicas e vísceras de animais provenientes de
estabelecimentos de tratamento de saúde animal, de universidades, de centros de
experimentação, de unidades de controle de zoonoses e de outros similares, assim
como camas desses animais e suas forrações.
A 5 – todos os resíduos provenientes de pacientes que contenham, ou sejam
suspeitos de conter agentes Classe de Risco IV, que apresentam relevância
epidemiológica e risco de disseminação.
A 6 – kits de linhas arteriais endovenosas e dialisadores, quando descartados.
Filtros de ar e gases oriundos de áreas críticas.
A 7 – órgãos, tecidos e fluídos orgânicos com suspeita de contaminação com
proteína priônica e resíduos sólidos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou
animais com suspeita de contaminação com priônica (materiais e instrumentais
descartáveis, indumentária que tiveram contato com os agentes acima identificados)
o cadáver, com suspeita de contaminação com proteína priônica, não é considerado
resíduo.
Grupo B – químicos – resíduos contendo substâncias que apresentem
risco a saúde pública ou ao meio ambiente, independente de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxidade.
B1 – resíduos dos medicamentos ou dos insumos farmacêuticos quando vencidos,
contaminados, apreendidos para descarte, parcialmente utilizados e demais
medicamentos impróprios para consumo, que oferecem risco.
B2 – resíduos dos medicamentos ou dos insumos farmacêuticos quando vencidos,
contaminados, apreendidos para descarte, parcialmente utilizados e demais
medicamentos impróprios para consumo, que , em função de seu princípio ativo e
forma farmacêutica, não oferecem risco.
B 3 – resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela
Portaria MS 344/98 e suas atualizações:
B 4 – saneantes, desinfetantes e desinfectantes.
B 5 – substâncias para revelação de filmes usados em Raios X.
B 6 – resíduos contendo metais pesados.
B 7 – Reagentes para laboratório, isolados ou em conjunto.
B 8 – outros resíduos contaminados com substâncias químicas perigosas.
Grupo C – rejeitos radioativos – são considerados rejeitos radioativos
quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham
radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados na
norma CNEN-NE-6.02.
Licenciamento de Instalações Radiativas e para os quais a reutilização é imprópria
ou não prevista.
Grupo D – resíduos comuns – são todos os resíduos gerados nos
serviços abrangidos por esta resolução, que por suas características, não
necessitam de processos diferenciados relacionados ao acondicionamento,
identificação e tratamento, devendo ser considerados resíduos sólidos urbanos –
RSU.
Grupo E – perfurocortantes – são os objetos e instrumentos contendo
cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas, capazes de cortar ou
perfurar.
A RDC nº 33 está em discussão, pois estabeleceu regras nacionais sobre
o acondicionamento e tratamento do lixo hospitalar. A Resolução apresenta uma
abordagem intra-estabelecimento do gerenciamento dos resíduos gerados em
serviços de saúde, orientando os responsáveis pelo Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Serviços de Saúde das opções para conduzir o gerenciamento dos
estabelecimentos. A principal mudança representa a introdução dos gestores de
saúde na fiscalização do gerenciamento de resíduos, com norma específica editada
pela área da saúde e determina a fiscalização pelos órgãos de vigilância sanitária do
cumprimento das normas.
3. DESENVOLVIMENTO METODOLOGICO DO ESTUDO:
A metodologia do estudo baseia-se em revisão de literatura, embasada
em conteúdos exploratórios e relevantes, e por conteúdos com disponibilização de
artigos e periódicos em sites, entre os anos de 2011 a 2013, contribuindo para o
processo de conclusão, e consequentemente na elaboração de um manual técnico,
visando esclarecer e estabelecer os riscos eventuais que estes representam à saúde
do ser humano, e ao meio ambiente. Alguns autores definem revisão de literatura
como uma tomada de contas sobre o que foi publicado acerca de um tópico
específico.
“A pesquisa bibliográfica contribuirá para obter informações sobre a situação atual do tema pesquisado; conhecer publicações existentes sobre o tema e os aspectos que já foram abordados; verificar as opiniões similares e diferentes a respeito do tema ou de aspectos relacionados ao tema da pesquisa” (SILVA e MENEZES, 2001, p. 38).
Ressalta-se que neste tipo de investigação, o material para a
consolidação deve ter sido publicado, sendo constituído principalmente de livros,
artigo, periódicos e, atualmente materiais disponibilizados na internet. Para este
estudo, foram utilizadas como fontes de pesquisas, as bases de dados de diversos
sites de artigos acadêmicos.
Referente às literaturas pesquisadas que contribuíram para o
desenvolvimento deste trabalho, `as relacionadas ao tema saúde e educação, foram
selecionadas, as que compreendem os anos entre 1989 a 2007. Os artigos e
periódicos envolvendo educação, saúde, enfermagem, trabalhadores terceirizados,
os anos compreendidos entre 1997 a 2010. As literaturas pertinentes ao manual de
Resíduos Sólidos em Saúde, os anos vigentes entre 1998 a 2011.
Destaca-se também, a busca por sites do Ministério da Saúde- MT, Fio
Cruz, Agencia Nacional de Saúde- ANVISA, onde se encontra as RDC.
Considera-se que a transmissão de informação favoreça a aquisição de
conhecimentos dos profissionais de serviços gerais, acerca do manuseio e descarte
dos resíduos sólidos em ambientes de saúde.
Os profissionais da área de saúde, bem como os funcionários que
manuseiam os resíduos, são os potenciais alvos das infecções. Considerando o
exposto e os objetivos propostos neste estudo de minimizar estes riscos para os
profissionais de serviço gerais, se propôs confeccionar um produto com a
denominação de manual técnico para ser empregado em dos ambientes de atenção
à saúde, o qual será disseminado por um profissional enfermeiro, para capacitar e
orientar profissionais de serviços gerais, durante o desenvolvimento de suas
atividades laborais.
Em relação ao manual, pode-se afirmar que é um instrumento que se
destina a auxiliar na regulamentar uma instituição, podendo ser utilizado como
estratégia de ensino durante a realização da educação permanente, em ambiente de
saúde.
Sabe-se que o ensino em saúde deve ser realizado por um profissional
especializado e qualificado, com competência para um treinamento eficaz. Dentro
das atribuições legais do enfermeiro, ressalta-se esta atribuição.
A metodologia realizada através do manual deverá apresentar conteúdo
específico de Biossegurança inerente ao manuseio e descarte de resíduos sólidos
em ambiente que prestam cuidados à saúde, com abordagem simplificada e
esclarecedora objetivando, solucionar questões e dúvidas oriundas ao tema, que
geralmente são persistentes por vários profissionais da saúde, porém neste estudo
direciona-se aos profissionais de serviços gerais.
Existe uma gama de informações no que diz respeito ao tema proposto
neste estudo, porém são pouquíssimos os direcionados aos profissionais aqui
citados.
Neste sentido, faz-se necessário um estudo mais aprofundado, que
estimule o raciocínio de tais profissionais, contribuindo para um melhor desempenho
de suas tarefas e a conscientização quanto à prevenção, o qual deverá ser
reproduzido dentro do ambiente prestador de cuidados à saúde, que somente
deverá ser empregado após a efetivação com um pré-teste, realizado por
enfermeiros atuantes em ambientes hospitalares, verificando-se assim, a qualidade
do produto, fazendo-se assim as correções necessárias.
Conforme já citado, o manual é um instrumento que pode ser objeto de críticas, com
a possibilidade de alterações e atualizações, sempre que necessário, uma vez que os
assuntos envolvidos são dinâmicos, estão sempre em evidencias, e são passíveis de
redirecionamento.
4. APRESENTAÇÃO DO PRODUTO:
4.1 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO:
Para a disseminação do conteúdo do manual, sugiro que as informações
sejam divulgadas através de um minicurso direcionado a enfermeiros, com o objetivo
que estes profissionais sejam os transmissores dos conhecimentos adquiridos, e
consequentemente repassem para os profissionais de serviços gerais em ambientes
hospitalares, através de educação permanente em saúde. A solicitação para a
realização do minicurso será direcionada ao coordenador/diretor da instituição de
saúde, através de documentação formal.
A sugestão proposta é que o minicurso aconteça durante 02 (dois) meses,
com carga horária total de 16 horas, sendo distribuídas em 2 horas semanais, e que
seja disseminado dentro do espaço reservado para educação permanente da
instituição, pois geralmente já existe uma carga horária destinada a treinamentos
dos funcionários, onde se trabalha a educação no serviço.
O manual contempla principalmente conteúdos específicos de
Biossegurança inerente ao manuseio e descarte de resíduos sólidos em ambientes
que prestem cuidados à saúde, com abordagem simplificada e esclarecedora
objetivando, solucionar questões e dúvidas oriundas ao tema.
O conteúdo inserido deverá constar informações atualizadas, auxiliando
na aquisição de conhecimentos, e deverá ser entregue também através de mídia, na
forma de CD, facilitando desta forma as correções necessárias. Será confeccionado
também, um mini-manual que será disponibilizado e oferecido ao trabalhador
durante a realização da educação permanente, contemplando algumas informações
do Manual Original.
Os critérios estabelecidos no emprego deste manual em unidades de
saúde são:
a) Manter contato com a coordenação da unidade interessada na
realização do trabalho com a finalidade de definir objetivos, número de participantes
e cronograma de reuniões, nas quais será divulgado o manual, e seu conteúdo;
b) Providenciar local adequado para os encontros;
c) Emitir ofício comunicando data, local e hora para as reuniões;
d) Analisar a estrutura organizacional formal da unidade antes da reunião
inicial;
e) Preparar material que proporcione condições de levantamento de
dados para uma possível validação;
f) Conhecer o funcionamento da unidade;
g) Definir as atribuições, procedimentos e rotinas a serem normatizados
em treinamento;
h) Elaborar minuta do manual no Word com base nos dados coletados;
i) Identificar os formulários utilizados na execução dos procedimentos;
j) Avaliar necessidade de utilização e frequência de uso dos formulários;
l) Apresentar minuta do manual à unidade administrativa/coordenação da
umidade para avaliação, sugestões e alterações de seu texto;
m) Efetuar, se for o caso, as alterações propostas;
4.2 JUSTIFICATIVA DO PRODUTO:
Justifica-se a confecção deste manual, a partir da observância da autora,
enquanto enfermeira, durante sua atuação, a constatação da necessidade de uma
estratégia de ensino, e de um instrumento que possibilite o auxilio, aos profissionais
de serviços gerais de ambientes hospitalares, para que eles criem um ambiente
seguro, preservando suas vidas e a do meio ambiente. Percebe-se ainda, que este
profissional na maioria das vezes não recebe a atenção devida, por ainda sofrer de
descriminação.
4.3 MODELO DO MANUAL:
O manual possui uma linguagem objetiva, clara e acessível, facilmente
compreendida pelo usuário, que será apresentado com grampo aspiral entre folhas,
na largura 25 cm, e com 32 cm de altura, dividido em capítulos, oferecendo
facilidade na revisão e atualização sem prejuízo da continuidade de sua utilização,
disponibilizado também em mídia, no formato de CD para a instituição de saúde,
pois havendo necessidade poderá incluir informações adicionais, ou excluir.
4.3.1 Conteúdo do manual:
4.3.2 Capa;
4.3.3 Folha de Rosto;
4.3.4 Critérios Gerais de Apresentação;
4.3.5 Conceito de Manual Administrativo;
4.3.6 Objetivos do Manual;
4.3.7 Apresentação;
4.3.8 Sumário;
4.3.9 Introdução;
4.3.10 Biossegurança / Conceitos;
4.3.11 Riscos Inerentes;
4.3.12 Resíduos sólidos, resíduos sólidos de serviços de saúde;
4.3.13 Saúde do trabalhador (equipe de trabalho);
4.3.14 Higiene nos estabelecimentos de assistências de saúde;
4.3.15 Padrão de Orientações Gerais sobre Procedimentos específicos de
servidores;
4.3.16 Anexos;
4.4 CRITÉRIOS GERAIS DE APRESENTAÇÃO:
4.4.1 Capa:
Possui cores fortes e modernas obtidas a partir de nuances resultantes da
combinação das cores básicas: adequadas para manuais técnicos, e com
merecimentos destaques para a visualização de quem o observa.
Em sua composição apresenta:
a) logotipo e sigla da instituição;
b) Título do trabalho;
d) Nome da unidade acadêmica
c) cidade, e ano em que foi concluído o trabalho
4.4. 2 Folha de Rosto:
Contém informações no anverso e verso. O anverso estrutura-se
conforme a sequência abaixo descrita:
a) logotipo e sigla da instituição;
b) nome da instituição ;
c) título do trabalho;
d) cidade, e ano em que foi concluído o trabalho;
4.4.3 Instruções para Uso:
Oferece esclarecimentos adicionais quanto ao manuseio do manual, bem
como, aos procedimentos corretos em caso de existência de sugestões e
aperfeiçoamentos por parte do usuário.
4.4.4 Apresentação:
Informa aos usuários sobre o objetivo do trabalho, a natureza das
informações fornecidas e os critérios que orientam o modelo de funcionamento
proposto. Ressalta a importância da elaboração do manual técnico, bem como a
atividade do profissional de serviços gerais.
4.4.5 Sumário:
Orienta o usuário quanto a localização dos assuntos, seções e
respectivos números de página.
No início de cada seção consta um sumário com os assuntos numerados
em itens e subitens.
4.4.6 Introdução:
Apresenta ao usuário o objetivo geral do manual, a metodologia utilizada
em sua elaboração, a natureza e finalidade das informações fornecidas e o conteúdo
de cada uma das seções apresentada.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE
ENFERMEIROS E ENSINO EM SAÚDE: MANUAL PARA TRABALHADORES DE
SERVIÇOS GERAIS
Volta Redonda, 2013.
MANUAL TÉCNICO DE MANUSEIO E
DESCARTES DE RESÍDUOS SÓLIDOS HOSPITALARES.
Imagem de resíduos sólidos de saúde
Volta Redonda, 2013.
4.4.7 Estrutura e Atribuições:
Descrevem a estrutura e o elenco de atribuições executadas pelos
profissionais e das unidades organizacionais que compõem o sistema trabalhado, do
qual decorre o estudo proposto, esclarecendo desta forma as duvidas oriundas dos
leitores.
4.4. 8 Orientações Gerais sobre Procedimentos Específicos de Servidores:
Fazem parte do conteúdo desta seção orientações relativas a assuntos
considerados de ampla utilização por parte de todos os servidores da instituição e,
portanto, merecedoras de esclarecimentos específicos e pormenorizados.
4.4.10 Anexos:
Composta pela apresentação resoluções e leis relacionadas ao tema,
ilustrações e formulários mencionados na descrição das atribuições e procedimentos
tem por objetivos acrescentar informações complementares referentes ao conteúdo
do trabalho. Os formulários que possuem mais de uma folha são apresentados
somente na sua página inicial em caráter ilustrativo.
5. CONCLUSÃO:
Neste novo século, uma das principais preocupações do homem moderno
é a preservação quanto ao meio ambiente, para isto existe a necessidade da busca
por informações.
Somente ações transformadoras da espécie humana poderão garantir o
equilíbrio dos sistemas naturais. O homem é o maior responsável por este
desequilíbrio ambiental. Percebe-se hoje, a importância de uma mudança de atitude
na busca de garantirmos nossa própria sobrevivência.
Na área da saúde, tornou-se imprescindível a adoção de procedimentos
que visem controlar a geração e disposição dos resíduos de serviços de saúde,
principalmente devido ao crescente aumento da complexidade dos problemas
envolvidos, e que atinge o meio ambiente.
Com extrema importância, destaca-se neste estudo o manuseio e
descarte de resíduos sólidos hospitalares, pois as atividades ligadas ao setor de
saúde são fundamentais no contexto de qualidade de vida do ser humano.
Ressalta-se que ainda é insipiente a adoção de uma estratégia de ensino
em serviço, que qualifique trabalhadores de serviços gerais, com destaque para a
participação de enfermeiros.
Embora manifestem preocupação com o destino dos resíduos sólidos, o
investimento na destinação do material descartável, a literatura aponta pouco
investimento no preparo dos recém admitidos.
Em relação aos profissionais que atuam já algum tempo nesse serviço,
observa-se a partir dos resultados que também carecem de acompanhamento e
supervisão direta em relação ao recolhimento, acondicionamento e destinação final
dos resíduos sólidos.
Desse modo, entende-se que ações preventivas são indispensáveis à
garantia da segurança desses profissionais. Os achados apontam medidas
preventivas, ao nível dos cursos; entretanto, o que se observa no cotidiano da
prática de profissionais de serviços gerais, nos textos alcançados, é uma atenção
desqualificada nas instituições hospitalares, em que pese o discurso contrário.
Entende-se, portanto, que um manual que ampare as orientações sobre
ações preventivas, é essencial para a garantia da segurança tanto para desses
trabalhadores, quanto dos profissionais de saúde e do usuário.
Assim, faz-se necessária a criação de espaços dentro das instituições de
saúde que possibilite a troca de conhecimentos, de maneira que estes profissionais
passem a serem atores do processo de conquista do direito à saúde em seu
conceito ampliado, ou seja, como resultado das condições de vidas.
Estes espaços devem estar direcionados ao ensino, através da educação
permanente, que oriente e capacite estes profissionais na minimização dos
acidentes e riscos que eventualmente estão expostos.
Espera-se que a educação permanente seja um instrumento de ações
preventivas, e que o enfermeiro responsável, realize o acompanhamento deste
profissional dentro do ambiente de saúde.
Observa-se que a falta de informações sobre o assunto é um dos
principais motivos para a ausência de projetos bem sustentados que determinem
melhorias no setor. Particularmente, os resíduos dos serviços de saúde merecem
atenção especial em suas fases de separação, acondicionamento, armazenamento,
coleta, transporte, tratamento e disposição final, em decorrência dos riscos graves e
imediatos que podem oferecer riscos no processo saúde/doença do trabalhador.
Enfatiza-se a importância da atenção aos profissionais de serviços gerais
que desenvolvem atividade dentro do ambiente hospitalar, pois estes profissionais
fazem parte integrante do desenvolvimento da instituição, e se faz tão importante
como qualquer outro que desempenha sua função, e muita das vezes não recebe a
atenção devida.
Com isso, entende-se que o ensino em saúde e promoção da saúde
caminham juntas, gerando as possibilidades para que o profissional gerencie as
informações, se conscientize e tome providências tendo em vista sua qualidade de
vida.
REFERÊNCIAS:
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de resíduos de serviços de saúde.
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Riscos Manuseio para o Transporte e Armazenamento de Materiais:
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Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços
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Acesso em 19/06/2011
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tratamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos e
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Brasil, n. 166, 31 ago., Seção 1. Brasilia, 1993.
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Caxias do Sul, RS: Educs, 2004.
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do Recife e a saúde dos funcionários envolvidos nesta atividade. Dissertação de
Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA da Universidade
Federal da Paraíba, 2001.
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tratamento multidisciplinar. São Paulo: Editora Atheneu, 2004.
SILVA, m. j. p. ET AL. Educação continuada: estratégias para o
desenvolvimento do pessoal de enfermagem. Rio de Janeiro: Marques – Saraiva,
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SILVA, e. l. & MENEZES, e. m. Metodologia de Pesquisa e elaboração de
dissertação. 3 ed. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.
SOUZA, a. c. s. Risco biológico e biossegurança no cotidiano de enfermeiros e
auxiliares de enfermagem. Revista Eletrônica de Enfermagem (on-line), v. 4, n.1,
2002. Disponível em http://www.fen.ufg.br Acesso em 17/02/2012.
TEIXEIRA. Pedro, VALLE. Silvio, Biossegurança: Uma abordagem Multidisciplinar:
Rio de Janeiro: Ed. FIOCRUZ, 2010 Disponível em:
http||www.biologico.sp.gov.br/docq/sarq/v77_3/Penna.pdf Acesso em 23-10-20011.
ANEXOS:
ANEXO I:
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e o controle de Resíduos
Sólidos.
No âmbito da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, existem algumas
normas relativas ao controle dos resíduos de serviços de saúde - RSS, que podem
ser observadas, a saber:
- NBR 10.004 de setembro de 1987 - Classifica os Resíduos Sólidos quanto aos
riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública.
- NBR 12.807 de janeiro de 1993 - Terminologia dos Resíduos de Serviços de
Saúde.
- NBR 12.809 de fevereiro de 1993 - Procedimento de Manuseio dos Resíduos de
Serviços de Saúde.
- NBR 12.810 de janeiro de 1993 - Procedimento de Coleta de Resíduos de Serviços
de Saúde.
- NBR 7.500 de setembro de 1987 - Símbolos de Risco e Manuseio para o
transporte e Armazenagem de Materiais.
- NBR 9.191 de dezembro de 1993 - Especificação de sacos plásticos para
acondicionamento de lixo.
- NBR 9.190 de dezembro de 1985 - Classificação de sacos plásticos para
acondicionamento de lixo.
- NBR 12.808 - Classificação de Resíduos de Serviço de Saúde - RSS, muito
embora esteja em vigor, por ter sido editada antes de 1993, não está de acordo com
a Resolução CONAMA nº 5/93, não devendo, portanto, ser utilizada como referência
para adoção da classificação.
ANEXO II:
RESOLUÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM 303/2005:
Dispõe sobre a autorização para o Enfermeiro assumir a coordenação
como Responsável Técnico do Plano de gerenciamento de Resíduos de Serviços de
Saúde PGRSS
O Conselho Federal de Enfermagem - Cofen, no uso de suas atribuições
legais e regimentais;
Art. 1º - Fica habilitado o Enfermeiro, devidamente inscrito e com situação
ético-profissional regular no seu respectivo Conselho Regional de Enfermagem,
assumir a Responsabilidade Técnica do Plano de Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde.
Art. 2º - O Enfermeiro quando designado para exercer a função de
responsável pela elaboração e implementação do PGRSS, deverá apresentar o
Certificado de Responsabilidade Técnica - CRT, emitido pelo Conselho Regional de
Enfermagem ao qual está jurisdicionado.
ANEXO III :
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 358, DE 29 DE ABRIL DE 2005.
Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e
dá outras providências.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das
competências que lhe são conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981,
regulamentada pelo Decreto no 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em vista o
disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria no 499, de 18 de dezembro de
2002, e o que consta do Processo no 02000.001672/2000-76, volumes I e II, resolve:
Art. 1o Esta Resolução aplica-se a todos os serviços relacionados com o
atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência
domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde;
necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento
(tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e
farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na
área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos
farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles
para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de
acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares.
Art. 5o O PGRSS deverá ser elaborado por profissional de nível superior, habilitado
pelo seu conselho de classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade
Técnica - ART, Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar,
quando couber.
Art. 6o Os geradores dos resíduos de serviços de saúde deverão apresentar aos
órgãos competentes, até o dia 31 de março de cada ano, declaração, referente ao
ano civil anterior, subscrita pelo administrador principal da empresa e pelo
responsável técnico devidamente habilitado, acompanhada da respectiva ART,
relatando o cumprimento das exigências previstas nesta Resolução.
Art. 7o Os resíduos de serviços de saúde devem ser acondicionados atendendo às
exigências legais referentes ao meio ambiente, à saúde e à limpeza urbana, e às
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, ou, na sua ausência,
às normas e critérios internacionalmente aceitos.
Art. 8o Os veículos utilizados para coleta e transporte externo dos resíduos de
serviços de saúde devem atender às exigências legais e às normas da ABNT.
Art. 10. Os sistemas de tratamento e disposição final de resíduos de serviços de
saúde devem estar licenciados pelo órgão ambiental competente para fins de
funcionamento e submetidos a monitoramento de acordo com parâmetros e
periodicidade definidos no licenciamento ambiental.
Art. 14. É obrigatória a segregação dos resíduos na fonte e no momento da geração,
de acordo com suas características, para fins de redução do volume dos resíduos a
serem tratados e dispostos, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente.
ANEXO IV:
RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 306, DE 07 DE
DEZEMBRO DE 2004, PUBLICADA NO DIARIO OFICIAL DA UNIAO DE 10 DE
DEZEMBRO DE 2004.
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços
de saúde.
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da
atribuição que lhe confere o Art. 11, inciso IV, do Regulamento aprovado pelo
Decreto nº. 3029, ANVISA de 16 de abril de 1999, em reunião realizada em 06 de
dezembro de 2004, ANVISA.
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde, em Anexo a esta Resolução, a ser observado em todo o
território nacional, na área pública e privada.
ANEXO V:
RESOLUÇÃO RDC N.º 33, DE 25 DE FEVEREIRO DE 2003, PUBLICADO NO
DIARIO OFICIAL UNIAO DE 05 DE ABRIL DE 2003.
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços
de saúde
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da
atribuição que lhe confere o Art. 11, inciso IV, do Regulamento aprovado pelo
Decreto nº 3029, de 16 de abril de 1999, em reunião realizada em 24 de fevereiro de
2003.
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde -Diretrizes Gerais, constante do Anexo a esta Resolução.
ANEXO VI:
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 5, DE 5 DE AGOSTO DE 1993
PUBLICADA NO DIARIO OFICIAL DA UNIÃO NO 66, DE 31 DE AGOSTO DE
1993.
Revogadas as disposições que tratam de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde pela Resolução no 358/05. Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários E estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. (Revogadas as disposições que tratam de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde pela Resolução n° 358/05)
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das
atribuições previstas na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, alterada pelas Leis
nº 7.804, de 18 de julho de 1989, e nº 8.028, de 12 de abril de 1990, e
regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, e no Regimento
Interno aprovado pela Resolução CONAMA nº 25, de 3 de dezembro de 1986,
Considerando a determinação contida no art. 3o da Resolução CONAMA nº 6, de 19
de setembro de 1991, relativa a definição de normas mínimas para tratamento de
resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, bem como a
necessidade de estender tais exigências aos terminais ferroviários e rodoviários;
Considerando a necessidade de definir procedimentos mínimos para o
gerenciamento desses resíduos, com vistas a preservar a saúde pública e a
qualidade do meio ambiente; e, Considerando, finalmente, que as ações preventivas
são menos onerosas e minimizam os danos à saúde pública e ao meio ambiente,
resolve:
Art. 1o Para os efeitos desta Resolução definem-se:
I - Resíduos Sólidos: conforme a NBR-nº 10.004, da Associação Brasileira de
Normas Técnicas - ABNT - “Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que
resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os
lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de
esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente
inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível”.
II - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: documento integrante do
processo de licenciamento ambiental, que aponta e descreve as ações relativas ao
manejo de resíduos sólidos, no âmbito dos estabelecimentos mencionados no art.
2o desta Resolução,
contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento,
coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a
proteção à saúde pública;
III - Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades, processos e
procedimentos que alteram as características físicas, químicas ou biológicas dos
resíduos e conduzem à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio
ambiente;
IV - Sistema de Disposição Final de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades,
processos e procedimentos que visam ao lançamento de resíduos no solo,
garantindo-se a proteção da saúde pública e a qualidade do meio ambiente.
ANEXO VII:
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 6, DE 19 DE SETEMBRO DE 1991 -PUBLICAÇÃO
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO – 30 DE OUTUBRO DE 1991.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA no uso das
atribuições que lhe confere os incisos I e VII, do art. 8º, da Lei 6.938, de 31 de
agosto de 1981, alterada pela Lei nº 7.804, de 18 de julho de 1989, e Lei nº 8.028,
de 12 de abril de 1990, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de
1990, RESOLVE:
Art. 1º Fica desobrigada a incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos
resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos,
ressalvados os casos previstos em lei e acordos internacionais.
12.7 ANEXO VIII:
NR 32 - NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO
TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE
32.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR tem por finalidade estabelecer as
diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à
saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à saúde, bem como
daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
32.1.2 Para fins de aplicação desta Norma Regulamentadora – NR, entende-se por
estabelecimentos de assistência à saúde, qualquer edificação destinada a prestação
de assistência à saúde da população, em qualquer nível de complexidade, em
regime de internação ou não.