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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - UNIFOA PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE Valéria Cristina da Costa Silva ENFERMEIROS E ENSINO EM SAÚDE: PROPOSTA DE MANUAL PARA TRABALHADORES DE SERVIÇOS GERAIS VOLTA REDONDA 2013

ENFERMEIROS E ENSINO EM SAÚDE: PROPOSTA DE …web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/2013/4.pdf · ... Comissão de Controle de Infecção ... Ficha de Informações

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - UNIFOA

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA

SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

Valéria Cristina da Costa Silva

ENFERMEIROS E ENSINO EM SAÚDE: PROPOSTA DE MANUAL PARA TRABALHADORES DE SERVIÇOS GERAIS

VOLTA REDONDA 2013

FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - UNIFOA

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA

SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

ENFERMEIROS E ENSINO EM SAÚDE: PROPOSTA DE MANUAL PARA TRABALHADORES DE SERVIÇOS GERAIS.

Dissertação apresentada à Pró-Reitoria de

Pesquisa e Graduação do UniFOA, como

parte dos requisitos para obtenção do título de

Mestre em Ensino em Ciências da Saúde e do

Meio Ambiente, no Programa de Mestrado

Profissional em Ensino em Ciências da Saúde

e do Meio Ambiente.

Aluno: Valéria Cristina da Costa Silva

Orientador: Prof.ª Dr.º Fábio Alves Aguiar

VOLTA REDONDA

2013

FOLHA DE APROVAÇÃO

Aluno: Valéria Cristina da Costa Silva

ENFERMEIROS E ENSINO EM SAÚDE: PROPOSTA DE MANUAL PARA TRABALHADORES DE SERVIÇOS GERAIS.

Orientador: Prof.o Dro Fábio Alves Aguiar

Banca Examinadora:

________________________________________

Prof.o Dr.o Fábio Alves Aguiar

Presidente da Banca

________________________________________

Prof.ª Dr.ª Ilda Cecília Moreira da Silva

Membro Interno

________________________________________

Prof.a Dra. Luiza Oliveira

Membro Externo

VOLTA REDONDA

2013

DEDICATÓRIA:

A todas às pessoas que de alguma

forma contribuem para um mundo

melhor, através de ações relacionadas à

prevenção do meio ambiente.

AGRADECIMENTOS:

Primeiramente a Deus, que proporcionou

mais uma vitória em minha vida;

Ao meu orientador, professor Dro.Fábio

Alves Aguiar;

E em especial a Professora Dra. Ilda

Cecília Moreira da Silva, que me

presenteou com o seu brilhantismo, e

conhecimento, e por ter compartilhado.

Sempre prestativa as minhas

solicitações.

RESUMO

Atualmente vincula-se entre os meios de comunicação informações consideráveis sobre os ambientes de trabalho, com destaque para os variados riscos que neles podem ocorrer, que por sua vez, favorecem a ocorrência de problemas de saúde nos trabalhadores, os quais podem acontecer de modo sutil ou explícito, colocando sua vida em perigo, ou provocando agravos por toda a vida. Quando se trata de um ambiente hospitalar, toda atenção é primordial, pois é realidade que se trata de um ambiente altamente contaminado, sendo fundamental a adoção de normas de Biossegurança, para a proteção dos trabalhadores. Portanto, o objetivo desse estudo é desenvolver uma metodologia de manuseio e descarte de resíduos sólidos hospitalares, que se destine a profissionais de serviços gerais. A metodologia do estudo baseia-se em revisão de literatura, embasada em conteúdos exploratórios, retirados de artigos e periódicos disponibilizados em sites acadêmicos diversos, entre os anos de 2011 a 2013, contribuindo desta forma para a elaboração de um manual técnico, visando esclarecer e estabelecer os riscos eventuais que estes representam à saúde do ser humano, e consequentemente ao meio ambiente. Os resultados encontrados pelo autor, durante a pesquisa, sugerem medidas preventivas a nível de cursos, e uma atenção mais qualificada nas instituições hospitalares. Justifica-se a realização deste estudo, através da constatação que ainda que são inúmeros os estudos relacionados aos resíduos sólidos de saúde, porém poucos os que se referem e valorizem os cuidados com os profissionais de serviços gerais. Ressalta-se a importância da qualidade de vida do trabalhador, e considera-se que o proposto estudo torna-se relevante, a partir da premissa que qualquer profissional envolvido e atuante na área hospitalar é uma peça importante para o bom desenvolvimento da instituição e da assistência, e através do ensino podemos mudar a concepção da problemática em questão. Palavras-chave: Biossegurança, Resíduos Sólidos, Saúde, Ensino.

ABSTRACT

Currently links between the media considerable information about the work environment, highlighting the various risks that may occur in them, which in turn, favor the occurrence of health problems in workers, which can happen subtly or explicit, putting your life in danger, or causing health problems for life. When it comes to a hospital, all attention is paramount, it is true that it is a highly contaminated environment, is fundamental, Biosafety standards for the protection of workers. Therefore, the aim of this study is to develop a methodology for handling and disposal of hospital solid waste, it is intended for general service professionals. The study methodology is based on literature review, based on exploratory content taken from articles and journals available in various academic sites, between the years 2011 to 2013, thus contributing to the development of a technical manual in order to clarify and establish the potential risks they pose to human health, and consequently the environment. The results obtained by the author during the research, suggest preventive measures at the level of courses, and the most qualified in hospitals. Justified this study by the finding that although there are numerous studies related to solid waste health, but few who refer to value and care professionals with general services. We emphasize the importance of the quality of life of workers, and it is considered that the proposed study is relevant from the premise that anyone involved and active in the hospital is an important piece for the proper development of the institution and assistance, and through education we can change the design of the relevant issue. Key words: Biosafety, solid waste, health, education.

SUMÁRIO:

1 Introdução...............................................................................................................13

1.1 Objetivos do estudo.............................................................................................19

2 Revisão de Literatura..............................................................................................20

2.1 Educação em Serviço..........................................................................................20

2.2 O papel do Enfermeiro Educador........................................................................26

2.3 Educação Permanente em Saúde.......................................................................30

2.4 Biossegurança.....................................................................................................33

2.5 Saúde do Trabalhador ........................................................................................37

2.6 A lei que rege os Resíduos Sólidos.....................................................................40

2.7 Resíduos Sólidos de Saúde.................................................................................43

2.7.1 Classificação dos Resíduos Sólidos.................................................................46

3 Desenvolvimento Metodológico do Estudo ...........................................................50

4 Apresentação do Produto......................................................................................52

4.1 Desenvolvimento do Produto...............................................................................53

4.2 Justificativa do Produto........................................................................................53

4.3 Modelo do Manual...............................................................................................54

4.3.1 Conteúdo Manual..............................................................................................54

4.4 Critérios Gerais de Apresentação .......................................................................54

5. Conclusão...............................................................................................................61

Referências.................................................................................................................63

Anexos........................................................................................................................69

LISTA DE ABREVIATURAS:

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ART - Anotação de Responsabilidade Técnica

CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho

CCIH - Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear

COFEN - Conselho Federal de Enfermagem

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

COREN – Conselho Regional de Enfermagem

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

CRT - Certificado de Responsabilidade Técnica

EPI - Equipamento de Proteção Individual

EPC - Equipamento de Proteção Coletiva

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INMETRO – Instituto de Nacional de Metrologia

FISPQ - Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos

FIOCRUZ - Fundação Instituto Osvaldo Cruz

MT- Ministério do Trabalho

MS - Ministério da Saúde

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora

NR - Normas Regulamentadoras

OGM - Organismos Geneticamente Modificados

PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde

PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

PPRS - Programa de Prevenção de Resíduos Sólidos

OMS - Organização Mundial de Saúde

RS - Resíduos de Saúde

RSS- Resíduos Sólidos de Saúde

RSU - Resíduos Sólidos Urbanos

RDC- Resolução da Diretoria Colegiada

SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente

LISTAS DE ILUSTRAÇÃO:

1. Capa do Manual Técnico......................................................................................57

2. Capa de Rosto do Manual Técnico......................................................................58

3. Capa Introdutória do Manual Técnico..................................................................59

LISTA DE ANEXOS:

1 Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT............................................69

2 Resolução do Conselho Federal de Enfermagem 303/2005................................70

3 Resolução Conama nº 358, de 29 de Abril de 2005...........................................71

4 Resolução Conama nº 306, de 07 de dezembro de 2004.................................73

5 Resolução Conama n.º 33, de 25 de fevereiro de 2003 ...................................74

6 Resolução Conama nº 5, de 5 de agosto de 1993 ............................................75

7 Resolução Conama nº 5, de 30 de outubro de 1991 .........................................77

8 Norma Regulamentadora – NR 32.....................................................................78

1- INTRODUÇÃO:

Vinculam-se, hoje na mídia, informações relevantes quanto à prevenção e

promoção do meio ambiente; várias informações essenciais que visam à promoção

da saúde e melhor qualidade de vida, principalmente no ambiente de trabalho.

Apesar das transformações e desenvolvimentos obtidos através dos

tempos, referentes à melhoria, observa-se na prática, muitas dificuldades em realizar

o trabalho adequadamente; isto se deve às diferentes culturas, economia,

conscientização e comodidade. Na medida em que a organização do trabalho amplia

sua importância na relação trabalho-saúde, requerem-se novas estratégias para a

modificação de condições, que contribuam para a saúde do trabalhador. É

necessário que se tenha sempre em mente que a melhor política de saúde é a

prevenção.

É realidade o fato que o ambiente de trabalho pode conter variados

riscos, que por sua vez favorecem a ocorrência de problemas de saúde nos

trabalhadores, os quais podem acontecer de modo sutil ou explícito, colocando suas

vidas em perigo, ou provocando-lhes agravos por toda a vida. Quando se trata de

ambiente hospitalar, a atenção deve ser redobrada, pois é sabido que é um

ambiente altamente contaminado, propiciando a contração de doenças infecto

parasitárias, e eventualmente pode levar o individuo a morte.

Constata-se que o ambiente de trabalho tem sido palco para diversas

discussões no que diz respeito às atividades que se desenvolvem no seu contexto,

principalmente as que permeiam o ambiente hospitalar.

Atualmente, o mercado de trabalho tem se mostrado competitivo, ousado,

principalmente com alguns direitos conquistados pelos trabalhadores, abrindo assim,

margem para o desemprego, e principalmente para contratação de grupos de

trabalhadores terceirizados. Neste grupo, incluem-se, os profissionais de serviços

gerais ou auxiliares de serviços gerais, que desempenham funções descritas, mas

acabam por executar uma série de tarefas diversificadas. Eventualmente, estes

profissionais entram para o mercado sem nenhuma experiência profissional, ou até

mesmo nenhuma capacitação, sem nenhum grau de instrução escolar, o que

intensifica a probabilidade de aumento de risco para acidentes do trabalho, com

manuseio e descarte de resíduos sólidos.

Resíduos sólidos são aqueles que apresentam risco, devido à presença

de agentes biológicos, podendo causar infecções. Entre eles estão: hemoderivados,

secreções, líquidos orgânicos, meios de culturas, resíduos alimentares de áreas de

isolamento, objetos perfuro-cortante, filtros de gases, aspirados de áreas

contaminadas, e resíduos de sanitários de unidade de internação.

Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) são resultante de atividades exercidas nos serviços definidos no artigo 1 da RDC/ANVISA n

o. 306/04,

que por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final (BRASIL, 2004, p.44).

É importante conhecer os tipos de contratos de trabalhos existentes e a

forma correta de utilizá-los de acordo com o que estabelece a legislação. É verdade

que muitos empreendedores resistem em registrar seus empregados sob o

argumento de que os encargos sociais no Brasil são altíssimos, além do fato de que

existe uma enorme burocracia imposta pela legislação trabalhista, previdenciária e

tributária; assim, a terceirização figura no cerne desta questão.

Na maioria das vezes a empresa realiza contração indireta, com o

objetivo de redução de custos, porém esta opção pode lhe trazer sérios problemas

futuros.

Os problemas de regulação da terceirização na área da saúde são crescentes, seja no setor privado conveniado com o SUS, onde o processo já é antigo, mas muito discretamente regulado e em muitas áreas desregulado; seja no setor público, que para fugir ao formalismo e à rigidez das normas de contratação e remuneração, tem ensaiado formas de terceirização que muitas vezes se situam na informalidade e mesmo nas "franjas" da ilegalidade (GIRARD, 1999, p. 43).

Sendo assim, o setor de saúde vem se utilizando de forma crescente do

expediente da contratação indireta, ou seja, da terceirização, como forma de suprir a

necessidade de trabalho da unidade.

Atualmente o conhecimento que se tem, é que os hospitais vêm

crescendo significativamente, em tamanho, proporção e complexidade, com um

aumento considerável da demanda de pacientes, serviços, aperfeiçoamentos de

equipamentos. No entanto, há uma deficiência quando se trata de recursos

humanos. O número de funcionários geralmente é escasso em relação a esse

crescimento, principalmente no que se refere ao profissional responsável por

executar a limpeza, sendo em sua maioria trabalhadores terceirizados.

No Brasil, a terceirização começou a ser implantada e desenvolvida por advento de multinacionais, principalmente na década de 1980, sendo conhecida então, aproximadamente no ano de 1989, como contratação de terceiros. O objetivo da “terceirização” já era de reduzir custos, assim como gerar aumento de qualidade, eficiência, especialização, eficácia e produtividade (QUEIROZ, 1998, p. 63).

Estudos realizados sobre o trabalho terceirizado apontam que na maioria

das vezes o empregador visa somente o beneficio econômico que o profissional

pode oferecer para a instituição empregadora. Uma relação de exploração, não se

importando com sua qualidade de vida, nem tão pouco com os riscos que seu

serviço pode lhe causar. Às vezes a solução dos problemas é relativamente simples,

o que falta é vontade de resolvê-los. São vários os instrumentos que uma empresa

pode utilizar para promover a saúde do trabalhador. A educação permanente é um

deles, o qual se refere à aquisição de conhecimentos, habilidades e competências

para o desenvolvimento do trabalho de maneira adequada.

O profissional que executa atividades relacionadas às dos serviços gerais,

na área da saúde, e principalmente em um ambiente hospitalar, é tão importante

quanto qualquer outro profissional no desempenhar de suas funções; portanto, a

necessidade de executar e conhecer suas funções se torna imprescindível.

A partir do momento que esse profissional é treinado, para o

conhecimento dos riscos aos quais pode estar exposto, e colocar outras pessoas em

situações de risco em um hospital, torna-se um diferencial no desempenho de suas

atividades.

Sendo assim, a pesquisa aqui apresentada, tem como objeto de estudo, a

abordagem do manuseio de resíduos sólidos hospitalares pelos profissionais de

serviços gerais.

Os resíduos sólidos, quando coletados e tratados inadequadamente,

provocam efeitos diretos e indiretos na saúde da população e contribuem para

degradação do ambiente.

De acordo com Brasil (2004, p.27), os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), comumente associados à denominação “Lixo Hospitalar”,

representam uma fonte de riscos à saúde e ao meio ambiente, devido principalmente à falta de adoção de procedimentos técnicos adequados no manejo das diferentes frações sólidas e líquidas geradas como materiais biológicos contaminados, objetos perfuro- cortantes, peças anatômicas, substâncias tóxicas, inflamáveis e radioativas.

Assim, justifica-se a realização deste estudo a partir da observação e

vivência da autora, enquanto enfermeira atuante, onde presenciou, por diversas

vezes, as dificuldades dos profissionais que executam atividades de serviços gerais

desenvolverem suas funções, principalmente no que diz respeito ao manuseio e

descarte dos resíduos sólidos hospitalares.

Estas observações evidenciam a necessidade do desenvolvimento e

disseminação de treinamento, através da educação em saúde específica para a

melhoria na qualidade do serviço prestado, e principalmente quanto aos riscos

inerentes, quando a biossegurança não está presente no ambiente de trabalho, e

consequentemente expondo os trabalhadores a eventuais riscos.

A partir da constatação de que não existe entendimento efetivo por estes

profissionais, quanto à execução de suas tarefas, surgem questões a investigar,

como:

É possível implementar um programa de Educação Permanente para os

profissionais de serviços gerais?

Quais as formas de acompanhamento de atividades desenvolvidas por

profissionais de serviços gerais adotadas no contexto hospitalar?

Que ações preventivas de acidentes entre profissionais de serviços gerais

podem ser adotadas?

É preciso um olhar mais crítico voltado para este profissional, pois na sua

ingenuidade, de ser solícito e tentar ajudar o próximo, pode estar colocando sua

própria vida em risco, e cabe à equipe de saúde informá-lo e orientá-lo, quando

necessário. Em um ambiente hospitalar, são observados vários tipos de

profissionais, alguns com experiências anteriores, e outros que nunca trabalharam, e

por motivos diversos, aceitam o serviço que lhe é oferecido, sem que tenham

entrado no ambiente hospitalar profissionalmente, em ocasiões prévias, e alguns

desconhecem por completo o significado da palavra “Biossegurança”.

A Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços.

Estes riscos podem comprometer a saúde do homem e animais, o meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos (TEIXEIRA, 2010, p.10).

Em relação à assistência a saúde a que têm direito, sabe-se que uma

gama de empresas não fornece o atendimento adequado aos seus empregados, por

outro lado a equipe de saúde encontra-se tão assoberbada de tarefas que o trabalho

de outro indivíduo passa despercebido, principalmente o daqueles que prestam

serviços por empresas terceirizadas.

Seguindo a linha de pensamento de Repulio, (1997, pg.135) “A

terceirização pode ser defendida como o ato de transmitir a responsabilidade de um

serviço, ou de determinada fase da produção ou comercialização, de uma empresa

para outra”.

Ressalta-se a importância da qualidade de vida do trabalhador, e

considera-se que o estudo torna-se relevante, a partir da premissa que todo

profissional envolvido e atuante na área hospitalar é uma peça importante para o

bom desenvolvimento da instituição e da assistência. O profissional de serviços

gerais é de suma importância, pois à ele cabe a função de executar trabalhos de

limpeza e conservação: está o tempo todo em contato com substâncias, muitas

vezes tóxicas, executando tarefas em setores de risco, e atuando diretamente em

atividades envolvendo pacientes, com higienização, de importância indiscutível.

Com a Constituição de 1988, o direito à saúde foi elevado à categoria de direito subjetivo público, num reconhecimento de que o sujeito é detentor do direito e o Estado o seu devedor, além, é obvio, de uma responsabilidade própria do sujeito que também deve cuidar de sua própria saúde e contribuir para a saúde coletiva (BRASIL, 2004, p.75).

A partir do momento em que os profissionais detêm conhecimentos em

relação a sua segurança, os riscos aos quais por ventura estão expostos, e os que

podem colocar toda equipe envolvida no ambiente de trabalho, traduz toda

diferença, pois um profissional capacitado e qualificado é um profissional capaz de

desempenhar adequadamente suas atividades laborais, e com mais segurança para

todos.

A educação em saúde pode e deve ser aplicada em qualquer ambiente

onde são executadas atividades profissionais de cuidado, desde que haja um

propósito e ambiente propício. Pois como ressalta Paulo Freire (2004): ensinar não

é transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou

a sua construção.

A construção do conhecimento, em relação à promoção da saúde, é um processo que precisa ser realizado de forma constante tendo a participação individual e coletiva, na esfera familiar, no grupo de trabalho, nos grupos sociais, nas comunidades ou até mesmo nas organizações sociais (CECAGNO, 2005, p.60).

Acredita-se desta forma, que esse estudo possa contribuir para a

aplicação de práticas adequadas, e pertinentes às atividades laborais desenvolvidas

no ambiente hospitalar, e consequentemente, melhorar o desempenho das funções

estabelecidas, o qual acontecerá através de educação em saúde, de forma a

chamar atenção das instituições hospitalares, em relação aos profissionais que

executam atividades de serviços gerais, para que estes profissionais não se

inquietem com a problemática dos RSSS, e comecem a despertar para visão crítica,

consciência de novos valores, que propiciem reflexão sobre o que acontece e o que

está para acontecer com o nosso meio ambiente.

Do desenvolvimento do manual técnico elaborado, através do trabalho

proposto, espera-se primeiramente que contribua de forma significativa para a

construção de conhecimentos, e que sirva de instrumento inovador, possibilitando o

desenvolvimento do profissional, que atua como profissional de serviços gerais, e do

ser humano. E numa segunda proposta, a acredita-se que o manual, em um nível

mais complexo, sirva como material didático para docentes que atuam no campo da

saúde, ou áreas afins.

Desta forma, o manual poderá ser utilizado também, em campo de

estágios em ambientes hospitalares, pois como é de conhecimento geral, hoje as

instituições de saúde são utilizadas na formação de alunos tanto em nível técnico,

como de graduação.

O ensino pode, e deve ser aplicado em qualquer ambiente onde são

executadas atividades de cuidados em saúde. Com isso, entende-se que a

educação em saúde e promoção da saúde caminham juntas, gerando possibilidades

para que os indivíduos gerenciem as informações, se conscientize e tome

providências tendo em vista sua qualidade de vida, e da população.

1.1 OBJETIVOS:

OBJETIVO GERAL:

Desenvolver uma metodologia de manuseio e descarte de resíduos

sólidos hospitalares.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Propor uma vigilância de orientação permanente sobre procedimentos

adequados de descarte de resíduos sólidos no ambiente hospitalar;

-Estabelecer estratégias de acompanhamento das atividades

desenvolvidas por trabalhadores de serviços gerais para o descarte de resíduos

sólidos em ambiente hospitalar;

- Implementar ações preventivas de acidentes decorrentes do manuseio

de resíduos sólidos por trabalhadores de serviços gerais;

- Destacar o papel do profissional enfermeiro enquanto educador em

ambiente hospitalar;

2. REVISÃO DE LITERATURA:

2.1 EDUCAÇÃO EM SERVIÇO:

Para um desempenho mais seguro, é fundamental que todas as pessoas

que trabalham no estabelecimento de saúde conheçam os riscos associados às

suas atividades, possuam responsabilidades claras, e sejam capacitados na

realização dos procedimentos relacionados. Assim, a educação em saúde é a forma

de conscientização sobre os riscos envolvidos nas atividades do estabelecimento.

Tomando por base que nenhum indivíduo nasce com suas capacidades

cognitivas prontas, elas vão se desenvolvendo no decorrer da vida, através dos

conhecimentos adquiridos, e que estes conhecimentos são proporcionados através

do ensino que recebemos, e que nos fazem “crescer” como cidadãos. Com isso

pode-se afirmar que a educação se encontra em todos os locais. “Ninguém pode

estar no mundo, com o mundo, de forma neutra” (FREIRE, 1996, p.26).

Entende-se assim, que não devemos ficar indiferentes ao mundo da

educação, pois estamos constantemente aprendendo, e estarmos cientes e atentos

de que o ensino é o meio fundamental do progresso intelectual do indivíduo, sendo a

mediação pela qual são providas as condições e os meios para que estes se tornem

sujeitos ativos na assimilação de conhecimentos.

Na concepção de SILVA (2004, p. 65), dentro da organização de uma ação educativa, seja esta realizada no consultório, sala de reunião, escola, entre outros locais, é vital possibilitar um ambiente descontraído e harmonioso que se adeque ao programa de ensino pré-determinado.

Percebe-se assim, que não existe um lugar próprio para o ensino, quando

existe a vontade de ensinar e aprender. Qualquer lugar é propício, desde que haja a

vontade de fazê-lo. É através da educação em serviço que se conseguirá a

sensibilização dos profissionais, e consequentemente a mudança de valores e

atitudes.

A educação em saúde busca despertar nas pessoas o senso de responsabilidade, tanto por sua própria saúde, como pela saúde da comunidade, além de capacitar os indivíduos para que possam assumir ou

ajudar na melhoria das condições de sua saúde e da população (LEVY, 2000, p.17).

SILVA (2004, p.97), afirma que a educação se constitui em uma mola mestra para a transformação dos paradigmas da existência humana, sendo um instrumento que possibilita ao homem a refletir, questionar e compreender o que ocorre na sociedade, ampliando sua visão sobre o mundo.

Dessa afirmativa compreende-se que através da educação inicia-se a

transformação do indivíduo em ser social, impactando no meio em que está inserido,

com o envolvimento do meio ambiente.

“Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”,

(FREIRE, 1996 p.13). O processo do ensino acontece em virtude de trocas de

conhecimentos, ninguém é dono do saber total.

Desta forma, o educador assume a responsabilidade de ajudar os

educando a tornarem-se autônomos cognitiva e socialmente, auxiliá-los a articular

conhecimentos e refletir sobre questões sociais.

O educador deve estar atento para perceber as dificuldades, e saber

como enfrentá-las, envolver com as práticas do educando, possibilitando a decisão

pela didática apropriada. Contribuindo assim, para o processo de ensino, e dentro

deste contexto vai acontecendo a troca de experiências, e conhecimentos. Cada

indivíduo aprende com o outro.

Neste sentido, encontramos apoio em Pereira (2003, p. 27) quando nos

diz que:

Certas barreiras dificultam o pleno desenvolvimento da atividade educativa. Uma delas é a falta ou desconhecimento de uma metodologia adequada, por parte dos profissionais de saúde, que estimulem a participação e busque na realidade dos próprios indivíduos a solução para as suas dificuldades.

Ressalta-se ainda, que cada indivíduo possui um ritmo para aprender,

compreender, e pôr em prática as orientações recebidas, e que estas dificuldades

devem ser consideradas.

Educar significa envolver o indivíduo em sua totalidade, considerando todas as variáveis da história e da cultura de cada um, compreendendo-se que o aluno nunca aprende uma habilidade isoladamente, uma reconstrução da experiência, isto é, a capacidade, do indivíduo que esta recebendo a informação, refletir sobre suas condutas, experiência e ordenar novamente

o curso da ação, e também a ideia de desenvolvimento ou crescimento como cidadão (SILVA, 2004, p. 223).

Nesse sentido, julga-se fundamental a educação em saúde, pois desperta

no profissional envolvido, uma concepção diferenciada, com tomada de consciência

dos riscos, tanto em sua vida individual, como na coletividade, o que para a saúde

faz todo diferencial, pois a assistência prestada envolve o ser humano.

De acordo com a concepção de Alvim, Ferreira (2007, p.27), a prática

educacional em saúde ressalta que o exercício da prática de educação

popular em saúde pressupõe abertura, disponibilidade para ouvir o outro,

horizontalidade na relação interpessoal e na ação educativa em si, pois, o

ato participativo é humanizante.

Sobre a questão da legislação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

(LDB) traz uma mudança, no seu artigo 2o que diz: “A finalidade da educação é o

pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e

sua qualificação para o trabalho”.

Sendo esta proposta, entendida como uma ação de transformação que

ocorre gradativamente, que pode ser considerada uma orientação educacional

voltada tanto para o mercado profissionalizante como para o crescimento do

individuo, ou seja, a educação também contribui para o sucesso do profissional do

indivíduo.

Segundo Freire (2004, pg.), a educação ensina, exige a aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação, desta forma, devem-se observar os alunos como seres empenhados em buscar o conhecimento como meio de transformação intelectual e social.

Sobre a concepção de trabalho educativo, Saviani (1995, p. 17) analisa:

O trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana pra que eles se tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo.

Considera-se que a forma como o educador atua no processo de ensino

pode auxiliar a transformação dos indivíduos, como também, modificar a realidade

social em que eles vivem e convivem. Entre o educador e o educando deve existir

uma comunicação mútua, e eficaz, capaz de despertar em quem esta sendo

ensinado o interesse pela mudança. “O educador que escuta aprende a difícil lição

de transformar o seu discurso, às vezes necessário, ao aluno, em uma fala com ele”.

(FREIRE,1996).

Portanto, ressalta-se a extrema importância em termos no âmbito do

campo de ensino em saúde, uma base teórica que possa nos subsidiar para uma

prática profissional crítica e comprometida, e que principalmente conduzam os

profissionais a terem práticas saudáveis.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) 2005, afirma que "os objetivos da educação em saúde é desenvolver nas pessoas o senso de responsabilidade pela sua própria saúde e pela saúde da comunidade a qual pertençam, e a capacidade de participar da vida comunitária de uma maneira construtiva".

Dentro do contexto que envolve o processo ensino em saúde, é preciso

conhecer a melhor didática a ser desenvolvida, com instrumentos que auxiliem e

possibilitem o pensar do indivíduo, contribuindo para seu desenvolvimento

intelectual, e consequentemente melhorar seu empenho profissional.

Pereira (2003, p.58), reconhece a educação e a saúde como espaços de produção de práticas e conhecimentos determinantes do desenvolvimento das potencialidades humanas, não limitadas ao campo da saúde, mas ampliadas para o campo social.

Percebe-se que o processo de ensino deve estar atrelado à participação

dos alunos, propondo uma nova qualidade de cidadania que inclui os indivíduos

como sujeitos sociais ativos.

O ensino deve ser desenvolvido de modo a abranger as reais

necessidades e contextos das atividades dos indivíduos e seus conhecimentos,

procurando aprimorar as ações desenvolvidas por eles.

PINTO (2006, pg.96) Afirma que “a educação tem sido considerada como

elemento propulsor do desenvolvimento de uma nação, e seu papel na formação de

cidadãos é essencial”.

Entende-se portanto, que a educação implica em compartilhamentos de

ações, os quais levam em consideração as disposições, hábitos dos agentes, e

sobre tudo em concebe os agentes realmente como sujeitos de aprendizagem,

envolvendo os indivíduos em sua totalidade, considerando suas diferenças e

singularidades.

Por isso, a importância do o processo de ensino dentro do ambiente de

saúde. O profissional atuante na área da saúde deve ser despertado para o

desenvolvimento de uma visão globalizada e crítica sobre as necessidades de

mudanças, e, sobretudo, estar envolvido com esta mudança.

Neste contexto, considera-se que o ensino em saúde não deve ser um

processo de persuasão que almeje a mudança de comportamento do indivíduo, mas

uma estratégia pedagógica que se baseia na troca de conhecimentos entre

profissionais de saúde e outros indivíduos, com vista ao aumento das

potencialidades do indivíduo e da coletividade, condição essencial para a mudança

social.

Sanches (1995, p.33) aborda que a intervenção no processo saúde doença para uma boa prática educativa é preciso considerar alguns aspectos. Por sua vez, ações educativas podem ser entendidas pelas práticas de ensino-aprendizagem desenvolvidas junto à população com a finalidade de debater e promover a tomada de decisão em relação a atitudes e práticas de saúde, num processo reflexivo e crítico de ambos os atores, docentes e discentes.

Pode-se dizer que faz parte da construção do conhecimento dentro do

contexto da assistência da saúde, orientar, motivar, conscientizar e informar

permanentemente a todos os envolvidos sobre os riscos que os envolvem,

principalmente aqueles relacionados a procedimentos quanto ao manejo, e descarte

dos resíduos sólidos.

Dessa forma, os programas educativos desenvolvidos em ambientes de

saúde devem se apoiar em instrumentos de comunicação e sinalização, fazendo

com que o trabalhador reflita sobre seus hábitos, que geralmente o acompanham

por toda uma vida, e que na maioria das vezes acredita ser o certo.

Percebe-se, que na prática, o ensino em saúde constitui uma fração das

atividades técnicas voltadas para a saúde, prendendo-se especificamente à

habilidade de organizar logicamente o componente educativo de programas que se

desenvolvem com objetivo único, no entanto a realidade nos conduz a práticas

voltadas para o âmbito mais abrangente, ou seja, a necessidade de termos vários

objetivos e atingirmos profissionais diversos.

Nesse contexto a busca da saúde de forma integral, o ensino em saúde

tem um significado muito importante por colaborar na reorientação das práticas e

saberes dos profissionais, trazendo como resultado a melhoria da qualidade de vida

e do fortalecimento dos sujeitos.

Em sentido amplo, a saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. Sendo assim, é principalmente resultado das formas de organização social, de produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida (BRASIL, 2004, p.4).

Desta forma a saúde passou a ser, também, critério de cidadania, sendo

entendida em sentido mais amplo, como componente da qualidade de vida. Um bem

comum, e um direito social, considerando um exercício da cidadania, sendo

adquirido através de educação, visando desta forma o favorecimento de orientações

para a mudança de condutas, tomadas de decisões, estratégias e ações.

De acordo com Porto (2003, p.192-206) “A saúde, portanto deve ser encarada como um conceito dinâmico, multidimensional, qualitativo e evolutivo, envolvendo potenciais de realização humana em suas esferas psíquicas, e espirituais, sendo objeto de permanente negociações e eventuais conflitos na sociedade e, dependendo de como os valores e interesses se relacionam nas estruturas de poder e distribuição de recursos existentes”.

Conforme preconiza a RDC/ANVISA no 306/04, os serviços geradores de

Resíduos Sólidos de Saúde (RSS), devem manter um programa de educação

permanente, independente do vínculo empregatício dos profissionais.

Nessas concepções de educação, saúde e educação em saúde, os

profissionais enfermeiros devem nortear suas práticas, tendo um papel de defensor-

facilitador para os grupos sociais com os quais interagem e que necessitam de

mudanças sociais.

Diante do exposto, expressa-se a importância de fazer com que

indivíduos resgatem a sua cidadania, colocando-a em evidência na promoção da

saúde, pois para FREIRE (1997), “A educação aumenta o poder do homem sobre a

natureza e, ao mesmo tempo, busca conformá-lo, enquanto indivíduo, aos objetivos

de progresso e equilíbrio social da coletividade a que pertence”.

2.2. O PAPEL DO ENFERMEIRO EDUCADOR:

A enfermagem é uma profissão secular, a qual ao longo de sua trajetória

passou por diversas fases, contudo os que exercitam a profissão estão sempre em

busca por melhores condições de trabalho, bem como a melhoria da qualidade da

assistência prestada.

O surgimento da enfermagem moderna no Brasil, e do profissional

enfermeiro está diretamente vinculado ao trabalho da enfermagem numa dimensão

educativa. Baseando nessa afirmativa, considera-se que uma forma de estratégia

para a mudança, se faz através do ensino.

Para instituir o ensino em saúde como medida eficaz de intervenção no

processo saúde doença e para estabelecer uma prática educativa satisfatória, como

enfatiza Silva (2004, pg.67), é imprescindível conhecer a realidade dos indivíduos

com as quais se deseja realizar uma ação educativa bem como suas

potencialidades e suscetibilidades avaliadas em um âmbito holístico.

De acordo com Cruz (2006, p. 3) “a enfermagem é a arte em que se pode desenvolver uma técnica para prestar um cuidado adequado e com qualidade. Uma ciência em que os princípios fundamentais do cuidado de enfermagem relacionam-se ao conhecimento de outras ciências”.

Percebe-se a grande responsabilidade de todos os envolvidos na

assistência a saúde, e a importância da atuação dos profissionais de saúde no

âmbito prático, mas não sem o embasamento teórico.

A assistência de enfermagem envolve atividades que variam desde

aquelas consideradas extremamente simples até as mais complexas, exigindo

funcionários com diferentes níveis de conhecimentos e habilidades para a sua

execução.

Observa-se na Lei no 7498 de 25 de julho de 1986, que dispõe sobre o

exercício profissional de enfermagem, e é regulamentado pelo decreto no 94406, de

08 de Junho de 1987. Em seu art. 2o, parágrafo único: A enfermagem é exercida

privativamente pelo enfermeiro, pelo técnico de enfermagem, pelo auxiliar de

enfermagem.

Sendo desta forma, distribuídos nas seguintes atribuições:

- Enfermeiro: de nível superior, com diploma de graduação em Enfermagem.

Assume a responsabilidade da equipe, supervisionando, coordenando, planejando,

determinando e implementando as ações de enfermagem.

- Técnico de Enfermagem: profissional de nível médio, com diploma de técnico de

enfermagem, auxilia o enfermeiro no planejamento, coordenação, supervisão e

implementação de enfermagem, prestando o cuidado de nível auxiliar para clientes

graves, que necessitam de cuidados complexos.

- Auxiliar de enfermagem: profissional de Nível fundamental, com diploma de auxiliar

de enfermagem, que presta cuidados de nível auxiliar nas ações básicas e de menor

complexidade.

Dentre estes profissionais que desempenham um significativo papel na

assistência, nas relações entre seres humanos, na sociedade, na pesquisa, na

saúde, e na educação, encontra-se o enfermeiro.

Este, com diversas funções, ainda lhe cabe o papel de promover a

formação, seja no aspecto individual ou coletivo, considerando os problemas que

envolvem a saúde, oportuniza com isso, uma promoção de saúde evidenciando

atitudes saudáveis no modo de se viver.

Torna-se relevante citar que na medida em que ocorreu a mudança social

com papel da profissão, o enfermeiro começou a se destacar e tomou outras

proporções como educador. Essas transformações nas estratégias pedagógicas

estão respaldadas na Resolução do Conselho Nacional de Educação/Câmara de

Educação Superior (CNE/CES) Nº. 3, de 07 de novembro de 2001, que institui as

Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação em Enfermagem.

As primeiras profissões que tiveram suas diretrizes regulamentadas pelo

Conselho Nacional de Educação (CNE/CES), por meio de Resolução, foram as do

campo da saúde, exigindo um novo perfil profissional mais sintonizado com

competências que ultrapassam a excelência técnica, e incluem as dimensões

socioeconômicas e culturais para enfrentar os problemas de saúde da população,

nas esferas individual e coletiva, e não apenas na hospitalar.

"As inovações que adivinhamos próximas se materializam pelo reconhecimento de formas alternativas de saberes e experiências, nas quais imbricam objetividade e subjetividade, senso comum e ciência, teoria e prática, cultura e natureza, anulando dicotomias e procurando gerar novos conhecimentos mediante novas práticas. Essas inovações, entendidas como ruptura paradigmática, exigem dos professores reconfiguração de

saberes e favorecem o reconhecimento da necessidade de trabalhar no sentido de transformar” (SANTOS 2002, p.346).

A formação do professor de enfermagem deve ser consolidada com base

no domínio de conhecimentos científicos e na atuação investigativa no processo de

ensinar e aprender, recriando situações de aprendizagem por investigação do

conhecimento de forma individual ou coletiva, com o propósito de valorizar a

avaliação diagnóstica dentro do universo cognitivo e cultural dos indivíduos, os quais

ele se dispõe a ensinar.

“A necessidade de educar pessoas para mudanças de comportamento a fim de prevenir às complicações das doenças levou a comunicação articular-se às práticas de educação em saúde, fornecendo um instrumental mais “adequado” para alcançar as desejadas mudanças de comportamento das pessoas" (TEIXEIRA 1996, p. 163).

Dessa forma, o enfermeiro tem todo o respaldo legal para atuar e

direcionar as estratégias de ensino dentro do ambiente hospitalar, para que haja a

transformação intrínseca no individuo, tanto na prática, como em teoria.

Ressalta-se que o enfermeiro, pertencente a equipe multidisciplinar

responsável por esta atividade, e deve assegurar uma abordagem unificada e

coerente com as vivências do indivíduo/grupo.

A autora enquanto enfermeira aborda a importância da atuação do

enfermeiro como o transmissor do conhecimento dentro do ambiente de saúde,

principalmente dentro do convívio dos profissionais de serviço gerais, por acreditar

que estes profissionais merecerem uma atenção especial, pois estão

constantemente envolvidos em situações de riscos, as quais muitas das vezes

desconhecem.

A educação pode auxiliar no desenvolvimento do indivíduo, de maneira a

construir pensamentos autônomos e críticos nas diferentes ocasiões da vida

(PEREIRA, 2003).

Sobre o ato de educar e treinar, Lima (1996, p. 87) resgata a historicidade

o papel do enfermeiro como educador em saúde.

“Os agentes de enfermagem enquanto agentes do processo de trabalho em saúde têm desempenhado um papel importante na questão da educação e saúde. O surgimento da enfermagem moderna no Brasil, e do profissional enfermeiro está diretamente vinculado ao trabalho da enfermagem numa dimensão educativa, já que as enfermeiras foram formadas na finalidade de

suprir a falta de um profissional envolvido com as atividades educativas sanitárias, iniciadas por médicos sanitaristas na década de 1920”.

Atualmente, os enfermeiros estão assumindo o papel de educadores

utilizando-se de ações educativas em saúde, num contexto abrangente tanto no

processo de trabalho individual, como no coletivo. Deste modo, a educação em

saúde, permite uma educação contínua aumentando, consequentemente, a

interação entre os indivíduos. No modelo individual essas ações se voltam para o

desenvolvimento do individuo e no modelo da saúde coletiva há preocupação com a

cidadania (LIMA ,1996).

No cotidiano da prática de enfermagem, é evidenciada a necessidade de embasamentos das ações educativas que se direcionam, tanto para o modelo individual do cuidado quanto para o coletivo, enfatizando que os critérios de validade do conhecimento, que passam pelo debate teórico e técnico, devem ser permeados pelas questões de prática social no campo da saúde, portanto, confirmados através de dados resultantes de um processo investigativo junto às práticas cotidianas (CASATE, 2005, p. 24).

Sobre a educação permanente em saúde pode-se destacar que, constitui

estratégia fundamental às transformações do trabalho no setor para que venha a ser

lugar de atuação crítica, reflexiva, propositiva, compromissada e tecnicamente

competente. Assim, enfatiza-se aqui que encontra-se na resolução do Conselho

Federal de Enfermagem - Cofen-303/2005, dentre as suas atribuições, que cabe ao

enfermeiro a responsabilidade de treinar e orientar sua equipe sobre cuidados e

principalmente no que relaciona a biossegurança.

Utilizando-se de estratégias de ensino, o enfermeiro possibilita reflexão

crítica sobre as condutas empregadas, ponderação de informações e meios

didáticos propícios. Utilizando-se da educação permanente em saúde como

instrumento de promoção à saúde, com possibilidades de acompanhamento do

profissional envolvido.

Além disso, a educação permanente realizada pelo enfermeiro no

ambiente de saúde contribui para práticas saudáveis e transformadoras, com

perspectivas de uma melhor qualidade de vida.

2.3 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE:

Quando se fala em educação, logo nos reportamos para a sala de aula,

da qual se se utiliza um espaço pré-destinado ao ensino transmitido entre professor

e aluno, com mesas e cadeiras, uma educação considerada tradicional, mas não é

só na escola que se aprende. Aprende-se em qualquer lugar que estamos dispostos

a aprender, e estamos constantemente aprendendo.

No ambiente de trabalho, também é um lugar gerador de aprendizado, é

sempre promissor estarmos atualizados, isto nos faz indivíduos e profissionais

diferenciados, pois estamos nos aperfeiçoando nas nossas atividades.

Por isso se faz necessário à educação permanente no ambiente de

trabalho, sendo esta uma estratégia de transformação profissional.

Para Silva et al (1989, p.39): “ Educação em serviço é um conjunto de

práticas educacionais planejadas com a finalidade de ajudar o funcionário a atuar

mais efetiva e eficazmente, para atingir diretamente os objetivos da instituição”.

Hoje, com as evoluções técnicas, pelas quais tem passado o ramo da

saúde, notadamente o hospitalar, os procedimentos e as qualificações profissionais,

nos leva a busca de ações que contribuem para o desempenho das atividades

desenvolvidas, e ao mesmo tempo em que favoreçam a qualidade de vida do

profissional, como também da assistência prestada.

A educação permanente pode, e deve ser adaptadas às necessidades,

capacidades, interesses e conhecimentos de cada indivíduo, devendo, portanto, esta

ação ser estruturada e sistematizada, de forma que se adapte a cada instituição

hospitalar.

Assim, busca-se através da educação permanente em saúde um melhor

controle sobre as condições de trabalho, para que estes ambientes se tornem mais

saudáveis, tanto para o profissional, quanto para os outros indivíduos envolvidos.

Para Souza (2002, p.73) “A qualidade de vida no trabalho dialoga noções

como motivação, satisfação, saúde e segurança, envolvendo discussões sobre

organização e novas tecnologias”.

Neste sentido entende-se que a educação permanente não só beneficia o

profissional envolvido no processo de aprendizagem, como há probabilidade de

transformação no meio em que está inserido.

Segundo Silva et al (1989, p. 9 e 10), a educação permanente deve ser entendida como conjunto de práticas educacionais planejadas no sentido de promover oportunidades de desenvolvimento do funcionário, com a finalidade de ajudá-lo a atuar mais efetivamente e eficazmente na sua vida institucional. ... a educação permanente está voltada para melhorar ou atualizar a capacidade do indivíduo, em função das necessidades dele próprio e da instituição em que trabalha.

Atualmente, é fundamental que qualquer instituição de saúde tenha

projetos de educação permanente para os profissionais, pois é através deles que

estes indivíduos se desenvolvem, e simultaneamente promove mais qualidade para

o campo de trabalho.

De acordo com a legislação vigente, os serviços de saúde geradores de

RSS- Resíduos Sólidos de Saúde devem manter um programa de educação

permanente, independente do vínculo empregatício existente, para que seus

empregados recebam as orientações adequadas sobre os procedimentos, normas e

rotina da instituição. E os profissionais em discussão neste estudo, se reportam aos

que executam serviços gerais.

Os trabalhadores que realizam a limpeza dos estabelecimentos de assistência à saúde devem ser treinados, antes de iniciar suas atividades e de forma continuada, em relação aos princípios de: higiene pessoal, infectologia, sinalização, rotulagem preventiva, advertência de riscos e tipos de EPI, seu uso correto e acessibilidade em situações de emergência (NR 32, art 32.10.13).

Desta forma, cabe ao empregador oferecer treinamento inicialmente e

prosseguir com a educação permanente, direcionados aos trabalhadores que

executam atividades em unidades de saúde nos seguintes assuntos:

• segregação, acondicionamento e transporte dos resíduos;

• definições, classificação e potencial de risco dos resíduos;

• sistema de gerenciamento adotado internamente no estabelecimento;

• formas de reduzir a geração de resíduos;

• conhecimento das responsabilidades e de tarefas;

• reconhecimento dos símbolos de identificação das classes de resíduos;

• conhecimento sobre a utilização dos veículos de coleta;

• orientações quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI.

Destaca-se a finalidade da NR - Norma Regulamentadora, que é

estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à

segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à

saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à

saúde em geral.

Para fins de aplicação da NR - Norma Regulamentadora entende-se por

estabelecimentos de assistência à saúde, qualquer edificação destinada a

prestação de assistência à saúde da população, em qualquer nível de

complexidade, em regime de internação ou não.

Para tanto se faz necessário que o empregador assegure ao trabalhador

treinamento adaptado à evolução do conhecimento e a identificação de novos riscos

biológicos incluindo, no mínimo, todos os dados disponíveis sobre:

a) riscos potenciais para a saúde;

b) precauções para evitar a exposição aos agentes;

c) normas de higiene;

d) utilização dos equipamentos de proteção coletiva, individual e das vestimentas;

e) medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de ocorrência de

incidentes e acidentes;

f) medidas para a prevenção de acidentes e incidentes;

Na educação permanente, devem estar imbuídos do espírito de

transparência e de suprir a necessidade da instituição, objetivando orientar os

trabalhadores, sendo incluído neste contexto o manuseio, armazenamento,

transporte, e descarte de resíduos sólidos de saúde.

Todos os profissionais devem ser treinados para as atividades que

exercem através da promoção em educação permanente, relacionada a atividades

que envolvem; como: palestras e cursos, para que sejam sensibilizados e se tornem

células multiplicadoras em seus ambientes de trabalho. Em relação à afirmativa

Souza et al.(1991, p.16) ressalta:

Os serviços, por sua vez, tentando adequar estes profissionais às demandas que necessitam, propõem processos educativos para aprimorarem o trabalho através da preparação dos seus agentes, no sentido de dar respostas às necessidades específicas de formação, manutenção, recuperação e reabilitação de saúde, frente a posicionamentos políticos-ideológicos distintos.

A comprovação da educação permanente deve ser mantida no setor onde

são desenvolvidas as atividades laborativas, à disposição da inspeção do trabalho, e

deve contemplar dentre os temas abordados, a biossegurança, pois é vista como

uma ação educativa, e como tal pode ser representada por um processo de ensino,

como aquisição de conhecimentos.

2.4 BIOSSEGURANÇA:

Nos dias atuais, não é aceitável, dentro dos padrões éticos estabelecidos,

dos paradigmas da qualidade da assistência e da qualidade de vida, que qualquer

profissional da saúde receba sua credencial para realizar suas atividades laborais,

sem ter uma base em prevenção, sem ter preparo, pois estes trabalhadores estão

expostos a diversos riscos em seu ambiente de trabalho, podendo acarretar sérios

problemas.

É possível promover a redução do número de acidentes no ambiente de trabalho quando o treinamento e educação continuada são itens constantes no calendário dos profissionais. O uso correto dos materiais e equipamentos, o desenvolvimento das técnicas conforme padronizado diminui as chances de algo dar errado, pondo em risco a integridade e manutenção da saúde do profissional de enfermagem e de terceiros

(RIBEIRO E SHIMIZU, 2007, p. 340).

Neste contexto, a biossegurança é um fator relevante na vida dos

profissionais que executam atividades laborativas dentro de um ambiente de

atenção a saúde, visto que, estes profissionais estão expostos a materiais biológicos

potencialmente contaminados, principalmente os que desenvolvem suas atividades

em áreas críticas dos hospitais, por estarem mais suscetíveis a acidentes

envolvendo material biológico, químico, físicos, ergonômicos e psicossociais, dentro

deste contexto enfatizam-se os profissionais de serviços gerais.

Na manipulação de diversas substâncias químicas, o profissional da saúde se expõe a diversos riscos. Medicações, soluções desinfetantes, desincrostantes ou esterilizantes, anti-sépticos, quimioterápicos, gases analgésicos, ácidos para tratamento dermatológicos, contato com materiais de borracha (látex) e etc. Além do ambiente, geralmente pouco ventilado, a falta do EPI ou o não uso dele, ainda há o fato dos profissionais não terem o treinamento necessário para proceder à limpeza, desinfecção e a

esterilização ou mal empregar as precauções padrão (RIBEIRO E SHIMIZU, 2007, p. 535-540).

Vários são os conceitos de biossegurança que encontramos na literatura,

dentre eles está o da FIOCRUZ (2005), que diz ser a condição de segurança

alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou

eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana,

animal e vegetal e o meio ambiente”.

“É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos” (Comissão de Biossegurança – FIO CRUZ, 2005, p.102).

Como pode se constatar a biossegurança pode se apresentar como

ciência, conduta, conjunto de ações. Tais definições trazem como ponto comum,

implícita ou explicitamente, a noção de controle dos riscos, ou seja, de uma forma

geral todas concordam que biossegurança é a prevenção do acidente, eliminando-se

o risco eminente.

Pode-se afirmar que o conceito de biossegurança implica em uma

abordagem técnico-científica do risco, segundo a qual o risco é entendido como

"uma realidade objetiva, que pode ser medida, controlada e gerenciada". A

perspectiva técnico-científica considera que os riscos podem ser avaliados e

controlados de maneira exclusivamente científica.

Sendo assim, as discussões e conflitos envolvendo o tema biossegurança

estão ligados basicamente a uma avaliação técnico-científica dos riscos. Tal

perspectiva não oferece respostas completas e adequadas a questões fundamentais

relacionadas ao risco, pois nem sempre o individuo envolvido entende o que é risco,

portanto, tornando-se urgente e necessária a confrontação das diversas noções de

riscos, subjacentes ao debate sobre biossegurança.

Por isso, a adoção de normas de biossegurança no trabalho em saúde é

condição fundamental para a segurança dos trabalhadores, qualquer que seja a área

de atuação, pois os riscos estão sempre presentes.

Cassete (2005, p.78) ressalta que as propostas de mudanças ainda

envolvem o repensar a formação dos profissionais que ainda é centrado

predominantemente no aprendizado técnico racional e individualizado.

De acordo com a legislação do Brasil, quando falamos em Biossegurança,

temos que conhecer as suas duas facetas:

A Biossegurança Legal, alicerçada pela Nova Lei de Biossegurança (nº

11105, de 2005), cujos focos são os riscos relativos às técnicas de manipulação de

OGM´s ou Organismos Geneticamente Modificados. Esta lei estabelece normas para

o uso dessas técnicas de engenharia genética e liberação para o meio ambiente de

organismos geneticamente modificados, definindo responsabilidades civis e

institucionais.

A Biossegurança Aplicada: O Ministério da Saúde, através da Portaria nº

343, de 2002, cria a Comissão de Biossegurança em Saúde. Esta portaria trata da

biossegurança que esta relacionada com os riscos decorrentes dos organismos não

geneticamente modificados e dos riscos químicos, físicos, ergonômicos, biológicos e

acidentais que podem ocorrer nos estabelecimentos de saúde.

Sobre riscos, podemos ressaltar que é a probabilidade da ocorrência de

um dano, que pode se manifestar a qualquer momento em nossas vidas, mas que

na maioria das vezes pode ser evitável.

Quando um risco se materializa sob a forma de acidente, é frequente que

seja acompanhado de danos que podem ser da ordem econômica, no caso do

afastamento do empregado, acarretando prejuízos para este e para o seu

empregador, danos materiais e sociais, e em alguns casos seqüelas permanentes.

A exposição do trabalhador ao risco gera o acidente, cujas conseqüências

nesses casos tem efeito imediato, ou seja, ela se apresenta ao longo do tempo por

ação cumulativa desses eventos sucessivos. É como se a cada dia de exposição ao

risco, um pequeno acidente, imperceptível, estivesse ocorrendo. As conseqüências

dos acidentes do trabalho desse tipo são as doenças profissionais ou ocupacionais.

No ambiente de saúde, por ser um ambiente na maioria das vezes

considerado contaminado, se faz necessário uma atenção especial, pois existem

varias medidas preventivas, o que falta na maioria das vezes é conscientização por

parte de alguns profissionais, o que pode acontecer por falta de informação. Desta

forma, minimizar a ocorrência de riscos, sempre nos atentando para solucioná-los.

Por isso, a adoção de normas de biossegurança no trabalho em saúde é

condição fundamental para a segurança dos trabalhadores, qualquer que seja a área

de atuação, pois os riscos estão sempre presentes. Entre estes riscos estão, por

exemplo, a contaminação pelo HIV e hepatite B, que ainda pode ser mais alarmante

quando nenhuma medida profilática é adotada.

Os riscos aos quais somos submetidos no nosso dia a dia de trabalho,

segundo a Portaria do Ministério do Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78, são:

- riscos ergonômicos, relativos ao conforto, postura, como por exemplo,

esforços repetitivos, postura viciosa, instalações inadequadas, espaço inadequado,

- riscos físicos: radiações ionizantes, ruídos, nível de iluminação e graus

de temperatura ambiental;

- os riscos químicos; produzidos por substâncias químicas utilizadas em

ambientes hospitalares;

- os riscos biológicos: que ocorrem através da transmissão de agentes

agressores;

- os riscos por agentes acidentais: acidentes com perfuro – cortantes.

Como já citado anteriormente vimos que o estabelecimento de saúde,

sem dúvida, oferece qualitativamente e quantitativamente, grandes riscos não só

para quem ali trabalha, mas para toda a população ali assistida. Isto, sem contar o

meio ambiente em que vivemos, já que a forma de realizar o trabalho e o manuseio

inadequado de resíduos sólidos geram produtos infectados, comprometendo

inclusive a segurança da saúde pública.

Portanto, não podemos deixar de destacar de forma prioritária sobre o

manejo dos Resíduos de Serviço de Saúde (RSS), os riscos biológicos,

considerando o conceito da cadeia de transmissibilidade de doenças, que envolve

características do agente agressor, tais como capacidade de sobrevivência,

virulência, concentração e resistência, da porta de entrada do agente às condições

de defesas naturais do receptor.

O manejo dos RSS encontra-se balizado pelas Resoluções da ANVISA e

CONAMA, apontando para a obrigatoriedade de que todo gerador de resíduos de

serviços de saúde deverá elaborar e executar o Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Saúde, o PGRSS.

Para SOUZA (2002, p.65), é fundamental a conscientização e educação permanente dos profissionais proporcionando-lhes condições para um trabalho seguro, bem como a oportunidade para reflexões, discussões críticas, atualização e adoção de medidas preventivas corretas.

Para tanto, é importante colocar a biossegurança em um cenário

queépermita aos demais profissionais que atuam com prevenção e controle de

riscos ocupacionais, entenderem seus propósitos, suas contradições, e,

principalmente, sua importância como instrumento de proteção da vida, em qualquer

que seja o ambiente de trabalho.

2.5 SAÚDE DO TRABALHADOR:

Durante muito tempo a segurança e a saúde do trabalhador foram vistos

como temas que se relacionavam apenas com o uso de capacetes, botas, cintos de

segurança, e uma série de outros equipamentos de proteção individual contra

acidentes. Do intenso processo social de mudança, ocorrido no mundo nos últimos

anos, alguns aspectos contribuíram, para a relação trabalho x saúde.

Hoje, o setor de segurança e saúde no trabalho é multidisciplinar e tem

como objetivo principal a prevenção dos riscos profissionais, visando desta forma

uma melhor qualidade de vida do trabalhador.

Entende-se por saúde do trabalhador o conjunto de conhecimentos oriundos de diversas disciplinas, que – aliado ao saber do trabalhador sobre seu ambiente de trabalho e suas vivências das situações de desgaste e reprodução – estabelece uma nova forma de compreensão das relações entre saúde e trabalho e propõe uma nova prática de atenção à saúde dos trabalhadores e intervenção nos ambientes de trabalho (ABRASCO, 1990, p. 27).

No momento em que se discute a importância de ações preventivas que

contribuem na promoção ao meio ambiente, torna-se imprescindível que as

instituições de saúde, que respondem pelo seu profissional procurem as formas

possíveis para a promoção, prevenção, desenvolvendo desta forma o princípio de

consciência do cidadão.

Segundo Souza, (2002, p. 65) “A preocupação com a saúde do trabalhador de uma maneira geral, em especial com trabalhadores da saúde, vem crescendo nos últimos anos. Em decorrência disso, novos avanços e normalizações têm sido desenvolvidos para melhorar a vida das pessoas que trabalham com agentes de riscos na área da saúde”.

Em relação ao trabalho desenvolvido no ambiente hospitalar, é de suma

importância os serviços relacionados ao profissional contratado para desempenhar

atividades laborativas de serviços gerais, para tanto se faz necessário que este

profissional tenha algumas características essenciais, como: Instrução de nível

primário, experiência mínima de um ano no cargo e na área, possuir espírito de

colaboração e disciplina e condições básicas para desenvolver as atividades de sua

competência.

O profissional de Serviços gerais realiza trabalho de limpeza e conservação em geral..., utilizando os materiais e instrumentos adequados, e rotinas previamente definidas...; desenvolvendo suas atividades utilizando normas de biossegurança e/ou segurança do trabalho, executa o tratamento e descarte dos resíduos de materiais provenientes do seu local de trabalho (MELO, 2001, p. 77- 121).

Como parte integrante da equipe que compõe uma unidade hospitalar, o

profissional que desempenha atividades de serviços gerais, o que ocorre geralmente

de forma terceirizada, melhora a qualidade dos serviços prestados quando está

intimamente ligado ao treinamento de pessoal em suas diversas técnicas

operacionais, bem como ao conhecimento e utilização dos equipamentos, manuseio

de materiais e produtos de limpeza e higiene.

Sabe-se que atualmente os profissionais que desempenham atividades

relacionadas aos dos serviços gerais em ambientes hospitalares, são na maioria das

vezes contratados por terceirização.

Terceirização é a contratação de serviços por meio de empresa

intermediária, ou seja, o contratante transfere a um terceiro a execução de serviços

que poderiam ser realizados diretamente, mediante contrato de prestação de

serviços. Em outras palavras, uma empresa repassa a outra, a prestação de

serviços não essenciais, simplificando sua estrutura e a remunerando pelos serviços

prestados. A relação de emprego se dá entre o trabalhador e a empresa contratada,

e não diretamente com o contratante dos serviços.

Segundo a NR 32 (BRASIL, 2005), em casos de terceirização do serviço, a responsabilidade pela capacitação dos profissionais do Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde é solidária entre as duas empresas, contratante e contratada e, portanto, ambas têm a mesma responsabilidade e podem ser alvos de fiscalização. Mesmo que todas as atribuições relativas ao serviço terceirizado estejam descritas em um contrato de trabalho, cabe ao contratante certificar-se de que a capacitação está sendo realizada e de como é realizada. Ainda, deve colaborar quando necessário nessa capacitação, estabelecendo uma sólida parceria com verdadeira responsabilidade compartilhada.

É fundamental garantir transparência nas relações de emprego e trabalho,

é isso que deve se refletir, claramente, nas questões de saúde e segurança do

trabalhador em todas as etapas de trabalho. Além das condições adequadas é

necessário informar o trabalhador, da melhor forma possível.

De acordo com RIBEIRO (2000, p.63) “O reconhecimento dos riscos em função da negligência e/ou falta de instrução para uso adequado de EPI, manuseios dos resíduos sólidos em saúde e gerenciamento destes são fundamentais para as mudanças comportamentais necessárias ao exercício das diversas atividades profissionais no ambiente hospitalar.

Ressalta-se que na Norma Regulamentar 32 (NR 32), do Ministério do

Trabalho e Emprego, que estabelece as diretrizes básicas para a implementação de

medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de

saúde, cabendo ao empregador oferecer as condições ideais de treinamento e

promoção de saúde.

Esta Norma atinge não só os empregados próprios do Serviço de Saúde

como também os empregados das empresas terceirizadas, cooperativas,

prestadoras de serviço, enfim a todos os que trabalham na área de saúde.

Segundo a RDC 306 da ANVISA, de 07 de dezembro de 2004, todos os

profissionais que trabalham no serviço, mesmo os temporários e os que não estão

envolvidos diretamente nas atividades de gerenciamento dos resíduos devem

conhecer o sistema adotado para o gerenciamento de RSS, a pratica de segregação

de resíduos, reconhecerem os símbolos, expressões, padrões de cores adotadas,

conhecerem os locais de armazenamento, entre outros indispensáveis a completa

integração com o plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e pelos

serviços de educação permanente e o de saúde e segurança do trabalhador.

Assim não basta um ambiente estar preparado para sanear organização

em relação a recursos humanos, se não tiver os elementos envolvidos de forma

consciente dos aspectos de uma melhoria na qualidade de vida de seus

profissionais, e do meio ambiente. Ele deve estar organizado para atender também

as necessidades quanto ao correto manuseio e descarte de resíduos sólidos.

2.6 A LEI QUE REGE OS RESÍDUOS SÓLIDOS:

A partir dos anos 50, alguns países começaram a dar mais importância

para a contaminação da água subterrânea, e consequentemente estudos foram

desenvolvidos nesse campo. Como resultado, os resíduos foram classificados em

duas categorias: perigosos e não perigosos, ocorrendo neste momento uma

preocupação inicial com o meio ambiente.

O Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, órgão consultivo e

deliberativo do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, criado através da

Lei Federal nº 6.938, de 31/08/81, aprovou a Resolução Nº 05, em 05/08/93, que

dispõe sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde,

portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários, com o objetivo de controlar

a geração e disposição dos resíduos de serviços de saúde.

Desde o início da década de 90, vêm-se empregando esforços no sentido

da correta gestão, do correto gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e da

responsabilização do gerador. Um marco deste esforço foi a publicação da

Resolução CONAMA no 005/93, que definiu a obrigatoriedade dos serviços de

saúde elaborarem o Plano de Gerenciamento de seus resíduos. Este esforço se

reflete, na atualidade, com as publicações da RDC ANVISA no 306/04 e CONAMA

no 358/05.

Na área da saúde, tornou-se imprescindível a adoção de procedimentos

que visem controlar a geração e disposição dos resíduos de serviços de saúde,

principalmente devido ao crescente aumento da complexidade dos tratamentos

médicos, com o uso de novas tecnologias, equipamentos, artigos hospitalares e

produtos químicos, aliado ao manejo inadequado dos resíduos gerados, como a

queima dos resíduos a céu aberto, disposição em lixões, dentre outros.

Em 2003, foi promulgada a Resolução de Diretoria Colegiada, RDC

ANVISA no 33/03 com enfoque na metodologia de manejo interno de resíduos, na

qual se consideram os riscos envolvidos para os trabalhadores, para a saúde e para

o meio ambiente. A adoção dessa metodologia de análise de risco resultou na

classificação e na definição de regras de manejo que, entretanto, não se

harmonizavam com as orientações da área ambiental estabelecidas na Resolução

CONAMA no 283/01.

Além disso, a Resolução nº. 283/01 do CONAMA, dispõem sobre os

seguintes itens:

(a) estabelece a classificação para os resíduos produzidos nos

estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, em quatro grupos (biológicos,

químicos, radioativos e comuns);

(b) determina que a administração dos estabelecimentos de saúde, em

operação ou a serem implantados, deverá elaborar um Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde - PGRSS, a ser submetido à aprovação

pelos órgãos de meio ambiente e de saúde, dentro de suas respectivas esferas;

(c) atribui responsabilidade ao gerador do resíduo, pelo gerenciamento

de todas as etapas do ciclo de vida dos resíduos, devendo o estabelecimento contar

com um responsável técnico, devidamente registrado no Conselho Profissional. Esta

responsabilidade não cessa, mesmo após a transferência dos resíduos a terceiros

para o transporte, tratamento e disposição final, conhecido como princípio da

corresponsabilidade;

(d) exige licenciamento ambiental para a implantação de sistemas de

tratamento e destinação final dos resíduos.

A RDC ANVISA Nº. 33 / 2003, de 25 de fevereiro de 2003, publicação em

Diário Oficial da União dia 05/03/2003 a prova o Regulamento Técnico para o

Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - Diretrizes Gerais que constam

do Anexo desta Resolução. Compete às Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais

e do Distrito Federal, em conjunto com os Órgãos de Meio Ambiente e de Limpeza

Urbana, e à Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, no que lhe for

pertinente, divulgar, orientar e fiscalizar o cumprimento desta Resolução.

A preocupação com a questão ambiental torna o gerenciamento de

resíduos sólidos um processo importante na preservação da qualidade de vida e do

meio ambiente, sendo uma questão relacionada à produção de resíduos, manuseio

e descarte correto. Tratando-se do ambiente hospitalar, acredita-se que todo resíduo

produzido é contaminado, portando todo cuidado é pouco.

Os hospitais são os responsáveis pelo correto gerenciamento de seus

resíduos, desde a sua geração até o seu destino final, atendendo à legislação

vigente (Resolução Conama nº 05 de 05/08/1993), sendo prevista a realização de

um programa denominado PGRS - Programa de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos, que descreve as ações relativas à geração, segregação, acondicionamento,

coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a

proteção à saúde pública e à qualidade do meio ambiente.

O PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduo Sólido de Saúde deverá ser elaborado por profissional de nível superior, habilitado pelo seu Conselho de Classe, com apresentação de anotação de Responsabilidade Técnica – ART, Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber (art. 5º CONAMA 358/05).

Resíduos sólidos e lixo são termos utilizados indistintamente por vários

autores, mas na linguagem cotidiana o termo resíduo é pouco empregado, de

acordo com o dicionário da língua portuguesa, lixo é aquilo que se varre de casa, do

jardim, da rua, e se joga fora, coisas inúteis, velhas, sem valor.

Ferreira (1995) Ressalta que “Resíduos é aquilo que resta de qualquer

substância, resto”.

A Resolução nº. 05/93 do CONAMA traz no seu contexto o conceito de

resíduos sólidos definido pela NBR 10.004/87 da ABNT, como:

"Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de

atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial,

agrícola, de serviços e de varrição”.

Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de

tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de

poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades os tornem

inadequados para o lançamento na rede pública de esgotos, corpos d'água, ou

exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis, em face à melhor

tecnologia disponível.

No Brasil, órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária –

ANVISA e o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA têm assumido o papel

de orientar, definir regras e regular a conduta dos diferentes agentes, no que se

refere à geração e ao manejo dos resíduos de serviços de saúde, com o objetivo de

preservar a saúde e o meio ambiente, garantindo a sua sustentabilidade.

Assim, conforme Resolução CONAMA no 358 de 29 de abril de 2005, são

denominados resíduos de serviços de saúde todos aqueles resultantes de atividades

exercidas nos serviços citados abaixo, e que por suas características, necessitam de

processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio a sua

destinação final, a fim de evitar impactos negativos na sociedade.

São serviços geradores de RSS todos os relacionados com o atendimento

a saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de

trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios,

funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamento (tanatopraxia e

somato - conservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive

as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde;

centro de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos,

importadores e produtores de materiais e controles para diagnostico in vitro;

unidades movéis de atendimento a saúde; serviços de acupuntura; serviços de

tatuagem, dentre outros similares, são definidos conforme RDC 306 de 7 de

dezembro de 2004 e Resolução CONAMA no 358, artigo 1o, de 29 de abril de 2005.

É da competência da instituição hospitalar, geradora de RSS – Resíduos

Sólidos de Saúde, monitorar e avaliar seu PGRSS, pois desta forma permitirá

acompanhar a eficácia do plano implantado, e realizar as providências cabíveis, se

necessário.

2.7 RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE:

Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou como é mais comumente

denominado “lixo hospitalar ou resíduo séptico”, sempre se constituiu um problema

de grande proporção para os administradores Hospitalares, principalmente pela falta

de informação a seu respeito, gerando assim, conflitos entre funcionários.

As principais causas do crescimento progressivo da taxa de geração dos

resíduos sólidos dos serviços de saúde (RSSS) é o contínuo incremento da

complexidade da atenção medida e o uso crescente de materiais descartáveis

(SANCHES,1995).

Os Resíduos sólidos de Saúde (RSS), são resíduos gerados por serviços

prestadores de assistência médica ou veterinária, os quais possuem potencial de

risco, em função da presença de material biológico, perfurantes e/ou cortantes

potencial ou efetivamente contaminados, produtos químicos perigosos e rejeitos

radioativos.

Segundo Coelho (2000, p. 19) “Resíduos sólidos de serviços de saúde são todos os resíduos gerados por estabelecimentos prestadores de serviços de saúde: hospitais, clínicas médicas e odontológicas, laboratórios de análises clínicas e postos de coleta, ambulatórios médicos, farmácias e drogarias, unidades municipais de saúde (postos da rede pública), clínicas veterinárias e instituições de ensino e pesquisa médica, relacionados tanto à população humana quanto à veterinária”.

O manejo dos RSS encontra-se balizado pelas Resoluções da ANVISA e

CONAMA, apontando para a obrigatoriedade de que todo gerador de resíduos de

serviços de saúde deverá elaborar e executar o Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Saúde, o PGRSS.

O PGRSS tem por objetivo minimizar a sua produção e o

encaminhamento seguro e eficiente destes visando à proteção dos profissionais que

trabalham em estabelecimentos de saúde, a preservação da saúde publica, dos

recursos naturais e do meio ambiente.

A Norma Brasileira NBR-12809 sobre Manuseio de Resíduos de Serviços

de Saúde estabelece a segregação dos resíduos infectantes.

Ressalta-se que o Conselho Federal de Enfermagem – COFEN baixou a

Resolução COFEN n° 303/2005 que autoriza o enfermeiro a assumir a coordenação

como Responsável Técnico do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços

de Saúde.

Alguns autores tratam da relação entre resíduos domiciliares e resíduos

de serviços de saúde. Referindo-se a resíduos, contendo sangue e que podem ser

associados a AIDS e Hepatites.

Na concepção de Schneider et al (2004, p.24), os RSSS representam maior ameaça à saúde pública e ao meio ambiente não somente pela sua quantidade, mas pelo alto potencial de risco de propagação de doenças e, sendo assim, o seu gerenciamento necessita de maior segurança no manejo, proporcionando, ao mesmo tempo, a melhor qualidade dos serviços prestados e incentivando a redução do volume de resíduos produzidos.

Embora a principal discussão se de sobre os resíduos infecciosos,

também os resíduos químicos devem ser considerados quanto ao aspecto dos

riscos para a saúde humana e para o meio ambiente. Ácidos, solventes,

formaldeído, remédios e outros materiais perigosos podem ser encontrados tanto

nos resíduos hospitalares, quanto nos domiciliares.

A atividade hospitalar é por si só uma fantástica empresa geradora de

resíduos, inerente à diversidade de atividades que por ela são desenvolvidas. Não

raro lhe são atribuídas à culpa por casos de infecção hospitalar e outros males.

Os resíduos perigosos gerados nos estabelecimentos de saúde

representam um grave problema patogênico e a ineficiência de seu manejo, a

segregação inadequada e a falta de tecnologia para seu tratamento e disposição

final, constituem um risco para a saúde da comunidade hospitalar e da população

em geral, a falta de informação adequada a respeito faz com que na maioria das

vezes os resíduos sejam ignorados.

Na literatura, encontramos definição de lixo: “tudo o que não presta e se

joga fora. Coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor”.

O resíduo é definido: “aquilo que resta de qualquer substância, restos, produzidos em unidades de prestação de cuidados de saúde, incluindo as atividades de médicas de diagnósticos, tratamento e prevenção da doença em seres humanos, e ainda das atividades de investigação relacionadas. FERREIRA ET AL (1995: BRASIL 2006).

As consequências da falta de informações e indefinições são observadas

pela carência de modelos de resíduos do serviço da saúde, pois uma parte

considerável das organizações hospitalares desconhece os procedimentos básicos

no manejo dos resíduos.

No contexto atual, as opiniões divergentes sobre o risco de periculosidade dos RSS, na sua maioria, são direcionadas à ausência de fatos que comprovem que esses resíduos causem doenças nas pessoas que desenvolvem atividades nos serviços de saúde (SILVA, 2001, p.146).

Torna-se importante destacar os muitos casos de acidentes com

funcionários, envolvendo perfurações com agulhas, lâminas de bisturi e outros

materiais denominados perfuro - cortantes. O desconhecimento faz com que o

chamado "lixo hospitalar", cresça e amedronte os colaboradores e clientes das

instituições de saúde.

Quando a formação profissional não abranger os conhecimentos

necessários, este poderá ser assessorado por equipe de trabalho que detenha as

qualificações correspondentes.

2.7.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE:

A Classificação dos RSS (Resíduos de serviços de saúde), objetiva

destacar a composição dos resíduos segundo as suas características biológicas,

físicas, químicas, estado da matéria e origem, para o seu manejo seguro.

Resíduos sólidos constituem aquilo que genericamente se chama lixo:

materiais sólidos considerados sem utilidade, supérfluos ou perigosos, gerados pela

atividade humana, e que devem ser descartados ou eliminados.

Os resíduos sólidos são todos os restos sólidos ou semi-sólidos das

atividades humanas ou não-humanas, que embora possam não apresentar utilidade

para a atividade fim de onde foram gerados, podem virar insumos para outras

atividades.

Em relação à gestão de resíduos hospitalares, convém citar que essa

atividade é igualmente abrangida pela legislação sobre avaliação de impacto

ambiental, sobre incineração de resíduos:

O Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente, no Art. 3º da

Resolução/Conama nº 6, de 19 de setembro de 1991, define as normas mínimas

para tratamento de resíduos sólidos em serviços de saúde. Dentro deste contexto e

considerando a necessidade de se definir procedimentos mínimos para o

gerenciamento desses resíduos, com vistas a preservar a saúde pública e a

qualidade do meio ambiente, o art. 1º da Resolução define:

Resíduos Sólidos: São resíduos, nos estados sólidos e semi-sólidos, que

resultam de atividades de origem hospitalar. Consideram-se incluídos nesta

definição líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede

pública de esgotos ou exijam para isso técnicas economicamente inviáveis em face

da melhor tecnologia disponível.

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: São documentos

integrantes do processo de licenciamento ambiental, que apontam e descrevem as

ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, contemplando os aspectos

referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento,

transporte, tratamento e disposição final, bem como proteção à saúde pública.

Resíduo Sólido Infectante: São resíduos que apresentam risco potencial à

saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos.

Resíduo Sólido Comum: São resíduos que não apresentam risco à saúde

pública e ao meio ambiente.

Há diferentes legislações que classificam de forma diferenciada os

resíduos sólidos de serviços de saúde. Temos Resolução CONAMA nº 5/93 do

Ministério do Meio Ambiente, as normas da ABNT– Associação Brasileira de Normas

Técnicas. A RDC nº33 entrará em vigor em 15.07.2004, sendo esta a legislação que

os geradores de “RSS” estarão buscando se adequar. Os Resíduos Sólidos de

Saúde, quanto aos riscos potenciais poluidores do meio ambiente e prejudiciais à

saúde pública são agrupados em classes com termos técnicos, essa definição está

conforme a RDC nº 33, e será o que passará a vigorar a partir de julho/2004, a

saber:

Grupo A – Potencialmente Infectantes – resíduos com a possível

presença de agentes biológicos que por suas características de maior virulência ou

concentram, podem apresentar risco de infecção.

A 1 – culturas e estoques de agentes infecciosos de laboratórios industriais e de

pesquisa; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados,

descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e

instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas;

resíduos de laboratório de engenharia genética.

A 2 – bolsa de sangue ou hemocomponentes com volume residual superior a 50 ml;

kits de aférese.

A3 – peças anatômicas(tecido, membros e órgãos) do ser humano, que não tenham

maior valor científico ou legal, e/ou quando não houver requisição prévia pelo

paciente ou seus familiares; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso

menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 cm ou idade gestacional menor

que 20 semanas, que não tenham mais valor científico ou legal, e/ou quando não

houver requisição prévia pela família.

A 4 – carcaças, peças anatômicas e vísceras de animais provenientes de

estabelecimentos de tratamento de saúde animal, de universidades, de centros de

experimentação, de unidades de controle de zoonoses e de outros similares, assim

como camas desses animais e suas forrações.

A 5 – todos os resíduos provenientes de pacientes que contenham, ou sejam

suspeitos de conter agentes Classe de Risco IV, que apresentam relevância

epidemiológica e risco de disseminação.

A 6 – kits de linhas arteriais endovenosas e dialisadores, quando descartados.

Filtros de ar e gases oriundos de áreas críticas.

A 7 – órgãos, tecidos e fluídos orgânicos com suspeita de contaminação com

proteína priônica e resíduos sólidos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou

animais com suspeita de contaminação com priônica (materiais e instrumentais

descartáveis, indumentária que tiveram contato com os agentes acima identificados)

o cadáver, com suspeita de contaminação com proteína priônica, não é considerado

resíduo.

Grupo B – químicos – resíduos contendo substâncias que apresentem

risco a saúde pública ou ao meio ambiente, independente de suas características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxidade.

B1 – resíduos dos medicamentos ou dos insumos farmacêuticos quando vencidos,

contaminados, apreendidos para descarte, parcialmente utilizados e demais

medicamentos impróprios para consumo, que oferecem risco.

B2 – resíduos dos medicamentos ou dos insumos farmacêuticos quando vencidos,

contaminados, apreendidos para descarte, parcialmente utilizados e demais

medicamentos impróprios para consumo, que , em função de seu princípio ativo e

forma farmacêutica, não oferecem risco.

B 3 – resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela

Portaria MS 344/98 e suas atualizações:

B 4 – saneantes, desinfetantes e desinfectantes.

B 5 – substâncias para revelação de filmes usados em Raios X.

B 6 – resíduos contendo metais pesados.

B 7 – Reagentes para laboratório, isolados ou em conjunto.

B 8 – outros resíduos contaminados com substâncias químicas perigosas.

Grupo C – rejeitos radioativos – são considerados rejeitos radioativos

quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham

radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados na

norma CNEN-NE-6.02.

Licenciamento de Instalações Radiativas e para os quais a reutilização é imprópria

ou não prevista.

Grupo D – resíduos comuns – são todos os resíduos gerados nos

serviços abrangidos por esta resolução, que por suas características, não

necessitam de processos diferenciados relacionados ao acondicionamento,

identificação e tratamento, devendo ser considerados resíduos sólidos urbanos –

RSU.

Grupo E – perfurocortantes – são os objetos e instrumentos contendo

cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas, capazes de cortar ou

perfurar.

A RDC nº 33 está em discussão, pois estabeleceu regras nacionais sobre

o acondicionamento e tratamento do lixo hospitalar. A Resolução apresenta uma

abordagem intra-estabelecimento do gerenciamento dos resíduos gerados em

serviços de saúde, orientando os responsáveis pelo Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Serviços de Saúde das opções para conduzir o gerenciamento dos

estabelecimentos. A principal mudança representa a introdução dos gestores de

saúde na fiscalização do gerenciamento de resíduos, com norma específica editada

pela área da saúde e determina a fiscalização pelos órgãos de vigilância sanitária do

cumprimento das normas.

3. DESENVOLVIMENTO METODOLOGICO DO ESTUDO:

A metodologia do estudo baseia-se em revisão de literatura, embasada

em conteúdos exploratórios e relevantes, e por conteúdos com disponibilização de

artigos e periódicos em sites, entre os anos de 2011 a 2013, contribuindo para o

processo de conclusão, e consequentemente na elaboração de um manual técnico,

visando esclarecer e estabelecer os riscos eventuais que estes representam à saúde

do ser humano, e ao meio ambiente. Alguns autores definem revisão de literatura

como uma tomada de contas sobre o que foi publicado acerca de um tópico

específico.

“A pesquisa bibliográfica contribuirá para obter informações sobre a situação atual do tema pesquisado; conhecer publicações existentes sobre o tema e os aspectos que já foram abordados; verificar as opiniões similares e diferentes a respeito do tema ou de aspectos relacionados ao tema da pesquisa” (SILVA e MENEZES, 2001, p. 38).

Ressalta-se que neste tipo de investigação, o material para a

consolidação deve ter sido publicado, sendo constituído principalmente de livros,

artigo, periódicos e, atualmente materiais disponibilizados na internet. Para este

estudo, foram utilizadas como fontes de pesquisas, as bases de dados de diversos

sites de artigos acadêmicos.

Referente às literaturas pesquisadas que contribuíram para o

desenvolvimento deste trabalho, `as relacionadas ao tema saúde e educação, foram

selecionadas, as que compreendem os anos entre 1989 a 2007. Os artigos e

periódicos envolvendo educação, saúde, enfermagem, trabalhadores terceirizados,

os anos compreendidos entre 1997 a 2010. As literaturas pertinentes ao manual de

Resíduos Sólidos em Saúde, os anos vigentes entre 1998 a 2011.

Destaca-se também, a busca por sites do Ministério da Saúde- MT, Fio

Cruz, Agencia Nacional de Saúde- ANVISA, onde se encontra as RDC.

Considera-se que a transmissão de informação favoreça a aquisição de

conhecimentos dos profissionais de serviços gerais, acerca do manuseio e descarte

dos resíduos sólidos em ambientes de saúde.

Os profissionais da área de saúde, bem como os funcionários que

manuseiam os resíduos, são os potenciais alvos das infecções. Considerando o

exposto e os objetivos propostos neste estudo de minimizar estes riscos para os

profissionais de serviço gerais, se propôs confeccionar um produto com a

denominação de manual técnico para ser empregado em dos ambientes de atenção

à saúde, o qual será disseminado por um profissional enfermeiro, para capacitar e

orientar profissionais de serviços gerais, durante o desenvolvimento de suas

atividades laborais.

Em relação ao manual, pode-se afirmar que é um instrumento que se

destina a auxiliar na regulamentar uma instituição, podendo ser utilizado como

estratégia de ensino durante a realização da educação permanente, em ambiente de

saúde.

Sabe-se que o ensino em saúde deve ser realizado por um profissional

especializado e qualificado, com competência para um treinamento eficaz. Dentro

das atribuições legais do enfermeiro, ressalta-se esta atribuição.

A metodologia realizada através do manual deverá apresentar conteúdo

específico de Biossegurança inerente ao manuseio e descarte de resíduos sólidos

em ambiente que prestam cuidados à saúde, com abordagem simplificada e

esclarecedora objetivando, solucionar questões e dúvidas oriundas ao tema, que

geralmente são persistentes por vários profissionais da saúde, porém neste estudo

direciona-se aos profissionais de serviços gerais.

Existe uma gama de informações no que diz respeito ao tema proposto

neste estudo, porém são pouquíssimos os direcionados aos profissionais aqui

citados.

Neste sentido, faz-se necessário um estudo mais aprofundado, que

estimule o raciocínio de tais profissionais, contribuindo para um melhor desempenho

de suas tarefas e a conscientização quanto à prevenção, o qual deverá ser

reproduzido dentro do ambiente prestador de cuidados à saúde, que somente

deverá ser empregado após a efetivação com um pré-teste, realizado por

enfermeiros atuantes em ambientes hospitalares, verificando-se assim, a qualidade

do produto, fazendo-se assim as correções necessárias.

Conforme já citado, o manual é um instrumento que pode ser objeto de críticas, com

a possibilidade de alterações e atualizações, sempre que necessário, uma vez que os

assuntos envolvidos são dinâmicos, estão sempre em evidencias, e são passíveis de

redirecionamento.

4. APRESENTAÇÃO DO PRODUTO:

4.1 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO:

Para a disseminação do conteúdo do manual, sugiro que as informações

sejam divulgadas através de um minicurso direcionado a enfermeiros, com o objetivo

que estes profissionais sejam os transmissores dos conhecimentos adquiridos, e

consequentemente repassem para os profissionais de serviços gerais em ambientes

hospitalares, através de educação permanente em saúde. A solicitação para a

realização do minicurso será direcionada ao coordenador/diretor da instituição de

saúde, através de documentação formal.

A sugestão proposta é que o minicurso aconteça durante 02 (dois) meses,

com carga horária total de 16 horas, sendo distribuídas em 2 horas semanais, e que

seja disseminado dentro do espaço reservado para educação permanente da

instituição, pois geralmente já existe uma carga horária destinada a treinamentos

dos funcionários, onde se trabalha a educação no serviço.

O manual contempla principalmente conteúdos específicos de

Biossegurança inerente ao manuseio e descarte de resíduos sólidos em ambientes

que prestem cuidados à saúde, com abordagem simplificada e esclarecedora

objetivando, solucionar questões e dúvidas oriundas ao tema.

O conteúdo inserido deverá constar informações atualizadas, auxiliando

na aquisição de conhecimentos, e deverá ser entregue também através de mídia, na

forma de CD, facilitando desta forma as correções necessárias. Será confeccionado

também, um mini-manual que será disponibilizado e oferecido ao trabalhador

durante a realização da educação permanente, contemplando algumas informações

do Manual Original.

Os critérios estabelecidos no emprego deste manual em unidades de

saúde são:

a) Manter contato com a coordenação da unidade interessada na

realização do trabalho com a finalidade de definir objetivos, número de participantes

e cronograma de reuniões, nas quais será divulgado o manual, e seu conteúdo;

b) Providenciar local adequado para os encontros;

c) Emitir ofício comunicando data, local e hora para as reuniões;

d) Analisar a estrutura organizacional formal da unidade antes da reunião

inicial;

e) Preparar material que proporcione condições de levantamento de

dados para uma possível validação;

f) Conhecer o funcionamento da unidade;

g) Definir as atribuições, procedimentos e rotinas a serem normatizados

em treinamento;

h) Elaborar minuta do manual no Word com base nos dados coletados;

i) Identificar os formulários utilizados na execução dos procedimentos;

j) Avaliar necessidade de utilização e frequência de uso dos formulários;

l) Apresentar minuta do manual à unidade administrativa/coordenação da

umidade para avaliação, sugestões e alterações de seu texto;

m) Efetuar, se for o caso, as alterações propostas;

4.2 JUSTIFICATIVA DO PRODUTO:

Justifica-se a confecção deste manual, a partir da observância da autora,

enquanto enfermeira, durante sua atuação, a constatação da necessidade de uma

estratégia de ensino, e de um instrumento que possibilite o auxilio, aos profissionais

de serviços gerais de ambientes hospitalares, para que eles criem um ambiente

seguro, preservando suas vidas e a do meio ambiente. Percebe-se ainda, que este

profissional na maioria das vezes não recebe a atenção devida, por ainda sofrer de

descriminação.

4.3 MODELO DO MANUAL:

O manual possui uma linguagem objetiva, clara e acessível, facilmente

compreendida pelo usuário, que será apresentado com grampo aspiral entre folhas,

na largura 25 cm, e com 32 cm de altura, dividido em capítulos, oferecendo

facilidade na revisão e atualização sem prejuízo da continuidade de sua utilização,

disponibilizado também em mídia, no formato de CD para a instituição de saúde,

pois havendo necessidade poderá incluir informações adicionais, ou excluir.

4.3.1 Conteúdo do manual:

4.3.2 Capa;

4.3.3 Folha de Rosto;

4.3.4 Critérios Gerais de Apresentação;

4.3.5 Conceito de Manual Administrativo;

4.3.6 Objetivos do Manual;

4.3.7 Apresentação;

4.3.8 Sumário;

4.3.9 Introdução;

4.3.10 Biossegurança / Conceitos;

4.3.11 Riscos Inerentes;

4.3.12 Resíduos sólidos, resíduos sólidos de serviços de saúde;

4.3.13 Saúde do trabalhador (equipe de trabalho);

4.3.14 Higiene nos estabelecimentos de assistências de saúde;

4.3.15 Padrão de Orientações Gerais sobre Procedimentos específicos de

servidores;

4.3.16 Anexos;

4.4 CRITÉRIOS GERAIS DE APRESENTAÇÃO:

4.4.1 Capa:

Possui cores fortes e modernas obtidas a partir de nuances resultantes da

combinação das cores básicas: adequadas para manuais técnicos, e com

merecimentos destaques para a visualização de quem o observa.

Em sua composição apresenta:

a) logotipo e sigla da instituição;

b) Título do trabalho;

d) Nome da unidade acadêmica

c) cidade, e ano em que foi concluído o trabalho

4.4. 2 Folha de Rosto:

Contém informações no anverso e verso. O anverso estrutura-se

conforme a sequência abaixo descrita:

a) logotipo e sigla da instituição;

b) nome da instituição ;

c) título do trabalho;

d) cidade, e ano em que foi concluído o trabalho;

4.4.3 Instruções para Uso:

Oferece esclarecimentos adicionais quanto ao manuseio do manual, bem

como, aos procedimentos corretos em caso de existência de sugestões e

aperfeiçoamentos por parte do usuário.

4.4.4 Apresentação:

Informa aos usuários sobre o objetivo do trabalho, a natureza das

informações fornecidas e os critérios que orientam o modelo de funcionamento

proposto. Ressalta a importância da elaboração do manual técnico, bem como a

atividade do profissional de serviços gerais.

4.4.5 Sumário:

Orienta o usuário quanto a localização dos assuntos, seções e

respectivos números de página.

No início de cada seção consta um sumário com os assuntos numerados

em itens e subitens.

4.4.6 Introdução:

Apresenta ao usuário o objetivo geral do manual, a metodologia utilizada

em sua elaboração, a natureza e finalidade das informações fornecidas e o conteúdo

de cada uma das seções apresentada.

Manual Técnico

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

ENFERMEIROS E ENSINO EM SAÚDE: MANUAL PARA TRABALHADORES DE

SERVIÇOS GERAIS

Volta Redonda, 2013.

MANUAL TÉCNICO DE MANUSEIO E

DESCARTES DE RESÍDUOS SÓLIDOS HOSPITALARES.

Imagem de resíduos sólidos de saúde

Volta Redonda, 2013.

4.4.7 Estrutura e Atribuições:

Descrevem a estrutura e o elenco de atribuições executadas pelos

profissionais e das unidades organizacionais que compõem o sistema trabalhado, do

qual decorre o estudo proposto, esclarecendo desta forma as duvidas oriundas dos

leitores.

4.4. 8 Orientações Gerais sobre Procedimentos Específicos de Servidores:

Fazem parte do conteúdo desta seção orientações relativas a assuntos

considerados de ampla utilização por parte de todos os servidores da instituição e,

portanto, merecedoras de esclarecimentos específicos e pormenorizados.

4.4.10 Anexos:

Composta pela apresentação resoluções e leis relacionadas ao tema,

ilustrações e formulários mencionados na descrição das atribuições e procedimentos

tem por objetivos acrescentar informações complementares referentes ao conteúdo

do trabalho. Os formulários que possuem mais de uma folha são apresentados

somente na sua página inicial em caráter ilustrativo.

5. CONCLUSÃO:

Neste novo século, uma das principais preocupações do homem moderno

é a preservação quanto ao meio ambiente, para isto existe a necessidade da busca

por informações.

Somente ações transformadoras da espécie humana poderão garantir o

equilíbrio dos sistemas naturais. O homem é o maior responsável por este

desequilíbrio ambiental. Percebe-se hoje, a importância de uma mudança de atitude

na busca de garantirmos nossa própria sobrevivência.

Na área da saúde, tornou-se imprescindível a adoção de procedimentos

que visem controlar a geração e disposição dos resíduos de serviços de saúde,

principalmente devido ao crescente aumento da complexidade dos problemas

envolvidos, e que atinge o meio ambiente.

Com extrema importância, destaca-se neste estudo o manuseio e

descarte de resíduos sólidos hospitalares, pois as atividades ligadas ao setor de

saúde são fundamentais no contexto de qualidade de vida do ser humano.

Ressalta-se que ainda é insipiente a adoção de uma estratégia de ensino

em serviço, que qualifique trabalhadores de serviços gerais, com destaque para a

participação de enfermeiros.

Embora manifestem preocupação com o destino dos resíduos sólidos, o

investimento na destinação do material descartável, a literatura aponta pouco

investimento no preparo dos recém admitidos.

Em relação aos profissionais que atuam já algum tempo nesse serviço,

observa-se a partir dos resultados que também carecem de acompanhamento e

supervisão direta em relação ao recolhimento, acondicionamento e destinação final

dos resíduos sólidos.

Desse modo, entende-se que ações preventivas são indispensáveis à

garantia da segurança desses profissionais. Os achados apontam medidas

preventivas, ao nível dos cursos; entretanto, o que se observa no cotidiano da

prática de profissionais de serviços gerais, nos textos alcançados, é uma atenção

desqualificada nas instituições hospitalares, em que pese o discurso contrário.

Entende-se, portanto, que um manual que ampare as orientações sobre

ações preventivas, é essencial para a garantia da segurança tanto para desses

trabalhadores, quanto dos profissionais de saúde e do usuário.

Assim, faz-se necessária a criação de espaços dentro das instituições de

saúde que possibilite a troca de conhecimentos, de maneira que estes profissionais

passem a serem atores do processo de conquista do direito à saúde em seu

conceito ampliado, ou seja, como resultado das condições de vidas.

Estes espaços devem estar direcionados ao ensino, através da educação

permanente, que oriente e capacite estes profissionais na minimização dos

acidentes e riscos que eventualmente estão expostos.

Espera-se que a educação permanente seja um instrumento de ações

preventivas, e que o enfermeiro responsável, realize o acompanhamento deste

profissional dentro do ambiente de saúde.

Observa-se que a falta de informações sobre o assunto é um dos

principais motivos para a ausência de projetos bem sustentados que determinem

melhorias no setor. Particularmente, os resíduos dos serviços de saúde merecem

atenção especial em suas fases de separação, acondicionamento, armazenamento,

coleta, transporte, tratamento e disposição final, em decorrência dos riscos graves e

imediatos que podem oferecer riscos no processo saúde/doença do trabalhador.

Enfatiza-se a importância da atenção aos profissionais de serviços gerais

que desenvolvem atividade dentro do ambiente hospitalar, pois estes profissionais

fazem parte integrante do desenvolvimento da instituição, e se faz tão importante

como qualquer outro que desempenha sua função, e muita das vezes não recebe a

atenção devida.

Com isso, entende-se que o ensino em saúde e promoção da saúde

caminham juntas, gerando as possibilidades para que o profissional gerencie as

informações, se conscientize e tome providências tendo em vista sua qualidade de

vida.

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de resíduos de serviços de saúde.

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Riscos Manuseio para o Transporte e Armazenamento de Materiais:

Simbologia. Rio de Janeiro, 1994.

Biossegurança dos profissionais de enfermagem da central de esterilização de uma

unidade de saúde de Porto Velho/RO.

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2005.

Brasil, Ministério da Saúde. (2004) Agencia Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução da Diretoria Colegiada – RDC Nº 306, de 07 de dezembro de 2004.

Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços

de saúde. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/avalia/legis.htm#

Acesso em 19/06/2011

BRASIL. Resolução CONAMA nº 05/1993. Define as normas mínimas para

tratamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos e

terminais rodoviários e ferroviários. Diário Oficial da República Federativa do

Brasil, n. 166, 31 ago., Seção 1. Brasilia, 1993.

CASATE, j.c; correa, ac. Humanização do Atendimento em Saúde: conhecimento

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CECAGNO D, SIQUEIRA hch, Cezar vaz mr. Falando sobre pesquisa, educação e

saúde na enfermagem. Revista Gaúcha Enfermagem, Porto Alegre (RS) 2005.

COELHO, h. Manual de gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde:

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FIO CRUZ, Descartes de resíduos sólidos. Disponível em

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FREIRE, p. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa

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GIRARDI, Sábado Nicolau, CARVALHO, Cristiana Leite, GIRARR JR,.João Batista.

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RIBEIRO Filho, V. O. Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. 2aed.

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SAVIANA, D. Escola e democracia. 21ª Ed. São Paulo. Cortez e Autores

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Caxias do Sul, RS: Educs, 2004.

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do Recife e a saúde dos funcionários envolvidos nesta atividade. Dissertação de

Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA da Universidade

Federal da Paraíba, 2001.

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tratamento multidisciplinar. São Paulo: Editora Atheneu, 2004.

SILVA, m. j. p. ET AL. Educação continuada: estratégias para o

desenvolvimento do pessoal de enfermagem. Rio de Janeiro: Marques – Saraiva,

1989.

SILVA, e. l. & MENEZES, e. m. Metodologia de Pesquisa e elaboração de

dissertação. 3 ed. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.

SOUZA, a. c. s. Risco biológico e biossegurança no cotidiano de enfermeiros e

auxiliares de enfermagem. Revista Eletrônica de Enfermagem (on-line), v. 4, n.1,

2002. Disponível em http://www.fen.ufg.br Acesso em 17/02/2012.

TEIXEIRA. Pedro, VALLE. Silvio, Biossegurança: Uma abordagem Multidisciplinar:

Rio de Janeiro: Ed. FIOCRUZ, 2010 Disponível em:

http||www.biologico.sp.gov.br/docq/sarq/v77_3/Penna.pdf Acesso em 23-10-20011.

ANEXOS:

ANEXO I:

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e o controle de Resíduos

Sólidos.

No âmbito da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, existem algumas

normas relativas ao controle dos resíduos de serviços de saúde - RSS, que podem

ser observadas, a saber:

- NBR 10.004 de setembro de 1987 - Classifica os Resíduos Sólidos quanto aos

riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública.

- NBR 12.807 de janeiro de 1993 - Terminologia dos Resíduos de Serviços de

Saúde.

- NBR 12.809 de fevereiro de 1993 - Procedimento de Manuseio dos Resíduos de

Serviços de Saúde.

- NBR 12.810 de janeiro de 1993 - Procedimento de Coleta de Resíduos de Serviços

de Saúde.

- NBR 7.500 de setembro de 1987 - Símbolos de Risco e Manuseio para o

transporte e Armazenagem de Materiais.

- NBR 9.191 de dezembro de 1993 - Especificação de sacos plásticos para

acondicionamento de lixo.

- NBR 9.190 de dezembro de 1985 - Classificação de sacos plásticos para

acondicionamento de lixo.

- NBR 12.808 - Classificação de Resíduos de Serviço de Saúde - RSS, muito

embora esteja em vigor, por ter sido editada antes de 1993, não está de acordo com

a Resolução CONAMA nº 5/93, não devendo, portanto, ser utilizada como referência

para adoção da classificação.

ANEXO II:

RESOLUÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM 303/2005:

Dispõe sobre a autorização para o Enfermeiro assumir a coordenação

como Responsável Técnico do Plano de gerenciamento de Resíduos de Serviços de

Saúde PGRSS

O Conselho Federal de Enfermagem - Cofen, no uso de suas atribuições

legais e regimentais;

Art. 1º - Fica habilitado o Enfermeiro, devidamente inscrito e com situação

ético-profissional regular no seu respectivo Conselho Regional de Enfermagem,

assumir a Responsabilidade Técnica do Plano de Gerenciamento de Resíduos de

Serviços de Saúde.

Art. 2º - O Enfermeiro quando designado para exercer a função de

responsável pela elaboração e implementação do PGRSS, deverá apresentar o

Certificado de Responsabilidade Técnica - CRT, emitido pelo Conselho Regional de

Enfermagem ao qual está jurisdicionado.

ANEXO III :

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 358, DE 29 DE ABRIL DE 2005.

Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e

dá outras providências.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das

competências que lhe são conferidas pela Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981,

regulamentada pelo Decreto no 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em vista o

disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria no 499, de 18 de dezembro de

2002, e o que consta do Processo no 02000.001672/2000-76, volumes I e II, resolve:

Art. 1o Esta Resolução aplica-se a todos os serviços relacionados com o

atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência

domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde;

necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento

(tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e

farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na

área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos

farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles

para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de

acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares.

Art. 5o O PGRSS deverá ser elaborado por profissional de nível superior, habilitado

pelo seu conselho de classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade

Técnica - ART, Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar,

quando couber.

Art. 6o Os geradores dos resíduos de serviços de saúde deverão apresentar aos

órgãos competentes, até o dia 31 de março de cada ano, declaração, referente ao

ano civil anterior, subscrita pelo administrador principal da empresa e pelo

responsável técnico devidamente habilitado, acompanhada da respectiva ART,

relatando o cumprimento das exigências previstas nesta Resolução.

Art. 7o Os resíduos de serviços de saúde devem ser acondicionados atendendo às

exigências legais referentes ao meio ambiente, à saúde e à limpeza urbana, e às

normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, ou, na sua ausência,

às normas e critérios internacionalmente aceitos.

Art. 8o Os veículos utilizados para coleta e transporte externo dos resíduos de

serviços de saúde devem atender às exigências legais e às normas da ABNT.

Art. 10. Os sistemas de tratamento e disposição final de resíduos de serviços de

saúde devem estar licenciados pelo órgão ambiental competente para fins de

funcionamento e submetidos a monitoramento de acordo com parâmetros e

periodicidade definidos no licenciamento ambiental.

Art. 14. É obrigatória a segregação dos resíduos na fonte e no momento da geração,

de acordo com suas características, para fins de redução do volume dos resíduos a

serem tratados e dispostos, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente.

ANEXO IV:

RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 306, DE 07 DE

DEZEMBRO DE 2004, PUBLICADA NO DIARIO OFICIAL DA UNIAO DE 10 DE

DEZEMBRO DE 2004.

Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços

de saúde.

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da

atribuição que lhe confere o Art. 11, inciso IV, do Regulamento aprovado pelo

Decreto nº. 3029, ANVISA de 16 de abril de 1999, em reunião realizada em 06 de

dezembro de 2004, ANVISA.

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de

Serviços de Saúde, em Anexo a esta Resolução, a ser observado em todo o

território nacional, na área pública e privada.

ANEXO V:

RESOLUÇÃO RDC N.º 33, DE 25 DE FEVEREIRO DE 2003, PUBLICADO NO

DIARIO OFICIAL UNIAO DE 05 DE ABRIL DE 2003.

Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços

de saúde

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da

atribuição que lhe confere o Art. 11, inciso IV, do Regulamento aprovado pelo

Decreto nº 3029, de 16 de abril de 1999, em reunião realizada em 24 de fevereiro de

2003.

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de

Serviços de Saúde -Diretrizes Gerais, constante do Anexo a esta Resolução.

ANEXO VI:

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 5, DE 5 DE AGOSTO DE 1993

PUBLICADA NO DIARIO OFICIAL DA UNIÃO NO 66, DE 31 DE AGOSTO DE

1993.

Revogadas as disposições que tratam de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde pela Resolução no 358/05. Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários E estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. (Revogadas as disposições que tratam de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde pela Resolução n° 358/05)

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das

atribuições previstas na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, alterada pelas Leis

nº 7.804, de 18 de julho de 1989, e nº 8.028, de 12 de abril de 1990, e

regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, e no Regimento

Interno aprovado pela Resolução CONAMA nº 25, de 3 de dezembro de 1986,

Considerando a determinação contida no art. 3o da Resolução CONAMA nº 6, de 19

de setembro de 1991, relativa a definição de normas mínimas para tratamento de

resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, bem como a

necessidade de estender tais exigências aos terminais ferroviários e rodoviários;

Considerando a necessidade de definir procedimentos mínimos para o

gerenciamento desses resíduos, com vistas a preservar a saúde pública e a

qualidade do meio ambiente; e, Considerando, finalmente, que as ações preventivas

são menos onerosas e minimizam os danos à saúde pública e ao meio ambiente,

resolve:

Art. 1o Para os efeitos desta Resolução definem-se:

I - Resíduos Sólidos: conforme a NBR-nº 10.004, da Associação Brasileira de

Normas Técnicas - ABNT - “Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que

resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar,

comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os

lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em

equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados

líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de

esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente

inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível”.

II - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: documento integrante do

processo de licenciamento ambiental, que aponta e descreve as ações relativas ao

manejo de resíduos sólidos, no âmbito dos estabelecimentos mencionados no art.

2o desta Resolução,

contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento,

coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a

proteção à saúde pública;

III - Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades, processos e

procedimentos que alteram as características físicas, químicas ou biológicas dos

resíduos e conduzem à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio

ambiente;

IV - Sistema de Disposição Final de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades,

processos e procedimentos que visam ao lançamento de resíduos no solo,

garantindo-se a proteção da saúde pública e a qualidade do meio ambiente.

ANEXO VII:

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 6, DE 19 DE SETEMBRO DE 1991 -PUBLICAÇÃO

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO – 30 DE OUTUBRO DE 1991.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA no uso das

atribuições que lhe confere os incisos I e VII, do art. 8º, da Lei 6.938, de 31 de

agosto de 1981, alterada pela Lei nº 7.804, de 18 de julho de 1989, e Lei nº 8.028,

de 12 de abril de 1990, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de

1990, RESOLVE:

Art. 1º Fica desobrigada a incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos

resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos,

ressalvados os casos previstos em lei e acordos internacionais.

12.7 ANEXO VIII:

NR 32 - NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO

TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE

32.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR tem por finalidade estabelecer as

diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à

saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à saúde, bem como

daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

32.1.2 Para fins de aplicação desta Norma Regulamentadora – NR, entende-se por

estabelecimentos de assistência à saúde, qualquer edificação destinada a prestação

de assistência à saúde da população, em qualquer nível de complexidade, em

regime de internação ou não.