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(Texto de base para a palestra de Ênio Padilha, cuja primeira apresentação ocorreu no Crea-BA, em 08/12/2016) INTRODUÇÃO Quando me convidaram para apresentar esta palestra me pediram para fazer uma palestra que fosse motivadora. O tema (crises econômicas) não ajuda muito. Então, antes de iniciar a palestra propriamente dita eu gostaria de dizer a vocês que tipo de palestra é essa. E que tipo de palestra eu faço. Pra isso vou utilizar uma classificação que eu considero muito boa e que foi desenvolvida por Lígia Fascioni, uma engenheira brasileira que mora em Berlim, na Alemanha. Ela é doutora em engenharia de produção, autora de diversos livros e, ela própria, palestrante e professora. Ela diz que, em linhas gerais , existem quatro tipos de 1 palestras: as motivacionais, as biográficas, as de divulgação e as informativas. Leia o artigo em https://www.ligiafascioni.com.br/para-que-serve-uma-palestra 1

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(Texto de base para a palestra de Ênio Padilha, cuja primeira apresentação ocorreu no Crea-BA, em 08/12/2016)

INTRODUÇÃO Quando me convidaram para apresentar esta palestra me pediram para fazer uma palestra que fosse motivadora. O tema (crises econômicas) não ajuda muito. Então, antes de iniciar a palestra propriamente dita eu gostaria de dizer a vocês que tipo de palestra é essa. E que tipo de palestra eu faço.

Pra isso vou utilizar uma classificação que eu considero muito boa e que foi desenvolvida por Lígia Fascioni, uma engenheira brasileira que mora em Berlim, na Alemanha. Ela é doutora em engenharia de produção, autora de diversos livros e, ela própria, palestrante e professora.

Ela diz que, em linhas gerais , existem quatro tipos de 1

palestras: as motivacionais, as biográficas, as de divulgação e as informativas.

Leia o artigo em https://www.ligiafascioni.com.br/para-que-serve-uma-palestra1

PALESTRAS MOTIVACIONAIS

São aquelas onde o palestrante transforma o senso comum em show. Elas servem para inspirar os participantes e fazer com que eles repensem seu dia-a-dia. Mas não trazem informações novas.

A base desse tipo de palestra é o entretenimento. Nesse caso, vale tudo: teatro, música, performances, mágicas, dinâmicas, piadas, desafios, cenários, etc. É fundamental que os participantes saiam da palestra de alma leve e com uma sensação de alto astral.

PALESTRAS BIOGRÁFICAS

São histórias de vida contadas por alguém que teve uma experiência especialmente interessante. Geralmente são apresentadas por pessoas famosas, empresários bem- sucedidos, sobreviventes de catástrofes, aventureiros, pessoas com talentos especiais, atletas, jornalistas, artistas, escritores, enfim, expoentes em alguma área.

A base dessas palestras é a experiência pessoal do palestrante e a noção de que qualquer um, com suficiente disposição, força de vontade e outras qualidades pessoais consegue obter o mesmo resultado. Geralmente o publico sai dessas palestras inspirado e motivado para enfrentar certos desafios.

PALESTRAS DE DIVULGAÇÃO

São, geralmente apresentadas por técnicos, representantes comerciais ou vendedores, com razoável capacidade de comunicação. Essas palestras apresentam uma determinada tecnologia, sempre com ênfase no produto que será apresentado.

Embora possam ser de alguma utilidade para profissionais de Engenharia ou de Arquitetura, é importante ficar atento à potencial parcialidade do palestrante que, por razões óbvias, nunca falará sobre os pontos fracos do produto ou das vantagens de utilizar o material fornecido por concorrentes.

PALESTRAS INFORMATIVAS

São palestras que compartilham algum tipo de conteúdo, apresentado de maneira acessível e atraente aos leigos. São específicas para determinadas áreas e geralmente ministradas por professores ou profissionais reconhecidos. A ideia é contextualizar o assunto e provocar na audiência curiosidade para saber mais e buscar aprofundamento. Por isso, nesse tipo de palestra, quase sempre são fornecidas referências adicionais (livros, vídeos, textos) que as pessoas podem procurar depois.

As palestras motivacionais e biográficas são as mais valorizadas em termos financeiros, por diversos motivos

• As pessoas gostam de shows e de saber detalhes da vida alheia.

• É preciso ser muito bom (ter algum talento artístico) para transformar eventos banais do dia-a-dia em um grande espetáculo

• Gente famosa ou com vida extraordinária, além de raro, sempre é fonte de curiosidade.

Assim como a Lígia Fascioni, eu não me encaixo em nenhum desses dois tipos de palestra. Não sou uma pessoa famosa. Não tenho nenhum feito extraordinário, não tenho nenhum talento artístico (não sei nem contar piadas). Portanto, eu seria um fracasso como palestrante motivacional e um zero à esquerda no quesito palestra biográfica. E, embora não tenha nenhum problema quanto a isto, também nunca tive a

oportunidade de preparar ou ministrar nenhuma palestra de divulgação.

Mas, como eu sempre tive paixão por ser palestrante, resta-me encontrar espaço no quarto tipo de palestra: as palestras informativas.

Para que serve uma palestra informativa? Por que alguém pagaria para ver uma palestra informativa?

A resposta da Lígia: palestras informativas servem para economizar o tempo e o dinheiro das organizações e dos participantes.

Vejamos: para apresentar o assunto tratado, o palestrante terá que ter estudado muito sobre o assunto. Deve ter feito cursos, assistido palestras, comprado/lido/estudado dezenas de livros e trabalhado bastante sobre as ideias de vários autores. Deve ter feito pesquisas, entrevistado pessoas, comparado resultados, até concluir alguns pontos que tornem esse conhecimento útil para ser aplicado na vida real (no dia-a-dia) dos participantes da palestra.

Além disso, o palestrante terá de arquitetar uma maneira de apresentar os fundamentos e as conclusões de maneira clara, didática, rápida e, principalmente, atraente; tudo isso em algumas dezenas de minutos (palestras costumam ter, no máximo, 90 minutos). Quanto mais curta a palestra, mais difícil é estruturá-la, mais trabalho dá.

Quem assiste a uma palestra sobre um determinado assunto está em busca de um panorama geral. Quer conhecer o tema sem precisar fazer um curso de aprofundamento. Imagine se cada participante tivesse que fazer todos os cursos, ler todos os livros e conhecer todos os autores só para ter uma ideia geral sobre determinado tema que ele ainda nem sabe se se é ou não relevante para si ou para a sua empresa, se a ferramenta ou método apresentados são ou não adequados

aos problemas da gestão atual, se a abordagem é ou não interessante, pertinente ou oportuna para a realidade de seu mercado. Isso é, geralmente, complicado, demorado e caro.

Então, para saber se valeu a pena a empresa pagar por uma palestra, ela deve pensar quanto dinheiro foi economizado e quanto valor foi produzido no evento.

Portanto, para evitar desperdícios e insatisfações generalizadas, é necessário que os organizadores cuidem de alguns aspectos; a negligência de um deles pode colocar tudo a perder.

Quando a sua instituição pretende organizar e promover uma palestra, a primeira coisa a definir é “qual tipo de palestra será realizada”.

Se o objetivo é dar visibilidade e brilho ao evento (ou atrair o maior número possível de participantes, certamente um dos dois primeiros tipos de palestra é o mais adequado: palestra motivacional ou palestra biográfica.

Se o objetivo é complementar uma programação e buscar algum tipo de patrocínio/apoio para o evento, talvez uma palestra de divulgação seja muito adequada.

Porém, se existe um assunto sobre o qual muitos potenciais participantes têm dúvidas ou interesse em conhecer/entender melhor, é provável que uma palestra INFORMATIVA seja mais útil. Portanto, é importante, certificar-se que o assunto interessa à plateia. O público deve conseguir ver utilidade ou valor no tema.

Se a escolha for por uma palestra informativa, não adianta contratar um palestrante cujos pontos fortes sejam os talentos artísticos ou a capacidade de entreter (com piadas, mágicas, dinâmicas de grupo, jogos, vídeos clipados do YouTube...) É preciso que ele tenha competência e experiência em produzir palestras informativas.

Cabe ao organizador do evento (1) informar-se sobre o palestrante. Verificar se ele domina o tema e se costuma apresentá-lo de maneira organizada e atraente, respeitando o tempo disponível e (2) verificar se o palestrante entende o nível de conhecimento dos participantes sobre o assunto para evitar que saiam sem nenhuma informação ou referência nova além das que já tinham. Ou seja: o palestrante não pode chover no molhado.

É importante, ao fim de uma palestra informativa, que pelo menos os participantes consigam ver a questão sob um ângulo novo ou de forma ampliada.

ESTA PALESTRA (como todas as palestras que eu apresento) é uma palestra informativa. Não tem nenhum dos recursos tradicionalmente explorados em palestras motivacionais. Não tem dinâmicas de grupo, não tem truques de mágica, não têm joguinhos, pegadinhas, cantorias, vídeos do youtube, recorte de cenas de filme, comerciais de televisão, interação com a plateia... nada disso.

Meu compromisso é com a informação. Os participantes das minhas palestra estão pagando para que eu estude, pesquise, entreviste pessoas, cruze dados, faça comparações, tabelas, gráficos, e entenda o tamanho exato do problema, para então trazê-lo aqui, de forma objetiva e clara.

Assim como a Lígia Fascioni, eu acredito fortemente que palestras são fontes de valor e podem trazer muitos benefícios de uma maneira rápida e relativamente barata. Basta que a contratação seja adequada e observe os fatores acima.

Lígia conclui:

“uma boa palestra informativa é um excelente investimento, especialmente em tempos de crise”.

Vocês concordam?

POR FALAR EM CRISE, este é o tema desta palestra. E me pediram uma palestra que fosse ao mesmo tempo uma palestra de esclarecimento e de motivação. Eu concordei, apesar de, como já falei, eu não ser um palestrante motivacional.

Concordei porque acredito que é possível conseguir o entusiasmo através da informação.

No início dos anos 2000 assisti a uma palestra do Luiz Marins (um famoso palestrante motivacional) em que ele apresentava muitos números (incontestáveis) sobre a economia, para demonstrar que havia uma grande avenida para quem se dispusesse a “fazer a lição de casa”. Eu saí da palestra bastante entusiasmado.

Ao contrário das palestras de motivação típicas, algumas semanas depois os números apresentados pelo palestrante ainda estavam na minha cabeça, como estímulo permanente para fazer o que precisava ser feito.

Então, ao começar a pesquisar para esta palestra, eu propus alguns objetivos para serem atingidos pelos participantes (vocês, da plateia)

(1) O participante deverá, ao final da palestra entender melhor a conjuntura e o que (e porque) acontece em uma crise;

(2) A palestra deverá oferecer sugestões sobre o que ainda é possível fazer para minimizar os efeitos da crise atual;

(3) A palestra deverá oferecer noções do que se pode fazer para sobreviver a esta crise e, ao mesmo tempo, estar melhor preparado para a próxima, já que as crises sempre vem e vão (é da natureza dos ciclos da Economia).

Eu já tinha escrito alguns artigos abordando a questão da crise, ou das crises econômicas. Ainda assim, achava que a ocasião pedia um pouco mais de profundidade na análise. Eu

precisava de um pouco mais de inteligência na minha pesquisa. Então resolvi gastar um pouco do meu prestígio pessoal e acionei um dos meus mais valiosos patrimônios: meus amigos inteligentes (aos quais dou aqui os devidos e merecidos créditos).

Preparei um pequeno questionário com meia dúzia de perguntas e enviei por e-mail para as seguintes pessoas : 2

Alberto Costa, (administrador, consultor empresarial, com sólida formação em filosofia e autor de livros. Mora em Florianópolis, SC)

Augusto Pedreira de Freitas (engenheiro civil, empresário, diretor de um dos mais importantes escritórios do país e presidente da ABECE-Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural. Mora em São Paulo, SP)

Carlos Alberto Kita Xavier (engenheiro civil e de segurança no trabalho, presidente do Crea-SC. Mora em Balneário Camboriú, SC)

Edemar de Souza Amorim, engenheiro civil, ex-presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo e atual diretor da UPADI - União Panamericana de Associações de Engenheiros.

Lígia Fascioni (engenheira, doutora em Engenharia, empresária, autora de livros, palestrante. Mora em Berlim, Alemanha)

Marcos Vallim, (engenheiro, doutor em Engenharia, pesquisador e professor universitário. Mora em Londrina, PR)

Mauro Faccioni Filho (engenheiro, doutor em Engenharia, empresário e professor universitário. Mora em Florianópolis, SC)

aqui estão em ordem alfabética2

Sebastião Lauro Nau (engenheiro, doutor em Engenharia, um dos mais brilhantes pesquisadores na área de motores elétricos e professor universitário. Mora em Jaraguá do Sul, SC)

Sílvia Santos (engenheira civil, doutora em Engenharia, ex-conselheira do Crea-SC, professora universitária. Mora em Balneário Camboriú, SC)

As respostas que eu recebi foram (como era de se esperar) extremamente esclarecedoras e úteis! Me dei conta de que os amigos que eu tenho e a disponibilidade e generosidade deles é um recurso valioso que, de certa forma, me dá uma vantagem competitiva nesse mundo de produção de conteúdo. A existência (e a disponibilidade) deles me permite compartilhar visões e análises muito qualificadas de muitos assuntos cruciais. Segue, abaixo…

A NATUREZA DAS CRISES ECONÔMICAS No seu livro A Teoria do Desenvolvimento Econômico , 3

publicado em 1911, o economista austriaco Joseph Alois Schumpeter apresenta, pela primeira vez a noção de Ciclos Econômicos, discorrendo sobre a sua doutr ina desenvolvimentista, que se contrapunha à teoria tradicional.

Schumpeter foi o primeiro a associar a inovação com o desenvolvimento capitalista. Mais recentemente é possível identificar nas inovações (especialmente no que diz respeito aos produtos financeiros) os principais motores do desenvolvimento mas também das crises.

De uma maneira geral (uma análise elementar) podemos dizer que duas coisas são essenciais para garantir a

SCHUMPETER, Joseph Alois. Teoria do Desenvolvimento Econômico: Uma Investigação 3Sobre Lucros, Capital, Crédito, Juro e o Ciclo Econômico. Editora Nova Cultural. 1997

estabilidade ou o crescimento da economia: a credibilidade do governo e a confiança das pessoas no futuro (futuro pessoal, das empresas ou do país). Se um determinado setor da economia deixa de acreditar que no futuro os resultados serão positivos então esse setor fará uma retração nos investimentos. Se, por alguma razão, o governo perde parte da sua credibilidade, o que ele pode fazer? Ele pode injetar dinheiro na economia...• investindo em novas obras • baixando impostos • facilitando o crédito

No entanto, crescer demais sem ter uma infraestrutura adequada pode trazer mais problemas do que benefícios (e isso vale tanto para governos quanto para empresas e pessoas).

Para os governos, a aceleração do crescimento, sem infraestrutura adequada, resulta em inflação, que leva ao aumento das taxas de juro, que leva à interrupção do ciclo de crescimento.

Infelizmente o sistema político, no Brasil, faz com que os governantes busquem as soluções imediatas, sem compromissos com as consequências de longo prazo (no longo prazo o problema será dos seus sucessores)

CRESCIMENTO x DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO O crescimento econômico é possível com o aumento da população e com o natural aumento da riqueza dessa população, de forma regular e de acordo com os paradigmas vigentes.

Já o desenvolvimento econômico, segundo Schumpeter, é um processo mais complexo e decorre de combinações inovadoras que se configurariam nos seguintes casos: (a) Introdução (no mercado) de um novo bem; (b) Introdução (no mercado) de um novo produto financeiro; (c) Introdução (no mercado) de um novo método de produção, baseado numa descoberta cientifica nova; (d) Abertura de um novo mercado; (e) Conquista de uma nova fonte de oferta de matérias-primas e (f ) Estabelecimento de um novo modo de organização de qualquer indústria (criação ou fragmentação de uma posição de monopólio, por exemplo).

Cada vez que uma dessas coisas acontece, num determinado setor da economia, decorrem mudanças nos paradigmas e as vantagens competitivas mudam de mãos, o que provoca perdas (às vezes muito grandes) para outras partes, até que se reencontre o equilíbrio na indústria.

As perdas que algumas partes sofrem podem configurar crises setoriais. Foi o que aconteceu, por exemplo, na década de 1990, quando a indústria textil brasileira teve de enfrentar a concorrência da China. Ouve uma crise no setor, embora aquilo não configurasse uma crise na economia brasileira (que, pelo contrário, estava vivendo um bom período).

Portanto, sabemos que

(1) As crises são cíclicas, pela natureza dos ciclos econômicos

(2) As crises, geralmente são setoriais.

Além disso, as crises podem ser Conjunturais ou Estruturais.

Uma crise é Conjuntural quando ela é resultante de fatores externos incontroláveis. Por exemplo. A industria do turismo

da Síria sofre uma crise conjuntural, pois, não importa o quão eficiente, inovadora ou tecnológica ela seja, é impossível progredir naquela conjuntura.

Já uma crise é estrutural quando ela é decorrente de questões internas da indústria (ou do país). Podemos dizer que uma 4

crise é estrutural quando os meios de produção sofrem uma alteração drástica em função de algum tipo de desenvolvimento na economia (veja, acima, os fatores que levam ao desenvolvimento da economia, segundo Schumpeter) o que leva trabalhadores, empresas e até mesmo países a serem desqualificados para a nova configuração do mercado.

Um exemplo de crise estrutural foi a que ocorreu com os Escritórios de Engenharia no Brasil nos anos 1990 (especialmente na segunda metade da década). A conjuntura era favorável. A economia ia bem, a moeda estável... mas a maioria dos escritórios tradicionais não sabia lidar com as novas tecnologias de produção impostas ao setor (softwares de projetos, telefonia móvel e internet). Além disso, uma quantidade maior de profissionais começou a entrar no mercado a cada ano, em função da proliferação de novos cursos em muitas cidades.

Outra coisa que devemos atentar é para a diferença de intensidade da crise quando falamos de varejo ou de produção industrial. Segundo a teoria de Mises , O 5

crescimento da produção de bens de consumo (varejo) cresce um pouco nos períodos de prosperidade e cai um pouco nos

O termo INDÚSTRIA é utilizado aqui com o seu significado trazido da Economia Industrial (de 4Mason e Bain) e é definida como o conjunto de empresas que produzem e disponibilizam ao mercado produtos que são substitutos e bastante próximos entre si. Não tem, portanto o sentido normalmente utilizado no Brasil que entende indústria como uma fábrica de bens de consumo ou de produção.

Ludwig Heinrich Edler von Mises (1881—1973) foi um economista teórico judeu de 5nacionalidade austríaca e, posteriormente, americana, que foi membro da Escola Austríaca de pensamento econômico.

períodos de crise; Já a produção industrial cresce muito nos períodos de bonança e cai muito nos períodos de crise.

Cabe aqui, portanto, uma “dica”: é sempre bom ter um pé no varejo.

O DINHEIRO, OS JUROS E A CRISE

Juro é o preço do dinheiro. Quem compra dinheiro (toma dinheiro emprestado ou compra alguma coisa financiada, com juros) está pagando para ter agora uma coisa que só conseguiria ter daqui a algum tempo se guardasse o dinheiro.

Se as pessoas estão enriquecendo (porque estão produzindo mais) elas podem guardar dinheiro (nas contas de poupança ou em outras aplicações) nos bancos. Se os bancos têm mais dinheiro, então existe mais dinheiro disponível no mercado.

Quando existe mais dinheiro disponível no mercado, existe inflação, porque as pessoas tendem a comprar mais (mais do que o necessário) em função da facilidade do acesso ao dinheiro.

O que aconteceu no Brasil, entre 2005 e 2015?

O governo brasileiro, naqueles 10 anos, liberou dinheiro (financiamentos) a juros baixíssimos para compra de casas, apartamentos, carros, passagens aéreas, eletrodomésticos, smartfones... tudo. Só que as pessoas não estavam enriquecendo. As pessoas não estavam incrementando a sua produtividade. Estavam apenas comprando mais (porque o dinheiro estava muito barato). Ou seja estava havendo um enriquecimento artificial. A produção industrial aumentou, mas a produtividade do brasileiro não aumentou. Então havia uma mentira na economia brasileira.

Os bancos privados perceberam que as pessoas para quem eles haviam emprestado tanto dinheiro não estavam em

condições de honrar os seus compromissos. O endividamento da população estava em níveis alarmantes. Havia uma grande possibilidade de alguma coisa dar errado.

Some-se a isto a crescente instabilidade política e o clima de incertezas que foi tomando conta do país e estava posta a mesa. Os bancos começaram a não emprestar mais dinheiro (porque, com o risco tão alto de inadimplência, eles avaliaram que era melhor não emprestar). E aí veio a crise!

Com a súbita escassez do dinheiro as pessoas param de comprar, os comerciantes param de fazer pedidos para as indústrias, que param de produzir. Pessoas perdem os seus empregos, a concorrência no mercado de trabalho aumenta, a oferta de empregos com bons salários diminui, a concorrência no mercado informal aumenta, os lucros são reduzidos, pessoas e empresas não conseguem mais pagar seus empréstimos e, por fim, empresas começam a quebrar.

Os fornecedores dessas empresas perdem os clientes e acabam quebrando também, gerando mais demissões e toda uma cadeia produtiva é afetada, incluindo as empresas de transporte.

INUNDAÇÕES OU ENCHENTES Uma metáfora que podemos utilizar para falar de crises econômicas são as inundações e enchentes provocadas por chuvas.

Assim como as inundações ou enchentes, as crises econômicas acontecem com certa frequência. Os institutos de previsão do tempo geralmente conseguem antecipar a ocorrência das chuvas. Porém, a previsão de uma enchente é mais difícil, porque ela se dá depois que a chuva passa do normal. Chuvas com longa duração (semanas) só pode ser

previsto bem depois que a chuva já começou. Por isso, muitas vezes, as inundações ou enchentes pegam as pessoas “de calças curtas”.

Algumas pessoas estão melhor posicionadas, em relação a uma enchente. Sua construção está razoavelmente acima da cota de inundação e portanto, essa pessoa não sofrerá o primeiro impacto da crise. Mas existem pessoas que são atingidas pelos primeiros avanços da inundação. Já no primeiro dia de chuva forte a água já subiu o bastante para causar algum estrago. Outros somente são atingidos depois de uma semana de chuva forte.

Mas, mesmo aqueles que não sofrem com a inundação da sua casa, podem sofrer os efeitos secundários da enchente: falta do telefone, falta da internet, falta de energia elétrica, falta de água potável, falta de alimentos, vandalismo, assaltos, insegurança... isso pode ocorrer até com quem tem uma casa em local onde jamais haverá uma enchente ou inundação, se o resto da cidade estiver sendo atingida. Mas... veja bem, isso não vai acontecer no primeiro momento da crise. Quanto melhor preparado ou protegido a pessoa estiver, mais tempo vai levar para que os problemas o alcancem. Uma pessoa bem posicionada ou bem protegida poderá, eventualmente, sair-se ileso até mesmo de uma crise grave.

Eu digo sempre, nos meus cursos e palestra sobre este tema: “o melhor que você pode fazer, em relação a uma crise é não ser atingido por ela”.

O problema é que isso não pode ser feito se a crise já está esmurrando a sua porta. Se a água já está entrando na sala. Aí já é tarde demais. É importante não deixar a crise chegar nem perto da sua porta. Isso é uma coisa que se faz, principalmente, em tempos de vacas gordas, através da adoção de estratégias de crescimento, estabilidade e segurança (formação profissional, aperfeiçoamento técnico,

domínio de técnicas de administração, crescimento profissional, etc, etc, etc).

Observe que em todas as crises econômicas, e em todos os segmentos, existem aquelas empresas que ou não são atingidas pela crise, que sofrem menos o impacto de sua onda de maldades ou ainda que demoram muito mais do que outras até sofrer alguma consequência da crise. Essas empresas são justamente aquelas que estão melhor posicionadas. As que possuem diferenciais competitivos. São aquelas que estão disputando o campeonato da primeira divisão, como eu escrevi no artigo intitulado “SE O SEU ESCRITÓRIO FOSSE UM TIME DE FUTEBOL, EM QUAL DIVISÃO ELE ESTARIA JOGANDO?” (vale a pena ler) . São as empresas mais criativas e com mais 6

recursos (desenvolvidos ou cultivados durante os tempos bons) e que conseguem encontrar oportunidades na crise (e algumas vezes até se beneficiam dela).

INDICADORES DA CRISE Como já foi dito, as crises acontecem em ciclos. Portanto, uma coisa é certa. A próxima crise econômica acontecerá. A questão, portanto, não é SE e sim QUANDO.

Saber quando uma crise está próxima é uma coisa importante pois evita que o profissional ou sua empresa sejam surpreendidos. Uma crise sempre manda avisos que, na maioria das vezes só são corretamente interpretados muito tempo depois (quando a crise já está fazendo estragos)

Alguns indicadores sociais ou econômicos devem estar no radar dos Engenheiros de tal maneira que alterações nesses

http://www.eniopadilha.com.br/artigo/78466

números devem ativar o alerta de que uma crise é iminente. Aqui vou destacar alguns desses indicadores

• PIB - Produto Interno Bruto (O PIB é um indicador que mede a atividade econômica do país. No brasil esse índice é calculado pelo IBGE e publicado trimestralmente)

• Desemprego (pode ser obtido na PME - Pesquisa Mensal de Emprego, que é uma pesquisa feita pelo IBGE, de periodicidade mensal sobre mão-de-obra e rendimento do trabalho).

• CUB - Custo Unitário Básico (é um indicador monetário que mostra o custo básico, servindo como parâmetro na determinação dos custos do setor da construção civil. O Cálculo é feito e publicado — mensalmente — pelos Sindicatos da Indústria da Construção Civil).

• Confiança da Construção (ICST) (este índice é medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

• Desempenho da indústria de bens de capital. (esta informação consta da Pesquisa Produção Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) divulgada pelo IBGE e reflete a expectativa do setor empresarial com a economia brasileira)

• Sobrevivência/Mortalidade Empresarial (trata-se de um levantamento feito anualmente pelo SEBRAE e mede a relação entre o número de empresas constituídas e o número de empresas sobreviventes depois de dois anos)

• Depósitos e retiradas na Poupança (os valores de depósitos e retiradas das contas de poupança são publicados pelo Banco Central em boletins diários)

• Cotação do Dólar e do Euro (a cotação das principais moedas internacionais são publicadas todos os dias em diversos portais de notícias ou aplicativos nos smartfones)

• Endividamento das famílias (este número é calculado mensalmente pelo Banco Central e expressa o compro-metimento da renda com o pagamento de prestações de empréstimos e financiamentos)

Outros indicadores ainda são sugeridos, tais como • Inflação • Superavit primário • Investimento público em infra-estrutura • Investimento estrangeiro no país; • Valor da ação de grandes incorporadoras; • Índice de confiança dos construtores • Estoques de apartamentos; • Declínio em investimentos de inovação • Filas das lotéricas estão ficando maiores e maiores • Redução de alunos em ensino médio • Aumento repentino em cursos técnicos básicos de curtíssima duração • Aumento de processos de divórcio e separação conflituosa.

Além dos indicadores conjunturais (vistos acima) existem indicadores de desempenho do próprio profissional ou da própria empresa que devem ser observados: • Numero de novas negociações abertas• Numero de novos serviços contratados • Faturamento do escritório • Quantidade de novos concorrentes diretos • Quantidade de novos concorrentes Indiretos

Mas, atenção: o mais importante é acompanhar as taxas de crescimento/decrescimento desses indicadores. Como disse o engenheiro Sebastião Nau, “o conhecimento de derivada é

essencial. Sempre há um retardo dos resultados visíveis de recuperação em relação aos indicadores. Quando começa a crise, os resultados concretos negativos aparecem antes dos indicadores; quando termina a crise, os resultados concretos positivos aparecem também antes dos indicadores.”

Faça a derivada da curva dos indicadores e você verá o perigo (ou a luz no fim do túnel) antes dos outros.

A CRISE JÁ CHEGOU! Mas, e se a crise já entrou e já abraçou todo mundo? E se a crise já está na sala e você já está sentindo os seus efeitos? o que fazer?

O primeiro grande erro cometido por profissionais é subestimar uma crise econômica. NÃO SUBESTIME A CRISE. A gente tem, muitas vezes, a esperança de que a coisa vai passar. Que é só uma marolinha. Que não vai fazer estrago considerável. E, no fim, transformamos essa esperança em crença. E acreditamos que está tudo bem.

Não faça isso! Acredite na crise. Preste atenção nos indicadores; Se a crise já chegou ou se ela já está rondando a casa, fique atento. Comece a fazer ajustes, cortes, adaptações. E comece a tomar cuidados. Coloque em ação o seu plano de contingência. Não perca o senso de urgência.

Você não tem um plano de contingência? Não tem um "Plano B"? Hmmmm.... Bom, já vamos falar nisso, daqui a pouco.

Demorar para agir é um dos principais erros que os profissionais cometem depois de serem atingidos por uma crise econômica. Mas existem outros erros igualmente nocivos:

• Agir com emoção. Não fazer cortes necessários por pena das pessoas. Quando a crise começa, o planejamento de curto prazo se torna mais importante do que o planejamento de longo prazo.

• Agir com histeria. Demitir profissionais experientes e motivados, que poderiam ser elementos decisivos na reconstrução da empresa depois da crise e que, além disso, ficarão disponíveis no mercado de trabalho, para reforçar o time dos adversários. Atenção: demissão de empregados não é uma coisa pra se decidir quando a água já está molhando o pé da mesa.

• Baixar os preços (mergulhar) sem nenhuma política de descontos. Ou seja: baixar preços apenas por baixar, sem nenhuma contrapartida. Em tempos de crise, negociar preço não é pecado, mas é importante ter (e isso deve ser desenvolvido antes da crise chegar) uma política de negociação de preços, de tal maneira que alterações nos preços sempre terão uma contrapartida por parte do cliente.

• Deixar-se abater pelas dificuldades e perder a liderança da equipe e a capacidade de conduzir a empresa pelo “vale das sombras”.

• Achar que o cliente tem culpa pelos seus problemas. Entenda que o seu cliente é uma vítima da crise, tanto quanto você. Não perca a capacidade de entender o cliente e buscar a melhor solução para ele. Entenda que, em tempos de crise, você precisa ser uma solução para o cliente (e não parte dos problemas dele).

• Desperdiçar o tempo livre. Numa crise faltam clientes, a produção diminue e sobra tempo. Mas isso não quer dizer que esse tempo deve ser jogado fora em longas seções de lamentações inúteis. A programação deve ser alterada. O tempo disponível deve ser bem aproveitado. E o melhor aproveitamento que você pode dar ao tempo livre durante

uma crise é se preparando, qualificando sua equipe e fortalecendo o seu sistema de produção. ▫︎ Desenvolver novos conhecimentos e/ou habilidades

▫︎ Desenvolver algoritmos (Protocolos e Normas de procedimento)▫︎ Atualizar o Manual Interno de Operações do Escritório

▫︎ Ampliar o volume de contatos com novos clientes potenciais

Durante a crise: além de sobreviver, você precisa se preparar para emergir. Fique certo de que, durante a crise muitos dos seus concorrentes desaparecerão. Quando a crise passar (crises sempre passam) o mercado estará à disposição dos sobreviventes que estiverem melhor preparados. Portanto, estude, leia os livros que estavam atrasados, faça cursos, leia aqueles artigos nas revistas técnicas que você assina e que estão empilhadas na estande... não desperdice o período da crise apenas com lamentações e queixas. Plante. Cultive seus recursos valiosos. Prepare-se para o que vier depois da crise.

Aproveite o tempo para organizar os processos produtivos, para reescrever os modelos de propostas comerciais, os modelos de contratos. Aproveite para atualizar o cadastro de clientes, fornecedores e parceiros. Reorganize e coloque em dia os controles financeiros, Organize treinamentos para a sua equipe, faça uma lista de tarefas atrasadas, reforme ou reorganize os depósitos, coloque a biblioteca em ordem, enfim... prepare-se para quando chegar o tempo das vacas gordas.

AS VACAS GORDAS Quando as coisas melhorarem, inclua um objetivo nos seu planejamento estratégico: distanciar-se o máximo possível da zona de risco da próxima crise econômica.

Lembre-se: a próxima crise econômica é uma certeza. Não é uma questão de "se" e sim uma questão de “quando").

Os principais erros cometidos por profissionais e pelos escritórios de Engenharia, durante os períodos de vacas gordas são os seguintes:

• Acomodação. Não manter o ímpeto pela busca por novos clientes, se acomodando com os clientes tradicionais para quais o desenvolvimento de projeto é mais simples.

• Ausência de controle dos custos. Gastar mais do que o necessário, mesmo em períodos de bonança é um péssimo negócio que certamente apresentará a conta mais adiante.

• Não fazer análise de investimentos. Mesmo em períodos de dinheiro fácil, investir em qualquer coisa (materiais, máquinas, equipamentos, softwares) que não seja realmente importante e necessário pode inchar a estrutura e plantar sementes de dificuldades no futuro.

• Não fazer reservas. Distribuir lucros "como se não houvesse amanhã" . Um escritório que não tem um um 7

fundo de reserva para eventuais dificuldades tem uma fragilidade estrutural inaceitável. A empresa precisa ter um folego mínimo quando estiver, eventualmente, com faturamento baixo. Este mínimo deve ser bem estudado para que não torne a empresa vulnerável a qualquer crise.

Alberto Costa, que tem uma sólida formação em teologia, recomenda como o melhor exemplo 7de administração sábia nesse quesito José do Egito - veja a história na Bíblia, livro do Gênesis, capítulos 37, 39, 40 e 41

• Ter endividamento maior do que o faturamento mínimo. Você não pode comprometer (com dívidas) mais do que aquilo que pode ser sustentado pelo menor faturamento previsto para o seu negócio. É uma questão de prudência. O endividamento é um fator potencializador dos efeitos de uma crise econômica.

• Parar de otimizar porque "em time que está ganhando não se mexe". Segundo Marcos Vallim, “É quando estamos ganhando que podemos ousar, explorar outras arquiteturas empresariais, novos negócios. Eu acho que a coragem é a virtude dos desesperados. Se tua vida está em jogo lutar por ela não é escolha é compulsório. Agora arriscar quando perder é uma escolha, ai, sim, é coragem”.

• Comprometer a capacidade produtiva do escritório com um único grande cliente. Este é um erro clássico que muita gente comete: encontra um grande cliente e, quando se dá conta, todo o seu escritório gira em torno desse cliente.

Acontece que o desempenho econômico e administrativo do seu cliente é uma variável incontrolável. Você não tem como prever nem como evitar que ele tenha problemas. E se o seu grande cliente quebrar ou tiver de fazer uma redução de custos e resolver não mais contratar você (e ele o fará, sem problemas maiores de consciência), nem precisa dizer o tamanho do problema no qual você se meteu, né?

O MERCADO DA ENGENHARIA NO BRASIL EM TEMPOS DE CRISE É importante entender que o serviço de engenharia não é um produto final. Portanto, quando falamos de crises econômicas, não existe, propriamente, um “mercado de serviços de engenharia”. O que existe são os mercados que se utilizam dos serviços de engenharia, como por exemplo, a

Construção civil, a indústria metalmecânica, a indústria da Computação e Mecatrônica e ainda o setor financeiro (que é um grande absorvedor da mão de obra de engenheiros)

INDÚSTRIA MECÂNICA A chamada indústria metalmecânica (inclui a indústria pesada e a indústria leve) incorpora todos os segmentos responsáveis pela transformação de metais nos produtos desejados, desde a produção de produção até bens de consumo.

O desempenho da indústria de bens de produção é um dos principais indicadores da saúde de uma economia nacional, e a derivada desta curva indicava (no final de 2016) que havia um aquecimento no horizonte. E, de fato, em 2017 os números da economia foram positivos. Porém, com as instabilidades criadas em 2018 (a maioria delas derivadas da política) a coisa voltou a piorar.

COMPUTAÇÃO E MECATRÔNICA A computação, com novas tecnologias sendo desenvolvidas o tempo todo, deverá seguir, por muito tempo como uma das indústrias de maior desenvolvimento, demandando serviços de engenheiros das mais variadas formações.A engenharia da computação lida com softwares, mas avança também sobre os conhecimentos da parte física: os hardwares, demandando, igualmente, engenheiros.

A área de mecatrônica (que combina princípios da mecânica e da computação) tende a ser uma das mais dinâmicas dos próximos anos. Com o crescimento da IoT (internet das coisas) cada vez mais as máquinas passarão a ser controladas por programação específica e deixarão de lado serviços

manuais. Isto poderá causar algum desemprego, mas, certamente não será na engenharia.

CONSTRUÇÃO CIVIL O ICST - Indice de Confiança da Construção cresceu consistentemente no segundo semestre de 2016 o que indicava que os empresários do setor (construtoras, incorporadoras e empreiteiras e fabricantes de material de construção) acreditavam nas ações do governo e estavam confiantes à ponto de deflagar novos projetos. Isto ajudou a manter as esperanças positivas em 2017. Porém, em 2018 o momento é de apreensão e muitos projetos estão em compasso de espera.

Os profissionais de Engenharia (principalmente engenharia Civil e Elétrica) devem ficar atentos e posicionados para novos empreendimentos. Fronteiras do desenvolvimento, como Mato Grosso, Amazonas e alguns estados do nordeste também devem ficar no radar desses profissionais, especialmente os mais jovens.

CONSTRUÇÃO PESADA

A indústria da Construção Pesada engloba as obras de portos, pontes, aeroportos, estradas, hidroelétricas, túneis, barragens, etc. Essas obras (por conta da complexidade e investimento necessário) geralmente são contratadas por empresas estatáis e órgãos públicos. Nem é preciso ser gênio para saber que um governo instável não tem disposição para deflagar projetos de grandes obras desse campo.

RESUMINDO: faça reservas de contingência. E tente desenvolver diferenciais competitivos. São eles que levam seu escritório para longe da zona do epicentro da próxima crise econômica. Se a crise não for muito forte, é provável que o seu escritório nem chegue a ser atingido. Se for muito violenta, pelo menos vai demorar mais tempo até que a tempestade o alcance. E, mesmo que ela seja devastadora... com um bom plano de contingência, o seu escritório será, ainda assim, um dos sobreviventes.

E, no fim das contas, o mundo é dos sobreviventes.

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