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93 > FRONT | WIDE | 1 Fonte de inspiração para os seus negócios R$ 11,90 ANO 8 . N 93. NOVEMBRO/DEZEMBRO 2012 WWW.REVISTAWIDE.COM.BR Saiba tudo sobre as maiores plataformas de E-commerce As mudanças no mercado de banco de imagens Games como forma de branding Case Corinthians Entrevista exclusiva: Amador Perez, o herdeiro da arte e do design ESPECIAL WOB 2012 Tudo sobre o Congresso Mundial de Inovação & Negócios Consultores dão dicas sobre análise de produtos, ampliação de mercados e captação de investimentos Aumente seu LUCRO em 2013

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"Novas ideias não possuem limites de atuação - seja por meio das novas ou tradicionais mídias."

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Fonte de inspiração para os seus negóciosR$ 11,90

ANO 8 . N 93. NOVEMBRO/DEZEMBRO 2012

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W.R

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M.B

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Saiba tudo sobre as maiores plataformas

de E-commerce

As mudanças no mercado de

banco de imagens

Gamescomo forma de branding

Case Corinthians

Entrevista exclusiva:Amador Perez, o herdeiro

da arte e do design

ESPECIAL WOB 2012Tudo sobre o

Congresso Mundial de Inovação & Negócios

Consultores dão dicas sobre análise de produtos, ampliação de mercados e captação de investimentos

Aumente seu LUCRO em 2013

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ed93Di re ção GeralAdriana Melo

Direção de Redação Thiago Almeida

Projeto Gráfi coTabaruba Design

Direção de Criação e Ilustração Camila Oliveira

PublicidadeRenato Maia

Marketing David Costa Lima

TecnologiaNeilton Silva

FinanceiroGeraldo Magela

AtendimentoPamela Cheres

Revista Widewww.revistawide.com.br

Versão para eReaderswww.revistawide.com.br/ereader

Arteccom www.arteccom.com.br

CTP, Impressão e Acabamento IBEP Grafi ca

www.ibepgrafica.com.br

Produção digital www.kahek.com.br

FC Comercial e Distribuidora S.Awww.chinaglia.com.br

A Arteccom, consciente de sua

responsabilidade ambiental e social,

utiliza papéis com Certificação CERFLOR

para impressão desta revista.

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Publicidade: [email protected]

Redação: [email protected]

EDITORIAL

O Brasil vai ou fica? Nosso país é um celeiro de criativos, porém falta um ambiente propício e um direcionamento adequado para que as gran-des ideias gerem lucro.

Por outro lado, empresários, gestores e executivos precisam estar atentos às tendências de gestão baseadas em inovação.

O WOB Conference (confi ra a cobertura na página 18) teve um objetivo claro: levar a cultura da inovação para ambas as gera-ções: grandes executivos e jovens empreendedores. O Congresso Mundial de Inovação & Negócios foi nossa primeira ferramenta de trabalho, uma extensão das reportagens e discussões conti-das na Wide, que também segue com esse objetivo. Se você não teve a oportunidade de participar dessa primeira edição, leia a reportagem e fi que atento. Neuromarketing, Economia Criativa,

Design Estratégico e Empreendedorismo pautaram o congresso e continuaremos aprofundando esses e outros temas relacionados à inovação no decorrer de 2013.

Enfi m, o contexto mundial força o Brasil a se defi nir como um país que entende seu potencial. O Brasil vai ou fi ca? Acreditamos que, fomentando a inovação, damos mais um importante passo rumo ao reconhecimento mundial de nosso país.

E nessa caminhada de passos estratégicos constatamos, por meio desta edição da Wide que sim, as oportunidades estão aí, em todos os ramos de atividades, porém a chave do sucesso é descobri-las dentro das nossas expertises. Ou seja, para alcançarmos o lucro em 2013 (matéria de capa) é necessário planejamento, educação fi nanceira e a capacidade de identifi carmos o que temos de me-lhor a oferecer.

Diante de tantos assuntos promissores, não poderíamos deixar de presentear nossos leitores com um estudo aprofundado sobre o mercado de e-commerce. Selecionamos o tema “principais plata-formas de e-commerce do Brasil”, por ser uma peça-chave desse modelo de negócio. Trata-se de uma pesquisa detalhada sobre as ferramentas/serviços disponíveis, uma compilação de dados que esperamos que ajude empresários, lojistas, agências, enfi m, todos os profi ssionais que estiverem batalhando pelos melhores resulta-dos para os seus negócios.

E, como a publicação é bimestral, já deixo meus votos de um exce-lente fi m de ano para todos os amigos, leitores, assinantes e anun-ciantes. Foi um prazer tê-los conosco em 2012. E que 2013 seja um ano de outras grandes realizações! Saúde e boas festas!

Adriana [email protected] DA CAPA

FOTOLIA

br.fotolia.com

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E-MAILS E TWEETS > 06Inovação & Negócios > 07

FIQUE POR DENTRO > 08Notícias, Blogs, Métricas,

Agenda, Livros, Wide Thinking

Design> p. 14PORTFÓLIO 14Agência: Enken, Ilustração: Fefê

Talavera; Lente digital: Fábio

Pamplona

ESPECIAL WOB 2012 > 18Confira a cobertura exclusiva

do Congresso Mundial de

Inovação & Negócios

REPORTAGEM > 26As mudanças no

mercado de

banco de imagens

ENTREVISTA > 32Amador Perez: um

exemplo de líder criativo

COLUNAS > 40Internacional: Julius

Wiedemann,

Ilustração: Carolina Vigna-

Marú, Design de interação:

Amyris Fernandez

CAPA

Quanto mais lucro melhorSaiba dicas de como

alcançar o seu lucro

em 2013

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Acesse www.revistawide.com.br. A Arteccom não se responsabiliza por informações e opiniões contidas nos

artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários.

Não é permitida a reprodução de textos ou imagens sem autorização da editora.

Marketing> p.72REPORTAGEM > 72A Arteccom marcou

presença no Futurecom.

Saiba como foi o evento.

ENTREVISTA > 76Os desafios da televisãobrasileira: Luis Erlanger,TV Globo

OPINIÃO> 80Conheça alguns cases e diferentes estratégias nas redes que vêm dando certo

COLUNAS > 84 Web fora da caixa: René de Paula, Marketing de Conteúdo: Bruno Rodrigues, Neuromarketing: Alex Born

E-Commerce > p. 90 REPORTAGEM > 90Tudo sobre as maioresplataformas de e-commerce

COLUNA ESPECIAL> 106E-commerce de moda e seus desafios

COLUNAS > 108Web & Business: Roberto Wajnsztok e Rafael Esberard

Tecnologia> p. 54 REPORTAGEM > 54Segurança em

dispositivos móveis

ENTREVISTA > 60Conheça os

superpoderes do

Javascript moderno

ESTUDO DE CASO > 64Games como ferramentade branding: case Corinthians

COLUNAS > 68Segurança: Anderson

Tamborim, Tableless: Diego

Eis, Mercado de TI: Paulino

Michelazzo

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Sugestões dadas por meio dos e-mails enviados à revista passam a ser de propriedade da Arteccom.

E-mails e Tweets

Sou gerente de projetos e estou em uma fase de redirecionamento em minha carreira. Com isso, estou lendo muita coisa interessante para abrir minha cabeça, entender outras área de conhe-cimentos, e quando li o artigo de Carolina Vigna-Maru, publicado na Wide tive a certeza que poucas vezes vi algo tão inteligente, bem escrito e objetivo. Ter a mente totalfl ex se aplica muito a minha carreira e o que penso para ser um gestor de projetos. Li a revista pela primeira vez e adorei o conteúdo, atual, inteligente e provocativo, por sinal. Recentemente, parti-cipei de um seminário na Câmara Americana de Comércio sobre Inovação e Criatividade. Muito do que foi falado lá, está publicado nesses artigos que li na Wide. Parabéns!VIVIANE DE PAULA

[email protected]

Que bacana,Viviane! Ficamos muito felizes com seu email. Carolina, parabéns por despertar em nossos leito-res esse anseio em ser “Wide”. É um orgulho tê-la como colaboradora!

Há alguns meses venho acompanhando a revista Wide e estou muito contente com o conteúdo das matérias. Impossível deixar de assinar. Já estou garantindo a minha. Parabéns a todos!JONATHAN SILVEIRA

[email protected]

A cada edição, uma nova surpresa. Incrível como os assuntos da revista Wide são abrangentes para todas as áreas. A cada dois meses é impossível eu não estar com a Wide nas mãos lendo tudo e levando para o meu dia a dia novas ideias. MATHEUS CARVALHO

[email protected]

Jonathan e Matheus, e-mails como os seus são inspiração para toda a equipe Wide. Sempre come-moramos quando recebemos retornos assim, pois produzimos cada edição cuidadosamente para passar o melhor conteúdo para o nosso leitor. Que bom que a Wide realmente cumpre seu papel: ser fonte de inspiração para negócios! Obrigado!

E-MAILS [[email protected]]

#WOB2012 EQUIPE ARTECCOM/WOBWIDE INDICA I PORTFÓLIO FREELANCER

Quer ter seu portfólio publicado e indicado pela Wide?

Faça como Bruno “Brads”, que cadastrou seu trabalho

no site da revista: Menu/Cadastre seu portfólio. Aguar-

damos seus bons materiais!

NOME: BRUNO “BRADS” E-MAIL: [email protected]: WWW.BRADS.COM.BR

Esse foi o time que trabalhou na realização do Congres-

so Mundial de Inovação (WOB 2012), realizado entre os

dias 20 e 22 de setembro, no Rio de Janeiro. A cobertura

completa do WOB você confere nesta edição.

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INOVAÇÃO & NEGÓCIOS

O TODO É MAIOR DO QUE A SIMPLES SOMA DAS SUAS PARTES

Alexandre Cezário Diretor Executivo de Negócios na AgenciaClick Isobar e VP Comer-

cial na ABRADI - Associação Brasileira de Agências Digitais

Aderi recentemente aos reprodutores de mídia digital instala-dos nos televisores de minha casa, embora já houvesse testado algumas possibilidades semelhantes com meu console de vídeo game, quando vi aquele pequeno aparelho produzido pela turma da maçã mordida não resisti e a conectei a minha rede domestica wi-fi. Sem nenhuma dificuldade e por um preço acessível em poucos minutos passei a ver no conforto do meu quarto conteúdos do YouTube e Vimeo, comprei um dos últimos lançamentos do cinema de Hollywood, além de ter conferido um vasto conteúdo de desenhos animados para meus fi lhos assistirem sem serem impactados por polêmicos comerciais infantis. Estou livre, agora assisto o que quero e quando quero! Sei que ainda não encontro todo tipo de conte-údo, mas isso é uma questão de pouquíssimo tempo até outros aderirem a mais este canal de distribuição de conteúdo digital.

Passada a euforia, com o novo brinquedinho digital, refleti sobre os impactos desta tecnologia na forma de comunicação das grandes marcas e principalmente nas agencias de publi-cidade mirando seus públicos alvo, lembrei que os números mostram que o mundo foi assimilado pelos celulares em oito anos, pelas redes sociais em quatro anos e que agora pela pri-meira vez na história da humanidade o grande publico têm acesso a muita informação, informação que se bem utilizada transforma e liberta, como sempre foi, só depende o que cada um quer fazer da sua vida... Dentre os impactos que vislum-brei, o que acredito ser o mais doloroso para as agencias de publicidade tradicionais será o desapego do modelo de admi-nistração funcional e experimentar a administração matricial bastante conhecida em empresas de tecnologia, consultoria e recentemente por algumas Agencias Digitais.

O universo digital é pura mensuração de resultado e isto não é mais novidade há algum tempo. Ou seja, para ganhar o jogo não basta somente o gol da "big ideIa" da criação, é necessá-rio o envolvimento de um time de mídia cada vez mais com-plexo, da consolidação do papel do gerente de projetos, de um atendimento agora com visão consultiva em parceria com o planejamento reforçando a abordagem do marketing de resultados. Agora a entrega é muito mais complexa em todas as competências de uma estrutura funcional, por isso é neces-sário importar e adaptar métodos de trabalhos de empresas que atuam em mercados como o da tecnologia, entre outros que entregam inteligência. Vivemos tempos que deixar de

entregar um simples hotsite na data, ou "twittar" algo errado, pode destruir a relação entra a agência e seu cliente.

A estrutura de administração matricial aplicada na agencia transforma as áreas funcionais (criação, planejamento, mídia, atendimento e produção) agregadas de novos perfis em um organismo dinâmico permitindo o reaproveitamento das equipes multidisciplinares, pois os projetos acontecem em grande quantidade e os profissionais seguem de um para o outro, desempenhando diferentes papeis em cada um deles, de acordo com sua especialização e as habilidades necessárias a cada ação. A grande vantagem que existe nesta abordagem, é que são otimizados recursos e especialistas, pois fi nalizada uma fase do projeto, alguns profi ssionais podem retornar aos seus respectivos órgãos funcionais, ou são remanejados para novos projetos melhorando o custo benefi cio do serviço para o cliente. Neste cenário é importante destacar o "empower-ment" do perfi l do gerente de projetos que antes não existia na composição desta equipe e agora além de gerenciar o envol-vimento das equipes internas também gerência a integração com parceiros estratégicos a cada dia mais numerosos.

Esta abordagem deve ser entendida por toda a equipe, no inicio as disciplinas ou áreas funcionais compreendem, mas não mudam, pois afi nal, toda mudança sempre vêm acompa-nhada de resistência. Mas como discurso, podemos apelar ao principio geral do holismo, resumido por Aristóteles, na sua Metafí sica, quando afi rma: "O todo é maior do que a simples soma das suas partes". Temos que lembrar às equipes que comunicar para o todo agora é complexo, diverso, multi-canal, mensurável, multidisciplinar e envolve analise de riscos, por isso o modelo matricial é o único capaz de equilibrar a importância das disciplinas e pro-vocar as sinapses necessárias para o encaminhamento de uma solução complexa e abrangente.

Embora este artigo tenha começado com o simples conectar de uma caixinha de 10 x 10 cm em meu televisor, quando esse novo jeito de vir televisão se popularizar o "efeito borboleta" será devastador para quem não treinar o desapego ao jeito tradicio-nal de trabalhar e pensar. Nunca aquela música do Raul Seixas foi tão atual: Eu prefi ro ser essa metamorfose ambulante!

Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...

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Fique por dentro

NOTÍCIAS

132%Segundo o mais recente relatório do Internet Advertising Bureau (IAB),

conduzido pela PwC, houve um aumento de 132% nos anúncios no am-

biente mobile em 2012. Esses números mostram que os anúncios no

ambiente mobile estão vivendo um período de grande crescimento. E

ele poderia ser maior, já que a pesquisa só incluiu empresas que sub-

meteram suas cifras em 2011 e em 2012, e não levou em conta produ-

ção de SMS/MMS, nem receitas de marketing, como produção de apps.

1 bilhão Não se assuste, mas essa é a quantidade de aparelhos smartphones

ativos no mundo. Uma pesquisa divulgada pela Strategy Analytics re-

velou que, no terceiro trimestre de 2012, a quantidade de aparelhos

ativos passou a barreira do bilhão.

Uma camiseta digital

Já pensou sair para a balada com uma camisa que se comu-

nica com as pessoas ao redor? A peça, chamada “tshirt OS”

e criada pela Ballantine’s em parceria com a Cute Circuit,

conta com uma tela de LED ultrafina (resolução de 1024

pixels), uma câmera acoplada, acelerômetro, headphone,

placa de circuito e processadores, tudo conectado a um

aplicativo compatível com iOS.

Quando conectada com a internet, permite comparti-

lhar seu status do Twitter, Facebook, Instagram e tam-

bém a música que está ouvindo diretamente do iTunes.

O objetivo foi reinventar uma camiseta básica (100%

algodão), celebrando a criatividade e a capacidade de

cada um de se expressar.

A tshirt OS é a 1º peça que pode ser vestida, compartilhada e

programada. Mais informações pelo site www.tshirtOS.com.

Brasil entra para a lista dos 50 países mais competitivosPela primeira vez, o Brasil está no ranking

dos 50 países mais competitivos no Re-

latório Global de Competitividade, divul-

gado pelo Fórum Econômico Mundial. O

país subiu cinco lugares em relação ao

ano passado, chegando a 48ª posição

desta edição do ranking.

No topo da lista, pelo quarto ano conse-

cutivo, está a Suíça. Singapura ficou em

segundo lugar, seguido por Finlândia,

Suécia, Holanda e Alemanha. Já os Es-

tados Unidos caíram da quinta posição

que ocupavam em 2011 para o sétimo

lugar. Em oitavo, nono e décimo lugares

ficaram Reino Unido, Hong Kong e Japão,

respectivamente.

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BLOGS DO MÊ S

Conhece algum blog interessante focado em criação, tecnologia, marketing ou e-commerce? Envie sua dica para [email protected]

UX.BLOG

O consultor de UX e palestrante Edu Agni administra

o blog (www.uxdesign.blog.br), que traz reflexões

sobre Arquitetura de Informação, Usabilidade, Design

de Interação, Interfaces e Experiência do Usuário.

Com assuntos atuais e dinâmicos, o site possui belo

layout e boa frequência de visitantes. Algumas das

temáticas recentes são o grande sucesso do site: aná-

lise de usabilidade na compra de passagens aéreas;

Princípios de persuasão, emoção e confiança; As in-

terfaces gráficas do “Homem de Ferro”; Tactus Tech-

nology: interfaces touchscreens com botões físicos;

Interações naturais entre dispositivos; QR Codes nas

calçadas de Lisboa: junção da tradição histórica com

a tecnologia, entre outros.

PEQUENO GURU

O Pequeno Guru (www.pequenoguru.com.br) é

um blog de reflexão sobre o mundo dos negócios.

Com foco em marketing e carreira, o blog tem como

objetivo contribuir para a formação profissional e

pessoal dos leitores, partindo sempre do princípio de

que uma vida pessoal equilibrada é essencial para

carreiras e negócios de sucesso.

O autor é o publicitário Sylvio Ribeiro, que já passou

por agências de propaganda e departamentos de

marketing de grandes empresas.

80 milhõesApesar de a Internet 4G nem ter chegado ao Brasil, a Inglaterra já se

prepara para implantar uma Internet 5G. O governo local já se com-

prometeu a gastar 11,6 milhões de libras (quase R$ 40 milhões) no pro-

jeto, que também terá o incentivo privado para tornar o novo padrão

de conexão móvel uma realidade nos próximos anos. Sendo assim,

os investimentos são grandes: além dos milhões vindos do governo,

empresas da área da telefonia como Huawei, Samsung, Telefonica,

Fujitsu, Rohde-Schwarz e Aircom International irão desembolsar um

total de 24 milhões de libras (R$ 80 milhões) no 5G.

12A conta digital do Banco do Brasil de R$ 66 milhões foi por disputa-

da por 12 agências e a AgênciaClick foi a escolhida para desenvolver

projetos que integram planejamento, criação e ações com o foco em

resultados para o negócio do BB, tendo o digital como plataforma

principal. A verba é a maior da história da publicidade digital brasi-

leira, em um total de R$ 66 milhões a serem investidos por três anos.

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LIVROS

AGENDA

01, 02 e 03/11INTERACTION SOUTH AMERICALocal: São Paulowww.isa.ixda.org/2012

A 4º edição do Interaction South America 2012 é um evento in-

ternacional de design, com duração de três dias, que combina

conversas inspiradoras sobre as atividades apresentadas por

um conjunto de experts regionais e internacionais. O objetivo é

compartilhar conhecimentos sobre o Design de Interação e a sua

prática. Alguns dos mais importantes nomes globais da área já

confirmaram presença na edição de 2012. O foco deste quarto

ano é “Interação e Experiência”.

06/11WORKSHOP DE NEUROMARKETING COM ALEX BORN Local: Rio de Janeiro

A atual discussão em torno do neuromarketing, temática que

tem despertado o interesse de grandes empresas, é a novidade

preparada pela Arteccom para os profissionais atentos ao mer-

cado. Em parceria com o especialista Alex Born, que ministrou

uma palestra que fez imenso sucesso no WOB 2012, a Arteccom

oferece um workshop para aprofundamento no tema.

Investimento: R$ 320,00 e desconto de 10% para duas ou mais

pessoas da mesma empresa.

01/12FEEC BRAZIL Local: Recife/PEwww.feec.com.br

O FEEC BRAZIL é um evento para os melhores profissionais de

internet do nordeste, que conta com palestras e empresas na-

cionais e internacionais, com destaque para cases do Facebook,

Yahoo! e Ogilvy. A ideia é realizar uma convenção de profissio-

nais da área de desenvolvimento web, visando criar um ambien-

te que possa integrar profissionais, empresas e academia, bem

como difundir as melhores técnicas de desenvolvimento web

utilizadas ao redor do mundo.

Construindo Aplicativos Móveis com Java JOSHUA MARINACCIEditora Novatecwww.novatec.com.br

Quer desenvolver aplicativos móveis com Java – e fazê-los funcionar em uma variedade de dispositivos com os sistemas operacionais iOS e Android? Este livro, orientado por projetos, mostra como criar apli-cativos portáveis com dois incríveis frameworks open source, Google Web Tools (GWT) e PhoneGap.

Os grandes investidoresGLEN ARNOLD Editora Saraivawww.saraivauni.com.br

Como essas pessoas conseguiram ser tão bem-suce-didas? Quais estratégias elas usaram para conseguir suas fortunas? O que você pode aprender de suas téc-nicas? Glen Arnold revela as histórias dos maiores in-vestidores de todos os tempos: Warren Buff ett, Charles Munger, Benjamin Graham, John Templeton, George Soros, Anthony Bolton, Philip Fisher, Peter Lynch e John Neff . Além disso, mostra detalhes de suas táticas para acumular riqueza, captura os elementos centrais que os levam a vencer o mercado e ensina lições para o leitor aplicá-las em suas próprias estratégias de investimento.

O instrutor onlineRENA M. PALLOFF E KEITH PRATTEditora Grupo Awww.grupoa.com.br

Quais são as características de um bom instrutor online? Como preparar docentes para lecionar em ambientes virtuais? Quais são as diferenças entre ensinar online e ensinar face a face? Os autores, pro-fissionais renomados na área, apresentam estratégias para formar novos instrutores a fim de promover um ensino excelente, descrevem as qualidades necessá-rias a esses docentes e revelam como avaliá-los. O li-vro ainda inclui modelos ilustrativos de treinamento de docentes para o ensino online baseados em princí-pios de aprendizagem de adultos e identifica como a tecnologia pode ser usada para facilitar e melhorar o processo de treinamento.

Você é o que você compartilhaGIL GIARDELLIEditora Gente

www.editoragente.com.br

A publicação aborda vários assuntos relacionados às megatendências das vidas digital e social, como o webempreendedorismo e o webativismo. No li-vro, Giardelli explica o que, de fato, é Social Good e revela se somos a “geração dos distraídos”, bem como “se vivemos uma grande infância das mídias digitais” e se está havendo uma destruição criativa dos negócios e da educação.

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WIDE THINKING

EMOÇÃO E PAIXÃO NA ERA WIDE

João BatistaEngenheiro Industrial, é titular da J2B Innovation, consultoria Business Branding. É fundador e diretor de Comunicação do RDI – Retail Design Insti-

tute – Chapter Brasil, entidade mundial de designers de varejo. Trabalhou na ONU como responsável pela Direção Geral do Fórum Global na Eco 92,

no Rio de Janeiro. Com escritórios em São Paulo, a partir de 2001, atuou como Regional Manager para A. Latina da Divine Inc. e da FastComm. A J2B

realizou vários eventos no Brasil e no exterior, dentre eles o Brasilshop de 2007 e 2008 para a Alshop, NRF2008 & Luxo em NY, NRF2010 & Design

Estratégico para o Varejo e NRF2011 & Varejo 3.0, ambos em NY.

E assim foi sendo construída uma teia de saberes articulados, de pontos conectados e de perguntas certas.

Com o Gil Giardelli nos emocionamos com as novas percep-ções. O Jürgen Klaric acendeu todas as luzes de nossos cérebros, numa tomada de consciência fulgorosa de que somos todos cegos, e que por meio de ferramentas adequadas da contribui-ção de todas as ciências, sobretudo as neurológicas, podemos conhecer as verdadeiras pulsões que nos impelem a consumir. Não conheço na cidade quem planta para comer.

Muitos outros passaram por aquele espaço, mas todos vol-tados para nos enriquecer de conhecimento compartilhado e, aqui, eu destaco o meu herói, Lincoln Seragini, que lançou o movimento “Branding Já”, pois não há mais tempo a perder, e fazer o bem pode ser um bom negócio.

Na nova sociedade acabamos de adentrar a época de maior criatividade da espécie humana. Estamos na infância e vamos crescer. Como será daqui a 10 anos?

Tem coisas que nascemos sabendo fazer e que a cultura nos tolhe de alguma maneira para preservar a espécie, com os seus rituais de passagem e mecanismos de controle social. No entanto, os serviços estão criando condições para aflorar no

A revista Wide circulou no WOB2012. Fiquei ob-servando como os participantes deste evento maravilhoso articulavam seu relacionamento com a revista. Alguns me reconheceram neste espaço e fizeram a conexão com o que eu esta-va fazendo – me senti muito honrado em apre-sentar os palestrantes do espaço Inovação. Foi lá que o conceito de pensar Wide se manifestou com muita clareza. Foi neste ambiente, lotado de corações batendo forte, onde Ricardo Amorim nos ajudou a colocar as lentes adequadas para corrigir uma possível miopia, e foi lá que nos foi revelado um cenário muito favorável para os brasileiros. Por meio do seu personagem Ching Lin, enxergamos o próximo passo adiante do mundo - que a China lidera e as oportunidades que estão esfregando em nossa “cara”.

mundo do compartilhamento jamais visto daqueles sentimen-tos, aqueles marcadores somáticos, que promovem a emoção autêntica, produzindo o rompimento dos grilhões institucio-nais, que nos oprimem, elaborados ao longo de séculos pelo poder do Estado. Algo de novo está acontecendo emergindo do saber límbico, sendo empurrado pelo nosso determinismo ancestral e revolucionando a maneira de estabelecer lógica e processo. Como será daqui a pouco? Uma coisa é certa, nada será como antes...

A pergunta que não cala é "Que casa você nasceu sabendo construir?" Nós todos somos um "João de Barro". Assim, todos nas-cemos originais, sem ter a opção de decidir que infl uências a cul-tura vai modelar o nosso pensamento e até mesmo estabelecer condicionantes para nossos refl exos. Mas, sabemos intimamente o que é necessário fazer, pois basta disparar a emoção correta que a paixão afl ora.

Nosso aparato vital, nosso ser 'homo sapiens' temporário, mais um no concerto maravilhoso da vida no planeta, está alinhando--se cada vez mais. A revolução da internet permite que façamos este sexo virtual das emoções que traz o gozo de perceber, e dis-tinguir, o que é humano do que é personagem coadjuvante de um capítulo das novelas que invadem nossa caverna, daquilo que nos engana visando extorquir o nosso mais precioso recurso social, o dinheiro, que deveria estar a serviço de nossa felicidade, nosso melhor motivo reptiliano de consumir. Conscientes de nossas emoções estamos co-criando uma revolução no mercado, obri-gando aos executivos a uma cirurgia de cabeça de suas crenças.

Estamos desconstruindo sentimentos. A química que nos mobiliza: glicose + energia = mudança, afi-nal, começa a fazer cinco sentidos coletivamente para nossa espécie. Somos os mutantes de uma era de uma sociedade global informada pela empatia, de um saber o que o outro sente.

Eu mesmo ao escrever estas linhas, automaticamente, procuro engravidar as palavras com meus sentimentos, pois já entendo que o storytelling é somente, e só isso, o modo de expressar da melodia interior. E todos sabem tocar de cor e salteado, sem pre-cisar aprender. Mas, o exercício contínuo é necessário, para evi-tar ser levado pelo engodo de tentar convencer, e sim desfrutar a alegria de compartilhar.

Bem-vindos ao mundo 'Wide' que chegou para fi car.

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PORTFÓLIO Agência

AGÊNCIA ENKEN

ANO DE FUNDAÇÃO: 2004

CIDADE SEDE: SÃO PAULO

SITE: www.enken.com.br

E-MAIL: [email protected]

TWITTER: @AgenciaEnken

A Enken é uma empresa focada em soluções de negócios. Com o objetivo maior de gerar resultados, conta com especialistas das mais diversas áreas como negócios, planejamento, mídia, criação e tecnologia, que buscam por meio da inovação e alta segmentação alcançarem os objetivos de cada cliente. Hoje, com mais de 500 projetos entregues, é responsável pelas contas de empresas como Gafi sa, Citizen, Panco, Pro Matre, Santa Joana, Huntington, Vegus, GSP entre outras.

A Enken acredita que o mercado digital permanece em cons-tante evolução com grande perspectiva de crescimento no mer-cado brasileiro, principalmente com a forte expansão da área de e-commerce e outros negócios relacionados que não apenas realizam branding dentro do segmento digital, mas também bus-cam a obtenção direta de receitas.

“Existe um gap cada vez maior entre a audiência e o mercado, onde enquanto a penetração da internet nas regiões metropoli-tanas já supera 60%, sendo o 2º principal veículo de comunica-ção, o volume de usuários cresce a taxas grandiosas, e quando combinada com acesso mobile, é o único meio que está presente com as pessoas o tempo todo durante o horário útil do dia. As

pesquisas já apontam que a população do Brasil fi cará cada vez mais idosa e concentrada nas próximas décadas, justamente na faixa de idade que terá o público que nasceu navegando na internet a partir do ano 2000, ou seja, o consumidor de massa do futuro, mas mesmo assim os investimentos não superam 15% do share de Marketing”, diz David Reck, fundador da Enken Comunicação Digital.

Apesar de ser uma agência digital, a Enken está assumindo cada vez mais volume de contas totais de clientes, e hoje já é res-ponsável por todas as demandas independente da mídia, sejam elas online ou offl ine, como ocorre com Citizen, Huntington, Pro Matre, Santa Joana. Outro importante dado é que os resultados alcançados no mercado imobiliário chega a representar 40% do faturamento das companhias advindo do canal internet.

“É preciso trazer para o digital uma adaptação de parte do processo que sempre ocorreu no mercado de marketing e publicitário para que o planejamento das ações esteja real-mente adequado aos KPI’s (indicadores de desempenho) que se deseja alcançar na empresa, ao público- alvo, momento do público, canal de comunicação etc.”

Enken Comunicação Digital

IMAGENS DOS NOVOS SITES DA GARAGEM S.A E H-18, MARCAS DA CANDIDE, QUE A ENKEN ACABA DE LANÇAR.

“Novas ideias não possuem limites de atuação - seja por meio das novas ou tradicionais mídias”

Page 17: Enken Comunicação Digital

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PORTFÓLIO Fonte de Inspiração

FEFÊ TALAVERA

SITE: www.fefetalavera.blogspot.com.br

A artista plástica e grafi teira, de personalidade forte, já fez exposição, deu cursos, palestras e workshops de tipografi a. Como todo artista urbano, ela fi ca triste quando picham em cima de um graffi ti dela. Mas sabe que faz parte da profi ssão...

Além de grafi tar, Fefê também ama dançar. Ouve de tudo, mas pre-fere sons mais sossegados. Os seus estilos preferidos são reggae, dub, ragga, ska e hip-hop. Apesar de amar o que faz, confessa que não é lá muito fácil ser menina em uma profi ssão onde a maioria é homem. Ah, mas por enquanto, “porque elas estão cada vez mais numerosas no mundo das ruas”, orgulha-se a artista.

A tipografi a cosmopolitaFefê Talavera cursou Artes Plásticas, mas cos-tuma deixar claro que não gosta de nada con-vencional ou acadêmico. A sua grande paixão é a arte das ruas, onde tem experiência de sobra. Por onde passa, Fefê deixa sua arte em vários cantos da cidade de São Paulo, onde re-side. São adesivos e colagens cheios de cores fortes e letras criativas.

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PORTFÓLIO Lente Digital

FÁBIO PAMPLONA

E-MAIL: [email protected]

SITE: www.fabiopamplona.com

WIDE Ângulo, iluminação, textura, movimento, corte... O que

mais se destaca no seu trabalho?

FÁBIO Trabalho sempre no sentido de ressaltar o objeto da imagem, quer seja uma pessoa, produto ou ambiente. Valorizo ângulos naturais que mantenham a imagem com um mínimo de distorção para que o observador sinta-se mais à vontade para fazer sua pró-pria leitura da cena. Mas em alguns casos, a angulação de baixo para cima ou de cima para baixo ajuda a con-tar a história. Utilizo isso somente quando necessário e não como estilo.

Aposto em uma iluminação intuitiva que separe bem objeto e fundo e que reproduza a maneira como a luz naturalmente se comporta nos ambientes. Adoro com-binar luz natural e artifi cial. Acho que minha fotografi a é feita em duas etapas. Existe a captação da imagem, porém já uma intenção nesse momento de “trabalhar as luzes” posteriormente de forma digital. Minha maior vontade é que a luz seja apenas uma ferramenta que dá forma a uma mensagem visual, mas não a mensagem em si, deixando essa para o objeto que está sendo foto-grafado. O mesmo vale para textura, movimento e corte. Prefi ro ouvir alguém dizer “que linda, a modelo” a ouvir “que linda, a luz”. Acho que se a luz é bela e faz assim a modelo apresentar-se bela na imagem, então ela cum-priu o seu papel.

Fábio PamplonaEspecialista em retratos de pessoas,

fotografia de moda e publicidade, Fábio

Pamplona descobriu a arte de produzir

imagens em 1997, quando ainda morava

em Aracaju. Natural do Rio de Janeiro, a

maior parte de suas fotografias foi feita

nessas duas cidades, mas tem trabalhos

publicados em outras partes do mundo e

reproduzidos por muitos sites especializa-

dos na rede mundial.

Yemanjá pela apresentadora de rádio dinamarquesa

Gladys Jensen

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“Aposto em uma iluminação intuitiva que separe bem objeto e fundo e que reproduza a maneira como a luz naturalmente se comporta nos ambientes”

Miss Angola

Edmilza dos Santos,

Modelo Renata Santana

Splash com Ator Bernardo Velasco

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“Inovar é perceber o que ninguém percebeu. Esse é o verdadeiro significado de inovação. E a única forma de inovar é estar ligado ao que está acontecendo no mundo”

Ricardo Amorim

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Centro de Convenções SulAmérica, Centro do Rio de Janeiro, dias 20, 21 e 22 de setembro de 2012, cerca de 3.000 pessoas sedentas por inovação, palestrantes renomados, nacionais e internacionais, networking a todo momento, novas tendên-cias e uma enorme vontade de fazer diferença no mercado. Esse foi o cenário da primeira edição do Wide Open Business Conference (WOB2012), evento internacional sobre Inovação com foco em Negócios, Design, Tecnologia e Novas Mídias, rea-lizado pela Arteccom. A excelência do público foi confi rmada pela participação de grandes pensadores, líderes, formadores de opinião e profi ssionais atuantes.

A hora para empreender é já!Faltavam poucos minutos para o início da Conferência, e os participantes se apressavam no credenciamento e depois seguiam direto para o Espaço 1, Inovação e Negócios, para garantir um lugar especial na palestra do economista Ricardo Amorim, com o tema: “Aproveitando a melhor década da his-tória”. Com uma linguagem inteligente, acessível e crítica ao mesmo tempo, Amorim iniciou sua fala com status de alerta aos conferencistas: “A hora para empreender é já!” – garantiu o apresentador do programa Manhattan Connection.

Em meio à tamanha concorrência de multinacionais e pequenas empresas estrangeiras, que veem no Brasil um promissor cenário frente à crise econômica mundial, o pales-trante defendeu porque aposta que empreendedores brasi-leiros levam vantagens - sobretudo aqueles que conhecem efetivamente o mercado e a cultura local. Entre os setores

mais promissores, Amorim acredita que Educação, Saúde, Agronegócio e Financeiro são os vetores de crescimento e pos-suem uma necessidade constante de inovação. Mas lembrou, também, das principais mazelas em terras brasileiras, como a falta de infraestrutura e de logística e até mesmo a falta de mão de obra especializada.

Ricardo Amorim fez um panorama da economia mundial e um comparativo entre crises antigas e atuais e mostrou o quanto o Brasil cresceu nos últimos anos. “Inovar é perceber o que ninguém percebeu. Esse é o verdadeiro significado de inovação. E a única forma de inovar é estar ligado ao que está acontecendo no mundo. Mas para isso é imprescindível saber que o mundo mudou e isso gera oportunidade e desafios. Quem estiver mais atento às oportunidades, vai conquistar melhores resultados”, acredita.

Brian Dyches, CEO da IkonicTonic e presidente do Retail Design Institute, especialista em tecnologias para consumido-res, com ênfase em realidade aumentada e QR Code, falou aos congressistas sobre a importância de conhecer o seu público e produzir uma experiência de conteúdo customizada para ele. Com o tema: “Customer experience & technology: como enga-jar o consumidor com inovações para mobile, impresso e digi-tal”, Brian afi rmou que se o conteúdo é rei, o contexto é a rainha.

Neuromarketing, o assunto da vezA palestra de Jürgen Klaric, CEO da Mindcode International Inc. EUA, era uma das mais esperadas. Entre os participantes, vários diziam aguardar ansiosos o debate sobre neuromarketing, que

CONGRESSO MUNDIAL DE INOVAÇÃO E NEGÓCIOS

Porque inovar é preciso!

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vem ganhando cada vez mais espaço entre as organizações. Jürgen Klaric, que foi entrevistado na edição 91 da Wide, é conhecido por ajudar CEOs de multinacionais de todo o mundo a inovar e reavaliar a forma como apresentam seus produtos ao mercado. Em sua carteira de clientes atendidos constam gran-des contas como Nestlé, Danone, Bacardi, Pepsico, entre outros.

Em sua fala, com uma abordagem dinâmica e que prendeu a atenção dos participantes, foi categórico ao afi rmar que pro-fissionais de marketing estão cegos para as necessidades de seus consumidores. Os olhares concentrados e de certa forma surpresos com a declaração, eram facilmente perceptíveis. “Quando se trata da mente humana, deve-se entender suas prá-ticas de consumo. Além disso, não adianta perguntar o que as pessoas querem, pois no fundo elas não sabem. Ora, o compor-tamento de homens e mulheres no ato da compra é totalmente diferente. Por isso é importante que o discurso de venda seja criado de acordo com o público-alvo”, aconselhou.

Klaric manteve seu discurso alinhado ao que dizia Steve Jobs. Certa vez, perguntaram ao fundador da Apple se valia a pena fazer um estudo de mercado e realizar um focus group para entender as necessidades do consumidor. Jobs respon-deu que não, pois consumidores não sabem o que querem até que algo seja oferecido a eles. Na ocasião, citou a famosa frase

Palestra: Aproveitando

a melhor década

da história

Ricardo Amorim

“O WOB2012 foi um arraso!!! Parabéns a todos!!!!” João Batista, CEO J2B Innovation, São Paulo

de Henry Ford em relação ao carro: “Se tivesse perguntado ao cliente o que ele queria, ele teria dito: ‘Um cavalo mais rápido!’”.

“A publicidade bem-sucedida é aquela dirigida a um gênero específico. Em relação às preferências, desde o período das cavernas homens e mulheres são muito diferentes. Enquanto elas querem uma coisa, nós queremos outras. Mulheres costu-mam falar de 16 a 20 mil palavras por dia, enquanto os homens falam seis mil. Esse é apenas um ponto”, exemplifi cou.

Outro ponto lembrado pelo especialista, é que os olhos das pessoas e dos animais têm muita força emotiva. Um exemplo disso são fotos de filhotes de animais e bebês que destacam seus grandes olhos. Ele citou experiências realizadas com duas peças publicitárias que traziam bebês como personagens prin-cipal. Em uma delas, o bebê olhava para o leitor, enquanto na outra, a criança olhava para o texto informativo da campanha. Consumidores que analisaram o primeiro anúncio prestaram muito mais atenção nos olhos do neném do que no texto, o que não aconteceu no segundo caso.

Ao falar sobre inovação, tema central da conferência, o norte-americano, que já realizou trabalhos para Nike, Pepsico, Ikea, Danone e Nestlé, defi niu inovar da seguinte forma: “É pre-ciso gerar valor. O verdadeiro mistério é saber como contagiar as equipes e fazê-las pensar de forma nova.”

Outras assuntos inovadoresAs atuais tendências de mercado estavam em alta no WOB. Design thinking foi outro assunto muito discutido durante o congresso. Luis Arnal, CEO da Insitum Innovation, em sua palestra ‘Design thinking ou design doing’, criticou o mercado contemporâneo

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alegando que inovação hoje em dia é igual à medicina há 300 anos, quando todo mundo dizia ser médico. “Poucos são os que realmente inovam com afinco. Nos Estados Unidos empresas investem muito mais na divulgação de um produto do que em pesquisas para aprimorar suas qualidades”, avalia.

Aos participantes, Luis Arnal deu valiosas dicas para imple-mentar a cultura da inovação em suas empresas. Disse também que gestores e suas equipes devem ter em mente, de forma clara e estratégica, quais os processos ou mercados que mere-cem mais atenção. “Sem estratégias defi nidas, não há lógica. Ter as ferramentas certas também ajuda no processo, porém, o mais importante são as habilidades dos colaboradores.”

Para o executivo e consultor, um dos caminhos para inovar é por meio do design thinking, forma de pensar que aplica o pensamento criativo e analítico para solucionar problemas. Nesse processo, os profissionais devem ser observadores pacientes para enxergar coisas novas ao seu redor. Arnal explicou que outras características desse profissional é ser questionador; possuir um pensamento sistêmico; ser um bom contador de histórias; estar apaixonado pelas suas ideias, mas não ser surdo às críticas.

Hélio Beltrão abordou o tema “Propriedade intelectual – pró ou contra os negócios?” e iniciou com uma provocação, lembrando que até o que foi considerado inovação fez uso de algo já existente. Em uma segunda etapa, abordou a temática das guerras de patente e até que ponto isso é prejudicial para o desenvolvimento criativo e fomento às inovações. Por fim, impactou os participantes abordando a tônica de que copiar não é roubar. E nesse sentido, parafraseou o CEO da Yammer, David Sacks: “Ao invés de as companhias competirem entre si pelo melhor produto, estão se processando mutuamente para impedir os rivais de competirem.”

Lincoln Seragini, CEO da Seragini Design, falou sobre “O Design na era da economia criativa”. Sua experiência, lapidada ao longo de uma carreira de sucesso no design brasileiro e internacional, mostrou a todos que defi nitivamente o design está presente em tudo que imaginamos e onde não imaginamos. Com uma simpa-tia peculiar, Seragini é um dos grandes nomes do design brasi-leiro, reconhecido, inclusive, internacionalmente por seu talento e seu grande portfólio de marcas atendidas.

Público em massaUm bate-papo sobre E-commerce de moda lotou uma das salas do WOB até o encerramento. Lojistas, profissionais da área e

“O WOB2012 foi um sucesso! Muito bom mesmo! Vocês fi zeram um ótimo trabalho!”Érick de Albuquerque, diretor-executivo Albuquerque

Bastos & Correia Holding Group, Pernambuco

que estão pensando em criar um negócio, anotavam as inúme-ras e importantes dicas dadas por Ana Claudia Freitas, gerente de E-commerce do Grupo Cantão/Redley e pelo consultor de negócios e e-commerce, Rafael Esberard.

O espaço Desconferências, sempre com assuntos atuais, motivadores e provocantes, teve sua sala lotada durante os três dias. Eram jovens profi ssionais com anseio de criarem suas star-tups e serem reconhecidos no mercado. “Levamos ao WOB 45 jovens do projeto Shell, e eles tiveram a oportunidade de gerar relacionamento com outros jovens e participantes do evento, que abriu horizontes e parcerias que não teriam sido possíveis sem o WOB”, lembra Ricardo Lins, do Projeto Iniciativa Jovem Empreendedor Shell

O WOB também foi palco de reconhecimento para aqueles que estão com suas startups em desenvolvimento. Em parce-ria com o Geeks on Beer, a Arteccom promoveu uma edição especial para o evento chamada Geeks on WOB, em que os participantes tiveram a oportunidade de apresentar seus pro-jetos para uma banca de consultores renomados no mercado. A startup vencedora foi o Aeres (serviço de agendamento de profi ssionais do bem-estar – massoterapeuta, yoga, pilates etc).

Outro jovem é Gustavo Iwanaga, que veio de São Paulo para participar do WOB. “Foi uma experiência única. A área de tecno-logia (startups) cresce a cada dia e o evento trouxe uma nova visão, mostrando que limites podem ser ultrapassados se agluti-nados com tecnologia, empreendedorismo e inovação. Os cases apresentados juntamente com o alto conhecimento dos pales-trantes trouxe motivação para uma carreira mais estruturada e melhor defi nida, tanto para os mais antigos na área quanto para os novatos”, afi rmou Gustavo, que trabalha na Nestlé e é um des-ses jovens com veia pulsante em empreendedorismo.

“Como encaixar o processo criativo dentro das metodologias ágeis sem perder a qualidade de entrega e ainda manter a ino-vatividade” foi o assunto da palestra de Bernard de Luna, UX e Diretor Criativo da Melt DSP, em São Paulo. O especialista, em uma abordagem dinâmica, citou Marty Neumeier: “Designers, na verdade, não resolvem problemas. Designers trabalham com eles.” Para ele, muitos profissionais não sabem a diferença de UX e UI (experiência do usuário e interface do usuário, respec-tivamente) e o foco geralmente não está no problema, fato que gerou muitos profi ssionais reativos no mercado. Investigamos o que está errado e corrigimos, ou seja, agimos de modo aperfei-çoativo e preventivo.

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Espaço FGV fomenta debates sobre inovação em diversos segmentosA Fundação Getulio Vargas (FGV) ofereceu uma série de Workshops e Palestras durante o Wide Open Business Conference (WOB2012). Os palestrantes, renomados profissionais do mercado, foram criteriosa-mente selecionados, assim como os temas. Nomes fortes do mercado e da academia trataram de diversos assun-tos, sempre com uma abordagem em harmonia com o tema central do WOB: Inovação.

Você confere, a seguir, um resumo de algumas palestras e o que cada especialista levou para os participantes da primeira edição do WOB2012.

Foram três dias de “Inovação e Marketing”, nome dado ao espaço reservado à FGV durante o WOB, a conferência mundial de inovação que reuniu grandes líderes, pensadores e empre-sários de diversos setores no Rio de Janeiro. Logo em frente ao Espaço 4, onde aconteceram as palestras, a FGV recebia os par-ticipantes em seu estande, onde trocou conhecimento com os participantes do WOB e mostrou porque é uma das melhores instituições de ensino do Brasil.

Entre os congressistas, a demanda e a procura eram por informações sobre os cursos de MBA – sobretudo o de

Marketing Digital. Com seus kits FGV em mãos, eles puderam conhecer melhor o programa, o conteúdo do curso, o corpo docente e um pouco mais sobre a instituição.

A avaliação dos participantes em relação aos palestrantes convidados foi unânime: todos foram solícitos com o público. Destaque para a interação entre a plateia e os especialistas. A FGV acertou ao abranger temas de interesse para diferentes públicos. Ao fi m de cada palestra, muitos ainda permaneciam na sala a fim de sanar dúvidas, pedir esclarecimentos e até mesmo orientações a serem tomadas para o dia a dia.

Inovação em todos os setoresKleber Pinto, fundador do blog e consultoria midiaria.com falou sobre as ações inovadoras em Marketing Digital na Construção Civil. O objetivo da palestra foi ajudar os conferen-cistas a identificarem oportunidades e ações em demandas digitais na construção civil do Brasil. O especialista lembrou que o país está em obras, e não é somente nos estádios da Copa de 2014. Segundo ele, a cada 60 minutos, um novo apartamento, sala comercial ou quarto de hotel é colocado à venda no Brasil. A evolução do preço dos imóveis foi outro assunto pontuado. Para se ter uma rápida ideia do crescimento do setor imobiliá-rio no Brasil, entre 2008 e 2012, o valor no Rio de Janeiro subiu 165% e em São Paulo 132%, segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Kleber também falou sobre o crescimento da chamada nova classe C. Ao apresentar o case da Tecnisa com plataformas digitais, elencou uma série de dife-renciais que a empresa possui, como por exemplo, a interação

Palestra: Neuromarketing: blind to consumers

Jürgen Klaric

“Valeu a pena sair de São Paulo para participar de um evento tão rico como o WOB2012. Com certeza foi um momento de muita troca de conhecimento e saí com ótimas ideias para o mercado. O Brasil necessita de eventos deste porte, o mercado e profi ssionais que buscam por constante atualização e qualidade de conteúdo agradecem.”Vinícius Lourenço, Desenvolvedor Web & Mobile

Leadership 21 South America, São Paulo

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do corretor com o possível comprador. Nesse caso, o contato por SMS e ligações faz com que o interessado sinta-se especial e diferenciado por seu corretor. O uso do QR-Code também é uma inovação no mercado imobiliário digital. Quem não deseja obter mais informações sobre um determinado imóvel apenas apontando seu smartphone para um código?

A febre GooglePaulo Rodrigo Teixeira, professor e consultor, falou sobre a Era Google – considerado um dos assuntos que mais despertou a curiosidade dos participantes. Como resultado, uma das pla-teias mais prestigiadas do Espaço FGV. Segundo Paulo Teixeira, o WOB foi o pontapé de um grande caminho que precisamos tri-lhar: a inovação. Em sua palestra, o professor chamou atenção para os perfi s do brasileiro, que têm mudado gradativamente ao investir cada vez mais no empreendedorismo. “E para empreen-der, a inovação é e sempre será o grande diferencial. Na minha palestra mostrei como o Google conseguiu inovar e se transfor-mar no investimento com o melhor ROI disponível atualmente e como ele usa a inovação para se manter na liderança do seu mercado”, diz.

Política e leis nas redesPropaganda Eleitoral nas Mídias Sociais foi o tema da palestra do advogado Diogo Cruvinel, Chefe do Setor de Propaganda Eleitoral do TRE-MG. Em ano eleitoral, o advogado apresen-tou o caso do TSE, que condenou por propaganda eleitoral um ex-candidato à Vice-Presidência da República. Além disso, Cruvinel também revelou regras sobre o que pode e o que não pode nas propagandas versus liberdade de expressão. “O WOB foi uma oportunidade valiosa para que os interessados na área de comunicação pudessem ter contato com os temas mais rele-vantes da atualidade, por meio de palestras com profi ssionais altamente gabaritados e importantes referências em seus cam-pos de atuação. Foi também uma oportunidade especial para a abordagem de temas polêmicos como, por exemplo, os rela-tivos à forma como o Poder Judiciário têm lidado com as cam-panhas eleitorais nas redes sociais, equacionando as liberdades de expressão dos candidatos e internautas em face dos limites

“Como é bom ver o Rio de Janeiro recebendo eventos grandes como o WOB. Com certeza vocês inovaram o mercado carioca com tantos palestrantes renomados. Parabéns!”Iara Cruz, ALERJ, Rio de Janeiro

impostos pela legislação eleitoral. O resultado desse debate foi altamente positivo, pois contou com comentários pertinen-tes da plateia, que enriqueceram bastante a discussão sobre o tema”, afi rmou.

As organizações do futuroCarlos Nepomuceno falou sobre a Revolução Cognitiva e o Futuro das Organizações. O especialista vem se dedicando ao assunto nos últimos anos e constatou que a gestão atual das organizações não é modelo de gestão desde a época que o ser humano é ser humano. “A chegada da internet é a chamada revolução cognitiva, pois trouxe consigo uma série de mudan-ças na sociedade. Mas esse modelo hierárquico de gestão que estamos acostumados a vivenciar não terá continuidade. Em médio prazo isso acabará”, defende.

Nepomuceno falou também sobre o aumento vertiginoso da população – somos uma sociedade de 7 bilhões de habitantes. E esta mesma sociedade precisa de ambientes de produção, inovação, de comunicação e de gestão mais dinâmicos para sobreviver com a máxima qualidade possível. O especialista chama de sociedade 7.0, que nos leva a um processo radical de desintermediação, com uso intenso de tecnologias cogniti-vas. “Iniciativas como essa são muito importantes. Ainda mais em momentos como o atual, no qual temos mais perguntas do que respostas. O espaço para refl etir sobre as mudanças que a Internet trará para a sociedade e as organizações é muito rele-vante e o debate que tivemos foi muito rico.”

As organizações públicas e o relacionamento com as marcasO professor Nelson Leoni, Coordenador das Mídias Sociais do Exército Brasileiro, falou sobre como as novas redes impactam o relacionamento de marcas públicas com o cidadão para uma sala lotada de profi ssionais. Ele utilizou dados e cases como o do Exército Brasileiro, Superior Tribunal de Justiça (STJ), Prefeitura de João Pessoa, entre outros. Leoni apresentou o novo e-cida-dão, exemplificou o potencial de impacto e alcance digital com o case que foi repercutido em todo o Brasil, o “Diário de Classe”, fanpage criada pela menina Isadora Faber, de 13 anos,

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que denunciou uma série de irregularidades em sua escola. Em pouco mais de um mês, a página “Diário de Classe”, recebeu mais de 15 mil curtidas e cada uma das publicações tem deze-nas de comentários elogiosos à menina, que não teve medo de mostrar a situação da Escola Básica Municipal Maria Tomázia Coelho, em Florianópolis, Santa Catarina.

No tocante às organizações públicas e seu relacionamento com o cidadão, Nelson Leoni lembrou de casos como o de um servidor da assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento que foi demitido por publicar no Twitter ofi cial da pasta uma piada sobre a presidente Dilma Rousseff . Segundo ele, as regras do jogo são claras: não dá para abrir a tampa e depois não querer mais brincar. Ainda utilizando exemplos recentes, o professor Leoni citou o Exército, quem tem a página do setor público com o maior número de fãs no Brasil. Alguns dados, inclusive, surpreenderam os participantes. São eles: as publicações chegam a cerca de 900 mil pessoas únicas por semana; a fanpage conquista, em média, 600 curtidores por dia; mais de 15 mil seguidores. Outros clássi-cos exemplos ilustraram bem o tema do congresso. O STJ foi um dos vencedores do X Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça. A página no Facebook foi contemplada com o primeiro lugar na categoria Inovação.

Tempo de mudançasJesper Rhode, VP de Inovação Latin America da Ericsson, abordou o assunto: Tendências e Alertas para os Próximos Anos. “O WOB foi um evento importante para lidar com as rápi-das mudanças que o nosso setor sofre. Os modelos de negó-cios digitais estão amadurecendo, e o WOB ajuda as empresas a se orientarem e se adaptarem aos novos requerimentos do

Tendências e alertas para

os próximos anos

Palestra de Jesper Rhode

mercado. Avalio como muito importantes discussões sobre inte-gração de serviços, aplicativos sociais e tecnologias para formatar conteúdo para web e móvel.”

Criatividade e inovação andam juntasStefania Dargains , CEO da Dargains Projetos, professora da FGV e consultora/especialista em Gestão de Mudanças e Conhecimento, em sua palestra levou a mensagem de que nos dias de hoje criatividade e inovação são questões constantes na agenda de 10 entre 10 executivos de empresas bem sucedidas. A consultora parabenizou a realização do WOB no Rio de Janeiro, fato que segundo ela, atesta o desenvolvimento da indústria cria-tiva na cidade maravilhosa.

Inovação é educaçãoLuis Fernando Guggenberger destacou que ver o número de interessados em debater o futuro da educação foi uma experi-ência gratificante. “Este é um tema que bate em nossas agendas diariamente, é estratégico para o futuro do país, e abre-nos um horizonte de oportunidades. Muitos dos participantes não esta-vam apenas intrigados em discutir este futuro, mas também em ter ideias sobre como empreender na área”, lembra.

Ingrid Stoeckicht, Diretora Executiva do Instituto Nacional de Empreendedorismo e Inovação, destacou três temas como funda-mentais: Inovação, Design e Tecnologia. “Com palestras diversifi-cadas abordando estes temas sobre perspectivas diferentes, achei muito interessante a reunião de empreendedores jovens e repre-sentantes de startups, o que proporcionou um ambiente rico para a troca de experiência e conhecimento. Torço para que o Rio de Janeiro seja sede novamente do WOB 2013”.

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Amador Perez: o herdeiro da arte e do design

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Em um bate-papo descontraído, o artista plástico e pro-fessor da ESDI-UERJ e PUC-Rio, Amador Perez, falou à Wide sobre seu amor à profissão e comparou o mercado de hoje com o do passado. Com sua voz apaixonada pela arte e pelo design, certamente o mundo real seria bem melhor se existissem mais “Amadores” espalhados por aí.

WIDE: De onde vem sua inspiração para a arte?

Como surgiu o encantamento em retratar de forma

artística o que se vê, ouve, sente?

AMADOR: Você tocou no “x” da questão. Inspiração é fundamental e a obra de arte se cria a partir de alguma razão. A palavra inspiração e, consequentemente, o dom, carregam consigo uma forte carga de lembranças memoráveis. Uma delas é a possibilidade de nos remeter a imagens da nossa infância. E essas primeiras imagens que são gravadas permanecem para sempre. Algumas lembranças inesquecíveis da minha vida hoje são sentidas, inclusive, por conta dessas imagens registradas e guardadas. E elas vão desde um típico dia de verão, dor-mindo na varanda do apartamento, contando quantas estrelas havia no céu, desde tomando água mineral misturada com xarope de grose-lha, no bar do português da esquina, até mesmo aprontando e roubando carambolas e devo-rando o doce de leite da bandeja na vila vizinha. Ou seja, são memórias, imagens inesquecíveis que trazem todo o encantamento do passado aos dias de hoje. As primeiras imagens gravam a nossa memória visual, olfativa e afetiva, fi cando

registradas para todo o sempre, podendo inclu-sive defi nir o nosso futuro. Em relação à inspiração, meus pais fabricavam a maioria dos meus brinquedos, ou seja, tudo na base da improvisação. Ou seja, quem diria que anos mais tarde todo esse histórico serviria de inspiração para um professor em uma escola de design, como é o meu caso? Eles sempre estimularam a criação, o novo, e isso me defi -niu como artista plástico. Desde muito cedo fui “contaminado” por diversas reproduções de obras de arte.

WIDE: Qual sua percepção dessa vida contempo-

rânea que vivemos hoje, repleta de individualismo,

ansiedade e competição?

AMADOR: Devemos tentar olhar sempre para os outros. Para além do próprio umbigo e ten-tar também desacelerar esse ritmo em um pro-cesso constante de auto-refl exão. Mas é pratica-mente impossível refrear esse processo. Muitos fazem parte do sistema sem perceber.

WIDE: Com o “boom” da tecnologia, como o design

está inserido no cenário atual, em sua opinião?

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“Nijinski: imagens D090110” | 1981 | grafite | 26 × 18 cm

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“Impressões da arte

T320110” | 2004 |

tonergrafia |

42 × 29,5 cm

AMADOR: O conceito de design hoje é tão extenso e fl exível, possui tantas interfaces, que acredito que ele cumpra um papel ainda mais fundamental na vida das pessoas e na própria ideia de progresso, impulsio-nando e sendo impulsionado pela própria tecnologia.

WIDE: Você quase se formou em Arquitetura e Urbanismo.

Essa veia do design e das artes sempre esteve muito pre-

sente em sua vida?

AMADOR: Durante toda a minha infância tive a mágica experiência de assistir quase que diariamente meu pai

tocando violão e desenhando muito. E ele desenhava de tudo, perspectivas, detalhamento de móveis etc. Ele fazia isso como respiramos. Creio que esse envol-vimento com o instante, com a arte e com o design, me infl uenciou e muito, assim como meu irmão, Lula Perez. Sonhávamos em trabalhar juntos e hoje ele me apoia no campo da arte digital, onde também desen-volvo projetos gráfi cos das minhas exposições, do livro “Coleção do Artista” e do design do site www.amadorpe-

rez.com, que está no ar há anos.

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Para 2013 e 2014, Amador Perez está

preparando, além da edição de dois li-

vros, duas exposições comemorativas

dos seus 40 anos como artista.

WIDE: Sua primeira exposição individual foi no MAM, em 1977, mas

pode-se considerar que sua entrada no mercado de arte foi em 1981,

com a exposição na Galeria Cesar Aché, também no Rio de Janeiro. O

que mudou de lá para cá?

AMADOR: Naquele tempo (década de 70), a vida era menos cor-rida. Eu era mais jovem e podia me dedicar mais à produção do trabalho das artes em si. Os críticos de arte muitas vezes faziam seus trabalhos na imprensa. Os curadores ainda não atuavam como hoje. Assim como existiam poucos projetos culturais fi nanciados. Por outro lado, a fi gura do produtor cultural ainda não era tão efetiva. Então hoje, eu tenho que, simultaneamente, produzir e controlar ou administrar a minha produção, sendo que posso contar com o apoio profi ssional especializado, que antes não havia.

WIDE: Desenho, projeto gráfico, cenografia, design. O que essa for-

mação representa para sua carreira?

AMADOR: Representa praticamente todo o meu conhecimento e cultura. Parafraseando Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Considero fundamental essa minha formação, que se deu a partir do contato com os artistas, meus mestres, críticos e designers.

WIDE: Na área acadêmica, como você visualiza os sonhos e metas

daqueles que ainda estão na universidade?

AMADOR: Existe uma ansiedade muito grande gerada pela necessidade de segurança fi nanceira no mundo profi ssional. Ora, vivemos um cenário instável de absorção pelo mercado, então sempre digo aos meus alunos para acreditarem em seus sonhos, mas que fi quem atentos às armadilhas do sistema e do mercado, tentando, na medida do possível, fazer mercado, arris-cando suas próprias ideias e projetos, para que não dependam apenas do estabelecido.

WIDE: Que livros/referências você indicaria hoje para os leitores

da Wide?

AMADOR: Na área do design, recomendo “Uma introdução à his-tória do design, de Rafael Cardoso, pela Editora Blucher. Outra obra é “Design para um mundo complexo”, Editora Cosac Naify. Já na área da arte, indico “Impressões de um Amador”, escrito por um grande crítico do século XIX, Gonzaga Duque, pela editora UFMG e Fundação Casa de Rui Barbosa. E, por último, indico “O conhecimento secreto”, de David Hockney, também pela Cosac Naify.Para outras inspirações, recomendo que vocês criem o hábito de visitar exposições, assim como frequentar a Biblioteca Nacional e espetáculos diversos (cinema, música, teatro e dança).

“As primeiras imagens gravam a nossa memória visual, olfativa e afetiva, fi cando registradas para todo o sempre, podendo inclusive defi nir o nosso futuro”

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As mudanças no mercadodas imagensDe uns anos para cá, uma verdadeira revolução no mercado das imagens vem ocorren-do. Uns defendem que o advento da tecnologia foi crucial para tantas mudanças, fato que ocasionou a necessidade de (re)adaptação por parte das empresas de banco de imagens. Outros acreditam que tantas modificações fazem parte de um processo natu-ral de contemporaneidade, onde hoje tudo é diferente ou, para os mais radicais, trata-se de um outro modelo.

Nas próximas páginas, veja o que grandes nomes do mercado de imagens pensam sobre tantas mudanças e atualizações.

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A Fotolia, conhecido banco de imagens, sabe que o atual mer-cado vem mudando rapidamente com o avanço de novas tec-nologias (redes sociais), modelos de negócios simplifi cados na internet, entre outras demandas. Com isso, a empresa aprovei-tou essas mudanças signifi cativas e lançou-se no mercado no momento em que a internet de banda larga e as câmeras SLR digitais fi caram mais acessíveis, permitindo aos fotógrafos e compradores enviarem e baixarem arquivos pesados em ape-nas alguns segundos.

Os fundamentos do Microstock são baseados em dois con-ceitos principais: as licenças e o preço, que juntos sacudiram o mercado tradicional de comercialização de imagens. O objetivo

Microstock : A fotografia de microstock é uma extensão na-tural da fotografia de stock, adaptada aos tempos atuais e às novas tecnologias. Trata-se normalmente de empresas que trabalham exclusivamente por meio da Internet, nas quais qualquer pessoa pode se inscrever de forma gratuita e apre-sentar as suas fotografias. O regime é exclusivamente “royalty--free” (uso ilimitado, livre de comissões, após a aquisição por parte do utilizador), sendo as fotos vendidas a um preço sig-nificativamente mais baixo do que nos bancos de imagens tradicionais. A contra-partida para o fotógrafo é uma comissão baseada na percentagem do valor de venda.

“O que faz uma boa imagem ou um bom fotógrafo é um conjunto de habilidades combinadas. Fotografi a envolve artesanato. Uma boa foto tem que provocar uma reação. Ela tem que estimular e oferecer mais que uma simples imagem a se observar. Ela tem que marcar. Ela tem que conter uma ideia, que não pode ser muito complicada ou obscura” Michel Freeman

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era democratizar e legalizar o uso de imagens, especialmente para pequenas e médias empresas que não podiam arcar com os altíssimos custos praticados pelas agências tradicionais de fotografi a. Como qualquer outro negócio de sucesso, a sim-plicidade deveria ser a chave do negócio. Primeiramente, as imagens deveriam ser livres de royalties, permitindo que seus compradores as usassem em qualquer lugar (site, mailing, fl yer, folheto, outdoor etc) e sem limites de cópias. Além disso, os pre-ços deveriam ser acessíveis, a partir de $ 1,00 e dependendo apenas do tamanho da imagem. E fi nalmente, o site deveria oferecer um número relevante de imagens comerciáveis que pudessem ser utilizadas em diversas situações e por quase todos os segmentos.

O cofundador e CEO da Fotolia, Oleg Tscheltzoff , lembra que, ao criar essas medidas, as primeiras reações naturais observa-das foram as dos fotógrafos preocupados com uma diminuição em seus rendimentos. Mas graças aos esforços da equipe de marketing para educar as empresas a uma cobertura mundial, a Fotolia ofereceu a chance para que esses fotógrafos passassem a vender suas imagens no mundo todo com apenas um clique. “Podemos estimar que o número de compradores de imagens

“Podemos estimar que o número de compradores de imagens atualmente é centenas de vezes maior do que o alcançado com o marketing tradicional, criando assim inúmeras oportunidades reais de negócios para fotógrafos talentosos” CEO da Fotolia

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atualmente é centenas de vezes maior do que o alcançado com o marketing tradicional, criando assim inúmeras oportunida-des reais de negócios para fotógrafos talentosos. E o sucesso está aí. Já são mais de 3,5 milhões de membros que utilizam os nossos serviços”, lembra.

Muitas agências e fotógrafos reconhecem o benefí cio de mudar para o sistema Microstock de comercialização de ima-gens e certamente muitos já os tem feito. “Dentro da nossa própria comunidade, temos também uma coleção chamada ‘Infi nite Collection’, que contém imagens com um perfi l mais criativo e artístico. A Infi nite Collection permite que a Fotolia expanda ainda mais a oferta de imagens para os compradores de mídia por meio de parcerias com agências fotográfi cas tradi-cionais que reconheceram o apelo comercial do Microstock. Os compradores têm agora a possibilidade de comprar as mesmas imagens pelas quais costumavam pagar mais de $300 por pre-ços a partir de $20.”

VENDASPara entender melhor a sistemática de venda, a Fotolia é um mercado entre os contribuintes e compradores e sua missão é

tentar torná-lo realmente simples. O CEO explica que se você tem fotos interessantes e algum talento (um amador avançado ou um profi ssional), você pode simplesmente acessar (http://

br.fotolia.com), abrir uma conta gratuita e começar a enviar suas imagens imediatamente. Após esse passo, os moderadores veri-fi cam cada imagem e se a qualidade estiver dentro dos padrões e os direitos autorais foram respeitados, a imagem será vali-dada, indexada e passará a fazer parte do sistema, sendo reco-nhecida pela ferramenta de busca e assim oferecida para venda em todo o mundo.

Algumas dicas são infalíveis. Ao enviar uma imagem, os contribuintes devem inserir palavras-chave para facilitar a pesquisa de suas imagens. Essas palavras, mesmo que inse-ridas na língua-mãe dos contribuintes, serão traduzidas em mais 12 idiomas pelo sistema da Fotolia, permitindo assim que as imagens sejam vendidas das Américas até a Ásia. Os com-pradores, por sua vez, ao utilizarem a ferramenta de busca, digitam algumas palavras-chave com base no tipo de imagem que eles estão buscando. A ferramenta de busca, então, apre-sentará ao comprador as imagens mais relevantes com base nas palavras-chave inseridas. O comprador pode selecionar

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“Como uma prática de negócios geral, você tem que descobrir o que as pessoas querem e decidir se você pode providenciar e garantir a entrega dessa demanda melhor ou mais competitivamente que outros fotógrafos ou outras fontes”Michel Freeman

o tamanho da imagem, efetuar a compra e baixá-la imediata-mente para o seu computador.

O contribuinte, assim como a Fotolia, recebe pelas imagens vendidas. As porcentagens pagas são baseadas, entre outras coisas, no fato do mesmo contribuir exclusivamente à Fotolia ou não, e dependem também da colocação do colaborador. Quanto mais imagens vender, melhor será sua posição e, con-sequentemente, maiores serão suas comissões, dependendo se ele é exclusivo ou não. Em média, a comissão paga a um fotó-grafo em torno de 20% a 63%.

Os preços das imagens na Fotolia são apresentados em “cré-ditos”, que é a chamada moeda virtual. O preço da fotografi a depende do tamanho. Imagens de tamanho para a web podem ser adquiridas a partir de 1 crédito, já aquelas de resolução para outdoors, custam em média 10 créditos. Os clientes podem comprar créditos a qualquer momento por meio do cartão de crédito, transferência bancária e outros métodos de pagamento e baixar as imagens quando quiser. Todas estas imagens pos-suem licença livre de royalties, ou seja, permite que o compra-dor utilize e reutilize as imagens quantas vezes quiser para sua empresa. A Fotolia acredita ainda que cada indivíduo, profi ssio-nal ou empresa é um comprador potencial, pois todos nós, de uma forma ou de outra, precisamos de imagens.

SEGURANÇANo que se refere aos direitos autorais, os desafi os não são tão diferentes daqueles enfrentados pelo comércio tradicional de imagens. Até mesmo as grandes agências têm os mesmos desa-fi os. Oleg Tscheltzoff afi rma que uma das principais vantagens

da Fotolia é ter estado presente localmente desde o início em cada mercado ingressado. “Além disso, nossa equipe está pre-sente em 20 países e ciente das regras locais de propriedade intelectual e direitos autorais, podendo assim oferecer um pro-duto seguro para os seus clientes. Para lidar com esta questão, procuramos construir um relacionamento próximo com os nossos fotógrafos. Se um fotógrafo começa a ter rendimentos, vender imagens, construir um portfólio com maior destaque, entramos em contato e desenvolvemos um relacionamento com esse fotógrafo”, explica.

Atualmente são mais de 200.000 contribuintes em todo o mundo criando imagens para Fotolia. A fórmula desse sucesso, na avaliação do CEO, “é manter um relacionamento muito próximo e um canal de comunicação aberto com eles, conhe-cendo suas informações de contato, localização e informações de pagamento. Essa medida reduz a incidência de problemas com materiais protegidos por direitos autorais. E, por último, temos acordos de licenciamento muito objetivos, no que se refere diretamente ao conteúdo protegido por direitos autorais. Os contribuintes assumem plena responsabilidade por todas as imagens enviadas à Fotolia e os compradores são informados sobre as restrições de uso.”

QUANDO A FOTOGRAFIA E ARTE SÃO UMA SÓO fotógrafo renomado Michael Freeman – que tem mais de 30 anos de carreira, 15 livros publicados e 2 milhões de exem-plares vendidos no mundo, tem o costume de abordar com detalhes práticos as melhores maneiras de se conseguir boas

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fotos, independente do equipamento que se está usando e da disponibilidade de tratamento/edição das imagens. Uma de suas discussões é o uso e o cenário da internet hoje em dia no mundo das imagens. Freeman lembra que a tecnologia sempre foi parte integrante da arte e recentemente leu que o pintor britânico David Hockney disse exatamente isso no catálogo de sua exposição na Royal Academy, onde ele usa o iPhone, o iPad e até DSLRs para vídeos multi-tela. Ele escreveu: “A tecnologia sempre contribuiu para a arte. O pincel mesmo já foi considerado, de certa forma, tecnologia, não foi?!”. Para ele, são dois os caminhos que os fotógrafos podem seguir para lidar com a tecnologia.

“Um deles é reverenciar a tecnologia, elevá-la ao status de ferramenta de criação, mas eu não tenho nenhum interesse nisso. O outro caminho é dizer: ‘é um outro modelo, é novo, é uma ferramenta – ela pode ser usada para o que eu quero fazer?’ O pintor britânico sobre quem comentei, Hockney, disse que nunca tinha ouvido falar sobre o iPad, muito menos trabalhado com um. No entanto, ele descobriu que o aparelho resolveria um problema que ele tinha. É como um papel sem fi m que se encaixa perfeitamente com o sentimento que eu tinha de que a pintura deve ser grande. Essas são as palavras de um grande pintor sobre o que eu acho que seja uma aproximação saudá-vel da tecnologia com o trabalho de qualquer um de nós – não apenas os artistas”.

Já em relação à discussão em torno do mercado da fotografi a, Freeman acredita que precisamos nos manter empregados, caso contrário não conseguiremos continuar fotografando. “Portanto, tudo isso é intensamente prático. Muitos fotógra-fos estão angustiados por verem as antigas fontes de renda secando – assinaturas de revistas editoriais, só para citar um exemplo. Mas o que tem de novo ou especial nisso? Que indús-tria ou mercado não está mudando? Nós temos que descobrir novos modelos de negócios, e eles estão aí – o desafi o é encon-trá-los ou criá-los”, questiona.

O renomado fotógrafo defende que a internet pode ser um novo campo de atuação, porém acredita que não seja tão fácil encontrar uma boa fonte de receita a partir dela. Além disso, os grandes sucessos em áreas não-fotográfi cas podem ser um sinal de que é um mercado que pode funcionar bem. Freeman defende que as fotografi as são, de fato, mercadorias perfeitas para a internet. Mas critica aqueles que fi cam sentados espe-rando que algum editor de fotos ligue oferecendo trabalho. “Na verdade, nós nunca pudemos fi car sentados esperando o traba-lho e a remuneração caírem do céu, mesmo nos melhores dias de imagem impressa. E, como uma prática de negócios geral, você tem que descobrir o que as pessoas querem e decidir se você pode providenciar e garantir a entrega dessa demanda melhor ou mais competitivamente que outros fotógrafos ou outras fontes. Os bancos de imagens formam uma competição

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“Estamos convencidos de que existe mercado para todo mundo, e o banco de imagem ajuda a divulgar o trabalho dos fotógrafos de uma forma mais abrangente, no mundo todo”Renata Simões

IMAGEM DISPONÍVEL NO BANCO DE IMAGENS

GETTY IMAGES - gettyimages.com

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importante e estão nos seus direitos. Então, você deve consi-derar o que esses bancos de imagens não podem oferecer – imagens únicas, pessoais e no tempo que o cliente demandar. Sempre haverá, por exemplo, demanda por trabalhos de moda, esportes e casamento (e esses foram apenas os três primeiros mercados que me vieram à mente) que exigem trabalhos espe-cífi cos e pontuais em fotografi a”, lembra.

Freeman, que concilia as duas carreiras (além de fotógrafo, é escritor), considera tarefa fácil aliar as duas profi ssões, pois sem-pre está pensando sobre o que fotografa e, segundo ele, passar isso para o papel ou falar sobre como imaginou aquelas ima-gens, é algo que sai naturalmente. Outra razão é que ele passou a maior parte de sua vida na fotografi a construindo histórias, e descobriu que trabalhar ‘storytelling’ em diferentes meios tem muito a ver com o seu trabalho. Seja escrevendo, fotografando ou fi lmando; narrar, explicar e entreter têm a mesma origem e fazem parte do mesmo processo criativo.

Em relação às mídias sociais, Freeman considera que as transformações no mercado de banco de imagens começaram antes da “Revolução da Social Media”. Segundo ele, a aglomera-ção das agências em gigantes como Getty e Corbis, foi um dos fatores dessa transformação. Outro fator que tem mudado a maneira de trabalhar junto aos bancos de imagens é a melhoria no marketing e nas vendas online. “Também podemos citar a questão da melhoria nas ferramentas de busca, além do grande número de imagens envolvidas, que tem impulsionado o preço de imagens unitárias muito para baixo. Todos esses fatores, jun-tos, têm feito com que poucos fotógrafos continuem achando rentável trabalhar nisso. Eu suponho que alguns desses moti-vos, inclusive, sejam spin-off s da aplicação das tecnologias de bancos de imagens pelas redes sociais.

GETTY IMAGES: EXISTE MERCADO PARA TODO MUNDORenata Simões, gerente de conteúdo e marketing da Getty Images Brasil tem a função de levar ideias criativas para a vida por meio da mídia digital. O objetivo da empresa é oferecer aos comunicadores ferramentas para criar trabalhos inspiradores. Renata lembra que, hoje em dia, com as câmeras digitais e todos os recursos existentes, fi cou muito mais fácil – tanto para ama-dores quanto para profi ssionais -, tirar boas fotos. “Não acredita-mos que isso prejudique o espaço de trabalho de outros fotógra-fos, mas com a grande demanda por todos os tipos de conteúdo, acreditamos que o mercado de conteúdo está suprido. Hoje atendemos a diversos pedidos de imagens, que vão das fotos ‘espontâneas’, como se tivesse sido tirada com uma câmera “point and shoot”, até fotos com produção e direção de arte. Com isso, estamos convencidos de que existe mercado para todo mundo, e o banco de imagem ajuda a divulgar o trabalho dos fotógrafos de uma forma mais abrangente, no mundo todo. Em um banco como a Getty Images, que é internacional e pre-sente em mais de 100 países, o fotógrafo tem a certeza de que o conteúdo dele está sendo visualizado mundialmente, aumen-tando assim, suas chances de venda. Nós ajudamos a interme-diar esse trabalho e a divulgar a arte dos fotógrafos em todos os lugares”, explica.

Simões conta que a Getty Images Brasil é um escritório de vendas, porém sempre busca novos conteúdos locais para

Um pouco sobre a Getty Images...

A Getty Images oferece mais de 10 milhões de imagens

criativas, sendo 80% deste material produzido com di-

reção de arte; 70 milhões de imagens editoriais de co-

berturas de eventos esportivos, notícias, moda, entrete-

nimento, e imagens de arquivo desde 1930; mais de 100

mil horas de clipes de fi lme; mais de 90 mil músicas de

artistas independentes do mundo todo, tudo atualizado

diariamente e escolhido cuidadosamente pelos seus

editores. O cliente também pode contar com uma equi-

pe de pesquisa especializada que facilita o trabalho dos

criativos e os ajuda a encontrarem o conteúdo perfeito

para suas campanhas.

suprir a demanda de cada lugar. Todo o conteúdo enviado para a Getty Images é gerenciado por editores e diretores de arte, que ficam em Nova Iorque e Londres. O designer ou fotógrafo interessado em colocar seu trabalho no site da Getty Images pode usar tanto o Flickr, por meio do link www.gettyimages.com/

flickr, quanto o próprio site da Getty images, pelo link www.get-

tyimages.com/contributors. A privacidade e os direitos autorais também fazem parte da

política da empresa. Todas as imagens e vídeos no site da Getty Images contêm seu devido release e/ou informação sobre os direitos da imagem. Além de ajudar a educar o mercado sobre a importância dos direitos autorais das imagens e vídeos, a Getty Images oferece o “Image Guarantee” - uma segurança a mais contra possíveis reclamações futuras. A Getty Images também tem o serviço de Direitos e Autorizações para possibilitar o licenciamento de imagens ou vídeos que contenham pessoas, locais, marcas registradas ou logotipos famosos com segurança. O departamento conta com profi ssionais experientes e contatos globais para ajudar o cliente a conseguir a imagem que ele deseja com tranquilidade, rapidez e sem dor de cabeça.

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Internacional Julius Wiedemann

Tudo muda toda hora, e que bom!

Julius WiedemannDiretor de publicações digitais da editora alemã Taschen (www.taschen.com), além de editor-chefe das áreas de design e pop culture. Julius

viaja 70% do seu tempo, dividindo residências entre o Rio de Janeiro,

Cambridge, no Reino Unido, e Colônia, na Alemanha.

E-mail: [email protected]

DESIGN

Eu tenho certeza que um dos legados mais importantes que estamos criando com toda a cultura digital que nos entorna é o fato de sabermos que não existe mais quase nada que dure um tempo muito longo. Quase nada estável se comparado com o que meus pais viveram. Ter emprego por 30 anos, usar o mesmo produto por 15 anos sem mudança de embalagem, morar no mesmo lugar por 20 anos. Tudo isso está mudando, e o que mais fazemos é mudar. A frase é clichê, mas diz tudo: a única constante é a mudança. Cada vez que olho meu iPhone de manhã vejo que tenho que fazer updates. Hoje foram 10 apps. Ok, nada de novo? A minha pergunta é: até quando vamos poder lidar com um sis-tema que nunca funciona propriamente dito? Será que vamos chegar a ver um limite e em algum momento poder focar em algo que dure mais que alguns dias?

Posso começar por exemplifi car um mundo recente com o qual estou interagindo muito no momento, os tablets. Os tablets são hoje o faroeste das novas mídias, onde tudo é possível, mas onde ainda não fi zemos muito e nem temos muitos exemplos de sucesso que possamos olhar como modelos. O iPad é realmente dominante, e apesar de ser uma plataforma que oferece de games a livros, ele está longe de ser um book-reader. No seu mais recente updade, a resolução foi duplicada. O sistema iOS6 entrou agora em jogo, e provavelmente em breve, algumas coisas mais novas já não vão poder rodar no iPad1, como já acontece com o iPhone 3G. Isso porque a Apple é uma das empresas que mais possui consistên-cia. Se falarmos de Android, estaríamos comentando a mudança de tamanho de telas de 20 aparelhos diferentes, de cinco marcas distintas, e que em sua maioria não são atualizadas com o sistema mais novo. E para não jogar a toalha de vez, vou deixar qualquer coisa sobre Windows Mobile e Blackberry de fora, para me poupar trabalho. Criar qualquer coisa dentro desse ambiente não é fácil, mas às vezes podemos nos dar o privilégio “viajar na maionese”, no melhor dos sentidos, de nos propor a criar algo completamente novo. E o mais divertido é poder fazer esse exercício todos os dias. Estamos começando a fazer livros como fazíamos websites há 15 anos. Chega a ser hilário.

Dentro de uma indústria de 500 anos, desde Gutenberg, pode--se imaginar que mudanças sejam algo complicadas de serem aceitas. No caso do mercado editorial, existem dois agravantes. Não apenas as próprias novas tecnologias apresentam constan-tes desafi os, mas também os próprios usuários também parecem muito céticos em relação ao que vem aparecendo de novo. Tipo internet no início dos anos 90 (se você não se lembra porque era muito pequeno, dê uma procurada no Google).

Minha mensagem para todos os designers e desenvolve-dores nos dias de hoje é que não devemos mais nos preocupar (tanto) com standards. Esse pensamento tem várias vantagens.

Primeiro, ele nos liberta de uma prisão que são os standards em geral. É como na cena de Matrix, quando Morpheus fala para Neal, se referindo ao programa onde eles tinham acabado de se inserir para treinar, dentro da Matriz: “as regras aqui são como as de um soft ware, algumas podem ser alteradas, outras podem ser quebradas”. Ter a liberdade de mudar as regras no meio do jogo pode ser considerado um privilégio. Segundo é que esse pri-meiro ponto que pode catapultar a nossa criatividade e permitir grandes avanços. Talvez nunca mais tenhamos stantards como tivemos antes (eu já tenho quase certeza), mas é essa ausência que nos liberta. Terceiro é que talvez seja isso que vá dar tantos empregos nos próximos anos.

Programar e desenhar não são uma religião. Podemos conviver com o incerto, e vamos fazendo melhor todos os dias, adquirindo conhecimento e expandindo os horizontes. Não precisamos fazer cam-panha para ir para o céu, porque é aqui na terra que temos tanto prazer de reinventar o que fazemos. Damos prazer e viabiliza-mos muito a muitas pessoas. Essa é a minha teoria que intitulo A TECNOLOGIA NOS LIBERTARÁ. Vão sempre me dizer que não é perfeito, e apontar as dezenas de problemas. Mas o conceito de perfeito também não existe, ou é totalmente abstrato. Sendo assim, se estivermos fazendo melhor todos os dias, acho que já deve ser sufi ciente para estarmos satisfeitos. O Facebook acaba de atingir 1 bilhão de usuários, e eles próprios estão toda hora mudando suas interfaces. Eles não têm fórmula, mesmo sendo os maiores do mundo. Acabei de dar o update do Facebook Messanger pro meu iPhone hoje. Se eles se dão tanta liberdade, podemos nos dar tam-bém. Viva o mundo que não para de mudar.

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Pode acontecer outra situação, ainda mais triste. Você fez os tes-tes, fez os vídeos com horas e horas de pessoas dizendo o quanto o tal soft ware/site/produto as frustra ao usar, mas ninguém se interessa em ver esses depoimentos e continuam a criar interfa-ces, fazendo demandas que não tem relação com as reais neces-sidades do usuário. Pois é. Você não é o único ao passar por isso.

Quanto mais eu converso com colegas mundo afora, mais per-cebo o quanto esse mal está disseminado nas empresas. Todas as empresas: Fortune 500, Exame 500 Maiores & Melhores, empresas de soft ware e as ponto com. Sim, as pontocom tam-bém!! Surpreso? Não sei por que. As pontocom são empresas de soft ware disfarçadas de produto, mas não tem “cabeça de marke-ting”, aquele direcionamento que se preocupa com as necessida-des e limitações do usuário. Não tem e ponto. Competem no uni-verso da tecnologia e, como o mercado aparentemente ainda está para ser desbravado, ligam menos do que deveriam para o usuário. A questão é que as interações que proporcionamos são determinantes na percepção da qualidade da experiência.

A questão é: como promover mudanças que nos façam ser ouvi-dos? Tivemos algum sucesso com os Testes de Usabilidade, com Contextual Inquiry, Mental Modeling e outras tantas meto-dologias para trazer para dentro da empresa a visão do que é a experiência do usuário. Recentemente nos dedicamos a estudos etnográfi cos e levamos para dentro da empresa os resultados, mostrados em palestras com vídeos, fotos e toda a parafernália

Amyris Fernandez é consultora em Design de Interação, membro do

IxDA (Interaction Design Association) e ministra aulas de Usabilidade

e Design de Interação. É doutora em comunicação pela Universidade

Metodista, com “bolsa sanduíche” na Universidade de Koenhagen,

Dinamarca, e mestre em Comércio Eletrônico, pelo Rochester Institute of

Technology, EUA.

E-mail: [email protected]

Design de interação Amyris Fernandez

Por que ninguém me ouve??multimídia. Exceto por alguma comoção depois de “verem a rea-lidade do cliente”, efetivamente a forma de pensar e abordar os projetos não mudou. O grande foco ainda é o gerenciamento de projetos. Fazer acontecer e lançar, pronto.

Creio que a única forma de mudar as pessoas e, consequente-mente, a forma de agir, é fazê-las experimentar a realidade. Nada mais poderoso que colocar as equipes de marketing, design e tecnologia misturadas nas ruas, observando o usuário em ação, agindo naturalmente. Lembre-se, todos nós achamos que o mundo age à nossa “imagem e semelhança”. Não é arrogância, mas funciona assim. E nada é mais rico do que ver a realidade, vivenciá--la e incorporá-la ao nosso modo de pensar, agir e trabalhar.

Acredito que quem faz as pesquisas é quem mais enriquece seu repertório, sabendo como ninguém mais tudo o que o usuário quer e precisa. E é aí que está o erro. Esse conhecimento não será útil enquanto estiver confi nado a um ou outro indivíduo. Deve ser adquirido e compartilhado por todos os envolvidos nos projetos.

Acredito que parte dos leitores trabalha

dentro de empresas, seja como CLT ou PJ,

e que trabalhem com UX de alguma ma-

neira. Se isso for verdade, vocês comparti-

lham uma dor comigo: a de muitas vezes

não ser ouvido. Você chega para o geren-

te de produto, para os diretores e VPs e

diz “o usuário não sabe usar o que vocês

criaram”, ou pior “não é isso que o usuário

precisa”. E nada! Nem dão bola pra você,

que fica achando que falou em aramaico

ou qualquer outra língua morta.

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DESIGN

Ilustração Carolina Vigna-Marú

O homem primitivo pintava o bisão que queria caçar. Sua arte era a expressão e materialização de seu desejo. No caso do homem pré-histórico, o problema mais radical a ser enfrentado era sua própria sobrevivência e a caça era a forma de garanti-la. Os bisões iam para a parede na fé de que de lá para o estômago era um pulo. Continuamos a fazer isso: colocamos símbolos da paz em camise-tas, pintamos palavras de ordem nos muros, ostentamos símbolos religiosos em joias e bijuterias. Desejamos sinceramente a paz e acreditamos que seja esta a solução para os problemas mais radi-cais de hoje. Infelizmente, o símbolo da paz desenhado em uma mochila será tão efi caz quanto o bisão desenhado na caverna.

O movimento é representado na arte rupestre sem muita clareza. O pintor pré-histórico era, durante o Paleolítico, natu-ralista e pintava a partir de observação. E, com relação a patas correndo, não existia ainda a informação que apenas o qua-dro a quadro nos deu. Outro bom exemplo – bem posterior ao Paleolítico – da falta que esta informação faz é o quadro O derby de Epson, de Theodore Gericault (1791-1824), que mostra uma corrida de cavalos fl utuantes. Depois do cinema, sabemos que o cavalo sempre mantém pelo menos uma pata no chão todo o tempo. A arte rupestre não deixa de ser um pouco como um espelho do cinema. O cinema inventa desejos a partir de ima-gens. A arte rupestre inventa imagens para criar o que era dese-jado. Hoje “vemos” as patas de um bisão em alta velocidade por-que o cinema assim nos demonstrou.

Contextos históricos são questionáveis e or-gânicos. Não apenas por não termos inven-tado uma máquina do tempo, mas, principal-mente, por causa do “antes”. Sempre existe um “antes”. Os períodos Paleolítico, Mesolíti-co e Neolítico não são diferentes. Existe um “antes” chamado Pleistoceno que é, por sua vez, posterior ao Big Bang, ao Multiverso e a outras coisas que a Física certamente ainda vai nos contar. Existem alguns estudos que apontam a existência de cultura em primatas não-humanos, o que colocaria em questão o início antropocêntrico da arte. Comecemos, porém, com a arte rupestre.

Nós, as redes sociais e as baratas

O problema não é se nossos desejos se encontram satisfeitos

ou não. O problema é saber o que desejamos. Não há nada de

espontâneo, de natural, no desejo humano. Nossos desejos são

artificiais. Devem-nos ‘ensinar’ a desejar. O cinema é a arte per-

vertida por excelência. Não te dá aquilo que deseja, te diz como

desejar. (The pervert’s guide to cinema , 2006)

O ser humano deseja aquilo que acredita o libertar, sendo esta libertação real ou não. Pouco importa, posto que no momento de criação, a crença nesta possibilidade de liberdade é verda-deira. Não foi a tecnologia, entretanto, que moldou a arte, assim como não foi a arte que moldou a tecnologia. As necessidades e os desejos humanos estão inseridos organicamente na repre-sentação artística e vice-versa. Representa-se tanto o sonho quanto o visível, assim como o homem dentro da caverna, desenhando o bisão que é tanto o bisão que vê quanto o que espera que se materialize.

Aproximadamente há nove mil anos, a humanidade come-çou a criar animais e plantar, provavelmente na Mesopotâmia. Foi a agricultura que promoveu a vida sedentária e o desenvol-vimento das sociedades, nos libertando da caça para sobrevi-ver. Depender de uma colheita, entretanto, pode ser tão incerto quanto conseguir um bisão. Conseguir água também era (e talvez volte a ser) um problema sério. Várias tentativas de cons-truir represas foram feitas no decorrer da história.

A represa mais antiga que se conhece foi feita pelos egípcios no

vale de Garawi em 2800 a.C., medindo 113m ao longo da crista. A

base da represa, em alvenaria, foi preenchida com terra e casca-

lho, mas não foi bem vedada e em pouco tempo a água drenou

pelo centro. Os egípcios não se sentiram motivados a voltar a

construir barragens. Já os romanos, que conheciam o concreto,

foram mais bem-sucedidos. (CHALLONER , 2010, p. 68)

Chega a ser um tanto irônico falar de tecnologia e libertação na cultura mais conservadora que já existiu: o Egito Antigo passou uns bons três mil anos preservando seu modo de vida e o repre-sentando exatamente da mesma maneira, seguindo regras bas-tante rígidas de desenho. Os antigos egípcios podiam, de fato, não gostar muito de inovações na arte mas eram imbatíveis nas ciências da engenharia (não apenas a civil).

Segundo o Online Etymology Dictionary, a palavra tecno-logia (do grego techné: arte, poesia, técnica + logos: estudo) sur-giu na década de 1610. Cronologicamente distante, portanto, da informática, quando assume o signifi cado do processo empregado nas indústrias, especialmente as de computadores, internet e/ou celulares. O campo da inovação tecnológica, no

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Carolina Vigna-Marú é designer e ilustradora das antigas, do tipo que

raspou fotolito com gilette e fez separação de cores no papel vegetal, mas

que não é saudosista e acha tecnologia o máximo. Trabalhou com multimídia

e foi SysOp de BBS. Desenvolve sites desde 1996, especializando-se em CMS

e em SEO com tableless e CSS. Começou em uma editora pequena em 1982

e nunca mais parou. Gosta muito de ilustração vetorial, mas não dispensa um

bom papel e lápis. Fotógrafa amadora e apaixonada por tudo o que é gráfico.

Estuda Artes Visuais no Centro Universitário Belas Artes SP

E-mail: [email protected]

entanto, abrange mais o contexto das ideias do que o da indús-tria. Um novo método para um processo conhecido, mesmo que produzindo os mesmos resultados é considerado uma inovação. Existem, ainda, inovações conceituais que não são industriais, como por exemplo, um método organizacional.

A tecnologia tem, por natureza, um caráter libertador. Em prin-cípio, o ser humano cria aquilo que tornará sua vida mais simples, rentável, prazerosa ou confortável. E não gasta energia para criar algo se sabe a priori que o prejudicará. O instinto de preservação da espécie sempre falou e sempre falará mais alto. As invenções humanas têm, portanto, a intenção de superação da natureza.

A relação tempo-espaço que, desde 1905 e Einstein, perdurou como indissociável, começa a se quebrar com o digital, quando o conteúdo se desprende da matéria. Um texto existe mesmo se apenas em um arquivo digital e não em um pedaço de papel; uma pintura pode ser feita sem tinta. A grande revolução tecno-lógica da informática é a desmaterialização que, por sua vez, é a mais clara demonstração da infl uência da tecnologia na humani-dade, não apenas como fruto de um desejo, mas como escultora da sociedade. O teletrabalho nada mais é do que a desmateriali-zação do ser humano no ambiente de trabalho: ele continua tra-balhando, mas a matéria – seu corpo – não está presente.

Existia, até pouco tempo, uma barreira difí cil de ultrapassar-mos, a social, que ruiu com as redes sociais. E é por isso – e não porque você pode ver fotos da fi lha da sua prima que mora lá longe – que o fenômeno da rede social é tão importante: é a supe-ração social e uma nova proposta de relação pessoal.

Nossa espécie é fraca, frágil, lenta, enxerga mal, escuta pouco, não resiste a baixas temperaturas e ainda por cima morre rápido. Fisiologicamente falando, existem espécies bem superiores na Terra. A nosso favor, temos a inventividade. É a consciência da morte que nos move e que nos faz inventar.

Em todos os ambientes da terra, há presença humana. Dos organis-

mos superiores, apenas nós e as baratas conseguimos lograr essa

onipresença – sendo que as baratas têm 250 milhões de anos de

evolução, enquanto os humanos entraram no páreo há 4 milhões

de anos somente: podemos com justiça celebrar o feito extraordiná-

rio de competirmos com as baratas. (OLIVEIRA , 2006, p. 57)

Apenas sobreviver, entretanto, não é satisfatório. Junto com a consciência da morte, vieram questionamentos existenciais e, com eles, fi losofi a e arte. A herança hegeliana conduz ao pen-samento cronológico, taxionômico, do ovo e da galinha, mas é praticamente impossível esta relação de causa e efeito quando falamos de technè e ars. Um é o espelho do desejo do outro, outro é a força motriz do um. A grande questão é que trata-se de um diálogo. A humanidade cria a tecnologia e a tecnologia cria a humanidade, no sentido de criar e moldar desejos, necessidades, possibilidades e sonhos.

A sensação do domínio da tecnologia causa e causou, historicamente, um frenesi criativo seguido por um período de refl exão, absorção e interiorização destas conquistas. O homem inventa a agricultura e se torna sedentário; o Egito Antigo domina a engenharia civil em busca da eternidade; o Renascimento mexeu tão profundamente com nossa estrutura social que o reformaram, contra-reformaram, copiaram, nega-ram e pintaram à moda dele. Exemplos não faltam de que a arte e a tecnologia moldam-se entre si, são moldadas pelo humano e, em diálogo, transformam (e libertam).

E o que tudo isso tem a ver com você? Bem, se, de alguma forma, seu caminho não conduz à liberdade (entenda por liberdade o que quiser, de ideias, fi nanceira, afetiva, o que for mais importante para você), você, meu amigo, precisa rever suas metas.

Foi o que aconteceu comigo quando decidi cursar Artes Visuais na Belas Artes. Ainda estou aqui no olho do furacão e minhas metas de vez em quando baleiam, mas pelo menos não estou sentada em cima da minha própria inércia.

Este texto é parte (editada, adaptada) de um paper que escrevi sob a orientação da prof. Leila Rabello e que será apresentado no próximo Conic (Congresso Nacional de Iniciação Científi ca). Decidi enviá-lo à Wide por conta de alguns emails comoventes recebidos, de pessoas que decidiram tomar as rédeas de suas carreiras e que leem a Wide em busca de alguns referenciais. É uma honra ser parte desta bússola. Obrigada.

Exemplo: McGREW, W. C. Culture in nonhuman primates? In: Annual Review of Anthropology. n. 27 Department of Sociology, Gerontology and Anthropolo-gy and Department of Zoology. Miami University, Oxford, Ohio, 1998. PERVERT’S GUIDE to Cinema, The. Direção: Sophie Fiennes. Apresentação: Slavoj Žižek. Londres : P Guide Ltd, 2006. 1 DVD (150 min). CHALLONER, Jack (ed.). 1001 invenções que mudaram o mundo. Trad. Caro-lina Alfaro, Pedro Jorgensen, Paulo Polzonoff Junior. Rio de Janeiro : Sextante, 2010. 960 p. OLIVEIRA, Luiz Alberto. Homo lumies. In FATORELLI, Antonio; BRUNO, Fernan-da (Org.). Limiares da imagem: tecnologia e estética na cultura contemporâ-nea. Rio de Janeiro : Mauad X, 2006. pp. 19-38. ISBN 85-7478-203-3

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Aumente o seu lucro em 2013 Consultores dão dicas sobre análise de

produtos, ampliação de mercados e captação de investimentos

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solução para alguma necessidade mal resolvida de um grupo de pessoas ou empresas. As empresas não falham porque têm um produto ruim; elas falham porque não conseguiram encontrar clientes dispostos a pagar o preço da solução oferecida. O pro-blema é de cliente, e não de produto.”

As melhores escolas de negócio do mundo tentam passar para seus alunos o que é, de fato, lucro e como alcançá-lo de forma plena. Para Cassiano Farani, as soluções devem ser pen-sadas sempre pelo ROI delas (ou seja, no retorno sobre o inves-timento que trazem para o cliente) e não apenas baseadas no Mark-up de mercado. Ele explica: “quando fica claro para o empreendedor qual é a sua proposta de valor para seus clientes e qual o impacto disso em seu cotidiano, a possibilidade de se atingir lucratividade superior é muito maior. Vamos analisar, por exemplo, o mercado de software que vende soluções “missão crítica” para banco de dados de instituições fi nanceiras, ou seja, eles permitem que os bancos de dados não parem de funcionar. Pensando pela lógica do mark-up, quanto vale essa solução? Talvez 50, 100, 200% de seus custos. Agora vamos analisar pela lógica da proposta de valor: Quanto custa a hora do banco de dados de um grande banco parado? Certamente muito mais que qualquer Mark-up baseado em custos”, conclui.

Ele chama atenção para o fato de que no Brasil ainda temos uma pequena cultura não só de educação financeira, mas de educação empreendedora como um todo. O advento das acele-radoras de empresas, fundos de investimento em private equity e venture capital e das boutiques de educação com foco em inovação e empreendedorismo, como é o caso da 99Canvas, indicam que os empresários brasileiros estão acordando para o universo de possibilidades que pode surgir. Ele aposta que cer-tamente com esse ambiente de negócios mais maduro teremos um impacto no PIB e na economia do país, que poderá deixar de ser um exportador de commodities para ser um exportador de conhecimento e inovação.

A o montar uma empresa, a maio-ria dos empreendedores deseja ver retorno de forma rápida ou ver logo “a cor do dinheiro”, como o leitor preferir. Mas será

que as pessoas sabem o que vem a ser lucro? Cassiano Farani, especialista em gestão com foco em empreendedorismo e modelo de negócios, tem 16 anos de experiência na criação e gestão de negócios inovadores. Em Babson College, nos Estados Unidos – considerada a melhor escola de negócios do mundo -, especializou-se em Construção de negócios de alto potencial. Ele é também fundador da 99Canvas, importante agência brasi-leira de treinamento de gestores. Farani considera que entender, antes de mais nada, que o cliente não compra um produto ou ser-viço, mas sim “contrata” uma solução para um problema que ele tem, é um dos fatores imprescindíveis para uma empresa crescer e tornar-se lucrativa. Ele acredita que entender qual o problema que o cliente precisa resolver é o primeiro passo para qualquer modelo de negócios e, consequentemente, criar soluções melho-res em produtos e serviços.

Hoje em dia, a inovação tecnológica tem proporcionado uma série de mudanças na forma de se gerir e buscar resultados. Para manter um negócio de alto potencial em meio a tantas tec-nologias, Cassiano Farani aconselha que as empresas tenham em mente e de uma forma bem precisa qual o seu modelo de negócios e de que forma podem usufruir da tecnologia para dar suporte ao mesmo. “Para isso, é de fundamental importân-cia ter clareza nos nove aspectos cruciais de qualquer modelo: segmento de clientes, proposta de valor, sua estrutura de canais para fazer isso funcionar, o tipo de relacionamento que deve ter com cada um deles, suas fontes de receitas, estrutura de custos, parceiros-chave, atividades-chave e recursos-chave para dar suporte à sua operação. A tecnologia permeia principalmente a estrutura de canais e recursos-chave e se for aplicada corre-tamente resultará em ponderosas interações com o mercado”, diz o empresário.

Análise de produtos, ampliação de mercados e captação de investimentosEntre as estratégias existentes, Farani explica que produtos e serviços são soluções para uma necessidade de alguém. É algo simples, acredita. “O pensamento deve ser sempre de fora para dentro, e não o contrário. O desenvolvimento de produtos deve encontrar eco no que o mercado indica, ou seja, ele deve ser a

Hoje em dia, com a inovação tecnológica, houve uma série de mudanças na forma de se gerir e buscar resultados. O lucro é a grande busca de em-presários e corporações. Com isso, conversamos com alguns consultores sobre como aumentar o lucro a partir da análise de produtos, ampliação de mercados e captação de investimentos.

O que é imprescindível para uma empresa ganhar dinheiro e tornar-se lu-crativa? Conheça também os desafios a serem enfrentados e como iden-tificar oportunidades de negócio lucrativo em 2013.

DICAS PARA IDENTIFICAR OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO

LUCRATIVO EM 2013, SEGUNDO CASSIANO FARANI

-Atentar sempre para problemas mal atendidos pelas solu-

ções existentes;

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“Muitas vezes empresas com prejuízos contábeis, têm uma incrível valorização de suas ações, resultado da perspectiva de negócios a longo prazo” João Carlos

Castilho, presidente da ANEFAC

O especialista considera que um negócio inovador é um negócio que pontua a solução de uma necessidade real de um cliente. O fato de alguém ter entre 40 e 50 anos e ser pós-graduado não a motiva a comprar um produto. Existe até uma correlação entre esses fato-res, mas esse não é o real motivo para consumir. O mecanismo por trás de uma compra é em geral a resolução de uma necessidade, ou um “job to be done”, como explica o guru de inovação de Harvard Clayton Christensen. “Você não compra um prego, mas sim um qua-dro pendurado na parede. Esse é o verdadeiro ‘job’. As pessoas ‘con-tratam’ soluções para problemas específi cos que possuem e toda a lógica de funcionamento de uma corporação deve trabalhar nesse sentido. As empresas devem segmentar seus mercados de acordo com os “jobs to be done” e não na clássica divisão de mercado em categorias de produtos baseada em demografias, escopo geográ-fi co, função ou preço. Além disso, negócios inovadores são aqueles criados para possuírem alta escalabilidade, baixo ‘burn rate’ inicial e que utilizam a lógica de desenvolvimento de clientes. Para imple-mentar e mensurar a inovação como diferencial competitivo, indico o Business Model Canvas, de Alex Osterwalder, onde todo o time pode trabalhar esses pontos de uma forma simples e visual. O pró-ximo passo é entender os “jobs to be done” de suas soluções e com base neles testar suas hipóteses por meio do desenvolvimento de clientes, de Steve Blank”, fi naliza.

Produto certo, cliente certo e equipe certa: a chave do sucessoPara o presidente da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), João Carlos Castilho Garcia, deve haver plena harmonia entre esses três elementos. Ele acredita que a combinação adequada dos mesmos levará a empresa para frente e atingirá seus objetivos. Cliente certo com equipe errada, produto errado para o cliente certo, equipe certa para o cliente errado são certamente a ruína das atividades e da longevidade da organização”, alerta.

-O skype não inventou a telefonia, mas seu modelo de negó-

cios pontuou uma necessidade mundial de comunicação que

incomodava todo mundo: falar entre cidades e países era caro;

-O Google não inventou a busca, apenas permitiu de uma for-

ma rápida e gratuita que pessoas e empresas procurassem

qualquer coisa que tivessem necessidade;

-Entender que toda empresa para funcionar precisa de um

modelo de negócios baseado em três premissas básicas: criar,

entregar e capturar valor – Basta lembrar que em seu lança-

mento, o Twitter criava valor (as pessoas queriam compar-

tilhar o que elas estavam pensando agora), entregava valor

(existiam pessoas que queriam saber o que as outras estavam

pensando agora), mas não capturavam valor, ou seja, não

existia nada que monetizasse essa relação.

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A ANÁLISE DE PRODUTOS com avaliação de margens de contribuição, volumes,

ciclo de vida e outros, é peça necessária para traçar estratégias de AMPLIAÇÃO DE MERCADOS. Essa por sua vez, deve estar conectada com os planos da empre-

sa. Já a CAPTAÇÃO DE INVESTIMENTOS foge da estrutura decisória de core busi-

ness da empresa, porém está presente em todas as organizações. Deve-se buscar

o balanceamento ótimo entre estrutura de capital do acionista e de terceiros, consi-

derando o risco e alavancagem envolvida da empresa e em cada ramo de negócio.

O executivo, que também é diretor da M/LEGATE – Corporate Finance and Accounting, empresa de consultoria empresarial, que atua nos mercados nacional e internacional, oferecendo soluções nas áreas de finanças corporativas, auditoria, gestão tributária e recursos humanos, afi rma que o segredo é aproveitar as tecnologias a favor do negócio, gerenciando modismos que muitas vezes tomam tempo bom e recursos escassos, sem resultados esperados adequa-dos. “O planejamento dos investimentos com tecnologia, com efeti-vas análises de investimentos com determinação de retornos, como as empresas fazem normalmente para gastos de capital, ajuda na oti-mização dos investimentos em inovação tecnológica.”

O executivo explica que a melhores escolas de negócio do mundo não enfatizam o Lucro, e sim Valor. Apesar de ligados, são conceitos muito diferentes. “O lucro está ligado a resultado em determinado período de tempo, não captando o negócio a longo prazo. Muitas vezes empresas com prejuízos contábeis, têm uma incrível valori-zação de suas ações, resultado da perspectiva de negócios a longo prazo, aumentando seu valor. Valor está ligado a aumento de pers-pectiva de geração de caixa a longo prazo. Escolas modernas focam seus estudos em estratégia para cálculo e otimização do Valor. Porém, o lucro é condição primordial para a empresa continuar existindo e chegando neste tão esperado futuro. Temos os resulta-dos do conhecimento do assunto pelos empreendedores brasilei-ros pelas empresas nacionais de grande sucesso. Infelizmente, esta-tísticas mostram que a maioria das empresas não sobrevivem após seus primeiros anos de vida, muitas devido a falta de conhecimento de Lucro e Valor.”

Ao falar sobre a defi ciência brasileira na hora de executar uma gestão fi nanceira, o presidente da AFENAC lembra que o assunto, muitas vezes deixado em segundo plano, vem da cultura de muitos empresários que primam por investimentos em negócios particula-res fora do foco de seu negócio principal. Para Garcia, “todo negócio tem altos e baixos, e reservas fi nanceiras são necessárias para perí-odos de crise. A educação fi nanceira ajuda no entendimento dos negócios a longo prazo e longevidade das atividades. Um conjunto de boas ações individuais refl etem no coletivo do país.”

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Mais de 92% das empresas já investem na internet para expandir negóciosMais de 92% das empresas de pequeno e médio porte já investem no mundo virtual para divulgar e expandir seus negócios. A pes-quisa realizada pela Amcham (Câmara Americana do Comércio) ainda revela que os empresários acreditam que a internet impacta positivamente a empresa devido à velocidade maior de exposição, aumento de atuação e redução de custos.

Para metade dos entrevistados, os recursos que a web oferece já representam mais de 50% do total previsto no plano de comu-nicação corporativa. Os canais de comunicação mais explorados pelas empresas na rede são sites próprios, com 96%, e páginas e perfi s em redes sociais, 73%.

Os anúncios em redes sociais e sites de busca representam 42%, blogs de formadores de opinião, 38%, propaganda em sites de terceiros, 12%, e lojas virtuais, 4%.MetodologiaA pesquisa foi aplicada junto a pequenos e médios empresários durante reunião do comitê da Amcham São Paulo, voltado a companhias com alto potencial de expansão.

DICA: Sempre o melhor investimento é no seu próprio

negócio. Oportunidades existem em todos os ramos de

atividade, mas a chave é descobrir oportunidades dentro

de sua expertise. Pense na sua rede de relacionamento e

cruze isso com os seus produtos e serviços. Invista seu

tempo nisso e você encontrará muitas oportunidades.

“Oportunidades existem em todos os ramos de atividade, mas a chave é descobrir oportunidades dentro de sua expertise”João Carlos Castilho,

presidente da ANEFAC

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1. Crie novas ofertas para aumentar sua base de

clientes: Comece entendendo melhor seus consu-

midores e por que eles compram seu produto ou

serviço. A partir daí, fica mais fácil pensar em novas

maneiras de atrair clientes para novos produtos.

Muitos pequenos negócios conseguem ganhar

mais clientes oferecendo uma maior diversidade de

produtos e serviços, que dão mais flexibilidade e li-

berdade de escolha ao consumidor.

2. Aumente seu investimento no marketing on-

-line e de baixo custo: Use e abuse de ferramentas

que possibilitem a promoção gratuita do seu ne-

gócio. Twitter e Facebook podem trazer muita visi-

bilidade. Outra ideia é criar um blog e participar de

outros blogs. Aproveite a internet para se comunicar

com consumidores sobre a sua empresa e as em-

presas concorrentes. Além de promover o seu ne-

gócio, você também estará recolhendo informações

importantes para novas ideias de produtos.

3. Melhore o website de sua empresa e comece a

vender on-line: Não importa o tamanho. Toda em-

presa precisa de um website para se manter compe-

titiva. Fique atento aos números de visitação, e faça

uso do site para vender, e não somente promover o

nome da empresa.

4. Separe algum tempo para estreitar o seu foco:

Não se acomode. Organize seus dias para que você

dedique algum tempo para fazer planos de melho-

ras que possam aumentar os lucros. Também é im-

portante fazer intervalos durante o trabalho para re-

carregar as energias e garantir um bom rendimento.

5. Crie eventos para atrair os consumidores: Pen-

se em estratégias de promoção que possam atrair

mais clientes, como co-patrocinar um evento ou

show, por exemplo. Faça promoções como progra-

mas de pontos para clientes, para encorajá-los a

repetir as compras. Outra dica é modificar a deco-

ração e a disposição de produtos com regularidade,

para oferecer experiências novas aos consumidores.

Fonte: Cassiano Farani e João Carlos Castilho Garcia

Quando falamos de micro e pequenas empresas, startups e empreende-dorismo em geral, estamos falando de uma jornada incrível, muito pra-zerosa, mas que nos guarda muitas pedras no caminho. Talvez a maior dessas pedras seja o ponto mais simples e elementar: ganhar dinheiro. Tornar sua empresa lucrativa é muito difícil, requer esforço, firmeza, con-sistência, segurança, estratégia e liderança.

A Wide separou cinco importantes passos a serem tomados por todos aqueles que desejam alcançar lucro e manter um negócio de sucesso:

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Par

a re

fl et

ir... Karl Albrecht, grande especialista na área de servi-

ços, tem um capítulo em seu livro ‘A Revolução Nos Serviços” que diz textualmente:

“As formigas estão no poder!”

As formigas são os empregados de contato com o cliente. Es-

ses empregados cuidam do bem mais precioso que sua em-

presa tem: o cliente.

O que o dono pode? O bem mais precioso está fora do seu

alcance? Portanto o dono ou gerente, o líder atualizado, o lí-

der moderno, sabe que a única coisa que resta fazer é dar

condições materiais, financeiras e culturais (clima e ambiente

organizacionais) para que os empregados se sintam bem e

reflitam essa alta auto-estima para os clientes da empresa.

Portanto, lembre-se:

Você quer lucro? Tenha uma clientela muito bem atendida.

Como ter uma clientela muito bem atendida? Propiciando um

excelente clima organizacional, garantindo elevada auto-esti-

ma, tornando satisfeitos aqueles que atendem essa clientela,

tornando satisfeitos os empregados de contato com os seus

clientes!

Não há como escapar, na área de serviços, dessa “equação”.

Não é ser “bonzinho”, é saber fazer negócios. Negócios pro-

fissionais!

Você já viu um atendente do McDonalds emburrado? Você

pode até não gostar dos sanduíches do McDonalds, mas você

não põe em dúvida a capacidade deles em fazer muito bem o

negócio a que se propõem!

Portanto, a resposta a esta pergunta:

- “Como obter lucro em sua empresa?”

Só pode ser: trate muito da auto-estima de todos os seus

empregados de contato com o público.

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Já o professor de fi nanças da Fundação Dom Cabral (FDC), Haroldo Mota, acredita que para crescer e alcançar lucro, não se deve concor-rer com a liderança. Segundo ele, empresários têm difi culdades para administrar os vários impostos e taxas que precisam pagar por falta de planejamento e educação fi nanceira. Isso resulta na impossibilidade de alcance do lucro real. “Há erros graves no campo da gestão de riscos, na avaliação dos resultados e, principalmente, no monitoramento e na comunicação. Cada vez mais sofi sticados, os mecanismos de gestão de risco – relatórios e modelos estatísticos – não têm sido bem interpreta-dos. A comunicação, geralmente feita por relatórios e instrumentos de acompanhamento das políticas corporativas, também não é adequada. O segredo é sempre ter uma equipe responsável pela gestão de risco, seja ela de funcionários internos ou externos.”

VEJA, A SEGUIR, ALGUMAS DICAS DE COMO EVITAR POSSÍVEIS PROBLEMAS E FORMAS DE ALCANÇAR O LUCRO:

COMO EVITAR O PROBLEMA: “O empreendedor deve colocar no papel metas realistas. Por exemplo, a de conseguir um novo cliente por mês. Planejar as ações para alcançar essas projeções é uma maneira de saber se elas são pragmáticas. Se não conseguir traçar um caminho claro até a realização, então talvez esses números expressem apenas entusiasmo.”

COMO RESOLVER O PROBLEMA: “Um bom começo é a modelagem do fl uxo de caixa, ou seja, detalhar cada entrada de dinheiro e cada gasto, da compra de material para escritório à amortização de emprés-timos. Isso obriga o empresário a ter uma perspectiva mais objetiva da operação. Por exemplo: qual a consequência de diminuir meu preço em 5%? Vou ganhar em volume? Os custos fi xos podem ser menores? É pre-ciso também renegociar as condições de pagamento das dívidas para que não causem um fl uxo de caixa negativo. Pensar em um conjunto de soluções para cada ponto vulnerável ajuda a traçar um planejamento para voltar a uma situação fi nanceira confortável.”

O LADO BOM DA CRISE: O APRENDIZADO“Passado o temor inicial das consequências da crise fi nanceira interna-cional, as empresas estão mais humildes, preocupadas com erros, cor-reto posicionamento estratégico e efi ciência operacional — ingredientes imprescindíveis para a sua sustentabilidade. Antes da crise, quando estavam com atividade a pleno vapor, o nível elevado de estoque não constituía preocupação: o custo era facilmente coberto pelos ganhos operacionais. Depois, muitos negócios quase quebraram por conta da má administração. A solução é planejar, estabelecer objetivos claros e implantar uma gestão efi ciente.”

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PLANEJAMENTODe acordo com Laecio Barreiros, diretor da L&Barreiros Controladoria, especializada em Planejamento, Finanças e Contabilidade para pequenas e médias empresas, para determinar o que deve sobrar para sua empresa no fi nal é necessário primeiro traçar sua meta de remuneração do capital investido, ou seja, o seu lucro. A questão é: quanto eu espero que determinado produto gere de lucro para que eu invista no negócio?

“Lembrando sempre que, na outra ponta, está o mercado - clientes que atuam de forma concorrencial e infl uenciam o preço fi nal dos produtos. De nada adianta colocar ou desejar uma margem de lucro muito alta se o mercado não aceita, por isso tratamos esta situação como uma variável não controlada. Você deve então colocar seu foco nas vari-áveis que pode e deve controlar dentro da sua empresa e da sua estrutura de formação de preços, que são os custos fi xos e variáveis.”

O ABC DO LUCRO

Como calcular a margem de lucro média para a sua atividade: O lucro é o que sobra das vendas, menos o custo das mercadorias vendidas,

menos as despesas variáveis e menos as despesas fixas, inclusive o pró-labore.

Cada tipo de atividade tem uma margem de lucro. Salientamos que o lucro des-

tina-se a remunerar o capital investido na empresa. É desejável que esse capital

seja remunerado no mínimo por volta de 2% a 4% ao mês.

Como aumentar a receita com soluções simplesUm ponto fundamental para sucesso deste plano é garantir a receita/entrada de

caixa planejada, que ela seja constante e se possível torná-la crescente através do

aumento do número de clientes atendidos e aumentando o valor agregado aos

seus produtos atuais. Buscar estruturar parcerias com outras empresas que não

prestem o mesmo tipo de serviço para garantir fluxo contínuo de clientes, é uma

medida simples que não precisa de investimentos para alavancar novos negócios.

Nesta fase, criatividade e disposição para vendas são as palavras de ordem.

Com esta fórmula e visão de médio e longo prazos, a geração de caixa irá aos

poucos crescendo, fazendo com que as dívidas sejam aos poucos amortizadas

e liberando caixa para novos investimentos. Perseverança, disciplina e nova-

mente, visão de médio e longo prazos são requisitos fundamentais para obten-

ção de sucesso em qualquer plano de retomada da lucratividade, técnica deno-

minada “Turnaround“. Vale lembrar ainda que o plano deve ser mensalmente

revisado e sua realização deve ser acompanhada comparando com o que foi

planejado. Chamamos isto de apurar o “Real x Orçado”.

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Um olho na criação e outro no resultadoComo vimos, a busca pelo lucro passa por proposta de valor, educação fi nanceira, defi nição de metas claras, soluções simples para problemas complexos e identificação de oportunidades. Para uma empresa alcançar um modelo de gestão efi ciente, mais do que ter um bom time, é importante que os líderes ou aqueles que estão na linha de frente do negócio, tenham visões estratégi-cas, mas possuam aptidões complementares. Ou seja, um deve sempre ter um olhar apurado para o empreendedorismo, a cria-ção. O outro deve ser um guardião dos resultados, sempre bus-cando a melhor forma de se obter lucro.

O importante é não perder de foco a inovação, nem os resul-tados. Os gestores, atentos a esse equilíbrio, certamente alcan-çarão suas metas.

“Empresários têm difi culdades para administrar os vários impostos e taxas que precisam pagar por falta de planejamento e educação fi nanceira. Isso resulta na impossibilidade de alcance do lucro real”Haroldo Mota, professor

Fundação Dom Cabral

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tec

no

log

ia

É fato que a tecnologia não para de “invadir” as nossas vidas. Estamos falando,

sobretudo, dos dispositivos móveis ou mobile. A cada dia que passa o ser

humano se rende às novas tecnologias móveis disponíveis no mercado, apro-

veitando ao máximo toda a comodidade e flexibilidade proposta pela comu-

nicação sem fio. Buscando conectividade em qualquer lugar e a qualquer

tempo, empresas de tecnologia investem milhões de dólares em pesquisa e

desenvolvimento de novas formas de transmissão de dados através do ar.

SEGURANÇA EM DISPOSITIVOS MÓVEIS

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93 > TECNOLOGIA | WIDE | 55

Como usar a mobilidade com responsabilidade e melhor proveito?

O usuário que precisa armazenar dados confidenciais

(tanto pessoais quanto profissionais) no dispositivo mó-

vel deve implementar algum nível de criptografia e me-

canismos que executem a remoção total dos dados de

forma remota, implementando uma camada

de proteção para dados em caso de perda ou

roubo do dispositivo. Uma dica importante é

verificar se uma determinada aplicação faz

de fato o que é prometido ou se, mesmo fa-

zendo, implementa algum código malicioso

quando instalada. Uma busca rápida no Goo-

gle pelo nome da aplicação pode trazer re-

latos de outros usuários quanto à aplicação

em questão.

FELIPE SIQUEIRA

(Bring Your Own Device) e 80.000 funcionários já utilizam seus próprios dispositivos no ambiente corporativo em conformi-dade com as normas estabelecidas pela política da empresa. O objetivo é que, em breve, todos os cerca de 440 mil funcio-nários da IBM estejam dentro deste programa. Outra empresa que se mostra bem adiantada em programas de BYOD é o SBT. Em um primeiro momento a inclusão neste tipo de programa se deu pela diretoria da organização mas, após a ótima aceita-ção, já está sendo expandido para os demais funcionários. Além disso, campanhas de conscientização estão sendo criadas na empresa como forma de fortalecer o usuário, que é conside-rado o elo mais fraco da segurança.

F elipe Siqueira, ocupa o cargo de Security Offi cer na Módulo, e acredita que o aumento de vírus criados para dispositivos móveis está tanto ligado à popularização deste tipo

de dispositivo no mundo, quanto à facilidade de desenvolvi-mento de código malicioso e exploração para a plataforma Android. ”O Google não possui uma política muito restritiva quanto à distribuição de códigos de terceiros para esta plata-forma, permitindo, cada vez mais, o aumento deste tipo de ame-aça. De acordo com pesquisa da empresa F-Secure, somente no primeiro trimestre de 2012 foram recebidas 5.033 aplicações maliciosas para a plataforma, o que representa um aumento de 64% comparado aos números do trimestre anterior”, diz. O espe-cialista aconselha que, para uma melhor proteção do seu dispo-sitivo móvel, um soft ware de antivírus seja instalado e mantido atualizado. Além disso, vale também a conscientização do usu-ário, uma vez que este deve sempre evitar a execução e instala-ção de aplicações que não sejam de fontes confi áveis.

Ele afirma que grande parte das aplicações com códigos maliciosos é distribuída de forma gratuita e diz realizar algum tipo de função que uma outra aplicação paga realiza, logo, o usu-ário acaba sendo cativado pela aplicação gratuita, visto o custo zero, e a executa ou instala, infectando seu dispositivo móvel.

Para se precaver, Felipe lembra primeiramente que os riscos jamais serão eliminados, porém podem ser tratados e levados a um nível aceitável pela organização. “Cabe à área de Segurança da Informação criar Políticas e Normas que assegurem a pro-teção dos dados e utilização adequada deste dispositivo. Tais Políticas e Normas podem ser suportadas por meio de soluções específi cas para gestão de dispositivos móveis (MDM - Mobile Device Management). Estas soluções asseguram a proteção dos dados armazenados no dispositivo, utilizando criptografi a ou garantindo a sua exclusão remota em caso de perda/roubo (wipe) ou desligamento do colaborador, e o bloqueio da instala-ção de aplicações não autorizadas.”

Ao comentar alguns dos cases mais bem sucedidos na área de segurança, o especialista da Módulo lembra que a IBM está em processo de implementação de um programa de BYOD

Percebendo todo esse potencial, pessoas com más intenções também

investem seu tempo no desenvolvimento de novas formas de burlar a

segurança e se aproveitar das vulnerabilidades das novas tecnologias.

A reportagem a seguir tem o objetivo de alertar você, leitor e usuário

das novas tecnologias, quanto às ameaças, vulnerabilidades, formas de

prevenir e combater os ataques mais comuns, entre outras demandas.

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Já no tocante à vazamento de dados, ele lembra que é impor-tante que exista uma Política de Classifi cação da Informação e esta reforce de forma criteriosa a distinção entre uma informa-ção confi dencial e uma de domínio público, mostrando como a mesma deve ser tratada e manuseada, além de estabelecer as ações e sanções cabíveis que o proprietário da informa-ção poderá exercer junto ao responsável por um vazamento de informação. “A implementação de uma solução de IRM (Information Right Management), quando implementada de forma correta, pode garantir que uma determinada informação seja visualizada e manuseada de forma adequada, suportando a implementação de uma Política de Classifi cação da Informação. Para o caso de provedores de serviços na nuvem, é importante que a empresa contratante analise o contrato de prestação de serviços no que diz respeito à garantia da confi dencialidade dos dados por parte da contratada e avalie se os controles existen-tes atendem sua necessidade”, orienta.

Atualmente, em gerenciamento de segurança, a Módulo vem revisando as Políticas e Normas internas, a fi m de adequar as mesmas à demanda da consumerização. Com as altera-ções implementadas, a empresa dará início a um processo de adequação da infraestrutura interna para a recepção destes dispositivos móveis, garantido a segurança das informações corporativas. Além de um trabalho de conscientização dos colaboradores quanto ao uso adequado destes dispositivos no ambiente corporativo.

Já para o especialista em segurança da informação e CSO da TrustSign, Anderson Tamborim, o crescimento do acesso à plataforma móvel sem dúvida é o ponto de maior interesse dos atacantes. “Grande parte dos usuários está portando suas apli-cações para a plataforma mobile e isso acaba gerando novos pontos de risco. Smartphones têm muitas das características que fazem com que o usuário seja vítima de ataques, uma das principais é a própria plataforma que não permite que o usuário tenha livre acesso às confi gurações, como teria em um compu-tador. Um exemplo claro é dos usuários que utilizam o Android, uma das plataformas que mais teve crescimento no desenvolvi-mento de vírus e malwares. Grande parte destes usuários ainda utilizam uma versão desatualizada, a 2.2, que já tem mais de um ano. Isso faz com que a possibilidade de comprometimento da segurança seja bem alta. Uma das primeiras premissas ao se uti-lizar um smartphone é o de manter o sistema e suas aplicações sempre atualizados”, aconselha.

Tamborim lembra que o próprio usuário cai em armadilhas fáceis de serem evitadas, visto que as facilidades estão cada vez maiores de interconectividade e integração entre a plataforma desktop e móvel. “O usuário pode ter seus documentos sincro-nizados em diversos lugares, seus contatos, e-mails, senhas, tudo isso acaba fi cando armazenado no dispositivo e se torna um Pendrive de Backup vivo. Uma pessoa que perde seu dis-positivo nestas situações pode ter muitos problemas porque grande parte de seus dados tanto pessoais, quanto, muitas vezes, profi ssionais, fi cam disponíveis”, lembra.

Outra dica é para que os usuários mantenham seus aplicativos e o próprio sistema operacional da plataforma móvel sempre atua-lizados. Quando uma nova vulnerabilidade é encontrada os fabri-cantes disponibilizam rapidamente as correções, sendo assim, o usuário tem que manter seu dispositivo sempre com a última versão fornecida pelo fabricante evitando grande parte dos pro-blemas. “Ao instalar aplicações em seus dispositivos, é sempre importante verifi car a procedência desse aplicativo. Uma grande parcela dos usuários acaba se infectando por instalar aplicativos de terceiros usando repositórios não-oficiais. Nesse sentido, o grande desafi o que segurança da informação tem e sempre terá é a visibilidade. É muito difícil tratar os aspectos de segurança corretamente, uma vez que em grande parte dos casos isso acaba gerando algum tipo de cerceamento no acesso a determinados serviços e aplicativos por parte do usuário.”

Paulo Alessandro, gerente de soluções da EZ-Security, inte-gradora especializada em segurança da informação e disponibi-lidade, complementa o debate afi rmando que a explosão no uso dos dispositivos móveis que manipulam conteúdo conectado a

TECNOLOGIA

“UMA BUSCA RÁPIDA NO GOOGLE

PELO NOME DA APLICAÇÃO PODE TRAZER RELATOS

DE OUTROS USUÁRIOS QUANTO À APLICAÇÃO EM

QUESTÃO”

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internet tornou-se algo inquestionável - todos já temos consci-ência, mas o impacto de tal prática ainda continua sendo uma pergunta, cujos modelos estatísticos e matemáticos não conse-guem responder.

Ele explica que, com o surgimento de sistemas operacionais de alto desempenho e baixo consumo de recursos, como proces-samento, memória e plataformas de hardware cada vez meno-res e mais robustas, tornou-se mais viável e até mais necessário, o uso de aplicações para a substituição de operações cotidia-nas. “No caso dos usuários domésticos, o assunto abrange as redes sociais, grupos de compra coletiva e aplicações de faci-litação do dia a dia. Já no caso de usuários corporativos, isto é vinculado a uma empresa e esta mobilidade se estende para aplicações como CRM, ERP, EPM, BI e todas as siglas que forem possíveis”, diz.

À REVISTA WIDE, O GERENTE DE SOLUÇÕES DA EZ-SECURITY, AGRUPOU UM CONJUNTO DE DICAS PARA O USO COM RESPONSABILI-DADE E PROVEITO DESTA MOBILIDADE:

1. EDUCAÇÃO GERA SEGURANÇA

Se você é a empresa, eduque os seus colaboradores por meio de workshops e guias de referência rápida. Caso seja um usuá-rio doméstico, procure alguém que mostre os primeiros passos nesta nova plataforma, isso reduz consideravelmente as chan-ces de você ter problemas mais básicos;

2. ANTIVÍRUS

Antes de qualquer coisa, tenha em mente que estes dispositivos são computadores, portanto, tenha um antivírus instalado e atu-alizado sempre;

3. CONCEITO “LOJAS DE APLICATIVOS”

Procure optar por plataformas que possuem o conceito de “lojas de aplicações”, ou seja, você somente instalará aplicativos que foram testados pelo fabricante do dispositivo ou do sistema operacional. O mesmo vale para empresas, crie sua própria loja interna de aplicativos, evitando assim que os usuários façam o download de aplicações que possam ser nocivas;

4. BACKUP

Realize sempre o backup dos seus dados no seu computador, seja pessoal ou profi ssional;

5. DESBLOQUEIO DA INSTALAÇÃO DE APLICATIVOS

Os dispositivos homologados pelo INMETRO no Brasil possuem um contrato de bloqueio quanto à instalação de aplicativos de terceiros não autorizados em suas lojas e algumas pessoas rea-lizam procedimento de desbloqueio destes celulares ou tablets, o que permite a instalação de aplicações de comunidades alternativas. Não faça e não permita que seja feito este proce-dimento, embora você tenha a sensação de que irá depender de muito recurso para compra de aplicações. Historicamente, a maior parte destas é gratuita e cerca de 80% dos usuários que realizam este procedimento em seu primeiro dispositivo não repetem a ação nos próximos.

6. SEGURANÇA

No caso destes dispositivos, mais do que estar seguro sobre o que se instala, é preciso certificar-se quanto à segurança do conteúdo que se acessa, publica ou recebe. Muitos crimes hoje são cometidos utilizando informações de auto locali-zação destes dispositivos, ou seja, quando você acessa o seu Facebook, por exemplo, tome o cuidado de não autorizar que ele publique a sua localização. Siga o mesmo conselho para todo e qualquer aplicativo;

Algumas constatações interessantes sobre o assunto:

O usuário doméstico e o corporativo, mesmo com pa-

peis desempenhados pela mesma pessoa, sempre teve

meios de atuação e regras completamente diferentes.

Pois bem, no caso dos dispositivos móveis existe uma fu-

são completa, usamos o mesmo smartphone para baixar

e-mails da empresa e pessoais, aplicativos de home e

business estão instalados na mesma plataforma, a rede

de conexão do usuário corporativo não é mais de domí-

nio privado, isto é, tornou-se baseada em Internet;

Os laptops ou notebooks até bem pouco tempo repre-

sentavam o que de mais móvel existia no universo da

computação, mas ainda eram de propriedade da empre-

sa, tinha a função e se enquadravam no papel de “Esta-

ção de Trabalho” e estavam sujeitos a todas as políticas

de segurança definidas pela área de TI da empresa e

estas eram facilmente aplicáveis por meio

do uso de simples regras de domínio. Muito

bem, mas no caso dos smartphones, tablets

e demais dispositivos móveis não funcio-

na bem assim, primeiro que a propriedade

muitas vezes é do usuário, segundo que es-

tes dispositivos nem sempre são sujeitos às

políticas de domínio, terceiro que, se a pro-

priedade não é da empresa, como a empre-

sa pode determinar o que deve ou não ser

acessado pelo usuário?

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TECNOLOGIA

7. SOFTWARE

Utilize soft wares para bloquear e/ou rastrear o dispositivo de forma remota, isto permitirá que, em caso de roubo ou perda, através de qualquer computador você possa efetuar o bloqueio, localização e, principalmente, apagar todas as informações que, por ventura, estiverem neste dispositivo;

8. ATUALIZAÇÃO DE SOFTWARE

Estes dispositivos sempre realizam atualização de soft ware, seja do próprio sistema operacional ou de aplicativos instalados. Importante: somente realize estas atualizações dentro de redes confi áveis e protegidas. Existem muitos golpes para roubo de dados que se utilizam destes procedimentos de atualização para instalar aplicativos que acabam por roubar informações;

9. SENHAS

Utilize senhas complexas e troque periodicamente. Um for-mato são senhas compostas por 12 caracteres combinando os especiais, como por exemplo, “alfa@1934#AC”. No caso desta senha, a simples mudança da data no meio já permite alterar com frequência a combinação, mantendo a complexidade;

10. VIDA SAUDÁVEL

Por fi m, falando um pouco menos de TI e se preocupando com o ser humano, lembre-se de não deixar que o uso destes dispo-sitivos torne-se um hábito pouco saudável. Nada de acessar no meio da madrugada deitado na sua cama, tente não atualizar a cada minuto suas informações. Precisamos de equilíbrio para ter os uma vida saudável.

Mercado de segurança para os dispositivos móveis pode movimentar US$ 4bi em 2013As vendas globais de produtos para a segurança de dispositivos móveis irão gerar uma receita extra de mais de US$1 bi até 2013, com o valor total do mercado chegando a US$ 4bi, de acordo com um estudo da Juniper Research. A proliferação do download de aplicativos – tanto gratuitos como pagos – facilmente instaláveis em dispositivos móveis, juntamente com o seu grande volume de utilização de dados, fi zeram surgir algumas ameaças e riscos. Além disso, a análise da Juniper indica que a crescente adoção do m-commerce por parte dos usuários trouxe a necessidade de se buscar medidas de segurança distintas para os diversos riscos e ameaças que passaram a enfrentar.

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Ação produzida pela Vostu antecipa a experiência de jogar dentro do Itaquerão antes mesmo dele estar pronto

Games como ferramenta de branding: case Corinthians

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O Corinthians já está no GolMania, primeiro jogo social multiplayer de futebol em tempo real, produzido pela Vostu, maior empresa de jogos sociais da América Latina. A ação possibilita que os usuários do GolMania sejam os primeiros a ter a chance de jogar na Arena Corinthians, o Itaquerão, antes mesmo da equipe profissional vestir o uni-forme do Timão e disputar a Copa da Fiel.

A novidade já está disponível nas versões do GolMania no Facebook, Orkut e Google+.

Confira, a seguir, a entrevista com o CEO da Vostu, Matias Recchia.

WIDE: A Vostu é a maior empresa de jogos sociais da América Latina e tem entre seus principais títulos os games MegaCity, Mini Fazenda, Café Mania, Candy Dash, Elemental e GolMania. Como ser referência em jogo social multiplayer?VOSTU: Temos uma longa trajetória de atuação em jogos sociais e a experiência e know-how desse tempo todo vão moldando nossa forma de fazer jogos. Mas o principal ponto que está pre-sente desde o começo é a localização/regionalização do conte-údo e a forma de desenhar o jogo. Nossos jogos são feitos para brasileiros, com temáticas locais e levando em consideração os hábitos de uso das redes sociais no Brasil, que difere de outros países. Nos EUA, por exemplo, os jogadores costumam entrar várias vezes ao dia, por curtos espaços de tempo. Já no Brasil, os jogadores têm em média duas sessões por dia, mas de 20 minu-tos cada uma, 5 dias por semana. Nós acabamos levando esta diferença de perfi l para a estrutura do jogo, com suas missões, atividades etc.

Em 2011, a Vostu adquiriu o estúdio de jogos MP Games, que já contava com bastante experiência em jogos casuais e multi-player. Com a união entre as empresas, nossa equipe ampliou conhecimentos e a sinergia entre os profi ssionais contribuiu para que pudéssemos unir a experiência sobre jogos sociais da Vostu. O primeiro resultado dessa união foi o GolMania, que trouxe mui-tas inovações e uma mistura muito bacana entre social e casual, com excelente aceitação do público.

WIDE: Quais são os resultados alcançados até agora com a chegada do Corinthians ao GolMania?VOSTU: O GolMania é o primeiro jogo social de futebol multi-player onde duas pessoas podem jogar ao mesmo tempo, de qualquer lugar no mundo. O jogo foi lançado no ano passado e está disponível para Facebook, Orkut e Google+. Hoje, o jogo já conta com 520 mil usuários jogando todo mês.Além disso, 4 times já fi zeram ações de marketing dentro do game. A ideia do jogo é criar e ampliar a interação entre torce-dores e seus times de futebol preferidos. Diferentes times já pas-saram pelo game, com ações de marketing, como Boca Juniors, River Plate, Vasco da Gama e Corinthians. Hoje, o GolMania já conta com 5,5 milhões de usuários registrados.

WIDE: Como se deu a ideia de criar uma ação para que os usuários do game possam antecipar a experiência de jogar virtualmente dentro do Estádio Itaquerão antes mesmo dele estar pronto?VOSTU: Nossa proposta no GolMania é proporcionar uma expe-riência diferenciada entre o jogador e o time pelo qual ele torce. Queremos ser mais um canal de engajamento para os times. Dentro do game, já existem outros estádios, como o do Boca Juniors e River Plate, da Argentina, e do Vasco da Gama, do Brasil. Para nós, foi um desafi o muito grande sintetizar o espírito da tor-cida corintiana e seu vínculo com seu novo estádio. Nós sabe-mos a importância que o Itaquerão tem para os torcedores do Corinthians. Por isso, quisemos proporcionar esta experiência. Mas outros estádios ainda vão chegar ao GolMania em breve. WIDE: O Corinthians tem uma das maiores torcidas do país e o Brasil é o principal mercado para investir nes-sas ações de games. Quais são as próximas ideias da Vostu para o GolMania?VOSTU: Nós estamos sempre buscando novas formas de pro-porcionar às empresas um espaço onde os usuários tenham a chance de interagir com as marcas, seja por meio de um vídeo, publicidade em campo, imitando um verdadeiro campo de futebol, patrocinando um time ou até mesmo uma comemora-ção de um gol.

Estamos em contato com outros clubes de futebol para reali-zarmos ações em parceria no GolMania e isso estará disponível para o jogador em breve.

WIDE: A novidade já está disponível nas versões do GolMania no Facebook, Orkut e Google+. Como é a ade-são em cada uma dessas redes e qual mais se destaca por suas funcionalidades?VOSTU: O GolMania tem muitos usuários nas três plataformas, sendo que Facebook e Orkut concentram a maioria do jogado-res e o Google+ vem apresentando um crescimento.

TECNOLOGIA ESTUDO DE CASO

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WIDE: Como foi o processo de construção da entrada no mundo de games de futebol? O que foi desenvolvido em termos de aplicativos e projetos tecnológicos?VOSTU: Nosso foco está voltado para o Brasil. Então, a criação de um jogo com a temática futebol foi uma aposta de sucesso que fi zemos. O GolMania foi o primeiro jogo social de futebol multi-player no mundo. A Vostu optou por investir em uma temática que o jogador gosta bastante e apostou nela. Todo o processo de planejamento e desenvolvimento do jogo foi feito pela nossa equipe. O restante do sucesso do game é resultado da paixão do brasileiro por futebol e seu interesse por jogos sociais.

WIDE: Acreditamos que para conseguir o sucesso alcan-çado, a Vostu realizou diversos momentos de planeja-mento e estratégia, que envolveram, inclusive, muita tecnologia. Que sistemas e plataformas a Vostu contra-tou ou desenvolveu?VOSTU: Com a aquisição da MP Studio, no início de 2011, foi pos-sível desenvolvermos o projeto do GolMania a partir de tecno-logia própria, de engine multiplayer.

WIDE: A Gameficação é um mecanismo que pode trabalhar a favor da publicidade/marketing e da

interação das marcas, porque mexe com algo inato do ser humano: a competição. É do ser humano querer ser, nem que seja um pouco - melhor que o seu parceiro. E com as mídias sociais ficou fácil amplificar essa con-quista. Como a Vostu avalia o sucesso alcançado e os resultados expressivos como o do GolMania?VOSTU: O sucesso do GolMania está no seu formato multiplayer, em que você pode enfrentar seu amigo ou um jogador qualquer dentro do jogo. O esporte também é um fator que motiva os usu-ários. Para tornar ainda mais real a experiência dos jogadores, a participação dos times e das marcas foi pensada de forma cui-dadosa. O patrocínio está bem integrado ao game: nas placas ao redor do campo, no meio do campo, no placar de meio tempo e fi nal do jogo. Outros formatos de publicidade estão sendo pro-duzidos, mas sempre visando a diversão e levando em conside-ração a temática do GolMania.

Além disso, temos a preocupação de criar ações de marke-ting que não sejam tão invasivas e que tragam algum tipo de interação entre o usuário (jogador do game) e a marca. Queremos sempre promover ações com marcas que sejam do universo do perfi l do jogador, para que proporcione uma expe-riência diferente, lúdica e não algo que soe como uma publici-dade invasiva. Esta é nossa maior preocupação.

“Nossos jogos são feitos para brasileiros, com temáticas locais e levando em consideração o perfil e hábitos de uso das redes sociais no Brasil, que difere de outros países”

TECNOLOGIA

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Atenção, desenvolvedor: sim, você já pode escrever Javascript no seu servidor e isso veio para mudar toda a forma como pensamos nessa linguagem. A declara-ção é de Jean Carlo Nascimento, mais conhecido como Suissa, que trabalha com sites desde os 15 anos de idade. Há oito é profissional de Desenvolvimento Web,

Pensando Java fora da xícara!

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WIDE: O que é o Javascript Moderno e o que ele repre-senta para a comunidade de desenvolvimento?SUISSA: O Javascript Moderno é o nosso Javascript atual com toda sua evolução e aplicações inovadoras. Ele representa o salto evo-lutivo na programação tanto do client-side como do server-side, abrindo um leque de novas possibilidades nunca antes visto.

WIDE: Sobre front-end, a criação de aplicações cada vez mais complexas com JavaScript é realmente sustentável para empresas menores, diferentes de Google ou Microsoft?SUISSA: Com certeza é sustentável, pois hoje grandes empresas também estão soltando padrões, frameworks, bibliotecas e fer-ramentas para auxiliar nessa função. Nisso podemos citar gran-des ferramentas como Twitter Bootstrap, Yeoman (Google), AngularJS (Google), entre outros.

WIDE: Como você vê o desenvolvimento web para ambientes móveis? Acredita que algum dia uma aplica-ção móvel 100% web poderá realmente superar ou subs-tituir uma aplicação iOS ou Android de alta qualidade?SUISSA: Esse movimento em rumo de web apps já está aconte-cendo a passos largos e acredito que não demorará muito tempo para que o Web App seja o nativo e não o Java ou Objective-C. Já vemos isso em sistemas como Boot2Gecko, Windows8, Chrome OS, FirefoxOS. Nesse momento, essas alternativas ainda estão engatinhando, mas com certeza serão o futuro.

WIDE: Qual é o ritmo das atualizações e das novas ver-sões dessas ferramentas?SUISSA: Varia muito da ferramenta, mas se citarmos o Node.js que é um dos marcos desse Javascript Moderno, vemos que ele já ultrapassou o número de watchers, no Github, do Ruby

on Rails. Hoje em dia, o Javascript é a linguagem mais utilizada do Github. Por isso, temos uma comunidade em franco cresci-mento e que está fomentando esse desenvolvimento em uma velocidade incrível.

WIDE: O que você recomenda para os desenvolvedores que estão iniciando no desenvolvimento front-end?SUISSA: Recomendo que estude muito bem HTML5, CSS3, jQuery e, em paralelo, o Javascript puro. E, para auxiliar nessa tarefa, pode-se utilizar pré-processadores e ferramentas auto-matizadas como: Less, Sass, Compass, Zen Coding, SublimeText (ótimo editor).

WIDE: No WOB2012, Wide Open Business Conference, realizado no Rio de Janeiro, você falou sobre Javascript moderno. Quais foram as principais dúvi-das dos participantes? Ou seja, quais são as principais demandas se tratando desse assunto?SUISSA: Boa parte questionava sobre como construir um sis-tema inteiramente com Javascript. E isso já é possível atual-mente. Chamamos esses frameworks de fullstack, pois ofere-cem todos os módulos necessários para o desenvolvimento de um sistema completo em Javascript, utilizando no front-end um sistema de templates em Javascript e no back-end o Node.js.

“Recomendo que estude muito bem HTML5, CSS3, jQuery e, em paralelo, o Javascript puro”

TECNOLOGIA ENTREVISTA

utiliza primordialmente HTML5, CSS3, jQuery, PHP e Mysql. É também evangelista de tecnologias como NoSQL e Node.js. Formado pela UTF-PR, fez especialização em Desenvolvimento Web. Atualmente, trabalha como Webdeveloper Sênior, possuindo também projetos pessoais como nosqlbr.com.br, frontendbrasil.com.br, jquerybrasil.org, além de ser contribuinte do MongoBD.

Nesta entrevista, Suissa fala sobre a evolução do Javascript e como ele tornou-se único na utilização de programação front-end.

Conheça, então, os novos “superpoderes” do Javascript Moderno.

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WIDE: Existem cases interessantes que podem ser cita-dos e usados como referência?SUISSA: Na verdade, hoje em dia, a maioria dos serviços que você utiliza normalmente depende de Javascript para ter um workfl ow mais ágil, mesmo tendo versões sem Javascripts que perdem completamente o poder, sistemas como: Facebook, Gmails, Grooveshark e outros.

WIDE: Por ser uma das linguagens mais populares nos últimos anos, é natural que muitos se questionem se ela é ideal para o desenvolvimento de jogos, visto que conquistou rapidamente mercado nos jogos de celu-lar e obteve seu espaço na internet. Quais são as van-tagens e desvantagens do Javascript nesse mercado de games?SUISSA: Nesse caso, naturalmente os jogos web são feitos ou em Flash ou em Javascript. Ultimamente o Flash vem perdendo seu trono na Internet e o Javascript com HTML5 veio para ocu-par esse lugar. É uma tendência criar jogos em HTML5 e que no futuro irão rodar em bem mais dispositivos do que apenas na internet. A vantagem dele é ser nativo em todos os navegadores, podendo ser jogado desde celulares a geladeiras (no futuro).

“Ultimamente o Flash vem perdendo seu trono na Internet e o Javascript com HTML5 veio para ocupar esse lugar”

TECNOLOGIA

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Digitar bons códigos HTML e CSS é fácil. Todo mundo faz. O @sobrinhoweb faz. O problema é ser bem sucedido na sua car-reira. E eu não digo que você precisa virar diretor para ser bem sucedido. Você só precisa fazer as coisas bem feitas. Não é muito difí cil. Mas entender como as coisas funcionam quando você não está na frente do computador é a grande sacada. É onde você vai aparecer e não o seu avatar.

Estamos tão encurralados com todas as tarefas que nos pedem que nos esquecemos de como as coisas funcionam. De como uma boa conversa aparentemente sem importância com seus colegas ou com seu gerente pode mudar o rumo das coisas. Escolha suas batalhas e vá para cima. Mas faça boas escolhas.

Não sei se consegui me fazer entender. Talvez eu esteja escre-vendo para mim mesmo, chamando minha própria atenção. Eu quero que você entenda que assuntos técnicos são importantes, mas não é tudo o que importa. Mas já que você está aqui, tente pensar junto. Tente mudar junto. E me desculpe ser tão senti-mental assim. Nas próxima eu melhoro… Não prometo, mas vou tentar. Quem sabe ano que vem? ;-)

ESSE TEXTO É PRA MIM

Tableless Diego Eis

Diego Eis Criador do site Tableless (www.tableless.com.br), palestra sobre padrões

web e jogador compulsivo de XBOX.

E-mail: [email protected] Twitter: @diegoeis

Você já leu o manifesto do engenheiro de front-end? Se não, corre para esse link: http://f2em.com. Eu percebi neste ano que a maio-ria dos devs se apega tanto a assuntos téc-nicos que acabam ignorando assuntos im-portantes e básicos. São coisas simples que geralmente você só pensa quando há algu-ma pressão externa. Poucos profissionais tentam entender como funciona o mercado. Como funciona o sistema. A maioria está na zona de conforto.

É difí cil encontrar profi ssionais que saibam precifi car seu traba-lho de forma que o preço oferecido pelo seu trabalho seja o justo. Ou se cobra muito caro ou se cobra muito barato. Seu preço deve ser bom para os dois lados. Se você cobra muito caro, não é bom para o cliente. Se você cobra muito barato, não é bom para você. Não é justo, entende?

Vamos falar de coisas mais simples: Você sabe atender bem seu cliente? Se você falar que sim, pense duas vezes. Você já atra-sou algum job? E se atrasou, abriu o jogo com o cliente para falar os seus motivos em vez de tentar enrolar e dar uma desculpa? E aquela feature que você prometeu na faixa, fez? Entende o ponto?

Na verdade falta muito amor. E amor, querido leitor, é tudo. É ele que vai te fazer ter calma quando aquele servidor sair do ar. É ele que te fazer ter paciência quando o seu colega fi zer uma merda muito grande. É ele que te faz ter um propósito. E propósito não é algo que se compra.

Quando deixei minha empresa para virar funcionário eu tinha um propósito. Ninguém larga a empresa que fundou para virar empregado em uma outra empresa qualquer por que acha legal. É preciso ter propósito até mesmo para você não achar que sua decisão é uma burrice estúpida. Você tem que se apegar a alguma coisa. É terapêutico até. Mesmo que esse objetivo não seja dominar o mundo, ter algum objetivo te faz manter o foco. Ter um propósito te faz pensar duas vezes nas coisas. Te faz fi ltrar o que por te fazer perder tempo e você se torna muito mais direto em suas decisões.

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Porém, não acredito que seja a burocracia ou a falta de visão os principais fatores culpados pela inércia empreendedora tupini-quim, mas sim o grande medo de mudar, ou ainda de abrir os braços para o desconhecido. Muitos até sentem aquela vontade de “meter o pé na mesa”, na carreira, no emprego ou na profi s-são. Porém, o medo da mudança é tão grande que retrai o indi-víduo ao ponto deste não conseguir dar um passo adiante. Este é o paradigma que precisa ser alterado e rompido, se realmente queremos ser empreendedores.

Muitos são aqueles que têm medo de errar, de jogar todo um status-quo pela janela e recomeçar e, muitas vezes, são estes mesmos que lamentam com mais força as oportunidades perdi-das ou que invejam de alguma forma o sucesso de outros. Aqui, outro erro: não se deveria invejar o sucesso de outrem, mas sim a coragem de fazer diferente.

Com o advento da Internet e sua penetração em boa parte do território nacional, oportunidades saltam aos olhos de todos e permitem que qualquer um possa fazer algo novo. Estamos vivendo um momento onde fronteiras geográfi cas estão desa-parecendo, soft wares estão se tornando cada vez mais fáceis e baratos e existe um pouco mais de dinheiro no bolso. Então, qual é o problema? Seria realmente o ambiente ou seria aquele monstro escondido atrás da porta que teima em sussurrar no ouvido “não faça, você vai se dar mal”.

O fi nal do ano está chegando, e com ele não somente aquelas infi ndáveis oportunidades de abraçar alguns quilos ou as eter-nas fi las em shopping centers. Está também chegando outro momento para recapitular o ano e as oportunidades perdidas na tentativa de fazer algo diferente, principalmente quanto ao medo da mudança. Tentar de novo, sentir o ambiente de forma diferente e, principalmente, fazer diferente. O monstro pode ser grande, mas não é invencível. Então, tente outra vez!

Feliz 2013!!

TENTE OUTRA VEZ

Uma das passagens mais interessantes de minhas viagens aconteceu em Siem Reap, Camboja, onde conheci um motorista de tuk-tuk (um pequeno carrinho adaptado de moto com assento na parte de trás) que atento à globalização e aos turistas ávidos em con-hecer os templos de Angkor, mandou fazer em uma plotter qualquer a frase “hi-level personal service local knowledge. Any-time/anywhere We’ll get you”, juntamente com seu endereço de e-mail. Intrigado com tal atitude pouco vista em países subdesen-volvidos, questionei se aquilo realmente lhe dava frutos e não era simplesmente uma brincadeira. Qual minha surpresa quando me confidenciou “sim, recebo e atendo muitos cli-entes assim”? Enorme

Quando recordo esta passagem fi co me perguntando por que ainda não somos capazes de perceber onde estão as oportuni-dades de empreendedorismo no Brasil. Se um simples motorista de tuk-tuk no meio do Camboja consegue percebê-las em seu ambiente, o que acontece com o tal povo guerreiro e trabalha-dor? Pior fi ca então quando diante dos escândalos e desmandos frequentes que assolam nosso país, o brasileiro ainda arruma tempo para bisbilhotar a vida dos outros nas redes sociais, assistir pelada no fi nal de semana e “bater laje” regada com cerveja meio gelada e carne de matadouro clandestino. Incompreensível e decerto tema para uma boa tese de mestrado.

É fato que existe uma burocracia enorme, uma máquina bruta que, na maioria das vezes, emperra o sonho de realizar qual-quer coisa que não seja passar em um concurso público. Mas isso não pode ser desculpa para deixar de abraçar as oportu-nidades existentes ou até melhor, criar novas oportunidades, novos produtos, novos serviços. Aqueles que usam a Internet há mais tempo percebem com facilidade como ela mudou em tão pouco tempo e quantas foram as oportunidades criadas. Alguns se regozijam de as terem aproveitado enquanto outros somente as lamentam, mas pouco ou nada fi zeram para abraçar as mesmas oportunidades.

Mercado de TI Paulino Michelazzo

Paulino MichelazzoPossui quinze anos de experiência em internet e atua como consultor

web em todo o mundo. Palestrante costumeiro de eventos de tecnologia,

é coautor de três livros na área de internet e software livre e escreve

regularmente sobre empreendedorismo e desenvolvimento em seu site:

www.michelazzo.com.brE-mail: [email protected]: @pmichelazzo

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AUDITANDO A SEGURANÇA: ANÁLISE ESTÁTICA DE CÓDIGOS

Cada vez mais serviços estão sendo dire-cionados para plataforma web, sendo assim acabamos ficando dependentes ainda mais destas aplicações. Estes sistemas têm que ser cada vez mais onipresentes (quero acessá-los de qualquer lugar – cloud) confi-áveis (quero que ele faça o que ele precisa fazer) e ágeis (quero que façam isso rápido!).

Qual a consequência disto? A consequência imediata é: sistemas cada vez mais complexos. Quando digo complexo não me refi ro tão somente à complexidade do código fonte ou o seu desenvol-vimento, mas também a complexidade inerente ao serviço em si. Cada vez mais APIs, cada vez mais plugins, cada vez mais siste-mas interconectados e interdependentes.

Uma vez que a complexidade entrou na equação ela traz o seu efeito colateral: situações inesperadas. Quando temos um ciclo de vida em nossa aplicação que não contempla o devido cuidado com segurança, temos implicações de diversos níveis. A maior delas é que em geral problemas que a primeira vista são simples e pequenos, acabam se tornando verdadeiros pesadelos.

Análise Estática do Código consiste basicamente em antever problemas de segurança efetuando uma auditoria no código, sem executá-lo. Isso pode se tornar uma tarefa muito trabalhosa, espe-cialmente quando o desenvolvedor não tem experiência com segurança e se não existe um framework de desenvolvimento seguro em uso no projeto.

As aplicações web são alvos constantes de ataques, quase que 24 horas por dia. Temos estatiscas de que muitas vezes, 60% do tráfego diário que chega a um website é gerado por bots que em sua grande maioria estão procurando por scripts vulneráveis para efetuar ataques, comprometer o servidor e a aplicação e fazê-la parte de sua rede de zumbis. Não seria nada legal ter seu E-commerce em uma lista de hosts que estão disseminando Malwares para os usuários. Isto pode comprometer gravemente seus negócios.

Para auxiliar desenvolvedores neste árduo processo de aná-lise estática, temos algumas aplicações muito interessantes e que podem realmente trazer a tona, muitas vezes problemas de segu-rança que não eram imaginados durante o desenvolvimento. Talvez aquele “warning” que seu compilador cuspiu na tela e

Segurança Anderson Tamborim

você pensou “ah mas é apenas um warning, não tem nada de grave ai..” esconda muito mais do que imagina

RIPS – ANALISADOR ESTÁTICO DE VULNERABILIDADES EM CÓDIGO

FONTE DE SCRIPTS PHP

RIPS é uma ferramenta escrita em PHP para encontrar vulne-rabilidades em aplicações PHP utilizando o conceito de análise estática do código. Utilizando tokenização e parseando todos os arquivos de código PHP, ele consegue transformar seu código fonte PHP em program model e detectar sinks sensíveis (pon-tecialmente funções vulneráveis) que poderiam ser manipula-das por um userinput (infl uenciada por um usuário malicioso) durante o fl uxo do programa. Além disto, baseado na estrutura de output de uma vulnerabilidade encontrada, RIPS também oferece um framework integrado de code audit para que você possa fazer uma análise manual.

Entre algumas das features apresentas pelo RIPS, temos:RIPS consegue identifi car por padrão diversas vulnerabilidades em sua aplicação, em sua grande maioria as listadas no OWASP Top 10 são identifi cadas. Segue, abaixo, uma pequena lista das principais vulnerabilidades identifi cadas pela aplicação:• Code Execution • Command Execution • Cross-Site Scripting • Header Injection • File Disclosure • File Inclusion • File Manipulation • LDAP Injection • SQL Injection • XPath Injection

A interface de auditoria de código do RIPS consiste de algumas funcionalidades muito interessantes, entre elas podemos citar:• Estatísticas referentes ao Scans e as vulnerabilidades da aplicação • Linhas de código vulneraveis são agrupadas• Descrição das Vulnerabilidades com exemplo de código, PoC e patch • Engine que permite a criação do Exploit para explorer a vulnerabilidade encontrada • Exibição gráfi ca de arquivos (conectada pelos includes)

TECNOLOGIA

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• Exibição gráfi ca de funções (conectadas pelas calls) • Userinput list (parámetros da aplicação) • Visualização do código fonte com destaque em funções e parametros

Entre muitas outras que permitem que você faça o debug da aplicação utilizando inclusive expressões regulares. Efetuando a análise estática do código com RIPs, você consegue rapidez ao executar a análise (executar uma análise estática manualmente pode ser dolorosamente demorado). Você consegue identifi car blind/non-blind SQL exploitation, detectar backdoors em seu código entre outras vantagens.

Visualização gráfica dos Arquivos - Interligação ocorre por meio dos Includes.

Engine permite criar Exploits para gerar PoC da vulnerabilidade.

Aplicação sendo analisada – Temos os resultados Preliminares com o número de funções vulneráveis.

Anderson Tamborim Security Engineer da TrustSign: Intelligence to Security - possui mais de 12

anos de experiência em segurança da informação. Focado em penetration

Testing, análise de Malwares e Advanced Threats, engenharia social e

desenvolvimento de aplicações para testes de segurança.

E-mail: [email protected]: /atamborim

DOWNLOAD + INSTALAÇÃO

Para utilizar o RIPs você precisa primeiramente de um web-server local com suporte a PHP (tendo em vista que você é um desenvolvedor PHP, você já deve ter um ).

Feito isto basta baixar a ultima versão estável, extrair os arquivos em seu Document Root do servidor web e acessar a interface, dis-ponível em: <http://ip_servidor/rips>, e iniciar as análises.

Esta é apenas uma das diversas ferramentas disponibilizadas para análise estática de código. No próximo artigo veremos algu-mas multi-languages que irão permitir analisar códigos C/C++/Java e muitas, inclusive, binários já compilados.

Até a próxima!

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A Arteccom marcou presença no Futurecom, evento de Telecomunicação, TI e Internet, realizado entre os dias 8 e 11 de outubro, no RioCentro. Você confere, a seguir, uma compilação de alguns temas que foram discutidos durante o congresso.

VOCÊ FAZ PARTE DA NOVA GERAÇÃO?

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S e você acredita que a tecnologia 4G ainda é algo distante, você está equivocado. Neste ano os deba-tes da Futurecom foram em torno dos desafios

da implantação da nova conexão em 2013. “A Nova Geração de Tablets, Smartphones, Ultra Notebooks e Web Tv’s: uma Sociedade que se Transforma” foi o tema de uma mesa-redonda coordenada pela jornalista Elvira Lobato, que já iniciou sua fala com uma provocação bem atual: “Em relação à geração mobile, qual é a expectativa desse novo usuário?

Marcelo Leite, responsável pela estratégia de vendas e desenvolvimento do portfólio de soluções tecnológicas da Cisco, falou sobre a experiência social com vídeo de alta perfor-mance. Segundo ele, esta realidade está mudando a forma das pessoas trabalharem e viverem. Ou seja, a expectativa é que se possa ver tudo, resolver situações emergenciais com apenas um dispositivo. Para ele, a sociedade já vive essa experiência de alta performance.

O diretor da Oi Roberto Guenzburger ilustrou sua resposta com uma indagação que sua filha o fez recentemente. Ao ser perguntado por que os celulares estão maiores atualmente, ele respondeu que hoje queremos fazer tudo pelo celular: compras, assistir vídeos, ter uma experiência rica, então os displays estão mais sofi sticados, com maiores layouts, mas é algo que tende a diminuir. A próxima geração será das telas flexíveis, dobrá-veis, transparentes, com necessidade de grande capacidade de processamento.

Durante a discussão do tema, foram apresentados dados interessantes aos participantes, como o de uma pesquisa que apontou que se um determinado número de pessoas saísse de casa sem sua carteira, 30% voltariam para buscá-la. Se esqueces-sem o smartphone, por exemplo, 60% voltariam. Outra pesquisa comprova que 58% das pessoas acessam seus dispositivos móveis de 30 em 30 minutos, e desses, 55% de 10 em 10 minutos.

Roberto Guenzburger revelou o que precisa ser feito para acelerar ainda mais a penetração do smartphone no Brasil. Para ele, é preciso baratear o custo dos equipamentos, visto que lá fora um bom dispositivo 3G custa $70. Outra observação é que os fabricantes devem trazer modelos mais adaptáveis para nós, brasileiros. O pré-pago atinge 95% da classe C com pacotes de R$ 10/mês.

Guenzburger acredita que a ascensão do 4G vai, de fato, acontecer no Brasil. Os Estados Unidos estão à frente, seguidos de Alemanha e logo depois vem o Brasil. Houve uma discussão intensa sobre o assunto, com diversas opiniões e previsões, a exemplo de que na Copa das Confederações, em junho de 2013, seis cidades vão operar o 4G e o Rio de Janeiro será uma delas.

“É preciso ampliar também a rede wi-fi no Brasil, temos um grande desafi o da qualidade (sinal ruim), e ultrapassar as bar-reiras culturais - os mais velhos e a massa devem receber edu-cação do governo e das operadoras. Um exemplo clássico é no ponto de venda, onde existe uma oportunidade única de ensi-nar o usuário a utilizar melhor seu smartphone.”

Para o diretor de vendas diretas da Dell, Henrique Sei, a prin-cipal barreira não é o custo do dispositivo, e sim o custo do ser-viço. Defende ainda que é preciso desonerar impostos – medida que começa a ser tomada pelo governo.

O diretor de soluções da PromonLogicalis, Julian Nakasone, exemplifi cou como as empresas já sabem tirar proveito de toda essa tecnologia disponível. Segundo ele, 70% das empresas usam as redes para fi ns comerciais, como por exemplo a carta de vinhos em tablet nas enotecas. Isto signifi ca que a utilização de iPads, iPods e celulares não é restrita ao uso pessoal. Muitas empresas têm criado soluções inovadoras para facilitar a vida do consumidor fi nal. Os iPods e smartphones já são tendência em muitos bares e restaurantes de São Paulo, substituindo o antigo bloquinho de notas.

REPORTAGEM

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MARKETING

Martin Restrepo, sócio-fundador da Editacuja, levou um case bem atual para o Futurecom. Segundo ele, a escola está pas-sando por um processo de transformação, deixando de ser o único espaço para aprender. “Hoje aprendemos em qualquer lugar com os dispositivos móveis. Você pode fazer uma trilha e conhecer novas plantas ou ainda ter uma aula de ciências no Jardim Botânico. Ou então ir a uma igreja e conhecer a história/arquitetura por meio dos tablets. São apenas alguns exemplos de como a tecnologia pode ser aplicada com sucesso em diver-sos segmentos educacionais. “A tecnologia está permitindo a escola pular o muro, educação em qualquer lugar, estamos falando de acesso, e o conhecimento transmitido/consumido está sendo baseado na colaboração. “Diante disso, temos a cer-teza de que o mundo é uma imensa sala de aula”, afi rmou.

Restrepo citou ainda outras estratégias para o maior alcance da educação, a exemplo de trabalhar mais com os professores para estimulá-los a criarem conteúdos para dispositivos móveis (mobile education). Nesse quesito, disse que conteúdo deve vir acompanhado de uma experiência, não é simplesmente colocar os ensinamentos na tela de um Power Point. A forma-ção nessa área tecnológica é muito importante e aqueles que ensinam devem usar dispositivos adequados, recursos de GPS, entre outras funções. “O momento é mais que propício para que as escolas comecem a implementar essas inovações”, disse.

Outra questão que gerou rico debate foi quando a media-dora Elvira Lobato fez a pergunta: “Quais são as tendências para o futuro dos smartphones e tablets? O computador vai acabar?” Henrique Sei, da Dell, foi direto e incisivo ao afirmar que ainda não. Ele lembrou que já vendemos mais notebooks do que desktops, que neste ano vendemos mais smartphones e no futuro venderemos mais tablets. “Não sei se estarei vivo para

ver o fi m do computador. A tecnologia antigamente era desen-volvida para o mercado corporativo e estendida para o uso pes-soal. Agora isso inverteu, as empresas têm que se preparar para este descontrole da informação corporativa (veja reportagem de

tecnologia na página 54). Já o gerente Nacional da Panasonic no Brasil, João Alberto

Simões, lembrou aos participantes que devemos fi car atentos ao mercado de dispositivos móveis usados, como acontece nos EUA. Segundo ele, podemos nos preparar para isso aqui também. E foi realista ao afi rmar que existe sim, a necessidade dos tablets, mas também o desejo.

O painelista da Oi, Roberto Guenzburger, apostou na ten-dência multiscreen como a mais forte de todas. Ele lembrou recente pesquisa do Google que revelou que o novo mundo é multiscreen, ou seja, 90% das pessoas têm mais de duas telas. Lembrou ainda que computador é associado ao trabalho. Notebook é a escrivaninha da casa. Tablet é sofá. Smart é bolso, ou seja, o tempo todo, ou seja, estamos em contato com as telas. Já em relação a softwares, a tendência são os ecossistemas: Windows, Android, Google e IOS (Apple).

Para o representante da Vivo, os preços vão continuar caindo. A chegada do 4G vai reduzir o custo do 3G. Mas um grande desafi o é, sem dúvida, a bateria, alvo de reclamações nos EUA e que muitas vezes passa despercebido, diante de displays cada vez mais sofi sticados.

Já Marcelo Leite, da Cisco, assegurou que as redes precisam evoluir, ter cobertura de qualidade em todo o Brasil, com acesso seguro e alta performance multimídia, seja 3G, 4G ou wi-fi .

Ao falar sobre o cenário de oportunidades, Leite lembrou que o Brasil tem 25.000 desenvolvedores de apps e na China são 250.000. Ele alerta que precisamos evoluir nesse patamar, pois isso é oportunidade, uma vez que demanda existe e de sobra.

Julian Nakasone afirmou ainda que evolução tecnológica é combinar a mobilidade com cloud computing, e que as gran-des tendências atuais são: economia de escala (o desktop vai diminuir a escala e desaparecer com o tempo); e fazer um smar-tphone virar um PC. “A questão é quando, e não se”, brincou.

“Hoje queremos fazer tudo pelo celular: compras, assistir vídeos, ter uma experiência rica, então os displays estão mais sofi sticados”

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CIDADES INTELIGENTESEsse foi o tema de outra importante mesa-redonda realizada no Futurecom. A coordenação foi do jornalista Márcio Gomes, da Rede Globo. A fala de Manuel Rodrigues de Sousa, da KPMG, exemplifi cou com propriedade o que vem a ser uma cidade inte-ligente. Ao analisar uma pesquisa que é realizada desde 2006 sobre tendência de consumo em meios móveis, o resultado é incentivador. Para escolher a operadora, o usuário tem uma ordem de prioridade: em primeiro lugar vem a área de cober-tura, seguido do serviço/qualidade e por último o preço, fato que mostra que custo não é o mais importante. Além disso, 65% das pessoas armazenam algum dado na nuvem, ou seja, cloud é tão presente na vida das pessoas, que nem elas mesmas percebem. Outro dado interessante é que 86% dos brasileiros acessam as redes sociais durante 2h por dia.

Franklin Dias, secretário de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, apresentou o case Piraí Digital, que faz parte do Plano Nacional de Cidades Digitais. O projeto é um sistema de conexão rápida (14 megabits), sem fi os (wireless), mediante uma antena de rádio, cujo sinal abrange toda a área da cidade. A inovação reside no fato de a conexão não ser ponto a ponto. As ondas transmi-tidas por antenas de rádio geram uma “bolha”, na qual o sinal é disponibilizado para todos.

Para o secretário, deve haver mais políticas públicas que garantam esse direito, demanda que segundo ele está na Câmara dos Deputados para ser discutida. “As comunidades inteligen-tes são o grande desafio para a prefeitura, bem como a conec-tividade. Cidade inteligente = conectividade + inovação + inteligência de sistemas + processos + pessoas. O objetivo é sempre permitir uma gestão urbana com maior efi ciência e o Rio de Janeiro tem grande potencialidade na economia criativa”, afirmou. Para finalizar, o secretário exemplificou um concurso de apps em que o Brasil inscreveu mais de 1.000 e Nova York somente 800.

Jorge Bittar, secretário de Habitação do Estado do Rio de Janeiro, lembrou que a cidade optou por desenvolver uma única plataforma para controlar toda a demanda tecnológica da capital, em parceria

com a IBM. Com isso, o uso intensivo da tecnologia pode permitir anteciparmos catástrofes naturais, tais como as enchentes.

Para alcançar resultados ainda mais satisfatórios, Bittar lem-brou que os poderes público e privado precisam trabalhar mais juntos em prol de uma conectividade plena. Não se pode haver contrastes sociais, a tecnologia deve ser acessível a todos, como o Projeto Inova Brasil, no Complexo do Alemão.

Francisco Cavalcanti, da Oi, acredita que o papel da opera-dora deve entrar na pauta de discussão das cidades inteligentes. Afi rmou ainda que a Oi busca um papel de provedor de soluções integradas, entendendo os desafi os do governo para oferecer a solução adequada. Para isso, citou a criação de apps sociais, tais como de combate à dengue, trânsito, saúde da família etc.

Amos Maidantchik representou a Cisco e lembrou que cidade inteligente é um espaço que entenda o profundo uso da tecnologia. Em uma escala de necessidades, citou: Educação + saúde + segu-rança + transporte + governo eletrônico. Para ele, banda larga é a quarta utilidade pública, ou seja, precisamos com muita urgência.

O diretor de negócios para governo da NEC Brasil, Massato Takakuwa, chamou a responsabilidade para o cidadão tam-bém, que pode/deve contribuir, segundo ele. Um exemplo que o empresário citou é de um motorista fotografar um engarrafa-mento para oferecer alternativas, via GPS, a chamada contribui-ção social. E a cidade inteligente ser capaz de mudar o tempo de um semáforo por conta de uma postagem/ação.

É chegado o momento desse desafio maior, com a proxi-midade da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no Brasil. A Motorola acredita na necessidade da agilidade na tomada de decisão. Para isso, segundo um dos diretores da Motorola, Joeval Martins, é fundamental diminuir egos e cuidar da formação do time. É pela construção da equipe que se deve começar. Martins defendeu que o foco deve ser também em tecnologia nos transportes – grande desafio para os jogos. “O transporte tem nota pior que a segurança. Sem dúvida a reali-zação dessas competições será um bom pretexto para impul-sionar os investimentos e deixar um legado sustentável a longo prazo, que tanto precisamos.”

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Os desafi os da televisão brasileiraO diretor da CGCOM (Central Globo de Comunicação), responsável pela imagem da maior emissora de TV aberta do País, fala com exclusividade à Wide sobre os desafios da comunicação, o uso das redes sociais, TV, cinema, a nova classe C, con-vergência de canais, entre outros assuntos.

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WIDE: Você é responsável pela imagem da maior emissora de TV

aberta do País. É pelo seu estratégico departamento que passa todo

e qualquer pedido de entrevista com atores e jornalistas do canal,

além da divulgação de novos projetos. Como é o desafio diário de

encarar tanta responsabilidade em tempos de superexposição e

pouco controle sobre a informação?

ERLANGER: É um privilégio trabalhar na área de comunicação neste momento histórico em que o mundo é tão globalizado. Os desafi os da comunicação no século XXI são muito estimulantes e exigem dos profi ssionais uma inteligência rápida e uma capa-cidade relacional ainda maior. Com tão pouco controle sobre a informação, o importante é saber participar das conversas e contextualizar as informações. É preciso transparência, conhe-cimento amplo e coragem. Acho empolgante especialmente porque minha equipe é aplicada, criativa e adora desafi os.

WIDE: Em relação ao uso das redes sociais e da internet no Brasil,

você pode elencar os lados positivos e negativos do uso exacer-

bado dessas novas mídias por parte dos brasileiros?

ERLANGER: Acho que temos um ganho muito importante que é o de “dar voz” a qualquer um que queira se manifestar. As mídias sociais são um instrumento democrático e que trazem para o cidadão a oportunidade de fazer valer sua opinião e seu ponto de vista de forma mais relevante. O lado negativo é que em nome da democracia e da liberdade muitos abusos são come-tidos. Mas esse é um processo natural de acomodação em um processo que é todo muito novo. Acho que com o tempo esse ambiente tende a se auto-regular e deixar mais evidente a sepa-ração entre o joio e o trigo.

WIDE: O cinema brasileiro está cada vez mais em evidência. As novas

mídias, ao invés de concorrerem com as tradicionais formas de entre-

tenimento, estão contribuindo para a sua divulgação e crescimento?

A que você atribui esse sucesso?

ERLANGER: As novas mídias permitem um canal de retorno

MARKETING

Luis Erlanger

imediato. Isso para a indústria audiovisual é um “prato cheio”, uma medição instantânea de repercussão. Não é apenas o cinema. A TV também se benefi cia dessa “conversa” à sua volta. As pessoas gostam de se unir em torno de temas que proporcio-nem afi nidade. Essa convergência funciona como um círculo virtuoso onde o conteúdo estimula a conversa e a conversa des-perta a atenção para o conteúdo. É uma dinâmica muito positiva.

WIDE: Certa vez, em um evento, você criticou a onda politicamente

correta que toma conta de diferentes setores da sociedade. Na

oportunidade, você disse que Charlie Chaplin, se vivesse hoje no

Brasil, seria preso na saída do estúdio. Hoje há falta dessa “ousa-

dia”? Por quê?

ERLANGER: Acho que a ousadia continua existindo. Os artistas de maneira geral não se dobram ao “politicamente correto”. Mas o que é mais chocante é que no lugar de mudar a realidade muitos preferem amordaçar a fi cção. E desrespeitam o direito de escolha do cidadão. O controle remoto é, metaforicamente, uma “urna eleitoral” instantânea que garante a cada segundo o livre arbítrio do telespectador. Acho que a tendência é que isso acabe por encontrar um equilíbrio, mas o preço da liberdade é a eterna vigilância.

WIDE: O pensador francês Dominique Wolton, no livro ‘Elogio do

Grande Público’, foi o primeiro a falar que o rádio não acabou com

o jornal, a TV não acabou com o rádio e a internet não vai acabar

com a TV. Hoje essa discussão pode se tornar irrelevante devido à

convergência entre os canais ou ainda é válida?

ERLANGER: Penso que a discussão de meios é irrelevante. É o consumidor que converge. O importante é que você leu alguma coisa que chamou sua atenção e ajudou a formar a sua opinião. Acho que na era pós-McLuhan já podemos afi rmar que a “mensa-gem é a mensagem”. O conteúdo é o que importa. Mas inegavel-mente a televisão aberta é uma espécie de nave-mãe da história principal. Todos os desdobramentos se confi guram a partir dela.

Diretor de Comunicação da TV Globo

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WIDE: O Brasil vive às vésperas de um momento especial, que é

a chegada das Olimpíadas e da Copa do Mundo. Como você ava-

lia a infraestrutura midiática/tecnológica do nosso país, bem como

os profissionais que irão cobrir esses dois momentos únicos para

milhões de pessoas em todo o mundo?

ERLANGER: Acho que temos excelentes profi ssionais para fazer uma cobertura impecável desses eventos. A infraestrutura de telecomunicações é que ainda é sofrível. Não temos toda a velo-cidade de banda que gostaríamos, nem nossa cobertura de tele-fonia está tão bem distribuída quanto o desejável. Mas acho que as empresas e o governo estão trabalhando de forma integrada e conseguiremos melhorar o quadro geral até lá.

WIDE: A TV Globo, com a novela das 7 “Cheias de Charme”, con-

seguiu atrair a atenção das classes A, B e C ou da nova classe C

“ampliada”? E como você enxerga essa nova classe C, assunto que

invadiu as mídias no ano de 2012?

ERLANGER: A TV aberta é, por excelência, um veículo muito abrangente no que diz respeito ao alcance de público. Até mesmo por sua característica de oferecer conteúdo gratuito ao telespectador. Esse é o grande desafi o da TV Globo: manter a qualidade de suas produções, mas ser absolutamente popu-lar, capaz de atingir todas as classes, idades e gêneros. Acho que “Cheias de Charme”, assim como “Avenida Brasil”, são exemplos disso. De um conteúdo de qualidade inegável. Quando temos uma boa história e ela é bem contada, os resultados aparecem. Já vivemos vários momentos de desenvolvimento econômico no Brasil e todas as vezes que uma nova camada da população tem acesso a bens de consumo, precisamos nos ajustar para acolher mais esses milhões de espectadores que passam a nos prestigiar com sua audiência. É uma permanente busca da qual muito nos orgulhamos: ser capazes de entender e atender aos anseios do nosso público.

WIDE: Como você analisa o perfil do brasileiro em relação à sen-

sação de pertencimento aos meios comunicacionais? Essa caracte-

rística cultural faz também com que as redes sociais, com base em

relacionamento, façam sucesso no Brasil. Como você acredita que

podemos extrair valor dessa peculiaridade?

ERLANGER: Os veículos de comunicação de massa são um tipo de “Cimento Social”. O fato de termos no Brasil determina-dos fenômenos de comunicação de massa, como é o caso da novela, por exemplo, é a maior prova disso. Ter um assunto que possibilita entabular uma conversa com qualquer pessoa é muito acolhedor, confortável. Hoje, em qualquer lugar do Brasil é possível comentar sobre as desventuras da Nina, a mal-dade da Carminha ou a ingenuidade do Tufão. E isso é sempre um bom aquecimento para iniciar qualquer relacionamento. As redes sociais só reforçam esta característica. A sociedade brasileira é profundamente relacional e é claro que qualquer

aspecto da comunicação tem possibilidade de extrair valor dessa peculiaridade. WIDE: Hoje, todo mundo fala em inovação. Várias corporações,

assim como a TV Globo, têm seus modelos para fomentar a inova-

ção dentro das empresas. Você acredita que o Brasil está no cami-

nho certo? São com essas iniciativas que o país tende a progredir

e se tornar um celeiro de projetos inovadores ou a falta de inves-

timentos em educação, tecnologia, infraestrutura, vão continuar

limitando esse crescimento?

ERLANGER: Esses aspectos estão todos inter-relacionados. As corporações precisam estimular a inovação e propiciar o apareci-mento de iniciativas neste sentido, bem como o governo precisa desenvolver a infraestrutura e investir em educação. Esses pilares precisam caminhar juntos. Mas acredito que o país está num bom caminho. O Brasil hoje é ponto focal de atenção de todo o mundo desenvolvido. Temos conquistado patamares importantes e com a democracia fl orescendo e a manutenção da estabilidade econô-mica, acredito que temos um belo caminho pela frente.

“Já vivemos vários momentos de desenvolvimento econômico no Brasil e todas as vezes que uma nova camada da população tem acesso a bens de consumo, precisamos nos ajustar para acolher mais esses milhões de espectadores”

MARKETING

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80 | WIDE | 93 > MARKETING

CONHEÇA ALGUNS CASES E DIFERENTES ESTRATÉGIAS ADOTADAS NAS REDES SOCIAIS QUE VÊM DANDO CERTO

O QUE VOCÊ PUBLICA!

VIVA REAL

DONACOISA

RIOSAMPA

PEIXEURBANO

DELIVERY SUSHIRAO

AGÊNCIA 11:21

VOCÊ É...

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RIOSAMPAManoel Melo, RioSampa Transporte Executivo - www.facebook.com/riosampacar

Desde o início de nossas atividades, apostamos na web como a melhor estratégia de marketing para o nosso negócio. O primeiro passo foi a campanha no Adwords do Google, que culminou na conversão de tráfego signifi cativo para o nosso site. Combinado ao Adwords, utilizamos Landing Page em campanhas online, com o objetivo de migrar usuário para a nossa fan page no Facebook e observamos uma maior integração dos usuários com as nossas ações diárias. No Facebook, optamos por não incluir link patro-cinado, entendemos que um número maior de pessoas cur-tindo a página não seria o fator diferencial para o nosso negócio.

Trabalhamos com a PARTICIPAÇÃO EM GRUPOS SEGMENTADOS como, por exemplo, o PDES (grupo de profissionais de eventos no Facebook), participando destes , e percebemos que vale muito mais um trabalho de inteligência dentro do ambiente onde poten-ciais clientes terão acesso ao seu negócio do que investir em cli-ques de público com pouco ou nenhum interesse pelo negócio.

DELIVERY SUSHIRAO Delivery Sushirao - www.facebook.com/Delivery-Sushirao

Já pensou ter uma nova opção para seus pedidos em casa, visando algo mais saudável do que fastfoods e pizzarias? A ino-vação pode ser por meio de um serviço simples, com comida de boa qualidade e entrega rápida. Esse é o Delivery Sushirao, espe-cializado em comida “japa”. As PROMOÇÕES-RELÂMPAGO NO FACEBOOK são tentadoras e deliciosas. São quase 3.000 curtidas em pouco tempo de funcionamento. Recentemente, inclusive, o Delivery precisou estender seu horário de funcio-namento, diante do aumento de pedidos pelo chat da fanpage.

Como acontece com todas as tendências, as empresas iniciam ações que viram moda e

estas viram parte do nosso dia-a-dia. Mas não estamos falando apenas de modismo ou

algo inventado e sim algo percebido. Por isso, convidamos alguns empresários a conta-

rem como tem sido trabalhar nas redes sociais, que de fato se mostram cada vez mais

sólidas e promissoras.

Perguntamos, então, aos entrevistados, quais estratégias são utilizadas para conquistar

melhores resultados. Com o atual momento do Facebook no Brasil, não há hora melhor

para explorar esse “boom” como agora. Inspire-se nas ideias a seguir e bons negócios!

OPINIÃO

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AGÊNCIA 11:21

VIVA REAL

PEIXE URBANO

Gustavo Bastos, Agência 11:21 - www.facebook.com/onze21?fref=ts e www.facebook.com/gustavo.bastos.376?fref=ts

Viva Real - www.facebook.com/VivaRealBrasil

Peixe Urbano - www.facebook.com/PeixeUrbano

Temos tido resultados muito expressivos NA COMBINAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE WEB E REDES SOCIAIS JUNTO COM TELEVISÃO . Sempre que a estratégia combina de maneira criativa estas mídias, o resultado se multiplica. Nosso cliente Hamburguer Grã-File, por exemplo, entrou na TV e bombou no Youtube e no Twitter, apesar de ser uma campanha regio-nal, veiculada apenas no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, a repercussão foi nacional e enorme. O cliente tornou-se líder de mercado no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, onde, em pesquisa, ficou em segundo em share of mind, mesmo tendo

gigantes como concorrentes. Outro cliente que combina muito bem as duas mídias é a Recreio Veículos, pra quem a gente faz TV e Facebook, além de um canal no Youtube (TV Recreio). A Recreio é hoje a maior revendedor de veículos Volkswagen no Brasil e começa a se relacionar muito bem nas redes sociais, criando uma linha direta com o consumidor.

Lançado em junho deste ano pelo portal VivaReal, o projeto “Guru do Corretor” disponibiliza conteúdo prático sobre marke-ting digital, tendências e novidades do segmento imobiliário para os 250 mil corretores existentes no Brasil. Hoje, já são 6.500 profi s-sionais cadastrados no projeto. Por meio de estratégias em blog e Facebook, o projeto, pioneiro no setor, obteve, em seus primeiros 3 meses, mais de 27 mil visitas, de 4 países diferentes. No período,

a Fan Page do Guru do Corretor publicou cerca de 170 posts, com CONTEÚDOS DIVERTIDOS, DESCONTRAÍDOS E AO MESMO TEMPO RELEVANTES, que foram visualizados por quase 200 mil usuários e compartilhados mais de 3 mil vezes.

Além de divulgar as ofertas, trazemos conteúdo interessante e interativo para os mais de 1,5 milhão de fãs da nossa página no Facebook, buscando estreitar o relacionamento com o nosso público. Um exemplo são os CONCURSOS CULTURAIS, sempre que possível atrelados à nossa rede de parceiros. Em comemoração ao Dia das Crianças no ano passado, junto à Tambaú Operadora de Viagens, premiamos o autor da res-posta mais criativa à pergunta: “Por que você merece ir para Orlando com tudo pago?”, com uma viagem para Orlando com 3 acompanhantes, incluindo hospedagem, passeios, entradas

para parques e outras atrações. Recebemos 80 mil frases, um aumento de alcance dos posts da nossa página em 30% no mês do concurso e mais de 9 mil pessoas se tornaram fãs da página do nosso parceiro durante a ação.

MARKETING

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93 > MARKETING | WIDE | 83

DONA COISA Dona Coisa - www.facebook.com/donacoisa

Novas coleções, criações e muita, muita inspiração. Este é o case da multimarcas Dona Coisa, da empresária Roberta Damasceno. No Facebook, o sucesso é confi rmado com seus clientes e fãs exaltando o valor e o brilho da marca. Todos muito felizes com suas compras. O FEEDBACK PARA SEUS

CLIENTES É ÁGIL, FUNCIONA BEM e a marca conta com a pre-sença de grandes estilistas que sempre navegam pela fanpage Dona Coisa. Basta um lançamento de coleção postada na rede social e pronto...recorde de visualizações, comentários e curti-das. A moda nas redes sociais é um case forte e que tem dado certo para a Dona Coisa.

www.arteccom.com.br/org

Este projeto destina-se a bus-

car, através da prática da ca-

poeira, a realização de sonhos,

ideias e expressões do indiví-

duo. É destinado aos grupos

menos favorecidos: população

carente, jovens de rua, infrato-

res, abandonados, entre outros.

PARA AJUDAR ENTRE EM CONTATO:

[email protected]

PATROCINADORES

CRIANÇAS QUE BRILHAM

MAGÊ-MALIEN

www.arteccom.com.br/ong

COORDENAÇÃO

Jorge Marinho (Mestre Bode)

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84 | WIDE | 93 > MARKETING

Web fora da caixa René de Paula Jr.

Eu invadi a tua praia Outro dia desses alguém publicou no facebook a capa da 1ª edição da Revista de Webdesign. Você lembra como era? Well, eu não lembrava mais (faz oito anos...) e foi uma boa surpresa ver meu nome lá na capa, assinando um artigo sobre foco no cliente. Numa conta de padeiro, aquele deve ter sido o primeiro dos noventa e tantos textos que escrevi aqui. Daria um livro e tanto... se eu fosse um cara organizado e ainda tivesse backup de tudo, e se ainda fizesse algum sentido pras gerações futuras ler o que este modesto articulista que vos fala foi com-partilhando mês a mês direto do front.

Tá bom, tá bom, essa história de “front” é meio estranha, ninguém está em guerra afi nal, no máximo alguns campos minados, alguns tiroteios e uma bolha atômica ou outra no decorrer do período, mas eu insisto em me situar em algum lugar porque acho que é importante pensarmos sempre de onde alguém está falando. Eu sei que belas pala-vras e ppt’s açucarados e infográfi cos pululantes deixam a gente meio zonzo, mas tudo que é dito é dito a partir de um lugar, um ponto de vista, uma posição. E, simplifi cando, 99% dos casos se resumem a duas posições diferentes: ou o cara está falando sentado numa confortavel poltrona de autoridade “neutra” (catedrático, professor, consultor, autor, especialista, etc) e aí vai falar do mundo ideal e você que se vire com os problemas concretos, ou o cara é fun-cionário de uma empresa e vai provar por A mais B que você precisa do que ele vende (social media, soft ware, gad-gets, gincko biloba, red bull, sei lá).

O problema aí não é haver interesses (sempre há), e é por isso que eu tento deixar claro de onde estou falando, se é como representante de alguma empresa ou simples-mente um veterano que está compartilhando experiên-cias vividas; importante sim é a gente ter consciência de que tudo é relativo antes de aceitar como dogmas sem questionar. (Acabo de ter uma ideia pra um #desaforismo: o verdadeiro talento de quem fala bonito é fazer você engolir o papo sem mastigar).

Pronto!!! Já pensei em #desaforismo de novo! Você tem ideia de quantos desaforismos eu já soltei assim, feito bala perdida? Algo como oitocentos em um ou dois anos. Foram vários por dia, disparados no Twitter e no meu Facebook, uma metralhadora de provocações ao senso comum. E é essa a razão desse artigo: eu não deveria ter feito isso.

Lamento. Meaculpa.Eu invadi a tua praia, e não tenho esse direito. Ninguém deveria ter, aliás.Sim, eu sei que internet é livre, que temos direito a opini-ões, que temos liberdade de expressão e tal, mas algo na internet mudou e eu não me dei muita conta: quando eu

MARKETING

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René de Paula Jr. É profissional de internet desde 1996 e passou pelas maiores agências e

empresas do país: Wunderman, AlmapBBDO, AgênciaClick, Banco Real ABN

AMRO, Microsoft Brasil. É criador da “Usina.com”, portal focado no mundo

online, e do “Radinho de pilha” (www.radinhodepilha.com), comunidade

de profissionais da área. Atualmente, trabalha na CUBOCC como diretor de

new business.

E-mail: [email protected]

publico algo no meu blog, no meu site, no meu canal de vídeo, neste artigo etc, só vê quem quer, e querer, neste caso, implica digitar um endereço voluntariamente pra buscar a informação que deixei ali pra quem quiser pegar. Esse é o mundo PULL: o blog é meu, o canal é meu, vem quem quer e eu adoro essa liberdade.

Quando, por outro lado, eu compartilho algo no Facebook, isso vai pipocar no facebook de um monte de gente que me adicio-nou. Releia essa última frase, ela tem várias implicações inédi-tas: você não apenas “publica” no Facebook, você compartilha com uma rede, pois um algoritmo maluco vai colocar isso no Facebook de cada um, e digo “de cada um” porque a sensação de todos nós é que aquela página inicial, composta de uma salada de coisas de todo lado, é “nossa”, tão nossa quanto nosso próprio wall ou inbox. Esse é o mundo PUSH.

Ok, você é espertinho e sabe que aquilo é um agregador de feeds, mas a percepção é o que conta: se aquilo apareceu no meu Facebook, é sinal deque mandaram pra mim,é pessoal. E foi esse teu espaço “pessoal” que eu invadi com minhas alfi ne-tadas. Pense bem que indelicadeza: alguém me adiciona por-que trabalhou comigo, é um primo distante, quer manter con-tato, sei lá... e lá vou eu todo santo dia colocar minas explosivas no meio de uma festança de bons dias e fotos de bichinhos e ultrassons e latas de refrigerante com o nome do dito cujo (que, pasme, também é percebido como “pessoal”).

Eu não vou fazer mais isso. Eu deveria ter percebido antes que esse era um espaço pessoal, íntimo, mesmo que povoado por conteúdos aleatórios. O meio é realmente a mensagem: se a página parece minha, o que cai ali é sentido, percebido como direcionado pra mim, ponto. Vou repensar meu modusope-randi e ser menos inconveniente.

Tem um aprendizado aqui que acho que pode ser útil a todos nós: o desenho de uma plataforma pode dar origem, mesmo que ninguém tenha planejado isso, a novos comportamentos, a novos sentimentos, a novas dinâmicas que a gente demora a reconhecer. Assim foi com os scraps do orkut, assim foi com os #memes no twitter, assim foi com Instagram, assim vai ser sempre que criarmos novos ambientes pra pessoas habitarem: vamos sempre ser pegos de surpresa.

A minha tese ainda é: quem fez algo duca na internet não sabe por que acertou a mão, não sabe como melhorar o que fez e morre de medo de estragar o que está fazendo sucesso. Nenhum guru vai assumir isso, claro. “Essa é bem a praia dos meus #desaforismos ;)”

“Quem fez algo duca na internet não sabe por que acertou a mão, não sabe como melhorar o que fez e morre de medo de estragar o que está fazendo sucesso. Nenhum guru vai assumir isso, claro”

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Marketing de conteúdo Bruno Rodrigues

A abrangência do conteúdoSer único também é sinônimo de chegar ao topo no universo da gestão da infor-mação digital – mas poucos são os que se aventuram nesta missão. Informação é poder, e informação abran-gente tem um poder de fogo bem maior. Ainda são muitos, porém, os que traba-lham com conteúdo sem conhecer as peculiaridades imbatíveis da mídia digital

e desperdiçam tempo, dinheiro e público.

Sistemas de informação como sites e portais são repositórios ide-ais para trabalhar um conteúdo amplo, abrangente, que cerque a informação por todos os lados e entregue ao usuário o que ele deseja. É preciso, contudo, estar bem ciente da grande vantagem de trabalhar a informação na web: ela pode ser expandida, esmiu-çada, retrabalhada. Quando o raciocínio é compreendido, é pos-sível, então, começar a trabalhar a abrangência, o atributo mais fascinante do conteúdo digital, da maneira apropriada.

A abrangência, capacidade de um sistema de informação de abarcar o máximo de dados sem a criação de ruído – e, portanto, sem prejuízo na criação de informação –, pode ser trabalhada de três maneiras em sites e portais:

ABRANGÊNCIA HORIZONTAL

O conteúdo ‘livre’ da web existe para ser usado sem limite, e tal-vez esse seja o ponto mais fascinante do trabalho da abrangência horizontal: contar com o conteúdo de outros para complemen-tar o nosso, informações que estão ao alcance, mas não em nossa ‘casa’. É muito comum referenciar páginas em outros sites ou por-tais para contextualizar melhor uma informação – e não há nada de errado nisso: o uso deste cruzamento de informações está na base da explicação de por que sistemas de informações digitais (sites e portais) são excelentes para a construção de conheci-mento, ou seja, informação + informação. A informação na web

MARKETING

caracteriza-se justamente pela ligação incessante de informa-ções, e desperdiçar o recurso da abrangência horizontal é suba-proveitar ambientes perfeitos para a interseção de conteúdos, verdadeiros ‘criadouros’ de conhecimento’.

ABRANGÊNCIA VERTICAL

‘Desdobrar para conquistar’ é o lema da abrangência vertical. Diferentemente da abrangência horizontal, a vertical trabalha com o conteúdo olhando para si próprio, e não para outros além de sua ‘fronteira’. A elaboração de um conteúdo desdobrado é o trabalho de ‘dissecar’ uma informação, esquadrinhá-la e inves-tigar cada um de seus aspectos. Um por um, cada aspecto da informação – ‘o que’, ‘por que’, ‘quando’, onde’, ‘como’ e ‘quem’ - cresce em quantidade e importância, criando espaços (páginas) próprios. São ‘crias’ de conteúdo que, muito mais que explicar detalhes que foram abordados de forma superfi cial na página onde está a informação principal, ampliam a capacidade de criação de conhecimento (informação + informação), de per-suasão e de fi delização – você sabia que as páginas apontadas a partir de ‘saiba mais’ são as mais valorizadas pelos usuários hoje em dia e as grandes responsáveis pelo seu retorno?

ABRANGÊNCIA TRANSVERSAL

O conteúdo, antes mesmo de ser aprofundado, pode ser expan-dido – e para o lado. Cruzar informações contidas em uma página é um recurso que se confunde com a criação do hipertexto e, con-seqüentemente, da web. Qualquer informação permite expan-são, e nos conteúdos adjacentes está boa parte da origem de um trabalho bem feito: são temas relativos ao que está sendo tratado em uma página, mas não propriamente o tema que está sendo abordado pelo conteúdo. Muitas informações se explicam melhor justamente quando são cruzadas com outras; a visão de uma informação ‘vizinha’ pode acrescentar um entendimento que vai além do que a nossa informação é capaz. São como ‘matrioshkas’, bonequinhas russas de madeira que se encaixam umas dentro das outras: um conhecimento se constrói com informação mais informação, e muitas vezes ele só é produz ido quando casado com outro que está em seu site e portal, mas em outras páginas.

Vale observar que as três formas de abrangência devem ser tra-balhadas simultaneamente. É o trabalho em conjunto que cria uma abrangência de conteúdo efi caz.

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93 > MARKETING | WIDE | 87

Bruno Rodrigues Consultor de Informação e Comunicação Digital, autor do primeiro

livro brasileiro e terceiro no mundo sobre conteúdo online, Webwriting

– Pensando o texto para a mídia digital (2000), de sua continuação,

Webwriting – Redação & informação para a web (2006), e de Padrões Brasil

e-Gov: Cartilha de Redação Web (2010), padrão brasileiro de redação web.

Já ministrou treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação para

mais de trinta empresas do Brasil e do exterior.

Site: www.bruno-rodrigues.blog.brE-mail: [email protected]: @brunorodrigues

Para conhecer mais sobre meu trabalho, meus livros, cursos e trei-namentos para empresas, visite www.bruno-rodrigues.blog.br; para me seguir no Twitter, sou @brunorodrigues; no Facebook estou em www.facebook.com/brunorodrigues.fb .

Se ainda não conhece, vale a pena checar o padrão brasileiro de redação online que elaborei para o Governo Federal: ‘Padrões Brasil e-Gov: Cartilha de Redação Web’. O material é gratuito e está na web, basta checar no Google.

“É preciso, contudo, estar bem ciente da grande vantagem de trabalhar a informação na web: ela pode ser expandida, esmiuçada, retrabalhada”

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Neuromarketing Alex Born

Eu, Dona Alzira e as COISAS DA MENTE

Sempre gostei de observar o mundo, as pessoas... Quando era menino, muitas coisas me intrigavam, e descobri que com o passar do tempo, muito mais coi-sas ainda me intrigariam, um KARMA para quem gosta de prestar atenção em GENTE. Do jeito de andar à maneira como falam, do modo como se por-tam diante de outras pessoas até como olham, enfim, eu gostava de observar...

Sempre tentava adivinhar se as pessoas estavam mentindo, dizendo a verdade ou até mesmo, inventando ou aumentando sobre algo e a partir daí o que era apenas um hobby e curiosidade tornaram-se uma constante em minha vida. Só não se tornou uma obsessão, pois percebi que seria um erro e uma chatice, então, tornei essa busca um prazer à parte.

Porém, uma coisa instigava minha curiosidade mais do que qual-quer possibilidade de entendimento e compreensão me fossem ofertadas...

Havia uma vizinha dos meus pais, uma senhora com o nome de Dona Alzira, daquelas que nascem e se criam na fazenda e mudam com toda a prole para um novo bairro em uma cidade do interior. Com o tempo, a prole cresceu e essa senhora vivia de casa em casa, visitando os “seus”.

Até aí, nada de muito estranho... Salvo o fato de sempre, no mesmo horário, mais precisamente, nos mesmos horários (sim, pois eram várias vezes por dia), mesmos minutos, mesmos segundos, ela passar pelo mesmo ponto, quase como um trem sobre os trilhos, do mesmo jeitinho... Seria coincidência?

Bom, o tempo passou, eu cresci, me tornei pesquisador neuro-cientista, estudando sinapses, buscando entender as neuras, os neurônios e as neuroses que permeiam a mente humana.

Alex [email protected]

E tem muito mais no site: www.coisasdamente.com.br com as

entrevistas, os podcasts e videocasts.

E foi aí que entendi a Dona Alzira e muitas outras pessoas e seus comportamentos... ela tinha TOC, sim, o famoso e temido Transtorno Obsessivo Compulsivo, que faz das pessoas escravos da própria mente, gerando movimentos e ações siste-máticas, transformando seus servos em zumbis robóticos, sem causa ou explicação aparente.

E o que isso tem a ver com este momento?

Tudo, pois, foi graças a essas observações que estou aqui, neste espaço da Revista Wide, e a ideia é falar de curiosidades sobre o comportamento humano, comportamento do consumidor, coaching, dicas e outros assuntos explicáveis (ou não), que se passam no nosso dia a dia e, é claro, nessa “cachola” que damos o nome de cérebro.

Acredite...vamos nos divertir muito.E se tiverem que agradecer a alguém... Thanks to Mrs. Alzira.

Um abraço a todos,

MARKETING

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93 > MARKETING | WIDE | 89

Workshop de Neuromarketing com Alex Born

Neuromarketing e as novas Estratégias ComerciaisA evolução do marketing com foco na mente do consumidorA evolução do marketing com foco na mente do consumidor

A atual discussão em torno do neuromarketing,

temática que tem despertado o interesse de grandes

empresas, é a novidade preparada pela Arteccom

para os profissionais atentos ao mercado.

Data: 06/11 (terça-feira), das 9 às 18h

Local: Rua da Quitanda, 191 – 10º andar – Centro – RJ

Investimento: a partir de 3 parcelas de R$ 90,00

Formas de pagamento: cartões de crédito,

boleto ou transferência

Inscrições: Caso tenha interesse, envie um email com

o título “workshop neuromarketing” para

[email protected].

Instrutor: Alex BornProfessor, escritor e pesquisador neurocientista, referência mundial em

Neuromarketing e em Gestão Comportamental, com trabalhos realizados

em mais de 21 países e autor de vários livros, inclusive a grande referência

sobre o tema: “Neuromarketing - O Genoma do Marketing”. Presença

constante em grandes eventos, sites, revistas e programas de entrevistas.

Este workshop é realizado pela Arteccom I www.arteccom.com.br

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Saiba tudo sobre as maiores plataformas de E-commerce e escolha a sua

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93 > E-COMMERCE | WIDE | 91

Nesta edição, a revista Wide mergulhou no mundo das plataformas de e-commerce. São diversas opções para você conferir, com detalhes, tudo que é preciso para montar uma loja virtual

VTEX

E-COMMERCE REPORTAGEM

Quer montar a sua loja virtual, mas não tem a mínima ideia por onde começar? Escolher uma pla-

taforma de e-commerce open source (ou não)? Fazer um investimento inicial menor? Pagar para

um desenvolvedor freelancer ou selecionar uma solução mais robusta, que vai atender melhor o

seu negócio online a longo prazo? Pensando em ajudá-lo a sanar essas dúvidas, a Wide preparou

um estudo aprofundado, uma espécie de relatório detalhado, e por meio dele você saberá como

as principais plataformas de e-commerce estão trabalhando para oferecer os melhores serviços e

se diferenciarem nesse concorrido mercado.

Fundada em 1999, a VTEX é pioneira em tecnologia para e-com-merce e na comercialização de soft ware como serviço (SaaS) no Brasil. Presente em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de possuir escritório em Buenos Aires, Argentina, as soluções da VTEX são voltadas para lojas virtuais que tenham fl uxo de pequeno a grande porte, independentemente do segmento. Atualmente, a empresa conta com uma base de clientes de quase 300 lojas virtuais.

ATUAÇÃO

A plataforma de e-commerce possui três versões. A Starter é indi-cada para pequenas e médias empresas com até 30 pedidos por dia na loja virtual. A versão Professional já tem um suporte maior para médias e grandes empresas com lojas virtuais que transa-cionem até 500 pedidos por dia. Já a versão Unlimited é focada em grandes operações de e-commerce que demandem tudo que uma plataforma world-class possa oferecer. Além disso, a VTEX está em busca de uma nova versão para atender PMEs, que será divulgada em breve e fará com que o portfólio atenda a todos os portes e segmentos de empresas interessadas em iniciar ou cres-cer no comércio eletrônico.

LINGUAGEM UTILIZADA

A VTEX atualmente trabalha com desenvolvimento, banco de dados e ferramentas da Microsoft .

RECURSOS (INFRAESTRUTURA)

A empresa possui uma equipe de engenharia para o desenvol-vimento contínuo de sua plataforma de e-commerce, infraes-trutura, pesquisa e inovação de mais de 100 colaboradores. Seu maior diferencial está vinculado ao modelo de negócio SaaS – Soft ware as a Service da plataforma de e-commerce, no qual é fi rmado um compromisso com todos os clientes de entregar para suas lojas virtuais novas funcionalidades a cada 60 dias. E, quanto mais clientes conquistados, maior o investimento em novas funcionalidades, que são sempre focadas em aumentar a taxa de conversão das lojas virtuais.

LAYOUT

Segundo Alexandre Soncini, diretor de vendas e marketing e sócio da VTEX, esse é um dos grandes diferenciais da plataforma, pois seus clientes possuem um nível de liberdade muito grande para trabalhar sua criação visual, usabilidade e navegabilidade. A plataforma da VTEX conta com um CMS (Content Management System) proprietário, onde o próprio cliente, por meio do acesso ao seu painel administrativo, pode modifi car visual e estrutural-mente o seu layout. Soncini assegura que essa fl exibilidade adi-cionada ao poder da API faz com que o cliente não tenha limites para fazer o que quiser, além de trazer a agilidade que o mercado necessita atualmente para diferenciar-se da concorrência.

Imagem © M.studio / Banco de Imagens: http://br.fotolia.com

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E-COMMERCE

VALORES

Veja, abaixo, comparativo entre as versões da plataforma, bem como os valores e diferenciais.

EDIÇÕES UNLIMITED PROFESSIONAL STARTER

SET-UP A PARTIR DE R$ 400.000,00

R$ 80.000,00 (EM ATÉ 48X ATRAVÉS DO CARTÃO BNDES)

5 X R$ 5.000,00 ( EM ATÉ 48X ATRAVÉS DO CARTÃO BNDES)

MÍNIMO MENSAL R$ 15.000,00 R$ 4.900,00 R$ 1.290,00

“É importante ressaltar que o investimento na plataforma não deve ultrapassar 30% da verba disponível para realização de todo o projeto, pois a plataforma é somente um dos pilares de sus-tentação de uma operação de e-commerce. Outros temas impor-tantes devem ser explorados como mix de produtos, logística e expedição, marketing digital, serviço de atendimento ao cliente e televendas, entre outros”, diz Alexandre Soncini.

LOGÍSTICA

A plataforma tem toda estrutura para integração com os princi-pais parceiros logísticos do mercado nacional. Por meio do painel administrativo da loja virtual, os clientes podem rastrear e mani-pular as informações dos pedidos que foram realizados e geren-ciar sua operação logística.

MARKETING: EMAIL MKT, REDES E LINKS PATROCINADOS

A VTEX possui uma rede de agências homologadas para atua-rem junto aos seus clientes nas ações de marketing, extraindo o máximo do que a plataforma possa oferecer com o objetivo de aumentar os resultados das campanhas de cada cliente e suas taxas de conversão.

MÉTRICAS

Além de diversos relatórios que podem ser acessados por meio da área administrativa da loja, a VTEX possui integração total com ferramentas como o Google Analytics para que cada cliente possa acompanhar os números de sua loja virtual e os resultados de suas campanhas. A plataforma permite integração com diversas ferra-mentas de BI (Business Inteligence) para permitir aos clientes trans-formar os dados coletados na loja virtual em informação estratégica.

NOVIDADES DA PLATAFORMA

“Nosso modelo de negócio SaaS garante a evolução contínua da plataforma e temos um compromisso de upgrade a cada 60 dias entregando novas funcionalidades sempre com foco em aumen-tar a taxa de conversão das nossas lojas virtuais. Somente no ano passado, foram mais de 150 novas funcionalidades, além de diver-sas melhorias. O que vem por aí é um foco grande na possibilidade de integração com as redes sociais, trazendo funcionalidades

PRINCIPAIS CLIENTES

Walmart – www.walmart.com.br

Leader Magazine – www.leadermagazine.com.br

TIM – loja.tim.com.br

Nokia – www.lojaonlinenokia.com.br

Polishop – www.polishop.com.br

Ri-happy – www.rihappy.com.br

Daslu – www.daslu.com.br

Bradesco Ágora – projeto de CRM

Gimba – www.gimba.com.br

Chilli Beans – loja.chillibeans.com.br

como: sugerir um presente para um amigo de acordo com o perfi l dele na rede social, evolução do checkout da plataforma, trazendo funcionalidades como express e guest checkout, entre diversas outras funcionalidades e melhorias focadas no aumento da taxa de conversão. Nos primeiros oito meses deste ano já desenvolve-mos mais horas do que nos últimos três anos. Isso sim é diferencial competitivo para nossos clientes”, afi rma o sócio da VTEX.

PÓS-VENDA:

O pós-venda conta com uma estrutura de gestão de projetos, acompanhamento das integrações com sistemas externos, con-sultoria em usabilidade, assessoria na defi nição das árvores de navegação e atributos de produtos, capacitação e treinamento para usar a plataforma, suporte e atendimento de acordo com os diversos planos oferecidos, bases de conteúdo para consulta, além de um canal exclusivo de ouvidoria e qualidade ([email protected]).

MEIOS DE PAGAMENTO:

A empresa oferece integração com os principais gateways de pagamento do mercado, além de intermediadores como PayPal, Bcash, Mercado Pago, entre outros, para disponibilizar ao cliente a integração com a maioria dos meios de pagamento disponíveis para o mercado de comércio eletrônico.

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E-smart

A expertise de dois nomes conhecidos do mercado brasileiro de comércio eletrônico deu origem a E-smart, companhia de soft ware e serviços para lojas virtuais. Vinícius Pessin, ex-diretor geral do UOL Host, e Walter Sabini Junior, fundador e ex-sócio da Virid, apostaram em uma fórmula de viabilizar o comércio ele-trônico para negócios de todos os portes por meio de uma plata-forma funcional e o resultado tem dado certo.

Hoje, a E-smart auxilia as empresas brasileiras, indepen-dente do tamanho, a venderem pela Internet. Para isso, possui um corpo de profi ssionais com alto conhecimento em internet, oriundos de renomadas empresas do segmento. A ideia, segundo os próprios fundadores, é trabalhar com os varejistas e com o atual ecossistema de e-commerce para compreender as necessi-dades dos clientes, do mercado e do ambiente competitivo.

LINGUAGEM UTILIZADA

PHP, Java, MySQL e Magento.

RECURSOS (INFRAESTRUTURA)

O projeto foi desenhado junto das equipes da Amazon Web Services para funcionar em ambientes de nuvem, com escalabili-dade automatizada de forma a atender o aumento de acessos de clientes automaticamente.

LAYOUT

A plataforma de comércio eletrônico e-smart oferece aos clien-tes um layout efi ciente, completo, de acordo com as melhores práticas do mundo de vendas on-line. Além disso, é totalmente otimizada para os motores de busca (SEO).

VALORES

A e-smart possui soluções para todos os portes de empresas que desejam vender pela internet. A partir de R$50,00 é possível montar uma loja virtual e começar a vender em apenas 30 minu-tos. Se o Lojista Online deseja apoio para montagem da sua Loja, ele paga R$400,00 por mês e tem auxílio na escolha do layout, aplicação de logotipo na Loja Virtual, cadastros dos produtos, criação de banners internos para a loja virtual, criação de páginas institucionais, cadastro e confi guração de meios de pagamento e cadastro em sites de busca. Por fi m, se desejar um e-commerce exclusivo, a partir de R$12.000 de setup o cliente tem desenvol-vido um e-commerce de alta performance e sob medida.

LOGÍSTICA

A plataforma e-smart é integrada com as principais empre-sas de Logística do País, como Correios, DirectLog, Completa Logística e Pier8.

CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS

Os pacotes de R$50,00 e R$400,00 são contratados de forma online. Os projetos sob medida requerem orçamento.

MARKETING: EMAIL MKT, REDES E LINKS PATROCINADOS

A Plataforma e-smart está integrada com as principais redes sociais: Twitter, Facebook e G+. E-mail MKT- MailChimp e VirtualTarget. Links Patrocinados: Google e Mercado Livre.

MÉTRICAS

Google Analytics

EQUIPE

A empresa conta com 25 profi ssionais oriundos de diversas empresas do setor, tais como Terra, UOL, Vertis e Netshoes.

PRINCIPAIS CLIENTES E ATUAÇÃO

Hering, Nutriworld, Amsterdam Sauer, Puket, STR Ar Condicionados e Porto Seguro.

NOVIDADES DA PLATAFORMA

- Integração da Plataforma com o Mercado Livre e Buscapé; - Lançamento de ferramentas de Recuperação de Carrinho de compras e Recomendação de Produtos.

PÓS-VENDA

O processo de pós-venda na e-smart é conduzido pela diretoria de projetos. Os profi ssionais dessa área acompanham cada passo do desenvolvimento da Loja e das integrações com o ecossis-tema de e-commerce.

MEIOS DE PAGAMENTO

Gateways - Braspag, Boldcron e Cobre Bem. Meios de Pagamento - Paypal, PagSeguro, Mercado Pago e BCash.

SOLUÇÕES

A empresa entrega o fulfi llment e-commerce. Ou seja, em um único fornecedor tudo que uma empresa necessita para vender pela Internet. Da plataforma à logística. Do marketing online aos meios de pagamento e antifraude.

Para o CEO da e-smart, Vinícius Pessin, o e-commerce é a “bola da vez” na internet. Contudo, existem poucos provedores bem estruturados para acompanhar a demanda crescente dos e-vare-jistas. A proposta da e-smart, segundo Pessin, é prover um serviço de alta qualidade com preços extremamente competitivos.

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E-COMMERCE

JET COMMERCE

A JET tem 12 anos de história com especialidade em soft ware proprietário para e-commerce. A empresa conta hoje com mais de 200 clientes na base, 50 colaboradores, duas sedes fí sicas e representantes em diversas capitais. Ao longo destes anos, a JET despontou como uma das principais soluções de e-commerce no mercado nacional, com alta expertise em suas soluções contando com certifi cações Microsoft , HDI e Mps.Br.

ATUAÇÃO

De pequenas a grandes empresas, a JET possui um portfólio de soluções que atendem com assertividade as necessidades do varejo, atacado e indústria.

LINGUAGEM UTILIZADA

ASP, .NET, VB.

RECURSOS (INFRAESTRUTURA)

A JET investe muito em estrutura de tecnologia, oferecendo 99,9% de SLA em contrato, tecnologia 100% Microsoft , Data Center de ponta, arquitetura tecnológica robusta e redundância de todos os itens de infraestrutura.

LAYOUT

Grande fl exibilização de customizações de layout. A empresa tem uma equipe interna de criação com expertise em navegabi-lidade e usabilidade. Atua também com empresas parceiras para desenvolvimento de layout e usabilidade, caso seja de interesse do cliente.

VALORES

A JET trabalha com dois modelos de solução, atuando em diver-sas faixas do mercado:> - SOLUÇÃO ONE: plataforma para PME´s - possui modelo comer-cial extremamente aderente à entrada das empresas no e-com-merce. Com administração intuitiva, a solução ONE proporciona uma experiência positiva neste primeiro momento das empresas no cenário de vendas online. A ONE possui grandes diferenciais, como integração nativa com propriedades do ecossistema digital Buscapé Company,Facebook Store, funcionalidades inteligentes, meios de pagamento, treinamentos, vídeos, suporte especializado, integrações com soft wares de gestão etc. Seu escopo comercial foi formatado para que o lojista tenha seu foco em vendas, com foco no seu negócio, e para isso a acessibilidade é a grande aliada para os pequenos empresários.> - SOLUÇÃO ENTERPRISE: plataforma robusta, com grande fl exibi-lidade para customizações e integrações diversas. A plataforma Enterprise proporciona escalabilidade aos seus clientes por apresentar uma suíte de serviços que agregam valor à operação

e estimulam o seu crescimento como customizações de layout, help desk dedicado, versionamento a cada 45 dias, gerência de relacionamento, projetos sob medida etc. LOGÍSTICA

A plataforma conta com um módulo de gestão de transportado-ras, tabelas de frete, cálculos automáticos, integração com trans-portadoras, tracking, módulo de cubagem (relação entre o peso e o volume da carga a ser transportada), entre outros.

CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS

A JET trabalha no modelo Saas, ou seja, a empresa comercializa a licença de uso do soft ware. O modelo comercial é composto por custo de SETUP para confi guração e personalização da loja vir-tual mais uma mensalidade que dá direito a vários serviços, como suporte técnico especializado, hospedagem, monitoramento 24h, gerente de relacionamento, atualizações da plataforma etc.

INVESTIMENTO

Para a solução ONE, o ticket médio é de R$ 3.000,00 e mensal fi xo de R$ 299,00. É importante lembrar que na maioria dos planos ONE não existe limite de pageviews e produtos; Solução Enterprise é a partir de R$ 20.000,00 e mensais a partir de R$ 875,00 com mensu-ração por meio de Page View ou porcentagem de vendas.

MARKETING: EMAIL MKT, REDES E LINKS PATROCINADOS

A plataforma JET está otimizada para SEO (auditado por uma empresa especializada), ferramenta de e-mail marketing própria ou opção de utilizar player de e-mail marketing integrada à loja virtual, Facebook Store integrada, publicador de tweets no pai-nel administrativo integrado com o portfólio de produtos da loja virtual, integração com mais de 300 redes sociais, inteligência de recomendação de produtos e mais de 50 ferramentas específi cas para marketing.

MÉTRICAS

As soluções JET trabalham com um módulo dedicado somente para relatórios como vendas, carrinho, perfi s, além da integração com Google para análise e métricas. São inúmeros relatórios, onde o cliente tem a possibilidade de acompanhar desde o perfi l dos visitantes da loja até a mensuração de ROI de campanhas específi -cas, inclusive em portais de terceiros ou em redes sociais.

EQUIPE

A JET possui 50 colaboradores divididos em: TI (desenvolvimento, infraestrutura, gerência de projetos, engenharia de soft ware, quali-dade de foft ware), P&D, atendimento pós-venda (suporte técnico e gerência de relacionamento), comercial, marketing, administra-tivo e fi nanceiro.

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PRINCIPAIS CLIENTES E ATUAÇÃO

- NetFarma – Drograria online (mesmo fundador e CEO da Netshoes, o Marcio Kumruian; - E-closet – 1º E-commerce de Moda Premium do país; - Magazine com mais de 300 lojas fi xas: Sergio K, Moda Any Any, Moda Íntima, Audi Collection, Bohemia, Santuário Nacional Aparecida, Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), entre outros.

NOVIDADES DA PLATAFORMA

As soluções JET possuem uma política de versionamento com novidades a cada 45 dias. A cada momento uma melhoria, funcionalidade e/ou serviços são disponibilizados aos seus atuais e futuros clientes. A JET conta também com uma grande rede de parceiros, contando com features, web metrics, back offi ce, análise de risco, blindagem e certifi cações.

MEIO DE PAGAMENTO

Para comprar uma plataforma de e-commerce da Jet, o lojista pode parcelar em até 3x ou utilizar o BNDES. A Jet pode oferecer ainda um gateway próprio, sem custos adicionais, integrado com administradoras de cartões, institui-ções bancárias, carteiras eletrônicas, boletos bancários, fi nanciamentos ban-cários, pagamento via celular, intermediadores de pagamento (ex: PayPal, Bcash, PagSeguro, Moip, etc), gateways (ex: CobreBem), pagamentos interna-cionais, entre outros.

Na avaliação de Daniel Ribas Martins, coordenador de Marketing e Vendas da JET Commerce, o Brasil segue em constante crescimento. “Nos últimos dois anos o crescimento foi exponencial, estamos enxergando um enorme potencial de entrada em 2013. É muito interessante também o nível de maturidade do mercado. O consumidor do e-commerce está mais exigente. As empresas não querem ter investimentos sem retorno e isso implica na assertividade da escolha das plataformas em constante investimento em tecnologia e atendimento.”

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TrayA Tray desenvolveu o primeiro gerenciador de vendas para vendedores do Mercado Livre da América Latina em 2005. O produto evoluiu durante oito anos para uma plataforma de loja virtual que hoje é composta por três edições destinadas para pequenas (Commerce), médias (Premium) e grandes (Exclusive) operações de e-commerce. Também desenvolveu em 2006 o Pagamento Digital (B Cash), atual facilitador do Grupo Buscapé.

Atualmente, a Tray conta com 120 profi ssionais, escritórios em São Paulo/SP e Alphaville/SP e unidades de desenvolvimento em Marília/SP e São José dos Campos/SP. A Tray possui mais de 4.500 lojas virtuais ativas, o que a consolida como uma das pla-taformas nacionais mais utilizadas do Brasil. A Tray também se especializou em outras áreas complementares para seus clientes e hoje possui um gateway de pagamentos (SuperPay) um facilita-dor (Tray Checkout) e um Marketplace (Tray Shopping).

ATUAÇÃO

O principal foco da Tray são as pequenas lojas. A plataforma conta com um área administrativa com inúmeras funções de marketing, automação e gerenciamento da operação, que possi-bilitam que uma pequena empresa possa atuar no e-commerce sem a contratação de outros soft wares, reduzindo o inves-timento antes da operação começar a ter retorno. Para lojas maiores, a Tray conta com inúmeros plugins que são disponi-bilizados nas edições Premium e Exclusive ou que podem ser comprados em sua loja de aplicativos. Desta forma, a empresa atende uma grande loja e proporciona escalabilidade para uma pequena loja que ao crescer não necessita se preocupar em migrar de plataforma.

Para atrair iniciantes, a Tray conta com uma plataforma de Inclusão Digital (eshopcidade.com.br), onde qualquer pessoa pode

montar e manter uma vitrine hospedada com a Tray sem cus-tos e por tempo indeterminado. Quando ele se sentir apto para começar a vender, ele transforma a vitrine em Loja Virtual.

LINGUAGEM UTILIZADA

PHP (com framework CakePHP) nos sistemas de e-commerce e Ruby (com framework Rails) nos sistemas de meios de pagamento.

RECURSOS (INFRAESTRUTURA)

A Tray possui servidores próprios, todos adquiridos da DELL. Em 2011, foram investidos aproximadamente R$ 1.000.000,00 para a criação de um Cloud Computing Privado utilizando Servidores Blade DELL e soft wares VM Ware. Também são utilizadas Redes de Distribuição de Conteúdo (CDN) para grandes operações e campanhas de vendas. Os servidores estão hospedados no Data Center de Barueri da Alog e a redundância na Alog/São Paulo.

LAYOUT

“Acreditamos que a construção de uma marca é fundamental para estabelecer os diferenciais de uma empresa, dentro de uma realidade onde a competição é acirrada como no comércio ele-trônico, por isso disponibilizamos uma agência de webdesign completa. Por meio da Agência Tray, podemos desenvolver o design da loja virtual para posicioná-la adequadamente no mercado. Também disponibilizamos aos nossos clientes uma rede de mais de 200 parceiros que desenvolvem layouts que são confi gurados pela Tray. O cliente que prefere desenvolver seu layout recebe um manual técnico para o desenvolvimento e a programação do layout é executada pela Tray”, diz o CEO da empresa, Walter Leandro Marques.

ESHOPCIDADE COMMERCE PREMIUM EXCLUSIVE

AQUISIÇÃO DE LICENÇA

SET-UP - - A PARTIR DE R$ 1.000,00

A PARTIR DE R$ 6.500,00

CUSTO MÉDIO DO PROJETO PARA INICIAR A OPERAÇÃO

R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 R$ 12.000,00 R$ 25.000,00

VALORES MENSAIS

VITRINE GRÁTIS E LOJA COM PREÇO ÚNICO DE R$ 49,00

DE R$ 99,00 A R$ 499,00 MENSAIS

DE R$ 900,00 A R$ 3.500,00

A PARTIR DE R$ 4.500,00 MENSAIS

VALORES

E-COMMERCE

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TrayLOGÍSTICA:

A Plataforma da Tray está integrada com os principais operado-res logísticos Brasileiros para E-commerce (Correios, DHL, Jad Log, entre outros) MARKETING: EMAIL MKT, REDES E LINKS PATROCINADOS

E-mail Marketing: Todas as versões da plataforma contem-plam a função de envio de Newsletter. Para divulgar suas cam-panhas promocionais o lojista seleciona os produtos e eles são incluídos no Template de e-mail marketing e depois é realizado o disparo à sua base de contatos.O lojista pode ainda contratar o serviço de design para criação de um Template de e-mail marketing personalizado.

Redes Sociais: A loja conta com uma funcionalidade que possibi-lita que os visitantes, ao a acessarem, compartilhem as páginas de seus produtos em suas redes sociais preferidas. Assim, o lojista cria uma relação mais humanizada com os usuários e tem um cresci-mento signifi cativo no tráfego da loja, em decorrência do uso siste-mático dessas redes, aumentando as possibilidades de vendas dos seus produtos e serviços. Além disso, o lojista tem a possibilidade de publicar a sua loja vir-tual no Facebook, conectando seus clientes, aumentando seus seguidores e divulgando seus produtos de forma viral na internet. Links Patrocinados: A Tray não oferece Serviços de links patro-cinados. No entanto, os lojistas conseguem ótimos índices de indexação na busca orgânica. A plataforma é desenvolvida em PHP, com banco de dados MySQL e toda a confi guração é feita uti-lizando HTML sem tabelas (Tableless), que favorece a captura das informações pelos robôs dos mecanismos de busca (Crawlers). Para complementar, o lojista precisa realizar um bom trabalho de descrição dos produtos, nomenclatura de categorias e organiza-ção da loja, para garantir que sejam alcançados resultados exce-lentes. “Nossa equipe o auxilia prestando suporte/atendimento e esclarecendo dúvidas, e seu trabalho será facilitado e ainda mais preciso por usar as integrações com o Google Analytics e assim mensurar os resultados por meio das tags de conversão da loja -identifi cando assim a quantidade exata de vendas que tem como origem os buscadores”, afi rma o CEO.

MÉTRICAS

A loja possui indicadores próprios com logs de acesso e page-views e também integração com o Google Analytics. EQUIPE

A empresa conta com equipes especializadas em todas as fases do projeto de e-commerce; as equipes são: prospecção, comercial (vendas), relacionamento, projetos, implantação/delivery, design, confi guração de interface, suporte técnico, operações, produto, desenvolvimento e infraestrutura. Para que os processos sejam dinâmicos, todas as equipes possuem contatos diretos aumen-tando a efi ciência na entrega de projetos e inovações aos clientes.

PRINCIPAIS CLIENTES E ATUAÇÃO

Com mais de 4.500 clientes ativos, a Tray atende varejistas, dis-tribuidores e indústrias nos mais variados segmentos de atua-ção, desenvolvendo soluções no modelo SAAS (soft ware como serviço) e prestando assessoria em comércio eletrônico, por meio das verticais de plataformas, publicidade online e meios de pagamento. Alguns clientes: TAM Viagens, Ferracini Calçados, Multilaser, Zamax.com.br, Joiais Lulean. NOVIDADES DA PLATAFORMA

Em 2012 a Tray lançou três novas versões e o ciclo de desenvol-vimento continua constante. Neste momento, a empresa foca em ferramentas que aumentam a conversão de seus clientes, pois os investimentos em marketing online a cada dia são mais altos e é fundamental que o cliente que chegue à loja não tenha difi culdade em fi nalizar a compra. Para o início de 2013, as novi-dades fi cam por conta de um novo motor de busca e a abertura completa da plataforma - como hoje já é aberta a plataforma do EshopCidade. PÓS-VENDA

Um dos diferenciais da Tray é o pós-venda. A empresa considera que cada cliente seja único e que por isso ele precisa ser atendido de acordo com sua necessidade. Não existe restrição para clien-tes que estejam com problemas ou difi culdades. Mesmo que ele possua uma pequena operação de e-commerce, ele é atendido até ser solucionado seu problema. Na Tray, há a garantia de que o suporte é realizado por telefone e por e-mail a todos os clientes.

MEIOS DE PAGAMENTO

Todas as lojas já são habilitadas com os principais meios de paga-mento: Visa, Master Card, Amex etc. A Tray possui um facilitador próprio, o Tray Checkout, que permite que, com apenas um cadas-tramento (adesão à Tray), ele já tenha sua loja apta a vender.

SOLUÇÕES A QUEM SE DESTINA

ESHOPCIDADE

Destinada para iniciantes. Pos-sui uma plataforma simples e totalmente aberta onde pode contar com o apoio local para desenvolver seu e-commerce.

PLATAFORMA TRAY

Loja Virtual Profissional e com possibilidade de Escalabilidade. Atende desde uma operação iniciante, mas que possui aspirações de se tornar uma grande operação de e-commerce, até grandes companhias.

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Page 103: Enken Comunicação Digital

Outras soluções disponibilizadas são o TrayCommerce, ideal para pequenos negócios e vendedores iniciantes, a TrayPremium, ideal para operações em crescimento que demandam uma fer-ramenta com recursos e características que contribuem para o sucesso da loja virtual, e a TrayExclusive, que possibilita contra-tação da Rede de Conteúdo Distribuído - CDN Tray, que garante 100% de SLA, ideal para grandes operações e vendas multicanal. “O acesso à internet não para de crescer. Seguindo essa realidade,

as pessoas estão aderindo em ritmo acelerado às compras online, pois este modelo de comércio oferece vários benefí cios para o cliente, sendo altamente reconhecido e aceito. O amadureci-mento do comércio eletrônico no Brasil tem sido acompanhado pela Tray, que responde prontamente às demandas dos vare-jistas do mundo virtual e busca em todo o tempo se antecipar às necessidades do mercado”, afi rma o CEO da empresa, Walter Leandro Marques.

PLATAFORMA EQUIPE VALORES ALGUNS CLIENTES TEMPO DE MERCADO

VTEX 160 DE R$ 1.290,00 A R$ 400.000,00

WALMART; LEADER MAGAZINE; TIM

13 ANOS

TRAY 120 DE R$ 1.000,00 A R$ 25.000,00

TAM, FERRACINI CALÇADOS; MULTILASER

7 ANOS

JET-COMMERCE 50 DE R$ 3.000,00 A R$ 20.000,00

NETFARMA; E-CLOSET; AUDI COLLECTION

12 ANOS

FAST COMMERCE 16 A PARTIR DE R$ 59,00 MENSAIS

UFC STORE BRASIL; LOJA DO PRAZER; BIJOUX BRASIL

16 ANOS

E-SMART 25 PACOTES DE R$50,00 E R$400,00 são contratados de forma online. Os projetos sob medida requerem orçamento.

HERING; NUTRIWORLD; AMSTERDAM SAUER

1 ANO

KANLO 100 A PARTIR DE R$ 149,00

AMERICANAS.COM; SHOPTIME; SUBMARINO

1 ANO DA PLATAFORMA E 9 ANOS DE EMPRESA

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Quem é quem no mercado das plataformas brasileiras:

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KanloA Ideais nasceu em 2003 dentro da incubadora de empresas da PUC-Rio. Especialista no desenvolvimento dos maiores e-com-merces do Brasil como Americanas.com, Shoptime e Submarino, em 2012 lançou sua própria plataforma de e-commerce no mer-cado: a Kanlo. Com sede no Rio de Janeiro, é uma das grandes promessas no segmento. A fórmula do sucesso foi descoberta dentro da B2W – ser mais do que uma fábrica de soft ware.

ATUAÇÃO

Empresas de todos os portes que desejam vender online.

LINGUAGEM UTILIZADA

Grails, que é uma variação do Rails para o mundo Java.

RECURSOS (INFRAESTRUTURA)

Toda infraestrutura do Kanlo roda na nuvem da Amazon. São usados todos os principais recursos da Amazon desde bancos gerenciáveis até CDN (Content Delivery Network) para acelerar a entrega de conteúdo.

LAYOUT

O Kanlo possui planos distintos. O nível de customização do layout varia de acordo com o plano, mas desde o plano mais básico existem diversas opções de temas pré-defi nidos que pos-sibilitam dar uma roupagem totalmente profi ssional à loja.

VALORES

O Kanlo se propõe a atender todos os níveis de cliente. A plata-forma possui planos básicos que custam a partir de R$ 149,00 para aqueles que pretendem ingressar no mundo online. Para clientes com necessidades especiais e níveis maiores de custo-mização, existe o Kanlo Enteprise.

LOGÍSTICA

A plataforma foi desenhada, desde a sua concepção, para aten-der as exigências de SEO e layout otimizado para a conversão. Seguindo a experiência de oito anos com e-commerce, a Ideais colocou as melhores práticas que dominam em prol do cliente.

INVESTIMENTO

Nenhum inicialmente. O Kanlo foi feito para que seja possível o lojista começar a vender hoje mesmo, sem gastar nada. Basta entrar no site, preencher um formulário e pronto! O cliente já vai estar com sua loja 100% funcional no ar.Para clientes com necessidades específi cas, no Kanlo Enteprise há uma taxa de setup de R$ 15 mil reais voltada apenas para cus-tomização do layout para que o site fi que com a interface dese-jada pelo lojista. Além disso, é realizado também um trabalho de consultoria onde o cliente é auxiliado na implantação da loja.

MARKETING: EMAIL MKT, REDES E LINKS PATROCINADOS

O Kanlo possui funcionalidades para captação de clientes para

newsletter, que podem ser exportados e integrados com sua ferramenta preferida de e-mail marketing. Além disso, a Kanlo opera com várias funcionalidades relativas à captação de leads e integração em redes sociais sendo feitas com previsão de lança-mento para os próximos meses.

MÉTRICAS

A plataforma possui um Dashboard completo em tempo real, onde o lojista pode acompanhar as principais informações ime-diatamente relativas às vendas e aos acessos ao seu site. Desde o ticket médio, como as páginas mais acessadas, fi cam integradas dentro da ferramenta gerando uma enorme comodidade para obtenção de métricas relevantes para o lojista.

EQUIPE

A Ideais possui um time de mais de 100 desenvolvedores traba-lhando diretamente com e-commerce.

PRINCIPAIS CLIENTES E ATUAÇÃO

Destaque para a atuação no mundo do e-commerce, atendendo lojas online como Americanas.com, Shoptime, Submarino, SouBarato e Motorola.

NOVIDADES DA PLATAFORMA

O Kanlo possui um Roadmap grande e muita coisa vem sendo feita. Por ser uma empresa com enorme background de desenvol-vimento, a velocidade de funcionalidades é bem intensa. Nos últi-mos três meses foram lançadas mais de 10 versões. O foco principal das próximas versões será integrações com ferra-mentas para geração de leads para os lojistas. Entram nessa catego-ria integrações com redes sociais, mobile, AdWords, entre outros.

PÓS-VENDA

O time de atendimento do Kanlo é o mesmo que suporta parte da operação dos grandes varejistas. Ou seja, a empresa conta com uma equipe especializada em suporte e help-desk com SLAs de atendimento agressivos.

MEIOS DE PAGAMENTO

O Kanlo tem ligação com quase todos integradores de paga-mento do mercado, tais como MoIP, PayPal, BCash, Akatus e MercadoPaggo. Também integram com alguns gateways de pagamento e diretamente com a Cielo para o Kanlo Enterprise.

SOLUÇÕES

Na linha Kanlo “Standard” são cinco versões de planos (P, M, G, GG e XG) que variam basicamente de acordo com a quantidade de produtos cadastrados. O menor plano, que é o plano P, começa com 50 produtos e o maior possui número ilimitado.Já o Kanlo Enteprise visa atender lojas com necessidades maio-res de customização como, por exemplo, layout, processo, inte-gração com legado.

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E-COMMERCE

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FAST COMMERCEA Fast Commerce foi fundada em 1996 e hoje possui mais de 20 mil lojas virtuais cadastradas. Em seu portfólio, vários portais ver-ticais de sucesso, nos mais diversos segmentos, tais como: moda, eletrônicos, perfumes e sexshops. A empresa tem sido grande parceira de negócios do Google, por exemplo, auxiliando empre-sas a estarem presentes na Internet e obterem resultados signifi -cativos em publicidade por meio do Google AdWords.

LINGUAGEM UTILIZADA

Classic ASP

RECURSOS (INFRAESTRUTURA)

A infraestrutura contempla servidores próprios de última gera-ção com componentes de alta disponibilidade, redundância e disaster recovery, garantindo uma operação ininterrupta.

O uptime da Fast Commerce está entre os mais altos da web. Seus diretores asseguram que interrupções são raras, com disponibili-dade anual acima de 99,9%. Nos três datacenters utilizados pelo Fast Commerce tudo é redundante, a partir do nível de cada ser-vidor (fontes, memória e discos hot-spare espelhados, múltiplas CPUs etc) até a topologia de rede, com conexões de fi bra ótica redundantes e independentes.

LAYOUT

A plataforma oferece dezenas de templates para o lojista montar sua loja a partir de um modelo. Existe também a possibilidade de iniciar um projeto do zero, com a personalização do layout de acordo com a identidade visual da marca.

VALORES

Planos a partir de R$ 59,00 mensais.

LOGÍSTICA

O lojista poderá utilizar a transportadora de sua preferência. O Fast Commerce tem integração com o webservice dos Correios, para cálculo de frete.

INVESTIMENTO

Os planos são diferenciados pelo número de produtos cadastrá-veis e pela quantidade de acessos mensais, medidos em page-views. A plataforma cobra R$ 400,00 de taxa de inscrição em qual-quer plano. Esta taxa é largamente compensada pelos cupons de divulgação da loja oferecida, que totalizam mais de R$ 800,00.

MARKETING: EMAIL MKT, REDES E LINKS PATROCINADOS

A plataforma possui uma ferramenta para disparo de e-mail marketing, onde é possível segmentar a base utilizando diver-sos fi ltros como: sexo, região, idade, período da última compra, entre outros.Sabendo da importância das redes sociais, a plataforma possui

integração que possibilita o compartilhamento de ofertas e pro-dutos nas redes sociais.

MÉTRICAS

São disponibilizados vários relatórios para que o lojista acompa-nhe tudo que acontece em sua loja virtual, com dados em tempo real sobre visitantes e vendas.

PRINCIPAIS CLIENTES E ATUAÇÃO

Loja do Prazer – SexShopBijoux Brasil – BijuteriasAnne Perfumes – PerfumesLingerie.com.br – Roupas ÍntimasUFC Store Brasil – ModaCopel Colchões – Cama, mesa e banhoPerfumes.com.br – Perfumes

NOVIDADES DA PLATAFORMA

A plataforma lançou a loja 3 em 1, e em um mesmo plano e com um sistema administrativo é possível ter uma loja em 3 canais diferentes: design convencional, para celular e para o Facebook, em um único sistema e sem custo adicional.

Outros recursos de destaque são: Teste A/B, para que o lojista compare qual o layout tem melhor resultado para a sua loja; API – com ela é possível integrar a loja virtual com qualquer sistema externo, como um ERP; Autopaginação – o carregamento dos produtos é feito em uma página, não havendo mais a necessi-dade de fi car clicando página por página.

O QUE VEM POR AÍ?

*Emissão de NFe pela plataforma;*Widget para divulgação dos produtos em outros sites;*Busca detalhada com imagens.

PÓS-VENDA

São oferecidas diversas ferramentas para que o lojista se apro-xime e fi delize cada vez mais o seu cliente. Além do e-mail marke-ting, há o envio de SMS, a opinião de clientes sobre os produtos e programas de fi delidade.

MEIOS DE PAGAMENTO

Integração com diversos meios de pagamento, como as adqui-rentes: Cielo e Redecard, gateway de pagamento: Cobre Bem, os bancos: Itaú e Banco do Brasil e os intermediadores: Akatus, PayPal, PagSeguro, Mercado Pago e Moip.

SOLUÇÕES

A empresa possui integração com o Google Shopping, além de uma estrutura de otimização (SEO) pronta para dar a devida relevância às lojas, cálculo de frete automático com a integração

E-COMMERCE

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com os Correios, análise de risco dos pedidos, possibilidade de cadastros de parceiros, revendas e cupons.

A equipe Fast Commerce lembra que hoje o e-commerce é uma indús-tria que tem taxas de crescimento do faturamento ao ano de mais de 20%. E em um cenário como esse, a entrada de novas plataformas pos-sibilita o surgimento de novos empreendedores para essa indústria. A empresa acredita que com um ambiente tão competitivo, as platafor-mas irão se destacar mais pela qualidade do seu serviço do que por seus diferenciais tecnológicos.

Como foi visto, a grande tendência do e-commerce no que diz respeito a plataformas continua sendo a de sistemas cada vez mais integrados às redes sociais. A adaptação das plataformas para os dispositivos móveis também tem uma presença bem marcante, uma vez que é esperado cada vez mais o crescimento das compras feitas por meio destes dispositivos.

Em breve, a Wide fará uma reportagem com as platafor-mas livres (as chamadas open sources, ou código aberto, onde o cliente é responsável por gerenciar a tecnologia) como Magento, Prestashop, OS Commerce e Open Cart. É importante frisar que a escolha da plataforma de e-commerce é essencial para o sucesso do seu projeto.

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A partir de 2008 principalmente, as primeiras iniciativas em e-commerce de moda e acessórios começaram a surgir no mer-cado. Mas em 2009, essa categoria ocupava o 16º lugar no ranking dos segmentos com o maior volume de pedidos, conforme dados do E-bit. De lá pra cá, muita coisa aconteceu. Os maiores varejistas do mercado resolveram se aventurar por este mundo ainda desconhecido, e com a crise na Europa, muitas empresas, principalmente do segmento de clube de compras - mas não somente elas - resolveram montar suas fi liais em nosso país.E cá estamos nós em 2012, com a grande notícia de que a categoria Moda e Acessórios já é a 3ª mais comprada no comércio eletrô-nico brasileiro, atrás apenas de Eletrodomésticos, em primeiro lugar, e Saúde, Beleza e Medicamentos, em segundo.

Todos esses dados são muito animadores, mas existem muitos desafios envolvendo o e-commerce de moda:

PRODUÇÃO DE CONTEÚDO: Em 1996, quando Bill Gates descreveu como título de um ensaio o termo “Contentis King” (Conteúdo é Rei) ele não sabia que havia criado um mantra.

A moda produz a cada quatro coleções anuais um volume considerável de peças sob um determinado conceito, que é o tema de cada coleção. Esse tema permeia todo um vasto trabalho de criação desenvolvido por estilistas, equipes de marketing e

O e-commerce de moda e seus desafios

E-commerce de moda Ana Claudia Freitas

Há muito pouco tempo, ninguém poderia ima-

ginar que era possível comprar roupas pela in-

ternet. O principal motivo era a não experimen-

tação do produto antes da compra.

Para tal atividade, logo era designada uma lon-

ga tarde em um shopping center lotado, com

vendedores nem sempre sinceros ou simpáti-

cos e no final do dia, ainda havia a chance de

o consumidor não achar aquela peça pela qual

estava procurando.

E-COMMERCE COLUNA ESPECIAL

programação visual. É um trabalho fantástico e que torna o ato de comprar uma roupa muito mais do que uma simples neces-sidade, é uma paixão (pelo menos para a maioria das mulheres e alguns homens que conheço). Esse conceito é traduzido na montagem de coordenados, na ambientação das lojas, na criação de catálogos, na escolha da trilha sonora que vai tocar durante aquela coleção e é claro que o e-commerce não pode fi car de fora. Todas essas sensações devem ser traduzidas para o meio eletrônico. O DNA da marca deve estar ali: quando o con-sumidor digita o endereço da loja e se depara com o design de páginas e navegação, passando pelo momento em que recebe o tão esperado pacote em sua casa até o pós-venda, quando ele pode precisar trocar, devolver, elogiar ou tirar alguma dúvida sobre aquela compra.

Para que isso aconteça, uma boa equipe com fotógrafos, equipe de fi lmagem, produtores de moda, modelos, redatores e designers precisa ser escalada para uma verdadeira missão.

No e-commerce, o consumidor não compra uma roupa, ele compra uma foto e em alguns casos, o vídeo de uma roupa. Esta foto tem que ser impecável, realista, convincente e bas-tante informativa. O vídeo contribui ao exibir o caimento da peça. Todos os detalhes da cada peça devem ser mostrados. A modelo ou o modelo, que tem que ter “a cara” da marca e, prin-cipalmente, dos consumidores daquela marca, também contri-bui muito com a comunicação de cada peça.

Está cada vez mais difí cil entrar em uma loja fí sica e receber informações sobre composição, estilo e maneiras de usar uma roupa. Na internet, é isso que vai contribuir para que a venda aconteça. O argumento de vendas tem que estar ali. Uma boa redatora, com disponibilidade para conversar com os estilistas e até participar do processo criativo, ajuda a deixar a argumen-tação de vendas bastante verdadeira.

Sugestões de looks ajudam a aumentar a quantidade de peças que serão colocadas no carrinho. Então por que vender apenas uma camisa, se ela pode fi car linda com um jeans e com aquele sapato? E se o consumidor não está interessado em comprar mais de uma peça, pelo menos ele consegue visualizar como combinar a sua nova aquisição com o que ele tem em seu armário.

Deixei para o fi nal o que considero ser o maior desafi o dentro da produção de conteúdo para a moda: guia de medi-das. Infelizmente, o Brasil ainda não conta com um padrão de medidas e isso difi culta muito a vida de quem vende e

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“No e-commerce, o consumidor não compra uma roupa, ele compra uma foto e em alguns casos, o vídeo de uma roupa. Esta foto tem que ser impecável, realista, convincente e bastante informativa. O vídeo contribui ao exibir o caimento da peça.”

Ana Claudia Freitas

Formada em jornalismo com pós-graduação em marketing empresarial

pela Universidade Federal Fluminense, Ana Claudia é responsável pelo

e-commerce do grupo Cantão/Redley desde dezembro de 2009. Atua há

10 anos no mercado web e passou por empresas como a Duty Free Dufry

e Casa e Vídeo.

principalmente a de quem compra. Por isso, é fundamental mos-trar para o cliente quantos centímetros possui cada parte de cada peça P, M ou G. O P de uma T-shirt em uma loja pode ser o M em outra. O guia de medidas vai ser decisivo para o fechamento da compra. Pode acreditar.

GENTE: é difí cil encontrar profi ssionais para trabalhar com e-com-merce. O profi ssional desta área precisa ter mil e um conheci-mentos distintos ou pelo menos ser muito bom em dois e ter uma noção dos outros. São eles: marketing, comunicação, comercial, fi nanças, logística e tecnologia da informação. Formar um time eclético como esse não é fácil. Quantos redatores você conhece que gostariam de montar um relatório com acessos e taxas de rejeição de uma página que acabou de escrever e ainda achar isso muito legal? São poucos. E na web, quem não mede não faz bem feito. Para a nossa sorte, muitos cursos de especialização estão surgindo e acredito que em pouco tempo esse problema será menor.

SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE: existe uma desconfi ança do consumidor antes de decidir uma compra pela internet. Principalmente se for a primeira. Portanto, é importante ter uma equipe de atendimento por chat, telefone ou e-mail sempre pre-parada para esclarecer as suas principais dúvidas. Quanto mais rápido e efi caz for o atendimento, mais rápida será a compra.

POLÍTICA DE TROCA E DEVOLUÇÃO: o brasileiro em geral não tem o hábito de trocar ou devolver os produtos que compra com muita frequência. E comprar roupa pela internet não é nada mais nada menos do que ter a possibilidade de experimentar cada peça no conforto de sua casa. Só que as pessoas ainda não entenderam isso. Esse é um dos motivos pelos quais as taxas de troca e devo-lução no Brasil e também as taxas de conversão são menores do que nos Estados Unidos ou Europa. Ter uma política de troca e devolução que favoreça o cliente em sua decisão de compra, com gratuidade e rapidez, vai garantir que uma loja online tenha cada vez mais clientes fi éis.

LOGÍSTICA: montar uma estrutura de logística moderna e inte-ligente ainda é algo bastante caro. Somo a isso, o fato de que a maior parte do transporte brasileiro é realizada através de rodo-vias, que são as mais vulneráveis a eventos climáticos e chega-mos à conclusão de que um grande desafi o é fazer com que os

produtos comprados cheguem rapidamente na casa dos clientes a custo razoável para eles.

POLÍTICA DE FRETES: peguei carona no tópico acima para falar de um dos grandes vilões do carrinho de compras abandonado – o frete. Políticas de frete grátis sempre estimulam os consumidores a gastar um pouco mais. O desafi o é descobrir qual equação torna o frete grátis uma grande vantagem para o cliente, sem prejudicar os resultados da loja online.

Com todos esses desafi os pela frente trabalhados com compe-tência e foco no cliente, é possível ter uma loja online de sucesso, lucrativa e com consumidores satisfeitos.

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Chegou a hora de amadurecer

Web & business Roberto Wajnsztok

Não sei se você já viu algumas das inúmeras notícias que saem sobre empresas de internet todos os dias... “As grandes empresas de redes sociais têm difi culdades de gerar lucratividade para seus donos”, “Preferimos vender menos, mas manter nossa lucra-tividade”, “Sites de compras coletivas tem difi culdade de alcan-çar breakeven”, “Verticais de e-commerce de sucesso só come-çam a dar lucros depois de cinco anos de operação”, “Quando e-commerce começa a representar mais de 5% do faturamento da empresa, a mesma começa a perder rentabilidade”, “Empresas crescem abaixo das previsões” etc. Todas as frases ditas por pro-fi ssionais e especialistas do ramo de internet, com total conheci-mento do que estão falando, e refl exos da dinâmica desafi adora pela qual eles vêm passando, uns com menos, outros com mais dor. Quem entendeu antes e se preparou, “sofreu” menos essas dores do amadurecimento...

Quando criamos uma empresa, não importa o segmento, um elemento para mim essencial é a criação da Proposta de Valor. Longe de querer fazer desse artigo um texto de Administração de Empresas I, temos que retomar esse termo básico, pois dele partirá boa parte do sucesso ou fracasso de uma empresa. E hoje falamos de uma proposta de valor mutável, de acordo com o movimento do consumidor, que ao invés de desconstruir aquilo que foi desenhado no momento da criação de uma empresa, a revitaliza e torna sua sustentabilidade possível. As que não cons-troem e não reconstroem suas propostas de valor estão fadadas ao fi m, ou ao limbo. E por que da importância da proposta de valor? No momento da criação dessa proposta, os idealizadores e participantes dessa empresa se debruçam em uma discussão intensa sobre o posicionamento, o presente e o futuro do mer-cado onde estão inclusos. Nesse momento buscam alternativas para se diferenciar dos concorrentes e do mercado vigente, e gerar um modelo que mesmo copiado, tenha poder de se rein-ventar, quantas vezes forem necessárias.

As empresas de internet com frequência seguem o lugar comum de afi rmar que os pilares das suas propostas de valor são comodi-dade, inovação, excelência ao cliente, cauda longa, conectividade etc. Isso de fato faz sentido e as sustenta ou sustentou durante anos, e fez muitas serem vitoriosas colocando pelo menos parte disso em prática, mesmo sem a efi ciência necessária. Mas o mer-cado amadureceu, e o número de players aumentou exponen-cialmente, deixando somente a opção das empresas realmente colocarem essas propostas 110% em prática, de forma profunda e detalhada, ou mudarem para algo mais relevante e atual.

E-COMMERCE

Para quem vive o dia-a-dia do mercado de inter-

net há quase 15 anos, como eu e muitos outros

colunistas e leitores dessa revista, está claro que

chegou a hora desse mercado amadurecer. Não

há mais lugar para aventureiros ou amadores sem

conhecimento, nem para empresas sem estrutu-

ra ou desfocadas, muito menos para investidores

ou patrocinadores que não conhecem como a

dinâmica da internet funciona. Os segmentos

onde empresas detinham mais de 50% de share,

lucros em meses, e não havia muitos questiona-

mentos sobre qual rumo estaria sendo dado a

elas, desde que continuassem crescendo...aca-

bou! E esses anos todos mostraram exatamente

como esse amadurecimento vem acontecendo

no mercado e na realidade das empresas. Sorte

de quem entendeu, colocou ou está colocando

em prática os principais aprendizados.

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Roberto Wajnsztok

Graduado em Publicidade e Propaganda pelas Faculdades Integradas Hélio

Alonso - RJ, e MBA em Gestão pela ESPM - RJ. Professor de Marketing das

Faculdades Integradas Hélio Alonso, Universidade Gama Filho, ESPM - SP,

Curso Internet Innovation, Faculdade Impacta de Tecnologia. Gerente

de Internet no Shoptime.com, Comprafacil.com, e atualmente Diretor de

Marketing e Business Development do Walmart Brasil. Especialista em

Consumidor, Marketing Estratégico e Ebusiness.

E-MAIL: [email protected]

As redes sociais ainda encontram difi culdades para gerar gran-des lucros, os varejistas online multicategorias no Brasil passam por desafi os de crescimento e lucratividade, os e-commerces verticais têm seu crescimento somente alavancado por suntu-osos investimentos, os grandes sites de conteúdo vivem cres-cimentos baixos, e sobrevivem de uma publicidade de retorno recorrentemente questionável, ou seja, o mercado de internet amadurecido só será viável caso se reinvente. Se ao ler essa última frase você se lembrou de empresas que não se enqua-dram nessa afi rmação, e estão crescendo bem e de forma lucra-tiva, com certeza é porque as mesmas têm sido vitoriosas nesse processo de amadurecimento, mas são poucas.

O desafi o da revista Wide é prover conhecimento aos profi ssio-nais desse mercado, e meu papel não é diferente, então sigam meu conselho de reavaliarem imediatamente as bases que sus-tentam o modelo de negócio do que você faz parte, entendam se o crescimento de top e bottom line que planejaram estão de acordo com o tamanho e desenvolvimento do seu segmento. E o principal, se o consumidor-alvo realmente enxerga seu negócio como vencedor. Não tem como fugir, chegou a hora de amadu-recer sua empresa, seus profi ssionais e seus valores. E lembre--se, o crescimento só está começando...

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E foi justamente isso que profetizei em uma das minhas palestras em 2006: a grande preocupação nos e-commerces em como alinhar marketing e tecnologia, sem se atentar para a logística. Sabíamos que o problema estava ali, um monstro dormindo que ninguém queria cutucar. Falei, na época, que tecnologia e marke-ting teriam soluções a caminho e, em poucos anos, diversas tec-nologias de alta qualidade para e-commerce se consolidariam. Diversas empresas, formas e idéias de marketing se comprova-ram e então chegaria a vez de resolver e trazer soluções em logís-tica. A hora é agora e chegou até atrasada. Algumas empresas sen-tiram isso na pele, como nossa B2W, que até 1 semana antes das bombas de problemas com a logística começarem a explodir,c omemorava internamente a quebra de recordes e metas de volume de vendas. E hoje, teve que aprender com perda de milhões a traçar metas e recordes de qualidade de entregas com sucesso. E aí sim, comemorar.

Aproveito rapidamente para deixar agora escrita outra pre-visão, pois a do problema logístico atual eu apenas falei em um evento, e muitos não irão acreditar, então digo: os problemas logísticos, gradativamente, serão solucionados. As empresas de logística estão se informatizando, se integrando com a web e a tendência do cenário de soluções é melhorar. Com isso, os e-commeces estarão mais tranquilos em relação à tecnologia, marketing e logística. E o próximo problema a ser discutido será o de mão-de-obra, que já é gigantesco no nosso setor, mas vamos fi car por mais um tempo com a logística como “bola da vez”.

Certa vez em uma consultoria a uma grande rede de varejo, fi z uma abordagem em que aquela grande empresa deveria ser encarada, primeiramente, como uma empresa de logística. Pude perceber na hora, que alguns gerentes estranharam essa minha colocação. Então expliquei melhor: sim, é uma empresa que faz uma das principais partes do processo logístico, ao captar um produto da indústria produtora, armazenar, disponibilizar ao cliente nas prateleiras e cobrar por isso. Mostrei então na apresen-tação um gráfi co de todo o processo logístico, desde a produção até a casa do cliente e grifando onde nesse processo a empresa era responsável. Ficou bem mais claro para os presentes. Porém, o maior incômodo ainda estava por vir, ao mostrar que o papel logístico da empresa, quando deixava de ser apenas uma rede fí sica e passava a vender pela web, dobrava de responsabilidade.

Trabalhar usando esse método sempre surtiu bons efeitos. Isole a logística de sua empresa no pensamento, pense que ela é apenas uma empresa de logística do setor em que você trabalha,

Logística vence guerras

Web & business Rafael Esberard

E-COMMERCE

Para os desinformados, logística é considerada

a palavra da “moda”, para outros, apenas uma

forma moderna das empresas de transporte e

frete se posicionarem no mercado. A verdade,

no entanto, é que nunca se falou tanto nesse

nome porque centenas de empresas, sobretudo

os e-commerces, estão descobrindo, a cada dia,

que na grande maioria dos casos, é mais fácil

vender do que entregar. Parece piada, mas esta

é a dura realidade que estamos enfretando.

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Rafael Esberard

Trabalha há 15 anos com internet, é consultor de novos negócios para

grandes e médias empresas com foco na estratégia de novos empreen-

dimentos no mundo digital, em específico e-commerces. Fundou a AWM

Interactive há 10 anos, empresa especializada em desenvolvimento de e-

-commerce, e, em 2010, fundou a Hubee, empresa de consultoria com foco

no preparo, ROI e melhoria de empreendimentos de e-commerces. Possui

graduações e pós nas áreas de Gestão da TI, é palestrante e professor de

pós-graduações nas áreas de negócios e estratégias na web.

E-MAIL: [email protected]

TWITTER: @rafaelesberard

pois provavelmente representa os ossos e artérias de seu negó-cio. Todo o resto só funcionará e será saudável se eles estiverem cumprindo e fl uindo perfeitamente. Ponha um pouco de lado as outras questões. A tecnologia então entrará suavemente no momento certo como uma ferramenta que facilita e organiza. O atendimento saberá informar melhor seu cliente sobre deze-nas de problemas, baseando-se em uma logística organizada. O marketing saberá exatamente a força de venda e a capacidade de mercado que ele possui e tudo começará a funcionar melhor.

Tenho constatado no mercado, nos últimos meses, que 9 em cada 10 empresas de e-commerce têm alguma debilidade em seus processos logísticos. E mesmo aquelas 1 de 10 que não pos-suem debilidade, também acreditam que podem melhorar ainda mais o que fazem.

Então, ao pensar em montar um e-commerce, seja para seu novo negócio ou apenas uma nova frente de vendas para sua empresa, pense a logística primeiro que será necessária. Isso é tão importante que quero repetir de uma forma mais abran-gente ainda: esqueça de comprar o site ou mandar desenvolvê--lo, esqueça o desenho de sua logo ou como será sua campanha online, esqueça de contratar ou de quem quer chamar para sócio. Pare e pense nas suas necessidades e como funcionarão estes 9 processos: recebimento, armazenagem, gerência de esto-que, separação/escolha, acomodação/preparo, transporte, devo-luções, reposição e ampliação/expansão. Ficou sem ar? É normal.

Fui questionado outro dia sobre qual a forma mais comum de um e-commerce não dar certo, de quebrar. Para responder a esta questão, na verdade, fui pesquisar alguns exemplos no mundo que quebraram e o que aconteceu. Este tipo de informação é muito difí cil de se conseguir de quem quebrou, pois as pessoas não costumam contar suas derrotas, porém as reclamações de clientes perduram na web e com isso pude começar a analisar . Encontrei um cenário gigantesco, onde cerca de 70% de clientes tiveram problemas com recebimentos de produtos que compra-ram nos casos em que analisei. Pode não ser a resposta do porquê destes e-commerces terem fechado as portas. E em alguns casos não era, pois normalmente erro de logística é uma consequência e não uma causa, mas é um dado expressivo de como a logística impacta em todo o processo.

Porém, o caso é mais sério quando a logística é a causa. Em 2009, um cliente estava mantendo sua média de vendas por 8 meses seguidos e não conseguia entender como o e-commerce tinha um crescimento de 8 a 10% de cadastros ao mês e, mesmo

assim, não vendia mais do que o mês anterior. Sugeri então enviarmos um questionário aos clientes que já compraram e aos que não compravam há mais de 6 meses para saber porque não estavam comprando. Nessa pesquisa consideramos diversas opções, onde o cliente poderia escolher mais de uma, dentre elas: preço alto, site lento, atraso de entrega, falta de produtos, insegu-rança, falta de informação. No total, eram 12 opções, sendo que 3 delas lidavam diretamente com a logística. O resultado foi que 82% não compravam mais no site por: atrasos na entrega, falta de produtos e produtos danifi cados. Bem, não é preciso dizer como 82% é um número sério e expressivo em qualquer negócio.

Não foi por acaso, que escolhi para título deste artigo “O Grande L”, em referência ao “The Big L” nome dado a uma das principais forças militares utilizadas para vencer a 2ª guerra mundial. A grande logística, empenhada pelos militares americanos em sua campanha na Europa foi, reconhecidamente, na época, um dos fatores determinantes para a vitória de um dos confl itos mais famosos da história. E ainda falando sobre este episódio, é bom que se lembre que a total falha na logística de suprimentos foi um dos fatores que contribuiu, naquele momento, para a derrota nazista na Rússia. A logística não apenas vence guerras, mas sua falha, certamente, representa derrotas. Não tenha dúvida: seja qual for o campo de batalha, quem tiver a melhor logística sai sempre ganhando.

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