Upload
phamcong
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Ensino Médio: Políticas Curriculares dos
Estados Brasileiros
EQUIPECoordenaçãoGisela Lobo B. P. Tartuce
PesquisadorasClaudia Leme Ferreira DavisGabriela Miranda MoriconiLuiza ChristovMarina Muniz Rossa Nunes
Assistente de pesquisaJuliana Cedro de Souza
Pesquisadoras de campoAdriana Teixeira ReisAndréia Lunkes ConradoÂngela Castelo B. Teixeira
Consultores de disciplinaAndréia Lunkes Conrado (Matemática)Eveline Tápias (Língua Portuguesa)Roberto Catelli (História)EstatísticaMiriam Bizzocchi
Período: 02/2014 a 06/2015
Apresentar os resultados da pesquisa Ensino Médio: políticas curriculares dos estados brasileiros
Discutir aspectos relacionados à discussão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e à Medida Provisória 746
Estrutura da apresentação
Objetivos da pesquisa
Objetivo geral Construir um quadro diagnóstico e compreensivo a respeito das políticas
curriculares para o ensino médio, a partir de levantamento junto aos estadosbrasileiros.
Objetivos específicos
Estudar o que está sendo proposto como política pública para esse nível deensino no país;
verificar quais são as políticas de elaboração e implementação curricularrealizadas pelos estados investigados;
analisar aproximações e distanciamentos das políticas curriculares dos estadosem relação às normatizações e/ou programas curriculares nacionais;
identificar as recorrências e especificidades nos documentos curricularesestaduais.
Modelos e modalidades de oferta do ensino médio no país:
ensino médio regular (diurno, noturno e integral)
ensino médio integrado ao ensino técnico
ensino médio concomitante ao ensino técnico
ensino médio subsequente (pós-médio)
Foco da pesquisa: currículo do ensino médio regular e currículo prescrito
Observações iniciais
Duas diretrizes em menos de duas décadas (1998 e 2012);
Parâmetros Curriculares Nacionais para o EM (2000);
PCN+ (2002);
PNLEM (2004);
Orientações Curriculares Nacionais para o EM (2006);
Programa Ensino Médio Inovador (2009 + várias versões);
Novo Enem (2009);
Projeto de Lei 6.840 para reformulação do ensino médio (2013);
Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio (2013);
Versão preliminar da base nacional comum: “Por uma política curricular para aeducação básica: contribuição ao debate da base nacional comum a partir dodireito à aprendizagem e ao desenvolvimento” (2014).
Documentos nacionais relacionados ao currículo do EM regular
Revisão da literatura
Pesquisa bibliográfica.
Pesquisa documental, em nível federal e estadual:
levantamento de documentos relativos ao ensino médio nos sites do MEC e das27 secretarias estaduais de educação.
Políticas públicas para o ensino médio
Questionários:
envio de questionários para equipes gestoras responsáveis pelo ensino médionas 27 secretarias estaduais de educação.
Entrevistas:
com 10 secretarias estaduais de educação;
com representantes do MEC e Consed.
Coleta dos documentos curriculares em 10 estados.
Desenvolvimento da pesquisa
AM
AC
RR
PA
AP
MT
RO TO
MA
BA
PI
CERN
PBPE
AL
SE
MS
GO
DF
MG
ES
RJSP
PR
SC
RS
Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
Dez estados selecionados
Desenvolvimento da pesquisa
processo de elaboração e implementação do documento curricular
estrutura do documento
princípios norteadores do documento
organização curricular: parte comum e parte diversificada
1) Currículo do EM
breve descrição sobre a entrevista
o ensino médio na rede estadual
em questão
2) Políticas e programas para o EM
Desenvolvimento da pesquisa
Organização e análise dos dados
Análise vertical: relatórios individuais por estado.
Categorias estabelecidas a priori e a posteriori ao trabalho de campo:
Análise horizontal: análises e quadros comparativos cf. categorias de análise.
Categorias Recorrências Especificidades
1a. Processo de elaboração e implementação
Produção curricular (pós 2009) Diferentes motivações
Produção coletiva Diferentes estratégias
1b. Estrutura Polissemia de termos, na nomenclatura
dos documentos e em seu interior
Tópicos sumário e organização
documentos bem específicos
1c. Princípios norteadores e marco teórico
(1ª parte dos documentos)
Intenção de:
Superar transmissão de conhecimentos,
memorização e fragmentação
Propor um currículo mais atrativo e
enriquecedor (currículo integrado,
interdisciplinaridade e contextualização)
Propiciar formação integral aos jovens e
que acolha as diversidades
Vygotsky
1d. Organização curricular
(2ª parte dos documentos)Parte comum
Parte diversificada
Desejo de especificar nas matrizes os
conteúdos/conhecimentos comuns
Excesso de conteúdos nessa base
comum do estado
Conteúdos nem sempre são
claros nas matrizes
Desenhos das matrizes são
bastante heterogêneos
Poucos relatos, pouca variedadepouca orientação
1d. Organização curricular
Possibilitar a formação indispensável/essencial/básica comum, que deve ser garantida a todos jovens.
Possibilitar a diversificação de experiências escolares com o objetivo de enriquecimento curricular, ou mesmo aprofundamento de estudos, sob forma de disciplinas, projetos ou módulos em consonância com os interesses dos alunos e da comunidade a que pertencem.
Parte comum Parte diversificada
Parte comum: 13 disciplinas dispostas em matrizes curriculares
PD: praticamente não aparece
Parte comum: exemplo de análise comparativa das matrizes curriculares
Estado PA CE ES SP RR MS PI MA DF SC
O quê ensinar
Apresentação de área
Apresentação de cada disciplina
Quadro competências por área
Quadro competências por disciplina
Conteúdos (por disciplina)
Divisão no tempo
Como ensinar (instruções a respeito)
Princípios metodológicos
Sugestões de atividades
Como avaliar (instruções a respeito)
Princípios avaliativos
Sugestões de avaliação
Outros materiais de apoio
Parte comum: o quê ensinar
A organização do currículo se dá por área de conhecimento, mas as propostassão apresentadas por disciplina.
Não há detalhamento de como as disciplinas podem ser integradas nas áreas deconhecimento ou, mesmo, entre elas.
5 estados (ES, DF, MS, SC, SP) possuem uma apresentação das áreas deconhecimento.
5 estados (ES, CE, MA, RR e SP) possuem apresentação para as disciplinas.
Parte comum: o quê ensinar
9 estados pretendem especificar o que deve ser ensinado ao longo do ensino médio,seus conteúdos “essenciais”, mesmo quando não são assim denominados.
Em 4 estados, adota-se o emprego de uma nomenclatura particular para mencioná-los:
“conteúdo básico comum” (ES);
“conteúdos básicos” (SP);
“padrões básicos de aprendizagem” (PI e MA).
8 estados recorrem às competências, e, por vezes, às habilidades, como fins a seremalcançados por meio dos conteúdos escolares.
Distrito Federal apresenta conteúdos em sua matriz curricular, mas não indicacompetências.
Santa Catarina não recorre a uma lista de conteúdos; trabalha com a ideia de conceitosestruturantes.
Excesso de conteúdos e nem sempre são claros nas matrizes curriculares.
Exemplo 1. São Paulo. MatemáticaProposta que procura articular blocos de conteúdos, competências e habilidades nadisciplina, com maior nível de detalhamento. Organização bimestral.
Exemplo 2. Roraima. MatemáticaProposta que procura articular eixos temáticos a blocos de conteúdos, com menor nívelde detalhamento. Organização anual.
Quadro - Competências e Habilidades em Matemática
Parte comum: o quê ensinar (Matemática)
• Organizam o ensino por objetivos;
• privilegiam aprendizagens tentando articular conteúdos, competências e habilidades;
• alinham conteúdos a conceitos/eixos estruturantes;
Princípios da organização dos
conteúdos
• Por área de conhecimento (Linguagens, Ciências da Natureza, Matemática e Ciências Humanas);
• por disciplina (Português, Matemática, História, Biologia, ...);
• por blocos de conteúdos (da própria área de conhecimento);
• por eixos temáticos (perspectiva transversal ou interdisciplinar);
• por conceitos estruturantes (relacionado às áreas de conhecimento ou a própria disciplina).
Organização do trabalho
disciplinar
Parte comum: o quê ensinar (Matemática)
• Para o ensino médio (MA, PI)
• Para cada ano/série (DF, ES, PA, RR)
• Para o bimestre em cada ano/série (CE, MS, SP)
Organização temporal dos
conteúdos
• Sem indicação de conteúdos (SC);
• especificação mais genérica por blocos de conteúdos por área ou disciplina sem detalhamento;
• com especificação de tópicos detalhados por assunto.
Seleção e nível de
detalhamento dos conteúdos
• Conteúdos apresentados sem articulação ao longo dos anos/séries do ensino médio, sem evidencias de progressão ou aprofundamento temático;
• tentativa de articular conteúdos em uma sequência progressiva entre os anos/séries com aprofundamento de temas e conteúdos.
Progressão e organização
sequenciada de conteúdos
Parte comum: como ensinar e como avaliar
A maioria dos estados oferecem, em seus documentos, princípiosmetodológicos destinados a orientar a docência.
A minoria dos estados possuem sugestões de atividades didáticas emmateriais de apoio.
A maioria dos estados disponibilizam, em seus documentos, princípiosavaliativos.
DCNEM/2012
Art. 14: O Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, concebida como conjunto orgânico,
sequencial e articulado, deve assegurar sua função formativa para todos os estudantes, sejam
adolescentes, jovens ou adultos, atendendo, mediante diferentes formas de oferta e organização:
XI - a organização curricular do Ensino Médio deve oferecer tempos e espaços próprios para estudos
e atividades que permitam itinerários formativos opcionais diversificados, a fim de melhor
responder à heterogeneidade e pluralidade de condições, múltiplos interesses e aspirações dos
estudantes, com suas especificidades etárias, sociais e culturais, bem como sua fase de
desenvolvimento;
Art. 17. Os sistemas de ensino, de acordo com a legislação e a normatização nacional e estadual, e na
busca da melhor adequação possível às necessidades dos estudantes e do meio social, devem:
III - fomentar alternativas de diversificação e flexibilização, pelas unidades escolares, de formatos,
componentes curriculares ou formas de estudo e de atividades, estimulando a construção de
itinerários formativos que atendam às características, interesses e necessidades dos estudantes e às
demandas do meio social, privilegiando propostas com opções pelos estudantes.
Parte diversificada
Parte diversificada
Pouco se viu nos documentos curriculares e pouco se ouviu nas entrevistas.
Pouca variedade, pouca inovação: obrigatoriedade da oferta do Inglês e do Espanhol.
Não há opções para o jovem escolher entre componentes eletivos .
Limitações dos estados: quais são as condições para a escola propor atividadesinovadoras?
Infraestrutura e condições institucionais; profissionais com formação adequada; composição da grade curricular; resistências dos docentes.
Pouca orientação: qual o papel da rede estadual na composição da parte
diversificada?
Discurso sobre autonomia das escolas e possibilidades formativas diversas (componentes eletivos)
XNão são dadas condições para que as escolas diversifiquem ou façam inovações
Núcleo comum
Esforço dos estados deve ser valorizado: como se dará a implementação da BNCC?
Temporalidades das discussões prejudicaram planejamento conjunto:
BNCC: discussão não possibilitou a reflexão sobre o número de disciplinasno ensino médio ou a sua extensão; apenas o programa de cada umadelas.
MP pretende resolver a questão do número de disciplinas.
O currículo tem a ver com a BNCC; a MP mexe na estrutura do ensino médioregular. Como?
Questões sobre a BNCC e sobre a MP a partir da pesquisa
Foco nas 13 disciplinas Excesso de conteúdos Ênfase na preparação para o ensino superior
Não há espaço para ParteDiversificada
É preciso rever conteúdos do currículo do Ensino Médio
Enem dita os modelos, embora não oficialmente nos documentos curriculares estaduais
Diversificação
LDB/96 e DCNEM/2012: estrutura do regular é a mesma e diversifica o currículo em si:
Mesma formação básica e possibilidade de um currículo flexível na PD, pormeios de componentes eletivos diversificados (projetos, módulos, etc.).
Desenho da BNCC: 60% núcleo comum e 40% diversificada.
MP/2016: o caminho é diversificado na estrutura do ensino médio regular:
não se trabalha com a perspectiva de componentes eletivos ao longo docurso, mas de ênfases separadas a partir do 2º ano.
A trajetória diversificada já existe, porque há diferentes modalidades de ensino médio:
Como fica o ensino médio integrado, modalidade hoje existente?
A PD não é um instrumento interessante para flexibilizar, para ofertar experiências maisdiversificadas?
Como possibilitar mecanismos para ajudar estados a oferecer essa PD?
Questões sobre a BNCC e sobre a MP a partir da pesquisa
Obrigada!!
http://www.fvc.org.br/estudos-e-pesquisas/2015/
Gisela Lobo Tartuce: [email protected]
Marina Nunes: [email protected]