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ENSINO SUPERIOR PÚBLICO + CIÊNCIA & TECNOLOGIA = BASES DE UM BRASIL SOBERANO. Newton Lima Neto Reitor da UFSCar (1992-1996) Prefeito de São Carlos (2001-2008) São Paulo, 10 de junho de 2010. Introdução. - PowerPoint PPT Presentation
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ENSINO SUPERIOR PÚBLICO +ENSINO SUPERIOR PÚBLICO +CIÊNCIA & TECNOLOGIA =CIÊNCIA & TECNOLOGIA =
BASES DE UM BRASIL SOBERANOBASES DE UM BRASIL SOBERANO
Newton Lima NetoNewton Lima Neto
Reitor da UFSCar (1992-1996)Reitor da UFSCar (1992-1996)
Prefeito de São Carlos (2001-2008)Prefeito de São Carlos (2001-2008)
São Paulo, 10 de junho de 2010São Paulo, 10 de junho de 2010
Introdução
Como manter a soberania do Brasil sem defender suas riquezas, sem promover seu
desenvolvimento educacional, científico e tecnológico e sem respeitar os direitos mais
elementares e essenciais à dignidade do ser humano? A busca da eficiência – tão
pregada aqui e alhures – precisa ser assegurada pela correção de rotas e erros, e não
pelo enxugamento do Estado. Porque sem o Estado, a nação se desintegrará!
Introdução
A posição do Estado, com relação às instituições de ensino superior público e às
instituições científicas, deve ser norteada pelas características de seu trabalho, aliadas
à sua importância social e econômica. Dar-lhes condições administrativas e
financeiras ajustadas a tais características e importância central na economia, não
deve ser considerado um privilégio. Ao contrário, deverá ser parte de um
planejamento objetivo em que se atenda às condições necessárias para que essas
instituições produzam os resultados que delas se esperam.
Expansão do Ensino Superior Público: compromisso com a cidadania
Como veremos a seguir, se é correto afirmar que nos últimos anos muito foi feito,
igualmente verdadeiro é admitir que os desafios a serem enfrentados ainda são
enormes.
Não obstante, é preciso matizar o debate e cotejarmos a situação atual com a de um
passado próximo, a fim de verificarmos o saldo das diferentes concepções que
estiveram à frente do Estado brasileiro nas últimas décadas.
Escolas Técnicas Federais
2002: 140 Escolas Técnicas Federais.
Governo FHC 1995-2002: criação de 8 novas Escolas Técnicas Federais nesse período (expansão de 6% em 8 anos).
Obs: Lei 9.649/98 (Art. 47: “A expansão da oferta de educação profissional, mediante a criação de novas unidades de ensino por parte da União, somente poderá ocorrer em parceria com Estados, Municípios, Distrito Federal, setor produtivo ou organizações não-governamentais, que serão responsáveis pela manutenção e gestão dos estabelecimentos de ensino”).
2010: até o fim deste ano o número de Escolas Técnicas Federais deverá chegar a 354 (expansão de mais de 150% em 8 anos de Governo Lula).
Expansão da Educação Profissional
Expansão do Ensino Superior Público: compromisso com a cidadania
Número de Escolas Técnicas Federais
132 134 137 137 138 140 140 140 144 144 145158
187
215
304
354
0
50
100
150
200
250
300
350
400
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Expansão do Ensino Superior Público: compromisso com a cidadania
Fonte: MEC, 2010.
Universidades Federais
2002: 43 Universidades Federais.
Governo FHC 1995-2002: nenhuma nova Universidade Federal foi criada nesse período. Apenas houve mudança de nomenclatura em 4 Escolas Superiores, que passaram a ser designadas Universidades Federais (e.g., a Escola Paulista de Medicina/EPM foi transformada em Universidade Federal de São Paulo/UNIFESP).
2010: até o fim deste ano o número de Universidades Federais deverá chegar a 59 (expansão de quase 40% em 8 anos de Governo Lula).
Obs: neste mesmo período, o número de campi saltará de 96 para 196, mais do que dobrando em apenas 8 anos. Somente no Estado de São Paulo, temos a criação da Universidade Federal do ABC (UFABC) e 9 novos campi (principalmente na capital e grande São Paulo).
Expansão das Universidades Federais
Expansão do Ensino Superior Público: compromisso com a cidadania
Número de Universidades Federais
39 39 39 39 39 40 4043 44 45
52 53 5355
59 59
0
10
20
30
40
50
60
70
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Expansão do Ensino Superior Público: compromisso com a cidadania
Fonte: MEC, 2010.
Número de Campi das Universidades Federais
Fonte: MEC, 2010.
90 90 90 91 91 9196 96 96 98 101
159 159 162170
196
0
25
50
75
100
125
150
175
200
225
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Expansão do Ensino Superior Público: compromisso com a cidadania
No mais importante Estado da nação, o descaso é histórico e é onde os estudantes têm de enfrentar a mais acirrada concorrência do país por uma vaga na universidade pública (14 alunos para cada vaga versus 7 alunos para cada vaga no restante do Brasil).
Crescimento no número de vagas ofertadas nas Universidades Federais do
Estado de São Paulo
Expansão das Universidades Federais em São Paulo
Expansão do Ensino Superior Público: compromisso com a cidadania
Fonte: MEC, 2010.
Obs: de 1.889 vagas oferecidas nas Federais paulistas em 2002, passou-se para 7.861 em 2009.
43%
316%
0%
50%
100%
150%
200%
250%
300%
350%
Governo FHC (1995-2002) Governo Lula (2003-2010)
Crescimento no número de vagas ofertadas nas Universidades Públicas do Estado de São Paulo (2003-2008)
Estaduais Paulistas (USP, UNESP e Unicamp) x Federais Paulistas
Expansão das Universidades Públicas em São Paulo
Expansão do Ensino Superior Público: compromisso com a cidadania
25%
260%
0%
50%
100%
150%
200%
250%
300%
Estaduais Paulistas (Governo Alckmin/Serra) Federais Paulistas (Governo Lula)
Fonte: MEC, 2010.
Instituído pelo Governo Federal em 2004, desde sua criação até o fim deste ano o Programa Universidade para Todos (ProUni) terá atendido mais de 1 milhão de estudantes. É dirigido aos estudantes egressos do ensino médio da rede pública ou da rede particular na condição de bolsistas integrais, com renda per capita familiar de até 3 salários-mínimos.
O ProUni possui também ações conjuntas de incentivo à permanência dos estudantes nas instituições, como a Bolsa Permanência, o convênio de estágio MEC/CAIXA e o FIES/Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, que possibilita ao bolsista parcial financiar até 100% da mensalidade não coberta pela bolsa do programa.
Ao lado dele, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), garantirá quase o triplo de vagas nas Federais de São Paulo em 2012 quando comparadas a 2007 (ano de seu lançamento).
ProUni e REUNI
Expansão do Ensino Superior Público: compromisso com a cidadania
Lançada em 2006, a UAB oferece cursos de Educação Superior à distância. Esta modalidade de ensino, há muito existente em países desenvolvidos, até então era completamente ignorada em um país de dimensões continentais como o Brasil. É neste contexto que a UAB nasce com o compromisso de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de Educação Superior no país e saldar parte da secular dívida com os cidadãos historicamente alijados do acesso ao ensino superior. Este é um imperativo da cidadania em tempos da chamada “sociedade do conhecimento”, e o mesmo tem sido realizado, por exemplo, na área de Ciência & Tecnologia – com crescimento recorde de investimentos e o fim do contingenciamento dos Fundos Setoriais.
No Estado de São Paulo, a UAB tem 47 pólos com quase 10.000 alunos já matriculados.
Universidade Aberta do Brasil / UAB
Expansão do Ensino Superior Público: compromisso com a cidadania
O ProUni, somado ao REUNI, a UAB e a expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica, ampliam significativamente o número de vagas na educação superior brasileira e paulista e, dessa forma, agem como poderosos instrumentos no processo de democratização do acesso – ainda em curso – dos cidadãos ao ensino superior público.
Educação de qualidade e para todos, ensino à distância, métodos para avaliação de milhões de alunos em todo território brasileiro, aproximação da educação formal do ambiente de trabalho, nada disso é possível se não investirmos em Ciência e Tecnologia.
Expansão do Ensino Superior Público: compromisso com a cidadania
Ciência e Tecnologia: o desafio da “sociedade do conhecimento”
A reinvenção do mundo e das suas instituições a partir da recuperação da capacidade de criar e sonhar, conforme proposto pelo Presidente Lula na mensagem enviada ao Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça) quando do recebimento do título de “Estadista Global”, passa necessariamente pela compreensão de como cada país se comportará frente à uma sociedade global cuja economia se encontra cada mais atrelada à produção e uso de conhecimentos. Ciência e tecnologia jogam, assim, um papel ainda mais estratégico no aprofundamento ou na gradual superação do atual paradigma econômico baseado na concentração de riqueza, no consumo de massa de bens padronizados e na intensiva exploração de recurso não-renováveis.
Aqui há muito a ser mostrado e, infelizmente, o espaço desta apresentação não nos permite um painel mais amplo do quanto estamos avançando nesta área. A despeito disso, vale a pena olharmos alguns números que permitirão enriquecer ainda mais nosso debate. Vejamos:
Ciência e Tecnologia: o desafio da “sociedade do conhecimento”
Número de mestres e doutores titulados por ano
Ciência e Tecnologia: o desafio da “sociedade do conhecimento”
Fonte: MCT, 2010.
5.600
20.100
11.340
38.200
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
Doutores Mestres
Governo FHC (penúltimo ano degestão/2001)
Governo Lula (penúltimo ano degestão/2009)
O número de publicações aumentou 218% entre 2000 e 2008.
O Brasil responde, atualmente, por 2,12% da produção científica mundial.
Artigos científicos do Brasil, indexados no ISI (Institute for Scientific Information)
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 080
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
núm
ero
de a
rtig
os%
em relação à produção m
undial
Ciência e Tecnologia: o desafio da “sociedade do conhecimento”
Fonte: MCT, 2010.
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
90.000
100.000
110.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
CAPES
CNPq
35.626
55.782
70.023
63.058
bolsas-ano implementadas
Meta 2010 para bolsas: 105.000 CNPq e 65.000 CAPES.
Número de bolsas de todas as modalidades
Ciência e Tecnologia: o desafio da “sociedade do conhecimento”
Formação, capacitação e fixação de recursos humanos
Fonte: MCT, 2010.
Formação, capacitação e fixação de recursos humanos
Número de bolsas-ano de pós-graduação no país e no exterior(mestrado e doutorado plenos, sanduíche e pós-doutorado)
24.9
36
25.8
73
27.2
15
28.2
92
29.7
29
32.9
01
35.6
26 45.2
90
12.7
31
12.5
53
12.7
83
14.1
48
15.2
12 16.4
91
17.3
56
18.4
21
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
CNPq CAPES
Ciência e Tecnologia: o desafio da “sociedade do conhecimento”
Fonte: MCT, 2010.
Criação do Plano de Ação 2007-2010 Ciência, Tecnologia e Inovação para o
Desenvolvimento Nacional (PAC C,T&I), com investimentos de R$ 41,2 bilhões, destinados a 4 prioridades estratégicas: (a) expansão e consolidação do Sistema Nacional de C,T&I; (b) promoção da inovação tecnológica nas empresas; (c) pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) em áreas estratégicas; e (d) C,T&I para o desenvolvimento social.
O PAC C,T&I foi construído de forma articulada com o Programa de P,D&I da Petrobrás e de Apoio à Inovação do BNDES e se integra com a PDP/Política de Desenvolvimento Produtivo, o PDE/Plano de Desenvolvimento da Educação, o PDA/Plano de Desenvolvimento da Agropecuária, o Programa Mais Saúde e a PDN/Política de Defesa Nacional.
Ciência e Tecnologia: o desafio da “sociedade do conhecimento”
Vale ainda destacar a criação do Sistema Brasileiro de Tecnologia/SIBRATEC, para o apoio ao desenvolvimento tecnológico das empresas brasileiras, bem como a instituição de marcos legais para o incentivo à inovação nas empresas nacionais (Lei do Bem e outras) e a inédita Secretaria Nacional de Inclusão Social do MCT (SECIS).
Ciência e Tecnologia: o desafio da “sociedade do conhecimento”
Considerações finais
Assim, no presente século, só haverá lugar para uma inserção soberana no concerto das nações para os países que investirem pesadamente no ensino superior público combinado a vigorosas políticas públicas na área de ciência e tecnologia. Estas são as tarefas colocadas a nós brasileiras e brasileiros de todas as regiões.
Da confrontação da vida real com nossos sonhos, cabe reinventarmos espaços de participação ampliada da cidadania. Cada vez mais só é possível pensarmos uma sociedade democrática, ambientalmente sustentável e socialmente justa, a partir das premissas acima elencadas. O desafio está lançado!
Newton Lima Neto
Blog: newtonlima.blogspot.com
Twitter: twitter.com/profnewtonlima
E-mail: [email protected]
Cel: (16) 8135-2104