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coração o que diz o n. 01 | AGOSTO | 2010 uma publicação da Biolab exclusiva para médicas e médicos n. 01 | SET / OUT | 2010 POR UM SENTIDO Quem é a Geração Y, e o que ela nos ensina sobre a felicidade UNIDAS PELO BEM As incríveis histórias da Rede Feminina de Combate ao Câncer AMIGAS DE SANGUE Mulheres contam como transformaram a relação de mãe e filha em amizade AOS 20, 30, 40, 50, 60 Os melhores alimentos e hábitos para manter a saúde em todas as fases + CULTURA Livros e filmes para entender as mulheres e o amor + PODER Onde elas mandam – e onde precisam conquistar espaço Nos dias felizes, ele bate mais forte. Em outros, parece partir em mil pedaços. A paixão muda a vida – e o seu corpo também

Entender a mulher #1

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Entender a Mulher é uma revista customizada da Editora MOL para o laboratório farmacêutico Biolab. Feita para médicos, é uma publicação sobre mulheres brasileiras. Fala de comportamento, de emoções, de vida: nossa proposta é levar aos profissionais de saúde um conteúdo que favoreça uma visão mais integral do bem-estar feminino, contribuindo para que conheçam e atendam melhor suas pacientes. Distribuída gratuitamente em consultórios e hospitais em todo Brasil, Entender a Mulher é trimestral, tem52 páginas e tiragem de 40 mil exemplares. As reportagens da revista são sobre comportamento, relações, saúde, cidadania, família, trabalho, política, ciência e cultura. Trazem pesquisas científicas, entrevistas com especialistas e muitas histórias de vida, em matérias que são estritamente editoriais – o conteúdo publicitário, assinado pela marca, é distinto do conteúdo, como em qualquer revista que você lê.

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Page 1: Entender a mulher #1

coraçãoo que diz o

n. 01 | agosto | 2010

uma publicação da Biolab exclusiva para médicas e médicos

n. 01 | SET / OUT | 2010

Por um sentidoQuem é a Geração Y, e o que ela nos ensinasobre a felicidade

unidAs PeLo bemAs incríveis histórias da Rede Feminina de Combate ao Câncer

AmigAs de sAngueMulheres contam como transformaram a relação de mãe e filha em amizade

Aos 20, 30, 40, 50, 60Os melhores alimentos e hábitos para manter a saúde em todas as fases

+ CULTURA Livros e filmes para entender as mulheres e o amor + PODER Onde elas mandam – e onde precisam conquistar espaço

Nos dias felizes, ele bate mais forte. Em outros, parece partir em mil pedaços. A paixão

muda a vida – e o seu corpo também

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set/out 2010 << entender a mulher 3

cOlabOradOrESFelipe Gressler (tratamento de imagem) | Eduardo Toaldo (revisão)

EdiTOra-chEfE Roberta Faria EdiTOra Tatiana Bandeira rEpórTErES Mariana Gomes, Rita Loiola, Sheyla Miranda

ESTaGiÁria dE TExTOJuliana Dias dirETOra dE arTE Claudia Inoue EdiTOra dE arTE Danielle Bidóia

dESiGnErS Larissa Ribeiro, Paula Bittar ESTaGiÁriOS

dE dESiGn Karine Tressler, Luana Almeida pESqUiSa

E prOdUçãO Claudine Luz aTEndimEnTO Amanda Rahra

aGradEcimEnTOS CAPA Corporeum (21) 2511-1141 TIPoS Polly Maggoo (11) 3813-4627 HISTóRIA DE MãES

Squat (11) 3081-4317, Restaurante Tordesilhas -(11) 3107-7444, Ponto do Livro, Café e Art (11) 2337-0507

fOTO dE capa Karina Belloli (Agência Lumiére) foi fotografada por Rodrigo Braga. Assistente de fotografia: Alexandre Braga. Beleza:

Daniel Brazil (Agência First). Produção de moda: Cris Vianna. Tratamento de imagem: Felipe Gressler.

DIREToRA EDIToRIAL roberta FariaDIREToR ExECuTIVo rodrigo Pipponzi

rEalizaçãO

cEO Cleiton de Castro Marques VicE-prESidEnTE cOmErcial S.C. Capelli dirETOr dE markETinG Jailson Bispo markETinG Vulmeron Borges Marçal Neto, Tito Marques Ferreira, Giselle Schuster cOmUnicaçãO Daniela Masson dirETOria médica

Dr. Fernando Fernandes e Dra. Egle oppi anúnciOS Artgraphic Publicidade

Não faz muito tempo, elas eram divididas da maneira mais rasa: havia as solteiras e as casadas, simplesmente. Dê uma olhada na sua sala de espera hoje. Provavelmente, faltarão dedos e categorias para classificar as mulheres que vão ao consultório – e que você encontra todos os dias nas ruas, no res-taurante, no clube, na escola, no hospital, no shopping.

Elas mudaram, e muito. Os últimos 30 anos fizeram mais pelas mulheres do que os últimos 300. Nesse período, elas colocaram de fato em prática as conquistas das revoluções culturais dos anos 1960. E tomaram o mercado de trabalho, superaram os homens na educação, viraram donas de seus narizes, passaram a decidir o consumo, ganharam mais atenção na saúde e espaço para dizer o que pensam. De simplesmente solteiras ou casadas, agora elas podem ser o que bem entenderem, sem se encaixar em nenhum estereótipo.

A gente sabe: entender quem são as mulheres parece uma missão grande demais. Mas conhecê-las melhor pode fazer a diferença em um atendimento. O estilo de vida, as atitudes, os valores, os dilemas das suas pacientes afetam a saúde, o bem-estar e até a eficácia do tratamento delas.

Foi por isso que criamos esta revista. Ela não é uma publicação médica. Nem uma revista feminina. É uma revista para profissionais de saúde com-preenderem melhor as mulheres que atendem todos os dias. E, por isso, é sobre elas que fala: como vivem, como se sentem, o que buscam. Trata de relacionamentos, das pequenas experiências cotidianas, da saúde sob a perspectiva das emoções. E faz isso não só com pesquisas, mas também com histórias de mulheres comuns, médicas e pacientes como você.

Esperamos que seja útil e inspirador para o seu trabalho. Conte-nos o que você achou, sugira pautas, mande histórias que se passam na sua sala. Mais do que uma revista, queremos construir um espaço de relacionamento, que ajude você – e a nós – a fazer um trabalho melhor pelas mulheres do Brasil.

TiraGEm40 mil exemplares

imprESSãOPlural

Entender a Mulher é impressa em papel LWC 60g

falE cOm a GEnTE: [email protected]

Telefone (11) 3034-3839 Rua Andrade Fernandes, 303, loft 3,

São Paulo/SP, CEP 05449-050

sala de esperaAs mulheres na

EquIPE EntEndEr a MulhEr

Editorial

Sobre a BiolabA Biolab está entre os maiores laboratórios brasileiros. Nós desenvolvemos me-

dicamentos e dermocosméticos e nos orgulhamos em ser referência na área de

inovação em saúde. Buscamos sempre soluções para melhorar a qualidade de

vida das pessoas: investimos em pesquisa, desenvolvimento e inovação por

meio de parcerias com universidades e centros de pesquisa. Nosso foco são os

medicamentos sob prescrição médica nas especialidades de cardiologia, gine-

cologia, reumatologia, ortopedia, clínica médica, pediatria, endocrinologia, ge-

riatria e dermatologia. Por meio de um contínuo e intenso trabalho junto a você

e seus colegas, oferecemos mais de 100 produtos que viabilizam um tratamento

seguro à população. Ao longo da revista, você irá conhecer melhor, em publiedi-

toriais, algumas de nossas marcas. Boa leitura!

Page 4: Entender a mulher #1

08 TiposPor mais sentido na vida. O que as jovens da Geração Y pensam sobre o futuro — e como vão chegar lá.

Na médiaOs números não mentem: as mulheres estão dominando o mundo.

aos 20, 30, 40, 50, 60Saiba o que não pode faltar no seu prato — ou sobrar — em cada fase da vida.

capaO sentimento que faz o coração bater mais forte é também o que as mulheres mais buscam durante a vida. Entenda mais sobre a paixão.

São Paulo tem

Mais do que a Suíça e a Alemanha!

1 médico paracada 238 habitantes.

Já Roraima tem

pacientes por médico. Sudão e Haiti têm índices

melhores.

10.306

para cada1 médico

578brasileiros.

4 O que tem nesta edição:

No consultório

06

22 32

Page 5: Entender a mulher #1

set/out 2010 << entender a mulher 5

No Brasil, as mulheres vivem,

em média,

a mais do que os homens.

7 anos

Uma das razões: elas

se preocupam mais com a

saúde.

16 GuerreirasGeração após geração: conheça as mulheres da Rede Feminina de Combate ao Câncer, que dedicam a vida para ajudar o próximo.

para eNTeNderLivros, filmes, músicas e mais! Para tentar entender o quê, afinal, as mulheres desejam no amor.

HisTórias de mãesConfiança, perdão e companheirismo. Porque depois de serem mães e filhas, elas se tornaram grandes amigas.

os Homens

estão à frente em cardiologia, cirurgia geral, medicina do trabalho, ortopedia

e urologia.

as mulHeresdominam as áreas de clínica médica,

ginecologia e obstetrícia, pediatria

e dermatologia.

são homens.

são mulheres.

61%

39%

das consultas

das internações são de pacientes

mulheres.

54%

e 59%

Há cerca de

médicos no Brasil.

330 mil

não têm registro de

especialidade.

47%dos médicos não cursam residência.

61%

Quem somos?

Mais cuidado

36 42

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Sim, elaspodem

Texto Rita Loiola e Roberta Castro

NuNca aNTes Na HisTória desTe

país as mulHeres Tiveram

TaNTo poder. Não se TraTa só

do recorde de caNdidaTas

Nas eleições. elas Também

coNTrolam o diNHeiro,

as escolas, as relações...

e aiNda Têm muiTo a coNquisTar

Elas constroem

1932

1990 20101928 1933

1994

POLíTiCA

a lei exige que elas representem 30% dos candidatos de cada partido. mas ainda não ocupam as cadeiras na mesma proporção. a julgar pelos números das eleições de 2010, é questão de tempo

eleita no rio Grande do Norte a primeira

prefeita do país.

mulheres votampela primeira vez no brasil.

primeira deputada federal eleita.

primeiras senadoras

eleitas.

primeira governadora

eleita no país.

mulheres na eleição à presidência.

Linha do tempo

Embora Elas sEjam mais da mEtadE dos ElEitorEs, dE cada 10 candidatos Em 2010,

ElaS São...

11% dos deputados estaduais

8% dos deputados federais

14% dos senadores

11% dos governadores

Uma nova geração promete mudar isso: na faixa de candidatos entre 18 e 20 anos, há mais mulheres do que homens na disputa.

são mulhErEs. apenas 2,2

6 Na média: Mulheres em números

Arch

ive

Hol

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s Inc

. / G

etty

Imag

es

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set/out 2010 << entender a mulher 7

elas recebem 6 de cada 10

Elas mandam

Elas mandam

Elas ganham Elas competemCOmPRAs

RELAçõEs

EDUCAçÃO NEgóCiOs

ok, isso você já imaginava. só não sabia quanto dinheiro elas são capazes de gastar

elas ainda não atingiram a igualdade. mas estão escalando degrau por degrau – ou construindo a própria escada

elas cuidam da casa e da família. e também decidem quando o amor acaba

MESMo QuE ElES paguEM a coNta

80%das decisões de compra são influenciadas por mulheres

a palavra final é dEla nas compras dE...

cosméticos 93%

91%imóveis

58 %eletrônicos

82%alimentos

92%pacotes turísticos

DE caDa R$ 10 coNSuMiDoS coM BENS ou SERviçoS No BRaSil,

r$ 6,50 são gastos pElas mulhErEs, num total anual dE

trilhõeSr$ 1,3

elas têm mais anos de estudo e estão tomando posse de profissões que até ontem eram coisa ‘de homem’

2 %

15%

engenharia civil

11%

36%

medicina

13%

40%

direito

18%

51%

odontologia

32%

65%

farmácia

mulheres na profissão em 1970mulheres na profissão hoje

Em 2009, ELAs COmPRARAm

43 %DOs CARROs NOvOs,

(Provavelmente, porque 99% dos homens pedem opinião feminina ou ouvem mesmo sem pedir...)

mAs PALPiTARAm NAs vENDAs DE

90% dos automóveis

diplomas no ensino superior no brasil

em 7 de cada 10 lares, elas controlam o orçamento

7 em cada 10 pedidos de separação judicial são feitos por elas

71 %

89%

das brasileiras são independentes financeiramente. Entre os homens, essa taxa é maior

Nas empresas com mais de 1,5 mil funcionários,

paRa caDa 4 DiREtoRES

há apENaS 1 DiREtoRa

EM MéDia, aS MulhERES REcEBEM 30% A MEnOs dO QuE Os hOMEns

Em 2009, pela primeira vez, o número de empreendedoras superou o de homens

De caDa 100 empresas abertas nos últimos três anos e meio, 53 pertencem a mulheres

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8 Tipos: Mulheres de hoje

vidaPor um sentido na

ELAS ABREM MãO DA ESTABiLiDADE PARA ENCONTRAR

REALizAçãO. CONhEçA AS MuLhERES DA GERAçãO Y,

quE vêM ENSiNANDO AO MuNDO quE TODOS OS

DESAFiOS vALEM A PENA NA BuSCA DA FELiCiDADE

Para dar conta de todas as reviravoltas na sua bio-grafia, Gica Trierweiler fala rápido. Nascida em Blu-menau, no interior de Santa Catarina, ela deixou para trás um emprego estável como publicitária – porém desgastante, em que trabalhava até 16 ho-

ras por dia – e foi viver na Colômbia. Lá, com um expediente curto numa universidade, pôde pensar em si, reorganizar desejos e dar um novo rumo à sua história. De volta ao Brasil, não demorou a se mudar para Florianópolis, cidade que a esperava com um emprego em uma agência de publicidade bacana. Na mesma época, foi morar com o namorado. A cer-ta altura, a realidade azedou. Desencantada com o trabalho e o parceiro, arrumou de novo as malas, desta vez com destino a São Paulo. Os passos de Gica cresceram à proporção da capital paulista, onde virou redatora de uma grande agência de marketing e conheceu um novo amor. Casou-se de véu e papel passado, com direito a festa para os amigos dos vários lugares em que morou. E é nessa cidade que nascerá seu primeiro filho, esperado para janeiro próximo.

texto Sheyla Miranda fotos Raoni Maddalena

8 entender a mulher >> set/out 2010

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A pensar na quantidade de aconte-cimentos, a história de Gica parece ser a de uma mulher madura: passagens por cidades e empregos diversos, dois casamentos e uma criança planejada na conta. Mas ela tem apenas 25 anos. E sua trajetória é um exemplo certeiro de como a vida tem acontecido para a chamada Geração Y, a qual pertence os nascidos entre 1979 e 1990. Moldados por mudanças sociais, econômicas e culturais tremendas – da democracia política à estabilidade da moeda, da tomada feminina do mercado de tra-balho às novas tecnologias de comuni-cação –, esses jovens têm sido razão de pesquisas e polêmicas. Como cresce-ram em um mundo radicalmente dife-rente, agem e pensam como nenhuma geração anterior. No entanto, o desafio de entender quem são – e, particu-larmente, o que querem essas jovens mulheres – parece mais simples ao ouvi-las. Porque todas têm uma busca comum: encontrar um sentido na vida.

Só SE for bom Para conhecer uma cultura, uma boa medida é olhar para como funcionam seus relacionamentos. A Geração Y foi a que colocou em pauta o termo “fi-car”, para designar seus namoros sem compromisso. Mas o que foi alardeado como sinal de que o casamento sairia de moda, no entanto, não se compro-vou. Embora mais livres do que as ge-rações anteriores, as jovens mulheres brasileiras continuam querendo es-tabelecer compromissos. Segundo os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de matrimônios cresceu 34,8% entre 1998 e 2008. O que elas mudaram foi a duração das histórias. Nesse mes-mo período, os divórcios também cres-ceram e, em 2008, chegaram ao recorde de cerca de uma separação definitiva para cada quatro casamentos.

Os altos índices vão ao encontro de uma conclusão de Ailton Amélio, psicólogo especialista em relaciona-mentos da Universidade de São Paulo:

set/out 2010 << entender a mulher 9

gica: currículo longo e internacional, dois casamentos e um filho. e ela só tem 25 anos

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9 pistas para reconhecer uma Y

1» Elas são multitarefa. Escrevem, falam no telefone, assistem à TV, pintam a unha e navegam em 12 sites ao mesmo tempo. E prestam atenção em tudo.

2» Encaram o celular como uma extensão natural do corpo e não lembram como era a vida sem internet e computador. Aliás, tinha vida?

3» É pela tecnologia que alimentam suas relações. Por SMS e nas redes sociais, como Facebook e Twitter, elas se mantêm em dia com a turma.

4» O horário comercial padrão não faz sentido para elas. É comum fazerem academia às 7h ou saírem do escritório às 22h. Mas sofrem com a falta de tempo.

5» O mundo é plano para elas: estudar em outro país, mudar de estado, se apaixonar por alguém que nunca viram ao vivo – tudo é possível e próximo.

6» Não acreditam em príncipe encantado. Mas querem paixão com compromisso. Se não dá certo, tudo bem: a fila anda. E elas não desistem.

7» A rotina é insuportável para essas garotas. No amor e no trabalho, querem desafios, estímulos, novidades. Se as coisas não mudam, mudam elas.

8» Eu primeiro: para elas, não se trata de agradar aos outros. O mais importante é estar satisfeita. E se alguém não concordar... não é problema delas.

9» O valor, não o preço: para elas, tudo tem que fazer um sentido maior do que só ter por ter, fazer por fazer, ser por ser. Mas, quando convencidas, vão até o fim.

Elas fazem (e querem) tudo ao mesmo tempo agora. E podem inspirar você a se arriscar mais

as mulheres brasileiras, sobretudo as jovens, querem se casar, mas só man-têm o relacionamento caso ele esteja realmente bom. “Antigamente, havia uma enorme pressão social para que as mulheres dessem continuidade a seus casamentos, mesmo que fossem infelizes. Hoje, ficou mais fácil se se-parar. Existe mais liberdade para en-contrar o que realmente as faz felizes.”

Tanta autonomia decorre, principal-mente, da emancipação profissional e da menor influência de valores patriar-cais na vida dessas mulheres. “Elas estão muito seletivas, porque sabem que não há mais nada que as prenda em uma relação a não ser o desejo de vivê-la”, diz o psicólogo Thiago de Almeida. Do-nas da própria vida, elas têm o poder de escolher o fim quando deixam de ver sentido em estar junto – e se dão ao direito de partir para outra história.

Foi o que aconteceu com Gica. Quando passou a dividir o apartamen-to com o antigo namorado, não tinha noção de que a relação – que já durava dois anos – degringolaria em pouco tempo. O fim foi intempestivo. Já em São Paulo, conheceu o atual marido, o escritor Fábio Yabu, em uma festa de amigos em comum. Levou algum tem-po até que se encontrassem por acaso, dessem um beijo e não se desgrudas-sem mais. Quando fizeram três meses de namoro, ela o presenteou com as chaves de seu apartamento. Daí ao al-tar foi um pulo. “Tenho um faro bom. Quando as coisas começam a dar erra-do, como no meu primeiro casamento, caio fora rápido”, diz ela. “Mas nem por isso deixei de querer uma relação em que me sentisse realmente feliz.”

mAiS do quE o SAlárioSentir-se feliz é uma demanda recor-rente no discurso da Geração Y – e se aplica a qualquer instância da vida. Seus efeitos têm sido notados sobretu-do na carreira. Em um momento eco-nômico de crescimento e estabilidade, as razões antes decisivas na escolha de um emprego, como salário e perspec-

tiva de passar anos no mesmo lugar, deixaram de ser prioridades. Os resul-tados de uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração com 200 jovens de São Paulo, em 2009, bem mostram isso. Para 96% dos entrevista-dos, todos nascidos entre 1980 e 1993, o principal objetivo do trabalho é rea-lização pessoal, e 99% só permanecem em atividades de que gostam.

Por causa disso, essa geração fez da mudança de emprego uma rotina – é capaz de trocar de empresa, cidade, país ou área até encontrar algo que a satisfaça. Outra característica notável é a necessidade de estabelecer rela-ções horizontais, já que sentem a ne-cessidade de admirar seus superiores, e não apenas respeitar ordens. Porque querem fazer o que gostam, exigem exemplos e não hesitam em reclamar, não raro a juventude Y é tachada de insubordinada e egoísta pelas gera-ções anteriores. Dá para entender: se por séculos o importante foi agradar ao chefe, essa turma hoje tem como com-promisso primeiro agradar a si mesma.

Sidnei Oliveira, consultor de recur-sos humanos e autor do livro Geração Y – O Nascimento de uma Nova Versão de Líderes, explica que a procura desse grupo é por desafios, e não mais pela es-tabilidade que foi tão desejada por seus pais. “Esses jovens procuram empregos que estimulem seu desenvolvimento, ofereçam flexibilidade e oportunida-des de crescer. Só continuam em um trabalho se enxergam nele um signifi-cado além de cumprir tarefas.”

Milena Boniolo, de 27 anos, entende dessa equação. Formada em química, ela bem que tentou trabalhar em uma indústria de plástico enquanto estava na faculdade, mas não se acostumou à repetição do cotidiano. Desejava ser mais criativa. Arriscou em um projeto de despoluição da água, que tocava paralelo ao emprego. Anos depois, já cursando mestrado na Universidade de São Paulo, partiu para outra pesquisa – o uso de cascas de banana para tratar a água utilizada na indústria, que lhe

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Milena trocou a carreira na indústria pela pesquisa. Para ela, o trabalho vale mais do que dinheiro

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12 entender a mulher >> set/out 2010

Priscila deixou o emprego para trabalhar em casa e estudar ioga. A busca pelo equilíbrio é sua prioridade

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valeu o Prêmio Jovem Cientista em 2007 e reconhecimento internacional.

Milena agora vive em Rio Claro, no interior de São Paulo, onde cursa o doutorado – também sobre despolui-ção das águas – e divide a casa com o marido e duas cachorrinhas. Se tivesse continuado na indústria, provavelmen-te ganharia o triplo do que recebe em sua bolsa de estudante. Mas para ela o trabalho tem outro valor. “Penso que a ciência tem de servir à sociedade. Para mim, o interessante é identificar um problema e ver como posso ajudar a resolvê-lo a partir de minhas pesquisas. Esse é meu maior desafio”, diz ela, que também é conselheira da ONG Movie-co, instituição que luta por preservar a natureza e divulgar hábitos sustentáveis. E tudo isso é bem maior do que o dinhei-ro que entra na conta bancária.

CAuSA NobrEQuando o Rio de Janeiro sediou a ECO-92, primeiro grande evento mun-dial para a sustentabilidade, as mulhe-res da Geração Y eram crianças. Elas assistiram às campanhas contra a ex-tinção do mico-leão-dourado e foram ensinadas na escola a fechar a torneira enquanto escovavam os dentes. Não à toa, chegaram à vida adulta com uma consciência social ímpar em relação às gerações anteriores – e praticar seus valores está entre suas prioridades.

Historiador, sociólogo e coordena-dor de voluntariado do Greenpeace, Pedro Henrique Torres enxerga nessa geração um anseio por fazer a diferen-ça. “Mesmo meio perdidos, os jovens se mobilizam e se colocam como agentes transformadores da sociedade. Quan-do acreditam em uma bandeira, lutam por ela. ” Mais solidárias por natureza, as mulheres são a maioria entre os enga-jados. No Greenpeace, elas são 68% dos voluntários e, em média, são o dobro dos homens em todas as organizações não governamentais, segundo o IBGE.

Janaína Carmello, de 28 anos, é um retrato dessa capacidade de se mobili-zar. Formanda em enfermagem, traba-

lhava para a prefeitura de Londrina, no Paraná, quando foi chamada para par-ticipar de uma missão da Médicos Sem Fronteiras, organização humanitária in-ternacional. Partiu para o Zimbábue, no continente africano, em dezembro de 2008, para uma intervenção urgente, já que um surto de cólera abatia o país.

“Pessoas estavam morrendo de um dia para o outro. Pedi para colegas tro-carem plantões comigo e fui ajudar”, conta com naturalidade. Janaína tra-balhava das 8h às 22h, atendendo pa-cientes e gerenciando a equipe local. Menos de seis meses depois de retor-nar ao Brasil, partiu para outra missão, dessa vez em Moçambique. Como enfermeira obstetra, ficou por um ano no país tratando grávidas portadoras do vírus HIV. Voltou ao Brasil e para seu trabalho na prefeitura em julho de 2010 – exausta, mas feliz como nunca.

“A população de cada canto da África é maravilhosa. Eles são muito agradecidos pelo pouco que pude colaborar”, lembra. Para a Geração Y, o reconhecimento anda lado a lado com a busca pelo sentido. Sentir-se útil, ao mesmo tempo em que pratica seus valores, é a maior motivação para em-preender qualquer realização – não importa o quão difícil ela seja. Tanto que Janaína mal pode esperar para ar-rumar as malas. “Esse trabalho me deu muita alegria. Saí de lá chorando. As-sim que puder, volto para ajudar mais.”

odE à mudANçANão raro, a busca pela satisfação exige se desfazer de ideias, sonhos, hábitos e compromissos para recomeçar de ou-tro ponto. Se essa geração encara mu-danças com relativa facilidade, nem tão simples é encontrar o que buscam. E embora o sentido seja algo pessoal, há outro desejo coletivo em vista em to-das essas histórias. Que, provavelmente, também é o maior desafio das jovens Y: viver com equilíbrio.

Os psicólogos Ailton Amélio e Thiago de Almeida concordam que a grande questão para elas é balancear

vida afetiva e carreira. “Esse papo pare-ce meio antigo, mas continua a ser um grande desafio para as mulheres, que querem ser ótimas profissionais, lindas, saudáveis, além de boas companheiras para os maridos e mães exemplares”, diz Thiago. Ailton completa: “Elas sen-tem a obrigação de dar conta de tudo, principalmente quando são jovens e têm tantos recursos a sua volta. Só al-cançam a satisfação pessoal quando conseguem conciliar muitos vetores”.

Essa pressão não se reflete só nos impulsos dessa geração. De um jeito ou de outro, se manifesta também no corpo. No começo desse milênio, transtornos alimentares e emocionais – sobretudo a depressão – atingiram níveis de epidemia. A idade média da primeira crise depressiva é 26 anos, e as mulheres são duas vezes mais acome-tidas pela doença do que os homens.

Foi em busca de mais balanço que a paulista Priscila Brenner, de 27 anos, deu uma guinada em sua vida. Há me-nos de um ano, deixou o trabalho em uma agência de publicidade e tornou-se autônoma. Agora, atende os clientes de casa, em outro ritmo: o dela. “Não tinha espaço para cuidar de outras áre-as da minha vida, e isso me estressava demais”, conta. Outro desejo a moti-vou a mudar de rotina: dedicar-se aos estudos para tornar-se professora de ioga, atividade que já pratica há seis anos – e na qual começou justamente para ganhar mais equilíbrio.

“Transformei minha vida em busca de mais liberdade. Hoje driblo a ansie-dade, encontrei meu eixo e aproveito muito mais meus dias”, conta Priscila. Quando se formar, ela planeja conciliar as carreiras de publicitária e professora. E levar adiante os bons hábitos que a ioga lhe ensinou: por causa dela, Priscila deixou de beber, fumar e comer carne vermelha, e faz check ups periódicos para garantir a saúde. Apostar no novo – se o presente não as faz felizes – é quase cotidiano para as jovens da Geração Y. Uma coragem que pode inspirar mulhe-res de todas as idades.

set/out 2010 << entender a mulher 13

Page 14: Entender a mulher #1

Biolab Apresenta

Você sabia que as doenças cardíacas são responsáveis por mais óbitos entre mulheres do que entre homens?

No Brasil, as doenças do coração matam seis vezes mais mulheres do que o câncer de mama e, segundo a Federação Mundial do Coração, 8,5 milhões de óbitos femininos no mundo ocorrem devido a cardiopatias. Como se não bastasse, desde 1984 as mulheres mor-rem mais por problemas cardíacos do que os homens. Diante desses dados, não há como negar que as estatísticas são uma luz verme-lha piscando. Afinal, muitas mulheres per-dem a vida por falta de atenção. Elas sabem, por exemplo, a data da última menstruação, mas não têm ideia da sua taxa de colesterol ou mesmo da sua pressão arterial. Nesta en-trevista, a cardiologista carioca Maria Eliane Campos Magalhães explica por que é preciso dar mais atenção ao coração da mulher.

DE BEM CoM o coração

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Page 15: Entender a mulher #1

Especial PublicitárioEspecial Publicitário

Por que as mulheres morrem mais de cardioPatias? elas estão mais PreocuPadas com doenças ginecológicas do que com o coração?A prevenção do câncer de mama, útero e ovários foi incorporada pelas mulheres como uma avaliação pra-ticamente obrigatória. Até pouco tempo o câncer era considerado quase uma sentença de morte, enquanto as doenças cardiovasculares, além de estarem mais rela-cionadas ao sexo masculino, eram negligenciadas pelas mulheres devido à conhecida proteção hormonal confe-rida pelos estrógenos quando elas estão em idade fértil, diminuindo o risco dessas doenças. Esse cenário mudou com a inserção da mulher no mercado de trabalho, bem como devido aos hábitos e ao estilo de vida pouco sau-dáveis. Assim, os fatores de risco para as doenças cardio-vasculares passaram a ter maior impacto nas mulheres.

como o estilo de vida está relacionado com o aumento de casos de doenças do coração?O hábito de cozinhar e ingerir alimentos processados e industrializados, que são mais ricos em sódio e carboi-dratos, a maior ingestão de álcool, a vida sedentária e o hábito de fumar, além do estresse e da vida competitiva em decorrência do desempenho de múltiplas tarefas, penalizaram igualmente as mulheres, aumentado as ta-xas de doenças do coração.

em que sentido a má alimentação contribui Para o aumento das cardioPatias nas mulheres?Aumentando o peso corporal, elevando a pressão arterial e as taxas de açúcar, de colesterol e de triglicérides, todos reconhecidos como os fatores de risco cardiovascular tra-dicionais. O ideal é uma alimentação balanceada e o mais natural possível, além da prática de exercícios físicos.

Dra. Maria ElianE CaMpos MagalhãEs

a Pressão Psicológica, as frustrações, a comPetição e a ansiedade também são fatores de risco?Sem dúvida. O estresse causado por inúmeras situações (trabalho, família e filhos) é um gatilho para o aumento da liberação de catecolaminas, substâncias que elevam a pressão arterial e podem causar arritmias cardíacas.

como a combinação de anticoncePcionais e cigarros Prejudica a saúde da mulher?O hábito de fumar e o uso de anticoncepcionais são muito preocupantes e determinam maior risco. Isso porque am-bos (nicotina e hormônios) alteram a agregação das pla-quetas, podendo levar à obstrução de vasos sanguíneos.

muitas mulheres alegam não ter temPo Para Praticar esPortes ou se alimentar bem. o que a doutora aconselharia Para essas Pacientes?Não existe mágica. O conselho é tentar não fazer do tem-po de trabalho um período totalmente sedentário. Use a escada em vez do elevador, evite o estresse com téc-nicas de relaxamento e procure se alimentar de forma saudável. Eu recomendo às mulheres que reflitam sobre as consequências do seu estilo de vida e “ponham-se na sua agenda”, arranjando um tempo para si. Além, claro, de visitar o médico regularmente.

Médica cardiologista do setor de Hipertensão Arterial e Lípides do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É coordenadora do Centro de Hipertensão Arterial do Hospital Pró Cardíaco e foi Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia-Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro no biênio 2007-2009.

Informações adicionais disponíveis à classe médica mediante solicitação. Bula e informações adicionais disponíveis no interior desta publicação.

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amor

Guerreiras: O poder da união

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ELAS RESOLvEM

quALquER

PROBLEMA COM DOSE

ExTRA DE DOçuRA.

SãO AS MuLhERES DA

REDE FEMiNiNA DE

COMBATE AO CâNCER,

PiONEiRAS NO APOiO

SOCiAL à SAúDE

texto Mariana Gomes

e Roberta Castro

fotos Gabriel Rinaldi,

Humberto Furtado,

Fabiano Dallmayer

ilustração

Rodrigo César e

Paula Bittar

Unidas pela

Elas formam um exército numeroso, mas discreto. Estão nos maiores hos-pitais e em cidades tão pequenas que nem hospital há. Não são profissio-nais de saúde nem assistentes sociais.

Na verdade, o trabalho delas não exige forma-ção. Mas pode ser tão importante no tratamento do câncer quanto a medicação mais avançada. O que essas mulheres fazem é simples – e imen-surável. Elas dão apoio. De todos os tipos que pa-cientes carentes possam precisar: da ajuda para conseguir atendimento à companhia afetuosa nas horas difíceis. E fazem isso com os recursos à mão – nenhum deles maior do que a força que mulheres unidas têm para resolver problemas.

Esta é a história da Rede Voluntária de Comba-te ao Câncer, também chamada de Rede Femini-na, seu nome original. Não é à toa: o movimento começou com uma mulher, e foi pela dedicação de milhares de outras que se espalhou pelo Brasil, dando origem a centenas de redes independen-tes. Nem a fundadora, uma escritora gaúcha de livros de viagem radicada em São Paulo, esperava tanto – embora fosse conhecida por não sonhar pequeno. Carmen Anne Dias criou a Rede Femini-na em 1946, com um projeto ambicioso: angariar fundos para construir um hospital dedicado ao câncer. Casada com o médico Antônio Prudente, seu parceiro na causa, Carmen não só pôs de pé aquele que hoje é conhecido como Hospital A. C. Camargo, referência internacional em oncologia, como instituiu uma nova forma de voluntariado.

Da missão original de arrecadar recursos, a Rede passou a estender suas preocupações à pre-

venção do câncer, ao apoio das famílias dos pacien-tes e à qualidade de vida no tratamento. Reunindo donas de casa em suas tardes livres, senhoras das altas rodas em busca de uma obra de caridade e gente sensibilizada pela causa, Carmen formou um batalhão de mulheres generosas, dispostas a doar o que tinham. Podia ser tempo para acompanhar pacientes, recursos para comprar medicamentos, cara de pau para pedir donativos, talento para cos-turar lençóis. E foi a visão de que qualquer mulher tem algo com que contribuir que transformou a Rede num movimento nacional.

Embora não tenham conexão entre si – não se sabe nem mesmo quantas redes há ao certo –, esses grupos levaram adiante a missão de Carmen, falecida em 2001, aos 90 anos. Hoje, Brasil afora, há redes bem estruturadas, que reúnem centenas de voluntárias, recebem financiamento e oferecem serviços especializados, de terapia ocupacional a próteses. Há muitas quase caseiras, mas capazes de mobilizar uma comunidade inteira num jantar beneficente para custear a viagem de um paciente que precisa se tratar em outra cidade. Em comum, elas reúnem mulheres de todas as idades e origens, dedicadas a prevenir e combater a doença que é a segunda que mais mata no Brasil.

NA própriA pElEPara seguir os passos de Carmen Anne, duas vezes por semana Ernesta Calia Callegaro pegava quatro ônibus para ir e voltar até o Hospital A. C. Camargo, onde continua a funcionar a Rede Voluntária. Há pouco mais de um ano, faz o trajeto de ida de táxi. “É que comecei a ficar cansada. Mas o médico

as garotas de rosaDona Ernesta, ao centro: 98 anos, 30 deles dedicados a apoiar quem, como ela, sofreu com o câncer. Com as voluntárias do Hospital A. C. Camargo, ela leva adiante a missão de Carmen Prudente de humanizar o tratamento

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em famíliaLéia esperou os filhos crescerem para poder se dedicar a combater o câncer. Hoje, sua neta Luise, de 16 anos, segue seus passos com orgulho

falou que está tudo perfeito. É só a idade baten-do...”, diz. Ernesta tem 98 anos – 30 deles dedica-dos ao voluntariado. Chegou por convite da própria fundadora. “Fui ao hospital com uma amiga para uma visita”, lembra. “Demos de cara com a Dona Carmen. Nunca tínhamos nos visto. Ela me olhou e, sem cerimônias, perguntou: ‘A senhora não quer ser voluntária?’. Aceitei na hora.”

O poder de persuasão de Carmen era famoso. Mas Ernesta tinha outra razão para dizer sim. “Sete anos antes daquele encontro, fui internada para tirar um nódulo no pescoço e acordei sem um seio”, conta. O câncer de mama que ela superou foi uma motivação poderosa para ajudar – como acontece com cerca de 40% das mais de 200 vo-luntárias da Rede que atuam no hospital, que são ex-pacientes da instituição ou conviveram com a doença na família. E Ernesta, que por décadas usou um enchimento de alpiste no sutiã, hoje se dedica à produção de modernas próteses para mulheres que, como ela, sofreram mastectomia.

Esse é só um dos serviços que a Rede Voluntá-ria oferece ali. As senhoras de avental cor-de-rosa (que são acompanhadas por alguns homens – são nove voluntários de avental azul) recepcionam cada uma das 15 mil pessoas que passam pelo

hospital diariamente, confeccionam uniformes e roupas para exames, produzem cartilhas infor-mativas, organizam campanhas de prevenção e coordenam atividades lúdicas para os pacientes, como aulas de dança. “Como a Rede funciona no próprio hospital e recebe recursos do governo, hoje nosso trabalho está mais focado no ‘dar’ à so-ciedade do que no ‘receber’ dela”, explica Liana de Moraes, presidente da instituição. E o que fazem comove tanto quem conhece que há fila de espera para ajudar: a Rede do Hospital A. C. Camargo rece-be mais de 3.500 candidatos a voluntário por ano.

mAiS quE AjudASe passar pelo câncer foi o que motivou Ernesta a se engajar, para Elke Willecke foi trabalhar pela causa que salvou sua vida. Em 1974, ela foi uma das fundadoras da Liga Feminina de Blumenau, em Santa Catarina. Oito anos depois, notou os sintomas do que seria um câncer, que a faria perder as duas mamas. “Ser voluntária foi fundamental para que eu percebesse a doença no início”, conta. E ainda que fizesse parte de uma rede de apoio, sentiu na pele o drama. “Me desesperei, xinguei, esperneei. Tinha certeza de que ia morrer. Mas estou com 72 anos e tenho uma saúde de ferro.”

A Liga de Blumenau começou por iniciati-va das irmãs do Hospital Santa Isabel, um dos principais da cidade, e hoje reúne cerca de 130 mulheres. Elke faz parte do Conselho Consultivo e transformou sua experiência em inspiração para o trabalho. “Fomos as primeiras em Santa Catarina a criar grupos multidisciplinares de

Carmen formou um batalhão de mulheres generosas, dispostas a doar o que tinham. Podia ser tempo para acompanhar pacientes, recursos para comprar medicamentos, cara de pau para pedir donativos ou talento para costurar lençóis

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inspiraçãoElke (no centro, na primeira fila) transformou sua experiência com a doença em um trabalho pioneiro, que realiza com as voluntárias da Liga de Blumenau

apoio às mastectomizadas”, conta. As pacientes são acompanhadas por psicólogos, fazem dança, ioga, artesanato, recebem próteses e se reúnem para conversar. “É um grupo lindo, que proporcio-na muito mais do que apenas uma assessoria de saúde. Nele, brotam grandes amizades.”

pElo ExEmplo“Carmen, como se sente por não ter filhos? Faz fal-ta?”, perguntou certa vez um jornalista desavisado à fundadora da Rede Voluntária. Ao que ela, com um sorriso largo, respondeu: “De jeito nenhum! Deus não me deu um filho porque sabia que eu teria muitos”. A ausência de herdeiros permitiu que a pioneira Carmen dedicasse a vida à causa. Já Léia Dias de Vasconcelos teve que esperar que os seus crescessem. Gaúcha de Santa Maria, ela teve o primeiro dos cinco filhos aos 20 anos. “Sempre repetia para mim mesma que, o dia em que eles não precisassem mais de mim, eu me dedicaria às pessoas carentes. E foi o que fiz. ”

Aos 63 anos, Léia contabiliza mais de uma

década de trabalho na Liga Feminina da cida-de, onde começou como balconista e hoje é presidente. Desde o primeiro dia, preocupou-se em levar junto alguém para seguir seus passos: a neta Luise Araújo, hoje com 16 anos. “A educa-ção não é feita apenas com palavras. Passo meus ensinamentos por meio dos exemplos também”, decreta Léia. Luise tanto gostou que virou vice-presidente da Liga Jovem. Com outras garotas, organiza eventos e visita crianças internadas. E acabou por inspirar o maior projeto da avó: um programa de prevenção em escolas.

Falar de câncer para adolescentes não é tare-fa fácil. Nas palestras, as voluntárias explicam os sintomas de diferentes tipos da doença, ensinam hábitos de prevenção, quando fazer autoexames e ir ao médico. “Na primeira, ficamos apreensivos. Achamos que não dariam bola”, conta Léia. “No entanto, a sala lotou e os alunos permaneceram em silêncio absoluto. Aquilo me emocionou. Ver coisas desse tipo me dá força para continuar e acreditar que nosso trabalho faz diferença.”

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22 Saúde & Emoções: O corpo fala

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ELA NOS FAz SENTiR quE A viDA vALE A PENA.

MAS É uM CiCLO – E SEu FiM PODE SER DRAMáTiCO,

TRANSFORMADOR Ou... uM RECOMEçO. PORquE

A PAixãO ACABA. E SEMPRE vOLTA A ACONTECER

texto Rita Loiola fotos Rodrigo Braga

apaixonadaCompletamente

todo amor do mundoA cada esquina, você pode se apaixonar. É um impulso incontrolável, que move a vida e faz tudo parecer possível

Louise Heine gosta de um único adjetivo para se definir. “Sou uma mulher apaixonada”, fala. Aos 30 anos, essa advogada de Porto Alegre, mãe de Eduardo, de 2, está solteira. E é com sinceridade desconcertante que assu-me o quanto precisa desse sentimento para dar sentido à vida. “Só quero saber da paixão. A comum, a diária, a

autêntica”, diz. Para Louise, o mundo visto sob as lentes cor-de-rosa é outro: apaixonada, ela se encanta com o cotidiano, reinventa o presente e idealiza o futuro. Mesmo que as histórias que tenha vivi-do não tenham terminado com um ‘...e foram felizes para sempre’, ela não deixa de desejar outro encantamento ao virar a próxima esquina. “O amor é forte, imenso e gentil comigo”, afirma. Para ela, co-nhecer pessoas, sentir o frio na espinha e se arriscar nessa avalanche chamada paixão é ser feliz – e viver sem essa sensação é viver vazia.

Louise não está só. Na verdade, tem o mundo ao seu lado. Em uma pesquisa dos antropólogos americanos William Jankowiak e Edward Fisher de 1992, foram investigadas 166 sociedades ao redor do planeta. Em quase 90% delas, encontraram-se provas da busca pelo amor romântico – e nas outras, nada que o negasse. A conclu-são foi de que a paixão é um sentimento universal. Mais do que uma invenção cultural que rende boas histórias, ela está em nosso tutano.

Ou, melhor, na nossa cabeça. No início dos anos 2000, a tecnolo-gia da ressonância magnética funcional permitiu pela primeira vez à ciência investigar de fato como a paixão se processa no cérebro. En-xurradas de pesquisas surgiram, na difícil missão de entender o que se esconde por traz das definições poéticas desse “estado anormal de atenção que ocorre em um homem normal”, como descreveu o filósofo espanhol Ortega y Gasset. E o que elas contam até agora é

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só tenHo olHos para vocêA paixão desliga o juízo. Tudo no amado é perfeito – e não dá para pensar em mais nada

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Inevitável, incontrolável e adorada – ainda que possa ser assustadora –, a paixão alimenta a vida. Sem essa energia, nossa espécie estaria condenada à extinção

que avalia riscos, ajuda na formação da memória e dá expressão às emo-ções. É ela quem joga adrenalina no sangue, fazendo o coração disparar, as mãos suarem e a gente guardar com detalhes o primeiro beijo. Correm pe-las veias doses extras de testosterona, que eleva a libido às alturas, e de no-radrenalina, que nos põe alegres, sem fome ou sono, prontas para viver pelo amor. O coquetel fica ainda mais ex-plosivo: o cérebro despeja no organis-mo dopamina, o principal neurotrans-missor da paixão – que nesse combo contribui, entre outras dádivas, para dar a certeza de que só ao lado do amado seremos felizes.

um bEijo mE fAz AmArTudo isso se passa em instantes – mas é uma combinação tão forte que bate a certeza de ter encontrado a tampa da panela. E não precisa ser à primeira vista: o curto-circuito pode acontecer nos momentos (e entre as pessoas) mais improváveis. A ginecologista Lu-ísa de Oliveira, de 29 anos, de Floria-nópolis, sentiu isso. Os encontros com Henrique não pareciam sérios. Até a noite em que jantaram, se despediram e, minutos depois, ela recebeu um te-lefonema assustador: ele havia sofri-do um acidente de carro. “Vi aquele homem tão bonito, manchado de san-gue, descabelado, frágil... e soube que era o amor da minha vida.”

Naquele momento, Luísa começou sentir os sintomas do encantamento, causados pela descarga ininterrupta daquele coquetel químico – que, para a ciência, tem os efeitos de uma droga viciante. Correspondida ou não, a pai-xão dá vitalidade: nos sentimos belos

tão belo quanto assustador: a paixão é inevitável, provoca profundas altera-ções físicas e químicas no organismo, prejudica a capacidade de julgamen-to, modifica-se com o tempo e... como quase todos os ciclos humanos, tem data certa para terminar.

pAixão CruEl dESENfrEAdAPara Louise, a melhor parte das histó-rias é o começo. “Sempre gostei mais da paquera”, conta. “Tenho frio na barriga, sinto uma angústia boa e fico extremamente tímida – o que é muito louco, porque sou extrovertida”, diz. Para os cientistas, Louise realmente fica “muito louca” – no sentido de que seu corpo sai dos padrões. “A paixão é um estado fisiológico alterado, em que ocorrem intensas transformações psíquicas, hormonais e comporta-mentais”, diz a fisiologista Cibele Fabi-chak, autora de Sexo, Amor, Endorfinas & Bobagens. São mudanças e sinto-mas incontroláveis – e essa afirmação não é romântica, mas científica.

É porque a paixão está associada ao sistema límbico, uma das estrutu-ras mais primitivas do cérebro, respon-sável pelas emoções. É dali que vêm, à frente das ideias, os instintos de sobre-vivência, os impulsos e nossa espon-taneidade. Ou seja: antes de conse-guirmos racionalizar qualquer coisa, as sentimos. Isso significa mãos frias, borboletas no estômago, pensamen-tos obsessivos, nervosismo, angústia – sintomas comuns a qualquer apai-xonado, de qualquer idade. “A paixão começa em regiões inconscientes do cérebro, das quais não temos contro-le”, diz Renato Puppi Munhoz, chefe do serviço de neurologia do Hospital Universitário da Pontifícia Universida-de Católica do Paraná. “Ela é mais an-tiga do que a nossa espécie.”

O gatilho para tudo isso é um sim-ples olhar. Assim que enxergamos aquela pessoa, entram em jogo os ou-tros sentidos. Estimulados, eles ativam a amígdala, uma estrutura cerebral

e eufóricos. Tudo parece melhor – in-clusive o amado, que fica perfeito. “A ação de hormônios e neurotransmis-sores faz com que o cérebro desative a área do juízo e do julgamento”, diz Renato Puppi Munhoz. “É por isso que vemos tudo cor-de-rosa e fazemos coi-sas ridículas, das quais nos arrepende-mos depois que a paixão passa.”

A dopamina é a principal respon-sável por desligar o interruptor do bom senso. Já a serotonina, outro neu-rotransmissor envolvido no tumulto, torna o amado uma ideia fixa, e qual-quer atitude adquire significados pro-fundos e desproporcionais. “A etapa do namoro é como um par de óculos. A pessoa vê as coisas de maneira dis-torcida, enxerga defeitos como qua-lidades e fantasia situações fora da realidade”, explica o psicólogo Ail-ton Amélio, pesquisador da Univer-sidade de São Paulo e autor do livro Relacionamento Amoroso. Luísa bem lembra dessa fase. “Prestava atenção em cada detalhe do que ele fazia. As-sim, comecei a ver o lado bom dele – e de nós dois juntos.”

Essa sensação de dependência também é efeito da química da pai-xão. O corpo é inundado por endor-finas, responsáveis pelo bem-estar – que não só são a alegria de estar apaixonado, como tornam possí-vel aguentar eventuais sofrimentos. Tudo isso junto faz os pares encan-tados acreditar que são especiais e únicos no mundo, simplesmente fei-tos um para o outro. É lindo – mas passa, explica Ailton. “A paixão é a partida a gasolina de um carro a ál-cool. Mais lento, o amor vem depois dessa avalanche de sensações.”

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1 você vem sempre aqui? (3 primeiros meses)Você conheceu aquela pessoa incrível e, que maravilha, ela gostou de você. Adrenalina, noradrenalina, dopamina e testosterona fazem o papel de óculos com lentes de coração, e o outro parece cada vez mais interessante.

1.5 No seu ou No meu?O coquetel químico faz o desejo pelo outro crescer vertiginosamente. Se ele é consumado, os níveis de endorfina sobem. Isso gera prazer e euforia e faz com que você queira mais. O ciclo dura cerca de três meses.

2 é meu! (3 a 18 meses)Os níveis de hormônios começam, lentamente, a baixar. Já existe algum compromisso e vocês começam a ver que o outro não é exatamente como parecia. Algumas brigas podem fazer tudo voltar à etapa inicial. Mas é assim que vocês começam a colocar na balança a história para decidir se ela vai para a frente.

3 sim! ou Não (18 a 36 meses)O corpo volta ao normal. É a fase do vamos ver: se passar adiante, pode vir um longo amor por aí, regado a ocitocina, em que a paixão dá lugar a companheirismo e cumplicidade. Ou... acaba.

iNfiNito ENquANto durENinguém aguenta a paixão – e não é por falta de romance. Ela tem data para terminar porque organismo não consegue passar muito tempo sob o estresse da montanha-russa química do início de um relacionamento. O mais provável é que dure de três me-ses a três anos. No máximo, quatro, de-pendendo da frequência com que os apaixonados se encontram. Então, há duas saídas: acabar ou transformar-se em outra coisa – o amor.

Para Luísa, que costumava se apai-xonar e desapaixonar rapidamente, o sentimento evoluiu. Cerca de oito meses depois do acidente que a uniu a Henrique, eles ficaram noivos e, no fim de 2007, se casaram. “Cheguei a fazer terapia porque achei que nunca conseguiria ficar muito tempo com alguém”, conta. “Mas com o Henrique as coisas foram simples. O mais forte em nós é a cumplicidade. A cada dia descubro coisas novas sobre ele, uma pessoa que admiro e que me entende como ninguém. É muito bom ter um parceiro na vida”, conta.

Quando a paixão acaba, a tempes-tade no cérebro muda de área. En-quanto a paixão está localizada em áreas subcorticais, aquelas incons-cientes, o amor está em regiões cor-ticais, conscientes e controláveis. E, se a paixão tem a ver com a adrenalina, o amor está no domínio da ocitocina, uma proteína conhecida como o hor-mônio do amor e da confiança. É ela quem junta os casais e faz com que eles se sintam acolhidos. “Todo mun-do busca a paixão, essa coisa nervo-sa e intensa. Mas ela é apenas a mola que impulsiona os casais a ficarem juntos para descobrir o que aconte-ce depois”, diz a psicóloga Marina Vasconcellos. “É então que aparece o companheirismo, o afeto e o carinho entre as duas pessoas.”

Só que sem a ação dos neurotrans-missores, a capacidade de julgamen-to volta com tudo. E aí, aquela pessoa

as fases da paixãoTODOS OS ROMANCES CABEM EM QUATRO TEMPOS

antes maravilhosa começa a aparecer como realmente é. “Normalmente, as mesmas coisas que antes atraíam o casal costumam separá-lo”, diz Ma-rina. “Esse é o momento de realmen-te conhecer o outro e ver se vai ser possível ser feliz para sempre.” Se não for, ao menos resta um consolo: não importa quantas vezes nos apaixo-nemos na vida, nunca nos tornamos imunes a esse sentimento. E o ciclo vai recomeçar, de algum ponto, com alguma pessoa, em algum outro lugar.

VoCê Não SoubE mE AmArÉ claro que essa transição – entre o fim e um novo começo – não é fácil. Durante três anos, a fisiologista Cibe-le Fabichak estudou as modificações provocadas pela paixão para tentar compreender por que esse impulso é capaz de provocar tanto a felicidade plena como a mais profunda tristeza. “Quem ama está sujeito a forças in-controláveis. O grande desafio é ter a capacidade de entendê-las e guiá-las”, diz. Foi a lição que a escritora paulistana Gisela Rao, de 46 anos, teve que aprender. Apaixonada por um policial, manteve um namoro por um ano e três meses. “Você imagina o que entrou aí de fetiche, não é? Vivi momentos maravilhosos até que me perdi de mim. O dia em que termina-mos foi quando o peguei me traindo.”

Vivendo ainda os reflexos da paixão, a primeira reação dela foi a revolta. Acontece com todo mundo: acostumados a ter o outro ao lado, o corpo e o cérebro negam a ruptura. E insistem, provocando estresse e es-timulando a produção de dopamina. Por um mecanismo paradoxal, o neu-rotransmissor incentiva a paixão, ain-da que a relação tenha acabado. Até a aceitação chegar, o apaixonado pode ficar depressivo, confuso e rancoroso. A dor de cotovelo não é só no coto-velo: é no corpo inteiro. O cérebro de quem foi abandonado tem mais ativi-dade em regiões associadas ao sofri-

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deixa irEventualmente, o ciclo se encerra. Se a história acaba antes do sentimento, o corpo reage com revolta. Mas ela passa

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livre para amarA paixão pode dar lugar ao amor. Ou acabar em si mesma – e deixar lições para viver melhor a próxima

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quem ama o feio, boNito lhe parece O apaixonado é um péssimo juiz. E isso acontece principalmente por causa da dopamina e das endorfinas. Elas desligam os mecanismos cerebrais que apontam as falhas e os defeitos do outro.

veNdo o muNdo em cor-de-rosa O amor é um ótimo remédio para a depressão. Uma pesquisa da University College, em Londres, mostrou que, nos apaixonados, áreas do cérebro relacionadas a sentimentos negativos como tristeza e medo estavam inativas. Outra região muito agitada em pessoas depressivas também estava desligada, sugerindo que há razões cerebrais para o otimismo e felicidade de quem ama.

só peNso em você O nome que os cientistas dão para a ideia fixa dos apaixonados é “pensamento intrusivo”. Nas pesquisas da antropóloga Helen Fisher, os amantes disseram que

mento físico. As áreas ligadas a com-portamentos obsessivos e a escolhas arriscadas também ficam movimen-tadas – e levam o rejeitado a remoer a história e a planejar cada passo. Ou quem nunca começou uma dieta de-pois de um fora? É um processo dolo-roso, mas ajuda a seguir em frente.

Gisela resolveu usar todos es-ses sentimentos de forma produtiva. “Transformei barro em ouro e escrevi meu terceiro livro, chamado Tchau, Nestor, que foi um sucesso”, conta. “O dia em que terminei aquela rela-ção foi o pior e o melhor da minha vida. Nunca mais fui submissa ou dei-xei um homem ser o centro de meu universo. Agora, ele é apenas um dos planetas”, brinca. Em seus livros, Gise-la narra suas dores e transformações. Foi com eles – e com um novo amor – que se curou do fim. Para ela, a pai-xão está profundamente relacionada à ansiedade e ao apego. E foi passan-do por essas loucuras que aprendeu a se valorizar, a ser feliz sozinha e a cul-tivar o amor. “Amor é respeitar o espa-ço e não precisar do outro, mas gostar de ficar ao seu lado”, diz. Plena e com a autoestima saudável, ela divide sua

social. Mais tarde, um dos cônjuges pode se apaixonar por outra pessoa e produzir uma descendência mais va-riada. Na velhice, a paixão garante ao casal energia, um corpo flexível, além de apoio físico e emocional. “O amor romântico está profundamente entre-meado em nosso espírito. Enquanto a humanidade sobreviver, essa força pri-mordial prevalecerá”, afirma.

A despeito dos instintos e de toda a bioquímica, a paixão também é um fenômeno social. E é o sentimento que ela desperta quando evolui que a torna ainda mais desejada. Correntes como o humanismo, defendido por fi-lósofos contemporâneos como o fran-cês Luc Ferry, afirmam que o sentido da vida está no amor. É ele que orga-niza as relações e faz o ser humano encontrar significado para a existên-cia. Já para a psicologia, a paixão e o amor são fontes de energia que fazem o homem se relacionar com outras pessoas e se jogar no desconhecido. “A paixão é a força que cria a vontade humana de se aventurar”, diz o psicó-logo Ailton Amélio. Sim, ela não vai durar. Mas enquanto estiver viva, vai deixar a sua vida mais completa.

a paixão transparece

vida com um novo namorado desde o início do ano. “Dessa vez, o cupido acertou em cheio. Ele não me faz feliz. Ele me faz mais feliz.”

NASCi pArA AmArInevitável, incontrolável e adorada – ainda que possa ser assustadora –, a paixão alimenta a vida. Sem essa energia, nossa espécie estaria conde-nada à extinção. Ela funciona como um tipo de supercola natural entre dois indivíduos, que faz uma pessoa se interessar por outra, unir-se a ela, gerar descendentes e cuidar deles. Dispensada a confusão e até o leve estresse provocado por ela, possivel-mente ninguém teria coragem de fazer tudo isso com um estranho – e ainda aproveitar cada instante como se fosse a melhor coisa do mundo.

“A paixão é um impulso humano fundamental”, afirma a antropóloga Helen Fisher, uma das pioneiras no estudo do amor. “Como o anseio por comida e água, ela é uma necessidade fisiológica.” Helen chegou a elencar os objetivos da paixão por faixa etária. Aos 20 anos, é hora de descartar en-contrar alguém para formar um laço

SABE AQUELES CLICHêS TODOS? PURA VERDADE: SãO OS EFEITOS DA QUíMICA DO AMOR

pensam no amado 85% do tempo ou mais. A possível culpada é a serotonina, neurotransmissor envolvido, por exemplo, em comportamentos obsessivo-compulsivos.

com a cabeça Nas NuveNs Frio na barriga, bochechas coradas e o coração que parece que vai saltar pela boca. Além de sofrer isso tudo, o apaixonado ainda fica aéreo. É a ação da adrenalina e do cortisol. Em conjunto com outros hormônios, eles também provocam alterações no sono e no estômago, como a falta de apetite e o frio na barriga.

amar faz bem para a pele A paixão é uma injeção de ânimo. Feliz e motivado, quem ama passa a encontrar tempo para se cuidar mais e, por consequência, sente-se mais bonito. O grau elevado de endorfinas no corpo gera a sensação de bem-estar e alegria que os apaixonados estampam no rosto.

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Alguma vez já passou pela sua cabeça que o café pode fazer bem para a pele? Talvez não, mas a ideia foi levada em conta por pesquisadores que testaram os benefícios do óleo do fruto do café verde no comba-te ao envelhecimento e concluíram ser um excelente antioxidante para atenuar os efeitos do fotoenvelheci-mento. O sol é um dos principais responsáveis pelo sur-gimento das rugas, pois os raios solares aumentam a produção de radicais livres que oxidam a derme. E dé-cadas de estudos científicos comprovaram que uma das maneiras de cuidar da pele é combater os radicais livres com produtos antioxidantes – quanto mais dessa propriedade um produto anti-idade tiver, maior a sua eficácia, seja em homens, seja em mulheres.

Entre as descobertas recentes no segmento de dermocosméticos, o destaque é o óleo extraído do fruto do café verde, riquíssimo em polifenóis. Eles re-movem os radicais livres das fibras do colágeno e da elastina, as principais responsáveis pela sustentação e a firmeza da pele. O ponto ideal da extração do óleo é na fase que antecede a maturação da fruta, quando a concentração de antioxidantes na semente é elevada.

Aqui no Brasil, país que no século XX ganhou no-toriedade mundial devido a agricultura do café, a Bio-lab Farmacêutica desenvolveu a Caffe Green, uma li-nha concebida para a mulher e o homem brasileiros. Os produtos deixam a pele com textura suave, viço-sa e hidratada. São rapidamente absorvidos e, assim que aplicados, exalam um suave aroma da semente verde. Usar café para cuidar da pele é uma nova ex-periência no combate ao envelhecimento.

Uma linha completa para manter a pele sempre bonita

Indicados para ser utilizados por mulheres e homens, os pro-dutos da linha Caffe Green (abaixo) apresentaram ótimos re-sultados nos testes de avaliação: houve uma melhora de 90% das rugas de expressão na região dos olhos e de 87,5% nas marcas da testa. Uma prova de que o óleo do fruto do café verde é o mais potente antioxidante do mercado.

Gel diurno Contém FPS 15 para prevenir os efeitos do fotoenvelhecimento e ácido hialurônico para proporcionar uma hidratação intensa e o preenchimento das rugas.

Creme Gel noturno Sua fórmula contém um complexo de peptídeos que estimulam a síntese do colágeno e têm ação firmadora a pele.

Emulsão corporal Revitaliza a textura e a suavidade da pele, garantindo hidratação profunda e ação firmadora.

Mousse de limpeza facial Remove o excesso de oleosidade e limpa profundamente a pele, sendo ideal para uso diário.

Loção tônica facial Hidrata a pele seca e tem a vantagem de poder ser usada antes da aplicação da maquiagem.

Serum para a região dos olhos desenvolvido para minimizar as olheiras, as rugas e os edemas (bolsas).

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AiNDA quE REGRAS DE ALiMENTAçãO vALhAM PARA A viDA TODA, CADA FASE TEM

SuAS NECESSiDADES. ATENDê-LAS PODE DEixAR vOCê MAiS ANiMADA, FELiz E BONiTA

texto Mariana Gomes ilustração Lupe

primaveraO alimento de cada

Tudo começa no prato. O que você come não só abastece o organismo, como influencia a imunidade, o humor, a força, a aparência... E ainda combate

uma infinita lista de problemas de saúde. Embora as dietas mudem como a moda, uma boa alimentação segue regras bási-cas, válidas a qualquer tempo. “Equilibrar o que ingerimos significa comer um pou-co de tudo para garantir uma rotina mais ativa e saudável”, diz o geriatra Clineu Al-mada Filho, de São Paulo.

A conta é simples e bem conhecida. “O ideal é consumir cerca de 60% de carboi-dratos, 30% de proteínas e 10% de gorduras por dia”, ensina Clineu. Melhor se a fonte desses carboidratos for alimentos integrais, legumes, verduras e frutas; que as proteínas sejam magras e as gorduras, vegetais. Evitar alimentos industrializados, sal e açúcar também consta na lista de bons hábitos. Junte a tudo isso a lei da hidratação: beber 2 litros de água por dia desintoxica e faz o organismo trabalhar melhor.

Mas se o básico é regra para a vida inteira, há necessidades específicas que variam conforme a fase. “Com o avanço da idade, o metabolismo muda e o corpo demanda diferentes substâncias”, diz o nutrólogo carioca José Alexandre Porti-nho. As necessidades individuais devem ser determinadas por um especialista. Mas conhecer seu organismo em cada etapa ajuda a fazer boas escolhas agora. Confira!

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sua vida, seu corpo: Estudar, trabalhar e ainda manter a vida social agitada: nessa fase, a correria dá o tom. Para manter o pique e não deixar as atividades de lado, o organismo precisa de energia. Os hormônios podem estar instáveis ainda, e a TPM tende a apertar.

é bom para você: Carboidratos abastecem seu corpo, mas escolha as versões integrais de arroz, massas e pães – as fibras que elas contêm prolongam a saciedade. Leite, queijos e derivados com baixo teor de gordura também caem muito bem: além de ajudar na construção dos músculos, podem amenizar a TPM.

dica de ouro: Alimente-se a cada três horas para manter o metabolismo em alta. Carregue com você lanches como frutas secas, biscoitos integrais e sucos. Rico em minerais, o tomate acelera a resposta dos músculos para quem malha.

Aos 20, 30, 40, 50, 60: Seu melhor em cada fase

Aos

20

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sua vida, seu corpo: Nessa década o trabalho fala mais alto, e conciliar todos os papéis pesa na rotina. O corpo começa a se sentir cansado e a manifestar os efeitos do tempo. É hora de prevenir: cuidar do sono, do humor e da beleza.

é bom para você: Não pule refeições – especialmente o café da manhã, que garante energia para dias longos. Combinar carnes magras com grãos integrais como a quinoa ajuda a nutrir o corpo e a manter a forma. Diminua a cafeína: em excesso, ela causa irritação, dores de cabeça, insônia e ansiedade.

dica de ouro: Ponha amarelo no prato. Alimentos ricos em carotenoides, como cenoura, abóbora, tomate, manga e mamão, previnem o envelhecimento provocado pelo sol, atenuam rugas e estimulam a produção de colágeno.

sua vida, seu corpo: Nessa fase, o metabolismo assume uma marcha mais lenta, e a produção de hormônios cai. As consequências são o ganho de gordura e a perda muscular. Mas a alimentação e os exercícios combatem a flacidez e previnem a perda óssea.

é bom para você: A soja e a linhaça amenizam os efeitos da baixa hormonal. Consumir cerca de 500 gramas ou dez porções de hortaliças, frutas e legumes por dia ajuda a reduzir em 50% o risco de desenvolver câncer. Para retardar o envelhecimento, coma frutas vermelhas e beba chá verde, que são antioxidantes.

dica de ouro: Experimente saladas feitas com brotos, como o de alfafa, que são fontes de clorofila e uma centena de nutrientes. Uma porção diária de sementes como amêndoas, castanhas e nozes protege as artérias, o coração e o cérebro.

Aos 30

Aos 40

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sua vida, seu corpo: O metabolismo em marcha lenta exige uma dieta mais restritiva e prática de esportes pra evitar a perda muscular e quilos a mais. Há propensão a doenças degenerativas, como artrose, e problemas no coração.

é bom para você: Diminua as porções no prato e abuse de sucos frescos sem açúcar e de água de coco para combater a fome fora de hora. Para amenizar os sintomas da menopausa, consuma fontes de cálcio, como iogurte natural e queijos brancos. Eles também ajudam a evitar a osteoporose.

dica de ouro: Abuse do azeite de oliva extravirgem, especialmente em saladas folhosas e legumes. Além de saboroso, ajuda a proteger o coração e as artérias.

sua vida, seu corpo: A força muscular diminui e a imunidade fica mais baixa. Pode haver déficit de vitamina D, que aumenta o risco de osteoporose. Boa alimentação, esportes, sol e acompanhamento médico ajudam a manter a vitalidade.

é bom para você: Duas vezes por semana, ponha no prato peixes ricos em ômega 3, 6 e 9, como a cavala e a sardinha. Esses nutrientes previnem infarto, reduzem o colesterol ruim e combatem a depressão e o mal de Alzheimer. Sementes e óleos vegetais poliinsaturados também são indicados.

dica de ouro: Uma taça de vinho tinto ou suco de uva três vezes por semana, ou mesmo um quadrado de chocolate meio amargo diário, são bons para o coração. Evite quilos a mais substituindo o jantar por lanches leves.

Aos 50

Aos 60+

Fontes: Clineu Almada Filho, geriatra; Elenise Corbari, nutricionista; e José Alexandre Portinho, nutrólogo.

aumente a energiaa rotiNa exaustiva de médicos pede uma dose extra de âNimo. Fazer pequenos lanches a cada três horas ajuda a manter o pique – uma dica é a combinação de dois damascos e duas castanhas-do-pará, que são antioxidantes e aumentam a imunidade. Pães integrais, frios e laticínios magros, sucos de frutas e chás não adoçados também são práticos e saciam sem pesar na balança. Para garantir bom humor, ponha no prato alimentos ricos em ácido fólico e selênio, que equilibram as funções cerebrais e combatem o cansaço mental. Boas fontes desses minerais são feijão-branco, fígado, ovos e frutos do mar. E beba água: hidratar-se revigora o corpo.

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POR ANOS, DÉCADAS ATÉ, O CONvíviO É iNTENSO – E iSSO

vALE PARA BRiGAS E ALEGRiAS. MAS uM DiA OS FiLhOS

CRESCEM. E AquELE AMOR MATERNAL TEM A ChANCE

DE EvOLuiR PARA uMA iMENSA E iNCOMuM AMizADE

texto Larissa Soriano e Mariana Gomes fotos Guilherme Gomes e Renata Chéde

Elas ensinam, protegem, cuidam, brigam, carregam no colo. E entre tantas tarefas, tanto amor, tantos conflitos, acabam por subir num pedestal – o de Mães, primeiras e únicas – onde não cabem relações mais leves, como a amizade. ‘Mãe é mãe, não é amiga’, é a desculpa que elas dão para não concordar

com a gente na adolescência (e da gente, para não contar as coisas para elas). Tem razão o receio: dar limites (e lutar contra eles) não é coisa de amigos. Mas o tempo passa, os filhos crescem, as mães se acal-mam. E quando não há mais necessidade de se preocupar, há a chance de, enfim, curtir. É aí que aquela que acompanhou cada dia da sua vida, que conhece cada olhar e tom de voz, que sabe de segredos inconfes-sáveis, que perdoa tudo e que conhece o mundo, torna-se a candidata perfeita a melhor amiga de todos os tempos.

“Ser mãe é sentir mais do que pensar, perceber mais do que julgar. E, mesmo com toda essa intensidade, é ter consciência de que este é apenas um estado passageiro, que mudará com o tempo”, diz Fernan-do Bignardi, gerontologista do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo. Para ele, quando os cuidados e a transmissão cultural não são mais necessários, a maternidade transforma-se em outro tipo de convivência. “Vira companheirismo. Isso é natural e saudável.” É o que comprovam as histórias dessas mães e filhas, que reinventaram sua convivência com cumplicidade.

amigaminha melhor

36 Histórias de mães: lições de vida

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O ano era 1990, e a família de Encarnação, a Dona Dega, passava por vacas magras. Morando em São Paulo, vinda do interior do estado, ela cuidava dos netos durante o dia, mas se sentia ansiosa para ajudar nas contas de casa. Ao observar a feira que uma vez por semana era montada em frente de casa, decidiu cozinhar para fora. “Passei a fazer marmitas com os legumes mais baratinhos, despretensiosa-mente”, conta. “Em questão de dois meses, tinha que recusar pedidos, tamanha era a procura.”

Na mesma época, Mara andava insatisfeita com o trabalho de secretária executiva. Em uma viagem, bateu o olho em um restaurante de comida casei-ra. Voltou com uma ideia fixa: “Também quero abrir o meu”. A empreitada precisava de uma parceira – e quem melhor que Dona Dega, sua mãe? “Pensei que ela não aceitaria. Por isso, antes de falar, bolei um discurso altamente persuasivo, cheio de argu-

mentos”, lembra Mara. Não precisou usá-lo: a mãe topou de primeira a proposta.

Juntas, elas fizeram uma dupla que se torna-ria referência na gastronomia do país. No coman-do do restaurante Tordesilhas, mais do que comida caseira, Mara e Dona Dega fazem comida brasileira – autêntica, inovadora e reconhecida por pilhas de prêmios ao longo desses 20 anos de sociedade. E no lastro do trabalho, viram a convivência diária, feita de dias bons e dias duros, transformar uma relação familiar numa amizade ímpar. “Tenho muitos ami-gos. Sempre prezei o fato de conhecer pessoas no-vas e levá-las comigo”, fala Mara. “No entanto, entre todos, tem uma que ocupa o lugar mais profundo. É a minha mãe. Se não existisse o laço sanguíneo e eu tivesse que escolher uma amiga para desabafar meus maiores desalentos, essa pessoa seria, com certeza, a Dona Dega.”

Com açúcar e com afeto Mara Salles Simon, 57 anos, e Encarnação Sion Garcia Salles, 80 anos, de São Paulo (SP)

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38 entender a mulher >> set/out 2010

Márcia ainda lembra daquele momento como se fosse hoje. “Quando a Mayara abriu os olhos pela primeira vez, senti que ela seria minha melhor amiga. E foi mesmo”, conta emocionada, mesmo que 21 anos te-nham se passado. A proximidade foi garantida um tan-to pelas circunstâncias, outro pelas afinidades. Márcia tinha 23 anos quando se tornou mãe. Dois anos depois, separada, mudou-se com a filha bebê para a chácara dos pais, no interior de São Paulo. Ali, criou Mayara com tudo que uma infância idílica tem direito. Juntas, subiram em árvores, nadaram em lagos, comeram frutas do pé. Mas como sempre acontece, a menini-nha cresceu. Só que o que podia ser uma longa fase de separação, na verdade, tornou-se uma nova etapa do companheirismo que as duas sempre cultivaram.

Na adolescência de Mayara, descobriram partilhar

Carne, unha e esmalte Márcia Portari, 44 anos, e Mayara Portari da Silva, 21 anos, de Bauru (SP)

gostos por músicas, roupas, lugares, pessoas, progra-mas. E até para a turma da filha Márcia entrou. “Quan-do minha mãe não sai comigo, não tem a mesma graça. Até minhas amigas reclamam”, conta Mayara. Dividindo a pista, elas colecionam casos e partilham segredos. “Certa vez, eu e minha mãe estávamos em uma festa, conversando. Avistei um mocinho e come-cei a paquerá-lo. De repente, ele veio em nossa dire-ção. Fiquei superansiosa”, conta Mayara. “Assim que chegou... em vez de falar comigo, acredita que foi di-reto nela e a convidou para dançar? A gente sempre morre de rir dessa história”, diverte-se. Para ela, ter a mãe como cúmplice é valioso, nunca temerário. “Gos-to que ela esteja presente. Senão, depois, quando vou contar tudo o que aconteceu, sempre esqueço algum detalhe. Não troco nossa relação por nenhuma outra.”

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O primeiro filho, Felipe, veio aos 20 anos; Tamirys nas-ceu sete anos depois. E diante da infância deles, Sônia, que já trabalhava fora o dia inteiro, teve que escolher entre estudar ou passar as noites com as crianças. “No impasse, escolhi tentar ser uma mãe mais pre-sente”, conta. O sonho de fazer faculdade ficou guar-dado para o dia em que os filhos estivessem crescidos. E eles cresceram. Sônia estudou, fez vestibular e, há dois anos, entrou no curso de gestão de marketing, fe-liz da vida em retomar os estudos.

Mas os filhos não a deixaram. E este ano, por inicia-tiva própria, começaram a estudar na faculdade da mãe. Tamirys, a caçula, fez mais: escolheu a mesma carreira e virou caloura de Sônia. “Quando alguém me pergunta como é estudar com a própria mãe, brinco que agora tenho mais é que andar na linha”, diz Tamirys. Para a

Colegas de classe Tamirys vigo Furquim de Campos, 19 anos, e Sônia vigo, 47 anos, de São Paulo (SP)

Sônia, ser colega de classe da filha é a chance de exer-cer novas trocas. “Os amigos acabam se misturando, as aulas também. Mas o melhor é que, toda vez que surge alguma dúvida, posso ajudá-la – e vice-versa”, diz.

As lições que Sônia e os filhos compartilham são das aulas e da vida. “Eles aceleram meu ritmo, o que é muito bom. E eu tento ensiná-los sobre a prática da tolerância e da paciência, qualidades que, convenha-mos, vêm somente com o passar do tempo”, diz Sônia. Tamirys já lamenta que essa fase tenha data para acabar. “Daqui a pouco ela se forma. Vou sentir sauda-de de vê-la na faculdade”, conta. Mas a mãe continua por perto – ao menos simbolicamente. “Como pacto de amor, fizemos a mesma tatuagem no ombro, um pentagrama de proteção. É como se estivéssemos sempre juntas. Onde vou, minha mãe está comigo.”

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40 entender a mulher >> set/out 2010

Quando tinha 10 anos, Suely chegou à conclusão de que odiava a mãe. “Foi porque ela dispensou a faxi-neira e me colocou com minhas irmãs para ajudar na arrumação”, conta – hoje, às gargalhadas. Por déca-das, conflitos assim, carregados de drama e ressen-timento, regeram a relação entre ela e Mirna, a mãe. Até que... Suely tivesse as próprias filhas. E enten-desse, na pele, as escolhas da mulher que a criou.

“Achava que ela não ligava pra mim, porque não me ajudava em nada”, conta Suely. “Ser mãe me fez compreender o lado mulher dela. E perceber que ela estava me ensinando a ser capaz”, diz. Foi enxer-gando uma a outra como mulheres crescidas que as duas se reencontraram. Transformações na vida de Suely – a chegada das crianças, o fim de um ca-samento e o começo de outro, uma mudança de ci-dade – a fizeram buscar na mãe conselhos. No lugar

da relação turrona, encontrou uma amizade adulta e madura, cheia de respeito e admiração.

Hoje, as duas compartilham mais do que almo-ços em família. “Se passo por algum problema, se preciso relaxar ou desabafar, logo penso na minha mãe”, diz Suely. “Conto pra ela coisas que nenhuma outra pessoa sabe. É, com certeza, minha melhor amiga.” E assim como foi questão de maturidade para ela ver a mãe com olhos mais generosos, tam-bém é um aprendizado para Mirna respeitar os es-paços da filha. “Algumas coisas ainda são difíceis de escutar”, confessa ela. “Mas tento lembrar de quan-do tinha a mesma idade e penso que, assim como eu, a Suely também pode fazer suas escolhas. Eu tentei criar filhas autônomas e acho que consegui. Isso me tranquiliza e volto para a condição de ami-ga, que é onde permaneço.”

Amor conquistado Suely Kluppel, 40 anos, e Mirna Kluppel, 64 anos, de Curitiba (PR)

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N a gravidez, as funções metabólicas do corpo se modifi-

cam, preparando-o para a gestação e o desenvolvimen-

to do bebê, e nessa fase a atenção com a saúde da mãe é

muito importante. Além de controlar o peso e a pressão ar-

terial, toda mulher que engravidou ou pretende ter um filho

precisa tomar ácido fólico diariamente. Ele mantém os níveis

de homocisteína baixos durante a formação do feto, evitan-

do que a criança nasça com Defeito no Fechamento do Tubo

Neural (DTN). Do contrário, podem ocorrer problemas de saú-

de no bebê, como anencefalia, má-formação da coluna verte-

bral e lábio leporino, entre outros. o DTN-Fol®, desenvolvido

pela Biolab Farmacêutica, é o primeiro suplemento associado

a vitamina E, que atua como um adjuvante na fertilidade da

mulher, criado para prevenir o DTN. o medicamento à base

de ácido fólico pode ser tomado por mulheres de todas as

idades e auxilia uma gestação saudável para a mãe e o bebê.

A ingestão de DTN-Fol® pode

auxiliar na prevenção de defeito

no fechamento do tudo neural

GRAVIDEZ SEGURA E SaUDáVEL

De cada 2 mil nascimentos, três crianças apresentam Defeito no Fechamento do Tubo Neural. Uma maneira de prevenir que o bebê nasça com má-formação na coluna, problemas cardíacos e anencefalia, entre outros, é ingerir ácido fólico no mínimo 30 dias antes da concepção e quando a gravidez for confirmada. Deve-se manter o uso do medicamento até a 20ª semana de gestação. As autoridades internacionais da saúde indicam a ingestão diária de 0,4 mg, e o DNT-Fol® da Biolab Farmacêutica é

o único produto existente no mercado que, nessa combinação, contém essa dosagem por cápsula.

Na medida certa

Biolab Apresenta Especial Publicitário

Informações adicionais disponíveis à classe médica mediante solicitação. Bula e informações adicionais disponíveis no interior desta publicação.

Valu

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taly

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amst

ime

Page 42: Entender a mulher #1

eNsaios

de amor, de Alain de Botton, editora Rocco. Em seu romance de estreia, o filósofo parte de uma história de amor prosaica

– que começa com um retumbante encantamento e esmorece na rotina – para analisar atitudes, pensamentos e expectativas de homens e mulheres. Para isso, usa clássicos da filosofia e da literatura, e até conceitos de física e química.

As mulheres e o amor

NãO SE SABE AO CERTO O QUE ELAS QUEREM. MAS A SELEçãO A SEGUIR, SOBRE COMO AS MULHERES VIVEM SUAS PAIxõES, PODE AJUDARtexto Sheyla Miranda

o amor Nos Tempos do corre Acredite: homens de todo o mundo continuam a assistir a episódios da série Sex and the City para entender melhor as mulheres. Não que a tarefa fique lá muito mais fácil – já que tão cheias de pequenos segredos são as garotas. Mas as histórias valem a tentativa: retratam, com humor afiado, como é ser mulher nestes tempos de trabalho duro e amores fluidos. As quatro personagens principais, todas maiores de 30 anos, circulam por Nova York e, entre um romance aqui e outro lá, conversam sobre sexo, amizade, trabalho, maternidade, moda, expectativas para o futuro e o papel da mulher na sociedade contemporânea. A série, sucesso no mundo todo, foi encerrada em 2004, mas você pode assistir a suas seis temporadas em DvD, formato em que também estão disponíveis os dois filmes do combo. Ou, ainda, ler o livro homônimo de Candace Bushnell, que deu origem a tudo.

caramelo, de Nadine Labaki, 2007. um salão de beleza em Beirute é o ponto de encontro de cinco mulheres, cada qual com um dilema do coração para resolver. uma é apaixonada por um homem casado, outra está confusa com a sexualidade... e por aí seguem conflitos com os quais muitas mulheres podem se identificar – e o homens, aprender com elas.

Para entender: Cultura cor-de-rosa42

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SEt/out 2010 << ENTENDER A MuLhER 43

o muNdo pós-aNiversário, de Lionel Shriver, editora intrínseca. A partir de um único beijo, a protagonista tem de decidir entre permanecer com seu companheiro de dez anos ou entregar-se a outra relação. Em duas histórias paralelas, de honestidade estarrecedora, o enredo explora as possibilidades de cada escolha e fala daquele “e se...” que sempre nos intriga.

maria BetHânia, as canções Que você fez pra mim. O disco é uma homenagem ao romance – e àquele

que dedicou a vida a cantar o amor: Roberto Carlos. Lançado em 2003, traz apenas clássicos do repertório do rei, como Detalhes. As canções escancaram os meandros das relações amorosas e, na voz de Bethânia, ficam ainda melhores.

carla Bruni, comme si de rien n’était. Mais conhecida por ser casada com Nicolas Sarkozy e, por consequência, ser primeira-dama da França,

Carla Bruni também tem trabalhos musicais delicados e encantadores, ora interpretados em francês, ora em inglês. Seu terceiro álbum é recheado de canções românticas para o marido, como You Belong to Me.

Billie Holiday, a fine romance.Sua habilidade para transformar sentimentos em música certa vez foi

descrita assim: “Quando uma mulher canta que seu homem foi embora, você lamenta. Quando Billie canta, você vê ele fazendo as malas e indo para nunca mais voltar”. A coletânea traz a diva brilhando em clássicos agridoces do jazz.

cHico e vinicius“Quando o assunto é entender a mulher, qualquer música de Chico Buarque ou poema de Vinicius de

Moraes são uma porta para se entender a alma feminina”, indica a cantora Miúcha. Exemplo perfeito é Valsinha, composta em parceria por Chico e Vinicius – um poema-canção que fala sobre as expectativas românticas de uma mulher.

Para ouvir

As mulheres e o amor

mulHeres alTeradas, de Maitena, editora Rocco. A cartunista argentina representa em suas tirinhas temas femininos universais, como amor, família, corpo, moda, filhos, o passar do tempo, a falta de tempo pra tudo... Dona de um humor escrachado, Maitena costuma dizer que seu alvo são mulheres de 15 a 80 anos – e homens que saibam rir das paranoias delas.

educação, de Lone Scherfig, 2009. uma garota de 16 anos precisa quebrar tabus para se tornar a mulher que gostaria de ser: independente, culta e, sobretudo, livre. Na Londres dos anos 1960, ela recebe uma educação conservadora, e tudo muda quando se apaixona por um homem mais velho. Com delicadeza e alguma ironia, o filme retrata as dores do crescimento provocadas pela paixão.

amar Não é vexame “Recomendo Mulher Perdigueira, o mais recente livro do poeta e escritor gaúcho Fabricio Carpinejar. Em contos e crônicas, o autor revela a sua devoção às fêmeas e defende a passionalidade feminina. A mulher perdigueira, segundo ele, sofre um terrível

preconceito no amor. Como se fosse um crime desejar alguém com toda intensidade. Ela não deveria confessar o que pensa ou exigir mais romance. Tem que se controlar, fingir que não está incomodada, mentir que não ficou machucada por alguma grosseria. Ela é vista como uma figura perigosa. Não pode criar saudade das banalidades, extrapolar a cota de telefonemas e perguntas. É condenada a se desculpar pelo excesso de cuidado. Pedir perdão pelo ciúme, pelo descontrole, pela insistência de sua boca. Exige-se que seja educada. Ora, só o morto é educado. O homem inventou de discriminá-la. Em nome do futebol. Para honrar a saída com os amigos. Para proteger suas manias. Diz que não quer uma mulher o perseguindo. Que procura uma figura submissa e controlada que não pegue no seu pé. Eu quero. Quero uma mulher segurando meus dois pés. Segurar os dois pés é carregar no colo. Porque amar não é um vexame. Escândalo mesmo é a indiferença.”indicação do escritor e jornalista xico Sá

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ana e o rei, de Andy Tennant, 1999. Em 1860, uma inglesa, interpretada Jodie Foster, viaja até o Sião para ser tutora dos

58 filhos do Rei Mongkut. Conflitos, choque de culturas e o início de um romance embalam a trama. “A protagonista é uma mulher forte e decidida”, recomenda o pediatra Jackson Fernando de Rezende Vilela.

gHost, de Jerry Zucker, 1990. Clássico estrelado por Patrick Swayze e Demi Moore, narra a história de um casal

apaixonado, separado por um crime – o assassinato dele. Mesmo em outro ‘plano’, o amor continua vivo. “Acho a história uma das mais belas do cinema”, diz o ginecologista Luis Alberto Soares Pereira.

BrilHo de uma paixão, de Jane Campion, 2009. A história de amor entre o poeta John Keats (1795-1821) e

uma estudante conduz o longa, que de quebra faz um ótimo retrato da vida das mulheres à época. “É um filme muito bonito, que fala de amor e poesia com delicadeza”, diz o pediatra Giovanni Di Sarno.

Blog 02 neurônio. Escrito por três mulheres, o blog faz um apanhado bem-humorado e muito honesto sobre o universo feminino, de frustrações amorosas à passagem dos anos. (02neuronio.blog.uol.com.br)

é un mondo difficile. Os desenhos da argentina Julieta Arroquy são uma espiada sobre o que se passa na cabeça das mulheres. E podem ser tão otimistas quanto melancólicos. (julietaarroquy.blogspot.com)

cardBoard love. Pequenas declarações de amor e gratidão escritas em pedaços de papelão alimentam esse blog. É inspiração para pôr carinho no cotidiano de qualquer relacionamento. (www.cardboardlove.com)

os médicos indicam!

Harry e sally – FeiTos um para o

ouTro, de Rob Reiner, 1989. Meg Ryan e Billy Crystal estrelam uma das comédias românticas mais famosas do século xx. quando se conhecem, ainda estudantes, se odeiam, mas acabam por se tornar grandes amigos. Ela acha que jamais se apaixonará pelo mulherengo harry, e ele não vê muita graça nela. Mas a paixão tem mesmo estranhos caminhos...

como ser leGal, de Nicky hornby, editora Rocco. Embora o título pareça o de um livro de autoajuda, é um romance divertido. Ao narrar a vida de uma médica de meia-idade, em dúvida sobre seu casamento, trabalho e criação dos filhos, o autor escancara a frustração de percebermos que é impossível ser bom em tudo, o tempo todo.

as poNTes de madisoN, de Clint Eastwood, 1995. Meryl Streep recebeu o Oscar de melhor atriz ao representar uma dona de casa do interior dos Estados unidos, casada e mãe de dois filhos. quando nem mais sonhava com esse tipo de história, um fotógrafo chega a sua cidade e eles vivem uma paixão arrebatadora por quatro dias. A escolha entre o casamento e o romance é de tirar o fôlego.

Na internet

na próxima edição, o tema é união. escreva para [email protected], indicando os filmes, livros e discos que você acha que melhor retratam o poder das mulheres unidas.E você, o que recomenda?

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Level ®: Forma farmacêutica e apresentação: comprimido revestido. Caixa com 21 comprimidos. Uso adulto. Composição: Comprimido Revestido. Cada comprimido contém: levonorgestrel 0,100 mg, etinilestradiol 0,020 mg. Indicação: contracepção oral e tratamento dos dis-túrbios menstruais. Posologia: Primeiro ciclo: o uso de Level® deve iniciar-se no 1º dia do ciclo menstrual, isto é, no 1º dia da menstruação (primeiro dia de sangramento). Assim, diariamente, durante 21 dias consecutivos, deve-se tomar 1 comprimido. Ciclos seguintes: a adminis-tração deverá reiniciar com um novo estojo-calendário, após passada esta pausa de 7 dias, ou seja, no 8º dia após ter usado o último compri-mido. Após o término do estojo-calendário com 21 comprimidos de Level®, faz-se um intervalo de 7 dias sem uso da medicação, quando en-tão deverá ocorrer o fluxo menstrual. Recomenda-se que Level® seja sempre tomado à mesma hora, todos os dias, como por exemplo após o jantar ou antes de deitar. Contra-indicações: o produto não deve ser usado por pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fór-mula, nos casos de gravidez comprovada ou suspeita; tromboflebites ou histórico de doenças tromboembólicas; tumor no fígado; tumor no endométrio, tumor nas mamas ou outra neoplasia estrógeno-dependente suspeita ou confirmada; sangramento genital de causa desconhe-cida; icterícia. Precauções Advertência: antes de iniciar o tratamento com Level®, a paciente deve submeter-se a um exame geral, um minu-cioso exame ginecológico (inclusive Papanicolaou) e das mamas, além de ser excluída qualquer possibilidade de estar grávida. O tratamen-to deve ser suspenso nos casos de cirurgia programada (com 6 semanas de antecedência) ou imobilização forçada. O fumo aumenta o risco de efeitos cardiovasculares graves, o que é acentuado com a idade e a maior quantidade de cigarros fumados. Gravidez - Extensivos estu-dos epidemiológicos não demonstraram aumento de riscos de malformações, em recém nascidos de mulheres que usavam contraceptivos orais antes da gravidez. Os contraceptivos orais devem ser imediatamente descontinuados caso haja confirmação da gravidez. Interações Medicamentosas: uso de barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, fenilbutazona, sulfonamidas, clorpromazina, penicilinas, rifampicina, ne-omicina, nitrofurantoína, ampicilina, tetraciclina, cloranfenicol, fenacetina e pirazolona pode provocar menor eficácia contraceptiva. Os con-traceptivos orais podem interferir no metabolismo oxidativo do diazepam e clordiazepóxido, provocando acúmulo dos mesmos no plasma. As doses de agentes antidiabéticos e insulina podem alterar-se. Os contraceptivos orais podem antagonizar os efeitos terapêuticos dos an-ti-hipertensivos, anticonvulsivantes, anticoagulantes orais e hipoglicemiantes. As pacientes devem ser cuidadosamente monitoradas quan-to a diminuição das respostas a estas drogas. Reações Adversas: náuseas, vômitos, sangramento intermenstrual, dismenorréia, tensão ma-mária, cefaléia, enxaqueca, nervosismo, depressão, alterações da libido, edemas e moléstias varicosas. menstruação (perda de sangue) es-teja em curso, e assim, sucessivamente durante todo o período que se deseja a contracepção. Se a paciente reiniciar algum ciclo após o dia correto ou no período pós-parto, ela deverá recorrer adicionalmente a um outro método contraceptivo de barreira (diafragma, camisinha), até que tenha utilizado Level® durante 14 dias seguidos. Venda sob prescrição médica. Registro MS 1.0974.0115.

Contra-indicações: o produto não deve ser usado por pacientes com hipersensibilidade aos com-ponentes da fórmula, nos casos de gravidez comprovada ou suspeita; tromboflebites ou histórico de doenças tromboembólicas; tumor no fígado; tumor no endométrio, tumor nas mamas ou outra neo-plasia estrógeno-dependente suspeita ou confirmada; sangramento genital de causa desconhecida; icterícia. Interações Medicamentosas: uso de barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, fenilbutazo-na, sulfonamidas, clorpromazina, penicilinas, rifampicina, neomicina, nitrofurantoína, ampicilina, te-traciclina, cloranfenicol, fenacetina e pirazolona pode provocar menor eficácia contraceptiva.Referências Bibliográficas: (1) Bula Produto.(2) Vlieg AH, 2009 The venous thrombotic risk of oral contraceptives, effects of oestrogen dose and progestogen type: results of the MEGA case-control study. BMJ. 2009;339:b3164.(3) Acher DF. Matheus R, DelConte A et. al efficacy and safety of a low-dose Monoghasic combination oral contraceptive containing 100 mcg levonorgestrel and 20 mcg de ethinil estradiol (Alesse). Am J Obstet Gynecol999;181:s3944. (4) Revista Kairos abril/2010.((5) Miranova é um medicamento de marca registrada da Bayer Schering.

DTN-FOL® – ácido fólico 400 mcg e acetato de dextroalfatocoferol 10 mg. Forma farmacêutica e apresentação: Cápsula gelatinosa mole: frasco contendo 90 cápsulas. Uso adulto. Composição: Cápsula gelatinosa mole. Cada cápsula contém: áci-do fólico 400 mcg, acetato de dextroalfatocoferol 10 mg (vitamina E). Excipientes: óleo de soja, gordura vegetal, cera de abe-lha, lecitina de soja, butilhidroxitolueno, corante amarelo crepúsculo, corante ver¬melho ponceau, dióxido de titânio, gelatina, glicerina, metilparabeno, propilparabeno e água. Indicações: DTN-FOL® está especificamente indicado para a preven¬ção de distúrbios do tubo neural relacionados à deficiência de ácido fólico, em mulheres que estejam em idade fértil, especialmente as que desejam engravidar. As mulheres que faziam uso de anticoncepcionais e interromperam o tratamento para programar uma gestação, têm uma indicação absoluta. Modo de Usar e Cuidados de Conservação Depois de Aberto: Ingerir a cápsula inteira com água. Evitar o contato da cápsula com a umidade. Após abertura do frasco, mantê-lo sempre fechado com a tam-pa. Posologia: Recomenda-se a ingestão diária de uma cápsula de DTN-FOL®, contendo 400 microgramas de ácido fólico e 10 miligramas de vitamina E, a todas as mulheres em idade fértil e que tenham vida sexual ativa. Para uma melhor ação, a in-gestão diária de DTN-FOL® deve ser iniciada com mínimo de 3 meses de antecedência da fecundação. A medicação deve ser prolongada pelo menos durante o primeiro trimestre da gestação. Registro MS – 1.0974.0202Farm. Resp.: Dr. Dante Alario Ju-nior CRF-SP n° 5143. Material de distribuição e uso exclusivo aos profissionais de saúde. MAIO 2010.

Pantogar® - queratina, cistina e associações. Forma Farmacêutica e Apresentações: Caixa com 30 e 90 cápsulas. Uso adulto ou pediátrico (crianças maiores de 12 anos) via oral. Composição: Cada cápsula contém: pantotenato de cálcio 60 mg, cistina 20 mg, nitrato de tiamina 60 mg, levedura medicinal 100 mg, queratina 20 mg, ácido aminobenzóico 20 mg, excipien-tes: celulose microcristalina, talco, estearato de magnésio, povidona, dióxido de silício. Indicações: Perda difusa de cabelos (perda de cabelo por razões desconhecidas). Alterações degenerativas na estrutura de cabelo (cabelo enfraquecido, fino, não

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maleável, quebradiço, sem vida, opaco e sem cor), cabelos danificados pela luz do sol e radiação UV, prevenção do apareci-mento de fios brancos. Desordens no crescimento das unhas (unhas quebradiças, rachadas e pouco maleáveis). Contra-indi-cações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Advertências e precauções: Uma vez que a formação dos cabelos ocorre lentamente, é importante tomar Pantogar® regularmente na dose prescrita por um período de 3 a 6 meses para garan-tir o sucesso do tratamento.Pantogar® não é indicado para alopécia cicatricial ou androgenética/convencional (calvície mas-culina). Entretanto, nestes casos, Pantogar® pode fortalecer os cabelos remanescentes. A alopécia cicatricial se caracteriza pela ausência ou diminuição definitiva dos pêlos, podendo ser causada por traumas, queimaduras químicas ou físicas, infec-ções por fungos, bactérias, vírus ou outros parasitas, câncer interno e doenças, tais como: líquem plano pilar, lupus eritema-toso, esclerodermia, mucinose folicular. Se os sintomas persistirem ou se o objetivo do tratamento não for alcançado, con-sulte seu médico. Interações medicamentosas e/ou alimentos: Não são conhecidos relatos de interação de Pantogar® com outros medicamentos, alimentos, tabaco ou álcool. Entretanto, caso tenha sido tratado com um medicamento que contenha uma sulfonamida (por exemplo: sulfabenzamida, sulfacetamida, sulfacloropiridazina, sulfacrisoidina, sulfadiazina, sulfameto-xazol), informe seu médico antes de usar Pantogar®. Restrições a grupos de risco: Gravidez: Recomenda-se que Pantogar® seja utilizado apenas na segunda metade da gestação. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Lactação: Não são conhecidas restrições para o uso do produto durante a lacta-ção. Pediatria: Não se recomenda o uso do produto por crianças menores de 12 anos de idade, uma vez que não foram reali-zados estudos específicos para esta faixa etária. Geriatria (idosos): Não são conhecidas restrições para o uso do produto por pacientes idosos. Insuficiência renal/hepática Não são conhecidas restrições para o uso do produto por pacientes com insu-ficiência renal ou hepática. Modo de usar e Posologia: Se não houver orientação médica contrária, seguir exatamente a dosa-gem abaixo: Adultos: 1 cápsula, 3 vezes ao dia, por via oral. Crianças maiores de 12 anos de idade: 1 a 2 cápsulas ao dia, de acordo com a idade, por via oral. A duração média do tratamento é de 3 a 6 meses. Se necessário, o tratamento pode ser con-tinuado ou repetido. Reações adversas: Foram relatados raros casos de reações de intolerância ao medicamento, tais como: aumento repentino do suor, pulso acelerado, reações dermatológicas como coceira e urticária ou desconforto gastrointestinal como queimação, náuseas, gases e dor abdominal. Superdose: Não são conhecidos relatos de superdosagem com Panto-gar®. Na eventualidade da ingestão acidental de doses muito acima das preconizadas, recomenda-se adotar as medidas ha-bituais de controle das funções vitais. Venda sob prescrição médica Registro MS 1.0974.0196. FEVEREIRO 2009Interações medicamentosas e/ou alimentos: Não são conhecidos relatos de interação de Pantogar® com outros medicamentos, alimentos, tabaco ou álcool.Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.

Aradois H® - combinação de losartana potássica + hidroclorotiazida. Forma farmacêutica e apresentações: Comprimido reves-tido 50 mg + 12,5 mg ou 100 mg + 25 mg de losartana potássica+ hidroclorotiazida. Caixa com 30 e 60 comprimidos. USO ORAL. USO ADULTO. • Composição: Comprimido revestido Cada comprimido 50 mg + 12,5 mg contém: losartana potássica 50 mg, hi-droclorotiazida 12,5 mg. Excipientes: dióxido de silício coloidal, lactose, celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, esteara-to de magnésio, dióxido de titânio, laurilsulfato de sódio, hipromelose, macrogol, etilcelulose e óxido de ferro amarelo. Cada com-primido 100 mg + 25 mg contém: losartana potássica 100 mg, hidroclorotiazida 25 mg. Excipientes: dióxido de silício coloidal, lac-tose, celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, estearato de magnésio, dióxido de titânio, laurilsulfato de sódio, Indicações: é indicado no tratamento da hipertensão arterial, onde é mais adequada a terapia combinada. Posologia: Como terapia inicial em pacientes com hipertensão arterial grave. A dose inicial usual e a dose de manutenção é de 1 comprimido revestido de Aradois H (50/12,5 mg), uma vez ao dia. Para pacientes que não respondem bem ao tratamento, a dose pode ser aumentada para mais 1 com-primido revestido de Aradois H (50/12,5 mg), uma vez ao dia ou 1 comprimido de Aradois H (100/25 mg). Contra-indicações: Pacien-tes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula ou a outros medicamentos derivados da sulfonamida. Pacientes com anú-ria. Precauções e Advertências: losartanahidroclorotiazida: Hipersensibilidade: angioedema. Aradois H® não é recomendado em pacientes com insuficiência hepática ou com insuficiência renal grave (depuração de creatinina < 30 ml/min) -losartana: Insuficiên-cia renal e hepática: Como conseqüência da inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona, foram reportadas mudanças na função renal em indivíduos suscetíveis tratados com losartana potássica. -hidroclorotiazida: Desequilíbrio hidroeletrolítico e hipo-tensão: Assim como para todas as terapias anti-hipertensivas pode ocorrer hipotensão sintomática em alguns pacientes. Gravidez: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Interações Medicamentosas: Losartana: o uso concomitante de diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio ou substitutos de sais contendo potássio po-dem levar a um aumento de potássio sérico. Hidroclorotiazida: quando administradas concomitantemente, as seguintes drogas po-dem interagir com os diuréticos tiazídicos: Álcool, barbituratos ou narcóticos: Pode ocorrer potencialização da hipotensão ortostá-tica. Antidiabéticos orais ou insulinas: Pode ser necessário o ajuste posológico destes medicamentos. Outras drogas anti-hiperten-sivas: Efeito aditivo. Colestiramina e resinas de colestipol. Corticosteróides e ACTH. Aminas pressoras (por exemplo, adrenalina). Relaxantes não despolarizantes do músculo esquelético. (por exemplo, tubocurarina). Lítio. Antiinflamatórios não esteroidais. Rea-ções Adversas: Em geral o tratamento com losartana potássica + hidroclorotiazida foi bem tolerado. Na maioria dos casos as expe-

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riências adversas foram leves e transitórias e não requereram a descontinuação da terapia. Em estudos clínicos controlados em hi-pertensão essencial, tontura foi o único efeito adverso relatado como relacionado à droga e que ocorreu com incidência maior que a do placebo em 1% ou mais dos pacientes tratados com losartana potássica e hidroclorotiazida. As seguintes reações adversas têm sido relatadas após a comercialização: Hipersensibilidade: Raramente tem sido relatado angioedema, incluindo edema de la-ringe e glote causando obstrução de respiração e/ou edema de face, lábios, faringe e/ ou língua em pacientes tratados com losar-tana; alguns destes pacientes previamente apresentaram angioedema com outras drogas incluindo inibidores da ECA. Gastrintes-tinal: hepatite foi raramente relatada em pacientes tratados com losartana; diarréia. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Registro MS 1.0974.0140. Farm. Resp.: Dr. Dante Alario Junior CRF-SP n° 5143. FEVEREIRO 2009

Contra-indicações: Pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula ou a outros medicamentos derivados da sulfonamida.Interações Medicamentosas: Losartana: o uso concomitante de diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio ou substitutos de sais contendo potássio podem le-var a um aumento de potássio sérico. Hidroclorotiazida: quando administradas concomitan-temente, as seguintes drogas podem interagir com os diuréticos tiazídicos: Álcool, barbitura-tos ou narcóticos: Pode ocorrer potencialização da hipotensão ortostática.

Aradois® (losartana potássica). Forma farmacêutica e apresentações: Comprimido 25 mg, 50mg ou 100mg concentração. Caixa com 30 e 60 comprimidos. USO ORAL. USO ADULTO. Composição: Comprimido revestido Cada comprimido de 25 mg contém: losartana potássica 25 mg. Excipientes: amidoglicato de sódio, lactose, celulose, dióxido de sílicio coloidal, estea-rato de magnésio, cloreto de metileno, etilcelulose, hipromelose, macrogol, óxido de ferro amarelo, dióxido de titânio, Cada comprimido de 50 mg contém: losartana potássica 50 mg. Excipientes: amidoglicato de sódio, lactose, celulose, dióxido de sílicio coloidal, estearato de magnésio, etilcelulose, hipromelose, macrogol, dióxido de titânio. Cada comprimido de 100 mg contém: losartana potássica 100 mg. Excipientes: amidoglicato de sódio, lactose, celulose, dióxido de sílicio coloidal, estea-rato de magnésio, etilcelulose, hipromelose, macrogol, dióxido de titânio. Indicações: Aradois® é indicado para o tratamen-to da hipertensão. Aradois® é indicado para o tratamento da insuficiência cardíaca, quando o tratamento com inibidor da ECA, não é mais considerado adequado. É indicado para reduzir o risco de morbidade e mortalidade cardiovascular avaliado pela incidência combinada de morte cardiovascular, acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio em pacientes hiperten-sos com hipertrofia ventricular esquerda. Proteção renal em pacientes com diabetes tipo 2 e proteinúria: Aradois® é indicado para retardar a progressão da doença renal avaliada pela redução da incidência combinada de duplicação da creatinina séri-ca, insuficiência renal terminal (necessidade de diálise ou transplante renal) ou morte; e para reduzir a proteinúria. Posologia: Hipertensão:A dose usual inicial e de manutenção é de 50 mg uma vez ao dia para a maioria dos pacientes. O efeito anti-hiper-tensivo máximo é alcançado 3 a 6 semanas após o início do tratamento. Redução do risco de morbidade cardiovascular em pacientes hipertensos com hipertrofia ventricular esquerda: A dose usual inicial de Aradois® é de 50 mg uma vez ao dia. In-suficiência cardíaca: A dose inicial de Aradois® para pacientes com insuficiência cardíaca é de 12,5 mg uma vez ao dia. Geral-mente, a dose deve ser titulada a intervalos semanais (isto é, 12,5 mg/dia, 25 mg/dia,50 mg/dia) até a dose usual de manuten-ção de 50 mg uma vez ao dia, de acordo com a tolerabilidade do paciente.Proteção renal em pacientes com diabetes tipo 2 e proteinúria: A dose inicial é de 50 mg uma vez ao dia. Contra-indicações: Aradois® é contra-indicado para pacientes com hi-persensibilidade a qualquer componente do produto. Precauções e advertências: Gerais Hipersensibilidade: angiodema, hi-potensão e desequilíbrio hidroeletrolitico. Em pacientes que apresentam depleção de volume intravascular, pode ocorrer hi-potensão sintomática. Essas condições devem ser corrigidas antes da administração de Aradois® , ou deve-se utilizar dose inicial mais baixa. Insuficiência renal: como conseqüência da inibição do sistema renina-angiotensina, foram relatadas, em in-divíduos susceptíveis as alterações na função renal, inclusive insuficiência renal; essas alterações podem ser reversíveis com a descontinuação do tratamento. Gravidez: primeiro, segundo e terceiro trimestres: Este medicamento não deve ser utiliza-do por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Lactação: Não se sabe se losartana é excretada no leite humano. Uma vez que muitos fármacos são excretados no leite humano e por causa do potencial de efeitos adversos para o lactente, deve-se optar por suspender a amamentação ou o tratamento com Aradois® levando-se em consideração a importância do medicamento para a mãe. Pediatria: a segurança e a eficácia em crianças ainda não foram estabelecidas. In-terações medicamentosas: Em estudos clínicos realizados com hidroclorotiazida, digoxina, varfarina, cimetidina, fenobarbi-tal, cetoconazol e eritromicina não foram identificados interações medicamentosas de importância clínica. Houve relatos de redução dos níveis do metabólito ativo pela rifampicina e pelo fluconazol. Não foram avaliadas as conseqüências clínicas des-sas interações. A exemplo do que ocorre com outros fármacos que bloqueiam a angiotensina II ou seus efeitos, o uso conco-mitante de diuréticos poupadores de potássio (por exemplo, espironolactona, triantereno, amilorida), suplementos de potás-

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sio ou substitutos do sal que contém potássio pode resultar em aumento do potássio sérico. O efeito anti-hipertensivo da lo-sartana, a exemplo do que ocorre com os outros anti-hipertensivos, pode ser atenuado pelo antiinflamatório não esteróide, a adometacina. Reações adversas: Em estudos clínicos controlados de hipertensão, verificou-se que Aradois®, em geral, é bem tolerado; os efeitos adversos foram em geral de natureza leve e transitória e não requereram a descontinuação do tratamento. A incidência geral de efeitos colaterais relatados comAradois® foi comparável à do placebo. Em estudos clínicos controlados de hipertensão essencial, tontura foi o único efeito adverso relatado como relacionado à medicação com incidência superior à do placebo, em 1% ou mais dos pacientes tratados com Aradois®. Além disso, efeitos ortostáticos relacionados à dose fo-ram observados em menos de 1% dos pacientes. Raramente foi relatada erupção cutânea, embora a incidência em estudos clínicos controlados tenha sido menor do que a do placebo. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Registro MS 1.0974.0120. Farm. Resp.: Dr. Dante Alario Junior CRF-SP n° 5143. FEVEREIRO 2009

Contra-indicações: Aradois® é contra-indicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer componente do produto.Interações medicamentosas: Houve relatos de redução dos níveis do metabólito ativo pela rifampicina e pelo fluconazol.

Vonau Flash® - Apresentações: Comprimido de desintegração oral 8 mg e 4mg. Caixa com 10 comprimidos. Composição: Comprimido de De-sintegração Oral. Cada comprimido de 4 mg contém: cloridrato de ondansetrona 5 mg (equivalente a 4 mg de ondansetrona base). Excipientes: manitol, celulose microcristalina, crospovidona, estearato de magnésio, dióxido de silício coloidal, óxido de ferro vermelho, aroma de morango e aspartamo. Cada comprimido de 8 mg contém:cloridrato de ondansetrona 10 mg (equivalente a 8 mg de ondansetrona base). Excipientes: manitol, celulose microcristalina, crospovidona, estearato de magnésio, dióxido de silício coloidal, aroma de morango e aspartamo. Indicações: Vonau Flash® é indicado na prevenção e tra-tamento de náuseas e vômitos em geral. Contra-indicações: O produto não deve ser usado em pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fór-mula. Modo de Usar e Cuidados de Conservação Depois de Aberto: Vonau Flash® deve ser administrado por via oral. Instruções para uso e manuseio de Vonau Flash® (comprimido de desintegração oral): Remover o comprimido da embalagem, com as mãos secas, e colocar imediatamente na ponta da lín-gua para que este se dissolva em segundos, engolir com saliva. Não é necessário administrar com líquidos. Posologia: Prevenção de náusea e vômito em geral: Uso adulto: 16 mg de ondansetrona (2 comprimidos de 8 mg). Uso pediátrico: Para pacientes maiores de 10 anos, recomenda-se a dose de 4 a 8 mg de ondansetrona (1 a 2 comprimidos de 4 mg). Para crianças de 2 a 10 anos: - pacientes com peso superior a 30 kg de peso: recomenda-se a dose de 4 mg de ondansetrona (1 comprimido de 4 mg). Para crianças com 6 meses a 2 anos de idade, recomenda-se a dose de 2 mg de ondansetrona (1/2 comprimido de 4 mg) Em face da reconhecida eficácia e segurança do produto administrado em lactentes com idade acima de seis meses até 2 anos ou peso corpóreo acima de 8 Kg a posologia é de 0,2 a 0,4 mg/Kg de peso por dose. Reações adversas: Entre as várias reações documentadas, não existem evidências, em todos os casos, de reações com o uso de ondansetrona. Reações como diarréia, tontura, reações extrapiramidais não se mostraram significativamente di-ferentes em relação ao placebo. O aumento significativo das concentrações plasmáticas de enzimas hepáticas foi demonstrado em 1 a 2% dos pacientes que receberam ondansetrona associada a ciclofosfamida, embora tais elevações tenham sido transitórias e sem relação com a dose ou duração da tera-pia. Observou-se a presença de exantema cutâneo em 1% dos pacientes que receberam ondansetrona na vigência da quimioterapia. Os raros casos relata-dos de anafilaxia, broncospasmo, taquicardia, angina, hipocalemia, alterações eletrocardiográficas, oclusões vasculares e convulsões não demonstraram, com exceção de broncospasmo e anafilaxia, relação comprovada com a ondansetrona. Casos raros e isolados, não relacionados com pesquisas clínicas, foram relatados como secundários a administração injetável da droga, entre os quais são citados: rubor, reações de hipersensibilidade, algumas vezes gra-ves (por exemplo: anafilaxia, angioedema, broncospasmo, hipotensão, hipopnéia, edema de glote e estridor). Foram também relatados casos de laringos-pasmo, parada cardiorespiratória e choque durante a administração injetável

Contra-indicações: o produto não deve ser usado em pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Interações medicamentosas: A ondansetrona é metabolizada no fígado pelas enzimas do sistema citocromo P450, e portanto, os indutores ou inibidores dessas enzimas podem alterar a sua depuração (clearance) e, consequentemente, a meia-vida plasmática. De acor-do com os dados disponíveis, não há necessidade de ajuste de dose desses medicamentos em caso de uso concomitante.Referências Bibliográficas: (1) GRIMSEHL K. et al. Comparison of cyclizine and ondansetron for the prevention of postoperative nausea and vomiting in day-case gyna-ecological surgery. Anaesthesia, v. 57, p. 61-65, 2002. (2) HIGGINS G.A. et al. 5-HT3 antagonists injected into the area postrema inhibit cisplatin induced emesis in the ferret. Br. J. Pharmacol., v.97, p.247-255, 1989. (3) CULY CR. Ondansetron, a review of it’s use as an antrimetic in children. Paediatric Drugs. 2001; 3(6), 441-479. (4) Ma-lins A.F. et al. Nausea and vomiting after gynaecological laparoscopy: comparison of premedication with oral ondansetrona, metoclopramide and placebo BR J. Ana-esth. 1994. 72(2):231-3. (5) SUEN T.K.L. et al,. Ondansetron 4 mg for the prevention of nausea and vomiting after minor laparoscopic gynaecological surgery. Anesth. Intensive Care, v. 22, p. 142-146, 1994. (6) KARIM F. et al. Role of 5-HT3 antagonists in the prevention of emesis caused by anticancer therapy. Biochem. Pharmacol., v.52, p.685-692, 1996. (7) COHEN IT. An Overview of the clinical use of ondasnsetron in preschool age children. Ther and clini Risk Mamag. 2007: 3(2); 333-339. (8) RO-SENBERG, M. J. et al. Oral contraceptive discontinuation: a prospective evaluation of frequency and reasons. Am. J. Obstet. Gynecol., v. 179, n. 3, p. 577-582, 1998; (9) VON HERTZEN, H. et al. Emergency contraception with levonorgestrel or the Yuzpe regimen. Task Force on Postovulatory Methods of Fertility Regulation. Lancet, v. 352, n. 9144, p. 1939, 1998; Referências Bibliográficas: (10) Plasil é marca registrada do laboratório Sanofi-Aventis. (11) Dramim e Dramin B6 são marcas registradas do laboratório Nycomed. (12) Meclin - Bula do produto - é marca registrada do laboratório Apsen (13) Bula do Produto. (14) Abreu MP, Vieira JL, Silva IF, Miziara LEPG, Fofano R - Eficácia do Ondansetron, Metoclopramida, Droperidol e Dexametasona na Prevenção de Náusea e Vômito após Laparoscopia Ginecológica em Regime

Ambulatorial. Estudo Comparativo. Rev Bras Anestesiol 2006; 56: 1: 8 - 15.(15) Revista Kairos, Maio 2010.

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Vitaminerals Plus é um suplemento vitamínico e mineral com uma fórmula nutricional balanceada, desenvolvida para homens e mulheres em diferentes faixas etárias. Vitaminerals Plus contém os mais importantes minerais na forma de aminoácidos quelatos, o que proporciona maior absorção que os minerais comuns, assim como maior efetividade funcional. Consumir Vitaminerals Plus conforme re-comendação constante na embalagem, ou no folheto informativo do produto. Composição: Cálcio (Cálcio citrato glicina quelato e Dicálcio malato), Magnésio (Magnésio bis-glicina quelato), Vitamina C (Ácido ascórbico), Niacina (Vitamina B3), Ferro (Ferro bis-glicina quelato), Vi-tamina E (D-alfa-tocoferol), Zinco (Zinco bis-glicina quelato), Ácido pantotênico (Vitamina B5), Manganês (Manganês bis-glicina quelato), Ri-boflavina (Vitamina B2), Tiamina (Vitamina B1), Piridoxina (Vitamina B6), Cobre (Cobre dicotinato glicina quelato), Vitamina A (Retinol), Ácido fólico, Iodo (Kelp), Molibdênio (Molibdênio aminoácido quelato), Cromo (Cromo aminoácido quelato), Selênio (Selênio aminoácido comple-xado), Biotina, Vitamina D (Colecalciferol), Cianocobalamina (Vitamina B12). Excipientes: Celulose microcristalina e croscarmelose sódica (estabilizantes), Ácido esteárico (glaceante), Estearato de magnésio (lubrificante) e Dióxido de silício (antiumectante). NÃO CONTÉM GLÚ-TEN. Farm Resp,: Dr Luiz Eduardo Ferrer – CRF SP 31.579, registro do produto: MS6651500140011.1.Huskisson E; Maggini S; Ruf M. The role of vitamins and minerals in energy metabolism and well-being. J Int Med Res 2007; 35:277-289. 2.National Research Council. Recommended dietary allowances.Washington DC: National Academy Press, 10 ed,

1989, p. 174-184. 3.Mahan LK; Scoot-Stump S. Krause. Alimentos nutrição e dietoterapia. São Paulo Editora Roca,2001, 10 edição. 4.AAFCO. 1996. Official Publication. Association of American Feed Control Officials, Inc, Office of the Indiana State Chemist,

West Lafayette. 5.Ashmead HD. Comparative intestinal absorption and subsequent metabolism of metal amino acid chelates and inorganic metal salts. Biological trace element research, Washington DC: ACS, Cap 24:306-319, 1991. 6.Ashmead HD; Graff

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cinate chelate. Nutrition 2001; 17:381-384. 10.Schuette AS et al. Bioavalability of magnesium diglycinate vs magnesium oxide in patients with ileal resection. Journal of Parenteral and Enteral Nutrition 1994; 18:(05) 430-435. 11.Schlomerich J; Freuderman A;

Kottgen E et al. iovaiability of zinc from zinc-histidine complexes. I Comparision with zinc sulfate in healthy men. Am J Clin Nutr 1987; 45:1480-1486.12.Nielsen P; Gabbe EE; Fischer R; Heinrich HC. Bioavailability of iron from oral ferric polymaltose in humans.

Arzneimittelforschung 1994; 44(6): 743-748. 13.Tondeur MC; Schauer CS; Chtistofides AL; Asante KP et al. Determination of iron absorption from intrinsically labeled. microencapsulated ferrous fumarate (sprinkles) in infants with different iron and hematolo-

gic status by using a dual-stable isotope meted. Am J Clin Nutr 2004; 80: 1436-1444. 14.Neuvonen PJ; Kivisto KT; Lehto P. Interference of dairy products with the absorption of ciprofloxacin. Clinical Pharmacology and Therapeutics, St. Louis MO, v.50, p.498-

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Tantin Apresentação: Comprimido revestido. Caixa com 1 blister ou 3 blisteres com 28 comprimidos cada . USO ADULTO. Composição: Cada comprimido rosa contém: gestodeno 0,060 mg, etinilestradiol 0,015 mg, Excipientes: polacrilina potássica, lactose, celulose microcristalina, estearato de magnésio, dióxidode titânio, macrogol, hipromelose, óxido de ferro vermelho, cloreto de metileno. Cada comprimido branco contém: Excipientes q.s.p. 1 comprimido, Excipientes: polacrilina po-tássica, lactose, celulose microcristalina, estearato de magnésio, dióxido de titânio, macrogol, hipromelose. Contra-Indicações: Lactação – Pequenas quantidades de contraceptivos esteroidais e/ou metabólitos foram identificados no leite materno e poucos efeitos adversos foram relatados em lactentes, incluindo icterícia e aumento das mamas. A lactação pode ser influenciada pelos contraceptivos orais combinados, uma vez que podem reduzir a quantidade e alterar a composição do leite ma-terno. Em geral, não deve ser recomendado o uso de contraceptivos orais combinados até que a lactante tenha deixado totalmente de amamentar a criança. Pedia-tria – Este medicamento não é indicado para o uso em crianças. Geriatria (idosos) – Tantin® não é indicado para pacientes idosas. Precauções e advertências: Fu-mar cigarros aumenta o risco de efeitos colaterais cardiovasculares sérios decorrente do uso de contraceptivos orais combinados. Este risco aumenta com a idade e com o consumo intenso (em estudos epidemiológicos, fumar 15 ou mais cigarros por dia foi associado a risco significativamente maior) e é bastante acentuado em mulheres com mais de 35 anos de idade. Mulheres que tomam contraceptivos orais combinados devem ser firmemente aconselhadas a não fumar. Interações medi-camentosas: Interações entre etinilestradiol e outras substâncias podem diminuir ou aumentar as concentrações séricas de etinilestradiol, respectivamente. * Embo-ra o ritonavir seja um inibidor do citocromo P450 3A4, demonstrou-se que esse tratamento diminui as concentrações séricas de etinilestradiol. Posologia: A cartela de Tantin® contém 28 comprimidos, sendo 24 comprimidos cor de rosa com hormônios e 4 comprimidos inertes de cor branca. Iniciar tomando um comprimido cor de rosa no primeiro dia do ciclo (primeiro dia de sangramento). Assim, diariamente, durante 24 dias consecutivos, deve-se tomar 1 comprimido cor de rosa de Tantin®; terminados os comprimidos cor-de-rosa, deve-se continuar tomando 1 comprimido branco de Tantin® por mais 4 dias consecutivos, seguindo a ordem indicada no blíster. O fluxo menstrual deve ocorrer nestes dias, após o término dos comprimidos cor de rosa. A embalagem seguinte deverá ser iniciada no dia seguinte ao término dos comprimidos brancos, sem intervalo, mesmo que a hemorragia por supressão esteja em curso. Como começar a tomar Tantin® Sem uso anterior de contracep-tivo hormonal (no mês anterior): o primeiro comprimido deve ser tomado no 1º dia do ciclo natural (ou seja, o primeiro dia de sangramento menstrual). Pode-se iniciar o tratamento entre o 2º e o 7º dia, mas recomenda-se a utilização de método contraceptivo não hormonal (como preservativo e espermicida) nos primeiros 7 dias de administração durante o primeiro ciclo. Quando se passa a usar Tantin® no lugar de outro contraceptivo oral: deve-se começar a tomar Tantin® de preferência no dia seguinte ao último comprimido ativo do contraceptivo oral combinado anterior ter sido ingerido ou, no máximo, no dia seguinte ao intervalo habitual sem comprimidos ou com comprimido inerte do contraceptivo oral combinado anterior. Quando se passa a usar Tantin®no lugar de outro método com apenas progestogênio (mini-pí-lulas, injetável, implante): pode-se interromper a mini-pílula em qualquer dia e deve-se começar a tomar Tantin® no dia da remoção do implante ou, no caso de utiliza-ção de contraceptivo injetável, devese esperar o dia programado para a próxima injeção. Em todas essas situações, a paciente deve ser orientada a utilizar outro mé-todo não-hormonal de contracepção durante os 7 primeiros dias de administração dos comprimidos. Após aborto no primeiro trimestre: pode-se começar a tomar Tantin® imediatamente. Não são necessários outros métodos contraceptivos. Após parto ou aborto no segundo trimestre: como o pós-parto imediato está associa-do a aumento do risco de tromboembolismo, o tratamento com contraceptivos orais combinados não deve começar antes do 28º dia após o parto ou aborto no se-gundo trimestre. Deve-se orientar a paciente a utilizar outro método não-hormonal de contracepção durante os 7 primeiros idas de administração dos comprimidos. Entretanto, se já tiver ocorrido relação sexual, a possibilidade de gravidez antes do início da utilização do contraceptivo oral combinado deve ser descartada ou deve-se esperar receberem um contraceptivo oral combinado, devem ser rigorosamente monitorizadas e, se a condição reaparecer, o tratamento com contraceptivo oral combinado deve ser interrompido. Venda sob prescrição médica. Registro MS1.0974.0142.

* Comparado aos regimes de 21 dias contendo 20mcg.

Referências Bibliográficas: (1) Gestodene Study Group. The safety and contraceptive efficacy of 24-day low dose oral contraceptive regimen containing gestodene 60 mcg and

ethinylestradiol 15 mcg.Eur J Contracept Reprod Health Care 1999; 4 (Suppl 2:)9-15 (2) Sullivan H, FurnissH, Spona J, Elstein M . Effect of 21-day and 24-day oral contraceptive re-

gimens containing gestodene (60 mcg) and ethinylestradiol (15 mcg) on ovarian activity. Fertil Steril.1999 Jul:72 (1);115-20

Contra-Indicações: Lactação – Pequenas quantidades de contraceptivos esteroidais e/ou metabólitos foram identificados no leite materno e poucos efeitos adversos foram relatados em lactentes, incluindo icterícia e aumento das mamas. Interações medicamentosas: Inte-rações entre etinilestradiol e outras substâncias podem diminuir ou aumentar as concentra-ções séricas de etinilestradiol, respectivamente.

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UM BASTA NA QUEDA

DoS cabELoSApós três meses de uso, já surgem os primeiros sinais de recuperação dos fios

Crescimento garantidoA perda difusa dos cabelos, que afeta todo o couro cabeludo, pode ocorrer em decorrência de estresse, gravidez, lactação e pré-menopausa, entre outros fatores não genéticos. Pantogar garante a recuperação dos cabelos entre três e seis meses após o início do tratamento, devido à combinação de ingredientes ativos essenciais para a raiz do cabelo, que aumentam seu crescimento e melhoram sua estrutura. O uso do medicamento sempre deve ser feito com acompanhamento médico.

Ter um cabelo bonito, sedoso, macio e brilhante é o dese-

jo de toda mulher. Por isso, o mercado conta com uma

infinidade de xampus, condicionadores e cremes de trata-

mento desenvolvidos para os mais diversos tipos de cabelos.

Mas, apesar de toda a ajuda, cerca de 40% das mulheres têm

acentuada queda de fios capilares em dois momentos es-

pecíficos de alterações hormonais: o período do pós-parto,

quando a taxa de hormônios femininos cai drasticamente

devido à produção de leite, e na fase da pré-menopausa, em

que o corpo produz mais hormônios masculinos.

Essas transformações podem levar à queda dos cabelos

em grande quantidade, e então é necessário um tratamen-

to específico para a recuperação dos fios. Pantogar, um pro-

duto distribuído pela Biolab Farmacêutica, é muito eficaz no

tratamento da queda de cabelo quando administrado pelo

período mínimo de três meses – tempo necessário para o

nascimento e o aparecimento do fio. A ação fortificante do

Pantogar reduz em 63% a queda de cabelos graças à sua

fórmula, que contém queratina (a principal proteína dos ca-

belos) e levedura (produz nutrientes importantes para a for-

mação dos fios). Com o medicamento, as mulheres ganham

cabelos volumosos, fortes, macios e sedosos.

Biolab Apresenta Especial Publicitário

Informações adicionais disponíveis à classe médica mediante solicitação. Bula e informações adicionais disponíveis no interior desta publicação.

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