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Lia Neiva ilustrado por Igor Machado 3 a edição

entre, deuses, e, monstros

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Lia Neiva

ilustrado por Igor Machado

3a edição

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© by Lia Fonseca de Carvalho Neiva

Direitos de edição da obra em língua portuguesa adquiridos pela Editora Nova Fronteira Participações S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação etc., sem a permissão do detentor do copirraite.

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Texto revisto pelo novo Acordo Ortográfico

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

Neiva, Lia Entre deuses e monstros / Lia Neiva ; ilustrações de Igor Machado. 3.ed. – Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2011224p.; il.

ISBN 978.85.209-1943-9

1. Mitologia grega – Literatura juvenil. I. Machado, Igor. II. Título.

CDD 028.5CDU 087.5

N338e3.ed.

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“O mito é o nada que é tudo.” Fernando Pessoa, Mensagem

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Introdução Hípias Os dois mundos O encontro com Teseu Uma cer ta caverna Hípias vai a Delfos Orfeu e Eurídice Teseu e o Minotauro Os deuses Os monstros A caixa de Pandora Glossário

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IIIIVV

VIVII

VIIIIXX

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Sumário

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introdução

Crono mata Urano

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Hélade, hoje chamada de Grécia, foi uma terra onde, segundo a imagi-nação das pessoas que ali viviam, o extraordinário — na forma de uma poderosa trindade constituída por deuses, heróis e monstros — peram-bulava por campos, vales e colinas, intrometendo-se e interferindo em

seu dia a dia, ora auxiliando-as, ora atormentan-do-as. Os crédulos mortais tudo faziam para bem conviver com essas fantásticas criaturas que domi-navam os seus pensamentos e, consequentemente, as suas vidas. No imaginário dos habitantes da Hé-lade, a trindade sobrenatural tinha poderes ilimita-dos, e os homens dela se protegiam com orações e cuidados: incensavam e glorificavam os deuses para obter os seus favores e afastar, de si próprios, os castigos divinos; mantinham distância dos he-róis para que esses não os emaranhassem em suas atribulações e aventuras; evitavam atrair a atenção dos monstros, cujo destino era devorar quem en-contrassem pela frente.

Pobres homens! Pobres helenos! Tudo o que desejavam era viver com a aprovação dos deuses e livres dos confrontos com os heróis e os monstros.

Há séculos, eles se acreditavam à mercê da tríade lendária. Conheciam-lhe as histórias e as re-contavam para que as novas gerações pudessem

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se acautelar contra os perigos que dela advinham. Eram relatos de amor e de ódio, de vinganças, cri-mes, guerras, mentiras e manipulações. Narrativas fantásticas que tornavam compreensíveis fatos, sentimentos e fenômenos que, de outro modo, não seriam entendidos. Elas explicavam a vida e a mor-te; a boa sorte e a desgraça; o amor e a solidão; os bons e os maus ventos; a abundância e a miséria; as recompensas e os castigos. Explicavam, também, o sublime mistério da criação afirmando que, a princípio, existira apenas o nada: uma ausência que fervilhara em bolhas de coisa alguma. Fora a não existência, o Caos. Entretanto, por esse vazio pri-mordial, sem começo nem fim, correra uma ener-gia rudimentar, uma força geratriz que, de repente, fizera surgir Geia, a Mãe Terra, e Tártaro, as Pro-fundezas. Logo apareceram Érebro, a Escuridão, e Nix, a Noite. Desta nasceram Éter, o Ar, e Hemera, o Dia. Da poderosa Mãe Terra brotaram Urano, o Céu, e Pontos, o Mar. O Universo nascera.

Imediatamente após o surgimento do Cosmo, a Terra e o Céu se uniram, gerando doze divinda-des belas e fortes, os titãs (Oceano, Ceos, Crio, Hi-perião, Japeto e Crono) e as titânidas (Teia, Reia, Têmis, Mnemósina, Febe e Tétis). Os dois ainda geraram os ciclopes (Arges, Estérope e Brontes), gigantes com um só olho no meio da testa, senho-res do fogo e criadores dos relâmpagos e dos tro-

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vões. Também fizeram nascer os hecatônquiros (Coto, Briareu e Gias), monstruosas criaturas com cem braços, fortes o bastante para mover monta-nhas e fazer tremer o chão. Dos titãs, dos ciclopes e dos hecatônquiros surgiram outros seres, e todos eles, juntos, povoaram o vazio que existira antes. Gigantescos e terríveis, os filhos da Terra e do Céu personificavam as forças elementares, selvagens e indomadas que se rebelavam contra a natureza nascente.

Terminada a criação, a Mãe Terra perdeu par-te de seu poder e importância, não mais reinando acima de todos; seu lugar foi ocupado pelo céu imenso que tudo aninhava. Era ele, Urano, quem então governava o mundo, os outros deuses e tudo mais que existia. Seu poder não tinha limites, e sua cólera podia ser incomensurável. Certa vez, enfurecido com os titãs e os hecatônquiros, lançou- -os para a escuridão do Tártaro. Ao ver seus filhos aprisionados em suas entranhas, a Mãe Terra en-tristeceu e, inconformada, incitou-os a se revolta-rem contra o pai. O mais moço dos titãs, Crono, tomou para si a incumbência de dominar e destruir o irascível Urano. Auxiliado por seus irmãos cicló-picos, o filho destronou o pai e tornou-se o senhor absoluto do Universo, o deus supremo da primeira geração de divindades helênicas.

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No momento exato de sua destruição, Urano disse ao filho que o golpeava com uma foice: “Eu o amaldiçoo a ser destruído por seus filhos. Eles me vingarão!” Para evitar que a terrível impreca-ção de Urano se cumprisse, Crono engolia os seus filhos assim que acabavam de nascer. Porém, o mais moço deles — Zeus — sobreviveu, graças a um ardil de sua mãe e, enraivecido, jurou vingança contra o odioso pai. Como desforra, ele se aproxi-mou de Crono e, sem revelar o parentesco, deu-lhe de beber uma poção que o fez regurgitar todos os filhos engolidos: Hades, Posídon, Deméter, Hera e Héstia. Juntos, os irmãos destronaram o grande deus e dividiram entre si os seus domínios, inician-do a segunda geração de divindades helênicas e tornando-se os deuses do Olimpo que, por muito tempo, incendiaram a imaginação do homem. E eles geraram heróis e monstros. Os mortais os ve-neravam acima de qualquer coisa e humildemente esperavam os seus favores.

Assim é a mitologia grega; assim é esta história.