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número 02 ! entrevistapanorâmica ANO I - #02 - DEZ 11 DIÁRIO DO TURISMO www.diariodoturismo.com.br APOIO A CIÊNCIA DA HOTELARIA CINCO IMPORTANTES EXECUTIVOS E SUAS FÓRMULAS PARA DESENVOLVER (AINDA MAIS!) SUAS CORPORAÇÕES EXISTE UMA FÓRMULA PARA O SUCESSO? ABEL CASTRO CHIEKO AOKI GRAZIELA ZANIN e MARCELO VAN ROEY ORLANDO GIGLIO

Entrevista Panorâmica #02

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Segunda Edição da Revista Entrevista Panorâmica #02

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Page 1: Entrevista Panorâmica #02

número02!

entrevistapanorâmicaANO I - #02 - DEZ 11

DIÁRIO DO TURISMOwww.diariodoturismo.com.br

APOIO

A CIÊNCIA DAHOTELARIA

CINCO IMPORTANTES EXECUTIVOS E SUAS FÓRMULASPARA DESENVOLVER (AINDA MAIS!) SUAS CORPORAÇÕES

EXISTE UMA FÓRMULA PARA O SUCESSO?

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entrevistapanorâmicaDIÁRIO DO TURISMO

Paulo R. von AtzingenEditor

editorialPROJETO VISUAL E DIAGRAMAÇÃO: MARCA DESIGN - 11 5564 5040 [WWW.MARCADESIGN.COM.BR]

número02!

COMPRAR OU CONQUISTAR? EIS A QUESTÃO!

Na segunda edição da revista digital Entrevista Panorâmica reeditamos os diálogos que tivemos

este ano de 2011 com algumas das grandes personalidades da hotelaria brasileira: Abel Castro

(Accor), Chieko Aoki (Blue Tree), Gaziela Zanin e Marcelo van Roey (Grande Hotel Senac) e Orlando

Giglio (Iberostar). Mas, mais que reeditar, redimensionamos o labor editorial com as imagens

genialmente produzidas e distribuídas pelo fotógrafo e designer Renato Borges Eck Zorn, da

Marca Design.

Um outro ponto significativo que desprende dessas entrevistas são de natureza jornalística e as

importantes informações sobre a ciência da hotelaria que nossos entrevistados trazem. A

inserção das marcas hoteleiras econômicas no país, a sutil relação do hoteleiro com os seus

clientes, importância dos hotéis-escola na formação dos profissionais, entre outros assuntos

interessantes, pontuam as próximas páginas. A proposta da revista Entrevista Panorâmica

consiste em estreitar a relação entre o entrevistado-entrevistador, mas mais do que isso,

oferecer um produto jornalístico de qualidade, acima de balizamentos apenas e meramente

comerciais.

Vivemos um período (salvo engano se esse período não é permanente) de premiações duvidosas.

É deprimente perceber que muitas dessas premiações são conquistadas por meio da compra do

prêmio e a presumível seriedade do prêmio é substituída única e tão somente pelo culto à

personalidade do laureado.

Essa mesma relação comercial (para muitos saudável, para outros doentia) se dá no âmbito dos

jornais de turismo. “Só aparece se pagar”, é a frase que corre à boca pequena nas salas das

diretorias comerciais e de marketing de vários jornais de turismo.

Somos contrários a essa estreiteza de visão e sabemos que mais do que a compra do espaço

existe a “conquista” do espaço. A seguir, as ideias, os pensamentos de nossos parceiros, nossos

amigos, nossos conquistadores.

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[02]

[03]

[04]

[01]

ABEL CASTRO,

DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO DA ACCOR NO BRASIL

CHIEKO AOKI,

PRESIDENTE DA REDE BLUE TREE

GRAZIELA ZANIN, GERENTE GERAL e

MARCELO PICKA VAN ROEY, COORDENADOR

GRANDE HOTEL CAMPOS DO JORDÃO

ORLANDO GIGLIO,

DIRETOR GERAL DO IBEROSTAR BRASIL

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CASA CAETANO DE CAMPOS

(SEC. DO EST. DA CULTURA);

EDIFÍCIO ITÁLIA (AO FUNDO)

Foto: Renato Eck Zorn 1

Page 7: Entrevista Panorâmica #02

DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

NO INÍCIO ELA LOCAVA IMÓVEIS PARA HOSPEDAR PESSOAS NO BRASIL. DEPOIS PASSOU A ADMINISTRAR HOTÉIS E AGORA ALCANÇA SUA MATURIDADE CORPORATIVA COM AS FRANQUIAS DE EMPREENDIMENTOS HOTELEIROS. ESTAMOS FALANDO DA ACCOR BRASIL, UM BRAÇO DA REDE FRANCESA ACCOR, QUE SE ESPECIALIZOU EM FRANQUIA E HOJE TRABALHA ESSE MODELO DE ADMINISTRAÇÃO COM AS BANDEIRAS FORMULE 1, IBIS, MERCURE E NOVOTEL EM TERRITÓRIO NACIONAL. COM 73 HOTÉIS EM DESENVOLVIMENTO, EM CONSTRUÇÃO OU EM PROJETO, A REDE HOTELEIRA TEM NA MARCA IBIS SUA GRANDE APOSTA. “DESTE TOTAL, 56 SÃO IBIS, OU SEJA, A MARCA QUE MAIS CRESCE. ESSE ANO, O IBIS SE TORNA A MAIOR MARCA NO BRASIL DA ACCOR, OCUPADA ATUALMENTE PELA MERCURE, EM NÚMEROS DE EMPREENDIMENTOS”, AFIRMA ABEL CASTRO, DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO DA ACCOR, NO BRASIL. NESTA ENTREVISTA EXCLUSIVA, CONCEDIDA AO DT, ABEL DETALHA AS RAZÕES DO IBIS ESTAR DANDO TÃO CERTO, FALA DA RELAÇÃO EQUILIBRADA E MADURA COM OS INCORPORADORES, DO PRÓ-COPA, UMA LINHA DE FINANCIAMENTO DO BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES) E DE OUTROS ASSUNTOS IMPORTANTES PARA TODA A CADEIA DO TURISMO. CONFIRA:

1ABEL CASTRO,

DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO DA ACCOR NO BRASIL

D i á r i o - S e f a l a m u i t o h o j e e m sustentabilidade e você que cuida dessa área de novos projetos, como é implantar novas unidades com esta perspectiva?Abel Castro - Eu acho que há algum tempo sustentabilidade era um diferencial e em toda a apresentação você colocava um slide falando de sustentabilidade porque você tinha um projeto ou política diferente na empresa. Hoje isso está mais próximo da realidade de todas as empresas do tamanho da Accor ou daquelas que pensam como ela. Então desenvolver um projeto sustentável é uma premissa, ele tem que ser sustentável e nós

temos a carta ambiental que é um compromisso que a Accor tem com seus acionistas, com seus hóspedes com seus colaboradores e ela deve ser seguida no desenvolvimento de qualquer um de nossos hotéis.Hoje você não tem muito mais essa opção de desenvolver ou não desenvolver com sustentabilidade, é uma premissa. A Accor assume isso muito claramente no seu desenvolvimento e a gente desenvolve todos os nossos hotéis com recursos e tecnologia para que eles sejam cada vez mais sustentáveis.

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Diário - Como funciona essa relação dos incorporadores com os operadores, quem manda mais? O capital do investidor ou a experiência hoteleira?Abel Castro - Quando se começou a desenvolver os hotéis tipo flats ou apart-hotéis, há 20 tantos anos atrás ou mais era uma operação muito mais onde a construtora/incorporadora desenvolvia o produto da forma como ele imaginava e daí sim ele buscava alguém para operar. Isso começou com o “Parthenon”, modelo que a gente pouco dava palpite ou tínhamos pouca influência nos projetos. Isso evoluiu muito e eu posso te falar que após 20 anos, quando uma incorporadora fala com uma empresa como a Accor, ela já sabe de antemão do padrão que existe nos nossos hotéis. Hoje não é uma relação difícil – como a de um cabo de guerra - e as operadoras vêem o valor das marcas da Accor e isso acontece com muita frequência. A gente continua desenvolvendo hotéis com a incorporação imobiliária, ou seja, a venda das unidades e isso eles percebem como um bom negócio.

Diário – Você pode dar detalhes?Abel Castro - A gente pode falar, por exemplo, que no ano passado assinamos três contratos com a Odebrecht. Ela está desenvolvendo hotéis em Salvador, um Mercure e depois um Ibis e um Novotel próximo do aeroporto. Eles optaram pela Accor como parceira, conhecem totalmente nossos padrões e sabem que devem segui-los. Como nós temos produtos padronizados, isso funciona muito tranquilamente para a gente. O quarto do Ibis tem 17 metros quadrados, então se o incorporador quer um quarto desse tamanho a

gente faz um Ibis. Se ele fala não, o apartamento tem que ter 20 metros quadrados a gente não vai conseguir fazer o Ibis. Então, hoje, a relação é muito interessante e a gente continua fazendo incorporação. Estamos estudando agora, outros projetos com a Odebrechet, projetos com um grupo em Manaus, outros no Ceará, ou seja, continuamos desenvolvendo modelos do condo-hotel, uma evolução dos flats por todo o Brasil.

Diário - O carro chefe da implantação de hotéis atualmente são as marcas econômicas, como está o cronograma dessas marcas, do Formule 1 e do ibis?Abel Castro - Realmente, essas marcas econômicas possuem um reconhecimento muito grande no Brasil, são marcas desejadas, tanto do ponto de vista de investimentos quanto dos hóspedes. São as marcas que mais crescem; hoje nós temos 73 hotéis em desenvolvimento, em construção ou projeto, sendo 56 Ibis, ou seja, a marca que mais evolui. Esse ano, o Ibis vira a maior marca no Brasil da Accor, ocupada atualmente pela Mercure, em números de

empreendimentos. Então hoje a gente tem 60 Mercures em operação e 57 ibis, até o final do ano com a abertura dos novos hotéis, o Ibis ultrapassa o Mercure.

Diário - Por que o Ibis está dando tão certo?Abel Castro - O Ibis funciona bem porque é uma marca que atende muito bem os brasileiros, é uma marca francesa, mas ela poderia ter sido criada aqui na Praça da República porque as pessoas entendem esta equação de não ter tantos serviços

A GENTE CONTINUA DESENVOLVENDO HOTÉIS COM A INCORPORAÇÃO

IMOBILIÁRIA, OU SEJA, A VENDA DAS UNIDADES E ISSO ELES PERCEBEM

COMO UM BOM NEGÓCIO.

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que eles não precisavam a um preço mais justo. Antigamente, nesse país todo hotel tinha alguém para carregar a sua mala, room service. Hoje a gente não tem todos esses serviços, mas temos uma diária muito mais justa. Isso funcionou muito bem do ponto de vista do cliente e funciona muito bem do ponto de vista do investidor, pois ele sabe que ganha muito quando desenvolve um Ibis com toda nossa expertise no nosso desenvolvimento de projetos e sabe que dará uma rentabilidade muito maior pra ele. E óbvio, se você analisar nossa pirâmide socioeconômica, a gente tem uma base muito maior que o topo. Isso significa que nossos hotéis da base têm que ter mais do que nossos hotéis do topo. Portanto, temos esse enorme crescimento do Ibis, esse ano já assinamos vários Ibis; em Paranaguá, Itatiba (interior de SP), Anápolis (GO), estamos assinamos um novo Ibis no aeroporto de Manaus, que ficará pronto antes da Copa.

Diário - Algumas unidades têm o plano de captação nacional, através do BNDES, o Ibis Copacabana é um deles, como é feita essa negociação?Abel Castro - Essa negociação é feita entre os proprietários e o próprio banco. A Accor não faz parte desse negócio porque somos os operadores. Mas o Ibis Copacabana, por exemplo está sendo desenvolvido por um grupo de empresários, um grupo fechado, capitaneado pela Galvan (construtora e incorporadora), parceira que constrói e constitui o seu grupo. Eles pleitearam o financiamento no BNDES, através do Pró-Copa, uma linha nova que surgiu justamente para incentivar o desenvolvimento

hoteleiro em função da Copa do Mundo, com linhas mais adequadas no que diz respeito tanto às taxas de juros quanto ao financiamento; capitaneado pelo Ministério do Turismo, através da Secretaria de Financiamento, um belo trabalho. Só uma ressalva; eu tenho que deixar claro que nós não pensamos em hotéis para a Copa do Mundo, nossos hotéis são independentes de Copa, um Ibis em Copacabana com ou sem Copa do Mundo faz sentido e é assim que nós pensamos todo o dia no nosso desenvolvimento. A Accor não irá desenvolver um hotel especificamente para a Copa, nós temos vários hotéis em desenvolvimento nas cidades sedes porque são principais centros econômicos do Brasil e daí faz sentido ter hotel, com Copa ou sem Copa.

Diário - Qual o percentual de contratos de franquias?Abel Castro - O que a gente tem em franquias é menos de 20 % dos hotéis em operação são franquias. Quando você pega os hotéis em construção já é uma coisa quase como 30%, que começa a mostrar realmente que as franquias estão crescendo. Para o desenvolvimento de franquias que é um eixo importante, antigamente a gente só tinha franquia do Ibis, depois o Mercure, agora já temos Novotel e Formule 1.

SÓ UMA RESSALVA; TENHO QUE DEIXAR CLARO QUE NÓS NÃO PENSAMOS EM HOTÉIS PARA A COPA DO MUNDO, NOSSOS HOTÉIS SÃO INDEPENDENTES DE COPA.

Oca - Parque Ibirapuera (Renato Eck Zorn)

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2“TÚNEL DE BAMBUS - VIVEIROMANEQUINHO LOPES, PQ. IBIRAPUERA

Foto: Renato Eck Zorn

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

ELA FOI MAIS DO QUE PONTUAL E CHEGOU 15 MINUTOS ANTES DA HORA MARCADA. PREPAROU UM PRATO FRUGAL, COM FOLHAS E LEGUMES, ARROZ INTEGRAL, MAS COMPLEMENTOU COM UM PASTELZINHO DE QUEIJO. NEM É NECESSÁRIO DIZER QUE A DAMA DA HOTELARIA VESTIA-SE DE UMA MANEIRA SÓBRIA, COM UM CASACO ESCURO E UM LENÇO XADREZ (OU UMA ECHARPE?) ENVOLVENDO O PESCOÇO. A PRESENÇA DE CHIEKO AOKI NO RESTAURANTE CHAMON GRILL, NO CENTRO DE SÃO PAULO, CHAMOU A ATENÇÃO DE INÚMERAS PESSOAS, JÁ QUE ALI REÚNEM-SE, TODOS OS DIAS, PROFISSIONAIS DO TRADE TURÍSTICO – EM ESPECIAL AGENTES E OPERADORES DE VIAGENS – QUE A CONHECEM BEM. A TEMPERATURA BEIRANDO OS 15 GRAUS NO ÚLTIMO DIA DE MAIO FEZ COM QUE A MESA PREPARADA NA VARANDA FOSSE TROCADA POR UMA MAIS NO INTERIOR DA CASA. ACOMPANHADA DE SUA COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO, CHRISTIANE KOKUBO, A PRESIDENTE DA REDE BLUE TREE FEZ ELOGIOS AO ESPAÇO DO AMBIENTE, À VARIEDADE DOS PRATOS E À LOCALIZAÇÃO. O RESTAURANTE OFERECIA IGUARIAS JAPONESES, MAS ELA PREFERIU O TRIVIAL, E NÃO PEDIU NENHUMA BEBIDA PARA ACOMPANHAR.

CHIEKO AOKI GUARDA UM MANANCIAL DE CONHECIMENTO ADMINISTRATIVO E OPERACIONAL, MAS NEM POR ISSO PROCURA PALAVRAS DIFÍCEIS PARA EXPRESSAR SEU NÍVEL DE ENTENDIMENTO E CLAREZA DE COMO FUNCIONA UM NEGÓCIO. INDAGADA SOBRE SUSTENTABILIDADE, PALAVRA DA MODA, ELA FOI DIRETA: “É COMO SE TER A NOÇÃO QUE PRECISAMOS ESCOVAR OS DENTES TODOS OS DIAS. FAZ PARTE DE NOSSAS VIDAS A PREOCUPAÇÃO COM QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS, NO ENTANTO, OS OBJETIVOS DEVEM SER COMUNS. SUSTENTABILIDADE É INTEGRAÇÃO, TANTO DE PESSOAS, DE PAÍSES, CLIENTES, HÓSPEDES ETC.”

2CHIEKO AOKI,

PRESIDENTE DA REDE BLUE TREE

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Vale para umA entrevista seguiu em um clima de respeito mútuo. Ao invés de perguntar sobre números e índices de ocupação, o que boa parte dos hoteleiros evitam dizer, lembrei de outro elemento que integra a missão da empresa Blue Tree, a personalização.Para Aoki esse ítem faz parte do DNA da rede Blue Tree. “Ela não existe sem a sua personalização”, disse. "Não é possível fazer tudo para todos, é preciso personalizar e dar importância a cada hóspede", detalha. “Somos contra aquele ditado administrativo de que o que vale para um vale para todos, mas sim 'o que vale para um vale para um'. Esse é o nosso jeito de fazer as coisas", arremata.

Yin-YangEm outro momento da entrevista, Chieko Aoki acrescentou mais elementos sobre a personalização em sua rede citando fundamentos orientais, o tao, da China. “Outra coisa que primamos muito é a questão do serviço, do atendimento. O atendimento de nosso hóspede é focado na emoção, mas dentro de um equilíbrio Yin e Yang; o primeiro está relacionado ao lado analítico, técnico, objetivo e o segundo a aspectos intuitivos, emocionais”.

Percebendo que podia não estar sendo clara (mas estava), deu um exemplo. “É importante que o hóspede sinta que foi querido, que foi chamado pelo nome e o trataram como uma pessoa e não como um número; esse é o nosso lado Yang”, complementou lembrando que

todos os funcionários da Blue Tree são treinados para ter essa percepção no atendimento.

Um outro fator que Chieko Aoki fez questão de enumerar como integrante do DNA da Blue Tree é a inovação. “Gostamos de fazer as coisas novas para poder crescer. É uma forma de pensar da empresa. Se você pensa a mesma coisa todo dia, a empresa vai andar para trás. Todo mundo na empresa tem que

ter um olhar e um pensamento de que 'amanhã terei que fazer melhor do que hoje', aí entra a inovação”, disse, acrescentando que tem um grupo de excelência integrado por pessoas de vários setores da Blue Tree que pensa a empresa estrategicamente, filosoficamente. “O grupo pensa no amanhã, em melhorias, propõe inovações em todos os aspectos da rede”.

RentabilidadeDentre os modelos de gestão utilizados por redes hoteleiras atualmente, entre eles a franquia, a administração direta ou indireta ou a gestão

compartilhada, Chieko Aoki, que tem sob o seu guarda-chuva 26 hotéis no Brasil e dois no exterior (Argentina e Chile), explica, sem redundâncias, que o melhor modelo é o que traz rentabilidade para o investidor.

“Não existe modelo ideal para os investidores, eles querem é rentabilidade e a valorização de seu empreendimento. Se vou pintá-lo de cor-de-rosa para eles isso pouco importa”, brinca.

OUTRA COISA QUE PRIMAMOS MUITO É A QUESTÃO DO SERVIÇO, DO ATENDIMENTO. O

ATENDIMENTO DE NOSSO HÓSPEDE É FOCADO NA EMOÇÃO, MAS DENTRO DE UM EQUILÍBRIO YIN E YANG; O PRIMEIRO ESTÁ

RELACIONADO AO LADO ANALÍTICO, TÉCNICO, OBJETIVO E O SEGUNDO A

ASPECTOS INTUITIVOS, EMOCIONAIS.

Page 13: Entrevista Panorâmica #02

"Toda a semana temos uma reunião de alinhamento das metas, um acompanhamento acirrado de cumprimento dessas metas. Metas de qualidade, de resultados, meta de vendas; pura disciplina".

Sem citar um único número ou prognosticar os índices de crescimento de sua rede, Chieko Aoki dispensou a sobremesa e aceitou um café expresso com licor, uma das exclusividades da casa. Não revelou quais são os novos empreendimentos do grupo, mas a sua maneira refinada de dizer “não” mais pareceu um “sim”. Coisas do Yin Yang...

Não e Sim

GOSTAMOS DE FAZER AS COISAS NOVAS PARA PODER CRESCER. É UMA FORMA

DE PENSAR DA EMPRESA. SE VOCÊ PENSA A MESMA COISA TODO DIA, A

EMPRESA VAI ANDAR PARA TRÁS. TODO MUNDO NA EMPRESA TEM QUE TER UM

OLHAR E UM PENSAMENTO DE QUE 'AMANHÃ TEREI QUE FAZER MELHOR DO QUE HOJE', AÍ ENTRA A INOVAÇÃO.

Palácio das Indústrias - antiga sede da Prefeitura de SP (Renato Eck Zorn)

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3VIA ELEVADA PRESIDENTE ARTHUR

DA COSTA E SILVA (”MINHOCÃO”)

Foto: Renato Eck Zorn

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DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

3GRAZIELA ZANIN, GERENTE GERAL e

MARCELO PICKA VAN ROEY, COORDENADOR

GRANDE HOTEL CAMPOS DO JORDÃO: UM ESPETÁCULO PARA AS FÉRIAS

MESMO COM AQUELE JEITÃO CINCO ESTRELAS, O GRANDE HOTEL SENAC CAMPOS DO JORDÃO SE DESTACA PELA DESCONTRAÇÃO E PROXIMIDADE COM O CLIENTE. UMA DAS ESTRATÉGIAS PARA A ATRAÇÃO DE NOVOS E BONS FREQUENTADORES É O DAY USE, NO QUAL OS VISITANTES, QUE NÃO ESTÃO NECESSARIAMENTE HOSPEDADOS, PODEM UTILIZAR OS SERVIÇOS DOS RESTAURANTES: O ARAUCÁRIA, ARTE DA PIZZA E BAR DA LAREIRA. DE ACORDO COM GRAZIELA ZANIN, GERENTE GERAL DO HOTEL, OS CLIENTES “TÊM UMA DEMONSTRAÇÃO DO SERVIÇO, O QUE ACABA OS INSTIGANDO A EXPERIMENTA-LO COMPLETAMENTE, VEM GENTE DE TODAS AS REDONDEZAS DE CAMPOS DO JORDÃO”, DIZ EM ENTREVISTA EXCLUSIVA AO DIÁRIO. "OUTRO DIFERENCIAL É O FATO DE ELE SER UM HOTEL-ESCOLA E ISSO AGUÇA MUITO A CURIOSIDADE DAS PESSOAS", COMPLETA.

MARCELO PICKA VAN ROEY, COORDENADOR TANTO DO GRANDE HOTEL SENAC CAMPOS DO JORDÃO, COMO O GRANDE HOTEL SENAC SÃO PEDRO, AFIRMA QUE AMBOS OS EMPREENDIMENTOS SÃO DIFERENCIADOS NO QUE TANGE À FIDELIDADE. "O HÓSPEDE MUITAS VEZES VAI AO HOTEL UMA VEZ, DUAS, TRÊS VEZES... ELE CONHECE A RECEPCIONISTA E NA QUARTA VEZ ELE JÁ LIGA DIRETO PARA O HOTEL E ACABA FAZENDO A SUA RESERVA", DIZ. DE ACORDO COM O MARCELO, CERCA DE 15% DAS RESERVAS, APROXIMADAMENTE, SÃO FEITAS POR MEIO DAS AGÊNCIAS DE VIAGENS. GRAZIELA E MARCELO ATENDERAM AO DIÁRIO E CONCEDERAM A ENTREVISTA A SEGUIR.

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DIÁRIO – Você assumiu recentemente a gerência geral do Grande Hotel Senac Campos do Jordão. Algum projeto ou encaminhamento novo?

Graziela Zanin - Eu vou dar continuidade e incrementar as inovações que já vem sendo planejadas ao longo desses anos. Nós estamos com a ampliação do restaurante ambiental. Para o ano que vem, teremos a reforma dos apartamentos, com a instalação de ar condicionado em todos eles. Tem um projeto de construção de mais 30 apartamentos, mais os chalés. Por conta das ampliações dos quartos, da construção do outro prédio, nós tivemos que ampliar o restaurante principal, para atender a esta demanda.

DIÁRIO - Qual o perfil do hóspede e do visitante? Muitas pessoas da região vão fazer o Day Use? Vão para a feijoada, mas não se hospedam?

Graziela - Sim, principalmente para usufruir dos nossos restaurantes. Nós temos o Restaurante Araucária, onde servimos pratos à La Carte. Ele funciona todas as sextas e sábados e acabou de ganhar sua primeira estrela, pelo Guia Quatro Rodas. Isso também foi uma conquista, graças a todo esse empenho da equipe que faz parte desse projeto de reposicionamento dos hotéis. A missão é promover os nossos restaurantes, que são o Arte da Pizza, o restaurante principal, que tem o serviço de Buffet com a famosa feijoada aos sábados, o Araucária, além do Bar da Lareira, que também é aberto aos visitantes. Basicamente são pessoas que vão atrás do frio, de uma lareira e um bom vinho. Os perfis dos visitantes e dos hóspedes são muito parecidos,

tanto que nós temos muitos visitantes que viram hóspedes e depois até habitués. Eles vão, tem uma demonstração do serviço, o que acaba o instigando a experimentar mais do hotel.

DIÁRIO – Tanto o Grande Hotel Campos do Jordão, como o Grande Hotel São Pedro praticam tarifas iguais?

Marcelo Picka Van Roey - As tarifas são muito parecidas, na verdade nós temos um programa de management, onde trabalhamos de acordo

com a demanda, então em determinadas épocas do ano, em que nós temos uma ocupação mais alta historicamente, a tarifa é um pouco mais elevada. A grande diferença hoje de tarifa está em julho, por ser o grande mês em Campos do Jordão, apesar de também ser o melhor mês de Águas de São Pedro, existe uma diferença, mesmo que ela não seja tão gritante. Existem alguns meses, como agosto e nesses últimos meses de outubro e setembro, a tarifa de São Pedro é mais alta do que de Campos. Na verdade, elas oscilam ao longo do ano e são muito parecidas, mas julho eu posso citar que é

o grande mês diferencial. Julho é alta época de lazer e agosto é alta temporada de eventos. Tem dois meses seguidos que nós trabalhamos alta temporada de dois segmentos diferentes. É mais uma tarifa que precisamos gerenciar.

DIÁRIO- Em relação ao agente de viagens, o Grande Hotel Campos do Jordão e o Grande Hotel São Pedro não parecem necessitar de ajuda de terceiros para vendê-los. O agente de viagens é parceiro de vocês ou o nome do hotel vende por si só?

A GRANDE DIFERENÇA HOJE DE TARIFA ESTÁ EM JULHO, POR SER O GRANDE MÊS

EM CAMPOS DO JORDÃO, APESAR DE TAMBÉM SER O MELHOR MÊS DE ÁGUAS DE SÃO PEDRO, EXISTE UMA DIFERENÇA,

MESMO QUE ELA NÃO SEJA TÃO GRITANTE.

Page 17: Entrevista Panorâmica #02

Graziela- Nós temos uma equipe de vendas em São Paulo com gerente comercial e os executivos de vendas. Eles prospectam esses parceiros e esses clientes também. Nós temos agências de viagens como parceiras sim, tanto para o público de lazer quanto para o público de eventos.

DIÁRIO - Como vocês estão com as promoções? Sabemos que mesmo em time que está ganhando deve haver investimento. Se sim quais?

Marcelo - Nós não participamos de feiras. Estamos sempre presentes com representantes, mas não com estandes. Participamos, na verdade, com um estande cooperado com a Resorts Brasil. Quando a Resorts Brasil vai, nós estamos juntos em quase todas elas, mas preferimos fazer a nossa promoção direto com os nossos agentes, nas empresas organizadoras, ou empresas que contratam o hotel. Além disso, temos um plano de mídia bastante pesado, onde 70% é mídia online e 30% é mídia offline. Este número está em estudo ainda para o ano que vem, mas deve fechar em 20% mídia offline e 80% mídia online.

Graziela - O diferencial dos hotéis é o fato de eles serem escola e isso aguça muito a curiosidade das pessoas. Nós vivemos experiências extremamente antagônicas, ao mesmo tempo em que devemos oferecer um serviço de excelência, também estamos contando com vários alunos passando por

um processo de aprendizado. O fato é que todo o colaborador precisar ter um “quezinho” de educador para não deixar esse serviço cair e para que nós, no mínimo, possamos atender à expectativa de alguém que está indo para um hotel modelo.

Pinacoteca (Renato Eck Zorn)

O DIFERENCIAL DOS HOTÉIS É O FATO DE ELES SEREM ESCOLA E ISSO AGUÇA MUITO A CURIOSIDADE DAS PESSOAS.

Page 18: Entrevista Panorâmica #02

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Page 19: Entrevista Panorâmica #02

DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

ORLANDO GIGLIO, DO IBEROSTAR BRASIL: UM REPOSICIO-

NAMENTO DA MARCA PARA 2012

EM ENTREVISTA EXCLUSIVA AO DIÁRIO, ORLANDO GIGLIO,

DIRETOR GERAL DO IBEROSTAR BRASIL, REVELA QUE A

REDE LANÇARÁ EM 2012 MAIS UMA MARCA, ALÉM DA

IBEROSTAR, IBEROSTAR PREMIUM E GRAND IBEROSTAR: O

IBEROSTAR PREMIUM GOLD. O DIRETOR TAMBÉM FALA A

RESPEITO DOS RESULTADOS DO IBEROSTATE, ÁREA

IMOBILIÁRIA DA EMPRESA, E OS MOTIVOS QUE LEVARAM O

GRAND AMAZON, EM MANAUS, GANHAR EXPRESSIVIDADE

NO TURISMO. CONFIRA A SEGUIR A ENTREVISTA COMPLETA.

4ORLANDO GIGLIO,

DIRETOR GERAL DO IBEROSTAR BRASIL

Page 20: Entrevista Panorâmica #02

Diário – Você voltou recentemente da República Dominicana, onde a Rede Iberostar, tem seis resorts. Qual foi a razão desta visita?

Orlando Giglio - Todos os anos fazemos uma reunião pré-campanha de marketing. Reunimos todos os diretores de marketing e comercial da rede. O lugar esse ano foi República Dominicana onde foram apresentadas todas as possibilidades que acontecerão no ano de 2012 e a preparação já para 2013. Na realidade lá começamos a pensar como investir como fazer e quais são nossos objetivos em 2012.

Diário - Nessa reunião foi definida a nova nomenclatura das unidades?

Orlando Giglio - Na realidade, a primeira parte foi uma nova nomenclatura das unidades, mas também está sendo valida nossa orientação de investir em (vendas) online e dar uma atenção ao consumidor final. Não é uma repaginação, é um reposicionamento em termos de marca, pois hoje nós só temos três marcas, Iberostar, Iberostar Premium e Grand Iberostar. Então, como estamos fazendo um upgrade em alguns hotéis, (em 35% da rede), nós criamos uma marca intermediária. Teremos já ano que vem o Iberostar, Iberostar Premium e o Iberostar Premium Gold e também o Grand.

Diário - Como está a venda das unidades do Iberostate na Praia do Forte?

Orlando Giglio - O Iberostate é nossa área imobiliária, ela vem se desempenhando bem, principalmente no que diz respeito aos apartamentos. A primeira fase, com 48 apartamentos, já foi totalmente vendida. Estamos iniciando a segunda já com outro perfil, outra

decoração, e aí começou a vender no último mês e o caminho tem sido muito bom e os investidores estão muito satisfeitos com a área do condomínio.

Diário – Quem são os compradores?

Orlando Giglio - Os brasileiros são os primeiros clientes do Iberostate, em especial os baianos. Até por causa da localidade, até porque a empresa que começou a comercializar é uma empresa baiana de área mais restrita, vendeu rapidamente. Entretanto, com o crescimento e a divulgação em outros

estados, começamos a ter venda para pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Minas Gerais e a tendência é isso aumentar mais.

Diário – Qual é a novidade nos resorts na Bahia?

Orlando Giglio – São os investimentos de R$ 700 mil no mini parque aquático, em uma área de 600 metros quadrados. O Iberostar tem um ambiente familiar, além de ter uma área muito boa de congressos e eventos. É isso que nós estamos priorizando neste e no próximo ano. Além de acrescentar uma questão maior ao consumir final e corporativo.

NÓS CRIAMOS UMA MARCA INTERMEDIÁRIA. TEREMOS JÁ ANO QUE VEM O IBEROSTAR,

IBEROSTAR PREMIUM E O IBEROSTAR PREMIUM GOLD E TAMBÉM O GRAND.

Page 21: Entrevista Panorâmica #02

Diário - Houve um reposicionamento do navio do Grand Amazon, em Manaus?

Orlando Giglio – Sim. Primeiro porque o volume de voos de Manaus cresceu. Segundo, nós adequamos o produto ao gosto brasileiro, que representa 66% a 70% do nosso negócio. E outra, o próprio americano quer conhecer mais. Na realidade, é que Manaus deveria ter um programa um pouco mais agressivo de divulgação de seu destino. Não que não seja feito, mas é aquém daquilo que Manaus merece. Manaus precisa de mais.

NA REALIDADE, É QUE MANAUS DEVERIA TER UM PROGRAMA UM

POUCO MAIS AGRESSIVO DE DIVULGAÇÃO DE SEU DESTINO. NÃO

QUE NÃO SEJA FEITO, MAS É AQUÉM DAQUILO QUE MANAUS MERECE.

MANAUS PRECISA DE MAIS.

Casarão na Rua 25 de Março (Renato Eck Zorn)

Page 22: Entrevista Panorâmica #02

para PR

ÓXIM

A edição...PASSAPORTE

Page 23: Entrevista Panorâmica #02

DIÁRIO DO TURISMOentrevistapanorâmica

GIANFRANCO BETING, AZUL

RICARDO ALY, BOURBON

TARCÍSIO GARGIONI, AVIANCA

TONI SANDO, SPCVBnúmero:03

Page 24: Entrevista Panorâmica #02

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