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A Borboleta Orgulhosa A fofa da borboletinha era uma beleza, mas achava-se uma beldade. Queria, pelo menos, ser tratada como a rainha das borboletas, para que se sentisse satisfeita. Quanta vaidade, meu Deus! Não tinha amigos, pois qualquer mariposa que se aproximasse dela era alvo de risinhos e de desprezo. - O que é que está a fazer aqui na minha frente, criatura? Não vê que sou mais bela e elegante do que você? Costumava ela dizer, fazendo-se de muito importante. Nem os seus familiares escapavam. Mantinha à distância os seus próprios pais e irmãos, como se ela não tivesse nascido naturalmente, mas tivesse sido enviada diretamente do céu. Tratava-os com enorme frieza, como quem faz um favor, quando não há outro remédio. - Sim, você é muito bonita, borboletinha, mas não sabe usar essa qualidade como deveria. - Isso vai destruí-la! Preveniu-a um sábio do bosque. A borboletinha não deu muita importância às palavras do sábio. Mas ficou com uma leve inquietação no seu coração. Respeitava aquele sábio e temia que ele tivesse razão. Mas depressa se esqueceu desses pensamentos e continuou a sua atitude habitual. Um dia, a profecia do sábio cumpriu-se. Um rapazinho esperto surpreendeu-a sozinha voando pelo bosque. Achou-a magnífica e com sua rede apanhou-a. Como é triste ver a borboletinha vaidosa atravessada por um alfinete, fazendo parte da coleção do rapaz! Cada um é responsável pelo seu próprio sucesso ou fracasso.

Era uma vez

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Seleção de histórias tradicionais, para serem trabalhadas em Expressão Dramática.

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A Borboleta Orgulhosa

A Borboleta Orgulhosa

A fofa da borboletinha era uma beleza, mas achava-se uma beldade. Queria, pelo menos, ser tratada como a rainha das borboletas, para que se sentisse satisfeita.

Quanta vaidade, meu Deus! No tinha amigos, pois qualquer mariposa que se aproximasse dela era alvo de risinhos e de desprezo.- O que que est a fazer aqui na minha frente, criatura? No v que sou mais bela e elegante do que voc? Costumava ela dizer, fazendo-se de muito importante.Nem os seus familiares escapavam. Mantinha distncia os seus prprios pais e irmos, como se ela no tivesse nascido naturalmente, mas tivesse sido enviada diretamente do cu. Tratava-os com enorme frieza, como quem faz um favor, quando no h outro remdio.

- Sim, voc muito bonita, borboletinha, mas no sabe usar essa qualidade como deveria.

- Isso vai destru-la! Preveniu-a um sbio do bosque.

A borboletinha no deu muita importncia s palavras do sbio. Mas ficou com uma leve inquietao no seu corao. Respeitava aquele sbio e temia que ele tivesse razo. Mas depressa se esqueceu desses pensamentos e continuou a sua atitude habitual.Um dia, a profecia do sbio cumpriu-se. Um rapazinho esperto surpreendeu-a sozinha voando pelo bosque. Achou-a magnfica e com sua rede apanhou-a.

Como triste ver a borboletinha vaidosa atravessada por um alfinete, fazendo parte da coleo do rapaz!

Cada um responsvel pelo seu prprio sucesso ou fracasso.

ALICE NO PAS DAS MARAVILHASEra uma vez uma menina chamada Alice. Numa tarde de vero, ela estava sob a sombra de uma rvore, ao lado de sua irm mais velha, que lia um livro. Achando aquilo muito chato.

Alice foi ficando cada vez mais sonolenta quando, de repente, apareceu um coelho apressado com um enorme relgio exclamando:

- Haa!!! Meu Deus! tarde, tarde, tarde, muito tarde!

O coelho entrou numa toca e a menina foi atrs. De repente, ficou tudo muito escuro e Alice sentiu que estava caiiindo, caiiindo, caiiindo num poo que parecia no ter fim.

A... de repente, plaft! Tinha cado sentada num monte de folhas secas. Olhando ao redor, ela viu uma pequena porta. Quis passar, mas no conseguiu, porque a porta era minscula.Havia por ali uma lata, que tinha escrito "Coma-me", abriu a lata muito depressa e, vendo que eram biscoitos, comeou a comer. Para sua surpresa, quanto mais ela comia, menor ficava em tamanho. Foi ficando pequenininha, pequenininha e assim conseguiu passar pela portinha.

Saiu ento num jardim onde viu flores que estavam a falar e a cantar. Isso deixou-a super-admirada. Perguntou ento s flores:

- Como posso crescer novamente?

- Siga em frente. Responderam em coro.

Alice obedeceu. Andou, andou, e encontrou em cima de um cogumelo um bichinho verde, que lhe perguntou:

- Que deseja, menina?

Percebendo a tristeza de Alice, o bichinho verde disse:

- Coma do cogumelo, mas coma s do lado direito, seno voc diminui.Minutos depois de comer, Alice voltou ao seu tamanho normal. Muito feliz, ela levou consigo mais dois pedacinhos do cogumelo.

Sem rumo certo, Alice continuou a andar quando, inesperadamente, encontrou um gato risonho:- Pode me indicar o caminho que devo seguir?. Disse a menina.- Humm! Mas para onde deseja ir? - perguntou o gato.- No sei!...- Humm! direita, mora o Chapu; esquerda, mora a Lebre de Maro. Haa!. Tanto faz, menina, os dois so malucos, disse o gato.- Maas, ento, eu tenho que viver entre doidos?- Humm! Humm! D trinta passos para a frente, trinta passos para direita e mais trinta para esquerda. Ali existe uma rvore que orienta.

Sem entender nada, mas levada pela intuio, Alice chegou casa da Lebre de Maro e viu a Lebre e o Chapu a tomarem ch ao ar livre. Sentou-se mesa com os dois.

- Mais vinho, Chapu? - perguntou a Lebre.- Oh! Oh! Oh! Sim, por favor, querida, um pouco mais de leite sem manteiga com casca de po - respondeu ele.

Confusa, sem entender nada, Alice saiu dali em pressa. Mais frente, ela viu os soldados da Rainha de Copas pintando de vermelho as flores brancas que ali existiam.- Mas por que esto a pintar de vermelho as flores brancas?- Plantmos flores brancas por engano. Como a Rainha s gosta de flores vermelhas, se no pintarmos as flores brancas de vermelho, ela manda cortar as nossas cabeas - responderam eles.

No Reino de Copas, tirando essa maluquice toda, tudo corria normalmente. Um dia, porm, um soldado roubou Rainha um pedao de bolo. Foi preso para ser julgado e condenado. E Alice, mesmo sem saber o que tinha acontecido, foi convocada para testemunhar.Estava para se iniciar o julgamento, quando algo muito estranho aconteceu. Alice comeou a crescer, a crescer... e ficou muito alta, com mais de um quilmetro de altura.

Os soldados ento comearam a correr atrs dela para expuls-la do Reino, porque assim mandava a lei.Nesse instante, Alice acordou e viu-se deitada no colo da sua irm que lia um livro sem figuras. Ah, ah, ah! Felizmente, tudo tinha sido s um sonho!!!.

Barba Azul

Esta a histria de um homem muito rico e poderoso que vivia sozinho num grande palcio. Chamavam-lhe Barba Azul porque tinha uma longa e estranha barba azul-escura.

Por causa disso, o seu aspeto era sombrio e todos tinham medo dele.Um dia, o Barba Azul foi visitar uma senhora que vivia prximo do seu palcio e pediu em casamento a sua filha mais nova, que era uma jovem muito bonita. A senhora era viva, e como no tinha muito dinheiro, o casamento da sua filha com aquele homem to rico pareceu-lhe muito vantajoso. A filha no gostava do Barba Azul, porque tinha um bocadinho de medo dele; mas obedecia sempre sua me e acabou por aceitar. Pouco tempo depois foi celebrado o casamento do Barba Azul com a jovem.Logo a seguir ao casamento, o Barba Azul levou a sua jovem esposa para o palcio. Entregou-lhe um grande molho de chaves e disse-lhe:- Estas so as chaves de todas as divises da casa; podes entrar em todas, menos na que se abre com a chave de ouro. Ao dizer isto, o Barba Azul mostrou-lhe uma chave mais pequena do que as outras.- Lembra-te bem disto insistiu com uma cara muito sria. Ests terminantemente proibida de entrar na diviso que se abre com esta chave.No dia seguinte, o Barba Azul foi fazer uma viagem, e a irm da rapariga foi visit-la com vrias amigas.A jovem recm-casada foi mostrando todas as divises s suas amigas, que no podiam acreditar no luxo e na riqueza que tinham diante dos seus olhos.Ao anoitecer, as amigas foram-se embora mas a irm da rapariga ficou. A jovem esposa s pensava na chave de ouro que o seu marido a tinha proibido de usar. Tinha muita curiosidade em abrir a porta que havia ao fundo de um corredor e ver o que que havia do outro lado.Finalmente, a sua curiosidade foi mais forte do que a sua prudncia e abriu a porta proibida.Ficou horrorizada ao ver que, naquele quarto, pequeno e escuro, havia vrias mulheres mortas!Com o susto, a jovem deixou cair a chave de ouro, que se sujou de sangue. As mulheres que estavam naquele quarto eram as anteriores esposas do Barba Azul, e como tinham sido apunhaladas, o cho estava cheio de sangue. A jovem tentou limpar a mancha vermelha da chave de todas as maneiras possveis, mas foi intil. Por mais que a esfregasse e voltasse a esfregar, o sangue no desaparecia. E pensou que se o Barba Azul percebesse o que tinha acontecido, ela teria a mesma sorte das outras mulheres.No dia seguinte, O Barba Azul regressou e a primeira coisa que fez foi pedir as chaves sua esposa, que no se atreveu a dar-lhe a chave de ouro. Mas o Barba Azul percebeu que faltava ali a chave proibida, e disse-lhe que se preparasse para morrer.A pobre rapariga correu procura da sua irm mais velha, que ainda estava no palcio, e contou-lhe o que tinha acontecido.- O meu marido foi buscar um punhal para me matar, como fez s suas anteriores esposas! gritou a jovem. O que que posso fazer?- Os nossos irmos disseram que vinham visitar-nos hoje disse a irm mais velha. Tenta entreter o Barba Azul, d uma desculpa qualquer, para ver se eles entretanto chegam.

Os dois irmos das jovens eram fortes e corajosos; s eles as podiam salvar.A irm mais velha subiu torre do palcio, para ver os seus irmos chegarem. Entretanto, o Barba Azul apareceu com um grande punhal, disposto a matar a sua esposa.A jovem pediu-lhe que lhe desse tempo para rezar as suas oraes, e o Barba Azul concedeu-lhe uns minutos. Enquanto rezava junto s escadas da torre, gritou:

- Minha irm! Consegues ver alguma coisa?- S um rebanho de ovelhas ao longe respondeu a sua irm.

E o Barba Azul, que tinha ouvido a sua esposa gritar, correu at onde ela estava para a matar.Nesse preciso momento a irm mais velha gritou:

- Vejo dois cavaleiros que se aproximam a galope! Mas o Barba Azul j estava junto da sua aterrorizada esposa, disposto a mat-la com o seu punhal, como fizera s anteriores.

Quando parecia que nada podia salvar a infeliz jovem, ouviram-se umas fortes pancadas na porta.Eram os dois irmos, que ao verem que a sua irm mais velha lhes fazia gestos desesperados de dentro da torre, j desconfiavam de que alguma coisa se passava.A irm mais velha tinha descido para lhes abrir a porta, e eles entraram sem demora surpreendendo o Barba Azul no momentoexatoem que ele ia apunhalar a sua indefesa esposa. Os dois irmos atiraram-se a ele e mataram-no com as suas espadas.Com o Barba Azul morto, o seu palcio e todas as suas riquezas passaram a ser propriedade da sua esposa, que desde ento viveu feliz com a sua me e os seus irmos, mas nunca se esqueceu do medo por que passou.

Peter Pan

Todas as crianas crescem, Peter Pan no! Ele mora na Terra do Nunca. Um dia junto com a Fada Sininho, foi visitar os seus amigos Wendy, Joo e Miguel. Peter levou-os para conhecer a Terra do Nunca. Com a mgica de Sininho eles saram a voar. Avistaram o barco pirata, a aldeia dos ndios e a morada dos meninos perdidos.

O Capito Gancho viu Peter Pan e os seus amigos a voar e resolveu atac-los;Peter Pan salvou Wendy antes que ela casse no cho.Os meninos perdidos moravam dentro de uma rvore oca. Wendy contoulhes lindas estrias. Ela gostou muito dos meninos.

Um dia o Capito Gancho raptou a princesa dos ndios, mas Peter Pan apareceu para libert-la. O Capito Gancho fugiu e o Crocodilo Tic Tac quase o engoliu, mas ele conseguiu escapar.

Mas o Capito Gancho no desistiu. Desta vez capturou os meninos perdidos, levou-os para o barco pirata e de l seriam jogados ao mar.Mas Peter Pan veio salvar os seus amigos. Lutou com Gancho e derrubou-o.

De volta ao lar, Wendy pediu que Peter Pan ficasse com eles, mas ele disse que no e preferiu Terra do Nunca, assim ele nunca cresceria e poderia brincar sempre com todas as crianas.

Pinquio

Numa aldeia italiana vivia Gepeto, o melhor relojoeiro do mundo. Um dia construiu um boneco quase perfeito...!-Sers o filho que no tive, e vou chamar-te Pinquio.Nessa noite a Fada Madrinha visitou a oficina de Gepeto.Tocando Pinquio com a varinha mgica disse:- Vou dar-te vida, boneco. Mas deves ser sempre bom e verdadeiro!

No dia seguinte Gepeto apercebeu-se que os seus desejos se tinham tornado realidade. Mandou ento Pinquio escola, acompanhado pelo grilo cantante Pepe.

No caminho encontraram a D. Raposa e a D. Gata.

- Porque que vais para a Escola se h por a tantos lugares bem mais alegres? - perguntou a raposa.

- No lhe ds ouvidos! - avisou-o Pepe.

Mas Pinquio, para quem tudo era novidade, seguiu mesmo D.Raposa e D.Gata e acabou frente de Strombli, o dono de um teatrinho de marionetas.- Comigo sers o artista mais famoso do mundo! - segredou-lhe o astucioso Strombli.

O espectculo comeou. Pinquio foi a estrela, principalmente pelas suas faltas, que causaram muita risota. Os outros bonecos eram hbeis, enquanto o novo s fazia asneiras... Por isso triunfou! No final do espectculo Pinquio quis ir-se embora, mas Strombli tinha outros planos.

- Ficas preso nesta jaula, boneco falante. Vales mais que um diamante!

Por sorte o grilo Pepe correu a avisar a Fada Madrinha, que enviou uma borboleta mgica para salvar Pinquio.Quando se recomps do susto, a borboleta perguntou-lhe aonde vivia.- No tenho casa. - respondeu o boneco.A borboleta voltou a fazer-lhe a mesma pergunta, e ele a dar a mesma resposta. Mas, de cada vez que mentia, o nariz crescia-lhe mais um pouco, pelo que no conseguiu enganar a Borboleta Mgica.- No quero este nariz! - soluou Pinquio.- Ters que te portar bem e no mentir! Voltas para casa e para a Escola. - disse-lhe a Borboleta Mgica.Depois de regressar a casa, aonde foi recebido com muita alegria por Gepeto, passou a portar-se bem.Tempos depois, de novo quando ia para a Escola, voltou a encontrar a Raposa, que o desafiou para a acompanhar Ilha dos Jogos. Assim que entrou comearam a crescer-lhe as orelhas e a transformar-se em burro.

Aflito, valeu-lhe o grilo Pepe, que lhe disse:

- Anda, Pinquio. Conheo uma porta secreta...! No te queres transformar em burro, pois no? Levar-te-iam para um curral!- Sim, vou contigo, meu amigo.Ao chegarem a casa encontraram-na vazia. Uns marinheiros souberam que Gepeto se tinha feito ao mar num bote. Como o grilo Pepe era muito esperto, ensinou Pinquio a construir uma jangada. Dois dias mais tarde, quando navegavam j longe de terra, avistaram uma baleia.

- Essa baleia vem direita a ns! gritou Pepe. - Saltemos para a gua!Mas no puderam salvar-se ... a baleia engoliu-os.Rapidamente descobriram que no interior da barriga estava Gepeto, que tinha naufragado no decurso de uma tempestade.Depois de se terem abraado, resolveram acender uma fogueira. A baleia espirrou e lanou-os fora.

- Perdoa-me pap. - suplicou Pinquio muito arrependido.

E a partir dali mostrou-se to dedicado e bondoso que a Fada Madrinha, no dia do seu primeiro aniversrio, o transformou num menino de carne e osso, num menino de verdade.- Agora tenho um filho verdadeiro! - exclamou contentssimo Gepeto.

PolegarzinhaEsta uma lenda antiga, que surgiu na Europa h muitos anos, mas ningum sabe quem escreveu ou inventou. Conta que uma famlia de camponeses pobres tinha sete filhos ainda crianas para criar. A ltima filha nasceu to pequenininha e fraquinha, que foi sorte em sobreviver. Ganhou por isso o apelido de Polegarzinha. Ela era pequena, porm muito esperta, aprendia todas as brincadeiras novas com os seus irmos.Naquele tempo, houve na Europa uma grande fome, que se espalhava por todas as cidades em volta da casa de Polegar. No havia alimentos para todos. As panelas estavam vazias...O pai das crianas, sabendo que todas morreriam de fome se ficassem em casa, teve uma ideia:- Vou levar todos para a floresta. Talvez encontrem coisas para se alimentar e sobreviver. Aqui que no vai dar certo.A me chorou muito, mas concordou com o pai em no contar nada aos filhos, para que no se desesperassem. Preparou um lanchinho para cada um (o ltimo que tinham), e todos partiram cedo, pela manh, como se fossem passear na floresta.Depois de estarem todos j cansados de andar, os pais foram-se afastando, sem que as crianas percebessem. Polegarzinha foi a primeira a reparar que os pais tinham desaparecido. Todos procuraram mas depressa descobriram que estavam perdidos e abandonados...

A noite foi chegando e as crianas tinham medo dos lobos e morcegos que faziam rudos assustadores sua volta. O irmo mais velho subiu rvore mais alta para procurar um abrigo para passarem a noite. Todos festejaram quando ele disse ter visto a torre de um castelo ao longe, para o lado de onde a lua tinha nascido. Foram caminhando o mais rpido que conseguiram, a pensar que iam encontrar um grande castelo acolhedor, com um rei e uma rainha ricos e bondosos para dividir abrigo e alimento com todos eles.

Mas quando se aproximaram, no era bem o que tinham imaginado, mas todo o resto era apenas a floresta perigosa, e eles no queriam ser devorados. Ento bateram porta assim mesmo.Uma estranha voz respondeu: - Vocs esto loucos? No sabem o que tem atrs desta porta?- Quem est falando? - perguntou Polegarzinha -Eu! Ora bolas!- No sabia que existiam maanetas falantes! - disseram todos.

- Para sorte de vocs, est vindo a a dona da casa, que boa e carinhosa, mas se chegar o patro ...

A dona da casa abriu a porta, torcendo o nariz da maaneta, que nem reclamou. Recebeu aquelas crianas abandonadas e famintas com todo seu carinho, mesmo preocupada que o marido pudesse chegar a qualquer momento. Trouxe bastante comida, que ali no parecia faltar. Todos ficaram satisfeitos e encheram as barrigas.Como sempre, a maaneta soltou berros horrveis quando o patro torceu o seu nariz para entrar. Ouvindo isso, a dona da casa correu para esconder as crianas de baixo da cama do casal.

No adiantou nada, pois o seu marido ogre sentiu logo o cheiro de gente estranha.

- Vou com-los ao jantar! Ahaha!A mulher pediu que ele esperasse um pouco mais, pois o jantar maravilhoso de hoje j estava pronto, e tinha todos os pratos especiais que ele adorava.

Ento o ogre mandou que se fossem deitar na cama ao lado da cama das suas filhas. Sim, o ogre tinha sete filhas, que dormiam todas na mesma cama, com as suas coroas na cabea.

Logo que os meninos se retiraram, ele rosnou que iria degolar cada um deles noite. E ficou sentado esperando que dormissem...Polegarzina, chegando com os irmos ao quarto viu as meninas a dormir com as suas coroinhas e teve uma ideia para escapar.Quando todos dormiram, colocou sua ideia em prtica: trocou os chapus dos seus irmos, e o seu tambm, pelas coroas das meninas, e foi-se deitar bem quietinha. Naquele quarto escuro, imaginou que o ogre iria reconhecer as filhas pelas coroas nas cabeas, e foi isso mesmo.

Quando o ogre chegou, foi direto cama dos meninos, mas pondo a mo nas cabecinhas, sentiu as coroas, e assim foi para a outra cama. Degolou todas as crianas que tinham chapu na cabea.

- Ufa! Quase degolei minhas prprias filhas!

Assim que o ogre saiu, Polegarzinha acordou os seus irmos para fugirem juntos dali. Desceram pela escada de mansinho, e chegaram maaneta falante.

- Tenho ordens para avisar o patro sempre que tentam entrar ou sair por mim, mas desta vez vou desobedecer quele malvado. O nico problema que vocs no vo escapar quando ele calar as suas botas das sete lguas e for atrs de vocs. Polegarzinha viu as enormes botas encantadas ao lado da porta, e resolveu calar assim mesmo, com a maaneta prendendo o riso ao ver a figura ridcula e desequilibrada entre os tamanhos de uma e de outra.Fez bem: era uma bota encantada que se ajustou perfeitamente ao seu tamanho assim que os seus pequeninos ps a calaram.Com ela, ajudou os seus irmos a voltarem para casa, mas no quis ficar. Despediu-se deles, e disparou para o castelo real.Assim que l chegou, disse logo que era o correio mais rpido do reino, e gostaria de provar a sua capacidade ao rei.Nos primeiros dias, levava apenas mensagens sem importncia, mas ela era mesmo to veloz e to correta, que acabou conquistando a confiana da pessoa do rei. Logo, logo estava a ser a responsvel pelas mensagens mais importantes e at pelas ultra-secretas.

Com a ajuda da bota de sete lguas, Polegarzinha foi ganhando e juntando muito dinheiro at conseguir voltar para casa, e levar dinheiro suficiente para sua famlia nunca mais sentir fome ou abandono.