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A ERGONOMIA APLICADA AO TRABALHO 1-HISTÓRICO Definição: A Ergonomia é um grupo de ciências que se ocupa na busca da adaptação das condições do trabalho ao ser humano, aliando-se a novas tecnologias de maneira a tornar o trabalho mais seguro, confortável e produtivo, preservando a máquina humana dentro de limites compatíveis com a sua saúde. Histórico: A Ergonomia antes de 1750 O surgimento da máquina a vapor A Revolução Industrial - A turbulência do Século XIX. O início do século XX: O Fordismo e Taylorismo O período de desenvolvimento da cápsula espacial A Industrialização Brasileira A Reestruturação Produtiva Os Problemas causados pelos princípios de Taylor e Ford

Ergonomia Aplicada Ao Trabalho

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A ERGONOMIA APLICADA AO TRABALHO

1-HISTÓRICO

Definição:

A Ergonomia é um grupo de ciências que se ocupa na busca da adaptação das condições do trabalho ao ser humano, aliando-se a novas tecnologias de maneira a tornar o trabalho mais seguro, confortável e produtivo, preservando a máquina humana dentro de limites compatíveis com a sua saúde.

Histórico:

A Ergonomia antes de 1750

O surgimento da máquina a vapor

A Revolução Industrial - A turbulência do Século XIX.

O início do século XX: O Fordismo e Taylorismo

O período de desenvolvimento da cápsula espacial

A Industrialização Brasileira

A Reestruturação Produtiva

Os Problemas causados pelos princípios de Taylor e Ford

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2-ERGONOMIA NO TRABALHO FISICAMENTE PESADO:

Atividades pesadas ou penosas:

SiderurgiaMineraçãoTransportes e mobilização de cargasAtividade ruralReflorestamentoLimpeza urbana- coleta de lixoConstrução Civil e outras

Diferenças com países industrializados

Onde entra a ergonomia na avaliação do Trabalho Fisicamente Pesado

Qual a visão do Trabalho Fisicamente Pesado

Como pode o perito médico avaliar sem conhecer o ambiente de trabalho?

Os conhecimentos profissiográficos.

O homem como máquina:

Quais são suas habilidadesQuais são suas carências Porque não desempenha bem as qualidades de produtor de força e produção de trabalho?Os custos comparativos do desempenho do homem e da máquina

Adaptação Aeróbica e Anaeróbica ao Trabalho

O metabolismo basal

O aumento do metabolismo para conseguir produzir:

Trabalho brusco, de impacto- mecanismo anaeróbico:- fosfocreatina- ATP

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Trabalho brusco seguido por pausas: ácido lático- transforma-se em ácido pirúvico no fígado pela utilização do oxigênio adquirido com a pausa.Trabalho em picos seguido por pausas também ativariam a transformação do ácido pirúvico em alanina e não em ácido lático.Trabalho planejado com aquecimento anterior- mecanismo aeróbico

Como se realizam estes mecanismos de adaptação:O pré -aquecimento- aumenta a respiração- maior absorção de oxigênio –aumento da freqüência cardíaca daí consegue-se:- ativar o mecanismo aeróbico- aumentar interno da temperatura do músculo- melhoria do tônus muscular e dos ligamentos.

Capacidade aeróbica é a quantidade de kcal/min que o trabalhadorconsegue desenvolver utilizando apenas a quebra de alimentos por mecanismo aeróbico

Capacidade aeróbica:Depende do pulmão Da via respiratóriaDos alvéolos Hemácias e hemoglobinaDe um bom desempenho cardíaco eDos tecidos em aceitar este aporte de oxigênio

O RENDIMENTO é uma das formas de avaliar o desempenho Algumas máquinas transformam energia em trabalho mecânicoO ser humano gasta parte desta energia na sua própria manutenção.

Daí: O HOMEM É MÁQUINA DE BAIXO RENDIMENTONÁO FOI CRIADO PARA REALIZAR FORÇAO HOMEM TEM OUTRAS HABILIDADES

A MEDIDA DO DISPENDIO ENERGÉTICO É MEDIDA EMKilocalorias por minuto ou Kilocalorias por hora ou Kilocalorias por dia.

Capacidade anaeróbica: é o máximo de aumento que o mesmo é capaz de instituir ä energética de sua máquina utilizando tanto o metabolismo aeróbico quanto anaeróbico

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Calcula-se que a capacidade anaeróbica melhore a capacidade aeróbica dos indivíduos.Para se avaliar a capacidade de laboral de um trabalhador durante uma jornada de trabalho devemos comparar o dispêndio energético da atividade com a capacidade aeróbica média dos trabalhadores

Para se avaliar a capacidade de adaptação instantânea devemos comparar o dispêndio da tarefa com a capacidade anaeróbica dos trabalhadores

Vários são os fatores que interferem na capacidade aeróbica:

A genéticaO hábito do exercício- aumenta até 15%- estimulando mitocôndrias.O estado nutricionalA idade- 18 a 20 anosAtividades aeróbicas na adolescência

Na capacidade anaeróbica interferem:

Também a genéticaO exercício físico que:Ativa as vias metabólicas alternativas para quebrar o ácido láticoÁcido pirúvico – alanina e não ácido pirúvico- ácido lático, permitindo mais atividade sem produzir ácido lático, portanto menos cansaço.

A CAPACIDADE FÍSICA ÚTIL NA JORNADA DE TRABALHO;

O trabalhador é capaz de:

Altos níveis de dispêndio energético Em curtos períodosUtilizando aí o mecanismo anaeróbico.

Para a jornada mantida:Consegue apenas um d ispênd io de 1 /3 de sua capac idade aeróbica/minuto.

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Porque?

1-o músculo só recebe oxigênio relaxado2-o consumo do glicogênio com queda da energia disponível3-o consumo de açúcar pelo cérebro de onde partem as ordens

Proporcionalmente o trabalhador terá uma perda menor se houver redução das atividades, pausas ou redução do peso da tarefa.

PAUSAS:

São fundamentais.Devem ser curtas ou curtíssimas 5” a 10”.Devem ser freqüentes.Explicação: recompõe-se o oxigênio no relaxamento muscular, mobiliza-se o ácido lático, ou transforma-se o a. pirúvico em alanina evitando-se chegar à produção do ácido lático.

Atividade intensa + pausa = trabalho mais longo.

Porque?Porque utiliza-se a via alternativa :- fosfocreatina = fosfatos ricos em energia+ creatina,- o repouso aumenta o oxigênio no músculo e- a energia é reposta pela via aeróbica.Passa-se a ter então uma alta fonte de energia sem utilização da via anaeróbica, sem forçar pulmão e coração e uma maior quantidade de trabalho.

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TRABALHO LEVE, MODERADO E PESADO:

Leve ou muito leve: até 25% da capacidade aeróbica.

Moderada:25 a 37%

Pesada: 37,5% a 50%

Pesadíssima: 50 a 62,5%Extremamente pesada: acima de 62,5% da capacidade aeróbica.(Critério de Christensen)

Não esquecer atividades físicas leves associadas a tensão e medo levam a um dispêndio energético de até 50%.

CONSEQÜENCIAS DO TRABALHO PESADO SEM RACIONALIDADE:

- As agudas:

Fadiga por sobrecarga metabólica: dores musculares, músculos endurecidos, câimbras, dolorimento muscular.

Estas conseqüências decorrem de:Busca de alta produtividadeOferta de recompensa por produtividadeEncomendas com prazo a vencerRedução ou insuficiência de mão de obra

- As crônicas:

Distúrbios músculo-esqueléticosCansaço inexplicável, sensação de fadigaInsônia Pausas furtivasPropensão às doençasAbsenteísmo.

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MEDIDA DA CAPACIDADE AERÓBICA DOS TRABALHADORES:

Pode ser feita ou com a bicicleta ergométrica ou com a esteira ou mecanismos semelhantes.

Pode ser expressa em 3 tipos de unidades:

Em captação máxima de oxigênio ( em litros de O2/ minuto);

Em dispêndio energético máximo em condições aeróbicas (kcal/min/) multiplica-se o valor anterior por 5,05;

Em captação de oxigênio por quilo de peso (ml de O2/kg/min.) esta é a unidade utilizada cientificamente e para comparação de capacidade aeróbica de populações.

AVALIAÇAO SIMPLIFICADA DO DISPÊNDIO ENERGÉTICO

Adotamos a tabela de estimativa de metabolismo adotada pela Legislação Brasileira da Portaria 3214 do M.T.E.

Pode-se utilizar ainda várias medidas e estimativas tais como a Ventilação Pulmonar, a Avaliação do Dia Típico e outros.

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Devemos guardar:

Capacidade aeróbica média de indivíduos envolvidos em atividades leves e moderadas: 38,19 mlO2/Kg/min.

Capacidade aeróbica média de indivíduos envolvidos em atividades pesadas e pesadíssimas: 45,79 ml O2/Kg/min).

Essa diferença se explica por 3 fatores:

Seleção natural: os fisicamente mais aptos tendem a permanecer nas atividades pesadas

Melhoria da capacidade física devida ao trabalho mais pesadoManutenção da capacidade aeróbica mais elevada em decorrência da atividade física.

ESPECIFICAÇOES TÉCNICAS DO TRABALHADOR:

Baixíssima potência

Baixíssimo rendimento

Queda do rendimento ao longo da jornada

Necessita de pausas

Adapta-se bem ao esquema de picos e pausas

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ORGANIZAÇAO ERGONÔMICA DO TRABALHO PESADO

Organização do Sistema de Trabalho

Pausas

Mecanização Auxiliar

Seleção de Pessoal

Adaptação ao Trabalho

Melhoria das Condições Climáticas

Aquecimento Pré- Jornada

Desenvolvimento de Ferramentas e Métodos.

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3-ERGONOMIA E TRABALHO FISICAMENTE PESADO EM AMBIENTES COM CALOR:

- TRABALHO PESADO EM AMBIENTES QUENTES

Homem - ser homeotérmico.

Adapta-se ao frio e ao calor ambientes

Adapta-se mão ao fio e calor internos

Mudanças internas – desnaturação de proteínas e enzimas.

O homem já tolera mal o trabalho, associado ao calor a queda ainda é maior.

Redução da capacidade física e mental

Mecanismos de controle de Ganho e Perda de Calor;

Ganho de calor:

MetabolismoAtividade MuscularHormôniosAumento da temperatura corpórea

Perda de calor:

RadiaçãoConduçãoEvaporação – umidade do ar ( seco)- sudorese - ventilaçãoPerspiração

Importância da AclimataçãoAclimatação rápida- 2 a 3 semanasAclimatação lenta2 a 3 semanas Produção de aldosterona para reter íons.

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CONSEQÜÊNCIA DO CALOR:

Hipertermia

Tonturas e desfalecimento por falta de Na+

Tonturas e desfalecimento por déficit de volume.

Tonturas e desfalecimento por evaporação inadequada.

Desidratação

Distúrbios psíquicos.

Comprometimento da produtividade e trabalho intelectual.

PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS ERRADAS:

Trabalhadores colocados em função sem preparo anterior.

Desrespeito à carga de trabalho físico.

Ausência de pausas

Calor irradiante elevado.

Falta de ventilação.

Ambiente excessivamente úmido.

Ausência de aclimatação.

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ÍNDICE DO BULBO ÚMIDO - TERMÔMETRO DE GLOBO

Obedece aos parâmetros:

Causadores de sobrecarga - a l t a temperatura+metabolismo+calor radiante+alta umidade relativa do ar.

Fatores atenuadores - ventilação do ambiente+baixa umidade relativa do ar+baixa temperatura e fornece uma escala de tempo de trabalho e tempo de repouso para aquela situação.

Temperatura de globo (Tg) - indica o calor radiante Temperatura de bulbo natural (Tbn) - indica a temperatura ambiente, a umidade relativa do ar e a ventilação do ambiente.Temperatura ambiente (Tbs) - medida com o termômetro comum de mercúrio com o bulbo seco.

Utiliza-se a seguinte formula:

Ambientes sem irradiação solar: IBUTG= 0,7Tbn+0,3TgAmbientes com irradiação solar: IBUTG= 0,7Tbn+0,2Tg+0,1TbsOs limites de tolerância são definidos por quadros básicos contidos nas normas legais referentes ao calor.

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TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE

TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h

SENTADO EM REPOUSO 100

TRABALHO LEVE:

Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (Ex.: datilografia).

Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (Ex.: dirigir).

De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços

125

150

150

TRABALHO MODERADO:

Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas.

De pé, trabalho leve em máquinas ou bancada, com alguma movimentação.

Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar.

Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar

175

180

220

300

TRABALHO PESADO:

Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar (Ex.: remoção com a pá)

Trabalho fatigante

440

550

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Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido no Quadro a seguir:

QUADRO 01 TIPO DE ATIVIDADE - TEMPERATURAº C

R E G I M E D E T R A B A L H O I N T E R M I T E N T E C O M D E S C A N S O NO PRÓPRIO LOCAL DE TRABALHO(POR HORA)

LEVE MODERADA PESADA

Trabalho Contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,045 minutos de trabalho15 minutos de descanso 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,930 minutos de trabalho30 minutos de descanso 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,915 minutos de trabalho45 minutos de descanso 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0não é permitido o trabalho, sem adoção de medidas de controle acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0

Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro 2

MÁXIMO IBUTG M (Kcal/h) ( ºC )

175 30,5 200 30,0 250 28,5 300 27,5 350 26,5 400 26,0 450 25,5 500 25,0

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MEDIDAS ERGONOMICAS DA ORGANIZAÇAO DO TRABALHO EMAMBIENTES QUENTES:

Interposição de barreiras de metal polido

Afastamento do homem da fonte irradiante

Programação de horário das atividades segundo as horas do dia,

Redução do dispêndio energético na função.

Redução da umidade do ar.

Ventilação adequada.

Refrigeração do ar.

Pausas

Aclimatação ao calor.

Reposição hidro-eletrolítica.

Roupas adequadas:roupas úmidas, tecidos adequados, roupas de gelo, roupas de alumínio, roupas de alumínio com circulação de ar.

Seleção adequada.

Revisões médicas periódicas.

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4- FUNDAMENTOS DE BIOMECÂNICA

Alavancas Interpotentes: as mais comuns no ser humano.

Braço de potência menor do que o de resistência

Exigência de força maior para vencer resistência.

Alavancas Interfixas: poucas no ser humano.

Ponto de apoio entre os braços de potência e resistência.

É fácil notar que quanto maior for a distância da potência ao ponto de apoio, tanto menor terá que ser a potência necessária para vencer a resistência.

Existem geralmente nas áreas de equilíbrio: pescoço, coluna, joelhos e tornozelos.

Braço de potência é a distância da potência ao ponto de apoio

Braço de resistência é a distância da resistência ao ponto de apoio.

Alavancas Inter-resistentes praticamente não existem no corpo humano.

Contrações dinâmicas sim - Contrações estáticas não.

Postura de pé – ponto de equilíbrio com torque zero.Proteção dos ligamentos: coluna, bacia no íleo- pectíneo, etc.- arco e tamanho dos pés e curvaturas da coluna vértebra.

Contra- indicações:

Dor nas panturrilhas

Varizes

Agravamento de lesões pré-existentes.

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Vantagens de trabalhar de pé:

Quando o posto de trabalho não dispõe de espaço para as pernas

Quando há necessidade de manusear objetos de peso maior que 3,0 Kg.

Se há necessidade de se deslocar para frente ou para os lados.

Em caso de operações distintas e requerem movimentos freqüentes entre as estações de trabalho.

Quando se tem que fazer esforço para baixo( p.ex.) empacotar.

Posição Sentada;

Indicada quando:

Os itens necessários ao ciclo de trabalho podem ser fornecidos facilmente e manuseados com facilidade sem necessidade de mover o tronco.

Todos os itens de trabalho encontram-se à altura máxima de 6 cm do nível de trabalho.

Não há necessidade de manusear peso excessivo

Situações que exijam montagens finas.

Escrita freqüente.

Uso freqüente de máquina de escrever ou computador.

Posição Semi- Sentada:

Preserva-se a agilidade

Evita-se a fadiga deslocando o eixo entre as nádegas e os membros inferiores.

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Postura alternada de pé/ sentado:

Preserva-se a movimentação.

Em situações onde há de atingir distâncias acima de 40 cm do corpo, ou movimente peças acima de 15 cm do plano de trabalho.

Situações de esforço estático mais comuns:

Corpo fora do eixo

Sustentar cargas pesadas com os membros superiores

Trabalhar sustentando o corpo em apenas um pé- pedal.

Braços acima do nível dos ombros.

Braços abduzidos

Manusear, levantar, ou transportar cargas pesadas.

Esforços estáticos de pequena intensidade, porém durante grande período (computador).

Sentado sem apoio para o dorso.

Falta de apoio para os antebraços.

Trabalhar de pé, parado.

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5-BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL ERGONOMIA PREVENTIVA

Os acometimentos da coluna vertebral são das mais freqüentes patologias que dão origem a afastamentos do trabalho não só no Brasil, mas em todo o mundo. Lidam com a problemática os ortopedistas, reumatologistas, fisioterapeutas, médicos do trabalho e peritos médicos.

A Ergonomia é vital neste quadro. Ergonomia = Prevenção.

Lombalgias por doenças degenerativas x Lombalgias desencadeadas pelo trabalho.

Peritos - Atenção. Reside aqui o NEXO TÉCNICO.

O trabalho como desencadeador de lombalgias:

Como prevenir:

- seleção do trabalhador = 30% menos

- manuseio correto = 20% menos

- medidas ergonômicas = 80% menos

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A coluna:

Funções: sustentação, posicionamento, flexibilidade e condução( medula espinal)Anatomia: 24 vértebras divididas em cervicais, torácicas e lombares, intercaladas por discos que funcionam como amortecedores. Daí partem 33 pares de nervos que se espalham por setores diferentes do corpo.

Coluna cervical: movimentos de rotação lateralização, flexão e extensão do pescoço e cabeça.

Coluna torácica: mais fixa, funciona como eretora e sustentadora- pouco afetada pelos movimentos corporais.

Coluna lombar: movimentos de flexão, extensão. Porção mais afetada pela patologias e maior causadora de afastamentos do trabalho.

O homem se adapta bem à posição ereta - ponto de equilíbrio - torqüe zero determinado pelas diferentes curvaturas.

Lordose cervical e lombar e cifose torácica.- Ligamentos longitudinal anterior nas lordoses e o posterior na cifose.

Músculos paravertebrais tem capacidade para manter o corpo na vertical contra pequena resistência.

Porque?

- Os músculos dorsais se inserem nas apófises transversas e espinhosas através de fáscias e não de tendões. As fáscias são menos resistentes.

- O momento de força é pequeno ao elevar o tronco da horizontal para a vertical visto que a alavanca se encontra a apenas 5 cm do ponto de apoio desses movimentos.

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Ponto vital para complicações: L5-S 1 - ponto de apoio, ponto de deslizamentos.

Estes ocorrem em:

- pessoas com o sacro horizontalizado com L5 se apoiando em um osso mais inclinado e tendendo à instabilidade.

- pessoas com hiperlordose de forma que L5 encontra-se em posição de menor atrito com o sacro.

- pessoas com disco degenerado, portanto sem sua função normal que é de manter um corpo vertebral preso ao outro.

- pessoas com subluxação ou deslizamento anterior de L5 sobre S1 (espondilolistese).

Discos são amortecedores e fixadores de uma vértebra à outra por meio de fibras viscoelásticas.

Amortecedor é o núcleo pulposo- quando degenerado hérnia de disco.

Condições Antiergonômicas:

Manuseio , levantamento e carregamento de cargas pesadas

Manuseio de cargas não muito pesadas estão em posição crítica

Manutenção de posturas incorretas durante boa parte do tempo inclusive sentado.

Vibração de todo o corpo.Tipos de lombalgias:

A- De origem muscular e ligamentar;

1- Lombalgia/dorsalgia por fadiga da musculatura paravertebral2- Lombalgia por distensão músculo - ligamentar.

Page 22: Ergonomia Aplicada Ao Trabalho

B- De origem no Sistema de Mobilidade e Estabilidade da Coluna3- Lombalgia por torção 4- Lombalgia por instabilidade articular

C- De origem no disco intervertebral:5- Protusão intradiscal do núcleo6- - Hérnia de disco intervertebral

D- De origem psíquica

7- Lombalgia como uma forma de conversão psicossomática

PRESTAR ATENÇÃO ÀS OUTRAS CAUSAS - AS DEGENERATIVAS

Quais são as mais freqüentes - Difícil dizer, porém:

- por torção da coluna- por distensão músculo ligamentar- por fadiga- por protusão intradiscal

MEDIDAS DE ORGANIZAÇÃO DOS POSTOS DE TRABALHO VISANDO A PREVENÇÃO DAS LOMBALGIAS:

1- Posição vertical

2- Boa situação mesa-cadeira

3-Oferecer movimentos de alta velocidade e grande amplitude sem grandes resistências

4- Esforços dinâmicos sim estáticos não

5- Aumentar o braço de potência e diminuir o de resistência

6- Instrumentos de controle dentro da área de alcance

7- Evitar torcer e fletir o tronco ao mesmo tempo

Page 23: Ergonomia Aplicada Ao Trabalho

8- Criar facilidades mecânicas no trabalho

9-Organizar o sistema de trabalho pelo princípio PEPLOSP:

Perto

Elevadas a 75cm Do Piso

Pequena distância vertical entre origem e destino

Leves

Ocasionalmente

Simetricamente

Pega Adequada

10-Análises Biomecânicas Para Avaliar Riscos

Page 24: Ergonomia Aplicada Ao Trabalho

LIMITE DE PESO RECOMENDADO - LPR

Com uma boa alavanca talvez seja ilimitado.Alavancas com bom braço de potência e reduzido braço de resistência é o ideal.

Critérios brasileiros recomendam 60 Kg.- 10 Kg pode ser muito.

Critério NIOSH:

Obedece a critérios:

Epidemiológico

Psicofísicos

Biomecânicos

Fisiológicos

O LPR representa situação em que 90% dos trabalhadores homens e mais de 75% das mulheres conseguem levantar sem lesões.

O nível de desgaste energético é de 3,5 Kcal/min.- compatível com jornada Incidência de patologias é mínimo.

Ocasiona compressão do disco L5-S1 DE 3.400 N que é bem tolerado pela maioria.

Page 25: Ergonomia Aplicada Ao Trabalho

LPR= 23X FDH X FAV X FDVP X FFX FRLT X FQPCOnde:

FDH- fator distância horizontal do indivíduo à carga:(25/H)

FAV- FATOR ALTURA VERTICAL DA CARGA:1- (0,0075/Vc/ 2,5-3,0?)

FDVP- fator distância vertical percorrida desde a origem até o destino:(0,82+4,5/Dc)

FFL- fator freqüência de levantamento:Ver valor na tabela 5-1

FRLT- fator rotação lateral do tronco:( 1- 0,0032 A)

FQPC- fator qualidade da pega da carga:ver valor na tabela 5-2

Observações:Consultar o significado de H, Vc, Dc no desenho 5-17

Consultar o valor de A na figura 5-21

Cada um desses multiplicadores pode ser no máximo igual a 1,0; se resultar menor que 1,0 considerar 1,0

O QUE É MAIS FÁCIL CARREGAR? 10 Kg de chumbo ou 10 Kg de palha?

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6- A BIOMECÂNICA DOS MEMBROS SUPERIORES

Ombros, cotovelos e mãos as partes mais afetadas.Músculo, tendões, nervos e fáscias.Bursites, tendinites, fasciites, compressões nervosas em áreas especiais.Membros superiores: habilitados para movimentos amplos e precisos e pouco adequados para a força.Força dinâmica Sim Força estática não.

Repetitividade:

Movimentos realizados com intervalos menores que 30" para cada ciclo.

Supõe-se um limite tolerável de 6.000 toques por hora em atividades de computação.

Menor que 30" mas que ocupa mais que 50% do ciclo tal atividade é repetitiva.

Aceita-se um limite também de 6.000 movimentos por jornada em atividades diversas

Força:

A força estática mantendo o músculo em contração prolongada leva ao cansaço muscular por excesso de produção de ácido lático levando à dor e à fadiga.

Postura Inadequada:

Refere-se às posturas onde nervos e tendões estão em compressão mecânica contra partes duras ou quinas duras, ou posturas que forçam estaticamente certos segmentos corporais.

Compressão Mecânica:A compressão propriamente dita é fator de desencadeamento de lesões nervosas ou de ligamentos, músculos mais sensíveis.

A ASSOCIAÇÃO DESTES FATORES DETERMINA LESÕES COM MAIOR FACILIDADE E INTENSIDADE.