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Farmácia – INTA 9º Semestre – NOITE Thalles Yuri Loiola Vasconcelos Estágio Supervisionado IV Laboratório Clínico de Sobral Preceptor: Dr. Antônio Lopes Atividade Complementar Erros Pré-Analíticos no Laboratório de Análises Clínicas

erros pre analiticos laboratio

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erros pre analiticos

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Farmcia INTA9 Semestre NOITE

Thalles Yuri Loiola Vasconcelos

Estgio Supervisionado IVLaboratrio Clnico de SobralPreceptor: Dr. Antnio Lopes

Atividade Complementar

Erros Pr-Analticos no Laboratrio de Anlises Clnicas

INTRODUO

Os laboratrios tem se dedicado cada vez mais em garantir a segurana dos processos analticos, seja atravs do aprimoramento dos profissionais, equipamentos com desempenhos cada vez mais estveis, assim como sistemticas de controle da qualidade bem implementadas.

No entanto, os erros cometidos no laboratrio, esto concetrados na fase pr-analtica. Ainda hoje observamos ndices que podem chegar a 70% dos erros laboratoriais. A fase pr-analtica inclui tudo o que acontece entre a prescrio do teste laboratorial e a amostra pronta para a anlise. Considerando-se o pedido do exame, coleta da amostra, transporte e recebimento do material pelo laboratrio e preparao da amostra. Esta fase compreende muitas etapas e vrias pessoas envolvidas no pr-analtico, como o paciente, o mdico, a enfermeira, o servio de transporte, os tcnicos e o mdico do laboratrio, sendo cada um deles responsvel pela sua atividade no processo

ALTERAES CAUSADAS POR ERROS PR-ANALTICOS

Em estudos, foram analisados as alteraes de parmetros biolgicos devido a erros pr-analticos laboratoriais. Os parmetros biolgicos alterados que apareceram em maior nmero nos estudos foram glicose, colesterol, triglicrides, enzimas, eletrlitos e hormnios.

Foi observado que a glicemia alterada por diversos fatores, como tempo de armazenamento e velocidade de centrifugao. Nesse estudo experimental, tubos com gel separador, especficos para a glicemia, foram centrifugados em tempos diferentes o primeiro tubo foi centrifugado aps uma hora da coleta; o segundo, aps duas horas; e o terceiro, aps trs horas. Foi constatado um declive glicmico considervel quanto maior foi o tempo entre a coleta e a centrifugao. Houve significativa alterao de 2 12 mg/dl de glicose. Essa variao pode ser prejudicial para o paciente, pois ele sai de um estado pr-diabetes para valores aceitos como normal.

Outro parmetro biolgico analisado foi o colesterol. Observou um aumento de 5,1% na mensurao do colesterol quando a ocluso venosa prolongou-se por mais de dois minutos. E evidenciaram um aumento de 8,5% na dosagem do colesterol quando compararam alteraes posturais (pacientes deitados, sentados e em p) durante a venopuno.

preciso ficar atento a essas alteraes, pois coletas em crianas so problemticas e muitas vezes necessria sua conteno, porm as recomendaes de repouso evitam, em grande parte, as variaes ortostticas da volemia.

Os eletrlitos so comumente avaliados em laboratrios clnicos e so representados principalmente pelos cloretos, potssio, sdio, bicarbonato, magnsio, fosfato e clcio. Esses ons so facilmente alterados em procedimentos incorretos, em que foi verificada uma reduo do potssio em 6,2% quando uma ocluso venosa prolongou-se por mais de dois minutos. Foram avaliadas as mudanas de postura durante a coleta, como deitado e em p, e a mensurao do clcio foi maior que 5%.

Em relao ao tempo de torniquete, obtiveram uma alterao srica do potssio de 3,9 mmol/l para 4,9 mmol/l referentes ao no uso e aplicao do torniquete durante dois minutos, respectivamente. Nesse caso, observamos um aumento de 25% na dosagem desse eletrlito

As principais alteraes que resultaram em erros descritas nas pesquisas foram tempo de armazenamento, tempo de torniquete, tcnica de flebotomia, falta de informao aos pacientes, incorreta relao sangue/anticoagulante, tubos inadequados, amostras contaminadas, medicamentos e variaes interlaboratoriais.

COMO MINIMIZAR OU EVITAR ERROS PR-ANALTICOS

A explicao para os altos ndices de falhas nessa etapa laboratorial a menor automao e tambm a complexidade dessa etapa de difcil controle; por exemplo, as informaes dadas pelos pacientes durante os questionamentos s vsperas da coleta, como omitir se est em jejum, se tomou os medicamentos ou praticou exerccios, so primordiais para garantir a qualidade do exame. Dessa forma, a fase pr-analtica dependente no apenas do profissional de sade, mas tambm da colaborao do paciente.

Precisamos dar ateno especial ao preparo do paciente para obteno de uma amostra correta, que no interfira no resultado da anlise e que possa gerar resultados confiveis.

A padronizao dos processos que envolvem a fase pr-analtica, tambm um fator de minimizao dos erros laboratoriais. Tudo se inicia com o preparo adequado do paciente, fornecendo-lhe informaes necessrias. A identificao dos tubos de coleta por meio de etiquetas com cdigo de barras reduziu os erros de transcrio de informaes.

Atualmente h laboratrios que j utilizam automao que permita identificar amostras dos pacientes, separar e identificar alquotas, minimizando os erros de aliquotagem e reetiquetagem, porm no a realidade da maioria dos laboratrios. H muitos destes processos que ainda so manuais demandando muita ateno do ser humano por ser uma etapa bastante crtica.

O treinamento adequado e permanente dos profissionais que executam as subfases da fase pr-analtica minimiza ou elimina erros. Na fase de coleta, podemos observar que muitos pacientes tem grande pavor em coletar exames que envolvam a puno venosa. Acolher o cliente com uma abordagem adequada facilita o processo, e reduz o estresse do mesmo no momento da coleta, com menor interferncia na qualidade da amostra. O profissional responsvel pela coleta deve-se atentar a postura do cliente, ao tempo de garroteamento e a ordem correta dos tubos no sistema vcuo.

A demonstrao dos erros laboratoriais varia de local a local e depende de um bom PGQ (Programa de Garantia de Qualidade), que seja constantemente avaliado, e programas de aperfeioamento profissional ou cursos de reciclagem, nos quais o laboratorista passa pelas diversas sees laboratoriais. Um PGQ eficiente deve auxiliar na escolha dos mtodos, equipamentos, reagentes e pessoal, alm de promover a inspeo constante de todas as atividades. Seu objetivo aumentar a segurana dos resultados e garantir efetivamente um produto final de qualidade.

A insero de indicadores em todos os processos da fase pr-analtica auxilia ao indicar os pontos principais que geram erros, analisando as causas e propondo aes corretivas ou preventivas. Alguns indicadores sugeridos para esta fase so: erros de cadastro, porcentagem de recoletas, nmero de punes por coleta e porcentagem de amostras hemolisadas.

BIBLIOGRAFIA

Costa, Vivaldo Gomes da and Moreli, Marcos Lzaro Principais parmetros biolgicos avaliados em erros na fase pr-analtica de laboratrios clnicos: reviso sistemtica. J. Bras. Patol. Med. Lab., Jun 2012, vol.48, no.3, p.163-168. ISSN 1676-2444

GUIMARES, Alexandre Costa. et al. O LABORATORIO CLINICO E OS ERROS PRE-ANALITICOS. Rev HCPA 2011;31.Gesto Estratgica em Medicina Laboratorial, edio n 53. SBPC/ML, 2009.