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ESBOÇO

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Mateus 16.21 – 27

(Marcos 8.31 – 9.1 e Lucas 9.22 – 27)

Contexto

Esta grande secção de Mateus é crucial para o final do livro, pois faz a transição entre os capítulos

iniciais onde Jesus se apresenta como o Rei, estabelece os parâmetros éticos do reino e anuncia a chegada do

mesmo.

A partir de Mateus 13.54 Jesus vem fazendo milagres e tendo grandes embates com os líderes religiosos

da nação, em Nazaré ele é sumariamente rejeitado pelos seus compatriotas locais (13.54 – 58), e a rejeição de

Jesus como Rei Messias e do reino, e intensificada até culminar em plena rejeição.

Os milagres (multiplicação dos pães, curas, etc...), que levavam grandes multidões a seguir a Jesus,

servem para comprovar que essas multidões estavam apenas interessadas em benefício próprio, sem qualquer

interesse na Pessoa de Jesus como Rei e Messias, e no programa de Seu reino.

O ponto culminante deste trecho do evangelho de Mateus, e talvez de todo o livro, em termos da

rejeição, é a menção que Jesus faz de Isaías 29.13 em 15.8 – 9:

“... Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe

de mim. A adoração que me prestam é feita só de regras ensinadas por homens”.

Com a rejeição contínua, crescente e cada vez mais violenta, de Israel, Jesus começa cada vez mais a

sinalizar sua propensão aos gentios, o que se vê claramente nas declarações de Jesus sobre a fé da Siro-fenícia

(15.21 – 28) e na menção pela primeira vez da reunião de uma assembleia em torno de Jesus (ejkklhsía –

16.18).

Ante a rejeição, Jesus se aparta cada vez mais das grandes massas e se dedica a preparar os apóstolos e

seu pequeno grupo de reais seguidores. Um exemplo bem específico disso está em 14.22 – 33, quando Jesus

acalma a tempestade e pela primeira vez seus discípulos mais próximos passam a reconhecer sua divindade, e

culmina da declaração de Pedro em 16.13 – 20. Ainda que logo em seguida fique claro que o reconhecimento

da Divindade e Messianidade de Jesus, não implique em um entendimento correto do Reino, como veremos.

E é exatamente aqui que está o texto de nosso estudo, Jesus começa a explicar para os discípulos quais

são os próximos passos da agenda Dele para o estabelecimento do reino e o destino requerido do Rei, seu

sacrifício.

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Ἀπὸ τότεἤρξατο ὁ ο δεικνύειν τοι αθ ται αὐτο

Prep. Gen. Adv. 3ª S 1º Aor. Ind. Med. Nom. MS Pres. Inf. At. Dat. MP Pron. 3ª Gen. MS

desde então (ele) começou Jesus mostrar aos discípulo dele

ὅτιδει αὐτὸν

εἰ Ἱερο όλ αἀπελθει ν

Conj. Sub. Int. 3ª S Pres. Ind. At. Pron. 3ª Ac. MS Prep. Ac. Ac. NP 2º Aor. Inf. At.

que (ele) era necessário a ele para Jerusalém ir

(deî) – Necessidade estabelecida pelo conselho e decreto de Deus, especialmente por aquele propósito

seu que se relaciona com a salvação dos homens pela intervenção de Cristo e que é revelado nas profecias do

Antigo Testamento, relativo ao que Cristo teve que finalmente sofrer, seus sofrimentos, morte, ressurreição,

ascensão.

καὶπολλὰ παθει ν

ἀπὸ

Conj. Co. Ad. Adj. Ac. NP 2º Aor. Inf. At. Prep. Gen.

e todas (as coisas) sofrer da parte de

τ ν πρε β τέρ ν καὶ ἀρχιερέ ν καὶ γρα ατέ ν

Gen. MP Conj. Co. Ad. Gen. MP Conj. Co. Ad. Gen. MP

dos presbíteros (ansiãos) e dos sumo sacerdotes e dos escribas

καὶἀποκτανθ ναι

καὶτ τρίτ ἡ έρᾳ ἐγερθ ναι

Conj. Co. Ad. 1º Aor. Inf. Pass. Conj. Co. Ad. Adj. Dat. FS Dat. FS 1º Aor. Inf. Pass.

e ser morto e ao terceiro dia ser levantado (ressuscitado)

A declaração (desde então...), que inicia esta seção, demonstra que a declaração de Pedro:

“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, era o reconhecimento que Jesus esperava dos discípulos, demonstrando

que eles estavam prontos para o que se seguiria como requisito para a implantação do reino.

A palavra (dei – “é necessário”) significa necessariamente que entendia que tinha que ir para

Jerusalém pois Deus tinha um propósito para Ele lá, e não somente isso, Jesus, sabia que ir a Jerusalém

significava sua morte (Marcos 8.31, 10.45; João 3.14, 16), pois foi para morrer que Ele veio.

Jesus não foi pego de surpresa em sua morte, Ele sabia que havia um plano divino para sua vida e

ministério (cf. 12.15 – 21; Lucas 22.22; Atos 2.23, 3.18, 4.28, 10.42, 17.31). Ele já sabia disso com a idade

de 12 (cf. Lucas 2.41 – 49) “... e sofrer muitas coisas...”. João Batista já havia sugerido isso chamando Jesus

de “o Cordeiro de Deus” (cf. João 1.29).

Mas os discípulos não estavam preparados para essa verdade. Pois, não era essa a noção que os Judeus

tinham do Messias nos primeiros séculos. Os rabinos destacavam a vinda do Messias como um tempo de

julgamento e triunfo militar (cf. Apocalipse 19.11 – 16), eles não estavam errados nesta avaliação, mas

falharam em confundir a primeira vinda de Jesus com a segunda, ignorando textos como:

a. O servo sofredor (cf. Isaías 53);

b. “Eis que o seu rei vem a você, justo e vitorioso, humilde e montado num jumento, um jumentinho,

cria de jumenta” (Zacarias 9.9);

c. O Ungido morto (Daniel 9.26).

O erro se deu provavelmente porque eles se baseavam quase que somente em Gênesis 3.15.

A revelação sobre o sofrimento e morte do “o Filho do Homem” foi tão chocante para os discípulos que

Jesus teve que repeti-la várias vezes (Mateus 17.9, 12, 22-23, 20.18 – 19). Essas repetições tiveram como

objetivo preparar os discípulos, para que quando as profecias se cumprissem, eles soubessem que Jesus

estava no controle de seu próprio destino. Isso encorajaria sua missão (Mateus 28.18 – 20; Lucas 24.46 – 47,

Atos 1.8).

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A Mishnah do Talmud (Tratado do “Sinédrio”) infelizmente, discorda do Novo Testamento e de Flávio

Josefo, que não concordam com os escritos rabínicos, que parecem demonstrar a existência de dois Sinédrios

em Jerusalém, um sacerdotal, que era dirigido pelos saduceus, e controlado pelo Sumo Sacerdote e lidava

com a justiça civil e criminal, e um segundo Sinédrio controlado pelos fariseus e escribas, preocupado com

questões religiosas e tradicionais. No entanto, os escritos rabínicos datam 200 d.C. e refletem a situação

cultural após a queda de Jerusalém pelo general romano, Tito, em 70 d.C. Os judeus restabeleceram sua vida

religiosa em uma cidade chamada Jamnia e mais tarde mudaram-se para a Galiléia.

O problema com a identificação deste corpo de líderes envolve os diferentes nomes pelos quais ele é

conhecido. Há várias palavras usadas para descrever os órgãos judiciais no âmbito da comunidade judaica de

Jerusalém.

a. Gerousia – “senado” ou “conselho”, este é o termo mais antigo usado no fim do período persa (cf.

Antiguidades de Josefo 12:03:03 e II Macabeus 11.27). Ele é usado por Lucas em Atos 5.21,

juntamente com “Sinédrio”. Pode ter sido uma forma de explicar o termo para leitores de língua

grega (cf. I Macabeus 12.35).

b. Sinédrio – É um termo composto de (junto com) e (muitos assentos).

Surpreendentemente, o termo é usado em aramaico, mas reflete uma palavra grega. Até o final do

período dos Macabeus esse havia se tornado o termo aceito para designar a suprema corte dos judeus

em Jerusalém (cf. Mateus 26.59; Marcos 15.1; Lucas 22.66, João 11.47; Atos 5.27). O problema

surge quando a terminologia utilizada é a mesma de conselhos locais judiciais fora de Jerusalém (cf.

Mateus 5.22, 10.17).

c. Presbitério – “conselho de anciãos” (cf. Lucas 22.66). Esta é uma designação do Antigo Testamento

para os líderes tribais. No entanto, ele passou a se referir ao Supremo Tribunal de Jerusalém (cf. Atos

22.5).

d. Boule – Este termo “conselho” é usado por Josefo (Guerras 02:16:02; 05:04:02, mas não no Novo

Testamento) para descrever várias instâncias judiciais:

O Senado em Roma;

Os tribunais locais romanos;

O Supremo Tribunal judaico em Jerusalém;

Os tribunais locais judaicos.

José de Arimatéia é descrito como um membro do Sinédrio com este termo (cf. Marcos 15.43;

Lucas 23.50).

Originalmente Esdras disse ter criado a “Grande Sinagoga” (cf. Targum sobre Cântico dos Cânticos 6.1)

no período pós-exílico, que parece ter se tornado o Sinédrio da época de Jesus.

A Mishná (Talmud) registra que houveram dois principais tribunais em Jerusalém (cf. Sinédrio 7.1)

composto de 70 (ou 71) membros (Sinédrio 01.06 ainda afirma que Moisés configurou o primeiro Sinédrio

em Números 11.16 – 25). Outro grupo propões um único Sinédrio composto de 23 membros (mas pode se

referir aos tribunais das sinagogas locais). E alguns estudiosos judeus acreditam que houveram três Sinédrios

com 23 membros cada um em Jerusalém, os três se unificaram e mantiveram dois líderes e constituíam “o

Grande Sinédrio” com 71 membros (Nasi e Av Bet Din).

Este Sinédrio unificado era constituído de:

a. Sumo sacerdote (saduceus)

b. Legislador ou Juíz (fariseus)

c. Aristocrática e homens ricos (os anciãos)

No período pós-exílico, o representante político (davídico) era Zorobabel e o representante religioso

(Araônico) foi Josué. Após a morte de Zorobabel, nenhum representante Davi continuou, e o manto judicial

passou a ser exclusivamente dos sacerdotes (cf. I Macabeus 12.6) e dos anciãos locais (cf. Neemias 2.16,

5.7).

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Esta função sacerdotal em decisões judiciais é documentado por Diodoro 40:3:4-5 durante o período

helenístico. Este papel sacerdotal no governo continuou durante o período Selêucida, Josefo cita Antíoco III

“o Grande” (223 – 187 a.C.) em Antiguidades 12:138-142. Esse poder sacerdotal continuou durante o

período dos Macabeus (Antiguidades 13:10:5-6 e 13:15:05 de Josefo).

Durante o período romano, o governador da Síria (Gabinius 57 – 55 a.C.) estabeleceu cinco “Sinédrios”

regionais (Antiguidades 14:05:04 e Guerras 01:08:05 de Josefo), mas estes foram posteriormente fechados

por Roma em 47 a.C.).

O Sinédrio teve um confronto político com Herodes (Antiguidades 14:9:3-5) que, em 37 a.C., retaliou e

matou a maior parte do tribunal superior (Antiguidades 14:09:04, 15:1:2 de Josefo).

Sob os procuradores romanos Josefo nos diz (Antiguidades 20:200,251) que o Sinédrio novamente

ganhou considerável poder e influência (Marcos 14.55). Há três passagens no Novo Testamento onde o

Sinédrio, sob a liderança da família do sumo sacerdote, executa julgamento.

a. Julgamento de Jesus (Marcos 14.53 – 15.1 e João 18.12 – 23, 28 – 32);

b. Pedro e João (Atos 4.3 – 6);

c. Paulo (Atos 22.25 – 30)

Quando os judeus se revoltaram em 66 d.C., os romanos posteriormente destruíram a sociedade judaica

de Jerusalém, em 70 d.C. O Sinédrio foi permanentemente dissolvido, embora os fariseus de Jamnia

tentaram organizar um supremo tribunal judicial (Beth Din) para julgar assuntos da vida religiosa judaica

(mas não tinha poder civil ou político).

A primeira menção bíblica de um tribunal superior em Jerusalém é II Crônicas 19.8 – 11, que era

composto por levitas, sacerdotes e os chefes das famílias (os anciãos, I Macabeus 14.20, II Macabeus 4.44).

Durante o período dos Macabeus, foi dominado por famílias de sacerdotes saduceus e da aristocracia

local (I Macabeus 7.33, 11.23, 14.28). Mais tarde nesse mesmo período também acrescentou-se, “escribas”

(advogados Mosaicos, geralmente fariseus), aparentemente pela esposa de Alexander Jannaeus, Salomé (76

– 67 a.C.), que por sua influência tornou os fariseus o grupo predominante (Guerras dos judeus 01:05:02 de

Flávio Josefo).

Durante os dias de Jesus, o tribunal era composto por:

a. A família dos sumo sacerdotes;

b. Homens de famílias ricas;

c. Escribas (11.27; Lucas 19.47);

Esse grupo de pessoas mencionadas aqui: presbíteros (ansiãos), sumo-sacerdotes e escribas descrevem

o grupo que formava o Sinédrio. Essa era a liderança mais importante da nação, abaixo da autoridade

Romana (Pilatos) e do Rei (Herodes), era composto por 70 líderes da região de Jerusalém. Nos dias de Jesus

esse grupo havia sido corrompido pela política romana, e até mesmo o sumo-sacerdócio era uma posição

comprada.

“ao terceiro dia” Jesus mencionou este fato, pelo menos, mais duas vezes 12.40 e 16.4, ambos

relacionados com o profeta Jonas, e ambos como sendo um sinal de Sua messianidade. Paulo afirma em I

Coríntios 15.4 que o advento havia sido predito no Antigo Testamento, as duas únicas possibilidades a que

Paulo pode estar se referindo são Oséias 6.2 e Jonas 1.16. No contexto da utilização de Jesus devem fazer

referência a Jonas.

No entanto, não era um total de 72 horas, mas apenas cerca de 36 ou 40 horas. Os judeus contavam

como dias parciais dias completos. Seus dias começavam no crepúsculo. Jesus morreu por volta das 15:00

horas de sexta-feira e foi sepultado antes das 18:00 horas, para os judeus, este período já é contado como um

dia. Ele permaneceu no Hades todo o sábado, das 18:00 horas de sexta-feira até as 18:00 horas de sábado.

Então, em algum momento antes do nascer do sol do domingo Ele ressuscitou. Assim, se completaram três

dias judaicos.

Esse fato também é fortalecido pelo Dativo “ao”, que indica que o texto não está apontado para três dias

inteiros cada um deles com 24 horas, mas que tudo aconteceu entre parte de três dias1.

1 UTLEY, Bob. Matthew 16. In: http://bible.org/seriespage/matthew-16.

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καὶπρο λαβό ενο αὐτὸν ὁ Πέτρο

Πέτρο Conj. Co. Ad. Ptc. 2º Aor. Med. Nom. MS Pron. 3ª Ac. MS Nom. MS

e tomando de lado a ele Pedro

ἤρξατο ἐπιτι α ν αὐτ λέγ ν

3ª S 1º Aor. Ind. Med. Pres. Inf. At. Pron. 3ª Dat. MS Ptc. Pres. At. Nom. MS

(ele) começou repreender (censurar severamente) a ele dizendo:

ἵλε οι κύριε

Adj. Nom. MS Pron. 2ª Dat. S Voc. MS

misericórdia contigo (a ti) Senhor!

“Deus te perdoe” ou “Deus tenha misericórdia”

οὐ ὴἔ ται οι το το

Part. Neg. Part. Neg. 3ª S Fut. Ind. Med. Pron. 2ª Dat. S Pron. Dem. Nom. NS

não não (ele) será (acontecerá) contigo (a ti) isto

“de modo algum” “de forma alguma terás isto”

O futuro aqui tem valor de Imperativo2 Dativo com verbo copulativo indicando possessão

3

Pedro vê como absurdo, que o Filho de Deus, que era para ser o Redentor da nação, devesse ser

crucificado pelos anciãos, e que aquele que era o Autor da vida devesse ser condenado à morte. Por isso se

esforça em conter a Jesus de se expor a morte. A intenção de Pedro pode até parecer boa, mas é contrária a

todo o propósito da encarnação de Cristo, pois, como redimir sem sacrifício Ou como dar vida eterna sem

vencer a morte

2 TAYLOR, William Carey. Introdução ao Estudo do Novo Testamento Grego. ed. 9. Rio de Janeiro: Batista Regular, 1990. p. 307: 718.

3 Idem, p. 222: 598.

4 CALVINO, João. Commentary on matthew, mark, Luke. Vol. 2. The Ages Digital Library Commentary. Albany: Ages, 1997. P 223.

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23

ὁ δὲ τραφεὶ εἰ πεν τ Πέτρ

Πέτρο Artg. Nom. MS Conj. Co. Adv. Ptc. Aor. Pass. Nom. MS 3ª S Aor. Ind. At. Dat. MS

(o) contudo virando-se (ele) disse para Pedro

(stréphô) – virar, girar; virar-se (i.e., voltar as costas para alguém), de alguém que não mais se

importa com o outro. Metáf. mudar a conduta de, i.e., mudar a mente de alguém.

ὕπαγεὀπί

ο ατανα

2ª S Pres. Imp. At. Adv. Pron. 1ª Gen S Voc. MS

aparta (retira-te) (tu) para trás (recuar) de mim Satanás!

ὕπαγε ατανα – “aparta (retira-te) (tu) Satanás” (Mateus 4.10)

κάνδαλονεἰ ἐ ο

Nom. NS 2ª S Pres. Ind. A Pron. 1ª Gen. S

armadilha (obstáculo, tropeço) (tu) és para mim

ὅτι οὐφρονει

τὰτο θεο

ἀλλὰ τὰτ ν ἀνθρώπ ν

Conj. Sub. Ca. Part. Neg. 2ª S Pres. Ind. At. Ac. NP Gen. MS Conj. Co. Ad. Ac. NP Gen. MP

porque não (tu) pensas as de Deus mas as dos homens

ser do mesmo pensamento, concordar, compartilhar os mesmos pontos de vista, ser harmonioso.

“retira-te Satanás” – A relação do que Pedro disse com a opinião de Satanás pode ser notada pelo fato

de que esta foi a mesma tentação que Jesus enfrentou no deserto; ignorar a cruz (4.1 – 11). É interessante

notar que até mesmo a resposta de Jesus de que Pedro estava sendo uma pedra de tropeço, é mencionada por

Satanás quando em Mateus 4.6 ele cita Salmo 91.11 – 12: “... para que você não tropece em alguma pedra”.

Quando é que agimos como Satanás:

a. Quando estamos mais interessados em simplesmente preservar a nossa situação atual.

b. Quando vemos a morte em nossas vidas como uma derrota, em vez de o prelúdio da ressurreição.

c. Quando colocamos nossos interesses pessoais acima dos interesses de Deus.

d. Quando não temos um entendimento adequado das Escrituras.

Este texto faz um forte contraste entre a declaração de Pedro da divindade de Jesus em 13 – 20 e essa

declaração aqui (vs. 21 – 23), o que demonstra claramente que o entendimento dos discípulos ainda

precisava de crescimento.

13 – 20 21 – 23

Pedro é abençoado por Jesus Pedro é duramente exortado por Jesus

Pedro declara que Jesus é o Cristo (Messias divino) Pedro quer impedir o sofrimento e morte de Jesus

Jesus Filho do Deus Vivo (Deus) Jesus sofredor e morto (humano)

Pedro expressa um pensamento revelado pelo Pai Pedro expressa um pensamento que vem de Satanás

Pedro é a pedra sobre a qual a Igreja será edificada Pedro é a pedra de tropeço para a obra de Jesus

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Tότεὁ ο εἰ πεν τοι αθ ται αὐτο

Adv. Nom. MS 3ª S Aor. Ind. At. Dat. MP Pron. 3ª Gen. MS

então Jesus (ele) disse aos discípulo dele

τι θέλειὀπί

ο ἐλθει ν

Conj. Sub. Cond. Pron. Ind. Nom. MS 3ª S Pres. Ind. At. Prep. Gen Pron. 1ª Gen. S 2º Aor. Inf. At.

Se alguém (ele) quer depois (após) de mim vir

Oração condicional de primeira classe que pressupõe uma

possibilidade real a partir da perspectiva do autor ou de seus

propósitos literários.

(thélô) – Querer, ter em mente, pretender, estar resolvido ou determinado, propor-se, desejar, ter

vontade de, gostar de fazer algo, gostar muito de fazer, ter prazer em, ter satisfação.

ἀπαρν ά θ ἑα τὸν

3ª S 1º Aor. Imp. Med. Pron. Ref. 3ª Ac. MS

(ele) negue-se a si mesmo

(aparnéomai) – Palavra derivada da junção da preposição (apó – para fora de), que

denota separação, com a palavra (arnéomai – negar, alguém ou a si mesmo, desconsiderar os seus

próprios interesses ou provar falso para si mesmo, agir de modo inteiramente diferente em relação a si

mesmo, abnegar, repudiar, não aceitar, rejeitar) significando: Negar, esqueçer de si mesmo, perder a visão ou

interesse próprio.

καὶἀράτ τὸν τα ρὸν αὐτο

Conj. Co. Ad. 3ª S 1º Aor. Imp. At. Ac. MS Pron. 3ª Gen. MS

e (ele) tome a cruz dele

καὶἀκολο θείτ οι.

Conj. Co. Ad. 3ª S Pres. Imp. At. Pron. 1ª Dat. S

e (ele) siga a mim

“Se alguém quer vir após mim” – Essa expressão descreve o sentido do discipulado, que é seguir um

mestre, e aqui ela é forte por causa da Conjunção Subordinativa Condicional: (ei – “se”), que impões uma

condição necessária, ou seja, para ser seguidor de Jesus, todos os requisitos descritos no texto devem ser

cumpridos a risca: “negue-se”, “tome” e “siga”. Além disso, o verbo (thélô – “querer”) expressa a

voluntariedade do convite, ou seja, Jesus não obriga ninguém a vir após Ele, a pessoa tem que querer, e aqui

temos o famoso axioma entre a eleição divina e a decisão pessoal.

Segundo os preceitos estabelecidos no livro de Mateus, seguir a Jesus seria basicamente ser igual a Ele:

a. No amor a Deus;

b. Na perfeição moral;

c. E no amor ao próximo.

“Negue-se a si mesmo” – Os judeus haviam renunciado a Jesus, mas os seus discípulos de Jesus devem

renunciar a si mesmos (10.33; Romanos 14.7 – 9, 15.2 – 3). Os romanos habitualmente obrigavam os

condenados à crucificação a transportar, pelo menos, parte de sua própria cruz, porém os discípulos de Jesus

optam voluntariamente por tomar sua própria cruz. O ato de carregar a cruz servia de testemunho público de

que a pessoa que carregava a cruz estava agora sob total domínio e submissão às leis romanas que antes Ele

havia desobedecido. Isso era um castigo e uma humilhação. Da mesma forma os discípulos de Jesus devem

carregar publicamente suas cruzes de abnegação em total reconhecimento de seus erros e de que agora está

submisso Àquele contra quem anteriormente se rebelara.

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“A morte de si mesmo não é tanto um pré-requisito para ser discípulo de Jesus,

Mas uma característica permanente dos que são discípulos Dele”5.

Esta autonegação é muito extensa, e implica que devemos desistir de nossas inclinações naturais, e

romper com todas as afeições da carne, para sermos reduzidos a nada, para que Deus viva e reine em nós.

Sabemos que, como homens cegos, amamos naturalmente considerar-nos a nós mesmos como melhores

e mais importantes do que os outros, e o quanto somos dedicados a nós mesmos, cheios de autoestima e

orgulho. Mas, se quisermos ser discípulos de Cristo, devemos começar com essa loucura que Paulo nos

exorta, “nos julgando tolos, para que possamos ser sábios” (1 Corinthians 3.18), juntamente dominando e

subjugando todos os nossos desejos e personalidade à pessoa de Cristo6.

Essa expressão ἀράτ τὸν τα ρὸν αὐτο (tome a sua cruz), significa aceitar a viver da mesma

maneira que Cristo, ou seja, seguir os mesmo passos que Ele seguiu até ter a cruz sobre si, isso implica em

ser rejeitado por todo mundo (família, conterrâneos, governos, amigos íntimos, vide Judas, etc...). O ser

discípulo de Jesus envolve uma morte para as coisas dessa vida que é equivalente em dor a uma crucificação.

E no caso de alguns destes seguidores de Jesus significou um crucificação literal.

“O aspecto aplicativo dessa verdade é que não cabe apenas a Jesus levar a cruz, mas as exigências do

discipulado incluem uma cruz para todos os que desejam segui-lo. Para aqueles que o fizerem, o

estabelecimento do Reino será um tempo de recompensa”7.

“Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da

qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo” (Gálatas 6.14).

Uma das coisas importantes de se comentar é que os discípulos de Jesus nunca poderão dizer a Ele: “o

que você está nos pedindo é impossível”, nem poderão afirma que Ele não sabe o quanto eles estão sofrendo,

pois, Jesus carregou a sua própria cruz, e não somente a carregou como pagou nela os pecados do mundo

todo. Jesus pode nos pedir para carregar a cruz, pois Ele mesmo o fez, Ele não somente sabe o que está

pedindo como também é exemplo do que pede. Jesus ensina aqui a essência do discipulado, que é: os

discípulos seguirem o exemplo de seu mestre.

As doenças ou qualquer tipo de aflições que passemos neste mundo, não são o tipo de cruz que Jesus

tinha em mente. O auto-sacrifício que Jesus ensinou não envolve negar coisas a si mesmo tanto quanto

envolve negar a autoridade que você tem sobre sua própria vida (4.19; João 12.23 – 26). Este é o grande

desafio. Os três verbos deste desafio são significativos, os dois primeiros, “negar” e “tomar”, são Aoristos

Imperativos indicando uma ação conclusiva, implicando em que deve haver uma decisão, os crentes devem

afastar-se de suas vidas egocêntricas, resultantes da queda, em todas as áreas. Este conceito é similar ao

arrependimento. O último, “seguir”, é um Presente do Imperativo indicando uma ação contínua8.

“Não pensem que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois eu vim para fazer que o

homem fique contra seu pai, a filha contra sua mãe, a nora contra sua sogra; os inimigos do homem

serão os da sua própria família.Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim;

quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e

não me segue, não é digno de mim. Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por

minha causa a encontrará” (Mateus 10.34 – 39).

5 CARSON, Donald A. Matthew. In: Matthew-Luke. Vol. 8 of The Expositor's Bible Commentary. 12 vols. Edited by Frank E.

Gaebelein and J. D. Douglas. Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1984. p. 379 6 CALVINO, João. Op. Cit. p. 225.

7 PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento no Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2008. p. 54.

8 CONSTABLE, Thomas. Dr. Constable's Notes on Matthew. In: http://www.soniclight.com/constable/notes/pdf/matthew.pdf. ed.

2012, p.240.

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25

ὃ γὰρ ἐὰνθέλ τὴν ψ χὴν αὐτο αι ἀπολέ ει αὐτήν

Pron. Rel. Nom. MS

Conj. Co. Exp.

Conj. Sub. Cond.

3ª S Pres. Subj. At. Ac. FS Pron. 3ª Gen. MS

1º Aor. Inf. At. 3ª S Fut. Ind. At. Pron. 3ª Ac. FS

aquele pois caso (ele) queira a alma dele salvar (ele) perderá ela

ὃ δʼ

ἂντὴν ψ χὴν αὐτο ἕνεκεν ἐ ο εὑρή ει αὐτήν

Pron. Rel.

Nom. MS Conj. Co. Ad. Adv.

3ª S 1º Aor.

Subj. At. Ac. FS

Pron. 3ª

Gen. MS Prep. Gen.

Pron. 1ª

Gen. S 3ª S Fut. Ind. At.

Pron. 3ª

Ac. FS

aquele que e # (ele) perder a alma dele por causa de mim (ele) encontrará ela

Os vs. 25, 26 e 27 começam com a preposição γὰρ, o que demonstra que Jesus estava argumentando

logicamente. O versículo 25 reafirma a ideia de que Jesus expressara anteriormente em 10.28.

(psyché – alma) deve ser traduzida aqui como “vida”, e expressa a pessoa inteira, o ser integral

(Tiago 1.21, 5.20). Jesus não estava falando sobre a salvação eterna. O ponto que Jesus quis destacar, é que

viver para si mesmo gerará apenas felicidade temporária e incompleta, mas aquele que abnegar a si mesmo e

viver a vida de Cristo em si, além de ter uma vida plena agora, terá uma vida eterna para desfrutar dessa

plenitude. Vale a pena servir a Jesus, mas o pagamento virá mais tarde:

“Para o mundo, há o ganho imediato, mas a perda definitiva.

Para o discípulo, há perda imediata, mas o ganho final”.

O uso de (psyché – alma) por Jesus também demonstra que seu foco não está na vida material e

física, mas na espiritual, ou seja, a vida a ser descoberta em Cristo é uma vida que transcende a tal ponto as

necessidades físicas, que mesmo em meio a grandes necessidades pode se sentir a plenitude de vida que há

Nele.

“Aquele que ama a sua vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a

conservará para a vida eterna. Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também

estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará. ‘Agora meu coração está perturbado, e o que direi?

Pai, salva-me desta hora? Não; eu vim exatamente para isto, para esta hora. Pai, glorifica o teu nome!’

Então veio uma voz dos céus: ‘Eu já o glorifiquei e o glorificarei novamente’” (João 12.25 – 28).

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26

τίγὰρ

ὠφελ θή εταιἄνθρ πο

Pron. Int. Ac. NS Conj. Co. Exp. 3ª S Fut. Ind. Pass. Nom. MS

o quê pois (ele) será útil (vantajoso, proveitoso) (ao) homem

ἐὰντὸν κό ον ὅλον

Conj. Sub. Cond. Ac. MS Adj. Ac. MS 3ª S 1º Aor. Subj. At.

se o mundo inteiro (ele) ganhar

τὴν δὲτὴν ψ χὴν αὐτο

Artg. Ac. FS Conj. Co. Ad. Ac. FS Pron. 3ª Gen. MS 3ª S 1º Aor. Subj. Pass.

(a) e a alma dele (ele) sofrer a perda O Substantivo funciona como objeto direto do verbo transitivo na voz passiva: “... sofrer a perda (do quê ) de sua alma”

9.

ἢτί δώ ει

ἄνθρ πο ἀντάλλαγ ατ ψ χ αὐτο

Conj. Co. Alt. Pron. Int. Ac. NS 3ª S Fut. Ind. At. Nom. MS Ac. NS Gen. FS Pron. 3ª Gen. MS

ou o quê (ele) dará o homem em troca da alma dele

A preposição (antí) ligada ao substantivo indica reciprocidade e subentende a

equivalência do objeto com aquele pelo qual é trocado. O homem deve entregar nada

menos do que sua vida a Deus, nada menos do que isso é admissível.

As duas perguntas feitas aqui são retóricas, e a resposta para ambas é negativa: nada. Temos aqui

também o princípio de que a alma não tem preço, nenhuma riqueza, bem, poder ou qualquer coisa deste

mundo vale nossa alma, a maior riqueza de um homem é ter sua alma fortalecida, seu caráter íntegro, seu

nome honrado, sua vida inteira em Cristo.

O preço químico do corpo humano seria:

Compostos Químicos Valor em Reais 40 l de água

=

34,00

20 Kg de Carbono 48,00

4 litros de Amônia 9,00

11 2

Kg de Cálcio 2,25

80 g de fósforo 0,50

250 g de sal 0,30

10 g enxofre 0,01

80 g salitre 0,80

50 g magnésio 3,25

Total R$ 98,11

O valor do ser humano não está em nosso corpo, Deus nos criou a sua imagem e essa imagem, não é o

corpo, pois Deus é Espírito e não tem corpo, o valor do ser humano está no fôlego da vida, se não fosse o

fôlego de vida nós seríamos simples bonecos de barro, sem valor, mas, quanto vale a sua alma? A alma não

tem preço .

Por favor, não me entendam mal, não sou gnóstico, não creio que o corpo seja pior do que a alma o é, o

corpo só faz aquilo que a alma manda, ou seja, a maldade do corpo está na maldade da alma. E esta é a

perdição da qual Jesus nos veio salvar, ele nos quer salvar de corpo e alma, integralmente. Porém, as

transformações têm que começar por dentro, pela alma, pois é do interior do homem que procedem todos os

maus desígnios, é o coração que é corrupto e enganoso, é nossa alma que destrói o nosso relacionamento

com Deus, inclusive no corpo, quando cuidamos de curar a alma, toda a vida é tocada, inclusive o corpo e as

atitudes que serão julgadas.

Até por isso, nos recebemos primeiro a Cristo, na alma, e somente na ressurreição ou arrebatamento,

teremos os corpos transformados, pois receberemos também uma alma sem pecado.

9 Taylor, William Carey. Op. Cit. p. 228; 619.

10 http://www.borda.org.br/videos.php?categoria=&busca=Mateus+16&autor=

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27

έλλειγὰρ

ὁ ἱὸ το ἀνθρώπο ἔρχε θαι

3ª S Pres. Ind. At. Conj. Co. Exp. Nom. MS Gen. MS Pres. Inf. Med.

(ele) está para pois o Filho do homem vir

ἐντ δόξ το πατρὸ αὐτο

ετὰτ ν ἀγγέλ ν αὐτο ,

Prep. Dat. Dat. FS Gen. MS Pron. 3ª Gen. MS Prep. Gen. Gen. MS Pron. 3ª Gen. MS

em a glória do Pai dele com os anjos dele

καὶ τότεἀποδώ ει ἑκά τ

κατὰτὴν πρα ξιν αὐτο

Conj. Co. Ad. Adv. 3ª S Fut. Ind. At. Pron. Dem. Dat. MS Prep. Ac. Ac. FS Pron. 3ª Gen. MS

e então (ele) retribuirá a cada um de acordo com a conduta dele

TM

Prep. + MS Cons. + Suf. 3ª MS Prep. + MS Impf. Piel 2ª MS Pron. 2ª MS Prep.

conforme sua conduta ao homem (cada um) (tu) retribuirás tu porque

LXX

ὅτι ὺ ἀποδώ ει ἑκά τ κατὰ τὰ ἔργα αὐτο

“... É certo que retribuirás a cada um conforme o seu procedimento” (LXX – Salmo 61.13b).

ὃ ἀποδίδ ιν ἑκά τ κατὰ τὰ ἔργα αὐτο

“... Não retribuirá ele a cada um segundo o seu procedimento?” (LXX – Provérbios 24.12).

O texto da Septuaginta do Salmo 61.13 (62.12) é idêntico ao do texto de Mateus, parecendo que o texto é uma citação direta da

LXX. A maior evidência disso é que no texto hebraico o verbo e o pronome recorrem a 2ª Pessoa do Singular, enquanto em

ambos os textos gregos (LXX e NT) o sujeito está na 3ª Pessoa do Singular, apesar de que o Sufixo pronominal hebraico segue o

pronome genitivo grego. Também vemos a tradução de (’ish – homem) como pronome distributivo: “cada um”. O termo

hebraico (Salem – restaurar, pagar de volta; Piel “retribuir”), tem conotação jurídica e se refere a retribuição dada pelo juiz,

conforme a Lei, devolvendo à pessoa o que lhe é de direito segundo suas ações, recompensa ou castigo. O que não é muito

diferente do entendimento de (apodídômi)

“O Filho do Homem está por vir... com os seus anjos” – Essa frase se refere à Segunda Vinda de Cristo

(cf. Mateus 10.23, 24.1 – 39, 26.64, Atos 1.11;. I Coríntios 15.23; I Tessalonicenses 1.10, 4.16; II

Tessalonicenses 1.7, 10, 2.1, 8; Tiago 5.7 – 8; II Pedro 1.16, 3.4, 12; I João 2.28; Apocalipse 1.7). Observe

os anjos do céu podem ser do Pai e/ou anjos do filho. Esta afirmação é uma afirmação da divindade de Jesus.

Várias vezes em Mateus os anjos são os ceifeiros escatológicos dos seres humanos (13.39 – 41, 49, 24.31).

“Glória” é um termo um tanto ambíguo: Pode ser um termo paralelo para se referir à “justiça de Deus”,

ou ainda pode referir-se a “santidade” ou “perfeição” de Deus, e pode também se referir à imagem de Deus,

com a qual a humanidade foi criada (Gênesis 1.26 – 27, 5.1, 9.6), que foi apagada por causa da queda

(Gênesis 3.1 – 22). O termo foi usado pela primeira vez para referir-se à presença de YHWH com o Seu

povo (Êxodo 16.7, 10; Levítico 9.23; Números 14.10).

Esta é uma alusão a Salmo 62.12 ou a Provérbios 24.12. Este julgamento de ações também é visto em Jó

34.11; Salmos 28.4; Provérbios 24.12; Eclesiastes 12.14; Jeremias 17.10, 32.19; Mateus 16.27; 25.31 – 36;

Romanos 2.6, 14.12; I Coríntios 3.8; II Coríntios 5.10; Gálatas 6.7 – 10; II Timóteo 4.14; I Pedro 1.17;

Apocalipse 2.23, 20.12, 22.12.

Nossa vida demonstra nossa fidelidade! João e também Tiago afirmam que o modo como vivemos dá

provas da validade da nossa profissão de fé. Sem frutos, sem raiz! Jesus veio como Salvador (João 3.16 –

21), mas Ele voltará como juiz (Apocalipse 19).

“Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono na

glória celestial” (Mateus 25.31 – tb. Romanos 2.6 e Apocalipse 22.12).

Dentro do contexto, vemos que Jesus está preocupado com a alma, ou seja, as obras julgadas aqui estão

diretamente relacionadas com a alma. Sendo que está incluso a mudança de caráter, o amor cristão, a alegria

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na doação, etc... Ou seja, obras que são frutos de uma alma regenerada, obras pelas obras não agradam a

Deus (vide os fariseus...), Deus quer adoradores de Espírito, que adorem em Espírito e em verdade.

“Tenham o cuidado de não praticar suas ‘obras de justiça’ diante dos outros para serem vistos por

eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial. Portanto, quando você der

esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de

serem honrados pelos outros. Eu lhes garanto que eles já receberam sua plena recompensa. Mas

quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita, de forma que

você preste a sua ajuda em segredo. E seu Pai, que vê o que é feito em segredo, o recompensará. E

quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas

e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena

recompensa. Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em

secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará” (Mateus 6.1 – 6).

28

ἀ ὴν λέγ ὑ ι ν

ὅτιεἰ ίν τινε

τ ν δεἑ τώτ ν

Part. Enf. 1ª S Pres.

Ind. At.

Pron. 2ª

Dat. P

Conj.

Sub. Int.

3ª P Pres.

Ind. At.

Pron. Ind.

Nom. MP

Artg.

Gen. MP Adv.

Ptc. Perf. At.

Gen. MP

verdadeiramente (eu) digo a vós que (eles) estão os quais dos aqui que estão

οἵτινε οὐ ὴ

γεύ νται θανάτο

Pron. Rel. Nom. MP Part. Neg. Part. Neg. 3ª P Aor. Subj. Med. Gen. MS

que não não

(eles) experimentarão (saborearão) da morte “de modo algum”

O Pronome inicia uma clausula relativa indefinida (Subjuntivo), sugerindo ideia consecutiva, sugerindo que o resultado da ação

do verbo é contemplado. Ou seja, Jesus contemplando o fim da vida de cada um de seus ouvintes afirma que eles não

experimentarão a morte ante que veja o Filho do homem em seu Reino.

ἕ ἂνἴδ ιν ἱὸ το ἀνθρώπο ἐρχό ενον

ἐντ βα ιλείᾳ αὐτο

Conj. Sub.

Temp. Adv

3ª P 1º Aor.

Subj. At. Ac. MS Gen. MS

Ptc. Pres. Med.

Ac. MS

Prep.

Dat. Dat. FS

Pron. 3ª

Gen. MS

antes que # (eles) vejam o Filho do homem vindo em o reino dele

Várias sugestões já foram feitas quanto a que se refere a frase “o Filho do Homem vindo em Seu reino”:

a. A transfiguração, que segue imediatamente na narrativa;

b. A ressurreição e a ascensão de Jesus;

c. A vinda do Espírito em Atos;

d. O papel de Cristo na Igreja;

e. A destruição de Jerusalém em 70 AD;

f. A segunda vinda de Jesus e o estabelecimento do Reino.

A frase “Seis dias depois...” que inicia 17.1 parece indicar que Mateus tinha a transfiguração em mente

na medida em que era uma prefiguração substancial da consumação do reino (embora essa interpretação

também tenha seus problemas). Como tal, a transfiguração seria uma confirmação tremenda para os

discípulos que, apesar de Jesus ter acabado de falar de sua morte (vs. 21 – 23), ele era o Messias prometido e

as coisas estavam procedendo de acordo com o plano de Deus.

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TELAS DE PROJEÇÃO

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A sombra da Cruz

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sofrer

morrer

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Ressurreição

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SALVAR = PERDER = ENCONTRAR “Para o mundo, há o ganho imediato, mas a perda definitiva.

Para o discípulo, há perda imediata, mas o ganho final”.

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Quanto vale a sua alma?

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