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BLOG DE JAMILDO http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2009/03/02/shows_do_calot e_eram_em_homenagem_a_lia_de_itamaraca_41917.php IMAGINA SE NÃO FOSSE Shows do calote eram em homenagem a Lia de Itamaracá POSTADO ÀS 14:24 EM 02 DE MARÇO DE 2009 A cirandeira Lia de Itamaracá ficou no prejuízo ao apresentar-se nos eventos em que recebeu homenagens tanto da Prefeitura do Recife, quanto da Fundarpe. A denúncia é da produção de Lia, que até agora ainda não viu a cor do dinheiro para pagar os músicos extras vindos de Natal, os custos de uma exposição fotográfica, alimentação e transporte na ocasião das apresentações que aconteceram em novembro e dezembro do ano passado. O produtor e empresário Beto Hees denuncia que existe um "descaso com a cultura popular" e por isso o atraso de mais de quatro meses no pagamento do cachê da cirandeira. "Nós temos que nos humilhar, nos expor, correr atrás e cobrar uma coisa que é nossa de direito, o recebimento do salário por um trabalho executado. Não é só o caso de Lia, mas de muitos outros artistas da cultura popular em nosso Estado", reclama. De acordo com Hees, a PCR deve R$ 27 mil por três shows - o cachê acertado foi de R$ 9 mil pela apresentações natalinas realizadas no Marco Zero, Pátio de São Pedro e Sítio da Trindade. A dívida da Fundarpe é menor, R$ 11 mil por três apresentações e custos de exposição fotográfica. "Sabemos que muitos artistas do sul já receberam pelos shows do Carnaval, enquanto ainda aguardamos pagamento de novembro. Você vai na Fundarpe e Prefeitura cobrar, eles dizem que amanhã resolvem e até agora nada". As apresentações mencionadas pelo produtor eram em homenagem à Lia. "O que é ser embaixadora e o que a Fundarpe pensa disso? Lia é melhor recompensada fora do Estado do que aqui", alfineta. DIARIO DE PERNAMBUCO http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/05/28/politica7_0.asp Fundarpe // Oposição pede pressa nas investigações O líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Augusto Coutinho (DEM), cobrou ontem do presidente da Casa, deputado Guilherme Uchoa (PDT), agilidade no pedido de informações ao governo do estado sobre os empenhos da

escandalo fundarpe

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BLOG DE JAMILDO

http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2009/03/02/shows_do_calot

e_eram_em_homenagem_a_lia_de_itamaraca_41917.php

IMAGINA SE NÃO FOSSE Shows do calote eram em homenagem a Lia de Itamaracá

POSTADO ÀS 14:24 EM 02 DE MARÇO DE 2009

A cirandeira Lia de Itamaracá ficou no prejuízo ao apresentar-se nos eventos em que recebeu homenagens tanto da Prefeitura do Recife, quanto da Fundarpe. A denúncia é da produção de Lia, que até agora ainda não viu a cor do dinheiro para pagar os músicos extras vindos de Natal, os custos de uma exposição fotográfica, alimentação e transporte na ocasião das apresentações que aconteceram em novembro e dezembro do ano passado.

O produtor e empresário Beto Hees denuncia que existe um "descaso com a cultura popular" e por isso o atraso de mais de quatro meses no pagamento do cachê da cirandeira. "Nós temos que nos humilhar, nos expor, correr atrás e cobrar uma coisa que é nossa de direito, o recebimento do salário por um trabalho executado. Não é só o caso de Lia, mas de muitos outros artistas da cultura popular em nosso Estado", reclama. De acordo com Hees, a PCR deve R$ 27 mil por três shows - o cachê acertado foi de R$ 9 mil pela apresentações natalinas realizadas no Marco Zero, Pátio de São Pedro e Sítio da Trindade. A dívida da Fundarpe é menor, R$ 11 mil por três apresentações e custos de exposição fotográfica. "Sabemos que muitos artistas do sul já receberam pelos shows do Carnaval, enquanto ainda aguardamos pagamento de novembro. Você vai na Fundarpe e Prefeitura cobrar, eles dizem que amanhã resolvem e até agora nada". As apresentações mencionadas pelo produtor eram em homenagem à Lia. "O que é ser embaixadora e o que a Fundarpe pensa disso? Lia é melhor recompensada fora do Estado do que aqui", alfineta.

DIARIO DE PERNAMBUCO

http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/05/28/politica7_0.asp

Fundarpe // Oposição pede pressa nas investigações

O líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Augusto Coutinho

(DEM), cobrou ontem do presidente da Casa, deputado Guilherme Uchoa (PDT),

agilidade no pedido de informações ao governo do estado sobre os empenhos da

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Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A

bancada de oposição acusa a Fundarpe de ter fracionado as despesas com o

Carnaval deste ano para fugir das licitações. "Esperamos que Uchoa encaminhe

na próxima semana nosso pedido. É importante termos esse mecanismo para

continuar fiscalizando. Na semana passada, ele viajou. O presidente deve estar

com muitos despachos pendentes", comentou.

Na segunda denúncia da oposição, os parlamentares constataram que 11

empresas, algumas com sócios em comum, receberam juntas da Fundarpe (de

janeiro de 2009 a abril de 2010) R$ 36,2 milhões em empenhos fracionados.

Segundo Coutinho, se a oposição for depender do governo para fiscalizar correrá

o risco do processo não avançar. Ele citou como exemplo as denúncias sobre a

contratação de shows fantasmas e superfaturados pela Empresa Pernambucana

de Turismo (Empetur), ligada à secretaria de Turismo. "Ontem, o governador disse

na rádio que mandaria a corregedoria apurar. Eles investigaram o caso da

Empetur e viram que tinha coisa errada. O novo secretário de Turismo Paulo

Câmara se comprometeu em nos entregar o relatório das apurações e até hoje

não recebemos", criticou.

Por telefone, Uchoa garantiu que já enviou todos os requerimentos da oposição e

que o governo tem o prazo de 30 dias para responder. "A oposição só resolve

atuar seis meses antes da eleição, quando arranjaram um candidato (Jarbas

Vasconcelos)", criticou.

Ontem, em entrevista a uma rádio local, o governador afirmou que o que tiver de

errado será apurado e os culpados punidos. O socialista disse, ainda, que a

oposição estaria fazendo denúncias infundadas. "A Fundarpe está prestando

todos os esclarecimentos, mas não vou fazer o jogo de alguns que querem tirar

Pernambuco do caminho que ele está indo. A minha determinação é que se apure

tudo", prometeu.

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FOLHA DE PERNAMBUCO

http://host-1-14-127.hotlink.com.br/index.php/caderno-politica/580583-material-da-

fundarpe-sob-avaliacao

Material da Fundarpe sob avaliação

Uma equipe designada pela bancada de oposição ao Governo na Assembleia

Legislativa está analisando vários documentos que a Fundação do Patrimônio

Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) enviou em resposta aos pedidos

de informações dos gastos do órgão com festas de 2007 até hoje. Uma das

mentoras da denúncia de irregularidades na contratação de artistas, a deputada

estadual Terezinha Nunes (PSDB) explicou, ontem, que o grupo de trabalho está

atento para verificar uma eventual falta de algum documento. “A Fundarpe

mandou 13 pastas com documentos e nós mandamos uma equipe analisar cada

um para ver se ela mandou tudo que pedimos. Se não, vamos refazer o pedido de

informação. Estamos só aguardando que a equipe diga se está tudo lá”, afirmou a

tucana.

Nunes acredita que, até quinta-feira, o pessoal responsável pela análise possa

anunciar se o dossiê está completo e justifica a razão da demora. “Mandaram a

documentação toda misturada, o tipo, o ano... Mandaram de bolo para a gente

organizar, e uma equipe nossa, aqui da Alepe, está vendo isso. Imaginamos que o

Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também esteja avaliando e que fará as

perícias necessárias”, afirmou a deputada.

Promotores

Com a possível comprovação pelo Instituto de Criminalística do Estado da

adulteração de fotos apresentadas pela Empetur, no seu recente escândalo, como

provas de que shows tachados de “fantasmas” realmente ocorreram, cresce o

interesse da averiguação das provas de defesa da Fundarpe. Terezinha Nunes

lembrou que quatro promotores do MPPE foram destacados para cuidar do caso

da Fundarpe e lamentou a adulteração das provas. “Acho isso estarrecedor, se

adulterar documentos para receber verba federal... Acho que José Ricardo (ex-

presidente da Empetur à época do escândalo), que assinava tudo, terá que

responder por tudo isso, para verificar se houve ou não utilização de recursos

públicos para uso pessoal”, disse.

Page 4: escandalo fundarpe

"A FARRA DOS CACHÊS"

Oposição faz nova denúncia contra Fundarpe

http://acertodecontas.blog.br/politica/oposicao-faz-nova-denuncia-contra-fundarpe/

Os jornais locais de hoje trazem matérias sobre as denúncias da oposição, na

Assembleia Legislativa do Estado, contra a Fundarpe. Deputados oposicionistas

dizem ter apurado um esquema no qual 11 empresas (chefiadas por 5 famílias)

teriam recebido, entre janeiro de 2009 e abril deste ano, R$ 36,2 milhões.

Segundo os deputados, os repasses teriam sido realizados por meio de empenhos

fracionados, que teriam beneficiado empresários familairmente ligados a

ocupantes de cargos no Palácio do Campo das Princesas.

A presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, respondeu através de nota, dizendo

que “A lógica apresentada pela bancada de oposição de fracionamento de

despesas é maliciosamente equivocada, a fim de induzir a sociedade ao erro de

interpretação da própria lei.

Confiram abaixo as matérias publicadas pelo Jornal do Commercio e pelo

Diario de Pernambuco.

“Fundarpe é alvo de nova denúncia da oposição”

por Manoel Medeiros Neto, do JC

Deputados da bancada de oposição na Assembleia Legislativa denunciam que 11

empresas chefiadas por cinco famílias receberam da Fundarpe R$ 36,2 milhões

entre janeiro de 2009 e abril deste ano

Um suposto esquema de distribuição de R$ 36,2 milhões entre janeiro de 2009 e

abril deste ano para 11 empresas chefiadas por “cinco famílias” é a mais nova

arma da oposição contra a administração da Fundação do Patrimônio Histórico e

Artístico de Pernambuco (Fundarpe), presidida desde 2007 pela ex-vereadora

Luciana Azevedo. As informações, coletadas pela equipe técnica da bancada de

oposição na Assembleia Legislativa (confira quadro ao lado), foram divulgadas em

entrevista coletiva, ontem. O grupo denominou as denúncias como “A farra dos

cachês” e exigiu explicações do governo estadual. Um dos principais

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questionamentos dos deputados se refere à ligação entre assessores do Palácio

das Princesas e uma empresa beneficiada, só em 2008, com R$ 2,6 milhões. O

estabelecimento é o Palco Show, sediado em Caruaru.

O levantamento dos dados foi realizado a partir de um comparativo entre

informações disponíveis no Portal da Transparência do governo estadual e de

documentos fornecidos pela Junta Comercial do Estado de Pernambuco (Jucepe).

Na conclusão, os oposicionistas avaliaram que além do fracionamento dos

empenhos – milhões foram pagos através de centenas de ordens de pagamentos

de valores menores –, há a possibilidade de “coincidências indevidas” em relação

aos sócios das empresas. O fato indicaria, segundo a oposição, a formação de um

grupo de pessoas que estaria sendo “beneficiado indevidamente” pelo governo,

sem licitação. “São fatos e ligações que o governo precisa se explicar. É muito

dinheiro envolvido e até hoje não houve uma explicação efetiva”, disparou o

deputado Augusto Coutinho (DEM).

A deputada Terezinha Nunes (PSDB) comentou o teor da denúncia após a

entrevista coletiva: “Cinco famílias, proprietárias de 11 empresas, recebem R$ 36

milhões da Fundarpe”. Outro fato questionado refere-se à informação de que a

empresa Nova Era, líder no recebimento de verbas da Fundarpe desde janeiro do

ano passado (R$ 8,82 milhões), foi alvo de alteração contratual na última sexta-

feira (21). Sócias desde a inauguração, duas das proprietárias saíram e abriram

vaga para outras duas mulheres. “Alguns fatos nos levam a suspeitar da hipótese

da existência de laranjas. O governo precisa explicar quem são essas pessoas”,

acrescentou Terezinha.

COMPARAÇÃO

Os oposicionistas também chamaram a atenção para a comparação entre o valor

distribuído entre as 11 empresas em 16 meses (R$ 36,2 milhões) e o orçamento

do principal programa do governo estadual para o fomento da produção cultural, o

Funcultura, em 2009 (R$ 24 milhões). Além de Augusto e Terezinha, estavam

presentes Adelmo Duarte, Dilma Lins e Maviel Cavalcanti, do DEM, e Edson

Vieira, do PSDB. Eles também apresentaram fotos do que seriam as fachadas das

empresas, pouco condizentes com o montante da verba recebida.

Sobre a denúncia de que ocupantes de cargos no Palácio das Princesas teriam

ligações familiares com o proprietário da empresa Palco Show, João Bertino da

Silva, fato revelado pelo JC na edição do último domingo, os oposicionistas

Page 6: escandalo fundarpe

afirmaram que um assessor do governo também integra a lista: Antônio Mário da

Mota, assessor da Casa Civil e irmão do ex-prefeito de Riacho das Almas, Mário

da Mota, é cunhado de Bertino. “Causa muita estranheza essa empresa ter

recebido a maior parte dos recursos em agosto de 2008, em plena campanha”,

registrou Coutinho.

Page 7: escandalo fundarpe

FOLHA DE PERNAMBUCO

Deputada Terezinha Nunes diz que MPF fez justiça

23/08/2010 http://www.folhape.com.br/index.php/caderno-politica/579652?task=view

A deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) comemorou a notificação remetida ao ex-presidente da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), José Ricardo Diniz, pelo Ministério Público Federal (MPF), em relação ao escândalo dos shows fantasmas. A tucana viu a resolução como a concretização da justiça e a confirmação do atento trabalho fiscalizador dos oposicionistas. “Demostra a seriedade do trabalho feito pela oposição na Assembleia Legislativa. Fizemos a denúncia e estava tudo provado, aí em pouco tempo apontaram o culpado. Isso mostra a seriedade do MPF. Imaginávamos que fosse demorar”, avaliou, ontem, em entrevista à Rádio Folha FM 96,7.

Sobre o não indiciamento do deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB), à frente da Secretaria de Turismo na época do escândalo, Terezinha Nunes disse não caber a ela a avaliação dos apontados. “Não posso julgar ninguém, a gente encaminhou tudo para o MP. Sese ele entende que o (ex) secretário não devia ser indiciado, deve haver argumentos para isso”, minimizou.

A respeito da decisão do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a deputada tucana disse que se fez justiça aos fatos, ao entender que não há provas suficientes para comprovar o envolvimento do deputado federal Raul Henry (PMDB) no suposto desvio de R$ 62,6 milhões, que foi denunciado pelos então oposicionistas e atuais governistas. À época do acontecido, o peemedebista era secretário de Educação e Cultura, no então governo do hoje senador Jarbas Vasconcelos (PMDB).

TUCANA ressaltou o trabalho feito

pela oposição, que resultou na apuração

Page 8: escandalo fundarpe

Para Terezinha, os parlamentares governistas relembraram as denúncias do caso depois de explodir o escândalo da Fundarpe, recentemente, na gestão de Luciana Azevedo. “Vimos com muita alegria e confiança de que não passou de um factóide, de uma tentativa de fugir das investigações atuais”, comemorou a parlamentar. Ela afirmou, ainda, que não há planos de impetrar qualquer processo contra os acusadores por ter envolvido o nome de Raul Henry. “A palavra do Ministério Público vale por mil ações”, definiu Terezinha Nunes.

João Arraes se defende, mas não soube explicar papel desempenhado em voo fretado pelo governo

http://189.1.14.127/dominios/blogdafolha/index.php/materias/9928-joao-arraes-se-defende-mas-nao-soube-explicar-papel-desempenhado-em-voo-fretado-pelo-governo-do-estado

Marcelo Lacerda/Folha de PE

Parlamentar do PSB integrou equipe de artistas e jornalistas rumo a Santiago de Cuba

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O vereador do Recife, João Arraes (PSB), disse agora há pouco ao Blog da Folha que viajou para

Santiago de Cuba como convidado da presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, da Secretaria de Turismo e do Governo do Estado. O socialista se defende de acusação feita aqui no blog por um artista local, de que ele teria viajado uncamente para fazer turismo na ilha caribenha. No entanto, não soube responder o porquê de ter sido o único parlamentar a integrar a trupe de 150 pessoas em voo fretado rumo a um festival de cultura. "Isso deve ser coisa de gente que ficou com ciúme por eu ter sido o único a ir com a delegação", disse o vereador, que emendou em seguida: "Não fiquei fazendo turismo até porque já tinha ido a Cuba. Essa é a segund avez que vou lá. Fui assistir aos eventos e ajudei no que pude". O senhor ajudou em quê por lá?, perguntou o blog. "...É... ajudei no que foi preciso. Sempre que pude ajudar estava lá para colaborar", disse Arraes. O vereador stambém fez uma defesa ferrenha da presidente da Fundarpe. "Luciana é incapaz de fazer um gesto que não seja com sinceridade". Então tá.

BLOG DA FOLHA

Leitor do Blog revoltado com escândalo na Fundarpe

http://189.1.14.127/dominios/blogdafolha/index.php/materias/8592-leitor-do-blog-revoltado-com-escandalo-na-fundarpe

Até quando? O poder da indignição é instrínseco a nós, humanos. Mas parece que vivemos um período de descrédito, sossego com a corrupção, desleixo com os temas relativos à ética. O Estado de Pernambuco assiste há duas semanas o escorrer de um escândalo que, segundo informa a imprensa, já atinge um rombo de R$ 62,6 milhões. A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, a Fundarpe, dirigida pela "senhora da licitude", Luciana Azevedo, manipulou cerca de 8 mil empenhos em favor

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de 16 empresas (produtoras) totalmente desconhecidas do povo pernambucano. Não se tem notícia do destino final da dinheirama. Mas o que diz Luciana? É encrenca da oposição. O que diz o senhor governador Eduardo Campos? "A Fundarpe vai falar". E a vida vai... Corrompendo os cidadãos de bem e enriquecendo os desmerecidos. Onde vamos parar ? Mauricio Barbosa - Morador de Beberibe

BLOG DA FOLHA

http://189.1.14.127/dominios/blogdafolha/index.php/materias/8661-terezinha-

nunes-esclarece-polemica-sobre-fundarpe

Terezinha Nunes esclarece polêmica sobre Fundarpe

Pretendia não falar de forma detalhada neste escândalo da Fundarpe, no aguardo de que os órgãos de fiscalização pudessem, com tranquilidade e com os documentos em mãos, desvendar o verdadeiro mistério que paira sobre o enorme valor de R$ 62 milhões repassado a entidades que não possuem sede ou que possuem sedes precárias e são dirigidas por pessoas até agora desconhecidas. Mas mudei de ideia ao ser surpreendida por uma declaração descontrolada e nervosa da presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, à rádio Olinda, hoje pela manhã. Demonstrando-se desesperada e acuada pelas evidências cada vez maiores de

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desvios de recursos no órgão que preside, Luciana decidiu atacar inocentes, inclusive citando meu nome. Por acaso entra na cabeça de alguém que eu quisesse investigar todo esse esquema sem temor, como tenho feito, se tivesse qualquer culpa em cartório? É claro que ninguém vai engolir isso. É querer abusar da inteligência das pessoas. Na tentativa de me intimidar para fugir das responsabilidades que caem sobre sua cabeça diariamente, Luciana disse que eu solicitei recursos da Fundarpe para festas em municípios que me apoiam e ela é que não liberou. Não é verdade o que ela diz pelo que exponho a seguir. Entre 2007 e 2008, fui à tribuna questionar várias vezes a liberação de verbas a municípios que não tinham qualquer tradição de São João, enquanto outros com essa tradição eram menosprezados, como Gravatá, que não recebeu um tostão da Fundarpe. Diante de minhas críticas, no São João de 2008 fui procurada pelo deputado Izaias Regis, o qual me informou que a Fundarpe passaria a liberar recursos para os municípios que os deputados selecionassem para os festejos juninos daquele ano. A liberação se daria via a entidade Associação de Eventos Culturais e Esportivos de Pernambuco. Fiz então o ofício (que distribuo à imprensa, pois não tenho o que esconder), sugerindo o repasse de R$ 100 mil - dentro do montante que o Governo estava disponibilizando - aos municípios de Abreu e Lima, Moreno e Lagoa de Itaenga. Vale salientar que não conheço a entidade indicada pelo deputado e nem imaginava que por trás disso tudo estaria um grande esquema ilegal como está sendo comprovado hoje. Minha única intenção era corrigir uma injustiça da Fundarpe, ao não beneficiar municípios onde os administradores eram da base da oposição.

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Excluí Gravatá porque o mesmo deputado me informou que eu poderia deslocar o valor de R$ 150 mil, já disponibilizado ao município por meio de emenda de minha autoria à Secretaria de Agricultura, para a Fundarpe, a fim de que o recurso fosse repassado para o São João de Gravatá. Autorizei então, legalmente, a nova destinação da emenda. Nesse meio tempo, depois de informar aos prefeitos que as verbas para o São João estavam garantidas, soube que os recursos seriam entregues, estranhamente, em espécie, e que Gravatá não mais receberia os R$ 150 mil da minha emenda, apenas R$ 60 mil, algo inadmissível, pois o valor já estava alocado. Decidi, então, suspender tudo. Foi uma desistência minha e não da presidente da Fundarpe, como ela alega. Informei que não mais queria a liberação de recursos para os municípios que indiquei e comuniquei o mesmo aos prefeitos. Achei por bem não tornar público isso, pois não tinha provas, mas me convenci desde esta data que há algo de podre no reino da Dinamarca quando o Governo admite pagamentos em espécie, sem comprovação dos eventos realizados. Fui procurada diversas outras vezes para solicitar recursos, que seriam liberados via Isaltino Nascimento e não mais por Izaias Regis. Não só recusei como passei a investigar o esquema montado que agora, finalmente, estouramos através da primeira denúncia da oposição, aprofundada pela imprensa e que causa perplexidade em todo o estado. Essas são as verdades dos fatos. Cabe a Luciana Azevedo ou a quem ela representa explicar como se permite pagamentos em espécie de recursos públicos, sem recibos assinados e sem passar pela rede bancária. Para mim isso é um indício claro de corrupção ou tentativa de corrupção e cooptação.

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Comigo isso não funciona. Entendo o nervosismo da presidente da Fundarpe mas não reconheço nela nenhuma moral para acusar ninguém. Afinal, quem tem o rabo preso não pode atacar, só se defender. E, ao que parece, nem isso ela pode fazer. Terezinha Nunes

A polêmica da Fundarpe nos recados do Twitter

http://www.rauljungmann.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3151:a-polemica-da-fundarpe-nos-recados-do-twitter&catid=28:noticias-do-tema-etica&Itemid=60

Escrito por Cecília Ramos, do Jornal do Commercio

O episódio envolvendo a Fundarpe – com as denúncias de irregularidades na contratação de eventos artísticos – rendeu cartas, desabafo, bate-boca, entrevistas e foi muito intenso também no microblog Twitter.

Ontem, o caso Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco) completou um mês. Dos políticos que entraram no tema, na web, os que mais comentaram foram os deputados estaduais Augusto Coutinho (DEM) e Terezinha Nunes (PSDB). Não por coincidência. Eles encabeçaram a denúncia da bancada de oposição ao governo Eduardo Campos (PSB), na Assembleia Legislativa (Alepe), contra a Fundarpe. Líder da oposição, Coutinho postou, na última sexta-feira, 12 mensagens. Ou seja: escreveu 12 posts sobre o tema e deixou claro que, se depender da oposição, a polêmica continuará.

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Em um dos comentários, o deputado diz: “Estamos esperando os documentos que a Justiça determinou. Não é uma guerra, não se trata também de embate pessoal”. E em outro post, escreve que “para trás, muita coisa ainda precisa ser respondida”. Ele disse ter achado a iniciativa do governo, de enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei para disciplinar a contratação de artistas pelo Estado, “positiva”, porém logo esclareceu: “Não elogiei o projeto, já que nem conheço”. Para o deputado, o governador fez “mea culpa” ao lançar a proposta. Por fim, Coutinho comemorou: “A estratégia do governo de tentar me atingir para desviar o foco deu errado”. Ele foi o alvo do contra-ataque do governo, que também apresentou denúncia de suposto envolvimento dele no esquema de liberação de verba para eventos, via Fundarpe. Terezinha Nunes, que faz a oposição mais contundente ao governo na Alepe, provocou, via Twitter, a vereadora Marília Arraes (PSB), prima do governador, sugerindo que ela opinasse sobre o caso. Aliás, Marília, uma das governistas mais ativas no microblog, não tratou do tema na internet. Assim como o líder do governo na Assembleia, Isaltino Nascimento (PT). Nos bastidores, a orientação para não se falar sobre o assunto teria saído do próprio governador. O dia do silêncio no Twitter para os poucos políticos que estavam comentando o caso foi a quinta-feira (10), quando, pela primeira vez, o governador saiu em defesa da presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, e anunciou o projeto de lei. Depois do silêncio, Terezinha postou sua única mensagem sobre o tema: “Estranho. Governador esperou estourar escândalo na Fundarpe para poder mudar regras do jogo. Três anos e meio depois”. O Twitter oficial da Fundarpe também postou, e muito, para divulgar manifesto em defesa da entidade e de sua gestora.

Pente-fino do TCE nas contas da Fundarpe

Escrito por Jornal do Commercio http://www.rauljungmann.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3072:pente-fino-do-tce-nas-contas-da-fundarpe&catid=28:noticias-do-tema-etica&Itemid=60

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Marcos Loreto – relator das

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prestações de contas de 2007 e 2009 e de uma auditoria especial na Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) iniciada em 2009 – prometeu, ontem, uma análise “pente-fino” nos contratos da entidade, depois das denúncias de irregularidades em gastos com eventos.

“Vamos fazer essa auditoria com maior rigor que as que vinham sendo realizadas”, assegurou. As despesas com shows e eventos, sem licitação, questionadas por deputados estaduais da oposição chegam a R$ 62,6 milhões nos últimos três anos e meio. Mas apesar da promessa de priorização, nenhuma das contas da entidade sob a presidência de Luciana Azevedo (2007 a 2009) foi julgada pelo TCE até o momento.

Loreto é responsável pela análise da maior parte dos contratos da Fundarpe com eventos. Por isso, ele pode comandar todas as auditorias especiais que atinjam o órgão. O último pedido de análise, requerido por deputados oposicionistas, é referente a gastos com o Carnaval 2010 e está sob a responsabilidade do conselheiro Romário Dias. Mas Loreto explicou que, como as denúncias do Carnaval são também relativas a contratação de artistas, elas podem ser absorvidas pela auditoria especial de 2009, que trata do mesmo tema.

O TCE não marca prazo para conclusão de investigações, nem detalha quais as medidas estão sendo tomadas. Mas o JC apurou que as ações que devem ser tomadas no caso Fundarpe vão além de verificações contábeis. Entre elas, estão a análise grafotécnica pelo Instituto de Criminalística em contratos de eventos e em empenhos (ordens de pagamento) e pedidos de informações à Receita Federal sobre a movimentação das empresas contratadas e até à Ordem dos Músicos do Brasil (OMB), para saber se os artistas são cadastrados.

O fato de o TCE não ter julgado ainda qualquer das contas da Fundarpe entre 2007 e 2009 foi minimizada por Loreto. “São assuntos complexos, que muitas vezes o TCE necessita de respostas de outros órgãos e isso demora um pouco”, comentou. As últimas contas da Fundarpe julgadas foram as de 2006, no governo Jarbas Vasconcelos (PMDB) – aprovadas com ressalva. Na gestão passada, as contas de 2005 e 2002 da Fundarpe foram consideradas irregulares pelo tribunal. O TCE informa que a de 2005 teve um vício “insanável”, mas não detalha qual, já a de 2002 foi rejeitada pela falta de prestação de contas de R$ 60 mil em despesas. As contas de 2006, 2004, 2003, 2001, 2000 e 1999 – a última constante no site do TCE – foram consideradas regulares com ressalvas.

Além da prestação de contas de 2007, 2008 e 2009 – a de 2008, o relator é Carlos Porto – estão aguardando julgamento pelo TCE sete auditorias especiais sobre a Fundarpe, seis delas relativas à gestão Luciana Azevedo: uma referente ao exercício de 2010, duas de 2009, uma de 2008, duas de 2007 e uma de 2001.

CASO EMPETUR

Além da Fundarpe, Loreto também é o relator da auditoria envolvendo outro escândalo no governo Eduardo Campos (PSB): o dos “shows fantasmas” pagos pela Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur). Ele havia prometido para junho a conclusão dos trabalhos. Mas ontem informou que vai adiar por “mais algum tempo” o resultado da investigação. Loreto justificou que aguarda informações de outros órgãos públicos, caso do

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Ministério do Turismo, para os auditores fecharem um relatório do caso.

Deputada interpela judicialmente Fundarpe

Da Folha de Pernambuco A deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) vai interpelar judicialmente a Fundação de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural de Pernambuco (Fundarpe). A tucana quer que a entidade esclareça “onde foram parar os R$ 91 mil que, conforme informações repassadas à Imprensa, por fontes governamentais, teriam sido liberados em 2008 para o São João de Gravatá”. “Fiquei surpreendida com essa informação do Governo de que teria liberado R$ 91 mil para Gravatá a meu pedido. Então, eu quero saber onde está o dinheiro”, ressaltou a parlamentar, justificando que só se pronunciou ontem porque foi colher informações com o então prefeito do município, Joaquim Neto (PSDB), seu aliado. “Enviei realmente um ofício à Fundarpe solicitando que uma emenda orçamentária minha, aprovada e colocada no Orçamento do Estado, fosse destinada ao São João de Gravatá. Na época, o Governo se comprometia a liberar a emenda completa, mas depois fui informada pelo então prefeito Joaquim Neto que o município não queria o apoio pois a Fundarpe teria informado que só poderia destinar R$ 60 mil, o que ele (prefeito) considerava uma esmola. O próprio prefeito informou à Fundarpe na época que não se interessava pelos recursos e o ofício ficou sem efeito. Tanto que é que na declaração que dei à Imprensa informei que os recursos para Gravatá não tinham saído”, destacou Terezinha Nunes. A deputada ainda assegurou que quer saber tudo: como o referido dinheiro foi pago, para quem foram emitidos os comprovantes e o que foi feito com os recursos. “O ex-prefeito diz que não chegou a Gravatá e a Fundarpe está na obrigação de

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esclarecer tudo”, finalizou.

ESSA VOCÊ NÃO PODE PERDER Grupo Kerigma, que recebeu mais de R$ 4 milhões da Fundarpe, grava DVD sábado

http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2010/06/18/grupo_kerigma_que_recebeu_mais_de_r_4_milhoes_da_fundarpe_grava_dvd_sabado_73397.php

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O Grupo Cultural Kerigma que já recebeu R$ 4,749 milhões da Fundarpe, grava no sábado e domingo seu primeiro DVD, no Teatro Guararapes. O grupo é administrado por Evaneide Gomes da Silva, esposa de Joabson Guerra da Cunha, dono da Expresso Produções e a Rápido Produções, empresas criadas no final de 2009 e que receberam da órgão estadual R$ 2,284 milhões. Como o panfleto acima indica, o show é apresentado pela Joabson Produções. Matéria publicada pelo Jornal do Commercio no dia 06 de junho deste ano mostra ainda: "A relação de Joabson com a Fundarpe, entretanto, não se encerra na prestação de supostos serviços através das empresas. Após apurar, através de fontes em sigilo, que o agora produtor cultural teria prestado serviços de “office-boy” para a direção executiva do órgão, o JC questionou a fundação sobre o tema. E a Fundarpe confirmou: “Joabson Guerra Cunha foi contratado temporariamente como técnico de palco nos ciclos Natalino e Junino (Polo da Casa da Cultura de Pernambuco) nos anos de 2008 e 2009 e exerceu a função de coordenador do Palco Forró durante o Festival de Inverno de Garanhuns de 2008, sendo subordinado à produção executiva”."

NOVO ESCÂNDALO? Leitor estranha que empresa recém-criada receba milhões da Fundarpe

http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2010/05/13/leitor_estranha_que_empresa_recemcriada_receba_milhoes_da_fundarpe_70765.php

Prezado Jamildo, Vendo nota no seu Blog sobre supostas irregularidades na Fundarpe, envolvendo empresas suspeitas, fui ao Portal da Transparência do Governo do Estado e fiz algumas pesquisas envolvendo tais empresas. Pra minha surpresa o “desconhecido Grupo Kerigma”, que no carnaval de 2010 recebeu a quantia de R$ 637mil reais, durante os anos de 2008 e 2009 recebeu mais de R$ 4milhoes de reais da mesma Fundarpe. Esta tudo lá, no Portal da Transparência: GRUPO CULTURAL KERIGMA

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CNPJ: 09.543.933/0001-08 Valor Recebido 2008: R$ 2.853.020,00 (arquivo anexo) Valor Recebido 2009: R$ 1.249.400,00 (arquivo anexo) E pra nossa surpresa maior, checando a inscrição do CNPJ do “desconhecido Grupo Kerigma” no site da Receita Federal, a empresa foi aberta apenas em 15/04/2008. Pois vejamos, aberta em meados do mês de Abril de 2008, já naquele mesmo ano celebrou com o Governo do Estado, através da Fundarpe, mais de R$ 2,5milhões de reais, todos por dispensa de licitação. Essa informações merecem sim ser chegadas pelo Tribunal de Contas, Ministério Público e Imprensa de Pernambuco. Agradecido, Feliciano Filho

ESTADO Oposição vai ao MP e fará pedido de informação sobre repasse de verbas da Fundarpe para Carnaval

http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2010/05/12/oposicao_vai_ao_mp_e_fara_pedido_de_informacao_sobre_repasse_de_verbas_da_fundarpe_para_carnaval_70685.php

O líder da oposição, deputado Augusto Coutinho (DEM), encaminhou pedido de informação à Fundarpe sobre os repasses de verbas do governo no Carnaval 2010.

A bancada também decidiu, em reunião, que irá solicitar que o Ministério Público acompanhe o caso. Segundo levantamento realizado, entre os dias 04 e 12 de fevereiro, no período do pré-carnaval, foram destinados para empresas e pessoas físicas mais de R$ 21 milhões, em 1860 empenhos. Só no dia dez de fevereiro foram liberados R$ 13 milhões, em 1210 empenhos.

“Vamos solicitar todos os repasses para o carnaval, com cópia das notas fiscais e relação de todas as empresas e artistas contratados”, destacou Coutinho. Os

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empenhos com valor inferior a R$ 8 mil não foram publicados no Diário Oficial. “O que houve foi um fracionamento de despesas. O Governo deve explicar porque isso aconteceu”, acrescentou a deputada Terezinha Nunes. Para o deputado Maviael Cavalcanti "se foi fracionado é porque queriam esconder algo". Só uma empresa, a Kactus Promoções e Eventos, recebeu 257 empenhos, a maioria entre R$ 6mil e R$ 7,9 mil, totalizando R$ 2,5 milhões.

Outra empresa, a Nova Era Promoção e Organização de Eventos Artísticos e Entretenimentos Ltda- ME foi o destino de 157 empenhos, todos entre R$ 7mil e R$ 8 mil reais, representando uma soma de R$ 1,1 milhão.

O Galo da Madrugada, por exemplo, bloco mais conhecido do carnaval do Recife, recebeu R$ 650 mil em um só empenho.

Já o desconhecido Grupo Cultural Kerigma recebeu quase a mesma quantia (R$ 637 mil), em 89 empenhos, todos com valores entre R$ 3 mil e R$ 8 mil.

Os deputados também destacaram que três das cinco empresas que mais receberam empenhos (Kactus, Raízes e Expresso) fizeram inscrição na Junta Comercial entre setembro e novembro de 2009, poucos meses antes do carnaval. Participaram da reunião da bancada que discutiu novas estratégias de ação dos oposicionistas os deputados Augusto Coutinho(DEM), Miriam Lacerda(DEM), Edson Vieira(PSDB), Terezinha Nunes(PSDB), Antônio Moraes(PSDB), Carlos Santana(PSDB), Dilma Lins(DEM), Maviael Cavalcanti(DEM), Adelmo Duarte(DEM), Eduardo Porto(PSDB) e Emanuel Bringel(PSDB) e Jacilda Urquisa(PMDB). As informações requeridas no Pedido de Informação são as seguintes: a) cópia de todos os empenhos emitidos pela Fundarpe, no período de 1º de fevereiro a 16 de abril de 2010; b) cópia de todas as notas fiscais referentes aos empenhos discriminados no item anterior; c) cópia de todas as publicações no Diário Oficial das contratações feitas por inexigibilidade de licitação; d) relação nominal de todos os artistas e empresas de eventos contratadas, e seus respectivos valores de contratação, para o Carnaval 2010.

BLOG DE JAMILDO

ESTADO Oposição vai ao MP e fará pedido de informação sobre repasse de verbas da Fundarpe para Carnaval

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http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2010/05/12/oposicao_vai_ao_mp_e_fara_pedido_de_informacao_sobre_repasse_de_verbas_da_fundarpe_para_carnaval_70685.php

O líder da oposição, deputado Augusto Coutinho (DEM), encaminhou pedido de informação à Fundarpe sobre os repasses de verbas do governo no Carnaval 2010.

A bancada também decidiu, em reunião, que irá solicitar que o Ministério Público acompanhe o caso. Segundo levantamento realizado, entre os dias 04 e 12 de fevereiro, no período do pré-carnaval, foram destinados para empresas e pessoas físicas mais de R$ 21 milhões, em 1860 empenhos. Só no dia dez de fevereiro foram liberados R$ 13 milhões, em 1210 empenhos.

“Vamos solicitar todos os repasses para o carnaval, com cópia das notas fiscais e relação de todas as empresas e artistas contratados”, destacou Coutinho. Os empenhos com valor inferior a R$ 8 mil não foram publicados no Diário Oficial. “O que houve foi um fracionamento de despesas. O Governo deve explicar porque isso aconteceu”, acrescentou a deputada Terezinha Nunes. Para o deputado Maviael Cavalcanti "se foi fracionado é porque queriam esconder algo". Só uma empresa, a Kactus Promoções e Eventos, recebeu 257 empenhos, a maioria entre R$ 6mil e R$ 7,9 mil, totalizando R$ 2,5 milhões.

Outra empresa, a Nova Era Promoção e Organização de Eventos Artísticos e Entretenimentos Ltda- ME foi o destino de 157 empenhos, todos entre R$ 7mil e R$ 8 mil reais, representando uma soma de R$ 1,1 milhão.

O Galo da Madrugada, por exemplo, bloco mais conhecido do carnaval do Recife, recebeu R$ 650 mil em um só empenho.

Já o desconhecido Grupo Cultural Kerigma recebeu quase a mesma quantia (R$ 637 mil), em 89 empenhos, todos com valores entre R$ 3 mil e R$ 8 mil.

Os deputados também destacaram que três das cinco empresas que mais receberam empenhos (Kactus, Raízes e Expresso) fizeram inscrição na Junta Comercial entre setembro e novembro de 2009, poucos meses antes do carnaval. Participaram da reunião da bancada que discutiu novas estratégias de ação dos oposicionistas os deputados Augusto Coutinho(DEM), Miriam Lacerda(DEM), Edson Vieira(PSDB), Terezinha Nunes(PSDB), Antônio Moraes(PSDB), Carlos Santana(PSDB), Dilma Lins(DEM), Maviael Cavalcanti(DEM), Adelmo Duarte(DEM), Eduardo Porto(PSDB) e Emanuel Bringel(PSDB) e Jacilda Urquisa(PMDB). As informações requeridas no Pedido de Informação são as seguintes:

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a) cópia de todos os empenhos emitidos pela Fundarpe, no período de 1º de fevereiro a 16 de abril de 2010; b) cópia de todas as notas fiscais referentes aos empenhos discriminados no item anterior; c) cópia de todas as publicações no Diário Oficial das contratações feitas por inexigibilidade de licitação; d) relação nominal de todos os artistas e empresas de eventos contratadas, e seus respectivos valores de contratação, para o Carnaval 2010.

Ministério Público de Pernambuco

(FP – Grande Recife) Material da Fundarpe sob avaliação

http://www.mp.pe.gov.br/index.pl/clipagem20072010_material

TEREZINHA aguarda fim da análise do documentos

Uma equipe designada pela bancada de oposição ao Governo na Assembleia Legislativa está analisando vários documentos que a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) enviou em resposta aos pedidos de informações dos gastos do órgão com festas de 2007 até hoje. Uma das mentoras da denúncia de irregularidades na contratação de artistas, a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) explicou, ontem, que o grupo de trabalho está atento para verificar uma eventual falta de algum documento. “A Fundarpe mandou 13 pastas com documentos e nós mandamos uma equipe analisar cada um para ver se ela mandou tudo que pedimos. Se não, vamos refazer o pedido de informação. Estamos só aguardando que a equipe diga se está tudo lá”, afirmou a tucana.

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Nunes acredita que, até quinta-feira, o pessoal responsável pela análise possa anunciar se o dossiê está completo e justifica a razão da demora. “Mandaram a documentação toda misturada, o tipo, o ano... Mandaram de bolo para a gente organizar, e uma equipe nossa, aqui da Alepe, está vendo isso. Imaginamos que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também esteja avaliando e que fará as perícias necessárias”, afirmou a deputada.

Promotores

Com a possível comprovação pelo Instituto de Criminalística do Estado da adulteração de fotos apresentadas pela Empetur, no seu recente escândalo, como provas de que shows tachados de “fantasmas” realmente ocorreram, cresce o interesse da averiguação das provas de defesa da Fundarpe. Terezinha Nunes lembrou que quatro promotores do MPPE foram destacados para cuidar do caso da Fundarpe e lamentou a adulteração das provas. “Acho isso estarrecedor, se adulterar documentos para receber verba federal... Acho que José Ricardo (ex-presidente da Empetur à época do escândalo), que assinava tudo, terá que responder por tudo isso, para verificar se houve ou não utilização de recursos públicos para uso pessoal”, disse.

Ministério Público de Pernambuco

http://www.mp.pe.gov.br/index.pl/clipagem20101706_mppe

( JC – Política ) MPPE abre 4 inquéritos no caso da Fundarpe

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) publica hoje no Diário Oficial quatro portarias que instauram inquéritos civis para apurar denúncias em torno da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A informação foi confirmada ontem pela promotora do Patrimônio Público da Capital Andréa Nunes. Os deputados de oposição ao governo estadual Augusto Coutinho (DEM) e Terezinha Nunes (PSDB) denunciaram ao MPPE, no dia 14 de maio, supostas irregularidades em operações de contratos entre a Fundarpe e produtoras culturais para o Carnaval deste ano. Pouco mais de três semanas depois, o JC publicou reportagem informando que, desde 2007, a fundação pagou R$ 62,6 milhões – sem licitação – a 16 empresas dominadas por poucos grupos familiares e desconhecidas do setor cultural.

“A Promotoria do Patrimônio Público está iniciando um procedimento em relação a todos os exercícios desde 2007. Depois da denúncia que recebemos, acompanhamos a cobertura jornalística sobre o caso e decidimos investigar não

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apenas 2010, mas todos os anos, desde 2007”, explicou Andréa Nunes. De acordo com Andréa, a Promotoria decidiu dividir os trabalhos em quatro inquéritos (confira o quadro), divididos pelos anos, desde o início da atual gestão. Além dela, que será responsável pela investigação em torno das operações da Fundarpe em 2010, mais três promotores atuarão: Ana Joêmia da Rocha (2007), Lucila Varejão (2008) e Eduardo Cajueiro (2009).

A partir de hoje, a Fundarpe terá vinte dias úteis para disponibilizar toda a documentação solicitada pelo Ministério Público. Depois dessa fase, os promotores vão analisar o dossiê e decidir se indiciam a presidente do órgão, Luciana Azevedo – ordenadora de despesas da Fundarpe –, ou arquivam os processos. “Como são muitos documentos, estamos dando vinte dias para a Fundarpe entregá-los”, justificou Andréa Nunes. A Fundarpe estará obrigada a remeter ao MPPE documentos como planilhas eletrônicas com a relação de todas as produtoras que prestaram serviços ao órgão desde 2007 e a cópia física de todas as contratações realizadas juntos às 16 empresas.

Em outra frente de investigação, a oposição estadual aguarda a execução do mandado assinado pelo juiz Djalma Andrelino, da Terceira Vara da Fazenda Pública, que ordenou que o governo do Estado apresente os documentos comprobatórios de pagamentos realizados pela Fundarpe desde 2007.

Coutinho e Terezinha comemoram a decisão

Principais responsáveis pelas denúncias relativas à Fundarpe, os deputados Augusto Coutinho (DEM) e Terezinha Nunes (PSDB) comemoraram ontem a decisão do MPPE, que instaura hoje quatro processos de inquéritos civis para apurar as movimentações financeiras realizados pelo órgão desde 2007. De acordo com eles, o passo é decisivo para que a sociedade tenha uma “resposta à altura” sobre o que consideram ser o maior escândalo de corrupção do Estado. “A iniciativa é positiva porque demonstra que a preocupação que sempre tivemos de esclarecer o caso será resolvida. Como parlamentares, faltam elementos para investigar com profundidade”, avaliou Coutinho.

Para Terezinha Nunes, a notícia é “compensadora”. “Embora tenha demorado um pouco, é compensador. A sociedade precisa de uma resposta, para o bem da democracia. Esperamos que os trabalhos tenham a agilidade necessária”, comentou. Os dois também são os autores de ação impetrada na Justiça na semana passada para que o governo apresente a documentação dos pagamentos feitos pela Fundarpe desde 2007.

Depois das entrevistas da presidente da fundação, Luciana Azevedo, à Rádio Olinda e à Rádio Folha, semana passada, Coutinho e Terezinha tornaram-se alvos dos governistas. O Palácio disponibilizou documentos que comprometeriam os dois e a presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, afirmou que Coutinho seria “chefe da quadrilha” – referindo-se à gestão da Fundarpe no governo anterior.

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Questionados se estariam intimidados, os dois refutaram a hipótese e afirmaram que vão persistir na apuração do caso. “Não vou entrar no jogo do governo, principalmente depois dos ataques pessoais de Luciana Azevedo”, respondeu Coutinho. “Em nenhum momento nos intimidamos nem nada nos intimidará”, desafiou Terezinha.

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Endereços fantasmas no caso da Fundarpe Publicado em 27.05.2010

A casa de um pescador, em São Lourenço da Mata, é informada como a sede de uma das empresas que receberam recursos da Fundação

Gilvan Oliveira

Manoel Medeiros Neto

[email protected]

Três das empresas contratadas pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) para realização de eventos, entre janeiro de 2009 e abril de 2010 – com gastos de R$ 60,2 milhões, sem licitação – forneceram à Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe) endereços fantasmas. Foi o que constatou ontem a reportagem do JC, ao visitar os respectivos endereços. Dos três “visitados”, dois não existem e no terceiro mora um pescador e sua esposa há 28 anos. O casal assegura nunca ter funcionado uma produtora de eventos no local. As empresas procuradas receberam juntas R$ 2,92 milhões.

Para encontrar as três empresas contratadas pela Fundarpe, todas localizadas no bairro de Penedo, em São Lourenço da Mata (Região Metropolitana), a reportagem tomou por base os endereços constantes em certidões da Jucepe. Na Rua Fonseca Galvão, nº 198, deveria funcionar a Expresso Produções e Eventos, que faturou R$ 1,66 milhão entre 2009 e 2010. Mas no local – uma casa simples, de dois andares – reside o pescador José Vicente da Silva, 56 anos, e sua esposa, a dona de casa Valdenice Ana da Silva, 52. Ele ficou surpreso ao ler o documento da Jucepe onde aparece o endereço dele como sede de uma empresa com faturamento alto.

Vicente contou que ele mesmo construiu o imóvel em 1982 e o ampliou recentemente, acrescentando o primeiro andar. Ele e a esposa moram no andar de cima e alugaram o térreo por R$ 170, para aumentar a renda familiar, que gira em torno dos R$ 400, segundo informaram. E nunca ouviram falar na Expresso Eventos. “Alugamos a parte

de baixo para um casal, mas eles não mexem com essas coisas, não”, assegurou. O casal estava ausente.

A dona de casa Valdenice Silva disse que desde o início do ano tem chegado correspondências na casa, endereçadas a Daniela Carla Marques e Silva, que figura como sócia da Expresso Eventos ao lado Joabson Guerra da Cunha. “Nunca ouvi falar nessa pessoa. Liguei para o Correio e eles me orientaram a devolver tudo. Foi o que fiz”, revelou.

A cerca de 300 metros dali, na avenida Clodoaldo Gomes de Araújo, nº 186, deveria funcionar a Rápido Produções e Eventos, que recebeu da Fundarpe R$ 523,9 mil só este ano. Mas na avenida, a principal do bairro de Penedo, não existe o número 186. A reportagem perguntou a moradores das casas com números próximos ao 186, e ninguém sabia de uma casa com aquela numeração ou da existência da empresa.

O mesmo caso de endereço inexistente aconteceu com a empresa Muito Mais Produções e Eventos, que recebeu R$ 740,3 mil em 2009. Ela deveria funcionar na Rua Capiba, nº 230. Mas, além de não constar esse número, o local revelou-se incompatível para instalação de uma empresa de eventos. De acesso difícil, com vias de terra batida, a Rua Capiba é praticamente na zona rural de São Lourenço da Mata. No local, há pouco mais de 10 casas, cada uma distanciada da outra em cerca de 100

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metros, lembrando pequenos sítios. Os moradores abordados disseram nunca ter ouvido falar na empresa ou em qualquer outra instalada no local.

O JC procurou a Fundarpe para comentar o fato de empresas com indícios de serem

fantasmas terem recebido dinheiro público, e quais os eventos promovidos para justificar os R$ 2,92 milhões gastos com elas. Mas a assessoria de comunicação da entidade informou que só prestará esclarecimentos “aos órgãos oficiais”, e não à imprensa, acrescentando que já respondeu a três pedidos de informação da bancada de oposição na Assembleia.

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Empresas do caso Fundarpe receberam R$ 62,6 milhões Publicado em 06.06.2010

Valor foi pago, sem licitação, a 16 empresas através de 8 mil empenhos. Dados estão disponíveis no Portal da Transparência

A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) utilizou desde o início da gestão do governador Eduardo Campos (PSB), em 2007, até abril passado, R$ 62,679 milhões sem licitação com 16 empresas (confira o quadro) para a realização de eventos. Deputados estaduais da oposição consideram essas contratações suspeitas de desvio de recursos públicos. Os números foram apurados pelo JC através dos dados disponíveis no Portal da Transparência do governo estadual.

Os pagamentos foram efetuados por meio de cerca de 8 mil empenhos (ordens de

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pagamentos) cujos valores não ultrapassam R$ 8 mil, cada, o que justificaria a dispensa de licitação. Mas a oposição aponta neste fato uma manobra para fracionar despesas, o que seria uma ação irregular. A reportagem visitou 15 das 16 sedes das firmas e constatou que apenas uma funciona de fato. As demais registraram o

estabelecimento em endereços residenciais ou em imóveis incompatíveis com a movimentação financeira dos últimos quatro anos.

Os dados públicos referentes às empresas (como certidões da Junta Comercial do Estado, a Jucepe) e dos seus proprietários sugerem que a maior parte delas não pertence a produtores culturais com tradição no Estado. Ao contrário da prática executada pela gestão da presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, de fomentar o setor cultural através de editais públicos, via Funcultura, a liberação dos R$ 62,679

milhões sem licitação para empresas questionadas, suscita desconfianças em relação à prática. Líder de um grupo que envolve quatro empresas beneficiadas, Joabson Guerra da Cunha, 32 anos, por exemplo, foi contratado pela Fundarpe em 2008 para executar serviços de assistente de palco. Hoje, lidera um grupo empresarial que faturou R$ 8,892 milhões em apenas dois anos. A Expresso Produções, de sua propriedade, está registrada no endereço onde mora o pescador José Vicente da Silva, 56 anos, que desconhece a firma.

Apenas em três anos (de 2007 até 2009), o orçamento destinado às empresas apontadas como suspeitas foi de R$ 51,287 milhões, valor 31% maior que a verba investida no mais festejado programa de democratização do fomento à cultura do governo estadual, o Funcultura, no mesmo período (R$ 39 milhões). A coincidência entre as empresas beneficiadas também existe no quesito geográfico. Seis delas estão sediadas na Mata Norte (cinco em Nazaré da Mata e uma em Goiana), nove na Região

Metropolitana do Recife (três em São Lourenço da Mata, duas em Itapissuma, duas em Paulista, uma em Camaragibe e uma em Itamaracá) e apenas uma no Agreste (Caruaru).

No levantamento realizado pelo JC, destaca-se também a maior quantidade de empenhos liberados em alguns meses. Em outubro de 2008, quando ocorreram as últimas eleições municipais, a Fundarpe pagou R$ 5,51 milhões a parte dessas

empresas. Mas em outubro de 2007 (R$ 563,2 mil) e de 2009 (R$ 2,45 milhões) concentraram liberação de montantes menores. A movimentação no mês de agosto também sofre alterações entre 2007 e 2009. Em 2008, foi liberado R$ 1,33 milhão, valor bem maior que em agosto de 2007 (R$ 100 mil) e de 2009 (R$ 633,7 mil).

Até agora, as explicações da Fundarpe sobre o assunto são resumidas. De acordo com a fundação, toda a verba serviu para o pagamento de “cachês de artistas” e a oposição

estaria tentando usar o fato para confundir a população poucas semanas antes do início da campanha eleitoral. Os dados oficiais sobre os pagamentos, no entanto, ainda permanecem um mistério. A Fundarpe afirma que esclarecerá as dúvidas aos “órgãos competentes”.

Em Nazaré da Mata, empresa até num bar Publicado em 06.06.2010

Famosa como polo de maracatu rural, Nazaré da Mata abriga as empresas que mais receberam recursos da Fundarpe para eventos suspeitos, segundo a oposição. Dos R$ 62,6 milhões pagos pelo órgão, R$ 18,4 milhões foram para cinco companhias cujas sedes, de acordo com os registros da Jucepe, estão no município da Mata Norte. E a

exemplo do que ocorreu com outras empresas visitadas, o JC verificou que os

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endereços em nada lembram firmas com o faturamento na casa dos milhões de reais. Quatro delas “funcionam” em residências simples, uma das quais em reforma e sem moradores, e a outra tem como sede o endereço de um bar, ao lado da delegacia de polícia da cidade. Quatro dessas empresas têm sócios comuns.

Das cinco firmas em Nazaré da Mata que captaram recursos da Fundarpe, a Resolve Produções e Eventos foi a mais agraciada. Recebeu R$ 5,463 milhões entre 2007 e 2010. A sede dela é na Rua Dionísio Basílio de Almeida, nº 101, no bairro de Onze de Julho. O local é uma residência simples, onde mora uma aposentada. A segunda empresa que recebeu mais recursos foi a Nazaré Produções e Eventos, cuja sede também é uma residência simples, na rua José Carlos de Araújo, 34, no Centro: R$ 5,184 milhões.

As duas empresas, que juntas faturaram R$ 10,647 milhões em três anos e meio, pertencem aos mesmos sócios: Bruno Henrique Francisco Rosendo e Mauricéa Simião dos Santos. As duas casas sedes das empresas foram cedidas pelo comerciário Humberto Alves Patrício, uma pertence à cunhada dele e na outra mora a avó – a aposentada citada no parágrafo anterior. O comerciário contou ao JC que as casas foram alugadas apenas para emprestar os endereços às duas pessoas jurídicas, o

pagamento é uma ajuda de custo – ele não revelou quanto. O aluguel foi proposto por uma pessoa identificada apenas como Nado, que passa durante a semana nas duas casas para recolher correspondências. Nado seria ligado a Bruno Rosendo, sócio-gerente das duas empresas.

“Ele (Nado) tem escritório no Recife, me procurou dizendo que tinha essas firmas, que precisava de endereço. Mas não tenho conhecimento das atividades dele”, assegurou.

A reportagem tentou contatar Nado e Bruno Rosendo. Mas não obteve êxito.

O terceiro maior destino de recursos da Fundarpe em Nazaré da Mata foi a empresa Suvanserv: R$ 3,914 milhões entre 2008 e 2010. O endereço dela é a Rua Conselheiro João Brasil, 55, Centro, uma casa em reforma. Na ocasião da visita, ninguém se encontrava no local. A quarta empresa em faturamento de dinheiro público foi a Vertentes Produções, com R$ 2,962 milhões, com endereço na Avenida Coronel Luiz

Inácio, 929, Centro. Nestes dois casos também há coincidência de sócios. A Suvanserv pertence a Edivaldo dos Santos Paiva e Vanda Maria de Aguiar Cavalcanti, e a Vertentes, também a Edivaldo dos Santos Paiva em sociedade com Anísio Vital Paiva.

A Vertentes Produções tem sede no mesmo local onde funciona a banca A Confiança e o Bar do Som, vizinhos da delegacia de Nazaré da Mata. O gerente do bar, Sonivaldo Bernardino de Andrade, confirmou que “duas vezes por semana” o sócio-gerente da

firma, Edivaldo dos Santos Paiva, passa para pegar correspondências. “Às vezes ele se reúne com um pessoal aqui (nos fundos do bar). Mas não me envolvo nos negócios dele”, declarou. O JC entrou em contato com Edivaldo, deixou recado a uma pessoa identificada como Paulo, se dizendo filho dele. Mas ele não deu retorno.

A última empresa visitada na cidade foi a Raízes Produção e Organização de Eventos, na Vila Santa Marta, 29, Centro. No local mora a dona de casa Edijane Nascimento

Silva e ela disse nunca ter ouvido falar na empresa. A Raízes, segundo a Jucepe, foi aberta em outubro de 2009 e já recebeu da Fundarpe R$ 944 mil.

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POLÊMICA DA FUNDARPE Mais suspeitas sobre empresas de eventos Publicado em 28.05.2010

Sedes de outras três empresas contratadas pela Fundarpe para realização de eventos, visitadas ontem pelo JC em Itapissuma e Itamaracá, reforçam os indícios de que os endereços são de fachada Gilvan Oliveira

Manoel Medeiros Neto

[email protected]

O JC visitou ontem as sedes de mais três empresas contratadas pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) – para realização de eventos – e o que verificou aumentam ainda mais as suspeitas sobre essas empresas. Os imóveis, em Itapissuma e Itamaracá (Região Metropolitana), em nada lembram sedes de companhias com faturamento alto. Pelo contrário: os estabelecimentos funcionam numa pequena garagem, numa residência modesta e numa casa de veraneio, sugerindo que os endereços são de fachada. E quem se dispôs a falar com a reportagem se negou a dar informações detalhadas sobre os empreendimentos. Juntas, elas receberam R$ 15,6 milhões da fundação.

A primeira sede de empresa visitada ontem foi a do Bloco Tá Legal Produções Artísticas, que entre 2007 e este ano recebeu R$ 3,699 milhões da Fundarpe. Ela fica na Avenida Agostinho Nunes Machado, nº 900, no Centro de Itapissuma. O local,

recentemente pintado com a logomarca da empresa, é uma garagem que estava fechada.

Uma mulher que fazia serviços domésticos na casa em frente à garagem, que ela mesma afirmou pertencer ao dono da Tá Legal, informou que no local não havia telefone fixo e nem sabia os contatos do responsável pelo empreendimento. “Ele está viajando”, assegurou. A Tá Legal pertence aos sócios Glaydson Figlioulo do Nascimento e Severino Wellington Freitas da Silva, mas a mulher – que não quis se identificar – não informou qual dos dois seria o dono da casa.

No nº 933 da mesma avenida fica a sede da Figlioulo Produções Artísticas, empresa que faturou, nos últimos quatro anos, R$ 6,731 milhões em recursos públicos. Ela também pertence a Glaydson Figlioulo do Nascimento, mas com outro sócio: Inácio Antônio do Nascimento. Na casa, a reportagem foi recebida por uma mulher

aparentando 60 anos, que não quis se identificar. Ela confirmou que sua casa é a sede da Figlioulo e não informou mais nada. Disse que lá não havia telefone fixo nem sabia os contatos dos responsáveis pela empresa. “Não sei de nada, não vou falar nada”, afirmou.

No bairro de Forno da Cal, em Itamaracá, o JC demorou para encontrar a Clarins Produções Artísticas, que recebeu da Fundarpe R$ 5,175 milhões entre 2008 e 2010. O endereço dela na Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe) não bate com o da sede da empresa. Ela deveria funcionar no nº 2.175 da Rua Paraná, mas a numeração da via só vai até 200. A empresa funciona numa casa sem número entre a 157 e a 180.

A sede da Clarins é numa casa com muro alto, que aparenta ser de veraneio. No local, estava um homem em torno de 40 anos que se apresentou como Geraldo. Ele se disse “motorista do dono da empresa” e assegurou que lá funcionava de fato a Clarins. “O

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dono está viajando pelo interior, promovendo eventos, e o telefone dele eu não posso dar”, disse.

Desde o surgimento das denúncias envolvendo a Fundarpe, lançadas por deputados da

oposição há duas semanas, o JC visitou as sedes de nove empresas contratadas pela fundação. Em oito delas, encontrou situações que sugerem a existência de empresas fantasmas ou de fachada. E em apenas uma, a Palco Show Produções, em Caruaru (Agreste), havia estrutura compatível com uma empresa grande de produção de eventos. A Fundarpe tem sido contactada para explicar quais os critérios para a contratação e quais os eventos promovidos pelas empresas, mas se nega a dar informações, sob a justificativa de que só dará explicações aos órgãos oficiais.

Eduardo decide não falar mais sobre o assunto Publicado em 28.05.2010

O mistério em torno da lista de apresentações artísticas que consumiram do erário estadual mais de R$ 36 milhões, entre janeiro de 2009 e abril deste ano, é uma

responsabilidade da Fundarpe, indicou ontem o governador Eduardo Campos (PSB). Questionado pela reportagem do JC sobre a decisão da fundação de não divulgar quais artistas foram supostamente contratados com os milhões, instantes após o término da entrevista que concedeu ontem na Rádio Jornal, Eduardo afirmou que não voltaria mais ao assunto. “A Fundarpe vai falar sobre esse tema. O que eu tinha para falar, eu já falei. Estou tranquilo de que a Fundarpe haverá de esclarecer todas as questões”, disse.

Questionado ao vivo na rádio sobre o suposto esquema de corrupção na contratação de shows, o governador defendeu a apuração das denúncias e a punição de hipotéticos culpados, mas lembrou que o tempo próximo às eleições é fértil para “denúncias vazias e infundadas”. “A Fundarpe está prestando todos os esclarecimentos, essa é a linha do nosso governo. Se tiver alguma coisa errada é para ser apurado, para ser punido. Agora eu não vou fazer o jogo vazio das denúncias infundadas, sem

fundamento, sem conhecimento. O Tribunal de Contas está fazendo levantamentos lá, a nosso pedido, a Controladoria está fazendo levantamento, tudo com tranquilidade. Não sou juiz da oposição nem a oposição é juiz nosso”, disse.

Seguindo a linha do presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa (PDT), que subiu à tribuna na última terça (25) para lembrar que o governo Jarbas “também teve problemas” na área cultural – Uchoa também registrou não aceitar a acusação de que “todos são honestos, só Eduardo é safado” –, o governador lembrou que a “gestão passada” passou seis anos na luta contra a instalação de uma CPI. “O próprio governo que me antecedeu durante muito tempo teve muitas denúncias sobre questões de recursos na área de cultura. Durante seis anos, o governo (Jarbas) ficou evitando uma CPI na Assembleia, foi coisa pro Ministério Público...”, lembrou.

Em relação às empresas questionadas, o governador disse que elas “existem

formalmente” e que há muita “informalidade” no setor. Ele também reiterou que sua administração avançou no setor cultural, inclusive convocando um artista reconhecido no País para liderar a Secretaria Especial de Cultura, o escritor Ariano Suassuna.

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Pequenas empresas, grandes verbas Publicado em 14.05.2010

Da mesma forma que no caso dos “shows” do Turismo estadual, empresas sem estrutura estão envolvidas na nova denúncia da oposição sobre a Fundarpe

Jorge Cavalcanti

[email protected]

As empresas que mais receberam empenhos da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), segundo a nova denúncia da oposição na

Assembleia Legislativa, funcionam em escritórios modestos, que em nada lembram os valores embolsados entre os dias 4 e 12 de fevereiro deste ano. Hoje, o líder da bancada, Augusto Coutinho (DEM), entrega à procuradora-geral do Ministério Público em exercício, Maria Helena Nunes Lyra, um pedido de investigação sobre supostas irregularidades no repasse de verbas para o Carnaval.

O JC visitou ontem a Kactus Promoções e Eventos e a Nova Era Entretenimentos, ambas em Paulista (Grande Recife). Na primeira empresa, situada na Rua Milton Souza Lopes, mais conhecida como Rua do Cajueiro, o endereço que está registrado na Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe) refere-se a um escritório de advocacia. Na pequena sala ao lado, sem nenhuma placa de identificação, uma mulher disse que trabalhava na empresa e garantiu que no local funciona a Kactus. Segundo ela, que não quis se identificar, os responsáveis estão em viagem e só retornam no dia 20. “Até eles voltarem, não posso dar informação nenhuma”, contou.

À primeira vista, chama a atenção que uma empresa que recebeu R$ 2,57 milhões, divididos em 257 empenhos, funcione numa sala com apenas um ventilador e uma mesinha com telefone e fax, sem um computador sequer. No térreo da galeria, o funcionário do curso de informática Conexão, Carmino Williams, afirmou que nunca ouviu falar na empresa. “Sei que lá em cima tem um escritório e um consultório, mas não conheço nenhuma Kactus”, disse ele, que trabalha na galeria há dez meses.

Na segunda empresa, instalada em uma das salas do número 531 da Rua Siqueira Campos, apenas um pedaço de papel ofício – com o nome Nova Era impresso e fixado com fita adesiva – informa que ali funciona a entidade que recebeu R$ 1,1 milhão, por meio de 157 empenhos. Na porta, um cadeado trancado. Pessoas que trabalham em outras salas no mesmo prédio afirmaram que apenas uma mulher vai ao local de vez em quando.

Segundo a denúncia da oposição, a Fundarpe fracionou os empenhos em valores abaixo de R$ 8 mil, com o objetivo de evitar licitação. Apenas gastos acima desta cifra passam obrigatoriamente por um certame. Pelos dados apresentados pela bancada, foram emitidos 1.860 empenhos em oito dias, num total de R$ 21,5 milhões.

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Fundarpe sob suspeita de fraudar licitação

Denúncia // Oposição questiona repasse de mais de R$ 21 milhões para o carnaval deste

ano

Após denúncias de superfaturamento de shows e eventos não realizados pela Empresa

Pernambucana de Turismo (Empetur), que resultou na exoneração do ex-secretário de

Turismo Sílvio Costa Filho (PTB), a bancada de oposição da Assembleia Legislativa mirou

sua artilharia para outro órgão do governo Eduardo Campos. O alvo agora é a Fundação do

Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A oposição questiona o

repasse de verba para o carnaval deste ano e já encaminhou pedido de informação à

instituição.

Hoje, eles ingressarão com a denúncia no Ministério Público estadual e outra no Tribunal

de Contas do Estado (TCE). Segundo os parlamentares, a Fundarpe teria fracionado os

empenhos das despesas referentes a pagamento de empresas e pessoas físicas para burlar a

Lei de Licitações. No levantamento apresentado pela oposição, entre os dias 4 e 12 de

fevereiro, durante os festejos de Momo, foram liberados mais de R$ 21 milhões em 1.860

empenhos. O grupo revelou, ainda, que somente no dia 10 de fevereiro saíram do cofre

estadual R$ 13 milhões por meio de 1.210 empenhos.

De acordo com o líder da oposição, deputado Augusto Coutinho (DEM), está clara a

intenção do governo de burlar a Lei de Licitações, já que a legislação diz que despesas de

até R$ 8 mil não precisam ser publicadas no Diario Oficial. "Enquanto alguns blocos

tradicionais, como o Galo da Madrugada, receberam R$ 650 mil em apenas dois empenhos,

outras empresas, a exemplo da Kactus Promoções e Eventos recebeu 257 empenhos com

valores entre R$ 6 mil a R$ 7,9 mil. Ela recebeu sozinha R$ 2,5 milhões", disse.

Outros empenhos que também chamaram a atenção dos parlamentares referem-se aos

recursos destinados à Nova Era Promoção e Organização de Eventos Artísticos e

Entretenimentos Ltda. e à empresa Raízes Produção e Organização de Eventos Ltda. A

primeira recebeu 157 empenhos, todos entre R$ 7 mil e R$ 8 mil, o que representa um

montante de R$ 1,1 milhão. A segunda entidade ganhou 125 empenhos, cujos valores

variam entre R$ 7 mil e R$ 8 mil, totalizando R$ 929 mil.

Na avaliação da deputada Terezinha Nunes (PSDB), o governo precisará explicar porque

fracionou as despesas e qual a razão dos empenhos não terem sido agregados. "Há no

mínimo má-fé. O que houve é que as despesas não foram publicadas e está irregular.

Fracionamento de despesas não é permitido na administração pública", criticou a tucana.

Por telefone, a presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, disse que não tinha tomado

conhecimento das denúncias da oposição, mas que prestaria todos os esclarecimentos hoje,

após saber detalhes do caso. Após ser informada pela reportagem sobre o conteúdo das

denúncias, ela supôs que as acusações sejam contra a contratação de artistas. "Se for essa a

denúncia, eles (os artistas) têm notória especialização e cachês de artistas não têm licitação.

É produto único. Na maioria dos casos, os artistas têm uma empresa que os representa.

Nunca a Fundarpe foi tão transparente como nesta gestão", afirmou Luciana. (Claudia

Elói.)

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Oposição cobra documentação na Justiça

A oposição agiu em duas frentes, ontem, para fortalecer a tese de que há indícios de desvios

de recursos da Fundarpe - uma tentativa de desgastar a imagem do governo com um

discurso ético. Depois de impetrar uma ação cautelar para ter acesso às ordens de

pagamento feitas pela fundação nos últimos anos, na 3ª Vara da Fazenda Pública, no Fórum

Joana Bezerra, a deputada Terezinha Nunes (PSDB) enviou uma dura nota à imprensa para

contestar as declarações dadas por Luciana Azevedo, nas quais ela acusou a tucana de

também querer se beneficiar com a liberação de verbas da Fundarpe para bases eleitorais, o

que ela teria negado.

Terezinha admitiu, no entanto, que, em junho de 2008, enviou autorização para que a

Associação de Eventos Culturais e Esportivos de Pernambuco captasse R$ 100 mil junto à

Fundarpe para realizar festas juninas nos municípios de Abreu e Lima, Moreno e Lagoa de

Itaenga. Mas disse que não conhecia essa entidade e que só fez isso depois de ser orientada

por um parlamentar da base governista, Izaias Régis.

A Associação de Eventos Culturais e Esportivos também foi indicada por Augusto

Coutinho para receber R$ 100 mil em junho de 2009 para realização de festividades

juninas. O documento com a assinatura dele chegou à imprensa por meio de um governista

e estava sendo usado como um trunfo por Luciana Azevedo, que viu o pedido como ilegal,

mas não a ponto de rejeitá-lo. Terezinha mostrou sua versão.

Segundo a deputada, após questionar, na Assembleia, a liberação de recursos para

municípios que não tinham tradição de São João, entre 2007 e 2008, foi procurada pelo

deputado Izais Régis (PTB) para discutir a questão. "Diante das minhas críticas, no São

João de 2008, fui procurada pelo deputado Izaías, o qual me informou que a Fundarpe

passaria a liberar recursos para os municípios que os deputados selecionassem para os

festejos juninos daquele ano. A liberação se daria via a entidade Associação de Eventos

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Culturais e Esportivos. Fiz, então, o oficio (que distribuo à imprensa) sugerindo o repasse

de R$ 100 mil, dentro do montante que o governo estava disponibilizando (#) Vale salientar

que nem imaginava que, por trás disso tudo, estaria um grande esquema ilegal como está

sendo comprovado hoje".

Terezinha contou que achou "estranha" a forma como os recursos estavam sendo alocados e

decidiu suspender tudo. "Foi uma desistência minha e não da presidente da Fundarpe, como

ela alega. (Depois disso) fui procurada diversas vezes para solicitar recursos que seriam

liberados via Isaltino Nascimento e não mais por Izaias Régis. Não só recusei como passei

a investigar o esquema montado", declarou, sendo rebatida por um integrante do governo,

que enviou um fax à imprensa no qual Terezinha autoriza não só a captação de R$ 100 mil

junto à Fundarpe, como indica a empresa Marim Comunicação e Eventos LTDA para

captar R$ 250 mil junto à fundação.

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Oposição barra novos recursos para a Fundarpe

Um pedido de verba suplementar para a Fundação foi derrotado ontem na Assembleia Legislativa, significando a primeira derrota do governo na Casa

O governo Eduardo Campos sofreu ontem sua primeira derrota no plenário da Assembleia Legislativa desde o início da gestão, em 2007. Um projeto de lei do Executivo que acrescentaria ao orçamento da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) R$ 3,67 milhões foi reprovado após articulação rápida do líder da bancada oposicionista, deputado Augusto Coutinho (DEM). A votação não foi nominal: os seis parlamentares da oposição presentes no plenário se manifestaram contrários e conseguiram barrar a aprovação, que necessitaria do apoio de maioria simples. Apenas cinco deputados governistas participavam da reunião no momento. O principal argumento para a reprovação foi a suspeita de irregularidades na Fundarpe.

“Eu votei contra porque um órgão que se encontra sob suspeita não pode ter uma suplementação orçamentária. Isso não existe”, argumentou o líder do PSDB, deputado Pedro Eurico. O tucano foi o único parlamentar componente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que tentou barrar a aprovação do

crédito ainda na análise da matéria no colegiado, terça-feira da semana passada. Augusto Coutinho, líder do grupo que denunciou um suposto esquema de

corrupção baseado em empenhos fracionados pela Fundarpe para direcionar verbas, também citou as suspeitas de ilicitude para justificar seu posicionamento. “Como a gente poderia aprovar uma matéria dessas se não existe explicação sobre os empenhos fracionados da Fundarpe? O governo está devendo explicações, nós estamos na expectativa de um pronunciamento convincente. Também é perigoso porque existem ligações de empresas com pessoas próximas do governador”, afirmou.

Na CCJ, a relatora do projeto foi a deputada Teresa Leitão (PT). Governistas que defenderam a matéria na comissão, como o deputado Sebastião Oliveira (PR) – que discutiu com Pedro Eurico na última reunião do colegiado –, não chegaram a

tempo de para participar da votação. Sebastião chegou no espaço quando a sessão já havia sido finalizada. O posicionamento contrário ao governo dos deputados Emanuel Bringel (PSDB) e Carlos Santana (PSDB) foi decisivo para o resultado. Bringel e Santana – tucanos que sempre votaram com o Palácio das

Princesas na Assembleia – modificaram o comportamento político nas últimas semanas.Desde o “sim” do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) à pré-candidatura ao governo, os dois passaram a adotar um estilo menos eduardista. Participaram, inclusive, da reunião que denunciou os 1.860 empenhos emitidos sem licitação pela Fundarpe em apenas nove dias de fevereiro deste ano, num valor total de R$ 21,5 milhões.

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