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ESCASSEZ E QUALIDADE DA ÁGUA POR qUE É IMPORTANTE? A América Latina é privilegiada em termos de recursos hídricos. A região detém 31% do estoque de toda a água doce do mundo, sendo que o indicador médio de recursos hídricos por pessoa é de 28 mil m³ ao ano, número bem acima da média mundial de 7 mil m³ ao ano, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) 17 . Isso se deve ao fato da região contar com 4 das 25 maiores rios do planeta: Amazonas, Paraná, Orinoco e Magdalena, e com alguns dos maiores lagos do mundo, incluindo o Maracaibo, Titicaca, Poopo e Buenos Aires. Entretanto, a configuração geográfica da região faz com o que o acesso à água seja desigual. A América Latina possui dois terços de seu território classificados como áridos ou semiáridos, incluindo áreas como o centro e o norte do México, o nordeste do Brasil, o sul da Argentina, o norte do Chile, sul da Bolívia e do Peru que são compostos tanto por desertos naturais quanto desertos gerados pela atividade humana. Além disso, as ilhas do Caribe também sofrem com a falta de acesso à água potável por serem territórios pequenos demais para terem rios substanciais. Isso faz com que dependam exclusivamente da água subterrânea para as suas necessidades, cuja superexploração gera um processo grave de infiltração de água salgada e deterioração das águas subterrâneas 18 . Já no Brasil, apesar de deter cerca de 12% do estoque de água potável do planeta, a escassez também já está presente. Em 2014, o país está enfrentando crises de abastecimento em grandes centros urbanos, como São Paulo, em função da falta de chuvas. diante desse cenário, os desafios relacionados à qualidade e à escassez da água na América Latina não estão tão distantes dos desafios enfrentados por outras regiões do mundo, mais secas. De acordo com dados de 2012, da Organização das Nações Unidas (ONU), ainda existem 35 milhões de pessoas na região sem acesso a fontes de água potável e cerca de 100 milhões sem saneamento básico 19 . quando possuem acesso a esses serviços, o sistema de tratamento de água é de baixa qualidade, com uma infraestrutura obsoleta e em mau estado. de acordo com o Banco Mundial, na América Latina, 45% da água é perdida antes de chegar ao consumidor, e as perdas podem atingir até 75% nos sistemas atuais de distribuição das grandes cidades 20 . Para complementar esse quadro, estimativas de 2010, da ONU, apontam que a população da América Latina deve continuar a crescer e atingir cerca de 720 milhões de pessoas até 2030. Esse crescimento equivale à criação de uma nova cidade de 560 mil habitantes a cada mês, aumentando consideravelmente a demanda por água na região, 23

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ESCASSEz E QuALIDADE DA ÁGuAPOR qUE É IMPORTANTE?A América Latina é privilegiada em termos de recursos hídricos. A região detém 31% do estoque de toda a água doce do mundo, sendo que o indicador médio de recursos hídricos por pessoa é de 28 mil m³ ao ano, número bem acima da média mundial de 7 mil m³ ao ano, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)17. Isso se deve ao fato da região contar com 4 das 25 maiores rios do planeta: Amazonas, Paraná, Orinoco e Magdalena, e com alguns dos maiores lagos do mundo, incluindo o Maracaibo, Titicaca, Poopo e Buenos Aires.

Entretanto, a configuração geográfica da região faz com o que o acesso à água seja desigual. A América Latina possui dois terços de seu território classificados como áridos ou semiáridos, incluindo áreas como o centro e o norte do México, o nordeste do Brasil, o sul da Argentina, o norte do Chile, sul da Bolívia e do Peru que são compostos tanto por desertos naturais quanto desertos gerados pela atividade humana.

Além disso, as ilhas do Caribe também sofrem com a falta de acesso à água potável por serem territórios pequenos demais para terem rios substanciais. Isso faz com que dependam exclusivamente da água subterrânea para as suas necessidades, cuja superexploração gera um processo grave de infiltração de água salgada e deterioração das águas subterrâneas18.

Já no Brasil, apesar de deter cerca de 12% do estoque de água potável do planeta, a escassez também já está presente. Em 2014, o país está enfrentando crises de abastecimento em grandes centros

urbanos, como São Paulo, em função da falta de chuvas.

diante desse cenário, os desafios relacionados à qualidade e à escassez da água na América Latina não estão tão distantes dos desafios enfrentados por outras regiões do mundo, mais secas.

De acordo com dados de 2012, da Organização das Nações Unidas (ONU), ainda existem 35 milhões de pessoas na região sem acesso a fontes de água potável e cerca de 100 milhões sem saneamento básico19.

quando possuem acesso a esses serviços, o sistema de tratamento de água é de baixa qualidade, com uma infraestrutura obsoleta e em mau estado. de acordo com o Banco Mundial, na América Latina, 45% da água é perdida antes de chegar ao consumidor, e as perdas podem atingir até 75% nos sistemas atuais de distribuição das grandes cidades20.

Para complementar esse quadro, estimativas de 2010, da ONU, apontam que a população da América Latina deve continuar a crescer e atingir cerca de 720 milhões de pessoas até 2030. Esse crescimento equivale à criação de uma nova cidade de 560 mil habitantes a cada mês, aumentando consideravelmente a demanda por água na região,

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especialmente em grandes cidades, aumentando a pressão sobre as reservas localizadas em seu entorno21.

Aproximadamente 80% da população latino-americana é urbanizada, sendo que a cidade de São Paulo, no Brasil, foi classificada como a terceira maior megalópole do mundo, com uma população de 20,3 milhões de habitantes de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP)22.

O aumento da população e da demanda gera uma forte competição por água entre os usuários: setor agrícola, indústria e usuários domésticos. Segundo dados da FAO, na América Latina e no Caribe, 73% da água consumida é usada para fins agrícolas e 9% para uso industrial, o que provoca um outro desafio: a contaminação da água devido ao tratamento insuficiente dos efluentes industriais e agrícolas, além dos esgotos domésticos23.

Um exemplo desse problema pode ser constatado na Argentina, onde os rios Paraná, Salado del Norte, Salado del Sur, Carcarañá, de la Plata, Colorado e Riachuelo estão entre os mais contaminados do planeta.

Segundo estudo realizado pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) em 2012, apenas 20% da água residual na América Latina é tratada24.

Todos esses fatores, exigem das companhias de abastecimento a modernização da rede de distribuição de água, com o uso de tecnologias avançadas que permitam melhorar a qualidade de tratamento e reuso garantindo água de qualidade para a população.

Por fim, as secas associadas às mudanças do clima contribuem para piorar o quadro de escassez da água. Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), regiões como o nordeste do Brasil poderão sofrer uma redução de 22% na precipitação até 2100, enquanto na região dos Andes o fornecimento de água também poderá ser afetado devido ao degelo contínuo, já que mais de dois milhões de peruanos dependem diretamente da água coletada nas cordilheiras25.

Para ajudar a enfrentar os desafios de qualidade e escassez da água na América Latina, investimos em tecnologias e fornecemos soluções que ajudam a otimizar o uso e o tratamento da água, contribuindo também para o desenvolvimento e a competitividade da região.

qUAL É O NOSSO PAPEL?Na América Latina, trabalhamos para oferecer tecnologias e serviços adaptados às necessidades locais, para a conservação, reutilização e tratamento de águas residuais tanto para clientes industriais como quanto para as operadoras de serviço de abastecimento para a população, melhorando ou preservando a disponibilidade de água para todos os usuários.

Para isso, focamos nossos esforços em quatro vertentes:

1. Promover o reuso da águaSignifica tratar os efluentes domésticos e industriais para que essa água seja utilizada novamente em procedimentos como limpeza de praças e de vias públicas, reposição em sistemas de resfriamento da indústria e em outros processos industriais.

2. Desenvolver tecnologias de purificação e filtragem da água

Significa trabalhar por meio da ultrafiltração, que realiza o tratamento de águas residuais difíceis de serem tratadas por meios convencionais, até torná-la potável novamente. Essa modernização da tecnologia permite não só a melhoria do acesso à água potável para a população, como também a redução do espaço necessário para instalar os equipamentos de tratamento.

3. Desenvolver soluções para a dessalinização da água marinha

Significa desenvolver tecnologias que tornem mais barato o processo de dessalinização da água, tornando-a apropriadas aos mais diversos usos.

4. Promover campanhas de engajamento e reconhecimento para incentivar nossos clientes a adotar práticas de gestão da água mais sustentáveis

Significa promover premiações e outras formas de reconhecimento que evidenciem as tecnologias e as práticas adotadas por nossos clientes para melhorar a produtividade de seus processos, ao mesmo tempo em que contribuem para a conservação dos recursos hídricos. As premiações também permitem que essas empresas sirvam de exemplo para outras indústrias na região.

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O qUE A GE FAZ?1. Promover o reuso da água

Reuso da água na cidade de Campinas, Brasil

Para promover o reuso da água na indústria, desenvolvemos uma solução de Bioreator de Membrana ZeeWeed® (MBR), um sistema que combina uma tecnologia de ultrafiltração com o tratamento biológico, permitindo o reuso das águas residuais.

Esse sistema também oferece vantagens operacionais e econômicas em relação às estações de tratamento de águas residuais convencionais, já que eliminam a necessidade de decantadores secundários e uso de produtos químicos, reduzindo o consumo de água dos nossos clientes.

Atualmente, essa solução é usada na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo, Brasil, e é responsável pelo tratamento de 180 litros de água de esgoto por segundo, no projeto Capivari II, estação de produção de água de reuso coordenada pela Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (SANASA).

Para a segunda fase da implantação do sistema, em 2015, a previsão é dobrar a capacidade de tratamento para 360 litros de água de esgoto por segundo.

A GE trabalha no mundo todo para resolver os mais complexos desafios relacionados à disponibilidade e à qualidade da água. Também na América Latina, investimos continuamente em tecnologias que permitam aos nossos clientes maximizarem o potencial de uso de suas fontes de água, beneficiando o meio ambiente e a sociedade como um todo.

Clóvis Sarmento LeiteDiretor de Parcerias & Alianças, GE Water, Engineered Systems Latin America

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Entenda como a água é tratada pelo ZeeWeed®

Água sem oxigênio

Água com oxigênio

Área para a circulação do Iodo

Descarte do Iodo em excesso/Tanque de drenagem

Permeabilidade

Tanque de fluxoreverso

Tanques demembranas

Esgoto

O sistema é composto pela associação de um reator biológico com as membranas de ultrafiltração, que têm o tamanho de um poro tão pequeno (0,04 μm), que não permitem a passagem de bactérias, parasitas e outros microorganismos presentes nos esgotos. Essa combinação de tecnologias permite remover a carga de poluentes e microorganismos, contribuindo para proteger os mananciais e assegurar qualidade da água aos nossos clientes.

Reuso da água no aeroporto de Viracopos, Brasil

Outro fruto da implantação do sistema MBR no projeto Capivari II da SANASA, foi o contrato realizado firmado entre a SANASA e o aeroporto de Viracopos, em Campinas, para o recebimento de água de reuso produzida na estação.

O contrato prevê o abastecimento do aeroporto a partir do segundo semestre de 2014, por meio de uma nova adutora com nove quilômetros de extensão, que permite o reuso de 182 litros de água por segundo,

bem como a redução do consumo de água potável, a preservação dos mananciais da região e uma sensível economia mensal com o consumo de água, hoje estimada em US$ 64 mil mensais.

A utilização do sistema de ultrafiltração permite produzir em maior quantidade e com maior qualidade em um espaço 30% menor do que o necessário para uma estação de tratamento convencional, o que representa também uma oportunidade de redução de custos operacionais. Para levar essa solução aos clientes, estamos promovendo uma remodelagem de suas fábricas, para que, seja possível produzir mais água.

Reuso como solução para a crise hídrica em São Paulo, Brasil

Para atender a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e atenuar os impactos da crise hídrica na região metropolitana de São Paulo, estamos trabalhando em parceria com a empresa Xylem Water Solutions Brasil para a instalação de equipamentos de ultrafiltração no sistema Rio Grande, rio que abastece a represa Billings.

Esquema ilustrativo e simplificado da solução apresentada

Sistema de membrana de

limpeza

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As usinas de etanol contam com essa tecnologia para tratar a água, que é transformada em vapor nas caldeiras, reduzindo a utilização de produtos químicos e aumentando a geração de energia.

Além disso, os novos modelos de turbinas e caldeiras a vapor exigem altos níveis de pureza da água, o que torna os sistemas antigos de tratamento inadequados.

Em atendimento a essa demanda local, desenvolvemos a tecnologia Propak®, que junta os sistemas de ultrafiltração e osmose reversa em uma única plataforma, reduzindo em 35% o espaço necessário para a sua instalação e em até 70% os custos operacionais para o tratamento da água.

Tratamento de esgoto para reuso em Campos de Jordão, Brasil

Inaugurada em março de 2013, a primeira Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) na cidade de Campos de Jordão, São Paulo, foi projetada pela Sabesp para garantir o tratamento de 100% dos esgotos coletados, contribuindo tanto para a qualidade do saneamento básico da cidade quanto para o processo de despoluição dos rios que correm pelo município.

Nesse projeto, fomos responsáveis pelo fornecimento dos equipamentos de ultrafiltração, que permitem atualmente à ETE de Campos do Jordão o tratamento de 213 litros de esgoto por segundo, atendendo à demanda atual da população fixa e flutuante, que equivale a cerca de 47 mil habitantes fixos e 800 mil turistas na temporada de inverno.

As instalações, que incluem quatro unidades da tecnologia ZeeWeed® e fazem parte da estratégia de sustentação do crescimento da demanda até 2035, tornam possíveis o reuso da água para diferentes aplicações.

2. Desenvolver tecnologias de purificação e filtragem da água

Soluções de ultrapurificação no BrasilCom o crescente consumo de energia elétrica no mercado brasileiro, muitas usinas de produção de açúcar e etanol têm investido em centrais termelétricas que utilizam o bagaço da cana como combustível para a geração de energia. Para isso, essas empresas buscam inovações que deixam seus sistemas de produção e cogeração mais eficientes, como sistemas de ultrafiltração e de osmose reversa para o tratamento da água utilizada no processo.

Para enfrentar o período sazonal de seca, o sistema de ultrafiltração da GE, além de ser uma tecnologia que se adequa bem a limitações de espaço, permitiu à Sabesp disponibilizar um volume adicional de 500 litros de água por segundo para distribuição. A previsão é que essa distribuição chegue a 1.500 litros por segundo após as novas instalações.

Antônio César Costa e Silva

OSMOSE REVERSA

Assessor da Diretoria Metropolitana da Sabesp, São Paulo.

Membranasemipermeável

Água

doc

e

Pressão

Água

sal

gada

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A usina São João, localizada em Araras, no interior de São Paulo, é uma das usinas do setor sucroenergético que já trabalham com esse sistema. Atualmente, a usina produz cerca de 250 mil toneladas de açúcar cristal e 100 milhões de litros de etanol e, partir da safra 2015-2016, deverá gerar cerca de 120 megawatts de energia elétrica.

3. Desenvolver soluções para a dessalinização da água marinha

Para contribuir para as necessidades de água potável em regiões com escassez, a GE desenvolve tecnologias para a dessalinização da água marinha, utilizando a tecnologia da osmose reversa.

Dessalinização no Maranhão, Brasil Para viabilizar o projeto de dessalinização de água marinha no Estado do Maranhão, Brasil, estamos produzindo equipamentos de frota móvel em nossa unidade na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo.

Atualmente, temos um equipamento móvel em operação no Maranhão, que permite a produção de 50 m³/hora de água desmineralizada a partir da água do mar.

A frota móvel de tratamento de água tem por objetivo filtrar a água para que possa ser utilizada em caldeiras de alta pressão nas indústrias de energia, petroquímica, química, papel e celulose, e sucroenergética. O benefício é que, por se tratar de uma tecnologia móvel, conseguimos levá-la facilmente até o cliente para atender a demandas sazonais.

4. Promover campanhas de engajamento e reconhecimento para incentivar nossos clientes a adotar práticas de gestão da água mais sustentáveis

Prêmio Ecomagination LeadershipO prêmio GE Ecomagination Leadership reconhece clientes no mundo inteiro por seu compromisso em reduzir o impacto ambiental e melhorar a produtividade de suas operações com o uso das nossas tecnologias.

Em 2013, uma das premiadas foi a empresa Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF), da Argentina, em reconhecimento à tecnologia utilizada em 2012 para o tratamento dos sistemas de resfriamento GenGard®, dispensando o uso de produtos químicos, como o fósforo. Parte da água de resfriamento da unidade seria devolvida à natureza, representando, segundo dados de 2013, um total de 100m3/hora de água contaminada sendo jogada nos rios e mares. Com a tecnologia da GE, foi possível a redução nas taxas de corrosão dos ativos industriais e a redução de 15% na quantidade de água perdida nos processos de purificação ao longo de 2013, o que equivale a 437 mil m3 de água.

A YPF é uma empresa estatal argentina dedicada à exploração, ao refino e à venda de petróleo e seus produtos derivados. É a maior empresa dessa região e a terceira maior companhia de petróleo da América do Sul. Para essa premiação, a YPF concorreu com outras 740 empresas que usam a nossa tecnologia em seus processos de produção.

Graças à proposta de trabalho da GE, pudemos implantar o sistema Campanha Fósforo Zero em nossa unidade, que permitiu reduzir tanto o nosso impacto ambiental quanto a corrosão dos nossos ativos industriais. A equipe da GE utilizou todo o seu conhecimento para apoiar as nossas equipes no dia a dia desse processo de implantação, reduzindo os riscos de danos operacionais e obtendo, após um trabalho de três anos, resultados positivos. Para nós, foi uma lição aprendida.

Luis BorgognoniLíder de Operações da YPF Petroquímica La Plata, Argentina

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Prêmio Return on Environment O prêmio Return on Environment reconhece os projetos industriais que demonstram um impacto ambiental positivo pelo uso de tecnologias e soluções inovadoras.

Em agosto de 2013, premiamos duplamente a empresa Bunge, em Buenos Aires, na Argentina, pela redução da intensidade hídrica de seus processos produtivos e pelo tratamento de seus efluentes industriais.

Com apoio da tecnologia da GE para o tratamento da água, a empresa melhorou o desempenho da fábrica Clarificadora, abastecendo com água de reuso todos os processos de seu complexo industrial, e reduzindo em 20% a descarga de efluentes no ano.

Prêmio Proof not PromisesEm reconhecimento ao trabalho das equipes formadas pelos funcionários da GE, em parceria com nossos clientes, para o desenvolvimento de soluções que promovam maior economia e melhoria de produtividade, oferecemos o prêmio global Proof not Promises.

Em 2013, essa premiação foi dada à empresa produtora de tubos de aço Tenaris Siat, de Santa Fé, na Argentina, pelo reuso de água por meio do processo de osmose reversa, com a aplicação das tecnologias Hypersperse® MdC150 e Cortrol® IS3020 da GE.

Esse projeto permitiu à Tenaris Siat uma economia de US$ 42,2 mil ao longo de 2012.

INICIATIVAS INTERNASTambém procuramos melhorar o desempenho ambiental de nossas fábricas com a utilização das tecnologias da GE.

Internamente, a gestão de recursos naturais é liderada por nossa equipe de meio ambiente, saúde e segurança, e é baseada no sistema de gestão global Environmental Excellence (Excelência Ambiental).

Esse sistema consiste em 182 requisitos associados a seis temas: ar, água, resíduos, transporte de materiais, produtos químicos e práticas gerais em gestão ambiental, conformidade legal e treinamentos.

Em 2014, também continuamos realizando as atividades de Treasure Hunt (Caça ao Tesouro), preparando equipes internas para auditarem nossas unidades industriais em toda a América Latina, identificando oportunidades e soluções para reduzir o consumo de água e energia, bem como as emissões de gases do efeito estufa (GEE) em nossas operações.

O consumo de água da GE na América Latina é medido em três fábricas, sendo uma no Brasil, uma no México e uma no Chile, que são as unidades que utilizam um mínimo de 15 milhões de galões de água por ano. Nesse contexto, o total de água utilizado foi de 99.643 m³ em 2013, representando uma redução de 16% em comparação com o ano de 2012.

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TRABALHANDO EM PARCERIA

Participação em associações de indústria e diálogo com a sociedadePara contribuir para a promoção do uso racional da água, bem como de tecnologias que permitam seu tratamento e reuso de forma eficiente e sustentável, atuamos em parceria com clientes dos setores público e privado. Para isso, promovemos políticas públicas que incentivem o reuso e a reciclagem da água e privilegiamos o diálogo com atores da sociedade, incentivando-os a refletir e adotar práticas mais sustentáveis relacionadas ao uso da água.

Um exemplo dessa atuação no Brasil foi a divulgação de um menu de políticas públicas para o reuso e a reciclagem da água, com nosso posicionamento global adaptado para o Brasil e divulgado localmente entre nossos parceiros.

Em nível global, também participamos de algumas associações, como a WateReuse, o World Resources Institute e outras organizações que compartilham o interesse em lidar com os desafios da água no mundo, bem como do conselho curador da Water Environment Federation, e da Water Environment Research Foundation, da qual somos membros ativos.

No Brasil, para atuar no desenvolvimento e na melhoria de soluções locais, dispomos de um laboratório de aplicação e análise em Cotia, no Estado de São Paulo. O laboratório nos permite realizar testes no intuito de adaptar e otimizar a aplicação de nossas soluções no ambiente de cada cliente.

Projeto para despoluição de rios no BrasilEm parceria com a Fundação Brava e com a liderança do Movimento Brasil Competitivo, participamos do projeto de despoluição dos rios da região metropolitana de São Paulo, coordenado pelo governo do estado, com o objetivo de recuperar as águas do sistema Tietê - Pinheiros. A iniciativa visa não só despoluir as águas, mas também a reintegração dos rios à cidade, criando áreas de lazer, cultura e esporte em seu entorno.

A meta do projeto é despoluir as águas do sistema em seis etapas, da nascente à foz, até 2020. A primeira fase será concluída até o final de 2014, com a melhoria da qualidade das águas dos rios e afluentes que passam por oito cidades (Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz, Mauá, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis e Suzano). As ações deste ano incluem a expansão da rede de esgoto na região, a maior eficiência no tratamento de resíduos e o monitoramento contínuo da qualidade da água.

Nosso investimento para esse projeto, iniciado em 2013, é de US$ 178 mil.

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é a redução na quantidade de água perdida nos processos industriais de purificação na YPF, eliminando a presença de fósforo na água e diminuindo as taxas de corrosão dos ativos industriais em 2013

é a redução no consumo de água da GE na América Latina medido em três fábricas, uma no Brasil, uma no México e uma no Chile, que utilizam um mínimo de 57 mil m³ (15 milhões de galões) de água no ano, em comparação ao ano de 2012

Perspectiva para 2015:

Redução no consumo de água industrial em 2013:

é o abastecimento do aeroporto de Viracopos, em Campinas, com água de reuso tratada pela SANASA

é o aumento da captação deágua para abastecer a cidade de São Paulo, como resultado da parceria com a Sabesp para enfrentar a crise hídrica

a economia mensal estimada do aeroporto com consumo de água

MÉTRICAS

OLHANdO PARA O FUTUROUm dos papéis da GE é promover o debate e trabalhar em parceria com a indústria, o setor público e outros agentes da sociedade, com o objetivo de disseminar as práticas e tecnologias disponíveis de tratamento e reuso de água, e construir uma política nacional de reuso.

Além do trabalho de engajamento com esses atores, continuamos trabalhando para o desenvolvimento de tecnologias de tratamento de água e efluentes, tais como ultrafiltração, osmose reversa, entre outros.

Para atender de forma completa às necessidades da indústria em caso de emergências operacionais, faltas ocasionais de água e alterações imprevistas na qualidade da água consumida, estamos ampliando a oferta dos nossos sistemas móveis de tratamento de água por meio da locação de equipamentos.

Também continuamos trabalhando pelo desenvolvimento e pela promoção de tecnologias de reuso que utilizam efluentes domésticos para processos de irrigação em áreas rurais.

Por fim, difundir os ganhos ambientais, econômicos e sociais das práticas de reuso, com programas educacionais e de conscientização sobre uso racional da água, continua sendo uma obrigação presente e no longo prazo.

US$ 64 mil

16%

-18.556 m³

de água de esgoto tratados em parceria com a SANASA, em Campinas, até o momento

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