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Escola: Colégio Estadual Princesa Izabel NRE: CascavelNome do Professor: Marisa Aparecida VenturaOrientadora IES: Ruth Ceccon BarreirosNível de Ensino: MédioUnidade Didática: O conto como incentivo à leituraDisciplina: Língua PortuguesaConteúdo Estruturante: O discurso como prática socialConteúdo Básico: LeituraConteúdo Específico: O conto como incentivo à leitura
Por que o ato de ler nem sempre parece significativo e interessante? Como mudar isso?
Um pouco sobre leitura...
O ser humano insere-se no processo de leitura e no ato de aprender a ler
desde os primeiros contatos com o mundo quando começa a compreender e a
atribuir sentido a tudo e a todos que estejam ao seu redor. Ninguém ensina. Este
aprendizado desenvolve-se espontâneo e naturalmente.
Para Martins (1994, p. 1) A ideia de leitura, geralmente é restrita à palavra
escrita, ao livro, ao jornal, etc. segundo a autora, “lêem-se palavras e nada mais, diz
o senso comum. As ciganas, no entanto dizem ler a mão humana, e os críticos
afirmam ler um filme. Porém, a realidade é que quando se escapa dos limites do
texto escrito, o homem não deixa necessariamente de ler. Lê o mapa astral, o teatro,
a vida - forma a sua compreensão de realidade”.
Neste sentido, Bordini (1985), citada por Frantz (2001, p. 18), explica que
“ler é conhecer, mas conhecer-se; é integrar e integrar-se em novos universos de
sentidos; é abrir e ampliar perspectivas pessoais; é descobrir e atualizar
potencialidades”.
A leitura abre horizontes, faz a diferença, propicia uma dimensão do
social, do homem e do mundo, resgata o ser humano do mundo da alienação.
Oportuniza ao indivíduo o direito a fazer opção, a posicionar-se consciente e
criticamente diante da realidade.
Não podemos deixar de lembrar que no contexto contemporâneo, a leitura
é fator imprescindível para que o cidadão possa exercer com consciência e
liberdade a cidadania. Para que possa estar apto para atuações sociais, políticas e
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culturais. E, ainda, interferir com autonomia, intencionalidade e decisão na
transformação da sociedade em que vive. Agindo no universo, fazendo a diferença,
sendo o sujeito e não o objeto da própria história!
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) fazem uma abordagem
abrangente, ampla e profunda de leitura como prática social. Segundo os PCN, “A
leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e
interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o
assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem, etc”. (PCN, 1998, p.
69).
As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os Anos Finais do
Ensino Fundamental e Ensino Médio do Estado do Paraná (DCE), abordam o ato de
ler como estabelecedor de relações dialógicas, de interação, de construção de
sentidos, sendo, portanto, indispensável para qualquer cidadão, uma vez que,
oportuniza diversas possibilidades de perceber e analisar o mundo, bem como, de
identificar o outro. “Nestas diretrizes, entende-se a prática de leitura, como um ato
dialógico, interlocutivo” (DCE/SEED/ Língua Portuguesa, 2008, p. 35).
Você sabe o que são e para que servem os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa?
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são documentos do MEC,
os quais servem de norte para o ensino de todas as disciplinas em todo o Território
Nacional. As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (DCE) é um documento
do Estado do Paraná que estabelece um norte para o ensino de Língua Portuguesa
para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio do Estado do Paraná.
OBS: aqui no Estado do Paraná, existem as Diretrizes Curriculares para
as demais disciplinas também.
Agora é a sua vez...
Para você, o que é leitura?
Qual a contribuição que a leitura pode oferecer para a tua formação
enquanto aluno e também como cidadão inserido no atual contexto em que
vivemos?
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Você gosta de ler o quê? Gosta de ler literatura? Afinal, o que é literatura?
Você conhece a diferença entre texto literário e não-literário?
Tente descobrir esta diferença lendo os exemplos, abaixo:
“Sou cego desde o dia em que nasci.”
“Em breve, a primavera chegará e, como sempre, mais
uma vez... Eu não a verei!”
Compare os dois exemplos, “Sou cego desde o dia em que nasci.” E “Em
breve, a primavera chegará e, como sempre, mais uma vez... Eu não a verei!”.
Embora, ambos tratem do mesmo assunto, que diferença é possível observar? Por
que então, um pode ser considerado literário e o outro não?
No primeiro exemplo, “Sou cego desde o dia em que nasci.” Dizemos que
é não-literário, pois nele, o autor, utilizando uma linguagem referencial, informa um
fato real, de maneira objetiva, atingindo a razão. Já no segundo exemplo, “Em breve,
a primavera chegará e, como sempre, mais uma vez... Eu não a verei!” Podemos
dizer que é literário, pois o autor, embora informe um fato real, o faz de maneira
subjetiva, utilizando criatividade, linguagem poética, originalidade, atingindo a
emoção.
Os textos literários “aliam à informação o prazer do jogo, envolvem razão e
emoções numa atividade integrativa, conquistando o leitor por inteiro e não apenas
em sua esfera cognitiva” (BORDINI, 1985 apud FRANTZ, 2001, p. 33).
A literatura é importante?
Marque com um (x) as afirmações abaixo que sejam verdadeiras, depois conclua!
( ) Os textos literários diferenciam-se dos demais pelo seu conteúdo, por
possuírem preocupação estética, criatividade e originalidade.
( ) O texto literário, além de nos proporcionar prazer estético, é essencialmente
útil, uma vez que, transforma objetivamente o modo de ser e de viver das
pessoas.
( ) Pode-se afirmar que a literatura é importante por ser uma expressão do ser
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humano e da vida e, por retratar também épocas e idéias.
( ) Embora a literatura deva ser considerada como um fim em si mesma, ela nos
possibilita ampliar nosso conhecimento de mundo, do ser humano, bem
como, nossa formação cultural.
( ) O texto literário aprimora a nossa habilidade de perceber a realidade e de
atribuir sentido ao mundo e a nós mesmos.
Agora que você já fez algumas reflexões sobre o que é literatura,
responda: qual a importância da literatura na vida das pessoas?
Socialize a resposta com seus colegas de sala de aula.
Para adquirir proficiência leitora é preciso conhecer como realizamos
nossas leituras. Para que você possa se conhecer melhor como leitor, responda:
1) Você gosta de ler? Justifique.
2) As atividades desenvolvidas após a leitura, na escola, proporcionam que você
realize leitura compreensiva do texto? Comente.
3) Você consegue localizar as informações explícitas e implícitas no texto por
meio dos exercícios sugeridos pelo professor? Fale sobre isso.
4) A leitura realizada, em sala de aula, possibilita a você emitir opiniões a
respeito do que lê? Por quê?
5) As atividades de leitura, na escola, propiciam uma compreensão ampla e
profunda do texto, dando condições para que você possa posicionar-se
criticamente diante do texto lido? Comente.
Segundo Aguiar e Bordini “O ato de ler, é, portanto, duplamente
gratificante. No contato com o conhecido, fornece a facilidade da acomodação, a
possibilidade de o sujeito encontra-se no texto. Na experiência com o desconhecido,
surge a descoberta de modos alternativos de ser e de viver”. (AGUIAR e BORDINI,
1993, p. 26).
Por meio da leitura é possível informar-se a respeito do que está
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acontecendo no contexto real, é possível conhecer um determinado assunto, instruir-
se, adquirir e construir conhecimento, ou ainda, como entretenimento, por meio do
texto ficcional, no qual a realidade é transposta para o plano do imaginário, onde
tudo se torna possível... Daí a ficção ser tão interessante! Tome-se como exemplo
as novelas! Muitas vezes o telespectador se vê na “pele” da personagem. Outras
vezes a identificação é tão grande com a personagem da história que ele acaba
tendo a impressão de estar vivenciando a trama. Ou ainda, o enredo assemelha-se
de tal forma aos fatos da vida deste telespectador que este tem a possibilidade de
analisar de outra maneira algo que realmente lhe aconteceu. Por isso...
A ficção nos encanta e nos fascina. Possibilita-nos vivenciarmos
experiências sem o risco da aventura real. Propicia-nos também a oportunidade de
interpretar ou ver de outra forma eventos que aconteceram ou poderiam acontecer
em nossa vida, em nosso dia-a-dia, isso porque através da ficção a realidade é
transposta para o mundo da imaginação e, sendo assim, possibilita-nos vermos
nosso mundo e nossa vida refletidos nela.
Nesta unidade didática, vamos conhecer o gênero textual: conto, e,
saber um pouco destas histórias ficcionais.
Gêneros textuais são textos presentes no nosso cotidiano, por exemplo: piada
é um gênero textual, Histórias em Quadrinhos é outro. Dizemos que cada um destes
textos é um gênero porque eles possuem características próprias. A piada é uma
narrativa curta, com narrador, personagem, enredo, tempo e espaço, assim como
um conto. A diferença entre conto e piada está no seu desfecho, isto é, ao final da
história o leitor/ouvinte da piada é sempre surpreendido, pois ele pensa que a
história vai terminar de um jeito e ela termina de outro. Isto faz com o texto fique
engraçado ou risível, ou seja, que faz rir.
Para começar...
Você sabe o que é um conto?
Conto é um texto narrativo curto, o qual apresenta uma só trama com
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poucos personagens, sendo um só o personagem principal e é em torno deste
personagem que giram todos os acontecimentos. Possui os mesmos elementos do
romance, mas diferencia-se deste pelo tamanho e também por ter característica
estrutural própria. Todo conto precisa de conflito, início, meio e fim. É um gênero
textual que normalmente aparece em prosa, mas algumas vezes podem aparecer
narrativas breves em versos, construídas com a estrutura de um poema. O conto
pode também ser encontrado em forma de letra de música. É comum encontrarmos
letras de música, no repertório da música sertaneja, as quais são compostas como
contos. O conto contemporâneo apresenta diferentes formas no que se refere à:
diversidade temática, linguagem, perspectiva diante da realidade e estilo.
O que você sabe sobre o extraordinário contista Machado de Assis?
Machado de Assis escreveu cerca de 200 contos. Transitou do conto
tradicional ao conto moderno. Usou de diversidade (temática variada) em seus
contos e foi nos contos que Machado encontrou condições de representar a arte e o
artista na sociedade. Sua obra divide-se em duas fases: a primeira, conhecida como
fase de amadurecimento ou Romântica, onde encontramos os livros: “Contos
Fluminenses e Histórias da Meia-Noite” e a segunda, conhecida como fase de
maturidade ou Realista, onde são encontrados: Papéis Avulsos, História sem Data,
Várias Histórias e Relíquias da Casa Velha. Tendo em vista que em 2008,
comemorou-se o centenário da morte de Machado de Assis e que este foi sem
dúvida, e ainda continua sendo, um dos mais excepcionais contistas da Língua
Portuguesa, uma vez que sua obra é considerada universal, perene, pois a análise
da alma humana feita por ele nestas, pode referir-se a qualquer época e povo. E,
ainda, para desconstruir a idéia de que ler um texto literário é difícil e complexo
(principalmente os de Machado de Assis!), vamos, nesta unidade didática, ler alguns
contos deste ícone da Literatura Brasileira: A parasita azul, A carteira, Pai contra
mãe, entre outros... Disponíveis em: http://www.dominiopublico.gov.br >acesso em
27 de out. de 2008.
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Antes, porém... Vamos conhecer um pouco mais sobre este escritor.
Pesquise mais sobre:
- Machado de Assis
E também...
- Características da escola literária da qual ele pertenceu.
Agora sim...
Vamos à leitura de um conto deste renomado escritor...
Neste primeiro momento, vamos conhecer e curtir uma linda história de
amor! Para isso, vamos acessar o site: http://www.dominiopublico.gov.br (acesso em
27 de out. de 2008) e fazer a leitura do conto “A parasita azul”, de Machado de
Assis. Este é um conto que pertence à fase Romântica ou de amadurecimento, onde
o autor ainda deixa transparecer marcas, características do Romantismo.
Após a leitura do conto “A parasita azul”, vamos conhecer outro conto de
Machado de Assis, “A carteira”, disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br
(acesso em 27 de out. de 2008). Este é um conto que pertence à fase Realista ou de
maturidade na qual Machado apresenta-se realmente engajado aos ideais do
Realismo e deixa transparecer, deixa fluir as marcas, as características realistas.
Com a leitura do conto “A carteira”, vamos aprender a refinar a leitura
destas narrativas e perceber com mais atenção os principais elementos deste
gênero textual: narrador, personagens, enredo, espaço e tempo. Este aprendizado
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possibilita-nos curtir mais e melhor estas histórias ficcionais. Antes, porém...
Todos em círculo, enquanto uma música toca, passa-se de mão em mão uma
caixinha, quando a música pára, o aluno que estiver com a caixa na mão, abre-á e
pega um papelzinho lá de dentro. Lê (silenciosamente) a palavra ali escrita e o seu
significado. O aluno sorteado após a leitura silenciosa deve indagar os colegas para
saber se eles conhecem o significado da palavra lida. Após a participação dos
demais, o aluno que estiver de posse da informação deve ler o significado para
todos. A brincadeira segue até que todos os papeizinhos sejam retirados da caixa.
Ativando conhecimentos prévios...
“Vamos conhecer melhor o conto de Machado de Assis intitulado ”A carteira”.
*Em sua opinião, o enredo deste conto vai girar em torno de quê?
*Vamos ler este conto para descobrirmos tudo isso e muito mais...
A carteira
Machado de Assis
... De repente, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se,
apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem
que estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo:
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- Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.
- É verdade, concordou Honório envergonhado.
Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório
tem de pagar amanhã uma dívida, quatrocentos e tantos mil-réis, e a carteira trazia o
bojo recheado. A dívida não parece grande para um homem da posição de Honório,
que advoga; mas todas as quantias são grandes ou pequenas, segundo as
circunstâncias, e elas não podiam ser piores. Gastos de família excessivos, a
princípio por servir a parentes, e depois por agradar à mulher, que vivia aborrecida
da solidão; baile daqui, jantar dali, chapéu. Leques, tanta coisa mais, que não havia
remédio senão ir descontando o futuro. Endividou-se. Começou pelas contas de loja
e armazéns; passou aos empréstimos, duzentos a um, trezentos a outro, quinhentos
a outro, e tudo a crescer, e os bailes a darem-se, e os jantares a comerem-se, um
turbilhão perpétuo, uma voragem.
- Tu agora vai bem, não? Dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado
e familiar da casa.
- Agora vou, mentiu Honório.
A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena monta, e
constituintes remissos; por desgraça perdera ultimamente um processo, em que
fundara grandes esperanças. Não só recebeu pouco, mas até parece que lhe tirou
alguma coisa à reputação jurídica; em todo caso, andavam mofinas nos jornais.
D. Amélia não sabia nada; ele não contava nada à mulher, bons ou maus
negócios. Não contava nada a ninguém. Fingia-se tão alegre como se nadasse em
um mar de prosperidade. Quando o Gustavo, que ia todas as noites à casa dele,
dizia uma ou duas pilhérias, ele respondia com três ou quatro; e depois ia ouvir os
trechos de música alemã que D. Amélia tocava muito bem ao piano, e que o
Gustavo escutava com indizível prazer, ou jogavam cartas, ou simplesmente
falavam de política.
Um dia, a mulher foi achá-lo dando muito beijos à filha, criança de quatro
anos, e viu-lhe os olhos molhados; ficou espantada, e perguntou-lhe o que era.
- Nada, nada.
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Compreende-se que era o modelo do futuro e o horror da miséria. Mas as
esperanças voltavam com facilidade. A idéia de que os dias melhores tinham de vir
dava-lhe conforto para a luta. Estava com trinta e quatro anos, era o princípio da
carreira; todos os princípios são difíceis. E toca a trabalhar, a esperar, a gastar, pedir
fiado ou emprestado, para pagar mal, e a más horas.
A dívida urgente de hoje são uns malditos quatrocentos e tantos mil-réis
de carros. Nunca demorou tanto a conta, nem ela cresceu tanto, como agora; e, a
rigor, o credor não lhe punha a faca aos peitos; mas disse-lhe hoje uma palavra
azeda, com um gesto mau, e Honório quer pagar-lhe hoje mesmo. Eram cinco horas
da tarde. Tinha-se lembrado de ir a um agiota, mas voltou sem ousar pedir nada. Ao
enfiar pela Rua da Assembléia é que viu a carteira no chão, apanhou-a, meteu no
bolso, e foi andando.
Durante os primeiros minutos, Honório não pensou em nada; foi andando,
andando, até o Largo da Carioca. No Largo parou alguns instantes, enfiou depois
pela Rua da Carioca, mas voltou logo, e entrou na Rua Uruguaiana. Sem saber
como, achou-se daí a pouco no Largo de S. Francisco de Paula; e ainda, sem saber
como, entrou em um Café. Pediu alguma coisa e encostou-se à parede, olhando
para fora. Tinha medo de abrir a carteira; podia não achar nada, apenas papéis e
sem valor para ele. Ao mesmo tempo, e esta era a causa principal das reflexões, a
consciência perguntava-lhe se podia utilizar-se do dinheiro que achasse. Não lhe
perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com uma expressão irônica e de
censura. Podia lançar Mão do dinheiro, e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A
consciência acabou por lhe dizer que não podia que devia levar a carteira à polícia,
ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham os apuros da
ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no a ir pagar a cocheira. Chegavam
mesmo a dizer-lhe que, se fosse ele que a tivesse perdido, ninguém iria entregar-
lha, insinuação que lhe deu ânimo.
Tudo isso antes de abrir a carteira. Tirou-a do bolso, finalmente, mas com
medo, quase às escondidas; abriu-a e ficou trêmulo. Tinha dinheiro, muito dinheiro;
não contou, mas viu duas notas de duzentos mil-réis, algumas de cinqüenta e vinte;
calculou uns setecentos mil-réis ou mais; quando menos seiscentos. Era a dívida
paga; eram menos algumas despesas urgentes. Honório teve tentações de fechar os
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olhos, correr à cocheira, pagar, e, depois de paga a dívida, adeus; reconciliar-se-ia
consigo. Fechou a carteira, e com medo de a perder, tornou a guardá-la.
Mas daí a pouco tirou-a outra vez, e abriu-a com vontade de contar o
dinheiro. Contar para quê? Era dele? Afinal venceu-se e contou: eram setecentos e
trinta mil-réis. Honório teve um calafrio. Ninguém viu, ninguém soube; podia ser um
lance da fortuna, a sua boa sorte, um anjo... Honório teve pena de não crer em
anjos... Mas por que não havia de crer neles? E volta ao dinheiro, olhava, passava-o
pelas mãos; depois, resolvia o contrário, não usar do achado, restituí-lo. Restituí-lo a
quem? Tratou de ver se havia na carteira algum sinal.
“Se houver um nome, uma indagação qualquer, não posso utilizar-me do
dinheiro”, pensou ele.
Esquadrinhou os bolsos da carteira. Achou cartas, que não abriu,
bilhetinhos dobrados, que não leu, e por fim um cartão de visita; leu o nome; era do
Gustavo. Mas então, a carteira?... Examinou-a por fora, e pareceu-lhe efetivamente
do amigo. Voltou ao interior; achou mais dois cartões, mais três, mais cinco. Não
havia duvidar; era dele.
A descoberta entristeceu-o. Não podia ficar com o dinheiro, sem praticar
um ato ilícito, e, naquele caso, doloroso ao seu coração, porque era em dano de um
amigo. Todo o castelo levantado esboroou-se como se fosse de cartas. Bebeu a
última gota de café, sem reparar que estava frio. Saiu, e só então reparou que era
quase noite. Caminhou para casa. Parece que a necessidade ainda lhe deu uns dois
empurrões, ma sele resistiu.
“Paciência, disse ele consigo; verei amanhã o que posso fazer”.
Chegando a casa, já ali achou o Gustavo, um pouco preocupado, e a
própria D. Amélia parecia também. Entrou rindo, e perguntou ao amigo se lhe faltava
alguma coisa.
- Nada.
- Nada?
- Por quê?
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- Mete a mão no bolso; não te falta nada?
- Falta-me a carteira, disse o Gustavo sem meter a mão no bolso. Sabes
se alguém a achou?
- Achei-a eu, disse Honório entregando-lha.
Gustavo pegou dela precipitadamente, e olhou desconfiado para o
amigo. Este olhar foi para Honório como um golpe de estilete; depois de tanta luta
com a necessidade, era um triste prêmio. Sorriu amargamente; e, como o outro lhe
perguntasse onde a achara, deu-lhe as explicações precisas.
- Mas conheceste-a?
- Não; achei os teus bilhetes de visita.
Honório deu duas voltas, e foi mudar de toilette para jantar. Então
Gustavo sacou novamente a carteira, abriu-a, foi a um dos bolsos, tirou um dos
bilhetinhos, que o outro não quis abrir nem ler, e estendeu-o a D. Amélia, que,
ansiosa e trêmula, rasgou-o em trinta mil pedaços: era um bilhetinho de amor.
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br (acesso em 27 de out. de 2008)
Agora é hora de conhecermos um pouco mais e melhor os elementos do gênero textual “conto”.
Então vamos aos elementos que nos interessam!
Narrador: Quem conta a história.
Às vezes, ele pode ser uma das personagens, neste caso, chama-se
narrador-personagem e a história é narrada em primeira pessoa do singular ou
plural: eu/nós. O ponto de vista narrativo (ou foco narrativo) é interno, expressa uma
visão subjetiva e parcial. A história é contada pelo olhar de uma das personagens
que presenciou ou viveu os fatos.
O narrador pode ser também uma terceira pessoa, um observador “de
fora” (narrador-observador) que narra os fatos sem necessariamente conhecer o
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pensamento e o passado das personagens. Neste caso, a história é narrada em
terceira pessoa: ele/ela; eles/elas e o ponto de vista narrativo é externo,
expressando uma visão incompleta.
A história pode ainda ser contada por um narrador-onisciente, como é o
caso do conto que lemos: “A carteira”. Este narrador tudo ouve, tudo vê, tudo sabe.
“Entra” no mundo interior das personagens. Narra os fatos mostrando o que pensam
e sentem estas personagens. Expressa uma visão global. História narrada em
terceira pessoa do singular ou do plural (no entanto, às vezes, o narrador participa
em 1ª pessoa). Ponto de vista narrativo onisciente. Veja por exemplo, este
fragmento do conto lido: “A descoberta entristeceu-o. Não podia ficar com o dinheiro,
sem praticar um ato ilícito, e, naquele caso, doloroso ao seu coração, por que era
em dano de um amigo”.
São inúmeras as possibilidades de narrar uma história.
Importante: não confunda o narrador da história (quem conta) e o autor
(quem escreve).
Personagens: Seres (humanos ou não) que vivenciam os acontecimentos narrados.
Cada personagem tem um papel diferente na narração. Por isso, personagem
principal, secundário...
No conto lido, quem é o personagem principal e os
secundários?
Se você respondeu que o personagem principal é Honório e
secundários são: Gustavo, Dona Amélia, o homem à porta e a criança
de quatro anos. Parabéns você ACERTOU!!!
Enredo: Ação, movimento. O desenrolar dos fatos constitui o enredo. O que move o
enredo, geralmente é um fato que instaura o problema dentro do estado de
“normalidade”. A partir daí cria-se a expectativa e espera-se o desfecho. No conto
que lemos, o incidente que move, que precipita, que dá rumo às ações, aos fatos é a
carteira achada na rua com o dinheiro que ela continha e com o qual Honório
resolveria parte de suas dívidas. Cria-se a expectativa das novas ações, fatos, do
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que é que vai acontecer. Veja este fragmento, por exemplo... “Tinha medo de abrir a
carteira: podia não achar nada, apenas papéis e sem valor para ele. Ao mesmo
tempo, e esta era a causa principal das reflexões, a consciência perguntava-lhe se
podia utilizar-se do dinheiro que achasse.”
Cria-se a expectativa. E agora? O que é que ele vai decidir? O que é que
ele vai fazer?
Espaço: Cenário onde as ações acontecem. O narrador pode enfatizar mais o
espaço físico (litoral, por exemplo), ou o espaço social (enredo ambientado em
espaço pobre ou rico, metrópole, ou vila...) ou ainda, o espaço psicológico, que é o
caso do conto de Machado de Assis, “A carteira”, no qual a ação se desenvolve na
consciência do personagem Honório, uma vez que, este vivencia em seu interior os
efeitos dos acontecimentos, ou seja, o drama em decidir o que faria com a carteira
achada.
Por isso pode-se dizer que o espaço deste conto é psicológico.
Percebemos que a cabeça de Honório “ferve”, ao caminhar pelas ruas, o dilema
interior que ele vivencia consigo mesmo, diante da possibilidade de abrir a carteira,
encontrar o dinheiro e livrar-se da dívida, mas isso seria correto?
Tempo: Duração. Os fatos podem ser narrados de maneira mais ou menos rápida;
em ordem cronológica ou não; abrangendo curtos ou longos períodos; situados em
diferentes épocas. O tempo pode ser físico (duas horas, um dia, quatro semanas...)
e psicológico (percebido subjetivamente).
No conto lido, por meio deste fragmento “... Honório tem de pagar
amanhã uma dívida...” percebe-se que este começa no presente: hoje e, para
mostrar a importância da carteira encontrada por Honório, o narrador retorna ao
passado (dos fatos que vão do momento em que o Honório encontra a carteira) e
volta para o momento presente (desfecho).
Assim é possível afirmar que o tempo de duração do conto que lemos é
de forma mais ou menos rápida. Para Honório, no entanto, devido à pressão da
dívida e do que decidir em relação à carteira encontrada, o tempo é percebido de
maneira bastante subjetiva.
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Esta análise possibilita-nos uma interação com o texto, dando-nos
condições de realizar uma leitura compreensiva.
Então, agora...
Vamos exercitar este aprendizado por meio das atividades a seguir:
1) A partir da leitura do conto “A carteira”, responda às seguintes questões:
a) Quem é o autor deste conto?
b) Como se apresenta o narrador e quais são suas características?
c) Relacione as personagens do conto lido, fale sobre Honório e comente as
características psicológicas de D. Amélia.
d) Identifique o fato que desencadeia o enredo deste conto e diga por que este
evento move toda a história.
e) Lembre-se que o espaço psicológico é um detalhe importante neste texto.
Observe e mencione em que espaços ocorrem as ações deste conto.
f) Como se apresenta o tempo no conto lido? Comente.
g) Ao término da leitura do conto “A carteira” percebe-se que Honório
interpretara a desconfiança do amigo de forma equivocada. Por quê? Qual foi,
na verdade, a desconfiança de Gustavo?
Trazendo o texto para o contexto
1) Em sua opinião, qual seria o principal fator que pode levar alguém a
endividar-se mesmo estando trabalhando?
2) Segundo o texto, “A dívida não parece grande para um homem da posição de
Honório, que advoga...” Por que então, este se encontra em “apuros”
financeiro?
3) “... mas todas as quantias são grandes ou pequenas, segundo as
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circunstâncias”. Comente esta fala do narrador do texto.
4) Administrar com bom senso o que se ganha é importante? Comente.
5) O que você sugeriria a um amigo, caso o visse a endividar-se por conta de
excesso de coisas banais: empréstimo ou outra alternativa? Qual?
6) Você conhece alguém que já passou por uma situação como esta? O que a
pessoa fez para sair das dívidas?
7) Omitir um problema de todos, inclusive da própria família, como fez o
personagem Honório (o qual demonstrava estar bem financeiramente, sem
estar!) é bom ou ruim, no seu ponto de vista? Comente.
8) Você está prestes a escolher uma profissão, como você imagina que seja o
início da vida profissional?
9) Você acha possível manter-se sem dívidas ganhando, apenas, um salário
mínimo?
10)Nos dias de hoje é comum a figura do agiota? O que você pensa de pessoas
que agem desta forma?
11)Comente a atitude final de Honório em relação ao dinheiro encontrado. Caso
você tivesse vivenciando situação semelhante, o que você faria?
12)Diga o que você pensa sobre:
a) lealdade
b) traição
c) amizade
d) casamento
13) Com base no texto, pode-se dizer que Honório é leal? Por quê? E Gustavo?
Comente.
14) Em sua opinião, por que Honório não leu os bilhetinhos que encontrou na
carteira de Gustavo? No lugar dele você teria feito o mesmo? Justifique.
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15) Na contemporaneidade, que modalidades de traição você vê acontecer com
maior frequência?
16) Pense: você já se sentiu traído por alguém? Se quiser conte-nos como foi.
17) A vida já te oportunizou circunstâncias para que você pudesse ser
verdadeiramente leal a alguém, mesmo em situação adversa, como foi o caso
de Honório? Reflita sobre isso e se desejar pode socializar a experiência!
Como você pode perceber a leitura da literatura é importante na nossa vida
porque nos possibilita refletir como fizemos agora, com o conto “A carteira” de
Machado de Assis, sobre coisas que podem acontecer com qualquer um de nós,
pois a literatura é uma expressão do homem, do humano e da vida! E, além
disso, pode também retratar épocas, costumes e contribuir para que ampliemos o
nosso conhecimento e a nossa formação.
Você gosta de filme de suspense? Por quê?
Se você respondeu que é por que ele prende a atenção e não nos deixa
sair da frente da TV ou da Tela de cinema, você acertou. Nas obras literárias não
é diferente. Uma obra interessante nos prende a atenção e, com isso, não vemos
a hora de chegarmos ao fim da história.
O suspense, o mistério é fundamental em qualquer narrativa, pois faz com
que o leitor se prenda no desenrolar do enredo, movido pela curiosidade de saber o
que aconteceu e como será o desfecho. Observe neste conto, como se cria o
mistério e em que momento do texto é possível perceber de que se trata.
Exponha verbalmente para seus colegas.
Neste conto, o diálogo das personagens não é apenas enfeite da estrutura
textual, porém recurso importante, pois ao mesmo tempo em que faz com que a
história avance é o elemento de onde surge a magia e a beleza desta narrativa.
Qualquer gênero textual apresenta sempre uma estrutura textual (elementos
presentes no texto) a qual precisa ser conhecida e identificada pelo leitor para que
este possa realizar uma leitura profunda e proficiente. Então vamos saber um pouco
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mais sobre esta estrutura. As partes negritadas, abaixo, correspondem à estrutura
presente em qualquer gênero textual, inclusive nos contos que são nosso objeto de
estudo aqui.
Conversando sobre os aspectos discursivos e estrutura composicional do texto lido.
Contexto de produção
a) Onde foi produzido?
b) Quem o produziu?
c) Quando?
d) Para quem?
e) Em geral, os textos de Machado de Assis, na época, originalmente eram
publicados e circulavam em que suporte?
f) Em que suporte é possível encontrarmos este gênero (conto) circulando,
hoje?
Função Social do Gênero
a) Qual é o papel social do emissor?
b) Por que ele foi produzido?
c) A que esfera social pertence este gênero?
Conteúdo Temático
a) Sobre o que fala o texto?
b) Que conhecimentos são necessários para entendê-lo?
Estrutura Composicional
a) Qual aspecto tipológico predominante no texto lido?
“aprender a ler significa aprender a ler o mundo, dar sentido a ele e a nós
próprios” (Martins, 1984, p. 34).
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Conto: “Pai contra mãe”
Fazer a leitura deste conto de Machado de Assis que está disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br >acesso em: 27 out. 2008.
Usando a imaginação e a criatividade...
Produza um final diferente para o conto lido.
Socializando a produção!
Apresente para a classe o desfecho diferente que você produziu para este conto: Pai
contra mãe.
Utilizando somente o grafite, desenhe a personagem, ou a cena que mais
chamou a sua atenção no conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis, e, em
seguida escreva um parágrafo dizendo por que o personagem ou a cena chamou
sua atenção.
Você acha que o conto lido dialoga com um triste fato da história do
Brasil? Qual?
Se você respondeu: a escravidão... ACERTOU!!!
Sabe-se que a escravidão foi um regime de opressão, de servidão e de
obediência forçada, no qual seres humanos viviam em cativeiro e sem liberdade
para pensar ou agir. Obrigados a viverem numa circunstância de dependência, eram
explorados e escravizados em sua força de trabalho. Eram submetidos a situações
humilhantes e condições sub-humanas de vida.
Felizmente, esta é uma página virada em nossa história... Hoje somos
todos livres! Será?
Pense no contexto contemporâneo brasileiro e procure perceber se há
escravidão nos dias de hoje ou se é possível afirmar que no Brasil, atualmente,
nenhum ser humano é submetido a circunstâncias de escravidão. Comente:
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Leitura em ação!
Cada aluno escolherá um dos contos de Machado de Assis que estão
disponíveis em http://www.dominiopublico.gov.br (acesso em: 27 out. 2008), para a
leitura.
Contação de histórias
Após a leitura do conto que você escolheu, é hora de contar para a classe
a história lida!
Na contemporaneidade, como foi dito anteriormente, o conto apresenta-se
de diversas maneiras, assume diferentes formas, em relação ao estilo, à diversidade
temática, à linguagem, à perspectiva diante da realidade. Daí ser possível falar em
conto policial, conto regionalista, conto de ficção científica, conto erótico, conto
fantástico, conto moral, conto de costumes, conto psicológico, conto de atmosfera,
conto epistolar, entre outros.
Vimos também que embora o conto seja um tipo de texto que
normalmente aparece em prosa, algumas vezes é possível ser encontrado em
versos, construídos em forma de poema. Outras vezes também os encontramos na
forma de letra de música, principalmente no repertório da música sertaneja,
mostrando aí os “causos”, bem como, fazendo nestas letras uma abordagem de
elementos que a cultura rural considera relevantes.
Sugestão de atividades complementares...
Pesquisem e tragam para socializar na classe, letras de música que
sejam produzidas como contos. A socialização destas fica a critério de cada um:
contar o enredo; ler para a classe; fazer a troca das letras com os demais colegas,
ou ainda, quem souber pode cantar!
Produção escrita... É com você!
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Produza um conto a partir de um fato significativo e interessante que você
viveu. Importante: não é para você apenas contar uma situação que tenha
vivenciado. Quem vai relatar este fato é um narrador imaginado por você. Este nos
levará pela história. Sendo assim, nós não vamos apenas encontrar um fato vivido
por você, mas um fato possível de ser vivenciado pelas pessoas. Você vai transpor
um fato real para a ficção. Vai produzir um conto!
A partir destas atividades, vocês têm vários critérios para ler com mais
qualidade este gênero textual: conto, e, podem exercitar este conhecimento lendo
outros contos, de outros autores, relacionados aos possíveis gostos de vocês.
Agora, pense e responda!
A leitura pode ser uma atividade interessante e significativa? Comente:
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REFERÊNCIAS
AGUIAR, Vera Teixeira de. BORDINI, Maria da Glória. Literatura: a formação do leitor: 2.ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
BORDINI, Maria da Glória. Literatura na escola de 1º e 2°: por um ensino não alienante. In: UFSC, 1985 apud FRANTZ, 2001.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa: 3º e 4º ciclos. Brasília: MEC, 1998.
FRANTZ, Maria Helena Zancan Frantz. O Ensino da Literatura nas séries iniciais. Ijuí: Unijuí, 2001.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
PARANÁ. DCE – Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica do Estado Paraná, Curitiba: SEED, 2008.
http://www.dominiopublico.gov.br > acesso em: 27 out. 2008.