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H TRT/MG 9912167772/2007 DR/MG/MG Escola Judicial: 20 anos dedicados à formação de magistrados e servidores INFORMA E S C O L A J U D I C I A L E S C O L A J U D I C I A L INFORMATIVO DA ESCOLA JUDICIAL DO TRT DA 3ª REGIÃO – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009 Há 20 anos, quando o TRT da 3ª Região criou a primeira escola para magistrados trabalhistas do País, escreveu seu nome na história como grande incentivador da formação e do aperfeiçoamento dos juízes. Pelo pioneirismo, a EJ tornou-se referência nacional na busca do aprimoramento técnico-profissional e da formação interdisciplinar do magistrado. Conheça mais, nesta edição, a história da EJ-TRT e saiba por que a sua trajetória influenciou a regulamentação da capacitação dos magistrados pela Enamat - Escola Nacional de Aperfeiçoamento e Formação de Magistrados Trabalhistas, em nível nacional.

Escola Judicial: 20 anos dedicados à formação de magistrados e

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H

TRT/MG9912167772/2007

DR/MG/MG

Escola Judicial: 20 anos dedicadosà formação de magistrados

e servidores

I N F O R M AE S C O L A J U D I C I A LE S C O L A J U D I C I A L

INFORMATIVO DA ESCOLA JUDICIAL DO TRT DA 3ª REGIÃO – ANO V – Nº 10 – FEVEREIRO/2009

Há 20 anos, quando o TRT da 3ª Região criou a primeira escola para magistradostrabalhistas do País, escreveu seu nome na história como grande incentivador da

formação e do aperfeiçoamento dos juízes. Pelo pioneirismo, a EJ tornou-se referêncianacional na busca do aprimoramento técnico-profissional e da formação

interdisciplinar do magistrado. Conheça mais, nesta edição, a história da EJ-TRT esaiba por que a sua trajetória influenciou a regulamentação da capacitação dosmagistrados pela Enamat - Escola Nacional de Aperfeiçoamento e Formação de

Magistrados Trabalhistas, em nível nacional.

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E d i t o r i a l

Direção Coordenação Acadêmica Formação Inicial e Permanente de JuízesDeontologia

Relações InstitucionaisRevista Formação de servidores

Documentação, Pesquisa e Memória da Justiça doTrabalho Assessor Secretaria

Biblioteca e Centro de Pesquisa Centro de Memória Centro de Pedagogia Centro de Direito e PsicanáliseCentro de Tecnologia (internet) Revista Redação e edição Projeto GráficoDiagramação Revisão Impressão

Luiz Otávio Linhares Renault Graça Maria Borges de Freitas César Pereira da Silva MachadoJúnior, José Murilo de Morais, Martha Halfeld Furtado de Mendonça Schmidt César Pereira da Silva Machado Júnior, FernandoLuiz Gonçalves Rios Neto, Graça Maria Borges de Freitas, Márcio Flávio Salem Vidigal Fernando Gonçalves Rios Neto, Graça Maria Borges deFreitas, Martha Halfeld Furtado de Mendonça Schmidt Adriana Goulart de Sena, Emerson José Alves Lage, Maria Cristina Diniz CaixetaFernando Luiz Gonçalves Rios Neto, José Murilo de Morais, Márcio Flávio Salem Vidigal

Adriana Goulart de Sena, Emerson José Alves Lage, Maria Cristina Diniz Caixeta Ronaldo da Silva 3238-7826/3238-7815 3238-7816 3238-7822 3238-7829 3238-7829

3238-7827 3238-7825 Divina Dias e Lucineide Pimentel - DRT-MG 5002 Patrícia MelinImaculada Lima Alice de Carvalho, Beth Guimarães Diretoria Gráfica

José Roberto Freire Pimenta,

Luiz Olympio Brandão Vidal,Luiz Olympio Brandão Vidal,

INFORMATIVO DA ESCOLA JUDICIAL DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO - MG - Ano V - nº 10 - FEVEREIRO/2009

A o completar 20 anos, a EscolaJudicial do Tribunal Regional doTrabalho de Minas Gerais tem mui-

tos motivos para, sem vaidade, orgulhar-se do papelsocioinstitucional que vem desempenhando tempoafora, ontem, hoje e em provável amanhã. Vinteanos podem representar vinte, duzentos, dois mil ouaté mais passos em direção ao topo – valores trans-cendentais suplantando os materiais, numa socieda-de pós-moderna com muitas escolhas nas pratelei-ras do consumo, inclusive o cultural. Em realidade, aEscola Judicial da 3ª Região é uma Escola muitosimples, chegando mesmo ao franciscanismo. Trata-se de uma Escola bem ao estilo e à têmpera dosmineiros. Ela é austera. Possui salas acanhadas,mobiliário simples, beirando à antiguidade. Tem pou-cos funcionários, porém está alicerçada em profun-das raízes serpenteadas, terra adentro, por minério eferro, por ouro e prata, por sonhos e realidades.

Quem a conhece sabe do que estou falando. Dassuas acomodações, emerge uma ambientação cultu-ral simples; uma atmosfera de reflexão densa. A EJfunciona no antigo e saudoso prédio da Rua Curitiba,onde a Justiça do Trabalho mineira se encorpou, epossui poucos, porém competentes e abnegadosfuncionários. O seu caminhar para dentro de si, emcontato com os Magistrados Trabalhistas, é tambéme simultaneamente um renovar-se constante parafora, isto é, com os diversos interlocutores sociais,destinatários da tutela jurisdicional. O seu recolhi-mento interior, necessário à formação inicial e aoaperfeiçoamento continuado dos Juízes e servidores,não representou, em momento algum, um tranca-mento de ideias, nem um isolamento autossuficiente,carrancudo ou casmurral, nem mesmo um policia-mento jusideológico, muito menos um refúgio cômo-do e conveniente para o corporativismo. Seu êxodo,

sua caminhada ascendente e transparente para fora,projeta-se na qualidade moral, jurídica e intelectual doserviço público prestado pelo Poder Judiciário Trabalhistade Minas Gerais, aberto como a abóbada celeste para asociedade de onde partem e para onde se destinam assuas ações. A respeito das suas inúmeras atividades,desenvolvidas em prol da formação e do aperfeiçoamen-to dos Magistrados do Trabalho, a Escola Judicial vanglo-ria-se de ser uma referência didático-pedagógica, que ainseriu no rol das grandes Escolas da Magistratura, emâmbito estadual, nacional e internacional, sempre comouma instituição pública, jamais por seus membros-diretores, coordenadoras pedagógicas, conselheiros ecolaboradores.

Este informativo traz algumas gotas, alguns pingos, algu-mas notas da sua história, iniciada em 17 de outubro de1988, e que vem contada, cortada e recortada em acor-des – harpas e cítaras - por alguns de seus ex-diretorese coordenadores acadêmicos, que, gentilmente, prontifi-caram-se a prestar depoimentos carregados de senti-mentos, bem como de apelos para o justo e para o bem.Na condição de primeira Escola de MagistraturaTrabalhista do país, a Escola Judicial da 3ª Região podedizer, por intermédio de seus artífices intelectuais, que seconstituiu em importante referência, pela experiênciaacumulada, para o processo de implantação da EscolaNacional de Formação e Aperfeiçoamento daMagistratura Trabalhista – Enamat, assim como para aregulamentação do Curso de Formação Inicial no planonacional, hoje, obrigatório para o vitaliciamento doMagistrado. Essa previsão relacionada com a formaçãoinicial dos Magistrados, contida na EmendaConstitucional 45/2004, é reconhecida como uma dasmaiores contribuições para a relevância, importância,solidez e possível perenidade das Escolas Judiciais, quese fortaleceram institucionalmente, tornando-se importan-tes ferramentas para a consecução da justiça social,

Desembargador Luiz Otávio Linhares RenaultDiretor da Escola Judicial do TRT da 3ª Região

Especial 20 anos

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visto que os Magistrados, com oaprimoramento profissional,tornam-se cada vez mais bempreparados para lidar com asquestões impostas pelos desafi-os da complexa realidade socialglobalizada.

O princípio a que Schoenheimerdenominou estado dinâmico dosconstituintes corpóreos, segundoo qual nada há de fixo e imutávelem nosso ser físico, é imagemsingularmente exata da condiçãode fluidez a que devem estaradstritas a preparação cultural,técnica, ética e intelectual dosJuízes. Estas talvez sejam odesdobrar da missão dasEscolas Judiciais: a inquietação,a (in)trepidez contida, o questio-namento incontido, a busca des-medida, para além da formaçãoinicial e do aperfeiçoamentoprofissional, a fim de propiciar o

Desembargador Luiz Otávio Linhares Renault - Diretor da Escola Judicial do TRT da 3ª Região

desenvolvimento pessoal, moral, jurídico, intelectual ecultural do Magistrado, finamente aguçado e torneadopelas tramas e pelos dramas advindos da vibrante redede relações sociais, tendo como pano de fundo os confli-tos trabalhistas, perspectivados pelo EstadoDemocrático de Direito.

O Desembargador aposentado e professor Márcio TúlioViana, amigo de longa data e de todas as horas, homemsimples, cultíssimo e despido de vaidades, sintetizou afilosofia da nossa Escola "a formação tem que mudar acabeça e o coração desses profissionais, mostrar oDireito e a prática, tocar a sensibilidade do juiz e torná-locapaz de fazer escolhas mais conscientes sobre comolidar com o Direito do Trabalho".

Dessa ótica, ouso dizer que uma Escola não é um con-junto físico, em cuja composição entram pedra, cal,areia, tijolos, cimento, aço e concreto; da mesma forma,adiciono que uma Escola não é construída de ricosaparatos nem ornada de tapetes, finas e longas cortinas;em firme realidade, as vigas da moral e da intelectuali-dade integram o rol prioritário, o eixo matricial de suasvigílias franciscanas. Uma Escola, qualquer que sejaela, é feita por pessoas de carne e osso. Ela é tambémuma construção espiritual e propositiva, que se alonga ese projeta nas três dimensões do tempo – passado,presente e futuro. Portanto, a sua essência é compostade sentimento e de aguda percepção da realidadesocial, algumas das grandes virtudes do ser humano, aquem se destinam todas as ações públicas. es-polo do

No esforço para aperfeiçoar o que já foi conquistado, aEscola Judicial incentiva o estudo, o debate e a refle-xão sobre temas diversificados, adotando como méto-do didático a formação de grupos de estudos, demaneira a fomentar a autocapacitação de Magistradose servidores, objetivada pela democratização dassuas atividades, para oferecer a oportunidade de parti-cipação àqueles que atuam em regiões mais distantesda sua sede. Para isso, foram adotados instrumentosprovenientes das novas tecnologias da informação, oque vem permitindo a transmissão on-line de eventos,bem como a realização de cursos em cidades-polo dointerior do Estado.

Nestes 20 anos, a EJ adquiriu maturidade, já andacom seus próprios pés, ainda que com sapatos debarro, porque, se por um lado ela adquiriu autonomiadidática, administrativa, cultural e intelectual, por outrolado, ela necessita de pés sólidos, vale dizer, de auto-nomia financeira, para ser mais ágil e eficiente. Naminha opinião, a Escola tem muito o que alcançar. E,aqui, além da autonomia financeira – o que não signifi-ca, em hipótese alguma, falta de apoio da atual admi-nistração, em especial do Exmo. DesembargadorPresidente, Dr. Paulo Roberto Sifuentes Costa, quesempre sugeriu, acolheu e incentivou as atividades daEJ - vou destacar, enfaticamente, apenas mais duas.A descentralização e a participação comunitária. AEscola Judicial, no que tange à formação continuada,precisa adquirir um perfil mais plural e fértil, no sentidode alcançar todos os Magistrados. Ela necessita de

A Escola Judicial,

no que tange à

formação

continuada,

precisa adquirir

um perfil mais

plural e fértil,

no sentido de

alcançar todos os

Magistrados.

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Desembargador Luiz Otávio Linhares Renault - Diretor da Escola Judicial do TRT da 3ª Região

delegados nas cidades-polo; ela necessita de juízesmultiplicadores de suas atividades; ela necessita dedesdobramentos articulados com todas as Varastrabalhistas, derramando-se sobre as comunidadesde base. Se a alma de Minas Gerais já foi, porassim dizer, conquistada, é preciso, agora, conquis-tar o seu chão. A Escola tem de chegar aonde estãotodos os Juízes, interior afora, rincões, sertões, vere-das e grotões, saltos e divisas, extremos e extremas.Ser e estar presente nas jurisdições de todas asVaras do Trabalho, lado a lado com o Juiz, com osservidores, avivados pela comunidade na qual estãoinseridos – o trabalho é a dignidade do ser humanoe a alma da sociedade. Paralelamente, se não forpossível trazer todos os segmentos da sociedadepara o seu interior, a Escola deve, pelo menos, man-ter constante diálogo com os jurisdicionados, saindoem campo, onde os fatos brotam e para onde eles(se) voltam, a fim de que possa contribuir para oaprimoramento da qualidade da tutela jurisdicional.

Creio que essa ambientação horizontal outorgar-lhe-á maior legitimidade, a fim de que possa contribuirpara que os Juízes do Trabalho sejam o que a socie-dade deseja que eles sejam, assim como para que asociedade seja o que os Juízes esperam que elaseja. Da simbiose à síntese: as Escolas Judiciaisdevem aspirar à transcendência. Nada impede queelas sejam um canal aberto, um veículo de perma-nente ensinamento e de aprendizado entre o PoderJudiciário e a sociedade – salas de aula e de audiên-cias nas ruas. Esta talvez seja uma metáfora possí-vel: uma Escola Judicial portas abertas. Outroaspecto relevante. No meu entendimento, na atuali-dade, a Escola Judicial serve melhor aosMagistrados da Capital e da Grande-BH, bem comoaos das Varas que se situam próximas a BeloHorizonte, mesmo assim, sem muito se lançar nomeio social. É sabido que, no que tange aos Juízesque atuam nas Varas mais longínquas, torna-semuito difícil a participação deles nas diversas ativida-des que compõem o eixo matricial da EscolaJudicial, mormente se forem consideradas as pers-pectivas na carreira, a cada dia mais penosa e maislonga. Em apertada síntese, estas são, portanto,algumas de suas metas prioritárias: a) maior agilida-de e eficiência via autonomia financeira; b) descen-tralização maior para que possa chegar a todos osMagistrados, indistintamente, com a mesma qualida-de e intensidade; c) maior e mais intenso diálogo,assim como uma participação didático-pedagógicamultiparticipativa, com algumas atividades abertasaos vários segmentos sociais.

Numa edição comemorativa de 20 anos, olhos volta-dos para o passado; olhos direcionados para o futu-

ro; pés no presente; não poderíamos esquecer osnovos Juízes, presente e futuro da magistratura, quea cada dia participam mais e mais das nossas ativida-des, e cujos depoimentos deitam um olhar crítico econtemporâneo sobre o leito da Escola Judicial, queé deles, é todos nós, mas que certamente servirá pormaior tempo aos mais jovens, fonte de permanentecontato com os jurisdicionados e com a sociedade,uma vez que a primeira instância é o hall de entradae de saída dos empregados e dos empregadores,dos trabalhadores e dos tomadores de serviços, quesão os que deveriam também ter a oportunidade dedizer o que pensam e esperam do Poder JudiciárioTrabalhista. Último acorde, nas cordas longas daque-les que acordam com o repicar, dentro do peito, dossinos de dias mais justos – todo gasto público só sejustifica quando revertido integralmente em benefícioda coletividade, na medida do possível, com a partici-pação direta dela, a quem se destinam todas asações públicas. Portanto, estimo que a nossa EscolaJudicial seja uma Escola poliedral, fonte permanentede escolhas democráticas e de acertadas atividades,fechadas e abertas, internas e externas, verdadeiraspartituras jurídico-intelectuais, enxergada da rua paradentro e de dentro para a rua, por vários ângulossociais, adquirindo, com essa pluralidade de docesharmonias culturais, a sua identidade institucional,bem ao ritmo dos mineiros – valsas com os pés nochão de terra, chão de terra batida, caminhos críticose ideais libertários, em prol de um sólido EstadoDemocrático de Direito, esteio de uma sociedademais justa e mais fraterna, solidificada pelo trabalhoda pessoa humana, assim como pela ação equilibra-da dos Juízes do Trabalho.

Todo gasto público só se

justifica quando revertido

integralmente em

benefício da coletividade,

na medida do possível,

com a participação direta

dela, a quem se destinam

todas as ações públicas.

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urante sessão solene deinstalação da Escola

Judicial do TRT da 3ª Região, em17 de outubro de 1988, ficarammarcadas as palavras do desem-bargador Renato MoreiraFigueiredo, então presidente doTRT-MG e idealizador da EscolaJudicial. Seu pronunciamento des-tacava o pioneirismo da 3ª Regiãocom aquele importante passo emdireção ao futuro, no qual oJudiciário encontraria uma novarealidade, repleta de desafiosimpostos pela nova CartaConstitucional, promulgada peloCongresso Nacional. Disse o fun-dador da Escola: “(...) Devemosestar conscientes de que oJudiciário teve aumentadas emmuito as suas atribuições com apromulgação da nova Constituição,principalmente o JudiciárioTrabalhista, que, além do enfoqueda ampliação da competência, tem,na Carta Magna, verdadeira CLT,quando, em alguns capítulos, e,principalmente, no seu Capítulo II,prevê os direitos sociais dos cida-dãos brasileiros. (...) mudanças detal magnitude, que alteram marca-

20 anos da Escola Judicial do TRT-MG

Criada em 18 de setembro de 1988(RA 56/1988), a Escola Judicial do Tribunal

Regional do Trabalho da 3ª Região foiinstalada em 17 de outubro do mesmo ano. Apartir da criação do Curso de Formação Inicialcom duração de quatro meses, em 2001, seis

turmas de juízes passaram pela Escola.Desses, 95 participaram do Curso de

Formação Inicial na Enamat, no TST, desdeque foi instituído o módulo nacional, em

2006. (RA 1158/2006).

••••••

•••

Renato Moreira Figueiredo -1988-1993Orestes Campos Gonçalves -1993-1995Álfio Amaury dos Santos -1995-1997Gabriel de Freitas Mendes -1997-1999Júlio Bernardo do Carmo -1999-2001Luiz Philippe Vieira de Mello Filho -2001-2003José Murilo de Morais -2004-2005José Roberto Freire Pimenta - 2006-2007Luiz Otávio Linhares Renault2008-2009

Desembargadores Diretoresda Escola Judicial

damente as relações de trabalhoem nosso país, exigirão profundasexegeses do pensamento jurídico eampliarão, enormemente, asdemandas e responsabilidadesatribuídas à Justiça do Trabalho”.

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A partir da Constituição de 1998, a criação deescolas institucionais no País ganhou força e, emMinas Gerais, esse processo teve início bem antesde promulgada a Emenda Constitucional 19, queestimulava a criação das escolas de governo. Acoordenadora acadêmica da Escola Judicial doTRT-MG, juíza Graça Maria Borges de Freitas,explica que as escolas judiciais, assim como outras escolas institucionais,integram a formação da carreira. “Além do sistema nacional de ensino,que inclui as universidades, as escolas públicas e privadas, há, a partir daEmenda 19/98 da Constituição, o estímulo à criação das chamadas esco-las de governo, nas quais estão inseridas as escolas de magistratura. Emrazão disso, os três Poderes da República começaram a criar em seuâmbito escolas de formação e aperfeiçoamento dos seus membros. Noentanto, àquela época, além de importantes escolas nacionais, como aENAP e a ESAF, muitos órgãos e instituições em Minas Gerais já possuíamescolas, como o TJMG, o TRT, a ALMG e o Governo do Estado, com aFundação João Pinheiro, o que revela a tradição do Estado mineiro noinvestimento em educação e na formação dos seus agentes públicos”,lembra a juíza.

Formação de agentes públicos ganha relevânciaObrigatória a Formação InicialA partir de 2004, quando aConstituição Federal tornou obrigatóriaa participação em curso oficial oureconhecido por escola nacional etapaobrigatória no processo de vitalicia-mento dos magistrados, a formação de

juízes ganhou relevância e tornou-se princípio constitutivo da carreira domagistrado.Na ocasião, a Escola Judicial do TRT-MG não teve dificuldades paraabsorver as novidades trazidas pela Emenda Constitucional 45/2004,como a criação da Enamat – Escola Nacional de Formação eAperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, instalada pelo TST em 18de setembro de 2006, pois sua trajetória já completava 16 anos. Por isso,a 3ª Região teve ativa participação no processo de implantação do módu-lo nacional do Curso de Formação Inicial e na regulamentação doscursos de formação das escolas regionais, por meio da participação deconselheiros da Escola da 3ª Região no Conematra - Conselho Nacionalde Escolas de Magistratura Trabalhista e no Conselho Consultivo daEnamat.

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Cassiano Nóbrega/EJ

Pioneirismo da 3ª RegiãoCurso de Formação Inicial já havia sidoinstituído na EJ do TRT-MG no ano de

2001, com duração de quatro meses, quando aEnamat regulamentou os módulos de formação aserem desenvolvidos nas escolas regionais, coma duração mínima de dois meses.Atualmente, todos os 24 Tribunais Regionais pos-suem escolas judiciais. No entanto, logo que a EC45 tornou obrigatória a participação de magistra-dos em cursos oficiais, diversos Regionais procu-raram a 3ª Região para conhecer sua Escola e asatividades por ela desenvolvidas, no intuito detambém criar ou aperfeiçoar as suas. Foram rece-bidos representantes da 4ª, 5ª, 8ª, 9ª, 14ª, 12ª e15ª Regiões.O intercâmbio com essas e outras Regiões tam-bém permite que a Escola do TRT da 3ª Regiãoaperfeiçoe seu trabalho, com a troca de experiên-cias.A juíza Graça Freitas destaca que o modelo doCurso de Formação, adotado em âmbito nacional,teve muita inspiração no que a Escola de MinasGerais já fazia e nas discussões desenvolvidaspelo conjunto das escolas regionais no ConselhoNacional de Escolas da Magistratura do Trabalho– Conematra.Como o curso nacional prevê matérias básicas deformação técnica, mas também uma formaçãointerdisciplinar do magistrado, a juíza afirma queele foi concebido com um forte cunho profissionali-zante, porém, levando-se em conta a complexida-de da função, “porque propõe estudos interdiscipli-nares, considerando os diversos conhecimentos ehabilidades que o magistrado precisa ter paraexercer bem a sua função. E esses conhecimen-tos não só são do âmbito jurídico. A Sociologia, aFilosofia do Direito, a História do Direito, aEconomia, a Psicologia, a Psicanálise têm contri-buído para ajudar o magistrado a interpretarmelhor a realidade que o cerca e poder assimtrabalhar mais satisfatoriamente com os fatos queele encontra nos processos”, conclui.

Funcionando desde a instalação, em 1988, naRua Curitiba, 835, a Escola Judicial ganhará novasede, no início de 2009, onde ficará mais acessí-vel aos juízes e servidores da primeira instância.A Escola Judicial do TRT-MG ocupará dois anda-res do Fórum da Justiça do Trabalho, na RuaGoitacases. No local, há um amplo espaço para aSecretaria, a Biblioteca, a Revista e o Centro deMemória. Estarão disponíveis, também, sala detreinamento e duas salas multimeios, com 40m²cada uma, além de estacionamento facilitado.

Nova sede

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Turma do II Curso de Formação Inicial e oassessor da Escola Judicial, Ronaldo da Silva

Turma do IV Curso de Formação Inicial na Escola Judicial

Escola Judicial do TRT-MG representada em reunião da Enamatpelo desembargador José Roberto Freire Pimenta e pela juíza do

Trabalho Graça Maria Borges de Freitas

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Colaboradores e ex-diretores fazemhomenagem à Escola Judicial

Nesta edição comemorativa dos 20 anos da Escola Judicial, o traz depoimentos de ex-diretores ecolaboradores que participaram e ainda participam da construção dessa bem-sucedida história.

EJ Informa

O ex-diretor da Escola, , falecido em 6 de outubro de 2007, deixouregistrado um depoimento sobre a Escola Judicial, gravado em 1997.

“O que eu penso da Escola Judicial é como escreveu o conhecido compositor e cantor Guilherme Arantes `Quebom ver a menina madura/ a textura nativa na pele/ que bom ver a estrela nascer/ segura galgando amontanha/ melhor ainda poder chegar perto/ acompanhar os seus passos/ suas sombras/ suas formas/ seuinstinto delicadamente forte/ que demais saber da sua essência/ agora revelada no sucesso de seucaminho/ e nada que a possa deter´.”

Desembargador Álfio Amaury dos Santos

“Passaram-se vinteanos da data em que oTribunal Regional doTrabalho de MinasGerais, por um ato deabsoluta ousadia edeterminação, criou,em sua estrutura, umórgão que proporcio-nou a abertura de um

“Ao ensejo da comemoração dos 20 anosde fundação (existência) da EscolaJudicial, foi-me solicitado um breverelato das atividades empreendidas pelaentidade durante a nossa gestão (1999-2001). Atendendo ao honroso convite doExmo. Desembargador DárcioGuimarães de Andrade, ilustre presiden-te do egrégio TRT – 3ª Região no biênio

espaço voltado ao aprimoramento doutrinário, técnico eprático dos magistrados, servidores e profissionais doDireito; um espaço em que se discutisse o aperfeiçoa-mento dos princípios e garantias de tutela e respeito aosjurisdicionados, às instituições e ao ideal de justiça, e deincentivo à pesquisa e ao debate jurídico, contribuindopara o desenvolvimento da ciência do Direito. Assimnascia a primeira Escola Judicial de âmbito federal, que,além de cumprir os seus objetivos, passou a ser modelo eparadigma para a criação de várias outras EscolasJudiciais em nosso País. É com muito orgulho que relem-bro a história de nossa Escola, como autor da propostade sua criação e instalação e, na qualidade de seu pri-meiro Diretor, vejo que, ao longo desses vinte anos,nossa Escola Judicial encontra-se atualizada e moderna,uma vez que permanece aberta ao intercâmbio cultural ejurídico sem desvincular-se dos objetivos para os quaisfoi criada, enfrentando os desafios e transformaçõesimpostas pela sociedade contemporânea, e contribuindo,sobremaneira, para a difusão da paz social, papelfundamental da Justiça do Trabalho.”

Desembargador Renato Moreira Figueiredo

1999/2001, assumi com ótimas intenções a direção da Escola Judicial, mesmo sabendoque a ausência de uma dotação orçamentária específica para incrementar as atividadesda Escola talvez pudesse consubstanciar um empecilho ao rol de ações que já antevirapara resgatar a sua dinâmica e o papel decisivo que ela ostenta no aperfeiçoamentoprofissional de juízes e servidores do Tribunal. Contando com valioso auxílio da secretá-ria da Escola Judicial, Maria Helena, e de sua equipe de servidores, em curto espaço detempo, empreendemos o calendário das atividades da instituição para todo o biênio. Anossa meta precípua foi efetivamente resgatar a importância da Escola Judicial comoagente formador e aperfeiçoador da cultura jurídica de nossos magistrados e servidores,sem descurar a meta de colocá-la igualmente em evidência no cenário jurídico nacional,sendo que decisivas, neste contexto, foram as parcerias que procuramos estabelecer comos demais Tribunais Regionais do País, estimulando magistrados e juristas de outrosEstados a colaborar com nosso projeto de gestão. Nesse sentido, além de cursos e semi-nários voltados para servidores e juízes, realizamos também inúmeros simpósios jurídi-cos nos quais procuramos valorizar a prata da casa, quando nossos mais eméritosmagistrados e juristas tiveram amplo espaço cultural na Escola Judicial para exporemsuas idéias por meio de inúmeras e sucessivas palestras. Um novo burburinho jurídicoretirou a Escola Judicial de seu marasmo e devolveu-lhe o prestígio que ela merecia noseio do Tribunal e no cenário do País. Essa, em suma, foi a modesta colaboração, semprecoadjuvada por um brilhante corpo de auxiliares, que pudemos imprimir à dinâmica daEscola Judicial, hoje, graças ao empenho e ao árduo trabalho de seus sucessivos direto-res, considerada uma escola-modelo no contexto nacional.”

Desembargador Júlio Bernardo do Carmo

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"Em seu 20º ano de funcionamento, num contexto histórico de afirmação da relevância das EscolasJudiciais como espaço necessário e específico à formação da magistratura, centrou-se a Escola Judicial do

Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região nos estudos sobre o modelo de formação a ser propiciadaaos magistrados para atuar na sociedade contemporânea e sobre as práticas pedagógicas adequadas.

Com vista à formação integral do magistrado, a Escola Judicial tem buscado subsídios nas diversas áreasdo conhecimento humano: Educação, Psicanálise, Sociologia, Economia, Filosofia, História e Direito,

entre outras. A Escola Judicial da 3ª Região vem promovendo encontros de juízes para debater sobre amatéria, premente no cenário introduzido pela Emenda Constitucional 45/2004, que dispõe sobre a

Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho.Dentro desse contexto de efervescência científico-acadêmica, a Escola Judicial da 3ª Região tem porobjetivo geral propiciar aos Juízes do Trabalho uma formação profissional tecnicamente adequada,

eticamente humanizada, voltada para a defesa dos princípios do Estado Democrático de Direito e com-prometida com a solução justa dos conflitos. Assim, a participação dos colegas nos cursos oferecidos é

importantíssima não somente pelo aspecto do aprendizado individual, mas também pela troca coletiva

“A Escola Judicial foi criada na sessão plenária de 18 de setembro de 1988. Foi a primeira Escola para magis-trados trabalhistas do Brasil, e poucos dias a separam da Constituição Federal, que está também comemoran-do 20 anos. O seu primeiro diretor foi o desembargador Renato Moreira Figueiredo. De lá para cá, como a suairmã, isto é, a Constituição Federal, a Escola Judicial completa vinte outubros, com muitos louros. Eu diria quevinte mil sonhos ainda a embalam. Se antes foi um sonho de poucos, hoje, é de todos os magistrados, aosquais serve democraticamente.Nesses vinte anos, a Escola Judicial adquiriu maturidade. Já anda com seus próprios pés, didática, administra-tiva, cultural e intelectualmente, embora necessite de sapatos: autonomia financeira.Na perspectiva, a Escola possui muitas metas para alcançar. E aqui, vou destacar apenas uma: a descentraliza-ção. Tornar a Escola Judicial, quanto à formação permanente, mais plural e democrática, no sentido de alcan-çar a todos os magistrados do nosso Estado. Com isso, quero dizer que a descentralização também é umameta, o que exigirá o nosso esforço para que os magistrados do interior possam usufruir as atividades desen-volvidas pela Escola.”

Desembargador Luiz Otávio Linhares Renault – Diretor da Escola Judicial 2008/2009.

de experiências, pelo estabelecimento de um espaço de debate institucional e para o constante aperfeiçoamento da Escola Judicial, ante aavaliação e sugestões que podem ser por eles apresentadas."

Juíza Adriana Goulart de Sena - Titular da 35ª VT de BH - Conselheira da EJ

“Quando me coube a honra de dirigir a Escola Judicial, as instituições como um todo e, particularmente, oJudiciário estavam sob fogo cerrado de uma campanha orquestrada para iludir e manipular a opinião

pública com estratagemas de meias-verdades que minavam a confiança dos jurisdicionados.Pesquisa encomendada pelo Tribunal de Justiça de Minas apontou que 63% dos mineiros não confiavam

na Justiça. Atacava-se a morosidade, sim, mas os grandes responsáveis eram a desestrutura do sistema, oultrapassado diploma processual, o crescimento das demandas desproporcionalmente ao número de juízes.Mas os golpes que calavam mais fundo eram aqueles dirigidos à qualidade das decisões, à falta de huma-

nismo dos juízes, ao estrelismo de uma minoria que, no dizer de Nelson Jobim, encarava o Judiciário comoespaço de sua própria biografia, acreditando, hereticamente, que o ofício, pelo simples fato de ser exerci-

do, santificaria quem o exercesse! E nesse quadro de angustiante preocupação, a Escola Judicial teve parti-cipação importante na luta e vigilância pelo restabelecimento da confiança do povo nos juízes trabalhistas.Aliando-se ao idealismo daqueles que, como Couture, viam na dignidade do Juiz a dignidade do Direito, a

Escola Judicial foi (e será sempre!) instrumento de inserção definitiva da Justiça do Trabalho no contextoharmônico da sociedade brasileira.”

Desembargador Gabriel de Freitas Mendes

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"Com a mudança de paradigmas decorrente do pós-positivismo, a tarefa do magistrado deixou decorresponder à simples aplicação da literalidade do texto legal, passando a representar a complexa

definição dos litígios por intermédio da conformação da lei aos direitos fundamentais com vista àconcretização destes últimos. Essa atribuição requer, como antecedente necessário, a formação e o

aperfeiçoamento adequados do magistrado, com enfoque em diversas categorias, tais como a jurídica,a econômica, a cultural, a sociológica, a política, a filosófica, permitindo-lhe o desenvolvimento de

senso crítico e constante vigilância pessoal no exercício de suas atividades. Tal é o papel institucionaldas Escolas de Formação e Aperfeiçoamento. A passagem pela Escola Judicial mineira, ainda em 2002,

permitiu-me agregar conhecimento e experiência indispensáveis ao início da carreira, o que gerareflexos positivos e serve como verdadeiro referencial até os dias atuais.”

Guilherme Guimarães Ludwig - Juiz Auxiliar da 7ª VT de Salvador/BA e Membro do ConselhoConsultivo da EJ do TRT da 5ª Região

“Considerando o conhecimento como um dos poucos bens que aumenta quando dividido, e abusca da sociedade por uma Justiça mais justa, rápida e capacitada, foi na Escola Judicial queaprendi muitas idéias, com base na experiência de colegas, as quais utilizo constantemente paranão cometer erros do passado, acelerar a entrega da prestação jurisdicional e dar efetividade aoresultado do processo, ou seja, se pudesse definir a EJ em uma palavra, diria ESSENCIAL.”

Marcos Vinícius Barroso - Juiz do Trabalho Substituto

“Tempos atrás, líamos noslivros de Direito do Trabalhomais aquilo que procuráva-mos, o que sentíamos,pensávamos, a respostaestava nos livros. Então,aqueles que se preocupavammais com a sorte dosoprimidos, quando escolhiama carreira do Direito doTrabalho, era

porque encontravam, ao longo de seus estudos, respostas para isso. O ensino do Direito eramuito formal. Reverenciávamos os professores, as pessoas daquele tempo estavam maispreparadas para fazer uma crítica do sistema. Era o tempo dos grandes discursos, das grandesverdades. Líamos Marx, Freud e tínhamos espírito crítico da realidade. Agora vivemos um tempoem que as grandes verdades estão em crise, exceto uma: a do pensamento neoliberal. Os jovensde hoje não tiveram oportunidade de construir espírito crítico sobre o que ocorre. Muitos nãoescolhem a carreira por estarem sensibilizados com a questão social. Todos pensam em seupróprio problema. A formação jurídica atual tem que ser diferente no conteúdo e na forma,para despertar o espírito crítico. Temos que sair do Direito para outras disciplinas. A formaçãotem que ser humanística; isso vale para o curso de Direito e para a formação de juízes. Aformação tem que mudar a cabeça e o coração desses profissionais, mostrar o Direito e a práticaé o mínimo. O problema é realmente tocar a sensibilidade do juiz e torná-lo um multiconhece-dor para ele entender o que está havendo com o Direito do Trabalho. Daí podem-se fazerescolhas mais conscientes sobre como lidar com o Direito do Trabalho. A Escola é para formarum cidadão não só no sentido de seu cargo, mas que seja cidadão mesmo, enquanto juiz. É ojuiz se lembrando de que tem um cidadão dentro dele. Tem que se posicionar como um cidadão,mesmo quando julga. A Escola não vai fazer a cabeça, mas é um processo que dá oportunidadepara a pessoa se posicionar com espírito crítico.”

Desembargador Márcio Túlio Viana

“A Escola Judicial do TRT-MG é importanteespaço de reflexão e aprimoramentoindividual e coletivo e, para isso, vêm sendoalargadas as suas fronteiras, por meio deconvênios e intercâmbio com escolascongêneres do Brasil e de outros países, comoEspanha, França, Itália e Portugal, e comescolas diversas, destinadas à formação deagentes públicos. A Escola do TRT de Minastem sido exemplo para outras Regiões e,devido à sua experiência anterior à criação daEscola Nacional, teve grande influência naregulamentação do Curso de Formação emâmbito nacional.O sucesso alcançado, porém, seria impossívelsem o apoio das Administrações do Tribunal ea abnegação dos colaboradores.”

Desembargador José Murilo de Morais

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Atividades de formação iniciale permanente

ara cumprir sua missãoinstitucional de promover a

formação integral de magistrados ea qualificação técnica de servido-res, a Escola Judicial vem buscan-do junto às Administrações do Tri-bunal a estrutura necessária nosentido de oferecer cada vez maisopções ao seu público internoespecífico.Destacam-se o Curso de Forma-ção Inicial, que está em sua sextaturma, as atividades da formaçãopermanente, que incluem congres-sos, palestras, seminários, lança-mento de livros, encontros, entreoutras.

E ainda, o intercâmbio com univer-sidades e escolas de magistraturaestrangeiras, os convênios comuniversidades italiana e espanho-las e a parceria com outras esco-las de magistratura, escolas deformação de agentes públicos eassociações de magistrados paraa promoção de cursos ou eventosconjuntos. Também o Curso deEspecialização em Direito Materialdo Trabalho, pós-gradua-ção

, que está em sua sextaturma.Nesta edição comemorativa dos 20anos da Escola Judicial, são apre-sentadas as principais atividadesdesenvolvidas nos últimos anos.

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Com vista ao aperfeiçoamento doseu trabalho, a Escola Judicial doTRT de Minas Gerais buscou par-ceria com escolas de magistraturajá consolidadas no exterior, inter

Parceria e intercâmbio noBrasil e exterior

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câmbio de experiências com esco-las de magistratura locais e coope-ração com escolas de formação deagentes públicos no Brasil, pormeio da Reap – Rede de Escolas o

de Formação de AgentesPúblicos de Minas Gerais eda Rede Nacional deEscolas de Governo.Com tais parcerias, foi pos-sível a realização de encon-tro com magistrados estran-geiros, de cursos no exte-rior, de cursos para os servi-dores e magistrados inte-grantes do seu quadro e ointercâmbio de publicações

e informações sobre a formação demagistrados.

A presença de juristas e de forma-dores de diversos países na EscolaJudicial do TRT-MG permitiu queos magistrados mineiros pudessemestabelecer comparação entre aformação adotada no Brasil e apraticada em países europeus.Foram promovidos cursos comformadores, como o realizado pelomagistrado francês PhilippeDarrieux, diretor de Relações Inter-nacionais da ENM francesa, e pelapedagoga Véronique DuveauPatureau, em agosto de 2005.Evento esse realizado em parceriacom a Escola JudicialDesembargador EdésioFernandes, do TJMG. Tambémforam recebidas visitas de repre-sentantes do Centro de EstudosJudiciários de Portugal e da EscolaJudicial da Espanha.

Formação de formadores

ENM francesaA parceria com a EscolaJudicial proporcionou a partici-pação de nove magistradosem cursos na França, o inter-câmbio de informações epublicações e a vinda do dire-tor da escola, PhilippeDarrieux, e da pedagogaVéronique Duveau Patureau aBelo Horizonte, para ministrarcurso para formadores, desti-

nado a magistrados da 3ª Região ea membros das Escolas de Forma-ção do Tribunal de Justiça e doMinistério Público Estadual de MG.

Por meio de intercâmbio com aEscuela Judicial, é feita a permutade publicações e a participação demagistrados da 3ª Região em cur-sos do programa Aula Ibero-Ame-ricana. Três magistrados mi-neirosjá foram selecionados para partici-par de cursos desse programa peloConsejo General del Poder Judicialespanhol.

Uma juíza da 3ª Região foi àEspanha participar de curso naUniversidade. Atualmente encon-tra-se em discussão a assinaturade convênio com essa instituição.

Por meio da parceria com a Univer-sidade de Buenos Aires, sete ma-gistrados da 3ª Região realizaramali curso de especialização.

Convênio firmado permite a partici-pação de magistrados em cursosde mestrado e doutorado na uni-versidade italiana. Três magistra-dos da 3ª Região foram seleciona-dos para cursos na Tor Vergata,dois deles iniciaram curso de dou-torado em 2008.

Escola Judicial Espanhola

Universidade Castilha LaMancha

UBA – Universidade deBuenos Aires

Tor Vergata UniversidadeRoma II

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Novas ferramentas de comunicação

Servidores da Zona da Mata

Novas competências da JT em debate

Audiências simuladas com estudantes

Também realizaram atividades emparceria com a Escola Judicial oureceberam magistrados mineirosem suas atividades: o Centro deEstudos Judiciários de Portugal, aOrganização Internacional doTrabalho e o Consiglio Superioredella Magistratura da Itália.

Participaram de cursos, no interiordo Estado, servidores deBarbacena, Cataguases, Juiz deFora, Muriaé e Ubá e, também, deUberlândia, Uberaba, Araxá,Araguari, Formiga, Ituiutaba, Patosde Minas, São Sebastião doParaíso e do Posto Avançado deIturama. As aulas foram ministra-das pelos formadores da EscolaJudicial nas cidades-pólo deUberlândia e Juiz de Fora.

Está em andamento a sexta turmado Curso de Especialização emDireito do Trabalho: materialidade,instrumentalidade, efetividade,pós-graduação . O cursoé fruto da parceria firmada entre oTRT da 3ª Região/ Escola Judiciale a PUC-Minas, por meio do Insti-tuto de Educação Continuada(IEC), o que propiciou a reduçãodos custos para os participantes.

O trabalho de aplicação da psica-nálise na prática do juiz, desenvol-vido pela Escola Judicial doTRT-MG, tem atraído o interessedos magistrados deste e de outrosTribunais Regionais. Diversas esco-las regionais e a Enamat foramvisitadas pela psicanalista e servi-dora do TRT, Judith EucharesRicardo de Albuquerque, que deuaulas em cursos de formação erealizou exposição sobre a ativida-de desenvolvida com os magistra-dos da 3ª Região.

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Cursos para servidores nointerior

Pós-Graduação

Centro de Direito ePsicanálise

Novas ferramentas deComunicaçãoA Escola Judicial utiliza-se de va-riados instrumentos de comunica-ção como o informativo , deedição semanal, o informativo

on-line

Biblioteca

Centro de Pedagogia

Novas competências da JT eDireito Eletrônico

Centro de Memória

A Biblioteca Juiz Osíris Rocha foiinaugurada em junho de 2003 peloentão diretor da EJ, hoje ministrodo TST, Luiz Philippe Vieira deMello Filho. No acervo, a bibliotecapossui mais de 3 mil volumes,entre livros, periódicos e materiaisespeciais. A biblioteca é tambémparceira de instituições nacionais eestrangeiras relacionadas aoDireito e a áreas interdisciplinaresna permuta de publicações.

Faz o acompanhamento das ativi-dades pedagógicas, dá suporte àelaboração de planejamento eavaliação pedagógica de cursos.

Quando foi promulgada a EC45/2004, que ampliou a competên-cia da Justiça do Trabalho, oassunto mereceu atenção especialda Escola Judicial, que promoveudois grandes seminários com efeti-va participação de magistrados eservidores. Na ocasião, a EscolaJudicial, em parceria com aAmatra3, colocou sua estruturafuncional à disposição de magistra-dos, que decidiram criar o Grupode Discussão Virtual “NovasCompetências da Justiça doTrabalho”. Em face das discussõesacerca da implantação do processoeletrônico no Brasil, também estáem funcionamento um grupo deestudos nessa área, o GEDEL.

Criado em março de 1997, oCentro de Memória da JT temcomo objetivo promover e preser-var a memória do TRT da 3ªRegião, realizar o inventário doacervo correspondente e restauraro patrimônio da JT. A exposiçãopermanente da Memória da JTcontém objetos e mobiliário dadécada de 1940, fotos e documen-tos que contextualizam a históriada JT. O Centro de Memóriadesenvolve os projetos Justiça eCidadania, Leis & Letras, HistóriaOral e, ainda, gerencia os acervosfotográfico, audiovisual e textual daInstituição.

impresso e o , que traz informa-ções sobre a composição daEscola, seus departamentos, osgrupos de discussão e de estudos,as normas, a biblioteca, além daagenda de eventos, cursos e aprogramação completa.

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Os eventos da Escola Judicialganharam transmissão simultânea,via internet, e agora podem seracompanhados por magistrados eservidores nas Varas do interior doEstado.

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Atividades da EJ têm como meta a formação integralAs inovações do processo digital e os desafios que as novas tecnologias impõem àJustiça do Trabalho e a seus magistrados foram discutidas de 21 a 23 de agosto de 2008,no , que reuniu 280participantes presenciais. As conferências foram acompanhadas pela internet por 320pessoas. Durante o encerramento, os magistrados da 3ª Região proclamaram a Cartade Caxambu, com 10 itens que prevêem as necessárias adequações para a implantaçãodo processo eletrônico na Justiça do Trabalho. A conclusão é de que as novas tecnologiasnão podem constituir obstáculo à privacidade do trabalhador nem à garantiaconstitucional dos direitos fundamentais.

I Congresso Mineiro de Justiça Digital e Direito do TrabalhoI Congresso Mineiro de Justiça Digital e Direito do Trabalho

Participaram do seminário Meio Ambiente do Trabalho e Saúde doTrabalhador, realizado nos dias 26 e 27 de junho de 2008,

psicólogos e médicos do TRT, que atuam na Escola Judicial e nasDiretorias de Recursos Humanos e de Saúde.

Congressos de magistrados, procuradores do trabalho e auditoresfiscais são promovidos em parceria com a Escola Superior do

Ministério Público da União/Núcleo PRT-MG, Amatra3 e AssociaçãoNacional dos Procuradores do Trabalho e Ministério do Trabalho. Os

encontros, realizados anualmente, tornaram-se um espaço parareflexão sobre a atuação conjunta dos membros das instituições na

promoção dos direitos sociais do trabalhador.

No interior, a Escola Judicial vem promovendo cursos para assistentes de juízes sobrea redação de sentença. A novidade é que, com a utilização da internet, alguns cursossão virtuais, ou seja, transmitidos . Os eventos podem ser acompanhados porservidores de diversas localidades, simultaneamente. Na foto, servidores da 1ª e 2ªVaras de Poços de Caldas participaram de curso utilizando a nova tecnologia.

on-line

“A Efetividade da Execução no Processo do Trabalho” foi tema de um grandeseminário realizado pela EJ, nos dias 25 e 26 de setembro de 2008, e trouxe àdiscussão questões relevantes, diante da necessidade de reduzir o tempo deduração do processo após o trânsito em julgado da decisão de conhecimento emprimeiro grau, até a entrega do resultado útil do processo ao seu beneficiário.Um dos palestrantes foi o desembargador Antônio Álvares da Silva, que falousobre “A Efetividade da Execução no Processo do Trabalho - a aplicação da CLT,do CPC e da Lei de Executivos Fiscais”.

O seminário “Liquidação de Sentença no Processo do Trabalho”, realizado no dia19 de setembro de 2008 , trouxe o juiz José Aparecido dos Santos, titular da 17ª

Vara do Trabalho de Curitiba (TRT da 9ª Região), para debater o assunto“Questões controvertidas em liquidação de sentença”. O seminário teve

transmissão simultânea pela internet para 32 Varas do Trabalho no interior epara os Foros de Coronel Fabriciano, Governador Valadares e Montes Claros. O

evento contou com grande participação de magistrados e servidores da 3ª Região.

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