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Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco – POLI/UPE Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil – PEC Curso de Engenharia Civil – CEC Disciplina eletiva: Tópicos Avançados em Sustentabilidade - TAS Aula No. 09 Avaliação de ciclo de vida, ciclo de vida energético e cálculo das emissões de gases de efeito estufa Profª. Emilia Kohlman Rabbani, Ph.D. Colaboração: Rodrigo Pessoa

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Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco – POLI/UPE

Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil – PEC

Curso de Engenharia Civil – CEC

Disciplina eletiva: Tópicos Avançados em Sustentabilidade - TAS

Aula No. 09

Avaliação de ciclo de vida, ciclo de vida energético e cálculo das emissões de gases de

efeito estufa

Profª. Emilia Kohlman Rabbani, Ph.D.

Colaboração: Rodrigo Pessoa

Conceito de

desenvolvimento

sustentável surgiu

após a segunda metade

do século XX

Mudança de tecnologias,

tendências e

pensamentos, consumo

consciente de recursos

renováveis

Considerar o

convívio com a

natureza, o bem-estar

e sobrevivência

humana

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV)

O termo Análise (ou Avaliação) do Ciclo de Vida (ACV), ou em inglês, "Life CycleAssessment" (LCA) foi utilizado primeiramente nos Estados Unidos da América(EUA) em 1990.• Um dos primeiros estudos quantificando as necessidades de recursos,

emissões e resíduos feito pelo “Midwest Research institute” (MRI) para aCoca-Cola, 1969.

• Foi demonstrar que as garrafas de plástico não eram piores, do ponto de vistaambiental, do que as de vidro.

AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV)

A ACV é uma metodologia utilizada para avaliar os impactos ambientaisocasionados por um produto ou serviço durante todo o seu ciclo de vida oucadeia de produção. A ACV examina todos os estágios do ciclo de vida de umproduto, desde a extração das matérias-primas dos meios naturais até seu usofinal, incluindo as etapas de transporte de matérias-primas e insumos, além dedisposição dos resíduos (GARCILASSO, 2014).

AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV)

Se o material permitir, o produto após ser utilizado pode ser matéria-primanovamente (volta ao berço) através da reciclagem, técnicas conhecidas comoberço-ao-túmulo (cradle-to-grave) ou berço-ao-berço (cradle-to-cradle).

Berço-ao-túmulo

Berço-ao-berço

AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV)

https://www.youtube.com/watch?v=SkHE2clxv0U

Avaliação de Ciclo de Vida

AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV)

Ferramenta útil para comparar

Impacto ambiental de diferentes produtos com similar função (ex.: etanol x gasolina);

Impacto ambiental de diferentes tipos de tratamento de resíduos (incineração vs. aterro sanitário);

Impacto ambiental de diferentes destinos para um determinado resíduo especificamente (reciclagem x compostagem de papel).

AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV)

Ferramenta também útil para:

Desenvolvimento de produtos;

Escolha de tecnologias;

Identificação da fase do Ciclo de Vida em que os impactos ocorrem;

Seleção de indicadores ambientais relevantes para avaliação de projetos;

Reformulação de produtos ou processo.

AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV)

Como ferramenta de gestão, proporciona:

Auxilia o gerenciamento e a tomada de decisão na estratégia ambiental da empresa

Muitas vezes acredita-se que determinada prática é ambientalmente correta, quando na verdade não é.

Permite uma análise completa de um determinado sistema.

LEGISLAÇÃO DA ACV

Normas Descrição

ISO 14.040 Avaliação do ciclo de vida - princípios e estruturas

ISO 14.041Avaliação do ciclo de vida - objetivos e escopo, definições e análise de

inventários

ISO 14.042 Avaliação do ciclo de vida - avaliação de impacto de ciclo de vida

ISO 14.043Avaliação do ciclo de vida - interpretação dos resultados de um estudo

de avaliação do ciclo de vida

ISO 14.044 Avaliação de ciclo de vida - requisitos e orientações

ISO/TR 14.047Avaliação de ciclo de vida - exemplos para a aplicação na norma ISO

14.042

ISO/TR 14.049Avaliação de ciclo de vida - exemplos para a aplicação na norma ISO

14.041

FASES DA ACV

• A equipe envolvida no projeto, avaliando o tipo de edificação, determina os objetivos da avaliação do ciclo de vida. Por exemplo, se os envolvidos optarem por investigar os impactos ambientais de um determinado sistema de isolamento térmico feito de algodão, terão de estudar, entre muitos outros fatores, como foi o cultivo desta matéria prima (consumo energético, uso de pesticidas, localização da plantação, etc) e comparar os resultados obtidos com outros sistemas de isolamento térmico alternativos.

1) Definição de objetivo e escopo

• Etapa para colher dados sobre os materiais e seus efeitos no meio-ambiente, por exemplo acidificação (chuva-ácida), excesso de nutrientes na água, degradação de florestas, desertificação, etc… Estas informações podem ser encontradas em bancos de dados (laboratórios de pesquisa e institutos por exemplo.)

2) Análise de inventário

FASES DA ACV

• Este processo caracteriza-se pelos seguintes passos: classificação, caracterização, normalização, agrupamento e ponderação e finalmente interpretação. O inventário (etapa 2 citada) representa o fluxo total, já a avaliação dos impactos “coloca este fluxo em escala”, para analisar com maior detalhes e poder quantifica-lo

3) Avaliação de impacto

• Trata-se da conclusão de todos este processo. Conforme vimos acima, cada estudo contempla bancos de dados e considera a análise de impacto ambiental, ou seja, a consistência e veracidade da ACV depende totalmente dos dados encontrados no inventário e dos passos da equipe para avaliação dos impactos.

4) Interpretação

TIPOS DE ACV

Avaliação Ciclo de Vida (ACV)

Avaliação de Ciclo de Vida Energético (ACVE)

Avaliação de Ciclo de Vida de Emissões de CO2 (ACVCO2)

Avaliação Social de Ciclo de Vida (ASCV)

Avaliação do Ciclo de Vida do Produto (ACVP)

EXEMPLO DE USO DO ACVE – para cálculo de emissões CO2

Objetivo Estimar os índices de emissões de CO2eq em 20 edificaçõesconstruídas na cidade do Recife/PE utilizando ACVE, ecomparar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) dediferentes métodos construtivos para identificar osprocedimentos menos poluentes.

FASE 1

Ciclo de vida EnergéticoFonte: TAVARES, 2006

Escopo: Avaliação de Ciclo de Vida Parcial Energético

EXEMPLO DE USO DO ACVE – para cálculo de emissões CO2

FASE 1

METODOLOGIA

Delineamento da Pesquisa

O objetivo da pesquisa é realizar múltiplos estudos de casos e relacionar as emissões equivalentes de CO2 com as técnicas construtivas utilizadas de cada empreendimento.

Escolha dos empreendimentos

com diferentes métodos

construtivos

Levantamento das etapas e serviços

por meio do programa SAP

Levantamento dos materiais

consumidos por subsistema de

construção

Levantamento das emissões de CO2 eq

por materiais e serviços

Comparar emissões entre

sistemas construtivos

diferentes

Calcular indicadores gerais com a realidade

local

SUBSISTEMASSERVIÇOS PRELIMINARESMOVIMENTO DE TERRAFUNDAÇÃOESTRUTURAALVENARIAIMPERMEABILIZAÇÃOREV. DE PISOREV. DE PAREDEREV. DE TETOREV. EXTERNOESQUADRIASVIDROSINSTALAÇÕESPINTURADIVERSOSSEGURANÇA DO TRABALHO

O levantamento de emissão dos GEE será baseada na metodologia de Tavares (2006), relatórios do IPCC e do Balanço Energético Nacional (BEN) (EPE, 2017)

Insumos energéticos

• utilizados nos processos de fabricação dos materiais de construção (%)

Geração de CO2

• por uso de fontes combustíveis

Emissão de CO2

• na fabricação dos materiais de construção

ANÁLISE DE INVENTÁRIO – FASE 2

Onde:Gm = Geração de CO2 por fontes de energia (Kg CO2/GJ)

Cem = Consumo energético de material de construção por fontes de energia (%)

EEm = Energia Embutida de material de construção (MJ/Kg)

Para o cálculo de CO2 eq emitido propriamente é preciso utilizar os valores de

Energia Embutida (EE), junto com dados geração de CO2 por fontes de energia e

os insumos energéticos utilizados para cada material de construção. Com esses

dados basta aplicá-los na equação abaixo para calcular o CO2 emitido.

ANÁLISE DE INVENTÁRIO – FASE 2

Percentual de insumos energéticos

MATERIAIS

FONTES ENERGÉTICAS

NÃO RENOVÁVEIS RENOVÁVEIS

ÓLE

O D

IESE

L E

CO

MB

UST

ÍVEL

S N

ATU

RA

L

GLP

CO

QU

E D

E P

ETR

ÓLE

O

OU

TRA

S SE

CU

ND

ÁR

IAS

DE

PET

LEO

CA

RV

ÃO

MIN

ERA

L

CO

QU

E D

E C

AR

O

MIN

ERA

L

ELET

RIC

IDA

DE

CA

RV

ÃO

VEG

ETA

L

LEN

HA

OU

TRA

S FO

NTE

S P

RIM

. R

ENO

VEI

S

OU

TRA

S

AÇO E FERRO 1 6 45 10 19 19

ALUMÍNIO 17 13 55 15

COBRE 10 20 5 60 5

CONCRETO 25 15 10 30 20

IMPERMEABILIZANTE 5 30 3 30 2 30

MADEIRA 5 3 2 8 82

VIDRO 2 60 10 28

Fonte: Autor com dados de Tavares e Bragança (2016) e Balanço Energético Nacional (EPE, 2017)

ANÁLISE DE INVENTÁRIO – FASE 2

GERAÇÃO DE CO2 POR FONTES COMBUSTÍVEIS

Fonte: Autor com dados de Tavares e Bragança (2016) e IPCC (2006)

FONTECO2 (Kg/GJ)

ELETRICIDADE 42,2 ÓLEO COMBUSTÍVEL 74,1 COQUE DE PETRÓLEO 97,5 GÁS NATURAL 56,1 GLP 63,1

COQUE DE CARVÃO MINERAL 107,0

CARVÃO MINERAL 94,6 CARVÃO VEGETAL 33,6 BIODIESEL 70,8 ALCOOL COMBUSTÍVEL 70,8 OUTRAS FONTES PRIM. FÓSSEIS

73,3

OUTRAS 87,0

MATERIAIS EE (MJ/kg)

AÇO E FERRO 35,0

ALUMÍNIO 155,0

CAL 3,0

CERÂMICA VERM. 5,0

CHAPA DE COMPENSADO 8,0

CIMENTO 4,5

COBRE 75,0

CONCRETO 1,2

FIBROCIMENTO 6,0

IMPERMEABILIZANTES 90,0

VIDRO 18,5

Fonte: Autor com dados de Tavares e Bragança (2016)

ÍNDICES DE ENERGIA EMBUTIDA DOS MATERIAIS

CO2(Aço) =(42,2x0,10 + 74,1x0,01 + 56,1x0,06 + 107x0,45 + 33,6x0,19 + 87x0,19)×35,0

1000= 2,73 kgCO2/kg de

aço

Fonte: Autor

Relatório de material requisitado pelo SAP

ITEM ORÇ.FORNECEDOR/CENTRO

FORNECEDORCÓD. MAT.

MATERIAL UND QTD DT.REMESSA

SERV. PREL.4503053 - JOSEANGELA SILVA DE SANTANA

105390 PO PEDRA FINO m³ 120,00 06/06/2014

SERV. PREL.4500187 - GUARANY SIDERURGIA

109171 BRITA 25 To 60,00 20/01/2012

FUNDAÇÃO4503093 - GERDAU ACOMINAS S/A

105208PERFIL METALICO H A572 HP310X110 -12M

Kg 7.920,00 16/01/2012

ESTRUTURA 4500251 - ULTRA LTDA 101854CIMENT PORTLAND CP II Z 32 KG

Kg 100.000,00 04/03/2013

ALVENARIA4503000 - MASSA PRONTA PRODUTOS SERVICOS

100337ARGAM IND PRONT ALVEN TRAC-MD

Kg 90.000,00 14/02/2014

ALVENARIA4500660 - MARIO HENRIQUE DE MATTOS

100694BLOC CERAM 08 FUROS PALETIZADO

Und 70.560,00 08/04/2013

Os empreendimentos selecionados somam 100.450 solicitações de insumos englobando7510 códigos de materiais e serviços. Desse montante, 1593 tinham os Fatores deEmissão e Energia Embutida encontrados na bibliografia.

ANÁLISE DE INVENTÁRIO – FASE 2

CÁLCULO DAS EMISSÕES COM TRANSPORTE

OBRA D

ENDEREÇO DA OBRA: RUA DONA MARIA CAROLINA 661 RECIFE PE DIST. ENDEREÇO DIST. CEP

Fornecedor CEP EndereçoIda (Km)

Volta (Km)

Ida + Volta

Ida (Km)

Volta (Km)

Ida + Volta

Distância Percorrida (Km)

4500251 ULTRA LTDA 51010-660RUA JOSE MARIANO FILHO 13

5,1 4,8 10,0 5,0 5,1 10,1 10,0

4503101 MAD CENTRO LTDA-ME

52071-250AVENIDA DOUTOR EURICO CHAVES 981

18,2 17,3 35,6 14,2 17,8 32,0 35,6

4503062 ARMAZEM CORAL LTDA

50020-550 RUA DA PRAIA 103 8,6 8,8 17,3 8,3 8,7 17,0 17,3

4503044 C M B DE MELO - ME

50710-100 RUA REAL DA TORRE 1321 10,7 11,3 21,9 10,2 9,3 19,5 21,9

4503006 UNIFERRO LTDA

51200-000AV MAL MASCARENHAS DE MORAIS 4000

3,2 2,8 6,0 4,2 3,8 8,1 6,0

DISTÂNCIAS ENTRE ENDEREÇOS PELO GOOGLE MAPS API

ANÁLISE DE INVENTÁRIO – FASE 2

Fonte: Autor a partir de Costa (2012)

TIPOS DE VEÍCULOS UTILIZADOS NO TRANSPORTE DOS MATERIAIS

Tipo de transporteCapacidade máxima (t)

Consumo (l/t/km)

FE - Óleo Diesel

(kgCO2/l)

FE - Capacidade máx. caminhão

(kgCO2/t/km)

Caminhão leve 7 0,0446 3,16 0,140936

Caminhão médio 13 0,0347 3,16 0,109652

Caminhão semipesado

26 0,0196 3,16 0,061936

Caminhão pesado 45 0,0121 3,16 0,038236

Navio 2.104 0,0050 3,16 0,015800

Todos os materiais tiveram o tipo de transporte classificado.

CÁLCULO DAS EMISSÕES COM TRANSPORTE

ANÁLISE DE INVENTÁRIO – FASE 2

Na lista dos dez setores industriais que mais consomem energia no Brasil, seis

deles estão ligados à Indústria da Construção Civil (TAVARES, 2006)

É responsável por 30 % das emissões de carbono, sendo que o parque

edificado consome 42 % da energia produzida (JALALI;

TORGAL, 2010)

Esses setores em conjunto utilizam 75%

de fontes não renováveis (TAVARES,

2006)

AVALIAÇÃO DE IMPACTO – FASE 3

Impactos ambientais do setor da construção

Cimento CerâmicaMetais não ferrososAçoQuímica Mineração

Potencial de redução

de 70 para 32 GtCO2

em 2030 (MCKINSEY &

COMPANY, 2009)

Política Nacional de

Mudanças Climáticas

definido pelo Decreto nº

12.187/2009 que

estabelece uma meta de

redução de CO2 para

2020.

Criação de iniciativas

internacionais para

controle de emissão

de GEE na atmosfera

70 Bilhões de tCO2EQ emitidos até 2030 (MCKINSEY & COMPANY, 2009)

Aumento de 8,9% das emissões de CO2 no Brasil em 2016 (ALBUQUERQUE, 2017)

AVALIAÇÃO DE IMPACTO – FASE 3

METAS DE REDUÇÃO DE GEELei Federal nº 12.187/2009 2020 – 36,1% a 38,9%

Rio de Janeiro - Decreto nº 31.414/2009 2020 – 20%

São Paulo - Lei Municipal nº 14.933/2009 2020 – 30%

Recife - Lei Municipal nº 18.011/2014 baseando-se na legislação de São Paulo, exige controle de

emissões de empreendimentos que possuem uma quantidade considerável de emissões de GEE

AVALIAÇÃO DE IMPACTO – FASE 3

AVALIAÇÃO DE IMPACTO – FASE 3

Fonte: IPCC (2014)

Fenômeno do Efeito Estufa – Redução dos GEE até 2050 para limitar o aumento em 1.5 graus na temperatura

AVALIAÇÃO DE IMPACTO – FASE 3

RESULTADOS – EMISSÕES DE FUNDAÇÕES

• Somatório médio de cravaçãodas estacas

• Estacas de argamassa:1.659,52 m

• Estacas metálicas: 8.280,28 m

• Estacas hélice contínua:2.620,41 m

• Ao analisar os índices com baseno somatório das profundidadesdas estacas cravadas, as estacastipo hélice contínua passam a sero tipo de fundação com maioremissão de CO2.

Tipo de fundaçãon° de

obras

Emissão

média

(kgCO2)

Índice

(kgCO2/m²

de

construção)

Índice

(kgCO2/m

de estaca)

Superficial

(Sapatas)1 307.753,37 41,21 -

Melhoramento de

solo1 308.608,85 54,90 185,96

Metálica 8 2.588.355,46 124,18 343,29

Hélice contínua 10 1.140.749,38 82,44 445,76

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS – FASE 4

RESULTADOS – EMISSÕES DE ESTRUTURA

• Construção dos elementosestruturais que sustentam edão estabilidades à edificação;

• Índice médio 1.110,54kgCO2/m³ por volume deestrutura;

• CV de 23,05% (médiadispersão de dados);

• Tendência, não expressiva, deaumento do índice de emissãoà medida em que a taxa de açodas estruturas aumentam.

y = 5,2089x + 555,8R² = 0,0835

600,00

800,00

1.000,00

1.200,00

1.400,00

1.600,00

1.800,00

85,00 105,00 125,00

kgC

O2

/m³

de

est

rutu

ra

Taxa de aço (kg/m³)

Estrutura

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS – FASE 4

-

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

Alvenaria / Fechamento KgCO2 Transporte/ m²KgCO2 / m² deAlvenariaMédia

RESULTADOS – EMISSÕES DE ALVENARIA / FECHAMENTO

Tijolo (periferia) / Bloco de gesso

(interna)

Tijolo cerâmico

19,21

33,85

• Algumas obras utilizaram alvenaria em bloco de gesso nas vedações internas do apartamento;

• Redução de 43,25% em relação ao bloco cerâmico convencional;

• O transporte corresponde a 26,37% das emissões das obras que utilizam bloco de gesso como vedação interna;

• O transporte corresponde a 4,51% das emissões da alvenaria sem bloco de gesso;

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS – FASE 4

RESULTADOS – EMISSÕES DE REVESTIMENTO EXTERNO

• 117,66 kgCO2/m² de fachada (sem vidro)

• 101,25 kgCO2/m² de fachada (com vidro)

Cerâmica (16 obras)

• 76,29 kgCO2/m² de fachada (sem vidro)

• 64,16 kgCO2/m²de fachada (com vidro)

Cerâmica/Pele de vidro (2 obras)

• 28,04 kgCO2/m² de fachada (sem vidro)

• 40,15 kgCO2/m² de fachada (com vidro)

Pele de vidro/ACM (1 obra)

• 29,73 kgCO2/m² de fachada (sem vidro)

• 26,73 kgCO2/m² de fachada (com vidro)

ACM (1 obra)

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS – FASE 4

- 36,63%

- 60,35%

- 73,60%

EMISSÕES POR FASE DE OBRA

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Ob

ra A

Ob

ra B

Ob

ra C

Ob

ra D

Ob

ra E

Ob

ra F

Ob

ra G

Ob

ra H

Ob

ra I

Ob

ra J

Ob

ra K

Ob

ra L

Ob

ra M

Ob

ra N

Ob

ra O

Ob

ra P

Ob

ra Q

Ob

ra R

Ob

ra S

Ob

ra T

Fundação

Estrutura

Alvenaria

Rev. Externo

Rev. Parede

Instalações

Rev. Piso

Fase de Estrutura

Fase de Fundação

Fase de Acabamento

EMISSÕES POR FASE DE OBRA

SERV. PREL.0,20%

MOV. DE TERRA0,06%

FUNDAÇÃO15,26%

ESTRUTURA42,65%

ALVENARIA6,28%

IMPERMEABILIZAÇÃO1,26%

REV. DE PISO7,69%

REV. DE PAREDE7,10%

REV. DE TETO0,44%

REV. EXTERNO14,59%

ESQUADRIAS0,13%

VIDROS0,53%

INSTALAÇÕES3,21%

PINTURA0,55%

DIVERSOS0,01%

SEG. DO TRABALHO

0,03%

• Metades dos subsistemas

concentram 98,04% das gerações

de CO2eq (fundação, estrutura,

alvenaria, impermeabilização, rev.

de piso, rev. de parede, rev.

externo e instalações);

• Fase de Fundação (movimento de

terra e fundações): 15,32%

• Fase de Estrutura (estrutura e

alvenaria): 48,93%

• Fase de acabamento: 35,51%

• Atividades indiretas (serviços

preliminares e segurança do

trabalho): 0,24% das emissões

finais.

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS – FASE 4

EMISSÕES GERAIS DAS OBRAS

-

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

700,00

800,00

900,00

ObraA

ObraC

ObraE

ObraG

ObraI

ObraK

ObraM

ObraO

ObraQ

ObraS

Obra

KgCO2 Transporte / m² de construção

KgCO2 / m² de construção

Média

Tipo de uso n° de obrasEmissão média

(kgCO2)

Índice

(kgCO2/m²)

Residencial 14 9.201.271,60 624,99

Hotel / flat 4 12.151.389,66 656,55

Empresarial 2 7.804.543,95 497,11

618,52

• Índice médio 618,52 kgCO2/m² de construção;

• Transporte representa 5,35% das emissões finais, com quilometragem média percorrida pelo veículos de 1.177.150,50 km em 2.617,30 viagens

• CV de 17,08% (média dispersão de dados);

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS – FASE 4

EMISSÕES GERAIS DAS OBRAS

y = 623,65x - 178571R² = 0,9172

-

5.000.000

10.000.000

15.000.000

20.000.000

25.000.000

30.000.000

35.000.000

- 20.000 40.000 60.000

Emis

são

kgC

O2

Área de construção

Emissão geral

y = 0,335x + 252043R² = 0,9284

-

5.000.000

10.000.000

15.000.000

20.000.000

25.000.000

30.000.000

35.000.000

- 40.000.000 80.000.000

Emis

são

kgC

O2

Custo direto de construção

Emissão geral

Independente dos métodos construtivos utilizados, há uma forte relação entre área construída e custo de construção nas emissões finais dos edifícios, com 91,72% e 92,84% dos GEE podendo ser justificados por esses parâmetros respectivamente.

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS – FASE 4

-

1.250.000

2.500.000

3.750.000

5.000.000

6.250.000

7.500.000

- 650.000

1.300.000 1.950.000 2.600.000 3.250.000 3.900.000 4.550.000

SER

V. P

REL

.

MO

V. D

E TE

RR

A

FUN

DA

ÇÃ

O

ESTR

UTU

RA

ALV

ENA

RIA

IMP

ERM

EAB

ILIZ

ÃO

REV

. DE

PIS

O

REV

. DE

PA

RED

E

REV

. DE

TETO

REV

. EX

TER

NO

ESQ

UA

DR

IAS

VID

RO

S

INST

ALA

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ES

PIN

TUR

A

DIV

ERSO

S

SEG

. DO

TR

AB

ALH

O

Cu

sto

de

co

nst

ruçã

o

Emis

sõe

s kg

CO

2

Emissões x Custo

Emissões Custo médio

• Correlação entre os dados de 77,06%;

• Exceção de instalações e esquadrias devido aos valores onerosos de insumos com cargas reduzidas.

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS – FASE 4

CONCLUSÕES

Metade dos subsistemas, ligados a infraestrutura, concentram 98,04% das emissões totais de GEE.

Identificação de sistemas construtivos menos poluentes com mesma funcionalidade.

Encontrou-se uma forte relação entre emissões de GEE com área construída e custo das edificações, independentemente dos sistemas construtivos utilizados.

ATIVIDADE PROPOSTA

Pesquisar e fazer um resumo de artigo de periódico que utilize metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida.

- Se possível, estar alinhado com seu tema para artigo/projeto da disciplina.

Entrega: 02/10/2018.

ALBUQUERQUE, F. Emissão de gases de efeito estufa no país aumenta 8,9% em 2016. EBC Agência Brasil. São Paulo, 25 out. 2017. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-10/emissao-de-gases-de-efeito-estufa-aumenta-no-pais>. Acesso em: 02 nov. 2017

BRASIL. Lei Nº 12.187, de 29 de Dezembro de 2009. Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC, e dá outras providências . Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12187.htm>. Acesso em: 17 out. 2017.

EPE – Empresa de Pesquisa Energética (Brasil) – Banlanço Energético Nacional 2017: Ano base 2016. Rio de Janeiro, 2017

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JALALI, S.; TORGAL, F. P. A Sustentabilidade dos Materiais de Construção. 2ª ed. Universidade do Minho: Tecminho, 2010. 400 p.

MCKINSEY & COMPANY. Caminhos para uma economia de baixa emissão de carbono no Brasil. São Paulo: McKinsey & Company, 2009. Disponível em: <http://www.previ.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=2C9FBE594224639E01424C7E094E51D0>. Acesso em: 13 jun. 2016.

REFERÊNCIAS

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TAVARES, Sérgio Fernando. Metodologia de análise do ciclo de vida energético de edificações residenciais brasileiras. Florianópolis, 2006. 225 p. Tese (Doutorado em Tecnologia). Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.

REFERÊNCIAS