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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL
Análise Comparativa da Rentabilidade Económica de Hortícolas entre
Produtores Beneficiários e Não Beneficiários dos Serviços de Extensão
Agrícola: Caso de Produtores da Localidade de Mapinhane na Campanha
2014 -2015
Curso de Licenciatura em Economia Agrária
Elton Mauro Mube
Vilankulo, Setembro de 2016
Elton Mauro Mube
Análise Comparativa da Rentabilidade Económica de Hortícolas entre
Produtores Beneficiários e Não Beneficiários dos Serviços de Extensão
Agrícola: Caso de produtores da localidade de Mapinhane na Campanha
2014-2015
Trabalho de Culminação de Curso a submeter no
Departamento de Sociologia Rural da Escola
Superior de Desenvolvimento Rural (ESUDER) -
Universidade Eduardo Mondlane, para obtenção
do grau de Licenciatura em Economia Agraria.
Supervisor:
Engo. Raitone Armando
ESUDER-UEM
Vilankulo
2016
Índice
Conteúdo Páginas
DECLARAÇÃO DE HONRA ......................................................................................................... i
DEDICATÓRIA ............................................................................................................................. ii
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................. iii
LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................................................... iv
LISTA DE TABELAS, FIGURAS E QUADROS .......................................................................... v
LISTA DE APÊNDICES E ANEXOS ........................................................................................... vi
RESUMO ..................................................................................................................................... vii
CAPITULO I: INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1
1.1.Contextualização ....................................................................................................................... 1
1.2. Problema de estudo ................................................................................................................... 2
1.2.Justificativa ................................................................................................................................ 4
1.3.1. Objectivos .............................................................................................................................. 5
1.3.1.1.Geral: ................................................................................................................................... 5
CAPITULO II:REVISAO BIBLIOGRAFICA .......................................................................... 6
2.1.Conceitos básicos ...................................................................................................................... 6
2.1.1. Extensão rural ........................................................................................................................ 6
2.1.2.Extensão agrícola .................................................................................................................... 7
2.1.3. Hortícolas ou hortaliças ......................................................................................................... 7
2.1.4. Rentabilidade ......................................................................................................................... 8
2.2. Procedimento para análise de rentabilidade económica ........................................................... 8
2.3. Rentabilidade económica na área agrícola ............................................................................. 13
2.4. Estratégias rumo a produção e produtividade agrícola em Moçambique ............................... 14
2.5. Extensão Agrícola na agricultura familiar .............................................................................. 16
2.5.1. Visão geral da extensão agrícola ......................................................................................... 16
2.5.2. Visão da extensão agrícola a nível de Moçambique ........................................................... 16
2.5.3. Dinâmica da extensão agrícola a nível do distritode Vilankulo .......................................... 18
2.6. Principais métodos de extensão agrícola ................................................................................ 19
2.6.1. Escola na machamba do camponês ..................................................................................... 19
2.6.2. Dia do campo ....................................................................................................................... 19
2.6.3. Camponês de contacto ......................................................................................................... 20
2.6.4. Campo de demonstração dos resultados .............................................................................. 20
CAPITULO III: METODOLOGIA .......................................................................................... 21
3.1. Descrição da área de estudo.................................................................................................... 21
3.1.1.Clima .................................................................................................................................... 21
3.1.2.Solos e Hidrografia ............................................................................................................... 21
3.1.3.Situação económica .............................................................................................................. 22
3.1.3.1. Agricultura e comércio ..................................................................................................... 22
3.2.Amostra da população ............................................................................................................. 22
3.2.1. Amostragem probabilística estratificada proporcional ........................................................ 22
3.2.2.Tamanho da amostra ............................................................................................................. 23
3.2.3.Colecta de dados ................................................................................................................... 25
3.2.4. Revisão bibliográfica ........................................................................................................... 25
3.2.5. Entrevista semiestruturada ................................................................................................... 25
3.2.6. Observação assistemática .................................................................................................... 26
3.2.7.Análise de dados ................................................................................................................... 26
3.2.7.1. Variáveis para a análise dos dados. .................................................................................. 26
3.2.7.2.Enquadramento das variáveis nos estratos de análise ....................................................... 27
CAPITULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 29
4.1. Calculo dos indicadores económicosde produção de hortícolas ............................................ 29
4.1.1. Analise dos custos de produção nos agricultores BFEA e NBFEA .................................... 29
4.1.2. Análise das receitas de produção de hortícolas ................................................................... 32
4.1.3.Determinação dosLucros das principais culturas ................................................................. 33
4.2. Avaliação da rentabilidade económica das principais hortícolas dos produtores BFEA e
NBFEA através dos indicadores económicos. ............................................................................... 35
4.2.1. Avaliação da margem bruta (MB) e o rácio custo-beneficio (RCB) ................................... 35
4.2.2. Avaliação da taxa de retorno de investimento sobre os custos operacionais [TRICO ........ 36
5.1. CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 38
5.2.Recomendações ....................................................................................................................... 39
CAPITULO. VI. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 41
i
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Elton Mauro Mube declaro por minha honra que esta obra é inteiramente da minha autoria,
e que toda informação de outros autores está devidamente referenciada no capítulo das
referências bibliográficas!
Vilankulo, aos____de___________ 2016
_____________________________________
(Elton mauro Mube)
ii
DEDICATÓRIA
Dedico esta obra, a toda família Mube, em especial aos meus pais, Constantino Francisco Mube e
a Milagrosa Quive Mube.
iii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus todo-poderoso,pela bênção e protecção ao longo desta vida
Ao meu supervisor engenheiro Raitone Armando, que de forma profissional vêm-me ensinando
através da supervisão, prática e objectiva me encaminhando com objectivos bem definidos até a
um bom porto!
Agradeço a minha família por estar sempre por perto nos bons e maus momento, pelo apoio e
atenção incondicional que me proporcionam especialmente aos meus pais e meus avos por terem-
me criado nas condições favoráveis, agradeço aos meus irmãos (Flista Mube, Donaldo Mube,
Inolencia Mube) pelo companheirismo que me dão, mesmo distante mantemo-nos por perto.
Direcciono um especial obrigado ao Mano Sílvio Chiau, ao Mano Ângelo Tivane, Mano Dinárico
Simango que acreditaram no meu potencial e me apoiaram desde o princípio desta batalha
académica até ao fim.
Agradeço a minha tia Cristina Mube Chongo por me apoiar nas minhas decisões, ao meu tio Beto
ou Feliz Mube por fazer parte da minha vida e da vida dos meus irmãos nos proporcionando
momentos únicos como sobrinhos, muito obrigado tio por tudo!Agradecer aos meus amigos que a
vida académica direccionou-me: Francisco Muchanga, Anatércio Noé Novele, Acácio António
Manhique, a Tânia Julião Chelene, Abílio Zita, Vânia Imaculada Ndimande, a Jéssica Juvêncio
Vilankulo, Lú, Lidasse Machine, Siabra António Da Silva e todos meus amigos pela amizade,
pelos bons e maus momentos que no dia-a-dia enfrentamos lado-a-lado durante a formação.
““Muito Obrigado a todos””
iv
LISTA DE ABREVIATURAS
BFEA Beneficiários de Extensão Agrícola
CF Custo Fixo
CT Custo Total
CVT Custo Variável Total
CVT Custo Variável Total
DNEA Direcção nacional de extensão agrária
ECM Escola Na Machamba Do Camponês
EDR Estrategas de Desenvolvimento Rural
EN1 Estrada Nacional Numero 1
ESUDER Escola Superior de Desenvolvimento Rural
FDC Fundo de Desenvolvimento da Comunidade
GDV Governo do Distrito Vilankulo
GoM Governo de Moçambique
MADER Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural
MAE Ministério de Administração Estatal
MB Margem Bruta
MICOA Ministério Para a Coordenação da Acção Ambiental
MINAG Ministério da agricultura
ML Margem Liquida
NBFEA Não Beneficiário de Extensão Agrícola
PAPA Plano de acção para produção de alimentos
PARP Plano de Acção de Redução da Pobreza
PEDSA Plano estratégico para o desenvolvimento do sector agrário
PROAGRI Programa agrícola do governo
RCB Rácio-Custo-Beneficio
SDAE Serviços distritais das actividades económicas
TIA Trabalho de inquérito agrícola
TRICO . Taxa retorno de investimento
VP Valor de Produção
v
LISTA DE TABELAS, FIGURAS E QUADROS
Lista das Tabelas
Tabela: no1: Análise descritiva dos custos de produção de Hortícolas………….…….........…....29
Tabela: no 2:Peso dos custos de produção aos agricultores. ………...…….….…………….…....31
Tabela: no3: Determinação das receitas………………………………………,.…...………….....32
Tabela: no4: Análise dos lucros de hortícolas…………………………………………………….35
Tabela: no6: indicadores de avaliação da rentabilidade económica………...…….……..…..…....36
Quadros
Quadro no 1: Demostração do cálculo de tamanho da amostra……….…….…………..….…….24
Quadro no 2: Determinação dos estratos da pesquisa…………….…….……..….……...……….25
vi
LISTA DE APÊNDICES E ANEXOS
Apêndices
Tabela no1: Cálculo dos custos Pesticidas, sementes, Fertilizantes……………….……...….……I
Tabela no2:Cálculo dos custos com, a preparação do solo, MOS ®a……….…………….….II
Tabela no 3: Cálculo do valor da produção por área ocupada……………………………..….….III
Tabela no 4: Determinação do orçamento da produção de Hortícolas…………….………...…...IV
Tabela no 5: Custo Fixo de produção de Hortícolas…………………………...….………...…….V
Anexos
Anexo no2: Mapa do Distrito de Vilankulo………………………………….………………..….VI
vii
RESUMO
Neste trabalho apresenta-se conteúdos que realçam sobre Análise da Rentabilidade Económica
das principais hortícolas produzidas na localidade de Mapinhane, no Distrito de Vilankulo, na
qual foi feita análise do ponto de vista quantitativo e comparativo entre o grupo de produtores
que produzem com assistência dos serviços de extensão agrícola e agricultores que não são
assistidos pela extensão, analisando na campanha agrícola 2014-2015 quanto ao horizonte
temporal. Com este trabalho pretende-se analisar o valor de produção, o custo de produção e os
níveis de rentabilidade das principais culturas hortícolas tais como o tomate, o repolho e o pepino
comparativamente entre os estratos beneficiários de extensão (BFEA) e não beneficiários
(NBFEA). Com recurso ao inquérito no qual constaram perguntas do âmbito semiestruturado
direccionados as famílias camponesas, aos Serviços Distrais das Actividades económicas de
distrito de Vilankulo representados na localidade de Mapinhane, foi possível colher informações
que permitiram avaliar comparativamente a situação líquida dos produtores da localidade. Os
resultados obtidos no campo indicaram que produzir tomate e repolho nesta localidade têm
produtividades aceitáveis sobre a área ocupada, e permitiu alcançar um lucro no valor de
5150715 MT e 353938.2MT, os rácios custo-beneficio foram avaliados em 40.84% e 4.68% para
os produtores beneficiários numa área de 3ha para o tomate e 1ha para o repolho
respectivamente, o que indicou rentabilidade para estas culturas. Os produtores não beneficiários
por outro lado, tiveram um lucro no valor de 4875477MT e 221766MT, com rácios avaliados em
30.63%, 3.70% para uma área similar no tomate e 0.5Ha para o repolho, em que o lucro mostrou
valores menores. Os resultados obtidos permitiram concluir, que a produção de pepino nesta
localidade não é rentável para todos agricultores seja BFEA ou NBFEA porém os produtores não
beneficiários dos serviços de extensão agrícola apresentam melhorias no RCB.
PALAVRAS-CHAVES: Produção, Rentabilidade, Extensão agrícola, Hortícolas, Mapinhane
Análise Comparativa da Rentabilidade Económica de Hortícolas entre Produtores Beneficiários e Não Beneficiários
dos Serviços de Extensão Agrícola na Localidade de Mapinhane
Elton Mauro Mube Licenciatura em Economia Agrária Página 1
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.1.Contextualização
Moçambique possui um grande potencial, para a médio e longo prazos desenvolver uma
agricultura que assegura um crescimento sustentável, apesar do fraco desenvolvimento da
agricultura no país. O facto do sector agrário em Moçambique, ser constituído essencialmente
pelo sector familiar, um factor que contrasta com a estrutura dualista que apresentam outros
países, cria algumas dificuldades, mas também, apresenta varias oportunidades de promover uma
estratégia de crescimento a favor dos pobres, enfatizando a necessidade de transformação da
agricultura do sector familiar (SITOE, 2005).
Onde essas transformações por si só sugerem a necessidade de adopção de um modelo de
desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, que deve ser alicerçado sobre; o
crescimento económico e a segurança alimentar, sendo necessário que sejam adoptadas
deliberadamente estratégias que visam promover essa transformação da economia familiar de
subsistência e de baixo rendimento para uma agricultura mais integrada, orientada para criação
de emprego, auto-suficiência alimentar, produção de matéria-prima para indústria nacional e
exportação. (NEGRAO,2002).
E segundo O SITOE, (2005) é o estado que deve apoiar a transformação gradual dos produtores
de subsistência em produtores comerciais, que deve encorajar e consolidar o surgimento de
grupos associativos, como forma privilegiada e estratégica a de organização de produtores,
melhorar as habilidades técnicas e o nível de organização dos produtores, apostar na
diversificação de culturas como forma de resposta aos sinais do mercado e viragem para uma
agricultura mais comercial, e estimular o agro-processamento local.
A realidade do processo de transformação do sector agrícola familiar do ponto vista local
(Distrito) ainda está aquém do desejar, uma vez que se notabiliza de antemão a incapacidade na
abrangência dos serviços de extensão rural, que ainda são limitados, sendo que de um total de
128 distritos no país, apenas 55 estão cobertos por serviços públicos de extensão; apesar dos
reforços que estes serviços recebem da contribuição das ONGs a sua cobertura ainda é
relativamente fraca (TIA,2002).
Análise Comparativa da Rentabilidade Económica de Hortícolas entre Produtores Beneficiários e Não Beneficiários
dos Serviços de Extensão Agrícola na Localidade de Mapinhane
Elton Mauro Mube Licenciatura em Economia Agrária Página 2
O presente trabalho procurou focalizar o seu estudo na localidade de Mapinhane, por ser esta
zona abrangida pela produção agrícola familiar na sua maioria, e nesta zona, actuam os
programas de promoção e o apoio ao sector da produção agrícola, sobretudo na horticultura
familiar que desperta um interesse para uma analise da rentabilidade de hortícolas entre o grupo
de produtores que é abrangido e os que simplesmente produzem sem orientação técnica através
dos serviços de extensão rural do SDAE, que devem ser visto de acordo com o PROAGRI II
(2005-2009) como um importante instrumento de apoio ao desenvolvimento rural, e que
constitua uma estratégia para minimizar os riscos e a vulnerabilidade alimentar que muitas
famílias rurais enfrentam devido à situação de pobreza e sobretudo à fraca produtividade da
agricultura de subsistência.
E porque para muitas famílias a produção e comercialização de produtos hortícolas nesta
localidade constitui uma fonte de rendimento nos tempos em que esta cultura e lançada (época
fresca),há que clamar pelos retornos dos valores investidos neste processo seja para um produtor
benificiário ou não de Extensão agrícola. Dai que um estudo comparativo da rentabilidade de
hortícolas poderá proporcionar uma visão sobre a contribuição de assistência técnica de extensão
na produtividade, com o foco para produção de hortícolas.
1.2. Problema de estudo
A agricultura familiar em Moçambique constitui a actividade económica que ocupa grande parte
da população, podendo alcançar mais de 75% dos cidadãos nacionais (MOSCA, 2014).
Segundo a informação do trabalho de inquérito agrícola (TIA 2007), nas zonas rurais de
Moçambique, a agricultura familiar é constituída essencialmente por pequenas explorações,
aquelas que cultivam menos de 5 (ha); este sector concentra cerca de 99% das unidades agrícolas
(3.090.197 unidades familiares) e ocupa mais de 95% da área cultivada do país.
E de acordo com GoM (portal distrital de Vilanculos,2007) o posto administrativo de Mapinhane
apresenta um enorme potencial para a produção agrícola, e que maioritariamente é explorado em
pequenas unidades de terra com maior enfoque a mão-de-obra familiar, característica típica de
uma agricultura familiar, facto que confirma a informação do TIA.
Análise Comparativa da Rentabilidade Económica de Hortícolas entre Produtores Beneficiários e Não Beneficiários
dos Serviços de Extensão Agrícola na Localidade de Mapinhane
Elton Mauro Mube Licenciatura em Economia Agrária Página 3
Concretamente, na localidade de Mapinhane, a aposta na produção de hortícolas vem se tornando
uma realidade que domina a maioria, numa altura em que a horticultura revela uma dinâmica
encorajadora, com a prática de culturas com maior valor de procura nos mercados locais e de
vilanculos-sede. Por sua vez essa dinâmica tem sido estimulada pelos serviços de extensão rural,
no que diz respeito ao incentivo aos agricultores a se organizarem em associações ou comités,
facto que faz com que as tecnologias disseminadas ganhem alguma aderência no seio da
agricultura familiar (GDV, 2014).
Embora seja um facto real de que a produção de hortícolas nesta localidade vem merecendo
destaque nas principais actividades de obtenção da renda das famílias locais, a situação actual
dos relatórios dos serviços das actividades económicas do distrito de Vilianculos, apontam para
uma baixa produção de hortícolas, quando os dados referentes às últimas campanhas deste
período mostram uma evidente baixa produção, na qual em uma área de 21.801 (Ha) a produção
registada foi 153.500,3 (ton) na campanha 2011-2012, e na campanha seguinte 2012-2013, com
maior área de produção 23.496 (Ha), a produção baixou para 112.283,6 (ton) (SDAE, 2013).
Ainda que haja um consenso de que os esforços na produção de hortícolas tem sido massivos
nesta localidade, poucos acréscimos e significativos foram alcançados no período em análise,
podendo afirmar-se que a produção agrícola familiar na localidade de Mapinhane, ainda esta
aquém do desejar e caracterizada pela baixa eficiência, principalmente da produção de hortícolas,
que se expressa pela baixa produtividade, ocasionada pela queda irregular das chuvas, elevados
preços de obtenção de insumos que fazem com que o produtor não consiga adquirir os pesticidas,
originando perdas da produção devido a incidência de pragas e doenças.
Por sua vez, a baixa produção nesta localidade, leva a baixos retornos sob capital ou esforços
investidos no processo de produção das principais hortícolas, uma vez que perde-se o produto ou
não é comercializável devido a baixa qualidade. E aliado a este contexto surge a seguinte questão
de pesquisa; “Até que ponto os serviços de extensão agrícola contribuem para rentabilidade de
produção das principais hortícolas na localidade de Mapinhane?”
Análise Comparativa da Rentabilidade Económica de Hortícolas entre Produtores Beneficiários e Não Beneficiários
dos Serviços de Extensão Agrícola na Localidade de Mapinhane
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1.2.Justificativa
Segundo MOSCA (2009) a eficiência na produção e aumento da produtividade tem sido referido
como necessários para que a agricultura desempenhe os seus papéis no desenvolvimento do país,
e isso deve ser feito através da transformação estrutural da agricultura, que deve caracterizar-se
pelas seguintes principais mudanças: Maior intensificação da agricultura com o factor capital,
inclusivamente para a extensão das superfícies trabalhadas, e maior integração da agricultura nos
mercados; e aquisição de mais conhecimento e domínio técnico por parte dos agricultores seja
através da formação e qualificação dos recursos humanos, como através da aplicação dos
resultados da investigação e por meio da extensão rural.
E para GHIZELINI ( 2007), o aumento da produtividade e rentabilidade envolve a necessidade
de mudanças estruturais (sociais, políticas, económicas) e metodológicas; facto que exige aos
técnicos extensionistas que sejam educadores para poderem proporcionar mudanças na
agricultura da camada mais desfavorecida (agricultores familiares), onde a extensão pode ajudar
aos produtores a aumentar a produção e produtividade da sua agricultura e, sobretudo gerar e
fortalecer sua autonomia e capacidade de iniciativa agrícola.
Aliado aos autores acima referenciados, a escolha deste tema reveste-se de maior relevância na
medida em que, o estudo se propõe a diagnosticar do ponto de visto comparativo envolvendo
dois estratos, as acções do Estado implementadas por meio da extensão rural, no intuito de
averiguar quais os problemas decorrentes da sua operacionalização junto aos pequenos
agricultores familiares da localidade de Mapinhane.
Com um maior enfoque saber sobre como está ser encaminhado o processo do alcance das
mudanças estruturais e metodológicas nos modos de produção agrícola das famílias das zonas
rurais que vem programado para que seja através dos serviços de extensão rural, referidos nos
princípios dos programas agrários, tais como EDR, PAPA, PROAGRI e PARPA I,II que tem
como um dos objectivos comuns e primordiais a promoção da agricultura familiar para uma
agricultura mais rentável, a que dê uma nova visão ao produtor familiar, para que este, por sua
vez melhore sua produção e produtividade, com vista a proporcionar melhores receitas das
campanhas agrícolas.
Análise Comparativa da Rentabilidade Económica de Hortícolas entre Produtores Beneficiários e Não Beneficiários
dos Serviços de Extensão Agrícola na Localidade de Mapinhane
Elton Mauro Mube Licenciatura em Economia Agrária Página 5
Assim, espera-se que a pesquisa no seu todo, na medida em que permitirá comparar, possa
influenciar a todos envolvidos, no sentido de concluir se a extensão agrícola tem contribuído
para melhoria da rentabilidade económica de hortícolas, e se essa melhoria difere daquela
alcançada pelos agricultores não abrangidos pelos serviços de extensão agrícola em particular os
da localidade de Mapinhane.
E um outro aspecto relevante na formulação deste tema é que as margens ganhas em virtude de
aderência destes serviços ou não, irão fornecer, quer ao produtor de hortícolas, a comunidade,
quer aos técnicos de extensão, a realidade do processo de transformação da agricultura referidos
nas estratégias de desenvolvimento rural, e avaliar a necessidade de expansão dos serviços de
apoio aos produtores familiares desfavorecidos, com vista a responder aos objectivos dos vários
planos de melhorias das condições de vida na zona rural.
1.3.1. Objectivos
1.3.1.1. Geral:
Comparar a rentabilidade económica de hortícolas entre os produtores familiares
beneficiários e não beneficiários dos serviços de extensão agricola.
1.3.1.2.
Calcular os indicadores económicos de rentabilidade na produção de hortícolas dos
produtores familiares beneficiários e não beneficiários de extensão agrícola;
Avaliar a rentabilidade das principais hortícolas com o uso ou não dos serviços de
extensão agrícola através dos indicadores económicos.
Análise Comparativa da Rentabilidade Económica de Hortícolas entre Produtores Beneficiários e Não Beneficiários
dos Serviços de Extensão Agrícola na Localidade de Mapinhane
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CAPITULO II:REVISAO BIBLIOGRAFICA
2.1.Conceitos básicos
2.1.1. Extensão rural
A extensão rural é o processo que ajuda os produtores a aumentar a produtividade da sua
agricultura e, sobretudo gerar e fortalecer sua autonomia e capacidade de iniciativa, no entanto,
as origens de uma mudança específica na produtividade são mais complexas e múltiplas do que é
comummente apreciado. Aumentar a produtividade envolve a necessidade de mudanças
estruturais (sociais, políticas, económicas) e metodológicas; exige que os técnicos extensão
sejam também educadores (GHIZELINI, 2007).
Segundo o HAWKINS (1994), a extensão Rural é um sistema de ensino apostado na difusão de
conhecimentos à comunidade rural. Que usa, várias estratégias tais como: Extensão agrícola, a
extensão formativa, e a extensão persuasiva, na qual: a extensão formativa - visa resolver os
problemas de uma maneira interactiva e considerável em que os clientes sejam capazes de
resolver por si mesmos os seus problemas; a extensão agrícola - é o principal vector da
penetração de novas tecnologias no mundo rural de modo a garantir uma significância nas
inovações agrícolas.
Extensão persuasiva - não muito diferente da Extensão Informativa está subordinada a
sensibilização dos indivíduos e da comunidade em geral a tomarem determinadas atitudes
perante uma certa situação (HAWKINS,1994).
De acordo com o MADER (2003), com base nos vários documentos (como por exemplo os
relatórios dos seminários nacionais de Extensão Rural) chega a percepção de que extensão Rural
é, tida como uma série de actividades desenvolvidas no meio rural a fim de promoverem o
desenvolvimento desse espaço com a participação da comunidade local.
A extensão rural para LACKI, (2000) é aquela que deve produzir resultados concretos porque já
não é suficiente que ela se limite a: apresentar intenções genéricas e abstractas sobre
desenvolvimento rural e a executar mais actividades e a avaliar seu desempenho em base ao
número de visitas, cursos, reuniões, demonstrações, etc.
Análise Comparativa da Rentabilidade Económica de Hortícolas entre Produtores Beneficiários e Não Beneficiários
dos Serviços de Extensão Agrícola na Localidade de Mapinhane
Elton Mauro Mube Licenciatura em Economia Agrária Página 7
2.1.2.Extensão agrícola
Segundo o SWANSON, (1981) citado SAMBO (2003) as teorias de extensão agrícola variam
consoante a escola em que ela é abordada. Em algumas escolas, cingem-se apenas à extensão
agrícola, como se fosse a melhor maneira de fazer extensão rural, as outras escolas são mais
abertas, portanto não se limitam apenas à extensão agrícola no processo de extensão rural. E para
este autor, a extensão agrícola - é o principal vector da penetração de novas tecnologias no
mundo rural de modo a garantir uma significância nas inovações agrícolas, esta é que
proporciona um sistema de ensino apostado na difusão de conhecimentos à comunidade rural
para área de produção agrícola.
Acrescenta o autor que a extensão agrícola, usa, várias estratégias tais como: a extensão
formativa, e a extensão persuasiva, na qual: A extensão formativa - visa resolver os problemas de
uma maneira interactiva e considerável em que os clientes sejam capazes de resolver por si
mesmos os seus problemas; extensão persuasiva não muito diferente da extensão informativa
está subordinada a sensibilização dos indivíduos e da comunidade em geral a tomarem
determinadas atitudes perante uma certa situação.
Outros Autores como BIGGS&FARRINGTON (1991) afirmam porém, que a extensão agrícola é
um meio pelo qual se deve desenvolver as investigações científicas, quer seja na área das
ciências naturais como nas ciências sociais. Cada área deverá preocupar-se em levar avante os
seus estudos de modo a permitir uma melhoria significativa na agricultura
2.1.3. Hortícolas ou hortaliças
As hortícolas são plantas de consistência herbácea, geralmente de ciclo curto e tratos culturais
intensivos, cujas partes comestíveis são directamente utilizadas na alimentação humana, ou seja,
com pouco processamento. Estas complementam a alimentação básica pois são importantes
fontes de vitaminas, sais minerais e fibras, além de apresentarem valor medicinal. Assim, a
produção e utilização das hortaliças é importante como alternativa para a agricultura familiar,
tanto pelo fornecimento de nutrientes, como pela facilidade de adaptação a essa prática,
principalmente por demandar mais mão-de-obra e menos área (AMARO et all,2007).
Análise Comparativa da Rentabilidade Económica de Hortícolas entre Produtores Beneficiários e Não Beneficiários
dos Serviços de Extensão Agrícola na Localidade de Mapinhane
Elton Mauro Mube Licenciatura em Economia Agrária Página 8
Segundo a EMBRAPA, (2014), a primeira fase para o cultivo de hortícolas geralmente é a fase
de preparação das mudas, na qual uma das condições a respeitar para que o viveiro decorra em
boas condições e se obtenham plantas de qualidade é manter um esquema de protecção
fitossanitária adequado, manter boas condições de limpeza e desinfecção no viveiro.
De forma resumida salientar que grande parte dos agricultores familiares de acordo com este
órgão de investigação tem dificuldades para aquisição de tractor e implementos como arado,
grade, rotativa o que remete lhes ao uso de atracção animal. A maior parte das hortaliças podem
ser colhidas com 60 a 120 dias após o plantio, e necessitam de macronutrientes em maiores
quantidades, e micronutrientes em menores quantidades onde espera-se que o controlo de plantas
daninhas deverá ser preventivo e realizado por meio mecânico ou manual, ou através da
aplicação de herbicidas.
No que refere-se aos tratos culturais salientar que as hortícolas requerem irrigações quase que
diárias e as irrigações dependem das condições climáticas, tipo de solo, espécie, época, a fase do
ciclo da planta e para o controlo fitossanitário, olhando do ponto de visto de controlo inorgânico
referir que os fungicidas são os principais defensivos utilizados no controle de doenças nas
hortícolas e os insecticidas para o controle de pragas (AMARO etall, 2007).
2.1.4. Rentabilidade
De acordo com universidade federal do pará (UFP,2003) rentabilidade de uma unidade de
produção ou empresa sobretudo a rentabilidade económica é aquela que é obtida por meio de
uma boa conjugação entre preço e quantidade, ou seja, entre Margem (Lucratividade) e Giro
(Produtividade) dos factores. Assim, conforme a característica de cada empresa ou unidade de
produção, o ganho poderá ocorrer numa concentração maior sobre o giro ou sobre a margem.
2.2. Procedimento para análise de rentabilidade económica
Segundo o MARION, (2002) a rentabilidade económica pode ser obtida sob variáveis que têm
como objectivos principais clarificar a decisão de escolha entre várias soluções em análise e
quantificar os investimentos a efectuar. Estas variáveis são realizadas com base numa análise
custo/benefício, de que constam as seguintes fase: análise financeira; análise económica, e
Análise Comparativa da Rentabilidade Económica de Hortícolas entre Produtores Beneficiários e Não Beneficiários
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análise de rentabilidade. No final destas análises são apresentados, para cada cenário e avaliação,
diversos indicadores de projecto que servem de base à classificação das alternativas em análise
em termos económicos, com identificação das melhores soluções a desenvolver em projecto.
Acrescenta o autor que a análise, examina as vendas, os custos fixos e variáveis e a rentabilidade
do projecto, permitindo o acompanhamento do processo todo e a mais eficaz tomada de
decisões., a unidade de produção consegue direccionar correctamente seus esforços para acções
mais rentáveis através desse posicionamento.
De acordo com o GITMAN & MADURA (2010) a matemática financeira contém vários
indicadores de análise da rentabilidade económica que podem ser de grande ajuda na tomada de
decisão, tais como os que menos dão valor do dinheiro no tempo, apenas considerando a
rentabilidade sobre aspectos operacionais da actividade de rendimento durante um período de
tempo, como a TRICO (Taxa de retorno do investimento sobre os custos operacionais) e o Rácio
Custo-Beneficio (RCB), podendo através dos mesmos validar as decisões de investir.
Taxa de retorno do investimento sobre os custos operacionais [ ]
Para a mensuração deste indicador da rentabilidade leva-se em conta a razão dos resultados
líquidos e os custos totais de operacionais. Sendo assim, este indicador é determinado através da
subtracção nos valores dos rácios benefício/custo brutos uma unidade correspondente aos custos
totais de operacionalização da actividade (SOARES etal. 2007).
Equação: no1
Segundo a UFP, (2003)as unidades de produção podem ter a mesma taxa de retorno sobre
investimentos, com margem e giro totalmente diferentes, mas considerando o porém seguinte:
Quanto menor for o preço do produto na venda, menor será a margem do lucro, mais vai se
propiciando mais venda, mais produção em outros sectores, e mais empregos; Quando o giro do
activo é superior a um (1), a situação, aparentemente é favorável; mas se a margem de lucro é
inferior a um (1),indica que a aparente situação favorável não é suficiente para cobrir os custos
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necessários à sua obtenção; Quando o giro do activo é inferior a um (1), indica, em princípio,
situação desfavorável, o que poderá não corresponder à realidade se a margem líquida for
superior a um (1).
Este método é mais usado para situações de comparações, da qual queira-se medir,
comparativamente sua rentabilidade, devido as suas múltiplas vantagens, pós mostra que embora
numa dada produção, as vendas tenham sido baixas em relação ao capital operacional total
investido na produção, estas podem ser suficientes para cobrir os custos necessários à sua
obtenção. Portanto, nem sempre um volume de vendas alto é sinónimo de rentabilidade garantida
e vice-versa, ou seja, nem sempre um volume de vendas baixo é sinónimo de prejuízo.
Há casos em que, estrategicamente, a unidade de produção reduz o volume de vendas como
medida necessária para aumentar a sua rentabilidade. Isso é possível quando um menor
movimento de vendas resulta na redução de gastos da unidade (UFP, 2003).
Rácio custo- beneficio [ ]
De acordo com o instituto de investigação agrária de Moçambique (IIAM,2014), para representar
os indicadores de rentabilidade deve se considerar na análise a relação dos custos e benefícios
(RCB) envolvidos no processo de produção onde matematicamente o rácio custo benefício será a
razão entre o valor de produção e os custos totais de produção dada a área de produção e certa
tecnologias.
O RCB corresponde o valor obtido da divisão total do valor de produção pelo total de custos e
representa um rácio de relação para cada uma unidade monetária de custo, representando o
equivalente proveito em unidades monetárias (CAMARGO, 2007).
Equação: no 2
∑
∑
Onde;
RCB A Produção da cultura não e rentável
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RCB Atinge-se o ponto de equilíbrio (break-even-point)
RCB> 1 A produção da cultura será rentável.
E no que concerne aos indicadores económicos, enfatiza-se, que a prior orçamento de cultura na
produção agrícola será de muita importância, porque ajuda os produtores a projectar os custos e
retornos a obter na produção dessa cultura. E estes indicadores têm como intenção relembrar ao
produtor a vasta gama de custos que ele incorre na produção dessa cultura, estes custos mostram
os retornos projectados para uma certa quantidade de rendimentos, custos dos factores e preços
unitário (IIAM,2014).
Assim os custos de produção serão determinados multiplicando cada factor de produção variável,
pelo respectivo preço cobrado por esse factor, e os custos fixos serão determinados no campo de
acordo com que tende a se manter fixo durante a produção e época.
Equação: no3
Onde:
CV- custo variável
- Quantidade utilizada de factor no processo produtivo
- Preço de aquisição do factor
A outra equação referenciada de extrema importância por este órgão de investigação é a de valor
de produção ou receitas dos produtos ou cash-in-flow que também será obtido, multiplicando a
quantidade total do produto produzido, pelo preço de comercialização do mesmo no mercado
como ilustra-se.
Equação: no 4
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Onde:
VP- valor de produção
- Quantidade total do produto
- Preço de venda do produto
A margem bruta de uma actividade é um indicador de viabilidade de curto prazo, que indica qual
e a disponibilidade de cobrir o risco e a capacidade produtiva do proprietário quanto mais alto for
melhor é a margem ou lucro. Quando a margem bruta for negativa a actividade não consegue
cobrir os custos variáveis com os proveitos que produz, neste caso o modo de produção deve ser
imediatamente reformulado ou a actividade deverá ser extinta (SILVA,2008).
A equação que representa a margem bruta para a cultura agrícola será de extrema importância na
análise, que também será retirado de todos os custos de produção variáveis ao valor de produção
correspondente a comercialização do produto e sua expressão matemática vem abaixo
(IIAM,2014).
Equação: no 5
Onde:
M- Margem bruta
VP- valor de produção
CVT- Custo variável total
SAMUELSON&NORDHAUS, (2001) lucro é a medida de satisfação com o retorno do capital
investido. O lucro tem dois significados distintos, mas relacionados, na óptica contabilística
representa a diferença entre a receita e os custos totais explícitos na óptica económica representa
a diferença entre a receita e o custo total (explícitos e implícitos) de um produto.
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Equação no 6
Onde;
RT: são receitas da produção no processo de venda dos produtos ou Valor de Produção. Para que
haja um lucro as receitas devem ser sempre maior que os custos de produção, isto é os lucros
aparecem pela condição das receitas maiores. CT: é a soma dos custos de factores de produção
variável e dos factores de produção fixo. O custo variável é a parte do custo total da unidade de
produção que varia conforme ocorrem alterações dos factores na produção, o custo variável
depende do nível (quantidade) produzido pela empresa, pois ela esta directamente relacionadas
as modificações na quantidade utilizada de factor de produção variável. Enquanto o custo fixo é
a parcela do custo total da empresa que não depende do nível de produção, pois ela esta
relacionado ao factor de produção fixa (SILVA, 2005).
2.3. Rentabilidade económica na área agrícola
A produção agrícola é um sector cada vez mais na mira de investidores e empreendedores, pois a
sua importância vital está a ser cada vez mais encarada como uma oportunidade de negócio, sem
nunca deixar de ter sido, a agricultura permite criar negócios sustentáveis, negócios que irão
perdurar no tempo sem dificuldades. Para o autor os mercados já estão normalmente abastecidos,
por isso para singrar no mercado será necessário ganhar o seu espaço (CASTELO-
BRANCO,2010).
De acordo com BATALHA, (s/d) uma parcela relativamente grande da população não tem renda
suficiente para a aquisição mínima de alimentos, e uma grande elevação de preços pode retirar
esses consumidores do mercado, reduzindo a quantidade consumida desses produtos. Portanto
para este autor devem ser levados em consideração os seguintes factores na produção sobre tudo
de produtos agrícolas):
Factores Biológicos: a produção agrícola é vinculada à natureza e extremamente dependente de
dois elementos, as condições climáticas e o período de maturação dos investimentos. Referindo-
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se ao primeiro caso, os resultados de produção dependem em sua qualidade e quantidade das
condições climáticas, Sazonalidade: a produção agrícola também está sujeita à sucessão de
safras e entressafras variadas de acordo com o produto escolhido. Isso pode afectar a
comercialização dos produtos, reduzindo os preços na safra e elevando na entressafra;
Perecibilidade: geralmente, os produtos agrícolas são bastante sensíveis e sujeitos à uma vida
útil muito breve, principalmente se for um produto comercializado.
Além de reconhecer a imprescindibilidade de tecnificar métodos agrícolas, os agricultores estão
sendo obrigados a enfrentar a seguinte restrição adicional: existe cada vez menos crédito rural
oficial e este é cada vez menos subsidiado. Este obstáculo exige a necessidade de capacitar os
agricultores para que saibam utilizar os factores de produção, próprios ou adquiridos. A
prioridade deverá consistir em optimizar a produtividade ou o rendimento de cada factor de
produção já existente antes de adquiri-lo em maior quantidade (FAO,2005).
2.4. Estratégias rumo a produção e produtividade agrícola em Moçambique
O crescimento agrícola é fundamental para o bem-estar das pessoas e pode ser uma fonte
essencial para promover o crescimento económico. Para o pobre, que geralmente gasta uma
elevada proporção do seu rendimento na compra de alimentos, o crescimento agrícola possui o
benefício directo da redução da inflação dos produtos básicos (CUANGUARA,2011).
Os passos para assegurar um forte crescimento de produtividade agrícola na maioria dos pobres
que se encontram nas áreas rurais, a maneira mais rápida de se reduzir o sofrimento e melhorar a
insegurança alimentar é aumentando a quantidade e o valor de produção agrícola, em conjugação
com uma mudança gradual de actividades pouco remuneradas que não exigem qualificações
(CUNGUARA et all,2004).
De acordo com o SITOE (2005) a estratégia do governo no sector da agricultura, consiste em
transformar a agricultura de subsistência familiar em uma agricultura cada vez mais integrada
nos mercados e orientada para as exportações; neste sentido garante a provisão de serviços
essenciais de extensão para sua materialização, dada a importância da agricultura para a maioria
da população Moçambicana (cerca de 80%) e a concentração nas zonas rurais (82% dos pobres),
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e uma vez que o GoM definiu a agricultura como sendo a base do desenvolvimento da economia,
e uma das áreas chaves. Para este autor o estado deve apoiar a transformação gradual dos
produtores de subsistência em produtores comerciais, encorajar e consolidar o surgimento de
grupos associativos, como forma privilegiada e estratégica a de organização de produtores e
participação comunitária, apostar na diversificação de culturas como forma de resposta aos sinais
do mercado e viragem para uma agricultura mais comercial.
O estado deve dar subsídios a agricultura - custos de investigação para proporcionar melhores
serviços prestados, de pesquisa de mercado e de informação podem ser cobertos pelo Estado,
sem se correr o risco de distorção, isso para reforçar a capacidade quer do empresariado nacional
ou qualquer outro produtor independente, para que este responda o imperativo de transformação
tecnológica inerente à transformação da agricultura de subsistência em uma agricultura
comercial e tendo em conta que a actividade agrária tem muitos riscos o estado deve considerar o
financiamento para agricultura (NEGRÃO, 2002).
Segundo MPD/direcção nacional de extensão agraria & MOSCA (2011) apesar da vantagem que
tenha o desenvolvimento agrícola, a produtividade agrícola em Moçambique em geral contínua
baixa e com tendência decrescente. E essa baixa produtividade agrícola está relacionada com
vários factores, tais como distribuição irregular das chuvas, baixo uso de tecnologias melhoradas,
a fraca abrangência dos serviços de assistência técnica, precário estado das infra-estruturas
rodoviárias, principalmente a fraca ligação entre o sul e o norte do país.
A agricultura familiar é constituída essencialmente por pequenas explorações, aquelas que
cultivam menos de 5 (ha); este sector concentra cerca de 99% das unidades agrícolas e ocupa
mais de 95% da área cultivada do país.
O aumento do rendimento familiar deriva ou deve derivar de aumento tanto do rendimento
agrícola assim como também vai depender da gestão sustentável dos recursos naturais, por sua
vez está interligada à produção alimentar, que depende igualmente das políticas agrárias e alguns
aspectos macroeconómicos tais como a taxa de câmbio e a inflação (CUANGUARA,2011).
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2.5. Extensão Agrícola na agricultura familiar
2.5.1. Visão geral da extensão agrícola
O termo extensão agrícola é originário dos Estados Unidos da América. Até 1914, os professores
universitários convocavam conferências para o público em geral, a que era vulgarmente
denominada dissertação extensiva. Mas o Smith-Lever no mesmo ano, terá influenciado para que
o termo (Extensão) passasse a ser vulgarmente usado para designar a educação não formal dada
às comunidades de farmeiros (SWANSON & RASSI, 1981).
O desenvolvimento das organizações de extensão rural nos países do III Mundo, foi em grande
medida um fenómeno do período pós independência, e deu-se principalmente após a 2ª Guerra
Mundial A introdução das organizações de Extensão Rural nos países africanos deu-se um pouco
mais tarde, tendo a maioria sido criada entre os anos 60 e 70. Realçam os autores, que
actualmente, a maior parte dos países do Terceiro Mundo possui algum tipo de organização de
Extensão, mas a experiência destas organizações não tem sido muito satisfatória (SWANSON &
RASSI, 1981).
Muitos países doadores têm manifestado frustrações ao tentar melhorar estes sistemas. Um facto,
é que esta frustração consta dum relatório preparado por Clifford WhartonJr. (1983), presidente
da universidade estadual de Nova Iorque e ex-presidente da Junta para o Desenvolvimento
Internacional da Agricultura e da Alimentação. Numa visão geral, os autores procuram alertarem
que a Extensão Rural deve-se adequar ao meio em que se pretende implementar, o que as
organizações mundiais de apoio a extensão procuraram chamar atenção.
2.5.2. Visão da extensão agrícola a nível de Moçambique
De acordo com o relatório do programa agrícola do governo PROAGRI, (2000) Moçambique é
um país que tem uma economia rural essencialmente virada para a agricultura. A produção
agrária é realizada por dois sectores principais: o sector empresarial e o familiar, estes últimos
são constituídos por cerca de 2.5 milhões de famílias que exploram cerca de 90% da área
cultivada do país.
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Uma vez privilegiada a agricultura como motor do desenvolvimento, dito na constituição da
república e como tal, se adoptou a extensão rural como meio mais adequado para o efeito
(PROAGRI, 2000).
SAMBO, (2003), num país como Moçambique, em que existe uma enorme diversidade cultural,
climatérica, topográfica, e mais, é sempre necessário tomar em consideração esses factores todos,
na implementação dos Programas de extensão rural. Existem distritos em que as condições
climatéricas, topográficas, e geológicas, não permitem o desenvolvimento da agricultura.
Entretanto parece que o Governo continua implementando a extensão agrícola o que é sinónimo
ao dispêndio de avultados valores. O autor cinge-se tanto no facto de que os técnicos do MINAG
tratavam os conceitos de extensão rural e extensão agrícola como se fossem sinónimos e de
alguma forma isso tem sua influência.
A extensão rural é um dos programas do Governo que visa reduzir a pobreza no país, e acima de
tudo visa impulsionar o desenvolvimento rural através do combate à fome. A maior parte da
população moçambicana vive no meio rural, sendo esta a que vive abaixo da linha média da
pobreza. Uma grande parte desta população dedica-se a agricultura de subsistência, e eis aqui a
razão para a extensão ser vista de forma macro.
Apesar dos esforços encetados pelo Governo, no sentido de mitigar esta situação, os resultados
são até ao momento irrisórios, concluiu-se numa pesquisa sobre extensão rural em Magude em
que envolvia analise segundo a compatibilidade entre meios e fins onde a extensão Rural
constituía o meio mais adequado para se alcançar o fim chamado Desenvolvimento Rural.
(SAMBO, 2003).
Por outro lado MUBAI & LIMA (2014), baseado na conclusão da pesquisa sobre extensão
agrícola em Magude, trazem a realidade de extensão agrícola nos distritos do país, uma vez que
os serviços de extensão são vistos de forma macro, e alocados aos distritos de forma equitativa,
pode se inferir que a tentativa dos serviços de extensão agrícola em consolidar um sector de
pequenos agricultores orientados para o mercado, na área do estudo se defronta com os seguintes
impedimentos:
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O padrão da agricultura é basicamente de subsistência, os excedentes de produção destinados ao
mercado são insignificantes; e as condições precárias das estradas que torna o acesso às pequenas
propriedades extremamente difícil.
A pesquisa dos autores apontou para o Programa de Extensão Agrícola pública, que atua nos
distritos há mais de duas décadas, que constitui um grande instrumento político-institucional
capaz de trazer efeitos positivos ao desenvolvimento agro-pecuário dos pequenos produtores. No
entanto, sua abrangência e os estímulos económicos oferecidos a esta categoria de produtores se
figuram bastante ineficientes. A ausência de diferenças significativas da renda agrícola entre os
produtores assistidos e os não assistidos, pode sugerir que o carácter técnico metodológico da
extensão, baseada nas abordagens da EMC, necessite ser melhorado (MUBAI & LIMA,2014).
2.5.3. Dinâmica da extensão agrícola a nível do distritode Vilankulo
Segundo o MANJATE (JORNAL MOÇAMBIQUE 3 de Novembro 2013) a dinâmica dos
serviços de extensão agrícola no distrito vilankulos através de programas do governo de apoio
aos produtores de pequenas escala tem tendências satisfatórias visto que a produção agrícola
alcançou 112,4 por cento em relação ao plano traçado de 294.792,5 toneladas de produtos
diversos, entre os quais cereais, leguminosas, raízes, tubérculos, bem como hortícolas, que
atingiram 331.306,1 toneladas na campanha agrícola 2012/2013.
A produção alcançada neste período representa um crescimento na ordem de 1.6 por cento
segundo o jornal, a horticultura revela uma dinâmica encorajadora, tendo em conta que se
verifica um elevado número de produtores singulares, associados e privados que praticam
culturas com maior valor de procura no mercado, a horticultura revela uma dinâmica
encorajadora, tendo em conta que se verifica um elevado número de produtores singulares,
associados e privados que praticam culturas com maior valor de procura no mercado, em culturas
como o milho, banana, bem como a cultura de caju disse o administrador ao jornal do governo
(MANJATE, 2013).
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2.6. Principais métodos de extensão agrícola
A missão dos técnicos de serviços públicos de extensão é de transmitir o conhecimento, via
difusão de pacotes tecnológicos para melhorar o aproveitamento dos recursos disponíveis aos
produtores, aumentar a produtividade agrária e a renda familiar com impactos positivos no
melhoramento do nível de vida das comunidades, para as pessoas residentes no campo, essas
consideradas desprovidas (MUCAVELE &MABOTE, 2001).
De acordo com MINAG, (2010), através da direcção nacional de extensão agrária (DNEA), para
melhor se comunicar com o seu público, especialmente com a família rural, desenvolveu,
adaptou e vem utilizando uma série de métodos e de meios de comunicação rural. Tais como:
camponês de contacto, campo de demonstração de resultados (CDRs), escola na machamba do
camponês (EMC) e dia de campo
2.6.1. Escola na machamba do camponês
O método EMC é uma plataforma de escola sem parede que visa melhorar a capacidade de
tomada de decisão das comunidades dos produtores e estimular inovações locais que sejam
sustentáveis para a agricultura A meta deste modelo de extensão é de criar nos produtores
capacidades de analisarem seus sistemas de produção, identificarem os seus problemas referentes
as suas machamba testarem as possíveis soluções e eventualmente adoptarem as práticas
agrícolas mais sustentáveis aos seus sistemas de produção (MINAG, 2010).
2.6.2. Dia do campo
De acordo com SAMBO, (2003), o dia de campo é um método usado com objectivo de mostrar,
em um dia, uma ou mais, as práticas tecnicamente recomendáveis, onde tendo sido identificados
os campos, visita-se campos de agricultores que tiveram melhores rendimentos com a
implementação das técnicas de produção difundidas durante um certo espaço de tempo, debatem
e trocam experiencia em torno das mesmas.
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2.6.3. Camponês de contacto
No trabalho de campo o extensionista trabalha com um camponês de contacto que serve de elo
de ligação entre o extensionista e o resto dos camponeses. O trabalho de extensionistas consiste
em ensinar ou mostrar como é que devem ser usadas as sementes e como controlar as pragas. As
mensagens são direccionadas aos camponeses de contacto, e por sua vez estes transmitem ao
resto dos camponeses. Esta técnica apresenta três características principais: Promotores: são
camponeses que capacitam outros camponeses nas suas comunidades; eles experimentam e
aplicam novas técnicas ou tecnologias na sua machamba; eles têm uma machamba modelo e é
um camponês exemplar (SAMBO, 2003).
2.6.4. Campo de demonstração dos resultados
Esta técnica é usada para experimentação e demonstração de tecnologias ou prática, bem como
para aprimoramento e troca de saberes dos beneficiários dos serviços de extensão agrícola, com
interesses comuns, cuja finalidade específica é conhecer, comparar e avaliar os resultados
económicos, sociais e ambientais obtidos (OLIVEIRA etal, 2003).
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CAPITULO III: METODOLOGIA
3.1. Descrição da área de estudo
Segundo o MICOA, (2009) a área de intervenção situa-se ao longo da EN1, 50 km a sul da sede
de Vilankulo, com uma área de 195,49ha,e tem uma população de 26.308 indivíduos, que
corresponde 44.80% do total no posto administrativo de Mapinhane, onde 11.544 é população
masculina e 14.764 população feminina. Tendo como limites: Norte- Povoado de Mulungo, Sul-
Povoado de Paindane Oeste- Povoado de Paindane, Este- Rio Govuro.
A área é atravessada pela EN1 que comunica com o distrito e as províncias de Maputo e Gaza a
sul, Sofala e Manica a norte, e este desempenha um papel importante em relação ao transporte de
passageiros e mercadorias: liga com o distrito de Mabote através da ER222, e com o projecto de
criação da auto-estrada Mapinhane Pafuri que irá oferecer áreas com perspectivas de
desenvolvimento a médio prazo (MAE, 2005).
3.1.1.Clima
A área em estudo, possui um clima tropical seco, sob acção dos ventos alísios e o seu clima pode
se considerar como condicionado por um regime ciclónico e de depressões da região
intertropicais, sendo influenciado por uma corrente marítima quente do Oceano Indico. A
precipitação anual é de 733,9 mm sendo de Novembro a Março os meses quentes e os restantes
meses frescos e secos, a temperatura vária de 28,6º C e 19,9º C, a Velocidade do vento é de 14,9
Km/h (MAE, 2005).
3.1.2.Solos e Hidrografia
Na localidade de Mapinhane predominam solos castanhos avermelhados derivados de formação
calcárias com textura arenosa nas camadas superficiais e formações muito duras a rochosas nas
camadas sub superficiais, drenagem imperfeita a boa, o teor da matéria orgânica moderada
ligeiramente ácidas a ligeiramente alcalinos. Nesta região nasce o rio Guvuro e ao longo do rio
Govuro os solos classificam como aluvionares de alta fertilidade, existem algumas lagoas e
pântanos e o relevo desta zona e ligeiramente plano (MICOA,2009).
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3.1.3.Situação económica
3.1.3.1. Agricultura e comércio
A agricultura constitui actividade que mais ocupa a população sendo praticada sob forma de
subsistência em quase todos os aglomerados. As principais culturas são: milho, mapira,
amendoim, feijão-nhemba, mandioca, hortícolas-folhosas principalmente. Pratica-se agricultura
de regadio em pequena escala nas baixas onde produzem hortícolas e cana-de-açúcar em
pequenas quantidades. A pecuária é praticada pelo sector familiar onde cria-se animais de
pequeno porte e aves. A pesca é praticada pelo sector familiar no rio e lagoas, o produto é
destinado ao consumo. Na área da intervenção o comércio é do tipo formal e informal estando
em funcionamento 1 loja oficial, e outras 3 abandonados, 2 mercados onde vende-se produtos
diversos, refeições e bebidas e varias “bancas” na venda informal(MAE,2005).
3.2.Amostra da população
3.2.1. Amostragem probabilística estratificada proporcional
No âmbito da recolha dos dados a pesquisa teve como população alvo 8.297 familias
camponesas, todos os agricultores da localidade de Mapinhane onde os dados acerca do total
destes agricultores foram fornecidos pelos serviços distritais das actividades económicas de
vilankulo e com representação na área de estudo, mediante a entregue de um protocolo e
credencial de pedido de estágio profissional, onde a selecção dos elementos em cada estrato foi
feita de forma aleatória simples. A delimitação da amostragem, foi feita mediante o enfoque
quantitativo, onde a população foi proporcionalmente estratificada em ordem a características
como; beneficiários de extensão agrícola (BFEA), e não beneficiários (NBFEA).
Este tipo de amostragem, supõe que haja heterogeneidade entre os estratos, mas homogeneidade
dentro dos estratos, e que eles sejam mutuamente exclusivos (cada elemento da população deve
pertencer a apenas um estrato). Para garantir que a amostra seja representativa da população
precisa-se garantir que os diferentes estratos sejam nela, representados e é proporcional, quando
o número de elementos seleccionados de cada estrato é proporcional ao seu tamanho na
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população, a selecção dos elementos de cada estrato pode ser feita usando amostragem aleatória
simples ou sistemática (REIS, s/d).
3.2.2.Tamanho da amostra
De acordo com Barbetta (2002) a amostra é uma parte da população seleccionada que conserva
as características de um todo. Para realizar o cálculo do tamanho da amostra utilizou-se a técnica
de cálculo deste autor (diz que para representar a população deve-se delimitar a primeira
aproximação do tamanho da amostra que terá proporções inversas a um quadrado de erro
considerável de 5% para uma população identificável, onde o tamanho da amostra representa
proporções directas do universo e a primeira aproximação pela divisão da soma).
Equção: no 7
Legenda:
N - tamanho (número de elementos) da população;
n -tamanho (número de elementos) da amostra;
-Uma primeira aproximação do tamanho da amostra;
Eo -Erro amostral máximo tolerável
Quadro no1. Demostração do cálculo de tamanho da amostra para análise da rentabilidade
N = 8.297 Familias Camponesas (100%)
Eo = 5% Erro Maximo tolerável (N<10.000)
= 400familias camponesas
como primeira aproximação do tamanho da
amostra
n =
n = 381.60 382 Agricultores
n = 382 Amostra (sem estratos)
Fonte:Elaborado pelo autorcom base nos dados do SDAE (Mapinhane)
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Cconsiderando uma população de 8.297 famílias camponesas desta localidade, mediante o total
fornecido pelo SDAE em que neste número estão todos agricultores activos sejam beneficiários
ou não beneficiários dos serviços de extensão agrícola, determinou-se o tamanho da amostra.
Salientar que todos agricultores nesta localidade sejam eles BFEA ou NBFEA praticam a
horticultura no período fresco, e ficou visível durante o período de recolha de dados que existe
percentagem de horticultores que praticam a produção de sequeiro Portanto, considerar o número
total de horticultores sem incluir que, todos os agricultores estão envolvidos em todos períodos
de produção, isto é nas culturas de sequeiro e nas culturas da época fresca, não seria
representativo, eis a razão de utilizar o número total das famílias camponesas da localidade para
determinar o tamanho da amostra de horticultores BFEA e NBFEA.
Quadro no2.Determinação dos estratos da pesquisa
Estratos
Avaliados
Tamanho da
Amostra
[ ]
Meta inquerida
Por dia
Beneficiários de extensão (BFEA) 200 [ ] 10 Agricultores
Não beneficiário de extensão (NFEA) 182[ ] 9 Agricultores
Total 382 [ ] 19Agricultores
Fonte: Elaborado pelo autor
Considerando a amostragem estratificada proporcional, o tamanho da amostra foi de tal forma
devido em dois (2) estratos; BFEA e NBFEA, sendo subtraído dos 382 agricultores
[ ]Correspondente a 200 agricultores considerados assistidos, mediante a informação do
SDAE de que cada técnico está para 200 famílias em média e a localidade conta apenas com 3
técnicos extensionistas, que estão divididos em tarefas distintas em que somente um (1) técnico
destes está ligado a extensão agrícola e para os problemas reais dos agricultores, porque os
outros 2 técnicos estão alocados para projectos do INCAJU. Portanto o técnico para área agrícola
familiar, apenas consegue dar assistência a uma média de 200 famílias de forma continua e
acrescenta-se o número de camponeses gradualmente mediante os resultados das disseminações
das técnicas de produção anteriores.
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Da amostra inquerida [ ]que correspondem a 182 agricultores são os que não se
beneficiam de assistência técnica de extensão agrícola na localidade, ou seja os que produzem
pelos meios técnicos próprios, convenientes ou não.
3.2.3.Colecta de dados
Para colectar os dados usou-se o questionário, que foi dirigido ao SDAE e as famílias
camponesas da localidade sejam estes horticultores ou não. E uma vez fornecido o perfil
característicos dos agricultores nesta localidade pelos técnicos, e autoridades administrativas da
localidade, na recolha de dados priorizou-se aos camponeses de contacto dos extensionistas e
produtores familiares comerciais não assistidos, que produzem com objectivo de
comercialização, porque interessava destes colher dados que permitisse analisar a rentabilidade,
enquanto na maior dos camponeses mesmo que de forma menos directa foi possível colher que
estes produzem para subsistência, assim não reunindo requisitos para um questionário
aprofundado.
3.2.4. Revisão bibliográfica
A revisão da literatura neste estudo baseou-se em, manuais (em físico como em virtual)
relatórios referentes ao período em estudo do SDAE, pesquisas científicas, trabalhos de
monografia, dissertações, que abordam assuntos relacionados com a produtividade e a
rentabilidade agrícola sobretudo de hortícolas e a extensão rural na agricultura familiar em geral.
3.2.5. Entrevista semiestruturada
De acordo com MARKONI & LAKATOS, (2003) é uma entrevista mais espontâneo do que a
entrevista estruturada, neste tipo de entrevista, o entrevistador tem um conjunto de questões
predefinidas, mas mantém liberdade para colocar outras cujo interesse surja no decorrer da
entrevista. A acção de entrevistar, baseou-se em saber se o agricultor inquerido era assistido pela
extensão, e todo processo relacionado com o tipo de sistema de cultivo. Seguiram as perguntas
semiabertas tais como saber quais são os tipos de rega que usam, quais são os equipamentos que
utilizam, onde adquirem, nas quais os agricultores deviam responder nos padrões pré-
estabelecidos e se necessário surgiam outras perguntas. E por fim seguiu uma vasta gama de
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perguntas totalmente abertas ligadas ao processo de comercialização sobre os preços,
quantidades vendidas, e os mercados alcançados durante o período em análise.
3.2.6. Observação assistemática
Segundo MARCONI & LAKATOS, (2003), a técnica de observação não estruturada ou
assistemática, também denominada espontânea, consiste em recolher e registar os factos da
realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas
directas. A observação assistemática se caracterizou neste trabalho pelo facto de que a
informação era obtida através de uma experiencia casual nalgumas situações padronizava-se a
informação, sem que se tenha determinado de antemão os aspectos relevantes que eram
observados no campo, e permitiu ao pesquisador obter informações relevantes sem precisar de
despender demais de tempo nem de valores monetários e foi possível obter informação
sintetizada por experiencias casuais como a observação da área de produção forma como os
terrenos foram explorados em termos de preparação, o material utilizado.
3.2.7.Análise de dados
A interpretação dos dados, foi baseada em questões do âmbito quantitativo onde as perguntas do
âmbito qualitativo foram codificadas em ordem dos inqueridos nas siglas BFEA e NBFEA,
lançou-se no pacote Excel para como resultados para posterior discussão, por fim desenhou-se
tabelas e gráficos para melhor análise dos resultados.
3.2.7.1. Variáveis para a análise dos dados.
Para análise dos dados, utilizou-se as variáveis económicas submetidos durante o período
correspondente a campanha agrícola 2014-2015, tais como as variáveis referentes aos custos de
produção de hortícolas, o valor de produção ou receitas e os lucros, e quanto aos indicadores da
rentabilidade económica submeteu-se na análise o rácio custo/beneficio (RBC), margem bruta
(MB) e lucro líquido (L) e taxa de retorno de investimento sobre os custos operacionais
(TRICO), onde esta taxa nesta avaliada neste trabalho não considerou as taxas de juro do
mercado financeiro, esta é a sugerida pela universidade federal de pará (UFP,2003) definida
como, aquela que pode ser obtida por meio da divisão da margem de lucro liquido pelo Giro do
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Activo (custo fixo), porque melhor espelha a realidade do produtor que produz usando o
investimento próprio.
Com base nos dados de produção das culturas como: os preços de aquisição de insumos,
equipamentos utilizados, custos com a mão-de-obra efectivo e sazonal, e os preços de oferta de
produtos acabados foi possível determinar-se, os seguintes cálculos vistos durante a campanha:
os cálculos dos custos totais; das receitas ou valor da produção, respectivamente. Calculou-se os
lucros por campanha em cada estrato, e as equações que permitiram matematicamente expressar
os resultados vêem ilustrados minuciosamente como revisão bibliográfica.
A determinação dos indicadores de rentabilidade económica, como o rácio benefício/custo, a
determinação da margem bruta, o lucro liquido, a taxa de retorno de investimento sobre os custos
operacionais, foi o passo a seguir a tarefas supracitadas, e por fim demostrou-se os resultados em
formas de tabelas. A tabela do apêndice no6mostra as quantidades e os preços unitários usados
para o cálculo dos custos totais em cada estrato.
3.2.7.2.Enquadramento das variáveis nos estratos de análise
A entrevista foi dirigida para todos os agricultores da amostra de forma directa e indirecta,
considerando a forma indirecta aquela realizada com o método observação assistemática, mas o
foco do estudo por fim deu-se, aos agricultores que apresentavam características mínimas para
uma agricultura comercial isto é; agricultores que conseguem fazer por campanha um volume de
produção igual ou acima de uma tonelada por hectare e que tivessem capacidades comparativas
uns aos outros horticultores, em termos de sistemas de regas (que não fosse tradicional, não
usasse apenas regadores),preparação do solo (usasse tractor ou tracção animal), uso de sementes
certificadas principalmente.
Concretamente, para os horticultores NBFEA a análise focalizou-se nas famílias que considerou-
se terem capacidades de produção nas principais hortícolas, para melhor fazer-se a comparação,
são exemplos de famílias que a anos vêem praticando agricultura e tem uma vasta experiência na
área de produção de hortícolas.
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Por outro lado dos horticultores BFEA, apesar de ter-se inquerido, agricultores em todos
métodos de extensão disponíveis na localidade, a análise da rentabilidade teve como potenciais
os agricultores tidos como de contacto pelos técnicos de extensão, porque estes horticultores
apesar de serem a minoria em relação aos outros também assistidos nos outros métodos, o grupo
de camponeses de contacto apresenta uma capacidade comparativa para com os horticultores
NBFEA supracitados.
Estes horticultores são extraordinariamente seleccionados para o presente estudo por serem
beneficiários directos de qualquer assistência técnica dos técnicos do SDAE, e apoiarem os
outros grupos nos outros métodos de extensão e principalmente porque tem uma produção de
hortícola virada para comercialização, quando os outros agricultores nos outros métodos como
escola na machamba do camponês produzem com objectivos de alimentação e raras vezes para
venda, assim não favorecendo para analise de rentabilidade.
Os técnicos na localidade, utilizam, segundo o SDAE em representação na área quatro métodos
de extensão agrícola que são: o método escola na machamba do camponês (EMC),Camponês de
contacto (CC), campo de demostração dos resultados do extensionista (CDR), dia do campo do
extensionista (DC), os quais são aplicados de forma continua método-pós-método mediante as
capacidades adquiridas do agricultor. Os métodos dia do campo e campo de demostração dos
resultados são métodos complementares e usados como auxiliares aos outros métodos para
melhor confrontar o agricultor em termos de resultados obtidos no fim de cada campanha.
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CAPITULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Calculo dos indicadores económicos de produção de hortícolas
O cálculo dos indicadores económicos submetidos aos agricultores de Mapinhane foi baseado a
prior no levantamento dos custos de produção, de seguida o valor de produção que permitiu
expressar numericamente, o lucro como um indicador (L), o rácio beneficio-custo (RCB),
margem bruta (MB) e a taxa de retorno de investimento sobre os custos operacionais (TRICO).
4.1.1. Analise dos custos de produção nos agricultores BFEA e NBFEA
Aos agricultores da localidade (horticultores) sejam eles beneficiários ou não de extensão
agrícola, segundo estes, pesam sobre eles os custos de produção, fixos e variáveis durante o
processo de produção das principais hortícolas (tomate, pepino, repolho). Apesar de demostrar-se
os cálculos no apêndice no4, em áreas de 3Ha para o tomate,0.25Ha para o pepino, 1Ha e 0.5Ha
para o repolho para os agricultores BFEA e NBFEA respectivamente, na tabela no4 os custos de
produção foram apresentados dum ponto de vista de 1HA, porque melhor permitiu analisar os
custos de produção de forma comparativa.
Tabela no:
3Custos de produção de hortícolas
Custos das principais culturas/ (1Ha)
Tipo de
Agricultor
Tomate (MT) Repolho (MT) Pepino (MT) Custo Total
(MT)
BFEA 43095.13 96061.80 311461.40 450618.33
NBFEA 54841.06 176503.40 291214 522558.46
Fonte: Elaborado pelo autor
De acordo com a tabela no4, os custos de produção de hortícolas incorridos aos produtores BFEA
na localidade, analisados numa área de 1Ha, atingiram um total de 450618.33MT dos quais, o
mínimo dos custos para todas as principais hortícolas verificou-se na cultura de tomate no valor
de 43095.13 MT, que foi influenciado pelas despesas reduzidas na preparação do solo, pois essa
actividade registou uma percentagem de 9,49% para os assistidos e 28.17% para os agricultores
NBFEA na mesma cultura. O custo de produção de repolho nessa campanha para os agricultores
NBFEA, atingiu 291214MT tendo sido maior em relação aos agricultores BFEA, devido ao
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elevado custo com a preparação do solo que alcançou 8.75% dos custos variáveis, em relação a
4,26% pela mesma actividade nos agricultores BFEA comparativamente. O custo máximo para
todos agricultores verificou-se na cultura de pepino, tendo sido influenciado pelos custos fixos,
significando que para esta cultura o investimento no capital fixo foi mais que proporcional a área
explorada nessa campanha.
Principais custos registados e sua influência no processo de produção
Os horticultores dividem a área de acordo com as culturas e sua demanda no mercado sobre os
mesmos investimentos no activo fixo, e dando prioridade a culturas com maior demanda e de
alto valor económico tais como; o tomate e o repolho. A tabela no5ilustra os principais custos
registados e sua influência no processo de produção, na qual o custo fixo teve elevada influência
no custo total em relação ao restante dos custos de produção para os agricultores BFEA, este
custo teve um peso de 56,46% na cultura de tomate,93.75% no pepino e 75,99% para cultura de
repolho.
Comparativamente, os custos totais nos agricultores NBFEA foram influenciados pelos custos
variáveis dos quais, a percentagem para a cultura de tomate correspondeu a um total de
97323.2MT, que por sua vez foi influenciado pelo custo com lavoura e gradagem, transporte
após colheita no peso de 28.17%, sendo esta maior em relação 9.49% dos agricultores BFEA,
significando que houve maior custo no aluguer de tractor para preparação do solo juntamente
com custo de combustível e aluguer de camionete, para o grupo de agricultores não assistido.
Analisando ainda a influência dos custos para os agricultores NBFEA, para culturas de pepino e
repolho igualmente, pesou em grande escala o custo fixo com92.30%, e um peso de
76.15%respectivamente, porque foram as culturas que ocuparam menor área de produção em
relação ao tomate e o investimento no activo fixo foi realizado considerando todas as principais
hortícolas produzidas por este grupo de horticultores. Os custos variáveis ocuparam a segunda
posição em todos os estratos, excepto para a cultura de tomate nos agricultores NBFEA,
influenciado pelo investimento nos fertilizantes, sementes, pesticidas e no transporte dos
produtos para os mercados.
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Tabela: no4 Peso dos custos de produção nos agricultores NBFEA
Peso dos custos no processo de produção de hortícolas (BFEA)
Principais custos de
Produção (MT)
Época Fresca
Tomate (%) Pepino (%) Repolho (%)
1.Custos fixos 73000,00 56,46423 73000,00 93.75159 73000,00 75,99275
2.Custos Variáveis 56285.4 43,53577 4865.35 6.248415 23061.80 24,00725
2.1.Custos com PSF 19605,00 15,16413 3008.65 3.863914 10835,00 11,27920
2.2.Custo com P.Solo 12263.40 9,485526 271.95 0.349257 4087.80 4,255386
2.3 Custo com MOBS 8100,00 6,265209 225,00 0.28896 2700,00 2,255386
2.4.Custo com Regas 16317,00 12,62091 1359.75 1.746284 5439,00 5,661980
Total 129285.4 100 77865.35 100 96061.8 100
Peso dos custos no processo de produção de hortícolas (NBFEA)
Principais custos de
Produção (MT)
Época Fresca
Tomate (%) Pepino (%) Repolho (%)
1.Custos fixos 67200 40.8453 67200 92.30325 67200 76.14584
2.Custos Variáveis 97323.2 59.1547 5603,5 7.696745 21051.7 23.85416
2.1.Custos com PSF 23855 14.49947 3793.75 5.210945 6267.5 7.101846
2.2.Custo com P.solo 46351.2 28.17305 00.00 0.00 7725.2 8.753599
2.3 Custo com MOBS 10800 6.564424 450 0.618102 1620 1.835659
2.4.Custo com Regas 16317 6.231516 1359.75 1.867699 5439 6.163054
Total 164523.2 100 72803.5 100 88251.7 100
Fonte: Elaborado pelo autor, (MOBS: Mão-de-obra Sazonal, CPSF-custos com Pesticidas semente e fertilizantes
Ainda na tabela no5, do lado dos BFEA, a participação dos custos variáveis foi de 43,54% para
tomate, 6.25% para o pepino e 24.01% para o repolho, sendo que os custos com pesticidas,
sementes e fertilizantes foram os que mais contribuíram para o custo total variável. Os custos
variáveis para os agricultores NBFEA foram maiores em relação aos custos nos agricultores
BFEA, excepto na cultura de repolho, devido às diferenças nas áreas exploradas, sendo 59.15%
para cultura de tomate, 7.70% para o pepino, e 23.85% para a cultura de repolho, dos quais o
custo que mais contribuiu para o total variável foi o custo com preparação do solo.
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4.1.2. Análise das receitas de produção de hortícolas
A tabela no6 demostra o cálculo do valor de produção que os produtores na localidade ganharam
na campanha, sejam eles assistidos pela extensão assim como aqueles que produzem com suas
próprias técnicas. Considerando um hectare para todos agricultores para melhor fazer a
comparação.
Tabela no5:Determinação do valor de produção
Agricultores BFEA (1Ha)
Principais Produtos Produção (kg) Preços (MT) Valor total (MT)
Tomate (caixa de 20kg) 4400,00 400,00 1760000,00
Pepino 5000,00 30,00 150000,00
Repolho 30000,00 15,00 450000,00
Total 39400,00 2360000.00
Agricultores NBFEA (1Ha)
Principais Produtos Produção (kg) Preços (MT) Valor total (MT)
Tomate (caixa de 20kg) 4200,00 400,00 1680000,00
Pepino 5366,80 30,00 161004,00
Repolho 40500,00 15,00 607500,00
Total 50066.80 2448504.00
Fonte: Tabela elaborada pelo autor
Conforme ilustra a tabela no6 os agricultores NBFEA registaram um total de receitas no valor de
2448504,00MT oriundo da soma das principais culturas em análise, considerado um espaço de
um hectare, a receita mínima registada foi na cultura de pepino avaliada em161004,00MT,contra
150000,00MT na mínima arrecadada pelos agricultores BFEA, indicando um ganho adicional
em 11004,00MT de diferença nesta campanha, esta disparidade nas receitas, favoreceu aos
agricultores NBFEA, e é explicada pelo número de pepinos colhidos em média por esses
produtores que foi maior em relação aos produtores BFEA, porque houve diferença nas
quantidades adquiridas de sementes e plantadas, que proporcionaram maior densidade de planta
sem relação aos assistidos. A receita máxima arrecada foi de 1.760.000,00MT pertencente ao
grupo dos assistidos, contra 1.680.000,00MT para agricultores NBFEA na cultura de tomate, a
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diferença na receita foi ocasionada pela disparidade na produção, devido a perda deste produto
pela doença ferrugem principalmente, segundo relataram os entrevistados não assistidos, o que
culminou na média reduzida de caixas de tomate colhidas, comparativamente.
A produção de tomate nesta localidade influenciada pelos serviços de extensão demostrou maior
valor de produção o que proporciona a obtenção de melhores resultados líquidos em relação ao
custo de produção, convergindo com SILVA, (2005) ao afirmar que o lucro aparece pela
condição das receitas maiores em relação aos custos de produção.
O repolho, para os agricultores NBFEA teve uma receita maior nesta campanha, no valor
607500,00MT, em relação a 450000,00MT dos assistidos, impulsionado igualmente pela sua
produção, e considerada uma área uniforme, todos os produtores compram sementes e por vezes
adquirem em mudas nos mesmos mercados, porém verificou-se uma diferença significativa entre
os produtores tanto na produção como na receita, e esteve por detrás desta, as quantidades das
mudas e sementes adquiridas pelos produtores NBFEA que foram comparativamente maiores,
assumindo um poder germinativo satisfatório e equitativo das mudas nos mercados agrícola.
4.1.3.Determinação dos Lucros das principais culturas
A tabela no7 ilustra a descrição e análise da situação líquida de produção de hortícolas na
localidade, resultado da soma das principais culturas como: o tomate, repolho e o pepino, onde a
análise foi feita de ponto de vista da mesma área em hectares (1Ha).
A situação líquida de produzir hortícolas na localidade de Mapinhane, especificamente para
horticultores de contacto que fazem parte dos métodos de extensão agrícola, e horticultores
comerciais nãos assistidos, advém da soma dos lucros obtidos durante a campanha em análise, da
qual o lucro total obtido foi de 1716905,00MT e 1.925.945,54MT para os agricultores BFEA e
NBFEA respectivamente. Para todos agricultores a produção do pepino não foi lucrativa nesta
campanha e registou margens negativas, ocasionadas pelo elevado custo total de produção, do
qual, a participação do mesmo custo foi maior para todos produtores devido a distribuição da
área de produção desta cultura que não foi proporcional ao investimento do capital fixo no que
tange a cultura, dos custos variáveis a aquisição de pesticidas, fertilizantes, sementes e o custo de
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combustível para regas, teve uma participação elevada em todos agricultores, que culminou num
custo variável total elevado ocasionando deste modo resultados negativos nesta cultura.
Tabela no6:Análise dos lucros de hortícolas
Horticultores BFEA (1Ha)
Discrição Tomate (MT) Repolho (MT) Pepino (MT) Resultado Total
Receitas 1760000 450000,00 150000,00 2360000,00
Custos 43095.13 96061.80 311461.40 450618.33
Lucros 1716905 353938,20 -161461.60 1909381.60
Horticultores NBFEA (1Ha)
Discrição Tomate (MT) Repolho (MT) Pepino (MT) Resultado Total
Receitas 1680000 607500 161004 2448504
Custos 54841.06 291214 176503.40 522558.46
Lucros 1625158.94 316286 -15499.4 1925945.54
Fonte: Eleborado pelo autor
Ainda na tabela no7 pode se notar que o registo do lucro máximo foi na cultura de tomate para
todos produtores, mas com maior ganhos os agricultores assistidos tiveram um total de
1.716.905,00MT, fazendo uma diferença de 91746.06MT em relação aos NBFEA, essa diferença
foi provocada pelo custo de aluguer de tractor para lavoura, gradagem e aluguer de camionete
para escoamento dos produtos até aos mercados, onde aos BFEA apenas incorreu-lhes o custo
com combustível para efectivação dessa actividade uma vez que o SDAE disponibiliza um
tractor, facto este que influenciou para maior lucro dos beneficiários de extensão agrícola, nesta
cultura.
A cultura do repolho não foi lucrativa para os agricultores NBFEA, em relação aos agricultores
assistidos pois verificou-se uma diferença no seu lucro de 37652.20MT ocasionado pelo custo
com a preparação do terreno, registado em 8.75% para os agricultores não assistidos em relação
a 4,26% do mesmo custo para os agricultores BFEA, e segundo os entrevistados não assistidos
este custo tende a ser mais elevado porque ainda devem incluir a compra de combustível em cada
actividade (lavoura, gradagem e a sulcagem).
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4.2. Avaliação da rentabilidade económica das principais hortícolas dos produtores BFEA e
NBFEA através dos indicadores económicos.
Tabela no7: indicadores de avaliação da rentabilidade económica
Horticultores BFEA (1Ha)
Indicadores Tomate (MT) Repolho (MT) Pepino (MT)
Custo 43095.13 96061.80 311461.40
Receita 1760000 450000 150000,00
Margem Bruta 1741238.2 426938.2 130538.60
Lucro liquido 1716904.87 353938.2 -161461.40
RCB 40.83988 4.684484 0.4816010
TRICO 39.83988144 3.684484363 -0.5183993
Horticultores NBFEA (1Ha)
Indicadores Tomate (MT) Repolho (MT) Pepino (MT)
Custo 54841.06 291214 176503.40
Receita 1680000,00 607500 161004,00
Margem Bruta 1647558.93 565396.6 138590,00
Lucro líquido 1625158.94 316286 -15499.400
RCB 30.6339775 3.70498,00 0.5528700
TRICO 29.63398,00 2.704985,00 -0.4471400
Fonte: Elaborado pelo autor baseado nos dados de Mapinhane
4.2.1. Avaliação da margem bruta (MB) e o rácio custo-beneficio (RCB)
Analisando a relação do rácio custo – beneficio (RCB), verificou-se que tanto para os
agricultores BFEA, assim como os produtores NBFEA a cultura de tomate foi rentável durante o
período em análise com um rácio que atingiu 40.84 nos assistidos e 30.64 para os não assistidos
considerando-se uma diferença de 10,2, significando que para cada metical investido, os
produtores NBFEA tiveram uma perda na ordem de 10,2% comparativamente. Mas por
apresentarem RCB registado em valores acima de uma unidade, tiveram produções rentáveis,
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concordando com o autor CAMARGO, (2007), ao afirmar que quando o rácio custo-beneficio
for maior que 1 a produção é rentável.
E no que refere-se às margem bruta dos horticultores na cultura de tomate, os agricultores
NBFEA tiveram uma margem no valor de 1647558.93MT, registando uma diferença de
93679.27MT para agricultores de contacto que por sua vez tiveram uma margem de
1741238.20MT, este indicador mede a margem ganha considerando apenas os custos variáveis.
O RCB de pepino para produtores BFEA foi de 0.48 e 0.55 para NBFEA, demostrando que a
produção não foi rentável durante o período em análise para estes agricultores, porque as
produções estiveram abaixo de uma unidade, no mesmo diapasão o IIAM, (2014) diz que para
RCB <1, a produção da cultura não é rentável.
Os produtores BFEA tiveram um rácio RCB de 4.68 contra 3.70 comparativamente, mostrando
que a produção de repolho foi rentável porque registou rácios acima de uma unidade, para todos
agricultores inqueridos, as margens brutas registadas foram de 426938.20MT para os assistidos e
565396.60MT para os não assistidos mostrando uma situação favorável aos produtores NBFEA
no que refere-se aos resultados brutos em relação aos assistidos sendo a diferença de
138458.4MT cultura de repolho.
4.2.2. Avaliação da taxa de retorno de investimento sobre os custos operacionais [TRICO]
Analisando TRICO na cultura de tomate é de referir que os produtores assistidos tiveram ganhos
maiores em termos de lucros, e os mesmos lucros mostraram que o apoio dos serviços de
extensão em técnicas disseminadas sobre o controlo de pragas e maneio da produção, a
disponibilização do tractor foi de tal forma significativo que culminou em diferenças positivas
em taxas da lucratividade.
Porém as diferenças nos lucros entre os produtores, nessa cultura são reflectidas pelas diferenças
nas suas taxas de retorno de investimento sobre os custos de operação que foram na percentagem
de 39.84% nos agricultores BFEA e de 29.63% nos produtores não assistidos e sendo todas taxas
maiores que um unidade mostraram uma situação favorável em termos de rentabilidade para
todos produtores, o que vai de acordo com GITMAN & MADURA (2010) quando afirmam que
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dos Serviços de Extensão Agrícola na Localidade de Mapinhane
Elton Mauro Mube Licenciatura em Economia Agrária Página 37
quando a margem líquida for superior a um (1) a produção é rentável porque as receitas foram
suficientes para cobrir os custos necessários à sua obtenção. Mas este facto conduziu a realidade
de que nesta localidade foi mais rentável produzir tomate, enquanto produtor BFEA na medida
em que este grupo de produtores obtive10,21% na diferença da taxa sobre os custos operacionais,
em relação aos agricultores NBFEA, o que foi provocado pelo facto de que os agricultores
NBFEA apresentaram dificuldades em fazer um maneio adequado das pragas e doenças
principalmente ferrugem (doença), dificuldades na aquisição de pesticidas, fertilizantes,
sementes, e no aluguer de tractor para preparação do terreno.
Quanto a cultura de pepino, todos os produtores registaram uma situação líquida negativa que
influenciou taxas sobre os custos operacionais negativos. A cultura de repolho teve taxas de
recuperação do investimento não muito distanciado entre os produtores, sendo 3.68% e 2.70%
para os BFEA e NBFEA respectivamente. Concordando com os autores MUBAI & LIMA,
(2014) quando concluíram num estudo feito no distrito de Magude que existe uma a ausência de
diferenças significativas da renda agrícola entre os produtores assistidos e os não assistidos, e
esta, pode sugerir que o carácter técnico metodológico da extensão, baseada nas abordagens da
EMC, necessite ser melhorado.
Em termos da TRICO os produtores assistidos, tiveram uma produção de hortícolas com
melhores retornos, ao comparar-se os níveis de lucratividade em relação aos custos operacionais
na produção de repolho e de tomate pode-se constatar que os produtores BFEA rondaram a taxas
superiores com 39,84% comparada a 29,63% para os NBFEA e com diferenças de unidades o
repolho foi de 3.68% contra 2,70%, portanto nota-se que a extensão agrícola teve sua influência
significativa na produção de tomate e repolho.
Olhando os níveis de produção no que tange todos indicadores económicos; pode se afirmar que
os agricultores NBFEA tiveram maior produção, mas em termos económicos os serviços de
extensão agrícola reduziram os custos de produção aos BFEA, e este facto contribui para
superioridade em termos de indicadores da rentabilidade económica, alcançando deste modo os
objectivos da extensão rural de responder pelas melhorias na agricultura familiar e proporcionar
maior produtividade dos factores de produção, dando melhores margens dos esforços investidos
por camponeses da zona desfavorecida.
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dos Serviços de Extensão Agrícola na Localidade de Mapinhane
Elton Mauro Mube Licenciatura em Economia Agrária Página 38
CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1.Conclusões
Depois da apresentação e compilação dos dados concluiu-se que os técnicos na localidade,
utilizam, quatro métodos de extensão agrícola que são: o método escola na machamba do
camponês (EMC),Camponês de contacto (CC), campo de demostração dos resultados do
extensionista (CDR), dia do campo do extensionista (DC), os quais são aplicados de forma
continua método-pós-método mediante as capacidades adquiridas do agricultor
Do levantamento orçamentário feito aos agricultores, concluiu-se que o custo por campanha,
para os produtores BFEA foi no valor de 303212.55MT numa área total de 4,25Ha e os custos
que mais peso tiveram na produção foram os custos com os pesticidas, fertilizantes, sementes, os
custos com a rega. E em relação aos produtores NBFEA o custo nas principais culturas totalizou
em 319310.90MT numa área total de 3.75Ha e este custo mostrou ser elevado
comparativamente, os custos que mais tiveram influências foram os custos com a preparação do
solo e os custos com pesticidas, fertilizantes e sementes.
Quanto ao resultado líquido alcançado pelos agricultores BFEA atingiu um total de três culturas
no valor de 5464287.45MTresultado do que arrecadaram em receitas, no valor 5767500MT dos
quais a receita mínima registada foi no pepino e a máxima verificada foi no tomate o repolho
assumiu valores intermédios. Os agricultores NBFEA tiveram um lucro líquido menor
comparativamente no valor de 5064690MT proveniente do arrecadado, que totalizou de
5384001MT, do qual a receita mínima e máxima foram igualmente registadas no pepino e
tomate respectivamente.
Analisando a rentabilidade olhando para o RCB, Margem Bruta, lucro líquido e TRICO,
concluiu-se que a produção de hortícolas no que tange a cultura de tomate e repolho foi rentável
para todos agricultores, embora para os agricultores BFEA os ganhos tenham sido maiores em
termos de indicadores da rentabilidade económica de forma comparativa, mas a produção
mostrou-se satisfatória para os NBFEA. Concluiu-se por fim que existe uma certa diferença entre
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dos Serviços de Extensão Agrícola na Localidade de Mapinhane
Elton Mauro Mube Licenciatura em Economia Agrária Página 39
os BFEA e NBFEA, mas as diferenças entre esses produtores não são grandes no que diz
respeito aos indicadores de rentabilidade económica.
5.2.Recomendações
Feita análise da rentabilidade e considerando as conclusões recomenda-se:
Aos agricultores (Horticultores comerciais) da localidade Não Abrangidos pela extensão
agrícola
Que aumentem a área de produção para a cultura de Repolho mantendo a tecnologia de
produção até no máximo 1ha visto que para esta cultura o RCB atingiu 3.70 na produção de
0.5Ha contra4.68 dos assistidos em 1Ha o que mostra uma diferença reduzida,
Aumentar a área de produção do pepino, pois embora tenha registado lucro negativo a
margem Bruta foi superior nestes produtores, o que significa que o investimento em capital
fixo foi bastante elevado e a área de produção foi menos proporcional a este custo, mas o seu
RCB é motivador;
Que reduzam os custos com a preparação do solo, substituindo a sulcagem pelo tractor
usando mão-de-obra sazonal, o que para além de reduzir o valor de aluguer do tractor, vai
reduzir o custo de combustível, porque o preço desta Mão-de-obra é baixo;
Que procurem se associarem entre eles e com os assistidos para poderem usufruir de forma
indirecta das técnicas adequadas de produção de tomate principalmente, uma vez que
produzem bem distante das áreas que o técnico podia se fazer presente sem uso de meio de
transporte.
Aos agricultores (Horticultores de contacto) da localidade Abrangidos pela extensão
agrícola
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Que continuem a produzir o tomate na variedade HTX-14, uma vez que submetido a
tecnologia de produção destes produtores mostrou-se bastante rentável, atingindo um RCB de
40.84, superior a uma unidade
Fazer uma avaliação do mercado do pepino antes da produção ou substituir a cultura por
outra que registe RCB> 1 e diferente do 0.48% registado no período em análise.
Aos Serviços Distritais das Actividades Económicas de Vilankulo (Localidade de
Mapinhane)
Aumentar o Rácio Técnico/Agricultor nesta localidade para poder abranger maior número de
agricultores familiares assistidos e não assistidos
Identificar e apoiar os potenciais agricultores sejam eles inscritos assim como não para
assistência, sobretudo produtores de hortícolas ao longo do rio guvuro para alavancar a
economia local, minimizar o custo de combustível e de insumos aos agricultores de contacto,
através de subsistido de combustível e de insumos agrícolas.
Aos investigadores
Que desenvolvam mais pesquisas relacionados com a rentabilidade agrícola através da
extensão rural.
A ESUDER, que criem intercâmbios contínuos (troca de experiencia) entre estudantes e os
produtores agrícolas do distrito, principalmente produtores da baixa do guvuro para
minimizar problemas agronómicos que atravessam os agricultores NBFEA uma espécie de
um programa do tipo ESTUDANTES-UM PRODUTOR mas de forma continua.
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dos Serviços de Extensão Agrícola na Localidade de Mapinhane
Elton Mauro Mube Licenciatura em Economia Agrária Página 41
CAPITULO. VI. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÊNDICES
&
ANEXOS
I
Apêndice no1:
CÁLCULO DE CUSTOS COM PESTICIDAS, FERTELIZANTES & SEMENTES
Horticultores Beneficiários de Extensão Agrícola (BFEA)
25gramas de tomate,20g de pepino, plantulas compra-se a RAND
Campanha 2014-2015 (Época Fresca)
DISCRIÇÃO Quantidades por hectares ocupados em cada cultura
Taxa de câmbio média de Rand para compra (2.9-3.1RAND)
INSUMOS Tomate
(3ha)
Pr.unit
(MT)
Total/MT Pepino
(0.25ha)
Pr.unit
MT
Total
(MT) Repolho
(1ha)
Pr.unit
RAND
Total
(MT)
1.Sementes/Pacot 30 170,00 5100 10 180,00 1800
2.Plantulas 20.000 P 2.000 6000
3.Fertilização 11400 949.9 3800
3.1.NPK/kg 117 50,00 5850 9.75,00 50,00 487.5 39 50,00 1950
3.2.UREIA/kg 138.75 40,00 5550 11.56 40,00 462.4 46.25 40,00 1850
Qtds Pr.unt Qtds Pr.unt Qtds Pr.unt
3.Pulverização 3105 258.75 1035
3.1Abemetina 1.5litro 640,00 960,00 0.5litro 640,00 320,00
3.2.Cipremetina 1.5litro 530,00 795,00 0.5litro 530,00 265
3.3.Mancozeb 3kg 450,00 1350 1kg 450,00 450
Total de insumos 19605,00MT 3008.65,00MT 10835,00MT
CÁLCULO DE CUSTOS COM PESTICIDAS, FERTELIZANTES & SEMENTES
Horticultores Não Beneficiários de ExtensãoAgrícola (NBFEA)
25gramas de tomate, 20g de pepino, plantulas compra-se a RAND
Campanha 2014-2015 (Época Fresca)
DISCRIÇÃO Quantidades por hectares ocupados em cada cultura
Taxa de câmbio média em Rand para compra 2012-2015 (2.9-3.1RAND)
INSUMOS Tomate
(3ha)
Pr.unt
(MT)
Total/MT Pepino
(0.25ha)
Pr.unit
(MT)
Total
(MT) Repolho
(0.5ha)
Pr.unit
RAND
Total
(MT)
1.Sementes/Pacot 25 170,00 4250 12 180,00 2160
2.Plantulas 10.000 1000 3000
Qtds Pr.MT Qtds Pr.MT Qtds Pr.MT
3.Fertilização 16500 1375 2750
3.1.NPK/kg (1x) 300 30 9000 25 30 750 50 30 1500
3.2.UREIA/kg1x 300 25 7500 25 25 625 50 25 1250
3.Pulverização 3105,00 258.75 517,5
3.1Abemetina 1.5litro 640,00 960,00 0.25litro 640,00 160,00
3.2.Cipermetrina 1.5litro 530,00 795,00 0.25litro 530,00 132,5
3.3.Mancozeb 3kg 450,00 1350 0.5kg 450,00 225
Total de insumos
23855,00MT 3793.75,00MT 6267.5,00MT
II
Apêndice no2:
CÁLCULO DE CUSTOS COM PREPARACAO DO SOLO, MOB-SAZONAL & REGAS
Horticultores Beneficiários de Extensão Agrícola (BFEA)
CAMPANHA 2014-2015 (Época Fresca)
O SDAE disponibiliza um tractor para preparação do terreno, Preço médio de combustível (36.26MT/L)
individual
DISCRICAO Tomate
(3ha)
Pr.unt
(MT)
Total/MT Pepino
(0.25ha)
Pr.unit
(MT)
Total
(MT) Repolho
(1ha)
Pr.unit
(MT)
Total
(MT)
Aluguertractor
com grade
SDAE SDAE SDAE SDAE SDAE SDAE SDAE SDAE SDAE
Diesel /dia de w Qt3ha Pr.unit 3263.4 Qt0.25 P.unit 271.95 Qt/1h
Pr.unit 1087.8
Lavoura/toda
Gradagem/toda
Sulcagem/toda
30Litros
30Litros
30Litros
36.26
36.26
36.26
1087.8
1087.8
1087.8
2.5Litro
2.5Litro
2.5Litro
36.26
36.26
36.26
90.65
90.65
90.65
10L
10L
10L
36.26
36.26
36.26
362.6
362.6
362.6
Aluguer
Camionete
9carrada 1000 9000 Semcust
o
3carrad 1000 3000
MO-sazonal Qtd Pr.unt 8100 Qdts Pr.unt 225 Qdts Pr.unt/h 2700
Adubação
solo/homem
9 300 2700 1 75,00 75 3 300 900
Transplante/
Semear/homem
9 300 2700 1 75,00 75 3 300 900
Colher, carregar
Camionete
9 300 2700 1 75,00 73 3 300 900
Regas/5litros/dia
2x por semana
450L 36.26 16317 37.5L 36.26 1359.75 150L 36.26 5439
T Maquinaria 12263.4,00MT 271.95,00MT 4087.8,00MT
T MO-sazonal 8100,00MT 225,00MT 2700,00MT
Tcusto de regas 16317,00MT 1359.75,00MT 5439,00MT
CÁLCULO DE CUSTOS COM PREPARACAO DO SOLO, MOB-SAZONAL & REGAS
Horticultores Não Beneficiários de Extensão Agrícola (NBFEA)
O preço médio de combustível (diesel) pela actividade (36,26MT/L) desde 2012-2015
CAMPANHA 2014-2015 (Época Fresca)
Aluguer tractor
com grade
Qtds Pr.unt 36000 Qtds Pr.unt Qtds Pr.unt 6000
Lavoura/toda
Gradagem/toda
Sulcagem/toda
6
6
6
2000
2000
2000
12000
12000
12000
Uso de
enxada
Uso de
enxada
Uso de
enxada
1
1
1
2000
2000
2000
2000
2000
2000
Diesel/5litros/
por de w
Qtds Pr.unt 4351.2 Qtds Pr.unt 543.9 Qtds Pr.unt 725.2
III
Lavoura/toda
Gradagem/toda
Sulcagem/toda
60Litros
30Litros
30Litros
36.26
36.26
36.26
2175.6
1087.8
1087.8
SemCus
to
Semcust
o
Semcus
to
10L
5L
5L
36.26
36.26
36.26
362.6
181.3
181.3
Aluguer de
Camionete
6x 1000 6000 Semcust
o
Semcust
o
Semcus
to
1x 1000 1000
Mao-de-
obrasazonal
Qtds Pr.unt 10800 Qtds Pr.unt 450 Qts Pr.unt 1620
Terreno e
Adubar/homem
12 300 3600 1 150 150 2 300 600
Transplante e
Sementeira
12 300 3600 1 150 150 2 300 540
Colher,
carregarparacami
onete
12 300 3600 1 150 150 2 300 540
Regas/5litros/dia
2x por semana
450L 36.26 16317 37.5L 36.26 1359.75 150L 36.26 5439
T Maquinaria 46351.2,00MT 0,00MT 7725.2,00MT
T MO-sazonal 10800,00MT 450,00MT 1620,00MT
T custo de regas 16317,00MT 1359.75,00MT 5439,00MT
Apêndice no3:
CÁLCULO DO VALOR DE PRODUÇÃO PARA HORTICULTORES BFEA (Campanha 2014-2015)
Produçãotomate
(3Ha)
Numa área em média de 50mx50m de 1Ha colhe-se entre 50-60 caixas, equivalente a 55 caixas
e para 1Ha- 220 caixas Para 3Ha- 660 caixas, uma caixa corresponde a 20kg, 20kg*660 caixas
=13.200kg variedade HTX-14
Produçãopepino
(0.25Ha)
Em (50mx50m) colhe-se 25 sacos cheios de 150 pepinos cada saco, 3pepinos correspondem em
média a 1kg, 25sacos*150pepinos = 3000pepinos*1kg/3pepinos = 1250kg Va.nagano-f1
Produçãorepolho
(1Ha)
Uma planta, um repolho e adquire-se 20.000plantulas/Há, vende-se por “cabeça”, uma cabeça
por eles produzidos na variedade (Brassicaoleracea,capittata) corresponde
2kg,20000cabecas*1.5kg/cabeça =30000kg
CÁLCULO DO VALOR DE PRODUÇÃO PARA HORTICULTORES NBFEA (2012-2015)
Produção de
tomate(3Ha)
Numa área de 1Ha colhem entre 200-220caixas, o que dá 210caixas para 1Ha, e 630caixas para
3ha, 20kg*610 caixas =12.600kg variedade HTX-14
Produção de
pepino
(0.25Ha)
Em (50mx50m) colhe-se 175 pepinos em média, em 23 sacos, 3pepinos correspondem em média
a 1kg, 23sacos*175pepinos = 4025pepinos*1kg/3pepinos = 1341,7kg, nagano-f1
IV
Produçãorepolho
(0.5Ha)
Adquire-se 9000plantulas, vende-se por “cabeça”, (Brassicaoleracea, capittata), Nestes os
repolhos variam no peso e vai de 1.5-3kg, 2,25kg*9000 = 20250kg
Apêndice no4:
ORÇAMENTO DAS PRINCIPAIS HORTÍCOLAS(CAMPANHA 2014-2015/Época Fresca)
(120 Dias)
ProduçãoemMonocultura
DISCRIÇÃO BFEA
NBFEA
(Época Fresca) (Época Fresca)
Qtds
(kg/ha)
Preço
(kg/MT)
DISCRIÇÃO Qtds
(kg)
Preço
(MT)
1.RENDIMEN
TO MÉDIO
(KG/HÁ)
1.RENDIMENT
O MÉDIO
(KG/HÁ)
Tomate (3ha) 13200 400,00 Tomate (3ha) 12600 400,00
Pepino (0.25ha) 1250 30,00 Pepino (0.25ha) 1341.7 30,00
Repolho (1ha) 30000 15,00 Repolho (0.5ha) 20250 15,00
2.VALOR DE
PRODUCAO
TOTAL 2.VALOR DE
PRODUCAO
TOTAL
Total de tomate 5280000 Total de tomate 5040000
Total de Pepino 37500 Total de Pepino 40251
Total de repolho 450000 Total de repolho 303750
3.CUSTOS
VARIÁVEIS
Tomate Pepino Repolho 3.CUSTOS
VARIÁVEIS
Tomate Pepino Repolho
Total de insumos 19605 3008.65 10835 Total de insumos 23855 3793.75 6267-5
Total
Maquinaria 12263.4 271.95 4087.8 Total Maquinaria 46351.2 Enxadas 7725.2
T. MO-sazonal 8100 225 2700 Total MO-sazonal 10800 450 1620
T. de Regas (TR) 16317 1359.75 5439 Total de regas 16317 1359.75 5439
CVT=total insumos+ total Maquinas+ total MOS+TR CVT = total insumos+ total Maquinas+ total MOS+TR
CV.TOTAL 56285.4 4865.35 23061.8 CVT.OTAL 97323.2 5603.5 21051.7
CUSTOSFIXO 73000 73000
73000 CUSTOS FIXOS 67200
67200
67200
CUSTOTOTA 129285.4 77865.35 96061.8 CUSTO TOTAL 164523.2 72803.5 88251.7
PRODUTOS Tomate
3ha
Pepino
0.25ha
Repolho
1ha PRODUTOS Tomate
3ha
Pepino
0.25ha
Repolho
0.5ha
Margem
Bruta 5223715 32634.65 426938.2 Margem
Bruta 4942677 34647.5 282698.3
V
5150715 -40365.4 353938.2
4875477 -32553 215498.3
RCB= VP/CT 40.83988 0.481601 4.684484
RCB = VP/CT 30.6339775 0.55287 3.44186
39.83988 -0.5184 3.684484
29.63398 -0.44714 2.44186
CUSTOS FIXOS CAMPANHA
2014-2015
Beneficiários de Extensão
Agrícola (BFEA)
Não Beneficiários de Extensão Agrícola
(NBFEA)
Discrição Qtds Preço
(MT)
Valor
(MT)
Preço
(MT)
Qtds Valor (MT)
Aquisição do terreno Próprio Próprio
Salário/Efectivos 4 1000 4000 800 4 3200
Enxadas 10 100 1000 100 12 1200
Ancinhos 10 100 1000 100 8 800
Caixas 100 350 35000 350 80 28500
Botas 5 200 1000 200 5 1000
Moto-bomba 1 30000 1 30000
Catanas 10 100 1000 100 8 800
Pulverizador 2 Fornecidos 2200 1 2200
CustoFixo Total
73000
67200
Apêndice no5:Custo fixo de produção de Hortícolas BFEA& NBFEA
Apêndice no6: preços e quantidades no cálculo de CF&CV na produção das Hortícolas
Custos
Fixos
BFEA
(Qtds/Ha)
NBFEA
(Qtds/Ha)
CustosVariáveis BFEA
Pr.unit
NBFEA
Pr.unt
Aquisição do
terreno
Pulverizador
Herdado
2
Herdado
1
Pulverização
Abemitina1kg
Cipremetina1kg
Mancozeb1kg
540,00 540,00
Salário 4 Efectivos 4 Efectivo Sementes
Tomate, pepino
175 175
Enxadas 10 Enxadas 12 Enxadas Plântulas
Repolho
2000 2700
Ancinhos 12 Ancinhos 8 Ancinhos Combustível
5l/ dia de w
36.26 36,26
Caixas 100 Caixas 80 Caixas Aluguer Tractor Semcusto 2000
Botas 5 Pares 5 Pares Sazonais/
Homem
300 300
Moto-bomba 1 Moto-bomba 1Moto-bomba Aluguer de
camionete
1500 1000
Catanas 10 Catana 8 Catanas Fertilizantes
NPK,UREIA
27,5 27,5
VI
NO INTERIOR A LOCALIZAÇÃO DE POSTO ADMINISTRATIVO DE MAPINHANE
(LOCALIDADE DE MAPINHANE)
Anexo no1:Mapa do Distrito de Vilankulo
Fonte: CENECARTA (1998)