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REPÚBLICA DE MOCAMBIQUE ____________ MINISTÉRIO DA SAÚDE Plano de Gestão Ambiental e Social para a Construção e Reabilitação dos Centros de Saúde Tipo II - Projecto de Prestação de Serviços de Saúde nas Províncias de Niassa, Nampula e Cabo Delgado E1706 V2

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REPÚBLICA DE MOCAMBIQUE ____________

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Plano de Gestão Ambiental e Social para a Construção e Reabilitação dos Centros de Saúde Tipo II - Projecto de Prestação de Serviços de Saúde nas Províncias de

Niassa, Nampula e Cabo Delgado

Maputo, Moçambique Novembro de 2012

E1706 V2

MISAU

AGRADECIMENTOS

O Ministério da Saúde congratula a Direcção Nacional de Planificação e Cooperação que através do Departamento de Infra-estruturas, Departamento de Projectos e toda equipe técnica da Unidade de Gestão dos Projectos do Banco Mundial no MISAU, coordenou internamente e deu o devido apoio ao Consultor do Ambiente para que este Plano de Gestão Ambiental e Social fosse elaborado com mérito e em tempo recorde.

A nível Ministerial, os nossos agradecimentos vão ao Ministério da Agricultura que através da Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia, acolheu com sensibilidade a preocupação do Ministério da Saúde e orientou aos respectivos Directores Provinciais de Agricultura para apoiarem tecnicamente ao Sector Saúde para obtenção dos DUATs; e ao Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental pela partilha das Normas Ambientais de Licenciamento de Terras e de Avaliação de Impacto Ambiental que nos permitiram espelhar a posição do País em relação as normas e procedimentos nacionais a serem considerados no acto da construção de unidades sanitárias tipo II que pertencem a Classe C.

Votos de gratidão estendem-se as Suas Excias Senhores Governadores Provinciais, Direcções Provinciais de Saúde e de Agricultura, Administrações Distritais e locais e todo o elenco técnico das províncias de Nampula, Niassa e Cabo Delgado pela incansável colaboração na identificação e atribuição dos terrenos, realização de consultas públicas e emissão de DUATS dos locais propostos para a construção das Unidades Sanitárias tipo II no âmbito deste Projecto de Prestação de Serviços de Saúde financiado pelo Banco Mundial.

Em nome do Ministério da Saúde, considero este exercício como ter sido uma oportunidade de aprendizagem e de grande importância para o Sector pois orienta-nos para identificação preliminar de possíveis riscos que poderão advir de uma construção / reabilitação de qualquer infra-estrutura de saúde seja ela centros da saúde, hospitais rurais, gerais ou provinciais, laboratórios clínicos, depósitos de medicamentos e outras e antecipar as medidas de mitigação para minimizar os impactos negativos na vida das comunidades e no ambiente. É neste contexto que louvamos o Consultor do Ambiente que em estreita colaboração com a equipe técnica do Banco Mundial pode-nos trazer como ensinamento que fica aquí registado como uma mais-valia ganha deste exercício que esperamos aplicar em outros projectos futuros em prol de um ambiente e de uma população saudável.

O Ministro da Saúde

________________Dr. Alexandre Manguele

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EXECUTIVE SUMMARY

a) Brief description of the project and key environmental and social components

The Government of Mozambique (GMoz) through the Ministry of Health (MOH) is implementing the Health Service Delivery Project (HSDP) in the three northern provinces of Mozambique, namely Cabo Delgado, Niassa and Nampula aiming to reduce child and maternal mortality rate, control of tuberculosis, HIV/AIDS and malaria while increasing availability, access and utilization of basic maternal and health services to local beneficiary communities.

This project is financed by the World Bank (IDA), Canadian International Development Agency, the Swiss Development Cooperation, the Russian Federation and a partial government funds and comprises four components: Component I: Improvement in the Health Service Delivery by supporting among others training and technical assistance to the province and district health staff including civil society organizations such as traditional practitioners medicine, community health workers and leaders and supervision of outreach and community-oriented activities as well as rehabilitation of up to approximately 22 health facilities and construction of about 18 new health centers type II and two houses for MOH health personnel in the provinces of Cabo Delgado, Nampula, and Niassa; Component II: Boosting of National Malaria Control Program by strengthening the malaria control management program in the country including training of health staff, M&E, vector control, acquisition of essential drugs, long lasting insecticide treated nets, rapid diagnostic test kits, microscopes, computers equipment, vehicles and production of behavior change communication materials; Component III: Preparation of Health Sector Investment Plan by providing technical assistance to MOH on designing the five year strategic plan including health infrastructure and acquisition of medical and non-medical equipment, and; Component IV: Capacity Building and Operating Costs for developing the health system observatory for evaluating the evolution of health systems in the targeted provinces of Cabo Delgado, Nampula and Niassa, M&E activities, acquisition of hardware, software and office equipment for the Project activities. To ensure timely and adequate implementation of these proposed component activities, and to comply with the World Bank Safeguards policies basic requirements (specifically OP/BP 4.01 and OP 4.09) the Borrower has developed this proposed environmental and social management plan (ESMP), that provides the core set of mitigation measures to ensure social and environmental soundness of this project.

The respective Local Government Authorities, in due consultation with the beneficiary communities, availed land areas free of claim for the construction of about 18 new health centers type II plus two houses for health professionals per each health centre in the following districts: Palma, Mocímboa da Praia, Mueda, Ancuabe, Balama and Chiúre in Cabo Delgado Province; Malema, Ribaué, Lalaua, Mugovolas, Memba and Nacarôa in Nampula Province; and Metarica, Cuamba, Mandimba, Lago Niassa, Majune and Marrupa in Niassa province and issued for each site the respective legal land title called DUATs. Likewise, approximately 22 health centers of the above/targeted provinces will

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undergo rehabilitation works aimed at improving maternity and under five child healthcare services; provision of drinkable water, replacement / reparation and painting of roofs, doors and windows structures, keeping in mind that the focus of this project is to extent and improve the maternal and child health care delivery services in the districts of the selected provinces.

b) Major environmental and social impacts

Potential positive environmental and social impacts: The approximately 18 new health centres type II and two houses of health professional as well as the estimated 22 health facilities to be rehabilitated under this project will expand the provision of health care services to the surrounding communities as well as reducing disparities and inequalities both in terms of geographic and institutional capacity between the northern, centre and southern part of Mozambique, benefiting specially people living in the remote areas considered economically as the poorest and most vulnerable groups. In addition, the travel time to health facilities will be reduced considerably particularly for pregnant women, sick/ill children and elderly people, thus, increasing the institutional birth rate and health care assistance and reducing the mortality rate due to lack or delay of health care assistance.

Potential negative environmental and social impacts: Considering that health centres will only be built on state/community owned land free of claims, and all civil works will be small in scale and size, no major environmental and social impacts are therefore expected. However, in case that possible risk to the environment and communities may occur, a set of mitigation measures has been developed in this environmental and social management plan to be followed in order to minimize the negative impacts associated with small-scale construction activities, as well as to indicate how the design and operation of the health centres will comply with the existing bio-medical waste management standards laid out in the project’s Healthcare Waste Management Plan and in the national regulations developed under it.

c) Enhancement and mitigation program

Though World Bank safeguards policies prevail and the current project is classified as a social and environmental category B project, according to the Mozambican Environmental law the proposed type II health centres to be built and the ones to be rehabilitated are classified as Category C, meaning there is no need for an environmental and social impacts assessment. However, MICOA requires the issuance of an environmental license prior to undertaking the proposed activities. The license process will be initiated by submission of the pre-viability form (Annex IV of the EIA regulation, and reproduced as Annex 6 of this document) and involve agreement on the routine environmental and social management measures to be applied. As part of the land acquisition process, consultation meetings were done at community level and the community reports were summarised and attached as part

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of the process of acquisition of DUATs. This process has been reviewed as satisfactory by the Bank team’s social safeguards specialist.

d) Monitoring and evaluation of the construction and rehabilitation of the selected health centres and complementary initiatives

As prescribed in the social and environmental clauses included in this plan, design and supervision construction/rehabilitation consultants will be contracted, with the primary responsibility of adequately monitoring implementation of the environmental and social mitigation measures within construction sites. This will be complemented by regular site visits by the Health Directorate at the district and provincial levels, who will also send regular M&E reports to the project team at the Health Ministry in Maputo. During such missions, an integrated team combined with the health professionals, socio-environmentalist, community leaders and other stakeholders will be established to have a comprehensive follow up on the mitigation measures recommended on this Environmental and Social Management Plan. However, the technical team from the Infrastructure Department at MISAU will also undertake routine monitoring field visits to ensure that recommended mitigation measures have been complied by the contracted construction/rehabilitation companies. Once the health centres are in use, then maintenance becomes a key factor for protecting the building to minimize related negative environmental and social impacts and secure sustainability of the health infrastructures. Therefore, the joint-commitments of both the management of health centres and the local administrative health directorate with this plan will remain crucial to ensure the long terms sustainability.

e) Public consultations, participation and disclosure requirements

Communities were brought into this process from the beginning by participating on the identification of (i) priority districts where the new type II health centres could be built as well as of (ii) the existing health facilities to be rehabilitated. Their collaborative and complementary role on both the process of land acquisition and the emission of DUATS were very crucial as they were able to show their commitments to the project. Key stakeholders from the Ministry of Health, Ministry of Environment, Maputo City Municipality and various others stakeholders have been invited to participate at a national public consultation meeting as part of the process of discussing core findings and completion of the document.

f) Estimated costs

The estimated costs for implementation of this Environmental and Social Management Plan is around 12,000 USD per each health centre which includes waste disposal facilities and equipment as follows: the installation of the waste treatment area with fence on the entire area; running cost for fuel for the incinerators estimated at 1 litre per day; limestone, chlorine or other product for the placenta pit estimated at about 1 kg per week; at least two

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containers with wheels being one yellow and another black with capacity of 110 litres each; small containers or buckets, two per each area that produce hazardous and non-hazardous waste and full Personal Protection Equipment for the workers. These expenses have been budgeted as part of the construction costs, and under other project subcomponents to strengthen the implementation of bio-medical as well as pharmaceutical waste management systems.

g) Implementation schedule and reporting

Measures outlined in this Environmental and Social Management Plan will be incorporated into the construction project design and will be implemented following the project’s implementation schedule. Achievements or problems will be reported by the local administrative stakeholders, the district and provincial health directorate in a monthly/ quarterly / annual progress reports to the project management team at MISAU and concerns will be immediately resolved.

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SUMÁRIO EXECUTIVO

a) Breve descrição do projecto e principais componentes ambientais e sociais

O Governo de Moçambique (GMoç) está a implementar através do Ministério da Saúde (MISAU) o Projecto de Prestação de Serviços de Saúde (PPSS) nas três províncias do norte de Moçambique, nomeadamente, Cabo Delgado, Niassa e Nampula com o objectivo de reduzir a taxa de mortalidade materno-infantil, controle da tuberculose, HIV/SIDA e malária e aumentar a disponibilidade, acesso e utilização dos serviços básicos de saúde materna pelas comunidades beneficiárias.

Este projecto é financiado pelo Banco Mundial (IDA), Agência de Desenvolvimento Internacional Canadiana, Cooperação Suíça, a Federação Russa e fundos parciais do governo e contempla quatro componentes: Componente I: Melhoria da Prestação dos Serviços de Saúde através de suporte de entre outras a formação e assistência técnica aos profissionais de saúde a nível provincial e distrital incluindo as organizações da sociedade civil tais como os praticantes de medicina tradicional, os trabalhadores e líderes comunitários de saúde e supervisão das actividades das brigadas móveis orientadas as comunidades assim como a reabilitação de aproximadamente 22 unidades sanitárias e construção de até 18 novos centros de saúde tipo II e duas casas para o pessoal de saúde do MISAU nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, e Niassa; Componente II: Reforço do Programa Nacional de Controlo da Malária através do fortalecimento do programa do controlo e gestão da malária no País, incluindo a formação do pessoal de saúde, M&E, controle de vectores, aquisição de medicamentos essenciais, redes mosquiteiras impregnadas, kits de testes rápidos de diagnóstico, microscópios, equipamentos informáticos, veículos e produção de materiais de comunicação para a mudança de comportamento; Componente III: Preparação do Plano de Investimento do Sector Saúde com a prestação de assistência técnica ao MISAU no desenho do Plano Estratégico de cinco anos incluindo as infra-estruturas de saúde e aquisição de equipamento médico e não médico e; Componente IV: Formação de Capacidades e Custos Operacionais para o desenvolvimento do observatório do sistema de saúde para avaliar a evolução do sistema de saúde nas províncias alvo de Cabo Delgado, Nampula e Niassa, actividades de M&E, aquisição de material duradoiro, electrónico e equipamento de escritório para as actividades do Projecto. Para garantir a implementação adequada e em tempo útil das propostas de actividades desta componente, e cumprir com os requisitos básicos das políticas de Salvaguarda do Banco Mundial (especificamente a OP/BP 4.01 e OP/BP 4.09) o Pais desenvolveu esta proposta de plano de gestão ambiental e social (PGAS), que providencia um leque de medidas de mitigação para assegurar os aspectos sociais e ambientais deste projecto.

As respectivas Autoridades do Governo Local, em consulta com as comunidades beneficiárias, aproveitaram-se das áreas livres para a construção de aproximadamente 18 novos centros de saúde tipo II mais duas casas para os profissionais de saúde por cada centro de saúde nos seguintes distritos: Palma, Mocímboa da Praia, Mueda, Ancuabe, Balama e Chiúre na Província de Cabo Delgado; Malema, Ribaué, Lalaua, Mogovolas, Memba e Nacarôa na Província de Nampula; e Metarica, Cuamba, Mandimba, Lago

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Niassa, Majune e Marrupa na Província de Niassa e emitiu para cada local o respectivo titulo de propriedade legal da posse de terra vulgo DUATs. De igual modo, aproximadamente 22 centros de saúde das províncias acima / abrangidas vão se beneficiar de obras de reabilitação com o objectivo de melhorar a prestação dos cuidados de saúde materno e infantil; provisão de água potável, substituição / reparação e pintura das estruturas do tecto, portas e janelas, tendo em conta que o foco deste projecto é de expandir e melhorar a prestação de serviços de saúde materno infantil nos distritos das províncias seleccionadas.

h) Principais Impactos Ambientais e Sociais

Potenciais Impactos ambientais e sociais positivos: Os aproximadamente 18 novos centros de saúde e duas casas para os profissionais de saúde assim como os cerca de 22 facilidades sanitárias a serem reabilitadas a margem deste projecto vai expandir a provisão dos serviços de saúde as comunidades circunvizinhas assim como reduzir as disparidades e desigualdades tanto em termos geográficos como em capacidade institucional entre as regiões do Norte, Centro e Sul de Moçambique, beneficiando especialmente pessoas que vivem em áreas remotas consideradas economicamente como grupos mais pobres e vulneráveis. Além disso, vai-se reduzir consideravelmente o tempo de deslocação as unidades sanitárias particularmente para as mulheres grávidas, crianças e idosos doentes, e assim, aumentar a taxa de natalidade institucional e a prestação dos cuidados de saúde e reduzir a taxa de mortalidade devido a falta ou atraso de assistência em cuidados de saúde.

Potenciais Impactos ambientais e sociais negativos: Considerando que os centros de saúde serão apenas construídos em terrenos livres de contestação de reivindicações de terras e que todas as obras serão de pequena escala, não se espera assim que haja impactos ambientais e sociais significativos. Contudo, em caso de possíveis riscos ambientais e sociais existirem, foram desenvolvidas neste plano de gestão ambiental e social um leque de medidas de mitigação a serem seguidas de forma a minimizar os impactos negativos associados as actividades de construção de pequena escala, assim como indicar como é que o desenho e o funcionamento dos centros de saúde será ajustado com os padrões existentes sobre a gestão do lixo hospitalar e estabelecidos no Plano Gestão de Resíduos Hospitalares e nos regulamentos nacionais sob eles elaborados.

i) Fortalecimento do programa de Mitigação

De acordo com as politicas de Salvaguardas do Banco Mundial que em termos sociais e ambientais classificam o presente projecto como de categoria B, a Legislação Ambiental Moçambicana classifica os centros de saúde tipo II aqui propostos a serem construídos e os outros a serem reabilitados como sendo de Categoria C, o que implica estarem isentos de uma avaliação de impacto ambiental e social. Contudo, o MICOA exige a emissão de uma licença ambiental antes do início das actividades propostas. O processo de licenciamento irá iniciar com a submissão do formulário de pré-viabilidade (Anexo IV do regulamento de Avaliação de Impacto Ambiental, reproduzida como Anexo 6 deste documento) e envolve

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um acordo sobre as medidas de rotina de gestão ambientais e sociais a serem aplicadas. Como parte do processo de aquisição dos terrenos, foram realizados encontros de consulta pública a nível das comunidades e os relatórios dessas consultas comunitárias foram resumidos e anexados como parte do processo de aquisição de DUATS. Este processo foi conferido e considerado como satisfatório pelo especialista do Banco em salvaguardas sociais.

j) Monitoria e avaliação da construção e reabilitação dos centros de saúde seleccionados e iniciativas complementares

Conforme descritas nas cláusulas sociais e ambientais inclusas neste plano, serão contratados consultores de desenhos e supervisão dos projectos de construção / reabilitação, com a responsabilidade primária de monitorar adequadamente a implementação das medidas de mitigação ambientais e sociais nos locais de construção. Isso será complementado por visitas regulares pelas Direcções de Saúde a nível distrital e provincial, que também irão enviar regularmente os relatórios de M&E a equipa de gestão no Ministério da Saúde em Maputo. Durante tais missões, será constituída uma equipa integrada composta por profissionais de saúde, socio-ambientalistas, líderes comunitários e outras pessoas chaves para de forma holística acompanhar o cumprimento das medidas de mitigação recomendadas neste Plano de Gestão Ambiental e Social. Contudo, a equipe técnica do Departamento de Infra-estrutura no MISAU vai também efectuar visitas rotineiras de monitoria a estes locais para garantir que as medidas de mitigação aqui recomendadas estão a ser cumpridas pelas empresas de construção / reabilitação contratadas. Uma vez os centros de saúde entrarem em uso, a manutenção vai ser um factor a considerar para proteger as infra-estruturas a minimizar os impactos ambientais e sociais negativos e garantir a sustentabilidade das mesmas. Assim, vai ser crucial haver um compromisso conjunto dos gestores dos centros de saúde e as direcções de saúde administrativas locais para com este plano garantir a sustentabilidade a longo termo.

k) Consulta pública, participação e requisitos de divulgação

As comunidades foram desde cedo integradas neste processo aquando a participação na identificação (i) dos distritos prioritários onde os novos centros de saúde tipo II poderão ser construídos assim como (ii) das facilidades sanitárias existentes a serem reabilitadas. O papel colaborativo e complementar por elas prestado tanto no processo de aquisição dos terrenos como o de emissão de DUATs foi crucial pois elas foram capazes de mostrar o seu cometimento com o projecto. Pessoas relevantes do Ministério da Saúde, Ministério do Ambiente, Município de Maputo e várias outras pessoas chaves foram convidadas a participar na reunião nacional de consulta pública como parte do processo de discussão dos principais resultados e conclusão do documento.

l) Estimativa de Custos

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O custo estimado para a implementação deste Plano de Gestão Ambiental e Social é de cerca de 12,000 USD por cada centro de saúde e inclui as facilidades de disposição de lixo e equipamentos seguintes: a instalação da área de tratamento de lixo com quintal ou protecção total da área; custos operacionais de combustível para as incineradoras estimadas em 1 litro por dia; calcário, cloro ou outro produto para a fossa das placentas estimado em cerca de 1 kg por semana; pelo menos dois contentores com rodas sendo um amarelo e outro preto com a capacidade de 110 litros cada; pequenos contentores ou baldes, dois por cada área de produção de lixo infeccioso e lixo normal e equipamento completo de protecção para os trabalhadores. Estas despesas foram orçamentadas como parte dos custos de construção e sob outras subcomponentes do projecto para fortalecer a implementação dos sistemas de gestão de lixos biomédicos assim como os farmacêuticos.

m) Calendário de Implementação e de Relatórios

As medidas reportadas neste Plano de Gestão Ambiental e Social vão ser incorporadas no desenho do projecto de construção e serão implementadas ao longo das fases de implementação do projecto. Resultados alcançados ou problemas serão reportados pelos responsáveis administrativos locais, as direcções distritais e provinciais de saúde nos relatórios de progresso mensais/ trimestrais/ anuais a equipa de gestão do projecto no MISAU e as preocupações serão imediatamente resolvidas.

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INDICE

ITEMS PÁGINAAGRADECIMENTOS 1EXECUTIVE SUMMARY 2SUMARIO EXECUTIVO 6LISTA DE ACRÓNIMOS 121.0- INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS 142.0- DESCRIÇÃO DO PROJECTO 15

2.1- Objectivos do desenvolvimento do projecto 152.2- Componentes do projecto 152.3- Arranjos de implementação 162.4- Área do projecto 172.5- Quadro de políticas 192.6- Políticas de salvaguarda do Banco Mundial 22

3.0- DESENHO PADRÃO DOS CS TIPO II 243.1- Visão geral 243.2- Descrição da metodologia de construção 263.3- Facilidades da deposição de lixo hospitalar 293.4- Materiais de construção e quantidades 33

4.0- POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

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4.1- Efeitos ambientais e sociais 334.2- Critérios de selecção dos sites 354.3- Medidas de mitigação para a construção e impactos

ambientais relacionados 37

4.4- Gestão dos resíduos 595.0 – ARRANJOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PGAS 63

5.1- Custos operacionais 635.2- Gestão de construções e impactos relacionados 635.3- Gestão do lixo hospitalar 645.4- Formações 64

5.5- Indicadores de monitoria 64 5.6- Consulta pública 656.0 – RECOMENDAÇÕES 65ANEXOSAnexo 1- Relatório do seminário de validação do PGAS 68Anexo 2- Resumo da análise dos DUATs 73Anexo 3- Lista de unidades sanitárias a reabilitar 74Anexo 4- Desenho das áreas de tratamento de resíduos hospitalares 75Anexo 5- Resumo das políticas de salvaguarda ambiental e social do BM 76

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Anexo 6- Monitoria das medidas de mitigação 86Anexo 7- Ficha de avaliação ambiental preliminar 100TABELASTabela 1- Localização de tanques / fossas sépticas e outras componentes 30Tabela 2- Tipo de lixo tipicamente produzido em CS rurais tipo II 35Tabela 3 – Critérios para evitar escolha de locais inapropriados para os CS 36Tabela 4- Medidas de mitigação para a construção e impactos ambientais 37FIGURASFigura 1- Esboço do centro de saúde tipo II e área de gestão do lixo 25Figura 2- Vista parcial do centro de saúde tipo II para este projecto 26Figura 3- Directrizes da OMS sobre a gestão de resíduos numa US rural 32

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LIST OF ACRONYMS

AIA Avaliação de Impacto AmbientalBM Banco MundialBP (World) Bank ProcedureCHW Community Health WorkerCS Centro de SaúdeDAF Department of Administration & FinanceDNAIA Direcção Nacional de Avaliação de Impacto AmbientalDNPS National Directorate of Public HealthDNSP Direcção Nacional de Saúde PúblicaDNPSCD National Directorate of Public Health and Community Development DP Departamento de ProjectosDPC Department of Planning & CooperationDPS Direccao Provincial de SaudeDRH Department of Human ResourcesDUATs Direito de Uso e Aproveitamento de TerrasEA Environmental AssessmentEIA Environmental Impact AssessmentEMP Environmental Management PlanEPP Equipamento de Protecção PessoalESMP Environmental and social Management PlanFAO Food and Agricultural Organization United NationGMoç Governo de MoçambiqueGMoz Government of MozambiqueHCWM Healthcare Waste ManagementHIV / AIDS Human Immuno-deficiency Virus / Acquired Immune-Deficiency SyndromeHSDP Health Service Delivery ProjectIDA International Development AgencyIPM Integrated Pests ManagementIRS Indoor Residual Spraying (pulverização residual intradomiciliar)MICOA Ministry for Coordination of Environmental AffairsMISAU Ministério da Saúde MOH Ministry of HealthM&E Monitoring and EvaluationNMCP National Malaria Control ProgrammeOP (World Bank) Operational PolicyPGAS Plano de Gestão Ambiental e SocialPNCM Programa Nacional de Combate a MaláriaPPAH Prevenção, Poluição e Redução ManualPPE Personal Protection EquipmentPPSS Projecto de Prestação de Serviços de Saúde

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PROSAUDE Programa de Apoio ao Sector SaúdeRPF Resettlement Policy FrameworkSDAE Serviços Distritais de Administração EstatalSDMAS Serviços Distritais da Mulher, Acção Social e SaúdeSMI Saúde Materno InfantilTB TuberculosisTOR Terms of ReferenceUSAID United States Agency for International DevelopmentWB World BankWHO World Health Organization

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1.0- INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS

O Projecto de Prestação de Serviços de Saúde (PPSS) entrou em vigor a 11 de Junho de 2010, com o objectivo de melhorar a prestação de serviços de saúde prioritários nas três províncias do Norte, nomeadamente: Cabo Delgado, Niassa e Nampula, no âmbito da estratégia de expansão dos serviços de Saúde em Moçambique. O projecto é financiado através de um crédito da Associação Internacional de desenvolvimento (IDA) - Banco Mundial e doações de outros co-financiadores de entre eles a Rússia, Canada e Suíça e uma pequena parcela do Governo de Moçambique. De entre as várias actividades previstas neste projecto constam a construção de cerca de 18 centros de saúde rurais tipo II e duas casas para os profissionais de saúde por cada unidade sanitária. Para além das construções prevê-se ainda a reabilitação de aproximadamente 22 unidades sanitárias estando ambas actividades dependentes da aprovação de um plano de gestão ambiental e social que estabelece medidas simples e eficazes de mitigação contra os possíveis impactos ambientais e sociais que poderão advir associados as construções destas infra-estruturas.

O MISAU já desenvolveu em outros projectos de construção das unidades sanitárias um plano de gestão ambiental com o apoio da USAID. Dai que a solicitação do Banco Mundial, do MISAU apresentar um plano de gestão ambiental e social como um dos pré-requisitos para a deliberação da construção de centros de saúde nesta região norte do Pais, não constitui uma novidade.

Os objectivos específicos deste plano de gestão ambiental e social são:

i. Assegurar que os desenhos padrão das plantas das unidades sanitárias incluam facilidades e áreas disponíveis para a provisão e tratamento adequado dos resíduos a serem gerados no acto da construção e funcionamento das unidades sanitárias;

ii. Definir os critérios padrão de medidas de gestão ambientais e sociais a serem seguidas tanto pelo MISAU como por outros parceiros aquando a construção e /ou reabilitação das infra-estruturas de saúde não só no Norte mais em qualquer parte do Pais;

iii. Assegurar o cumprimento dos critérios de identificação dos espaços geográficos para as construções em áreas que sejam ambientalmente seguras e que não incorram custos de conflitos sociais de deslocação ou reassentamento populacional;

iv. Identificar as responsabilidades institucionais e os recursos financeiros necessários para a implementação efectiva deste plano de gestão ambiental e social pelo MISAU através dos seus serviços a nível central, provincial, distrital e local.

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O Ministério da Saúde espera partilhar o rico conteúdo deste documento e em particular as medidas de minimização de riscos negativos recomendados neste plano com outros intervenientes multissectoriais com vista a sua divulgação e assegurar o cometimento de todos na garantia da sustentabilidade destas e de outras novas construções sanitárias a serem gerenciadas pelo MISAU.

2.0– DESCRIÇÃO DO PROJECTO

2.1- Objectivo do Desenvolvimento do Projecto

O objectivo de desenvolvimento do projecto de Prestação de Serviços de Saúde é de aumentar o acesso e utilização dos serviços de saúde materna e infantil e de nutrição em áreas geográficas do País.

2.2 – Componentes do Projecto

Depois de reestruturação do projecto são as seguintes as suas componentes: Componente I- Melhoria da prestação de serviços (US$ 45.2 milhões). Esta componente apoiará as seguintes actividades: (i) Provisão de formação e assistência técnica ao pessoal de saúde distrital para aumentar as suas capacidades de gestão e planificação; (ii) Provisão de formação e assistência técnica ao pessoal de saúde para melhorar a qualidade de serviços de saúde maternal e infantil; (iii) Formação de Agentes Polivalentes Elementares (APEs) em cada distrito de cada uma das três províncias; (iv) Reforço das instituições de formação nas três províncias através da provisão de bens, veículos e assistência técnica; (v) Provisão de assistência técnica a Direcção de Recursos Humanos para monitorar a implementação das actividades de formação no âmbito do projecto e do Plano de Desenvolvimento de Recursos Humanos em geral; (vi) Fornecimento de bens e formação para beneficiar as unidades de saúde públicas para fins de aumento das actividades de controlo da malária; (vi) Reabilitação de até (22) unidades de saúde; (vii) Construção de até (18) centros de saúde tipo II e (2) casas para o pessoal de saúde do MISAU para cada unidade de saúde recém-construída, e (viii) fortalecimento da implementação do Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares do Ministério da Saúde nas três províncias através de fornecimento de bens e formação de pessoal de saúde para uma melhor supervisão de Gestão de Resíduos Hospitalares nas unidades de saúde.

Componente II- Reforço do programa nacional de controlo da malária (US$ 14,9 milhões). Este componente apoiará as seguintes actividades: (i) reforço do programa de gestão de malária, (ii) aquisição de medicamentos essenciais e kits de testes de diagnóstico rápido, microscópios, equipamentos de informática e veículos, (iii) Concepção e implementação de uma formação nacional no âmbito da monitoria e avaliação da malária, (iv) Fortalecimento do controlo vectorial por meio da oferta de formação, assistência técnica e bens.

Componente III- Planificação Estratégica e Capacitação (US$ 2.0 milhões). Esta componente apoiará as seguintes actividades: (i) Desenvolvimento do Plano Estratégico do Sector Saúde para os próximos cinco anos que incluirá, nomeadamente, a elaboração de uma nova estratégia de financiamento de cuidados de saúde, a implementação de estudos

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sobre o mapeamento da rede sanitária e disponibilidade de serviços, e pesquisa operacional em recursos humanos; (ii) Preparação do financiamento adicional para a nutrição (Projecto P125477), (iii) Fortalecimento da gestão da cadeia de aprovisionamento; e (iv) fornecimento de formação para o pessoal de saúde a nível provincial para melhorar a sua gestão financeira, e seus conhecimentos sobre monitoria e avaliação.

Componente IV- Gestão do Projecto e Custos Operacionais (US$ 10,3 milhões). Esta componente apoiará as seguintes actividades: (i) custos operacionais necessários para implementar as actividades do projecto, tais como combustível, serviços públicos, manutenção de veículos, diárias para as componentes I, II, III e IV do Projecto, (ii) Despesas para salários dos APEs para o período restante do projecto e incentivos não monetários para outros agentes de saúde da comunidade, (iii) Criação de uma unidade regional descentralizada a nível provincial para suportar o processamento de dados, apresentação dos principais documentos estratégicos e estudos, e apoiar pesquisas em temas de saúde que sejam relevantes; e (iii) Os custos de distribuição, que são definidos como: a) o trabalho temporário (trabalhadores sazonais contratados para prestar trabalho suplementar quando necessário); (b) impressão de formulários e suprimentos (c) Custos de armazenagem incluindo aluguer temporário; (d) reparação básica e custos de manutenção de materiais e equipamentos para o manuseamento de carga nos armazéns; (e) manutenção e combustível para veículos usados na distribuição de produtos de saúde, e (f) o financiamento dos custos operacionais.

2.3- Arranjos de Implementação

Este projecto está integrado no MISAU dentro dos sistemas de prestação de serviços de saúde desde o financiamento adicional até ao processo de selecção das actividades prioritárias no âmbito da estratégia nacional de saúde. O MISAU tem a responsabilidade geral para a gestão do PPSS. A Direcção Nacional de Saúde Pública (DNSP) será responsável pelos aspectos técnicos da gestão do projecto fornecendo orientação e apoio técnico as agências implementadoras dentro do MISAU.

A Direcção de Administração e Gestão (DAF) é responsável pela gestão financeira do PPSS: por exemplo: orçamento das actividades a nível provincial e distrital, desembolso de fundos, contabilidade e transferência de fundos às províncias e distritos.

A Direcção dos Recursos Humanos (DRH) está encarregue da planificação e formação dos recursos humanos adicionais no âmbito do projecto PPSS.

A Direcção de Planificação e Cooperação (DPC) suporta o DNSP nas áreas de monitoria e avaliação do projecto e será responsável pela actualização do plano de investimentos (componente 3).

A planificação, aquisição e distribuição de medicamentos estará sobre responsabilidade da DAF e desenvolvidas pela central de medicamentos e artigos médicos. Aquisição de outros bens, obras civis, consultores e formação é realizada nos seguintes moldes: (i) grandes

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contractos a serem feitos pelo Departamento de Infra-estruturas (DI) incluindo o plano de investimentos e outras actividades; e (ii) e pequenos contractos a serem implementados pelas próprias províncias.

O Programa Nacional de Combate a Malária (PNCM) é responsável, juntamente com as províncias, de implementar o reforço do controlo da malária (componente 2). O PNCM é chefiado por um gestor do programa, e a unidade é obrigada a desempenhar um papel de coordenador e facilitador das actividades. Para tal, o Programa expandiu recentemente a sua capacidade de pessoal a nível central e provincial.

Como mencionado, a supervisão geral de PPSS (para componentes 1 e 2) é abdicada ao Director, que delega a coordenação geral para o Director-Adjunto da saúde pública, que serve como o coordenador do projecto. O coordenador do projecto gere as operações diárias do projecto e garante que planos de implementação do PPSS estejam integrados no sistema de planificação do MISAU e direcções provinciais de saúde. O coordenador do projecto trabalha em estreita colaboração com os médicos chefes Provinciais que atua como coordenador executivo do projecto em cada uma das três províncias.

Para auxiliar o Director-adjunto no exercício das suas funções, foi nomeado o gestor do projecto a nível do MISAU. O gestor do projecto é responsável directo perante o coordenador do projecto, a quem têm o acesso directo numa base regular.

No que diz respeito à reabilitação e construção dos cerca de 22 e 18 centros de saúde respectivamente, será contractada uma equipe composta por gestores do projecto de construção, um a dois arquitectos e empresas de construção para supervisar e monitorar o trabalho de forma a garantir que as medidas de mitigação sugeridas no presente Plano de Gestão Ambiental e Social sejam cumpridas pelas empresas de construção em todas as fases do desenho do projecto, reabilitação / construção das obras. Durante a fase operacional das instalações de saúde os técnicos de saúde ambiental locais serão treinados para reforçar o controlo das medidas de mitigação recomendadas neste plano.

2.4- Área do projecto

O projecto está sendo implementado nas três províncias do Norte, nomeadamente Cabo Delgado, Nampula e Niassa. O governo local destas três províncias em coordenação com os administradores distritais e comunidades locais identificaram os locais para instalar os cerca de 18 novos centros de saúde tipo II com base na população média, as necessidades existentes em termos de instalações de saúde, a taxa de incidência de casos relacionados à saúde materna e a taxa de mortalidade infantil, bem como problemas de nutrição, a percepção das necessidades de serviços de cuidados de saúde primários pelas comunidades, o compromisso dos governos locais, a disponibilidade de terrenos adequados e capacidade do respectivo distrito de assegurar a colocação de pessoal de saúde para trabalhar nos novos centros de saúde.

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Todas as três províncias são predominantemente rurais, com densidade populacional relativamente baixa. Entre elas e mesmo em relação a todo o país, a província de Niassa é que apresenta a menor densidade populacional de apenas 6 habitantes por km², Cabo Delgado com 15,5 habitantes por km² e Nampula com 37,6 habitantes por km². A agricultura de subsistência baseia-se em grande parte pelo cultivo de milho, mandioca e feijão e para a exportação consta o gergelim, amendoim, algodão e cajú. É também praticado a criação de gado embora na maior parte em escala doméstica e principalmente envolvendo animais de pequena espécie. Além da agricultura, a silvicultura e a mineração artesanal também contribuem para alguns meios de subsistência rurais.

O clima nas áreas beneficiárias do projecto é tropical húmido com duas estações: uma estação fria e seca (Maio a Outubro) geralmente sem precipitação e uma estação quente e chuvosa (Novembro a Abril). A temperatura média anual é de cerca de 25°C com precipitação média anual de 800 a 1200 mm. O risco as inundações é generalizado em Moçambique, embora as áreas mais afectadas estejam em grandes vales fluviais no centro e sul do país. Os ciclones também ocorrem em qualquer parte ao longo da Costa (incluindo áreas costeiras de Cabo Delgado & Nampula, que contêm as maiores densidades populacionais por área do projecto), mas apenas a parte sul da costa de Nampula (e áreas mais ao sul) estendem-se as zonas de maior risco (Global Facility for Disaster Reduction & Recovery Climate Risk and Adaptation Country Profile).

Solos são em grande parte formados a partir de materiais de granito e gnaisse e o relevo é geralmente suave. Os vales fluviais são dominados por solos aluviais escuros, profundos, pesados com textura média, moderadamente a pouco drenada. A textura das zonas altas e húmidas varia de argila arenosa a argila estratificada. Os bancos e encostas superiores das áreas entre rios / vales são dominados por solos vermelhos e alaranjados complexos. Em zonas elevadas a drenagem é boa, passando as encostas moderadamente entre boa ou má e imperfeita nos vales.

Os habitats naturais e seminaturais (modificado por pastagem e queimadas) ocupam a maioria das áreas das três províncias e são dominados por floresta de miombo. Estas florestas incluem várias espécies de Brachystegia associado a Julbernadia globiflora. Os vales fluviais e dambos são ocupados por vegetação ribeirinha dominada por Phragmites australis e Cyperus spp. A fauna natural da área do projecto é típica da floresta de Miombo (Imbondeiros), mas na maioria das áreas é bastante reduzida devida a influência humana assim como a densidade baixa de pequenas e médias espécies de mamíferos como macacos, roedores, veados e javalis, enquanto grandes mamíferos, incluindo os leões (Panthera leo), leopardos (Panthera Pardus) e elefante (Loxodonta africana), são raros. Todavia, os centros de saúde serão localizados dentro ou nas áreas adjacentes a centros populacionais onde os habitats naturais foram já substituídos e ou consideravelmente degradados.

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A paisagem da área do projecto consiste basicamente de planaltos, entre 200 e 1000 metros acima do nível do mar. Na província de Nampula que se situa mais no interior da região, os grandes planaltos e cadeias montanhosas atingem mais de 1.000 metros acima do nível do mar e cobrem cerca de 13% do território. O tipo de flora da região é principalmente de floresta e savana densa e aberta. Embora o país tenha essa alta variedade de recursos naturais, a pobreza continua a ser uma preocupação particularmente nas três províncias do Norte.

2. 5- Quadro de Políticas

O projecto de reabilitação/ construção das unidades sanitárias nesta região deve respeitar na íntegra os requisitos citados na legislação ambiental e as políticas de salvaguarda ambiental e social do Banco Mundial.

2.5.1- Legislação nacional relevante

A nível nacional, existem vários instrumentos jurídicos aprovados na área ambiental:

A Lei fundamental

A constituição moçambicana menciona que o governo deve promover iniciativas para assegurar o equilíbrio ecológico, a conservação e preservação do meio ambiente, para garantir uma melhor qualidade de vida para todos os cidadãos.

Leis Ambientais

A Lei ambiental N° 20/97, de 1 de Outubro: Foi aprovada pelo Parlamento a 1 de Outubro de 1997. O objectivo desta lei é de estabelecer alguma base jurídica para uma correcta utilização e uma gestão viável do ambiente e suas componentes, a fim de estabelecer um sistema de desenvolvimento sustentável em Moçambique. Esta lei proíbe o armazenamento ou eliminação de produtos tóxicos poluentes no solo, o subsolo, nas águas e na atmosfera. Recomenda-se também que o governo estabeleça normas de qualidade ambiental para garantir a utilização sustentável dos recursos no Pais. Esta lei contém capítulos sobre a poluição ambiental e normas de qualidade ambiental. Centra-se sobre a necessidade de realizar a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) para projectos e programas que tenham efeitos negativos sobre o meio ambiente ou à saúde pública. Neste campo, o MICOA elaborou directivas para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), incluindo a componente principal do estudo e o processo de aprovação.

A Lei de terra Nº 19/97, de 1 de Outubro: Estabelece as condições de operação sob as quais se baseiam a criação, exercício, modificação, transferência e extinção do direito de uso e aproveitamento da terra. Centra-se principalmente na posse da terra e do domínio público; direito de uso e aproveitamento da terra; exercício de actividades económicas;

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competências e responsabilidades; processo de autorização dos pedidos de uso e aproveitamento da terra. O quadro político para a aquisição de terra é revisto com mais detalhes no RPF.

O Sistema de AIA

O Decreto N° 45/2004 de 29 de Setembro, sobre o processo de AIA: Incide sobre os seguintes pontos: categorização de projectos e subprojectos (A, B, C); Competências no domínio do EIA; Processo de EIA; Avaliação inicial; Critérios de avaliação; Comissão técnica de avaliação (Membros, funcionamento, etc.); Sumário de termos de referências; Processo de participação do público; Modalidades de avaliação do EIA; Acordo ambiental; Procedimentos de consulta. O Ministério para a Coordenação de Acção Ambiental (MICOA), que tem os seus escritórios a nível central e provincial, é responsável pela regulação de procedimentos de avaliação de impacto ambiental (AIA) em Moçambique. A entidade principal neste processo é a Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental. O MICOA tem também um mandato para fiscalizar o cumprimento do EIA durante a construção e implementação do projecto, sempre que necessário. No entanto, continua a ser da responsabilidade do proponente do projecto garantir que as normas e medidas de mitigação identificadas são cumpridas. No contexto do projecto PPSS, isto significa que o MISAU é o proponente principal que deve cumprir com as normas estabelecidas pelo regulamento do AIA.

2.5.2- Passos do Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

O processo de EIA envolve os seguintes passos:

a) Registo do projecto: O proponente é obrigado a registrar o projecto no MICOA. b) Triagem: O projecto é classificado para determinar o nível em que a avaliação

ambiental deve ser efectuada. A selecção é realizada pelo MICOA. c) Realizar um EIA: isso envolve as três principais etapas do processo de EIA

(âmbito, elaboração de termos de referência e preparar uma declaração de impacto ambiental). É nesta fase que a decisão é tomada sobre a obrigação de efectuar-se ou não o EIA.

d) Revisão do EIA: O Comité de revisão técnica estabelecida pelo MICOA revê o EIA e decide se o EIA é aceitável ou não.

e) Emissão das autorizações pertinentes: Caso o EIA seja aprovado, o MICOA emite a licença ambiental necessária que confirma que o EIA foi concluído satisfatoriamente e o projecto pode prosseguir.

f) Tomada de decisão: A decisão é dada pelo MICOA em se a proposta foi aprovada ou não e haverá um registro sobre a decisão tomada explicando como é que as questões ambientais foram tratadas.

g) Monitoria da Implementação do Projecto: O proponente prepara e executa um programa de monitoria apropriado (ou seja, um programa de gestão ambiental).

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h) Importância da participação pública: A participação do público é necessária durante a fase da concepção do projecto e aquando o cumprimento dos termos de referência para a avaliação do impacto do processo de EIA. O proponente é responsável por identificar as partes interessadas e afectadas e garantir que todas as partes interessadas tenham a oportunidade adequada para participar do processo. É iniciado um programa de informação pública e emitidos avisos públicos durante as fases EIA e de concepção do projecto. Sempre que uma forte preocupação pública sobre o projecto proposto for indicada e os impactos forem extensos e profundos o MICOA deve organizar uma consulta pública. Os resultados da consulta pública devem ser considerados na tomada de decisão se a licença pode ou não ser emitida.

Com base na análise do exercício acima o MICOA decide se um EIA é necessário ou não. Os projectos são classificados como categoria A (EIA completo exigido com supervisão do MICOA, a nível nacional), categoria B (EIA simples necessária, com supervisão do MICOA a nível provincial) ou C (não é necessário um EIA especifico). De acordo com o Anexo III do Decreto 45, tanto a gestão dos resíduos sólidos hospitalares provenientes dos centros de saúde como o licenciamento de terras em pequena escala (da magnitude necessária para a construção de um centro de saúde tipo II) são actividades de categoria C. Para efeitos de processo de licenciamento deste tipo de unidades sanitárias, vai-se preencher uma ficha de avaliação ambiental (Anexo 6) e submete-la as Direcções Provinciais do Ambiente para a devida análise e emissão da licença. O período legalmente estabelecido para sua aprovação é de cerca de oito dias úteis. Uma vez analisada a ficha o MICOA irá emitir juntamente com a licença recomendações a serem implementadas pelo projecto. Antecipa-se que as medidas já elaboradas neste plano (que teve em conta os regulamentos nacionais existentes) serão na íntegra aceiteis pelo MICOA mas na eventualidade improvável de que algumas medidas adicionais sejam recomendadas, elas serão incorporadas.

2.5.3- Regulamentos e padrões ambientais adicionais

As seguintes normas genéricas relativas a planificação, construção e operação de obras civis também são aplicáveis à construção de centros de saúde:

Directrizes para elaboração dos Planos Distritais sobre o Uso da Terra, resultantes da política espacial de planificação (Resolução n º 18/2007).

Regulamento geral de edificações urbanas (1961) -Ministério das obras públicas e habitação.

Regulamentos sobre as normas de qualidade ambiental e de descarga de resíduos (Decreto n º 18/2004).

2.5.4- Regulamento de lixos hospitalares

O PPSS adoptou em 2002 o plano de gestão de lixo hospitalar, desenvolvido pelo projecto

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anterior do Banco Mundial de apoio ao programa de HIV/SIDA, que especifica as etapas que devem ser seguidas para fortalecer o sistema nacional de gestão do lixo hospitalar. Contudo, desde 2002 (e em consonância com o plano de gestão do lixo hospitalar) novos documentos de políticas foram desenvolvidos:

Regulamento sobre gestão de lixo biomédico (2003): define responsabilidades básicas (incluindo a exigência de cada instituição de saúde de elaborar um plano simples de gestão do lixo hospitalar), princípios de segregação de resíduos, os requisitos de transporte e eliminação aceitáveis e multas por infracções.

Padrões e procedimentos de gestão de resíduos biomédicos em instalações de saúde (2010): específica em detalhes adicionais as normas para manipulação de resíduos contaminados e tratamento, incluindo os EPI que deve estar disponível, e as normas mínimas de áreas de armazenamento de resíduos. O documento indica que os centros de saúde devem idealmente incluir uma simples incineradora, mas permite também que em zonas rurais possam ser instaladas fossas devidamente construídas e operadas para a eliminação de quantidades modestas de todos os tipos de lixo hospitalar.

Plano nacional de gestão do lixo biomédico (2010): revê as fragilidades actuais do sistema de gestão do lixo hospitalar na base do inquérito feito em 2007 e especifica um número de acções para melhoria, na sua maioria focalizada a provisão de equipamento, formação e fortalecimento do sistema de monitoria.

O departamento de saúde ambiental tem a responsabilidade global para a coordenação de políticas sobre questões de gestão do lixo hospitalar e biomédico no MISAU. No entanto, é o departamento de assistência médica que tem a responsabilidade primária da aplicação das normas de gestão dos resíduos hospitalares através da capacitação do pessoal de saúde. Na prática, ambos departamentos devem colaborar para fornecer capacitação como parte do programa de prevenção de infecções do departamento de saúde, e com o MISAU a nível provincial realizar auditorias periódicas de desempenho. Relatórios de progresso trimestrais devem ser produzidos pelas unidades provinciais de saúde e reportar também o desempenho do plano de gestão de resíduos hospitalares.

2.6- Políticas de Salvaguarda do Banco Mundial

As Políticas de salvaguarda do Banco Mundial visam ajudar a garantir que os projectos propostos para financiamento do Banco são socialmente e ambientalmente sustentáveis e, assim, facilitam a tomada de decisões. Essas políticas operacionais incluem: OP 4.01 Avaliação ambiental; OP 4.04 Habitats naturais; OP 4.09 Maneio de pragas; OP 4.11 Património cultural; OP 4.12 Reassentamento involuntário; OP 4.10 Populações indígenas; OP 4.36 Floresta; OP 4.37 Segurança de barragens; OP 7.50 Projectos em águas internacionais; OP 7.60 Projectos em áreas disputadas. Além disso, existe a Política de divulgação BP 17.50 em que o Banco exige que todos os documentos de salvaguarda sejam divulgados nos respectivos países e no Infoshop do Banco antes da avaliação ou para a

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iniciativa Fast Track antes da assinatura do acordo de financiamento. Anexo 4 resume todas essas políticas.

O PPSS é regido na base de uma das políticas de salvaguarda do Banco Mundial, ou seja, OP 4.01 avaliação ambiental. A cláusula OP 4.12 sobre reassentamento involuntário não é accionada na medida em que os novos centros de saúde serão apenas construídos em terrenos desocupados classificados como terrenos livres de pertença do Estado e providenciados pelos governos locais após um processo de consultas para assegurar que não hajam reivindicações concorrentes ou requisitos de reassentamento. Para assegurar que os lugares são livres de contestação de reivindicações de terras o processo foi revisto pelo especialista do Banco Mundial em matéria de protecção social que verificou que eles não apresentam problemas no âmbito da OP 4.12.

OP 4.01 Avaliação Ambiental: O OP 4.01 visa assegurar que os projectos financiados pelo Banco são socialmente e ambientalmente sustentáveis e que o processo de decisão é melhorado através de uma análise adequada das acções incluindo seus potenciais impactos ambientais. A Avaliação ambiental é um processo cuja amplitude, profundidade e tipo de análise depende da natureza, escala e potencial impacto ambiental do projecto proposto. A avaliação Ambiental leva em conta o ambiente natural (ar, água e terra); saúde e segurança; aspectos sociais (reassentamento involuntário, populações indígenas e bens culturais); e transfronteiras e aspectos ambientais globais. A Avaliação ambiental considera os aspectos naturais e sociais de forma integrada. O OP 4.01 é accionado se um projecto é susceptível de apresentar alguns riscos potenciais e impactos ambientais adversos na sua área de influência. Assim, no caso do PPSS, o projecto foi avaliado durante a preparação por ser da categoria B, o que implica que os impactos ambientais potenciais esperados são poucos e específicos para os sites, qualquer deles irreversíveis e na maioria dos casos, as medidas de mitigação podem ser facilmente projectadas. As referidas medidas de mitigação aplicam-se também as questões identificadas na gestão dos resíduos hospitalares e de maneio de pragas no âmbito do programa de Pulverização Residual Intradomiciliar (IRS). Dois instrumentos foram adoptados pelo projecto para gerir os impactos ambientais nestas duas áreas – o plano de gestão de resíduos hospitalares de 2002, e a avaliação ambiental complementar da gestão vectorial integrada desenvolvido pela USAID em 2007 para o programa do IRS. As actividades adicionais de construção dos centros de saúde exigem o desenvolvimento deste Plano de Gestão ambiental e social como um instrumento de garantias adicionais do OP 4.01. Porém, a natureza e a magnitude destas actividades não implicam quaisquer mudanças na classificação global da categoria do projecto.

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3.0- DESENHO PADRÃO DOS CENTROS DE SAÚDE TIPO II

3.1- Visão Geral

O Ministério da Saúde definiu através do Diploma Ministerial N°127/2002 as características técnicas, funções específicas e mecanismos para a classificação das instituições do Sistema Nacional de Saúde.

Os Centros Rurais de Saúde do tipo II devem possuir os seguintes compartimentos: (i) uma sala de atendimento externo (consultas), (ii) uma sala de tratamento, (iii) uma sala de partos, (iv) uma enfermaria, (v) uma sala de Saúde Materno-Infantil (SMI) e Programa Alargado de Vacinação (PAV) e (vi) um pavilhão aberto ou sala de espera. Os Centros de Saúde terão também duas casas para o pessoal de saúde, consultórios, maternidade e latrinas. Os centros incluirão ainda a instalação de painéis solares, um sistema para água potável incluindo poços e furos com sistema de bombagem e um tanque para armazenamento de água. O sistema de saneamento incluirá tanques sépticos, cistemas de deposição de resíduos sólidos e líquidos, armazenamento e incineração de resíduos perigosos de forma a assegurar que as boas práticas ambientais sejam observadas.

Esta unidade sanitária deve em princípio servir directamente uma população de entre 7.500 a 20.000 habitantes. Face à população que se pretende beneficiar, cada unidade sanitária poderá atender entre 350 a 900 partos por ano, ou seja uma média de 1 a 3 partos por dia. Poderá ainda atender uma média de 5 a 15 crianças por dia em serviços preventivos (por exemplo peso e vacinações) e tratamento das doenças mais comuns como as diarreias, malária e doenças respiratórias. De entre as suas variadas funções no âmbito das actividades educativas e promotoras, deve dar atenção especial às actividades relacionadas com a saúde materno - infantil, consultas de medicina geral, prevenção e controlo das principais doenças endémicas, fazer tratamentos básicos e atendimentos de urgência.

A área total para cada centro de saúde compreende 1ha (quadrado de 100 m x 100 m), rodeado por uma cerca perimetral. Aproximadamente 3/4 da área será um espaço aberto, fornecendo a separação de qualquer edifícios circundantes e espaço para expansão futura (ver fig. 1).

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Figura 1- Esboço do centro de saúde tipo II incluindo potenciais áreas de expansão e área de gestão do lixo

Em termos de desenho os construtores usarão o modelo padrão de Centro de Saúde disponível no Ministério da Saúde, com pequenas modificações de acordo com as condições particulares dos locais onde serão construídos os centros podendo-se ver os seguintes: Fig 2.

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Figura 2: Vista parcial do centro de saúde tipo II a ser erguida no âmbito deste projecto

3.2- Descrição da Metodologia de Construção

3.2.1- Implantação

As edificações serão implantadas no terreno indicado de acordo com as cotas indicadas no projecto de construção. Para evitar a erosão, os locais em redor da implantação das edificações não sofrerão movimentos de terra e tanto o solo como a cobertura vegetal serão conservados no seu estado natural.

3.2.2- Cabouços

Serão abertos cabouços com dimensões indicadas na respectiva planta do projecto de construção, até uma profundidade e largura de 600 mm.

3.2.3- Alicerces

Tendo em consideração as características físicas do solo, serão aplicadas fundações directas, i.e. sapatas isoladas para pilares e estacas dos edifícios. A estrutura das fundações incluirá betão, blocos maciços e viga de fundação em ferro e com enchimento em betão (0.200 mm x 0.250 mm).

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As escavações serão executadas de modo a facilitar a construção das sapatas. Ter-se-á o cuidado de compactar o fundo das escavações antes da colocação da camada de enrocamento em pedra mediana (brita 21/2 – 11/2), devendo ser devidamente compactadas.

3.2.4- Aterros

Entre as paredes da fundação será feito o aterro necessário por camadas de não mais de 200 mm de espessura de terras limpas, compactadas a maço e bem regada.

3.2.5- Pavimentos

O pavimento será em betão de estrutura devidamente dimensionada, finalizado com reboco queimado a colher.

3.2.6- Alvenaria

A partir de uma altura cota 0.00m, as paredes serão elevadas em blocos e as divisões internas previamente definidas e divididas.

3.2.7- Cobertura

A cobertura será em chapa de zinco do tipo IBR 686 da HR (Robertson), galvanizada com 0.6 mm de espessura, assentes em agnação apropriada de (barrotes e/ou estacas) em sentido contrário ao dos ventos dominantes.

3.2.8- Carpintarias

Os trabalhos de carpintaria serão executados de acordo com as boas regras em intervenções do género. Serão executadas em madeira de boa qualidade sem defeitos de prumo e/ou de qualquer outra espécie. As portas serão lisas de acordo com as peças desenhadas. As fechaduras serão de marca “Yale” de boa qualidade com dobradiças, tranquetas e reguladores de material inoxidável ou de latão.

3.2.9- Instalação Hidro-sanitária

Serão construídas latrinas melhoradas para homens e mulheres em laje pré-fabricada em betão armado, acabamento em betonilha queimada a colher com inclinação de 2%. O pavimento será em betão simples sobre enrocamento de pedra com acabamento em betonilha queimada a colher. O respirador será em tubo PVC de 110 mm de diâmetro.

3.2.10- Implantação

O sistema de abastecimento de água nos edifícios provirá do furo aberto e elevada a

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um depósito plástico através de electrobomba com poder de elevação apropriada. O abastecimento para os centros de saúde será também feito através de electrobombas de pressão. As condutas principais e derivações serão em tubos galvanizados de ¾, obedecendo as rotas previstas nas peças desenhadas. Deverão ser montadas válvulas de cunha de diâmetro igual aos respectivos tubos em todas as partes verticais dos tubos de entrada de água para o edifício.

3.2.11- Canalizações

A canalização de água será executada em tubos galvanizados ou polidor com calibres adequados e de acordo com o regulamento aplicável. A tubagem das colunas e ramais de alimentação será executada conforme o traçado do projecto e irá dispor de válvulas de segurança. Na mudança de direcção da canalização empregar-se-ão curvas e tês, com estopas embebidos em zarcão para evitar fugas.

Toda a canalização exterior de águas brancas deverá ter uma inclinação mínima de 2% e as de águas negras de 25%. Todos os depósitos de utilização deverão estar providos de sifões sanitários.

3.2.12- Esgotos

A rede de esgoto será executada conforme o traçado no projecto, de acordo com as prescrições do regulamento geral de canalização e esgotos. Os dejectos serão depurados em fossa séptica, com capacidade para 15 pessoas, sendo o efluente infiltrado no solo por meio de dreno, com 2.5m diâmetro e 3m de profundidade. Os colectores serão em tubo PVC com diâmetros indicados nas respectivas peças desenhadas para águas brancas e negras.

As caixas de inspecção para águas negras e brancas e a fossa séptica serão de blocos em cimento e areia, sendo os fundos e as tampas em betão simples ou armado com dimensões internas de 0.6m X 0.6m. Interiormente serão impermeabilizadas com reboco queimado a colher. Será também construída uma caixa de retenção de gorduras e ralos de pavimento.

Na parte exterior de todos os ramais de descarga dos edifícios, deverão ser montadas bocas de limpeza.

3.2.13- Instalação Eléctrica

A instalação eléctrica será à vista obedecendo uma montagem rigorosa segundo a disposição dos elementos eléctricos indicados no projecto. Contudo desde já fica estabelecido o seguinte: O fornecimento de energia eléctrica a instalação, até ao quadro eléctrico será com condutor PBMR 2x6mm². O dimensionamento alimentar foi feito com base na potência instalada e afectada por um coeficiente de simultaniedade.

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Quadro Eléctrico - Atendendo a disposição física do edifício e para uma melhor utilização e distribuição de energia eléctrica, considerou-se adequado o local indicado para o centro de cargas, o que permite uma boa manutenção e assistência de cada área de utilização. A alimentação das cargas será de 220V. O quadro eléctrico será de construção plástica, tipo exterior.

Circuito de Utilização - A instalação de utilização de cada local do edifício, foi projectada para proporcionar um bom funcionamento dos serviços a instalar de modo a satisfazer as suas exigências técnicas. Consta dos circuitos que alimentam o seguinte tipo de cargas: (i) Iluminação e (ii) Tomadas de uso geral. A instalação destes circuitos a partir do quadro eléctrico até as cargas será do tipo interior e noutros casos será à vista.

Iluminação - De acordo com o projecto foram estabelecidas diversos circuitos com origem no quadro eléctrico, protegidos por disjuntores de 10A, que alimentam armaduras montadas, consoante os serviços a aplicar em cada local dos compartimentos. Cada circuito de tomadas será executado em condutores PBT.

Segurança - Para garantir uma boa terra de protecção aos equipamentos foi concebido um sistema de terra.

Condutor de terra - Utiliza-se cabo de cobre nú de 6 mm² até ao ligador amovível, situado no quadro geral. No último metro antes de penetrar no solo e cerca de 0.5m dentro deste, os condutores de terra serão protegidos mecanicamente por um tubo galvanizado de 1.5m de comprimento.

Eléctrodos de Terra - Os eléctrodos de terra de protecção serão constituídos por varões de cobre de 3m de comprimento e interligados entre si por cabo de cobre nú. A resistência de terra deverá ser inferior a 10Ώ. Toda a instalação deverá merecer uma cuidadosa montagem de acordo com as Normas de Segurança das Instalações de Baixa Tensão em vigor no País.

Pinturas - Serão utilizadas tintas plásticas de qualidade e a óleo específicas aplicadas a três mãos antecedidas de uma de tinta primária.

3.3. Facilidades de Deposição do lixo hospitalar

Em conformidade com os Padrões e Procedimentos de gestão do lixo biomédico nas unidades sanitárias (2010), o desenho da planta do centro de saúde inclui já a provisão de uma fossa melhorada para o tratamento de lixo biomédico, com paredes de blocos de concreto, base de terra compactada tampa metálica no topo, que estará situada a menos de 50m de qualquer fonte de água. As fossas também vão ser localizadas em conformidade com as normas gerais sobre fossas sépticas, conforme tabela 1.

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Tabela 1- Localização de tanques/fossas sépticas - distâncias mínimas a observar em relação a outros componentes

Componente Distância mínima (m)Edifício 2Poço 30Cursos de água 101

Piscina 3Tubagens 3Árvores 3

Fonte: Regulamento de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (Decreto nº18/2004 de 2 de Junho)

3.3.1.- Detalhes da área de tratamento de resíduos nas unidades sanitárias

Pelo facto de se ter observado que existe um grande problema da queima de resíduos / lixo

de forma indiscriminada em covas o que cria problemas de higiene nas unidades sanitárias,

e uma vez que o fumo não pode ser canalizado através de chaminés este se espalha por toda

a unidade sanitária e na vizinhança. Para além da fumaça tem a fuligem, que para isso,

devem-se criar condições de se instalarem incineradoras (montfort); e na última das

hipóteses se deveria construir fornos simples com chaminé ou um queimador de tambor. E

para garantir que mesmo em caso de avaria da incineradora e pelo facto das seringas não

poderem ser queimadas a baixa temperatura deve-se garantir a fossa para seringas.

As áreas de serviço devem ter obrigatoriamente:

Incineradora ou queimador, forno. A incineradora de montfort tem em

média 2x2 metros, sendo ela montado dentro de uma infra-estrutura coberta

com medidas de 4x4 m geralmente com a parte inferior em chapas metálicas

ou em alvenaria e a parte superior das faces em rede, com cobertura em

chapa ondulada, tendo em consideração que a chaminé deve ter no mínimo

uma altura de 4 metros.

1 Se a fossa estiver no mesmo aquífero de abastecimento de água, deve-se aumentar até pelo menos 60 m de distância.

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Uma fossa biológica revestida para placenta com pelo menos 12 m3 com a

divisória a meio para permitir que quando a primeira fossa estiver cheia

fique em repouso por algum tempo para permitir a total degradação das

placentas depostas enquanto se inicia o uso da segunda fossa. Detalhes

indicativos: 2x3x2, cobertura em lajes fixas com acessos para limpeza em

caso de necessidades onde se instalam os respiradouros.

Uma fossa revestida com 8m3 (2x2x2) para as seringas com uma tampa

metálica com 20cm x 20cm.

Uma fossa revestida com 8m3 (2x2x2) para ampolas, frascos vazios com um

sistema de esmiuçamento de material, sistema de destruição e transformação

de ampolas e frascos em cacos.

Uma fossa não revestida com 4m3 para as cinzas provenientes das

incineradoras, com uma laje circular de 1m de diâmetro.

A área de tratamento com 250m2 deve ser completamente vedada, com uma

porta de acesso com possibilidade de se fechar com um cadeado e separado

fisicamente da área de tratamento de resíduos comuns, que também é

vedada, porém, com um trinco para controlar o acesso de animais.

Detalhes de engenharia serão parte do projecto; porém, o esboço de

distribuição está presente no Anexo 3. O custo estimado para a instalação

deste sistema segundo o descrito anteriormente é de 12000 USD incluindo a

vedação e portas de acesso. As componentes do sistema de tratamento de

resíduos está em consonância com as recomendações da Organização

Mundial de Saúde, (vide esquema em seguida).

A provisão de uma incineradora é de extrema importancia para a diminuição

de poluição oriunda da queima indiscriminada de resíduos em covas que

tende a poluir com fumos as áreas circunvizinhas dos centros. Os técnicos

responsáveis pelo tratamento de resíduos serão devidamente treinados no

31

MISAU

uso da incineradora de forma a fazer uma gestão correcta no uso da mesma.

Figura 3- Directrizes da OMS sobre a Gestão de resíduos numa unidade sanitária rural sem acesso a instalação moderna de tratamento ou disposição final de resíduos

De acordo com estas directrizes, as incineradoras serão instaladas, considerando que os centros de saúde serão construídos em áreas com baixa densidade populacional e com condições operacionais aceitáveis.

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Segregação

Minimização de residuos

Corto-perfurantes em caixas seguras

Lixo não infeccioso

Separar o material

biodegradável e usar a parte não orgânica como

combustível

Tratamento dentro da US

Área densamente

povoada (pessoas

Possibilidade de

treinar pessoa e

alocar meios para

a incineradora

Fossa dentro da US

Pequena incineradora

Infecciosos não cortantes em

sacos plásticos

Sistema municipal de recolha

sim

não

sim

ash

yes

não

não

simnão

Se possível destruir ou remover as agulhas com

cortadores ou outro método

sim

sim

Incineração usado para lixo

infeccioso

Disponível um amplo espaço dentro da US Condições

aceitáveis para operar a incineradora

MISAU

1.0

3.4. Materiais de Construção e Quantidades

Por decisão do Governo é proibido na República de Moçambique desde 1990 o uso de chapas fibrocimento contendo asbestos ou outros componentes perigosos para a cobertura das unidades sanitárias. O material de cobertura recomendado é chapa de zinco do tipo IBR, sendo a espessura mínima nas zonas costeiras de 0,8 mm e no interior de 0,6 mm para a redução dos custos.

A caixilharia de todas unidades sanitárias deve ser em pinho tratado, sendo assim a sua proveniência será de fontes autorizadas. É proibido o uso de bambú ou outras matérias de origem vegetal para a feitura de andaimes como forma de evitar o corte de árvores e plantas. Todos os andaimes devem ser metálicos.

As quantidades dos materiais de construção por cada centro de saúde farão parte do caderno de encargos a ser desenvolvido a posterior pelas empresas de construção que vão ser contratadas para o efeito. Contudo, espera-se que haja poucas perdas de solo escavado que poderá ser usado para a fundação das instalações.

4. POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

4.1. Efeitos ambientais e sociais

Para a construção de cada centro de saúde tipo II é necessário uma área de aproximadamente (1ha). Estes centros serão erguidos em zonas rurais onde os terrenos disponíveis são extensos. Os locais provisórios para cada um dos novos centros de saúde foram identificados, e as consultas locais realizadas como parte do processo para fornecer uma licença do governo (DUAT) que autoriza que a terra está disponível para uso. Os governos províncias em coordenação com os governos e comunidades locais identificaram os locais e emitiram os respectivos DUATS e enviaram ao MISAU.

O processo de aquisição dos DUATs iniciou com a identificação a nível provincial dos distritos que irão se beneficiar de novos centros, e as listas foram enviadas ao nível central. Após análise e aprovação destes locais pelas autoridades provinciais em coordenação com os serviços distritais de saúde fez-se a solicitação de terrenos. Em consulta pública realizada pelas autoridades da agricultura as populações identificaram e sugeriram os locais para a implantação das unidades sanitárias, e, dos lugares sugeridos somente dois deles se encontram confrontados com a população, porém em locais livres de reassentamento. Os restantes foram sugeridos em terrenos adjacentes a estradas ou machambas, terrenos estes sob posse do Estado, não havendo conflitos e necessidade de reassentamento de população. Este processo foi revisto pelo especialista do Banco em salvaguardas sociais que confirmou que não há nenhuma questão que exija o accionamento da OP 4.12.

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MISAU

As localizações fornecidas pelos DUATs provisórios são indicativos sendo o processo de planta topográfica final um processo em andamento, de maneira a garantir a conformidade com os critérios ambientais de localização detalhados na tabela 3 abaixo assim como em consideração da Lei de terras, os actuais locais vão ser analisados individualmente por um topógrafo ajuramentado a ser contractado que irá fazer uma análise tendo em consideração os condicionalismos ambientais para demarcar em definitivo os locais e emitir as plantas topográficas. Se por alguma razão algum dos locais não responder as questões ambientais, e não se puder responder deslocando o mesmo para as proximidades irá se iniciar um novo processo de identificação e todo o processo de obtenção do DUAT segundo a legislação, em anexo. No fim do documento apresenta-se a tabela resumida descritiva da situação de cada um dos locais.

Outros impactos sociais negativos serão mínimos devido a pequena escala da construção. A comunidade local vai comparticipar com a mão-de-obra a curto prazo e de trabalhos de simples dimensão. O impacto social global resultantes da construção destes centros de saúde será predominantemente positivo através da melhoria do acesso aos serviços básicos de saúde, e as comunidades estão com grande entusiasmo com estas construções.

Impactos ambientais potenciais serão limitados, localizados e facilmente mitigados em conformidade com a escala modesta da construção (poucas, estruturas de terra simples), e o fato de que apenas simples procedimentos médicos serão realizados (isto é, não exigindo máquinas complexas ou sensivelmente as quantidades de produtos químicos altamente tóxicos. Potenciais impactos de construção (por exemplo, remoção de vegetação, erosão, segurança, gestão de materiais perigosos) serão abordados através da utilização de critérios de selecção especifica do site e um conjunto padrão de medidas de mitigação.

O impacto potencial significativo somente durante a operação dos centros é de eliminação de resíduos, nomeadamente HCWM, embora a escala do problema é ainda limitada devido ao número esperado modesto dos doentes e a geração de resíduos. Estas questões serão abordadas através da disponibilização de meios adequados de eliminação de resíduos dentro do padrão de desenho e aderência ao plano de HCWM existente durante a fase de funcionamento. Tabela 2 resume os tipos de resíduos de saúde antecipada a ser produzido pelos centros saúde rurais de tipo II.

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MISAU

Tabela 2- Tipo de lixo tipicamente produzido em Centros de Saúde Rurais Tipo II

Serviço Actividades Tipo de lixo produzido

Sala Saúde materno-infantil

Vacinação das crianças e mulheres grávidas

SeringasAgulhasAlgodãoLuvas descartáveisLuvas reutilizáveisFrascos/ampolas de vacinas

Consulta pré-natalLuvas descartáveisLuvas reutilizáveisSoluções para desinfecção dos espéculos

Sala de Partos Partos Normais

Luvas descartáveisLuvas reutilizáveis Lençóis sujosProdutos contaminados na arrastadeira- PlacentasAlgodão/Gaze

Sala de Tratamentos

Tratamento de feridas

Algodão/Gaze/LigadurasSolução para desinfecção das pinças e tesourasAgulhas de sutura

Injecções várias

SeringasAgulhasAlgodãoLíquidos desinfectantesFrascos/ampolas das injecçõesBalões dos soros E.V.

Depósito Medicamentos

Distribuição de medicamentos

MedicamentosObsoletos/fora do prazo

Secretaria Expediente geral Processos clínicos Papel normal

4.2. Critérios de selecção dos sites

Tabela 3 fornece os critérios de selecção de local para a construção de centros de saúde, que serão seguidos para evitar a colocação das unidades sanitárias em áreas ambientalmente sensíveis. Acredita-se que os locais provisoriamente identificados não apresentam questões ambientais significativas mas isso será verificado pelo topógrafo de acordo com os critérios de selecção. Geralmente, os centros de saúde serão localizados perto de centros de população rural e de acessos existentes, mas evitando sempre que o espaço esteja a ser usado para outros fins económicos ou necessários para o acesso a outros locais. Os critérios abaixo fornecem uma lista de verificação adicional para garantir a prevenção de problemas específicos e sensibilidades ambientais.

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MISAU

Tabela 3- Critérios para prevenir a escolha inapropriada dos sites para os centros de saúde tipo II

Critério

Local e acessos disponíveis sem necessidade de qualquer reassentamento ou compensação

Locais sem uso prévio que possam tê-lo contaminado (fabricas, lixeiras) que possam ter deixado substâncias nocivas no soloSolo não propenso a instabilidades do solo tais como (erosão rápida, deslizamento de terras ou subsidência)No caso de necessidade de construção em zonas de ciclone ou ventos fortes, estas devem estar naturalmente protegidas pelo relevo ou por uma cortina arbórea, evitando árvores de grande porte dentro da zonaLocais com historial de inundações (incluindo as resultantes de nas zonas costeiras), interceptem linhas de drenagem importantes ou depressõesEstejam a menos de 30 metros de qualquer rio ou cursos de água

Estejam a menos de 100 m de terras húmidas temporárias ou permanentes, ou de corpos de água estagnadaEstejam a menos de 50 m de estradas

Com o lençol freático a menos de 2 metros (no caso de o lençol estiver a menos de 4 metros os poços e fossas de resíduos e outros devem ter a base selada (concreto)O local não deve incorporar ou afectar florestas nativas ou outros habitantes naturais, caso estes tenham ou suspeita-se que tenham importância ou estatuto de protecção para a biodiversidade.Distam a pelo menos 100 m de florestas ou áreas sujeitas a queimadas regulares

Local relativamente plano, onde não haja necessidade de movimentação de grandes quantidades de solo para alem do designe standard projectadoNão existem ou suspeita-se da existência dentro do recinto de objectos, locais de importância cultural, espiritual ou arqueológico (p.ex cemitérios, arvores sagradas, etc)

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MISAU

4.3. Medidas de Mitigação para a construção e impactos ambientais relacionados

A tabela 4 abaixo detalha as medidas padrão de mitigação ambiental a adoptar para a construção de todos os centros de saúde rural tipo II pelo MISAU. Estas foram desenvolvidas em conjunto com a USAID e que também se aplicam aos centros de saúde que o Banco Mundial pretende financiar. Como um conjunto de normas nacionais, estas são sujeitas a revisão, mas em relação ao projecto actual, não requere tais revisões e serão implementadas ao máximo rigor de acordo com o recomendado.

1. FASE DE CONCEPÇÃO1.1 Impactos positivos (não se esperam impactos positivos na fase de concepção do projecto)1.2 Impactos Negativos

Impacto Medidas para incrementar o impacto Responsabilidadede execução

Período de execução

Localização inapropriada da unidade com possibilidade de sofrer com efeitos de chuvas, inundações e outros

Garantir durante o processo de obtenção de DUAT o respeito rígido das condições mínimas de escolha de local que fazem parte do plano de gestão ambiental e social

DI/DPS/DDS

Durante a obtenção do DUAT e concepção do projecto

Contacto de pessoas não autorizadas com resíduos na zona de tratamento

Garantia de acesso restrito, e vedação total da área DI /MISAU

Durante a concepção do projecto

Descarga de efluentes com carga altamente contaminante

Separação do sistema de drenagem de áreas específicas com cargas de sangue, e outros fluidos da drenagem normal.

DI Durante a concepção do projecto

Dificuldade de movimentação entre áreas de tratamento assim como de contentores de resíduos

Garantir acessos por rampas a todos os sectores da unidade sanitária

DI Durante a concepção do projecto

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MISAU

Incómodos por fumos da incineradora aos utentes, assim como vizinhança

Garantir que em caso de instalação de uma incineradora, estar situada em local com menor impacto e que a chaminé tenha no mínimo 4 metros de altura, e 2 metros acima da infra-estrutura mais alta num raio de 100 metros.

DI Durante a concepção do projecto

Contaminação do lençol freático por resíduos biomédicos.

Garantir que as fossas de placentas, seringas e ampolas sejam desenhadas e construídas de maneira a serem estanques e não propiciarem a infiltração nos solos.

DI Durante a concepção do projecto

Mistura e possibilidade de acesso a resíduos infecciosos por pessoal estranho

Garantir que as áreas de armazenamento de resíduos não contaminados estejam fisicamente separados e com entradas separadas em relação aos contaminados sendo o segundo de acesso restrito e controlado.

DI Durante a concepção do projecto

Interrupção de linhas naturais de água

Garantir que nenhum trabalho de construção ou movimentação de terras interrompa linhas naturais de drenagem, ou em caso de necessidade, criar alternativas viáveis com as mesmas capacidades de descarga

DI Durante a concepção projecto

2. FASE DE CONSTRUÇÃO2.1 Impactos positivos

2.1.1 Fase de construção: impactos positivos no meio biofísico (Não se esperam impactos positivos no meio biofísico na fase de construção)

2.1.2 Fase de construção: Impactos positivos no meio socioeconómico

Impacto Medidas para incrementar o impacto Responsabilidade de execução

Período de execução

Criação de postos de trabalho temporários a nível local

Privilegiar a contratação de mão-de-obra local, sempre que as aptidões necessárias estejam presentes e, principalmente, quando não for necessária especialização prévia;

Empreiteiro Antes do início das obras;Durante a

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MISAU

Estabelecer e implementar requisitos claros de contratação (p.e. idade, período aplicável, aptidões necessárias);

Deve ser assegurada a equidade do género no processo de contratação, providenciando a oportunidade a mulheres na atribuição dos postos de trabalho;

As autoridades locais (chefes dos postos administrativos, chefes das localidades, secretários, líderes comunitários) devem ser envolvidas no processo de recrutamento da mão-de-obra local, a fim de evitar potenciais conflitos e de assegurar uma boa gestão das expectativas de emprego;

Todos os trabalhadores recrutados localmente devem beneficiar de instrução adequada sobre as actividades a realizar.

execuçãodas obras.

Satisfação a nível da comunidade, ligada à perspectiva de melhoramento dos cuidados de saúde a nível local

O desenho da arquitectura deve obedecer os padrões exigidos para tipo de empreendimento ao nível do sistema nacional de saúde.

A execução de obras de qualidade irá aumentar o nível de satisfação da comunidade.

Empreiteiro (sob acompanhamento da DPS

Durante a execuçãodas obras.

2.1.3 Fase de construção: impactos positivos de saúde e segurança (Não se esperam impactos de saúde e segurança na fase de construção).

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MISAU

1.2 POTENCIAIS IMPACTOS NEGATIVOS DA FASE DE CONSTRUÇÃO

1.2.1 Fase de construção: impactos negativos no meio biofísico

Impacto Medidas de mitigação Responsabilidadede execução

Período de execução

Perda de vegetação/Perturbação de habitats

O Pessoal dos centros de saúde deve ser instruído a preservar a vegetação e os habitats naturais na área do projecto;

A localização das várias instalações que compõem os Centros de Saúde deverá ser cuidadosamente escolhida, de modo a reduzir ao mínimo a perturbação dos habitats da área. As instalações não devem ser colocadas em áreas ecologicamente sensíveis (como terras húmidas);

As infra-estruturas auxiliares não devem estar localizadas a uma distância inferior a 100m de qualquer fonte natural de água (p.e. rio, lago);

Sempre que possível, deve-se contornar as áreas com espécies de grande porte, como é o caso dos imbondeiros e outras espécies de árvores encontradas no local.

Empreiteiro Durante a planificaçãodas obras

Aumento da pressão sobre os recursos florestais, através de exploração de madeira e caça ilegais

O Empreiteiro deve estar atento à possibilidade de ocorrência de caça furtiva e exploração ilegal de madeira por trabalhadores do projecto. Tais actividades não deverão ser permitidas;

Os trabalhadores da empreitada deverão ser instruídos a não praticar qualquer tipo de extracção de recursos florestais (extracção de madeira e caça);

Sempre que possível deve-se evitar o uso de carvão ou lenha

Empreiteiro Durante a execuçãodas obras deconstrução.

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MISAU

para a preparação dos alimentos, devendo-se encontrar alternativas para o efeito. Em caso de impossibilidade a obtenção de lenha ou carvão deve ser em coordenação e autorização do fiscal, evitando cortes de árvores sem a devida autorização.

Erosão, devido a remoção da vegetação, escavação, extracção de inertes para construção e outras actividades relacionadas com a construção

Evitar a remoção da vegetação em áreas de declives acentuados;

Intensificar as actividades de construção na época seca, como forma de reduzir o potencial de erosão causada pelo impacto da água das chuvas;

Restringir a circulação de veículos pesados em áreas propensas a erosão;

Limitar a movimentação de maquinaria/viaturas pesadas ligadas às obras ao mínimo necessário.

Empreiteiro Durante a execuçãodas obras deconstrução.

Redução de água disponível para uso da população

Deve ser solicitada a ARA Centro-Norte autorização para a extracção em grande escala da água dos rios. A água deve ser usada apenas nas quantidades permitidas e estritamente necessárias para os propósitos que se destinam.

Sempre que possível, a água deverá ser retirada a jusante das zonas de uso pelas comunidades e aplicada de forma eficiente e económica para evitar desperdícios e degradação dos ambientes aquáticos terrestres.

Deve ser explorada a possibilidade de abertura de furos de água para as obras e abastecimento dos acampamentos dos trabalhadores;

Os furos de água a serem abertos poderão servir para uso quotidiano na fase de operação dos Centros de Saúde.

Empreiteiro em coordenaçãocom a DPS)

Autorizações (ARAcentro Norte): durante a planificação das obras de construção;Estabelecimento de furos; terminar pelo menos 15 dias antes do início das obras de construção;Implementação

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MISAU

de medidas de controlo da captação e do uso da água; durante a execução das obras de construção.

Poluição do solo e da água devido ao armazenamentoe manuseamento de produtos químicos e aos derrames de veículos

O armazenamento temporário de produtos químicos deve ser realizado em áreas devidamente impermeabilizadas, para prevenir a contaminação do solo e da água;

O armazenamento de produtos químicos, incluindo combustíveis, deve ser feito em áreas, vedadas e seguras para não permitir o acesso de pessoas estranhas;

Apenas pessoal competente deve manusear produtos químicos;

Deve-se efectuar manutenção preventiva e regular a todo o equipamento (máquinas e veículos) usado nas obras de construção, de modo a evitar avarias e derrames de combustíveis e óleos;

Áreas específicas para manutenção do equipamento devem ser identificadas e preparadas para o efeito;

O abastecimento de máquinas e veículos deve ser feito em locais especialmente designados para o efeito, com condições de contenção;

Em casos excepcionais, i.e. se o abastecimento for feito fora do local apropriado, deverá ser colocada uma lona ou outro tipo de material impermeável adequado sobre o solo, de modo a evitar contaminação do solo e das águas superficiais e

Empreiteiro Preparação dos locais de armazenamento: terminar antes do início das obras de construção e antes de se iniciar o armazenamento;Implementação das medidas de prevençãode derrames; durante a execução das obras de construção.

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MISAU

subterrâneas.Poluição do solo e da água causada porresíduos de construção

Todos os trabalhadores envolvidos nas obras devem ser sensibilizados a implementar boas práticas de gestão de resíduos e a evitar a poluição;

Os desperdícios de betão e cimento deverão, sempre que possível, ter outras formas de reaproveitamento;

Tambores não contaminados por produtos químicos (p.e. óleos ou lubrificantes) podem ser oferecidos à população local, para serem usados como reservatórios de água;

A possibilidade de aproveitamento de alguns materiais considerados residuais para as obras pelos trabalhadores do projecto ou pela população é aceitável, desde que de forma controlada, assegurando que a medida não inclua quaisquer materiais que possam impor riscos de saúde e segurança ou risco para o ambiente.

Empreiteiro Durante a execuçãodas obras de construção.

Poluição do solo e da água em resultado da descarga de efluentes domésticos (em especial se forem usados sanitários portáteis)

Disponibilizar sanitários adequados (e água limpa) durante as obras;

Em caso de uso de sanitários portáteis, a deposição dos resíduos dos sanitários deve ser feita de acordo com os requisitos do Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto no 13/2006, de 15 de Junho), nomeadamente em local aprovado pelas autoridades para o efeito.

Empreiteiro Preparação das condições de gestão de efluentes domésticos: terminar pelo menos 15 dias antes do início das obras de construção;Gestão da deposiçãode efluentes domésticos:

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MISAU

durante a execução das obras de construção.

Degradação das condições de saneamento do meio, associada à acumulação de resíduos sólidos domésticos durante as obras

Todos os trabalhadores devem ser instruídos a procederem à deposição adequada dos resíduos domésticos produzidos no local da obra;

Os acampamentos dos trabalhadores devem ser mantidos limpos, não se devendo queimar, enterrar ou abandonar o lixo de forma indiscriminada;

Recipientes com tampa para armazenamento do lixo doméstico devem estar disponíveis em locais estratégicos, em número adequado e com capacidade suficiente, tendo em conta a estimativa de quantidade de resíduos a produzir;

O Empreiteiro deve criar áreas específicas onde os trabalhadores possam confeccionar as suas refeições, bem como passar as refeições;

Restos de alimentos poderão ser enterrados em locais especialmente designados para o efeito (i.e aprovados pelo responsável da obra) e cobertos com terra, para reduzir o potencial incómodo causado pelo cheiro e a invasão por ratos ou insectos transmissores de doenças, tal como moscas. Tais locais devem ser seguros e não susceptíveis de ser revolvidos por pessoas ou animais domésticos;

A abertura de lixeiras deve seguir as seguintes regras: O solo superficial deverá ser acumulado numa área separada, livre de qualquer contaminação, para ser usado mais tarde no encerramento e reabilitação da lixeira;

As lixeiras deverão estar situadas a distâncias não inferiores a

Empreiteiro Sensibilização: antes do início das obras.Executar igualmenteantes do início de cada jornada diária de trabalho, como parteda planificação das tarefas do dia;Manutenção de condições adequadasde saneamento do meio: durante aexecução das obras

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MISAU

50 metros de áreas residenciais e linhas de drenagem, devendo a sua profundidade ser inferior a 2 metros;

Quando a capacidade das lixeiras estiver quase esgotada, deverá ser espalhado solo superficial sobre o lixo, para encerramento da lixeira, devendo entretanto ser aberta uma outra lixeira;

Redução temporária e localizada da qualidade do ar, devido a emissão de poeiras e à libertação de gases de exaustão pelos veículos

O movimento dos veículos da construção deve ser reduzido ao mínimo necessário para satisfação das necessidades do projecto, para minimizar a dispersão de poeiras e a libertação de gases de exaustão;A quantidade de vegetação a ser removida deverá ser a mínima necessária, como forma de contribuir para a redução da dispersão de poeiras;Os veículos devem beneficiar de assistência técnica e manutenção adequadas, para minimizar a quantidade de gases de exaustão libertada.

Empreiteiro Durante a execuçãodas obras deconstrução.

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MISAU

1.2.2 Fase de construção: impactos negativos no meio socioeconómico

Impacto Medidas de mitigação Responsabilidadede execução

Período de execução

Expectativas de emprego acima da capacidade de satisfação pelo projecto

Caso necessária a contratação de pessoal adicional para as obras, recomenda-se o seguinte:

Estabelecer formalmente requisitos de contratação claros e assegurar o seu cumprimento;

Divulgar o número de postos de trabalho disponíveis e o período aplicável;

Priorizar a contratação de mão-de-obra local (da povoação/localidade onde o Centro de Saúde será construído).

Empreiteiro Pelo menos 15 dias antes do início do processo de contratação de pessoal

Proliferação de maláriaentre os trabalhadoresenvolvidos na construção, devido à fragilidade das medidas de prevenção

O Empreiteiro deverá estabelecer medidas de prevenção de malária, incluindo o controlo da proliferação de mosquitos nos acampamentos e nas frentes de trabalho mais expostas (por exemplo, nas proximidades de rios e riachos), distribuição de redes mosquiteiras, pulverização da área entre outras;

O empreiteiro deve fazer campanhas de consciencialização sobre as formas de prevenção da doença;

Sabendo-se que a malária pode manifestar-se através de uma diversidade de sintomas, os trabalhadores que não se encontrem em bom estado de saúde deverão ser imediatamente conduzidos a uma unidade sanitária para diagnóstico e, se necessário, posterior tratamento;

Não se deve permitir o desenvolvimento de charcos nas áreas de trabalho ou nos acampamentos – terminado o

Empreiteiro Durante a execuçãodas obras deconstrução.

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MISAU

período de chuvas, estes devem ser tapados com terra.Proliferação de ITSs eHIV/SIDA, relacionada comcomportamentos sexuaisinadequados / fracoconhecimento das medidas de prevenção

Consciencializar os trabalhadores sobre as formas de transmissão de ITSs e HIV/SIDA, incluindo comportamentos de risco/prostituição; poderão ser organizadas palestras ou sessões informais e usados cartazes/folhetos, com base em linguagem clara e de fácil entendimento;

Aconselhar os trabalhadores a submeterem-se a testes de HIV, fazendo uma abordagem aos riscos associados à doença;

Aconselhar os trabalhadores a submeterem-se ao tratamento de ITSs na sua fase inicial, para minimizar o risco de infecção por HIV;

Providenciar a todo o tempo preservativos masculinos e femininos;

Encaminhar os trabalhadores para tratamento e monitoramento precoce de infecções secundárias/oportunistas tais como tosses, gripes e pneumonia em unidades sanitárias;

Estabelecer e implementar um conjunto de Normas (ou um Código de Conduta) para o local de trabalho. As Normas devem incluir, entre outros aspectos, a proibição da entrada não autorizada de pessoas estranhas ao serviço e a proibição da prostituição.

Empreiteiro em coordenação com as DPS

Durante a execuçãodas obras deconstrução.

Incómodo no meiocircundante, causado pelo ruído / vibrações das obras.

As viaturas e o equipamento devem ser mantidos em bom estado de funcionamento, como forma de minimizar o ruído produzido;

As actividades produtoras de níveis altos de ruído deverão ser realizadas durante o período diurno, como forma de

Empreiteiro Durante a execuçãodas obras deconstrução.

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MISAU

minimizar a perturbação das pessoas residentes nas vizinhanças da área do projecto;

Interferência com bens da comunidade - perda de terrenos agrícolas

Deve ser garantido que a expropriação de terra seja feita sem prejuízos para os actuais proprietários (individuais, colectivos ou comunidade), garantindo que os direitos de uso e aproveitamento de terra sejam respeitados e que lhes sejam providenciadas áreas alternativas e compensações justas pela perda de terra a favor do projecto;

Deve ser identificado terreno alternativo com áreas e condições de solo (fertilidade) e geográficas (acesso facilitado) equiparáveis ou melhores que as do terreno perdido a favor do projecto;

As indemnizações relacionadas devem ser elaboradas em observância da legislação moçambicana, sendo que os serviços distritais relacionados (SDAE) devem ser envolvidos no processo;

Deve ser providenciada terra de pastagem alternativa caso a existente seja afectada pelo projecto;

As áreas ocupadas pelo projecto para serviços de apoio (p.e. áreas de empréstimo e acampamentos dos trabalhadores), devem ser implantadas em terras desocupadas;

Deve ser solicitado o consentimento das comunidades e das autoridades locais antes da construção das infra-estruturas do projecto, segundo os costumes tradicionais locais

Como forma de evitar esta questão deve-se garantir o respeito das condições da tabela 5 deste plano, evitando na selecção locais que envolvam outros usos ou reclamações

Empreiteiro Tão cedo quantopossível antes doinício da execução dasobras de construção.

Interferência com bens Deve ser realizado um levantamento de machambas Empreiteiro Durante a

48

MISAU

da comunidade - perda de culturas e árvores de frutos

culturas e árvores de fruta afectadas pelo projecto, em estreita colaboração com as autoridades locais e as pessoas afectadas;

Devem ser efectuadas reuniões com as comunidades a fim de afectar as necessidades do projecto e uso das terras em questão, bem como as medidas de mitigação e os pacotes de compensação para os diferentes tipos de perdas;

As indemnizações relacionadas com perdas de culturas, árvores de fruto e outras árvores de valor económico devem ser elaboradas em observância da legislação moçambicana, tendo como base os valores estipulados pelos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE), os quais devem ser envolvidos no processo;

Sempre que possível, deve ser dada oportunidade de colheita das culturas existentes.

Como forma de evitar esta questão deve-se garantir o respeito das condições da tabela 5 deste plano, evitando na selecção locais que envolvam outros usos ou reclamações.

(em coordenaçãocom a AdministraçãoDistrital)

execuçãodas obras deconstrução.

Conflitos sociaisrelacionados com apresença de trabalhadoresexternos à comunidade

Devem ser estabelecidas regras de conduta para os trabalhadores (incluindo a proibição da prostituição nos acampamentos de construção);

Os trabalhadores deverão ser consciencializados sobre as regras de comportamento e conduta perante a comunidade, tendo como meta a harmonia e respeito pelas comunidades locais.

Empreiteiro Durante a execuçãodas obras deconstrução

Aumento de casoscriminais, particularmente de roubo de materiais de

Antes do início das obras de construção dos Centros de Saúde, deve-se trabalhar em estreita articulação com as autoridades policiais provinciais e distritais no sentido de alertar sobre a probabilidade de ocorrência deste impacto.

Empreiteiro em coordenação com o SDSMAS

Pelo menos 30 diasantes da execução das

49

MISAU

construção Deve ser equacionada com a polícia a possibilidade de implementação de medidas de reforço da protecção (pessoal e equipamentos) ao nível dos locais visados pelo projecto, conforme necessário.

obras de construção

Interferência com locais de valor cultural / espiritual (p.e. campas, cemitérios e locais sagrados)

Em coordenação com líderes comunitários, a comunidade e representantes do governo local;

Determinar a situação da área a ser directa ou indirectamente utilizada para efeitos de construção e das áreas nas vizinhanças imediatas destas, no que diz respeito ao valor cultural/espiritual;

Identificar as áreas de valor cultural/espiritual que possam vir a ser afectados pelo projecto, em coordenação com as partes acima referidas;

Deve ser evitado qualquer dano sobre tais locais. Na definição de medidas para proteger e respeitar os locais identificados, agir em conformidade com os costumes locais, como forma de evitar conflitos com a comunidade;

Em caso de descoberta de qualquer uma destas situações as obras devem parar imediatamente e se deve informar ao engenheiro residente, e serão solicitadas orientações às autoridades nacionais competentes sobre como proceder.

Durante a consulta pública e escolha do local com as comunidades deve-se garantir que o local escolhido não inclui locais de valor cultural e espiritual

DPS, e ainda com líderescomunitários, acomunidade e representantes do governo local (geografia e cadastro)

Durante a planificaçãoe execução das obrasde construção

50

MISAU

1.2.3 Fase de construção: impactos negativos de saúde e segurança

Impacto Medidas de mitigação Responsabilidade execução

Período de execução

Acidentes de trabalho em actividades de escavação e extracção de materiais inertes para as obras

Deve-se assegurar que todos os trabalhos de escavação são realizados sob supervisão duma pessoa competente;

Deve-se avaliar a estabilidade do solo antes do início dos trabalhos de escavação;

Implementar medidas de socorro imediato em caso de acidente, incluindo o fornecimento de kits de primeiros socorros e socorristas no local e o encaminhamento para uma unidade sanitária, caso necessário.

Empreiteiro Durante a execuçãodas obras deconstrução

Acidentes de trabalhoassociados à circulação de veículos e equipamentos móveis envolvidos nas actividades de construção

Assegurar que todas as máquinas e veículos usados durante a construção sejam adequados às tarefas a executar;

Apenas trabalhadores devidamente certificados e competentes devem manusear veículos e equipamento móvel de construção;

Deve ser instalada sinalização temporária de segurança para a movimentação de veículos em todos os locais de risco de acidente;

O uso de equipamento de protecção pessoal (como capacetes, luvas, botas, fato-macaco ou outros, conforme necessários para as tarefas a desempenhar, deve ser obrigatório;

Devem existir um procedimento de actuação em caso de necessidade de socorro imediato de trabalhadores ou membros da comunidade. Este procedimento deverá ser estabelecido em coordenação com as autoridades de saúde e tendo em conta as condições locais ou mais próximas do

Empreiteiro Durante a execuçãodas obras deconstrução

51

MISAU

local, para atendimento de emergência. Para evitar acidentes com a população, proibir e vedar o

acesso completo a pessoas estranhas a obra, através de sinalização e vedação na zona de construção.

Degradação das condiçõesde saúde dos trabalhadores devido à exposição produtosQuímicos.

Os trabalhadores envolvidos no manuseamento de produtos químicos devem ser devidamente informados sobre os riscos associados aos produtos químicos que irão manusear;

O manuseamento de produtos químicos só pode ser feito por trabalhadores que tenham recebido formação específica para o efeito;

Devem ser implementados procedimentos seguros para o manuseamento, armazenamento e deposição de produtos químicos. Estes produtos devem estar claramente identificados por meio de etiquetas;

Deve-se indicar o tipo de equipamento de protecção pessoal (EPP) necessário para o manuseamento de produtos perigosos e como agir em caso de incidentes.

Empreiteiro Durante a execuçãodas obras deconstrução

Transmissão de doençasassociadas ao saneamentoinadequado do meio e das fracas condições demanutenção da higienepessoal no seio dostrabalhadores

Os sanitários devem estar localizados a uma distância entre 20 a 50 metros do local de trabalho;

Os sanitários devem ser mantidos em boas condições de higiene;

O empreiteiro deve assegurar que não ocorram quaisquer tipos de fugas de água (especialmente águas negras) no processo de descarga e limpeza e que os conteúdos sejam removidos do local da obra (relevante no caso de uso de sanitários portáteis);

Deve-se proibir estritamente a descarga indiscriminada ou o enterro de excrementos dos sanitários (relevante no caso de uso de sanitários portáteis);

Empreiteiro Durante a execuçãodas obras deconstrução

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MISAU

Em caso de uso de sanitários portáteis, a deposição dos resíduos dos sanitários deve ser feita de acordo com os requisitos do Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto no 13/2006, de 15 de Junho), nomeadamente em local aprovado pelas autoridades para o efeito.

Incêndios devido aoarmazenamento deprodutos químicos, incluindo combustíveis

Devem ser tomadas as devidas precauções para evitar a ignição e expansão de fogos causados por actividades que envolvem produtos inflamáveis;

Proibição total de fumar na área da obra; tomando-se especial atenção as áreas próximas de áreas de risco de incêndio (p.e. áreas de armazenamento ou manuseamento de produtos inflamáveis);

Os trabalhadores devem ser formados em técnicas básicas de combate ao incêndio;

Deve-se providenciar extintores para fazer face a situações de incêndios. Os extintores devem estar disponíveis e acessíveis a todos os trabalhadores.

Providenciar a durante todo o tempo da obra kits de primeiros socorros e treinar os chefes de equipe nos procedimentos de primeiros socorros.

Empreiteiro Durante a execuçãodas obras deconstrução

3. FASE DE OPERAÇÃO

3.1 POTENCIAIS IMPACTOS POSITIVOS DA FASE DE OPERAÇÃO3.1.1 Fase de operação: impactos positivos no meio biofísico (Não se esperam impactos positivos no meio biofísico na

fase de operação

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MISAU

3.1.2 Fase de operação: impactos positivos no meio socioeconómico

Impacto Medidas de mitigação Responsabilidade execução

Período de execução

Oportunidade de benefício de cuidados de saúde para a comunidade, com a existência de um novo centro de saúde.

A DPS, as autoridades distritais de Saúde, bem como a Direcção do Centro de Saúde devem empenhar-se em assegurar qualidade na prestação de serviços de saúde, valorizando deste modo o investimento e melhorando as condições de saúde da comunidade local;

O Centro de Saúde deve beneficiar de acções de manutenção regular, conforme necessário (e, se possível, de expansão).

DPS (em colaboração com as DDS e Direcção do Centro de saúde)

Durante toda a fase de operação do Centro de Saúde.

Criação de postos de trabalho permanentes, necessários para a operação dos centros de saúde

A contratação de pessoal deve ser efectuada com base nas competências profissionais dos candidatos;

A equidade do género deve ser considerada no processo de contratação;

Os trabalhadores devem ser sensibilizados sobre a sua nobre função de contribuir para a melhoria das condições de saúde da população local.

DPS Contratação de pessoal: a ser determinado pelo MISAU (ou pela DPS);Consciencialização: durante toda a fase de operação do Centro de Saúde.

Redução das distânciaspara aceder as unidades sanitárias

Garantir o funcionamento pleno do Centro de Saúde em termos de assistência médica e medicamentosa de forma a garantir que a população não tenha de recorrer a outras unidades sanitárias situadas distantes das suas povoações.

MISAU, DPS eSDMAS

Oportunidade de cooperação entre o Centro de Saúde e os

Devem ser estabelecidos mecanismos de colaboração com os médicos tradicionais locais, visando estudar as possibilidades de cooperação entre a medicina tradicional

DPS e SDMAS

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MISAU

agentes de medicina alternativa

e a medicina convencional. Os médicos tradicionais devem igualmente ser

sensibilizados sobre os riscos de infecção por via dos objectos cortantes (lâminas), bem como sobre as medidas de higiene e segurança a observar durante os tratamentos.

3.1.3 Fase de operação: impactos positivos de saúde e segurança

Não se esperam impactos positivos de saúde e segurança ocupacional na fase de operação, uma vez que se trata de unidades sanitárias a serem construídas de raiz, ou seja, não existe uma condição de referência que possa vir a ser modificada pela implementação do projecto. Em contrapartida, a nível da saúde e segurança do público existe uma grande oportunidade de melhoria das condições de saúde, dada a existência de uma nova unidade sanitária no local.

3.2 POTENCIAIS IMPACTOS NEGATIVOS DA FASE DE OPERAÇÃO

3.2.1 Fase de operação: impactos negativos no meio biofísico

Impacto Medidas de mitigação Responsabilidade execução

Período de execução

Poluição do solo e da água Subterrânea por lixos infecciosos

Os resíduos infecciosos devem ser manuseados e depositados em conformidade com o sistema de deposição deste tipo de resíduos estabelecidos para o Centro de Saúde;Apenas trabalhadores competentes devem proceder o manuseamento de lixos infecciosos;

Direcção do Centro de Saúde

Durante a fase de operação do Centro de Saúde

Contaminação do solo, das águas superficiais eSubterrâneas por águas residuais provenientes dos

Deve-se realizar manutenção e monitoramento periódico de todo o sistema de saneamento dos Centros de Saúde, de modo a evitar roturas de tubagens que podem conduzir a poluição do solos e das águas;

O sistema de drenagem das águas residuais deve obedecer a legislação nacional em vigor tendo em conta as características

Direcção do Centrode Saúde

Regularidade das acções de manutenção: a ser determinada segundo critérios de

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MISAU

centros de saúde dos próprios efluentes;Nota: A localização dos tanques sépticos deve ser cuidadosamente planificada, sendo que estes nunca deverão situar-se a uma distância inferior a 50 metros de qualquer poço ou outra fonte de água potável, de forma a prevenir a sua contaminação.

engenharia;Efectuar acções de reparação sempre que se observarem avarias.

3.2.2 -Fase de operação: impactos negativos socioeconómicos

Impacto Medidas de mitigação Responsabilidade execução

Período de execução

Incómodo resultante do mau cheiro associado à deposição de lixos domésticos ou hospitalares)

Todos os resíduos domésticos devem ser acondicionados e depositados em local e de forma tal que não constituam incómodo para os doentes, trabalhadores ou a comunidade residente nas vizinhanças do centro de saúde;

Direcção do Centrode Saúde

Regularidade das acções de manutenção: a ser determinada segundo critérios de Engenharia;Efectuar acções de reparação sempre que se observarem avarias

Incómodos com fumos a vizinhança e utentes da unidade sanitária

Garantir que a operação da incineradora é efectuada segundo o procedimento,

Proibir a queima descontrolada de resíduos em covas.Garantir a temperatura ideal da incineradora para evitar a

produção de fumos negros.Garantir o treinamento para a operação da incineradora assim

como de todo o sistema de deposição.

Direcção do Centrode Saúde

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MISAU

Resíduos infecciosos espalhados pelas redondezas

Evitar o acesso de animais (cães, porcos e outros animais a zona de tratamento de resíduos, Evitar o armazenamento de resíduos, priorizando o tratamento imediato, em especial as placentas.

Emissão de dioxinas e furanos assim como outros gases nocivos

Garantir a queima ideal, velocidade de carga, e temperatura, evitando queimas a baixas temperaturas, respeitar o ciclo de queima (pré-aquecimento, queima e conclusão)

Evitar a queima de termómetros partidos, ampolas, material em PVC, sacos IV e lixo húmido não contaminado.

Direcção do Centrode Saúde

3.2.3 -Fase de operação: impactos negativos de saúde e segurança

Impacto Medidas de mitigação Responsabilidade execução

Período de execução

Risco de contaminaçãoAssociado ao uso de Instrumentos médicos(agulhas, seringas,Lâminas, lancetas, etc.)

Deve-se assegurar que todo o pessoal afecto aos Centros de Saúde tenha formação especializada de acordo com as tarefas que irá desempenhar;

O uso de equipamento de protecção pessoal deve ser obrigatório e devidamente supervisionado;

Deve existir um procedimento de emergência para casos de ferimentos dos trabalhadores pelo uso instrumentos cortantes.

Garantir a vacinação dos trabalhadores afectos a gestão de resíduos contra, tétano, hepatite B.

Direcção do Centrode Saúde

Durante a fase deOperação do Centro de Saúde

Contaminação por diversas doenças (respiratórias e outras transmitidas de forma epidémica, como

Deve-se assegurar que todo o pessoal que lide com doenças transmissíveis tenha formação especializada para o efeito;

O uso de equipamento de protecção pessoal deve ser obrigatório e devidamente supervisionado;

Devem ser seguidas todas as recomendações das autoridades

Direcção do Centrode Saúde

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MISAU

cólera, meningites) por contacto com pacientes infectados

de saúde para lidar com as diversas doenças epidémicas.

Acidentes durante o manuseamento de resíduos

O uso de Equipamento de Protecção Pessoal (luvas, máscaras, botas, fato-macaco) deve ser obrigatório no manuseamento de lixos infecciosos.

Assegurar a segregação correcta dos resíduos de maneira a não misturar resíduos perigosos e não perigosos.

Definir procedimentos de segregação e recolha separada dos mesmos para evitar mistura.

Garantir recipientes com características físicas que não permitam o contacto com o material contaminado e garantam a integridade física dos manuseadores.

As seringas e agulhas devem sempre estar dentro das caixas incineradoras e em nenhum caso se deve abri-la uma vez cheia, devendo ser deposta ou incinerada fechada.

Direcção do Centrode Saúde

Mistura de resíduos comuns e contaminados

Informação continua do sistema de segregação a todos os níveis, com reciclagem de tempos a tempos;

Fixar panfletos e brochuras informativas sobre a gestão devida destes resíduos;

Existência de baldes/sacos de cores diferentes segundo a legislação com respectivas indicações.

Garantir a formação de um funcionário da Unidade sanitária sobre metodologia de segregação e transferência de resíduos.

Direcção do Centrode Saúde

Queimaduras durante a operação da incineradora

Garantir a protecção e integridade física necessária das zonas de altas temperaturas.

Garantir a manutenção periódica e substituição das partes danificadas.

Disponibilidade de mascaras e luvas.

Direcção do Centrode Saúde

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MISAU

4.4.Gestão dos resíduos

4.4.1- Áreas de tratamento de resíduos

Os centros de saúde serão equipados com latrinas melhoradas para ambos os sexos, e com instalações específicas para a deposição de lixo hospitalar em áreas reservadas para o efeito conforme mostra o projecto padrão para instalações de saúde tipo II e resumidas na secção 4 acima. Esta área de tratamento de resíduos terá uma área de 250 m2, sendo 150 m2 para tratamento de resíduos perigosos e 100 m2 para resíduos sólidos urbanos (Anexo 3).

Durante a fase de operação, a gestão de lixo hospitalar será tratada de acordo com o plano de gestão de resíduos hospitalares existente para o projecto e concordância com os regulamentos nacionais e padrões que foram desenvolvidos para o efeito. Isso envolverá:

Formação de pessoal em conformidade com as normas nacionais. Fornecimento de contentores e equipamentos de protecção individual, em

conformidade com as normas nacionais. Preparação de um plano de gestão de resíduos hospitalares simples para cada posto

de saúde, detalhando o método de deposição específica para cada categoria de resíduos, equipamentos e recipientes para serem usados, as responsabilidades dos funcionários individuais e procedimentos de prevenção de acidentes.

Relatórios de indicadores de rotina do plano de gestão de resíduos hospitalares e inspecções periódicas externas realizadas pelo MISAU.

Durante a fase de operação da unidade sanitária de maneira a garantir uma operação eficiente e sem problemas socio-ambientais é necessário que durante a preparação do orçamento para as unidades sanitárias se garanta fundo específicos para a gestão de resíduos sólidos, algo que actualmente não existe e o valor alocado é irrisório, é necessário que se garanta valores para a aquisição de combustível para a incineradora, numa média de 1 litro dia de operação, produto para o tratamento das placentas que pudera ser cal, cloro granulado ou outros produto para tal, e tendo em consideração o número de partos por dia a quantidade estimada para estes produtos será de 1kg por semana, é necessário garantir dois baldes de cores diferentes, sendo um para resíduos infecciosos e outro para comum para cada compartimento que produza resíduos, e para a transferência dos mesmos para as áreas de tratamento a disponibilidade de 2 contentores de 110 l com rodas, garantir equipamento de protecção individual para o pessoal da área de tratamento.

4.4.2- Operação da incineradora

Devido ao facto de as incineradoras para uma boa operação e redução de poluição dependerem grandemente de procedimentos específicos de boa programação assim como de algumas técnicas enumeram-se de seguida os aspectos a respeitar de maneira a prolongar a vida das mesmas assim como a redução de emissões.

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MISAU

Respeitar o ciclo de queima que é constituído por três fases nomeadamente:

1. Pré-aquecimento- iniciar a queima de material não infeccioso por exemplo madeira, lenha, casca de coco etc, durante pelo menos 20 a 30 minutos para atingir temperaturas de aproximadamente 6000 C, se necessário com adição de diesel ou petróleo.

2. Iniciar a queima de resíduos biomédicos, caixas incineradoras com seringas a um ritmo constante de maneira a manter a queima na grelha constante,

3. 8 a 10 minutos depois de todo o resíduo contaminado ser carregado, adicionar 1 a 2 quilos de lixo não perigosos para garantir a queima total

Deve-se tentar garantir uma queima entre os 600 -9000C uma vez que valores acima de 9000C aumentam a velocidade e a queima na chaminé o que resulta na redução do tempo de residência dos gases, e induzem a produção de fumo preto apesar de reduzir a emissão de gases tóxicos, e a queima abaixo de 6000C resulta no aumento das emissões de dioxinas e furanos.

O balanço cuidadoso entre a velocidade de carregamento (introdução de lixo na incineradora) e a temperatura irá minimizar a produção de fumo preto e a emissão de gases tóxicos.

A velocidade aconselhável que garanta uma temperatura ideal assim como a não produção de fumo preto seria 1 caixa incineradora a cada 10 minutos e considerando que cada caixa pesa em média entre 800 gr e 1 Kg, seria uma média de 6 kg por hora.

Não se deve em nenhum caso usar as incineradoras de montfort para a queima de:1. Lixo contendo termómetros partidos2. Sacos IV de fluidos.3. Sacos plásticos de PVC.4. Ampolas e vials fechados5. Lixo comum húmido

Uma vez que a produção de dioxinas e furanos está ligada a queima de PVC e outros plásticos deve-se sempre que possível banir ou reduzir ao máximo a queima deste tipo de material.

4.4-1. Resíduos corto-perfurantes

Em relação a este tipo de resíduos todos eles podem ser tratados por via de incineração, porém devido ao facto de as seringas serem de material plástico e algumas até poderem ser especificamente fabricadas em PVC, apesar de os dados actuais indicarem que praticamente já não se produzem seringas com este material, se for o caso de serem deste material, não devem ser tratadas por incineração, porque produzem dioxinas e furanos que são gazes tóxicos.

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MISAU

É importante considerar o impacto destes gases porque eles entram para o corpo por ingestão, sendo assim o tratamento de plásticos por incineração só pode ocorrer caso se garanta que os gases não “sobrevõem” zonas com culturas como no caso das unidades sanitárias que se localizam em zonas rurais onde muitas vezes são circundadas por machambas e hortas.

Apesar de se puder fazer o tratamento via de incineração seria aconselhável que junto a incineradora se instale um poço de seringas “needle/seringe peet”, que é um poço revestido de concreto com um tubo de 110 de PVC ou uma tampa.

E a velocidade de queima das caixas deveria ser monitorado para evitar a produção de fumos negros, a produção de fumos negros se deve em grande medida a alto valor calorifico das seringas que ao serem queimadas a alta velocidade aumentam a temperatura drasticamente produzindo o fumo preto.

4.4-2. Segregação e transferência dentro das unidades sanitárias

A segregação de resíduos nas unidades sanitárias é a parte mais importante e fundamental na gestão de resíduos no geral, mas também muito importante na gestão de resíduos biomédicos, porque de uma boa segregação vai depender o seguinte:

Redução de custos no tratamento dos resíduos infecciosos uma vez que segundo dados nacionais e internacionais, a percentagem de resíduos que requerem tratamentos especiais do total produzidos nas unidades sanitárias varia entre 15 a 20% do total produzido, sendo assim uma segregação adequada irá permitir que se faça somente o tratamento daquilo que é necessário, permitindo uma poupança financeira por parte da unidade.

A chave para a minimização e uma gestão eficiente de resíduos biomédicos é a identificação e segregação dos resíduos.

A segregação deve ser feita a partir do ponto de produção/geração (enfermarias, laboratórios, salas de operação, etc.). E a responsabilidade pela segregação deve sempre ser da pessoa que a produz, nomeadamente os médicos, técnicos, enfermeiros, etc. Deve ser lugar o mais próximo possível do ponto de produção.

Outra premissa importante é que as pessoas devem ser treinadas na importância da segregação, mostrando não só as questões de protecção da saúde e ambiente, mas também as questões financeiras, estéticas, a decodificação das cores e tipos de resíduos entre outras, a todos os níveis (gestores de hospitais, médicos, técnicos, estagiários, etc.).

Segundo a regulamentação da República de Moçambique cada unidade sanitária ou empresa manuseadora de resíduos biomédicos deve dispor no mínimo de condições para acondicionamento de 5 grupos de resíduos:

1. Resíduos infecciosos,

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MISAU

2. Resíduos cortantes e/ou perfurantes3. Resíduos anatómicos4. Resíduos comuns5. Outro tipo de lixo

4.4-3. Procedimentos básicos na gestão de resíduos biomédicos

Garantia de sistema de segregação de resíduos, tendo em cada uma das enfermarias ou áreas com potencial de produzir resíduos perigosos, dois contentores/baldes devidamente identificados, seja por cores diferentes ou com indicações, dentro do possível os contentores e sacos para resíduos infecciosos deveriam ser de cor amarela e os de resíduos não perigosos de qualquer outra cor que não seja possível confundir com a cor amarela, devem ser contentores com facilidade de lavagem, paredes lisas para evitar a possibilidade de reter líquidos e resíduos, sempre que possível estes devem sempre ser revestidos de sacos plásticos, que serão removidos e substituídos em consonância com o plano de remoção de resíduos.

Os contentores/baldes devem ter capacidade suficiente para comportarem o volume médio produzido em cada enfermaria e um acréscimo de 20% da capacidade. Sempre devem ter uma tampa, dentro do possível com mecanismo de abertura mecânico “pedal” para evitar o contacto do pessoal com a tampa e possivelmente com o lixo.

O sistema de recolha dentro do possível dependendo do tamanho da unidade sanitária deve ser feito em horário em que haja o menor movimento de utentes/visitantes, e sempre que possível a recolha de resíduos comuns e os perigosos devem ser feitos em tempos diferentes ou por dois trabalhadores diferentes e se possível em roteiro diferente, por exemplo entrada norte-sul, entrada sul-norte, números decrescente, numero crescente, etc.

Os trabalhadores envolvidos na recolha de resíduos devem obrigatoriamente usar luvas de borracha, mesmo que a unidade use sacos plásticos para segregação, tanto para a recolha de resíduos comuns não perigosos como os perigosos, sempre que possível devem ter aventais de material impermeável e resistente para os proteger de possíveis contactos com o seu fardamento/bata etc.

Em caso de existência de áreas de armazenagem de resíduos e tempos de espera para tratamento, deverá haver nos armazéns quantidade de contentores da mesma cor, de maneira que os trabalhadores não tenham a necessidade de transferir material manualmente de um contentor para outro ou para algum outro recipiente, garantindo que os resíduos ao serem retirados dos contentores seja para o seu tratamento final, seja em incineradoras, aterros ou outros

4.4-4. Gestão de Resíduos sólidos não perigosos

Ao lado da área de tratamento de resíduos perigosos será instalada a área para a deposição de resíduos não perigosos, que pelas suas características não serão usados

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MISAU

para acender a incineradora, nomeadamente os resíduos húmidos, por exemplo, resto de comida e outros. O procedimento para a gestão destes resíduos deve ser o seguinte:

Irá se abrir uma cova de preferência com um diâmetro de ate 1 metro e a profundidade de até 2 metros se o terreno permitir, conservando-se os solos da abertura do buraco, a cada descarga de resíduos, deve-se seguir a uma cobertura de aproximadamente 15 cm, ou 2 pás de areia para cobrir totalmente o lixo depositado de maneira que não haja a possibilidade de proliferação de moscas, cheiro e nem a possibilidade de acesso a animais.

Sempre que for possível pode-se fazer uma tampa simples com material local, usando, chapa, bambú ou mesmo palha para tapar o buraco.

5- ARRANJOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

5.1- Custos operacionais

Esta secção aborda as responsabilidades específicas para implementação do plano de gestão ambiental e social. Os custos de cumprimento das medidas de mitigação são incluídos nos orçamentos existentes para o consultor que se vai encarregar pelo desenho e supervisão e as empreiteiras. O custo inclui as instalações de eliminação de resíduos médicos conforme descrito na secção 3.3 acima é estimado em USD 12.000 por centro de saúde, que será coberto pelo orçamento de construção existentes. Os custos de supervisão pelo MISAU são mínimos e serão cobertas por custos operacionais existentes. Um orçamento modesto de contingência pode ser necessário para eventualidades em que as empreiteiras exigem treinamento para entender e seguir as medidas de mitigação. Os custos de aderência deste Plano de Gestão Ambiental e social durante a fase de operações já estão inclusos no orçamento do projecto.

5.2- Gestão das construções e impactos relacionados

Serão contratadas empresas consultoras de desenho e supervisão para finalizar projecto de ajustando aos sites específicos e supervisão a construção de cada centro de saúde.

É da responsabilidade dos empreiteiros de construção garantir a implementação das construções em conformidade com o projecto e medidas de mitigação genéricas, mas a supervisão será feita pelo consultor de desenho e de fiscalização. As especificações de projecto e a tabela de medidas de mitigação farão parte do pedido de propostas na aquisição de empreiteiras.

Compete ao MISAU a supervisão global do projecto. As Direcções Provinciais de Saúde devem visitar os locais de construção elo menos duas vezes para garantir o cumprimento dos requisitos ambientais, e uma vez que os locais para construção foram adequadamente

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pré-seleccionados, e uma vez asseguradas as medidas de mitigação durante a fase de construção. Visitas devem ser realizadas juntamente com o consultor de Design & supervisão e de preferência com a representação do MICOA a nível provincial. O departamento de infra-estrutura é responsável por manter e actualizar o projecto geral e medidas de mitigação ambiental para a construção de centros de saúde rural tipo II, bem como garantir que o TORs e contractos de consultores e empreiteiros incluam provisão adequada para as responsabilidades acima mencionadas.

5.3- Gestão do Lixo Hospitalar

É da responsabilidade do MISAU garantir a gestão do lixo hospitalar durante a fase de operação dos centros de saúde em conformidade com o plano de HCWM existentes e regulamentações nacionais. Para cada centro de saúde serão desenvolvidos os respectivos planos de gestão do lixo que estará sob a supervisão de funcionários provinciais de saúde em consonância com os sistemas nacionais existentes. Este plano servirá de um guião orientador para fácil compreensão do pessoal do centro de saúde que ira se responsabilizar pela implementação do mesmo e atribuição de responsabilidades a cada membro da equipa. Os procedimentos básicos de gestão de resíduos, descritos na secção 4.4 acima fornecem um resumo dos procedimentos essenciais a que estes planos devem aderir.

5.4- Formação

Tomando em consideração que as actividades serão limitadas e que uma consultoria para o desenho e supervisão das obras será contratada não se prevê extensas acções de formações. Contudo, caso se encontrem as empresas de construção com fraca capacidade para implementação das medidas de mitigação ambientais aqui definidas, então alguns formações nesse contexto serão providenciadas a essas empresas e construção pelos consultores que vão fazer o desenho e fiscalização das obras ou por outros quaisquer formadores reconhecidos. Para o efeito vai se reservar um fundo de maneio de cerca de $10,000.

No início da fase operacional, os funcionários do centro de saúde serão capacitados em gestão de resíduos de saúde através de actividades de projecto existente sob o Plano de gestão de resíduos hospitalares. Isto incluirá instruções completas sobre o funcionamento de incineradores.

5.5- Indicadores de Monitoria

O monitoramento ambiental e social durante a construção será levado a cabo como forma de garantir a implementação das medidas de mitigação e detectar responder a questões não previstas durante a construção.

A tabela do Anexo 5 apresenta os indicadores de monitoria para a implementação de medidas de mitigação. Todos os indicadores vão ser monitorados pelo capataz da obra, com a supervisão periódica por parte do fiscal residente contratado para a supervisão e

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desenho do projecto.

Ligado a esta questão, quaisquer reclamações recebidas pelos contratantes devem ser registadas e reportadas aos fiscais residentes e MISAU anexando os detalhes das respostas providenciadas.

5.6- Consulta pública

As comunidades locais foram consultadas sobre a construção dos centros de saúde. Este plano foi partilhado com a equipe de gestão do projecto a nível provincial usando diferentes estratégias de comunicação e a nível nacional foi partilhado num encontro de validação tendo as recomendações sido inseridas neste plano.

6.0- RECOMENDAÇÕES

Apos a discussão com os diversos parceiros e do conteúdo do plano foram abordadas varias questões e com base nas discussões elaboramos uma lista de recomendações que deverão ser analisadas e serem tomadas em consideração aquando da implementação deste plano e da implementação de todas as unidades sanitárias.

1. Aquando da implementação das unidades sanitárias deve-se caso a caso analisar a implementação das casas para garantir que se crie condições de privacidade e segurança para os ocupantes da mesma.

2. Deve-se aprovar urgentemente dentro do plano de orçamentação uma linha que seja dedicada especialmente para o tratamento de resíduos, que devera incluir combustível para a incineradora, produto de tratamento da fossa biológica, EPI para o pessoal afecto ao tratamento (botas, fatos, avental, luvas, mascaras etc) e contentores específicos de transferência de resíduos.

3. Garantir que se definam claramente procedimentos para evitar que os resíduos sejam misturados, que o processo de segregação nas unidades não termine somente dentro das enfermarias porem se deve garantir que esta continua ate a zona de tratamento.

4. Sejam analisadas alternativas para casos como falta de caixas incineradoras com uso de outros tipos de caixas ou invólucros que garantam que as seringas e injecções não vão parar ao balde de resíduos infecciosos e não criem acidentes para o pessoal afecto no tratamento de resíduos.

5. Analisar a possibilidade de se iniciar a introdução de destruidor de injecções, como forma de garantir que se reduzam os acidentes com picadas e cortes.

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6. Necessário garantir o treinamento do pessoal serventuário e enfermeiros sobre a importância da segregação em todas as suas etapas incluindo o seu tratamento separado.

7. Garantir que aos três níveis esteja claro a responsabilidade de implementação do plano.

8. Garantir ponto de água para a lavagem de contentores/baldes na zona de tratamento de resíduos.

9. Necessidade de se elaborar o manual prático de procedimentos para uso nas unidades que ira abordar as questões e que por sua vez cada unidade ira ajustar e implementar.

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MISAU

ANEXOS

Anexo 1 Relatório do Seminário de Validação do Plano de Gestão Ambiental e Social

Anexo 2 Resumo da análise dos DUATs das unidades a construir e lista das unidades a reabilitar

Anexo 3 Desenho das áreas de tratamento de resíduos hospitalares

Anexo 4 Sumário das políticas de salvaguardas do Banco Mundial

Anexo 5 Ficha de monitoramento das medidas de mitigação

Anexo 6 Ficha de avaliação ambiental preliminar

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ANEXO 1- RELATÓRIO DO SEMINÁRIO DE VALIDAÇÃO DO PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

1- Introdução

Realizou-se de 10-13 horas do dia 30/10/2012 na sala de reuniões do sexto andar, DPC um seminário técnico de validação do presente plano de gestão ambiental e social que define as medidas básicas de mitigação dos riscos ambientais e sociais que poderão advir da construção / reabilitação das unidades sanitárias nas provincias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa, no âmbito do projecto de prestação de serviços de saúde financiado pelo Banco Mundial.

Este plano foi desenvolvido com o apoio de uma consultoria externa e em colaboração com a equipe técnica do MISAU e do Banco Mundial, com um grande apoio das Direcções Provinciais de Saúde de Nampula, Cabo Delgado e Niassa no concernente a identificação dos terrenos e obtenção dos DUATs para a instalação dos novos centros de saúde tipo II nestas provincias.

O encontro foi dirigido pela Unidade de coordenação de projectos financiados pelo Banco Mundial junto ao Departamento de Projectos- DPC em coordenação com o Departamento de infra-estruturas – MISAU e contou com a participação de cerca de 19 técnicos internos do MISAU e convidados incluindo parceiros da sociedade civil. A lista detalhada dos presentes consta na parte final deste relatório.

2- Objectivos Pretendia-se com este encontro partilhar a presente proposta de plano de

gestão ambiental e social e a metodologia usada para a sua elaboração; Ascultar a sensibilidade e a percepção dos presentes em relação a

proposta da planta do centro de saúde tipo II e as medidas de mitigação contra os riscos ambientais e sociais propostas no contexto deste plano;

Validar o plano e obter opiniões para operacionalização do mesmo.

3- Metodologia Apos a introducão dos presentes, a chefe de Departamento de projectos agradeceu a presença de todos e introduziu a agenda e os objectivos do encontro tendo reportado as razões da elaboração do plano de gestão ambiental e social desenvolvido no contexto dos projectos financiados pelo Banco Mundial.

O Consultor do ambiente por sua vez fez a apresentação sumária do plano de gestão ambiental e social e os passos seguidos desde a obtenção dos DUATs pelas provincias, o processo de consulta a várias pessoas chaves do Município, meio ambiente e sector saúde sobre assuntos diversos relacionados com a gestão do lixo hospitalar, os riscos ambientais e sociais ligados a instalação das

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MISAU

unidades sanitárias, a legislação nacional vigente sobre a matéria e outros aspectos de relevo.

4- Discussão em plenária: Constatações e Recomendações Aspectos debatidos Constatações RecomendaçõesLocais inapropriados para instalação de uma unidade sanitária.

Falta na matriz do checklist citado os cemitérios como locais inapropriados.

Inserir nessa matriz a obrservação de que os centros de saúde não devem ser erguidos em locais usado pelas comunidades como cemitérios públicos ou familiares.

Condições básicas adicionais que os centros de saúde tipo II devem ter.

Falta na matriz das obrigações que o centro de saúde deve ter a designação de água e a caracterização das fossas sépticas / biológicas para degradação das placentas em termos de materiais de construção que assegurem a qualidade e a sustentabilidade da estrutura.

Caracterizar as fontes de água e as fossas sépticas a serem construidas para assegurar o cumprimento devido por parte dos empreteiros e garantir a qualidade e sustentabilidade;

As fossas biológicas devem ser duplas para permitir o uso alternado de cada uma delas, deixando um tempo minimo de repouso para a decomposição das placentas;

As tampas das fossas deverão ser em ferro fundido e o acesso a fossa biológica deverá ser por meio de um sistema de basculamento.

A higiene na área de tratamento de lixo é também um factor importante a ser considerado.

Na planta concebida para o centro de saúde tipo II preve-se uma área de tratamento de lixo que não mostra cobertura.

A área de tratamento de lixo deve ter uma cobertura ou protecção lateral e acima para evitar a entrada de cães, gatos, ratos e outros animais portadores de doenças; deve ter uma placa de aviso de entrada restrita e deve ter uma torneira ou ponto de

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água para lavagem dos recipientes onde o lixo é trazido de dentro das unidades sanitárias para o local.

Incineradoras a 600˚C Segundo o plano maior parte do lixo hospitar vai ser incinerado a uma temperatura de 600˚C. Contudo a operacionalização destas incineradoras exige combustivel que provêm de custos operacionais que as unidades sanitárias deverão prever no seu orçamento de funcinamento anual

Avaliar possibilidades alternativas de uso de caixas incineradoras para casos em que as incineradoras se encontrem inoperacionais seja por falta de combustível ou por qualquer avaria.

Ver a possibilidade de se introduzir as caixas de destruição das agulhas usadas na unidade sanitária antes de ir a zona de tratamento dos resíduos hospitalares.

Posição das casas do pessoal de saúde no recinto hospitalar.

Embora a porta de entrada para as duas casas de pessoal de saúde coincebido na planta topográfica anexada a este plano mostrem estar do lado oposto a unidade sanitária, as casas mostram-se estar próximo as enfermarias do Centro de Saúde o que tira uma certa privacidade aos residentes desta casa e a obrigatoriedade contínua do pessoal de saúde residente estar sempre em contacto directo com os utentes do centro de saúde.

Alterar na planta tipo do centro de saúde tipo II a posição das duas casas para o pessoal de saúde deslocando-as para o lado oposto as enfermarias, e de príncipio com uma vedação independente do local das enfermarias no recinto atribuido para a unidade sanitária.

Implementação das recomendações do plano de gestão ambiental e social.

O presente plano constitui um documento orientador para ser seguido pelos implementadores na fases anterior a construção das

Propôs-se o desenho de um manual de operações / de implementação deste plano que seja mais resumido em formatos de brochuras com

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unidades sanitárias, na fase de construção e a fase de operacionalização dos centros de saúde. Mas é comum a nivel das unidades sanitárias o mesmo ser implementado pelo director do centro de saúde a ser erguido, ou pelos serventes lá colocados que muitas vezes possuem um baixo nivel de escolaridade.

medidas de identificação e mitigação dos riscos que podem ser facilmente consultados e implementados até pelo pessoal de nível básico de escolaridade.

Sustentabilidade e garantia de qualidade da implementação deste plano.

Para garantir a sustentabilidade e qualidade da implementação das medidas de mitigação recomendadas neste plano.

Capacitar o pessoal técnico de saúde que vai estar ligado a gestão dos lixos hospitalares, desde o gestor da unidade sanitária até ao pessoal serventuário.

Acções de sensibilização e de educação comunitária devem ser realizadas nas comunidades circunvizinhas aos centros para preservar a higiene no recinto hospitalar e nas redondezas incluindo a proibição do contacto destas comunidades com a área de tratamento de lixo hospitalar.

5- Conclusões

No geral os presentes consideraram este instrumento como de grande valor para o sector Saúde pois previne que grandes impactos negativos ligados com a componente social e ambiental referentes a instalação ou funcionamento de uma unidade sanitária surjam no terreno com implicações irreversíveis para o sector saúde, o governo e a sociedade moçambicana, devendo servir de modelo para outras futuras instalações sanitárias no País. Todas as recomendações sugeridas neste encontro de validação foram já inseridas neste plano e as ligadas com a planta de centro de saúde tipo II vai ser revista pelo pessoal técnico do DI e enviado posteriormente ao Banco Mundial para aprovação.

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Lista de Convidados / Presenças ao Workshop de Validação

Nome Instituição1 Maria da Conceição Cuambe MISAU- Departamento de Projectos 2 Maria dos Anjos Hauengue MISAU- DP3 Maria Deolinda DNSP-SMI4 Rosa Cesaltina Benedito MICOA- DNAIA 5 Julieta Cuanda MICOA- DNAIA6 Norbay Calú Município de Maputo7 Cualila Jamal Município de Maputo8 Manuel Chipeja MONASO9 Jorge Valenzuela MISAU- DI10 João Chirindza MISAU - DI 11 Ussene Mamed MISAU – DI12 Aya Ishizuka Banco Mundial 13 Ana Paula Cardoso DNSP – Saúde Ambiental14 Arminda Banze DNSP- Saúde Ambiental15 Rita Mucache Assistência Médica - MISAU16 Ricardo Vidal CRDS17 Jaime L . Beirão MISAU- Departamento de Projectos18 Cristina Matsimbe MICOA- DINAIA19 Háfido Abacassamo Consultor

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Anexo 2- Resumo da análise dos DUAT

N Tamanho Província Distrito P. Administrativo

Data e local da consulta pública

Situação do terreno

1 2 ha Nampula Ribaue Mecusse Mecuasse- 03/11 Terrenos livres sem benfeitorias

2 1 ha Nampula Nampula Mutivaze Mutivaze 27/07/ 2012 Terreno confrontado com a população

3 1 ha Nampula Lalaua Lalaua-sede Namige 17/07/ 2012 Terrenos livres – posse do estado4 2,9 ha Nampula Malema Canhunha Neoce - 28 /07/2011 Terrenos sem benfeitorias5 1,99 ha Nampula Mogovolas iuluti Iuluti – 26/01/12 Estrada, terrenos livres6 Nampula Memba Cava Cava – 17/07/12 Terrenos sem benfeitorias7 1,3 ha C. Delgado Balama Balama-sede 6/7/12 – C. de ntete Terrenos sem benfeitorias8 1,38 ha C. Delgado M. da Praia sede 27/7/12 Estrada, terrenos baldios e

machambas9 1,8 ha C. Delgado Montepuez Namanhumbir 21/8/12 Estrada e machambas10 1,8 ha C. Delgado Chiure Namogelia 1/9/12 Estrada, terrenos livres11 1,8 ha C. Delgado Ancuabe Ancuabe 5/8/12 aldeia Ngure Terrenos livres12 1,7 ha C. Delgado Ancuabe sede 6/8/12 C. Nacuale Terrenos livres próximos a aldeia

de nacuele13 2 ha C. Delgado Palma Ulumbe 18/8/12 Estrada e terrenos livres14 2 ha C. Delgado Mueda Sede (Npeme) 20/08/12 M´peme Estrada e machambas15 1,5 ha Niassa Majune Muaquia 26/7/12 pindura Existe um pequeno posto de saúde16 1 ha Niassa Metarica Nacumua 23/7/12 C Muhemela Existe um pequeno posto de saúde17 1 ha Niassa Cuamba Mepica 30/07/12 Em frente a escola18 1 ha Niassa Mandimba Lissiete – Março

2801/07/12 Terreno livre

19 0,9 ha Niassa marrupa Marrupa-sede 24/7/12 C. Yaranca Existe um pequeno posto de saúde

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Anexo 3- Lista de Unidades a Reabilitar

N Unidade Provincia Distrito P. Administrativo1 Bilibiza C. Delgado Quissanga Bilibiza2 Muatide C. Delgado Muidumbe Muatide3 Mucojo C. Delgado Macomia Mucojo4 Muculuone Nampula Muecate Muculuone5 Nehessiue Nampula Murrupula Nehessiue6 Namigonha Nampula Ribáue Namigonha7 Netia Nampula Monapo Netia8 Namaponda Nampula Angoche Namaponda9 Namige Nampula Mogincual Namige10 Mucuapa Niassa Mecanhelas Mucuapa11 Mujaua Niassa Cuamba Mujaua12 Mepica Niassa Cuamba Mepica13 Napacala Niassa Cuamba Napacala

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ANEXO 4- Desenho das facilidades de gestão do lixo hospitalar

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ANEXO 5: Resumo de politicas de salvaguarda ambiental e social do Banco Mundial

Politicas Objectivo Principios operacionais Avaliação ambiental

Para ajudar a garantir a solidez ambiental e social e a sustentabilidade dos projectos de investimento. Para apoiar a integração dos aspectos ambientais e sociais de projetos na decisão tomada.

1. Use um processo de selecção para cada projecto proposto, tão cedo quanto possível, para determinar a extensão apropriada e tipo de avaliação ambiental (EA) que são realizados estudos apropriados proporcional aos riscos potenciais e direito e, impactos relevantes, indirectos, cumulativos e associados. Use a avaliação ambiental regional ou sectorial quando apropriado.2. Avalie os potenciais impactos do projecto proposto em recursos culturais físicos, biológicos, socioeconómicos e físicos, incluindo transfronteiras e preocupações globais e impactos potenciais sobre a saúde humana e segurança.3. Avaliar a adequação do quadro jurídico e institucional aplicável, incluindo acordos ambientais internacionais aplicáveis e confirmar que eles fornecem o que o governo que colaboraram não financiar as actividades de projecto que contrariaria as obrigações internacionais.4. Prevê a avaliação de investimento viável, técnica, e localização de alternativas, incluindo os "nenhuma acção" alternativa, potenciais impactos, viabilidade de mitigar esses impactos, sua capital e despesas correntes, sua adequação sob condições locais e institucionais, treinamentos e monitoramento de requisitos associados a eles.5. Onde aplicável ao tipo de projecto está sendo apoiado, normalmente se aplica a prevenção da poluição e redução manual (PPAH). Justificar os desvios quando alternativas às medidas estabelecidas no PPAH seleccionadas.6. Prevenir e, onde não é possível impedir que, pelo menos minimizar, ou compensar os impactos negativos do projecto e melhorar a impactos positivos através da gestão ambiental e planeamento que inclui as medidas de mitigação propostas, monitoramento, desenvolvimento de capacidade institucional e acções de formação, um cronograma de implementação e as estimativas de custos.7. Envolver as partes interessadas, incluindo grupos

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afectados por projecto e organizações não-governamentais locais, tão cedo quanto possível, na preparação do processo e assegurar que suas opiniões e preocupações são divulgadas para os tomadores de decisão e tidas em conta. Continuar as consultas ao longo da execução do projecto conforme necessário para resolver problemas relacionados a EA que afectam.8. Use peritagem independente na preparação de EA onde apropriado. Use painéis consultivos independentes durante a preparação e implementação de projectos que são altamente arriscado ou controversas ou que envolvem preocupações ambientais e/ou sociais graves e multidimensionais.9. Fornecer medidas para vincular o processo de avaliação ambiental e resultados com estudos de análise económica, financeira, institucional, social e técnico de um projecto proposto.10. Prever a aplicação dos princípios nesta tabela para subprojectos em investimentos e actividades financeiras intermediárias.11. Divulga o projecto EA em tempo oportuno, antes de avaliação começa formalmente, em um lugar acessível e de uma forma e uma linguagem compreensível para as principais partes interessadas.

Habitats naturais

Promover o desenvolvimento ambientalmente sustentável, apoiando a protecção, conservação, manutenção e reabilitação de habitats naturais e suas funções.

1. Use uma abordagem de precaução para a gestão de recursos naturais para garantir oportunidades para o desenvolvimento ambientalmente sustentável. Determinar se os benefícios de projecto substancialmente compensam os custos ambientais potenciais.2. Evite conversão significativa ou degradação de habitats naturais essenciais, incluindo os habitats que são (a) legalmente protegidos, (b) oficialmente proposto para protecção, (c) identificado por fontes fidedignas para seu alto valor de conservação ou (d) reconhecido como protegido tradicional das comunidades locais.3. Onde projectos de afectam negativamente os habitats naturais não-críticos, proceda somente se não existirem alternativas viáveis, e se adequada conservação e medidas de mitigação, incluindo aqueles necessários para manter os serviços ecológicos que eles fornecem, estão no lugar.

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Incluir também medidas de mitigação que minimizar a perda de habitat e estabelecer e mantêm uma área protegida ecologicamente similar. 4. Sempre que possível, dar preferência a implantação de projectos em terras já convertidos.5. Consultar as partes interessadas, incluindo organizações não-governamentais locais e as comunidades locais e envolver essas pessoas no projecto, implementação, monitoramento e avaliação de projectos, incluindo planeamento de mitigação.6. Prever a utilização de competências adequadas para a concepção e implementação de mitigação e monitoramento de planos. 7. Divulgar o projecto de plano de mitigação em tempo oportuno, antes de avaliação começa formalmente, em um lugar acessível e de uma forma e uma linguagem compreensível para as principais partes interessadas.

Gestão Integrada de Pestes

Para minimizar e gerenciar os riscos ambientais e de saúde associados com o uso de pesticidas e promover e apoiar o seguro, eficaz e ambientalmente pragas.

1. Promover o uso da demanda impulsionada, pragas biológicas ou ambientais ecologicamente baseado em práticas de gestão (gestão integrada de pragas [IPM] em projectos agrícolas) e a gestão integrada de vector [IVM] em projectos de saúde pública e reduzir a dependência de pesticidas químicos sintéticos. Incluir a avaliação de questões de gestão de pragas, impactos e riscos no processo de EA.2. Adquirir pesticidas depende de uma avaliação da natureza e grau de riscos associados, tendo em conta a utilização prevista e usuários pretendidos. Não adquirir produtos formulados que estão em que Classes IA e IB ou formulações de produtos na classe II, a menos que haja restrições que são susceptíveis de negar o uso ou acesso ao leigo pessoal e outros sem equipamento de treinamento ou adequado referência: quem é "Recomendado classificação de pesticidas, e orientações para classificação de perigo" (IOMC, 2000-2002).3. Siga as recomendações e normas mínimas como descrito nos alimentos das Nações Unidas e agricultura (FAO) código internacional de conduta sobre a distribuição e utilização de pesticidas (Roma, 2003) e adquirir apenas os pesticidas que são fabricados, rotulados, tratados, armazenados,

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aplicados e eliminados de acordo com padrões aceitáveis conforme descrito nas directrizes de pesticidas de FAO, armazenamento, rotulagem e eliminação (Roma, 1985).4. Reforma da política de apoio e desenvolvimento da capacidade institucional para (a) melhorar a implementação do manejo de pragas com base em IPM e IVM e (b) regulam e controlar a distribuição e o uso de pesticidas.5. Divulgar o projecto de plano de mitigação em tempo oportuno, antes de avaliação começa formalmente, em local acessível e de uma forma e linguagem compreensíveis para as principais partes interessadas.

Reassentamento Involuntário

De maneira a evitar ou minimizer o reassentamento involuntario e onde, nao é viavel, apoiar as pessoas realocadas no melhoramento ou pelo menos restaurar as suas condições de vida e estandartes em termos reais relativos aos níveis pre-reassentamento ou níveis priores ao inicio da implementação do projecto, que são superiores .

1. Avaliar todas as alternativas possíveis ao projecto para evitar, quando possível, ou minimizar o reassentamento involuntário. 2. Através do censo e pesquisas socioeconómicas da população afectada, identificar, avaliar e abordar o potencial impacto económico e social do projecto que é causado por involuntária tomada de terra (por exemplo, relocalização ou perda de abrigo, perda de património ou o acesso a bens, perda de fontes de renda ou de meios de subsistência, a pessoa afectada deve se mover para outro local ou não) ou involuntária restrição de acesso aos parques designados legalmente e áreas protegidas.3. Identificação e endereço impactos também se resultarem de outras actividades que são directamente e significativamente relacionados com o projecto proposto, (b) necessárias para atingir os seus objectivos e (c) realizadas ou planejado para ser realizado simultaneamente com o projecto.4. Consulte as pessoas afectadas por projecto, de comunidades de acolhimento e de organizações não-governamentais locais, conforme apropriado. Proporcionar-lhes oportunidades de participar no planeamento, implementação e acompanhamento do programa de reassentamento, especialmente no processo de desenvolvimento e implementação de procedimentos para determinar a elegibilidade para benefícios de remuneração e da ajuda ao desenvolvimento (como documentado em um plano de reassentamento), e para o estabelecimento de mecanismos adequados e acessíveis de queixa. Preste especial atenção às necessidades dos grupos

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vulneráveis entre os deslocados, especialmente aqueles abaixo da linha da pobreza, os sem-terra, os idosos, mulheres e crianças, povos indígenas, minorias étnicas ou outras pessoas deslocadas que não podem ser protegidas através da legislação nacional terra compensação.5. Informar pessoas deslocadas de seus direitos, consultá-los sobre as opções e fornecer-lhes alternativas técnica e economicamente viáveis de reassentamento e assistência necessária, incluindo (a) solicitar compensação pelo custo de reposição completo pela perda de activos atribuíveis ao projecto; (b) se não houver mudança, assistência durante o internamento e habitação, ou habitação sites ou sites agrícolas de potencial produtivo equivalente, conforme necessário; (c) apoio transitório e ajuda ao desenvolvimento, tais como preparação da terra, crédito, treinamento ou para oportunidades de emprego, se necessário, além de medidas de compensação; (d) compensação dinheiro para a terra quando o impacto da aquisição de meios de subsistência é menor; e (e) prestação de serviços de infra-estrutura e comunidade cívicas conforme necessário.6. Dar preferência a estratégias terrestres reassentamento para pessoas deslocadas, cujos meios de subsistência são baseados em terra.7. Para aqueles sem direitos legais formais para as terras ou reivindicações para tal terra que poderia ser reconhecida sob as leis do país, prestar assistência de reinstalação indemnizatório para terra ajudar a melhorar ou pelo menos restaurar seus meios de subsistência.8. Divulgar a reinstalação do projecto começa planos, incluindo a documentação do processo de consulta, em tempo hábil, antes da avaliação formal, em um lugar acessível e de uma forma e linguagem compreensíveis para as principais partes interessadas.9. Aplicar os princípios descritos na seção de reassentamento involuntário dessa tabela, como relevante, para os subprojectos que exigem a aquisição de terras e aplicáveis.10. Projectar, documentar e divulgar antes de avaliação de projectos envolvendo involuntária restrição de acesso ao legalmente designados

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parques e áreas protegidas, um processo participativo para: (a) preparar e implementar componentes do projecto; (b) que estabelece os critérios de elegibilidade; (c) chegar a acordo sobre medidas de mitigação que ajudam a melhorar ou restaurar a subsistência de uma forma que mantém a sustentabilidade do parque ou protegidos de área; (d) resolução de conflitos; e (e) acompanhar a execução.11. Implementar todos os planos de reassentamento relevantes antes da conclusão do projecto e fornecer direitos de reassentamento antes da deslocação ou restrição de acesso. Para projectos envolvendo as restrições de acesso, impor as restrições de acordo com o calendário do plano de acções.12. Avaliar se foram alcançados os objectivos do instrumento de reinstalação, após a conclusão do projecto, tendo em conta as condições da linha de base e os resultados da monitorização de reinstalação.

Populacoes indigenas

Para projectar e implementar projectos de uma maneira que promove o pleno respeito pela dignidade dos povos indígenas, direitos humanos e singularidade cultural e assim que eles: (a) receber benefícios sociais e económicos culturalmente compatíveis; e (b) não sofrem efeitos adversos durante o processo de desenvolvimento.

1. Tela cedo para determinar se os povos indígenas estão presentes em, ou têm ligação colectiva para a área do projecto. Os povos indígenas são identificados como possuindo as seguintes características em diferentes graus: auto-identificação e reconhecimento dessa identidade por outros; colectivo anexa geograficamente distintos habitats ou territórios ancestrais e recursos naturais nestes habitats e territórios; presença de distintas instituições culturais, económicas, sociais ou políticas habituais; e língua indígena.2. Proceder a consulta livre, prévia e informada com os povos indígenas afectados para verificar seu apoio ampla comunidade para projectos que lhes dizem respeito e para solicitar sua participação: (a) em concepção, implementação e monitoramento de medidas para evitar impactos negativos, ou, quando a evasão não é viável, minimizar, mitigar ou compensar tais efeitos; e (b) na costura os benefícios de uma maneira culturalmente apropriada.3. Realizar avaliação social ou usar métodos semelhantes para avaliar os potenciais impactos do projecto, tanto positivos como negativos, sobre povos indígenas. Considerar completo opções

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preferidas pelos povos indígenas afectadas na prestação de benefícios e a concepção de medidas de mitigação. Identificar os benefícios sociais e económicos para os povos indígenas que são culturalmente apropriadas e sexo e inter-generacionais inclusiva e desenvolver medidas para evitar, minimizar e/ou mitigar os impactos negativos sobre os povos indígenas.4. No caso de restrição do acesso dos povos indígenas, parques e áreas protegidas não é evitável, certifique-se de que comunidades dos povos indígenas afectados participarem na concepção, implementação, monitoramento e avaliação dos planos de gestão para esses parques e áreas protegidas e compartilham equitativamente nos benefícios dos parques e áreas protegidas.5. Postas em prática um plano de acção para o reconhecimento jurídico dos direitos consuetudinários de terras e territórios, quando o projecto envolve: (a) actividades que são contingentes em estabelecimento legalmente reconhecido de direitos de terras e territórios indígenas tradicionalmente pertence, usualmente utilizado ou ocupado; ou (b) a aquisição de tais terras.6. Não realizar o desenvolvimento comercial de recursos culturais ou do conhecimento dos povos indígenas sem obter o seu acordo prévio para tal desenvolvimento.7. Prepare um plano dos povos indígenas que se baseia a avaliação social e baseia-se no conhecimento indígena, em consulta com os povos indígenas afectados comunidades e usando profissionais qualificados. Normalmente, este plano incluiria um quadro para consulta permanente com as comunidades afectadas durante a execução do projecto; especificar medidas para garantir que os povos indígenas recebem benefícios culturalmente apropriados e identificar medidas para evitar, minimizar, mitigar ou compensar os efeitos adversos; e incluem procedimentos de reclamação e mecanismos de acompanhamento e avaliação do orçamento para a execução das medidas previstas.8. Divulgar o projecto de plano de povos indígenas, incluindo a documentação do processo de consulta, em tempo hábil antes da avaliação formalmente

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começa, em local acessível e de uma forma e linguagem compreensíveis para as principais partes interessadas. 9. Monitore a implementação do indígena povos plano, usando experientes cientistas sociais.

Florestas Para perceber o potencial das florestas para reduzir a pobreza de forma sustentável, integrar florestas efectivamente para o desenvolvimento económico sustentável e proteger os serviços ambientais locais e globais vitais e valores das florestas.

1. Tela como o mais cedo possível para os potenciais impactos sobre a saúde da floresta e qualidade e sobre os direitos e bem-estar das pessoas que dependem deles. Conforme o caso, avalie as perspectivas para novos mercados e comercialização de arranjos.2. Não financiar projectos que envolveria conversão significativa ou degradação de áreas florestais crítico ou habitats naturais críticos relacionados ou que violaria os acordos ambientais internacionais aplicáveis.3. Não financiar o desenvolvimento de colheita ou plantação de florestas naturais que envolveria qualquer conversão ou degradação de áreas florestais crítico ou habitats naturais críticos relacionados.4. Apoiar projectos que impactam negativamente as florestas naturais não-críticas ou habitats naturais relacionados somente se alternativas viáveis ao projecto não estão disponível e só eventualmente conservação e medidas de mitigação.5. Suporte comercial, escala industrial florestal colheita somente quando a operação é certificada, no âmbito de um sistema de certificação florestal independente, reunião, ou ter uma tempo-limite acção pretende atender, internacionalmente reconhecidos padrões de manejo florestal responsável e uso.6. Certifique-se de que os projectos de restauração florestal mantêm ou melhorar a funcionalidade de biodiversidade e ecossistemas, e que todos os projectos de plantação são ambientalmente adequado, socialmente benéfico e economicamente viável.7. Dar preferência a abordagens de gestão de nível comunitário em pequena escala onde eles melhor reduzem a pobreza de forma sustentável.8. Suporte comercial colheita por pequenos proprietários, comunidades locais ou entidades sob gestão florestal conjunta monitoramento com a

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participação significativa das comunidades locais onde demonstra que essas operações atingem um padrão de manejo florestal coerente com internacionalmente reconhecidos padrões de uso Florestal responsável ou que eles estão aderindo a um plano de tempo-limite aprovado para atender essas normas.9. Utilizar sistemas de certificação florestal que exigem: (a) o cumprimento das leis pertinentes; (b) reconhecimento e o respeito, fundiárias legais ou tradicionais e os direitos de uso, bem como os direitos dos povos indígenas e dos trabalhadores; (c) medidas destinadas a reforçar as relações da Comunidade de som; (d) conservação da diversidade biológica e funções ecológicas; (e) medidas para manter ou melhorar o ambiente de som múltiplos benefícios da floresta; (f) a prevenção ou minimização dos impactos ambientais; (g) eficaz manejo planeamento; (h) activa o acompanhamento e a avaliação das áreas de manejo florestal relevantes; e (i) avaliação independente, rentável e de terceiros do desempenho de gestão florestal contra padrões de desempenho mensuráveis definidos a nível nacional e compatível com os princípios internacionalmente aceites e critérios de gestão florestal sustentável através de procedimentos de tomada de decisão que são justo, transparente, independente, concebido para evitar conflitos de interesse e envolver as comunidades.10. Divulgar quaisquer planos de acção de tempo limite em tempo oportuno, antes de avaliação começa formalmente, em local acessível e de uma forma e linguagem compreensíveis para as principais partes interessadas.

Recursos culturais fisicos

Para ajudar a preservar recursos físicos culturais e evitando a sua destruição ou danos. PCR inclui recursos de arqueológico, paleontológico, histórico, arquitectónico, estética religiosa

1. Use uma avaliação ambiental (EA) ou processo equivalente para identificar PCR e evitar ou minimizar ou compensar os impactos negativos e aumentar os impactos positivos na PCR através da selecção de local e desenho.2. Como parte da EA, conforme o caso, efectuar levantamentos de campo, utilizando especialistas qualificados.3. Consulte as autoridades do governo em causa, organizações não-governamentais pertinentes, relevantes especialistas e pessoas locais em

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(incluindo cemitérios e locais de sepultamento) ou outro significado cultural.

documentar a presença e o significado do PCR, avaliar a natureza e a extensão de potenciais impactos sobre esses recursos e projectar e implementar planos de mitigação.4. Para materiais que podem ser descobertos durante a execução do projecto, prevê a utilização de procedimentos "chance de encontrar", no contexto do plano de gestão de PCR ou PCR componente do plano de gestão ambiental.5. Divulgar planos de mitigação do projecto como parte da EA ou processo equivalente, em tempo oportuno, antes de avaliação começa formalmente, em local acessível e de uma forma e linguagem compreensíveis para as principais partes interessadas.

Seguranca das barragens

Para garantir a qualidade e segurança na concepção e construção de novas barragens e a reabilitação das barragens existentes e na realização de actividades que podem ser afectadas por uma barragem existente.

1. Identifica as barragens existentes e barragens em construção que podem influenciar o desempenho do projecto e implementar obras correctivas e de medidas de segurança necessária.2. Use profissionais experientes e competentes para projectar e supervisionar a construção, operação e manutenção de barragens e obras associadas.3. Desenvolva planos detalhados, incluindo para a supervisão da construção, instrumentação, operação e manutenção e emergências.4. Use o aconselhamento independente sobre a verificação de projecto, construção e procedimentos operacionais e nomear painéis independentes de especialistas para barragens de grande ou de alto risco.5. Empreiteiros de uso que são qualificados e experientes para realizarem actividades de projecto de construção.6. Realizar inspecções de segurança periódicas de Geologist novo/reabilitado após a conclusão da construção/reabilitação, revisão/monitorar a implementação de planos detalhados e tomar como proposta de medidas, conforme necessário.

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Anexo 6- Monitoria das medidas de mitigação

Impacto Medidas para incrementar o impacto IndicadorLocalização inapropriada da unidade com possibilidade de sofrer com efeitos de chuvas, inundações e outros

Garantir durante o processo de obtenção de DUAT o respeito escrupuloso das condições mínimas de escolha de local que fazem parte do plano de gestão social e ambiental

Projecto Aprovado

Contacto de pessoas não autorizadas com resíduos na zona de tratamento

Garantia de acesso restrito, e vedação total da área

Descarga de efluentes com carga contaminante alta

Separação do sistema de drenagem de áreas especificas com cargas de sangue, e outros fluidos da drenagem normal.

Dificuldade de movimentação entre áreas de tratamento assim como de contentores de resíduos

Garantir acessos por rampas a todos os sectores da unidade sanitária

Incómodos por fumos da incineradora aos utentes, assim como vizinhança

Garantir que em caso de instalação de uma incineradora, esta esteja situada em local com menor impacto e que a chaminé tenha no mínimo 4 metros de altura, e 2 metros acima da infra-estrutura mais alta num raio de 100 metros.

Contaminação do lençol freático por resíduos biomédicos.

Garantir que as fossas de placentas, seringas e ampolas sejam desenhadas e construídas de maneira a serem estanques e não propiciarem a infiltração nos solos.

Mistura e possibilidade de acesso a resíduos infecciosos por pessoal estranho

Garantir que as áreas de armazenamento de resíduos não contaminados estejam fisicamente separados e com entradas separadas em relação aos contaminados sendo o segundo de acesso restrito e controlado

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Interrupção de linha naturais de agua

Garantir que nenhum trabalho de construção ou movimentação de terras interrompa linhas naturais de drenagem, ou em caso de necessidade, criar alternativas viáveis com as mesmas capacidades de descarga

Aprovação do projecto

Impacto Medidas para incrementar o impactoCriação de postos de trabalho temporários a nível local

Privilegiar a contratação de mão-de-obra local, sempre que as aptidões necessárias estejam presentes e, principalmente, quando não for necessária especialização prévia; Estabelecer e implementar requisitos claros de contratação (p.e. idade,

período aplicável, aptidões necessárias); Deve ser assegurada a equidade do género no processo de contratação,

providenciando a oportunidade a mulheres na atribuição dos postos de trabalho;

As autoridades locais (chefes dos postos administrativos, chefes das localidades, secretários, líderes comunitários) devem ser envolvidas no processo de recrutamento da mão-de-obra local, a fim de evitar potenciais conflitos e de assegurar uma boa gestão das expectativas de emprego;

Todos os trabalhadores recrutados localmente devem beneficiar de instrução adequada sobre as actividades a realizar.

Observação

directa

Dados de

emprego

Informação nos jornais ou rádios locais. Estratégia de disseminação. Número de contractos assinados

Satisfação a nível da comunidade, ligada à perspectiva de melhoramento dos cuidados de saúde a nível local

O desenho da arquitectura deve obedecer os padrões exigidos para tipo de empreendimento ao nível do sistema nacional de saúde

A execução de obras de qualidade irá aumentar o nível de satisfação da comunidade

Número de reclamações

Aumento da pressão sobre os recursos florestais, através de

O Empreiteiro deve estar atento à possibilidade de ocorrência de caça furtiva e exploração ilegal de madeira por trabalhadores do projecto.

Número de reclamações

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exploração de madeira e caça ilegais

Tais actividades não deverão ser permitidas; Os trabalhadores da empreitada deverão ser instruídos a não praticar

qualquer tipo de extracção de recursos florestais (extracção de madeira e caça).

Criar condições sempre que possível para que a preparação de alimentos não use carvão ou lenha

Apreensões de material de caça

Erosão, devido a remoção da vegetação, escavação, extracção de inertes para construção e outras actividades relacionadas com a construção

Evitar a remoção da vegetação em áreas de declives acentuados; Intensificar as actividades de construção na época seca, como forma de

reduzir o potencial de erosão causada pelo impacto da água das chuvas; Restringir a circulação de veículos pesados em áreas propensas a

erosão; Limitar a movimentação de maquinaria/viaturas pesadas ligadas às

obras ao mínimo necessário.

Aumento de sedimentos nos cursos de agua,

Redução de água disponível para uso da população

Deve ser solicitada a ARA Centro-Norte autorização para a extracção em grande escala da água dos rios. A água deve ser usada apenas nas quantidades permitidas e estritamente necessárias para os propósitos que se destinam.

Sempre que possível, a água deverá ser retirada à jusante das zonas de uso pelas comunidades e aplicada de forma eficiente e económica para evitar desperdícios e degradação dos ambientes aquáticos terrestres.

Deve ser explorada a possibilidade de abertura de furos de água para as obras e abastecimento dos acampamentos dos trabalhadores;

Os furos de água a serem abertos poderão servir para uso quotidiano na fase de operação dos Centros de Saúde.

Aumento de numero de reclamações, por parte das populações

Poluição do solo e da água devido ao armazenamentoe manuseamento de produtos químicos e aos derrames de veículos

O armazenamento temporário de produtos químicos deve ser realizado em áreas devidamente impermeabilizadas, para prevenir a contaminação do solo e da água;

O armazenamento de produtos químicos, incluindo combustíveis, deve ser feito em áreas, vedadas e seguras para não permitir o acesso de

Número de derrames

Numero reclamações

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pessoas estranhas; Apenas pessoal competente deve manusear produtos químicos; Deve-se efectuar manutenção preventiva e regular a todo o equipamento

(máquinas e veículos) usado nas obras de construção, de modo a evitar avarias e derrames de combustíveis e óleos;

Áreas específicas para manutenção do equipamento devem ser identificadas e preparadas para o efeito;

O abastecimento de máquinas e veículos deve ser feito em locais especialmente designados para o efeito, com condições de contenção;

Em casos excepcionais, i.e. se o abastecimento for feito fora do local apropriado, deverá ser colocada uma lona ou outro tipo de material impermeável adequado

sobre o solo, de modo a evitar contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas.

relativas a despejos para água ou solo em volta da área do projecto

Poluição do solo e daágua causada porresíduos de construção

Todos os trabalhadores envolvidos nas obras devem ser sensibilizados a implementar boas práticas de gestão de resíduos e a evitar a poluição;

Os desperdícios de betão e cimento deverão, sempre que possível, ser usados como material de enchimento em tanques sépticos ou beneficiar de outras formas de reaproveitamento;

Tambores não contaminados por produtos químicos (p.e. óleos ou lubrificantes) podem ser oferecidos à população local, para serem usados como reservatórios de água;

A possibilidade de aproveitamento de alguns materiais considerados residuais para as obras pelos trabalhadores do projecto ou pela população é aceitável, desde que de forma controlada, assegurando que a medida não inclua quaisquer materiais que possam impor riscos de saúde e segurança ou risco para o ambiente.

Controlo directo visualPresença de material espalhado e fora do local destinado para resíduos

Poluição do solo e da águaem resultado da descarga

Disponibilizar sanitários adequados (e água limpa) durante as obras; Em caso de uso de sanitários portáteis, a deposição dos resíduos dos

Uso de Sanitários sem condições de

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de efluentes domésticos(em especial se foremusados sanitários portáteis)

sanitários deve ser feita de acordo com os requisitos do Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto no 13/2006, de 15 de Junho), nomeadamente em local aprovado pelas autoridades para o efeito.

drenagem e higiene

Degradação das condições de saneamento do meio, associada à acumulação de resíduos sólidos domésticos durante as obras

Todos os trabalhadores devem ser instruídos a procederem à deposição adequada dos resíduos domésticos produzidos no local da obra;

Os acampamentos dos trabalhadores devem ser mantidos limpos, não se devendo queimar, enterrar ou abandonar o lixo de forma indiscriminada;

Recipientes com tampa para armazenamento do lixo doméstico devem estar disponíveis em locais estratégicos, em número adequado e com capacidade suficiente, tendo em conta a estimativa de quantidade de resíduos a produzir;

O Empreiteiro deve criar áreas específicas onde os trabalhadores possam confeccionar as suas refeições, bem como passar as refeições;

Restos de alimentos poderão ser enterrados em locais especialmente designados para o efeito (i.e aprovados pelo responsável da obra) e cobertos com terra, para reduzir o potencial incómodo causado pelo cheiro e a invasão por ratos ou insectos transmissores de doenças, tal como moscas. Tais locais devem ser seguros e não susceptíveis de ser revolvidos por pessoas ou animais domésticos;

A abertura de lixeiras deve seguir as seguintes regras: O solo superficial deverá ser acumulado numa área separada, livre de qualquer contaminação, para ser usado mais tarde no encerramento e reabilitação da lixeira;

As lixeiras deverão estar situadas a distâncias não inferiores a 50 metros de áreas residenciais e linhas de drenagem, devendo a sua profundidade ser inferior a 2 metros;

Quando a capacidade das lixeiras estiver quase esgotada, deverá ser espalhado solo superficial sobre o lixo, para encerramento da lixeira,

Ausência ou ma gestão de área apropriada para deposição de resíduos.

Presença de resíduos espalhados, fora das áreas desegnadas

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devendo entretanto ser aberta uma outra lixeira;

Redução temporária e localizada da qualidade do ar, devido a emissão de poeiras e à libertação de gases de exaustão pelos veículos

O movimento dos veículos da construção deve ser reduzido ao mínimo necessário para satisfação das necessidades do projecto, para minimizar a dispersão de poeiras e a libertação de gases de exaustão;A quantidade de vegetação a ser removida deverá ser a mínima necessária, como forma de contribuir para a redução da dispersão de poeiras;Os veículos devem beneficiar de assistência técnica e manutenção adequadas, para minimizar a quantidade de gases de exaustão libertada.

Controlo visual directo.Aumento de Numero de casos respiratórios,Presença de poeiras na vegetação circunvizinha

Expectativas de emprego a cima da capacidade de satisfação pelo projecto

Caso necessária a contratação de pessoal adicional para as obras, recomenda-se o seguinte:

Estabelecer formalmente requisitos de contratação claros e assegurar o seu cumprimento;

Divulgar o número de postos de trabalho disponíveis e o período aplicável; Priorizar a contratação de mão-de-obra local (da povoação/localidade onde o

Centro de Saúde será construído).

Numero de contractos assinados

Proliferação de maláriaentre os trabalhadoresenvolvidos na construção,devido à fragilidade dasmedidas de prevenção

O Empreiteiro deverá estabelecer medidas de prevenção de malária, incluindo o controle da proliferação de mosquitos nos acampamentos e nas frentes de trabalho mais expostas (por exemplo, nas proximidades de rios e riachos);

O empreiteiro deve fazer campanhas de consciencialização sobre as formas de prevenção da doença,

Sabendo-se que a malária pode manifestar-se através de uma diversidade de sintomas, os trabalhadores que não se encontrem em bom estado de saúde deverão ser imediatamente conduzidos a uma unidade sanitária para diagnóstico e, se necessário, posterior tratamento;

Não se deve permitir o desenvolvimento de charcos nas áreas de trabalho ou nos

Aumento de casos reportados.Nível de absentismo aumenta

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acampamentos – terminado o período de chuva, estes devem ser tapados com terra.

Proliferação de ITSs eHIV/SIDA, relacionada comcomportamentos sexuaisinadequados/fracoconhecimento das medidasde prevenção

Consciencializar os trabalhadores sobre as formas de transmissão de ITSs e HIV/SIDA, incluindo comportamentos de risco/prostituição; poderão ser organizadas palestras ou sessões informais e usados cartazes/folhetos, com base em linguagem clara e de fácil entendimento;

Aconselhar os trabalhadores a submeterem-se a testes de HIV, fazendo uma abordagem aos riscos associados à doença;

Aconselhar os trabalhadores a submeterem-se ao tratamento de ITSs na sua fase inicial, para minimizar o risco de infecção por HIV;

providenciar a todo o tempo preservativos masculinos e femininos; Encaminhar os trabalhadores para tratamento e monitoramento precoce de

infecções secundárias/oportunistas tais como tosses, gripes e pneumonia em unidades sanitárias;

Estabelecer e implementar um conjunto de Normas (ou um Código de Conduta) para o local de trabalho. As Normas devem incluir, entre outros aspectos, a proibição da entrada não autorizada de pessoas estranhas ao serviço e a proibição da prostituição.

Dados das unidades sanitárias vizinhasAbsentismoNumero de preservativos distribuídosNumero de campanhas de sensibilização efectuadas

Incómodo no meiocircundante, causado peloruído/vibrações das obras.

As viaturas e o equipamento devem ser mantidos em bom estado de funcionamento, como forma de minimizar o ruído produzido;

As actividades produtoras de níveis altos de ruído deverão ser realizadas durante o período diurno, como forma de minimizar a perturbação das pessoas residentes nas vizinhanças da área do projecto;

Aumento de numero de reclamações por parte da população

Interferência com bens dacomunidade - perda deterrenos agrícolas

Deve ser garantido que a expropriação de terra seja feita sem prejuízos para os actuais proprietários (individuais, colectivos ou comunidade), garantindo que os direitos de uso e aproveitamento de terra sejam respeitados e que lhes sejam providenciadas áreas alternativas e compensações justas pela perda de terra a favor do projecto;

Deve ser identificado terreno alternativo com áreas e condições de solo

Numero de reclamações da população.

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(fertilidade) e geográficas (acesso facilitado) equiparáveis ou melhores que as do terreno perdido a favor do projecto;

As indemnizações relacionadas devem ser elaboradas em observância da legislação moçambicana, sendo que os serviços distritais relacionados (SDAE) devem ser envolvidos no processo;

Deve ser providenciada terra de pastagem alternativa caso a existente seja afectada pelo projecto;

As áreas ocupadas pelo projecto para serviços de apoio (p.e. áreas de empréstimo e acampamentos dos trabalhadores), devem ser implantadas em terras desocupadas;

Deve ser solicitado o consentimento das comunidades e das autoridades locais antes da construção das infra-estruturas do projecto, segundo os costumes tradicionais locais

Interferência com bens da comunidade - perda de culturas e árvores de frutos

Deve ser realizado um levantamento de machambas culturas e árvores de fruta afectadas pelo projecto, em estreita colaboração com as autoridades locais e as

pessoas afectadas; Devem ser efectuadas reuniões com as comunidades a fim de afectar as

necessidades do projecto e uso das terras em questão, bem como as medidas de mitigação e os pacotes de compensação para os diferentes tipos de perdas;

As indemnizações relacionadas com perdas de culturas, árvores de fruto e outras árvores de valor económico devem ser elaboradas em observância da legislação moçambicana, tendo como base os valores estipulados pelos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE), os quais devem ser envolvidos no processo;

Sempre que possível, deve ser dada oportunidade de colheita das culturas existentes.

Numero de reclamações relativas a obstrução de áreas das populações, fecho de acessos por vedação temporária, parque de estacionamento de viaturas.

Conflitos sociaisrelacionados com apresença de trabalhadores

Devem ser estabelecidas regras de conduta para os trabalhadores (incluindo a proibição da prostituição nos acampamentos de construção);

Os trabalhadores deverão ser consciencializados sobre as regras de comportamento e conduta perante a comunidade, tendo como meta a harmonia e

Aumento de casos reportados de conflitos e reclamações da

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externos à comunidade respeito pelas comunidades locais. populaçãoInterferência com locais de valor cultural/espiritual (p.e. campas, cemitérios e locais sagrados)

Em coordenação com líderes comunitários, a comunidade e representantes do governo local,

Determinar a situação da área a ser directa ou indirectamente utilizada para efeitos de construção e das áreas nas vizinhanças imediatas destas, no que diz respeito ao valor cultural/espiritual;

Identificar as áreas de valor cultural/espiritual que possam vir a ser afectados pelo projecto, em coordenação com as partes acima referidas;

Deve ser evitado qualquer dano sobre tais locais. Na definição de medidas para proteger e respeitar os locais identificados, agir em conformidade com os costumes locais, como forma de evitar conflitos com a comunidade;.

Em caso de descoberta de qualquer uma destas situações as obras devem parar imediatamente e se deve informar ao engenheiro residente

Controlo directoReclamação da população

Acidentes de trabalho emactividades de escavaçãoe extracção de materiaisinertes para as obras

Deve-se assegurar que todos os trabalhos de escavação são realizados sob supervisão duma pessoa competente;

Deve-se avaliar a estabilidade do solo antes do início dos trabalhos de escavação; Implementar medidas de socorro imediato em caso de acidente, incluindo o

encaminhamento para uma unidade sanitária, caso necessário.

Relatorios de acidentes

Acidentes de trabalhoassociados à circulação deveículos e equipamentosmóveis envolvidos nasactividades de construção

Assegurar que todas as máquinas e veículos usados durante a construção sejam adequados às tarefas a executar;

Apenas trabalhadores devidamente certificados e competentes devem manusear veículos e equipamento móvel de construção;

Deve ser instalada sinalização temporária de segurança para a movimentação de veículos em todos os locais de risco de acidente;

O uso de equipamento de protecção pessoal (como capacetes, luvas, botas, fato-macaco ou outros, conforme necessários para as tarefas a desempenhar, deve ser obrigatório;

Devem existir um procedimento de actuação em caso de necessidade de socorro imediato de trabalhadores ou membros da comunidade. Este procedimento deverá

Número de acidentes de trabalho

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ser estabelecido em coordenação com as autoridades de saúde e tendo em conta as condições locais ou mais próximas do local, para atendimento de emergência.

para evitar acidentes com a população, proibir e vedar o acesso completo a pessoas estranhas a obra, através de sinalização e vedação na zona de construção

Degradação das condiçõesde saúde dos trabalhadores devido à exposição produtosQuímicos

Os trabalhadores envolvidos no manuseamento de produtos químicos devem ser devidamente informados sobre os riscos associados aos produtos químicos que irão manusear;

O manuseamento de produtos químicos só pode ser feito por trabalhadores que tenham recebido formação específica para o efeito;

Devem ser implementados procedimentos seguros para o manuseamento, armazenamento e deposição de produtos químicos. Estes produtos devem estar claramente identificados por meio de etiquetas;

Deve-se indicar o tipo de equipamento de protecção pessoal (EPP) necessário para o manuseamento de produtos perigosos e como agir em caso de incidentes.

Numero de casos de doença reportadosReporte de acidentes

Transmissão de doençasassociadas ao saneamentoinadequado do meio e dasfracas condições demanutenção da higienepessoal no seio dostrabalhadores

Os sanitários devem estar localizados a uma distância entre 20 a 50 metros do local de trabalho;

Os sanitários devem ser mantidas em boas condições de higiene; O empreiteiro deve assegurar que não ocorram quaisquer tipos de fugas de água

(especialmente águas negras) no processo de descarga e limpeza e que os conteúdos sejam removidos do local da obra (relevante no caso de uso de sanitários portáteis);

Deve-se proibir estritamente a descarga indiscriminada ou o enterro de excrementos dos sanitários (relevante no caso de uso de sanitários portáteis);

Em caso de uso de sanitários portáteis, a deposição dos resíduos dos sanitários deve ser feita de acordo com os requisitos do Regulamento sobre a Gestão deResíduos (Decreto no 13/2006, de 15 de Junho), nomeadamente em local aprovado pelas autoridades para o efeito.

Numero de casos de doenças gastro intestinais e diarreicas.

Incêndios devido aoarmazenamento de

Devem ser tomadas as devidas precauções para evitar a ignição e expansão de fogos causados por actividades que envolvem produtos inflamáveis;

Casos de acidentes

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produtos químicos, incluindo combustíveis

O empreiteiro não deve permitir que os trabalhadores fumem próximo de áreas de risco de incêndio (p.e. áreas de armazenamento ou manuseamento de produtos inflamáveis);

Os trabalhadores devem ser formados em técnicas básicas de combate ao incêndio; Deve-se providenciar extintores para fazer face a situações de incêndios. Os

extintores devem estar disponíveis e acessíveis a todos os trabalhadores. Providenciar a durante todo o tempo da obra quites de primeiro socorro e treinar

os chefes de equipe os procedimentos de primeiros socorros

reportados

Impacto Medidas de mitigaçãoOportunidade de benefício de cuidados de saúde para a comunidade, com a existência de um novo centro de saúde.

A DPS, as autoridades distritais de Saúde, bem como a Direcção do Centro de Saúde devem empenhar-se em assegurar qualidade na prestação de serviços de saúde, valorizando deste modo o investimento e melhorando as condições de saúde da comunidade local;

O Centro de Saúde deve beneficiar de acções de manutenção regular, conforme necessário (e, se possível, de expansão).

Numero de pessoas assistidas

Criação de postos de trabalho permanentes, necessários para a operação dos centros de saúde

A contratação de pessoal deve ser efectuada com base nas competências profissionais dos candidatos;

A equidade do género deve ser considerada no processo de contratação; Os trabalhadores devem ser sensibilizados sobre a sua nobre função de contribuir

para a melhoria das condições de saúde da população local.

Numero de contractos assinados

Redução das distânciaspara aceder as unidades sanitárias

Garantir o funcionamento pleno do Centro de Saúde em termos de assistência médica e medicamentosa de forma a garantir que a população não tenha de recorrer a outras unidades sanitárias situadas distantes das suas povoações.

Redução de níveis de mortalidades e falta de tratamento

Oportunidade de cooperação entre o Centro de Saúde e os agentes de medicina

Devem ser estabelecidos mecanismos de colaboração com os médicos tradicionais locais, visando estudar as possibilidades de cooperação entre a medicina tradicional e a medicina convencional.

Os médicos tradicionais devem igualmente ser sensibilizados sobre os riscos de

Memorandos e encontros realizados,

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alternativa infecção por via dos objectos cortantes (lâminas), bem como sobre as medidas de higiene e segurança a observar durante os tratamentos.

Poluição do solo e da água Subterrânea por lixos infecciosos

Os resíduos infecciosos devem ser manuseados e depositados em conformidade com o sistema de disposição deste tipo de resíduos estabelecidos para o Centro de Saúde;Apenas trabalhadores competentes devem proceder o manuseamento de lixos infecciosos;

Falta de uso apropriado dos locais de deposição,Presença de resíduos fora da área designada

Contaminação do solo, das águas superficiais eSubterrâneas por águas residuais provenientes dos centros de saúde

Deve-se realizar manutenção e monitoramento periódico de todo o sistema de saneamento dos Centros de Saúde, de modo a evitar roturas de tubagens que podem conduzir a poluição do solos e das águas;

O sistema de drenagem das águas residuais deve obedecer a legislação nacional em vigor tendo em conta as características dos próprios efluentes;

Nota: A localização dos tanques sépticos deve ser cuidadosamente planificada, sendo que estes nunca deverão situar-se a uma distância inferior a 50 metros de qualquer poço ou outra fonte de água potável, de forma a prevenir a sua contaminação.

Numero de manutenções preventivas efectuadas,Inspecções realizadas

Incómodo resultante do mau cheiro associado à disposição de lixos domésticos ou hospitalares)

Todos os resíduos domésticos devem ser acondicionados e depositados em local e de forma tal que não constituam incómodo para os doentes, trabalhadores ou a comunidade residente nas vizinhanças do centro de saúde;

Reclamações por parte da vizinhança,Controlo directo

Incómodos com fumos a vizinhança e utentes da unidade sanitária

Garantir que a operação da incineradora é efectuada segundo o procedimento, Proibir a queima descontrolada de resíduos em covas.Garantir a temperatura ideal para evitar a produção de fumos negros.Garantir o treinamento para a operação da incineradora assim como de todo os

sistema de deposição.

Controlo directo,Reclamações da vizinhança,Presença de cinzas de queima fora das áreas

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especificasResíduos infecciosos espalhados pelas redondezas

Evitar o acesso de animais (cães, porcos e outros animais a zona de tratamento de resíduos, Evitar o armazenamento de resíduos, priorizando o tratamento imediato, em especial as placentas.

Controlo directo,Reclamação da vizinhança,Ausência de vedação

Emissão de dioxinas e furanos assim como outros gases nocivos

Garantir a queima ideal, velocidade de carga, e temperatura, evitando queimas a baixas temperaturas, respeitar o ciclo de queima (pré-aquecimento, queima e conclusão)

Evitar a queima de termómetros partidos, estes devem ser depositados na fossa de frascos, ampolas, material em PVC, sacos IV e lixo não contaminado Húmido.

Desrespeito das regras de incineração

Risco de contaminaçãoAssociado ao uso de Instrumentos médicos(agulhas, seringas,Lâminas, lancetas, etc.)

Deve-se assegurar que todo o pessoal afecto aos Centros de Saúde tenha formação especializada de acordo com as tarefas que irá desempenhar;

O uso de equipamento de protecção pessoal deve ser obrigatório e devidamente supervisionado;

Deve existir um procedimento de emergência para casos de ferimentos dos trabalhadores pelo uso instrumentos cortantes;

Numero de formação em segurança,Controlo de PPE, de todos trabalhadores,Fala de contentores de paredes rígidas

Contaminação por diversas doenças (respiratórias e outras transmitidas de forma epidémica, como cólera, meningites) por contacto com pacientes infectados

Deve-se assegurar que todo o pessoal que lide com doenças transmissíveis tenha formação especializada para o efeito;

O uso de equipamento de protecção pessoal deve ser obrigatório e devidamente supervisionado;

Devem ser seguidas todas as recomendações das autoridades de saúde para lidar com as diversas doenças epidémicas.

Numero de casos detectados

Acidentes durante o O Uso de Equipamento de Protecção Pessoal (luvas, máscaras, botas, fato- Numero de

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manuseamento de resíduos

macaco) deve ser obrigatório no manuseamento de lixos infecciosos. Assegurar a segregação correcta dos resíduos de maneira a não misturar resíduos

perigosos e não perigosos. Definir procedimentos de segregação e recolha separada dos mesmos para evitar

mistura. Garantir recipientes com características físicas que não permitam o contacto com o

material contaminado e garantam a integridade física dos manuseadores As seringas e agulhas devem sempre estar dentro das caixas incineradoras e em

nenhum caso se deve abri-la uma vez cheia, devendo ser deposta ou incinerada fechada.

acidentes ocorridos,Falta de equipamento apropriado

Mistura de resíduos comuns e contaminados

Informação continua do sistema de segregação a todos os níveis, com reciclagem de tempos a tempos,

Panfletos e brochuras informativas Existência de baldes/sacos de cores diferentes segundo a legislação o com

respectivas indicações.

Verificação directa,Numero de treinamentos sobre a materia

Queimaduras durante a operação da incineradora

Garantir a protecção e integridade física necessária das zonas de altas temperaturas.

Garantir a manutenção periódica e substituição das partes danificadas. Disponibilidade de mascaras e luvas.

Acidentes reportados, Falta de equipamento de protecção,Desrespeito de procedimentos

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Anexo 7- Ficha de avaliação ambiental preliminar

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