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ESPAÇOS VETORIAIS Álgebra Linear e Geometria Analítica Prof. Aline Paliga

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ESPAÇOS VETORIAIS

Álgebra Linear e Geometria Analítica – Prof. Aline Paliga

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INTRODUÇÃO Sabe-se que o conjunto é

interpretado geometricamente como o plano cartesiano.

O par ordenado (x,y) pode ser um ponto ou um vetor .

Esta ideia se estende ao espaço tridimensional que é a interpretação geométrica do conjunto . Embora se perca a visão geométrica, é possível estender essa ideia a espaços

2 ( , ) / ,x y x y

3

4 5, ... .n

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A maneira de trabalhar nesses espaços é idêntica àquela vista no e .

Por exemplo se:

são vetores no

e α um escalar, define-se:

a)igualdade de vetores

b)adição de vetores

c)multiplicação de escalar

d)produto escalar

1 2( , ,..., ) /n

n ix x x x

4

1 2 3 4

5

1 2 3 4 5

(x ,x ,x ,x )

(x ,x ,x ,x ,x )

2 3

1 2 n 1 2 n (x ,x ,...,x ) e (y ,y ,...,y )u v n

1 1 2 2 n nu=v x y , x =y ,..,x =y

1 1 2 2 n nu+v=(x y , x +y ,...,x +y )

1 2 nu=( x , x ,..., x )

1 1 2 2 n nu.v=x y + x y +...+x y

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e)módulo 2 2 2

1 2u = x x +...+xn

notação matricial

1

2

n

x

x =

:

x

u

9.1 ESPAÇO VETORIAL

Seja um conjunto V, não-vazio, sobre o qual estão definidas as operações adição e multiplicação por escalar, isto é:

O conjunto V com essas duas operações é chamado de espaço vetorial real (ou espaço vetorial sobre ℝ) se forem verificados os seguintes axiomas:

, ,

, , u

u v V u v V

u V V

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, , ,u v w u v w u v w V

A) Em relação à adição:

A1)

A2)

A3)

A4)

B)Em relação à multiplicação por escalar:

M1)

M2)

M3)

M4)

para

, ,u v v u u v V

0 , , 0V u V u u

, , 0u V u V u u

u u

u u u

u v u v

1 u u

, , u v V e

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OBSERVAÇÕES:

1)Os elementos do espaço vetorial V são chamados de vetores, independente de sua natureza. Pode parecer estranho, o fato de se chamar de vetores os polinômios, (quando V for constituído de polinômios), as matrizes (quando V for constituído de matrizes), os números (quando V for constituído for um conjunto numérico), e assim por diante. Podemos fazer isso, pois esses elementos de natureza tão distinta se comportam de forma idêntica nas operações de adição e multiplicação de escalar, como se estivéssemos trabalhando com os próprios vetores do ℝ2 e ℝ3.

2) Se tivéssemos tomado para escalares o conjunto ℂ dos números complexos, V seria um espaço vetorial complexo.

2 n

n 0 1 2 n iP a +a x +...a x ;a

( , )

x a

M m n

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Sejam V um espaço vetorial e S um subconjunto não-vazio de V. O subconjunto S é um subespaço vetorial de V se S é um espaço vetorial em relação à adição e à multiplicação por um escalar definidas em V.

Para mostrar que um subconjunto S é um subespaço vetorial de V, deveríamos testar os 8 axiomas de espaço vetorial relativos à adição e multiplicação, mas como S é parte de V, não há necessidade.

Um subconjunto S então é um subespaço vetorial se estiverem satisfeitas as condições:

) , ,

) e ,

I u v S u v S

II u S u S

9.2 SUBESPAÇO VETORIAL

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Observação:

Todo espaço vetorial V admite pelo menos dois subespaço: o conjunto {0}, chamado subespaço zero ou subespaço nulo, e o próprio espaço vetorial V, que são chamados de subespaços triviais de V. Os demais são chamados de subespaços próprios de V.

Por exemplo, os subespaços triviais do V=ℝ3 são {0,0,0} e o próprio ℝ3. Os subespaços próprios do ℝ3 são retas e planos que passam pela origem.

Para o V=ℝ2, os subespaços triviais são {0,0} e ℝ2. Os subespaços próprios do ℝ2 são retas que passam pela origem.

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Exemplos:

1) V=ℝ2

S={(x,y)∈ℝ2/y=2x}

2) V=ℝ2

S={(x,y)∈ℝ2/y=4-2x}

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Sejam os vetores v1, v2, ..., vn do espaço vetorial V e os escalares a1, a2, ..., an. Qualquer vetor v ∈ V da forma:

é uma combinação linear dos vetores v1, v2,...,vn.

Exemplo:

No espaço vetorial ℝ3, o vetor v=(-7,-15,22) é uma combinação linear dos vetores v1=(2,-3,4 ) e v2=(5,1,-2 ) porque:

pois:

1 1 2 2 ... n nv a v a v a v

9.3 COMBINAÇÃO LINEAR

1 24 3v v v

( 7, 15,22) 4(2, 3,4) 3(5,1, 2)

(8, 12,16) ( 15, 3,6)

( 7, 15,22)

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Sejam V um espaço vetorial e A={v1, v2, ..., vn} ⊂ V, A≠𝜙.

geradores

O conjunto S de todos os vetores de V que são combinações lineares dos vetores de A é um subespaço vetorial de V.

subespaço gerado

O subespaço S se diz gerado pelos vetores v1, v2, ..., vn:

ou gerado pelo conjunto A: S=G(A)

9.4 SUBESPAÇO VETORIAL GERADO

1 2 1 1 2 2, ,..., ... n n nv v v a v a v a v

1 2, ,..., nS v v v

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Exemplos:

1) Os vetores e1=(1,0) e e2=(0,1) geram o espaço vetorial V=ℝ2, pois qualquer par ordenado (x,y) ∈ ℝ2 é combinação linear de e1 e e2:

2) Os vetores e1=(1,0,0), e2=(0,1,0) e e3=(0,0,1) geram o espaço vetorial V=ℝ3, pois qualquer vetor (x,y,z) ∈ ℝ3 é combinação linear de e1, e2 e e3

1 1 2 2 1 2 1 2

1 2

1 2

2

1 2

( , ) (1,0) (0,1) ( ,0) (0, )

=( , )

( , )

[ , ]

x y a e a e a a a a

a a

x y xe ye

e e

1 2 3

3

1 2 3

( , , )

= (1,0,0) (0,1,0) (0,0,1)

=( , , )

[ , , ]

x y z xe ye ze

x y z

x y z

e e e

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De fato:

são dois vetores quaisquer de S, pode-se escrever:

isto é, u+v ∈ S e αu ∈ S por serem combinações lineares de v1, v2, ..., vn, conclui-se que S é um subespaço vetorial de V.

Os vetores v1, v2, ..., vn são chamados de geradores de S e A de conjunto gerador de S.

Se o conjunto A é finito, podemos chamar S de subespaço finitamente gerado.

Todo conjunto A ⊂ V gera um subespaço vetorial de V, podendo ocorrer que G(A)=V, caso em que A é o conjunto gerador de V.

1 1 2 2

1 1 2 2

...

...

n n

n n

u a v a v a v e

v b v b v b v

1 1 1 2 2 2

1 1 2 2

) ...

) ...

n n n

n n

I u v a b v a b v a b v

II u a v a v a v

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Sejam V um espaço vetorial e A={v1, v2, ..., vn} ⊂ V, consideremos a equação:

(1)

Sabemos que essa equação admite pelo menos uma solução:

chamada solução trivial.

O conjunto A diz-se linearmente independente (LI), ou os vetores v1, v2, ..., vn são LI , caso a equação (1) admita apenas a solução trivial.

Se existirem soluções ai≠0, diz-se que o conjunto A é linearmente dependente (LD), ou que os vetores v1,...,vn são LD.

9.5 DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA LINEAR

1 1 2 2 ... 0n na v a v a v

1 20, a 0, ...,a 0na

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Representação geométrica da dependência linear de dois vetores:

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Representação geométrica da dependência linear de três vetores:

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Um conjunto B={v1, v2, ..., vn} ⊂ V é uma base do espaço vetorial V se:

I) B é LI;

II) B gera V

Exemplos:

1) B={(1,0), (0,1)} é uma base do ℝ2, denominada base canônica. De fato:

I) B é LI (exercício feito em aula)

II) B gera ℝ2 (exemplo1, item 9.4)

2) B={(1,2), (3,5)} é base do ℝ2. De fato:

I) B é LI

9.6 BASE DE UM ESPAÇO VETORIAL

1 2

1 1 2 2

1 2 1 2

(1,2) (3,5) (0,0)

( ,2 ) (3 ,5 ) (0,0)

( 3 ,2 5 ) (0,0)

a a

a a a a

a a a a

1 2

1 2

3 0

2 5 0

a a

a a

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sistema homogêneo que admite somente a solução trivial

, o que confirma B ser LI.

II) B gera ℝ2

que resolvido em função de x e y, fornece:

isto é G(B)= ℝ2

3) B={e1=(1,0,0), e2=(0,1,0) e e3=(0,0,1) } é uma base do ℝ3, denominada base canônica. De fato:

I) B é LI (exercício feito em aula)

II) B gera ℝ3 (exemplo2, item 9.4)

1 2 0a a

1 2

1 1 2 2

1 2 1 2

( , ) (1,2) (3,5)

( , ) ( , 2 ) (3 ,5 )

( , ) ( 3 ,2 5 )

x y a a

x y a a a a

x y a a a a

1 2

1 2

3

2 5

a a x

a a y

1 25 3 e 2 a x y a x y

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4) B={v1=(1,1,1), v2=(1,1,0) e v3=(1,0,0) } é uma base do ℝ3. De fato:

I) B é LI

sistema homogêneo que admite somente a solução trivial

, o que confirma B ser LI.

II) B gera ℝ3. De fato, qualquer vetor v=(x,y,z) é combinação linear de v1 , v2 e v3.

1 2 3

1 2 3

1 1 1 2 2 3

1 2 3 1 2 1

(1,1,1) (1,1,0) (1,0,0) 0

(1,1,1) (1,1,0) (1,0,0) (0,0,0)

( , , ) ( , ,0) ( ,0,0) (0,0,0)

( , , ) (0,0,0)

a a a

a a a

a a a a a a

a a a a a a

1 2 3

1 2

1

0

0

0

a a a

a a

a

1 2 3 0a a a

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1 2 3( , , ) (1,1,1) (1,1,0) (1,0,0)x y z a a a

1 2 3

1 2

1

a a a x

a a y

a z

1

2

3

a z

a y z

a x y

( , , ) (1,1,1) (1,1,0) (1,0,0)x y z z y z x y

o que comprova ser qualquer vetor v=(x,y,z) combinação linear de v1 , v2 e v3.

Logo: [v1 , v2 , v3]= ℝ3

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{(1,0), (0,1)} {(2,0), (1,3)}

(8,6) 8(1,0) 6(0,1)

(8,6) 3(2,0) 2(1,3)

A e B

Exemplo: No ℝ2, considere as bases:

Representação do vetor

v=(8,6) em relação às

bases A e B

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Se V é um espaço vetorial e possui uma base com n vetores, V tem uma dimensão n. A dimensão de V indica por dim V=n

Exemplos:

1)dim ℝ2=2

2)dim ℝ3=3

3)dim ℝn=n

4)dim M(2,2)=4

5)dim M(m,n)=mxn

6)dim Pn=n+1

9.7 DIMENSÃO DE UM ESPAÇO VETORIAL