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ESPECIAL : A SUPER-SAFRA DA IMPRENSA RURA L Internacional IMAGENS FALSA S NOS TELEJORNAIS Propaganda A HIPOCRITA LEI DE GERSON Memóri a O JORNALIST A QUE PROCLAMOU ¢ wwwi¢w¢ ■■INN IR

ESPECIAL: A SUPER-SAFRA DA IMPRENSA RURAL20-%20... · Mas um olho alerta. Para a verdadeira ... do a Silvia Poppovic perguntou o que lido Buarque de Holanda, vulgo Aure-ele iria pedir

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Page 1: ESPECIAL: A SUPER-SAFRA DA IMPRENSA RURAL20-%20... · Mas um olho alerta. Para a verdadeira ... do a Silvia Poppovic perguntou o que lido Buarque de Holanda, vulgo Aure-ele iria pedir

ESPECIAL : A SUPER-SAFRA DA IMPRENSA RURAL

InternacionalIMAGENS FALSASNOS TELEJORNAIS

PropagandaA HIPOCRITA

LEI DE GERSON

MemóriaO JORNALISTA

QUE PROCLAMOU¢ wwwi¢w¢ ■■INN IR

Page 2: ESPECIAL: A SUPER-SAFRA DA IMPRENSA RURAL20-%20... · Mas um olho alerta. Para a verdadeira ... do a Silvia Poppovic perguntou o que lido Buarque de Holanda, vulgo Aure-ele iria pedir

Brasi l

a Noite do Havaí (só d á

abacaxi) e os telecandidato s

estão pior que a Marta Rocha

(quando aperta afrouxa), a

coisa mais deliciosa dess a

delícia de mídia é inventar

bordões e bordoadas .

Apelidos que não são mera s

piadinhas de salão. Mas um

olho alerta. Para a verdadeira

identidade dos candidatos .

Identidade nada secreta . Pois

estão na tela . Tá na cara .

Deles. E na cara da tela .

* do imortal Barão de Itararé

O TOUROSENTAD O

Cacique Touro Sentado (porque e mpé não dá mais) ou Tenda dos Milagres,vulgo Ulysses Guimarães . Que chegoude repente fazendo a linha "é uma bra-sa, mora". O problema do dr. Ulysse snão é de expressão. E de impressão.Não imprime mais, não registra . Eleprova nas telas que realmente é umgrande vulto . Nem sei como a SilviaPoppovic enxerga, deve ser dotada depoderes paranormais. E tem mais, o dr.Ulysses é um televisivo perfeito : tomouaulas de dicção com Cora Coralina ,tem os olhos azuis de Vera Fischer. Ea carranca do cacique Touro Sentado.Porque em pé não dá mais . Sua cam-panha é uma beleza . Parece cartola demágico. Para todos os problemas, el epuxa uma solução. Frieira, espinha caí -da, cinturinha de pilão e dor de coto -velo? Procure o cacique Touro Senta -do na sua Tenda dos Milagres . Resolveaté problema de dívida externa. Quan-

O presidente da "Repúbrica" Aure -do a Silvia Poppovic perguntou o que lido Buarque de Holanda, vulgo Aure -ele iria pedir aos banqueiros, ele res-

liano Chaves. O maior "pobre" de sua

pondeu: "Uma nova mora, ôps, umanova mora. . .tória". O ato falho é emhomenagem aos 50 anos da morte deFreud .

AURELIAODE HOLANDA

22 IMPRENSA - OUTUBRO 1989

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campanha e seu maior obstáculo é oseu xará, o Aurelião - Buarque de Ho -landa. O Jânio disse que o Aurelian oconhece como poucos a problemátic abrasileira . Concordo . Como poucos el etem uma "probremática" tão grande:porque quem tem um "pobrema" játem logo dois. E a pérola do seu elei-tor Antenor Nascente, lá de Ouro Pre-to : "No tempo do Aureliano a vida e mMinas era mais distinta". Distinta?! Erasim. As únicas inconfidências permi-tidas eram as "Inconfidências à Mei aNoite", no escurinho do cinema . E com ,Aureliano no papel de Rock Hudson .Quando um repórter lhe perguntou s eiria vencer, Aurelião estende seu gracio-so pescoço-gazela de Grace Kelly : "Écraro, Cróvis! "

O PÓSANTIG O

Pastel de vento sem nada dentro,look pós antigo, Spielberg pé-de-chinelo, Rambo 89, três-em-um daAtkinsons ou paranóico calouro, vul-go Fernando Collor de Mello . Que jácomeçou errado. Ele que é todo pra-frentex logo na primeira cena na TVaparece ao pé do monte Pascoal n amais perfeita réplica de "A PrimeiraMissa" com o Pedro Américo de came-raman . Depois, enquanto todos mos -travam os pontos nevrálgicos da reali-dade brasileira, ele mostrava pontos tu-rísticos. Foi de Cabrália à Mata Atlân-tica e virou guia turístico tupiniquim .Depois, cada vez mais desorientado emais degradê, faz a linha paranóico ca -louro. Só que mais pra Roberto Collo rem ritmo de aventura do que para In-diana Jones . Seu desempenho não é

mais um só turno. É soturno. Pois to -da vez que cai um número nas pesqui -sas o Fernando Collor de Mello ficaFernando Branco de Medo.

BARATADE IGREJ A

Apóstolo, pinta de papanatas ,picolé-de-xuxu, barata de igreja, SãoAfif. "Tem . Afif no samba" ou "Afi-fou a família e foi ao cinema", vulg oGuilherme Afif Domingos . Mineirogosta do Afif porque ele tem cara d eapóstolo. Além disso, ele é o único can -didato que tem 12 dublês - os 12 pro -fetas do Aleijadinho lá em Congonhasdo Campo. Com aquela pinta de pa-panatas ele quer papar toda nata d oCollor. E com aquela voz de locutor debaile de debutante . E família demais .Puxou à mamãe. Mas da mala de mas-cate do avô ele só puxa chavões e cli-chês. E prega tanto que acabou mon-tando sozinho a Bienal de São Paulointeira . Pregou quadros até dizer che-ga. E gesticulou tanto com aquela su alinguagem de surdo-mudo que sua au -réola tá rodando mais que bambolê depresépio . Diz o adesivo : "Estou comAfif'. E eu com a macaca. E daí ?

LULAA DOR É

O Ulalá do ABC ou cricri de port ade fábrica, vulgo Luís Inácio Lula daSilva . Sua campanha é em homenagemà Revolução Francesa e ulalá! é o gri-to de guerra do operador de guilhoti-na daquela metalúrgica de São Bernar-

do. O Lulalá tá cada dia mais chique :usa gravata, grita ulalá! e sua meta éuma meta. . .lúrgica . E pra manter seupique de piquete ele devora latas e maislatas de "epatê le bourgeois". E vai procomício de poodle no colo. Eu disse nocolo e não no Collor, plebe rude e ig-nara. Está tão obcecado por distribui-ção de rendas que vai desapropriar oCentro de Artesanatos do Ceará . Seuscompanheiros estão loucos pra ele su-bir a rampa dura do Planalto gritandoulalá! Só não pode sair à francesa . Co-mo o Fujânio Quadros . Tá todo mun-do louco pra dar bom dia à ema. E oLulalá pra ganhar em Diadema . O queseria uma rima e não uma solução . Asolução seria uma coligação com oCollor para dividir o mesmo slogan :Ulalá . . .goas .

NAPOLEÃODE HOSPÍCI O

Napoleão de hospício ou babá d eboiada, vulgo Ronaldo Caiado. Quan-do nas telas surge uma profusão de ce-las e esporas já se sabe que é o Caia-do. Das duas, uma: ou ele gravou lá n oTexas ou na loja da Lúcia Veríssimo. Emal começou as gravações já arrumo uum novo emprego : babá •e boiada -

IMPRENSA - OUTUBRO 1989 23

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pela sua convincente conversa pra bo idormir. E quando o Chico Xavier pro-fetizou que um salvador da pátria vi -ria montado num cavalo branco, doi silustres brasileiros enfiaram a carapu-ça: o Caiado e oNapoleão de hospí-cio. Depois ele desapeou do cavalobranco e vestiu um jaleco de médico.Moral da história: de médico e loucotodo mundo tem um pouco. Para to -dos os males do Brasil, o Collor botaa culpa na incúria . E o Caiado na in -cúria metropolitana. Não pode ver umpadre de passeata quc fica mais bran -co e mais pálido do que se tivesse sidopropriamente Caiado .

egocêntrico que pegou um replicantepra vice, o Bonifácio de Andrada .Quando aparece o Maluf a gente pen-sa que é vice de peruca . E quando apa-rece o vice a gente pensa que é o Ma-luf careca . Careca de saber que vai per-der. De novo. E de novo. Mas não de-siste . Tem até uma dama da alta socie -dade mato-grossense tão fanática pel oMaluf que quando lhe perguntam se opeixe está bom, ela responde :"Uuuuhn . . . delicioso. Sabor Maluf!" Emole? Ou quer mais? Tem mais : o Ma -luf não convence com suas publicida-de de sutiã ou de Bom Bril . Está mai spra Mate Leão . Já vem queimado .

O MAQUINISTAASSOMBROSO

Piloto de trem-fantasma ou espan-talho de mosquito, vulgo Armand oCorrea. Seu slogan é "A Hora do Tro-co". Errado. Para completar aquele seufascinante e horripilante look de ma-melouco e espantalho só mesmo um"ç": A Hora do Troço. Em cartaz nocine Marabá. Toda sexta-feira à meia -noite. Pela milésima vez ele comprauma cadeira cativa no horário gratui-to e só tem uma coisa na cabeça : seupenteado Morro de Maluf. Que pena !A gente nem vai poder convidar o pi -loto de trem-fantasma Armando Cor-rea pro reveillòn . Senão o Ano Novoassusta, não entra e a gente não empla-ca a década de 90 . E nem muda de mi-lênio.

VALE -ENGAN O

Miss Telesp, vulgo vale-Affonso Ca-margo. Que por ironia das ironias crio uo vale-transporte e chegou por últim onas pesquisas . Aliás, o Affonso Ca-margo parece um guarda-roupa: não fi-ca bem em lugar nenhum. Ele tá mai sanimado que brinco de orelhão . Estáaté trocando o seu título de eleitor pe-lo título de Miss Telesp. Foi só dar otelefone do comitê que sua campanhaganhou novos impulsos: 45 ligações doAmapá, 39 do Maranhão e uma daZeine Helena lá de Caldas do Cipó . Ediz que vai ganhar. Tá bom. Então con -ta aquela do papagaio . Que passa tro -te em candidato. E já tem eleitores deponta a ponta do país . Um no Oiapo-que e outro no Chuí . E morreu aí. Coma Miss Telesp nunca dá engano. Só dáenganação. E sua campanha, apesar detantas criancinhas, não é um conto defadas . E um conto do vigário : "Alice-ador no país dos pentelhinhos" .

CARRAPATODE ELEIÇÃO

Carrapato de eleição ou Má . . .lufadade vento, vulgo Paulo Maluf . Que é omaior carrapato de eleição. Não perd euma. Aliás, perde todas . Só não perd eo horário gratuito. E duas de suasmaiores e mais constantes estrelas : aHebe e a Cohab de Itaquera . Só quea Hebe com aquela cara de obrigad anão convence nem a ela mesma. Nemdona de casa. Nem de casa de ferra-gens. E a Cohab de Itaquera não con -vence nem por ela mesma . E ele é tão

A ESTÁTUAQUE FALA

O Partidão Roberto Close Freire, oua estátua que fala, vulgo Roberto Frei -re. E o mais coerente de todos . Comobom comunista, sempre se dá bem emaparelho, mas não em aparelho de te -

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levisão. Ele deve achar que câmeramorde. Não move um músculo, nada .Só a boca. Fica lá, imobilista . Conti -nua avesso às emoções da montanh arussa. Câmera fixa, sino-soviética . Aroda quadrada. E como um bom par-tido, ele devia era pegar uma trinton ae não uma intentona . E esse negóciode que comunista come criancinha éuma grande bobagem . Tem tanta bal-zaca por aí que come criancinha . Enem fica vermelha .

CALDILH OMÁGGICO

Caldilho Mággico ou Xou do Xoxo ,vulgo Leonel Brizola . Esse Brizola nãoé sopa, é apenas um caldilho e mággi-co. Pra gente ver o Brizola na TV agente tem que acender uma lanterna .Sua aversão pelo collorido é tão gran -de que ele usa a mesma cor tanto par ao background como para o terno. E agente não vê nada . Empastela . A úni-ca diferença entre ele e a Xuxa é queele apresenta o "Xou do Xoxo". Equando aparece a paquita CidinhaCampos, os baixinhos da Baixada pe-dem : "Moratória Forever!" No inícioestava mais devagar que a barca de Ni -

terói . Depois ficou mais animado qu epára-lama de carreata . Tá mandandomais beijinho que o Fábio Júnior noprograma da Hebe. E o tipo do para-nóico que gosta mais de auditório d oque de auditoria . Aliás, a única dife-rença entre ele e a Hebe é que ele de-testa modelo colonial . E a Hebe ado-ra. Só faz a cabeça no Colonial Cabe-lereiros . O Collor é um pão . E o Bri-zola um pão duro. Não tira do ar aque-la camisa azul clara . E o único morroque não vai votar no Brizola é o Mor-ro do Maluf, lá no Guarujá .

ÍNDI ONEW WAVE

Indígena new wave ou índio sem api-to ou bibelô de época, vulgo Fernan-do Gabeira . Não dá pra falar quase na-da dele porque ele vive malocado na-quele videoclip . E um índio sem apito .Não tá apitando nada . Mais se escon-de do que aparece. Gabeira, só naque-le videoclip, não dá nem pra ver-te ,quanto- mais pra verde . Parece um bi-belô de época : a gente gosta mas nãosabe onde colocar . Oh, dúvida cruel :"Será que as maçãs do rosto do Gabei-ra contêm agrotóxicos?" E a pérola doavançado ecologista dr. Machado: "Ostempos mudaram. Antes a gente davaapito pro índio . Agora é o índio que dápito na gente".

A PIA QUENÃO PIA

A única mulher que tem um pio nomeio mas não dá um pio, vulgo Lívi aMaria Pio de Abreu . E o grande deses-

pero do meu personagem, a feminist aSimone de Peignoir. Porque é a únicacandidata mulher. E que tem um pi ono meio . Mas não consegue dar u mpio. De tanto levar "Corta!", de tant oser guilhotinada, já está sendo chama -da de a Maria Antonieta do horári oeleitoral . Com um nome tão curto pa-ra seus tão longos 30 segundos, ela re-solve sair do anonimato e incluir vária sestrelas em seu nome, uma atriz, umpapa, um noveleiro e um ministro e vi-ra multimídia: Lívia Maria Pio 12 Sil-vio de Abreu Sodré. Assim ela ganha-ria 22 minutos . E um voto, o dela . Nãoiria pro segundo turno. Mas pelo me -nos pegaria uma ponta no "Bronco" .

TARTARUGACÍVICA

A bicharada resolve dar uma fest ano céu em pleno horário eleitoral emandam a tartaruga buscar a orques-tra. Passa uma hora, duas, três . E na -da. Todos gritam: "Essa tartaruga éuma lesa, uma lerda, uma lesma". Eouve-se uma voz : "Se me amolaremmuito eu nem vou". Moral da história :Deus não dá asa a cobra . E nem a tu -cano. Porque a tartaruga, plebe rude eignara, atende pelo nome de Mario Co-vas em campanha. E que no comitê d oCovas dá mais tucano que tutano . Eque o Covas pra tartaruga só falta asa.Que coisa! Ele nem ganhou as eleiçõe se já abriu um novo ministério. O Mi-nistério das Perguntas Cretinas . E a se-ção "Pergunta ao Mário". Um popu-lar : "Covas, o senhor vai botar todo sos corruptos na cadeia?". Ué, já não es-tão todos em cadeia nacional? !E pernas pra que te quero.Que língua não tem osso .

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A vaidade e o poderCobrir os candidatos à presidência exige

disposição e jogo de cintura paraencarar desfeitas e agüentar reclamações

por José Nêumanne

Quando começou a campanha pre-sidencial, entrevistei os nove principaiscandidatos para O Estado de S. Paulo.Cada um teve direito a uma página ea chamada na primeira . Leonel Brizo-la também, é claro. Marquei a entrevis -ta com dez dias de antecedência . Via-jei de véspera, para evitar problemas na

porque a entrevista foi feita e o próprioentrevistado a elogiou, no dia em qu esaiu publicada .

Instante específico - Este pequenoepisódio com o ex-governador do Rioestá sendo contado aqui para que o lei -tor tenha idéia de uma mentalidademuito comum na política brasileira :um jornalista só merece a simpatia, emuitas vezes a confiança de um politi -

em jornal . Em outra ocasião, o próprioCollor reagiu com frieza a um cumpri -mento do veterano repórter políticoVillas-Boas Corrêa, porque anterior -mente ele começou um debate na Con -federação Nacional da Indústriadefinindo-o como um candidato qu efugia dos debates - constatação d eum instante específico da campanha.

Campanha da imprensa - Luis Iná-cio Lula da Silva, do PT, queixou-se daimprensa quando Luiz Maklouf, doJornal do Brasil, revelou a existênci ade Lurian, sua filha adolescente, frut ode uma ligação amorosa clandestina.Lula chegou ao ponto de lamentar suacondição de brasileiro, partindo d oequívoco de que notícias desse tipo nã osão publicadas em países desenvolvi -dos . Gary Hart poderia dar bom de-poimento a esse respeito, para Lula fi-car sabendo que bisbilhotar a vida pes -

Queixou-se de oJB revelar Lurian

Frieza com o repórte rVillas-Boas Corrêa

O adiamento tev eum motivo pessoal

Ponte Aérea. Hospedei-me no RioOthon, para ficar perto de seu aparta -mento, na avenida Atlântica . Mas a en-trevista, marcada para as 10 :30 h deuma sexta-feira, só veio a ser feita set ehoras depois .

Fiquei sabendo que aquele adiamen-to teve um motivo pessoal : o candida-to do PDT não tinha gostado de um apergunta que lhe havia feito num de -bate na Rádio Globo de São Paulo e,então, resolveu me punir, atrasando aentrevista e cancelando um almoço pre -visto para depois da conversa . De fa -to, a pergunta feita no debate não er apropriamente elogiosa : eu quis sabe rquando o estancieiro no Uruguai ven-deria suas propriedades no exterior pa-ra investir no Brasil, uma vez que pro -vara acreditar no futuro do país ao s ecandidatar à chefia do governo. A re-presália foi, certamente, infantil, até

co profissional, se cumprir o compro-misso tático de jamais lhe fazer críti-cas ou até perguntas de resposta mai sdifícil . Essa, evidentemente, é uma re-gra geral e não se aplica apenas ao en-genheiro gaúcho, que disputa a presi-dência da República pelo PDT. Se háalguma exceção, é rara e confesso nãoa conhecer. Por isso, não conto nenhu-ma aqui ao leitor de IMPRENSA .

Há muitas confirmações da regra . Oempresário Paulo Octávio, amigo pes-soal do candidato do PRN, FernandoCollor de Mello, disse à Folha de S.Paulo que o principal adversário deBrizola na eleição atual tem muitasqueixas a fazer da cobertura da impren -sa. Posso citar essa entrevista tranqüi-lamente, pois, nela, uma outra feita pormim foi citada como exceção de mo -mento, em que a palavra do entrevis-tado foi reproduzida com fidelidade

soai de políticos famosos não é exclu-sividade da imprensa tupiniquim . Co-mo no caso de Brizola, a reação d ocandidato foi desproporcional aos pos-síveis efeitos negativos da revelação so -bre seu cacife eleitoral . Afinal, nin-guém vai deixar de votar em Lula por -que ele teve uma filha com uma enfer-meira sem as bênçãos de um casamen-to legal .

Em matéria de mania de persegui-ção, no entanto, Leonel Brizola está e mprimeiro lugar. A principal evidênci adessa afirmação foi o lamentável bate -boca do presidenciável do PDT co muma repórter do Sistema Brasileiro d eTelevisão (SBT) a respeito de peças d ovestuário íntimo e consumo de subs-tâncias entorpecentes . Mas, certamen-te, ele tem concorrentes fortes també mnesse particular. No lado direito do es-pectro ideológico, o ex-governado r

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Paulo Maluf é um deles . O candidatodo PDS tem uma teoria pronta e aca-bada para justificar seu alto índice d erejeição registrado pelas pesquisas d eopinião pública : a solerte campanha daimprensa contra ele, na época de suapassagem pelo governo do Estado .

Comentário negativo - Se Collor eMaluf não deixam de ter razão quan-do se queixam da ação efetiva da "pa-trulha" de muitos jornalistas em rela-ção a suas atitudes, os dois têm con-tribuído bastante para fazer crescer arejeição a seus nomes pelo eleitorado ,com ações especificamente deles mes-mo. Se havia má vontade na divulga-ção das denúncias contra irregularida-des administrativas do governo Collo rem Alagoas, essa disposição só pode-ria se sustentar diariamente nas pági-nas dos jornais em fatos, pois não bas-tam argumentos para que se produzam

no início de sua carreira . Mas, da mes-ma forma, o repórter político deve es -tar preparado para o fato de qualque rcomentário negativo seu figurar na co-luna "dever" com destaque maior doque tudo o que de positivo poderá terproduzido para a coluna do "haver" .

Trampolim estadual - Na seman ado famoso discurso do "choque de ca-pitalismo" do senador Mário Covas, d atribuna do Senado Federal, o noticiá-rio da imprensa foi francamente favo-rável ao pronunciamento do candida-to do PSDB na corrida presidencial . Aspáginas de elogios, porém, não fora msuficientes para enxugar as lágrimasqueixosas nem aplacar as reclamaçõe siradas da cúpula dos tucanos contraum editorial de O Estado de S. Paulo ,perguntando, com base nos fatos, eapenas nos fatos, se, em 15 de novem-bro, o eleitor que votasse em Covas es -

que fosse, que lhe trouxesse algum ti-po de problema . No começo da cam-panha presidencial, foram publicada salgumas reportagens informando que,na verdade, Afif disputava o terceiroturno da eleição presidencial, ou seja ,a estadual de 1990 . No uso de sua con-dição de amigo pessoal, o deputado fe-deral do PL reclamou, sempre com vee-mência, da publicação de tal "heresia".Recentemente, cinco meses depois d eter saído da Editoria Política de O Es-tado de S. Paulo, ainda ouvi do candi-dato, comemorando o terceiro lugar napesquisa Gallup, a afirmação - entreséria e brincalhona - de que eu erra-ra ao achar que ele realmente queria fa-zer da campanha federal apenas u mtrampolim para a estadual .

Relação pessoal - Certamente, nã ofaltarão exemplos do gênero aconteci -dos com Ulysses Guimarães, do

Utiliza condiçã ode amigo próximo

Conspiração contrainteresses do partido'

Frase infeliz sobreestupro e novelinh a

reportagens. Da mesmas forma, nã ofaltaram fatos para desgastar a image mde Maluf ao longo de sua vida políti-ca e, particularmente, no decorrer des -ta campanha . A frase infeliz sobre es-tupro e assassínio de mulheres e a no -velinha de sexo implícito para falar deconstrução de hidrelétricas são doi sexemplos claros de que o próprio can-didato do PDS à presidência tem for-necido generoso material para a cons-trução de um folclore negativo em tor -no de sua figura pública .

Ninguém fica satisfeito com a leitu-ra de comentários antipáticos a respeit ode sua atuação nas páginas dos jornais ,lidas diariamente por eventuais eleito-res ou simpatizantes . Isso faz parte danatureza humana e, se o jornalista nã oamadurecer, a ponto de aceitar essasdeficiências de caráter de suas fontes,terminará por sofrer um enfarte ainda

taria apoiando o liberal do discurso davéspera ou o antiliberal estatizante queliderou a bancada majoritária d oPMDB no Congresso Constituinte, me-nos de um ano antes . Diante da inexis-tência de fatos capazes de esclarece rtais dúvidas, os socialistas democráti-cos do PSDB preferiram recorrer aosargumentos estapafúrdios da conspira-ção da imprensa nacional contra os lí-dimos interesses do partido .

Mas não são apenas os liberais de úl -tima hora que se queixam amargamen-te do tratamento nem sempre simpáti-co dos meios de comunicação, não . Osliberais de primeiríssima hora tambémodeiam ver seus interesses contrariado sem papel impresso. Meu amigo Gui-lherme Afif Domingos nunca foi pro-priamente assíduo em comentar repor-tagens favoráveis, mas jamais deixo upassar uma única notícia, por menor

PMDB, Ronaldo Caiado, do PSD, Ro-berto Freire, do PCB, Aureliano Cha-ves, do PFL, e Affonso Camargo, d oPTB. Não são citados aqui por falta deespaço e carência de votos, o que re-duz o interesse do leitor-eleitor em suaseventuais idiossincrasias quanto à co-bertura que suas candidaturas têm me-recido na imprensa .

Todos os exemplos - inclusive o snão citados - só servem para mostra rque, num país como o Brasil, o impé-rio do patrimonialismo e do persona-lismo, onde as organizações partidáriassão frágeis demais, as relações entre po -líticos e imprensa passam inevitavel-mente pelos filtros dos humores, dasimpatia e da antipatia, e sobretudo davaidade, comuns no relacionament omeramente pessoal .

XJosé Neumanne, 38 anos e 21 de prof ssào, é ed to-

rialista e ex-editor de Política de O Estado de S Paulo.

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A luz da razão notúnel das mentiras

Na luta contra a empulhação do eleitor,a imprensa cumpre seu papel,

mas ainda não resolveu muitos problema sEm dez meses de campanha eleito-

ral, a imprensa brasileira já forneceu a oeleitor um volume considerável de in -formações, análises e opiniões paraguiar a sua escolha de quem deve se ro próximo presidente da República .Quem lê jornais e revistas, ou quemapenas acompanha noticiários e deba-tes no rádio e na televisão, pode nã osaber tudo sobre os candidatos, ma scertamente sabe mais do que sabia u mano atrás. Ainda assim, a cobertur aque a imprensa vem fazendo da cam-panha presidencial é muito criticada .Aponta-se o partidarismo dos veículo sde comunicação, sua tendência destru-tiva em relação aos candidatos e su aênfase "excessiva" nas pesquisas de in -tenção de voto - entre outras questõe s- como alguns dos vícios principais d acobertura .

Para debater esse tema, IMPRENSAe o Clube do Jornalista Editor - enti-dade ligada ao Crowne Plaza Hotel, deSão Paulo, reuniram, no dia 6 de ou-tubro, cinco jornalistas diretamente l igados ao assunto : Ronaldo Junqueira ,diretor de redação do Correio Brazi-liense; Fernando Mitre, diretor de jor-nalismo da Rede Bandeirantes ; Marce-lo Beraba, editor de Política da Folhade S. Paulo ; Laurentino Gomes, edito rde Política de O Estado de S. Paulo eCelso Kinjô, editor-chefe do Jornal daTarde, de São Paulo . O debate deu iní-cio à série de encontros "Reunião ePauta", que regularmente colocará emdiscussão temas do cotidiano dos jor-nalistas. A seguir, uma síntese dodebate :

Imparcialidade

Marcelo Beraba - A credibilidad eda imprensa nessa campanha está di -retamente ligada à sua imparcialidade ,ao seu apartidarismo. E isso só se con -segue quando se exerce o espírito críti -co . E imprescindível que a imprensa ve-rifique, disseque, investigue a compe-tência administrativa, o passado de to -dos os candidatos . E uma obrigaçã onossa .

Laurentino Gomes - O único jeit oda gente se salvar nessa cobertura é li -dar com fatos objetivos o tempo todo .

Concordo que a imprensa tem o deverde ser crítica . Mas fugindo sempre d orisco de editorializar o noticiário, deconfundir notícia com opinião .

Fernando Mitre - Nesse aspecto daimparcialidade, não se pode colocar to -dos os órgãos de imprensa no mesmonível . Porque os pequenos e médios vi -vem numa dependência tão grande d eacertos e negociações que dificilment ese pode esperar deles algum tipo de im -parcialidade. Uma rádio do interior d eMinas, por exemplo, duvido que ela se -ja independente. Mas os grandes veí-culos, esses têm condições de ser inde -pendentes - se quiserem.

Ronaldo Junqueira - Eu acho quea realização da eleição em dois turnosfacilitou muito a vida dos patrões d aimprensa . Porque, evidentemente, esteprimeiro turno é uma grande festa pa-ra todo mundo. Todo mundo exerce aliberdade, é uma maravilha . Agora euduvido, tanto em relação ao meu jor-nal quanto a qualquer outro jornal, re -vista, emissora de rádio ou de TV d opaís, se estiverem no segundo turno ossenhores Collor de Mello e Luís Iná-cio Lula da Silva, se todos os patrõe sde veículos de comunicação deste paí snão vão se posicionar e pressionar o sseus editores para apoiar Collor deMello . Não podemos produzir ilusões .

O papel das pesquisas

Ronaldo Junqueira - A supervalo-rização das pesquisas na cobertura daimprensa está ligada a um aspecto mui -to importante da sociedade brasileira ,que é a paixão pelo jogo. Quem nãogosta de jogo neste país? Qualquer ti-po de jogo? Então acho que a pesqui-sa começa a soar como um tipo de jo-go, um jogo interessante que se junt aà política . Mas para os candidatos, h áuns três ou quatro meses, o principa lpapel da pesquisa não era induzir o vo-to, mas induzir o caixa . Era o momen-to que os candidatos estavam reunin-do recursos para a campanha e os em-presários precisavam saber em que minvestir o seu dinheiro .

Marcelo Beraba - A pesquisa po-de até ser vista como um jogo, ma sacho que ela é sobretudo informação ,

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uma informação indispensável para oacompanhamento da campanha . Elapermite saber não apenas se o candi -dato subiu ou caiu, mas qual é a com -posição do eleitorado, a sua formação .Por isso nos preocupamos em publica rdetalhadamente o máximo de tabelaspossíveis, examinando os eleitores poridade, por nível de escolaridade, po rrenda, por região do país . Exatamentepara que a pesquisa não se transform enum jogo de azar . Mas, de qualquerforma, não acho que a pesquisa seja oelemento definidor dessa campanha .

Celso Kinjô - O problema mais crí-tico da cobertura da campanha presi-dencial é o estabelecimento da pesqui-sa como um oráculo divino, que trans -forma a eleição num jogo de carta smarcadas. Nas várias experiências quetive com elas, inclusive na televisão, co -mo editor regional de jornalismo d aRede Globo em São Paulo, fiquei co ma convicção de que as pesquisas sãocientificamente válidas, mas extrema -mente manipuláveis. E possível da rdois tratamentos diferentes para a mes -ma pesquisa e isso acontece diariamen -te na imprensa. Isso aconteceu no an opassado, por exemplo, na eleição paraprefeito de São Paulo . O Ibope passo uà Globo uma informação sobre o cres-cimento de Luiza Erundina e outra, di-ferente, não tão dramática, para o Pau -lo Maluf, . que liderava as pesquisas .Houve aí uma tentativa de mexer co mos números .

Laurentino Gomes - A pesquisa éuma informação importante, desde queo instituto seja confiável . Nesse senti -do, acho bom que esteja havendo um averdadeira overdose de pesquisas n aatual campanha, porque você pod ecomparar os números dos diversos ins -titutos .

Fernando Mitre - A pesquisa émuito mais do que um instrumento detrabalho para o jornalista . E uma re-ferência que pode mudar todo u mcomportamento do eleitorado em vés-pera de eleição. Por isso, a pesquisa de -ve ser realmente encarada como um acoisa séria . Uma pesquisa manipulad apode até mudar os rumos do país .

A "demolição" dos candidatos

Laurentino Gomes - Na atual cam-panha eleitoral, a imprensa corre o ris-co de embarcar em alguns estereótipo sque se criaram a respeito de política ,de políticos, do governo . Aquela idéiade que nenhum político presta e que o scandidatos que estão aí são ruins, to -dos eles . Eu interpreto isso como umatentativa, até válida, de a imprensamostrar que está sendo independent eem relação a todos os candidatos . Mas

acho complicado . Se você reforça aidéia de que todos os que estão aí nãomerecem o nosso voto, a alternativa éo quê?

Marcelo Beraba - Acho que não ca -be o raciocínio de que o excesso de crí-ticas aos candidatos pode levar o elei-tor ao pessimismo e comprometer a de-mocracia . Quanto mais dissecarmos oscandidatos, quanto mais trouxermos o sseus defeitos, melhor para a socieda-de. O limite da crítica deve ser o limit edo bom senso .

Ronaldo Junqueira - Os leitores es-tão reclamando que os jornais só dã onotícias ruins e ficam prepotentemen-te tentando julgar as pessoas . Por is -so, nós nos preocupamos muito mai scom as idéias dos candidatos e comoeles vão tentar gerir o país nesse esta-do caótico, do que com as firulas pro-duzidas pelas assessorias . "Ah, o Col -tor jogou um prato de macarronada n acara da empregada" . Eu não acho issorelevante coisa nenhuma . Enche o sa-co do leitor e é uma forma de desres-peitar o país . Os candidatos não sãobons? OK, onde estão os melhores ?

Programas, propostas

Fernando Mitre - A análise crític ados programas dos candidatos não es -tá sendo feita da forma mais aceitável ,mais satisfatória . Alguns candidato snem apresentaram programas . E se for-mos pesquisar nas redações dos nosso sjornais, não sei se encontraremos um avisão clara do que pensam os candida-tos, cada um deles . Há também pon-tos conflitantes dentro dos programa sapresentados, que não foram ainda dis-cutidos criticamente pela imprensa .

Marcelo Beraba - Não sei se issovale para toda a imprensa . Acho queé uma obrigação dos jornais tenta raproximar o país real, que a gente estávivendo, do programa dos candidatos .Ou seja, discutir as propostas progra-máticas . E é impossível fazer isso se mdissecar esses programas, sem mostra ras incoerências, sem mostrar como elesfreqüentemente são demagogos . Essaa linha que nós estamos seguindo.

O poder do presidente

Ronaldo Junqueira - Nós não es-tamos conseguindo levar ao públic ouma idéia precisa de que tipo de presi-dente se está elegendo. Se o Congressofuncionar efetivamente nos termos d aConstituição em vigor, qualquer pre-sidente será um boneco do Congresso .Acho que ninguém tocou fundo aind anesse aspecto. O presidente da Comis-são de Orçamento do Congresso é, ho -

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je, um homem muito mais important edo que qualquer ministro da Fazenda ,seja ele Simonsen, Delfim, Maílson o uMaria da Conceição.

Fernando Mitre - Sem dúvida, opresidente vai ter de governar com oCongresso, mas não acho que isso va iser um problema tão grave. Vai trazer,sim, uma grande complexidade nas re-lações políticas, executivas ou legisla-tivas. No Brasil, por uma série de ra-zões que conhecemos, o presidente elei-to não tem dificuldade para formar asua base parlamentar. De qualquer ma-neira, esse é um problema que tem deser considerado e ainda não foi .

Ronaldo Junqueira - Há um víci ode cobertura na imprensa brasileira qu eé tratar de tudo o que acontece no paí sa partir do Estado . A ditadura nos en-sinou que o importante era o Estado ,ele decidia tudo . Então, quando ess eEstado entrou em crise, parece que opaís acabou . Acho que nós temos d ecobrir mais a sociedade e mostrar à po-pulação que o próximo presidente se -rá prisioneiro de um Congresso e de u mExecutivo falidos .

O tamanho dos comício s

Marcelo Beraba - O DataFolha tem

um método de medir multidões e nó sestamos aplicando esse método a todo sos comícios. Muita gente não concor-da, os candidatos, o pessoal dos parti -dos . Mas é um método e avaliar multi -dões com um método é melhor do qu enada .

Fernando Mitre - Mas métod osempre houve: no final do comício, o srepórteres se encontram e decidem quetamanho ele teve. . .

Marcelo Beraba - E exatamente pa -ra evitar o "pool" de repórteres que agente aplica o método do DataFolha.

Ronaldo Junqueira - Essa questãode medir multidões é uma das coisasmais complicadas do jornalismo. Oque é uma multidão num elevador in-glês? São duas pessoas . O que é umamultidão num ônibus às 19 horas nu -ma grande cidade brasileira? São sei spessoas por metro quadrado .

Marcelo Beraba - Agora, o que émultidão numa praça? E possível ounão é possível medir? Os técnicos d oDataFolha acham que é possível e euacho que é correto a gente tentar bus -car uma objetividade nisso .

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O debate da campanha: inventário de erros e acerto s

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