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09 FEVEREIRO 2012 | O MIRANTE ESPECIAL AMIAIS DE BAIXO | 2 foto arquivo O MIRANTE José Malhoa e Dj Poppy nas Festas de Amiais de Baixo De 10 a 13 de Fevereiro em honra do Mártir S. Sebastião No sábado, dia 11, realiza- se a procissão dos archotes, que em 2010 bateu o recorde do Guiness e a partir da meia-noite o espectáculo de fogo de artifício. As Festas de Amiais de Baixo em Honra do Mártir São Sebastião re- alizam-se há quase 150 anos e não há crise que resista à vontade do povo em organizar as suas festas, em ver caras conhecidas e receber forasteiros com um copo e um petisco em cada porta. Este ano, de 10 a 14 de Fevereiro, não faltam motivos para uma visita à freguesia do norte do concelho de San- tarém. O popular José Malhoa é cabe- ça de cartaz entre as opções musicais e vai actuar à meia-noite de segunda-fei- ra, dia 13. A Banda Red (sexta), Amor Electro (sábado) e Grupo MJ (domingo) dão a restante música ao final da noite. Para o público mais jovem a comissão de festas contratou uma série de DJ’s que vão passar música madrugada den- tro, com destaque para a Dj Poppy, às duas da ma- nhã de domingo. Ao longo dos dias de festa não fal- tam oportunidades para dançar ao som da música dos DJ’s Carlos Manaça, Kristof, Tierry e Pedro Tabuada. No que resta da tradi- ção festiva de Amiais de Baixo o sábado, dia 11, é sempre um dos pontos al- tos. Seja com a procissão dos archotes ao cemitério, que em 2010 bateu o recorde do Gui- ness para maior número de archotes, às 21h30, no centro da vila, e o sempre esperado fogo de artifício na avenida 25 de Abril, à meia-noite, que põe mi- lhares de olhos colados no céu. Na manhã de sábado, a tradição de dezenas de anos mantêm-se com a che- gada da Orquestra Filarmónica 12 de Abril, de Travassô, Águeda, enquanto outro ponto alto é a entrega da ban- deira à nova comissão às 21h30 de se- gunda-feira. Pelo meio de tanta festividade, não faltam as alvoradas às 09h00, peditó- rios, quermesses, arraiais e leilões, a par da procissão de todas as imagens na tarde de domingo e de segunda-feira.

ESPECIAL AMIAIS DE BAIXO

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A s Festas de Amiais de Baixo De 10 a 13 de Fevereiro em honra do Mártir S. Sebastião No sábado, dia 11, realiza- se a procissão dos archotes, que em 2010 bateu o recorde do Guiness e a partir da meia-noite o espectáculo de fogo de artifício. em Honra do Mártir São Sebastião re- alizam-se há quase 150 anos e não há crise que resista à vontade do povo em organizar as suas festas, em ver caras foto arquivo O MIRANTE

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09 FEVEREIRO 2012 | O MIRANTEESPECIAL AMIAIS DE BAIXO| 2 foto arquivo O MIRANTE

José Malhoa e Dj Poppy nas Festas de Amiais de BaixoDe 10 a 13 de Fevereiro em honra do Mártir S. Sebastião

No sábado, dia 11, realiza-se a procissão dos archotes, que em 2010 bateu o recorde do Guiness e a partir da meia-noite o espectáculo de fogo de artifício.

As Festas de Amiais de Baixo em Honra do Mártir São Sebastião re-alizam-se há quase 150 anos e não há crise que resista à vontade do povo em organizar as suas festas, em ver caras

conhecidas e receber forasteiros com um copo e um petisco em cada porta.

Este ano, de 10 a 14 de Fevereiro, não faltam motivos para uma visita à freguesia do norte do concelho de San-tarém. O popular José Malhoa é cabe-ça de cartaz entre as opções musicais e vai actuar à meia-noite de segunda-fei-ra, dia 13. A Banda Red (sexta), Amor Electro (sábado) e Grupo MJ (domingo) dão a restante música ao final da noite. Para o público mais jovem a comissão de festas contratou uma série de DJ’s que vão passar música madrugada den-

tro, com destaque para a Dj Poppy, às duas da ma-nhã de domingo. Ao longo dos dias de festa não fal-tam oportunidades para dançar ao som da música dos DJ’s Carlos Manaça, Kristof, Tierry e Pedro Tabuada.

No que resta da tradi-ção festiva de Amiais de Baixo o sábado, dia 11, é sempre um dos pontos al-tos. Seja com a procissão dos archotes ao cemitério,

que em 2010 bateu o recorde do Gui-ness para maior número de archotes, às 21h30, no centro da vila, e o sempre esperado fogo de artifício na avenida 25 de Abril, à meia-noite, que põe mi-lhares de olhos colados no céu.

Na manhã de sábado, a tradição de dezenas de anos mantêm-se com a che-gada da Orquestra Filarmónica 12 de

Abril, de Travassô, Águeda, enquanto outro ponto alto é a entrega da ban-deira à nova comissão às 21h30 de se-gunda-feira.

Pelo meio de tanta festividade, não faltam as alvoradas às 09h00, peditó-rios, quermesses, arraiais e leilões, a par da procissão de todas as imagens na tarde de domingo e de segunda-feira.

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Se o Governo quisesse acabar com a freguesia de Amiais de Baixo era o bom e o bonitoSe quiserem acabar com freguesias acabem mas deixem ficar a de Amiais de Baixo como está se não querem ter problemas. É assim que pode ser resumido o sentimento geral da população. Freguesia com uma elevada auto-estima como se comprova pela Festa Anual em Honra do

Mártir S. Sebastião, uma das melhores da região no dizer de muitos, Amiais de Baixo já recebeu artistas internacionais de renome mas as pessoas afirmam que não deixarão de conviver e de se divertir sejam quais forem os artistas contratados e a dimensão e duração do fogo de artifício.

Ernesto Duarte, 55 anos, comerciante

“Dinheiro gasto a mais nas festas podia ser aplicado no lar de idosos”

Se propusessem a extinção de Amiais de Baixo como fre-guesia e a sua integração nou-tra Ernesto Duarte considera que seria uma decisão inopor-tuna e sem lógica. “Já somos uma terra com alguma dimen-são e tradições e não haveria nenhuma lógica em passar pa-ra outra freguesia. Obrigava muita gente a deslocar-se para a terra sede de freguesia”, re-fere, lembrando que o que se pouparia com a extinção da freguesia acabava por ser um custo acrescido para a maioria das pessoas.

Ernesto Duarte não imagi-na como reagiria a população, mas admite que estamos todos cada vez mais pacatos e aceita-dores de tudo aquilo que nos impõem.

Quanto à realização das Fes-

Dois assuntos andam na ordem do dia em rela-ção às freguesias. Um é a reforma da administração local, proposta pelo Governo. Pelos habitantes de

Amiais de Baixo ouvidos por O MIRANTE surge um rotundo “não” à integração noutra freguesia. Com as Festas em Honra do Mártir S. Sebastião entre 10

e 13 de Fevereiro, todos querem divertir-se, com muito ou pouco dinheiro disponível para artistas ou fogo de artifício.

tas de Amiais de baixo, Ernesto Duarte considera que se gasta demasiado dinheiro nos fes-tejos que seria bem mais apli-cado na freguesia a pensar no futuro, como na ampliação do lar de idosos.

José Augusto Martins, 45 anos, empregado de balcão

“Amiais de Baixo é que tem estrutura para ter uma freguesia agregada a nós”

O fogo de artifício de sábado à noite é o ponto de eleição das Festas de Amiais de Baixo para

José Augusto Martins, que nem admitiria que os festejos não se realizassem por causa da crise.

“A Festa de Amiais é para haver todos os anos, podendo baixar ou subir custos conso-ante as condições. É uma tradi-ção da terra, que identifica os Amiais de Baixo. Há quem gos-te do fogo durante muito tem-po e não liga tanto aos artistas, outros preferem os artistas de nome e contentam-se com cin-co minutos de fogo. A comissão é que sabe onde pode aplicar o dinheiro”, refere José Martins, que foi festeiro há longos anos.

O amialeiro já ouviu falar da intenção de acabar com fregue-sias e fazer fusões e integrações e confessa que não lhe agrada-ria passar a ter Abrã como fre-guesia de referência. “Se fosse-mos pertencer a uma freguesia melhor, com mais capacidade, mas pertencer a Abrã como se fala, que não tem estrutura ne-nhuma para receber uma ter-ra como Amiais de Baixo? Nós sim é que temos estrutura para sermos freguesia e termos ou-tra freguesia agregada a nós”, exemplifica José Martins, admi-tindo que a população não vai reagir bem a uma proposta de extinção da freguesia.

Rui Carmo, 27 anos, técnico de informática

“As festas existem há cerca de 150 anos e nunca pararam”

“Somos a quarta ou quinta maior freguesia de um concelho com quase 30 freguesias, por is-so não se aplica a ideia de quererem extinguir a freguesia e integrá-la noutra. Não faz qual-quer sentido”, começa por dizer Rui Carmo quando questionado sobre a possibilidade de Amiais de Baixo poder vir a desaparecer como

freguesia.O técnico de informática de

Amiais de Baixo admite que se-jam extintas algumas freguesias com 100 e 200 habitantes e diz que isso será quase impossível de acontecer na terra, porque as pessoas vão protestar e co-meçou a manifestar-se.

Quanto às festas, não é por haver crise que elas devem ter um ano sabático.

"As festas existem há cerca de 150 anos e nunca pararam, porque é que seria agora?”, ques-tiona, lembrando que os feste-jos são feitos para os habitantes de Amiais.

Ainda assim, Rui Carmo ad-mite que há que ter sempre cui-dado com o dinheiro que se tem porque o prejuízo é de quem or-ganiza. São festas ao nível das de 2009 ou 2010, compara, quem elege como momento principal a actuação da banda.

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um esforço para darem o mesmo que deram em anos anteriores. Com melhor fogo ou pior fogo, melhor ou pior artista, o que importa é manter a tradição das festas”, conclui Nelson Martins.

Hélder Simões, 51 anos, engenheiro técnico

“Só temos de apoiar a comissão e divertir-nos”

Foi festeiro em 1979, gosta do convívio, dos comes e bebes, de ouvir a banda. Para Hélder Si-mões deixar as Festas de Amiais de Baixo descansar um ano por causa da crise é coisa que nem quer ouvir falar. “Festa existe sempre, independentemente da conjuntura. Já outros a fizeram com muito menos meios. Com mais ou menos projecção, os artistas acabam por trazer mais pessoas. Só temos de apoiar a co-missão e divertir-nos”, comenta Hélder Simões.

O engenheiro já ouviu alguns boatos e ainda poucas notícias sobre a extinção de freguesias pelo país e considera que seria mau para Amiais de Baixo vir a ser integrada noutra freguesia, como por exemplo Abrã. “Por história e por terra merecemos ser freguesia e os amienses vão saber analisar essas propostas. Para Hélder Simões a medida também não é consequente em termos de reais poupanças de meios.

Fátima Brígida, 49 anos, gerente

Extingam a freguesia se é assim que o Governo resolve os seus problemas

A eliminação da freguesia em si não faz grande confusão a Fátima Brígida se for dessa maneira que o Governo conse-gue resolver os seus problemas, mas considera que a população da Amiais de Baixo se iria re-voltar caso Abrã fosse a próxi-ma sede de freguesia. “Amiais tem mais gente que Abrã, mais eleitores. Pelo que ouvi falar a reforma é assim porque Amiais é uma freguesia urbana e Abrã uma freguesia rural e, como tal, precisa de menos eleitores e nós precisamos de mais”, analisa Fá-tima Brígida. Para a natural da freguesia, desde há muito que também não existe uma junta de freguesia batalhadora para encarar esses problemas.

Quanto às festas da terra, Fá-tima Brígida aprecia a procissão de sábado e costuma sair um pouco à noite mas não mais que isso. Para si e apesar das dificul-dades económicas e financeiras vividas, as festas reúnem as pes-soas dispersas por outras terras e países. “Não faz sentido quebrar a tradição das festas. Com artis-tas mais ou menos conhecidos, andamos sempre aí pelas ruas satisfeitos”, garante.

Nelson Martins, 36 anos, empresário industrial

Extinção da freguesia de Amiais seria sapo difícil de engolir

Nelson Martins já ouviu falar da proposta de reforma da admi-nistração local e a possibilidade de Amiais de Baixo vir a ser in-tegrado na freguesia de Abrã. Refere que não lhe parece mal que haja fusão de freguesias mas admite que Amiais ser integrado em Abrã seria um “sapo difícil de engolir”. “Abrã não tem lá nada que esteja no nível sócio-cultural e de organizações, ao nível da nossa freguesia. Só o admitiria se concentrasse tudo em Amiais de Cima”, exemplifica.

Para o empresário a reacção das pessoas a uma medida des-sas seria o boicote a eleições a outro tipo de protesto. Nelson Martins refere que faz sentido reestruturar freguesias mas não com propostas que significam o mesmo que querer colocar Lis-boa a pertencer a Santarém, sem qualquer lógica.

As festas de Amiais têm o me-lhor na sexta-feira e no sábado, que os restantes dias são para recuperar da ressaca. Para Nel-son Martins faz sentido a orga-nização das festas com cuidado na gestão do dinheiro para não haver derrapagens. “Se não se faz com dez, faz-se com um ou dois. Nesta altura as pessoas até fazem

Presidente da AIP desafia dirigentes associativos empresariais a não terem medo da opinião pública

Na noite em que a Asso-ciação de Indústria Portugue-sa (AIP-CCI) comemorou 175 anos, o seu presidente reco-nheceu que a fragmentação do associativismo empresa-rial resulta em grande parte da ineficácia das associações em “acrescentar valor aos as-sociados”, defendeu, Para José Eduardo Carvalho “o reforço da legitimidade e da liderança associativa não advém do re-lacionamento estreito com o poder mas da capacidade para formatar políticas que contri-buem para o desenvolvimento do país”. Nesse sentido desa-fiou os dirigentes a serem co-rajosos. “(...) há que desfazer o equívoco da legitimidade dos dirigentes associativos. Não podemos continuar a mitigar o alcance das propostas e me-didas mais adequadas aos in-teresses das empresas e do te-cido empresarial com receio da opinião pública. Quem nos elege são as empresas e não a população”, disse.

José Eduardo Carvalho foi o primeiro orador de uma noi-te em que se juntaram na AIP, Durão Barroso, Passos Coelho, Miguel Relvas, Alvaro Santos Pereira e Miguel Macedo, pa-ra além de vários secretários de Estado e quase todos os di-rigentes representativos das principais associações portu-guesas.

O presidente da AIP-CCI traçou as linhas gerais do tra-balho a desenvolver pela sua associação, destacando a di-namização no tecido empre-sarial de fusões e aquisições, a criação de fundos de capital de risco e a participação na sua gestão, a apresentação ao ME de propostas de criação de novos instrumentos de finan-ciamento para as empresas, a constituição de consórcios ou ACE’s de empresas exportado-ras, e projectos de cooperação com grupos empresariais por-tugueses fortemente interna-cionalizados, que facilitem o acesso a mercados externos fora da Europa, a criação de estruturas de suporte e apoio em Angola e Moçambique e o lançamento de “um vasto

No dia dos 175 anos da Associação José Eduardo Carvalho defendeu mais alterações às lei laborais

programa de formação para empresários de Pequenas e Médias empresas na área de gestão e inovação”.

Referindo-se ao acordo al-cançado no âmbito da Con-certação Social, José Eduardo Carvalho questionou a neces-sidade de se ter que ir mais longe a nível de alterações às lei laborais. “Admito que não seja fácil reconhecer a impe-ratividade da mudança mas a legislação laboral tinha que ser alterada e adequada à evolução económica e social verificada. Não sei, todavia, se a situação do país não exigirá ainda al-terações constitucionais em matérias relacionadas com o mercado laboral”.

E aquela não foi a única re-ferência à necessidade de alte-ração da legislação laboral. A recente proposta do presiden-te da Assembleia Geral da AIP, Ferraz da Costa, de criação de um denominado Acordo para o Euro. “Acordo que consa-grasse por um largo período, as principais políticas econó-micas e financeiras do país, baseado em orçamentos pú-blicos equilibrados, tributação fiscal dissuasora do consumo e incentivadora da poupança e investimento, e uma legislação laboral competitiva com os pa-íses com os quais concorremos na atracção de investimento produtivo”, lembrou José Edu-ardo Carvalho a fechar o seu discurso, numa noite em que foram entregues medalhas de ouro a diversas personalidades.