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ESPECIAL 26 Março 2015 119 O BARATO QUE SAI CARO INFORMALIDADE ENGLOBA 22% DA POPULAÇÃO EMPREGADA NO BRASIL E MOVIMENTA VALORES EQUIVALENTES A 16,2% DO PIB DO PAÍS. PARA COMBATÊ-LA, LOJISTAS DEFENDEM A SIMPLIFICAÇÃO TRIBUTÁRIA, REFORMAS NAS LEIS TRABALHISTAS E A CRIMINALIZAÇÃO DE COMPRADORES DE PRODUTOS PIRATAS OU FALSIFICADOS A em 2014, cerca de R$ 833 bilhões, ou 16,2% do PIB. Como comparativo, o valor equivale a tudo o que produz o Chile em um ano. A informalidade, ou seja, o conjunto de atividades de produção de bens e serviços não reportadas ao governo intencionalmente, abrange 22% da população empre- gada. É um fenômeno que, embora viesse reduzindo seu espec- tro desde 2013, praticamente permaneceu no mesmo patamar nos últimos 12 meses, em virtude da recessão econômica. É a hora de novas medidas serem implementadas. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Ética Con- correncial (Etco), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), a tendência de redução nos índices de queda da economia subterrânea preocupa. De 2013 para 2014, o decréscimo foi de apenas 0,1 ponto percentual. É a menor TEXTO Diego Castro IMAGEM DE ABERTURA ©iStock.com A ECONOMIA SUBTERRÂNEA NO BRASIL MOVIMENTOU, informalidade

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Revista Bens & Serviços | Edição 119

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O baratO que sai carO

informalidade engloba 22% da população empregada no

brasil e movimenta valores equivalentes a 16,2% do pib do

país. para combatê-la, lojistas defendem a simplificação

tributária, reformas nas leis trabalhistas e a criminalização de

compradores de produtos piratas ou falsificados

Aem 2014, cerca de R$ 833 bilhões, ou

16,2% do PIB. Como comparativo, o valor equivale a tudo o que produz o Chile em um ano. A informalidade, ou seja, o conjunto de atividades de produção de bens e serviços não reportadas ao governo intencionalmente, abrange 22% da população empre-gada. É um fenômeno que, embora viesse reduzindo seu espec-tro desde 2013, praticamente permaneceu no mesmo patamar nos últimos 12 meses, em virtude da recessão econômica. É a hora de novas medidas serem implementadas.

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Ética Con-correncial (Etco), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), a tendência de redução nos índices de queda da economia subterrânea preocupa. De 2013 para 2014, o decréscimo foi de apenas 0,1 ponto percentual. É a menor

texto Diego Castro

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redução do Índice já verificada desde o início do levanta-mento (em 2003, um total de 21% do PIB era gerado pela in-formalidade). De acordo com os especialistas responsáveis pelo índice, a tendência para os próximos meses é que o ritmo de queda da informalidade se reduza, especialmente se confirmados os prognósticos de baixo crescimento da economia observados até agora.

Muitas ações e frentes têm sido levantadas para comba-ter a ilegalidade no comércio e na prestação de serviços. A Fecomércio-RS, por exemplo, criou a Comissão de Combate à Informalidade, em parceria com diversas outras entida-des do setor. O Ministério da Justiça fez o mesmo. Há um projeto de lei na Câmara Federal que prevê penalidades ao comprador ou distribuidor de mercadorias provenientes

de crime. Tudo isso ajuda; todavia, é insuficiente sem mu-danças macroestruturais e culturais. Os analistas do setor afirmam que o país precisa reduzir e desburocratizar sua carga tributária, rever as leis trabalhistas e apostar alto em educação. É preciso, também, que o brasileiro abando-ne o hábito de querer levar vantagem em tudo.

O vice-presidente financeiro da Fecomércio-RS, André Roncatto, preside a Comissão de Combate à Informalidade (CCI) e integra também o Conselho Nacional de Combate à Informalidade e Delitos Contra a Propriedade Intelectu-al, vinculado ao governo federal por meio do Ministério da Justiça (CNCP/MJ). Os órgãos têm a missão de analisar di-ficuldades e discutir encaminhamentos, contribuindo com informações e denúncias. “Pesquisas revelam que houve

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aumento de consumo de produtos piratas pelas classes A e B, então essa não é uma questão relacionada somente à falta de recursos, mas ao fato de querer tirar vantagem so-bre uma oportunidade. Está na hora de acabarmos com essa lei de Gérson. Só a partir de um comportamento legal nós vamos estabelecer os alicerces de uma sociedade que todos queremos”, afirma.

Grande parte da economia subterrânea é fomentada pelo desejo de ganho fácil e descompromisso com a qualidade. O problema é mundial e tem laços íntimos com o crime orga-nizado. Estudos mostram que a pirataria, por exemplo, uti-liza as mesmas rotas das drogas ao ingressar no país. “É pre-ciso realmente estabelecer uma cruzada contra isso. Quem opta por este caminho foge da tributação, traz prejuízo aos cofres públicos, se favorece por cópias, prejudica direitos intelectuais e lesa o consumidor, que pensa estar fazendo economia. Não há controle na fabricação e danos físicos po-dem acontecer”, avisa. Roncatto diz que a cada dia são des-cobertas novidades. “Já identificamos avanços da pirataria para o setor de rolamentos automotivos, e isso aumenta o risco de acidentes, na medida em que as peças não passam por avaliação de segurança”, conta. “Temos relatos também de oferta de produtos de limpeza doméstica, sem critérios de segurança de saúde.”

ações de combate

A Comissão presidida por ele apoia o PL 7.382/2014, do deputado federal gaúcho Alceu Moreira, cujo texto estabelece sanção para pessoas físicas e jurídicas que adquiram, distribu-am, transportem, estoquem, revendam ou exponham à ven-da, de maneira direta ou indireta, mercadorias provenientes de crime. O objetivo do projeto, caso seja sancionado, é impe-dir a pessoa física ou jurídica, que for pega com a mercadoria contrabandeada, de voltar a trabalhar com o mesmo produto. O projeto está em apreciação do Plenário da Câmara Federal.

No âmbito do RS, a CCI quer contribuir com Projeto de Lei 248/14, do deputado Marlon Santos, que tem por ob-jetivo a cassação da eficácia da inscrição de contribuintes do ICMS quando houver descaminho, venda de produtos roubados ou furtados. A intenção é inserir no PL os produ-tos contrabandeados e informais. Além disso, os varejistas foram ao Ministério Público do Rio Grande do Sul solicitar a reativação de Comitê de Combate à Pirataria e Informa-lidade, com participação da Brigada Militar, Polícia Civil e Secretaria Estadual da Fazenda. Porto Alegre, por sua vez, é uma das signatárias do projeto Cidades-livre de Pirataria, do CNCP/MJ e, no entanto, seu centro é o local onde mais se encontram sinais dos problemas relatados.

“Os setores que estão sofrendo prejuízo direto mere-cem ter uma carga tributária diferenciada dos demais, pois sofrem concorrência desleal”, defende Roncatto. O produ-to legal envolve o esforço de criação, materiais de quali-

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dade para seu desenvolvimento, passagem por rigorosos testes de resistência e saudabilidade, bem como custos de desenvolvimento de marca. “Alguns tênis falsos apresen-tam metais pesados na sua composição e ninguém sabe”, diz. No Ministério da Justiça, foi desenvolvida uma cartilha na qual o pai, ao passear com o filho, mostra a ele várias situações de comércio ilícito, desenvolvendo seu senso crí-tico. “É importante que o comprador saiba avaliar as con-sequências de seus atos, pois cada vez que se consome este tipo de produto é um assento a menos na escola pública, um leito a menos no hospital”.

desburocratização necessária

A assessora tributária da Fecomércio-RS, Tatiane Correa, lembra que nem toda a economia informal é ilegal. Há prá-ticas econômicas “socialmente aceitas”, como omissão de renda, propriedade, salários, aluguéis, juros, lucros, permu-ta de produtos e serviços e recebimento de salários, residin-do aí uma das dificuldades de se calcular o movimento eco-nômico subterrâneo. Já as atividades ilegais compõem-se da venda de produtos roubados, falsificados, contrabandeados, tráfico e outras atividades correlatas.

“É importante destacar que as principais medidas para minimizar os impactos da informalidade no comércio for-mal devem passar pela desburocratização, facilitando o desempenho das atividades e, especialmente, a conscien-tização do consumidor, pois enquanto existir clientes para adquirir esse tipo de produto será muito difícil extinguir essas práticas”, relata.

Neste ano, com a aprovação do SuperSimples (em vigor desde 1º de janeiro), cerca de 140 atividades passaram a ter a opção de ingressar no Regime Unificado de Tributação, segundo dados do Sebrae. A expectativa é de que 450 mil empresas façam a adesão ao programa e muitas deixem a informalidade, especialmente aquelas fundadas por micro-empreendedores individuais, profissionais liberais e traba-lhadores autônomos. Os microempreendedores individuais, por exemplo, representaram 72% de todos os negócios cria-dos nos primeiros nove meses do ano de 2014, segundo o IBGE. Uma das vantagens da nova lei é justamente o paga-mento de até oito impostos (municipais, estaduais e fede-rais) em um único boleto, com redução de até 40% no valor.

aumento do nível educacional

A tendência de estabilização na redução da informa-lidade dá indicativos de que algumas correções se fazem necessárias neste momento, segundo o presidente-execu-tivo do ETCO, Evandro Guimarães. Em relação ao aspecto tributário, as iniciativas governamentais para promover a simplificação, tais como a implantação, em 2013, da MP 615/13, que estendeu desonerações para novas atividades econômicas, são insuficientes para fazer frente ao baixo desempenho econômico, que afeta diretamente o cresci-mento da economia informal. “Para reverter esse quadro, é preciso simplificar e racionalizar o sistema tributário; modernizar o sistema de cobrança e tornar o cumprimento da lei menos penoso para a população”, observa.

O ETCO, em conjunto com diversas outras entidades, enviou à presidente Dilma Rousseff em 2013 uma proposta do Programa de Simplificação e Racionalização do Siste-ma Tributário, que compreende um conjunto de normas que pode melhorar o cenário. Ele inclui uma proposta de emenda constitucional (PEC), um anteprojeto de lei com-plementar (PLC) e um anteprojeto de lei ordinária (PL). São medidas conectadas cujo objetivo é agilizar processos, dar maior segurança jurídica, alterar dispositivos do Código Tributário Nacional e adequar a legislação às demandas atuais do País. Nos anteprojetos de lei, por exemplo, são reivindicadas a regulamentação de financiamentos e refi-nanciamentos de débitos tributários, restrição de anistia para que esse tipo de benefício seja concedido apenas em casos de calamidades e dívidas de pequeno valor. Também

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é sugerida a obrigatoriedade de a Fazenda Pública oficiali-zar, no exercício anterior, os critérios da malha fina, além da fixar valores máximos para as multas.

Em relação ao aspecto trabalhista, Guimarães defen-de a modernização das leis, de forma a desonerar a folha de pagamento. “É preciso ainda aumentar a fiscalização, com a finalidade de reduzir a parcela de informalidade em salários de empregados contratados pelo regime CLT”, acrescenta. Outras medidas necessárias, na visão dele, in-cluem o aumento do nível educacional e a redução do ín-dice de desemprego. “O aumento do nível de escolaridade fará com que mais pessoas tenham capacitação para atuar em setores formais da economia. Vale ressaltar também que os investimentos em educação são uma obrigação para uma nação que se pretende forte”, diz. Na última década, a informalidade no mercado de trabalho caiu mais de 10 pontos porcentuais, saindo de 33% para 22% do total da

população empregada. O aumento da escolaridade média do trabalhador responde por até 64% da queda.

No entender do executivo, muitas vezes a falta de in-formação e a ausência de campanhas de conscientização fazem com que as pessoas desconheçam que o comércio de produtos ilegais está vinculado a uma série de outros tipos de crimes muito mais graves, como tráfico de armas, mu-nição e de drogas, lavagem de dinheiro, roubo, sequestro e tráfico de pessoas. “Por trás das compras realizadas em ca-melôs existe a atuação de sofisticadas redes criminosas que movimentam bilhões de reais. Só na cidade de São Paulo, entre 2010 e 2012 foram apreendidos mais de R$ 2 bilhões em mercadorias ilegais. Há apenas 36 postos de fiscalização para 16 mil quilômetros de fronteiras no Brasil. A partir do momento em que as pessoas passarem a fazer essa conexão entre as compras nos camelôs e o crime organizado, pode-mos esperar redução”, frisa.

O impactO da ilegalidade

A maior parte dos brasileiros compra no comércio informal ou adquire produtos falsificados com alguma frequência. É o que mostra uma pesquisa do Ibope enco-mendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, 75% dos participantes admitiram que compram de ambulantes ou lojas infor-mais e 71% informaram que adquirem produtos piratas ou imitações de marcas famosas, seja sempre, às vezes ou raramente. A pesquisa entrevistou 15.414 pessoas em 727 municípios brasileiros.

Segundo estudos da Associação da Indústria Farma-cêutica de Pesquisa em 2011, 6% dos entrevistados ad-quiriram seus medicamentos em camelôs ou barracões de rua, participação que chegou a 13% para as regiões Centro-Oeste e Norte. Além disso, 15% compraram re-médios de tarja vermelha ou preta sem apresentação de receita médica.

No âmbito dos serviços, a pesquisa Furto de Sinal verificou que, em abril de 2014, 18,4% dos domicílios com acesso a canais fechados estabeleciam sua conexão de forma clandestina. Esta é uma prática mais recor-

rente no interior dos estados, onde 45% do total de acessos são clandestinos.

Em 2013, um levantamento da The Compliance Gap – BSA Global Softway Survey revelou que metade dos sof-twares utilizados no Brasil, tanto por usuários domés-ticos como por empresas, não possuía licença. A fatia representa US$ 2,8 bilhões.

No segmento audiovisual brasileiro, um estudo de-senvolvido por Ipsos/Oxford Economics apurou que 55% da população adulta urbana brasileira participou da pi-rataria de filmes nos 12 meses anteriores à pesquisa. A perda direta de gastos dos consumidores representou um prejuízo de R$ 4 bilhões para a indústria cinemato-gráfica e o setor varejista. Além disso, significou 92 mil postos de trabalho a menos.

De cada dez cigarros vendidos, três são falsificados. O governo deixou de arrecadar R$ 2 bilhões por ano em função do contrabando; o setor de materiais de limpeza deixa de ganhar anualmente cerca de R$ 600 milhões com produtos falsificados. Uma a cada duas garrafas de água sanitária vendidas é produzida de maneira clandestina.

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malefícios para a saúde

No setor ótico, cerca de 60% dos produtos vendidos têm origem ilícita no Brasil. No Rio Grande do Sul, o índice é me-nor: 30% do mercado é informal, graças ao engajamento do Sindióptica. Mesmo assim, o assédio dos vendedores ambu-lantes nas ruas é grande e o preço baixo atrai consumidores que, na maioria das vezes, desconhecem os riscos inerentes aos produtos falsificados. “O barato pode sair caro, na me-dida em que os óculos piratas não oferecem proteção contra os raios ultravioletas, e mesmo assim estimulam a dilatação da pupila. Lentes sem essa proteção podem causar catarata e danos cumulativos aos olhos”, lembra a presidente do Sin-dióptica, Patrícia Rodel.

Outro problema para o setor são as boutiques e lojas de surf que comercializam óculos de proteção solar, pois não pos-suem o alvará da Vigilância Sanitária para isso e tampouco o técnico responsável pela venda, como exige a lei. Como a mercadoria entra facilmente no Brasil por terra, água e ar a preços muito baixos, vinda da Ásia, alguns lojistas aproveitam a oportunidade de negócio com grande margem de lucro, na informalidade. “As estruturas de fiscalização são ineficazes, apesar de nossos esforços”, reclama a empresária.

A recessão econômica é outro fator de preocupação para Patrícia. Além de favorecer quem procura apenas preço bai-xo, trouxe reflexos em suas negociações com fornecedores. “Algumas importadoras de São Paulo estavam negando a nota fiscal, em janeiro, e inventando desculpas para isso”, conta. Além disso, há concorrência com a internet. “Ré-plicas ou produtos de segunda linha nada mais são do que

falsificações, embora muito parecidas, e podem apresentar efeitos prismáticos nas lentes”, conclui.

Assim como o Sindióptica, o Sindicato do Comércio Va-rejista de Produtos Farmacêuticos (Sinprofar) também inte-gra a Comissão de Combate à Informalidade. “Ingressam no mercado brasileiro produtos farmacêuticos de outros países, como o Paraguai e o Uruguai, e isso nos preocupa. Sabemos que a fiscalização é deficiente, ainda encontramos versões do Cytotec, o ‘Viagrinha’, sendo vendidas em bancas no centro de Porto Alegre. No passado, vimos a falsificação de anticon-cepcionais também, sem falar no roubo de cargas”, comenta o secretário-executivo da entidade, Guilherme Leipnitz.

A informalidade, por sua vez, também é praticada por al-guns estabelecimentos legais. É a venda de remédios tarja preta sem receita, ou a compra de mercadoria com meia nota. “São irregularidades que podem ser severamente punidas”, pontua. Os tributos no setor de farmácias correspondem a 35% dos ga-nhos, o que se torna um fator desencadeador de ilicitudes. “O mar de corrupção que vemos no país é fruto de uma cultura que transcende, levará décadas para mudarmos”, diz.

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Produtos contrabandeados, quando

apreendidos, são inutilizados pelo poder público