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ESTRUTURA DO PORTFÓLIO ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA No Curso de Especialização em Saúde da Família da UNA- SUS/UFCSPA, o trabalho de conclusão de curso (TCC) corresponde ao portfólio construído durante o desenvolvimento do Eixo Temático II - Núcleo Profissional. Neste eixo são desenvolvidas tarefas orientadas, vinculando os conteúdos com a realidade profissional. O portfólio é uma metodologia de ensino que reúne os trabalhos desenvolvidos pelo estudante durante um período de sua vida acadêmica, refletindo o acompanhamento da construção do seu conhecimento durante o processo de aprendizagem ensino e não apenas ao final deste. O TCC corresponde, portanto, ao relato das intervenções realizadas na Unidade de Saúde da Família contendo as reflexões do aluno a respeito das práticas adotadas. A construção deste trabalho tem por objetivos: I - oportunizar ao aluno a elaboração de um texto cujos temas sejam de conteúdo pertinente ao curso, com desenvolvimento lógico, domínio conceitual, grau de profundidade compatível com o nível de pós-graduação com respectivo referencial bibliográfico atualizado. II – propiciar o estímulo à ressignificação e qualificação de suas práticas em Unidades de Atenção Primária em Saúde, a partir da problematização de ações cotidianas. O portfólio é organizado em quatro capítulos e um anexo, sendo constituído por: uma parte introdutória, onde são apresentadas características do local de atuação para contextualizar as atividades que serão apresentadas ao longo do trabalho; uma atividade de estudo de caso clínico, onde deve ser desenvolvido um estudo dirigido de usuários atendidos com patologias e situações semelhantes aos apresentados no curso, demonstrando ampliação do conhecimento clínico; uma atividade de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças; uma reflexão conclusiva e o Projeto de Intervenção, onde o aluno é provocado a identificar um problema complexo existente no seu território e propor uma intervenção com plano de ação para esta demanda. O acompanhamento e orientação deste trabalho são realizados pelo Tutor do Núcleo Profissional e apresentado para uma banca avaliadora no último encontro presencial do curso.

ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

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Page 1: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

ESTRUTURA DO PORTFOacuteLIO

ESPECIALIZACcedilAtildeO EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA - UNA-SUSUFCSPA

No Curso de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia da UNA-

SUSUFCSPA o trabalho de conclusatildeo de curso (TCC) corresponde ao

portfoacutelio construiacutedo durante o desenvolvimento do Eixo Temaacutetico II - Nuacutecleo

Profissional Neste eixo satildeo desenvolvidas tarefas orientadas vinculando os

conteuacutedos com a realidade profissional O portfoacutelio eacute uma metodologia de

ensino que reuacutene os trabalhos desenvolvidos pelo estudante durante um

periacuteodo de sua vida acadecircmica refletindo o acompanhamento da construccedilatildeo

do seu conhecimento durante o processo de aprendizagem ensino e natildeo

apenas ao final deste O TCC corresponde portanto ao relato das

intervenccedilotildees realizadas na Unidade de Sauacutede da Famiacutelia contendo as

reflexotildees do aluno a respeito das praacuteticas adotadas

A construccedilatildeo deste trabalho tem por objetivos

I - oportunizar ao aluno a elaboraccedilatildeo de um texto cujos temas sejam de

conteuacutedo pertinente ao curso com desenvolvimento loacutegico domiacutenio conceitual

grau de profundidade compatiacutevel com o niacutevel de poacutes-graduaccedilatildeo com respectivo

referencial bibliograacutefico atualizado

II ndash propiciar o estiacutemulo agrave ressignificaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo de suas praacuteticas

em Unidades de Atenccedilatildeo Primaacuteria em Sauacutede a partir da problematizaccedilatildeo de

accedilotildees cotidianas

O portfoacutelio eacute organizado em quatro capiacutetulos e um anexo sendo

constituiacutedo por uma parte introdutoacuteria onde satildeo apresentadas caracteriacutesticas

do local de atuaccedilatildeo para contextualizar as atividades que seratildeo apresentadas

ao longo do trabalho uma atividade de estudo de caso cliacutenico onde deve ser

desenvolvido um estudo dirigido de usuaacuterios atendidos com patologias e

situaccedilotildees semelhantes aos apresentados no curso demonstrando ampliaccedilatildeo

do conhecimento cliacutenico uma atividade de Promoccedilatildeo da Sauacutede e Prevenccedilatildeo

de Doenccedilas uma reflexatildeo conclusiva e o Projeto de Intervenccedilatildeo onde o aluno

eacute provocado a identificar um problema complexo existente no seu territoacuterio e

propor uma intervenccedilatildeo com plano de accedilatildeo para esta demanda

O acompanhamento e orientaccedilatildeo deste trabalho satildeo realizados pelo

Tutor do Nuacutecleo Profissional e apresentado para uma banca avaliadora no

uacuteltimo encontro presencial do curso

UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE DE PORTO ALEGRE

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF AOS

AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM

Professor-orientador Rodolfo Souza da Silva

Discente Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos

PARINTINS-AM

2016

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF AOS

AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM

PARINTINS-AM

2016

Trabalho de Conclusatildeo de Curso

apresentado agrave UNASUSUFSCPA como

requisito parcial para conclusatildeo do Curso

de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia sob

orientaccedilatildeo do Professor Dr Rodolfo Souza

da Silva

SUMAacuteRIO

1 Atividade 1 do Portfoacutelio ndash Introduccedilatildeo4

2 Atividade 2 do Portfoacutelio - Estudo de Caso Cliacutenico7

3 Atividade 3 do Portfoacutelio - Promoccedilatildeo da Sauacutede e Prevenccedilatildeo de doenccedilas11

4 Atividade 4 do Portfoacutelio - Visita domiciliarAtividadedomiciliar15

5 Atividade 5 do Portfoacutelio - Reflexatildeo Conclusiva18

6 Referecircncias Bibliograacuteficas20

7 Anexo 1 ndash Projeto de Intervenccedilatildeo22

1 INTRODUCcedilAtildeO

A construccedilatildeo de um sistema de serviccedilos de sauacutede democraacutetico ndash universal

igualitaacuterio e integral ndash constitui um processo social e poliacutetico que se realiza por meio

de formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a sauacutede mas tambeacutem e

essencialmente no cotidiano dos serviccedilos de sauacutede A perspectiva de que as poliacuteticas

de sauacutede se materializam na ldquopontardquo do sistema ou seja mediante accedilatildeo de atores

sociais e suas praacuteticas no cotidiano dos serviccedilos (Pinheiro amp Luz 2003) tem sido

relevante para a reflexatildeo criacutetica sobre os processos de trabalho em sauacutede visando agrave

produccedilatildeo de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas praacuteticas de sauacutede

consoantes com os princiacutepios e diretrizes do Sistema Uacutenico de Sauacutede (ALVES 2005)

O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) ampliou o acesso da atenccedilatildeo baacutesica por meio da

Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que foi criada em 1994 entatildeo denominada

Programa Sauacutede da Famiacutelia e vem se expandindo sensivelmente desde entatildeo Tal

expansatildeo se tornou fundamental agrave garantia do acesso a partir da atenccedilatildeo baacutesica

assumindo esta a funccedilatildeo de porta de entrada do SUS (AZEVEDO 2010) No entanto a

atenccedilatildeo baacutesica exige recursos humanos diferenciados e ainda escassos cuja

valorizaccedilatildeo nos uacuteltimos anos tem sido o objetivo atual no paiacutes

Sou Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos meacutedica generalista formada pela

Universidade Federal do Amazonas no ano de 2015 estou alocada pelo Programa de

Valorizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica - Provab no municiacutepio de Parintins-Am atuando no

Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

Parintins eacute uma ilha municiacutepio brasileiro no extremo leste do estado do

Amazonas na divisa com o estado do Paraacute regiatildeo Norte do paiacutes Distancia-se de

Manaus capital do Estado por 369 quilocircmetros em linha reta ou 420 km por via

fluvial e situa-se agrave margem direita do Rio Amazonas (SEPLAN 2012) Sua populaccedilatildeo foi

estimada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) em

112 716 habitantes sendo o segundo mais populoso do estado do Amazonas atraacutes

apenas da capital A aacuterea da unidade territorial eacute de 59512 kmsup2 e a densidade

4

demograacutefica eacute de 1714 habkmsup2 O principal meio de acesso agrave cidade e escoamento da

produccedilatildeo local eacute fluvial poreacutem o municiacutepio possui um aeroporto com dois voos

operados diariamente

O municiacutepio eacute conhecido principalmente por sediar o Festival Folcloacuterico de

Parintins uma das maiores manifestaccedilotildees culturais preservadas da Ameacuterica Latina

O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua estaacute localiza-se na Zona Central da

cidade em anexo ao Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes mais conhecido

como Bumboacutedromo um estaacutedio com o formato de uma cabeccedila de boi estilizada

Presta serviccedilos aos usuaacuterios da zona urbana principalmente sendo em sua maioria

pessoas de baixa renda O Centro de Sauacutede tambeacutem funciona como unidade de

referecircncia aos festejos locais

O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua habilitado em Gestatildeo Plena do

Sistema Municipal de Sauacutede conforme a portaria nordm 2023GM de 23 de setembro de

2004 tem como funccedilotildees poliacuteticas de Sauacutede a accedilotildees preventivas e curativas como

Imunizaccedilatildeo

Controle do crescimento e desenvolvimento

Sauacutede bucal

Desnutriccedilatildeo

Diabetes

Mulher (preacute-natal pueacuterpera planejamento familiar programa nacional

de controle do cacircncer do colo uterino e da mama ndash PNCCCUM

Hanseniacutease

Hipertensatildeo

E outros

As situaccedilotildees diagnosticadas mais comuns ainda satildeo Hipertensatildeo Arterial

Sistecircmica Diabetes e Dislipidemias

Com a necessidade de um manejo adequado da demanda espontacircnea e visitas

domiciliares da aacuterea coberta visando promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo a sauacutede percebeu-se a

falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez

5

que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados

suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a

peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos

problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida

Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com

o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF

AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)

com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a

realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF

6

2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO

As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de

morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana

as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal

fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)

As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo

arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que

identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os

grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar

accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)

Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de

doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia

do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte

dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente

procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso

errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel

O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71

anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal

apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia

da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes

F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20

anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo

(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora

com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo

Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor

toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um

acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu

7

71

com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter

realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente

Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1

comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames

complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a

importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas

diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante

O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um

mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma

estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo

foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente

tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e

dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha

mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria

quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede

estava decidido a melhorar o estilo de vida

Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente

82

42 45

50

22 13 18 8

No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a

maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe

davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa

relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova

de 13 anos

Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas

instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio

correto das medicaccedilotildees

Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em

monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem

bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al

2015 McGaughey TJ et al 2015)

De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de

Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um

Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um

IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento

cardiovascular

Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de

Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute

essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um

fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela

rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para

uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de

exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento

No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a

data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da

normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida

9

principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para

serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na

semana

Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma

nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava

melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente

10

3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO

A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que

requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e

conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque

para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a

modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores

sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular

atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)

Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm

como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e

reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade

pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe

devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis

de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)

Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito

tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o

crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico

emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial

geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem

como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda

verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)

A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de

prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel

para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem

influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a

sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede

infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de

orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas

preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 2: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE DE PORTO ALEGRE

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF AOS

AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM

Professor-orientador Rodolfo Souza da Silva

Discente Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos

PARINTINS-AM

2016

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF AOS

AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM

PARINTINS-AM

2016

Trabalho de Conclusatildeo de Curso

apresentado agrave UNASUSUFSCPA como

requisito parcial para conclusatildeo do Curso

de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia sob

orientaccedilatildeo do Professor Dr Rodolfo Souza

da Silva

SUMAacuteRIO

1 Atividade 1 do Portfoacutelio ndash Introduccedilatildeo4

2 Atividade 2 do Portfoacutelio - Estudo de Caso Cliacutenico7

3 Atividade 3 do Portfoacutelio - Promoccedilatildeo da Sauacutede e Prevenccedilatildeo de doenccedilas11

4 Atividade 4 do Portfoacutelio - Visita domiciliarAtividadedomiciliar15

5 Atividade 5 do Portfoacutelio - Reflexatildeo Conclusiva18

6 Referecircncias Bibliograacuteficas20

7 Anexo 1 ndash Projeto de Intervenccedilatildeo22

1 INTRODUCcedilAtildeO

A construccedilatildeo de um sistema de serviccedilos de sauacutede democraacutetico ndash universal

igualitaacuterio e integral ndash constitui um processo social e poliacutetico que se realiza por meio

de formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a sauacutede mas tambeacutem e

essencialmente no cotidiano dos serviccedilos de sauacutede A perspectiva de que as poliacuteticas

de sauacutede se materializam na ldquopontardquo do sistema ou seja mediante accedilatildeo de atores

sociais e suas praacuteticas no cotidiano dos serviccedilos (Pinheiro amp Luz 2003) tem sido

relevante para a reflexatildeo criacutetica sobre os processos de trabalho em sauacutede visando agrave

produccedilatildeo de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas praacuteticas de sauacutede

consoantes com os princiacutepios e diretrizes do Sistema Uacutenico de Sauacutede (ALVES 2005)

O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) ampliou o acesso da atenccedilatildeo baacutesica por meio da

Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que foi criada em 1994 entatildeo denominada

Programa Sauacutede da Famiacutelia e vem se expandindo sensivelmente desde entatildeo Tal

expansatildeo se tornou fundamental agrave garantia do acesso a partir da atenccedilatildeo baacutesica

assumindo esta a funccedilatildeo de porta de entrada do SUS (AZEVEDO 2010) No entanto a

atenccedilatildeo baacutesica exige recursos humanos diferenciados e ainda escassos cuja

valorizaccedilatildeo nos uacuteltimos anos tem sido o objetivo atual no paiacutes

Sou Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos meacutedica generalista formada pela

Universidade Federal do Amazonas no ano de 2015 estou alocada pelo Programa de

Valorizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica - Provab no municiacutepio de Parintins-Am atuando no

Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

Parintins eacute uma ilha municiacutepio brasileiro no extremo leste do estado do

Amazonas na divisa com o estado do Paraacute regiatildeo Norte do paiacutes Distancia-se de

Manaus capital do Estado por 369 quilocircmetros em linha reta ou 420 km por via

fluvial e situa-se agrave margem direita do Rio Amazonas (SEPLAN 2012) Sua populaccedilatildeo foi

estimada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) em

112 716 habitantes sendo o segundo mais populoso do estado do Amazonas atraacutes

apenas da capital A aacuterea da unidade territorial eacute de 59512 kmsup2 e a densidade

4

demograacutefica eacute de 1714 habkmsup2 O principal meio de acesso agrave cidade e escoamento da

produccedilatildeo local eacute fluvial poreacutem o municiacutepio possui um aeroporto com dois voos

operados diariamente

O municiacutepio eacute conhecido principalmente por sediar o Festival Folcloacuterico de

Parintins uma das maiores manifestaccedilotildees culturais preservadas da Ameacuterica Latina

O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua estaacute localiza-se na Zona Central da

cidade em anexo ao Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes mais conhecido

como Bumboacutedromo um estaacutedio com o formato de uma cabeccedila de boi estilizada

Presta serviccedilos aos usuaacuterios da zona urbana principalmente sendo em sua maioria

pessoas de baixa renda O Centro de Sauacutede tambeacutem funciona como unidade de

referecircncia aos festejos locais

O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua habilitado em Gestatildeo Plena do

Sistema Municipal de Sauacutede conforme a portaria nordm 2023GM de 23 de setembro de

2004 tem como funccedilotildees poliacuteticas de Sauacutede a accedilotildees preventivas e curativas como

Imunizaccedilatildeo

Controle do crescimento e desenvolvimento

Sauacutede bucal

Desnutriccedilatildeo

Diabetes

Mulher (preacute-natal pueacuterpera planejamento familiar programa nacional

de controle do cacircncer do colo uterino e da mama ndash PNCCCUM

Hanseniacutease

Hipertensatildeo

E outros

As situaccedilotildees diagnosticadas mais comuns ainda satildeo Hipertensatildeo Arterial

Sistecircmica Diabetes e Dislipidemias

Com a necessidade de um manejo adequado da demanda espontacircnea e visitas

domiciliares da aacuterea coberta visando promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo a sauacutede percebeu-se a

falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez

5

que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados

suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a

peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos

problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida

Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com

o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF

AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)

com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a

realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF

6

2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO

As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de

morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana

as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal

fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)

As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo

arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que

identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os

grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar

accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)

Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de

doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia

do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte

dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente

procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso

errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel

O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71

anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal

apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia

da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes

F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20

anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo

(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora

com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo

Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor

toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um

acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu

7

71

com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter

realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente

Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1

comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames

complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a

importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas

diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante

O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um

mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma

estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo

foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente

tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e

dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha

mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria

quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede

estava decidido a melhorar o estilo de vida

Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente

82

42 45

50

22 13 18 8

No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a

maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe

davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa

relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova

de 13 anos

Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas

instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio

correto das medicaccedilotildees

Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em

monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem

bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al

2015 McGaughey TJ et al 2015)

De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de

Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um

Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um

IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento

cardiovascular

Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de

Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute

essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um

fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela

rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para

uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de

exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento

No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a

data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da

normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida

9

principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para

serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na

semana

Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma

nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava

melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente

10

3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO

A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que

requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e

conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque

para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a

modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores

sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular

atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)

Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm

como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e

reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade

pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe

devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis

de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)

Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito

tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o

crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico

emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial

geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem

como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda

verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)

A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de

prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel

para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem

influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a

sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede

infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de

orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas

preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Agenda de compromissos para a sauacutede integral da

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2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 3: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF AOS

AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM

PARINTINS-AM

2016

Trabalho de Conclusatildeo de Curso

apresentado agrave UNASUSUFSCPA como

requisito parcial para conclusatildeo do Curso

de Especializaccedilatildeo em Sauacutede da Famiacutelia sob

orientaccedilatildeo do Professor Dr Rodolfo Souza

da Silva

SUMAacuteRIO

1 Atividade 1 do Portfoacutelio ndash Introduccedilatildeo4

2 Atividade 2 do Portfoacutelio - Estudo de Caso Cliacutenico7

3 Atividade 3 do Portfoacutelio - Promoccedilatildeo da Sauacutede e Prevenccedilatildeo de doenccedilas11

4 Atividade 4 do Portfoacutelio - Visita domiciliarAtividadedomiciliar15

5 Atividade 5 do Portfoacutelio - Reflexatildeo Conclusiva18

6 Referecircncias Bibliograacuteficas20

7 Anexo 1 ndash Projeto de Intervenccedilatildeo22

1 INTRODUCcedilAtildeO

A construccedilatildeo de um sistema de serviccedilos de sauacutede democraacutetico ndash universal

igualitaacuterio e integral ndash constitui um processo social e poliacutetico que se realiza por meio

de formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a sauacutede mas tambeacutem e

essencialmente no cotidiano dos serviccedilos de sauacutede A perspectiva de que as poliacuteticas

de sauacutede se materializam na ldquopontardquo do sistema ou seja mediante accedilatildeo de atores

sociais e suas praacuteticas no cotidiano dos serviccedilos (Pinheiro amp Luz 2003) tem sido

relevante para a reflexatildeo criacutetica sobre os processos de trabalho em sauacutede visando agrave

produccedilatildeo de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas praacuteticas de sauacutede

consoantes com os princiacutepios e diretrizes do Sistema Uacutenico de Sauacutede (ALVES 2005)

O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) ampliou o acesso da atenccedilatildeo baacutesica por meio da

Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que foi criada em 1994 entatildeo denominada

Programa Sauacutede da Famiacutelia e vem se expandindo sensivelmente desde entatildeo Tal

expansatildeo se tornou fundamental agrave garantia do acesso a partir da atenccedilatildeo baacutesica

assumindo esta a funccedilatildeo de porta de entrada do SUS (AZEVEDO 2010) No entanto a

atenccedilatildeo baacutesica exige recursos humanos diferenciados e ainda escassos cuja

valorizaccedilatildeo nos uacuteltimos anos tem sido o objetivo atual no paiacutes

Sou Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos meacutedica generalista formada pela

Universidade Federal do Amazonas no ano de 2015 estou alocada pelo Programa de

Valorizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica - Provab no municiacutepio de Parintins-Am atuando no

Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

Parintins eacute uma ilha municiacutepio brasileiro no extremo leste do estado do

Amazonas na divisa com o estado do Paraacute regiatildeo Norte do paiacutes Distancia-se de

Manaus capital do Estado por 369 quilocircmetros em linha reta ou 420 km por via

fluvial e situa-se agrave margem direita do Rio Amazonas (SEPLAN 2012) Sua populaccedilatildeo foi

estimada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) em

112 716 habitantes sendo o segundo mais populoso do estado do Amazonas atraacutes

apenas da capital A aacuterea da unidade territorial eacute de 59512 kmsup2 e a densidade

4

demograacutefica eacute de 1714 habkmsup2 O principal meio de acesso agrave cidade e escoamento da

produccedilatildeo local eacute fluvial poreacutem o municiacutepio possui um aeroporto com dois voos

operados diariamente

O municiacutepio eacute conhecido principalmente por sediar o Festival Folcloacuterico de

Parintins uma das maiores manifestaccedilotildees culturais preservadas da Ameacuterica Latina

O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua estaacute localiza-se na Zona Central da

cidade em anexo ao Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes mais conhecido

como Bumboacutedromo um estaacutedio com o formato de uma cabeccedila de boi estilizada

Presta serviccedilos aos usuaacuterios da zona urbana principalmente sendo em sua maioria

pessoas de baixa renda O Centro de Sauacutede tambeacutem funciona como unidade de

referecircncia aos festejos locais

O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua habilitado em Gestatildeo Plena do

Sistema Municipal de Sauacutede conforme a portaria nordm 2023GM de 23 de setembro de

2004 tem como funccedilotildees poliacuteticas de Sauacutede a accedilotildees preventivas e curativas como

Imunizaccedilatildeo

Controle do crescimento e desenvolvimento

Sauacutede bucal

Desnutriccedilatildeo

Diabetes

Mulher (preacute-natal pueacuterpera planejamento familiar programa nacional

de controle do cacircncer do colo uterino e da mama ndash PNCCCUM

Hanseniacutease

Hipertensatildeo

E outros

As situaccedilotildees diagnosticadas mais comuns ainda satildeo Hipertensatildeo Arterial

Sistecircmica Diabetes e Dislipidemias

Com a necessidade de um manejo adequado da demanda espontacircnea e visitas

domiciliares da aacuterea coberta visando promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo a sauacutede percebeu-se a

falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez

5

que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados

suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a

peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos

problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida

Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com

o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF

AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)

com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a

realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF

6

2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO

As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de

morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana

as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal

fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)

As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo

arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que

identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os

grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar

accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)

Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de

doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia

do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte

dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente

procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso

errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel

O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71

anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal

apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia

da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes

F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20

anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo

(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora

com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo

Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor

toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um

acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu

7

71

com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter

realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente

Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1

comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames

complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a

importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas

diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante

O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um

mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma

estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo

foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente

tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e

dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha

mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria

quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede

estava decidido a melhorar o estilo de vida

Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente

82

42 45

50

22 13 18 8

No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a

maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe

davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa

relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova

de 13 anos

Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas

instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio

correto das medicaccedilotildees

Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em

monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem

bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al

2015 McGaughey TJ et al 2015)

De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de

Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um

Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um

IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento

cardiovascular

Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de

Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute

essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um

fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela

rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para

uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de

exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento

No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a

data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da

normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida

9

principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para

serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na

semana

Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma

nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava

melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente

10

3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO

A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que

requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e

conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque

para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a

modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores

sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular

atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)

Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm

como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e

reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade

pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe

devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis

de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)

Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito

tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o

crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico

emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial

geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem

como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda

verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)

A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de

prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel

para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem

influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a

sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede

infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de

orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas

preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 4: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

SUMAacuteRIO

1 Atividade 1 do Portfoacutelio ndash Introduccedilatildeo4

2 Atividade 2 do Portfoacutelio - Estudo de Caso Cliacutenico7

3 Atividade 3 do Portfoacutelio - Promoccedilatildeo da Sauacutede e Prevenccedilatildeo de doenccedilas11

4 Atividade 4 do Portfoacutelio - Visita domiciliarAtividadedomiciliar15

5 Atividade 5 do Portfoacutelio - Reflexatildeo Conclusiva18

6 Referecircncias Bibliograacuteficas20

7 Anexo 1 ndash Projeto de Intervenccedilatildeo22

1 INTRODUCcedilAtildeO

A construccedilatildeo de um sistema de serviccedilos de sauacutede democraacutetico ndash universal

igualitaacuterio e integral ndash constitui um processo social e poliacutetico que se realiza por meio

de formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a sauacutede mas tambeacutem e

essencialmente no cotidiano dos serviccedilos de sauacutede A perspectiva de que as poliacuteticas

de sauacutede se materializam na ldquopontardquo do sistema ou seja mediante accedilatildeo de atores

sociais e suas praacuteticas no cotidiano dos serviccedilos (Pinheiro amp Luz 2003) tem sido

relevante para a reflexatildeo criacutetica sobre os processos de trabalho em sauacutede visando agrave

produccedilatildeo de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas praacuteticas de sauacutede

consoantes com os princiacutepios e diretrizes do Sistema Uacutenico de Sauacutede (ALVES 2005)

O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) ampliou o acesso da atenccedilatildeo baacutesica por meio da

Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que foi criada em 1994 entatildeo denominada

Programa Sauacutede da Famiacutelia e vem se expandindo sensivelmente desde entatildeo Tal

expansatildeo se tornou fundamental agrave garantia do acesso a partir da atenccedilatildeo baacutesica

assumindo esta a funccedilatildeo de porta de entrada do SUS (AZEVEDO 2010) No entanto a

atenccedilatildeo baacutesica exige recursos humanos diferenciados e ainda escassos cuja

valorizaccedilatildeo nos uacuteltimos anos tem sido o objetivo atual no paiacutes

Sou Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos meacutedica generalista formada pela

Universidade Federal do Amazonas no ano de 2015 estou alocada pelo Programa de

Valorizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica - Provab no municiacutepio de Parintins-Am atuando no

Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

Parintins eacute uma ilha municiacutepio brasileiro no extremo leste do estado do

Amazonas na divisa com o estado do Paraacute regiatildeo Norte do paiacutes Distancia-se de

Manaus capital do Estado por 369 quilocircmetros em linha reta ou 420 km por via

fluvial e situa-se agrave margem direita do Rio Amazonas (SEPLAN 2012) Sua populaccedilatildeo foi

estimada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) em

112 716 habitantes sendo o segundo mais populoso do estado do Amazonas atraacutes

apenas da capital A aacuterea da unidade territorial eacute de 59512 kmsup2 e a densidade

4

demograacutefica eacute de 1714 habkmsup2 O principal meio de acesso agrave cidade e escoamento da

produccedilatildeo local eacute fluvial poreacutem o municiacutepio possui um aeroporto com dois voos

operados diariamente

O municiacutepio eacute conhecido principalmente por sediar o Festival Folcloacuterico de

Parintins uma das maiores manifestaccedilotildees culturais preservadas da Ameacuterica Latina

O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua estaacute localiza-se na Zona Central da

cidade em anexo ao Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes mais conhecido

como Bumboacutedromo um estaacutedio com o formato de uma cabeccedila de boi estilizada

Presta serviccedilos aos usuaacuterios da zona urbana principalmente sendo em sua maioria

pessoas de baixa renda O Centro de Sauacutede tambeacutem funciona como unidade de

referecircncia aos festejos locais

O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua habilitado em Gestatildeo Plena do

Sistema Municipal de Sauacutede conforme a portaria nordm 2023GM de 23 de setembro de

2004 tem como funccedilotildees poliacuteticas de Sauacutede a accedilotildees preventivas e curativas como

Imunizaccedilatildeo

Controle do crescimento e desenvolvimento

Sauacutede bucal

Desnutriccedilatildeo

Diabetes

Mulher (preacute-natal pueacuterpera planejamento familiar programa nacional

de controle do cacircncer do colo uterino e da mama ndash PNCCCUM

Hanseniacutease

Hipertensatildeo

E outros

As situaccedilotildees diagnosticadas mais comuns ainda satildeo Hipertensatildeo Arterial

Sistecircmica Diabetes e Dislipidemias

Com a necessidade de um manejo adequado da demanda espontacircnea e visitas

domiciliares da aacuterea coberta visando promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo a sauacutede percebeu-se a

falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez

5

que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados

suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a

peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos

problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida

Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com

o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF

AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)

com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a

realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF

6

2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO

As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de

morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana

as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal

fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)

As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo

arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que

identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os

grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar

accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)

Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de

doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia

do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte

dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente

procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso

errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel

O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71

anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal

apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia

da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes

F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20

anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo

(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora

com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo

Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor

toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um

acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu

7

71

com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter

realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente

Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1

comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames

complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a

importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas

diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante

O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um

mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma

estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo

foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente

tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e

dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha

mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria

quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede

estava decidido a melhorar o estilo de vida

Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente

82

42 45

50

22 13 18 8

No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a

maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe

davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa

relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova

de 13 anos

Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas

instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio

correto das medicaccedilotildees

Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em

monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem

bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al

2015 McGaughey TJ et al 2015)

De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de

Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um

Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um

IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento

cardiovascular

Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de

Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute

essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um

fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela

rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para

uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de

exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento

No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a

data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da

normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida

9

principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para

serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na

semana

Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma

nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava

melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente

10

3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO

A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que

requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e

conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque

para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a

modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores

sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular

atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)

Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm

como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e

reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade

pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe

devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis

de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)

Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito

tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o

crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico

emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial

geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem

como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda

verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)

A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de

prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel

para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem

influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a

sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede

infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de

orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas

preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

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21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

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MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 5: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

1 INTRODUCcedilAtildeO

A construccedilatildeo de um sistema de serviccedilos de sauacutede democraacutetico ndash universal

igualitaacuterio e integral ndash constitui um processo social e poliacutetico que se realiza por meio

de formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas voltadas para a sauacutede mas tambeacutem e

essencialmente no cotidiano dos serviccedilos de sauacutede A perspectiva de que as poliacuteticas

de sauacutede se materializam na ldquopontardquo do sistema ou seja mediante accedilatildeo de atores

sociais e suas praacuteticas no cotidiano dos serviccedilos (Pinheiro amp Luz 2003) tem sido

relevante para a reflexatildeo criacutetica sobre os processos de trabalho em sauacutede visando agrave

produccedilatildeo de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas praacuteticas de sauacutede

consoantes com os princiacutepios e diretrizes do Sistema Uacutenico de Sauacutede (ALVES 2005)

O Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) ampliou o acesso da atenccedilatildeo baacutesica por meio da

Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) que foi criada em 1994 entatildeo denominada

Programa Sauacutede da Famiacutelia e vem se expandindo sensivelmente desde entatildeo Tal

expansatildeo se tornou fundamental agrave garantia do acesso a partir da atenccedilatildeo baacutesica

assumindo esta a funccedilatildeo de porta de entrada do SUS (AZEVEDO 2010) No entanto a

atenccedilatildeo baacutesica exige recursos humanos diferenciados e ainda escassos cuja

valorizaccedilatildeo nos uacuteltimos anos tem sido o objetivo atual no paiacutes

Sou Karen Chrystina Felizardo Vasconcelos meacutedica generalista formada pela

Universidade Federal do Amazonas no ano de 2015 estou alocada pelo Programa de

Valorizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Baacutesica - Provab no municiacutepio de Parintins-Am atuando no

Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

Parintins eacute uma ilha municiacutepio brasileiro no extremo leste do estado do

Amazonas na divisa com o estado do Paraacute regiatildeo Norte do paiacutes Distancia-se de

Manaus capital do Estado por 369 quilocircmetros em linha reta ou 420 km por via

fluvial e situa-se agrave margem direita do Rio Amazonas (SEPLAN 2012) Sua populaccedilatildeo foi

estimada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) em

112 716 habitantes sendo o segundo mais populoso do estado do Amazonas atraacutes

apenas da capital A aacuterea da unidade territorial eacute de 59512 kmsup2 e a densidade

4

demograacutefica eacute de 1714 habkmsup2 O principal meio de acesso agrave cidade e escoamento da

produccedilatildeo local eacute fluvial poreacutem o municiacutepio possui um aeroporto com dois voos

operados diariamente

O municiacutepio eacute conhecido principalmente por sediar o Festival Folcloacuterico de

Parintins uma das maiores manifestaccedilotildees culturais preservadas da Ameacuterica Latina

O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua estaacute localiza-se na Zona Central da

cidade em anexo ao Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes mais conhecido

como Bumboacutedromo um estaacutedio com o formato de uma cabeccedila de boi estilizada

Presta serviccedilos aos usuaacuterios da zona urbana principalmente sendo em sua maioria

pessoas de baixa renda O Centro de Sauacutede tambeacutem funciona como unidade de

referecircncia aos festejos locais

O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua habilitado em Gestatildeo Plena do

Sistema Municipal de Sauacutede conforme a portaria nordm 2023GM de 23 de setembro de

2004 tem como funccedilotildees poliacuteticas de Sauacutede a accedilotildees preventivas e curativas como

Imunizaccedilatildeo

Controle do crescimento e desenvolvimento

Sauacutede bucal

Desnutriccedilatildeo

Diabetes

Mulher (preacute-natal pueacuterpera planejamento familiar programa nacional

de controle do cacircncer do colo uterino e da mama ndash PNCCCUM

Hanseniacutease

Hipertensatildeo

E outros

As situaccedilotildees diagnosticadas mais comuns ainda satildeo Hipertensatildeo Arterial

Sistecircmica Diabetes e Dislipidemias

Com a necessidade de um manejo adequado da demanda espontacircnea e visitas

domiciliares da aacuterea coberta visando promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo a sauacutede percebeu-se a

falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez

5

que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados

suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a

peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos

problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida

Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com

o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF

AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)

com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a

realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF

6

2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO

As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de

morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana

as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal

fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)

As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo

arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que

identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os

grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar

accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)

Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de

doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia

do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte

dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente

procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso

errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel

O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71

anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal

apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia

da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes

F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20

anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo

(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora

com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo

Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor

toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um

acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu

7

71

com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter

realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente

Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1

comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames

complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a

importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas

diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante

O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um

mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma

estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo

foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente

tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e

dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha

mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria

quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede

estava decidido a melhorar o estilo de vida

Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente

82

42 45

50

22 13 18 8

No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a

maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe

davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa

relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova

de 13 anos

Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas

instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio

correto das medicaccedilotildees

Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em

monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem

bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al

2015 McGaughey TJ et al 2015)

De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de

Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um

Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um

IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento

cardiovascular

Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de

Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute

essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um

fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela

rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para

uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de

exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento

No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a

data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da

normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida

9

principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para

serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na

semana

Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma

nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava

melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente

10

3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO

A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que

requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e

conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque

para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a

modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores

sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular

atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)

Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm

como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e

reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade

pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe

devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis

de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)

Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito

tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o

crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico

emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial

geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem

como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda

verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)

A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de

prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel

para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem

influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a

sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede

infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de

orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas

preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

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21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

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doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

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Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

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Ministeacuterio da Sauacutede 2000

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sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

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modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

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FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

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MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

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19

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institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

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orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

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heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

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atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 6: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

demograacutefica eacute de 1714 habkmsup2 O principal meio de acesso agrave cidade e escoamento da

produccedilatildeo local eacute fluvial poreacutem o municiacutepio possui um aeroporto com dois voos

operados diariamente

O municiacutepio eacute conhecido principalmente por sediar o Festival Folcloacuterico de

Parintins uma das maiores manifestaccedilotildees culturais preservadas da Ameacuterica Latina

O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua estaacute localiza-se na Zona Central da

cidade em anexo ao Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes mais conhecido

como Bumboacutedromo um estaacutedio com o formato de uma cabeccedila de boi estilizada

Presta serviccedilos aos usuaacuterios da zona urbana principalmente sendo em sua maioria

pessoas de baixa renda O Centro de Sauacutede tambeacutem funciona como unidade de

referecircncia aos festejos locais

O Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua habilitado em Gestatildeo Plena do

Sistema Municipal de Sauacutede conforme a portaria nordm 2023GM de 23 de setembro de

2004 tem como funccedilotildees poliacuteticas de Sauacutede a accedilotildees preventivas e curativas como

Imunizaccedilatildeo

Controle do crescimento e desenvolvimento

Sauacutede bucal

Desnutriccedilatildeo

Diabetes

Mulher (preacute-natal pueacuterpera planejamento familiar programa nacional

de controle do cacircncer do colo uterino e da mama ndash PNCCCUM

Hanseniacutease

Hipertensatildeo

E outros

As situaccedilotildees diagnosticadas mais comuns ainda satildeo Hipertensatildeo Arterial

Sistecircmica Diabetes e Dislipidemias

Com a necessidade de um manejo adequado da demanda espontacircnea e visitas

domiciliares da aacuterea coberta visando promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo a sauacutede percebeu-se a

falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez

5

que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados

suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a

peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos

problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida

Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com

o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF

AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)

com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a

realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF

6

2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO

As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de

morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana

as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal

fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)

As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo

arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que

identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os

grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar

accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)

Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de

doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia

do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte

dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente

procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso

errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel

O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71

anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal

apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia

da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes

F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20

anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo

(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora

com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo

Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor

toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um

acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu

7

71

com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter

realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente

Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1

comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames

complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a

importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas

diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante

O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um

mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma

estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo

foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente

tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e

dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha

mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria

quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede

estava decidido a melhorar o estilo de vida

Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente

82

42 45

50

22 13 18 8

No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a

maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe

davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa

relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova

de 13 anos

Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas

instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio

correto das medicaccedilotildees

Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em

monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem

bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al

2015 McGaughey TJ et al 2015)

De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de

Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um

Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um

IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento

cardiovascular

Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de

Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute

essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um

fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela

rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para

uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de

exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento

No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a

data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da

normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida

9

principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para

serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na

semana

Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma

nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava

melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente

10

3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO

A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que

requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e

conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque

para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a

modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores

sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular

atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)

Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm

como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e

reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade

pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe

devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis

de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)

Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito

tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o

crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico

emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial

geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem

como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda

verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)

A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de

prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel

para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem

influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a

sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede

infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de

orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas

preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Agenda de compromissos para a sauacutede integral da

crianccedila e reduccedilatildeo da mortalidade infantil Seacuterie A 2deg reimpressatildeo Brasiacutelia Normas e

manuais teacutecnicos 2005

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20

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Hypertens 2015 Aug 19

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Paulo Nestleacute 2005

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Integral agrave Sauacutede da Crianccedila 1a ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2001

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tecnologia Brasiacutelia Unesco 2002

VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Revista Brasileira de Hipertensatildeo vol17(1)7-10

2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 7: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

que em municiacutepios distantes dos grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados

suficientes para suprir a demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) O ACS eacute a

peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o enfrentamento dos

problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo do estilo de vida

Visando solucionar este problema o Projeto de Intervenccedilatildeo foi elaborado a com

o tema CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA DA ESF

AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE PARINTINS-AM (Anexo I)

com o propoacutesito de auxiliaacute-los a identificar orientar encaminhar e acompanhar a

realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade na ESF

6

2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO

As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de

morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana

as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal

fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)

As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo

arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que

identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os

grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar

accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)

Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de

doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia

do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte

dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente

procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso

errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel

O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71

anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal

apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia

da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes

F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20

anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo

(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora

com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo

Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor

toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um

acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu

7

71

com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter

realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente

Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1

comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames

complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a

importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas

diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante

O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um

mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma

estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo

foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente

tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e

dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha

mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria

quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede

estava decidido a melhorar o estilo de vida

Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente

82

42 45

50

22 13 18 8

No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a

maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe

davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa

relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova

de 13 anos

Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas

instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio

correto das medicaccedilotildees

Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em

monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem

bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al

2015 McGaughey TJ et al 2015)

De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de

Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um

Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um

IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento

cardiovascular

Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de

Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute

essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um

fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela

rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para

uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de

exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento

No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a

data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da

normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida

9

principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para

serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na

semana

Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma

nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava

melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente

10

3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO

A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que

requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e

conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque

para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a

modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores

sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular

atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)

Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm

como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e

reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade

pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe

devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis

de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)

Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito

tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o

crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico

emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial

geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem

como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda

verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)

A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de

prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel

para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem

influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a

sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede

infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de

orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas

preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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crianccedila e reduccedilatildeo da mortalidade infantil Seacuterie A 2deg reimpressatildeo Brasiacutelia Normas e

manuais teacutecnicos 2005

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20

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Hypertens 2015 Aug 19

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Integral agrave Sauacutede da Crianccedila 1a ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2001

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tecnologia Brasiacutelia Unesco 2002

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2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

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Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

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doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

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institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

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orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 8: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

2 ESTUDO DE CASO CLIacuteNICO

As doenccedilas do aparelho circulatoacuterio representam a principal causa de

morbimortalidade na sociedade contemporacircnea destacando-se a doenccedila coronariana

as cerebrovasculares e a insuficiecircncia cardiacuteaca A hipertensatildeo arterial (HA) eacute o principal

fator de risco para essas doenccedilas (ZASLAVSKY 2002)

As mudanccedilas de comportamentos necessaacuterias para o controle da pressatildeo

arterial satildeo desafiadoras para hipertensos e serviccedilos de sauacutede Estudos que

identifiquem as prevalecircncias de adesatildeo agraves diferentes modalidades de tratamento e os

grupos populacionais mais vulneraacuteveis agrave natildeo adesatildeo satildeo importantes para direcionar

accedilotildees individuais e coletivas de atenccedilatildeo agrave sauacutede (GIROTTO 2013)

Atenccedilatildeo especial era dada aos pacientes que fazem acompanhamento de

doenccedilas crocircnicas em Parintins Atividades de promoccedilatildeo que abordassem a importacircncia

do controle dessas doenccedilas silenciosas eram incentivadas uma vez que grande parte

dos pacientes portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica ou Diabetes somente

procurava a Unidade Baacutesica de Sauacutede quando apresentavam complicaccedilotildees por uso

errado da medicaccedilatildeo e sem adesatildeo ao estilo de vida saudaacutevel

O caso cliacutenico que exemplifica bem essa situaccedilatildeo eacute o do paciente F H G V 71

anos que buscou o Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua como queixa principal

apenas para renovar a receita da medicaccedilatildeo para hipertensatildeo desde que agrave Farmaacutecia

da UBS natildeo foi mais permitida fornecer medicaccedilatildeo sem receita praacutetica comum antes

F H G V agricultor aposentado semi-analfabeto obeso hipertenso haacute 20

anos e sem controle adequado morava sozinho na casa haacute 7 anos quando ficou viuacutevo

(embora no mesmo terreno sua filha mais velha tambeacutem tenha uma casa onde mora

com marido e filhos) Negou etilismo ou tabagismo

Na primeira consulta apresentou PA de 150x100 mmHg e queixou de dor

toraacutecica aos esforccedilos na histoacuteria da doenccedila atual Apresentou sequelas de um

acidente vascular encefaacutelico isquecircmico (AVEi) haacute quase 1 ano apoacutes o evento evoluiu

7

71

com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter

realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente

Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1

comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames

complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a

importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas

diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante

O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um

mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma

estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo

foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente

tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e

dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha

mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria

quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede

estava decidido a melhorar o estilo de vida

Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente

82

42 45

50

22 13 18 8

No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a

maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe

davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa

relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova

de 13 anos

Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas

instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio

correto das medicaccedilotildees

Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em

monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem

bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al

2015 McGaughey TJ et al 2015)

De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de

Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um

Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um

IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento

cardiovascular

Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de

Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute

essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um

fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela

rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para

uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de

exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento

No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a

data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da

normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida

9

principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para

serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na

semana

Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma

nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava

melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente

10

3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO

A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que

requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e

conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque

para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a

modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores

sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular

atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)

Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm

como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e

reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade

pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe

devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis

de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)

Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito

tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o

crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico

emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial

geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem

como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda

verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)

A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de

prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel

para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem

influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a

sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede

infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de

orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas

preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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crianccedila e reduccedilatildeo da mortalidade infantil Seacuterie A 2deg reimpressatildeo Brasiacutelia Normas e

manuais teacutecnicos 2005

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20

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Hypertens 2015 Aug 19

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Integral agrave Sauacutede da Crianccedila 1a ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2001

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tecnologia Brasiacutelia Unesco 2002

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2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 9: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

71

com disartria e marcha espaacutestica Relata natildeo ter procurado auxiacutelio meacutedico e ter

realizado tratamento com ervas medicinais Exame fiacutesico inocente

Trazia consigo uma cartela vazia de Propranolol 40mg que relatou usar 1

comprimido ao dia irregularmente haacute alguns anos Solicitou-se exames

complementares Monitoramento Ambulatorial de Pressatildeo Arterial orientaccedilatildeo sobre a

importacircncia do uso da medicaccedilatildeo todos os dias aleacutem da dieta correta caminhadas

diaacuterias e agendado o retorno quando pedi que trouxesse um acompanhante

O Laboratoacuterio Municipal soacute estava realizando hemograma por isso apoacutes um

mecircs o paciente retornou com exames laboratoriais incompletos O eletrocardiograma

estava dentro dos padrotildees de normalidade assim como o raio X de toacuterax O MAPA natildeo

foi ideal apresentava picos na maioria dos dias em horaacuterios diversos Paciente

tambeacutem relatou persistecircncia dos sintomas anteriores (dor toraacutecica aos esforccedilos e

dispneacuteia) Para essa consulta trouxera a neta de 13 anos relatou conflitos com a filha

mais velha com a qual dividia o terreno em que morava muito embora a neta seria

quem o ajudaria a organizar a medicaccedilatildeo e a desenvolver bons haacutebitos de sauacutede

estava decidido a melhorar o estilo de vida

Sendo assim a meacutedica assistente decidiu fazer o genograma do paciente

82

42 45

50

22 13 18 8

No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a

maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe

davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa

relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova

de 13 anos

Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas

instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio

correto das medicaccedilotildees

Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em

monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem

bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al

2015 McGaughey TJ et al 2015)

De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de

Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um

Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um

IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento

cardiovascular

Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de

Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute

essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um

fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela

rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para

uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de

exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento

No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a

data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da

normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida

9

principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para

serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na

semana

Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma

nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava

melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente

10

3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO

A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que

requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e

conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque

para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a

modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores

sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular

atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)

Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm

como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e

reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade

pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe

devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis

de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)

Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito

tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o

crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico

emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial

geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem

como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda

verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)

A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de

prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel

para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem

influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a

sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede

infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de

orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas

preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

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18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

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trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

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19

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Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

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orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 10: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

No genograma foi constatado que o paciente era isolado da famiacutelia pois a

maioria dos familiares jaacute havia falecido assim como sua esposa e seus filhos natildeo lhe

davam suporte pois um morava em outra cidade e a mais velha natildeo possuiacutea uma boa

relaccedilatildeo como ele A uacutenica da famiacutelia com quem tinha boa relaccedilatildeo era a neta mais nova

de 13 anos

Como era um senhor semi-analfabeto que morava sozinho foram feitas

instruccedilotildees em desenhos nas caixas das medicaccedilotildees para que ele soubesse o horaacuterio

correto das medicaccedilotildees

Diversos estudos cliacutenicos apontam que o uso de beta bloqueador em

monoterapia estaacute contraindicado pois este eacute medicaccedilatildeo de segunda linha e natildeo tem

bom efeito em pacientes acima de 65 anos sendo melhor usar um Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) em associaccedilatildeo com outros de primeira linha (Groha P et al

2015 McGaughey TJ et al 2015)

De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo da Sociedade Brasileira de

Cardiologia a melhor associaccedilatildeo para quem tem alto risco cardiovascular eacute de um

Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) com Diureacutetico e Bloqueador de

Canais de Caacutelcio (BCCa) com embasamento cientiacutefico trocou-se o Propranolol por um

IECA e Bloqueador de Canais de Caacutelcio de modo a prevenir novo evento

cardiovascular

Apoacutes nova instruccedilatildeo medicamentosa o paciente foi encaminhado ao serviccedilo de

Psicologia a fim de restabelecer boa relaccedilatildeo com a filha afinal o apoio familiar eacute

essencial para o tratamento de uma doenccedila crocircnica Foi orientado procurasse um

fisioterapeuta para tratar a espasticidade (improvaacutevel porque natildeo havia nenhum pela

rede puacuteblica) e um Cardiologista (que atende uma vez a cada 15 dias na cidade) para

uma melhor investigaccedilatildeo de doenccedila coronariana pois no municiacutepio havia deacuteficit ateacute de

exames complementares simples o que impedia um bom acompanhamento

No mecircs seguinte o Sr F H G V retorna a consulta sem queixas mas aguarda a

data da consulta com o especialista para 6 meses A PA estava nos paracircmetros da

normalidade ele havia perdido peso e mudado parcialmente seus haacutebitos de vida

9

principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para

serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na

semana

Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma

nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava

melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente

10

3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO

A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que

requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e

conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque

para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a

modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores

sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular

atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)

Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm

como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e

reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade

pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe

devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis

de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)

Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito

tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o

crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico

emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial

geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem

como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda

verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)

A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de

prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel

para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem

influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a

sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede

infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de

orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas

preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

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21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

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Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

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doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

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sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

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Cearaacute 2004

20

Page 11: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

principalmente a alimentaccedilatildeo Relatou que a neta o ajudou a separar os remeacutedios para

serem tomados na hora certa e que caminhavam juntos na Praccedila dos Bois 3 vezes na

semana

Nos exames complementares natildeo havia alteraccedilotildees da glicemia lipidograma

nem funccedilatildeo renal Devido aacutes sessotildees com o Psicoacutelogo a relaccedilatildeo com a filha estava

melhorando o que fazia grande diferenccedila no humor do paciente

10

3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO

A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que

requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e

conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque

para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a

modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores

sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular

atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)

Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm

como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e

reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade

pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe

devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis

de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)

Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito

tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o

crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico

emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial

geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem

como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda

verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)

A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de

prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel

para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem

influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a

sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede

infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de

orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas

preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 12: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

3 PROMOCcedilAtildeO DA SAUacuteDE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE E NIacuteVEIS DE PREVENCcedilAtildeO

A Atenccedilatildeo Baacutesica eacute desenvolvida por meio de um conjunto de accedilotildees praacuteticas que

requerem para sua implementaccedilatildeo grande pluralidade de atitudes habilidades e

conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos de relativa baixa complexidade com enfoque

para os problemas de sauacutede mais prevalentes de cada grupo social Suas accedilotildees visam a

modificar as condiccedilotildees de vida da comunidade em funccedilatildeo do controle de fatores

sociais e ambientais aleacutem de haacutebitos e estilos de vida com o propoacutesito de estimular

atitudes saudaacuteveis e eliminar riscos (STARFIELD 2002)

Os programas estruturados para oferecer Atenccedilatildeo Baacutesica agrave sauacutede da crianccedila tecircm

como metas principais promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo de doenccedilas tratamento e

reabilitaccedilatildeo Necessitam da efetiva participaccedilatildeo do indiviacuteduo e da sociedade

pressupondo a integraccedilatildeo de diversas classes profissionais que atuam em equipe

devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes niacuteveis

de referecircncia do sistema de sauacutede (LIMA 2013)

Promover e recuperar a sauacutede e o bem-estar da crianccedila tecircm sido haacute muito

tempo prioridade dentro da assistecircncia agrave sauacutede infantil a fim de garantir o

crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos fiacutesico

emocional e social Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial

geneacutetico da crianccedila que levaraacute a um adulto mais saudaacutevel capaz e feliz possiacutevel bem

como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda

verificadas em diversas populaccedilotildees (RICCO 2001)

A puericultura aacuterea da pediatria voltada principalmente para os aspectos de

prevenccedilatildeo e de promoccedilatildeo da sauacutede atua no sentido de manter a crianccedila saudaacutevel

para garantir seu pleno desenvolvimento de modo que atinja a vida adulta sem

influecircncias desfavoraacuteveis e problemas trazidos da infacircncia Suas accedilotildees priorizam a

sauacutede em vez da doenccedila Seus objetivos baacutesicos contemplam a promoccedilatildeo da sauacutede

infantil prevenccedilatildeo de doenccedilas e educaccedilatildeo da crianccedila e de seus familiares por meio de

orientaccedilotildees antecipatoacuterias aos riscos de agravos agrave sauacutede podendo oferecer medidas

preventivas mais eficazes Para ser desenvolvida em sua plenitude deve conhecer e 11

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 13: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

compreender a crianccedila em seu ambiente familiar e social aleacutem de suas relaccedilotildees e

interaccedilatildeo com o contexto socioeconocircmico histoacuterico poliacutetico e cultural em que estaacute

inserida Isto se torna fundamental pois as accedilotildees meacutedicas aleacutem de serem dirigidas agrave

crianccedila refletem-se sobre o seu meio social a comeccedilar pela famiacutelia Sem o

envolvimento desta as accedilotildees que visem agraves crianccedilas natildeo teratildeo sucesso (RICCO 2005)

Dentre os vaacuterios papeacuteis desempenhados pelo puericultor destacam-se o de

orientador e educador para a sauacutede cujo trabalho se direciona agrave matildee e agrave famiacutelia Esta

por ser o nuacutecleo principal dos fatores ambientais e psicossociais e aquela tendo

fortalecido o viacutenculo com o filho e mantendo sua auto-estima elevada podem

assegurar os melhores cuidados agrave crianccedila O puericultor natildeo atende crianccedilas e sim

famiacutelias (MARCONDES 1999)

A consulta de puericultura visa reduzir a incidecircncia de doenccedilas favorecendo um

crescimento saudaacutevel com um acompanhamento perioacutedico e sistemaacutetico com

seguimento de seu crescimento e desenvolvimento monitoramento da vacinaccedilatildeo

orientaccedilotildees agraves matildees sobre a prevenccedilatildeo de acidentes manutenccedilatildeo de aleitamento

materno higiene individual e ambiental e tambeacutem pela identificaccedilatildeo precoce dos

agravos buscando agrave intervenccedilatildeo efetiva e apropriada (CAMPOS 2011)

ldquoO atendimento meacutedico da crianccedila e do adolescente teraacute por objetivos a

promoccedilatildeo proteccedilatildeo e recuperaccedilatildeo do processo normal de crescimento e

desenvolvimento do ser humano nessa faixa etaacuteriardquo Conforme lei nordm 8048 ndash 2010

O Ministeacuterio da Sauacutede preconiza que a consulta de puericultura consiste em uma

avaliaccedilatildeo integral da sauacutede da crianccedila de 0 a 6 anos durante a qual se avalia o

crescimento e desenvolvimento peso estatura desenvolvimento neuropsicomotor

imunizaccedilotildees e intercorrecircncias bem como o estado nutricional Existe ainda a

necessidade de promover a orientaccedilatildeo da matildee famiacutelia ou cuidador sobre os cuidados

que a crianccedila deve ser submetida em todo o atendimento tais como alimentaccedilatildeo

higiene vacinaccedilatildeo e estiacutemulo fazendo-se registrar todos os procedimentos no cartatildeo

da crianccedila (BRASIL 2005)

12

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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Hypertens 2015 Aug 19

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2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

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18

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doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

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Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

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MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

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orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

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heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

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atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 14: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

As consultas de puericultura que devem ser realizadas mensalmente buscam

localizar de iniacutecio qualquer anormalidade do crescimento especialmente no primeiro

ano de vida (BRASIL 2012) O Ministeacuterio da Sauacutede (MS) propotildee na impossibilidade de

avaliaccedilotildees mensais o Calendaacuterio Miacutenimo de Consultas para a Assistecircncia agrave Crianccedila

(Quadro 1)

Diante do exposto sensibilizar agrave populaccedilatildeo atraveacutes de accedilotildees educativas

enfatizando a importacircncia da puericultura satildeo medidas importantes para que possam

ser alcanccediladas os objetivos a meacutedio e longo prazo

Na pratica diaacuteria as demandas de crianccedilas no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo

Cerqua em Parintins-AM satildeo resultados de algum tipo de enfermidade natildeo tendo os

pais ou responsaacutevel conhecimento ou interesse por algum seguimento perioacutedico e

continuado de puericultura

Com a fonte inesgotaacutevel de comprometimento dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede adequamos uma busca ativa dentro da aacuterea de abrangecircncia da nossa Estrateacutegia

Sauacutede da Famiacutelia (ESF) por crianccedilas e adolescentes toda a populaccedilatildeo na faixa etaacuteria

que vai do nascimento aos 20 anos incompletos com seguimento longitudinal e

distinto entre as diferentes idades

13

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 15: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

Realizamos atendimento ambulatorial individualizado juntamente com a

Enfermagem visitas domiciliares e participaccedilatildeo em grupos de educaccedilatildeo (Aleitamento

Materno e ISTrsquosAIDS) e socializaccedilatildeo

Com objetivos gerais de a) vigiar o crescimento fiacutesico e o desenvolvimento

neuropsicomotor e intelectual b) ampliar a cobertura vacinal c) promover a educaccedilatildeo

alimentar e nutricional d) promover a seguranccedila e a prevenccedilatildeo de acidentes e)

promover a prevenccedilatildeo de lesotildees intencionais principalmente no ambiente domeacutestico

f) estimular a promoccedilatildeo da sauacutede e a prevenccedilatildeo das doenccedilas mais comuns na

comunidade g) promover a higiene fiacutesica e mental e a praacutetica de atividades de lazer

adequadas agraves faixas etaacuterias h) propiciar a socializaccedilatildeo estimulaccedilatildeo cultural e

adaptaccedilatildeo da crianccedila e do adolescente em seu meio social principalmente fazendo

uso da danccedila folcloacuterica local o Boi-bumbaacute

Em todos os atendimentos individuais ou coletivos fez-se uso do Cartatildeo da

Crianccedila para os devidos registros Para isso foi enfatizado aos ACS que informassem

aos pais eou responsaacuteveis que para melhor efetividade do atendimento os mesmo

natildeo deixassem de comparecer portando a caderneta de vacinaccedilatildeo da crianccedila na qual

aleacutem do monitoramento da imunizaccedilatildeo do menor outras informaccedilotildees fossem

inseridas pelos profissionais

Com a continuidade deste trabalho pode-se produzir condiccedilotildees para que as

crianccedilas vivam com mais sauacutede interferindo diretamente para diminuiccedilatildeo das taxas de

morbidade e mortalidade infantil

14

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Agenda de compromissos para a sauacutede integral da

crianccedila e reduccedilatildeo da mortalidade infantil Seacuterie A 2deg reimpressatildeo Brasiacutelia Normas e

manuais teacutecnicos 2005

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2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

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MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

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19

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institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

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orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 16: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

4 VISITA DOMICILIARATIVIDADE DOMICILIAR

Existe a concepccedilatildeo cultural e social de que o domiciacutelio eacute onde se pode conferir

maior conforto proteccedilatildeo local de maior identificaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos familiares e

amigos e por isso ser ambiente facilitador do tratamento

A atenccedilatildeo domiciliar eacute definida (Brasil 2006) como um termo geneacuterico que

envolve accedilotildees de promoccedilatildeo agrave sauacutede prevenccedilatildeo e tratamento de doenccedilas e

reabilitaccedilatildeo desenvolvidas em domiciacutelio

As accedilotildees de sauacutede satildeo realizadas no domiciacutelio do paciente por uma equipe

multiprofissional a partir do diagnoacutestico da realidade em que o paciente estaacute inserido

visando agrave promoccedilatildeo manutenccedilatildeo eou restauraccedilatildeo da sauacutede (Duarte Diogo 2000)

Portanto eacute uma atividade que envolve natildeo soacute os diferentes profissionais da aacuterea da

sauacutede como tambeacutem o cliente e sua famiacutelia visando ao estabelecimento da sauacutede

como um todo Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o

paciente perceba que a sua participaccedilatildeo no processo sauacutedendashdoenccedila eacute de fundamental

importacircncia pois eacute ele poderaacute diminuir ou ateacute mesmo eliminar os fatores que colocam

em risco sua sauacutede natildeo bastando apenas agrave informaccedilatildeo veiculada pelos profissionais

Dentro da Atenccedilatildeo Domiciliar temos a modalidade de Visita Domiciliar a qual

parece ser a mais difundida no sistema de sauacutede brasileiro e nas praacuteticas de sauacutede na

comunidade Esta eacute a utilizada no Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua em

ParintinsAM

Pacientes de qualquer idade com comorbidades monitoraacuteveis estabilidade

cliacutenica aleacutem de impossibilidade momentacircnea ou definitiva de ir ateacute unidade de sauacutede

recebem visitas em seu domiciacutelio de enfermeiros meacutedicos e Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede estes uacuteltimos satildeo de suma importacircncia para detectar pacientes em risco e

redirecionaacute-los ao Centro aleacutem de orientaacute-los devidamente

As orientaccedilotildees realizadas dizem respeito a saneamento baacutesico cuidados com a

sauacutede uso de medicamentos amamentaccedilatildeo controle de peso ou qualquer coisa que

diga respeito agravequele indiviacuteduo agrave famiacutelia e agrave comunidade em que vivem (Jacob 2001)

15

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Agenda de compromissos para a sauacutede integral da

crianccedila e reduccedilatildeo da mortalidade infantil Seacuterie A 2deg reimpressatildeo Brasiacutelia Normas e

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Ricco RG Del Ciampo LA Almeida CAN Puericultura princiacutepios e praacuteticas Atenccedilatildeo

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Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 17: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

A visita eacute realizada pelos profissionais de sauacutede eou equipe na residecircncia do

cliente com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por ele e seus familiares bem

como o ambiente onde vivem visando estabelecer um plano assistencial geralmente

programado com objetivo definido (Lacerda 1999)

A Visita Domiciliar funciona como um contato pontual de profissionais de sauacutede

com as populaccedilotildees de risco enfermos e seus familiares para a coleta de informaccedilotildees

eou orientaccedilotildees Satildeo desenvolvidas accedilotildees de orientaccedilatildeo educaccedilatildeo levantamento de

possiacuteveis soluccedilotildees de sauacutede fornecimento de subsiacutedios educativos para que os

indiviacuteduos atendidos tenham condiccedilotildees de se tornar independentes

Ela pode ser utilizada ainda como atividade de subsidio de intervenccedilatildeo no

processo sauacutedendashdoenccedila de indiviacuteduos ou o planejamento de accedilotildees visando agrave

promoccedilatildeo da sauacutede coletiva Deve compreender accedilotildees sistematizadas que se iniciam

antes da visita e continuam apoacutes ela (Freitas e col 2000)

A visita domiciliar eacute uma forma de assistecircncia domiciliar agrave sauacutede que daacute

subsiacutedios para a execuccedilatildeo dos demais conceitos desse modelo assistencial Eacute por

intermeacutedio da visita que os profissionais captam a realidade dos indiviacuteduos assistidos

reconhecendo seus problemas e suas necessidades de sauacutede (Lacerda 2006)

Conclui-se que as visitas domiciliares no Centro de Sauacutede Dom Arcangelo Cerqua

em ParintinsAM tem por objetivo proporcionar melhoria das condiccedilotildees de risco e

estabilizaccedilatildeo da doenccedila crocircnica por meio de accedilotildees diretas e indiretas de um

profissional de sauacutede de forma individualizada e proativa seguindo protocolos de

monitoramento especiacuteficos buscando o empoderamento autocuidado e autonomia

seguindo as linhas de cuidado das aacutereas de atenccedilatildeo da Sauacutede de Crianccedila Adulto e da

Sauacutede do Idoso As visitas meacutedicas satildeo realizadas todas as quintas-feiras no turno

matutino ou quando houver necessidade e as visitas da enfermagem satildeo agraves terccedilas-

feiras no turno matutino ou quando houver necessidade

Dentre os pacientes com criteacuterios de visitas domiciliares destaca-se maior fluxo

para idosos e pacientes com complicaccedilotildees de Doenccedilas Crocircnicas Natildeo Transmissiacuteveis

(DCNTs) como Diabetes Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Acidente Vascular Cerebral

isquecircmico Haacute tambeacutem pacientes com patologias respiratoacuterias renais crocircnicos

neoplasias siacutendromes neuroloacutegicas congecircnitas

16

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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crianccedila e reduccedilatildeo da mortalidade infantil Seacuterie A 2deg reimpressatildeo Brasiacutelia Normas e

manuais teacutecnicos 2005

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2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

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MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

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19

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institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

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orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 18: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

A praacutetica de cuidado que o ACS desenvolve na visita domiciliar eacute mais ampla pois

ele acompanha todas as famiacutelias de sua microaacuterea tendo a oportunidade de visitar

tanto as saudaacuteveis quanto as doentes Por ofertar uma maior atenccedilatildeo agraves famiacutelias o

ACS percebe sua praacutetica de cuidado de modo diferenciado e de grande importacircncia

17

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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nordm 11 de 26 de janeiro de 2006 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF

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crianccedila e reduccedilatildeo da mortalidade infantil Seacuterie A 2deg reimpressatildeo Brasiacutelia Normas e

manuais teacutecnicos 2005

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Ricco RG Del Ciampo LA Almeida CAN Puericultura princiacutepios e praacuteticas Atenccedilatildeo

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tecnologia Brasiacutelia Unesco 2002

VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Revista Brasileira de Hipertensatildeo vol17(1)7-10

2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 19: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

5 REFLEXAtildeO CONCLUSIVA

O curso foi muito bem demarcado O Eixo 1 ndash Campo de Sauacutede Coletiva que nos

apresentou desde as Histoacuterias das Poliacuteticas Puacuteblicas e SUS passando por Sauacutede

Baseada em Evidecircncias ateacute Modalidades de Condutas Terapecircuticas nos preparou

devidamente para o Eixo 2 ndash Casos Complexos no qual estudamos situaccedilotildees

vivenciadas na praacutetica diaacuteria de qualquer meacutedico que atue em uma Estrateacutegia de

Sauacutede da Famiacutelia

Os casos complexos discutidos nos moacutedulos foram importantes uma vez

que levaram ao aprofundamento de temas pertinentes no entanto os que causaram

maior impacto na abordagem profissional do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

em ParintinsAM foram os casos de Hipertensatildeo Diabetes e Dores Crocircnicas Aleacutem de

favorecer a atuaccedilatildeo mais efetiva da equipe para melhor atendimento de qualidade da

populaccedilatildeo ao analisar o caso melhora-se o raciociacutenio cliacutenico e as orientaccedilotildees dadas

satildeo muito semelhantes agraves que fazemos na UBS apoacutes as mudanccedilas iniciais

Hipertensatildeo e Diabetes satildeo destaque em vaacuterias Unidades Baacutesicas de Sauacutede do

Brasil neste caso natildeo chega a ser uma novidade As dores crocircnicas por sua vez satildeo

comuns onde atuo em Parintins a populaccedilatildeo trabalha principalmente com agricultura

pecuaacuteria e pesca inclusive idosos Os pacientes em sua maioria tecircm dores musculares

e posturais muitos dormem em rede o que piora o quadro aacutelgico Os casos

relacionados a estes temas foram importantes para reforccedilar o tratamento adequado

Outro caso complexo que achei muito interessante para complementar o

atendimento foi o de puericultura Esse caso me orientou a manter uma atenccedilatildeo maior

em relaccedilatildeo as parasitoses tratava os pacientes de seis em seis meses e aprendi que

poderia tratar de quatro em quatro isso eacute muito importante porque como elas e seus

familiares consomem aacutegua do rio tratada com hipoclorito temos muitos casos de

parasitoses e diarreacuteia O acompanhamento dessas crianccedilas tornou-se mais severo

orientando as matildees sobre a importacircncia de trazer a crianccedila na consulta agendada e

natildeo somente quando a crianccedila estivesse doente 18

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

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nordm 11 de 26 de janeiro de 2006 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF

30 jan 2006

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Agenda de compromissos para a sauacutede integral da

crianccedila e reduccedilatildeo da mortalidade infantil Seacuterie A 2deg reimpressatildeo Brasiacutelia Normas e

manuais teacutecnicos 2005

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Diretrizes para a atenccedilatildeo domiciliar no sistema uacutenico de

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vivecircncia do enfermeiro na Estrateacutegia de Sauacutede da FamiacuteliaRevEscEnferm USP v 45 n

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Paulo Nestleacute 2005

Ricco RG Del Ciampo LA Almeida CAN Puericultura princiacutepios e praacuteticas Atenccedilatildeo

Integral agrave Sauacutede da Crianccedila 1a ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2001

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tecnologia Brasiacutelia Unesco 2002

VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Revista Brasileira de Hipertensatildeo vol17(1)7-10

2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 20: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

Para captar todos esses pacientes contei com a ajuda de toda a equipe

multiprofissional em especial dos incansaacuteveis Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS)

Estes sempre dispostos a aprender e passar adiante aos pacientes de suas respectivas

microaacutereas

No decorrer do curso foi possiacutevel relembrar conceitos acadecircmicos o que

ajudou muito durante a rotina de atendimentos e o mais importante aprender sobre

a relaccedilatildeo meacutedico-paciente da atenccedilatildeo primaacuteria que eacute muito diferente das outras

esferas de atenccedilatildeo agrave sauacutede Tal relaccedilatildeo interpessoal faz diferenccedila no tratamento e

acompanhamento do doente principalmente quando precisa ser encaminhado a outro

patamar da sauacutede com pois se haacute confianccedila haveraacute contra-referecircncia

Foi necessaacuterio muito estudo tanto nas aulas dos moacutedulos iniciais como nas

leituras fornecidas como complemento Importante a base de como iniciou o Sistema

Uacutenico de Sauacutede e como ele estaacute organizado para sabermos onde estamos inseridose o

que eacute esperado de noacutes O entendimento da epidemiologia faz mudar o dia-a-dia no

caso da nossa UBS natildeo davam a devida importacircncia ao preenchimento correto das

fichas de HAS e DM o que natildeo ocorre mais principalmente com a chegada do e-sus

apoacutes o fornecimento de computadores para cada equipe do nosso municiacutepio com o

programa instalado

A ferramenta Portfoacutelio foi muito uacutetil para acessar organizar programar e

enviar as Atividades solicitadas com qualidade

Sendo assim dentre toda a teoria e aprendizado dos casos complexos o que

mais fez diferenccedila no atendimento meacutedico da UBS foi a abordagem e acolhimento do

paciente para que ele acredite na atenccedilatildeo agrave sauacutede oferecida pelo SUS e natildeo

interrompa o acompanhamento aleacutem de aderir agraves recomendaccedilotildees de promoccedilatildeo e

prevenccedilatildeo agrave sauacutede O aprendizado foi enorme durante este ano tanto da parte

didaacutetica como na parte de vivecircncia na comunidade no se importar com as famiacutelias

atendidas e natildeo ver apenas o doente na sua frente

O amadurecimento como meacutedica e como pessoa eacute inegaacutevel Cada paciente

com toda sua histoacuteria de vida traz algo novo a ser acrescentado na experiecircncia

profissional e pessoal 19

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento

infantil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2012 (Seacuterie Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica 11 ndash

Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria Resoluccedilatildeo RDC

nordm 11 de 26 de janeiro de 2006 Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF

30 jan 2006

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Agenda de compromissos para a sauacutede integral da

crianccedila e reduccedilatildeo da mortalidade infantil Seacuterie A 2deg reimpressatildeo Brasiacutelia Normas e

manuais teacutecnicos 2005

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Paulo Nestleacute 2005

Ricco RG Del Ciampo LA Almeida CAN Puericultura princiacutepios e praacuteticas Atenccedilatildeo

Integral agrave Sauacutede da Crianccedila 1a ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2001

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2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

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Page 21: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

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21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 22: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

LACERDA M R Internaccedilatildeo domiciliar In CONGRESSO BRASILEIRO DE ENFERMAGEM

51 1999 Florianoacutepolis Anais Florianoacutepolis ABEn 1999

LACERDA M R GIACOMOZZI C M Atenccedilatildeo agrave Sauacutede no Domiciacutelio modalidades que

fundamentam sua praacutetica Sauacutede e Sociedade v15 n2 p88-95 maio-ago 2006

Lima K F Fernandes N T Couto C S A Relevacircncia Da Puericultura Na Atenccedilatildeo

Primaacuteria A Sauacutede17ordm Seminaacuterio Nacional de Pesquisa em Enfermagem 334-336

2013

Marcondes E Issler H Leone C Pediatria na atenccedilatildeo primaacuteria 1a ed Satildeo Paulo

Editora Sarvier 1999

McGaughey TJ Fletcher EA Shah SA ldquoImpact of Antihypertensive Agents on Central

Systolic Blood Pressure and Augmentation Index A Meta-AnalysisrdquoAm J

Hypertens 2015 Aug 19

Ricco RG Almeida CAN Del Ciampo LA Puericultura temas de pediatria 80 Satildeo

Paulo Nestleacute 2005

Ricco RG Del Ciampo LA Almeida CAN Puericultura princiacutepios e praacuteticas Atenccedilatildeo

Integral agrave Sauacutede da Crianccedila 1a ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2001

Starfield B Atenccedilatildeo Primaacuteria equiliacutebrio entre necessidades de sauacutede serviccedilos e

tecnologia Brasiacutelia Unesco 2002

VII Diretriz Brasileira de Hipertensatildeo Revista Brasileira de Hipertensatildeo vol17(1)7-10

2016

Zaslavsky C Gus I Idoso Doenccedila cardiacuteaca e comorbidadesArqBrasCardiol 2002

79(6)635-639

21

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 23: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

ANEXO 1 ndash PROJETO DE INTERVENCcedilAtildeO

Programa de Valorizaccedilatildeo do Profissional da Atenccedilatildeo Baacutesica

KAREN CHRYSTINA FELIZARDO VASCONCELOS

CAPACITACcedilAtildeO E EDUCACcedilAtildeO CONTINUADA ESPECIacuteFICA Agrave DEMANDA

DA ESF AOS AGENTES COMUNITAacuteRIOS DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

PARINTINS-AM

Parintins-AM

Janeiro2016 22

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 24: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

Projeto de Intervenccedilatildeo Capacitaccedilatildeo e Educaccedilatildeo Continuada Especiacutefica agrave Demanda da ESF aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede no Municiacutepio de Parintins-AM

Resumo

No Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua localizado no municiacutepio de

ParintinsAM percebeu-se falta de qualificaccedilatildeo da maioria dos Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede (ACS) uma vez que em municiacutepios distantes dos

grandes centros natildeo haacute profissionais qualificados suficientes para suprir a

demanda das Estrateacutegias Sauacutede da Famiacutelia (ESF) Portanto desenvolver-se-aacute

para os ACS capacitaccedilatildeo e educaccedilatildeo continuada especiacutefica para esta ESF

Seratildeo abordados assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo bem como um

melhor relacionamento entre os membros da equipe O ACS eacute o elo entre a

ESF e a comunidade de tal modo que a qualificaccedilatildeo deste profissional

desenvolve competecircncias como maior autonomia iniciativa e compromisso

aleacutem de detectar os pacientes que natildeo estejam fazendo uso correto e

continuado das medicaccedilotildees prescritas ou aqueles que natildeo iniciaram a

mudanccedila de estilo de vida apoio ao autocuidado dentre outros Percebe-se

que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da populaccedilatildeo para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a modificaccedilatildeo das

condiccedilotildees de vida

Palavras-chave Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede Capacitaccedilatildeo

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 25: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo 04

2 Problema 06

3 Justificativa 07

4 Objetivos 08

41 Objetivo geral 08

42 Objetivos especiacuteficos 08

5 Revisatildeo de Literatura 09

6 Metodologia 15

7 Cronograma 16

8 Recursos necessaacuterios 17

81 Recursos humanos 17

82 Recursos materiais 17

9 Resultados esperados 18

10 Referecircncias bibliograacuteficas 18

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 26: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo do PSF eacute um marco na incorporaccedilatildeo da estrateacutegia de

atenccedilatildeo primaacuteria na poliacutetica de sauacutede brasileira A doutrina de cuidados

primaacuterios de sauacutede da conferecircncia de Alma-Ata jaacute havia anteriormente

influenciado a formulaccedilatildeo das poliacuteticas de sauacutede no Brasil e seus princiacutepios

foram traduzidos no novo modelo de proteccedilatildeo social em sauacutede instituiacutedo com o

SUS O modelo preconiza uma equipe de sauacutede da famiacutelia de caraacuteter

multiprofissional meacutedico generalista enfermeiro auxiliar de enfermagem e

agente comunitaacuterio de sauacutede (SOUZA 2002)

A estrateacutegia de sauacutede da famiacutelia encerra em sua concepccedilatildeo mudanccedilas

na dimensatildeo organizacional do modelo assistencial ao constituir uma equipe

multiprofissional responsaacutevel pela atenccedilatildeo agrave sauacutede de uma populaccedilatildeo

circunscrita definir o generalista como o profissional meacutedico de atenccedilatildeo baacutesica

e instituir novos profissionais a saber os agentes comunitaacuterios de sauacutede que

trabalham com definiccedilatildeo de territoacuterio de abrangecircncia adscriccedilatildeo de clientela

cadastramento e acompanhamento da populaccedilatildeo residente na aacuterea Pretende-

se que a unidade de sauacutede da famiacutelia constitua a porta de entrada ao sistema

local e o primeiro niacutevel de atenccedilatildeo o que supotildee a integraccedilatildeo agrave rede de

serviccedilos mais complexos (ESCOREL 2007)

No manual O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede uma

personagem que representa uma enfermeira do PACS expressa que o ACS eacute

um agente de mudanccedilas na medida em que aprende com as experiecircncias das

pessoas com os profissionais de sauacutede compartilhando o que foi aprendido

com a proacutepria comunidade (BRASIL 2000)

4

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 27: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

Ainda no mesmo manual aponta-se a importacircncia do intercacircmbio de

conhecimento entre todos os membros de uma comunidade jaacute que cada um

tem um jeito de contribuir e que toda contribuiccedilatildeo tem valor Esta troca faria

parte de um processo de educaccedilatildeo para a participaccedilatildeo em sauacutede e o ACS

precisaria estar atento a este processo (BRASIL 2000)

As atribuiccedilotildees baacutesicas dos ACS estatildeo estabelecidas na Portaria GMMS

nordm 1886 de 18 de dezembro de 1997 sendo detalhadas num total de 33 itens

Satildeo mencionadas atribuiccedilotildees que fazem parte do conhecimento da aacuterea

(cadastramento diagnoacutestico demograacutefico definiccedilatildeo do perfil socioeconocircmico

mapeamento e outras) atribuiccedilotildees que fazem parte do acompanhamento

monitoramento prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede sendo

detalhados os grupos populacionais que deveratildeo ser acompanhados

(gestantes pueacuterperas hipertensos e outros) os temas que deveratildeo ser

abordados (aleitamento materno imunizaccedilatildeo reidrataccedilatildeo oral e outros) e as

necessidades de monitoramento (diarreacuteias infecccedilotildees respiratoacuterias agudas

tuberculose hanseniacutease e outros) Satildeo mencionadas ainda accedilotildees educativas

referentes agrave prevenccedilatildeo do cacircncer meacutetodos de planejamento familiar sauacutede

bucal nutriccedilatildeo e atribuiccedilotildees que natildeo satildeo especiacuteficas da sauacutede como accedilotildees

educativas para preservaccedilatildeo do meio ambiente abordagem dos direitos

humanos e estimulaccedilatildeo agrave participaccedilatildeo comunitaacuteria para accedilotildees que visem agrave

melhoria da qualidade de vida (BORNSTEIN 2008)

No segundo semestre de 2004 o Ministeacuterio da Sauacutede em conjunto com

o Ministeacuterio da Educaccedilatildeo lanccedilam o documento Referencial curricular para

curso teacutecnico de agente comunitaacuterio de sauacutede aacuterea profissional sauacutede Este

documento pretende servir como fonte de orientaccedilatildeo agrave construccedilatildeo autocircnoma 5

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 28: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

pelas escolas de seus curriacuteculos destinados a organizarem cursos teacutecnicos de

formaccedilatildeo do ACS

Tomaz (2002) ressalta trecircs aspectos que devem ser levados em conta

ao discutir o processo de formaccedilatildeo ou qualificaccedilatildeo de recursos humanos o

perfil do profissional a ser capacitado suas necessidades de formaccedilatildeo e

qualificaccedilatildeo e que competecircncias devem ser desenvolvidas ou adquiridas no

processo educacional Entende que o processo de qualificaccedilatildeo do ACS ainda eacute

desestruturado fragmentado e na maioria das vezes insuficiente para

desenvolver as novas competecircncias necessaacuterias para o adequado

desempenho de seu papel Defende a necessidade de utilizar meacutetodos de

ensino-aprendizagem inovadores reflexivos e criacuteticos centrados no estudante

e quando possiacutevel incluindo novas tecnologias como a educaccedilatildeo agrave distacircncia

Inclui ainda a necessidade de abordar no programa educacional

competecircncias transversais como a capacidade de trabalhar em equipe e a

comunicaccedilatildeo

No que se refere agrave formaccedilatildeo do ACS apesar do Ministeacuterio da Sauacutede

definir as principais diretrizes para sua formaccedilatildeo na praacutetica este processo

ainda eacute muito diversificado (BORNSTEIN 2008)

2 PROBLEMA

Deficiecircncia no conhecimento baacutesico necessaacuterio para que os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede possam identificar orientar encaminhar e acompanhar

a realizaccedilatildeo dos procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave

6

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 29: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

recuperaccedilatildeo e agrave reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua

responsabilidade na ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Uma

vez que a maioria natildeo realizou o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica para formaccedilatildeo de

Agente Comunitaacuterio de Sauacutede

3 JUSTIFICATIVA

Os requisitos legais para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio

de Sauacutede segundo previsatildeo do art 3ordm (incisos I a III) da Lei nordm 105072002

para o exerciacutecio da profissatildeo de Agente Comunitaacuterio de Sauacutede se faz

necessaacuterio o atendimento dos seguintes requisitos residir na aacuterea em que

atuar e haver concluiacutedo o ensino fundamental e o curso de qualificaccedilatildeo baacutesica

para a formaccedilatildeo de agente comunitaacuterio de sauacutede

No entanto em grande parte do interior do Amazonas natildeo haacute

profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda nem da maioria

das aacutereas cobertas pela ESF Sob esta oacuteptica acontece a contrataccedilatildeo de ACS

que precisam de apoio teacutecnico por parte dos demais profissionais da ESF

quanto ao que se espera de sua atuaccedilatildeo junto agrave comunidade

Por esses motivos este trabalho se faz relevante pois poderaacute melhorar

a aderecircncia e atendimento na Unidade referida

7

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 30: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

4 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Oferecer aos Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede capacitaccedilatildeo e

educaccedilatildeo continuada especiacutefica para a demanda de pacientes

da ESF do Centro de Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua

OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Estreitar os laccedilos entre Meacutedico Enfermeiro e Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede no acircmbito da ESF

Estreitar o elo entre ESF e comunidade atraveacutes do ACS

capacitado

Diminuir a automedicaccedilatildeo e o tratamento por meio de crenccedilas

populares atraveacutes do ACS capacitado

Reorganizar mapeamento de visita domiciliar e busca ativa

Delimitar accedilotildees de resgate a pacientes sem adesatildeo

medicamentosa e natildeo-medicamentosa ao tratamento das

principais comorbidades abrangentes na ESF

Verificar o uso correto ou natildeo da medicaccedilatildeo prescrita pelo

meacutedico e auxiliar de acordo com o perfil de cada paciente

Instruir pacientes insulino-dependentes quanto ao

armazenamento da insulina onde aplicar como aplicar

verificar se estatildeo aplicando a dose prescrita pelo meacutedico

8

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 31: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

Entender a importacircncia da Caderneta do Idoso e como

explicaacute-la de acordo com o perfil de cada paciente

Ensinar orientaccedilotildees baacutesicas aos cuidadores de pacientes

acamados

5 REVISAtildeO DA LITERATURA

O Ministeacuterio da Sauacutede tem o objetivo de efetivar e assegurar os

princiacutepios e diretrizes do SUS (Sistema Uacutenico de Sauacutede) afim de que sejam

colocados em praacutetica e utilizados como estrateacutegia de sauacutede para a famiacutelia Tem

como base uma equipe de sauacutede multiprofissional em que os membros

conhecem mais do que ningueacutem a comunidade em que atuam um desses

profissionais eacute o Agente Comunitaacuterio de Sauacutede (ACS) ele que tambeacutem eacute da

comunidade e a representa dentro do serviccedilo de sauacutede (BRASIL 1998)

Ao se analisar as potencialidades desse novo profissional (o ACS) na

Atenccedilatildeo Baacutesica percebe-se que ele eacute a peccedila fundamental no envolvimento da

populaccedilatildeo para o enfrentamento dos problemas de sauacutede sobretudo para a

modificaccedilatildeo das condiccedilotildees de vida A dimensatildeo comunitaacuteria desse novo

trabalhador assume uma importacircncia muito grande e eacute esse aspecto que pode

auxiliar na mudanccedila de enfoque para a construccedilatildeo de um novo modelo de

atenccedilatildeo agrave sauacutede (BRASIL 1998)

Na equipe de sauacutede o agente comunitaacuterio eacute o trabalhador que se

caracteriza por ter o maior conhecimento empiacuterico da aacuterea onde atua a

9

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 32: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

dinacircmica social os valores as formas de organizaccedilatildeo e o conhecimento que

circula entre os moradores Esse conhecimento pode facilitar o tracircnsito da

equipe as parcerias e articulaccedilotildees locais O reconhecimento destas

caracteriacutesticas quer pelos profissionais quer pelos moradores traduz-se em

diferentes expectativas De um lado pela inserccedilatildeo nos serviccedilos de sauacutede

espera-se dele o exerciacutecio de um papel de controle da situaccedilatildeo de sauacutede da

populaccedilatildeo de outro os moradores esperam que o agente facilite seu acesso

ao serviccedilo de sauacutede De maneira geral o papel do agente comunitaacuterio como

mediador eacute um consenso na literatura consultada por Bornstein e Stotz (2008)

e tem sido abordado por vaacuterios autores e documentos oficiais

Sendo um recente elemento da equipe de sauacutede as competecircncias e

responsabilidades do ACS tecircm sido estudadas e refletidas em diversos

estudos com preocupaccedilatildeo em diferenciar a inserccedilatildeo institucional da inserccedilatildeo

comunitaacuteria a diferenciaccedilatildeo de suas competecircncias com as dos profissionais da

equipe de enfermagem (Silva 2001)

SILVA (2001) pesquisando os ACS do Projeto QUALIS tambeacutem jaacute

havia encontrado o receio de profissionais de sauacutede de que o desconhecimento

tecnocientiacutefico do ACS pudesse levaacute-lo a se basear em suas proacuteprias crenccedilas

aleacutem de sua experiecircncia pessoal para tentar solucionar algumas questotildees que

lhe satildeo colocadas pelos usuaacuterios No entanto o receio manifesto pode ser

minimizado pois os discursos dos ACS das equipes pesquisadas apontam

para o fato de que se posicionam de acordo com os propoacutesitos do Programa de

Sauacutede da Famiacutelia Natildeo se detectou tentativas de apropriaccedilatildeo das

competecircncias dos outros elementos da equipe de sauacutede de acordo agraves

orientaccedilotildees de seu processo de capacitaccedilatildeo (Fortes 2004) 10

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 33: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

Uma das grandes preocupaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede eacute tentar

transformar os ACS em fomentadores do uso racional de medicamentos em

suas comunidades Esta afirmaccedilatildeo pode ser evidenciada na publicaccedilatildeo da

cartilha ldquoO trabalho dos ACS na promoccedilatildeo do uso correto de medicamentosrdquo

Entre os diversos problemas enfrentados pelas equipes de sauacutede da famiacutelia a

promoccedilatildeo do uso adequado de medicamentos talvez seja uma prioridade visto

que pode atribuir para a resoluccedilatildeo de diversos problemas incluindo fatores que

determinam a dificuldade de acesso (ROCHA 2013)

Caderno de atenccedilatildeo baacutesica com o objetivo de destacar a importacircncia

atual das condiccedilotildees crocircnicas salientando a complexidade das doenccedilasfatores

de risco de determinaccedilatildeo muacuteltipla Aborda conceitos comuns agraves diversas

doenccedilas crocircnicas e apresenta diretrizes para a organizaccedilatildeo do cuidado Inclui

estrateacutegias para mudanccedila de haacutebitos promoccedilatildeo da alimentaccedilatildeo saudaacutevel e

praacutetica de atividade fiacutesica abordagens para construccedilatildeo e acompanhamento

dos planos de cuidado e de apoio ao autocuidado (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

De acordo com o Guia Praacutetico para os Agentes Comunitaacuterios em Sauacutede

em se tratando de Doenccedilas Crocircnicas haacute instruccedilotildees sobre ldquoO que o ACS pode

e deve fazerrdquo Em nossa aacuterea da ESF as doenccedilas crocircnicas prevalentes satildeo

HAS e DM nesta ordem Para tanto o Guia cita dentre tantas formas de

atuaccedilatildeo que o ACS deve ldquoPerguntar sempre agrave pessoa com hipertensatildeo e que

tenha medicamentos prescritos se estaacute os tomando com regularidade Se

houver dificuldades nesse processo informar agrave equipe quais satildeo para

planejarem accedilotildees de enfrentamentordquo e tambeacutem ldquoPerguntar sempre agrave pessoa

11

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 34: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

com diabetes e quando prescritos se ela estaacute tomando com regularidade os

medicamentosrdquo

Com relaccedilatildeo ao trabalho educativo prestado pelo agente Martins e

colaboradores (1996) ressaltam que a participaccedilatildeo desse em accedilotildees pontuais e

simplificadas parece produzir impacto significativo e relevante em termos de

Sauacutede Coletiva como por exemplo a orientaccedilatildeo de uso do soro caseiro para a

reduccedilatildeo da mortalidade infantil e a cloraccedilatildeo na aacutegua para a prevenccedilatildeo da

coacutelera

Pode-se questionar se cabe estabelecer limites para o ACS com relaccedilatildeo

a determinadas informaccedilotildees pessoais dos usuaacuterios como as que se referem

ao diagnoacutestico de doenccedilas principalmente as que podem trazer algum grau de

estigmatizaccedilatildeo eou discriminaccedilatildeo negativa para os usuaacuterios como HIVAIDS e

transtornos mentais (FORTES 2004)

O perfil esperado de um ACS exige que ele possua algumas habilidades

como uma boa comunicaccedilatildeo com a populaccedilatildeo um bom relacionamento

interpessoal com a equipe senso de organizaccedilatildeo e constante vigilacircncia em

sauacutede Soacute assim ele pode colaborar para na construccedilatildeo e manutenccedilatildeo da

qualidade de assistecircncia prestada identificando problemas e participando

coletivamente de sua resoluccedilatildeo (MELO 2009)

O trabalho em equipe no PSF deve ser reavaliado por todos os

envolvidos O encontro nas reuniotildees de equipe pode ser um espaccedilo propiacutecio a

esta mobilizaccedilatildeo permitindo avanccedilos no sentido de colaborar para uma maior

aproximaccedilatildeo de todos favorecendo trocas e crescimentos e facilitando as

relaccedilotildees com a comunidade Incluir o agente comunitaacuterio desde o 12

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 35: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

planejamento das atividades ateacute sua execuccedilatildeo e avaliaccedilatildeo poderaacute contribuir

no seu envolvimento nas diferentes atividades as quais se concentram na

grande maioria das vezes sob a responsabilidade do meacutedico ou do enfermeiro

(CARDOSO 2010)

Uma relaccedilatildeo mais dialoacutegica e participativa tende a permitir o

desenvolvimento de competecircncias no trabalho do ACS como maior autonomia

iniciativa e compromisso o que se reflete em suas relaccedilotildees com os moradores

e abre maiores possibilidades de participaccedilatildeo e compreensatildeo de suas

necessidades Captar as necessidades de cada um dos envolvidos requer dos

profissionais abertura escuta estabelecimento de viacutenculo laccedilos de confianccedila

oferecendo possibilidade para a fala e para o diaacutelogo com compreensatildeo

empaacutetica das necessidades (CARDOSO 2010)

Cabe aqui lembrar que o agente comunitaacuterio de sauacutede tem como funccedilatildeo

identificar problemas orientar encaminhar e acompanhar a realizaccedilatildeo dos

procedimentos necessaacuterios agrave proteccedilatildeo agrave promoccedilatildeo agrave recuperaccedilatildeo e agrave

reabilitaccedilatildeo da sauacutede dos moradores de cada casa sob sua responsabilidade

(BRASIL 2001)

O agente eacute uma peccedila importante para o desenvolvimento do PSF assim

sendo cuidar desse trabalhador e valorizaacute-lo eacute de fundamental importacircncia

pois ldquoaqueles que atuam e promovem sauacutede ou seja trabalhadores satildeo um

bem puacuteblico uma utilidade puacuteblicardquo (MACHADO 1995)

A partir do princiacutepio de integralidade concebe-se que todos os

profissionais que trabalham com o ser humano devem aprimorar uma visatildeo

holiacutestico-ecoloacutegica seja na produccedilatildeo do conhecimento ou na prestaccedilatildeo de

13

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 36: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

serviccedilos de modo a resgatar a importacircncia da participaccedilatildeo nos contextos onde

se constroacutei a vida nos ambientes onde os movimentos de aprender e ensinar a

tecer a vida se datildeo (VICTOR 2004)

Nogueira et al (2000) ampliam o conceito de mediaccedilatildeo quando

apontam que a funccedilatildeo de ponte pode ser entendida tambeacutem com relaccedilatildeo agrave

facilitaccedilatildeo do acesso aos direitos de cidadania de modo geral O fato do agente

de sauacutede visitar os moradores da comunidade em suas casas e entrar em

contato com situaccedilotildees que muitas vezes natildeo estatildeo diretamente relacionadas agrave

capacidade de resposta do setor sauacutede estende seu papel de mediaccedilatildeo a

distintas esferas de organizaccedilatildeo da vida social A visita no domiciacutelio das

famiacutelias criaria tambeacutem uma nova relaccedilatildeo com a comunidade diferente do que

quando a pessoa vai agrave Unidade de Sauacutede onde natildeo se conhece sua origem

Com base nos depoimentos colhidos os autores propotildeem que o papel de

mediador social exercido pelo ACS seja assim resumido eacute um elo entre os

objetivos das poliacuteticas sociais do Estado e os objetivos proacuteprios ao modo de

vida da comunidade entre as necessidades de sauacutede e outros tipos de

necessidades das pessoas entre o conhecimento popular e o conhecimento

cientiacutefico sobre sauacutede entre a capacidade de auto-ajuda proacutepria da

comunidade e os direitos sociais garantidos pelo Estado (NOGUEIRA 2000)

O trabalho de promoccedilatildeo de sauacutede eacute complexo envolve mudanccedilas de

comportamentos ressignificaccedilotildees Para atuar nessa realidade eacute fundamental

receber formaccedilatildeo no cotidiano de trabalho acompanhada de reflexatildeo criacutetica

sobre os casos vivenciados Eacute juntar o aprender com o ensinar muito bem

explicado no conceito de Educaccedilatildeo Permanente (FORTES 2016)

14

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 37: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

6 METODOLOGIA

Este projeto de intervenccedilatildeo busca esclarecer os Agentes

Comunitaacuterios de Sauacutede da ESF Dom Arcacircngelo Cerqua no municiacutepio de

Parintins-AM sobre assuntos pertinentes ao manejo adequado da demanda

espontacircnea e visitas domiciliares da aacuterea coberta atraveacutes de palestras e

cartazes visando agrave conscientizaccedilatildeo e esclarecimento do grupo

Seraacute realizada a apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo para a

equipe de sauacutede composta pela enfermeira teacutecnica de enfermagem e sete

ACS para mostrar as questotildees levantadas metodologia e resultados

esperados durante a reuniatildeo mensal das equipes de sauacutede do Centro de

Sauacutede Dom Arcacircngelo Cerqua Apoacutes a apresentaccedilatildeo para a equipe o PI seraacute

apreciado tambeacutem pela Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica no mecircs de

Fevereiro do ano corrente

Baseando-se na demanda espontacircnea e nas visitas domiciliares

realizadas na aacuterea da ESF bem como as necessidades diaacuterias dos ACS por

ordem de prioridade e necessidade os assuntos abordados seratildeo

Manejo de pacientes Hipertensos e Diabeacuteticos o que esperar na

visita domiciliar como ajudar na adesatildeo medicamentosa verificar se

obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Manejo de pacientes diabeacuteticos com insulinoterapia o que

esperar na visita domiciliar onde aplicar como aplicar como manter a insulina

em casa verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

15

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 38: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

Manejo de pacientes acamados o que esperar na visita

domiciliar como orientar os cuidadores verificar se obedecem a prescriccedilatildeo

meacutedica etc

Manejo de Idosos o uso da Caderneta do Idoso o que esperar na

visita domiciliar verificar se obedecem a prescriccedilatildeo meacutedica etc

Cada assunto seraacute abordado por meio de miacutedias eletrocircnicas e cartazes

para a UBS nos dias das reuniotildees mensais das equipes de sauacutede

O impacto de cada assunto seraacute monitorado na demanda nas visitas

domiciliares meacutedicas visitas domiciliares da enfermeira aleacutem das reuniotildees

subsequumlentes quando seratildeo debatidas as melhorias e dificuldades da

implantaccedilatildeo praacutetica e receptividade de cada casa visitada

No mecircs de Julho do ano corrente seraacute realizada uma apresentaccedilatildeo dos

resultados na reuniatildeo mensal das equipes ESF para avaliaccedilatildeo da intervenccedilatildeo

e discussotildees sobre futuros temas pertinentes a demanda da Estrateacutegia Sauacutede

da Famiacutelia ACS e usuaacuterios

7 CRONOGRAMA

ACcedilOtildeES

FEV

2016

MAR

2016

ABR

2016

MAI

2016

JUN

2016

JUL

2016

Revisatildeo bibliograacutefica X X X X X

16

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 39: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave equipe da UBS Dom Arcacircngelo

Cerqua

X

Apresentaccedilatildeo do projeto agrave Coordenadora de Atenccedilatildeo Baacutesica

X

Aquisiccedilatildeo de recursos materiais X X

Execuccedilatildeo do projeto X X X X

Monitoramento e avaliaccedilatildeo X X X X

Anaacutelise e resultados X

8 RECURSOS NECESSAacuteRIOS

81 RECURSOS HUMANOS

Meacutedico

Enfermeiro

Teacutecnicos de Enfermagem

Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede

82 RECURSOS MATERIAIS

Recursos multimiacutedia

Computador

17

Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

mudanccedila do estilo de vida e a adesatildeo plena ao tratamento tragam qualidade de

vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

de acesso agrave profissionalizaccedilatildeo e de mobilidade social aleacutem de propiciar a

superaccedilatildeo de limites impostos pelas praacuteticas tradicionais e demarca a

produccedilatildeo do saber

10 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Referencial curricular

para curso teacutecnico de agentes comunitaacuterios de sauacutede aacuterea profissional

sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

de Atenccedilatildeo Baacutesica O trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede Brasiacutelia

Ministeacuterio da Sauacutede 2000

BRASIL Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede ndash PACS Secretaria

Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

ESCOREL S O Programa de Sauacutede da Famiacutelia e a construccedilatildeo de um novo

modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

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Impressora

Materiais de expediente (canetas resma de papel cartolinas)

9 RESULTADOS ESPERADO

Ao fim do desta intervenccedilatildeo a qualificaccedilatildeo dos Agentes Comunitaacuterios de

Sauacutede eacute a meta principal para que assim a disseminaccedilatildeo do conhecimento se

faccedila para a comunidade e em cada encontro ou cada visita domiciliar a

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vida aos pacientes

O ACS eacute o elo entre a ESF e a comunidade A formaccedilatildeo constitui meio

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BORNSTEIN Vera Joana STOTZ Eduardo Navarro Concepccedilotildees que

integram a formaccedilatildeo e o processo de trabalho dos agentes comunitaacuterios

de sauacutede uma revisatildeo da literatura Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 13 n 1 p

259-268 2008

BRASI Ministeacuterio da Sauacutede Manual para a organizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 1998

18

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

doenccedila crocircnica Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2014 (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 35)

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia praacutetico do agente comunitaacuterio de sauacutede

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 (Seacuterie A Normas e Manuais Teacutecnicos)

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sauacutede Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2004

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento

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Ministeacuterio da Sauacutede 2000

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Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

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sauacutede como elo integrador entre a equipe e a comunidade Ciecircncia amp

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Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

FORTES PACA informaccedilatildeo nas relaccedilotildees entre os Agentes Comunitaacuterios

de Sauacutede e os usuaacuterios do Programa de Sauacutede da Famiacutelia Sauacutede e

Sociedade v13 n2 p70-75 maio-ago 2004

MARTINS CL et al 1996 Agentes comunitaacuterios nos serviccedilos de sauacutede

puacuteblica elementos para uma discussatildeo Revista Sauacutede Debate 5138-43

MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

de inclusatildeo soacutecia Trab educ sauacutede 7(3)463-477 nov 2009

NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

trabalhador sui generis o agente comunitaacuterio de sauacutede [Textos para

discussatildeo nordm 735] 2000

ROCHA Juan S Yazlle Manual de Sauacutede Puacuteblica e Sauacutede Coletiva no

Brasil Satildeo Paulo Atheneu 2013

19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

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Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 41: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Estrateacutegia para o cuidado da pessoa com

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Executiva Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 2001

CARDOSO AS Comunicaccedilatildeo no Programa Sauacutede da Famiacutelia o agente de

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Sauacutede Coletiva 15(Supl 1) 1509-1520 2010

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modelo para a atenccedilatildeo baacutesica no Brasil Rev PanamSaludPublicaPan Am J

Public Health 21(2) 2007

FORTES KMGS Formaccedilatildeo Do Agente Comunitaacuterio De Sauacutede Da Famiacutelia

Na Atenccedilatildeo Ao Idoso Rev enferm UFPE on line Recife 10(Supl 1)211-7

jan 2016

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MELO MB Qualificaccedilatildeo de agentes comunitaacuterios de sauacutede instrumento

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NOGUEIRA RP Silva F Ramos Z A vinculaccedilatildeo institucional de um

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19

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

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Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

VICTOR JF Educaccedilatildeo em sauacutede na unidade baacutesica de sauacutede da famiacutelia

atuaccedilatildeo do enfermeiro [dissertaccedilatildeo] Fortaleza (CE) Universidade Federal do

Cearaacute 2004

20

Page 42: ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA Karen... · O município é conhecido principalmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, uma das maiores manifestações

SILVA JA daO agente comunitaacuterio de sauacutede do Projeto Qualis agente

institucional ou agente comunitaacuterio Tese de Doutorado Satildeo Paulo

Faculdade de Sauacutede Puacuteblica USP 2001

SOUZA HM Sauacutede da Famiacutelia desafios e conquistas Em Negri B Viana AL

orgs O Sistema Uacutenico de Sauacutede em dez anos de desafios Satildeo Paulo

Sociedade Brasileira de Vigilacircncia de MedicamentosCentro de Estudos

Augusto Leopoldo Ayrosa Galvatildeo 2002

TOMAZ JBC O agente comunitaacuterio de sauacutede natildeo deve ser um super-

heroacutei Interface ndash Comunic Sauacutede Educ 2002 6 (10)84-87

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Cearaacute 2004

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