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ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA ECONÔMICA DISCIPLINA: HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO Pery F. A. Shikida (Prof. de Economia e do Mestrado em Desenvolvimento Regional e Agronegócio da UNIOESTE. Pesquisador do CNPq e do GEPEC.) PROGRAMA DE CURSO: “Base Teórica (br.geocities.com/gestao2etcom/economia_mkt/economia_aula2_historia.ppt) 20 lâminas “PEB à guisa de Bielschowski ”– 3 lâminas “Cases ”– 10 lâminas “Independentes ”– 6 lâminas “Escolas e linhas ”– 2 lâminas “Texto do GF e troca de idéias ”– 2 lâminas 1

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ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA ECONÔMICA

DISCIPLINA: HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO

Pery F. A. Shikida (Prof. de Economia e do Mestrado em Desenvolvimento Regional e Agronegócio da UNIOESTE. Pesquisador do CNPq e do GEPEC.)

PROGRAMA DE CURSO:“Base Teórica”(br.geocities.com/gestao2etcom/economia_mkt/economia_aula2_historia.ppt) – 20 lâminas“PEB à guisa de Bielschowski” – 3 lâminas“Cases” – 10 lâminas“Independentes” – 6 lâminas

“Escolas e linhas” – 2 lâminas“Texto do GF e troca de idéias” – 2 lâminas 1

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Evolução do Pensamento Econômico

Adam Smith

Karl Marx 2 John Keynes

Celso FurtadoMaria C. Tavares

Roberto Campos

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Questões FundamentaisQuestões Fundamentais

Qual a origem da riqueza do homem e das nações?Qual a origem do “lucro”?O que determina o “valor” das coisas?O que é e quais as funções do dinheiro?É justa uma sociedade onde a riqueza não é distribuída de forma eqüitativa?Por que algumas economias crescem mais do que outras? O Estado deve ou não intervir na Economia?

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Evolução e “Escolas”

PrimórdiosGREGOS

Xenofontes: “econômico” (oikos = casa; nomos = lei) princípio de gestão dos bens.Aristóteles: aspectos práticos das transações comerciais (preços, moeda etc).

ROMANOS: preocupações limitadas com o tema.IDADE MÉDIA: comércio mediterrâneo; “preço justo”; usura; formação de corporações e bancos.

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Mercantilismo (1450-1750)

Preceitos de administração pública para aumentar a riqueza do “Príncipe”;Reflete as transformações de uma sociedade onde o comércio passa a ter um papel cada vez mais importante;“Políticas comerciais mercantilistas”Referências: Colbert, Cantillion e Petty.

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Criação Científica da Economia Criação Científica da Economia (1750(1750--1870)1870)

Marcos iniciais: “Quadro Econômico” (1758), de Quesnay; a “Riqueza das Nações” (1776), de Adam Smith.Fisiocracia: “ordem natural”, “distribuição”, “vínculos entre riqueza e trabalho”.Escola Clássica: Adam Smith, David Ricardo, Malthus, Stuart Mill, Say – “valor”, “origem da riqueza”, “distribuição da riqueza”.Marx: tradição clássica revista, criando uma tradição de pensamento crítico.

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Reação Neoclássica (1870Reação Neoclássica (1870--1929)1929)

Revolução Marginalista: “recursos escassos x usos alternativos”; “valor de utilidade”.O “neoclassicismo” ou “marginalismo” desloca a temática da discussão do valor e distribuição da tradição clássica (“valor-trabalho”) para a visão do valor utilidade e dos custos de produção.Destaques: Escola Austríaca (Menger, Jevons, Böhm-Baverk); Escola de Viena (Walras e o “equilíbrio geral”); Marshall e a Escola de Cambridge (“equilíbrio parcial”).Em oposição, surgem a Escola Histórica Alemã e as escolas da tradição marxista.

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A Revolução A Revolução KeynesianaKeynesianaKeynes (1888 – 1946) torna-se um marco da moderna Economia, onde a ênfase na gestão macroeconômico passa a ser central.Síntese neoclássica (Hicks, Samuelson etc) –anos 1950 e 1960.Monetarismo (Friedman) – oposição aos Keynesianos;Novo-Classicismo (Lucas) – década de 1970;Novos Keynesianos – década de 1980;Heterodoxos – “pós-keynesianos”, “marxistas”, “institucionalistas” etc.

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Três Grandes EconomistasTrês Grandes Economistas

Ao longo da história recente, os economistasAo longo da história recente, os economistasprocuraram explicar como surgiu e comoprocuraram explicar como surgiu e comofunciona um tipo de sociedade “unida pelofunciona um tipo de sociedade “unida pelomercado em vez da tradição e pelo comando,mercado em vez da tradição e pelo comando,e movida por uma incontrolável tecnologiae movida por uma incontrolável tecnologiaem vez da inércia.” Suas idéias estão aindaem vez da inércia.” Suas idéias estão aindahoje presentes no debate político e hoje presentes no debate político e acadêmico.acadêmico.

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Adam Smith (1723Adam Smith (1723--1790)1790)

Publica em 1776 a obra “A Riqueza das Nações”;Pergunta Central: como uma sociedade de indivíduos livres e “egoístas” (pois buscam seu próprio interesse) pode funcionar?Resposta: a concorrência, através de preços livremente formados nos mercados gera a eficiência social.

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Adam Smith (1723Adam Smith (1723--1790)1790)Mercado = “mão invisível”;Mercado = “sistema auto-regulador”, baseado na flexibilidade de preços. É o laissez-faire.Outros insights de Adam Smith:

A divisão do trabalho aumenta a produtividade (ex.: fábrica de alfinetes);Comércio internacional é importante fonte de crescimento das nações.

Limitações de suas idéias:Nem sempre o mercado funciona como ele previu.O capitalismo transformou-se muito desde seu tempo.

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Adam Smith (1723Adam Smith (1723--1790)1790)Assim:

“Cada pessoa, em busca de melhorar a si mesma, sem pensar nas demais, depara-se com uma legião de outras pessoas com motivações semelhantes. Como resultado, cada agente do mercado, ao comprar e vender, é forçado a equiparar seus preços aos oferecidos pela concorrência.”

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Adam Smith (1723Adam Smith (1723--1790)1790)No mundo da “livre concorrência” de Adam Smith, um vendedor que tiver um preço “acima do mercado”, não conseguirá vender seu produto; um trabalhador que pedir um salário “muito alto” não conseguirá trabalhar.O mercado tem duas funções centrais:

Disciplina a concorrênciaGarante a melhor “alocação de fatores”: ou seja, os fatores de produção serão direcionados para a produção somente daquilo que a sociedade “quer comprar”.

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Karl Marx (1818 Karl Marx (1818 –– 1883)1883)Marx descreveu o capitalismo dos grandes cartéis e dos crescentes conflitos entre “capital e trabalho”;Smith: “ordem e o progresso” versus Marx: “desigualdade e instabilidade”;Em Marx o crescimento no capitalismo é cheio de “armadilhas” (sem os mecanismos de auto-correção de Smith);As crises econômicas seriam recorrentes e gerariam:

Concentração/centralização de capitais: as empresas menores e mais frágeis seriam eliminadas a cada crise.Os conflitos “capital x trabalho” se agravariam com a crescente “proletarização”.

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Karl Marx (1818 Karl Marx (1818 –– 1883)1883)Contribuições Centrais:

Tecnologia como motor da concorrência (e, para Marx, a fonte da expropriação do trabalho não-pago – a mais-valia);Leitura histórica do capitalismo;Introduziu os conceitos fundamentais do Socialismo;Apresentou a polêmica lei de tendência e a derrocada final do capitalismo.

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John Maynard Keynes (1883-1946)

Foi o economista mais influente do século XX;Teoria Geral: revolução teórica e política;Assistiu a um período de grande turbulência nos entre-guerras (1914-1945):

Problemas monetários (hiperinflação e deflação);Desemprego em massa;Ascensão do nazismo e duas guerras que quase acabaram com a Europa.

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John Maynard Keynes (1883-1946)

Os economistas convencionais (liberais) acreditavam na “Mão Invisível” de Adam Smith (ou seja, nos princípios auto-corretivos do mercado). Não sabiam e não apresentavam nenhuma solução para as crises;Keynes demonstrou que os mercados não possuíam forças naturais auto-corretivas;As variações na renda (riqueza) dependem das decisões de gastos (demanda efetiva), especialmente do investimento.

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John Maynard Keynes (1883-1946)

Estas decisões envolvem tempo e são tomadas em um ambiente de incerteza;Logo: a instabilidade é intrínseca ao sistema;Somente as intervenções governamentais podem evitar a ocorrência de “equilíbrios ruins”, qual seja, desemprego.

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John Maynard Keynes (1883-1946)

Problema: como enfrentar o ciclo vicioso da depressão.Consumidores com menos renda reduzem os gastos; as empresas vendem menos; as empresas demitem funcionários; a renda cai e, assim, o consumo cai ...Solução: intervenção governamental (políticas fiscais e monetárias):

Políticas fiscais – gasto público e impostos.Política monetária – títulos, taxa de redesconto e depósitos compulsórios.

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http://cepa.newschool.edu/het/home.htm

SCHOOLS OF POLITICAL ECONOMY (Ancient-1871)NEOCLASSICAL SCHOOLS (1871-TODAY)ALTERNATIVE SCHOOLS THEMATIC SCHOOLS

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ORGANOGRAMA

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D as or igens a té 1750 – a fa se pré-cien tífica da E conom ia ↓ ↓ ↓ ↓

A ntigu idad e grega (cu n had o, p or

X eno fo ntes, o term o “eco no m ia” : “oik o s” =

ca sa , “n o m o s” = lei)

→ A ntigu idad e ro m ana (hou v e tro cas m a is

in ten sas) →

Idad e M éd ia (su rg em as feira s pe rió dica s, in ten sifican d o o co m ércio)

→ M erca nti lism o (1 4 5 0 -1 7 5 0 )

(O E sta do em fu n ção d o au m ento da riqu eza d o pa ís)

A cr iação c ien tífica da E conom ia: de 1750 a 1870 ↓ ↓ ↓

A F isio cra cia (O rd em na tu ra l e Q u adro E con ô m ico d e Q u esna y)

E scola C lá ss ica • A dam S m ith (Idé ia da “m ã o in visív el" ) • T ho m as R . M althu s (prin cípio s de E con o m ia

Política ) • D avid R ica rdo (ava nçou na teoria do va lor) • Joh n S . M ill (“ revisio nista” ) • Jean B . Say (a o ferta cria su a pro cu ra )

O M arxism o (T eoria d o va lo r -traba lh o, m ais-va lia , acu m u la ção d e ca pita l, d istribu ição d e renda , ten d ênc ia d ecrescente da ta xa de lu cro , crise d o capi ta lism o , etc.)

A e laboração dos pr incíp ios teór icos funda m enta is: 1870-1929 ↓ ↓ ↓ ↓

A E scola d e V iena (E u g en B öh m -B a w erk – teoria da u til ida de m arg ina l)

← →

A E scola d e L au san n e (L eo n W alra s – teoria do equ il íbr io g era l)

← →

A E scola de C am brid g e (A lfred M arsha ll – teoria d o equ i líbrio pa rc ia l)

← →

A E scola Su eca (K nu t W ick sell – ên fa se ao pap el da m oeda e d o créd ito )

A fase contem porânea: de 1929 em d iante ↓ ↓

A R ev olu çã o K eyn esia na T eria G era l d o E m preg o, do Ju ro e da M o eda (1 9 3 6 – John M ay nard K ey n es) P ro cu rou de term ina r a s cau sa s das flu tu a çõ es eco nô m ica s e o s nív eis d e r en da e em preg o em eco n om ias in du stria is, avan çou na teoria da d erm a nda agregada e e fet iva , apolo gista da m a ior a tu açã o d o E stad o

A va ria da co ntr ibu ição d e a lgu n s eco no m ista s – P rêm io s N o b el • M ilto n F ried m a n (1 9 7 6 ) – econ o m ia m on e tá ria • T heo d ore Schu ltz (1 9 7 9 ) – d esen v olvim en to econ ô m ico • G eorg e S tig ler (1 9 8 2 ) – eco no m ia indu str ia l e r egu lam enta ção • R o nald C oa se (1 9 9 1 ) – dire ito s de pro priedad e • G ary B eck er (1 9 9 2 ) – co m p orta m ento d e m ercad o • R o ber t L u ca s (1 9 9 5 ) – exp ecta tiva s ra ciona is

F IG U R A 1 – A spectos da evolução do pensam en to econôm ico no m undo e p rin cip a is e xp o e n te s

F on te : E labo rado pe lo au to r a pa rtir de P inho e V asco nce llos (2004 ).

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PEB à guisa de Bielschowski

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T A B E L A 1 - P o s iç ã o r e la tiv a à s p r in c ip a is q u e s tõ e s c o n c r e ta s d o d e s e n v o lv im e n to e c o n ô m ic o b r a s i le i ro , s e g u n d o a s g r a n d e s c o r r e n te s .

P o s iç ã o r e la t i v a à s p r in c ip a i s q u e s tõ e s c o n c r e t a s d o d e s e n v o l v i m e n to e c o n ô m ic o b r a s i l e ir o A s G r a n d e s

C o r r e n te s A p o i o

F i n a n c e i r o In t e r n o a

In v e s t i m e n t o *

C a p it a l E s tr a n g e i

r o *

E m p r e s a E s t a t a l *

P l a n e ja -m e n t o

P r o t e c i o -n i s m o *

D é f i c i t E x t e r n o * In f l a ç ã o

S a l á r i o , L u c r o e D is tr i b u i ç ã o

d e R e n d a

R e fo r m aA g r á r ia

N e o l i b e r a l E s t r u tu r a ç ã o d o s i s te m a f in a n c e i r o

P o r e s t ím u lo s

E n f á t i c a -m e n te

c o n t r á r i a

E n t re c o n t r á r i a e to le r a n te a e n s a i o s d e

p l a n e j a m e n -to p a r c i a l

A f a v o r d e fo r te s

re d u ç õ e s d e ta r i f a s

V is ã o d a in f l a ç ã o

c o m o c a u s a b á s i c a

V is ã o d e q u e o p le n o e m p re g o é a

c a u s a b á s i c a . A f a v o r d e

p o l í t i c a s d e e s ta b i l iz a -

ç ã o

A r g u m e n t o n e o c l á s s i c o d a p r o d u t i v i d a d e

m a r g i n a l

C o n t r á r i a

S e t o r P ú b li c o

n ã o N a c i o n a -

l is ta

T r ib u t a ç ã o P o r e s t ím u lo s

T o le r a n te , q u a n d o c a p i t a l p r i v a d o

( n a c i o n a l e e s t r a n g e i r o )

n ã o m a n i fe s t a in te re s s e

F a v o r á v e l a p l a n e j a m e n -

to p a r c i a l F a v o r á v e l

P o s s ív e l s e m

in f l a ç ã o , m a s , e m

g e r a l , c a u s a d o p o r

e la

V is ã o d a p le n a

c a p a c i d a d e c o m o c a u s a

b á s i c a . A f a v o r d e

p o l í t i c a s d e e s ta b i l iz a -

ç ã o

R e d is t r i b u i ç ã o d e re n d a re d u z c re s c i m e n t o

O m is s a

S e t o r P r i v a d o

I n c e n t i v o s à re in v e rs ã o d o s

lu c r o s

F a v o r á v e l m a s c o m c o n t r o le s

M o d e r a d a -m e n te

f a v o rá v e l F a v o r á v e l E n f a t i c a m e n te

f a v o rá v e l E s t r u tu r a -

l i s t a

Ê n f a s e n a u t i l i d a d e d a

e x p a n s ã o c re d i t í c ia

D e fe s a d o lu c r o ( a r g u m e n to d o

re in v e s t i m e n to )

P o r re f o rm a l im i t a d a

S e t o r P ú b li c o

N a c i o n a -l is ta

T r ib u t a ç ã o

F a v o r á v e l d e s d e c o m c o n t r o le s e d e s d e q u e e m s e t o re s o u t r o s q u e n ã o o s d e s e r v i ç o s

p ú b l i c o s e m in e r a ç ã o

E n f a t i c a -m e n te

f a v o rá v e l

E n f a t i c a -m e n te

f a v o rá v e l a p l a n e j a m e n -to g e r a l e a

p l a n e j a m e n -to re g i o n a l

F a v o r á v e l E s t r u tu r a -l i s t a

E s t r u tu r a -l i s t a

C o n c e n t r a ç ã o d e re n d a o b s t r u i c re s c i m e n t o

F a v o r á v e l

S o c i a l i s t a T r ib u t a ç ã o

E n f a t i c a m e n -te c o n t r á r i a

( e x c e t o c a p i t a ld e e m p ré s t i -

m o )

E n f a t i c a -m e n te

f a v o rá v e l

E n f a t i c a -m e n te

f a v o rá v e l F a v o r á v e l

Ê n f a s e n a f a l t a d e

c o n t r o le s p e lo E s t a d o

( e s p e c i a l -m e n te s o b re re m e s s a s d e

lu c r o s )

I m p re c is ã o in te r p re t a -

t iv a . Ê n f a s e n a d e fe s a d o s a l á r i o re a l

P e la re d i s t r ib u i ç ã o d a

re n d a ( a r g u m e n to d o m e r c a d o in te r n o ) v i a

re f o rm a a g r á r i a e lu t a s i n d i c a l

E n f a t i c a -m e n te

f a v o rá v e l

F o n te : B ie ls c h o w s k y ( 2 0 0 0 )

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PEB à guisa de Bielschowski

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T A B E L A 2 – C o r r e n te s d o p e n s a m e n t o e c o n ô m i c o e c a r a c t e r i z a ç ã o b á s i c a . C o r r e n t e s d o p e n s a m e n t o e c o n ô m i c o C a r a c t e r i z a ç ã o b á s i c a

A s G r a n d e s C o r r e n t e s P r i n c i p a i s n ú c l e o s P r i n c i p a i s

e c o n o m i s t a s P r i n c i p a i s ó r g ã o s

d e d i v u l g a ç ã o O r i e n t a ç ã o

t e ó r i c a

P r o j e t o e c o n ô m i c o

b á s i c o

T e s e s b á s i c a s ( i d é i a s - f o r ç a )

I n t e r p r e t a ç ã o d o p r o c e s s o d e c r e s c i m e n t o

N e o l i b e r a l

- F u n d a ç ã o G e t ú l i o V a r g a s - C o n f e d e r a ç ã o N a c i o n a l d o C o m é r c i o - A s s o c i a ç ã o C o m e r c i a l d e S ã o P a u l o - C o n s e l h o N a c i o n a l d e E c o n o m i a ( C N E )

- E u g ê n i o G u d i n - O c t á v i o G . d e B u l h õ e s - D ê n i o N o g u e i r a - D a n i e l d e C a r v a l h o

- R e v i s t a B r a s i l e i r a d e E c o n o m i a ( R B E )- R e v i s t a d o C N E - D i g e s t o E c o n ô m i c o - C a r t a M e n s a l

T e o r i a s c l á s s i c a s e n e o c l á s s i c a s ( l i b e r a l i s m o )

C r e s c i m e n t o e q u i l i b r a d o v i a f o r ç a s d e m e r c a d o

N o B r a s i l n ã o h á d e s e m p r e g o , a p e n a s b a i x a p r o d u t i v i d a d e

C r e s c i m e n t o d e s e q u i l i b r a d o e i n e f i c i e n t e , p o r e r r o s d e p o l í t i c a e c o n ô m i c a

S e t o r P ú b l i c o n ã o N a c i o n a l i s t a

- C o m i s s ã o M i s t a B r a s i l - E s t a d o s U n i d o s - B a n c o N a c i o n a l d e D e s e n v o l v i m e n t o ( B N D E )

- R o b e r t o C a m p o s - A r y T o r r e s - L u c a s L o p e s - G l y c o n d e P a i v a

- R e v i s t a B r a s i l e i r a d e E c o n o m i a ( R B E )- D i g e s t o E c o n ô m i c o - C a r t a M e n s a l

E c l e t i s m o p ó s -k e y n e s i a n o

I n d u s t r i a l i z a ç ã o e m r i t m o c o m p a t í v e l c o m e q u i l í b r i o , c o m i n t e n s a p a r t i c i p a ç ã o d o c a p i t a l e s t r a n g e i r o e c o m p l a n e j a m e n t o p a r c i a l

T e s e d o s “ p o n t o s d e e s t r a n g u l a m e n t o/ p o n t o s d e c r e s c i m e n t o ”

E x i s t ê n c i a d e t e n d ê n c i a s a d e s e q u i l í b r i o s , n ã o c o r r i g i d a s ( c o n f i r m a d a s ) p o r e r r o s d e p o l í t i c a e c o n ô m i c a

S e t o r P r i v a d o

- C o n f e d e r a ç ã o N a c i o n a l d a I n d ú s t r i a ( C N I ) - F i e s p

- ( R . S i m o n s e n ) - J . P . d e A . M a g a l h ã e s - N u n o F . d e F i g u e i r e d o

- E s t u d o s E c o n ô m i c o s - D e s e n v o l v i m e n t o e C o n ju n t u r a

E c l e t i s m o p ó s -k e y n e s i a n o P r e b i s h

I n d u s t r i a l i z a ç ã o c o m p r o t e ç ã o e s t a t a l a o c a p i t a l n d u s t r i a l n a c i o n a l

C r é d i t o à p r o d u ç ã o c o m o i n s t r u m e n t o d e c r e s c i m e n t o

S u b s t i t u i ç ã o d e i m p o r t a ç õ e s

S e t o r P ú b l i c o N a c i o n a l i s t a

- B a n c o N a c i o n a l d e D e s e n v o l v i m e n t o E c o n ô m i c o ( B N D E ) - A s s e s s o r i a E c o n ô m i c a d e V a r g a s - C l u b e d o s E c o n o m i s t a s - C e p a l - I s e b

- ( R . S i m o n s e n ) - C e l s o F u r t a d o - R ô m u l o d e A l m e i d a - A m é r i c o B . O l i v e i r a - E v a l d o C . L i m a

- E s t u d o s E c o n ô m i c o s - R e v i s t a E c o n ô m i c a B r a s i l e i r a ( R E B )

E c l e t i s m o p ó s -k e y n e s i a n o P r e b i s h

I n d u s t r i a l i z a ç ã o p l a n i f i c a d a e f o r t e m e n t e a p o i a d a p o r e m p r e e n d i m e n to s e s t a t a i s

T e s e s c e p a l i n a s ( d e s e n v o l v i -m e n t o p a r a d e n t r o , e s t r u t u r a l i s m o e t c )

S u b s t i t u i ç ã o d e i m p o r t a ç õ e s , e x i s t ê n c i a d e d e s e q u i l í b r i o s e s t r u t u r a i s , c o n f i r m a d o s p o r a u s ê n c i a d e p l a n e j a m e n t o e c o r r i g í v e i s a p e n a s n o c u r t o p r a z o

S o c i a l i s t a

- P a r t i d o C o m u n i s t a B r a s i l e i r o ( P C B ) - I s e b

- C a i o P r a d o J ú n i o r- N e l s o n W . S o d r é- A . P a s s o s G u i m a r ã e s - A r i s t ó t e l e s M o u r a

- R e v i s t a B r a s i l i e n s e - E s t u d o s S o c i a i s

M a t e r i a l i s m o h i s t ó r i c o

V i a b i l i z a r o d e s e n v o l v i m e n to c a p i t a l i s t a p a r a p r e p a r a r a p a s s a g e m a o s o c i a l i s m o . I n d u s t r i a l i z a ç ã o p l a n i f i c a d a e m b a s e s e s t r i t a m e n t e n a c i o n a i s e r e f o r m a a g r á r i a

T e s e d a e t a p a a n t i f e u d a l e a n t i i m p e r i a l i s t a

D u a s c o n t r a d i ç õ e s o b s t r u e m o c r e s c i m e n t o e c o n ô m i c o : m o n o p ó l i o d a t e r r a e i m p e r i a l i s m o

F o n t e : B i e l s c h o w s k y ( 2 0 0 0 )

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“CASES” - algumas referências

1

• REZENDE, J. P. de; SHIKIDA, P. F. A. Tendências do pensamento econômico do empresariado: um estudo de caso a guisa da matriz de Bielschowsky. Redes, Santa Cruz do Sul, no prelo.• GAUER, L. R. P.; SHIKIDA, P. F. A. Tendências do pensamento econômico em Escolas Superiores com ênfase em Economia e Desenvolvimento Rural. Cadernos de Economia, Chapecó, ano 11, n.20, jan./jun, p.27-44, 2007. (2o lugar no XVII Prêmio PR)

• OLIVEIRA, E. G. de; SHIKIDA, P. F. A.; LOBO, D. da S. Tendências do pensamento econômico de cursos de Economia: uma abordagem exploratória para a cidade de Porto Alegre-RS. Análise Econômica, Porto Alegre, ano 24, n.45, p.47-64, mar., 2006. • SILVA, C. D.; SHIKIDA, P. F. A.; ROCHA JÚNIOR, W. F. da. O pensamento econômico em cursos de economia (públicos e privado) do Paraná. Revista de Ciências Empresariais da UNIPAR, Umuarama, v.4, n.2, p.179-209, jul./dez., 2003. • SILVA, C. D. da; SHIKIDA, P. F. A. O pensamento econômico em cursos Economia do Paraná. Revista de Economia e Administração, São Paulo (SP), v.2, n.1, p.01-32, jan./mar. 2003. (5o lugar no XIII Prêmio PR)

• SHIKIDA, P. F. A.; BACHA, C. J. C. Notas sobre o pensamento schumpeteriano e suas principais correntes de pensamento. Teoria e Evidência Econômica, Passo Fundo, v.5, n.10, p.107-126, maio 1998 • SHIKIDA, P. F. A. Notas sobre a contribuição de Keynes à Teoria Econômica. Teoria e Evidência Econômica, Passo Fundo, ano 3, n.6, p.105-116, nov. 1995.

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“CASES” – GAUER e SHIKIDA (2007) 39%

2

Q u a d r o 1 – C o n c e n t r a ç ã o r e l a t i v a d a s r e s p o s t a s d o s p r o f e s s o r e s d a E S A L Q / U S P , U F R R J , U F V e U N I C A M P q u a n t o à s p r i n c i p a i s q u e s t õ e s c o n c r e t a s d o d e s e n v o l v i m e n t o e c o n ô m i c o b r a s i l e i r o , e s u a p o s i ç ã o s e g u n d o a s g r a n d e s c o r r e n t e s

C o n c e n t r a ç ã o r e l a t i v a d a s r e s p o s t a s d o s p r o f e s s o r e s q u a n t o à s p r i n c i p a i s q u e s t õ e s c o n c r e t a s d o d e s e n v o l v i m e n t o e c o n ô m i c o b r a s i l e i r o

C u r s o s A s G r a n d e s C o r r e n t e s

Apo

io

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Cap

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Estra

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N e o l i b e r a l S e t o r P ú b l i c o

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N a c i o n a l i s t a ) E S A L Q / U S P S e t o r P r i v a d o S e t o r P ú b l i c o

( N a c i o n a l i s t a )

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N a c i o n a l i s t a ) U F V S e t o r P r i v a d o

S e t o r P ú b l i c o ( N a c i o n a l i s t a ) S o c i a l i s t a N e o l i b e r a l S e t o r P ú b l i c o

( n ã o

N a c i o n a l i s t a ) U N I C A M P S e t o r P r i v a d o

S e t o r P ú b l i c o ( N a c i o n a l i s t a ) S o c i a l i s t a

L e g e n d a :

C o n c e n t r a ç ã o r e l a t i v a d a s r e p o s t a s d o s p r o f e s s o r e s e m q u e h o u v e s i m i l a r i d a d e / c o i n c i d ê n c i a e n t r e a s c o r r e n t e s c i t a d a s .

C o n c e n t r a ç ã o r e l a t i v a d a s r e s p o s t a s d o s p r o f e s s o r e s e m q u e h o u v e p o s i c i o n a m e n t o d i s t i n t o e n t r e a s c o r r e n t e s c i t a d a s .

F o n t e : D a d o s d a P e s q u i s a

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“CASES” – GAUER e SHIKIDA (2007)

3

Quadro 2 - Concentração relativa das respostas dos professores (em termos agregados) quanto às principais questões concretas do desenvolvimento econômico brasileiro*

Concentração relativa das respostas dos professores (em termos agregados) quanto às principais questões concretas do desenvolvimento econômico

brasileiro

Correntes Ap

oio

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ro

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vest

imen

to

Cap

ital

Estra

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a Ag

rária

Neoliberal 3 1 1 1 Setor Público

não Nacionalista 1 2 3 Setor Privado 1 1 2 2 4 1 Setor Público Nacionalista 2 2 3 4 4 3 2 Socialista 1 3 2 1

Fonte: Dados da Pesquisa Nota: *Os números nas áreas hachuradas representam as quantidades de vezes que houve a ocorrência de maiores percentuais, segundo os setores pesquisados.

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“CASES” – GAUER e SHIKIDA (2007)

4

• Posição mais concentrada na “centro-esquerda”, consoantes, principalmente, aos argumentos do DSPN, confirmando estudos de Silva e Shikida (2003) e Oliveira et al. (2006).• Em 2 casos houve coincidência/similaridade em termos de concentração das respostas em determinada(s) corrente(s): “Déficit Externo” (favoráveis ao DSPN e do SP) e “Inflação” (favoráveis ao DSPN). • Em relação aos demais temas (“Apoio Financeiro Interno a Investimento”, “Capital Estrangeiro”, “Empresa Estatal”, “Planejamento”, “Protecionismo”, “Salário, Lucro e Distribuição de Renda” e “Reforma Agrária”), o posicionamento dos professores pesquisados mostrou-se disperso... O discurso econômico dos professores/cursos pesquisados não está implicando em um comprometimento ideológico aos alicerces de um PE unívoco. • Insight: não se apresenta uma posição definida em apenas uma corrente. Não existe “o puro sangue”!!!

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“CASES” – SILVA e SHIKIDA (2007) 47%

5

QUADRO 1 – Concentração relativa das respostas dos professores da UEL, UEM, UFPR, UNIOESTE (Cascavel e Toledo) e PUC quanto às principais questões concretas do desenvolvimento econômico brasileiro, e sua posição segundo as correntes*

Concentração relativa das respostas dos professores quanto às principais questões concretas do desenvolvimento econômico brasileiro

Cursos Correntes Apoio Financeiro Interno a

Investimento

Capital Estrangeiro

Empresa Estatal Planejamento Protecionismo Déficit

Externo Inflação

Salário, Lucro e

Distribuição de Renda

Reforma Agrária

Neoliberal Setor Público

não Nacionalista

Setor Privado Setor Público Nacionalista

UEL

Socialista Neoliberal

Setor Público não

Nacionalista

Setor Privado Setor Público Nacionalista

UEM

Socialista Neoliberal

Setor Público não

Nacionalista

Setor Privado Setor Público Nacionalista

UFPR

Socialista Neoliberal

Setor Público não

Nacionalista

Setor Privado Setor Público Nacionalista

UNIOESTE (Cascavel)

Socialista Neoliberal

Setor Público não

Nacionalista

Setor Privado Setor Público Nacionalista

UNIOESTE (Toledo)

Socialista Neoliberal

Setor Público não

Nacionalista

Setor Privado Setor Público Nacionalista

PUC-PR

Socialista

Legenda:

Concentração relativa das respostas dos professores em que houve similaridade/coincidência entre as correntes citadas, para a UEL, UEM, UFPR, UNIOESTE (Cascavel e Toledo) e PUC

Concentração relativa das respostas dos professores em que houve posicionamento distinto entre as correntes citadas, para a UEL, UEM, UFPR, UNIOESTE (Cascavel e Toledo) e PUC

Fonte: Dados da Pesquisa Nota: * As áreas hachuradas representam as ocorrências de maiores percentuais para cada curso.

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“CASES” – SILVA e SHIKIDA (2007)

6

QUADRO 2 – Concentração relativa das respostas dos professores dos cursos pesquisados (em termos agregados) quanto às principais questões concretas do desenvolvimento econômico brasileiro, e sua posição segundo as correntes*

Concentração relativa das respostas dos professores dos cursos pesquisados (em termos agregados) quanto às principais questões concretas do desenvolvimento econômico brasileiro

Correntes Apoio Financeiro Interno a

Investimento

Capital Estrangeiro

Empresa Estatal Planejamento Protecionismo Déficit

Externo Inflação

Salário, Lucro e

Distribuição de Renda

Reforma Agrária

Neoliberal 4 1 Setor Público não Nacionalista 1 6

Setor Privado 3 5 6 1 6 1 Setor Público Nacionalista 3 5 6 6 6 6 4

Socialista 6 2 1

Fonte: Dados da Pesquisa Nota: * Os números nas áreas hachuradas representam as quantidades de vezes que houve a ocorrência de maiores percentuais, segundo os cursos pesquisados (construído a partir do Quadro 1).

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“CASES” – SILVA e SHIKIDA (2007)

7

• Em 4 casos houve similaridade/coincidência em termos de concentração dos respondentes em determinada(s) Corrente(s): “Empresa Estatal” (os 6 cursos foram favoráveis aos argumentos do DSP), “Protecionismo” (favoráveis ao Desenvolvimentismo ou do SPN ou não Nacionalista, ou da CS), “Déficit Externo” (favoráveis ao Desenvolvimentismo ou do SP ou do SPN) e “Inflação” (favoráveis ao DSPN).• Em relação aos demais temas - “Capital Estrangeiro”, “Planejamento”, “Salário, Lucro e Distribuição de Renda” e “Reforma Agrária” - a maioria dos professores pesquisados mostrou-se em consonância com o DSPN ou do SP; no tocante ao “Apoio Financeiro Interno a Investimento”, houve mais aderência com a CN. • O discurso econômico dos professores/cursos pesquisados não está implicando em um comprometimento ideológico aos alicerces de um pensamento econômico unívoco.

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“CASES” – REZENDE e SHIKIDA - prelo

8

QUADRO 1- Concentração relativa das respostas dos empresários dos setores de comércio, prestação de serviços e indústria, quanto às principais questões concretas do desenvolvimento econômico brasileiro, e sua posição segundo as grandes correntes*.

Concentração relativa das respostas dos empresários quanto às principais questões concretas do desenvolvimento econômico brasileiro

Atividade As Grandes Correntes Apoio

Financeiro Interno a

Investimento

Capital Estrangei-

ro

Empre-sa

Estatal

Planeja-mento

Protecio-nismo

Déficit Exter-

no

Infla-ção

Salário, Lucroe Distribuição

de Renda

Refor-ma

Agrária

Neoliberal Setor Público

(não Nacionalista)

Setor Privado Setor Público (Nacionalista)

COMÉRCIO

Socialista Neoliberal

Setor Público (não

Nacionalista)

Setor Privado Setor Público (Nacionalista)

PRESTAÇÃO DE

SERVIÇOS

Socialista Neoliberal

Setor Público (não

Nacionalista)

Setor Privado Setor Público (Nacionalista)

INDÚSTRIA

Socialista

Legenda:

Concentração relativa das repostas dos empresários em que houve similaridade/coincidência entre as correntes citadas, para comércio, prestação de serviços e indústria.

Concentração relativa das respostas dos empresários em que houve posicionamento distinto entre as correntes citadas, para comércio, prestação de serviços e indústria.

Fonte: Dados da pesquisa Nota: * As áreas hachuradas representam as ocorrências de maiores percentuais, para cada setor pesquisado.

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“CASES” – REZENDE e SHIKIDA - prelo

9

QUADRO 2 - Concentração relativa das respostas dos empresários (em termos agregados) quanto às principais questões concretas do desenvolvimento econômico brasileiro*.

Concentração relativa das respostas dos empresários (em termos agregados) quanto às principais questões concretas do desenvolvimento econômico brasileiro

Correntes Apoio Financeiro Interno a

Investime-nto

Capital Estran-geiro

Empresa Estatal

Planeja-mento

Protecio-nismo

Déficit Externo Inflação

Salário, Lucro e

Distribui-ção de Renda

Reforma Agrária

Neoliberal 2 1 3 1 Setor Público não

Nacionalista 1 1

Setor Privado 1 1 3 3 Setor Público Nacionalista 1 3 3 3

Socialista 1 3 Fonte: Dados da Pesquisa Nota: * Os números nas áreas hachuradas representam as quantidades de vezes que houve a ocorrência de maiores percentuais, segundo os setores pesquisados.

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“CASES” – REZENDE e SHIKIDA - prelo

10

• Foram pesquisados 106 empresários dentre os 1054 associados da ACIT - representatividade dos setores C, PS e I = 10%.• Empresários do Comércio: mostraram-se com uma posição mais concentrada na “centro-esquerda”, consoantes ao DSPN. • Prestação de Serviços: os resultados indicam alinhamento ao DSP, com posição concentrada destes empresários no “centro”. • Indústria: as idéias da CN têm melhor aceitação por estes empresários que apresentam posicionamento destacado na “direita”.• A matriz do pensamento econômico para o empresariado toledano, com forte caracterização de cunho nacionalista, converge para um modelo de desenvolvimento via reformas pró-mercado e com estabilidade econômica.• Os empresários analisados não apresentam posição em apenas uma corrente. Não existe um “puro sangue”.

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“Independentes” – IGNÁCIO RANGEL

1

TABELA 1 - Posição relativa às principais questões concretas do desenvolvimento econômico brasileiro, segundo Ignácio Rangel

Posição relativa às principais questões concretas do desenvolvimento econômico brasileiro Apoio

Financeiro Interno a

Investimento

Capital Estrangeiro

Empresa Estatal

Planeja-mento

Protecionismo

Déficit Externo Inflação

Salário, Lucro e

Distribuição de Renda

Reforma Agrária

Estruturação do sistema

financeiro

Com controles mas não

desfavorável, exceto em

mineração e serviços

públicos e exceto capital de empréstimo

Enfática-mente

favorável

Enfaticamente favorável

(modalidade própria de

planejamento parcial, via comércio externo)

Favorável

Desequilíbrio gerado por falta

de controles pelo Estado. A

favor do monopólio estatal do comércio exterior

Estrutura oligopolista/oligo-

psonista da comercialização

de alimentos como foco gerador da

inflação. Hipótese da existência de amplos recursos

ociosos

Elevação de salário mínimo como forma de

estimular a ocupação da capacidade

ociosa

Conforme Tese da Dualidade

Orientação teórica Projeto econômico básico Teses básicas (idéias-força)

Interpretação do processo de crescimento

Smith, Keynes, Materialismo histórico

Industrialização planificada e fortemente apoiada por empreendimentos estatais

Tese da Dualidade

Substituição de importações(anos 50) e crise de realização

Fonte: Bielschowsky (2000)

A tese da dualidade brasileira demonstra o caráter dialético e original da compreensão do materialismo histórico, à medida que afirma que a seqüência da história universal – comunismo primitivo, escravismo, feudalismo, capitalismo e socialismo – se reproduziria de forma distinta nos países de economia complementar ou periférica. Assim, a história do Brasil não retrata fielmente a história universal, especialmente a européia, porque nossa evolução não é autônoma, não é produto exclusivo de suas forças internas (RANGEL, 1981). RANGEL, Ignácio. “História da dualidade brasileira”. Revista de Economia Política, São Paulo, v. 1, n. 4, p. 05-34, 1981.

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“Independentes” – MARIA DA CONCEIÇÃO DE ALMEIDA TAVARES

2

Em 1963, publicou seu primeiro ensaio, “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil”, sistematizando trabalhos desenvolvidos sobre a industrialização substitutiva de importações enquanto modelo histórico de desenvolvimento.

Entendeu o processo de substituição de importações do desenvolvimento brasileiro como insuficiência de demanda, na medida em que se importou uma tecnologia avançada incompatível com economias atrasadas que manifesta uma maior dotação de capital por homem empregado, implementa uma menor absorção de mãode-obra, permite uma produção em alta escala e uma concentração na renda.

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“Independentes” – MARIA DA CONCEIÇÃO DE ALMEIDA TAVARES

3

Considera pertinente viabilizar uma demanda autônoma para dar prosseguimento à acumulação brasileira. Em “Notas sobre o Problema de Financiamento numa Economia em Desenvolvimento — O Caso Brasil” (1967), MC analisa as condições e as modalidades do financiamento interno na etapa substitutiva, explicando a “necessidade de transferir excedentes dos setores atrasados ou pouco dinâmicos para os de maior potencial de expansão”.

Da Substituição de Importações ao Capitalismo Financeiro (1972) atingiu a 11ª edição em 1982.

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“Independentes” – MARIA DA CONCEIÇÃO DE ALMEIDA TAVARES

4

Analisou ainda, nesse ensaio, a questão da distribuição da renda. E, em Natureza e Contradições do Desenvolvimento Financeiro Recente, analisa a implementação do capitalismo financeiro e suas contradições, explicitando suas diversas etapas evolutivas.

Em suma, MC exerceu influência sobre o PEB. Tratou de assuntos variados, mas há uma preocupação que perpassa toda a sua obra: o desenvolvimento de países "periféricos" (com especial ênfase no Brasil) e a sorte de grandes contingentes da sua população, excluídos economicamente. Seu ponto de partida foi o pensamento cepalino, com ênfase nas relações econômicas e de poder entre nações centrais e periféricas.

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“Independentes” – ANTONIO DELFIM NETO

5

Delfim Neto escreveu O Problema do Café no Brasil, tese de doutorado (em que analisa as políticas dos governos brasileiros de valorização do café e aponta as distorções que essas medidas acarretaram para outros setores da economia).

Em 1966, foi Secretário da Fazenda de SP e em 1967 assumiu o Ministério da Fazenda, mantendo-se no cargo até 1974. Foi considerado o principal artífice do “milagre brasileiro”.

Embora teoricamente ligado à escola monetarista neoclássica, ao liberalismo econômico e ao antiestatismo, Delfim Neto utilizou-se amplamente dos instrumentos de intervenção estatal na economia.

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“Independentes” – ANTONIO DELFIM NETO

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Com o início do governo Geisel, em 1974, foi nomeado embaixador brasileiro na França. Em 1979 assumiu o Ministério do Planejamento, no governo Figueiredo.

Para enfrentar a falência do “milagre”, a recessão do final da década de 70, valeu-se fundamentalmente de recursos técnicos monetaristas, enfatizando o controle dos salários como meio de combater a inflação. Com a elevação da dívida externa e diante da impossibilidade de o país saldar seus compromissos financeiros no exterior, conduziu as negociações com os credores estrangeiros e com o FMI. Esse fato e o agravamento da crise tornaram-no o principal alvo das críticas dirigidas ao governo Figueiredo.

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“Escolas e linhas”

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PUC-RJ: Econometria, Economia Internacional, Economia do Setor Público, Economia do Trabalho, Finanças, História Econômica e Macroeconomia (Marcelo de Paiva Abreu, Rogério L. F. Werneck...)

UNICAMP: Teoria Econômica, HPE, Distribuição de Renda, Economia Industrial e da Tecnologia, Economia Agrícola, Economia internacional, Política Econômica (João Manuel Cardoso de Mello, Luciano Coutinho, Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, José F. Graziano da Silva (eméritos), Angela Kageyama...)

USP: Teoria Econômica, Economia das Instituições e do Desenvolvimento (Elizabeth M. M. Q. Farina, Hélio N. da Cruz, Gilberto Tadeu Lima...)

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“Escolas e linhas”

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ESCOLAS “RURAIS”: Economia Aplicada (UFV e ESALQ/USP).(Erly C. Teixeira e João E. de Lima; Geraldo S. de C. Barros e P. F.Cidade Araújo, Rodolfo Hoffmann (apos.)...)

FGV-SP: Macroeconomia e Política Macroeconômica; Estado, Governo e Desenvolvimento (Luiz C. Bresser Pereira, YoshiakiNakano...)

UNB: Macroeconomia e Política Econômica; Economia do Setor Público (Joanílio R. Teixeira...)

UFMG/CEDEPLAR: Planejamento regional e urbano/demografia(Mauro B. Lemos, José A. M. de Carvalho...)

UFRJ: Economia da Indústria e da Tecnologia (Mario Luiz Possas, Paulo Bastos Tigre)

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Existem escolas de pensamento? OESP (18.05.03)Discussão nunca faltou entre economistas, principalmente quando se trata das grandes questões econômicas da atualidade, e sempre se pensou que a

tribo dos economistas está dividida em inúmeras escolas de pensamento antagônicas e irreconciliáveis como torcidas organizadas. O que estamos observando no novo governo Petista, todavia, contradiz esta percepção e parece apoiar a hipótese de que houve uma espécie de

convergência de pensamento, e que, abstraídos os temperamentos, patotas, ressentimentos e rivalidades, e afastados os radicais, os economistas parecem mesmo todos iguais.

Ou será que o leitor está sentindo uma diferença muito grande entre os ministros Malan e Palocci, que nem economista é?O fato é que se o leitor se debruçar sobre a identificação e classificação das criaturas que habitam a floresta acadêmica, facilmente se deixará levar pela

impressão de que o Brasil, está dividido entre “liberais”, “desenvolvimentistas”, “estruturalistas”, “monetaristas”, “marxistas”, “keynesianos”, “alunos da professora Conceição”, “discípulos do Simonsen” e mais umas espécies mais raras: sabe-se da existência de ao menos um “sraffiano”, de alguns “regulacionistas franceses”, uns “institucionalistas” e de alguns outros tipos mais exóticos, a maioria em extinção, cada qual com as variantes definidas pelos prefixos “neo”, “pós”, “social”, “proto” ou “cripto”, e em embalagens “moderadas”, “radicais”, “diet”, “orto” ou “heterodoxo”.

A diversidade é enorme, ao menos na aparência, havendo muitas controvérsias, boa parte em torno de estilo, linguagem e pontuação. E principalmente em torno da disputa sobre financiamento para pesquisa. Na verdade, com o tempo, o fenômeno “escolas de pensamento”, ou “paradigmas”, no mundo acadêmico, tem se tornado cada vez menos nítido, a despeito de um acirramento de ânimos no “mundo lá fora”.

A convergência na academia foi tendo lugar talvez principalmente em razão da progressiva penetração da matemática na disciplina. E também em razão da uniformização curricular, da adoção generalizada dos cânones meritocráticos na progressão profissional, sendo os méritos aferidos por publicações em revistas acadêmicas com conselhos editoriais, avaliadores anônimos, e mecanismos como “índices de citações”, sendo que as próprias universidades e publicações passaram a ser classificadas e ordenadas por seus pares conforme a qualidade de sua produção.

O leitor que não se engane, esse movimento pela qualidade acadêmica, que se tornou dominante, enfrentou enormes resistências no Brasil, onde se dizia que tudo isso era uma “artimanha neoliberal” com vistas a solapar a “postura crítica” que todo acadêmico deveria ter.

A economia está ficando mais parecida com a física do que com a filosofia. Cada vez mais se torna uma obra coletiva, uma grande síntese, onde as influências anteriores estão todas, ou quase todas, incorporadas nos modelos mais recentes. As descobertas são cada vez menos revolucionárias e mais incrementais, adicionando pequenos progressos ao pensamento existente.

Vale notar, adicionalmente, que os avanços instrumentais, na modelagem matemática, estatística e computacional foram extraordinários, à luz dos quais muitos autores do passado, por exemplo, pioneiros do estudo do desenvolvimento, cujas idéias instigantes não tinham uma expressão muito objetiva, puderamganhar nova vida.

A respeito da economia do desenvolvimento, uma especialidade que por muitos anos ficou meio isolada em escolas alternativas, Paul Krugman observou recentemente que muitos dos temas tratados pelos pioneiros do desenvolvimento não tinham tratamento matemático, por deficiência de ferramental, e terminavam fora das correntes majoritárias de pensamento econômico. Os “heterodoxos” de várias linhagens se queixavam do “irrealismo” dos modelos matemáticos de desenvolvimento e crescimento, tendo em vista a incapacidade desses modelos de tratar temas como competição imperfeita, externalidades, retornos crescentes de escala, dentre outros.

Hoje em dia pode-se dizer que essas deficiências instrumentais foram sanadas e que tudo que se acreditava que faltava nos modelos matemáticos de crescimento dos anos 1960 já foi incorporado em modelos de safras mais recentes. A “postura crítica” baseada no irrealismo das hipóteses dos modelos econômicos perdeu sua razão de ser, embora muitos “professores” de desenvolvimento econômico, que não têm o treinamento em matemática para ler esses novos modelos, ainda persistam em sua “postura crítica” às correntes majoritárias do pensamento econômico (dos anos 1960).

Trocando em miúdos, eu tenho dificuldades para entender propriamente o que vem a ser um “desenvolvimentista” no Brasil de nossos dias, tanto quanto em identificar um “neoliberal”, pois seguramente a diferença entre um e o outro não é a cotação do dólar que cada parte acredita ser a correta.

Na verdade, com relação ao debate em torno do novo modelo de desenvolvimento no Brasil, o governo Lula nos faz mais céticos com relação a existência de escolas de pensamento rivais.

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De: Gustavo Franco [[email protected]] Enviado em: Terça-feira, 3 de Junho de 2003 13:40 Para: [email protected] Assunto: RE: Existem escolas de pensamento? Prezado Professor, Obrigado pelo envio do trabalho, e parabens pela qualidade. Ao fim das contas, abstraidos os interesses diretos, sobra pouca coisa a diferenciar os economistas puros. Já os impuros .... Abs, GF -----Original Message----- From: Pery Francisco Assis Shikida [mailto:[email protected]] Sent: segunda-feira, 26 de maio de 2003 20:57 To: '[email protected]' Subject: Existem escolas de pensamento? Caro Professor Gustavo Franco; Li o seu artigo no Estadão e achei oportuno enviar-lhe um paper que irá sair no próximo número da Revista do IBMEC (SP), "O PENSAMENTO ECONÔMICO EM CURSOS DE ECONOMIA DO PARANÁ". Os resultados deste trabalho mostraram um novo contorno para a complexa questão do exercício da ideologia vis-à-vis os grandes temas da economia brasileira, qual seja: o discurso econômico dos professores/cursos pesquisados não está implicando em um comprometimento ideológico aos alicerces de um pensamento econômico unívoco. Pode-se inferir que os professores de Economia (pesquisados) não têm posição definida, para todos os grandes temas da economia brasileira, somente numa corrente específica. Atenciosamente, Prof. Pery Francisco Assis Shikida <<TENDÊNCIAS DO PENSAMENTO ECONÔMICO DE ALGUNS CURSOS DE ECONOMIA DO PARANÁ.doc>> --- Outgoing mail is certified Virus Free. Checked by AVG anti-virus system ( http://www.grisoft.com <http://www.grisoft.com> ). Version: 6.0.476 / Virus Database: 273 - Release Date: 24/04/2003