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VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X
3748
ESPORTES PARALÍMPICOS: Uma proposta de intervenção
Rosangela Marques BUSTO 1
Abdallah Achour JUNIOR2
Jacques Duilio BRANCHER3
Antonio Carlos GOMES4
Roger Burgo de SOUZA5
Rosana Sohayla MOREIRA6
INTRODUÇÃO
Os esportes paralímpicos se tornaram realidade nacional decorrente da evolução de nossos
atletas. A prática esportiva para pessoas com deficiência, pode significar a oportunidade de
medir e desenvolver suas possibilidades, prevenir contra deficiências secundárias e promover
a integração social do indivíduo.
Deficiência se estabelece como “toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função
psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade,
dentro do padrão considerado normal para o ser humano” (Brasil, 1999).
O esporte para pessoas com deficiência teve seu marco após a 2ª Guerra Mundial, e iniciou no
Brasil em 1958. Os esportes paralímpicos têm chamado atenção da mídia pelos resultados
expressivos alcançados, nos últimos anos. Inúmeras medalhas têm sido conquistadas nas
paralímpiadas, como merece ser destacado: a saber: no ano 2000 Sidney – Classificação 24º
Lugar - Ouro: 6 - Prata: 10 - Bronze: 6- Total: 22; Ano/Local: 2004 Atenas – Classificação: 14º
Lugar - Ouro: 14 - Prata: 12 - Bronze: 7 - Total: 33; Ano/Local: 2008 Pequim – Classificação: 9º
Lugar - Ouro: 16 - Prata: 14 - Bronze: 17 - Total: 47 ; Ano/Local: 2012 Londres – Classificação:
7º Lugar - Ouro: 21 - Prata: 14 - Bronze: 8 - Total: 43
Este crescimento tem proporcionado o interesse das pessoas com deficiência a iniciarem sua
prática esportiva, mas ainda há muita carência em projetos para a perspectiva da participação
em esporte de alto nível.
OBJETIVO
Apresentar modelos de intervenções em iniciantes de Esporte Paralímpico.
MATERIAIS E MÉTODOS
Ao iniciar a apresentação da modalidade é relevante considerarmos que as crianças com
deficiência, apresentam diferentes capacidades, necessitam que seja apresentada o maior
número possível de vivências e experiências possíveis. Também é importante que se utilize do
1 Docente do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Doutora em Educação. [email protected] 2 Docente do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Doutor em Educação Fí[email protected] 3 Docente do Centro de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Doutor em Computação. 4 Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT). Doutor em Educação Física. 5 Docente do Centro de Ciências da Saúde (UEL). Mestre em Fisioterapia 6 Docente do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina. (UEL) Mestre em Educação Física
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maior número possível de recursos de materiais, proporcionando assim a ampliação de
repertório de habilidades esportivas e motoras.
Portanto, para facilitar a interpretação da intervenção prática proposta, extraímos as imagens e
livros de regras do Comitê Paraolímpico Brasileiro. Acesso em 02 jul. 2013 com objetivo de
intervir e verificar as experiências propiciadas com essas formas de jogos.
Para aplicar as atividades é importante como método a seguinte sequência: do conhecido para
o desconhecido; do simples para o complexo; do leve para o pesado; do lento para o mais
rápido; do concreto para o abstrato da liberdade de expressão corporal para os movimentos
sistematizados.
Serão apresentadas quatro modalidades:
Bocha adaptada;
Voleibol Sentado,
Futebol de 5
Basquete em cadeira de rodas
A apresentação da proposta se permite uma aplicabilidade nas escolas pelos professores de
Educação Física:
Conteúdo
Objetivo
Materiais
Atividades Abordadas
Desenvolvimento
Avaliação
MODELO DE INTERVENÇÃO PROPOSTO
Conteúdo: Bocha Paralímpica
Objetivo Conhecer a modalidade bocha paraolímpica e as principais regras
Vivenciar variações da bocha paraolímpica na escola
Vivenciar o jogo bocha paraolímpica
Materiais Bolas de tênis, bolas de meia, bolas de bexiga plástica, fita crepe e trena.
Atividades Abordadas
Histórico da bocha paraolímpica – Existe relatos que a bocha já era praticada desde o
século XVI na Europa. Mas só foi ser praticado por deficientes na década de 70. A bocha
estreou no programa paraolímpico oficial em 1984 na cidade de Nova Iorque, com disputas
individuais no feminino e masculino.
Em Atlanta (1996), foi incluído o jogo de duplas. A primeira medalha paraolímpica
brasileira foi conquistada no Lawn Bowls, um tipo de bocha na grama. Róbson Sampaio de
Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” conquistaram uma prata em 1972, nos Jogos de
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Heidelberg, Alemanha.
Participantes do esporte Bocha Paraolímpica: Paralisados cerebrais e pessoas com
outros tipos de deficiência competem na bocha paraolímpica, desde que utilizem cadeira de
rodas.
Objetivos do jogo: objetivo principal do jogo é lançar bolas coloridas o mais perto
possível de uma bola branca chamada de “jack” (no Brasil, seu nome é “bolim”). Para fazê-
lo é permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio para quem tem
comprometimento nos membros superiores e inferiores.
Como acontece a competição: Há três maneiras de se praticar o esporte. Na individual,
dois atletas se enfrentam. Os confrontos também podem ser entre duas duplas ou trios.
Desenvolvimento do jogo
Antes de começar o jogo, o árbitro escolhe com a moeda (cara ou coroa) o direito de
escolher se quer competir com as bolas de couro vermelhas ou azuis. O lado que escolhe as
vermelhas inicia a disputa, jogando primeiro o “jack” (bola branca) e uma bola vermelha.
Depois é a vez da bola azul entrar em ação. A partir de então, os adversários se revezam a
cada lance para ver quem consegue posicionar as bolas o mais perto possível do “jack”.
As partidas são divididas em “ends”, que só terminam após todas as bolas serem lançadas.
Um limite de tempo é estabelecido por “end”, de acordo com o tipo de disputa. A contagem
começa quando o árbitro indica quem fará o lance até quando a bola pára.
Nas competições individuais, são quatro “ends” e os atletas jogam seis esferas em cada um
deles. Nas duplas, os confrontos têm quatro partes e cada atleta tem direito a três bolas por
período. Quando a disputa é por trios, seis “ends” compõem as partidas. Neste caso, todos
os jogadores têm direito a duas esferas por parte do jogo.
Quadra
A zona de lançamento é dividida em seis boxes iguais de 2,5 metros de comprimento e um
metro de largura, que são numerados de 1 a 6. Na área de jogo, há uma área delimitada por
uma linha “V”, cujas laterais distam três metros da zona de lançamento e do ponto central
1,5 metro. O lançamento da bola mestra (branca) de dentro do boxe de lançamento só será
considerado válido quando ultrapassar essa marca (“V”). O ponto central da área de jogo é
marcado por um “X”, onde a bola mestra é colocada no início de cada parcial extra ou
quando for colocada para fora do campo.
Materiais e equipamentos
São utilizadas 13 bolas: seis azuis, seis vermelhas e uma branca, confeccionadas com fibra
sintética expandida e superfície externa de couro. Seu tamanho é menor que o do bocha
convencional e o peso é de 280 gramas. O árbitro utiliza para sinalizar ao jogador, no início
de um lançamento ou jogada, um indicador de cor vermelho/azul, similar a uma raquete de
tênis de mesa. Para medir a distância das bolas coloridas da bola-alvo é utilizada uma trena
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ou compasso.
Jogo de Bolas Arbitro/Sinalizador Trena
Calha ou rampa Ponteiro fixado na cabeça
Algumas atividades para iniciação à bocha paralímpica
Acertar o cesto, variando sua distância e altura.
- Treinar a precisão e coordenação visual e motora com objetivo de acertar as formas
geométricas. Variar as formas de lançar (rasteiro, por cima, lateralmente).
Distribuir alvos para serem derrubados tal como se fosse boliche. Variar a distância e o
número de objetos, assim como a forma de lançar.
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Dividir o grupo em duas equipes e colocar obstáculos no centro para servirem de alvo para
os lançamentos. Variar a distância dos jogadores aos obstáculos à medida que o índice de
acertos for aumentando. Treinar formas diferentes de arremessos (baixo / alto / cruzado),
para definir qual a melhor e mais segura forma de jogar.
Jogo dos Números - Proposto para atividades que possam contribuir para o
desenvolvimento cognitivo de forma multidisciplinar.
Objetivo: desenvolver cálculo matemático (adição), raciocínio lógico e estratégia de jogo.
Material: giz para marcação da cancha, bolas de borracha, calha de tubo de PVC.
Desenvolvimento: cada aluno terá direito a jogar seis bolas, sendo uma de cada vez. Ganha
o aluno que conseguir somar mais pontos.
5 1 3
9 6 4
7 2 8
Coloca e tira
Objetivo: desenvolver a força e precisão.
Material: giz colorido para marcação de um círculo central.
Desenvolvimento: dois alunos de frente um para o outro, com o círculo entre eles; um
jogará uma bola dentro do círculo e o outro tentará tirá-la e, assim, consecutivamente.
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Avaliação
Discutir quais as impressões da turma sobre o que foi proposto, as atividades apresentadas e
novas possibilidades de atividades.
Conteúdo:
Futebol de Cinco
Objetivo Conhecer a modalidade Futebol de 5 e as principais regras
Vivenciar os fundamentos: domínio de bola, passe e chute no futebol de
cinco.
Vivenciar o jogo de futebol de cinco e suas regras
Materiais Bolas de futebol especial para cego, vendas de olhos
Atividades Abordadas
Histórico do futebol de cinco - Existem relatos que no Brasil, na década de 50, cegos
jogavam futebol com latas. Em 1978, nas Olimpíadas das APAEs, em Natal, aconteceu o
primeiro campeonato de futebol com jogadores deficientes visuais. A primeira Copa Brasil
foi em 1984, na capital paulista. Das quatro edições da Copa América, os brasileiros
trouxeram três ouros: em 1997, na capital paraguaia Assunção; em 2001, na cidade paulista
de Paulínia; e em 2003, na capital colombiana de Bogotá – título que garantiu a presença
da seleção em Atenas. Em Buenos Aires, em 1999, na Copa América, os brasileiros
ganharam dos argentinos.
Quem participa do Futebol de 5: O futebol de cinco é exclusivo para cegos ou deficientes
visuais.
Como acontece a competição: O goleiro tem visão total e não pode ter participado de
competições oficiais da FIFA nos últimos cinco anos. Cada time é formado por cinco
jogadores – um goleiro e quatro na linha. A bola tem guizos internos para que os atletas
consigam localizá-la. Os jogadores usam uma venda nos olhos e se tocá-la é falta. Com
cinco infrações o atleta é expulso de campo e pode ser substituído por outro jogador. Há
ainda um guia, o “chamador”, que fica atrás do gol, para orientar os jogadores, dizendo
onde devem se posicionar em campo e para onde devem chutar. O jogo tem dois tempos de
25 minutos cada e um intervalo de 10 minutos. No Brasil, a modalidade é administrada
pela Confederação Brasileira de Desportos para Cegos (CBDC).
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Quadra
Os jogos normalmente são em uma quadra de futsal adaptada, mas a partir dos Jogos
Paraolímpicos de Atenas também são praticados em campos de grama sintética. Junto às
linhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia do campo. Diferente dos
estádios em que há barulho da torcida, os jogos de de futebol de cinco são silenciosos, em
locais sem eco. A torcida só pode se manifestar na hora do gol.
Algumas atividades para iniciação ao Futebol de Cinco É de extrema importância, para a boa iniciação do futebol de cinco, tomar algumas
precauções. O desenvolvimento do esporte deve ser iniciado com atividades de orientação
e mobilidade e percepção auditiva, noções de lateralidade, noções de espaço temporal,
trabalhando em diferentes ritmos e formas. O reconhecimento das dimensões do local, onde
a atividade será desenvolvida, também se faz importante.
O não-desenvolvimento desse complexo senso perceptivo motor acarretará ao aluno maior
possibilidade de acidentes, o que poderá causar desmotivação na pessoa para a prática do
exercício. Então, inicia-se o treinamento específico enfatizando os fundamentos do futebol
de cinco.
Caminhar com a ajuda de um companheiro pela quadra com os olhos vendados.
Caminhar sozinho pela quadra com os olhos vendados.
Correr – Individualmente, irão se deslocar com os olhos vendados pela quadra
Driblar a bola pela quadra individualmente
Driblar a bola pela quadra em duplas.
Driblar a bola entre cones
Passe - Duas filas, uma de frente para outra, os alunos irão trocar passes com os olhos
vendados. O primeiro de cada fila irá receber a bola, passar a bola para o primeiro da
outra fila e ir para o final de sua fila.
Chutar a gol - sobre a linha da área do gol, todos irão chutar a bola para um goleiro
vidente com o auxilio de uma pessoa que estará atrás do gol e ajudará na localização do
gol pelo aluno vendado.
Avaliação
Discutir quais as impressões da turma sobre o que foi proposto, as atividades apresentadas e
novas possibilidades de atividades.
Conteúdo:
Voleibol Sentado
Objetivo
Conhecer a modalidade Voleibol Sentado e as principais regras
Vivenciar os fundamentos: recepção, toque, saque, cortada e bloqueio no
voleibol sentado.
Vivenciar o jogo de voleibol sentado e suas regras
Materiais Bolas de voleibol, rede de voleibol.
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Atividades Abordadas
Histórico do voleibol sentado - Em 1956, na Holanda, houve a fusão do voleibol
convencional e o Sitzbal, esporte alemão que não tem a rede, praticado por pessoas com
mobilidade limitada e jogam sentadas, resultando no Voleibol sentado. Na Paraolimpíada
de Toronto (1976), o voleibol sentado teve jogos de exibição. Quatro anos depois, o esporte
coletivo foi incluído no programa de competições dos Jogos Paraolímpicos de Arnhem, na
Holanda, com a participação de sete seleções. O Brasil só começo a participar do voleibol
sentado nessa ultima paraolimpíada de Pequim.
Quem participa do voleibol sentado Paraolímpico: No Voleibol sentado competem
atletas amputados, principalmente de membros inferiores (muitos são vítimas de acidentes
de trânsito) e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora (sequelas de poliomielite,
por exemplo).
Quadra
O Futebol de 5 é disputado em uma quadra com as mesmas medidas que a de futsal, e o
piso pode ser emborrachado, de cimento ou de madeira – porém, a grama sintética tem sido
a preferência desde a primeira disputa do esporte nos Jogos Paralímpicos.
Desenvolvimento do jogo e principais regras
Os atletas jogam sentados na quadra. No voleibol paraolímpico o saque pode ser
bloqueado. A quadra se divide em zonas de ataque e defesa. É permitido o contato das
pernas de jogadores de um time com os do outro, porém as mesmas não podem atrapalhar o
jogo do adversário. O contato com o chão deve ser mantido em toda e qualquer ação, sendo
permitido perdê-lo somente nos deslocamentos. Cada jogo é decidido em uma melhor de
cinco sets, vencendo o time que marcar 25 pontos no set. Em caso de empate, ganha o
primeiro que abrir dois pontos de vantagem. Há ainda o tie break de 15 pontos.
Algumas atividades para iniciação ao Futebol de Cinco Recepção e saque– Divididos em duplas, um sacará e outro recepcionará a bola. O
primeiro ficará na linha de fundo de um lado da quadra e o outro, no meio do outro lado da
quadra. Quem está sobre a linha de fundo sacará e o outro deverá recepcionar esse saque. A
cada 5 minutos troca da posição, quem estava recepcionando, saca e quem sacava deverá
recepcionar.
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Toque, cortada e bloqueio- posicione um aluno de frente para rede, que deverá bloquear
um na entrada da rede, que deverá cortar, ele ficará do outro lado da quadra em relação o
aluno bloqueador e o restante em fila no meio da quadra. O primeiro da fila deverá realizar
o toque para o cortador, que irá cortar, enquanto isso o aluno bloqueador que esta do outro
lado da quadra deverá bloquear essa cortada. A atividade deverá ser feita em forma de
rodízio, quem estava dando o toque vai para o corte e quem estava cortando, vai para o
bloqueio e quem estava bloqueando, vai para o fim da fila de toque.
Avaliação
Discutir quais as impressões da turma sobre o que foi proposto, as atividades apresentadas e
novas possibilidades de atividades.
Conteúdo: Basquete em
cadeira de rodas
Objetivo Conhecer a modalidade Basquete m Cadeira de Rodas e as principais regras
Vivenciar os fundamentos: domínio de bola, passe e arremesso basquete em
cadeira de rodas.
Vivenciar o jogo de basquete em cadeira de rodas e suas regras
Materiais Bolas de basquete, cadeira de rodas, cones.
Atividades Abordadas
Histórico do basquete em cadeira de rodas - O basquete em cadeira de rodas foi um dos
primeiros esportes para deficientes. Começou nos Estados Unidos na década de 40, aonde
ex-combatentes da segunda guerra mundial que voltaram da guerra com alguma
deficiência, começaram praticar a modalidade em suas cadeiras convencionais. No Brasil o
esporte, surgiu no fim da década de 50, aonde, brasileiros que foram se tratar nos Estados
Unidos trouxeram a modalidade para o Brasil.
Quem participa do basquete em cadeira de rodas Paraolímpico: A modalidade é
praticada por atletas de ambos os sexos que tenham alguma deficiência físico-motora. Cada
atleta é classificado de acordo com seu comprometimento físico-motor e a escala obedece
aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Para facilitar a classificação e participação dos atletas que
apresentam qualidades de uma e outra classe distinta (os chamados casos limítrofes) foram
criadas classes intermediárias: 1,5; 2,5 e 3,5. O número máximo de pontuação em quadra
não pode ultrapassar 14 e vale a regra de que quanto maior a deficiência, menor a classe.
Quadra
As dimensões da quadra e a altura da cesta são as mesmas do basquete olímpico. No Brasil,
a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de
Rodas (CBBC).
A quadra de jogo deve ter as dimensões de28 mx15 m, medidas estas que são requeridas
para competições da IWBF. A quadra deve ser delimitada por linhas, sendo que as linhas de
lance livre e de três pontos são de acordo com as regras da FIBA. A altura da cesta é a
mesma do basquete tradicional (3,05m).
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Desenvolvimento do jogo e principais regras
Como no basquete tradicional são cinco jogadores em cada uma das equipes, com dois
períodos de 20 minutos, usando 30 segundos de posse de bola. No caso de empate no fim
do segundo período, uma prorrogação de 5 minutos será usada para o desempate.
Regras - As cadeiras são adaptadas e padronizadas, conforme previsto na regra. A cada
dois toques na cadeira, o jogador deve quicar, passar ou arremessar a bola.
Algumas atividades para iniciação ao Futebol de Cinco Deslocamento da cadeira para frente: Pode ser utilizada a empunhadura (pegada/toque)
somente no aro de propulsão ou em conjunto, entre o aro de propulsão e os pneus. A
locomoção da cadeira de rodas ocorre a partir do movimento que deverá ser iniciado na
altura da linha do quadril, ou seja, na parte superior do aro da cadeira de rodas.
O aluno inicia o toque com as mãos simultaneamente e, paralelamente, promove uma
propulsão para frente e para baixo, em movimentos contínuos, até a extensão total dos
braços. O término desse movimento se dá com a palma das mãos do aluno voltadas para
baixo, havendo descontração total dos braços. O aluno deverá manter o seu corpo
ligeiramente inclinado à frente, com o seu tronco parado durante a propulsão (FREITAS,
1997).
Deslocamento da cadeira para trás: No aprendizado desta técnica, deverão seguir-se os
mesmos princípios utilizados no deslocamento para frente, observando que os movimentos
devem ser realizados no sentido contrário. O toque deve iniciar na frente da linha do
quadril do atleta, com extensão total dos braços, percorrendo o aro de propulsão até a altura
da linha do quadril. Durante esse movimento, o tronco deve ser ligeiramente inclinado para
frente e parado, facilitando assim o movimento completo (BRÖXKES E HERZONNG,
1993 apud FREITAS, 1997:74).
a) Drible – tocar a cadeira pela quadra, e ao mesmo tempo bater a bola de basquete
(driblar).
b) Deslocamento e recuperação da bola – Individualmente, irão tocar a cadeira em
linha reta pela quadra, o professor lança a bola que deverá ser recuperada pelo aluno.
c) Correr na Cadeira de rodas – Individualmente, irão correr pela quadra com a
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cadeira de rodas. Em outro momento, irão correr com a cadeira de rodas e ao mesmo
tempo bater a bola de basquete (driblar).
d) – Passes - Em duplas, os mesmos irão trocar passes de peito, quicado e de ombro,
sem se descolar com a cadeira rodas. Em outro momento fazer os mesmo passes, mas
agora em deslocamento com a cadeira de rodas.
e) – Arremesso – Formar três filas, uma sobre a linha de lance livre, outra dentro do
garrafão e outra sobre a linha de 3 pontos e arremessar em uma fila de cada vez, os
alunos deverão fazer rodízio das filas, para arremessar de todos pontos. Em outro
momento, vindo em descolamento pelas laterais, os alunos irão entrar no garrafão e
fazer a bandeja.
Avaliação
Discutir quais as impressões da turma sobre o que foi proposto, as atividades apresentadas e
novas possibilidades de atividades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vale ressaltar que esta proposta de intervenção pode contribuir de forma significativa nos
conteúdos da Educação Física atendendo as necessidades dos educandos quanto à vivência de
um maior número de experiências motoras e habilidades esportivas, ampliando desta maneira
o seu acervo motor e cognitivo.
Estas atividades propostas foram aplicadas em escolas e seu desenvolvimento demonstrou ser
viável sua aplicação. Estas atividades foram apresentadas para crianças de ambos os sexos
com e sem deficiência.
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