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Esquizofrenia
A esquizofrenia é uma desordem cerebral crônica grave. É classificada como doença psiquiátrica que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. Os esquizofrênicos podem escutar vozes e acreditar que outros estão lendo e controlando seus pensamentos ou conspirando para prejudicá-las.
O desafio da esquizofreniaO desafio da esquizofrenia
Principal transtorno PSICÓTICO
Causas permanecem desconhecidas
Comum: desde adolescência ou início idade adulta Diminuição acentuada qualidade de vida / produtividade Necessidade de tratamento medicamentoso a longo
prazo 10% morrem por suicídio Sobrecarga para família e sociedade / Grandes custos
humanos e financeiros
População geral 1%
Filho 13%
Irmão 9%
Pai/Mãe 6%
Neto 5%
Sobrinho/Sobrinha 4%
Tio/Tia 2%
Primo/Prima 2%
Prevalência da esquizofrenia
Conceitos básicos - SintomatologiaConceitos básicos - Sintomatologia Sintomas positivosSintomas positivos (mais comuns em surtos psicóticos agudos) (mais comuns em surtos psicóticos agudos)
• Delírios• Alucinações• Incoerência do pensamento• Alterações afetivas• Alterações psicomotoras
Sintomas negativosSintomas negativos (presentes cronicamente) (presentes cronicamente) Embotamento afetivo Pobreza do discurso Pobreza do conteúdo do discurso Empobrecimento conativo Distratibilidade Isolamento social
Sintomas catatônicos podem predominar numa minoria de quadros agudos
SINTOMAS PSICÓTICOS
Alucinações
Auditivas
Visuais
Falsa percepção sensorial sem estímulo externo real.
Tipo mais comum; pode haver vozes de comando, acusatórias, duas ou mais vozes conversando ou comentando sobre o paciente.
Vultos ou luzes; podem ocorrer em esquizofrenia, mas são mais comuns em outras condições clínicas, como a síndrome de abstinência.
SINTOMASSINTOMAS CARACTERÍSTICASCARACTERÍSTICAS
SINTOMAS PSICÓTICOS
Alucinações
Somáticas ou cinestésicas
Olfativas, táteis e gustativas
Sensações de estados alterados em partes ou órgãos do corpo (p. ex., as vísceras derretendo, o cérebro queimando); não sugerem etiologia.
Provavelmente secundárias a condições médicas gerais (“orgânicas”).
SINTOMASSINTOMAS CARACTERÍSTICASCARACTERÍSTICAS
SINTOMAS PSICÓTICOS
Delírios
Paranóides
Crença falsa, incoerente com a inteligência ou o meio cultural, que não cede à argumentação lógica
Persecutórios, buscando prejudicar o paciente.
De referência: fatos ou comportamentos referem-se ao paciente ou têm um significado particular para ele (p. ex., o rádio fala com ou sobre ele).
De grandeza: importância ou poder exagerados.
SINTOMASSINTOMAS CARACTERÍSTICASCARACTERÍSTICAS
SINTOMAS PSICÓTICOS
Delírios
Bizarros
De controle
Completamente implausíveis (p. ex., chips implantados no cérebro por alienígenas).
Pensamentos (ou sentimentos) podem ser controlados, ouvidos, retirados ou inseridos por outros ou por forças externas.
SINTOMASSINTOMAS CARACTERÍSTICASCARACTERÍSTICAS
DSM-IV- Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
Dois ou mais dos seguintes sintomas (de 1 a 5) devem estar presentes com duração significativa, por período de pelo menos um mês:
1. delírios; 2. alucinações; 3. discurso desorganizado; 4. comportamento amplamente
desorganizado ou catatônico; 5. sintomas negativos (embotamento
afetivo, alogia, avolição);
DSM-IV
6. disfunções sociais, no trabalho e/ou no estudo, denotando perdas nas
habilidades interpessoais e produtivas;
Duração dos sintomas principais (de 1 a 5), de pelo menos um mês, e do quadro deficitário ( sintomas negativos, déficit funcional, etc.), por pelo menos seis meses.
Paranóide Um tipo de Esquizofrenia no qual são
satisfeitos os seguintes critérios:
A. Preocupação com um ou mais delírios ou alucinações auditivas freqüentes.
B. Nenhum dos seguintes sintomas é proeminente: discurso desorganizado, comportamento desorganizado ou catatônico, ou afeto embotado ou inadequado.
Desorganizado (Hebefrênica)
Um tipo de Esquizofrenia no qual são satisfeitos os seguintes critérios:
A. Todos os seguintes sintomas são proeminentes:
[1] discurso desorganizado [2] comportamento desorganizado [3] afeto embotado ou inadequado
B. Não são satisfeitos os critérios para Tipo Catatônico.
Catatônico
Um tipo de Esquizofrenia no qual o quadro clínico é dominado por pelo menos dois dos seguintes sintomas:
[1] imobilidade motora evidenciada por cataplexia (incluindo flexibilidade cérea ou estupor) [2] atividade motora excessiva (aparentemente
desprovida de propósito e não influenciada por estímulos externos)
Catatônico
[3] extremo negativismo (uma resistência aparentemente sem motivo a toda e qualquer instrução, ou manutenção de uma postura rígida contra tentativas de mobilização) ou mutismo
[4] peculiaridades do movimento voluntário evidenciadas por posturas (adoção voluntária de posturas inadequadas ou bizarras, movimentos estereotipados, maneirismo proeminentes ou trejeitos faciais proeminentes)
Residual
Um tipo de Esquizofrenia no qual são satisfeitos os seguintes critérios:
A. Ausência de delírios e alucinações, discurso desorganizado e comportamento amplamente desorganizado ou catatônico proeminentes.
B. Existem evidências contínuas da perturbação, indicadas pela presença de sintomas negativos ou por dois ou mais sintomas relacionados no Critério A para Esquizofrenia, presentes de forma atenuada (por ex., crenças estranhas, experiências perceptuais incomuns).
Indiferenciado
Um tipo de Esquizofrenia no qual os sintomas que satisfazem o Critério A estão presentes, mas não são satisfeitos os critérios para os Tipos Paranóide, Desorganizado ou Catatônico.
Simples
Quadro raro, no qual há desenvolvimento insidioso, mas progressivo, de conduta estranha, incapacidade para atender às exigências da sociedade e declínio no desempenho total.
Na classificação americana DSM-IV, a esquizofrenia simples é considerada um transtorno de personalidade (transtorno de personalidade esquizotípico).
CID – 10 (OMS) F20 Esquizofrenia F20.0 Esquizofrenia paranóide F20.1 Esquizofrenia hebefrênica F20.2 Esquizofrenia catatônica F20.3 Esquizofrenia indiferenciada F20.4 Depressão pós-esquizofrênica F20.5 Esquizofrenia residual F20.6 Esquizofrenia simples F20.8 Outra esquizofrenia F20.9 Esquizofrenia, não especificada
Diagnóstico diferencial da esquizofrenia
Transtornos Psiquiátricosepisódio depressivo com sintomas psicóticosmania com sintomas psicóticosoutras psicoses: transtorno delirante, psicoses atípicas, transtorno esquizofreniforme, etc.transtorno obsessivo-compulsivotranstorno esquizoafetivofarmacodependência: alcoolismo, maconha, alucinógenos, cocaína, anorexígenos, etc.transtornos de personalidade: paranóide, esquizóide, esquizotípico
Fatores que melhoram o prognóstico • Início tardio e de forma aguda.• Boa adaptação pré-mórbida.• Sintomas afetivos e reativos.• Sintomas positivos.• Bom sistema de apoio social e familiar.
Fatores que pioram o prognóstico• Início precoce e insidioso.• Má adaptação pré-mórbida.• Isolamento social, autismo.• Sintomas negativos.• História familiar de esquizofrenia.• Episódios de reagudização sintomatológica.
ETIOLOGIAETIOLOGIA
FATORES GENÉTICOS
FATORES AMBIENTAIS
Heterogeneidade etiológica é provável, com múltiplos fatores envolvidos
Recomendações aos pacientes
Recaída é bastante comum
Uso inconstante da medicação
Reconhecer pródromos
Educar sobre as razões do uso da medicação
Alguns efeitos colaterais estão ligados à não adesão ao tratamento correto
Antipsicóticos
CLASSIFICAÇÃO TÍPICOS
Baixa potência – Clorpromazina, Levomepromazina, Tioridazina
Alta potência - Periciazina, Haloperidol, Flufenazina, Pimozida
ATÍPICOS Quetiapina, Risperidona, Olanzapina, Aripiprazol,
Ziprasidona, Clozapina, Amisulprida, Paliperidona
Tratamento farmacológico: Tratamento farmacológico: Antipsicóticos tradicionais (Neurolépticos)Antipsicóticos tradicionais (Neurolépticos)
Efeitos agudos:- Tranquilização- Controle de agitação psicomotora / agressividade
Ao longo de dias / semanas:- Redução de sintomas positivos (alucinações, delírios
e confusão mental)
A médio / longo prazo:- Prevenção de recaídas
Abordagem familiar Estratégias de educação / orientação para:
Diminuir índices de fatores estressantes Esclarecimento sobre pródromos, sintomas agudos e
crônicos, curso e tratamento da doença Como lidar com baixa aderência Diminuição do estigma Melhora na comunicação e apoio Resolução de problemas do dia-a-dia Diminuição de expectativas sobre o paciente
Eficácia comprovada empiricamente (Goldstein 1994)
Abordagens psicosociaisAbordagens psicosociais Psicoterapias (não-interpretativas):
Educação sobre doença e farmacoterapia; foco em problemas do dia-a-dia
Terapeuta deve ser:• Suportivo / Assertivo e Direto / Tolerante e Flexível
Outras abordagens Reabilitação ocupacional e social Treinamento de habilidades sociais Abordagens cognitivo-comportamentais